Curso Regular de Direito Do Trabalho Aula 01 Aula 01 Dtrab Principios e Fontes Direitos Const 11975

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  • Curso regular de Direito do Trabalho

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    AULA 01: Princpios e fontes do Direito do Trabalho;

    Direitos Constitucionais dos Trabalhadores

    SUMRIO PGINA

    1. Introduo 02

    2. Desenvolvimento 02

    2.1. Princpios do Direito do Trabalho 03

    2.1.1. Princpio protetor 03

    2.1.2. Princpio da norma mais favorvel 03

    2.1.3. Princpio da condio mais benfica 04

    2.1.4. Princpio in dubio pro operario 05

    2.1.5. Princpio da inalterabilidade contratual lesiva 06

    2.1.6. Princpio da indisponibilidade dos direitos trabalhistas 07

    2.1.7. Princpio da primazia da realidade 07

    2.1.8. Princpio da continuidade da relao de emprego 07

    2.1.9. Princpio da intangibilidade salarial 08

    2.2. Fontes do Direito do Trabalho 09

    2.2.1. Fontes heternomas 10

    2.2.2. Fontes autnomas 13

    2.2.3. Outras fontes 14

    2.3. Direitos constitucionais dos trabalhadores 16

    2.3.1. Dispositivos da CF/88 comentados 16

    3. Questes comentadas 27

    4. Lista das questes comentadas 38

    5. Gabaritos 42

    6. Concluso 42

    7. Lista de legislao, Smulas e OJ do TST relacionados aula 43

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    1. Introduo Oi amigos(s),

    Iniciaremos agora nosso curso regular de Direito do Trabalho, com enfoque

    nos concursos de AFT e Tribunais do Trabalho.

    O assunto desta aula no constou explicitamente no ltimo edital do concurso de AFT - apesar de ser importante e ser exigido nas entrelinhas. Nos editais da FCC ele costuma aparecer da seguinte forma:

    Dos princpios e fontes do Direito do Trabalho. 2 Dos direitos constitucionais dos trabalhadores (art. 7 da CF/88).

    2. Desenvolvimento

    Inicialmente veremos o tpico princpios do direito do trabalho, no qual iremos discorrer acerca dos principais itens que surgem em provas.

    Aps isto iremos estudar sobre as fontes do Direito do Trabalho e, por fim, veremos os direitos constitucionais dos trabalhadores.

    Quanto a este ltimo tpico importante frisar que, na Constituio Federal

    de 1988 (CF/88), so elencados direitos que se relacionam aos mais diversos assuntos deste curso.

    Desta forma, comentaremos nesta aula sobre todos os direitos constantes

    da CF/88, mas, por questes didticas, o aprofundamento das regras pertinentes ser realizado nas aulas respectivas.

    Exemplo: comentaremos brevemente nesta aula sobre os incisos que

    tratam de limitao de jornada, mas o aprofundamento do assunto ser feito na aula especfica sobre jornada de trabalho.

    Sendo assim, aproveitem este tpico da aula para decorar a literalidade dos direitos constitucionais (que cai bastante em prova) e depois, nas demais

    aulas, aprofundaremos os temas incluindo a jurisprudncia do TST e a legislao especfica.

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    2.1. Princpios do Direito do Trabalho

    Ao estudar Direito do Trabalho deparamo-nos com diversos princpios, e neste curso falaremos sobre os mais importantes para fins de concurso.

    2.1.1. Princpio protetor Nas relaes empregatcias sempre existe o conflito entre o detentor do

    capital (o empregador) e o detentor da mo de obra, que o empregado, e essa relao entre as partes, naturalmente, desequilibrada em funo do poder

    econmico dos detentores de capital.

    Informalmente podemos dizer que a regra de ouro: quem tem o ouro faz

    as regras ;-)

    Para atenuar esse desequilbrio existente entre o capital e o trabalho criou-se o direito do trabalho, que alicerado no princpio protetor (ou da proteo).

    Conforme disposto na doutrina, capitaneada pelo jurista Amrico Pl

    Rodriguez, o princpio protetor pode ser subdividido nos princpios da norma mais favorvel, da condio mais benfica e in dubio pro operario.

    2.1.2. Princpio da norma mais favorvel Segundo este princpio deve-se aplicar ao caso concreto, havendo mais de

    uma norma em vigor regendo o mesmo assunto, a que seja mais favorvel ao empregado.

    interessante notar que o princpio aplica-se mesmo antes que as normas

    trabalhistas entrem em vigor, ou seja, durante a elaborao das mesmas.

    Como ensina o Ministro Godinho (Curso de Direito do Trabalho, 9 ed. So

    Paulo: LTr, 2010. p. 184):

    O presente princpio [da norma mais favorvel] dispe que o operador do Direito do Trabalho deve optar pela regra mais favorvel ao obreiro em trs situaes ou

    dimenses distintas: no instante da elaborao da regra (princpio orientador da elaborao legislativa, portanto) ou no contexto de confronto de regras

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    concorrentes (princpio orientador do processo de hierarquizao de normas trabalhistas) ou, por fim, no contexto de interpretao das regras jurdicas

    (princpio orientador do processo de revelao do sentido da regra trabalhista).

    Para visualizar estes desdobramentos vamos analisar o seguinte quadro:

    Princpio

    da norma mais

    favorvel

    Elaborao

    das normas

    O princpio auxilia a poltica legislativa, para que as futuras leis assegurem ou

    ampliem o rol de direitos trabalhistas.

    Confronto de

    regras concorrentes

    Aqui cabe a hierarquizao das

    normas, onde teriam lugar a teoria da acumulao (onde o intrprete

    seleciona, nas normas comparadas, os dispositivos de cada uma mais

    favorveis ao obreiro) e a teoria do conglobamento (pela qual o operador

    jurdico seleciona a regra mais favorvel ao trabalhador enfocando

    globalmente seu conjunto normativo).

    Interpretao

    das regras

    jurdicas

    Respeitada a hermenutica jurdica e o

    carter lgico-sistemtico do direito, o intrprete, diante de mais de um

    resultado vlido, optar pela norma mais favorvel ao trabalhador.

    2.1.3. Princpio da condio mais benfica O princpio da condio mais benfica est relacionado s clusulas

    contratuais (constantes do contrato de trabalho ou regulamento da empresa),

    que, sendo mais vantajosas ao trabalhador, devem ser preservadas durante a vigncia do vnculo empregatcio.

    Assim, pela aplicao deste princpio, invlida a supresso de clusula de

    contrato de trabalho que prejudique o empregado.

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    Nesta linha o artigo 468 da CLT:

    CLT, art. 468 - Nos contratos individuais de trabalho s lcita a alterao das respectivas condies por mtuo consentimento, e ainda assim desde que no

    resultem, direta ou indiretamente, prejuzos ao empregado, sob pena de nulidade da clusula infringente desta garantia.

    Outro exemplo de manifestao do princpio da condio mais benfica o

    seguinte excerto da Smula 51 do TST:

    SUM-51 NORMA REGULAMENTAR. VANTAGENS E OPO PELO NOVO REGULAMENTO. ART. 468 DA CLT

    I - As clusulas regulamentares, que revoguem ou alterem vantagens deferidas

    anteriormente, s atingiro os trabalhadores admitidos aps a revogao ou alterao do regulamento.

    (...)

    2.1.4. Princpio in dubio pro operario Segundo o princpio in dubio pro operario, diante de duas opes

    igualmente vlidas, o intrprete do direito do trabalho deve aplicar a opo mais vantajosa ao trabalhador.

    Tal princpio criticado pelo Ministro Godinho visto que entraria em conflito

    com o princpio do juiz natural (CF/88, art. 5, XXXVII e LIII), segundo o qual o intrprete deve atuar imparcialmente nas questes postas em juzo.

    Segundo o Ministro Godinho (pg. 197),

    (...) havendo dvida do juiz em face do conjunto probatrio existente e das presunes aplicveis, ele dever decidir em desfavor da parte que tenha o nus da prova naquele tpico duvidoso, e no segundo a diretriz genrica in dubio pro

    operario.

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    2.1.5. Princpio da inalterabilidade contratual lesiva

    Assim como comentamos em relao ao princpio da condio mais benfica, o princpio da inalterabilidade contratual lesiva tambm est expresso

    no artigo 468 da CLT:

    CLT, art. 468 - Nos contratos individuais de trabalho s lcita a alterao das

    respectivas condies por mtuo consentimento, e ainda assim desde que no resultem, direta ou indiretamente, prejuzos ao empregado, sob pena de nulidade

    da clusula infringente desta garantia.

    Este princpio tem origem no direito civil da inalterabilidade dos contratos (pacta sunt servanda).

    Percebam que este princpio no impede alteraes contratuais trabalhistas,

    que so comuns na prtica. O que se restringe so as alteraes lesivas onde o empregado prejudicado.

    sabido que o empregador, nesta condio, possui poder diretivo para

    gerenciar seu negcio o chamado jus variandi do empregador. Quanto a este aspecto importante salientar que pequenas alteraes

    efetuadas pelo empregador, que no frustrem direitos trabalhistas podem ser implementadas, devendo-se analisar o caso concreto para verificar se houve ou

    no afronta ao princpio da inalterabilidade contratual lesiva.

    Alm disso, ressalte-se que algumas clusulas contratuais podem ser negociadas com intermediao da representao sindical obreira, atravs de

    negociao coletiva.

    possvel, ento, por meio de negociao coletiva, que certas clusulas sejam flexibilizadas com vistas a evitar mal maior. Falaremos sobre isto nos

    comentrios do artigo 7 da CF/88.

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    2.1.6. Princpio da indisponibilidade dos direitos trabalhistas

    Este princpio, tambm chamado de princpio da imperatividade das normas trabalhistas, uma limitao autonomia das partes no direito do trabalho.

    No direito civil as partes tm autonomia para negociar clusulas contratuais, o que, no direito do trabalho, poderia vir a fazer com que o

    trabalhador abrisse mo de direitos para conquistar ou manter seu emprego.

    Assim, tendo em vista o j comentado desequilbrio entre capital e trabalho, no mbito trabalhista as partes no podem negociar livremente clusulas

    trabalhistas.

    2.1.7. Princpio da primazia da realidade

    Por meio deste princpio busca-se, no direito do trabalho, priorizar a realidade em detrimento da forma.

    Assim, nos casos em que haja, por exemplo, tpica relao de emprego

    mascarada por contrato de estgio (veremos que estagirio no empregado), por aplicao deste princpio a relao empregatcia dever ser reconhecida.

    O Princpio da primazia da realidade tambm chamado de princpio do

    contrato realidade.

    2.1.8. Princpio da continuidade da relao de emprego

    Este princpio valoriza a permanncia do empregado no mesmo vnculo empregatcio, dadas as vantagens que isso representa. Com o passar do tempo

    no mesmo emprego o trabalhador recebe capacitao, realiza cursos, recebe aumentos salariais, vantagens remuneratrias como anunios, qinqnios, etc.

    A Smula 212 do TST um exemplo de jurisprudncia relacionada ao princpio da continuidade da relao de emprego:

    SUM-212 DESPEDIMENTO. NUS DA PROVA

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    O nus de provar o trmino do contrato de trabalho, quando negados a prestao de servio e o despedimento, do empregador, pois o princpio da continuidade

    da relao de emprego constitui presuno favorvel ao empregado.

    Estudaremos ao longo do curso os contratos de trabalho, e neste tpico relevante frisar que, com base no princpio da continuidade da relao de

    emprego, a regra que os contratos trabalhistas sejam firmados com prazo indeterminado.

    Assim, tendo em vista o princpio em estudo, contratos de trabalho com

    prazo determinado representam exceo, e s tero lugar nos casos legalmente definidos. A regra que o contrato seja indeterminado.

    Tambm se relaciona ao princpio em estudo o artigo 448 da CLT, segundo o qual os contratos de trabalho continuam vigentes mesmo que haja mudana na

    propriedade na empresa (sucesso de empregadores):

    CLT, art. 448 - A mudana na propriedade ou na estrutura jurdica da empresa no afetar os contratos de trabalho dos respectivos empregados.

    2.1.9. Princpio da intangibilidade salarial Este princpio confere ao salrio diversas garantias jurdicas, visto que o

    salrio tem natureza alimentar.

    Assim, a intangibilidade salarial abrange no apenas a irredutibilidade nominal do seu valor, mas tambm vedao a descontos indevidos,

    tempestividade no pagamento, etc.

    Seguem dispositivos da CF/88 e da CLT que materializam o princpio da intangibilidade salarial:

    CF/88, art. 7 So direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, alm de outros

    que visem melhoria de sua condio social:

    (...)

    VI - irredutibilidade do salrio, salvo o disposto em conveno ou acordo coletivo;

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    CLT, art. 459 - O pagamento do salrio, qualquer que seja a modalidade do trabalho, no deve ser estipulado por perodo superior a 1 (um) ms, salvo no

    que concerne a comisses, percentagens e gratificaes.

    CLT, art. 462 - Ao empregador vedado efetuar qualquer desconto nos salrios do empregado, salvo quando este resultar de adiantamentos, de dispositivos de

    lei ou de contrato coletivo.

    2.2. Fontes do Direito do Trabalho As fontes do direito do trabalho so divididas em formais e materiais, e

    tambm entre heternomas e autnomas.

    Fontes formais e materiais

    As fontes formais do direito do trabalho se enquadram como tal em vista de

    sua exteriorizao na ordem jurdica na forma de Constituio, emenda Constituio, lei, decreto, etc.

    J o conceito de fonte material se relaciona a um momento pr-jurdico, onde fatores sociais, econmicos e polticos influenciam na positivao de normas

    jurdicas. o caso, por exemplo, do movimento sindical operrio.

    Fontes heternomas e autnomas

    Fontes heternomas do direito do trabalho (leis, decretos, etc.) so

    normas elaboradas pelo Estado, no havendo participao direta dos destinatrios da mesma em sua produo.

    Fontes autnomas so elaboradas pelos prprios destinatrios, ou seja, os

    destinatrios da norma regulamentam suas condies de trabalho, diretamente ou por meio de suas entidades representativas (sindicatos). Este o caso das

    negociaes coletivas de trabalho.

    Segue um esquema para visualizarmos a relao entre os conceitos estudados:

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    Fontes do Direito do Trabalho

    Fontes formais Fontes materiais

    Fontes

    Heternomas

    Fontes

    Autnomas

    Movimento sindical

    Movimento poltico dos

    operrios

    Constituio

    Leis Decretos

    Conveno Coletiva

    de Trabalho (CCT)

    Acordo Coletivo de Trabalho (ACT)

    Veremos agora as fontes formais do direito do trabalho, divididas em fontes

    heternomas e fontes autnomas.

    2.2.1. Fontes heternomas

    Constituio Federal

    A Constituio da Repblica Federativa do Brasil de 1988 fonte

    heternoma do direito do trabalho, ocupando o pice na hierarquia das normas jurdicas.

    Leis

    As leis (regras jurdicas abstratas, impessoais e obrigatrias), emanadas do Poder Legislativo e promulgadas pelo Poder Executivo, so fonte formal do direito

    do trabalho.

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    As Medidas Provisrias (MP), emitidas pelo Presidente da Repblica em caso de relevncia e urgncia, nos termos do artigo 62 da CF/88, tambm so fontes

    heternomas do direito do trabalho.

    Tratados e Convenes Internacionais

    Os Tratados e Convenes Internacionais so fontes heternomas do direito do trabalho quando ratificados pelo Brasil.

    As Convenes da Organizao Internacional do Trabalho (OIT) que sejam

    ratificadas pelo Brasil, portanto, so fontes formais do direito do trabalho.

    J que falamos em OIT, lembremos que aquele organismo internacional

    tambm expede as Recomendaes, que so diplomas no obrigatrios e no ratificados pelos pases membros; dessa forma, as Recomendaes no so fonte

    formal do direito do trabalho.

    Decretos

    O Decreto expedido pelo Presidente da Repblica, nos termos do art. 84

    da CF/88, considerado fonte formal do direito:

    CF/88, art. 84. Compete privativamente ao Presidente da Repblica:

    (...) IV - sancionar, promulgar e fazer publicar as leis, bem como expedir decretos e

    regulamentos para sua fiel execuo;

    Portarias, Instrues Normativas e outros atos

    Como ensina Mauricio Godinho Delgado (pg. 146), os diplomas dessa natureza, em princpio, no constituem fontes formais do direito, dado que obrigam apenas os funcionrios a que se dirigem e nos limites da obedincia

    hierrquica. Entretanto, como esclarece o jurista, em alguns casos a prpria lei atribui a

    estes normativos a tarefa de regulamentar determinados preceitos, como o seguinte artigo da CLT:

    CLT, art. 192 - O exerccio de trabalho em condies insalubres, acima dos limites

    de tolerncia estabelecidos pelo Ministrio do Trabalho, assegura a percepo de

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    adicional respectivamente de 40% (quarenta por cento), 20% (vinte por cento) e 10% (dez por cento) do salrio-mnimo da regio, segundo se classifiquem nos

    graus mximo, mdio e mnimo.

    Com base na determinao acima exposta, o MTE expediu a Portaria 3.217/78, que inclui a Norma Regulamentadora n 15, em cujos Anexos podemos

    encontrar limites de tolerncia para rudo, calor e agentes qumicos.

    Com base neste entendimento, portanto, podemos considerar as Normas Regulamentadoras (NR) de Segurana e Sade do Trabalho do MTE - aprovadas

    mediante Portaria - como fonte formal do direito do trabalho.

    Sentena Normativa

    As sentenas normativas so proferidas pela Justia do Trabalho em

    processos de dissdio coletivo:

    CLT, art. 114, 2 Recusando-se qualquer das partes negociao coletiva ou arbitragem, facultado s mesmas, de comum acordo, ajuizar dissdio coletivo de

    natureza econmica, podendo a Justia do Trabalho decidir o conflito, respeitadas as disposies mnimas legais de proteo ao trabalho, bem como as

    convencionadas anteriormente.

    Usos e costumes

    Parte majoritria da doutrina enquadra os usos e costumes como fonte formal do direito do trabalho, com fundamento no artigo 8 da CLT:

    CLT, art. 8 - As autoridades administrativas e a Justia do Trabalho, na falta de disposies legais ou contratuais, decidiro, conforme o caso, pela jurisprudncia,

    por analogia, por eqidade e outros princpios e normas gerais de direito, principalmente do direito do trabalho, e, ainda, de acordo com os usos e

    costumes, o direito comparado, mas sempre de maneira que nenhum interesse de classe ou particular prevalea sobre o interesse pblico.

    Laudo Arbitral

    O laudo arbitral ocorre quando a negociao coletiva frustrada, casos

    em que as partes (sindicatos) elegem um rbitro, a quem incumbir proferir deciso (laudo arbitral) que solucione o impasse:

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    CF/88, art. 114, 1 - Frustrada a negociao coletiva, as partes podero eleger rbitros.

    H consenso doutrinrio de que o laudo arbitral fonte formal do direito do

    trabalho, mas h controvrsias sobre esta figura enquadrar-se como fonte heternoma ou autnoma.

    2.2.2. Fontes autnomas Fontes autnomas do direito do trabalho representam as negociaes

    coletivas de trabalho (conveno coletiva de trabalho e acordo coletivo de trabalho).

    Tais negociaes tm validade jurdica, e so elaboradas pelos

    empregadores e empregados com a participao das entidades representativas

    (sindicatos).

    Segue abaixo um esquema representativo da relao entre negociao, conveno e acordo coletivos de trabalho, com os agentes envolvidos em sua

    elaborao:

    Negociao coletiva

    Conveno Coletiva de Trabalho

    (CCT)

    Acordo Coletivo de Trabalho

    (ACT)

    Resultado de negociao entre o

    sindicato patronal e o sindicato dos empregados

    Resultado de negociao entre

    uma (ou mais) empresa(s) e o sindicato dos empregados

    Agora vamos tratar separadamente de algumas regras atinentes a cada uma das espcies de negociao coletiva. O assunto ser abordado de forma

    completa durante o curso.

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    Conveno Coletiva de Trabalho

    A definio celetista de conveno coletiva de trabalho a seguinte:

    CLT, art. 611 - Conveno Coletiva de Trabalho o acordo de carter normativo, pelo qual dois ou mais Sindicatos representativos de categorias econmicas e profissionais estipulam condies de trabalho aplicveis, no mbito das

    respectivas representaes, s relaes individuais de trabalho.

    Assim, a conveno coletiva abrange toda a categoria profissional

    (comercirios, trabalhadores da indstria da construo, professores, etc.) na base territorial do sindicato.

    Registre-se que os empregados no so obrigados a filiar-se ao sindicato de

    sua categoria, mas mesmo os no filiados so abrangidos pelas disposies da conveno ou acordo coletivos de trabalho.

    Nesta linha, por exemplo, mesmo o empregado no filiado ao sindicato

    representativo de sua categoria faz jus ao piso salarial porventura estabelecido na

    conveno coletiva.

    Acordo Coletivo de Trabalho

    Vejamos a disposio celetista sobre os acordos coletivos de trabalho:

    CLT, art. 611, 1 facultado aos Sindicatos representativos de categorias profissionais celebrar Acordos Coletivos com uma ou mais empresas da correspondente categoria econmica, que estipulem condies de trabalho,

    aplicveis no mbito da empresa ou das acordantes respectivas relaes de

    trabalho.

    Como se verifica no esquema anterior e na leitura da CLT, o ACT

    celebrado entre o sindicato obreiro e a(s) empresa(s), no havendo participao ativa do sindicato patronal.

    Falaremos mais sobre o Direito Coletivo do Trabalho em aula especfica

    deste curso.

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    2.2.3. Outras fontes

    Bom pessoal, falamos ento das fontes materiais do direito do trabalho e das formais, divididas em fontes heternomas e autnomas. Precisamos

    comentar sobre outros institutos que, dada a controvrsia doutrinria sobre sua

    classificao, resolvi intitular de outras fontes.

    Jurisprudncia

    Jurisprudncia a reiterada interpretao conferida pelos tribunais s normas jurdicas, a partir do julgamento das demandas concretas levadas

    apreciao judicial. o caso, por exemplo, das Smulas do Tribunal Superior do Trabalho (TST).

    H controvrsia sobre a classificao da jurisprudncia como fonte formal

    ou no. Alguns autores entendem que no fonte formal, pois no tm valor de regra geral, de cumprimento obrigatrio.

    Outros autores entendem que a jurisprudncia exerce o papel de criador do

    direito, como ensina o Ministro Godinho (pg. 158):

    (...) as posies judiciais adotadas similar e reiteradamente pelos tribunais ganhariam autoridade de atos-regra no mbito da ordem jurdica, por se afirmarem, ao longo da dinmica jurdica, como preceitos gerais, impessoais,

    abstratos, vlidos ad futurum fontes normativas tpicas, portanto.

    Finalizando o assunto jurisprudncia, importante falarmos sobre as Smulas Vinculantes.

    Com a Emenda Constitucional 45/2004 o Supremo Tribunal Federal (STF)

    tem o poder de aprovar smulas que vinculam a Administrao Pblica, ou seja, dotadas de generalidade, impessoalidade e abstrao e que, por isso, podem ser

    consideradas como fontes formais:

    CF/88, art. 103-A. O Supremo Tribunal Federal poder, de ofcio ou por

    provocao, mediante deciso de dois teros dos seus membros, aps reiteradas decises sobre matria constitucional, aprovar smula que, a partir de sua

    publicao na imprensa oficial, ter efeito vinculante em relao aos demais rgos do Poder Judicirio e administrao pblica direta e indireta, nas esferas

    federal, estadual e municipal, bem como proceder sua reviso ou cancelamento, na forma estabelecida em lei.

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    Princpios

    H controvrsias doutrinrias sobre os princpios gerais de direito serem ou no fontes formais de direito, e por isso deixei-os nesta seo da aula.

    O Ministro Godinho entende que a doutrina recente confere aos princpios

    funo normativa, a que ele se refere como sendo funo normativa concorrente, e que nesta tica os princpios seriam fonte formal de direito. Regulamento empresarial

    O regulamento empresarial no aceito pela doutrina como fonte formal,

    visto que, apesar de possuir generalidade, abstrao e impessoalidade,

    elaborado pela empresa, de forma unilateral.

    2.3. Direitos constitucionais dos trabalhadores Neste tpico do curso veremos basicamente os incisos (e pargrafo nico)

    do artigo 7 da CF/88, onde esto elencados os direitos dos trabalhadores

    urbanos e trabalhadores rurais.

    Veremos tambm a aplicabilidade de tais direitos s categorias de trabalhadores avulsos e trabalhadores domsticos.

    2.3.1. Dispositivos da CF/88 comentados

    Passaremos a ver ento, na seqncia disposta na CF, os direitos dos trabalhadores urbanos e rurais.

    CF/88, art. 7 So direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, alm de outros que visem melhoria de sua condio social:

    I - relao de emprego protegida contra despedida arbitrria ou sem

    justa causa, nos termos de lei complementar, que prever indenizao compensatria, dentre outros direitos;

    Aps o advento de nossa atual Constituio no h mais a estabilidade decenal do empregado, prevista na CLT (antes da CF/88, o empregado que

    contasse com mais de 10 anos de empresa no poderia ser demitido, seno por

    motivo de falta grave ou circunstncia de fora maior).

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    Atualmente, entretanto, h uma proteo ao empregado que demitido nos casos em que a despedida seja arbitrria ou sem justa causa, que a multa de

    40% do FGTS (lei 8.036/90).

    Havendo despedida arbitrria (a que no

    se fundar em motivo disciplinar, tcnico,

    econmico ou financeiro)

    ou

    No havendo justa causa (art 482: abandono de

    emprego, ato de improbidade, etc)

    Multa

    compensatria do FGTS

    (40%)

    II - seguro-desemprego, em caso de desemprego involuntrio;

    Faz jus ao benefcio do seguro-desemprego o empregado demitido sem justa causa, ou seja, aquele que no deu causa sua demisso.

    O seguro-desemprego devido aos demitidos sem justa causa, aos

    pescadores artesanais (durante o defeso perodo no qual no se pode pescar para no prejudicar a reproduo dos peixes, crustceos, etc.) e tambm

    devido aos trabalhadores que, reduzidos condio anloga de escravo, foram resgatados em ao fiscal do Ministrio do Trabalho e Emprego.

    Falaremos mais sobre seguro-desemprego (requisitos para obteno do

    benefcio, quantidade e valor das parcelas, etc.) em aula especfica, onde abordaremos a Lei 7.998/90.

    III - fundo de garantia do tempo de servio;

    O Fundo de Garantia do Tempo de Servio (FGTS) regulado pela lei 8.036/90, que estudaremos em aula especfica.

    Todos os empregadores ficam obrigados a depositar, at o dia 7 (sete) de

    cada ms, em conta bancria vinculada, a importncia correspondente a 8 % da remunerao paga ou devida, no ms anterior, a cada trabalhador.

    Os contratos de aprendizagem tm a alquota do FGTS reduzida para 2%.

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    facultada a incluso do empregado domstico no FGTS, mediante requerimento do empregador (ou seja, o domstico no tem direito garantido ao

    FGTS; a incluso fica a critrio do empregador).

    IV - salrio mnimo, fixado em lei, nacionalmente unificado, capaz de atender a suas necessidades vitais bsicas e s de sua famlia com

    moradia, alimentao, educao, sade, lazer, vesturio, higiene, transporte e previdncia social, com reajustes peridicos que lhe

    preservem o poder aquisitivo, sendo vedada sua vinculao para qualquer fim;

    A partir da CF/88 o salrio mnimo nacionalmente unificado, e por conta

    disto onde a CLT previa salrios mnimos regionais agora podemos interpretar como salrio mnimo nacional.

    Cuidado para no confundir salrio mnimo com piso salarial, que trataremos no prximo inciso.

    Falaremos (e muito) sobre salrio em aula especfica.

    V - piso salarial proporcional extenso e complexidade do

    trabalho;

    Piso salarial estabelecido a determinada categoria por meio de negociao coletiva de trabalho. Assim, o piso varia de acordo com a categoria e a

    abrangncia do sindicato respectivo.

    Exemplo: o piso salarial dos empregados do comrcio da cidade X definido

    na negociao coletiva dos sindicatos de empregados e patronal, e poder ser distinto do piso salarial da mesma categoria de outra localidade.

    VI - irredutibilidade do salrio, salvo o disposto em conveno ou

    acordo coletivo;

    Em regra vedada a reduo dos salrios dos empregados, qualquer que seja o motivo. A exceo constitucional para a irredutibilidade condiciona a

    medida interveno do sindicato dos trabalhadores, atravs de negociao coletiva (o gnero negociao coletiva abrange as espcies conveno coletiva e acordo coletivo).

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    Esta reduo nominal de salrio poder ocorrer nos casos extremos (por exemplo, uma crise econmica) em que o sindicato aceite a medida para evitar

    demisses.

    VII - garantia de salrio, nunca inferior ao mnimo, para os que percebem remunerao varivel;

    O salrio mnimo garantido aos empregados, como forma de evitar que

    empregadores reduzam ainda mais este patamar salarial mnimo que, como vimos, nacionalmente unificado.

    Alguns empregados tm remunerao fixa, e outros tm uma parte fixa e

    outra varivel (falaremos sobre isso na aula de remunerao e salrio). Nestes

    casos o que interessa para a aplicao da regra o valor total a ser recebido, ou seja, nada impede que a parcela varivel seja inferior ao mnimo, desde que esta

    parcela, somada parcela fixa, lhe garanta o salrio mnimo.

    VIII - dcimo terceiro salrio com base na remunerao integral ou no valor da aposentadoria;

    Dcimo terceiro salrio, 13 ou gratificao natalina so sinnimos.

    A gratificao natalina deve ser paga at o dia 20 de dezembro de cada

    ano, devendo haver adiantamento da gratificao (metade da remunerao do ms anterior) entre os meses de fevereiro e novembro de cada ano.

    Comentaremos mais sobre esta verba na aula de remunerao e salrio.

    IX remunerao do trabalho noturno superior do diurno; O adicional noturno direito de quem trabalha no perodo da noite,

    considerado com tal das 22h00min s 05h00min (ambiente urbano), 21h00min s 05h00min (ambiente rural agricultura) e 20h00min s 04h00min (ambiente rural pecuria).

    Para o ambiente urbano o adicional de 20%, para o rural 25%. Comentaremos mais sobre esta verba na aula de remunerao e salrio.

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    X - proteo do salrio na forma da lei, constituindo crime sua reteno dolosa;

    As verbas salariais tm natureza alimentar, e por isso o empregador no

    pode reter o salrio. Comentaremos mais sobre o assunto na aula de remunerao e salrio.

    XI participao nos lucros, ou resultados, desvinculada da remunerao, e, excepcionalmente, participao na gesto da empresa, conforme definido em lei;

    Esta verba foi regulamentada pela Lei 10.101/00, que regula a participao dos trabalhadores nos lucros ou resultados da empresa como instrumento de

    integrao entre o capital e o trabalho e como incentivo produtividade, nos termos do art. 7, inciso XI, da Constituio. XII - salrio-famlia pago em razo do dependente do trabalhador de

    baixa renda nos termos da lei;

    O salrio-famlia um benefcio previdencirio, regulado pela Lei 8.213/91 (Planos de Benefcios da Previdncia Social).

    Segundo a lei, salrio-famlia ser devido, mensalmente, ao segurado

    empregado, exceto ao domstico, e ao segurado trabalhador avulso, na proporo do respectivo nmero de filhos ou equiparados.

    Assim, o benefcio pago em cota(s), a depender da quantidade de filho(s)

    ou equiparado(s) de qualquer condio, at 14 (quatorze) anos de idade ou

    invlido de qualquer idade.

    importante frisar que a cota do salrio-famlia no ser incorporada, para qualquer efeito, ao salrio (ou ao benefcio que o segurado esteja recebendo).

    XIII - durao do trabalho normal no superior a oito horas dirias

    e quarenta e quatro semanais, facultada a compensao de horrios e a reduo da jornada, mediante acordo ou conveno coletiva de trabalho;

    A durao normal da jornada de trabalho de 08 horas, e do mdulo

    semanal de trabalho 44 horas (seria o caso, por exemplo, de jornadas de 08 horas de segundas-feiras a sextas-feiras e 04 horas aos sbados).

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    Falaremos sobre compensao de jornada (compensar trabalho a mais num dia reduzindo a jornada em outro) e demais assuntos correlatos na aula sobre

    jornada e descansos.

    XIV - jornada de seis horas para o trabalho realizado em turnos ininterruptos de revezamento, salvo negociao coletiva;

    Nos turnos ininterruptos de revezamento h alternncia de horrios (num

    dia o empregado labora de manh, no outro de tarde e no outro noite), o que causa prejuzos sua sade e insero social. Por este motivo a jornada de 06

    horas (salvo negociao coletiva) ao invs das 08 horas normais.

    Comentaremos sobre os turnos ininterruptos de revezamento (TIR) na aula

    sobre jornada e descansos.

    XV - repouso semanal remunerado, preferencialmente aos domingos;

    O repouso semanal remunerado (RSR), tambm conhecido como

    descanso semanal remunerado (DSR) normatizado pela Lei 605/49, segundo a qual todo empregado tem direito ao repouso semanal remunerado de vinte e quatro horas consecutivas, preferentemente aos domingos (...).

    Comentaremos mais sobre o DSR na aula sobre jornada e descansos.

    XVI - remunerao do servio extraordinrio superior, no mnimo, em cinqenta por cento do normal;

    A partir da CF/88 o adicional de horas extraordinrias de, no mnimo, 50%. Deste modo, as passagens onde a CLT estabelece adicionais de hora extra

    em alquotas inferiores no foram recepcionadas pela CF/88.

    Nos casos em que haja negociao coletiva estabelecendo alquotas superiores a este patamar mnimo constitucional, valero os percentuais

    negociados por meio do sindicato.

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    XVII - gozo de frias anuais remuneradas com, pelo menos, um tero a mais do que o salrio normal;

    As frias sero gozadas durante o perodo concessivo (que ocorre aps o

    perodo aquisitivo), e sua remunerao consiste no tero constitucional, que representa 1/3 do salrio normal do empregado.

    Discorreremos sobre o assunto frias na aula respectiva. XVIII - licena gestante, sem prejuzo do emprego e do salrio,

    com a durao de cento e vinte dias;

    A licena-maternidade tem a durao de 120 dias, durante os quais o

    contrato de trabalho interrompido.

    Nos termos da Lei 8213/91 (Planos de Benefcios da Previdncia Social), o salrio-maternidade devido segurada da Previdncia Social, durante 120

    (cento e vinte) dias, com incio no perodo entre 28 (vinte e oito) dias antes do parto e a data de ocorrncia deste, observadas as situaes e condies previstas

    na legislao no que concerne proteo maternidade.

    Desde 2002, quando foram alteradas a CLT e a lei 8213/91, empregada que adotar ou obtiver guarda judicial para fins de adoo de criana tambm ser

    concedida licena-maternidade.

    Por fim, em 2008 foi publicada a Lei 11.770/08, que institui o Programa Empresa Cidad. Este programa concede incentivo fiscal para empresas que

    prorroguem em 60 (sessenta) dias a licena-maternidade de suas empregadas.

    XIX - licena-paternidade, nos termos fixados em lei;

    Ainda no h lei fixando prazo para a licena, ento continuam vlidos os

    05 dias previstos no Ato das Disposies Constitucionais Transitrias (ADCT).

    Caso haja alguma previso em conveno ou acordo coletivo de trabalho com prazo maior, aplicar-se- a disposio do diploma coletivo.

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    XX - proteo do mercado de trabalho da mulher, mediante incentivos especficos, nos termos da lei;

    O dispositivo tambm no foi regulamentado por legislao

    infraconstitucional.

    XXI - aviso prvio proporcional ao tempo de servio, sendo no mnimo de trinta dias, nos termos da lei;

    O aviso prvio ser objeto de estudo em aula especfica do curso. um

    instituto que se aplica nos contratos por prazo indeterminado.

    Em 2011 foi regulamentada a proporcionalidade deste instituto, pela Lei

    12.506/11, segundo a qual ao aviso prvio sero acrescidos 3 (trs) dias por ano de servio prestado na mesma empresa, at o mximo de 60 (sessenta) dias,

    perfazendo um total de at 90 (noventa) dias.

    XXII - reduo dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas de sade, higiene e segurana;

    Este dispositivo um dos fundamentos de validade das Normas

    Regulamentadoras (NR) expedidas pelo Ministrio do Trabalho e Emprego, que objetivam resguardar a segurana e sade dos trabalhadores regidos pela CLT.

    XXIII - adicional de remunerao para as atividades penosas, insalubres ou perigosas, na forma da lei;

    Os adicionais so devidos nas situaes definidas na CLT, segundo a qual o exerccio de trabalho em condies insalubres, acima dos limites de tolerncia

    estabelecidos pelo Ministrio do Trabalho, assegura a percepo de adicional respectivamente de 40%, 20% ou 10% do salrio-mnimo da regio, segundo se

    classifiquem nos graus mximo, mdio e mnimo.

    Como comentamos anteriormente, a CLT fala em salrio-mnimo da regio, mas com a CF/88 o salrio mnimo nacionalmente unificado (inciso IV). Quanto periculosidade, esta se configura quando h contato permanente

    com inflamveis ou explosivos, em condies de risco acentuado. Nestes casos os empregados fazem jus a um adicional de 30% sobre o salrio sem os acrscimos

    resultantes de gratificaes, prmios ou participaes nos lucros da empresa.

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    XXIV - aposentadoria;

    A aposentadoria direito dos trabalhadores, atendidos os requisitos de

    idade e tempo de contribuio, conforme disposto na prpria CF/88 e na legislao previdenciria.

    XXV - assistncia gratuita aos filhos e dependentes desde o

    nascimento at 5 (cinco) anos de idade em creches e pr-escolas;

    Este um direito cuja efetivao depender de atuao do empregador e do governo, com a disponibilizao de local adequado.

    XXVI - reconhecimento das convenes e acordos coletivos de trabalho;

    Como vimos anteriormente, as negociaes coletivas de trabalho

    (convenes coletivas e acordos coletivos) so fontes autnomas do direito do trabalho e devem ter seus dispositivos respeitados.

    XXVII - proteo em face da automao, na forma da lei;

    O dispositivo uma previso constitucional de proteo dos trabalhadores

    contra inovaes tecnolgicas que reduzam a demanda por mo de obra em consequncia da utilizao de mquinas que eliminem postos de trabalho.

    XXVIII - seguro contra acidentes de trabalho, a cargo do

    empregador, sem excluir a indenizao a que este est obrigado, quando

    incorrer em dolo ou culpa;

    O seguro contra acidentes de trabalho (SAT) um encargo cujas regras foram detalhadas na legislao previdenciria.

    Segundo a Lei 8212/91 (Plano de Custeio da Previdncia Social) este seguro

    se destina ao financiamento da aposentadoria especial, que um benefcio aplicvel no caso de segurado que tiver trabalhado sujeito a condies especiais

    que prejudiquem a sade ou a integridade fsica as empresas, e tambm de outros benefcios concedidos em razo do grau de incidncia de incapacidade

    laborativa decorrente dos riscos ambientais do trabalho.

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    A contribuio patronal ser de 1%, 2% ou 3% sobre o total das remuneraes pagas ou creditadas, no decorrer do ms, aos segurados

    empregados e trabalhadores avulsos, nos casos das empresas em cuja atividade preponderante o risco de acidentes do trabalho seja considerado leve, mdio ou

    grave, respectivamente.

    O dispositivo frisa que, mesmo havendo o pagamento do SAT, o empregador permanece sujeito a indenizar os empregados acidentados nos casos

    em que haja por dolo ou culpa da parte patronal.

    XXIX - ao, quanto aos crditos resultantes das relaes de trabalho, com prazo prescricional de cinco anos para os trabalhadores

    urbanos e rurais, at o limite de dois anos aps a extino do contrato de

    trabalho;

    Este dispositivo trata dos prazos prescricionais em matria trabalhista, que de 02 anos aps a extino do contrato de trabalho e 05 anos durante a

    vigncia deste.

    Se, por exemplo, um empregado deixou de receber verba a que faria jus 06 anos atrs, mesmo mantendo o vnculo empregatcio no poder reaver a verba

    na via judicial, pois ocorreu a prescrio.

    Da mesma forma, caso tenha havido o inadimplemento de verba salarial por parte do empregador, o empregado que teve o contrato rescindido h mais

    de 02 anos e no ajuizou ao ter o seu direito prescrito.

    XXX - proibio de diferena de salrios, de exerccio de funes e

    de critrio de admisso por motivo de sexo, idade, cor ou estado civil;

    O inciso procura evitar a discriminao das pessoas no mercado de trabalho, de modo a oportunizar as mesmas chances a todos, independente de

    suas caractersticas fsicas e sociais.

    XXXI - proibio de qualquer discriminao no tocante a salrio e critrios de admisso do trabalhador portador de deficincia;

    Aqui tambm a CF/88 enfatiza o princpio da no discriminao,

    assegurando que as pessoas com deficincia no sofram discriminao em virtude de suas restries fsicas ou psquicas.

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    XXXII - proibio de distino entre trabalho manual, tcnico e intelectual ou entre os profissionais respectivos;

    Novamente h aplicao do princpio da no discriminao, e a CLT possui

    passagem semelhante em seu artigo 3, nico, segundo o qual no haver distines relativas espcie de emprego e condio de trabalhador, nem entre

    o trabalho intelectual, tcnico e manual.

    XXXIII - proibio de trabalho noturno, perigoso ou insalubre a menores de dezoito e de qualquer trabalho a menores de dezesseis anos,

    salvo na condio de aprendiz, a partir de quatorze anos;

    No admitido o trabalho de menores em ambientes sujeitos a condies

    especiais que prejudiquem a sade ou a integridade fsica, tendo em vista que menores de idade ainda esto possuem condies fsicas e psquicas para serem

    submetidos a tais situaes.

    Alm disso, como o labor em perodo noturno tambm mais gravoso que o diurno, no se admite menores de idade em trabalho noturno.

    Menores com 14 anos completos a 16 anos incompletos somente podem ser

    contratados como aprendizes, que um contrato especial com intermediao obrigatria de instituio de ensino.

    XXXIV - igualdade de direitos entre o trabalhador com vnculo

    empregatcio permanente e o trabalhador avulso.

    O trabalhador avulso definido pela legislao previdenciria como quem

    presta, a diversas empresas, sem vnculo empregatcio, servio de natureza urbana ou rural definidos no Regulamento [da Previdncia Social]. o caso de

    ensacadores de caf, amarradores de embarcaes, estivadores, etc.

    Sendo assim, o trabalhador avulso no empregado, mas a esta categoria foram estendidos os direitos assegurados ao trabalhador com vnculo

    empregatcio.

    Finalizando os comentrios do art. 7 da CF/88 segue o seu pargrafo nico, que elenca os direitos constitucionalmente assegurados categoria dos

    trabalhadores domsticos:

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    Pargrafo nico. So assegurados categoria dos trabalhadores domsticos os direitos previstos nos incisos IV, VI, VIII, XV, XVII, XVIII,

    XIX, XXI e XXIV, bem como a sua integrao previdncia social.

    Direitos estendidos aos trabalhadores domsticos

    - Salrio mnimo (inciso IV) - Irredutibilidade do salrio (inciso VI)

    - Dcimo terceiro salrio (inciso VIII) - Repouso semanal remunerado (inciso XV)

    - Frias anuais remuneradas com 1/3 (inciso XVII) - Licena gestante (inciso XVIII)

    - Licena paternidade (inciso XIX)

    - Aviso prvio (inciso XXI) - Aposentadoria (inciso XXIV)

    3. Questes comentadas

    Agora vamos treinar um pouco com

    questes de prova. Se algum quiser treinar antes sem ver os comentrios,

    passe direto para o item 4 da aula: Lista das questes comentadas!

    1. (FCC_ANALISTA JUDICIRIO_REA ADMINISTRATIVA_TRT 24 REGIO _2011) O princpio que faz prevalecer a restrio autonomia da vontade no

    contrato trabalhista, em contraponto diretriz civil de soberania das partes no ajuste das condies contratuais, , especificamente, o princpio

    (A) da condio mais benfica. (B) da imperatividade das normas trabalhistas.

    (C) da primazia da realidade sobre a forma. (D) da continuidade da relao de emprego.

    (E) do in dubio pro operatio.

    O gabarito da questo a alternativa (B).

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    Em regra as normas trabalhistas so impositivas, no podendo ser afastadas por acordo entre as partes (empregador e empregado).

    Este princpio, tambm chamado de princpio da indisponibilidade das

    normas trabalhistas, uma limitao autonomia das partes no direito do trabalho.

    Como aprendemos na parte terica da aula, no direito civil as partes tm

    soberania para negociar clusulas contratuais, o que, no direito do trabalho, poderia vir a fazer com que o trabalhador abrisse mo de direitos para conquistar

    ou manter seu emprego.

    Assim, tendo em vista o j comentado desequilbrio entre capital e trabalho,

    no mbito trabalhista as partes no podem negociar livremente clusulas trabalhistas.

    As outras alternativas da questo apresentam princpios do Direito do

    Trabalho, mas nenhum deles diz respeito a restrio de autonomia da vontade, conforme solicitado no enunciado.

    2. (ESAF_JUIZ DO TRABALHO SUBSTITUTO_TRT 7 REGIO_2005 _ADAPTADA) A

    Consolidao das Leis do Trabalho consagra o princpio da inalterabilidade contratual lesiva, estabelecendo que no ser lcita a alterao das condies de

    trabalho, ainda que por mtuo consentimento, quando dessa modificao resultar, direta ou indiretamente, prejuzo ao trabalhador.

    A alternativa est correta.

    Conforme disposto no art. 468 da CLT, nos contratos individuais de trabalho s lcita a alterao das respectivas condies por mtuo

    consentimento, e ainda assim desde que no resultem, direta ou indiretamente, prejuzos ao empregado, sob pena de nulidade da clusula infringente desta

    garantia.

    Imaginemos a situao das empresas brasileiras que sofreram com a crise (mercado imobilirio e bancrio) que afligiu a Europa e Estados Unidos.

    Em momentos como esses, em que receitas desaparecem e a situao

    financeira torna-se crtica, uma das possibilidades da classe empresria, para reduzir custos e equilibrar as finanas, seria reduzir salrios, forando os

    empregados a aceitarem tal alterao contratual sob a ameaa de perderem o

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    emprego. Em face do princpio da inalterabilidade contratual lesiva, tais alteraes contratuais no teriam validade jurdica.

    Apenas um alerta: o princpio da inalterabilidade contratual lesiva, como

    outros, no absoluto; a reduo salarial, caso venha a ocorrer por meio de negociao coletiva, ser vlida, em virtude do disposto no art. 7, inciso VI, da

    CF/88 (So direitos dos trabalhadores (...) irredutibilidade salarial, salvo o disposto em conveno ou acordo coletivo).

    3. (15 Concurso para Procurador do Trabalho_Ministrio Pblico do

    Trabalho_2009) Dentre os mais importantes princpios especiais do Direito Individual do Trabalho indicados pela doutrina, incluem-se o princpio da

    proteo, o princpio da irrenunciabilidade dos direitos trabalhistas e o princpio

    da norma mais favorvel.

    A alternativa est correta. De fato, ela enumerou 3 princpios importantes da esfera trabalhista, sobre os quais comentamos na exposio terica.

    4. (15 Concurso para Procurador do Trabalho_Ministrio Pblico do

    Trabalho_2009) O princpio da primazia da realidade sobre a forma autoriza a descaracterizao de um contrato de prestao civil de servios, desde que

    despontem, ao longo de sua execuo, todos os elementos ftico-jurdicos da relao de emprego.

    Alternativa correta.

    Por meio deste princpio busca-se, no direito do trabalho, priorizar a

    realidade em detrimento da forma.

    No exemplo da alternativa podemos visualizar uma pessoa que o tpico

    empregado, laborando com pessoalidade, onerosidade, subordinao e no eventualidade (so os elementos ftico-jurdicos da relao de emprego, que

    estudaremos em outra aula), mas que tem um contrato de prestador de servios com a empresa seria uma relao de emprego mascarada por um contrato civil. Nestes casos, por aplicao do princpio da primazia da realidade sobre

    a forma, o contrato de direito civil seria desconstitudo e a relao de emprego seria configurada.

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    5. (15 Concurso para Procurador do Trabalho_Ministrio Pblico do Trabalho_2009) De acordo com a jurisprudncia consolidada do Tribunal Superior

    do Trabalho, o nus de provar o trmino do contrato de trabalho, quando negados a prestao de servio e o despedimento, do empregador, pois o

    princpio da continuidade da relao de emprego constitui presuno favorvel ao empregado.

    Alternativa correta, fundamentada na Smula 212 do TST:

    SUM-212 DESPEDIMENTO. NUS DA PROVA

    O nus de provar o trmino do contrato de trabalho, quando negados a prestao de servio e o despedimento, do empregador, pois o princpio da continuidade

    da relao de emprego constitui presuno favorvel ao empregado.

    Com base no princpio da continuidade da relao de emprego a regra que

    os contratos trabalhistas sejam firmados com prazo indeterminado.

    6. (ESAF_JUIZ DO TRABALHO SUBSTITUTO_TRT 7 REGIO_2005) O princpio da continuidade da relao de emprego objetiva a proteo do empregado, pautado

    na concepo de que a permanncia do vnculo constitui fator de segurana econmica do trabalhador, propiciando a sua incorporao ao organismo

    empresarial. Deflui, do citado princpio, luz da jurisprudncia uniforme do Tribunal Superior do Trabalho, presuno favorvel ao empregador, quando, em

    juzo, h que se provar o trmino do contrato de trabalho e so negados a prestao de servios e o despedimento.

    Alternativa incorreta. Percebam que ela prope (indevidamente) que a

    presuno seria do empregador quando, na verdade, a presuno do

    empregado, em virtude do princpio da continuidade da relao de emprego.

    7. (ESAF_AUDITOR FISCAL DO TRABALHO_MTE_2003_ADAPTADA) A reclassificao ou descaracterizao da insalubridade, por ato da autoridade

    competente, no repercute na satisfao do respectivo adicional, visto que configura ofensa a direito adquirido ou ao princpio da irredutibilidade salarial.

    Alternativa incorreta. Ela se relaciona ao assunto salrio, mas mantive

    nesta aula para comentarmos sobre o que tange ao princpio da irredutibilidade salarial.

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    Comentamos na parte terica da aula que o princpio da intangibilidade salarial confere ao salrio diversas garantias jurdicas, visto que o salrio tem

    natureza alimentar.

    Assim, a intangibilidade salarial abrange no apenas a irredutibilidade nominal do seu valor (nesta vertente teramos o princpio da irredutibilidade

    salarial), mas tambm vedao a descontos indevidos, tempestividade no pagamento, etc.

    Voltando questo, seu fundamento foi a Smula 248, onde se expressa

    que a descaracterizao da insalubridade repercute, sim, no adicional (que deixar de ser devido):

    SUM-248 ADICIONAL DE INSALUBRIDADE. DIREITO ADQUIRIDO A reclassificao ou a descaracterizao da insalubridade, por ato da autoridade

    competente, repercute na satisfao do respectivo adicional, sem ofensa a direito adquirido ou ao princpio da irredutibilidade salarial.

    8. (ESAF_ANALISTA JUDICIRIO_REA JUDICIRIA_TRT 7 REGIO_2003) O

    princpio da primazia da realidade estabelece que o real contedo da relao jurdica determinado pelo que se observa no dia-a-dia da execuo do contrato

    de trabalho, razo pela qual nenhuma irregularidade h no pagamento de salrio em quantia inferior inicialmente pactuada, desde que essa realidade tenha sido

    sempre vivenciada pelos contratantes.

    Alternativa incorreta.

    O princpio da primazia da realidade, como vimos, est relacionado

    priorizao da realidade em detrimento da forma.

    Na questo a situao hipottica do pagamento de salrio a menor irregular, sim, e contraria o princpio da intangibilidade salarial. Pode-se

    entender, tambm, que o fato atenta contra o princpio da inalterabilidade contratual lesiva.

    9. (ESAF_ANALISTA JUDICIRIO_REA JUDICIRIA_TRT 7 REGIO_2003) O

    princpio da continuidade da relao de emprego gera a presuno de que o trabalhador tem interesse na preservao do contrato de trabalho, fonte de sua

    subsistncia, pelo que no se pode presumir, sem quaisquer outros elementos, a ocorrncia de resilies contratuais por iniciativa de empregados.

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    Alternativa correta. Vimos que o princpio da continuidade da relao de emprego valoriza a permanncia do empregado no mesmo vnculo

    empregatcio, dadas as vantagens que isso representa.

    A Smula 212 do TST um exemplo de jurisprudncia relacionada a este princpio:

    SUM-212 DESPEDIMENTO. NUS DA PROVA

    O nus de provar o trmino do contrato de trabalho, quando negados a prestao de servio e o despedimento, do empregador, pois o princpio da continuidade

    da relao de emprego constitui presuno favorvel ao empregado.

    Assim, no se pode presumir a iniciativa do empregado no trmino

    (resilio) do contrato de trabalho; deve haver, no dizer da questo, outros elementos que comprovem a medida.

    10. (13 Concurso para Procurador do Trabalho_Ministrio Pblico do

    Trabalho_2007) O princpio da norma mais favorvel significa aplicar, em cada caso, a norma jurdica mais favorvel ao trabalhador, independentemente de sua

    colocao na escala hierrquica das fontes do direito.

    Alternativa correta.

    Estudamos em direito constitucional a hierarquia das normas (Constituio, leis ordinrias e complementares, Decretos, etc.) mas, no direito do trabalho,

    tendo em considerao o princpio da norma mais favorvel, deve-se aplicar ao caso concreto a norma jurdica mais favorvel ao trabalhador.

    11. (13 Concurso para Procurador do Trabalho_Ministrio Pblico do Trabalho_2007) O princpio da continuidade da relao de emprego confere

    suporte terico ao instituto da sucesso de empregadores.

    Alternativa correta.

    A sucesso de empregadores est relacionada ao princpio da continuidade da relao de emprego.

    Conforme a CLT, os contratos de trabalho continuam vigentes mesmo que

    haja mudana na propriedade na empresa (sucesso de empregadores):

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    CLT, art. 448 - A mudana na propriedade ou na estrutura jurdica da empresa no afetar os contratos de trabalho dos respectivos empregados.

    12. (FCC_TRT11_Analista Judicirio_rea Judiciria_2012) O Juiz do Trabalho

    pode privilegiar a situao de fato que ocorre na prtica, devidamente comprova a, em detrimento dos documentos ou do rtulo conferido relao de direito

    material. Tal assertiva, no Direito do Trabalho, refere-se ao princpio da (A) irrenunciabilidade.

    (B) intangibilidade salarial. (C) continuidade.

    (D) primazia da realidade. (E) proteo.

    Gabarito (D).

    Por meio do princpio da primazia da realidade busca-se, no direito do trabalho, priorizar a realidade em detrimento da forma.

    13. (FCC_ANALISTA JUDICIRIO_REA JUDICIRIA_TRT 24 REGIO_2011)

    Maria, estudante de direito, est discutindo com o seu colega de classe, Denis, a respeito das Fontes do Direito do Trabalho. Para sanar a discusso, indagaram ao

    professor da turma sobre as fontes autnomas e heternomas. O professor respondeu que as Convenes Coletivas de Trabalho, as Sentenas Normativas e

    os Acordos Coletivos so fontes (A) autnomas.

    (B) heternomas, autnomas e heternomas, respectivamente (C) autnomas, autnomas e heternomas, respectivamente.

    (D) autnomas, heternomas e autnomas, respectivamente.

    (E) heternomas.

    O gabarito (D).

    Convenes e Acordos Coletivos de Trabalho so elaborados pelos prprios destinatrios das normas, sendo, portanto, fontes autnomas. J as sentenas

    normativas tm origem no Poder Judicirio, sendo exemplos de normas heternomas.

    Relembrando o esquema anterior:

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    Fontes do Direito do Trabalho

    Fontes formais Fontes materiais

    Fontes Heternomas

    Fontes

    Autnomas

    Movimento sindical Movimento poltico dos

    operrios

    Constituio Leis

    Decretos

    Conveno Coletiva de Trabalho (CCT)

    Acordo Coletivo de

    Trabalho (ACT)

    14. (ESAF_ANALISTA JUDICIRIO_REA JUDICIRIA_TRT 7 REGIO_2003) Sobre as fontes do Direito do Trabalho, aponte a opo correta.

    a) As greves e os movimentos sociais organizados pelos trabalhadores representam as fontes formais do Direito do Trabalho.

    b) As convenes coletivas de trabalho, firmadas por sindicatos patronais e profissionais, qualificam-se como fontes heternomas do Direito do Trabalho.

    c) As leis representam as fontes autnomas por excelncia do Direito do Trabalho.

    d) O regulamento de empresa, elaborado sem qualquer participao do sindicato

    profissional correspondente, classifica-se como fonte autnoma do Direito do Trabalho.

    e) Os costumes, prticas reiteradas de determinadas condutas, reconhecidas como consentneas com os deveres jurdicos impostos ao corpo social,

    representam uma das fontes formais do Direito do Trabalho.

    Gabarito (E).

    Greves e movimentos sociais so fontes materiais do direito do trabalho.

    A alternativa (B) est errada porque CCT e ACT so fontes autnomas, enquanto na (C), que fala em leis, temos as fontes heternomas.

    Caso o sindicato obreiro participe da elaborao do regimento da empresa

    podemos classific-lo como fonte autnoma (existir participao dos

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    representantes dos empregados, e nessa hiptese o regulamento no surgir de imposio unilateral da empresa).

    15. (FCC_ANALISTA JUDICIRIO_REA ADMINISTRATIVA_TRT 24 REGIO

    _2011) Considera-se menor, para os efeitos de proteo ao trabalho do menor previsto na Consolidao das Leis do Trabalho, o trabalhador de

    (A) quatorze at dezoito anos. (B) dezesseis at dezoito anos.

    (C) quatorze at dezesseis anos. (D) doze at dezoito anos.

    (E) doze at dezesseis anos.

    O gabarito da questo a alternativa (A).

    Antes de completar quatorze anos no h possibilidade de menores

    exercerem atividades laborais. Quando o menor completa quatorze anos, pode trabalhar como aprendiz.

    Seguem os dispositivos da CLT e da CF/88 aplicveis:

    CLT, art. 402. Considera-se menor para os efeitos desta Consolidao o

    trabalhador de quatorze at dezoito anos.

    CF/88, art. 7, XXXIII - proibio de trabalho noturno, perigoso ou insalubre a menores de dezoito e de qualquer trabalho a menores de dezesseis anos, salvo

    na condio de aprendiz, a partir de quatorze anos;

    16. (FCC_ANALISTA JUDICIRIO_REA JUDICIRIA_TRT 3 REGIO_2009) O

    adolescente pode trabalhar (A) em qualquer atividade lcita, a partir dos 18 anos de idade.

    (B) em qualquer atividade lcita, a partir dos 13 anos de idade, desde que autorizado pelo Ministrio Pblico do Trabalho.

    (C) como aprendiz, desde que autorizado pelos pais, a partir de 13 anos de idade. (D) em atividades insalubres e perigosas, desde que autorizados pelos pais, a

    partir de 16 anos de idade. (E) em quaisquer atividades, desde que autorizado pelos pais, a partir dos 15

    anos de idade.

    O gabarito da questo a alternativa (A), lembrando-se das limitaes comentadas na questo anterior quanto ao trabalho de menores de 18 anos.

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    17. (FCC_ANALISTA JUDICIRIO_REA JUDICIRIA_TRT 4 REGIO_2006) facultativa a participao dos sindicatos nas negociaes coletivas de trabalho.

    Alternativa incorreta.

    obrigatria a participao do sindicato obreiro nas negociaes coletivas.

    O que pode ou no ocorrer a participao do sindicato patronal (diferenciao entre conveno coletiva e acordo coletivo).

    Segue o esquema com a classificao das normas trabalhistas autnomas:

    Negociao coletiva

    Conveno Coletiva de Trabalho

    (CCT)

    Acordo Coletivo de Trabalho

    (ACT)

    Resultado de negociao entre o

    sindicato patronal e o sindicato dos empregados

    Resultado de negociao entre

    uma (ou mais) empresa(s) e o sindicato dos empregados

    18. (FCC_ANALISTA JUDICIRIO_REA JUDICIRIA_TRT 4 REGIO_2006) Constitui direito dos trabalhadores urbanos e rurais, previsto na Constituio

    Federal: (A) repouso semanal remunerado, exclusivamente aos domingos.

    (B) adicional de remunerao para as atividades insalubres ou perigosas, excetuadas as penosas, na forma da lei.

    (C) seguro-desemprego, em caso de pedido de dispensa ou desemprego

    involuntrio. (D) reduo dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas de sade,

    higiene e segurana. (E) jornada suplementar com adicional mnimo de 25%.

    Gabarito (D).

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    O repouso semanal deve ser concedido preferencialmente aos domingos; h

    previso constitucional de adicional tambm para atividades penosas; seguro-desemprego no devido caso o empregado pea demisso; e o adicional de

    jornada extraordinria de, no mnimo, 50%.

    O inciso XXII do artigo 7 da CF/88 (reduo dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas de sade, higiene e segurana) um dos

    fundamentos de validade das Normas Regulamentadoras (NR) expedidas pelo Ministrio do Trabalho e Emprego, que objetivam resguardar a segurana e sade

    dos trabalhadores regidos pela CLT.

    19. (FCC_ANALISTA JUDICIRIO_REA JUDICIRIA_TRT 20 REGIO_2006)

    assegurada a igualdade de direitos entre o trabalhador com vnculo empregatcio permanente e o trabalhador avulso.

    Alternativa correta.

    CF/88, art. 7, XXXIV - igualdade de direitos entre o trabalhador com vnculo empregatcio permanente e o trabalhador avulso.

    O trabalhador avulso definido pela legislao previdenciria como quem presta, a diversas empresas, sem vnculo empregatcio, servio de natureza

    urbana ou rural definidos no Regulamento [da Previdncia Social]. o caso de ensacadores de caf, amarradores de embarcaes, estivadores, etc.

    Sendo assim, o trabalhador avulso no empregado, mas a esta categoria

    foram estendidos os direitos assegurados ao trabalhador com vnculo

    empregatcio.

    20. (FCC_ANALISTA JUDICIRIO_REA JUDICIRIA_TRT 20 REGIO_2006) A

    ao quanto aos crditos resultantes das relaes de trabalho, tem prazo prescricional de 2 anos para os trabalhadores rurais e 5 para os urbanos, at o

    limite de 1 ano aps a extino do contrato de trabalho.

    Alternativa incorreta.

    O limite de 2 anos se aplica aps o trmino de contrato, e o de 5 anos

    durante a vigncia do mesmo. No h diferenciao entre os prazos do trabalhador urbano e rural.

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    CF/88, art. 7 So direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, alm de outros que visem melhoria de sua condio social:

    (...)

    XXIX - ao, quanto aos crditos resultantes das relaes de trabalho, com prazo prescricional de cinco anos para os trabalhadores urbanos e

    rurais, at o limite de dois anos aps a extino do contrato de trabalho;

    4. Lista das questes comentadas

    1. (FCC_ANALISTA JUDICIRIO_REA ADMINISTRATIVA_TRT 24 REGIO _2011) O princpio que faz prevalecer a restrio autonomia da vontade no

    contrato trabalhista, em contraponto diretriz civil de soberania das partes no ajuste das condies contratuais, , especificamente, o princpio

    (A) da condio mais benfica. (B) da imperatividade das normas trabalhistas.

    (C) da primazia da realidade sobre a forma. (D) da continuidade da relao de emprego.

    (E) do in dubio pro operatio.

    2. (ESAF_JUIZ DO TRABALHO SUBSTITUTO_TRT 7 REGIO_2005 _ADAPTADA) A Consolidao das Leis do Trabalho consagra o princpio da inalterabilidade

    contratual lesiva, estabelecendo que no ser lcita a alterao das condies de

    trabalho, ainda que por mtuo consentimento, quando dessa modificao resultar, direta ou indiretamente, prejuzo ao trabalhador.

    3. (15 Concurso para Procurador do Trabalho_Ministrio Pblico do

    Trabalho_2009) Dentre os mais importantes princpios especiais do Direito Individual do Trabalho indicados pela doutrina, incluem-se o princpio da

    proteo, o princpio da irrenunciabilidade dos direitos trabalhistas e o princpio da norma mais favorvel.

    4. (15 Concurso para Procurador do Trabalho_Ministrio Pblico do

    Trabalho_2009) O princpio da primazia da realidade sobre a forma autoriza a descaracterizao de um contrato de prestao civil de servios, desde que

    despontem, ao longo de sua execuo, todos os elementos ftico-jurdicos da relao de emprego.

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    5. (15 Concurso para Procurador do Trabalho_Ministrio Pblico do Trabalho_2009) De acordo com a jurisprudncia consolidada do Tribunal Superior

    do Trabalho, o nus de provar o trmino do contrato de trabalho, quando negados a prestao de servio e o despedimento, do empregador, pois o

    princpio da continuidade da relao de emprego constitui presuno favorvel ao empregado.

    6. (ESAF_JUIZ DO TRABALHO SUBSTITUTO_TRT 7 REGIO_2005) O princpio da

    continuidade da relao de emprego objetiva a proteo do empregado, pautado na concepo de que a permanncia do vnculo constitui fator de segurana

    econmica do trabalhador, propiciando a sua incorporao ao organismo empresarial. Deflui, do citado princpio, luz da jurisprudncia uniforme do

    Tribunal Superior do Trabalho, presuno favorvel ao empregador, quando, em

    juzo, h que se provar o trmino do contrato de trabalho e so negados a prestao de servios e o despedimento.

    7. (ESAF_AUDITOR FISCAL DO TRABALHO_MTE_2003_ADAPTADA) A

    reclassificao ou descaracterizao da insalubridade, por ato da autoridade competente, no repercute na satisfao do respectivo adicional, visto que

    configura ofensa a direito adquirido ou ao princpio da irredutibilidade salarial.

    8. (ESAF_ANALISTA JUDICIRIO_REA JUDICIRIA_TRT 7 REGIO_2003) O princpio da primazia da realidade estabelece que o real contedo da relao

    jurdica determinado pelo que se observa no dia-a-dia da execuo do contrato de trabalho, razo pela qual nenhuma irregularidade h no pagamento de salrio

    em quantia inferior inicialmente pactuada, desde que essa realidade tenha sido sempre vivenciada pelos contratantes.

    9. (ESAF_ANALISTA JUDICIRIO_REA JUDICIRIA_TRT 7 REGIO_2003) O princpio da continuidade da relao de emprego gera a presuno de que o

    trabalhador tem interesse na preservao do contrato de trabalho, fonte de sua subsistncia, pelo que no se pode presumir, sem quaisquer outros elementos, a

    ocorrncia de resilies contratuais por iniciativa de empregados.

    10. (13 Concurso para Procurador do Trabalho_Ministrio Pblico do Trabalho_2007) O princpio da norma mais favorvel significa aplicar, em cada

    caso, a norma jurdica mais favorvel ao trabalhador, independentemente de sua colocao na escala hierrquica das fontes do direito.

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    11. (13 Concurso para Procurador do Trabalho_Ministrio Pblico do Trabalho_2007) O princpio da continuidade da relao de emprego confere

    suporte terico ao instituto da sucesso de empregadores.

    12. (FCC_TRT11_Analista Judicirio_rea Judiciria_2012) O Juiz do Trabalho pode privilegiar a situao de fato que ocorre na prtica, devidamente comprova

    a, em detrimento dos documentos ou do rtulo conferido relao de direito material. Tal assertiva, no Direito do Trabalho, refere-se ao princpio da

    (A) irrenunciabilidade. (B) intangibilidade salarial.

    (C) continuidade. (D) primazia da realidade.

    (E) proteo.

    13. (FCC_ ANALISTA JUDICIRIO_REA JUDICIRIA_TRT 24 REGIO_2011)

    Maria, estudante de direito, est discutindo com o seu colega de classe, Denis, a respeito das Fontes do Direito do Trabalho. Para sanar a discusso, indagaram ao

    professor da turma sobre as fontes autnomas e heternomas. O professor respondeu que as Convenes Coletivas de Trabalho, as Sentenas Normativas e

    os Acordos Coletivos so fontes (A) autnomas.

    (B) heternomas, autnomas e heternomas, respectivamente (C) autnomas, autnomas e heternomas, respectivamente.

    (D) autnomas, heternomas e autnomas, respectivamente. (E) heternomas.

    14. (ESAF_ANALISTA JUDICIRIO_REA JUDICIRIA_TRT 7 REGIO_2003)

    Sobre as fontes do Direito do Trabalho, aponte a opo correta.

    a) As greves e os movimentos sociais organizados pelos trabalhadores representam as fontes formais do Direito do Trabalho.

    b) As convenes coletivas de trabalho, firmadas por sindicatos patronais e profissionais, qualificam-se como fontes heternomas do Direito do Trabalho.

    c) As leis representam as fontes autnomas por excelncia do Direito do Trabalho.

    d) O regulamento de empresa, elaborado sem qualquer participao do sindicato profissional correspondente, classifica-se como fonte autnoma do Direito do

    Trabalho. e) Os costumes, prticas reiteradas de determinadas condutas, reconhecidas

    como consentneas com os deveres jurdicos impostos ao corpo social, representam uma das fontes formais do Direito do Trabalho.

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    15. (FCC_ANALISTA JUDICIRIO_REA ADMINISTRATIVA_TRT 24 REGIO _2011) Considera-se menor, para os efeitos de proteo ao trabalho do menor

    previsto na Consolidao das Leis do Trabalho, o trabalhador de (A) quatorze at dezoito anos.

    (B) dezesseis at dezoito anos. (C) quatorze at dezesseis anos.

    (D) doze at dezoito anos. (E) doze at dezesseis anos.

    16. (FCC_ANALISTA JUDICIRIO_REA JUDICIRIA_TRT 3 REGIO_2009) O

    adolescente pode trabalhar (A) em qualquer atividade lcita, a partir dos 18 anos de idade.

    (B) em qualquer atividade lcita, a partir dos 13 anos de idade, desde que

    autorizado pelo Ministrio Pblico do Trabalho. (C) como aprendiz, desde que autorizado pelos pais, a partir de 13 anos de idade.

    (D) em atividades insalubres e perigosas, desde que autorizados pelos pais, a partir de 16 anos de idade.

    (E) em quaisquer atividades, desde que autorizado pelos pais, a partir dos 15 anos de idade.

    17. (FCC_ANALISTA JUDICIRIO_REA JUDICIRIA_TRT 4 REGIO_2006)

    facultativa a participao dos sindicatos nas negociaes coletivas de trabalho.

    18. (FCC_ANALISTA JUDICIRIO_REA JUDICIRIA_TRT 4 REGIO_2006) Constitui direito dos trabalhadores urbanos e rurais, previsto na Constituio

    Federal: (A) repouso semanal remunerado, exclusivamente aos domingos.

    (B) adicional de remunerao para as atividades insalubres ou perigosas,

    excetuadas as penosas, na forma da lei. (C) seguro-desemprego, em caso de pedido de dispensa ou desemprego

    involuntrio. (D) reduo dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas de sade,

    higiene e segurana. (E) jornada suplementar com adicional mnimo de 25%.

    19. (FCC_ANALISTA JUDICIRIO_REA JUDICIRIA_TRT 20 REGIO_2006)

    assegurada a igualdade de direitos entre o trabalhador com vnculo empregatcio permanente e o trabalhador avulso.

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    20. (FCC_ANALISTA JUDICIRIO_REA JUDICIRIA_TRT 20 REGIO_2006) A ao quanto aos crditos resultantes das relaes de trabalho, tem prazo

    prescricional de 2 anos para os trabalhadores rurais e 5 para os urbanos, at o limite de 1 ano aps a extino do contrato de trabalho.

    5. Gabaritos

    1. B 11. C

    2. C 12. D

    3. C 13. D

    4. C 14. E

    5. C 15. A

    6. E 16. A

    7. E 17. E

    8. E 18. D

    9. C 19. C

    10. C 20. E

    6. Concluso

    Bom pessoal,

    Este assunto no tem grande histrico de ocorrncia em provas, e por isso a quantidade de questes desta aula no foi alta.

    Entretanto, o estudo dos princpios importante para entendermos os

    fundamentos do direito do trabalho, e pensando nesta linha interessante ler e reler esta aula para compreendermos o universo da legislao trabalhista.

    Espero que tenham gostado da aula, e se surgir alguma dvida quanto ao

    assunto apresentado, estou disposio para auxili-los(as).

    Grande abrao e bons estudos,

    Prof. Mrio Pinheiro

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    7. Lista de legislao, Smulas e OJ do TST relacionados aula

    CF/88

    CF/88, art. 84. Compete privativamente ao Presidente da Repblica: (...) IV - sancionar, promulgar e fazer publicar as leis, bem como expedir decretos e

    regulamentos para sua fiel execuo;

    CLT

    CLT, art. 8 - As autoridades administrativas e a Justia do Trabalho, na falta de disposies legais ou contratuais, decidiro, conforme o caso, pela jurisprudncia,

    por analogia, por eqidade e outros princpios e normas gerais de direito, principalmente do direito do trabalho, e, ainda, de acordo com os usos e

    costumes, o direito comparado, mas sempre de maneira que nenhum interesse de classe ou particular prevalea sobre o interesse pblico.

    CLT, art. 114, 2 Recusando-se qualquer das partes negociao coletiva ou

    arbitragem, facultado s mesmas, de comum acordo, ajuizar dissdio coletivo de natureza econmica, podendo a Justia do Trabalho decidir o conflito, respeitadas

    as disposies mnimas legais de proteo ao trabalho, bem como as convencionadas anteriormente.

    Art. 165 - Os titulares da representao dos empregados nas CIPA (s) no podero sofrer despedida arbitrria, entendendo-se como tal a que no se fundar

    em motivo disciplinar, tcnico, econmico ou financeiro.

    Art. 448 - A mudana na propriedade ou na estrutura jurdica da empresa no

    afetar os contratos de trabalho dos respectivos empregados

    Art. 459 - O pagamento do salrio, qualquer que seja a modalidade do trabalho, no deve ser estipulado por perodo superior a 1 (um) ms, salvo no que

    concerne a comisses, percentagens e gratificaes.

    Art. 462 - Ao empregador vedado efetuar qualquer desconto nos salrios do empregado, salvo quando este resultar de adiantamentos, de dispositvos de lei

    ou de contrato coletivo.

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    CLT, art. 468 - Nos contratos individuais de trabalho s lcita a alterao das respectivas condies por mtuo consentimento, e ainda assim desde que no

    resultem, direta ou indiretamente, prejuzos ao empregado, sob pena de nulidade da clusula infringente desta garantia.

    CLT, art. 611 - Conveno Coletiva de Trabalho o acordo de carter normativo, pelo qual dois ou mais Sindicatos representativos de categorias econmicas e

    profissionais estipulam condies de trabalho aplicveis, no mbito das

    respectivas representaes, s relaes individuais de trabalho.

    1 facultado aos Sindicatos representativos de categorias profissionais celebrar Acordos Coletivos com uma ou mais empresas da correspondente

    categoria econmica, que estipulem condies de trabalho, aplicveis no mbito

    da empresa ou das acordantes respectivas relaes de trabalho.

    TST

    SUM-51 NORMA REGULAMENTAR. VANTAGENS E OPO PELO NOVO

    REGULAMENTO. ART. 468 DA CLT

    I - As clusulas regulamentares, que revoguem ou alterem vantagens deferidas anteriormente, s atingiro os trabalhadores admitidos aps a revogao ou

    alterao do regulamento.

    SUM-212 DESPEDIMENTO. NUS DA PROVA

    O nus de provar o trmino do contrato de trabalho, quando negados a prestao de servio e o despedimento, do empregador, pois o princpio da continuidade

    da relao de emprego constitui presuno favorvel ao empregado.

    SUM-248 ADICIONAL DE INSALUBRIDADE. DIREITO ADQUIRIDO

    A reclassificao ou a descaracterizao da insalubridade, por ato da autoridade competente, repercute na satisfao do respectivo adicional, sem ofensa a direito

    adquirido ou ao princpio da irredutibilidade salarial.