Upload
others
View
0
Download
0
Embed Size (px)
Citation preview
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
INSTITUTO A VEZ DO MESTRE
CURSO DE LOGÍSTICA EMPRESARIAL
A LOGISTICA REVERSA E A CONSTRUÇÃO CIVIL:
UMA QUESTAO AMBIENTAL
PATRICIA NOVAES ROCHA HINGEL
RIO DE JANEIRO
2010
2
A LOGISTICA REVERSA E A CONSTRUÇÃO CIVIL:
UMA QUESTAO AMBIENTAL
PATRICIA NOVAES ROCHA HINGEL
Monografia apresentada à
Universidade Cândido
Mendes, como requisito
parcial para obtenção de grau
de especialista em Logística
Empresarial.
Orientador: Jorge Tadeu Vieira Lourenço
RIO DE JANEIRO
2010
3
Agradecimentos
Agradeço aos meus pais, meu namorado, amigos, colegas da pós e
trabalho por mais uma conquista de muitas que ainda estão por vir.
E claro a Deus, que sem ele nós não somos nada.
4
A maioria das pessoas não percebeu ainda,
mas lentamente os conceitos vão se transformando.
Já existem consumidores que não usam
determinadas marcas porque há comentários de que
não pagam bem seus funcionários, que usam
trabalho infantil ou escravo ou, ainda, que
contaminam o meio ambiente com seus dejetos e
não se preocupam com a destinação final do seu
produto pós-uso. Se a empresa não se preocupar
com o que chamo de responsabilidade empresarial,
logo, logo começará a sofrer os danos de sua
imagem e no seu consumo.
Paulo Roberto Leite
5
RESUMO
A solução para os resíduos sólidos da construção é a reciclagem, pois um grande percentual de todo esse resíduo pode ser aproveitado se não na construção, mais em outro setor de produção, como estradas, siderúrgicas etc. Assim sendo, o objetivo do nosso estudo é investigar as soluções encontradas para os resíduos sólidos da construção civil, portanto, buscamos compreender como se dá o processo de logística reversa no setor mencionado. O presente trabalho foi dividido em três capítulos, cujos temas são respectivamente: capítulo I histórico da construção civil, capítulo II: conceitos e definições da logística, capítulo III: a relação entre logística reversa, construção civil e desenvolvimento sustentável. A metodologia aplicada neste trabalho baseou-se em pesquisas bibliográficas, com leitura de artigos, teses, revistas do gênero e matérias de jornais e sites.
6
SUMÁRIO INTRODUÇÃO 05 CAPÍTULO I: A CONSTRUÇÃO CIVIL: BREVE HISTÓRICO 07 1.1 - Urbanismo e a habitação 11 1.2 - As desigualdades urbanísticas ambientais 15 CAPÍTULO II: LOGÍSTICA EMPRESARIAL: A LOGÍSTICA REVERSA EM QUESTÃO 17 2.1 - Conceituando logística reversa 18 2.2 - Fatores críticos que influenciam a eficiência do processo de logística reversa 20 2.3 - Informações e planejamento da distribuição física 22 2.4 - Eficiência do processo de logística reversa 23 2.5 - Bons controles de entrada 23 2.6 - Processos padronizados e mapeados 23 2.7 - Tempo de ciclo reduzidos 23 2.8 - Sistemas de informação 24 2.9 - Rede logística planejada 24 2.10 - Relações entre clientes e fornecedores 25 2.11 - A reciclagem 25 CAPÍTULO III: ASUSTENTABILIDADE E A CONSTRUÇÃO CIVIL 27 3.1 - Desenvolvimento sustentável 28 3.2 - As tentativas de proteção e recuperação do meio ambiente 31 3.3 A construção civil 35 3.4 os impactos 36 3.5 A construção sustentável 39 3.6 O meio ambiente 39 3.7 Gerenciamento de resíduos 40 3.8 - Reciclagem RCD 40 CONCLUSÃO 42 BIBLIOGRAFIA 43
7
INTRODUÇÃO
A construção civil por ser uma das principais atividades econômicas do
país, ainda apresenta graves problemas de execução e construção de seus
projetos. As empresas de construção ainda estão atrasadas em comparação
ao mercado mundial, em relação ao tratamento de seus materiais e resíduos.
A grande demanda habitacional durante o longo da história fez com que,
o consumo de recursos naturais aumentasse desenfreadamente,
independentemente de sua origem e com isso, os resíduos da construção
fossem despejados em aterros sanitários saturados. Com a implementação do
conceito de sustentabilidade, as empresas se vêem obrigadas a adotar novas
medidas de produção, adequando à base ambiental, econômica, social e
cultural para as futuras gerações, preservando ao máximo o meio ambiente.
A necessidade de implementação de projetos habitacionais que visem o
baixo consumo de energia e materiais não renováveis é necessidade urgente
em todas as empresas, principalmente nas de construção civil, pois é um
mercado que cresce no país e precisa estar de acordo com as legislações
ambientais, pois a população e órgão públicos estão atentos para a qualidade
dos serviços e produtos.
A solução para os resíduos sólidos da construção é a reciclagem, pois
um grande percentual de todo esse resíduo pode ser aproveitado se não na
construção, mais em outro setor de produção, como estradas, siderúrgicas etc.
Não podemos deixar de acrescentar a educação ambiental voltada para toda a
camada da população. Desde os funcionários das empresas de construção
civil, com certificações pontuais até a população em geral para lidar com as
novas formas de lidar com o meio ambiente, visando às gerações futuras.
Diante do grande consumo de recursos naturais ao longo da história da
humanidade, perpassando pelos estágios de desenvolvimento, Revoluções,
urbanização das cidades, comercialização de produtos advindos da
globalização, as empresas a partir de encontros mundiais, onde a pauta é a
escassez dos recursos naturais e a qualidade de vida da população humana
ficou evidenciada a necessidade de adoção do conceito de sustentabilidade.
8
O crescimento populacional juntamente com o movimento cidade x
campo, campo x cidade, fez com que a construção de residências e obras de
infra-estrutura das cidades crescesse desenfreadamente. Em conseqüência
desse crescimento e mobilidade, a construção civil se tornou um setor de
importante papel no processo de desenvolvimento do país, responsável
também, pelas bases estruturais da moderna sociedade industrial, sendo um
dos pilares da estrutura econômica e social no processo de industrialização.
Com esse crescimento, as atividades, seja ela no campo, indústria e nas
cidades, a construção civil apoiada pelos governos, principalmente militares,
proporcionou a separação de classes, impulsionando a proliferação de favelas
no Brasil.
É importante no urbanismo das cidades, empregando a forma de
trabalho à população que vive dessa atividade, mas seu crescimento tomou
proporções desastrosas por falta de regulamentação no despejo de seus
resíduos.
Com o conceito de desenvolvimento sustentável, as empresas vêm
sendo obrigadas a adotar medidas e de sustentabilidade com redução de
consumo, adequação de projetos e programas de reciclagem, educação e
reaproveitamento de seus materiais para enquadra-se em certificações,
priorizando sua sobrevivência econômica, a preservação dos recursos naturais
e a sustentabilidade em suas construções e para qualidade de vida das
gerações futuras.
É nesta perspectiva que se insere o presente trabalho, o qual foi dividido
em três capítulos, cujos temas são respectivamente: capítulo I histórico da
construção civil, capítulo II: conceitos e definições da logística, capítulo III: a
relação entre logística reversa, construção civil e desenvolvimento sustentável.
9
METODOLOGIA
A metodologia aplicada neste trabalho baseou-se em pesquisas
bibliográficas, com leitura de artigos, teses, revistas do gênero e matérias de
jornais e home pages.
10
CAPÍTULO I: A CONSTRUÇÃO CIVIL: BREVE HISTÓRICO
As primeiras cidades surgiram no interior das comunidades agrícolas
mais ou menos 2.000 A.C., no Egito. Na Idade Média, devido ao comércio que
já era exercido com grande intensidade, as cidades começaram sua expansão
e a necessidade de fixação nas mesmas foi se reforçando. O aumento
populacional aliado às migrações geradas pelo comércio e instalações de
fábricas nos principais centros comerciais demandou a construção de
edificações, pontes e obras de infra-estrutura para estas cidades. Inicialmente
as construções eram feitas de madeiras, utilizando-as em grande quantidade,
fazendo com que as florestas próximas as cidades, que cresciam em grande
velocidade e todo o recurso natural que ajudasse na construção dessas,
começassem a ser consumidos, sem preocupação com sua extinção (FARAH,
1992).
No primeiro estágio de desenvolvimento da Construção Civil, na época
do Brasil colônia, as técnicas utilizadas na construção de fortalezas, igrejas e
mosteiros, edifícios, aquedutos eram as mesmas que os europeus utilizavam,
adaptadas ao meio e às condições de trabalhos coloniais. Não envolviam
nenhum conhecimento teórico ou de pesquisa. As obras eram ‘riscadas’ e
construídas por mestres portugueses ou por militares ‘oficiais de engenharia’
ou ainda por padres instruídos em questões de arquitetura para a construção
de mosteiros e igrejas (VARGAS, 1994).
A partir do primeiro quartel do século 17, tornam-se cada vez mais
numerosas as construções de pedra e cal, inclusive casas particulares, essas
casas eram feitas artesanalmente, sem nenhum plano formal, às vezes pelo
próprio morador ou seus vizinhos e amigos. No período colonial, a atividade
construtiva consistiu principalmente na execução de edificações residenciais,
nas propriedades rurais e nas cidades, as quais se caracterizavam pela
uniformidade de plantas e técnicas construtivas (FARAH, 1992)
Porém não houve muito desenvolvimento tecnológico na parte de
engenharia, pois a base operária ainda era escravista, que desestimulava
investimentos nesta área pelas proibições legais.
11
Com o crescimento das cidades, a indústria começava a se expandir,
financiada por bancos de países como Estados Unidos e Inglaterra,
alavancando a industrialização e forçando um movimento de migração das
pessoas que viviam no campo, apenas da agricultura, para as cidades. Com
isso, a necessidade de moradia fez crescer a construção de casas mais sólidas
e de melhor qualidade para abrigar as autoridades que administravam o
comércio, bancos e indústrias exigindo projetos de engenharia mais
sofisticados, de acordo com os estabelecimentos que se instalavam (VARGAS,
1994).
Segundo Farah (1998), a então denominada auto-produção, era
realizada pelo governo ou de iniciativas particulares utilizando a mão de obra
escrava que, depois foi substituída por mão de obra assalariada, voltando a
estimular os investimentos na área de construção. Com esse incentivo,
voltaram a ocorrer as migrações européias, aumentando a demanda por
construções, principalmente nos centros industriais, vilas operárias e cortiços.
O setor de construção civil brasileira tem papel importante no processo
de desenvolvimento do Brasil. A atividade construtora tornou-se um dos
setores responsáveis pela criação das bases estruturais da moderna sociedade
industrial, tornando-se uma dos principais pilares de estrutura econômica e
social, indispensável no prosseguimento do processo de industrialização.
Com relação ao conhecimento na área de construção, Vargas (1994)
salienta que, nesse período, o ensino de engenharia era baseado apenas em
tratados, a maioria dos quais franceses, com predominância nos cálculos
matemáticos, ficando a qualidade e empregabilidade dos materiais e a
condução das construções, a cargo dos mestres.
A migração populacional também influenciou significativamente nos
moldes da construção, onde a diversificação cultural era aplicada nas
edificações com a troca de técnicas estrangeiras e a habilidade, tanto de
engenheiros, como dos empregados nas empresas de fabricação de materiais
para construção.
À medida que os edifícios passavam a ser comercializados, seus
insumos começavam também ter valor de mercado, onde a procura e
12
exploração dos mesmos tornando-se rentáveis para o mercado. Comerciantes
com visão na área de construção exploravam áreas como florestas, rios e
regiões onde a procura e exploração desses insumos pudessem atender a
nova necessidade do mercado moderno das construções.
No final do século XIX, a Revolução Industrial já demonstrava sinais de
grande ameaça para a qualidade de vida de sua população, devido à poluição
gerada por suas fábricas, primeiramente na Europa. No Brasil, por volta dos
anos 50, o desenvolvimento econômico teve sua principal atividade
impulsionadora com o setor automobilístico, que era considerado o “status”
para a sociedade e o principal meio de transporte para que a produção agrícola
pudesse ser mais facilmente transportada entre os centros produtores e
distribuidores (VARGAS, 1994).
Esse crescimento populacional e a mobilidade industrial, aliado à
construção civil, que dava início à extração de recursos naturais era, de acordo
com certo entendimento humano, utilizado, explorado e catalogado em
benefício da humanidade, não dando importância ao esgotamento destes
recursos não renováveis utilizados ao longo de sua cadeia de produção e,
muito menos, com os prejuízos causados pelo desperdício de materiais e o
destino dado aos rejeitos utilizados.
A partir do crescimento das cidades, onde a construção civil tornou-se
um grande investimento financeiro, chegavam ao Brasil arquitetos e
engenheiros que estudavam em países da Europa estimulados pelo governo
para alavancar o desenvolvimento através de urbanização copiada dos moldes
europeus, inclusive com suas edificações que davam status para a classe
média local. Alguns destes arquitetos e engenheiros já percebiam que após as
guerras e as revoluções européias, a necessidade de preservação era uma dos
principais pilares da sustentabilidade e paisagismo urbano, mas já esbarravam
nos interesses comerciais que impulsionavam as construções (FARAH, 1992).
No Brasil, nunca existiu consciência ecológica, até o final dos anos 80,
resultando danos ambientais irreparáveis, junto ao processo de migração
acontecido na metade do século passado, onde a mecanização da lavoura
impulsionou a saída do homem do campo, com um percentual de migração
13
CAMPO X CIDADE na ordem de 75% para 25%, sendo invertida, aumentando
a necessidade de novas habitações. Esse movimento de migração provocou
um crescimento descontrolado da população urbana, demandando serviços
equipamentos públicos, transporte, comércio, escolas, tecnologia, causando
transtornos nas cidades (VARGAS, 1994).
Com toda essa explosão gerada com a Revolução Industrial, o campo
tomou frente aos interesses urbanos, onde a produção agrícola satisfez direta
ou indiretamente a cidade, pois a produção de alimentos, matéria prima para a
indústria, estimulava a quebra das barreiras comerciais e industriais e cada vez
mais o homem buscava novos mercados.
O crescimento de estruturas públicas construídas abriu espaço para o
crescimento populacional e grande parte de pessoas excluídas das atividades
agrícolas foram atraídas pela necessidade de sobrevivência e o sonho de viver
nas grandes cidades fez com que essas pessoas seguissem às indústrias
oferecendo mão de obra para a construção desses instrumentos de
comunicação entre os povos.
Esse foi o primeiro indício de globalização que começava a crescer no
mundo, onde a necessidade de consumo aliado à tecnologia faz com que as
indústrias começassem a exportar para outros centros comerciais os produtos
e alimentos que eram fabricados no campo e toda matéria prima consumida,
aumentando o consumo de máquinas, cujo capital era revertido para os bancos
financiadores da Revolução Industrial.
Assim, as cidades começaram a crescer e seus problemas
socioeconômicos também. O número de pessoas a ocupar a cidade começou a
aumentar em busca por melhores condições de e vida faziam com que os
serviços de infra-estrutura ficassem precários e a falta de moradia empurrava
essas pessoas para áreas mais distantes.
No Brasil entre os anos de 1940 e 1980, mais da metade da população
abandona o campo e atualmente 1/3 dela permaneceu lá e foram se concentrar
nas grandes metrópoles. São Paulo, por exemplo, absorve 11% do total
demográfico, concentrando em uma área de 1% do país. Com isso, vários
problemas foram surgindo ao longo dos anos, como ocupação desordenada,
14
carência de moradias, favelização, transporte, falta de emprego, violência,
atendimento médico hospitalar, uma vez que grandes epidemias surgiam com
a falta de saneamento junto com a poluição ambiental (FARAH, 1992).
No início do processo de metropolização as ferrovias e as rodovias
serviam como eixos centralizadores que faziam com que a população as
seguisse para o interior das cidades, exemplificando as cidades do Rio de
Janeiro, Belo Horizonte e São Paulo, pois as indústrias se instalavam ao longo
dessas vias transportando matéria prima e alimentação retiradas das fazendas
que se alojavam no interior. Com isso, os loteamentos isolados foram
ocupados irregularmente, incentivados pela especulação imobiliária, fazendo
com que a população sem recursos, se alojasse em áreas mais afastadas dos
grandes centros.
O surgimento de bairros, incentivados pela urbanização que eram
levados por pequenas indústrias, fazendas e, construções pesadas
aumentavam o número de construções de residências e a necessidade de
desvio de cursos dos rios, utilização de terra, areia e argila para a fabricação
das edificações já refletia significativamente no meio ambiente da forma como
era explorado.
Com o crescimento das cidades os recursos utilizados pelas indústrias
da construção civil não eram regulados por órgãos do governo, ainda mais a
partir do Governo Vargas e de Juscelino, onde o incentivo ao desenvolvimento
era a principal meta de governo. Com isso, todo material utilizado nas
construções sofriam e ainda sofrem ataques constantes ilegais e são vendidos
clandestinamente para o setor da construção. Seus resíduos eram e ainda são
depositados em margens de rios, utilizados como aterro para grandes terrenos
para novas construções ou despejados em aterros sanitários sem qualquer
tratamento ou separação (VARGAS, 1994).
15
1.1 - URBANISMO E A HABITAÇÃO
O Brasil e os demais países da América Latina apresentam um imenso
crescimento no processo de urbanização na segunda metade do século XX. A
população urbana crescia de forma impressionante e já em 1940 a população
brasileira era em torno de 18,8 milhões de habitantes e pelos números do
IBGE, em 2000 já estávamos com cerca de 138 milhões. Esse aumento
considerado em cerca de 125 milhões mostra a necessidade habitacional que
se criou nesses 60 anos. E novos dados foram estimados em julho de 2009,
esse número chegou aos 191.480.630 habitantes, demonstrando como o
crescimento demográfico afeta os padrões de habitação do país. Com todo
esse movimento e mudança do cenário urbano nacional, a construção de
assentamentos residenciais para a população, desencadeou a necessidade de
satisfazer outras necessidades como trabalho, abastecimento, transporte,
saúde, energia, água etc. Porém, essa necessidade não foi e até hoje não é
correspondida satisfatoriamente.
Ainda considerando os países da Américas, o Brasil pela sua posição
geográfica e o número de riquezas por essa terra oferecida, apresentava
cidades de grande porte desde o período colonial, mas é somente a partir da
virada do século XIX e das primeiras décadas do século XX que o processo de
urbanização começa a tomar forma consolidada, impulsionada pela
emergência do trabalho livre, pela Proclamação da República e por uma
indústria impulsionada pelas atividades de cafeicultura para exportação e das
necessidades básicas do mercado interno.
Segundo Maricato (2000, p. 22), o final do século XIX e início do século
XX começaram a ser feitas as obras de saneamento básico e embelezamento
paisagístico para um mercado imobiliário de corte capitalista e ao mesmo
tempo a população que não fazia parte deste grupo era excluída e expulsa
para os morros e as franjas da cidade. Manaus, Belém, Porto Alegre, Curitiba,
Santos, Recife, São Paulo e principalmente o Rio de Janeiro passaram por
essas mudanças que conjugaram saneamento ambiental, embelezamento e
segregação territorial.
16
Esses trabalhadores que eram a mão de obra de toda urbanização
dessas cidades foram expulsos dos grandes centros e formaram suas
comunidades com os mesmos erros dos empreendedores. A falta de
organização urbanística, o poder aquisitivo que não lhes permitiam comprar ou
construir suas casas mais próximas aos seus trabalhos com condições
favoráveis de habitação e aliados à especulação e valorização destas terras
segregavam cada vez mais a população.
O setor agrário com toda sua força manteve-se fortalecido até que a
revolução burguesa denominada por Florestan Fernandes faz com que o
Estado investisse no desenvolvimento industrial visando a substituição de
importações. A burguesia industrial acaba assumindo a hegemonia política da
sociedade. Essa mudança na sociedade brasileira é marcada pelo processo de
urbanização, quando o país já se tornara República independente.
O processo de industrialização consolidado pelos anos de 1930 a 1940,
controlados pelo capital internacional toma outra forma após 1950, quando o
país começa a produzir bens duráveis, incluindo imóveis, que inicialmente eram
adquiridos pela classe burguesa capitalista e/ou comerciantes influentes, que
segregavam ainda mais as faixas de renda e habitação. Houve uma
transformação profunda na ocupação do solo urbano até a moradia, o que não
significa que tenha sido homogeneamente moderna. Ao contrário, os bens
modernos passam a integrar um cenário em que a pré-modernidade sempre foi
marcante, especialmente na moradia ou no padrão de urbanização dos bairros
da periferia (MARICATO, 1996).
A predação ambiental que acompanha cada ciclo econômico brasileiro.
Além de utilizar os melhores esforços e energia do país, que restam
imobilizados e abandonados quando produto que é objeto desse movimento
deixa de ser demandado pelo mercado externo, o território também e arrasado,
como aconteceu com o ciclo da cana, ouro, do café etc.
De 1940 a 1980, o PIB brasileiro cresceu a índices superiores a 7% ao
ano, um dos maiores do mundo fazendo com que tal crescimento econômico
melhorasse a qualidade de vida das pessoas que tinham migrado do campo
para a cidade e incentivando ainda, os que estavam por vir.
17
O BNH (Banco Nacional de Habitação) integrado ao SFH (Sistema
Financeiro de Habitação), criados pelo regime militar em 1964 fez com que as
cidades mudassem seus padrões. Recursos financeiros foram integrados ao
mercado habitacional, onde as cidades começaram um processo de
verticalização das construções. Apartamentos viraram a principal forma de
moradia da classe média, ocasionando a promoção imobiliária privada. As
cidades têm suas características completamente modificadas urbanisticamente,
mudam o mercado fundiário e vários aspectos da cadeia produtiva (que, apesar
disso, não abandona suas características de atraso em relação ao processo de
trabalho).
Apesar do crescimento da linha de crédito, os governos desviaram a
atenção dos vazios urbanos para jogar a população em áreas completamente
inadequadas ao desenvolvimento urbano racional, penalizando seus
moradores e também todos os contribuintes que tiveram de arcar com a
extensão da infra-estrutura (MARICATO, 1987).
O SFH (Sistema Financeiro de Habitação) investiu em grandes obras,
pois o governo brasileiro tinha a visão de desenvolvimento a qualquer custo,
estimulada pelos militares, estendendo o serviço de água tratada para a
população e a construção de vias locais e regionais custeadas, principalmente
pelos orçamentos estaduais e municipais.
Na segunda metade dos anos 70, as atividades ligadas à construção
civil ajudaram a manter o significativo crescimento do PIB, que já dava sinais
de desaceleração (MARICATO, 1987).
Esse modelo de crescimento econômico onde a classe média tinha todo
o privilégio na parte de infra-estrutura das cidades grandes funcionou por
longos anos mantendo suas bases bem sólidas até hoje, criando também,
grandes contingentes da população sem acesso aos bens e direitos sociais
como: previdência, saúde, leis trabalhistas, habitação, educação e
principalmente saneamento básico.
Com a recessão dos anos 80 e 90, onde a taxa de crescimento
demográfico superou ao PIB, fazendo com que a renda per capita das famílias
chegasse à números negativos, começaram a se agravar as crises nas áreas
18
social e ambiental, com aumento de moradias irregulares e o crescimento das
comunidades nas encostas dos morros, várzeas, alagados e em bairros com
população pequena por todo o país. Essas décadas, chamadas de “décadas
perdidas” fez com que, pela primeira vez, aglomerados de pessoas vivessem
com a concentração da pobreza urbana, de onde posteriormente, essa
especulação de propriedade e territoriedade trouxessem a violência urbana
atingindo a forma humilde, mas pacífica de convivência social da população.
19
1.2 - AS DESIGUALDADES URBANÍSTICAS AMBIENTAIS
O número de comunidades construídas no país não pára de crescer,
tanto que o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) não possui
dados concretos de quantos núcleos são criados e quais situações. Muitas
delas em terrenos abandonados por empresas que decretaram falência ou
simplesmente encerraram suas operações por falta de segurança em seu
entorno ou se transferindo para cidades onde o índice de desenvolvimento
humano é maior e existem pessoas mais qualificadas para trabalhar em suas
atividades.
Outra situação que não devemos desprezar são terrenos pertencentes a
prefeituras, estados e até mesmo à união, protegidos por órgãos ambientais,
mas não utilizados e preservados, ficando à disposição de invasões
estimuladas por forças paralelas que se instalam nos grandes centros,
aumentando a violência por conta da miséria da população. Estima-se pelo
IBGE que, entre os anos de 1991 e 2000, houve um aumento de 22% do
número de comunidades em todo o Brasil, sendo a maior concentração nos
Estados de São Paulo e Rio de Janeiro.
A ilegalidade da ocupação do solo, onde o governo tem o dever de zelar,
virou uma máquina de produzir favelas e agredir ao meio ambiente, porém, não
devemos simplesmente dizer que a pobreza é a principal causadora dos danos
ambientais. A função sobre esses problemas ambientais, sociais e econômicos
são heranças de uma defasagem histórica, onde criaram uma sociedade de
raízes coloniais, que internamente nunca rompeu com a dominação externa e
também internamente não rompeu com patrimonialismo e do privilégio.
Com essa relação de proprietário e poder, o atraso nas políticas públicas
e registros de propriedade no Brasil, permitiu que as devastações em áreas
ambientais, invasões e apropriações em terras devolutas constituíssem tais
atrasos tanto na legislação, ocasionando a proliferação da especulação
imobiliária, apropriações de patrimônios culturais e moradias irregulares, onde
o poder público não consegue atender a demanda de emergência que a
população necessita.
20
Após os debates internacionais que vieram se formulando sobre meio
ambiente, tendo início em Estocolmo e consolidando-se no Rio, constatou-se
que a humanidade chegou a um limite e que temos que adotar urgentemente
padrões e estilos sustentáveis de desenvolvimento. Os problemas ambientais
são produto de um desenvolvimento desigual para as sociedades, e nocivo
para os sistemas naturais. Isto supera a perspectiva tecnocrática no tratamento
da crise ambiental, indo contra a teoria ilusória de que somente a tecnologia
resolveria a crise ambiental.
Hoje o governo, sociedade civil e as empresas têm papel fundamental
na mudança dessa realidade ambiental e habitacional no país, com leis que
regulamentem áreas de construção, despejos de resíduos, reciclagem dos
mesmos, como essas áreas serão afetadas em seus entornos, quais as
conseqüências que os empreendimentos imobiliários ocasionarão em
determinada região socialmente, culturalmente e principalmente na questão
ambiental, pois o quadro atual, claramente demonstrado por estudos
científicos, indica que os ecossistemas continuam sentindo o impacto de
padrões insustentáveis de produção e desenvolvimento das cidades.
21
CAPÍTULO II: LOGÍSTICA EMPRESARIAL: A LOGÍSTICA REVERSA EM
QUESTÃO
Nas últimas décadas, ocorreram mudanças relevantes no ambiente
empresarial. As empresas que antes eram vistas como instituições com
limitadas responsabilidades perante o mercado consumidor, que não tinham
que se preocupar com a concorrência e com a satisfação de seus clientes
depararam-se com uma situação totalmente inusitada e foram obrigadas a
mudar seus processos de produção e atendimento para manter-se no mercado.
Para resolver este problema rapidamente de forma a se enquadrarem no
mesmo patamar de seus concorrentes, as empresas resgataram um antigo
conceito de administração dos fluxos de bens, serviços e informações,
utilizando principalmente no contexto militar, que nada mais é que a logística
empresarial.
Segundo Ballou (2001), a missão da logística é dispor a mercadoria ou
serviço certo, no lugar certo, no tempo certo e nas condições desejadas, ao
mesmo tempo em que fornece a maior contribuição à empresa.
Verifica-se que a sociedade tem manifestado uma crescente
sensibilidade ecológica, motivada pelos evidentes crimes ambientais que vêm
ocorrendo e que exige das empresas maior responsabilidade, no que se refere
o descarte de resíduos no meio-ambiente.
Para atender essa nova exigência da sociedade, surge uma nova área
da Logística Empresarial, a Logística Reversa, que conforme Leite (2003):
É a área da logística empresarial que planeja, opera e controla o fluxo das informações logísticas correspondentes, do retorno dos bens de pós-venda e de pós-consumo ao ciclo de negócios ou ao ciclo produtivo, por meio de canais de distribuições reversos, agregando-lhes valor de diversas naturezas: econômico, ecológico, legal, logístico, de imagem corporativa, entre outros.
Com a abertura de mercados ao comércio internacional, migração de
capitais, uniformização e expansão tecnológica, avanço do comercio eletrônico
e expansão dos meios de comunicação, percebe-se que há uma constante
22
mudança nos hábitos e conceitos, procedimentos e instituições. Globalização
implica na uniformização de padrões econômicos e culturais em âmbito
mundial. O mundo passou a ser visto como uma referência para obtenção de
mercados, locais de investimento e fontes de matérias-primas.
Nesse universo de crescentes exigências em termos de produtividade e
de qualidade do serviço oferecido aos clientes, as organizações passaram a se
preocupar mais com a qualidade do fluxo de bens dentro do processo
produtivo, com o objetivo de atender bem ao cliente e conseqüentemente
fidelizá-lo, mas para isso houve a necessidade de mudarem suas estratégias.
Uma das soluções encontradas para amparar estas mudanças foi à
logística empresarial, que de acordo com Pozzo (2002), trata de todas as
atividades de movimentação e armazenagem que facilitam o fluxo de produtos
desde o ponto de aquisição da matéria-prima até o ponto de consumo final,
assim como dos fluxos de informação que colocam os produtos em movimento,
com o propósito de providenciar níveis de serviço adequados aos clientes a um
custo razoável.
Segundo Gomes (2004), logística é o processo de gerenciar
estrategicamente a aquisição, movimentação, e armazenamento de materiais,
peças e produtos acabados, sua distribuição, pela organização e pelos seus
canais de marketing de modo a poder maximizar as lucratividades presentes e
futuras por meio de atendimento dos pedidos a baixo custo. Porém,
atualmente, somente a logística não basta para conquistar e fidelizar o
mercado consumidor, houve uma mudança na visão de consumo nas
sociedades modernas, que tem se preocupado cada vez mais com as questões
que tratam do equilíbrio ambiental.
23
2.1 - CONCEITUANDO LOGÍSTICA REVERSA
A logística, no que diz respeito ao aspecto da distribuição direta, já se
consolidou como agente importante para os mais diversos processos de
fornecimento, armazenagem, estocagem, produção e distribuição de produtos
até o consumidor e as empresas. A logística é responsável por planejar,
implementar e gerenciar, de forma eficaz, o fluxo de matérias-prima, produtos e
informações ao longo da cadeia.
Ao contrário da logística direta, a logística reversa por enquanto não
conta com uma estrutura suficiente para fazer fluir, de forma eficiente, todos os
resíduos, embalagens, produtos, entre outros, gerados pela cadeia de
distribuição direta.
Logística reversa é um tema pouco explorado, de pouca produção
textual. Foi nos anos 90, que segundo Chaves; Martins (2005), surgiram novas
abordagens sobre o assunto, destacando o aumento da preocupação com
questões ambientais, legislação nessa área, órgãos de fiscalização e a
preocupação com as perdas por parte das empresas, como aspectos que
contribuíram para a evolução do tema logística reversa.
A conceituação mais antiga sobre logística reversa data do início dos
anos 70. Onde se aplica o conceito de distribuição, porém voltados para o
processo de forma inversa, com o objetivo de se atender as necessidades de
recolhimento de materiais provenientes do pós-consumo e pós-venda.
No final dos anos 70, destaca-se a logística reversa dando-se uma maior
atenção para os aspectos da reciclagem e suas vantagens para o meio
ambiente, e também seus benefícios econômicos, além da importância dos
canais reversos como forma de viabilizar o retorno dos efluentes.
Leite (2003, p. 16-17) conceitua logística reversa da seguinte forma:
(...) área da logística empresarial que planeja, opera e
controla o fluxo e as informações logísticas correspondentes, do retorno dos bens de pós-vendas e de pós-consumo ao ciclo de negócios ou ao ciclo produtivo, por meio dos canais de distribuição reversos, agregando-lhes valor de diversas naturezas: econômica, ecológica, legal, logístico, de imagem corporativa, entre outros.
24
A logística reversa é responsável por tornar possível o retorno de
materiais e produtos, após sua venda e consumo, aos centros produtivos e de
negócios, por meio dos canais reversos de distribuição agregando valor aos
mesmos.
A rapidez com que um produto é lançado no mercado, o rápido avanço
da tecnologia, juntamente com um grande fluxo de informações; a alta
competitividade das empresas e o crescimento da consciência ecológica
quanto às conseqüências provocadas pelos produtos e seus descartes no meio
ambiente, estão contribuindo para a adoção de novos comportamentos por
parte das organizações e da sociedade de um modo geral, sinalizando assim
para uma valorização maior dos processos de retorno de produtos e materiais
descartados no meio ambiente.
Chaves; Martins (2005) destacam um outro aspecto que está
ocasionando o crescimento da importância da logística reversa nas operações
de logística empresarial. Segundo eles, a causa desse crescimento dá-se ao
grande potencial econômico que possui o processo logístico reverso e que no
momento não tem sido explorado como deveria.
25
2.2 - FATORES CRÍTICOS QUE INFLUENCIAM A EFICIÊNCIA DO
PROCESSO DE LOGÍSTICA REVERSA
A disponibilidade de informações é imprescindível á gestão racional da
distribuição física. Com efeito, as informações são utilizadas para ao
planejamento, o funcionamento e o controle dos resultados. Evidentemente, a
existência de informações constitui uma condição necessária apenas, mas não
suficiente, pois o gestor da distribuição física precisa de informações de
qualidade, selecionadas, precisas e de fácil acesso.
Dependendo de como o processo de logística reversa é planejado e
controlado, este terá uma maior ou menor eficiência. Alguns dos fatores
identificados como sendo crítico e que contribuem positivamente para o
desempenho do sistema de logística reversa são comentados a seguir:
• Bons Controles de Entrada: No início do processo de logística reversa,
é preciso identificar corretamente o estado dos materiais que retornam
para que estes possam seguir o fluxo reverso correto ou mesmo impedir
que materiais que não devam entrar no fluxo o façam. Por exemplo,
identificando produtos que poderão ser revendidos, produtos que
poderão ser recondicionados ou que terão de ser totalmente reciclados.
• Processos padronizados e mapeados Uma das maiores dificuldades
na logística reversa é que ela é tratada como um processo esporádico,
contingencial, e não como um processo regular. Ter processos
corretamente mapeados e procedimentos formalizados é condição
fundamental para se obter controle e conseguir melhorias.
• Tempo de ciclo reduzidos Tempo de ciclo se refere ao tempo entre a
identificação da necessidade de reciclagem, disposição ou retorno de
produtos e seu efetivo processamento. Tempos de ciclo longos
adicionam custos desnecessários porque atrasam a geração de caixa
(pela venda de sucata, por exemplo) e ocupam espaço, dentre outros
aspectos. Fatores que levam a altos tempos de ciclo são controles de
entrada ineficientes, falta de estrutura (equipamentos, pessoas)
26
dedicada ao fluxo reverso e falta de procedimentos claros para tratar as
“ exceções” que são, na verdade, bastante freqüentes.
• Sistemas de informação A capacidade de rastreamento de retornos,
medição dos tempos de ciclo, medição do desempenho de fornecedores
(avarias nos produtos, por exemplo) permite obter informação crucial
para negociação, melhoria de desempenho e identificação de abusos
dos consumidores no retorno de produtos. Construir ou mesmo adquirir
esses sistemas de informação é um mesmo desafio. Praticamente
inexistem no mercado sistemas capazes de lidar com o nível de
variações e flexibilidade exigida pelo processo de logística reversa.
• Rede logística planejada - Da mesma forma que no processo logístico
direto, a implementação de processo logístico reversos requer a
definição de uma infra-estrutura logística adequada para lidar com os
fluxos de entrada de materiais usados e fluxos de saída de materiais
processados. Instalações de processamento e armazenagem e sistemas
de transporte devem ser desenvolvidos para ligar de forma eficiente os
pontos de consumo onde os materiais usados devem ser coletados até
as instalações onde serão utilizados no futuro.
• Relações colaborativas entre clientes e fornecedores - No
contexto dos fluxos reversos que existem entre varejistas e indústria,
onde ocorrem devoluções causadas por produtos danificados, surgem
questões relacionadas ao nível de confiança entre as partes envolvidas.
São comuns conflitos relacionados à interpretação de quem é a
responsabilidade sobre os danos causados aos produtos. Os varejistas
tendem a considerar que os danos são causados por problemas no
transporte ou mesmo por defeitos de fabricação. Os fornecedores
podem suspeitar que está havendo abuso por parte do varejista ou que
isto é conseqüência de um mau planejamento. Em situações extremas,
isso pode gerar disfunções como a recusa para aceitar devoluções, o
atraso para creditar as devoluções e a adoção de medidas de controle
dispendiosas.
27
2.3 - INFORMAÇÕES E PLANEJAMENTO DA DISTRIBUIÇÃO FÍSICA
Um dos problemas com que se defronta o gerente da distribuição física é
adequações disponíveis à necessidades específicas do processo de tomada de
decisão. Se as informações não apresentam a qualidade desejada, ele deverá
ainda encontrar um meio de melhorá-las, através de uma coleta metódica e de
uma seleção rigorosa, bem como do processamento e da análise dos dados.
A utilização de informações de qualidade constitui um meio de reduzir a
incerteza, e de obter previsões mais confiáveis, permitindo assim ao
administrador uma tomada de decisão mais coerente. Assim, ele estará em
condições de:
• Determinar os custos de distribuição física por produto, por clientes, por
região etc.;
• Estabelecer o orçamento de cada um dos subsistemas (armazenagem,
transporte);
• Determinar as necessidades atuais e futuras do órgão (em termos de
construção de novos depósitos).
2.4 - EFICIÊNCIA DO PROCESSO DE LOGÍSTICA REVERSA
Dependendo de como o processo de logística reversa é planejado e
controlado, este terá uma maior ou menor eficiência. alguns dos fatores
identificados como sendo críticos e que contribuem positivamente para o
desempenho do sistema de logística reversa são comentados abaixo:
28
2.5 - BONS CONTROLES DE ENTRADA
No início do processo de logística reversa é preciso identificar
corretamente o estado dos materiais que retornam para que estes possam
seguir o fluxo reverso correto ou mesmo impedir que materiais que não devam
entrar no fluxo o façam. Por exemplo, identificando produtos que poderão ser
revendidos, produtos que poderão ser recondicionados ou que terão que ser
totalmente reciclados. Sistemas de logística reversa que não possuem bons
controles de entrada, dificultam todo o processo subseqüente, gerando
retrabalho. Podem também ser fonte de atritos entre fornecedores e clientes
pela falta de confiança sobre as causas dos retornos. Treinamento de pessoal
é questão chave para obtenção de bons controles de entrada.
2.6 - PROCESSOS PADRONIZADOS E MAPEADOS
Um das maiores dificuldades na logística reversa é que ela é tratada
como um processo esporádico, contingencial e não como um processo regular.
Ter processos corretamente mapeados e procedimentos formalizados é
condição fundamental para se obter controle e conseguir melhorias.
2.7 - TEMPO DE CICLO REDUZIDOS
Tempo de ciclo se refere ao tempo entre a identificação da necessidade
de reciclagem, disposição ou retorno de produtos e seu efetivo processamento.
Tempos de ciclos longos adicionam custos desnecessários porque atrasam a
geração de caixa (pela venda de sucata, por exemplo) e ocupam espaço,
dentre outras aspectos.
Fatores que levam a altos tempos de ciclo são controles de entradas
ineficientes, falta de estrutura (equipamentos, pessoas) dedicada ao fluxo
reverso e falta de procedimentos claros para tratar as "exceções" que são, na
verdade, bastante freqüentes.
29
2.8 - SISTEMAS DE INFORMAÇÃO
A capacidade de rastreamento de retornos, medição dos tempos de
ciclo, medição do desempenho de fornecedores (avarias nos produtos, por
exemplo) permite obter informação crucial para negociação, melhoria de
desempenho e identificação de abusos dos consumidores no retorno de
produtos. Construir ou mesmo adquirir estes sistemas de informação é um
grande desafio. Praticamente inexistem no mercado sistemas capazes de lidar
com o nível de variações e flexibilidade exigida pelo processo de logística
reversa.
2.9 - REDE LOGÍSTICA PLANEJADA
Da mesma forma que no processo logístico direto, a implementação de
processos logísticos reversos requer a definição de uma infra-estrutura
logística adequada para lidar com os fluxos de entrada de materiais usados e
fluxos de saída de materiais processados. Instalações de processamento e
armazenagem e sistemas de transporte devem desenvolvidos para ligar de
forma eficiente os pontos de consumo onde os materiais usados devem ser
coletados até as instalações onde serão utilizados no futuro.
Questões de escala de movimentação e até mesmo falta de correto
planejamento podem levar com que as mesmas instalações usadas no fluxo
direto sejam utilizados no fluxo reverso, o que nem sempre é a melhor opção.
Instalações centralizadas dedicadas ao recebimento, separação,
armazenagem, processamento, embalagem e expedição de materiais
retornados podem ser uma boa solução, desde que haja escala suficiente.
30
2.10 - RELAÇÕES ENTRE CLIENTES E FORNECEDORES
No contexto dos fluxos reversos que existem entre varejistas e
indústrias, onde ocorrem devoluções causadas por produtos danificados,
surgem questões relacionadas ao nível de confiança entre as partes
envolvidas. São comuns conflitos relacionados à interpretação de quem é a
responsabilidade sobre os danos causados aos produtos.
Os varejistas tendem a considerar que os danos são causados por
problemas no transporte ou mesmo por defeitos de fabricação. Os
fornecedores podem suspeitar que esteja havendo abuso por parte do varejista
ou que isto é conseqüência de um mau planejamento. Em situações extremas,
isto pode gerar disfunções como a recusa para aceitar devoluções, o atraso
para creditar as devoluções e a adoção de medidas de controle dispendiosas.
Fica claro que práticas mais avançadas de logística reversa só poderão
ser implementadas se as organizações envolvidas na logística reversa
desenvolverem relações mais colaborativas.
2.11 -A RECICLAGEM
O entulho da construção civil - uma montanha diária de resíduos
formada por argamassa, areia, cerâmicas, concretos, madeira, metais, papéis,
plásticos, pedras, tijolos, tintas etc - tornou-se um sério problema nas grandes
cidades brasileiras. E deveria estar na pauta das administrações municipais, já
que a partir de julho de 2004, de acordo com a resolução 307 do Conselho
Nacional do Meio Ambiente (Conama), as prefeituras estarão proibidas de
receber os resíduos de construção e demolição no aterro sanitário. Cada
município deverá ter um plano integrado de gerenciamento de resíduos da
construção civil.
Há muitos anos as políticas públicas estão voltadas para o lixo domiciliar
e ao esgoto. Ignora-se o problema do resíduo da construção. Resultados de
pesquisas anteriores demonstram que as características dos resíduos de
construção são muito variáveis. As tecnologias existentes não conseguem
31
medir as características dos resíduos em tempo real de forma que mesmo
agregados reciclados de excelente qualidade são empregados em funções
menos exigentes, desvalorizando o produto.
Assim, uma das metas mais ambiciosas para a construção civil é
desenvolver um conjunto de tecnologias de caracterização dos resíduos que
torne possível a identificação rápida e segura das oportunidades de reciclagem
mais adequadas para cada lote. O objetivo é ampliar o mercado para os
produtos reciclados e valorizar a fração de boa qualidade. As pesquisas neste
campo vêm também gerando diversas publicações e trazendo colaborações na
produção de documentos na área de reaproveitamento de resíduos da
construção.
32
CAPÍTULO III: ASUSTENTABILIDADE E A CONSTRUÇÃO CIVIL
O termo original foi “desenvolvimento sustentável”, um termo adaptado
pela Agenda 21, Programa das Nações Unidas. Algumas pessoas hoje se
referem ao termo “desenvolvimento sustentável” como um termo amplo, pois
implica desenvolvimento continuado, e insistem que ele deve ser preservado
somente para as atividades de desenvolvimento. “Sustentabilidade”, então, é
hoje em dia usado como um termo amplo para todas as atividades humanas
sejam elas no campo social, econômico, ecológico e cultural. Todos se
encontram interligados de qualquer forma, pois são interdependentes, fazendo
com que o conceito tenha várias visões e interpretações.
Com a explosão habitacional na América Latina, as empresas
começaram a se capitalizar afim de, explorar esse nicho de mercado que atrai
as classes populacionais, devido ao desenvolvimento econômico aliado à
globalização que explodiu no mundo capitalista.
Os grandes centros começam a crescer e as arquiteturas das cidades
precisavam de cortes mais modernos, onde pudessem incluir a tecnologia que
surge à todo momento em seus empreendimentos e conseguir alocar mais
pessoas por metro construído. A verticalização chega aos centros comerciais e
residenciais fazendo com que, as cidades tomem dimensões cada vez maiores
e comporte o número de pessoas à medida que cresce.
Os bairros que, anteriormente tinham paisagens características da
classe média do período colonial e depois do início do século XX, tomam um
novo panorama de verticalização, típico do capitalismo dominante. Com isso,
as empresas constroem sem parar, mas os problemas ambientais que
envolvem a construção civil são os mesmos. Seus resíduos para aonde vão e
como podem ser reaproveitados, seu consumo de eletricidade, água, esgoto e
característica urbana que determinados bairros e cidades podem tomar com
esse crescimento.
A lucratividade das empresas supera os interesses sobre o meio
ambiente, onde cada vez mais as empresas voltam-se somente para o lucro a
qualquer custo, sem se preocupar, inclusive, com a dimensão que as
33
construções desenfreadas podem acarretar na estrutura da cidade. Com o
número avançados de residências e prédios que determinados bairros podem
suportar, não tendo preocupação por parte do governo com outros fatores
como escola, saúde, transporte etc.
Porém, na maioria das vezes, essas construções que, inicialmente foram
feitas para a classe média e que tem acesso aos diversos serviços como
transporte próprio, planos de saúde e escolas particulares, hoje sofrem com o
mesmo caos urbano, com a de super população desses bairros, ocasionando
uma segregação de classes.
34
3.1 - DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
Segundo o conceito da Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e
Desenvolvimento (1987), que define desenvolvimento sustentável como
“satisfazer as necessidades presentes sem comprometer as necessidades das
gerações futuras” significa dar um basta à degradação do meio ambiente e a
tudo o que ela provoca como escassez dos recursos naturais não renováveis,
mais a fome e pobreza.
Esse conceito foi utilizado pela primeira vez na Assembléia Geral das
Nações unidas em 1979, indicando que o desenvolvimento poderia ser um
progresso integral que inclui dimensões culturais, éticas, políticas, sociais,
ambientais, e não somente econômicas. Esse conceito foi mundialmente
disseminado pelos relatórios do Worldwatch Institute na década de 80 e
particularmente pelo relatório “Nosso Futuro Comum”, produzido pela
Comissão das Nações Unidas para o Maio Ambiente e desenvolvimento.
Muitas críticas e muitos outros conceitos foram posteriormente lançados para
complementar o conceito, como, “desenvolvimento humano” (PNUD, 1993),
“desenvolvimento humano sustentável” (CORRAGIO, 1996, P.10), entre outros.
Desde a origem do homem e o processo evolutivo que a sociedade vem
sofrendo, sua relação com o meio ambiente é marcada por avanços
tecnológicos que faz com que haja uma necessidade de consumo crescente.
Mesmo com a distribuição por territórios, na África, Ásia, Oceania e nas
Américas, a raça humana sobrevivia na base da subsistência, cuidando do seu
sustento, com os animais para caça e pesca em suas épocas certas. Suas
plantas eram cultivadas em seus biomas de origem e suas colheitas
respeitadas em cada região, sem prejudicar sua geração e preocupada com a
futura.
Após as navegações européias, onde a busca de riquezas em terras
desconhecidas e as guerras entre os povos à procura de novas riquezas e
dominações, as transformações culturais, alimentares, sócio-econômicas do
mundo começaram a sofrer uma desigualdade sem tamanho.
35
Dentro desse contexto, o impacto causado por essas transformações
repentinas sobre o meio ambiente começou a alterar as características de vida
e a cultura das populações. As variáveis históricas, como o modo de produção,
estrutura das classes, recursos tecnológicos e a cultura de cada região são
preponderantes em toda essa mudança de comportamento das sociedades e a
resposta da Terra a esta agressão.
A natureza é a mãe da matéria prima, de onde retiramos todas as
nossas necessidades. A concepção de que os recursos naturais existem em
grande quantidade e ilimitado é um erro grave. O crescimento contínuo das
sociedades humanas remonta as sociedades pré-capitalistas, permanecendo
em nossa concepção, causando danos irreversíveis à natureza, por ser uma
concepção falsa.
A ação da espécie humana sobre o meio ambiente tem uma
característica qualitativa única: possui um enorme potencial desequilibrador,
pois as mudanças que provoca nem sempre são assimiláveis pelos
ecossistemas, ameaçando assim a permanência dos sistemas naturais.
Com esse poder de desequilibrar o ecossistema com suas
necessidades, o crescimento sócio-econômico, cultural e social de cada
sociedade é abordado por Morin (1994), com os seguintes pontos:
• Maior poder de raciocínio;
• Capacidade técnica;
• Densidade populacional; e
• Atuações do homem sobre o meio ambiente têm como finalidade, não
apenas a sua reprodução física, mas principalmente a satisfação de
necessidades socialmente fabricadas.
Esse quarto ponto demonstra que, dentro da evolução da sociedade, a
cada período, século que se passa, a necessidade de consumo vem fazendo
com que a Terra fique casa vez mais carente de seus recursos e mostra a sua
resistência, perante a incapacidade humana de modificar o quadro que vem se
mostrando catastrófico.
A Revolução Industrial ocorrida no séc. XVII e XIX estabeleceu um
marco na expansão do mercado e no crescimento populacional, onde as
36
pessoas partiam em busca de melhores condições de vida, porém os
governantes nunca se preocuparam ou não se prepararam com e para esse
crescimento desenfreado das grandes cidades e indústrias, com a entrada de
capital estrangeiro para financiar as fábricas, o comércio começava a crescer,
demandando uma produção maior de vestimentas, alimentação, espaços para
a indústria e a necessidade de movimento econômico, onde não havia
planejamento para tal crescimento e a preocupação com a escassez de nossos
recursos naturais foram explorados de tal maneira que muitos deles chegaram
a sua extinção total, como podemos citar o Brasil, rico em ouro, pedras
preciosas, madeiras nobres que foram exploradas pelos europeus de forma
predatória e criminosa, que não tinham interesse em fixar moradias no Brasil.
Com o inchamento do fenômeno industrialização, as cidades
começaram a crescer de forma desordenada, conforme podemos citar São
Paulo a partir de 1900, com a chegada de milhares de pessoas em busca de
emprego e moradia, como acontece até hoje. A infra-estrutura das cidades
começou a não comportar o número de pessoas que não paravam de chegar
aos grandes centros, fazendo com que essa migração continuasse para o
interior. Povos que antes viviam no interior das cidades, de maneira contida e
vivendo de sua própria produção, viam nas grandes cidades a oportunidade de
melhor vida, desapontando-se em seguida e vivendo na miséria, fato que
acompanha nosso cotidiano.
37
3.2 - AS TENTATIVAS DE PROTEÇÃO E RECUPERAÇÃO DO MEIO
AMBIENTE
No séc. XX surge um incentivo ao consumo constante com inovações
tecnológicas a todo custo, através da mídia, mudando o comportamento
cultural de toda sociedade. Esse consumo desenfreado, aliado a falta de
controle e renovação dos sistemas naturais, se instalou no mundo com sua
capacidade de domínio sobre a vontade humana manipulando as necessidades
econômicas e sociais da Terra.
No período pós Revolução, onde o Capitalismo já estava caminhando a
longos passos, a sociedade se organizava para enfrentar a pobreza da
população que era dividida, mas continuava a crescer sem uma preparação e
começava a devastar os recursos naturais. Ambientalistas, ecologistas e
sociólogos começaram a questionar aonde chegaria o mundo com essa
devastação e a desorganização.
O homem apresenta duas características principais que são: a liberdade
e a sociabilidade. Ao despertar para a condição que o faz único entre os outros
elementos da natureza, isto é, a possibilidade de optar, dizer sim ou não, de
produzir ou construir seu próprio destino, ele dá um salto de qualidade e
conscientiza-se do imperativo da socialização, não como vontade sua e sim
pela própria condição humana. (PASSOS, 1990)
Porém, essa consciência para que a sociedade se organize e decida de
forma definitiva pela sua evolução e qualidade de vida quantitativa e qualitativa,
vem sendo refletida ao longo de muitos anos, através de estudos e encontros
mundiais para que a sociedade humana ganhe um novo rumo, uma nova
consciência e se organize.
A falta de cuidado com o meio ambiente em todo o mundo veio
causando danos irreparáveis a natureza durante séculos, e os países mais
pobres, hoje sofrem as conseqüências dessa injustiça na devastação de
recursos que ficou para trás ao longo desses períodos de explorações. Temos
exemplos na África que foi colonizada, explorada e abandonada durante toda a
38
história da humanidade e seu povo sofre as conseqüências desse abando dos
órgãos internacionais.
A luta do homem por uma igualdade de direitos do uso e preservação de
seu sustento pode ser avaliada pela idéia dos seringueiros na luta da época de
Chico Mendes, onde afirmavam que, o seringal era para ser cuidado como se
estivessem cuidando de si próprios, pois retirar as árvores que lhe dão o
sustento, o de comer do dia a dia seria o fim daquela comunidade, o fim de
suas vidas. Por isso, eles se organizavam para impedir que seu sustento
virasse pastos, mas a ganância e impunidade fizeram e fazem com que muitos
sejam excluídos desse processo de preservação e cuidado com suas vidas.
As lutas sociais para introdução de regras democráticas nas relações do
homem e a natureza devem ser reforçadas, pois somente os movimentos
sociais podem fazer valer seus direitos para com sua qualidade de vida. Esses
mesmos movimentos devem manifestar sua satisfação e/ou insatisfação com
as decisões do Estado para com as decisões e rumos tomados em relação do
uso dos recursos naturais.
Hoje a governabilidade dos países está preocupando-se com a falta de
matéria prima e das condições de clima e água que estão piorando a cada dia.
Por isso, grupos voltados para o interesse, dito Global, se reúnem em forma de
protocolo para não decidir e formalizar nada de positivo.
O que eles não conseguem entender, que os seres humanos devem
gozar de igualdade no uso dos recursos naturais e deve haver uma distribuição
justa dos custos em termos ambientais, que outrora fora causado pelo
desenvolvimento econômico dos países com maior poder de destruição. O que
falta é equidade no acesso aos recursos naturais, nos limites de capacidade
que a natureza tem de suportar o desgaste provocado pela exploração.
Nas duas décadas do século passado, o tema meio ambiente veio à
tona por conta da preocupação mundial sobre nossa qualidade de vida. Com a
sociedade mundial um pouco mais organizada, governos, organismos
internacionais, organizações não governamentais, movimentos populares lutam
por um desenvolvimento humano, menos econômico e voltado para a causa da
39
vida. Como o conceito de desenvolvimento sustentável, o conceito de
desenvolvimento humano é muito amplo, e por vezes, ainda vago.
A preocupação da comunidade internacional com os limites do
desenvolvimento do planeta data, desde a década de 60, quando começaram
as discussões sobre os riscos da degradação do meio ambiente. Tais
preocupações tomaram o campo de discussões internacionais que levaram a
ONU a promover uma conferência sobre meio ambiente em Estocolmo (1972).
A Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e
Desenvolvimento, realizada no Rio de Janeiro, em 1992 – RIO 92 – mostrou
um crescimento do interesse mundial pelo futuro do planeta, muitos países
deixaram de ignorar as relações entre desenvolvimento sócio-econômico e
modificações no meio ambiente. Entretanto, as discussões foram ofuscadas
pela declaração dos Estados Unidos, que forçou a retirada dos cronogramas
pela eliminação da emissão de CO2 (que constavam do acordo sobre o clima)
e não assinou a convenção sobre a biodiversidade.
O termo desenvolvimento sustentável define seus princípios em atender
as populações mais pobres e limitadas tecnologicamente, procurando atender
e preservar as suas necessidades e preservação cultural das regiões mais
degradadas. A estratégia de desenvolvimento sustentável visa promover a
harmonia em seres humanos e entre a natureza.
Para tanto são necessários:
• Sistema político com efetiva participação dos cidadãos no processo de
decisão;
• Sistema econômico competente para gerar excedente e conhecimentos
técnicos em bases confiáveis e constantes;
• Sistema social capaz de resolver as diferenças causadas por um
desenvolvimento desigual;
• Sistema tecnológico que busque novas soluções;
• Sistema internacional com padrões sustentáveis de comércio e
financiamento;
• Sistema administrativo flexível e capaz de auto corrigir-se.
40
O desenvolvimento sustentável não trata somente da redução do
impacto da atividade econômica no meio ambiente e nem especificamente a
um problema limitado de adequações ecológicas de um processo social, mas
principalmente das conseqüências dessa relação na qualidade de vida e no
bem-estar da sociedade, tanto presente quanto futura.
Muitas vezes, desenvolvimento é confundido com crescimento
econômico, que depende do consumo crescente de energia e recursos
naturais. Esse tipo de desenvolvimento tende a ser insustentável, pois leva ao
esgotamento dos recursos naturais dos quais a humanidade depende.
Atividades econômicas podem ser encorajadas em detrimento da base de
recursos naturais dos países.
Desses recursos depende não só a existência humana e a diversidade
biológica, como o próprio crescimento econômico. O desenvolvimento
sustentável sugere, de fato, qualidade em vez de quantidade, com redução do
uso de matérias-primas e produtos e o aumento da reutilização e da
reciclagem.
O desenvolvimento econômico é vital para os países mais pobres, mas o
caminho a seguir não pode ser o mesmo adotado pelos países industrializados.
Mesmo porque, não seria possível. Caso as sociedades do Hemisfério Sul
copiassem os padrões das sociedades do Norte, a quantidade de combustíveis
fósseis consumida atualmente aumentaria 10 vezes a de recursos minerais,
200 vezes. Ao invés de aumentar os níveis de consumo dos países em
desenvolvimento, é preciso reduzir ou readequar os níveis de consumo dos
países em desenvolvimento, é preciso reduzir os níveis observados nos países
industrializados.
Na Conferência Rio 92, que foi sem dúvida, o grande marco para o
desenvolvimento sustentável mundial foi aprovada uma série de documentos
importantes, dentre os quais a Agenda 21, um plano de ação mundial para
orientar a transformação desenvolvimentista, identificando, em 40 capítulos,
115 áreas de ação prioritária. A Agenda 21 apresenta como um dos principais
fundamentos da sustentabilidade o fortalecimento da democracia e da
cidadania, através da participação dos indivíduos no processo de
41
desenvolvimento, combinando ideais de ética, justiça, participação, democracia
e satisfação de necessidades.
42
3.3 A CONSTRUÇÃO CIVIL
Em uma pesquisa realizada pela Civil Engineering Research Foundation
(CERF), entidade ligada ao American Society of Civil Enginnering (ASCE) dos
Estados Unidos revelou que a questão ambiental é uma das maiores
preocupações dos líderes do setor, logo atrás da informática.
Na pesquisa mostra-se que a construção civil é o maior consumidor de
recursos naturais, responsável por entre 15 e 50% do consumo dos recursos
naturais extraídos. Nos países como o Reino Unido, o consumo destes
materiais chega a aproximadamente a seis toneladas/ano. Habitante.
Tomando-se por base que as auto-construções e reformas de residências são
também computadas.
O consumo de agregados naturais somente na produção de concreto e
argamassa é de 220 milhões toneladas. Em volta das grandes cidades, areia e
agregados naturais começam a ficar escassos inclusive, ao crescente controle
ambiental da extração das matérias primas amparado pela Resolução
CONAMA 307 (Gestão dos Resíduos da Construção Civil). Em São Paulo, por
exemplo, a areia natural, em sua grande maioria, viaja distâncias superiores a
100 km, elevando custo para os consumidores e deixando rastros por toda sua
trajetória. Rios assoreados ou completamente destruídos, caminhões pesados
danificando estradas, areia caindo dos caminhões. Tudo isso se torna passivo
deixado pela retirada deste material.
Em relação a madeiras naturais utilizadas na construção, cerca de 2/3
delas são extraídas ilegalmente. Seu tempo de uso nas construções é
pequeno, uma vez que utilizadas para escoras, construção de alojamentos,
pilares e formas, sua utilização é única e seu destino é o lixo. As florestas de
onde foram extraídas, na maioria das vezes, não têm manejo adequado e com
isso, não há certificação das mesmas.
Algumas matérias primas tradicionais da construção civil tem reservas
mapeadas escassas. O Cobre e o Zinco, por exemplo, tem reservas suficientes
apenas para 60 anos. Embora estes valores possam sempre ser questionados,
certamente exercem influência no preço, dificultando o uso.
43
O desperdício de água utilizada na construção também tem que ser
mensurada, pois a utilização durante a construção não permite seu
reaproveitamento, mas após o empreendimento pronto, nos dias atuais o
próprio projeto tem que ter opções de reaproveitamento da água para
atividades pouco nobres e até aproveitamento da água da chuva para serviços
como lavanderia, irrigação de jardins, piscinas e refrigeração.
Além de extrair recursos naturais, a produção de materiais de
construção também gera poluição: poeira e CO2. O processo produtivo do
cimento necessariamente gera CO2, gás importante no efeito estufa. Para cada
tonelada de clinquer produzido, mais de 600 Kg de CO2 são gerados. As
medidas de produção ambiental de outras indústrias e o crescimento da
população mundial do cimento fazem com que, a participação do cimento no
CO2 total gerado tenha mais que dobrado no período 30 anos (1950 a 1980).
Outros materiais usados em grande escala têm problemas similares.
O volume de entulho de construção e demolição gerado é até duas
vezes maiores que o volume de lixo sólido urbano. Na grande São Paulo e no
Rio de Janeiro a média de geração de entulho chega a 2500 caminhões por
dia. Já na Finlândia, o volume de entulho é o dobro do lixo sólido urbano. Os
valores internacionais oscilam entre 0,7 a 1 ton/habitantes ano.
44
3.4 OS IMPACTOS
De acordo com o Sinduscon-SP, a falta de efetividade ou, em alguns
casos, a inexistência de políticas públicas que disciplinam e ordenam os fluxos
da destinação dos resíduos da construção civil nas cidades, associadas ao
descompromisso dos geradores no manejo e, principalmente, na destinação
dos resíduos provocam os seguintes impactos ambientais:
• Degradação das áreas de manancial e de proteção permanente;
• Proliferação de agentes transmissores de doenças;
• Assoreamento de rios e córregos;
• Obstrução dos sistemas de drenagem, tais como piscinões, galerias,
sarjetas etc.;
• Ocupação de vias e logradouros públicos por resíduos, com prejuízo à
circulação de pessoas e veículos, além da própria degradação da
paisagem urbana;
• Existência e acúmulo de resíduos que podem gerar risco por sua
periculosidade.
Ressalta ainda que, diante da situação caótica de disposição dos
resíduos nas cidades, o poder público municipal atua, freqüentemente, com
medidas paliativas, realizando serviços de coleta e arcando com os custos do
transporte e da disposição final. Tal prática não soluciona definitivamente o
problema de limpeza urbana por não conseguir a remoção da totalidade dos
resíduos. Ao contrário, incentiva a continuidade da disposição irregular nos
locais atendidos pela limpeza pública da administração municipal. Estudos
realizados em alguns municípios apontam que os resíduos da construção civil
formal têm participação entre 15 e 30% na massa dos resíduos da construção
e de demolição.
Embora representem uma parcela menor em relação à construção
informal, os resíduos provenientes da construção formal podem ser destinados
da mesma maneira, ou seja, desordenadamente, causando impactos
ambientais significativos e expondo a atividade da construção empresarial a
riscos de autuações e penalidades decorrentes da responsabilização por crime
45
ambiental (dispor resíduos sólidos em desacordo com a legislação é
considerado crime ambiental).
Portanto, as soluções para a gestão dos resíduos da construção civil e
demolição nas cidades devem ser viabilizadas de um modo capaz de integrar a
atuação dos seguintes agentes:
• Órgão Público municipal – responsável pelo controle e fiscalização sobre
o transporte e destinação dos resíduos;
• Geradores de resíduos - responsável pela observância dos padrões
previstos na legislação específica no que se refere à disposição final dos
resíduos, fazendo sua gestão interna e externa;
• Transportadores – responsável pela destinação aos locais licenciados e
apresentação do comprovante da destinação. Os resíduos da
construção civil são classificados da seguinte forma, de acordo com a
Resolução CONAMA 307:
Classe A – São os resíduos reutilizáveis ou recicláveis como agregados,
tais como:
• De construção, demolição, reformas e reparos de pavimentação e de
outras obras de infra-estrutura, inclusive solos provenientes de
terraplanagem;
• De construção, demolição, reformas e reparos de edificações: materiais
cerâmicos (tijolos, azulejos, blocos, telhas, placas de revestimento... etc)
argamassa e concreto;
• De processo de fabricação e/ou demolição de peças pré-moldadas em
concreto (blocos, tubos, meios-fios etc..) produzidos nos canteiros de
obras.
• Classe B – São os resíduos recicláveis para outras destinações, tais
como: plásticos, papel, papelão, metais, vidros, madeiras e outros;
• Classe C – São os resíduos para os quais não foram desenvolvidas
tecnologias ou aplicações economicamente viáveis que permitam a sua
reciclagem/recuperação, tais como os produtos oriundos do gesso;
• Classe D – São os resíduos perigosos oriundos do processo de
construção, tais como: tintas, solventes, óleos e outros, ou aqueles
46
contaminados oriundos de demolições, reformas e reparos de clínicas
radiológicas, instalações industriais e outros. A Resolução nos deixa
claro que, os geradores deverão ter como objetivo prioritário a não
geração de resíduos e, secundariamente, a redução, a reutilização, a
reciclagem e a destinação final.
A Resolução nos aponta também, também como seus principais
aspectos:
• Definição – Resíduos da construção e demolição são provenientes da
construção, demolição, reformas e da preparação e escavação do solo;
• Princípios – Priorizar a não geração de resíduos e proibir disposição final
em locais inadequados, como aterros sanitários, em bota-foras, lotes
vagos, corpos d´água, encostas e páreas protegidas por lei.
Toda a Resolução CONAMA deixa claro que a responsabilidade de
transportar o resíduo da construção civil é de responsabilidade do gerador, mas
as empresas terceirizam esses serviços a outras empreiteiras que são bem
articuladas com os aterros sanitários clandestinos na execução dessa tarefa,
fazendo assim, o trabalho de despejo dos resíduos sólidos da construção civil.
As empresas de construção civil com visão moderna estão adotando
métodos de certificação, onde a qualidade dos produtos é a tônica do negócio.
Ter um empreendimento sustentável com consumo reduzido de energia,
reaproveitamento dos materiais utilizados desde o seu início até o seu término,
engloba alguns fatores que podemos mencionar abaixo:
47
3.5 A CONSTRUÇÃO SUSTENTÁVEL
Para que as obras sejam sustentáveis e não apresentem um custo maior
do que o esperado, as empresas devem buscar o equilíbrio entre as
necessidades, expectativas e a qualidade de vida das pessoas, os impactos
sobre o meio ambiente e a viabilidade econômica. Os empreendimentos
sustentáveis devem responder a uma série de quesitos, como saúde e conforto
dos usuários, redução de impactos na infra-estrutura urbana e nos locais de
implantação, além dos gerados pelos materiais utilizados e pelas atividades de
construção, uso, operação e demolição.
Desde a sua concepção, um empreendimento sustentável tem que estar
apoiado em alguns pilares de sustentabilidade: a) comprometimento com o
meio ambiente; b) preocupação com os recursos utilizados desde a origem até
o depósito dos resíduos; c) bem estar, segurança, educação ambiental dos
funcionários; e principalmente harmonia com os recursos utilizados fazendo-se
ser reaproveitados ao longo da vida do empreendimento com tecnologias
renováveis.
3.6 O MEIO AMBIENTE
A interação entre a construção e o meio acontece em vários momentos
de sua existência e envolve diferentes fatores:
1. Planejamento: Fase inicial onde é feito o estudo de viabilidade física,
econômica e financeira. É elaborado o projeto com suas especificações e a
programação do desenvolvimento das atividades construtivas.
2. Implantação: Fase da construção.
3. Uso: Fase de operação do empreendimento e fase de ocupação do
empreendimento por seus usuários.
4. Manutenção: Fase da reforma seja manutenção de equipamentos
5. Demolição: Fase de inutilização do edifício.
48
Além da preocupação com a interação entre o meio ambiente e a
construção, não deve esquecer-se do tripé da sustentabilidade. A preocupação
com o tripé deve estar presente em todo o ciclo do edifício.
3.7 - GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS
Dentro o que prevê o CONAMA 307, todos os municípios devem
implementar projetos de Gerenciamento de Resíduos da construção civil, com
suas diretrizes técnicas de implementação, elaborados pelos grandes
geradores, possibilitando o exercício das responsabilidades dos geradores. A
resolução prevê também, que sejam cadastradas áreas, públicas ou privadas,
aptas para o recebimento, triagem e armazenamento temporário de pequenos
volumes, como acontece com os ECO-PONTOS da Prefeitura do Rio de
Janeiro, possibilitando a destinação posterior dos resíduos de pequenos
geradores às áreas de beneficiamento.
Para a construção civil, a resolução prevê que, haja uma área licenciada
para o recebimento de seus resíduos e incentiva a reinserção de resíduos
reutilizáveis em seu ciclo de produção.
3.8 - RECICLAGEM RCD
A reciclagem eficiente de RCD (Resíduo de Construção e Demolição)
pode reduzir substancialmente o impacto ambiental das atividades de
construção. A incorporação de reciclados na produção de materiais de
construção ajuda a reduzir o consumo de recursos naturais; o volume
necessário de aterros; e pode resultar em materiais mais duráveis. Porém,
caso não seja desenvolvida toda uma técnica adequada aos critérios técnicos,
pode apresentar os mesmos riscos de contaminação ambiental e de saúde
para a população mundial.
49
Na construção civil, a indústria cimenteira utiliza, em quase sua
totalidade do cimento produzido, escória de alto forno e cinza volante. As
siderúrgicas estão reciclando sucata de aço e fornos de arco elétrico para a
produção de barras de aço para reforço de concreto. Outros segmentos da
indústria podem adotar os mesmos métodos de reciclarem, a partir de
incentivos do governo em determinadas áreas de atuação.
Poucas cidades possuem locais adequados e corretos para reciclagem,
controlados pelas prefeituras de acordo com a Resolução CONAMA 307, onde
boa parte do RCD é depositado em locais não apropriados, gerando custos
para as prefeituras e não fiscalizam os pequenos e grandes geradores.
50
CONCLUSÃO
Através deste trabalho foi possível verificar quão importante é o
desenvolvimento da logística reversa nas empresas, pelo fato de que,
justamente ela se preocupa em resolver o problema do descarte dos resíduos
sólidos no meio-ambiente, através da reciclagem, reutilização de materiais.
A logística reversa é ainda, de maneira geral, uma área com baixa
prioridade. Isto se reflete no pequeno número de empresas que tem gerências
dedicadas ao assunto. Pode-se dizer que estamos em um estado inicial no que
diz respeito ao desenvolvimento das práticas de logística reversa. Esta
realidade, como vimos, está mudando em resposta a pressões externas como
um maior rigor da legislação ambiental, a necessidade de reduzir custos e a
necessidade de oferecer mais serviço através de políticas de devolução mais
liberais.
Esta tendência deverá gerar um aumento do fluxo de carga reverso e, é
claro, de seu custo. Por conseguinte, serão necessários esforços para aumento
de eficiência, com iniciativas para melhor estruturar os sistemas de logística
reversa. Deverão ser aplicados os mesmos conceitos de planejamento que no
fluxo logístico direto tais como estudos de localização de instalações e
aplicações de sistemas de apoio à decisão (roteirização, programação de
entregas etc.)
No caso da logística reversa, verifica-se que diante das ações que visam
a preservação do meio ambiente, visando o desenvolvimento sustentável, o
planejamento eficiente da mesma tornou-se fundamental não só para as
empresas, mas também para a sociedade como um todo
Pelo exposto, conclui-se que a qualificação da logística reversa pode vir
a contribuir de forma significativa para o incremento da reutilização de materiais
recicláveis. Ressalta-se ainda a importância das especificidades de cada setor,
como por exemplo, do setor de baterias, cuja logística reversa implica em
cuidados que minimizem os riscos de contaminação no manuseio das mesmas,
bem como no transporte do consumidor para a empresa
51
BIBLIOGRAFIA
ANSOFF, H. Igor. Implantando Administração Estratégica. – SP: Atlas,1993
ANVISA – Agência Nacional de Vigilância Sanitária, disponível em
http//www.anvisa.gov.br, acesso em 07 de dezembro de 2009.
BALLOU, Ronald H.; Logística. SP: Prentic Hall; 1998.
BOWERSOX , Donald J.; CLOSS, David J. Logística empresarial. São Paulo:
Atlas, 2001.
CHAVES, Gisele de Lorena D.; MARTINS, Ricardo Silveira. Diagnóstico de
logística reversa. In: VIII Simpósio de Administração da Produção, Logística e
Operações Internacionais ( SIMPOI I), ago 2005. São Paulo. Anais: FGV 2005
CORRAGIO, José Luiz. Desenvolvimento humano e Educação o papel das
Ongs. Cortez, 1996.
CROSBY, Philip B. Qualidade sem lágrimas: a arte da gerência
descomplicada Rio de Janeiro: José Olympio, 1992.
DORNIER, Philippe-Pierre; ERNST, Ricardo; FENDER, Michel; KOUVELIS,
Panos. Logística e operações globais. São Paulo: Atlas, 2000.
FARAH, Marta Ferreira Santos. Diagnóstico tecnológico da indústria da
construção civil: caracterização geral do setor. Tecnologia de edificações.
V.5, n. 119, p. 111-6, ago 1998.
GOMES, Carlos F. S. RIBEIRO, Priscilla C. C. – gestão da cadeia de
Suprimentos integrada à tecnologia da informação. Pioneira Thomsom
Learning. São Paulo, 2004.
52
LACERDA, L. Logística reversa Uma visão sobre os conceitos básicos e
as praticas operacionais. Revista Tecnológica. pp 46-50.2002.
LEITE, Paulo Roberto. Estudo dos