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GESTÃO DE CUSTOS
Belo Horizonte 2009
Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais - FIEMG Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial - SENAI Departamento Regional de Minas Gerais Faculdade de Tecnologia SENAI Belo Horizonte
GESTÃO DE CUSTOS Elaboração Alberto Lourenço
Belo Horizonte
2009
© 2009 SENAI. Departamento Regional de Minas Gerais SENAI/MG Faculdade de Tecnologia SENAI Belo Horizonte Presidente da FIEMG
Olavo Machado Júnior Diretor Regional do SENAI
Lúcio José de Figueiredo Sampaio Gerente de Educação Profissional
Edmar Fernando de Alcântara
Ficha Catalográfica
SENAI. Departamento Regional de Minas Gerais. Gestão de custos/ SENAI. MG ; elaboração de Alberto Lourenço. – Belo Horizonte:
[s.n.], 2009.
27 p. : il.
1. Custos. I. Título.
CDU: 657.4 SENAI Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial Departamento Regional de Minas Gerais
FIEMG Av. do Contorno, 4456 Bairro Funcionários 30110-916 – Belo Horizonte - Minas Gerais
SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO........................................................................................ 06
2 CONTABILIDADE DE CUSTOS.......................... ................................... 06
3 PRINCIPAIS CONCEITOS...................................................................... 07
3.1 Gastos................................................................................................. 07
3.2 Investimento........................................................................................ 07
3.3 Custos................................................................................................. 07
3.4 Despesas............................................................................................ 08
3.5 Pedas.................................................................................................. 09
3.6 Desperdício......................................................................................... 09
3.7 Outras definições importantes............................................................. 10
4 ELEMENTOS DE CUSTO....................................................................... 12
4.1 Matéria – Prima direta......................................................................... 12
4.2 Mão de obra direta.............................................................................. 13
4.3 Custos Indiretos.................................................................................. 14
5 SISTEMA DE CUSTEIO.......................................................................... 15
5.1 Tipos de sistemas de custeio.............................................................. 15
5.2 Método de custeio............................................................................... 16
5.3 Custeio ABC – objetivo........................................................................ 21
6 CUSTO PADRÃO..................................... .............................................. 23
7 PONTO DE EQULÍBRIO............................... ......................................... 24
8 FORMAÇÃO DO PREÇO DE VENDA....................... ............................. 26
8.1 Fórmula – Mark UP............................................................................. 26
REFERÊNCIAS.......................................................................................... 27
PREFÁCIO “Muda a forma de trabalhar, agir, sentir, pensar na chamada sociedade do conhecimento”.
Peter Drucker O ingresso na sociedade da informação exige mudanças profundas em todos os perfis profissionais, especialmente naqueles diretamente envolvidos na produção, coleta, disseminação e uso da informação. O SENAI, maior rede privada de educação profissional do país, sabe disso, e, consciente do seu papel formativo, educa o trabalhador sob a égide do conceito da competência: “formar o profissional com responsabilidade no pr ocesso produtivo, com iniciativa na resolução de problemas , com conhecimentos técnicos aprofundados, flexibilidade e criatividade , empreendedorismo e consciência da necessidade de educação continuada ”. Vivemos numa sociedade da informação. O conhecimento, na sua área tecnológica, amplia-se e se multiplica a cada dia. Uma constante atualização se faz necessária. Para o SENAI, cuidar do seu acervo bibliográfico, da sua infovia, da conexão de suas escolas à rede mundial de informações - Internet - é tão importante quanto zelar pela produção de material didático. Isto porque, nos embates diários, instrutores e alunos, nas diversas oficinas e laboratórios do SENAI, fazem com que as informações, contidas nos materiais didáticos, tomem sentido e se concretizem em múltiplos conhecimentos. O SENAI deseja, por meio dos diversos materiais didáticos, aguçar a sua curiosidade, responder às suas demandas de informações e construir links entre os diversos conhecimentos, tão importantes para sua formação continuada!
Gerência de Educação e Tecnologia
6
1 INTRODUÇÃO
O que é preço? Qual a diferença entre gasto e despesa? Saber esses conceitos é
fundamental para que você possa estabelecer estratégias e selecionar táticas em
função da variável preço.
2 CONTABILIDADE DE CUSTOS
A contabilidade de custos teve origem na necessidade das indústrias de avaliação e
controle dos estoques de matérias-primas, produtos acabados e em processo, pra
atender principalmente às obrigações fiscais.
Com o surgimento de novas carências de informações por parte dos gestores, a
contabilidade de custos passou a incorporar a função de geradora de informações
necessárias para a feitura de relatórios que auxiliem nas tomadas de decisão.
Basicamente, um bom sistema de custo deve:
• Permitir medidas corretivas imediatas;
• Contribuir pra o aprimoramento do sistema de controles internos;
• Fornecer subsídios para o cálculo do custo das vendas;
• Avaliar os estoques;
• Fornecer elementos pra comparação do custo real com o custo-padrão;
• Ajudar a eliminar os desperdícios;
• Apurar os resultados por produto e por departamento;
• Atender à legislação fiscal;
• Fornecer informações úteis para o gerenciamento das empresas.
Financeira → Mercantilismo ↓ Fórmula: CMV = Ei + C – Ef Custos → Rev.Industrial ↓ Acionista / Imposto de Renda Gerencial → Séc.XX (anos-70) Controle e Tomada de Decisão
7
3 PRINCIPAIS CONCEITOS
3.1 Gastos
Termo usado para definir as transações financeiras nas quais a empresa utiliza
recursos ou assume uma dívida, em troca da obtenção de algum bem ou serviço.
Por exemplo: gasto relacionado a algum investimento (ativo da empresa); gasto
relacionado a alguma forma de consumo (custo ou despesa – conta de resultado
3.2 Investimento
Significa a aquisição de um bem que normalmente é utilizado por longos períodos na
produção ou manutenção das atividades da empresa. À medida que vai sendo
utilizada a sua perda econômica vai sendo considerada como despesa ou custo.
Exemplos:
Depreciação
� Requisição de Material em Estoque.
3.3 Custos
São os gastos envolvidos na aquisição ou na fabricação de bens ou de prestação de
serviços. São denominados Custos dos Produtos .
3.3.1 Classificações de Custos: Quanto à identificação
CUSTOS DIRETOS “É aquele que pode ser fácil e diretamente identificado ao objeto de custo em
causa.” (GARRISON; NOREEN, [s.d],p.38)
São os gastos facilmente apropriáveis às unidades produzidas, ou seja, são
aqueles que podem ser identificados como pertencentes a este ou àquele
produto ou serviço. Exemplo: as matérias-primas componentes dos produtos.
CUSTOS INDIRETOS
“É aquele que não pode ser facilmente identificado ao objeto do custo em causa”
(GARRISON; NOREEN,[s.d], p.38).
8
São os chamados “custos comuns ”, ou seja, se referem a mais de um objeto de
custeio. Para serem apropriados (alocados) precisam ser rateados.
Exemplo: o aluguel da fábrica em que são produzidos diversos produtos em
conjunto. Para atribuir uma parcela do custo com aluguel fabril aos produtos é
necessário ratear por um critério específico.
3.3.2 Classificações de Custos: Quanto ao volume de produção
CUSTOS VARIÁVEIS
Pode sofrer alterações em função do volume de produção ou venda. Tem seu
valor determinado em função de oscilações na atividade da empresa, variando de
valor na proporção direta do nível de atividades.
Exemplo: é a Matéria-prima, pois se para produzir uma unidade de produto
gastam-se $ 10, ao produzir duas unidades gastam-se $ 20.
CUSTOS FIXOS
“É aquele cujo total permanece constante independente das alterações no nível
de atividade” (GARRISON; NOREEN,[s.d], p.37).
Pode sofrer alterações em função do aumento de preço dos seus elementos,
mas não em função do volume.
Exemplo: se produzir uma unidade ou produzir 200 unidades, o valor do aluguel
do galpão industrial terá o mesmo valor.
3.4 Despesas
Expressam o valor dos bens ou serviços consumidos direta ou indiretamente na
obtenção de receitas, de forma voluntária. As despesas estão relacionadas com
a administração e comercialização. São os chamados Custos do Período, uma
vez que não se referem aos produtos, pois existem independentes da produção.
DESPESAS FIXAS
São gastos que são lançados em resultado por motivo de benefício recebido pela
empresa e independem de haver receita de vendas. Não se alteram em relação à
quantidade vendida.
DESPESAS VARIÁVEIS
9
São gastos que são lançados em resultado, por ocasião da realização da receita
de venda de produto, mercadoria ou serviço. Alteram proporcionalmente à
quantidade vendida.
DESPESAS ADMINISTRATIVAS
Gastos realizados pela empresa, que dão suporte às atividades de produção ou
revenda de produtos. Exemplo: aluguéis, honorários do contador, pró-labore dos
proprietários, etc.
Custos Despesas
Salário do pessoal da produção Salário do pessoal administrativo e vendas
Aluguel da Unidade Produtiva Aluguel do Escritório
Prêmio Produção Comissão sobre Vendas
Depreciação dos bens utilizados
na produção
Depreciação dos bens utilizados no Adm. e
Vendas
Matéria-Prima (sempre será custo) Gastos com Propaganda (sempre será
despesa)
3.5 Perdas
São os fatos ocorridos em situações excepcionais que fogem à normalidade das
operações da empresa. Tais itens não são considerados operacionais e não
fazem parte dos custos de fabricação dos produtos. Constituem-se de eventos
ocasionais e indesejados, como a deterioração anormal de ativos causados por
incêndios ou inundações, furtos, etc.
3.6 Desperdícios
Este conceito pode englobar os custos e as despesas de forma não eficiente. Ou
seja, são considerados desperdícios todas as atividades que não agregam valor e
que resultam em gastos de tempo, dinheiro recursos sem lucro, além de adicionarem
custos desnecessários aos produtos. Podem ser enquadradas nesta categoria a
produção de itens defeituosos, a movimentação desnecessária, a inspeção de
qualidade, a capacidade ociosa, etc.
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GASTOS
• Investimentos (benefício futuro)
• Perdas (gasto involuntário)
• Despesas (administração)
• Desperdícios (não agregam valor)
• Custos(fábrica)
3.7 Outras Definições Importantes
1 – Relação custo x benefício
È usada nas ocasiões em que são confrontados valores de custos com os
benefícios que tais gastos gerarão.
2 – Custeio
O termo designa o ato de atribuir custos aos produtos (ou processos produtivos),
independentemente do tipo de custo que está sendo atribuído.
3 – Rateio
Corresponde à função de relacionar um tipo de custo com determinado produto
ou centro de custos.
4 – Distinção entre lucro e pró-labore
Entende-se por lucro a remuneração do capital investido pelos sócios na
empresa e como pró-labore a remuneração dos sócios quanto estes exercem
atividades na empresa.
5 – Receita
É o preço de venda multiplicado pela quantidade vendida.
A receita de uma empresa que comercializa vários bens é o somatório das
multiplicações dos diferentes preços de venda pelas respectivas quantidades
vendidas de cada um deles.
Exercício de Fixação
Classifique os itens listados em custos variáveis e/ou diretos, custos fixos e/ou
indiretos, perdas, investimentos ou despesas, considerando ser uma produção de
macarrão.
11
1 – Farinha consumida;
2 – Ovos consumidos;
3 – Compra de farinha;
4 – Embalagens plásticas utilizadas;
5 – Salários dos operários da fábrica;
6 – Salários dos chefes de seção;
7 – Encargos sociais dos operários da fábrica;
8 – Conta de telefone mensal;
9 – Depreciação de equipamento fabril;
10 - Depreciação de equipamento administrativo;
11 – Manutenção preventiva da fábrica;
12 – Manutenção dos computadores administrativos;
13 – Seguro do prédio da fábrica;
14 – Leite consumido;
15 – Lubrificantes das máquinas de produção;
16 – Fatura energia elétrica – fábrica;
17 – Fatura energia elétrica – administração;
18 – Aluguel do prédio da fábrica;
19 – Fretes pagos na compra de macarrão;
20 – Fretes pagos na venda de macarrão;
21 – Comissão sobre vendas;
22 – Compra de máquinas da fábrica;
23 – Viagens e estadias;
24 – Propaganda e promoções;
25 – Juros bancários pagos (empréstimo);
26 – Juros pagos na compra de sal;
27 – Honorários da administração;
28 – Leasing das máquinas da produção.
12
44 EELLEEMMEENNTTOOSS DDEE CCUUSSTTOO
4.1 Matéria-Prima Direta
As empresas compram os materiais de acordo com as suas necessidades. Existem
3 (três)problemas com relação a materiais: Avaliar, controlar e programar a compra.
Para a área de custo, o que mais interessa é o método de avaliar. Existem materiais
que podem ser adquiridos de diversos fornecedores, com diferentes preços e
condições (por exemplo: frete, embalagem, seguro, etc). Para resolver estes
problemas foram criados alguns métodos de avaliação.
Método de avaliação
• PMPM (Preço Médio Ponderado Móvel): atualiza seu preço médio após cada
aquisição. É o mais utilizado para a avaliação de estoques no Brasil.
• PEPS (Primeiro a Entrar é o Primeiro a Sair): neste critério, o material é
custeado pelos preços mais antigos.
• UEPS - D (Último a Entrar é o Primeiro a Sair - Durante): por este método, as
quantidades requisitadas são valorizadas pela aquisição mais recentes.
Durante: o cálculo é realizado nas saídas do material no período.
Exercício
1 – Considerando a movimentação de materiais demonstrada na tabela, apure o
valor final dos estoques e custos, considerando os métodos de avaliação.
Data Entrada Valor -R$ Saída
5 500 21,00 200
10 200
15 700 22,00 200
20 200
25 600 23,00 200
28 200 22,50 200
30 200
13
4.2 Mão de obra direta
4.2.1 Separação entre mão-de-obra direta e indireta:
O operário que movimenta um torno ou um empregado que presta um serviço tem
seus gastos classificados como Mão-de-obra Direta.
Porém, se outro operário trabalha supervisionando quatro máquinas (cada uma
executando uma operação num produto diferente, inexistindo possibilidade de se
verificar quanto cada um desses produtos consome do tempo total daquela pessoa)
ou projetos diferentes (de empresas diferentes) é considerado como Mão-de-obra
Indireta.
4.2.2 Separação entre Mão-de-obra fixa e variável:
Mesmo que a remuneração do empregado seja contratada por hora, o que ocorre
com o pagamento no fim do mês? A legislação trabalhista brasileira, diferente de
inúmeros outros países, garante-lhe um mínimo de 220 horas. O contrato acabou
por produzir um gasto mensal com esse empregado. Portanto, custo de Mão-de-obra
Direta não se confunde com o valor pago à produção, mesmo aos empregados
diretos.
Só se caracteriza como tal à utilizada diretamente sobre o produto. Conclusão, o
custo de Mão-de-obra Direta varia com a produção, enquanto a folha relativa ao
pessoal da própria produção é fixa.
4.2.3 Integra o custo da Mão-de-obra Direta:
� Os encargos sociais (deve-se calcular para cada empresa, pois há variações
significativas entre elas).
� Os gastos estabelecidos nas Convenções Coletivas de Trabalho – CCT’s.
� Em alguns casos: adicional de horas extras e outros adicionais.
Exercício
1 – O Departamento de Auditoria de uma empresa possui um empregado que foi
contrato por R$ 15,00 por hora. O regime de trabalho é de 44 horas semanais e
entre faltas abonadas, feriados, etc., ele deixa de trabalhar 15 dias por ano, em
média. Considerando o sistema de semana inglesa (cinco dias de trabalho) e o
empregado costuma requerer abono pecuniário de férias, pede-se para calcular:
14
� O custo total do empregado para a empresa, por ano;
� O número médio de horas que o empregado fica à disposição da empresa,
por ano;
� O custo médio de cada hora que o empregado fica à disposição da empresa.
4.3 Custos Indiretos
Todos os Custos indiretos só podem ser apropriados de forma indireta aos produtos,
mediante estimativas, critérios de rateio, previsão de comportamento de custos etc.
Toda a forma de distribuição contêm certo subjetivismo. Às vezes, ela existirá em
nível bastante aceitável e em outras, só aceitaremos por não haver alternativas
melhores.
4.3.1 Rateios dos Custos
Os custos comuns a vários departamentos são rateados em função de sua natureza
(pelo menos os mais importantes). Para melhor alocação dos Custos Indiretos é
necessário proceder a uma análise de seus componentes e verificar quais os
melhores critérios, para que haja um melhor relacionamento entre os Custos e os
produtos.
15
5 SISTEMA DE CUSTEIO
É a forma com que são compilados os dados de maneira organizada para se chegar
ao custo dos produtos, ou seja, é à maneira de acumulação dos custos.
5.1 Tipos de Sistemas de Custeio
� CUSTEIO POR ORDEM DE PRODUÇÃO
OU SERVIÇO;
� CUSTEIO POR PROCESSO.
5.1.1 Custeio por Ordem de Produção
Acumulam-se os custos por ordem de produção e, em seguida, divide-se o total
pelas unidades produzidas naquela determinada ordem.
É empregado quando muitos produtos diferentes são fabricados em cada período
(GARRISON; NOREEN, p.58).
Uma “ordem de produção” pode ser um pedido, uma encomenda, um lote, uma
empreitada.
Características Fundamentais:
� O produto ou serviço é freqüentemente feito sob medida ou encomenda
� Normalmente há um cliente específico.
Exemplos:
� Indústria gráfica;
� Construção pesada;
� Manutenção;
� Serviços de Auditoria, Consultoria, Advocacia, hospitalares etc.
5.1.2 Custeio por Processo
Acumulam-se os custos de um período inteiro de uma operação ou departamento e,
em seguida, divide-se o total pelas unidades produzidas no mesmo período.
É empregado quando a empresa produz muitas unidades do mesmo produto
(GARRISON; NOREEN, [s.d], p.58).
Características Fundamentais:
� Fabricação do mesmo produto em grande escala.
� Não há um cliente específico.
16
Exemplos:
� Fabricação de bebidas;
� Cimento;
� Combustível (gasolina, diesel, álcool);
� Saneamento básico, telefone, energia etc.
O que define o método de acumulação de custo é fundamentalmente o sistema
produtivo. De maneira geral pode-se resumir da seguinte forma:
Produto ou Serviço Generalista = Custeio por Processo
Produto ou Serviço Específico = Custeio por Ordem de Produção
ITENS Ordem de Produção Custeio por Processos
Quanto ao tipo de produto
fabricado
Produtos heterogêneos Produtos homogêneos
Quanto ao tipo de
processo de produção
Processo Intermitente Processo Contínuo
Quanto ao tempo de
produção
Produção mais demorada
por unidade de produto
Produção mais rápida por
unidade de produto
Quanto ao destino da
produção
Cliente específico ou
Estoque
Estoque
Quanto ao momento da
apuração do custo total da
produção
No encerramento da ordem No final do período definido
como apuração do custo
Quanto à geração de
diferentes produtos
Fabricação de único
produto na ordem
Produção de único ou vários
produtos no mesmo processo
(produção conjunta)
Quanto à forma de
controlar a produção
através de ordens através do processo
5.2 Método de Custeio
A adoção de um sistema de custos tem que ser muito bem analisado. Cada empresa
tem sua realidade, ou seja: forma de fabricação, qualidade de seus recursos
17
humanos, culturas internas, necessidade diferenciada de informações e outros.
Portanto, um método de custeio que deu certo numa empresa não que dizer que
dará certo em outra.
Três métodos de custeio merecem destaque:
� Custeio por Absorção
� Custeio Variável (Direto)
� Custeio ABC – Custeio Baseado em Atividades
5.2.1 Custeio por Absorção
Este tipo de custeio é o método utilizado na contabilidade societária e fiscal.
Consiste em apropriar todos os custos aos produtos, sejam os custos diretos ou
indiretos, portanto, todos os custos com Material Direto (MD), Mão-de-Obra Direta
(MOD) e os Custos Indiretos de Fabricação (CIF) são alocados/rateados aos
produtos produzidos no período, independente se foram vendidos ou não.
No comércio, o Custo da Mercadoria Vendida - CMV é composto pelo valor pago
pela mercadoria mais frete e seguro.
Na indústria e na empresa de prestação de serviços todos os componentes
relacionados ao processo produtivo compõem o custo do bem ou serviço, como por
exemplo: mão-de-obra, matéria-prima, depreciação dos equipamentos utilizados na
produção, aluguel, água, luz, telefone dos departamentos produtivos, dentre outros.
Exercício
1. Custos incorridos nos meses:
18
Elabore um Demonstrativo de Resultado.
2. Suponhamos que estes sejam os gastos de determinado período da empresa
“X”:
Comissão de Vendedores $ 136.000,00
Salários de Fábrica $ 90.000,00
Matéria-prima consumida $ 402.000,00
Depreciação na Fábrica $ 55.000,00
Seguros da Fábrica $ 8.500,00
Despesas Financeiras $ 42.000,00
Salários de Administração $ 150.000,00
Materiais Diversos - Fábrica $ 25.000,00
Energia Elétrica - Fábrica $ 105.000,00
Manutenção – Fábrica $ 75.000,00
Honorários da Diretoria $ 55.000,00
Despesas de Entrega $ 42.500,00
Correios, telefones e fax $ 4.500,00
Material de consumo – escritório $ 6.000,00
Custos de Produção
a) Separe os custos das despesas e classifique as despesas.
b) Com os custos, separe o que é direto do indireto.
1 ($) 2 ($) 3 ($)
Matéria-prima 5.000 4.950 5.500
Mão-de-obra 1.652 1.600 1.500
Energia Elétrica 817 611 700
Unid. Produzidas 19,4 18,6 20
Unid. Vendidas 18 19 21
Preço Unitário de Vendas $ 1.500
A ($) B ($) C ($) Indireta Total
Matéria-prima 170.000 180.000 52.000 ---- 402.000
Mão-de-obra 18.000 19.000 22.000 31.000 90.000
Energia Elétrica 25.000 15.000 40.000 25.000 105.000
19
C) Faça o custeio absorção e estabeleça os custos de cada produto ( A,B e C).
3)Compra de Matéria-prima $ 750.000,00
Devolução de 20% das compras acima $
Mão-de-obra Direta $ 550.000,00
Custos Indiretos de produção $ 355.000,00
Outros dados:
Estoque inicial de Matéria-prima $ 115.000,00
Estoque Inicial de Produtos Elaboração $ 175.000,00
Estoque Final de Produtos Acabados $ 195.000,00
Pede-se calcular:
a) O Custo de produção do mês (CPP);
b) O custo de Produção acabada do mês (CPA);
c) O custo da Produção Vendida no mês (CPV).
5.2.2 Custeio Variável
Este método tem como característica a separação entre os custos fixos e os
variáveis (isto também é valido para as despesas) na DRE, ou seja, enquanto no
Custeio por Absorção separa-se o Custo e a Despesa, nesse método a separação
é entre Variável e Fixo .
Custeio Variável também é chamado de Custeio Direto ou Custeio Marginal , esse
último termo em função de apresentar a Margem de Contribuição de cada produto. A
Margem de Contribuição também é chamada de Contribuição Marginal. Ela indica
quanto que determinado produto está contribuindo para suportar os custos e
despesas fixas e conseqüentemente sua influência no lucro global da empresa.
Este método não incorpora os custos fixos e os custos indiretos às unidades de
produtos ou serviços, isso pode facilitar o processo de tomada de decisão, pois o
gestor sabe que se houver aumento da produção, até no limite da sua capacidade
produtiva, haverá aumento apenas dos custos variáveis.
20
No Custeio por Absorção os custos fixos são alocados/rateados aos produtos. Como
as unidades produzidas e não vendidas vão para o estoque, conseqüentemente os
custos fixos atribuídos a essas unidades são estocados ao invés de lançados na
DRE.
No Custeio Variável os custos fixos vão diretamente para resultado do período,
portanto somente vão para estoque os custos variáveis.
5.2.3 Diferença entre Custeio Absorção e Variável
ABSORÇÃO
Receita
(-) custo fixo e variável
Lucro Bruto
(-) despesa fixa e variável
Lucro operacional
VARIÁVEL
Receita
(-) custo e despesa variável
Contribuição Marginal
(-) custo e despesa fixa
Lucro operacional
21
Uma indústria, elaborando um único produto, tem a seguinte movimentação:
PRODUÇÃO VENDAS ESTOQUE FINAL
PERÍODO UNIDADES UNIDADES UNIDADES
1º ANO 25.000 24.850 150
2º ANO 26.500 25.780 870
3º ANO 25.150 25.900 120
As características dos custos de produção são:
Custos Variáveis: R$/un.
Matéria Prima 18,00
Energia Elétrica 3,00
Materiais Indiretos 4,00 25,00
Custos Fixos: R$/ano.
Mão de obra 278.000,00
Depreciação 78.000,00
Manutenção 25.000,00
Diversos 15.000,00 396.000,00
Preço de Vendas: R$/un. 53,00
A Indústria apropria seus custos pelo Custeio por Absorção e avalia seus estoques à
base do PEPS (ou FIFO).
Analisar os resultados finais dos dois métodos de Custeio.
5.3 Custeio ABC – Objetivo
Tem como objetivo principal a alocação, mais criteriosa, dos custos indiretos e fixos
e das despesas (overhead) aos bens ou serviços, afim de reduzir as distorções
provocadas pela arbitrariedade do rateio.
22
Sua aplicação é recomendável para empresas com as seguintes características:
• Que apresentem Custos Indiretos relevantes em relação aos Custos Totais,
sendo necessário sua alocação, afim de determinar com maior precisão o
custo do produto ou serviço;
• Que produzem grande variedade de produtos ou serviços no mesmo
ambiente, com quantidades variadas e processos produtivos diferenciados;
• Que trabalham com clientela diversificada em termos de volume de
encomendas, de especificações especiais, de serviços adicionais etc.
23
66 CCUUSSTTOO PPAADDRRÃÃOO
� Representa a quantidade estimada de insumos que se deve gastar para
produzir determinado bem ou serviço e o seu preço de aquisição.
� A diferença entre o real e o padrão é chamada de variação.
24
77 PPOONNTTOO DDEE EEQQUUIILLÍÍBBRRIIOO
O Ponto de Equilíbrio, também denominado Ponto de Ruptura, nasce da conjunção
dos Custos Totais com as Receitas Totais, ou seja, é o ponto onde o resultado da
empresa é igual a zero, pois, o valor total das receitas é exatamente igual ao valor
total dos custos e despesas.
7.1 Cálculo: Ponto de Equilíbrio
Preço de Venda $ 250 por unidade
Custos + Despesas Variáveis: $ 175 por unidade
Custos + Despesas Fixos : $ 300.000 por mês
A empresa obterá seu Ponto de Equilíbrio quando suas Receitas Totais forem iguais
aos seus Custos e Despesas Totais, assim teremos:
Receita Total = Custos Variáveis + Custos Fixos
Qtd. x $ 250/u = (Qtd. x $ 175/u) + $ 300.000/mês
Qtd. x ($ 250/u - $ 175/u) = $ 300.000/mês
Portanto:
$ 300.000/mês
Ponto de Equilíbrio: = 2.000 u/mês
$ 250/u - $ 175/u
Como visto anteriormente Preço de Venda menos Custo Variável é igual a
Contribuição Marginal, por isso, a fórmula pode ser demonstrada da seguinte forma:
Ponto de Equilíbrio: Custos Fixos + Despesas Fixas
Contábil unidades ________________________________
Margem de Contribuição Unitária($)
Quando a empresa trabalha com o número de produtos comercializado muito
grande, havendo dificuldades de se obter o Mix ideal de produtos e suas
quantidades, e existirem dificuldades de identificar os custos e despesas fixas para
25
cada produto, o ponto de equilíbrio contábil deverá ser obtido por meio da seguinte
fórmula:
Ponto de Equilíbrio: Custos Fixos + Despesas Fixas
Contábil unidades __________________________________
Percentual da Margem de Contribuição
26
88 FFOORRMMAAÇÇÃÃOO DDOO PPRREEÇÇOO DDEE VVEENNDDAA
• Determinado por meio da negociação entre compradores e vendedores.
• Para o vendedor se constituí em sua principal fonte de recursos (receita);
• Para o comprador se constituí, muitas vezes, no principal fator de custos.
8.1 Fórmula – Mark-UP
Mark-up é uma fórmula matemática que facilita chegar ao preço partindo dos custos
variáveis. Tudo aquilo que se deseja inserir no preço coloca-se no denominador na
forma de taxa (i).
Custo Variável
1- i
EXEMPLO
� Custo Variável: $ 100
� Impostos sobre vendas: 10%
� Comissão sobre vendas: 3%
� Despesas Financeiras: 5%
� Custo e Despesa Fixo: 12%
� Lucro Desejado: 10%
Preço: $ 100 = 166,67
1- (0,10 + 0,03 + 0,05 + 0,12 + 0,10)
27
Preço 166,67
Custo Variável (100,00)
Impostos sobre vendas – 10% (16,67)
Comissão sobre vendas – 3% (5,00)
Despesas Financeiras
– 5%
(8,33)
Fixo – 12% (20,00)
Lucro – 10% 16,67
REFERÊNCIAS
GARRISON, Ray H.; NOREEN, Eric. Contabilidade gerencial. 11.ed. [s.l] LTC,
[s.d].
MARTINS, Eliseu. Contabilidade de Custos . 5.ed. São Paulo: Atlas, 1996.