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UNIVERSIDADE DE TRÁSOSMONTES E ALTO DOURO Mestrado em Engenharia Civil ANÁLISE DE CUSTOS DE URBANIZAÇÃO MICHAEL PEREIRA FIGUEIREDO Orientadora Prof. Doutora Isabel Bentes CoOrientador Prof. Doutor Luís Ramos Vila Real Outubro, 2009

Custos de Urbanização Msc_mpfigueiredo

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UNIVERSIDADE DE TRÁS‐OS‐MONTES E ALTO DOUROMestrado em Engenharia CivilANÁLISE DE CUSTOS DE URBANIZAÇÃOMICHAEL PEREIRA FIGUEIREDOOrientadoraProf. Doutora Isabel BentesCo‐OrientadorProf. Doutor Luís RamosPretende‐se com este trabalho estimar a contribuição de cada sistema de infra‐estruturas (sistema viário, saneamento básico, energético e de comunicações) no custo global de infra‐estruturação de uma urbanização e relacioná‐los com as dispersões das urbanizações. Assim, tentou‐se obter uma relação custo/fogo e custo/habitante em função dos diversos tipos de classificação de ocupação do solo. Analisou‐se ainda a contribuição dos custos de cada tipo de trabalho ou componente nos diversos sistemas de infra‐estruturas.Para tal, fez‐se uma análise de um conjunto de dezassete projectos de loteamentos implementados nos concelhos de Vila Real e da Figueira da Foz e analisou‐se a legislação urbana de cada um dos municípios de forma a se caracterizar o espaço urbano e o uso do solo de cada concelho. Desenvolveu‐se, ainda, um modelo de determinação de custos de infra‐estruturas em função da ocupação do solo. Este modelo permite a determinação dos custos totais de infra‐estruturação e de cada componente ou trabalho das infra‐estruturas existentes numa urbanização.

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  • UNIVERSIDADEDETRSOSMONTESEALTODOURO

    MestradoemEngenhariaCivil

    ANLISEDECUSTOSDEURBANIZAO

    MICHAELPEREIRAFIGUEIREDO

    OrientadoraProf.DoutoraIsabelBentes

    CoOrientador

    Prof.DoutorLusRamos

    VilaReal

    Outubro,2009

  • DissertaoapresentadaUniversidadedeTrsosMonteseAltoDouroparaaobtenodograudemestreemEngenhariaCivil.

    MichaelFIGUEIREDO

    OMestrando.

    Prof.DoutoraIsabelBENTESOrientadoraCientficaeProfessoraAuxiliardoDepartamentodeEngenhariasdaUTAD.

    Prof.DoutorLusRAMOSCoOrientadorCientficoeProfessorAuxiliardoDepartamentodeEngenhariasdaUTAD.

    VilaReal

    Outubro,2009

  • AGRADECIMENTOS

    Fica aqui, para sempre registado, o meu agradecimento s pessoas que

    possibilitaramemeauxiliaramnaelaboraodestetrabalho.

    Professora Doutora Isabel Bentes que, para alm de me ter aceite como

    mestrando,demonstroudisponibilidadeepragmatismonodelineamentoeorientaodo

    trabalho.

    AoProfessorDoutorLusRamosquesemostroumuitoprestvelnoenquadramento

    prticoeorientaodotrabalho.

    Selenemanifestoomeu agradecimentopela simpatia epeloprofundo impacto

    quetevenomeutrabalho.Asuadisponibilidadeeapoioforamumaconstantenopercurso

    dotrabalho.

    A todos os restantes professores da UTAD pelos ensinamentos que me

    proporcionaramaoduranteomeupercursoacadmicoeosmelhoresagradecimentospara

    aquelesquecontriburamparaarealizaodatese.

    Aos funcionriosdaCmaraMunicipaldeVilaReal,pelasimpatiaedisponibilidade

    quetiveramnofornecimentodeprojectosdeloteamentos.

    AosfuncionriosdaCmaraMunicipaldaFigueiradaFoz,quetambmforammuito

    atenciososeprestveisnofornecimentodeprojectosdeloteamentos.

    Atodaaminhafamliapeloapoioeincentivoquemederam.

    Eclaro,semcitarnomesporsaberemquemso,atodososmeusamigosecolegas

    decurso.Umgrandeabraoparaaquelesquefizerampartedaminhavidanestesaninhos

    naUTAD.

    IV ANLISEDECUSTOSDEURBANIZAO

  • RESUMO

    Pretendese com este trabalho estimar a contribuio de cada sistema de infra

    estruturas (sistema virio, saneamento bsico, energtico e de comunicaes) no custo

    global de infraestruturao de uma urbanizao e relacionlos com as disperses das

    urbanizaes.Assim,tentouseobterumarelaocusto/fogoecusto/habitanteemfuno

    dosdiversos tiposde classificaodeocupaodo solo.Analisouseaindaa contribuio

    dos custos de cada tipo de trabalho ou componente nos diversos sistemas de infra

    estruturas.

    Paratal,fezseumaanlisedeumconjuntodedezasseteprojectosdeloteamentos

    implementadosnosconcelhosdeVilaRealedaFigueiradaFozeanalisousea legislao

    urbanadecadaumdosmunicpiosdeformaasecaracterizaroespaourbanoeousodo

    solodecadaconcelho.Desenvolveuse,ainda,ummodelodedeterminaodecustosde

    infraestruturasemfunodaocupaodosolo.Estemodelopermiteadeterminaodos

    custostotaisde infraestruturaoedecadacomponenteoutrabalhodas infraestruturas

    existentesnumaurbanizao.

    Palavraschave: Infraestruturas; Custos de Urbanizao; Custos de Infra

    estruturao;Urbanizao;DispersoUrbana.

    ANLISEDECUSTOSDEURBANIZAO V

  • ABSTRACT

    The contribution of each infrastructure system (roads, sanitation, energy and

    communications) was estimated on the overall cost of infrastructure facilities in

    urbanizations,relatingthemtotheresidentialareasdispersion.Therefore,acostperhouse

    and cost per capita for different types of land occupationwas obtained. This study also

    analyzedthecontributionofeachtypeofworkorcomponenttothediverse infrastructure

    systems.

    InordertocharacterizetheurbanspaceandlanduseintheCoimbraandFigueirada

    Fozdistricts,theirurbanlegislationandseventeenimplementedurbanizationprojectswere

    analyzed.Amodeltoestimatethecostofinfrastructureinfunctionoflandoccupationwas

    developed. Thismodel allows an estimation of the total cost of infrastructure facilities,

    discriminatingeachofitscomponents,foranytypeofurbanization.

    KeyWords:Infrastructure;CostsofUrbanization;Infrastructurecosts;Urbanization;

    Sprawl.

    VI ANLISEDECUSTOSDEURBANIZAO

  • NDICE

    AGRADECIMENTOS.........................................................................................................................IV

    RESUMO.......................................................................................................................................V

    ABSTRACT....................................................................................................................................VI

    NDICEDEFIGURAS.........................................................................................................................IX

    NDICEDETABELAS..........................................................................................................................X

    NDICEDEGRFICOS......................................................................................................................XII

    LISTADESIGLAS...........................................................................................................................XIV

    CAPTULO1INTRODUOEOBJECTIVOS...........................................................................................1

    1.1OBJECTIVOS.......................................................................................................................2

    1.2ORGANIZAODOTRABALHO................................................................................................2

    CAPTULO2OFENMENODAURBANIZAO....................................................................................4

    2.1URBANISMO.......................................................................................................................4

    2.2CRESCIMENTOURBANSTICO.................................................................................................5

    2.3CRESCIMENTODOSGRANDESCENTROSURBANOS.....................................................................7

    2.4PLANEAMENTOURBANO......................................................................................................8

    2.5URBANIZAOEMPORTUGAL................................................................................................9

    CAPTULO3INFRAESTRUTURAURBANA.........................................................................................11

    3.1CLASSIFICAODEINFRAESTRUTURA...................................................................................11

    3.1.1CLASSIFICAODASREDESSEGUNDOASUAFUNO........................................................12

    3.1.2CLASSIFICAODASREDESSEGUNDOASUALOCALIZAONOESPAOURBANO....................13

    3.1.3CLASSIFICAODASREDESSEGUNDOOSEUPRINCPIODEFUNCIONAMENTO........................14

    3.2CONTRIBUIODECADAREDEPARAOCUSTOTOTALDEINFRAESTRUTURAO...........................14

    3.3VARIAODECUSTOSDEINFRAESTRUTURAO....................................................................16

    3.3.1CUSTODEPAVIMENTAOPARAVIASPEDESTRES............................................................18

    3.3.2CUSTODEPAVIMENTAESRODOVIRIAS......................................................................19

    3.3.3CUSTODAREDEDEDRENAGEMPLUVIAL........................................................................20

    3.3.4CUSTODAREDEDEABASTECIMENTODEGUA................................................................20

    3.3.5CUSTODAREDEDEDRENAGEMDEGUARESIDUAL.........................................................21

    3.3.6CUSTODAREDEDEENERGIAELCTRICA.........................................................................21

    3.3.7CUSTODAREDEDEGS..............................................................................................23

    ANLISEDECUSTOSDEURBANIZAO VII

  • 3.3.8CUSTODEESPAOSVERDES.........................................................................................23

    3.4CUSTODASINFRAESTRUTURASURBANASEDENSIDADES.........................................................24

    CAPTULO4OBJECTODEESTUDO..................................................................................................35

    4.1TIPOLOGIADASREASURBANAS.........................................................................................35

    4.2OCONCELHODEVILAREAL................................................................................................37

    4.3OCONCELHODAFIGUEIRADAFOZ......................................................................................43

    4.4LEGISLAOURBANA........................................................................................................49

    4.4.1PDMDEVILAREAL...................................................................................................50

    4.4.2PDMDAFIGUEIRADAFOZ..........................................................................................51

    4.5PROJECTOSANALISADOS....................................................................................................53

    CAPTULO5METODOLOGIA.........................................................................................................54

    5.1ANLISEDOSPROJECTOS....................................................................................................54

    5.2DADOSARECOLHER..........................................................................................................54

    5.3TRATAMENTODOSDADOSRECOLHIDOS................................................................................57

    CAPTULO6APRESENTAO,ANLISEEDISCUSSODERESULTADOS...................................................60

    6.1QUANTIFICAODECUSTOSDEIE.......................................................................................60

    6.2RELAOENTRECUSTOSDEIEEMFUNODOSPARMETROSDEOCUPAODOSOLO................66

    6.2.1CUSTODEIEPORFOGOEMFUNODADENSIDADEHABITACIONAL....................................66

    6.2.2CUSTODEIEPORFOGOEMFUNODAREABRUTADECONSTRUO...............................69

    6.2.3CUSTODEIEPORHABITANTEEMFUNODADENSIDADEPOPULACIONAL............................70

    6.2.4CUSTOTOTALDEIEEMFUNODAREADOTERRENOAURBANIZAR.................................72

    6.2.5CUSTODEIEPORHABITANTEEMFUNODONDICEDECONSTRUO................................73

    6.2.6CUSTODEIEPORFOGOEMFUNODONDICEDECONSTRUO.......................................75

    6.2.7OUTROSESTUDOS.....................................................................................................78

    CAPTULO7CONCLUSESETRABALHOSFUTUROS............................................................................79

    BIBLIOGRAFIA..............................................................................................................................81

    ANEXOS......................................................................................................................................85

    VIII ANLISEDECUSTOSDEURBANIZAO

  • NDICEDEFIGURAS

    FIGURA1CONCELHODEVILAREALESUASFREGUESIAS......................................................................38

    FIGURA2DISTRIBUIOPOPULACIONALDOCONCELHODEVILAREALEM1991E2001..........................39

    FIGURA3VARIAODAPOPULAOENTRE1991E2001.................................................................39

    FIGURA4DENSIDADESPOPULACIONAIS(HAB/KM2)EM1991E2001..................................................40

    FIGURA5TIPOLOGIADEREASURBANAS........................................................................................40

    FIGURA6CONCELHODAFIGUEIRADAFOZESUASFREGUESIAS............................................................44

    FIGURA7DISTRIBUIOPOPULACIONALDOCONCELHODAFIGUEIRADAFOZEM1991E2001................45

    FIGURA8VARIAODAPOPULAOENTRE1991E2001.................................................................45

    FIGURA9DENSIDADESPOPULACIONAIS(HAB/KM2)EM1991E2001..................................................46

    FIGURA10TIPOLOGIADEREASURBANAS......................................................................................47

    ANLISEDECUSTOSDEURBANIZAO IX

  • NDICEDETABELAS

    TABELA 1 RELAO DA DISTRIBUIO DA POPULAO MUNDIAL COM O TAMANHO DOS AGLOMERADOS

    HABITACIONAIS(%)........................................................................................................................6

    TABELA2DISTRIBUIODAPOPULAOPELOMUNDOERESPECTIVOSCONTINENTES(%)...........................6

    TABELA3RESUMODASTENDNCIASDEMOGRFICASPARAPORTUGAL.................................................10

    TABELA4CUSTODEINFRAESTRUTURAURBANAEXCLUINDOASDEGRANDEPORTE..................................15

    TABELA5PARTICIPAOMDIA,EMPERCENTAGEM,DASDIFERENTESCOMPONENTESNOSCUSTOSTOTAISDOS

    SISTEMASURBANOS(%)................................................................................................................16

    TABELA6 INFLUNCIADOSDIVERSOS FACTORESDEANLISENO CUSTODEREDESDE IEURBANA PORREA

    URBANIZADA................................................................................................................................17

    TABELA7INFLUNCIADOSDIVERSOSFACTORESDEANLISENOCUSTODEREDESDEIEPORHABITAO......18

    TABELA8CUSTODEINFRAESTRUTURASPORHABITANTERELACIONADOCOMADENSIDADEPOPULACIONAL.29

    TABELA9CUSTOMDIODASREDESURBANASEMFUNODADENSIDADE,EMDLARES(1977)...............31

    TABELA10 CUSTODE IEPORUTILIZADOREMDLARES (1977)ANVELURBANOPARACIDADESDEMDIO

    PORTE........................................................................................................................................34

    TABELA11CARACTERIZAODASFREGUESIASDOCONCELHODEVILAREALQUANTOTIPOLOGIADASSUAS

    REASURBANAS...........................................................................................................................41

    TABELA12CARACTERIZAODASFREGUESIASDOCONCELHODAFIGUEIRADAFOZQUANTOTIPOLOGIADAS

    SUASREASURBANAS....................................................................................................................47

    TABELA13CLASSIFICAODOSESPAOSURBANOSSEGUNDOOPDMDEVILAREAL..............................51

    TABELA14CLASSIFICAODOSESPAOSURBANOSSEGUNDOOPDMDAFIGUEIRADAFOZ.....................52

    TABELA15LOCALIZAOECLASSIFICAODOSPROJECTOSANALISADOS...............................................53

    TABELA16TABELADEDADOSNECESSRIOSAPREENCHERPARASEPROCEDERANLISE..........................55

    TABELA 17 TABELA DE DADOS REFERENTES AO ORAMENTO DE INFRAESTRUTURA DE PROJECTOS DE

    URBANIZAO..............................................................................................................................56

    TABELA18TABELAQUERESUMEOSCUSTOSTOTAISDECASAPROJECTODEINFRAESTRUTURA,RELACIONANDO

    OSMESMOSCOMOTERRENOTOTALAURBANIZAR,AREABRUTADEHABITAOEONMERODEFOGOS.....58

    TABELA19DADOSDATABELAANOVAREFERENTESAOCUSTODEIEPORFOGOEMFUNODADENSIDADE

    HABITACIONALPARACADAMODELOEMESTUDO.................................................................................67

    TABELA 20 ESTIMATIVA DOS INTERVALOS DE CUSTOS DE IE POR FOGO EM RELAO S DENSIDADES

    HABITACIONAISSEGUNDOACLASSIFICAODOPDMDAFIGUEIRADAFOZ..............................................68

    X ANLISEDECUSTOSDEURBANIZAO

  • TABELA21ESTIMATIVADOS INTERVALOSDECUSTOSDEIEPORHABITANTEEMRELAOAOSICSEGUNDOA

    CLASSIFICAODOPDMDEVILAREAL.............................................................................................74

    TABELA22ESTIMATIVADOS INTERVALOSDECUSTOSDEIEPORHABITANTEEMRELAOAOSICSEGUNDOA

    CLASSIFICAODOPDMDAFIGUEIRADAFOZ...................................................................................75

    TABELA 23 ESTIMATIVA DOS INTERVALOS DE CUSTOS DE IE POR FOGO EM RELAO AOS IC SEGUNDO A

    CLASSIFICAODOPDMDEVILAREAL.............................................................................................77

    TABELA24ESTIMATIVADOSINTERVALOSDECUSTOSDEIEEMRELAOAOSICSEGUNDOACLASSIFICAODO

    PDMDAFIGUEIRADAFOZ.............................................................................................................77

    TABELA25NDICESDEPREOSNOCONSUMIDORPARANOVEMBRODE2008.......................................88

    TABELA26QUADRODEQUANTIFICAODECUSTOSDEREDESDEIEERESPECTIVOSTRABALHOS...............94

    ANLISEDECUSTOSDEURBANIZAO XI

  • NDICEDEGRFICOS

    GRFICO1EVOLUODAPERCENTAGEMDEPOPULAOURBANAERURALNOMUNDO...........................7

    GRFICO2CONTRIBUIODECADASISTEMADEIEURBANANOCUSTOFINALDEINFRAESTRUTURAO.....15

    GRFICO3CONTRIBUIODECADASUBSISTEMADEIEURBANANOCUSTOFINALDEINFRAESTRUTURAO.15

    GRFICO4ANLISEDOCUSTODECOMUNIDADEFICTCIASDE10000FOGOSPOR6HECTARESDETERRENOEM

    FUNODASDENSIDADESHABITACIONAIS.........................................................................................26

    GRFICO5 CUSTODE INFRAESTRUTURA PORHABITANTERELACIONADO COMADENSIDADE POPULACIONAL

    PARAVENEZUELA.........................................................................................................................29

    GRFICO6RELAOENTREADENSIDADEPOPULACIONALEOCUSTODEIEPORHECTARE.........................32

    GRFICO7RELAOENTREADENSIDADEPOPULACIONALEOCUSTODEIEPORHABITAO......................33

    GRFICO8POPULAODOCONCELHOVILAREALNOSANOSDE1991,2001E2006............................37

    GRFICO9TIPOLOGIADASFREGUESIASDEVILAREALEM1991(a)E2001(b)....................................41

    GRFICO10ESTIMATIVASDOPARQUEHABITACIONALEMVILAREAL,2001A2006..............................42

    GRFICO11DISTRIBUIODOSEDIFCIOSDEVILAREALPELONMERODEALOJAMENTOSEM1991E2001.

    DADOSAPRESENTADOSEMESCALALOGARTMICA...............................................................................42

    GRFICO12POPULAODAFIGUEIRADAFOZNOSANOSDE1991,2001E2006................................43

    GRFICO13TIPOLOGIADASFREGUESIASDAFIGUEIRADAFOZEM1991(a)E2001(b).........................48

    GRFICO14ESTIMATIVASDOPARQUEHABITACIONALNAFIGUEIRADAFOZ,2001A2006.....................48

    GRFICO15DISTRIBUIODOSEDIFCIOSDAFIGUEIRADAFOZPELONMERODEALOJAMENTOSEM1991E

    2001.DADOSAPRESENTADOSEMESCALALOGARTMICA.....................................................................49

    GRFICO 16 CONTRIBUIO DE CADA REDE DE IE NO CUSTO FINAL DE INFRAESTRUTURAO, SENDO

    APRESENTADOSOSRESPECTIVOSDESVIOSPADRO..............................................................................60

    GRFICO17CONTRIBUIODECADAIENOCUSTOTOTALDEINFRAESTRUTURAO..............................62

    GRFICO18CONTRIBUIODOSTRABALHOSECOMPONENTESNOCUSTOFINALDOGRUPODIVERSOS........62

    GRFICO19COMPONENTESERESPECTIVACONTRIBUIONOCUSTODAREDEDEINFRAESTRUTURASVIRIAS.

    .................................................................................................................................................63

    GRFICO20 CONTRIBUIODOS TRABALHOS E COMPONENTESNO CUSTODA REDEDE INFRAESTRUTURAS

    ELCTRICAS..................................................................................................................................63

    GRFICO 21 TRABALHOS E RESPECTIVA CONTRIBUIO NOS CUSTOS DA REDE DE INFRAESTRUTURAS DE

    TELECOMUNICAES.....................................................................................................................64

    XII ANLISEDECUSTOSDEURBANIZAO

  • GRFICO22COMPONENTESERESPECTIVACONTRIBUIONOCUSTODAREDEDEINFRAESTRUTURASDEGS.

    .................................................................................................................................................64

    GRFICO23CONTRIBUIODECADAUMADASREDESHIDRULICAS.....................................................64

    GRFICO24 SUBCATEGORIASERESPECTIVACONTRIBUIONOSCUSTOSDAREDEDE INFRAESTRUTURASDE

    DRENAGEMDEGUASPLUVIAIS.......................................................................................................65

    GRFICO 25 COMPONENTES E RESPECTIVA CONTRIBUIO NO CUSTO DA REDE DE INFRAESTRUTURAS DE

    DRENAGEMDEGUASRESIDUAIS.....................................................................................................65

    GRFICO 26 COMPONENTES E RESPECTIVA CONTRIBUIO NO CUSTO DA REDE DE INFRAESTRUTURAS DE

    ABASTECIMENTODEGUA..............................................................................................................66

    GRFICO27RELAOENTRECUSTODEIEPORFOGOCOMADENSIDADEHABITACIONAL..........................67

    GRFICO28RELAOENTREOCUSTODEIEPORFOGOEAREABRUTADECONSTRUO........................69

    GRFICO29RELAOENTRECUSTODEIEPORHABITANTECOMADENSIDADEPOPULACIONAL..................71

    GRFICO30RELAOENTREAREADETERRENOALOTEAREOCUSTOTOTALDEINFRAESTRUTURAO.....72

    GRFICO31RELAOENTREONDICEDECONSTRUOTOTALEOCUSTODEIEPORHABITANTE...............74

    GRFICO32RELAOENTREONDICEDECONSTRUOTOTALEOCUSTODEIEPORFOGO......................76

    ANLISEDECUSTOSDEURBANIZAO XIII

  • XIV ANLISEDECUSTOSDEURBANIZAO

    LISTADESIGLAS

    AbcreaBrutadeConstruo

    AbhreaBrutadeHabitao

    AFTAmericanFarmlandTrust

    AMUreaMediamenteUrbana

    APRreaPredominantementeRural

    APUreaPredominantementeUrbana

    BTBaixaTenso

    CUPRCenterforUrbanPolicyResearch

    DESADepartmentofEconomicandSocialAffairs

    DGOTDUDirecoGeraldoOrdenamentodoTerritrioeDesenvolvimentoUrbano

    ETAREstaodeTratamentodeguasResiduais

    EUEspaoUrbano

    HDIHumanDevelopmentIndex

    HDRHumanDevelopmentReport

    ICndicedeConstruo

    IEInfraEstruturas

    INEInstitutoNacionaldeEstatstica

    ONUOrganizaodasNaesUnidas

    PDMPlanoDirectorMunicipal

    PPPPurchasingPowerParity

    PUEspaoPeriurbano

    RSUResduosSlidosUrbanos

    SPSSStatisticalPackageforSocialSciences

    UNUnitedNations

    UNPDUnitedNationsPopulationDivision

  • CAPTULO1INTRODUOEOBJECTIVOS

    ANLISEDECUSTOSDEURBANIZAO 1

    CAPTULO1INTRODUOEOBJECTIVOS

    Ao longo do tempo temse assistido a uma tendncia natural para o aumento

    populacional. Com isto, assistese a uma maior utilizao do solo, tanto para fins

    habitacionaiscomoparaproduoderecursoseinfraestruturas,entreoutros.Tratasede

    umfenmenoglobalizadoqueocorreemdiversos locaiscomcaminhoseritmosdesiguais,

    conduzindoaumarealidadeespacialcomplexaqueevidencianovas formasurbanas,nem

    sempredesenvolvidodemodoeficienteeequilibrado(Hamad,1999).

    Aspopulaes rurais tendemadeslocarseparaascidadesdemdiadimensona

    periferia das reasmetropolitanas, para eixos urbanos situados junto de itinerrios de

    mbito interregionalou internacionalepara zonasdo litoralemqueodesenvolvimento

    tursticoe imobiliriomaissignificativo.Poroutro lado,verificasequeasmegacidades1

    crescem aum ritmo superior ao das possibilidades de previso das autoridades pblicas

    (Lanzinha,2001).

    Devido a esta tendncia de afluxo s zonas urbanas, resulta a necessidade de

    ocupao dos terrenos disponveis, o que resulta na construo de loteamentos e das

    respectivas infraestruturas. Como tm de ser respeitados os regulamentos de cada

    autarquia, o solo no pode ser ocupado indiscriminadamente, pois os Planos Directores

    Municipaislimitamosndicesdeocupao,asvolumetrias,oseixosvirioseaimplantao

    decorredoresdeinfraestruturas.Poressefacto,edevidonecessidadecadavezmaiorde

    elaborarprojectoseobrasnummenorespaodetempopossvel,remeteseparasegundo

    planoaanlisedealternativasdecustosocupaodosolodisponvel(Lanzinha,2001).

    Assim, h o grande desafio por parte da administrao pblica de combater a

    confusourbanageradapelaurbanizaoacelerada.Temqueseenfrentarodesafiode,no

    mnimo,manterascondiesactuaisdevidaparaasgeraesfuturas.

    Aanlisedoscustosdas infraestruturasdestinadasaos loteamentostem interesse

    emvriosdomniospodendosermuito importantenoplaneamentourbano,ajudandona

    procura das melhores solues urbansticas para cada rea a urbanizar. Por parte dos

    municpios serve de apoio na elaborao ou reformulao dos planos directores, para a

    optimizaodoespaourbanoe/ou reduodosgastospblicos.Poroutro lado,permite

    1reasUrbanascommaisde10milhesdehabitantes

  • CAPTULO1INTRODUOEOBJECTIVOS

    2 ANLISEDECUSTOSDEURBANIZAO

    queasentidadesconstrutorasprevejamoscustosdeinfraestruturaoconsoanteareade

    terrenoainfraestruturarouondicedeconstruo(IC).Assim,esteconhecimentopodeser

    importantenafaseinicialdeconcepodeumprojectodeloteamentopermitindoestimar

    um oramento final de infraestruturao ou escolher o tipo de urbanizao a construir

    consoanteosrecursosfinanceirosdisponveis.

    1.1OBJECTIVOS

    Osobjectivosdestadissertaoso:

    f Avaliar a contribuio de cada sistema de infraestruturas (sistema virio,saneamentobsico,energticoedecomunicaes)nocustoglobaldeinfra

    estruturaodeumaurbanizao;

    f Determinar a contribuio de custos de cada trabalho/componente nosdiversossistemasdeinfraestrutura;

    f Obterummodelodedeterminaodecustosde infraestruturasemfunoda ocupao do solo (custo de infraestruturas por fogo ou habitante em

    funodareadoterreno,densidadeoundicedeconstruo).

    1.2ORGANIZAODOTRABALHO

    Estetrabalhoestorganizadoemsetecaptulos.

    OCaptulo1,queopresente,abordaaorigemeamotivaoparaaelaboraodo

    trabalhobemcomoosseusobjectivos.

    OCaptulo2visacaracterizarofenmenodaurbanizaoexplicandoosmotivosdo

    seu crescimento tanto no mundo como em Portugal e identificar a importncia do

    planeamentourbano.

  • CAPTULO1INTRODUOEOBJECTIVOS

    ANLISEDECUSTOSDEURBANIZAO 3

    NoCaptulo3apresentaseaclassificaodasinfraestruturas,avariaodoscustos

    de infraestruturasea sua relaocomadensidadepopulacionalehabitacionalobtidaa

    partirdapesquisabibliogrficaefectuada.

    O Captulo 4 apresenta a identificao e caracterizao dosmunicpios estudados

    sendoaindaanalisadaalegislaoemvigorquepermiteclassificarasreasurbanizadas.

    O Captulo 5 descreve a metodologia adoptada para a escolha, levantamento e

    tratamentodosdadosnecessriosparaarealizaodotrabalho.

    No Captulo 6 so apresentados, analisados e discutidos os resultados obtidos do

    estudo. So apresentados os grficos que relacionam os custos com a disperso

    populacionalehabitacional,acontribuiodoscustosdasredesesubredesnocustototal

    deinfraestruturaoeasequaesquepermitemfazeraprevisodecustos.

    OCaptulo7apresentaasconclusesdeacordocomosobjectivosapresentadosno

    primeirocaptuloealgumasconsideraesfinais.

    Finalmente,apresentamseasrefernciasbibliogrficaseosanexos.

  • CAPTULO2OFENMENODAURBANIZAO

    4 ANLISEDECUSTOSDEURBANIZAO

    CAPTULO2OFENMENODAURBANIZAO

    Aurbanizao resultada aglomeraodapopulaonaprocuradeumamelhoria

    significativado seunvelde vida.Verificase cada vezmais em todosospases e temse

    verificado nos ltimos anos um abandono das reas rurais e uma movimentao

    populacionalparaosgrandescentrosurbanos.

    umatendnciaqueseagravarnofuturoequesuscitaanecessidadedecriaode

    novasurbanizaes,tantonocentrodascidadescomonasuaperiferia.Istooriginancleos

    habitacionaismaisdensoseoutrosmaisdispersos,dependendodaqualidadedevidaque

    cadacidadoprocura.

    Neste captulo fazse uma pequena abordagem a este fenmeno, explicando as

    razesdacrescenteurbanizao.

    2.1URBANISMO

    Geralmentequandodefaladecidade,fazserefernciaaumaporoespecficado

    espao,claramentedelimitada,comumaorganizaoemorfologiacaractersticas(Angulo,

    1991). Mas, no fcil encontrar uma definio clara pois tm sido encontradas

    variadssimasdefiniesdamesma.

    SegundoNavarro(Navarro,2004),todaagentereconheceumacidadequandoav,

    pois tem uma alta densidade populacional, construes altas emuito prximas, grande

    variedade de servios e uma elevada actividade econmica. Contudo, h partes apenas

    destinadas a indstrias e outras a habitaes, verificandose que nem todas as partes

    possuemumaconstruodensaeconstitudaporgrandesedificaes.

    Omesmoautorreferequeascidadestmvariadssimasfunesurbanasquevariam

    comotempoecomassuascaractersticas,sendoentoumelementodinmicoparaasua

    populao,pois foiestaque a criou,que autilizaeque a transforma consoante as suas

    necessidades.

    Logo, o urbano est intimamente relacionado com a cidade, pois consiste num

    conjuntode funesrelacionadosentreside forma interactivademodoa formaremuma

    unidade(Loughlin).

  • CAPTULO2OFENMENODAURBANIZAO

    ANLISEDECUSTOSDEURBANIZAO 5

    EstainteractividadetambmmencionadaporFerrari(Ferrari,1984,p.327)quediz

    que a forma de uma cidade influi no seu sistema de trfego, na implantao dos

    equipamentosurbanos,noscustosdeurbanizao,naevoluodasreasurbanizadas,alm

    de exercer substancial influncia na vida socioeconmica da comunidade. Inversamente,

    essaforma,almdedependerdomeiofsicoemquese implantou,sofreas influnciasdo

    seusistemadetrfego,dosseusequipamentosurbanos,etc.(Navarro,2004).

    Angulo (Angulo,1991) citaqueurbanizar tornarurbano.Refere tambmqueos

    processosdeurbanizaosoumconjuntodetransformaesquevoacontecendocomo

    tempomediante as quais algo que no era passa a ter o carcter urbano. Por outras

    palavrasdizqueaurbanizaoresultadocrescimentodascidadeseconsequenteexpanso

    urbanapeloterritrio.

    Assim,quandosefaladeurbanizao,podeestarseareferiraocomplexoprocesso

    de transformao de uma regio ou, simplesmente, tarefa de urbanizar uma reduzida

    porodeespao.Nestecaso,urbanizardotarumterrenoespecficode infraestruturas

    de ligao, abastecimento e saneamento. Este processo de facultar redes virias, de

    abastecimentodegua,drenagemdeguasresiduaisepluviais,electricidadeesistemasde

    comunicaopodeserconsideradocomoalgoexclusivodascidades.Tudodependerdas

    disponibilidadeseconmicasedeurbanizaodoterritrioemquesto.

    2.2CRESCIMENTOURBANSTICO

    Nas ltimas dcadas verificase uma tendncia para um aumento e concentrao

    populacionalnascidadesconsiderandoseque,naentradadosculo,haverumaexploso

    urbana(UnitedNationsDevelopmentProgramme,1990).

    Com isto, h uma maior utilizao e desenvolvimento do solo, resultante da

    necessidadedehabitaesparaacrescentepopulaourbanaeparasuportarorespectivo

    crescimento econmico e industrial. Verificase tambm que nas prximas dcadas este

    crescimento tender a continuar, pois as reas urbanas fornecem melhores condies

    habitacionais(Hamad,1999).

  • CAPTULO2OFENMENODAURBANIZAO

    6 ANLISEDECUSTOSDEURBANIZAO

    DeacordocomprojecesrecentesdaONU(Demographia,2008),apopulaorural

    atingir um limite superior por volta do ano 2015 pois a partir deste ponto todo o

    crescimento populacional ser concentrado em zonas urbanas. A Tabela 1mostra essa

    previso verificandose que apenas a populao rural sofrer uma variao negativa,

    querendoistodizerquehaverumamobilizaodapopulaoparaoscentrosurbanos.

    DistribuioPopulacional(%) IncrementodapopulaoUrbana(%)

    TamanhodaUrbanizao

    2000 2015 20002015

    >10Milhes 4.3 5.2 11.5

    510Milhes 2.6 3.5 9.5

    15Milhes 11.6 14.1 31

  • CAPTULO2OFENMENODAURBANIZAO

    ANLISEDECUSTOSDEURBANIZAO 7

    49%51%

    a)2007

    57%43%

    b)2025

    70%

    30%

    c)2050

    2.3CRESCIMENTODOSGRANDESCENTROSURBANOS

    As pessoas asseguram a verdadeira riqueza de uma nao e, para que esta se

    desenvolvadeformaeficiente,sernecessrioassegurarumambientefavorvelparaque

    os seus cidados tenham uma vida longa e saudvel. Para isso temse desenvolvido nas

    ltimas dcadas um afluxo para as cidades, promovendo o desenvolvimento destas de

    formaasatisfazerasnecessidadesdoscidadosemgeral.

    SegundooHDR1990(UnitedNationsDevelopmentProgramme,1990),nos35anos

    aps1950,onmerodepessoasqueviviamnascidadesquasetriplicou,aumentandoem

    cercade1,25milmilhesdehabitantes.Nas regiesdesenvolvidasquaseduplicaramde

    450a840milhesdepessoasenquantoque,nasregiesemdesenvolvimento,passousede

    285milhespara1,15milmilhes.

    Em1960,apenastrsdasdezmaioresaglomeraesurbanassesituavamnomundo

    emdesenvolvimentoesomentequatrodelastinhammaisque10milhesdepessoas.

    Em2000, jexistiam22cidadescommaisdoque10milhesdepessoas,sendoa

    CidadedoMxicoamaiorcomumapopulaode26.3milhes(UnitedNationsDepartment

    ofInternationalandSocialAffairs,1985).

    Segundo a Demographia (Demographia, 2008), em 2008 existiam na mesma 22

    cidadescommaisde10milhesdepessoas,estandoTquionopdiocomcercade34.25

    milhesdepessoas.

    Grfico1EvoluodapercentagemdePopulaoUrbanaeRuralnomundo.Fonte:ONU(ONU,2008)

  • CAPTULO2OFENMENODAURBANIZAO

    8 ANLISEDECUSTOSDEURBANIZAO

    Amesmafonteestimaqueem2030existiro33cidadesasuperarafasquiados10

    milhes,sendoJakartaamaiorcidadedetodas(Demographia,2008).

    Actualmenteexistem339cidadescommaisqueummilhodepessoaseprevse

    queem2015existammaisde560,colocandoumagrandepressonaeficinciadautilizao

    dosolo,poisconvmassegurarumbomplaneamentoquegarantaobemestaraliadode

    umaboarelaocustoeficcia.

    Convmaindareferirqueasprevisesacercadadistribuioespacialdapopulao

    mundialnasprximasdcadas indicamqueasmaioresaglomeraesurbanasestaronos

    pasesdohemisfrioSul,sendoquemetadedapopulaodessespasesviveremcidades

    (Mascar, 2001). Essas previses representam um grande desafio para os governantes

    desses pases. Conforme o Relatrio da Comisso Mundial do Meio Ambiente e

    Desenvolvimento(Nossofuturocomum,tambmchamadodeRelatrioBrundtland),no

    espao de apenas 15 anos omundo em desenvolvimento ter de aumentar em 65% a

    capacidadede produzir e administrar as suas infraestruturas, os seus servios e as suas

    habitaesurbanas,sparamanterascondiesactuais.Eemmuitospasesissoterdese

    realizarnumquadrodegrandesprovocaeseincertezaseconmicas,comrecursosabaixo

    dascrescentesnecessidadeseexpectativas(RelatrioBrundtland,2009).

    2.4PLANEAMENTOURBANO

    Oplaneamentourbansticoestadesempenharumpapelcadavezmaisimportante

    pois incide no planeamento fsico (que fornece os diferentes padres de espao pblico

    aberto,larguradasrodoviasetamanhodosloteamentos),naconcepoarquitectnica(que

    responsvel pela concepo da habitao e localizando das redes hidrulicas, etc.), no

    desenhodeengenharia(localizaoedimensionamentodas infraestruturas),enocustoe

    densidade populacional (Anderson, 1973). Tem como objectivo estudar as melhores

    soluesparacadatipode loteamento,oferecendoserviosdeacordocomorendimento

    dapopulao. Isto,pessoasmaisabastadas iroquerer termelhores serviosenquanto

    que necessrio garantir locais com as infraestruturasmnimas aceitveis para pessoas

    comumrendimentoinferior.

  • CAPTULO2OFENMENODAURBANIZAO

    ANLISEDECUSTOSDEURBANIZAO 9

    Assim, o principal objectivo do planeamento urbano o de interrelacionar o

    planeamento fsico do solo, das habitaes, dos espaos de utilizao colectiva e dos

    equipamentos,deformaqueocustoporlotesejaomaisreduzidopossvel.

    Mancini(Mancini,2008)refereaindaqueascidadesdospasesemdesenvolvimento

    contribuemparaodesenvolvimentohumano,mas trazemvrios contrastes.Porum lado

    contribuem para afluncia da populao, concentrando as empresas e melhorando os

    serviossociaise,poroutro,salientamagannciahumanaecontribuemparamalessociais

    taiscomoasuperlotao,poluioambientalealienaosocial.

    Para superar estas imperfeies sociais, segundo o Human Development Report

    (HDR)(UnitedNationsDevelopmentProgramme,1990,Captulo5),necessrioreforaras

    capacidades criativas e produtivas das cidades, sendo este o grande desafio urbano do

    mundo em desenvolvimento. O respectivo relatrio apresenta quatro objectivos para

    responderaodesafio:

    Descentralizarpodereserecursosdogovernocentralaosmunicpios; Tornarosmunicpiosautosustentveis; Desenvolver estratgias para satisfazer as necessidades de habitao e de

    infraestruturaurbana;

    Melhoraraqualidadedoambienteurbano.

    2.5URBANIZAOEMPORTUGAL

    Anvelnacional, segundooHDR (UnitedNationsDevelopmentProgramme,2009),

    Portugal temum ndicededesenvolvimentohumano (HDI 2)de0.9,sendoconsideradoo

    trigsimo terceiropasanvelmundial (deum totaldecentoevinteesete),commelhor

    progressohumanoe relaoentre rendimentoebemestar.Destasestatsticasverificase

    queaIslndiatemomelhordesenvolvimentohumanoseguidadaNoruegaedoCanad.Os

    EstadosUnidosdaAmricaencontramsenadcimaquintaposio seguidada Espanha,

    enquantoqueoBrasilocupaolugarsetenta.

    2HDIMedeodesenvolvimentocombinandoindicadoresdeesperanamdiadevida,nveleducacionalerendimentosnumnicondice(HDI).umvalorquevariaentre0e1eresultadacriaodeumanicaestatsticaquecombinaoprogressohumanocomodesenvolvimentosocialeeconmico.Ver:http://hdr.undp.org/en/

  • CAPTULO2OFENMENODAURBANIZAO

    10 ANLISEDECUSTOSDEURBANIZAO

    Comesteelevadondicededesenvolvimentohumano,apopulaotendeaprocurar

    umamelhorqualidadedevida,reflectindosenanecessidadedeprocurademelhorlocalde

    residncia. Esta procura implica amudana de residncia para locais urbanizadosmais

    agradveis, resultandonumapossvelmigraopara zonasmaisurbanas (UnitedNations

    DevelopmentProgramme,1997).

    PodesecomprovarestamigraoparaasreasurbanasnaTabela3,poisverificase

    que nas ltimas dcadas tem havido em Portugal um crescimento populacional e o

    abandonodapopulaodaszonasruraisparaseformaremmaioresespaosurbanos.Assim

    esperasequeporvoltade2015maisdesessentaporcentodapopulaoportuguesaviva

    emreasurbanas(UnitedNationsDevelopmentProgramme,2008).

    TendnciasDemogrficas

    Ano 1975 2005 2015

    PopulaoTotal(Milhes) 9.1 10.5 10.8

    PopulaoUrbana(%) 40.8 57.6 63.6

    Ano 19752005 20052015

    CrescimentoPopulacional(%) 0.5 0.3Tabela3ResumodastendnciasdemogrficasparaPortugal.Fonte:HumanDevelopmentReport2007/2008(UnitedNationsDevelopmentProgramme,2008)

    importante realar que o desenvolvimento e a implantao de redes de infra

    estruturassotoantigosquantoaevoluodascidadespois,desdeaantiguidadeathoje,

    asinfraestruturastmacompanhadoasdiferentesetapaspelasquaisascidadespassaram

    ataactualidadesendoparteintegrantedasmesmas(Mascar,2005).

  • CAPTULO3INFRAESTRUTURAURBANA

    ANLISEDECUSTOSDEURBANIZAO 11

    CAPTULO3INFRAESTRUTURAURBANA

    Combasenofenmenodeexpansourbanavistanocaptuloanterior,pretendese

    analisarasinterfaceseimplicaesdessecrescimentonoscustosgeraisdeinfraestruturas

    urbanas(IE).

    Para se efectuar esse estudo, tornase imprescindvel esclarecer o conceito de IE

    urbanaedetodasasredesdequecomposta.

    Osistemadeinfraestruturasurbanaspodeserdefinidocomoumsistematcnicode

    equipamentos e servios necessrios ao desenvolvimento das funes urbanas, podendo

    estasfunesseremvistassoboaspectosocial,econmicoeinstitucional.

    Sob o aspecto social, as IE urbanas visam promover condies adequadas de

    habitao, trabalho, sade, educao, lazer e segurana. No que se refere ao aspecto

    econmico,as IEurbanasdevempropiciarodesenvolvimentodasactividadesprodutivas,

    isto,aproduoecomercializaodebenseserviosesoboaspectoinstitucional,devem

    proporcionar os meios necessrios ao desenvolvimento das actividades poltico

    administrativas,entreosquaisagestodaprpriacidade(Zmitrowicz,1997).

    Mascaraindareferequeosserviosdeinfraestruturasoessenciaisaobemestar

    dapopulaoeasuadeficinciareduzaqualidadedevidaeaprodutividadedoscidados.

    Porestefacto,edevidoconstanteprocuradeumdesenvolvimentosustentvel,tentase

    prover as populaes de servios urbanos em quantidade e qualidade suficientes. Isto

    porquetmsidofeitosvriosestudosrecentesquerelacionamoinvestimentoemIEcomo

    desenvolvimentoeconmicoesocial(Mascar,2005).

    3.1CLASSIFICAODEINFRAESTRUTURA

    SegundoMascar (Mascar, 2005), os servios de infraestruturas esto divididos

    emdoisgrandesgrupos:oprimeiroabrangetodososserviosessenciaisaqualquercidade

    oubairroenquantoqueosegundoabrangeasinfraestruturasdegrandeporte,abundantes

    nasgrandescidades.

  • CAPTULO3INFRAESTRUTURAURBANA

    12 ANLISEDECUSTOSDEURBANIZAO

    O primeiro grupo de redes de infraestrutura pode ser dividido em vrios

    subsistemas, havendo vrios critrios para as diferenciar. O autor refere que se pode

    classificarasrespectivasredessegundoasuafuno,asualocalizaonoespaourbanoou

    oseuprincpiodefuncionamento.

    Porsuavez,as IEdosegundogruposoconsideradasdegrandeporteeapenasse

    encontram nas grandes cidades por serem demasiado dispendiosos. So elas as redes

    metropolitanaseosanisrodovirios.

    3.1.1CLASSIFICAODASREDESSEGUNDOASUAFUNO

    Esta classificao visa separar cada tipo de rede conforme a sua utilidade.Assim,

    segundoMascar (Mascar, 2005) temse o sistema virio, sanitrio, energtico e o de

    comunicaes.

    Osistemavirioconstitudopelasredesdecirculaoedependedotipodeespao

    urbano. Destinase a receber os veculos automveis, bicicletas e pedestres e

    complementado pela rede de drenagem de guas pluviais que garante o seu uso sob

    quaisquercondiesclimticas.osistemamaiscarodoconjuntodesistemasurbanos,pois

    abrangemaisde50%docusto totaldeurbanizaoeocupacercade20a25%dosolo

    urbano. Por essasmesmas razes o subsistemamais dispendioso de alterar (Mascar,

    2005).

    Osistemasanitrioconstitudoporduas redessimtricaseopostassendoelasa

    rede de abastecimento de gua e a rede de drenagem residual.Ambos os sistemas so

    ramificados,isto,osistemadeabastecimentodeguainiciasenosdepsitosurbanosde

    gua e vai subdividirse at chegar ao utilizador final. O sistema de drenagem residual

    funcionada forma inversa,pois recolheos resduosde cadaedificaoe as ramificaes

    vose aglomerando at chegar ao colector final. Interessa ainda referir que a rede de

    abastecimento trabalha em presso e a de drenagem de gua residual pela aco da

    gravidade.

    Osistemaenergticotambmconstitudoporduasredessendoelasadeenergiae

    adegs.Soasformasdeenergiamaisutilizadasporseremasmaiseconmicasedefcil

    manipulao. A rede de energia elctrica destinase essencialmente iluminao e

    movimentaodemotoresenquantoqueadegsdestinaseproduodecalor.Arede

  • CAPTULO3INFRAESTRUTURAURBANA

    ANLISEDECUSTOSDEURBANIZAO 13

    elctrica poder ser area ou subterrnea, dependendo da disponibilidade financeira da

    entidade financiadora, pois a primeira mais baratamasmenos segura e visualmente

    apelativa.A rededegssempresubterrneae,pormotivosdesegurana,afastadao

    maispossveldasrestantesredessubterrneaserespectivasedificaesaservir.

    Porfim,osistemadecomunicaesconstitudopelaredetelefnicaepelaredede

    televisoporcabo.

    3.1.2CLASSIFICAODASREDESSEGUNDOASUALOCALIZAONOESPAOURBANO

    As redes de infraestruturas urbanas devem de ser articuladas entre si e com o

    espaourbanoemqueseinseremparaevitaradesordemdosubsolourbano.Istoporquea

    m organizao da rede infraestrutural traduzse num maior custo de operao e

    dificuldade nas reparaes e ampliaes de cada rede. Para evitar a referida desordem,

    devese implementar as subredes a diferentes nveis e faixas, dando origem a uma

    classificao segundo a localizao no espao urbano. Assim, podem separarse em trs

    nveisdiferentes:nvelareo,nveldasuperfciedoterrenoenvelsubterrneo.

    O nvel areo engloba as redes de energia elctrica e telefnica, que no entanto

    podem ser subterrneas. A sua localizao depende da disponibilidade econmica da

    entidade financiadora. A sua colocao ter que ser bem planeada pois pode haver

    interferncia entre as duas redes bem como com as rvores plantadas na calada e as

    edificaescircundantes.Logo,terqueseteremcontaaalturadasrvoresedirecodo

    ventodominanteparareduzirainterfernciadasrespectivasredes.

    A nvel da superfcie do terreno esto implementados os diferentes tipos de

    pavimentos. No interfere com os outros nveismas depende inevitavelmente do nvel

    subterrneo, pois as reparaes das redes que se encontram no subsolo implicam a

    destruiodopavimento.

    Nonvelsubterrneoencontramseas redesdeabastecimentodegua,drenagem

    pluvial,residual,degseporvezesatelefnicaedeelectricidade.onvelmaisdifcilde

    ser organizado por ser constitudo por diversos subsistemas infraestruturais que, por

    motivos de segurana, tm que cumprir requisitos na sua distribuio. Por exemplo,

    distnciasmnimasdeseparaonomeadamenteentrearededegseaelctricaparase

  • CAPTULO3INFRAESTRUTURAURBANA

    14 ANLISEDECUSTOSDEURBANIZAO

    evitaremacidentesdecorrentesdefugasdegseentrearededeabastecimentodeguae

    drenagemdeguasresiduaisparanohavercontaminaodeguapotvel.

    3.1.3CLASSIFICAODASREDESSEGUNDOOSEUPRINCPIODEFUNCIONAMENTO

    Asredesdeinfraestruturastambmsepodemclassificarsegundooseuprincpiode

    funcionamento,dividindoseporissoemtrsgrupos:asredesquenodependemdaaco

    dagravidade, comoa redeelctricaede telecomunicaes,as redesque funcionam sob

    presso,sendoporissoparcialmentedependentesdagravidade,comoporexemploarede

    de abastecimentode guaede gse,por fim, as redesquedependem inteiramenteda

    forada gravidadeparao seu funcionamento comoo casodas redesdedrenagemde

    guaspluviaiseresiduais.

    Oterceirogrupomencionado,quesegundoMascar(Mascar,2005)incluitambm

    as redes virias, dependemuito da topografia do terreno que influencia o traado das

    respectivasredeseoconsequentecustodaurbanizao.

    3.2CONTRIBUIODECADAREDEPARAOCUSTOTOTALDE

    INFRAESTRUTURAO

    SegundoMascar (Mascar, 2005), a partir de estudos efectuados no Brasil, os

    sistemasvirios,sanitrios,energticosedecomunicaes,custamcercade120a140mil

    dlaresporhectareurbanizado.Istooinvestimentonecessrio,semconsiderareventuais

    correces topogrficas,paraqueoshabitantesobtenhamaqualidadedevidaesperada.

    Noentanto,estevalordependedepasparapasevaiemgeralcrescendocomotempo.

    ATabela4mostraaproporomdiadecontribuiodecadasistemaesubsistema

    nocustofinaldeInfraestruturaodeumaurbanizao.

    ComosepodeverificarpeloGrfico2,osistemaviriooresponsvelpelamaior

    partedo investimentode infraestruturas,custandoquasemetadedoconjunto,enquanto

    queosrestantessistemascompartilhamemporesquaseidnticasosrestantescustos.

  • CAPTULO3INFRAESTRUTURAURBANA

    ANLISEDECUSTOSDEURBANIZAO 15

    45

    20

    19

    16

    SistemaVirio

    SistemaSanitrio

    SistemaEnergtico

    SistemadeComunicaes

    ContribuiodecadasistemanocustofinaldeIE

    ContribuionocustofinaldeIE(%)

    Pavimentao33%

    DrenagemPluvial12%

    Abastecimentodegua6%

    DrenagemResidual14%

    Energiaelctrica11%

    Gs8%

    Telefone12%

    TVporcabo4%

    ContribuiodecadaredenocustofinaldeIE

    ProporodocustodeIE

    SistemadeIE % SubsistemadeIE %

    Sistemavirio 45Pavimentao 33

    DrenagemPluvial 12

    Sistemasanitrio 20Abastecimentodegua 6DrenagemResidual 14

    Sistemaenergtico 19Energiaelctrica 11

    Gs 8

    Sistemadecomunicaes 16Telefone 12

    TVpor cabo 4Tabela4Custodeinfraestruturaurbanaexcluindoasdegrandeporte.Fonte:Mascar,2005.

    Porm,subdividindoossistemasdeIEemsubgrupos,verificasequeapavimentao

    rodoviriacustaemmdiaumterodoinvestimentodeinfraestruturao,enquantoquea

    rededetelevisoacaboamaisbarataaserinstalada,custandoapenasquatroporcento

    domesmoinvestimento,Grfico3.

    Grfico3ContribuiodecadasistemadeIEurbananocustofinaldeinfraestruturao.Fonte:Mascar,2005

    Grfico2ContribuiodecadasubsistemadeIEurbananocustofinaldeinfraestruturao.Fonte:Mascar,2005

  • CAPTULO3INFRAESTRUTURAURBANA

    16 ANLISEDECUSTOSDEURBANIZAO

    Mascarestudouaindaaparticipaopercentualda rededeservios,das ligaes

    domiciliriasedosequipamentos complementares (partes individualizadase importantes

    aos diferentes subsistemas. Ex: adutores, reservatrios, ETAR, poos e fbricas de gs

    natural,centraiselctricas,etc.)nocustofinaldecadasistemadeIE.ATabela5mostraessa

    distribuioonde seobservaque asdecisesdedesenhourbano afectam totalmente as

    duasprimeiraseparcialmenteasrestantes.

    Redes Rede(%)Ligaes

    domicilirias(%)

    EquipamentoComplementar

    (%)Total(%)

    Pavimento 100.0 100

    Drenagenspluviais 100.0 100

    Abastecimentodegua 15.5 25.5 59.0 100

    Drenagemdeguasresiduais 39.0 3.0 58.0 100

    Abastecimentodegscanalizado 19.0 12.0 69.0 100

    Abastecimentodeenergiaelctrica 20.5 15.0 64.5 100

    Iluminaopblica 26.5 73.5 100Tabela5Participaomdia,empercentagem,dasdiferentescomponentesnoscustostotaisdossistemasurbanos(%).Fonte:Mascar(1987),retiradodeZmitrowiczetal.(1997).

    As IE do segundo grupo somuitomais caras pois podem chegar a custar 100

    milhes dedlares por quilmetro.As redesmetropolitanas subterrneas tmum custo

    entre70a100milhesdedlaresporquilmetroenquantoqueasdesuperfcierondamos

    20a30milhesdedlaresporquilmetro.Nocasodasredessubterrneas,equivaleaum

    custodemaisdeummilhodedlaresporhectare servido, sendoum investimentodez

    vezes superior s redes convencionais do primeiro grupo de IE mencionado (Mascar,

    2005).

    Por sua vez, as grandes cidades criam vias de acesso rdiocntricas de forma a

    desviarofluxodotrfegodocentro.Estasviasrondam1milhoa5milhesdedlarespor

    quilmetro. Podem tambm existir vias, com a forma de autoestradas com diversos

    entroncamentos e desnveis, que se destinam a desviar o trfego rodovirio regional de

    passagem.Devidoaestascaractersticas,estetipodeanisrodovirioscustaentre10a50

    milhesdedlaresporquilmetro(Mascar,2005).

    3.3VARIAODECUSTOSDEINFRAESTRUTURAO

    Omesmoautorfezaindaumaanlisedasvariaesdoscustosdecadarededeinfra

    estrutura e a sua influncia no montante final do investimento. Isto porque alm de

  • CAPTULO3INFRAESTRUTURAURBANA

    ANLISEDECUSTOSDEURBANIZAO 17

    poderemvariarcomasdensidadespopulacionais, tambmdependemdos traadosedos

    materiais a utilizar. Podem ser adoptados materiais mais baratos ou traados menos

    complexosquetmcomoresultadofinalobrasmaisbaratas.Estasdecisessosubjectivas,

    poisareduodoscustostrazmenorqualidadeaoserviooferecido.

    Abiko et al. (2003) citaramMascar (1979 e 1987) no seu relatrio sobre Custos

    BsicosdeEmpreendimentosdeUrbanizaodeFavelasnoBrasil (Abiko,2003)ereferem

    queostrabalhosdeMascarforamefectuadosapartirdevrios levantamentosdecustos

    paracidadesmdiasbrasileirasequeasanlisesobedeceramnormalizaobrasileiraem

    vigor na poca dos levantamentos, apresentando duas tabelas que permitem ver a

    influnciadecadaumdosfactoresdeanlisenocustodeIE.Estesfactoresquefazemvariar

    ocustofinaldeinfraestruturaoserotratadosemmaisprofundidadenosubcaptulo3.4.

    ATabela6mostraa influnciadosfactores:tipodetraadodarede,rea,formae

    declive do terreno e densidade da rea urbanizada. Esta anlise inclui os sistemas de

    abastecimentodegua,energiaelctrica,iluminaopblica,drenagemresidualdomstica

    e pluvial, pavimentao viria e rede de gs, sendo excludas as IE relacionadas com

    estaesdetratamento,produodeenergia,serviospblicos,etc.

    RedeTipode

    traadodarede

    readoterreno

    Formadaterreno

    Densidadedaurbanizao

    Declivedoterreno

    gua A(1) B(2) () C ()

    Esgoto A(3) C () () B(4)

    Drenagem () A B(5) () B(6)

    Pavimentao A(1) () () () A(7)

    Energiaelctricaeiluminao A(1) C () () ()Tabela6InflunciadosdiversosfactoresdeanlisenocustoderedesdeIEurbanaporreaurbanizada.Fonte:Abikoetal.(2003),adaptadodeMascar(1979e1987).

    Legenda:

    AAltainfluncia;BMdiainfluncia;CBaixainfluncia;()insignificante/nodetectada/noestudada/noconclusiva.

    Notas:

    (1) Quantomaioraextensodotraado,maiorocustodaredeparaamesmapopulao.

    (2) Oscustosaumentammuitoparaasreasgrandes(acimade400ha)emediamenteparareasmenores.

    (3) Quantomenorotamanhodoquarteiro,maiorocustodarede.

    (4) Oscustosaumentamquandoodecliveinferiora1%esuperiora7%.

    (5) Quantomaisalongadaabacia,maiorocusto.

    (6) At4%dedecliveoscustosdiminuem,entre4e6%mantmseconstanteseacimade8%passamaaumentar.

    (7) Oscustostendemaaumentarcomodeclive,mastambmpodemdentrodecertoslimitesdiminuir,dependendo

    dascondiesdosolo,trfegoedasalternativastecnolgicasdisponveis.

  • CAPTULO3INFRAESTRUTURAURBANA

    18 ANLISEDECUSTOSDEURBANIZAO

    Seguindoasmesmascondiesdeanlise,aTabela7expeainflunciadocustode

    cadaumdossubsistemasnocustofinaldeinfraestruturaoporhabitao.

    RedeTipode

    traadodarede

    readoterreno

    Formadaterreno

    Densidadedaurbanizao

    Declivedoterreno

    gua A B C A ()

    Esgoto A C () A B

    Drenagem () A B A B

    Pavimentao A () () A A

    Energiaelctricaeiluminao A C () A ()Tabela7InflunciadosdiversosfactoresdeanlisenocustoderedesdeIEporhabitao.Fonte:Abikoetal.(2003),adaptadodeMascar(1979e1987).

    Legenda:

    AAltainfluncia;BMdiainfluncia;CBaixainfluncia;()insignificante/nodetectada/noestudada/noconclusiva.

    Astabelasapresentadasmostramqueosfactoresmais importantesnocustosoo

    tipo de traado das redes em que preponderante a influncia do desenho do sistema

    virio. As alternativas de traado para omesmo sistema virio, quando isso possvel,

    tambmpodemacarretaralteraesdecustos,massomenosimportantes.Nessesentido,

    Mascarobservaqueodesenhourbanoemxadrez,queo tradicionalmenteutilizado,

    encareceasredes,poisimplicaasuamaiorextensoparaomesmonmerodehabitaes

    atendidas.Ostraadosnormais,emquehumahierarquizaodasvias(umaprincipale

    outrassecundrias,semsada,quederivamdaprincipal),somaiseconmicos,poislevam

    aumamenorextensodasredes.

    Mais adiante sero apresentados os diversos tipos de solues construtivas para

    cadarededeinfraestrutura,poissoaspectosqueinflacionamoscustos.

    3.3.1CUSTODEPAVIMENTAOPARAVIASPEDESTRES

    Hvriostiposdepavimentaoparaasviaspedestrescujocustovariaconsoanteo

    materialdepavimentao(Mascar,2005).Entreelesreferemse:

    f Pavimentos com terra batida: destinadas a pistas de atletismo ao ar livre.Tem um baixo custo por metro quadrado, mas necessita de uma manuteno

    permanente.

  • CAPTULO3INFRAESTRUTURAURBANA

    ANLISEDECUSTOSDEURBANIZAO 19

    f Ladrilhoscermicos:decustomdioe indicadosparapasseios internosdoslotes,ondeasextensesdepavimentaosopequenas.

    f Ladrilhos hidrulicos de cimento (mosaico): de baixo custo quandorelacionadocomautilizaofinal,poissodestinadosapasseiospblicoslateraiss

    ruas,parquesencleoshabitacionais.

    f Pavimentaoarticulada:menoseconmicaparapasseiospblicos,sendodeutilizaofrequenteparapequenostrechosquesedevemsobressairnoambiente.

    Actualmentetemsefeitoumesforoparaquetodostenhamdireitosdemobilidade

    etornaseessencialacolocaodeacabamentosantiderrapanteserampasparaaspessoas

    fisicamente incapacitadas.Emboraessencial,ocustodasua implementaotambmvaria

    consoanteotipodemateriaiseasuaextenso.

    3.3.2CUSTODEPAVIMENTAESRODOVIRIAS

    A escolha do tipo de pavimentos rodovirios depende da sua utilizao final. As

    principaiscaractersticas,quevariamconformeopavimentoadoptado,soaresistncias

    cargas, a longevidade, o coeficiente de atrito, a sonoridade e a cor adequada (Mascar,

    2005).Existemosseguintestiposdepavimentos:

    f Pavimentosflexveisouasflticos:muitoeconmicosmasnoutilizveisparagrandescargasconcentradasnomesmo localcomo,porexemplo,oscorredoresde

    autocarros.

    f Pavimentos semiflexveis: de custo relativamente baixo, possui grandedurabilidadee facilidadedeexecuo. So comunsnas viasurbanase ideaispara

    locais ainda no servidos por melhoramentos pblicos, pois permitem a fcil

    remooe reaproveitamentodopavimento.Geralmente so formadosporblocos

    debetooudepedra.

    f Pavimentosrgidos:muitoapropriadoaviascomcargasconcentradas,sendoformadasporbetobetuminoso.Asuamaiorrigidezecapacidadedecargaimplicam

    quesejaumpavimentomaiscaro.

  • CAPTULO3INFRAESTRUTURAURBANA

    20 ANLISEDECUSTOSDEURBANIZAO

    3.3.3CUSTODAREDEDEDRENAGEMPLUVIAL

    Amaior parte do custo deste sistema provm da tubagem, sendo o sistema de

    captaesdeguassuperficiaisresponsveisporcercade14%do investimento(Mascar,

    2005). Existem trs tipos sistemas de captao de gua pluvial, sendo eles de captao

    lateral (sarjetas), vertical (sumidouros) e combinado. A sua escolha varia consoante a

    disponibilidade financeirapoiso sistemade captao vertical requeruma gradede ferro

    fundido,sendoligeiramentemaisdispendiosoqueosistemadecaptaolateral.

    Asdiferenasdecustonovariammuitoconsoanteoscritriosdotraadomassim

    dasescolhastopogrficasedareaadrenar.

    Ocustodarededuplicaporcadahectaredrenado,istoporquemedidaquearea

    debaciaaumentaquatrovezes,aredeaumentaemnoveoseupreofinal.Istoverificase

    porque medida que a rea cresce, necessrio transportar mais gua a distncias

    maiores,aumentandoodimetrodatubagemeaprofundidadedamesmaparamantero

    decliveregulamentar(Mascar,2005).

    Almdisso,oscustostotaisdarededecrescemcomoaumentododecliveat4%e

    aumentamcomdeclivesacimados6%.Estefactoverificaseporqueosdeclivespequenos

    requeremmaioresdimetroseextensesda tubagemenquantoqueos grandesdeclives

    requerem solues construtivas especiais para reduzir as velocidades de escoamento

    admissveis(Mascar,2005).

    3.3.4CUSTODAREDEDEABASTECIMENTODEGUA

    Aredededistribuiocompesedetodasascondutascolocadasnasviaspblicas

    com a finalidade de conduzir a gua at s habitaes e locais pblicos. uma parte

    extremamente importantedo sistemadedistribuiodeguapoisosdiferentes traados

    incidemdirectamentenoscustos(Mascar,2005).

    Existemdoistiposdecondutasetraadosnaredededistribuiodegua:

    f Conduta principal: so as canalizaes de maior dimetro e presso queabastecem extensas reas das cidades e que alimentam todas as condutas

    secundrias.

  • CAPTULO3INFRAESTRUTURAURBANA

    ANLISEDECUSTOSDEURBANIZAO 21

    f Condutassecundrias:soascanalizaesdemenordimetroepressoquetransportam a guadas condutasprincipais at shabitaese respectivos locais

    pblicos,abastecendoumareamaisreduzidadoqueascondutasprincipais.

    f Redesabertasouramificadas:nestetipoderedesotraadodascondutasfeitoemformadeespinhadepeixeeacirculaofeitaapenasnumsentido.Soas

    redes commenor custo de implantaomas apresentam problemas no caso de

    interrupodoservio.

    f Redesmalhadas:nestasredesascondutasprincipaisesecundriasjuntamseformandomalhas,tornandoacirculaofechadacompostaporumouvriosanis,

    dependendo do tamanho da rea a servir. So as redes com maior custo de

    implantaomascommaiorgraudesegurana.

    3.3.5CUSTODAREDEDEDRENAGEMDEGUARESIDUAL

    Estarede,talcomoasrestantesredeshidrulicas,estcondicionadapelotraadoda

    viarodoviria.

    Oscustosvariamconsoanteapopulaoservida,poisquantomaiorareaadrenar,

    maiorserodimetrodatubagem.Porm,tambmvariaconsoanteadispersodamesma

    implicando,no casodeumapopulaomaisdispersa,umamaiorextensode tubagens.

    Esta poder ser cermica, de beto, de ferro ou de plstico, sendo a escolha do tipo a

    utilizardependentedascondieslocais(solo),dafacilidadedeobtenoedisponibilidade

    dostubosedoscustosdosmesmos(Mascar,2005).

    Outrofactorquefazvariarocustodoinvestimentoatopografiadoterreno,pois

    necessrioobedeceravelocidadesdeescoamento regulamentares,oque fazcomquese

    altereodeclivedastubagensequantidadedeterrasamovimentar.

    3.3.6CUSTODAREDEDEENERGIAELCTRICA

    Os sistemas de energia elctrica so constitudos pelos seguintes subsistemas:

    gerao,transmissoedistribuio.

  • CAPTULO3INFRAESTRUTURAURBANA

    22 ANLISEDECUSTOSDEURBANIZAO

    Os sistemas de gerao so as centrais responsveis por transformar a energia

    primriaemelctrica, sendogeralmente localizados longedosgrandescentrosurbanose

    emlocaiscomcondiesdenaturezaespecfica.

    Asestaes transformadoras aumentam a tensodaenergiaelctricaque saidas

    mquinas geradoras para que possa ser transportada a grandes distncias e tambm a

    baixamparaquepossaserdistribudapelaredededistribuio.Podemsersubterrneasou

    localizadas em cmaras exteriores. As estaes subterrneas encontramse mais nos

    grandes centros urbanos e, quando as redes de distribuio so de pequena dimenso,

    optaseporcoloclasnosprpriospostes.Estaltimasoluomuitomaiseconmicamas

    visualmentedesagradveleofereceumserviodemenorqualidade(Mascar,2005).

    Noque tocas linhasde transmisso,h vrias combinaesque fazem variaros

    seuscustossendoessascombinaesreferentesaomaterialautilizar,sualocalizaoeao

    tipodecorrentetransmitido.

    f Quantoaomaterialpodeseoptarpor linhasdetransmissodecobreoudealumnio.Apesardaincidnciadotipodecondutoresutilizadonosertograndeno

    custo final de transmisso, podese optar por condutores de alumnio por serem

    mais econmicas. Estes condutores custam aproximadamente um tero do dos

    condutores de cobre, embora se gastemenos emmodeobra na instalao de

    condutoresacobre.

    f Quanto localizao, podese optar pela colocao area ou subterrneadestaslinhas.Asuaescolhadependedaimportnciavisualedeseguranaquesed

    reaservidabemcomofundosdisponveis.Aslinhassubterrneascustamcercade

    quatrovezesmaisqueasareas.

    f Para o tipo de corrente transmitido, optase por uma transmisso porcorrentecontnuaque,emboracomplexo,maiseconmico.

    Aredededistribuiocompostaporduassubredes,sendoelasaredeprimriaea

    secundria.Aredeprimria,detensesmaiselevadas,abasteceasecundriaquealimenta

    osutilizadores.

    Podeoptarsepor linhas areas, subterrneasoupor cabos suspensosprunidos

    queseaplicamdirectamentenasfachadas.Quantoaoscustos,asareassoasmaisbaratas

  • CAPTULO3INFRAESTRUTURAURBANA

    ANLISEDECUSTOSDEURBANIZAO 23

    easlinhassubterrneasmaiscaras.Talcomonaslinhasdetransmisso,aredesubterrnea

    quatrovezesmaiscaraqueaarea,masasuautilizaopoderseramortizadaemzonas

    muitodensas,poishumgrandenmerodeutilizadores.Quandoseoptapelaredearea,

    terqueseteremcontaacolocaodospostes,podendoaproveitarseosda iluminao

    pblica, reduzindo ainda mais os custos. Por sua vez, os cabos prunidos, de custo

    intermdio,paraalmdeconstituremumalinhasegura,custam20%menosemtermosde

    modeobra(Mascar,2005).

    Existem ainda linhas de transmisso e distribuio constitudas por apenas um

    condutor.umtipodelinhamuitobaratoeidealparazonasurbanas(ncleoshabitacionais

    eloteamentos)afastadasdacidadeondenohavercrescimentosignificativodoconsumo

    energtico.

    3.3.7CUSTODAREDEDEGS

    Osistemadedistribuiodegsformadoporumaouvriasredesdesuporteque

    alimentam uma ou vrias redes de distribuio, dependendo do tamanho da rea de

    consumo.Estasredesdesuporte funcionamaumapressomaiselevadaqueasredesde

    distribuio,havendoumareduonodimetrodostuboscomaconsequentediminuio

    doscustos.

    umaredemuitosemelhantededistribuiodegua,poisparapequenasreasa

    alimentaoserfeitadeforma linear,emformadeespinhadepeixe,sendoumasoluo

    mais econmica. Para grandes reas, o fornecimento feito em forma de anel,

    possibilitandoacoberturadomaiorespaopossvel.

    3.3.8CUSTODEESPAOSVERDES

    A soluoquemais se recomendaem relao s reas verdes,queestas sejam

    subdivididasempequenasreaseespalhadaspelo terreno.Apresentaa vantagemde se

    poder percorrer umamenor distncia para a sua utilizao e sermelhor para o meio

    ambiente.Porm,umasoluomaiscara,sendomuitomaiseconmicoaconcentrao

    destesespaosverdessubdivididosnumnicoparquedemaioresdimenses.

  • CAPTULO3INFRAESTRUTURAURBANA

    24 ANLISEDECUSTOSDEURBANIZAO

    3.4CUSTODASINFRAESTRUTURASURBANASEDENSIDADES

    Ocustodas infraestruturasurbanas (IE)temsidoestudadodesde1950atravsde

    diversosmtodos de anlise que influenciam os resultados obtidos. Por isso a principal

    questo que se coloca saber se mais dispendioso equipar de IE zonas de baixas

    densidades ou aglomeradosmuito compactos interessando tambm saber se as famlias

    singulareseosmunicpiosconseguem financiarocustototaldas infraestruturasurbanas.

    Estetema interessatambmsempresasprivadas,poistambmestem jogoo lucrodos

    seusinvestimentosimobilirios.

    SegundoMancini (Mancini,2008),as formasurbanasquedecorremdosdiferentes

    padres de urbanizao interferem directamente no provimento de infraestruturas

    urbanasnamedidaemqueocasionamcustosdiferenciadospara instalao,optimizaoe

    expansodassuasredes.

    AmesmaautoracitaAciollyeDavidson(1998),referindoqueadensidadecostuma

    serum importantereferencialnaavaliaotcnicae financeiradadistribuioeconsumo

    deinfraestruturaseserviospblicosnumarearesidencial.Emprincpio,podeassumirse

    quequantomaioradensidade,melhorserautilizaoemaximizaodasinfraestruturas

    edosolourbano.

    Comisto,umdosprincipaisargumentosafavordasaltasdensidadesurbanasrefere

    seeficincianaconstruoemanutenodasIEeserviosurbanostendoemvistaqueas

    baixasdensidadessignificamlongasredesdeIEparapoucosconsumidorese,portanto,altos

    custosdeinvestimentopercapitanainstalaoeoperao(Mancini,2008).

    Porm, as densidades referidas podero apresentar problemas de congesto,

    saturaodasredesdeIEeineficinciasurbanas,tornandoseobsoletos.

    Posto isto,constatasequearelaoentreocustodas infraestruturaseotipode

    densidadeurbansticadependedevrios factoresque sodifceisde isolar. importante

    definirosparmetros,poisosresultadosvariammuitoemfunodeles.

  • CAPTULO3INFRAESTRUTURAURBANA

    ANLISEDECUSTOSDEURBANIZAO 25

    SegundoG.Knaapetal. (Knaap,2001),doDepartamentodePlaneamentoUrbano

    daUniversidadedeIllinois,essesparmetrosaconsiderarso:

    f Tipodecustos:Seoscustosaconsiderarabordamosectorpblico,privado,ouambos.

    f Tipode infraestruturas:seas infraestruturasaconsiderarenglobamaredeviria, a rede de telecomunicaes, a rede elctrica, o saneamento bsico, os

    serviosdebombeirosepoliciamento,aescolas,etc.Geralmentediferenciamseem

    onsiteouoffsite.AsonsiteenglobamasIEpresentesemtodasasurbanizaesde

    todosos tamanhose formas, sendoentoas redesde IEeas respectivas ligaes

    domicilirias (Ex: sistema virio, sistemas de saneamento, sistemas de

    telecomunicaes,sistemasenergticoseosequipamentoscomoosespaosverdes,

    etc.).Asoffsiteenglobamas IEdeserviosmunicipaiseas IEcomplementares(Ex:

    serviosdebombeirosepoliciamento,educao,estaesdetratamentodeguas

    residuais,centraiselctricas,adutores,reservatrios,etc.).

    f Oscustosdeconstruoeoperao:seaanliseapenas incluioscustosdeconstruo,custosdeoperaoouambos.

    f Amedidadocusto:seocustoestrelacionadocomondicedeconstruo,onmerodefogos,areadoterreno,etc.

    f Aqualidadedoservioeatopografia.f Avariaodasestimativas:Seainformaomeramenteestimadaouseela

    sebaseianumoramentojelaborado.

    f Sequncia esperada do desenvolvimento urbano: Se considerase que odesenvolvimentosemantmconstanteousevariaaolongodotempo.

    Dadoqueocustodas infraestruturasdependede todosestes factores,verificase

    facilmente que a anlise ser de certa forma subjectiva.Devido a isso convm rever as

    concluses resultantes de alguns estudos j efectuados para se ter uma ideia de como

    podemvariaroscustosdasinfraestruturas.

    SegundoorelatrioTheCostofSprawl(RealEstateResearchCorporation,1974),as

    comunidades de alta densidade tm um custo de investimento 21 % inferior ao das

  • CAPTULO3INFRAESTRUTURAURBANA

    26 ANLISEDECUSTOSDEURBANIZAO

    Grfico4Anlisedocustodecomunidadefictciasde10 000fogospor6hectaresdeterrenoemfunodasdensidadeshabitacionais:Baixa,CombinadaeAlta.Oscustosenglobamtodososinvestimentosnecessriosparaasuaconstruo.Fonte:(RealEstateResearchCorporation,1974).Legenda: DensidadeBaixa:Habitaesunifamiliares

    Densidade Combinada: 25% de edifcios multifamiliares, 25% de apartamentos de edifcios mais pequenos, 25% casasgerminadas,25%moradias.DensidadeAlta:40%deedifciosmultifamiliares,30%deapartamentosdeedifciosmaispequenos,20%casasgerminadas,10%moradias.

    comunidades de mdia densidade e 44 % inferior aos de baixa densidade. Os custos

    analisadosforambaseadosemquatroindicadores,sendoelesoscustoseconmicos,custos

    operacionais,o impactoambientaleefeitosvisuais,englobandoassim todososcustosde

    investimentonecessriosconstruodascomunidades.OGrfico4 ilustraasconcluses

    retiradasemtermosdeinvestimentototaldasreferidascomunidades.

    Customd

    iopor

    hab

    itao

    (em

    milh

    ares

    ded

    lares)

    DensidadeBaixa

    DensidadeCombinada

    DensidadeAlta

    0

    10

    20

    30

    40

    50

    E

    I

    H

    Tr

    MM

    M

    P

    T T T

    P

    P

    E E

    Tr Tr

    II

    H

    H

    Investimentomunicipal H

    I

    Tr

    E

    T

    M

    P

    HabitaoInfraEstruturasTransporte Escolas,utilidadespblicaseespaospblicos

    Terreno

    Investimentoprivado

  • CAPTULO3INFRAESTRUTURAURBANA

    ANLISEDECUSTOSDEURBANIZAO 27

    Omesmo relatrio cita que trs por cento das poupanas podero advir de um

    melhorplaneamentoequeamaiorpoupanapodeserobtidadaconstruodasprprias

    habitaes.Anveldas infraestruturas,oseucustonascomunidadesdealtadensidade

    cercade55%inferioraosdascomunidadesmaisdispersas.

    Em1986,aAmericanFarmlandTrust(AFT)eogovernodeLoudounCounty,Virginia,

    verificaramqueocustode infraestruturaoonsiteeoffsiteparaumareadeocupao

    rural baixa (uma habitao por cada cinco acres) custaria o triplo que numa rea de

    densidademaisalta.(4.5habitaesporcadaacre).

    Noseguimentodoseuestudo,Knaapetal.(Knaap,2001)citamJamesFrank(Frank,

    1989).Esteconduziuumestudosimilarsobrecustosdeinfraestruturae,excluindocustoda

    habitaoedoterreno,concluiuqueocustodeinfraestruturas(onsiteeoffsite)parauma

    urbanizaodealtadensidadeseriacercade63%inferioraumadebaixadensidade.Refere

    tambmqueoscustospodemvariarentre50a250%doreferidovalor,dependendodos

    servios,poisestestmesseefeitodevariaodecusto.

    Outrotrabalhoimportantenaavaliaodoscustosdaurbanizaofoiefectuadoem

    1991noestadodeOregon,ondefoipublicadoorelatrioGrowthanditsimpactsinOregon

    (Kitzhaber,1999)queprocuravaestudarocrescimentourbansticoeasuarelaocomas

    comunidadesparaverquempoderacarretarosseuscustoseosseusbenefcios.

    Afirma que as diferenas verificadas no estudo do custo do crescimento urbano

    ocorrem devido localizao e ao padro do desenvolvimento.Devido a isso, incerto

    referir que o desenvolvimento tem um determinado custo por fogo, pois a estimativa

    dependedo tipo eda localizaodahabitao,dadensidade,do tamanho e capacidade

    econmica do municpio, das preferncias da populao por um determinado tipo de

    servios,etc.

    Deentreasvriasconclusesaquechegaram,convmreferirasseguintes:

    f Oscustosdeinfraestruturasdirectas(onsite;Ex:redeviria,passeios,redeshidrulicas, redes elctricas e de telecomunicaes, etc.) para uma habitao

    unifamiliar variam entre $15 000 a $20000 (dlar de 1999). Custosmais baixos

    poderoseratingidosparadesenvolvimentosurbanosmaioresemaisdensos.

  • CAPTULO3INFRAESTRUTURAURBANA

    28 ANLISEDECUSTOSDEURBANIZAO

    f As maiores diferenas de custo para habitaes unifamiliares variamconsoante as infraestruturas indirectas (offsite; Ex:Bombeiros,Centrode Sade,

    Estaes de tratamento de gua etc.) pois estas dependem da localizao e do

    padro de desenvolvimento. Os resultados indicam que custam entre $15000 a

    $30000(dlarde1999)porfogo.Asestimativaspoderosermaioresconsoanteo

    tipodeservioprestado,daqualidadedosmesmosedascaractersticasdolocal.

    f Estas estimativas, apesar de estarem correctas em mdia, variam muitoconforme o tipo de fogo, pois as exigncias socioeconmicas e demogrficas das

    mesmasafectamassuasnecessidadesdeservios.

    interessante verificar que outro autor chegou a uns valores muito prximos.

    R.Burchell conclui num estudo semelhante em que as infraestruturas (onsite e offsite)

    custamentre$37,000a$41,000porfogo(DlarAmericanoem1998)(Knaap,2001).

    Urdaneta (1974) publicou os seus resultados advindos de um estudo parecido

    efectuadonaVenezuela.ReferequeoscustosdasredesdeIEvariamemfunodequatro

    aspectos,sendoelesapopulao,aestruturascioeconmicadapopulao,amorfologia

    urbanaeadensidadehabitacional.Tambmmencionaqueosdoisprimeirosaspectosso

    difceisdealterarsomentenombitodoMunicpioenquantoqueamorfologiaurbanaea

    densidade populacional podem ser controladas pelo poder pblico local. A importncia

    dessecontroloque,commaioresdensidades,atcertolimite,sereduzsignificativamente

    os custos dos servios pblicos per capita. Assim, o ndice de ocupao do solo deve

    merecerespecialatenonoprocessodeplaneamentourbano(Neumann,2003).

    OGrfico5mostrauma curvaqueUrdanetadesenvolveuque relacionaos custos

    das redesde IEem funodadensidade,paraaVenezuela,podendose constatarque a

    densidadequecorrespondeaomenorcustodeIEporhabitanteestariaemtornode1000

    habitantesporhectare(Neumann,2003).

  • CAPTULO3INFRAESTRUTURAURBANA

    ANLISEDECUSTOSDEURBANIZAO 29

    Grfico5CustodeInfraestruturaporhabitanterelacionadocomadensidadepopulacionalparaVenezuela.Fonte:Urdaneta,retiradodeNeumann(2003).

    Baseandosenamesmacurva,Ferrari(Ferrari,1979)identificouosseguintesvalores

    (Tabela8)paraocustodeIEpordensidadepopulacional(Mancini,2008).

    Densidade(Hab./ha) DlaresporHabitante

    200 150

    300 92

    700 22

    1000 12

    1300 24

    1700 69

    1900 114Tabela8CustodeInfraestruturasporhabitanterelacionadocomadensidadepopulacional.Fonte:Ferrari,retiradodeMancini(2008).

    A partir destes resultados poderse verificar que custos de IE diminuem com o

    amentodadensidadepopulacionalmasqueapartirdos1000habitantesporhectareestes

    custosaumentam.

    SegundoHelenLadd(Ladd,1998),estarelaoemformadeUentrecustosde IE

    em funodadensidadepopulacionaldevesedurezadoambiente (theharshnessof

    theenvironment).Referequeo investimentopblicodecresceparareasmetropolitanas

    cujocrescimento inferiora1%poranoequeaumentaparaumcrescimentosuperiora

    3.5%aoano(Kitzhaber,1999).

    0 400 800 1200 1600 2000

    115

    138

    161

    184

    207

    229

    252

    275

    Densidade(Habitantes/ha)

    Custo(Dlares

    /Hab

    itan

    te)

    23

    46

    69

    92

  • CAPTULO3INFRAESTRUTURAURBANA

    30 ANLISEDECUSTOSDEURBANIZAO

    Estes estudos foram efectuados h alguns anos e mostram a importncia e

    preocupaoquesetmdadoaotema.Deummodogeralverificousequeasurbanizaes

    maisdispersasacarretamummaior investimentonecessrioparaa infraestruturaodas

    urbanizaes.

    Contudo,notasequeexisteumagrandediscrepncianaavaliaodos custosdas

    edificaes e das infraestruturas, pois estes ltimos envolvem diferentes rgos e

    concessionrios,quetrabalhamdeformadiferenciada(Abiko,2003).

    Esta discrepncia explicada por Abiko et al. pois, segundo os autores, o tipo e

    traadodasredessubterrneaspodemvariaremfunodosistemavirio,quepodeserem

    xadrez (quarteiro convencional) ou do tipo normal, emque h uma via principal e vias

    secundriasligadasaesta.Aindarefereque,paraodesenhoemquarteiro,ocomprimento

    ecustodasredespodemvariaremfunodotamanhodoquarteiroeemopespossveis

    detraadodaprpriarede,paraomesmodesenhovirio.

    Posto isto, um controlo de crescimento urbanstico resultante de um bom

    planeamento essencial para se poder reduzir os gastos desnecessrios com redes

    desajustadassnecessidadesdapopulaoservida.

    Segundoa InformationPaperontheCostofSprawl (PugetSoundRegionalCouncil,

    2005),R.BurchellreferenoseulivroTheCostsofSprawl2000(2002)queumcrescimento

    controladopoderia,numespaode25anos,reduziremcercade227milmilhesdedlares

    oscustosgovernamentais.Istoporqueocrescimentodescontroladoacarretamaiscustosde

    consumoterritorialeinfraestrutural.

    Burchellaindamostraqueestareduopercentualdecustosurbanosaseguinte:

    consumo de terras no ocupadas (1040 %), estrutura viria (2025 %), IE urbana de

    abastecimento de gua e drenagem de gua residual (1520%), equipamentos pblicos

    comunitrios(210%).

    Vistas estas estimativas de custos por densidades podese voltar amencionar os

    estudosefectuadosporMascar,poisalmderelacionaro investimentoporhabitanteou

    fogo,obteveumarelaodoscustosdeinfraestruturaocomasreasurbanizadas.

  • CAPTULO3INFRAESTRUTURAURBANA

    ANLISEDECUSTOSDEURBANIZAO 31

    Comojfoireferido,segundoosestudosmaisrecentesdoautor,seroprecisos120

    a140mildlaresparaconstruirinfraestruturasdoprimeirogruponumhectaredeterreno

    urbanizado (Mascar,2005).Contudo,embibliografiamaisantiga, referequeo custodo

    hectareurbanizadodependepoucodacapacidadedasredes(Zmitrowicz,1997).

    O Grfico 6, embora desactualizado no que diz respeito a valores de custos

    apresentados,permitecompreenderocomportamentodoscustosde infraestruturaspor

    hectareemfunodadensidadepopulacional.Constatasequeocustodeurbanizaode

    umhectareparaumaocupaode75habitantes/hadeaproximadamente$37000e,para

    umaocupaode600pessoas/ha,de$48000(Dlarde1977).Assim,quandoaocupao

    aumentaem800%,ocustodeurbanizaocresces30%.

    EstegrficoprovmdaTabela9,ondesepodemveroscustosmdiosdasdiversas

    redes de IE urbanas por habitao e hectare em funo da densidade habitacional e

    populacionalrespectivamente.

    Redes

    CustoporHabitao(Dlarde1977) Custoporhectare(Dlarde1977)

    Densidade:Fogos/ha Densidade:Habitantes/ha

    15 30 60 120 75 150 300 600

    Pavimento 1099 571 305 159 16494 17131 18327 19124

    Drenagenspluviais 388 207 106 54 5976 6215 6375 6534

    Abastecimentodegua 87 47 29 19 1307 1436 1753 2367

    Drenagemdeguasresiduais 488 247 126 63 7331 7410 7570 7649

    Abastecimentodegscanalizado 217 121 66 39 3267 3641 3995 4701

    Abastecimentodeenergiaelctrica 168 125 97 63 2534 3769 5823 7665

    Total 2447 1318 729 397 36909 39602 43843 48040Tabela9Customdiodasredesurbanasemfunodadensidade,emdlares(1977).Fonte:Mascar(1987),retiradodeMancini(2008).

    DaTabela9obteveseaindaoGrfico7.Esteapresentaacurvaresultantedocusto

    deIEporfogorelacionadocomadensidadepopulacional.importantereferirqueMascar

    considerouquecadafogoseriaconstitudoporumafamliadecincopessoas,fazendocom

    queasdensidadesfossemiguais.

    NoGrfico7verificaseque,paraumadensidadede75habitantes/ha,ocustodas

    redesdeIEporfamliarondamos$2500,enquantoqueparadensidadesdaordemde600

    habitantes/ha,osmesmoscustosbaixamparacercade$400poragregadofamiliar.

    Mascarconcluientoque,comoaumentodadensidadepopulacional,oscustosde

    urbanizaodecadafamliadiminuemdrasticamente(Zmitrowicz,1997).

  • CAPTULO3INFRAESTRUTURAURBANA

    32 ANLISEDECUSTOSDEURBANIZAO

    Total

    Pavimento

    gua

    Elctrica

    Pluvial

    Gs

    Esgoto

    20000

    0

    10000

    30000

    40000

    Custopo

    rhe

    ctare(US$)

    50000

    0 75 150 300 450 600

    DensidadePopulacional(Hab./ha)

    Grfico6RelaoentreadensidadepopulacionaleocustodeIE porhectare.Fonte:Mascar(1987),retiradodeZmitrowiczetal.(1997).

  • CAPTULO3INFRAESTRUTURAURBANA

    ANLISEDECUSTOSDEURBANIZAO 33

    Grfico7RelaoentreadensidadepopulacionaleocustodeIE porhabitao.Fonte:Mascar(1987),retiradodeZmitrowiczetal.(1997).

    gua

    Gs

    Pavimento

    Pluvial

    Esgoto

    Elctrica

    Total

    0 75 150 300 450 600

    500

    1000

    1500

    2000

    2500

    Densidade(Habitantes/ha)

    Custo(Dlares

    /Hab

    itao

    )

  • CAPTULO3INFRAESTRUTURAURBANA

    34 ANLISEDECUSTOSDEURBANIZAO

    Por fim, para concluir o estudo feito porMascar, apresentase a Tabela 10 que

    mostraocustoporutilizadordasredes,dasligaesedoequipamentocomplementarpara

    umadensidadede300habitantesporhectare(1)eoutrade75habitantesporhectare(2).

    Adensidade(1),de60famliasporhectare,umadensidaderegistadaemcentrosurbanos

    brasileiros eadensidade (2),de15 famliasporhectare,adensidademdiaglobalda

    maioriadascidadesbrasileiras.

    RedesCustodarede Ligaes

    EquipamentoComplementar

    Total

    (1) (2) (1) (2) (1) (2) (1) (2)

    Viria 305 1100 305 1100

    Drenagenspluviais 106 388 106 388

    Abastecimentodegua 29 87 29 176 191 249 454

    Drenagensresiduais 126 489 6 46 380 512 915

    Abastecimentodegscanalizado 67 218 27 156 450 544 824

    Abastecimentodeenergiaelctrica 97 169 37 170 400 534 739

    Iluminaopblica 7 29 20 80 27 109

    Total 737 2480 99 548 1441 1501 2277 4529Tabela10CustodeIEporutilizadoremdlares(1977)anvelurbanoparacidadesdemdioporte.Fonte:Mascar(1987),retiradodeMancini(2008).

    Legenda:

    (1) 60famliasporhectare(equivalentea300habitantesporhectare);

    (2) 15famliasporhectare(equivalentea75habitantesporhectare).

    Naltimacolunaapresentamseostotais:

    f Paradensidadesde60habitaes/ha,opreodasIEporfamliade$2277.f Paradensidadesde15habitaes/ha,opreodasIEporfamliade$4529.

    Comoaltimadensidadeamdiaurbanaglobalbrasileira,podesedizerque,no

    perodo em que foi elaborado o trabalho, o custo por famlia com servios de IE era de

    $4500,ouseja,quase$1000porpessoa(Zmitrowicz,1997).

  • CAPTULO4OBJECTODEESTUDO

    ANLISEDECUSTOSDEURBANIZAO 35

    CAPTULO4OBJECTODEESTUDO

    Nestetrabalhoapresentamseresultadosrelativosaoscustosde IEobtidosapartir

    de17loteamentoslocalizadosnosconcelhosdeVilaRealedaFigueiradaFoz.

    Assim,nestecaptuloserocaracterizadosestesmunicpioseasreasurbanizadas,

    luz da legislao nacional, bem como o seu crescimento populacional e respectivo

    desenvolvimentourbanstico.

    4.1TIPOLOGIADASREASURBANAS

    Acaracterizaodatipologiadumareaurbana,parafinsestatsticos,oresultado

    deumtrabalhoconjuntodesenvolvidopeloINEepelaDirecoGeraldoOrdenamentodo

    TerritrioeDesenvolvimentoUrbano(DGOTDU).A158DeliberaodoConselhoSuperior

    de Estatstica, publicada no Dirio da Repblica, II Srie de 11 de Setembro de 1998,

    aprovouareferidatipologiabemcomoaaplicaodamesmasfreguesiasdoContinentee

    a 185 de 17 de Abril de 2000, aprovou a aplicao da mesma tipologia s Regies

    Autnomas dos Aores e da Madeira. Esta tipologia classifica apenas as freguesias

    existentes data do Recenseamento Geral da populao de 1991 classificando

    provisoriamenteasfreguesiascriadasemdataposterior.

    A tipologia de reas urbanas consiste numa classificao das freguesias em trs

    categorias(INE,2009):

    APUreapredominantementeurbana; AMUreamediamenteurbana; APRreapredominantementerural.

    Estaclassificaobaseouseemcritriosdenaturezaquantitativaequalitativa.Nos

    primeiros, incluemse as vertentes dimenso (associado populao de lugares) e

    densidade(densidadepopulacionaldasfreguesias).Nossegundos,destacamsecritriosde

    funcionalidadeeplaneamento.

  • CAPTULO4OBJECTODEESTUDO

    36 ANLISEDECUSTOSDEURBANIZAO

    A tipologia de reas urbanas, para alm de permitir a classificao do territrio

    nacionalnastrscategoriasacimaenunciadas,segundooseugraudeurbanizao,permite

    ainda definir Populao urbana como a populao residente nas reas

    predominantemente urbanas e identificar e delimitar reas urbanas com designao

    prpria, enquanto conjuntos de freguesias APU contguas, que no podem extravasar o

    limitedomunicpio.

    Deseguida,apresentamseosconceitosassociadosaestatipologia:

    f APUreaPredominantementeUrbanaengloba:- Freguesiasconsideradasurbanas;- Freguesiassemiurbanascontguassfreguesiasurbanas,includasnareaurbana,segundoorientaesecritriosdefuncionalidade/planeamento;

    - Freguesiassemiurbanasconstituindoporsisreaspredominantementeurbanassegundoorientaesecritriosdefuncionalidade/planeamento;

    - FreguesiassedesdeConcelhocompopulao residentesuperiora5000habitantes.

    f AMUreaMediamenteUrbanaengloba:- Freguesias semiurbanas no includas na rea predominantementeurbana;

    - Freguesias sedesdeConcelhono includasnareapredominantementeurbana.

    f APRreaPredominantementeRuralengloba:- FreguesiasnoincludasemAPUnemAMU.

    f Freguesiaurbana freguesiaquepossuadensidadepopulacionalsuperiora500hab./km2ouqueintegreumlugarcompopulaoresidentesuperiorou

    iguala5000habitantes.

    f Freguesia semiurbana freguesia no urbana que possua densidadepopulacionalsuperiora100hab./km2e inferiorou iguala500hab./km2,ou

    que integre um lugar com populao residente superior ou igual a 2 000

    habitanteseinferiora5000habitantes.

    Os concelhos de Vila Real e o da Figueira da Foz tm os trs tipos de reas,

    interessandoporissoefectuaracaracterizaodosrespectivosmunicpiosedasfreguesias

    porsiconstitudas.

  • CAPTULO4OBJECTODEESTUDO

    ANLISEDECUSTOSDEURBANIZAO 37

    46300

    4995750423

    44000

    45000

    46000

    47000

    48000

    49000

    50000

    51000

    1991 2001 2006

    PopulaodeVilaReal

    4.2OCONCELHODEVILAREAL

    OconcelhodeVilaRealpertenceaodistritodeVilaRealeantigaprovnciadeTrs

    osMonteseAltoDouro. limitadaanorteporterritrioEspanhol,a lestepelodistritode

    Bragana,asulpelodistritodeViseueaoestecomosdistritosdoPortoeBraga.o11

    maiordistritoportuguscomcercade4328Km2eumapopulao residentede218935

    habitantes(INE,2007).

    AsededodistritoacidadedeVilaRealquetemcercade24500habitantes(INE,

    2007).Estacidadeestsituadaacercade450metrosdealtitude,sobreamargemdorio

    Corgo,umdosafluentesdoDouro.Localizasenumplanaltorodeadodealtasmontanhas,

    nomeadamenteoMaroeoAlvo.

    Como se pode ver noGrfico 8, omunicpio de Vila Real tem tido um aumento

    populacional,mas possui um grande contraste de cariz urbano e rural, pois hmuitas

    diferenas entre a sua sede a as freguesias circundantes como se pode confirmar nas

    Figuras1a5.Oconcelhopossuiumapopulaodecercade50500habitantes,umareade

    379Km2ecompostopor30freguesias(INE,2007).Estasfreguesias,Figura1,so:Abaas,

    Adoufe,Andres,Arroios,Borbela,Campe,Constantim,Ermida,Folhadela,Guies,Justes,

    Lamares,Lamasdelo,Lordelo,Mateus,Mondres,Mous,Nogueira,NossaSenhorada

    Conceio,ParadadeCunhos,SoMigueldaPena,Quint,SoDinis,SoPedro,SoTom

    do Castelo, Torgueda, Vale deNogueiras, Vila Cova, VilaMarim e Vilarinho da Samard

    (Wikipedia,2009).

    Grfico8PopulaodoconcelhoVilaRealnosanosde1991,2001e2006.Fonte:INE

  • CAPTULO4OBJECTODEESTUDO

    38 ANLISEDECUSTOSDEURBANIZAO

    SegundooINE,verificasequeasfreguesiasquepossuemmaiorpopulaosoasda

    NossaSenhoradaConceio,S.PedroeS.Dinis.

    NoAnexo1podemverseosdadosestatsticosretiradosdoINEcorrespondentess

    populaes residentesdo concelho em 1991 e 2001 (INE, 2003), as suas densidades e a

    respectivaqualificaoemtermosdeterritriourbano.Porm,asseguintesimagens(Figura

    2) resumemos referidosdadospara sepoder teruma ideia generalizadadadistribuio

    populacionalemVilaReal.

    Figura1ConcelhodeVilaRealesuasfreguesias.

  • CAPTULO4OBJECTODEESTUDO

    ANLISEDECUSTOSDEURBANIZAO 39

    Figura3Variaodapopulaoentre1991e2001.Fonte:INE

    Podese verificarquehouveuma grande variaodapopulao ao longodosdez

    anosemque foramefectuadosos levantamentosestatsticos.Essavariaoclaramente

    evidenciadanaFigura3,comprovandoseaaflunciadapopulaoparaascidadeseparao

    centrodoconcelho.

    Figura2DistribuiopopulacionaldoconcelhodeVilaRealem1991e2001.Fonte:INE

  • CAPTULO4OBJECTODEESTUDO

    40 ANLISEDECUSTOSDEURBANIZAO

    De seguida, na Figura 4, so apresentadas as referidas densidades que nos

    permitem caracterizar as freguesias em termos de tipologia. Notase que o centro do

    concelho o localmais denso, estando amaior parte da populao a residir perto da

    cidade.

    Segundo a caracterizao do territrio urbano definido pelo INE e DGOTDU, as

    freguesiasdeLordelo,Mateus,NossaSenhoradaConceio,S.PedroeS.Dinissoasnicas

    quesoconsideradasAPU (ou freguesiasurbanas),sendotambmasquepossuemmaior

    populaoresidenteedensidadepopulacional.

    As freguesias semiurbanas so a de Adoufe, Arroios, Borbela, Constantim,

    Folhadela,Mondres,Mous,Nogueira,ParadadeCunhoseTorgueda.

    As restantes freguesias so consideradas rurais,poisno renem as condiesde

    populao residente ou densidade populacional para serem APU ou AMU. A Figura 5

    evidenciaagrandeextensodereasruraisdoconcelho.

    Figura4Densidadespopulacionais(hab/km2)em1991e2001.Fonte:INE

    Figura5Tipologiadereasurbanas.Hacomparaoentreosanosde1991e2001.Fonte:INE

  • CAPTULO4OBJECTODEESTUDO

    ANLISEDECUSTOSD