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O PROFESSOR PDE E OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE 2009 Produção Didático-Pedagógica Versão Online ISBN 978-85-8015-053-7 Cadernos PDE VOLUME I I

DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE 2009 · 2013. 6. 14. · 1 IDENTIFICAÇÃO 1.1 ÁREA: Língua Portuguesa 1.2 PROFESSORA PDE: Ivone Aparecida Marrafão de Matos 1.3 PROFESSORA ORIENTADORA:

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O PROFESSOR PDE E OS DESAFIOSDA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE

2009

Produção Didático-Pedagógica

Versão Online ISBN 978-85-8015-053-7Cadernos PDE

VOLU

ME I

I

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SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO SUPERINTENDÊNCIA DA EDUCAÇÃO

PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL

Fundação Universidade Estadual de Maringá

MATERIAL DIDÁTICO: UNIDADE DIDÁTICA

“ENTRETECENDO FIOS ENTRE FALA E ESCRITA”

MARINGÁ 2010

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1 IDENTIFICAÇÃO

1.1 ÁREA: Língua Portuguesa

1.2 PROFESSORA PDE: Ivone Aparecida Marrafão de Matos

1.3 PROFESSORA ORIENTADORA: Profª. Drª. Cristiane Carneiro Capristano

1.4 IES VINCULADA: Universidade Estadual de Maringá

1.5 NRE: Umuarama

1.6 ESCOLA DE IMPLEMENTAÇÃO: Escola Estadual do Bairro Catarinense -

Ensino Fundamental

1.7 PÚBLICO OBJETO DA INTERVENÇÃO: Alunos de 5ª e 8ª. séries – Ensino

Fundamental

1.8 PROJETO: PDE 2009

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2 TEMA DE ESTUDO DA INTERVENÇÃO:

RELAÇÃO ENTRE FALA E ESCRITA A PARTIR DOS GÊNEROS

DISCURSIVOS

3 TÍTULO

ENTRETECENDO FIOS ENTRE FALA E ESCRITA

4 MATERIAL DIDÁTICO SELECIONADO:

UNIDADE DIDÁTICA

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO _________________________________________________ 5

2. METODOLOGIA _______________________________________________ 5

3. AVALIAÇÃO OU ACOMPANHAMENTO ____________________________ 6

4. RESULTADOS ESPERADOS _____________________________________ 8

5. RECURSOS ___________________________________________________ 8

6. CRONOGRAMA________________________________________________ 8

7. UNIDADES ___________________________________________________ 8

7.1. Unidade 01 __________________________________________________ 8

7.2. Unidade 02 __________________________________________________ 11

7.3. Unidade 03 __________________________________________________ 13

7.4. Unidade 04 _________________________________________________ 17

7.5. Unidade 05 __________________________________________________ 24

7.6. Unidade 06 __________________________________________________ 25

7.7 Unidade 07 __________________________________________________ 31

7.8. Unidade 08 __________________________________________________ 37

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS __________________________________ 39

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1 INTRODUÇÃO

Esta Unidade Didática tem como preocupação inicial apresentar aos alunos a

ideia de que é possível a interface entre o texto falado e o escrito. Sabemos que, na

escola, muitas vezes, essas duas modalidades são trabalhadas dissociadas uma da

outra. Na contramão dessa tendência, neste trabalho, vamos propor-lhes atividades

que terão o intuito de estimulá-los a refletir sobre as diferenças e semelhanças entre

o texto oral e o escrito, quanto às características de suas estruturas e

funcionamentos, fazendo-os perceber que fala e escrita são duas modalidades de

um mesmo sistema linguístico.

Além disso, objetivamos levá-los a reconhecer, organizar e utilizar recursos

linguísticos presentes nos textos (orais e escritos), fazendo uso de processos de

revisão. Pretendemos, também, levá-los a pensar sobre como se realizam a

transcrição e a retextualização de um texto oral para um escrito, bem como elaborar

regras que possam ser utilizadas nesses dois processos.

Durante o trabalho, serão discutidas questões tais como a variação

linguística, com o propósito de levar os alunos a perceberem, por exemplo, que não

deve haver discriminação a respeito do modo como determinado falante se

expressa.

2 METODOLOGIA

Sabemos que ouvir e contar histórias são hábitos que existe há bastante

tempo em nossa sociedade e que esses hábitos despertam atenção e curiosidade

de jovens, adultos e crianças. O causo de assombração é uma dessas histórias que

ouvimos e contamos. Elegemos o causo de assombração como gênero discursivo

privilegiado para trabalhar com as relações entre fala e escrita.

Com a seleção desse gênero, visa-se à recuperação das tradições orais da

família, passadas de pai para filho, bem como a recuperação da memória de fatos

realmente vividos pelos antepassados, uma vez que é muito comum, nas famílias da

zona rural, alguém gostar de contar histórias que todos gostam de ouvir. O narrador

faz as escolhas para narrá-las com a intenção de criar uma atmosfera que vai além

do real, cria um clima de magia e mistério.

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Portanto, o trabalho a ser desenvolvido buscará uma valorização dos causos

de assombração oriundos da tradição oral, com o intuito de permitir que alunos

percebam que muitas das histórias ouvidas são originadas de tempos antigos,

contadas de pessoa para pessoa, até chegarem aos tempos atuais. Os alunos

recolherão, por meio de gravações de áudio e vídeo, causos de assombração

contados por seus familiares, amigos e outras pessoas da comunidade. O resultado

do trabalho será a produção de um livro com esses causos de assombração. Serão

usadas, neste processo, as atividades de transcrição e de retextualização (descritas

nas unidades a seguir).

3 AVALIAÇÃO OU ACOMPANHAMENTO

A avaliação dar-se-á no decorrer de todo o processo e não somente como

requisito para o resultado final. Será contínua, diagnóstica e formativa e efetivada

em todas as atividades desenvolvidas.

Os alunos serão avaliados com base na sua participação nas atividades, na

apresentação dos resultados das atividades propostas e na contribuição dada aos

colegas, durante discussões promovidas em sala, por meio de observação direta e

controle feito pelo professor.

Serão analisados durante todo o processo de desenvolvimento do projeto, os

seguintes aspectos:

Interesse do aluno na realização das atividades;

Participação do aluno quando solicitado;

Respeito à variação linguística utilizada pelo narrador do causo;

Conclusão das tarefas nos prazos determinados;

Entendimento do que é transcrição e retextualização;

Elaboração do vídeo caseiro com um causo de assombração contado por um

familiar, amigo ou outra pessoa da comunidade;

Produção textual (a transcrição e a retextualização do causo gravado);

Participação na elaboração do livro de causos.

As produções textuais serão avaliadas seguindo critérios que podem ser

verificados na tabela abaixo:

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Critérios para Análise das Produções textuais

Critério Fatos que serão observados Possível

nota

Nota

obtida

1. Desenvolvimento

da proposta de

produção textual

(a) Adequação a proposta de

produção textual (tema e gênero

discursivo solicitado – causos de

assombração);

0 – 2

2. Estruturação do

texto: coerência e

coesão textual

(a) organização do texto: presença

dos elementos narrativos

necessários;

0 -1

(b) progressividade narrativa e

progressividade temporal;

0 -1

(c) articulação dos fatos para

atingir o clímax;

0 -2

(d) desfecho; 0 -1

3. Domínio da norma

escrita prevista para o

gênero textual

solicitado.

(a) Variedade linguística adequada

ao gênero solicitado e à situação

de interlocução;

0 -1

(b) Norma gramatical: sintaxe de

concordância, regência e

colocação, pontuação, flexão;

0 -1

(c) Convenções da escrita:

ortografia, acentuação,

paragrafação, maiúsculo-

minúsculas etc.

0 -1

Nota final

Tabela adaptada para os propósitos dessa Unidade Didática, a partir de modelo elaborado pela Profª.drª. Cristiane Carneiro Capristano.

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4 RESULTADOS ESPERADOS

Espera-se com este trabalho que o aluno perceba que a produção de textos

se dá tanto na oralidade quanto na escrita e que a interface entre essas duas

modalidades é possível. Que ele reflita a respeito da estrutura e do funcionamento

de sua língua, o que levará ao desenvolvimento de capacidades discursivas e

auxiliará no exercício da autonomia.

Espera-se, também, que ele compreenda e faça uso das normas de

transcrição apresentadas na passagem do texto oral para o escrito e que ele consiga

retextualizar o texto apresentado sem modificar-lhe o sentido. Por fim, espera-se que

a produção do livro com os causos de assombração gravados se efetive.

5 RECURSOS UTILIZADOS

Para o desenvolvimento das atividades elaboradas abaixo, será necessário o

uso de filmadora, câmera fotográfica, celular, TV multimídia, laboratório de

informática, internet, textos digitados ou xerocados, power point etc.

6 CRONOGRAMA

A unidade didática será desenvolvida no segundo semestre letivo de 2010.

7 UNIDADES

7.1 Unidade 01: Apresentação do Projeto de Implementação e

Discussão sobre o que são Causos

Para o professor: Nesta unidade, o objetivo é o de levar ao conhecimento dos

alunos o que é este Projeto de Implementação e quais são seus objetivos, fazê-los

perceber qual a finalidade do trabalho a ser desenvolvido. Também serão

propostas reflexões sobre o que é um causo.

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1º. Momento: Apresentação do projeto a partir de slides

Explicitar aos alunos o que será trabalhado nesse projeto. Utilizar para isso

os slides 1 ao 9, que podem ser visualizados em:

www.entretecendofios.blogspot.com

2º. Momento: Conversa sobre causos

Fazer um levantamento se há compreensão, por parte dos alunos do que é

um causo e depois da conversa inicial apresentar a explicação fazendo uso do texto

de apoio (apresentado abaixo).

Questões para direcionar a conversa:

Vocês gostam de ouvir histórias?

Que tipo de histórias gostam de ouvir?

Que tipo de histórias são contadas em sua casa?

O que mais chama sua atenção quando alguém conta uma história?

Para o professor: Poderão ser feitas outras questões de acordo com a

realidade da sala onde o trabalho for desenvolvido. A partir das respostas dadas

o professor apresenta aos alunos o que é um causo, pode ser utilizado o texto de

apoio abaixo ou outro que preferir. Disponível em Power point, slides 10 ao 12.

Disponível em www.entretecendofios.blogspot.com

Os causos sugeridos poderão ser lidos em duplas.

Texto de apoio: O que são causos?

Todos nós gostávamos e gostamos de ouvir histórias. De quando

éramos crianças, até hoje as histórias fazem parte de nossa vida. Elas são

muito variadas: são piadas que ouvimos, histórias de fatos reais, histórias

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inventadas que chamam nossa atenção, fábulas de onde podemos tirar um

ensinamento, entre tantas outras.

Essas histórias que ouvimos podem enriquecer nosso

conhecimento, trazer uma mensagem ou simplesmente nos divertir. Contar e

ouvir história é um hábito muito antigo. Antigamente, principalmente quando

quase não havia TV nas casas do interior, e os livros não estavam tão ao

alcance de todos como estão hoje, a narração oral de causos era um fato

presente na vida das pessoas.

Era um hábito as pessoas se juntarem ao anoitecer para contar

histórias, em volta de uma fogueira no terreiro ou em volta de um fogão aceso

no meio de uma cozinha. Os contadores de causos procuravam despertar a

curiosidade das pessoas e narravam as histórias com entusiasmo, fazendo

suspense para que o ouvinte não se dispersasse.

Existem inúmeros tipos de causos. Causos de assombração, de

humor, fantásticos, trágicos etc. Que tal conhecermos algumas dessas

histórias que nos encantam?

Apresentar aos alunos para leitura alguns causos. Poderão ser

utilizadas cópias dos textos abaixo:

CARVALHO, José Candido de. Remédio do céu é sempre mais barato. Disponível

em: http://www.riototal.com.br/coojornal/cronica006.htm; Acesso em: 10/05/2010.

AZEVEDO, Ricardo. O caso do espelho. Disponível em:

http://horadaleiturademarilia.blogspot.com/2007/06/o-caso-do-espelho.htm . Acesso

em: 10/05/2010.

BARRETO, Lima. O príncipe Tatu. Disponível em:

http://pt.wikisource.org/wiki/O_Pr%C3%ADncipe_Tatu . Acesso em: 10/05/2010.

CASCUDO, Luis da Câmara. A moura torta. Contos tradicionais do Brasil. Disponível

em: http://www.khouse.fplf.org.br/projetos/mural/navegarpreciso18.html; Acesso em:

10/05/2010.

Apresentar aos alunos também na TV multimídia os vídeos:

Causo da onça, narrado por Rolando Boldrin. Disponível em:

http://www.youtube.com/watch?v=FxUVC03w2XM&feature=related. Acesso em

15/06/2010.

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Causos gaúchos. Disponível em: http://www.youtube.com/watch?v=wtaZflJr_rk.

Acesso em: 15/06/2010.

O “Causo da onça” (03h00min.) é um conto engraçado e em “Causos

gaúchos” (02h17min.) há uma explicação inicial feita pelo ator Werner

Schunemann do que é causo e um causo é narrado pelo historiador Zeno

Dias. Esses dois vídeos são bastante interessantes para serem trabalhados

nessa Unidade, pois a enriquecerá.

7.2 Unidade 02: Definição de Causo de Assombração

1º. Momento: O que é causo de assombração?

Questionar sobre qual é o grau de conhecimento dos alunos a respeito de

causos de assombração.

Questões para direcionar a conversa:

Vocês acreditam em fantasmas ou “seres de

outro mundo”?

Todos têm medo? Já sentiram medo do

desconhecido? Quando?

Quem já ouviu história de assombração? Ela

foi contada por quem?

Quem pode definir o que é um causo de

assombração?

Alguém conhece um causo real que possa

ser considerado sobrenatural, ou seja, causo de assombração?

Que histórias são contadas em sua família que vêm sendo passadas de

geração em geração?

Para o professor: Depois dos

questionamentos feitos no 1º.

momento, o professor, a partir

das respostas dadas, deverá

fazer uma explanação do que é

um causo de tradição oral.

Poderá ser utilizado o texto

de apoio abaixo.

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Texto de apoio: Causos de assombração

Certamente há alguém de sua família que tem conhecimento de

uma história diferente, “causos” que relatam episódios inexplicáveis, de

assombração, de esperteza, de medo e tantos outros.

Antes da invenção da escrita todo saber era transmitido oralmente.

A memória humana era o único recurso de que se dispunha para a

transmissão do conhecimento às futuras gerações. Por isso, os mais velhos

eram reconhecidos como os mais sábios, pois detinham mais experiências

e muito conhecimento acumulado e eram os responsáveis em repassar as

histórias aos mais novos.

Algumas dessas histórias contadas antigamente, ainda hoje, são

passadas oralmente de geração em geração. A tradição oral é como uma

colcha de retalhos está presente em todo o Brasil e é fundamental para a

manutenção dos costumes e a construção da nossa história. Contar e ouvir

história é algo que sempre encanta a todos.

Antigamente, as histórias orais estavam mais presentes na vida de

todos, principalmente no interior, porque havia uma grande quantidade de

pessoas que não eram alfabetizadas, então o recurso utilizado para que se

tomasse conhecimento de um causo era a oralidade. Essas narrativas

seguiam uma sequência lógica e eram cheias de ações. O narrador

buscava criar no ouvinte uma expectativa do fato que seria narrado.

Percebe-se, que esses causos que vão sendo passados de pai

para filho vão modificando-se, enriquecendo-se com as tradições e culturas

das comunidades em que são transmitidas.

Texto adaptado de BRANDÃO, Helena Nagamine (org.). Gêneros do discurso na

escola. São Paulo, Cortez, 2003.

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Para o professor: Após a explicação narrar o texto: O casal de velhos de

GARCIA, E. G, Sete gritos de terror. São Paulo, Moderna, 1991. O texto pode

também ser encontrado no livro didático: Linguagem: Criação e interação de

Cássia Garcia de Souza e Márcia Paganini Cavéquia, São Paulo. Saraiva, 1999.

(Depois de ler o texto para os alunos o professor entrega-lhes uma cópia

xerocada para que o releiam)

Observação: Esse texto conta a história de um rapaz que sai a procura de seus

pais biológicos e, numa noite chuvosa, encontra um casal de velhos numa casa

muito pobre. Os dois velhinhos o acolhem e o garoto acaba dormindo ali. Na

manhã seguinte, o inesperado acontece.

7. 3 Unidade 03: Elementos das Narrativas

Para o professor: Nesta Unidade, será feita uma análise de um texto narrativo

para que sejam observados os elementos da narração presentes nele. Sugerimos

continuar o trabalho com o texto já lido para eles. Nesta unidade os alunos

deverão trabalhar com uma cópia do texto narrativo escrito O casal de velhos.

A leitura desse texto será para que o aluno perceba os elementos presentes no

texto narrativo: narrador-personagem, narrador-observador, personagens,

espaço, tempo, conflito, desfecho.

Com o texto, será trabalhado também o uso das pontuações, em especial,

a pontuação necessária para a representação de diálogos, ou seja, o uso do

travessão, dois pontos etc.

1º. Momento: Leitura coletiva do texto e discussão:

Após a leitura silenciosa do texto, os alunos deverão responder as questões

abaixo (neste primeiro momento, apenas na oralidade).

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Questões para análise

Nesse texto o narrador participa das ações: é narrador-personagem ou

somente narra os fatos: é um narrador-observador? Apresente sua

justificativa.

Quem são os personagens da história?

Onde e quando os fatos acontecem?

Que elementos são apresentados no texto chamam a sua atenção por

poderem ser considerados de uma história sobrenatural?

Em qual momento da narrativa, a leitura provoca um maior suspense?

Comente o final da narrativa. É comum as histórias terminarem assim?

2º. Momento: Os elementos da narrativa

Explicação, por meio do texto de apoio abaixo, sobre os elementos da

narrativa. Após explicação, retomada do texto lido anteriormente para responder as

questões propostas no 1º. Momento na modalidade escrita.

Texto de apoio: Elementos da narrativa

A narração consiste em arranjar uma sequência de fatos na qual

os personagens se movimentam num determinado espaço à medida que o

tempo passa. O texto narrativo é baseado na ação que envolve personagens,

tempo, espaço e conflito. Seus elementos são: narrador, enredo,

personagens, espaço e tempo. Dessa forma, o texto narrativo apresenta uma

determinada estrutura. Esquematizando temos:

(A) Apresentação (introdução ao assunto);

(B) Complicação ou desenvolvimento (é a luta entre dois forças ou

personagens);

(C) Clímax (momento de maior intensidade dramática);

(D) Desfecho (como os fatos se arranjam no final da história).

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Protagonistas e Antagonistas

A narrativa é centrada num conflito vivido pelos personagens.

Diante disso, a importância dos personagens na construção do texto é

evidente. Podemos dizer que existe um protagonista (personagem principal) e

um antagonista (personagem que atua contra o protagonista, impedindo-o de

alcançar seus objetivos). Há, também, os adjuvantes ou coadjuvantes, esses

são personagens secundários que também exercem papéis fundamentais na

história.

Narração e Narratividade

Em nosso cotidiano encontramos textos narrativos; contamos e/ou

ouvimos histórias o tempo todo. Mas os textos que não pertencem ao campo

da ficção não são considerados narração, pois essas não têm como objetivo

envolver o leitor pela trama, pelo conflito. Podemos dizer que, nesses relatos,

há narratividade, que quer dizer, o modo de ser da narração.

Os Elementos da Narrativa

Os elementos que compõem a narrativa são:

- Foco narrativo (1º e 3º pessoa);

- Personagens (protagonista, antagonista e coadjuvante);

- Narrador (narrador-personagem narrador-observador).

- Tempo (cronológico e psicológico);

- Espaço.

CABRAL, Marina. Especialista em Língua Portuguesa e Literatura

Equipe Brasil Escola. Disponível em: http://www.brasilescola.com/redacao/narracao.htm .

Acesso em: 16/06/10. Disponível em Power point. Slides 13 a 24. Em

www.entretecendofios.blogspot.com

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3º. Momento: Localização dos elementos de narração

Após explicação dos elementos da narrativa e da resolução do exercício

proposto anteriormente, será desenvolvida a seguinte atividade: os alunos serão

divididos em grupos, cada grupo receberá um causo diferente, eles deverão fazer a

leitura do causo, depois preencher a ficha abaixo e, por fim, apresentá-la a turma.

Causos que poderão ser utilizados:

MANZANO, Sylvia. Uma noite no paraíso. Disponível em:

http://proportoseguro.blogspot.com/2009/07/uma-noite-no-paraiso-conto-de.html: Acesso em:

16/06/10

BRASIL, Juarez do Causo de assombração. Disponível em:

http://www.brasilwiki.com.br/noticia.php?id_noticia=12328. Acesso em: 16/06/10

JULIA, Gilberto. O Compadre, o Lobisomem e o Porco no Rolete. Disponível em:

http://www.rolandoboldrin.com.br/causos_aberto.asp?id=195&id_cat=1. Acesso em: 21/06/10

Ficha para análise do causo lido

ANÁLISE DO CAUSO

Síntese do causo

Quais são personagens?

Quando os fatos

acontecem?

Onde os fatos

acontecem?

O narrador é personagem

ou observador?

Como termina esse

causo? É um final

esperado?

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7.4 Unidade 04: As Diferenças entre Fala e Escrita

1º. Momento: As modalidades orais e escritas

Explicação sobre as modalidades oral e escrita, logo após, iniciar

questionamentos e conversa informal, apresentando conclusões. Trabalho também

desenvolvido em grupo.

Questões para direcionar a conversa:

O que é um texto?

É possível termos textos orais e escritos?

Vocês acham que é possível escrever aquilo que se fala? Como seria a

realização desse processo?

Nós escrevemos como falamos?

2º. Momento: Apresentação do texto para discussão.

Apresentar aos alunos

somente o título do texto

antes de iniciar a discussão

oral.

Analisando o título do texto: “Português é fácil de aprender porque é uma

língua que se escreve exatamente como se fala”

Você concorda que português é fácil? Escrevemos exatamente como

falamos?

3º. Momento: Leitura e reflexão sobre o texto

Ler o texto e responder as questões abaixo. Depois apresentar a sala,

oralmente, suas conclusões.

Para o professor: Será entregue, a cada aluno, uma

cópia do texto. Mas se o professor preferir poderá

trabalhá-lo em power point. Slide 39 e 40. Disponível

em www.entretecendofios.blogspot.com

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“Português é fácil de aprender porque é uma língua que se escreve

exatamente como se fala”

Pois é. U purtuguêis é muito fáciu di aprender, purqui é uma língua qui a genti

iscrevi exatamente cumu si fala. Num é cumu o inglêis qui dá até vontadi di ri

quandu a genti discobri cumu é qui si iscreve algumas palavras. Im portuguêis

não. É só prestátenção. [...] Quem soube falá sabi iscrevê. (Jô Soares. Revista

Veja. 28 nov. 1990. p.19).

Após leitura reflita:

Há comprovação de que o título não está de acordo com o texto? Justifique.

Pense, fale e escreva algumas palavras. Você as escreve realmente como

você as fala? (O professor pode ditar algumas palavras para que os alunos

escrevam ou pedir que um colega dite ao outro)

Você acha que as pessoas do país todo falam da mesma forma? Explique.

4º. Momento: As diferenças entre a modalidade falada e escrita

Explicação sobre as diferenças entre a modalidade falada e escrita conforme

texto de apoio abaixo.

Texto de apoio: Reflexões sobre a fala e a escrita

Utilizamos vários signos para nos expressarmos: um apito, uma

palavra, uma cor, um sinal, um gesto etc. Entretanto, a linguagem verbal se

destaca dentre essas formas de comunicação: ela é, sem dúvida, a mais

usada pelo homem, seja em sua forma falada ou em sua forma escrita.

Sabemos que, normalmente, aprendemos primeiro a falar e, somente

depois, a escrever, pois até os sete anos, mais ou menos, antes de sermos

alfabetizados, usamos sobretudo a fala para nos comunicarmos.

A maioria de nós adquiriu a fala naturalmente, enquanto que a escrita é,

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em geral, aprendida na escola. Outra diferença importante entre a fala e a

escrita: na fala, o signo é sonoro e podemos observar a existência de

gestualidade, movimentos do corpo, dos olhos etc. na escrita, em

contrapartida, o signo é gráfico e nela podemos notar a existência de um

conjunto de letras, de elementos pictóricos etc.

Tradicionalmente, costuma-se comparar a fala e a escrita da seguinte

forma:

Fala Escrita

Menos planejada, mais espontânea, mudança rápida de construção, frases soltas;

Mais planejada, fluxo contínuo, frases encadeadas;

Elementos coesivos: entonação, gestos, olhares;

Elementos coesivos: conectivos, estruturas sintáticas;

Uso de frases curtas, ordem direta, período simples e coordenado;

Períodos longos e subordinados frases com estrutura complexa.

Presença de marcas interacionais: né, então, daí;

Uso de convenções;

Uso de gírias e variedade linguística mais presente;

Poucas gírias e uso de linguagem mais formal;

Praticamente sem consulta a outros textos;

Pode haver consulta a outros textos;

Análise das reações do interlocutor. Não há como analisar as reações do leitor.

Refletindo sobre o quadro acima, podemos afirmar que as diferenças

entre a fala e a escrita não parecem ser tão marcantes como as expostas.

Tomemos como exemplo a comparação entre alguns gêneros textuais escritos

e falados, especificamente o bilhete, a aula expositiva, o bate papo on-line e a

conversa entre um advogado e um juiz. O bilhete, em geral, é construído com

frases curtas, períodos simples e coordenados. Numa aula expositiva, o

professor poderá utilizar períodos longos e subordinados, frases complexas.

Num bate-papo on-line (gênero escrito), pode haver gírias e, numa conversa

entre um juiz e um advogado, as gírias não estarão presentes.

Sendo assim, não podemos dizer que as características atribuídas aos

textos falados e aos textos escritos no quadro acima são exclusivas desses

textos. As diferenças aparecem quando pensamos nos gêneros textuais:

assim, existem gêneros falados e gêneros escritos que são “menos

planejados, mais espontâneos”, como o bilhete e a conversa espontânea e

outros que são “mais planejados”, como uma dissertação escolar e uma aula.

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Partindo da noção de língua e funcionamento da língua, como proposto

nesta unidade, as diferenças entre fala e escrita devem ser analisadas na

perspectiva de uso e não do sistema. Além disso, quando analisamos a

relação entre a fala e a escrita, devemos levar em consideração não o código

(falado ou escrito), mas sim seus usos.

Devemos considerar, portanto, que as modalidades falada e escrita

têm características particulares, mas ambas apresentam: dialogicidade, usos

estratégicos, funções interacionais, envolvimento, negociação,

situacionalidade, coerência, dinamicidade.

Texto inspirado em: MARCUSCHI, L. A. Da fala para a escrita: atividades de

retextualização. São Paulo: Cortez, 2001.

5º. Momento: Maneiras de falar

Introdução do tema: variante linguística através de conversa informal.

Questões para direcionar a conversa:

Todos falamos de uma mesma maneira?

Como falamos “leite” aqui em nossa região? E na região sul essa palavra

tem a mesma pronúncia?

Como nossos avós diziam: milho, paiol, colher, agulha?

O que podemos deduzir desses questionamentos?

6º. Momento: Português Padrão e Português não Padrão Variação

Linguística

Explicação de variação linguística e português padrão e não-padrão e

discussão sobre preconceito linguístico.

Apresentar para os alunos a questão inicial para debate:

As pessoas sem instrução falam errado. Certo?

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Leitura do texto abaixo e discussão sobre o tema, neste momento,

somente na oralidade e sem as questões para análise. Procurar perceber o que os

alunos pensam a respeito desse assunto.

Trechos do livro de Marcos Bagno “A língua de Eulália” (páginas 32 a 38)

Neste trecho, há uma reflexão sobre a variedade não-padrão da Língua

Portuguesa.

Fragmento: (diálogo entre três universitárias e uma professora)

_ A primeira reação de um falante escolarizado diante do PNP (português

não padrão) é considerá-lo um “português errado, corrompido, estropiado”. A

noção de erro é muito cômoda, pois ela dispensa a gente ir mais fundo e

descobrir as verdadeiras razões que levam o PNP a ser como (...) é. Na

verdade, Silvia, ela não enfatiza as diferenças lingüística, mas sim as

diferenças sociais (...) podemos até criar um refrãozinho: “Onde tem variação

também tem avaliação”. Quando nós, falantes escolarizados de uma variedade

urbana culta, rimos ou (temos pena) de alguém que diz prantá no lugar de

plantar, aproveitamos essas diferenças de pronúncia para mostrar que nós não

pertencemos àquela classe social, àquela comunidade “atrasada”, que não

fazemos parte daquele grupo desprestigiado... Queremos deixar bem clara a

distância social, econômica e cultural que existe entre nós e aquele falante de

não-padrão. E é daí que nasce o preconceito lingüístico...

_ Mas não só o lingüístico, não é mesmo, Irene? _ apressa-se em

acrescentar Emilia. _ Acho que todo tipo de preconceito nasce disso. Basta um

pequeno detalhe para tentar justificar a discriminação... Afinal, o que é que

diferencia uma pessoa negra de uma pessoa branca? A cor da pele, e nada

mais... Todo o resto é igual: boca, olhos, nariz, cabelo, ouvidos, pés, mãos,

pele, osso, sangue, cinco sentidos, infinitos sentimentos, incontáveis

sensações... Mas na hora de discriminar, de fazer a separação, é a diferença

mínima que conta...

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Questões para análise do texto:

Você já achou engraçada uma situação onde as pessoas falavam

diferente do que você está acostumado?

Há alguém em sua família que fala o PNP (português não padrão)?

Como você lida com isso?

Diante do exposto no texto o que você acha que deve ser feito com

relação às pessoas que não falam o português padrão?

Você acha que é necessário aprender o Português Padrão? Por quê?

Para o professor: Apresentar aos alunos o que é variação linguística utilizando um

dos vídeos abaixo, disponíveis em:

http://www.youtube.com/watch?v=VkywM4GNvjs&feature=related

http://www.youtube.com/watch?v=gNj36S3gJ54. Acesso em: 27/07/2010.

7º. Momento: Português padrão e Português não-padrão.

Ler com os alunos uma entrevista com o autor Marco Bagno que fala seu

novo trabalho, o livro: “A língua de Eulália” que vem provocando boas discussões

sobre o que é "falar certo e falar errado".

JC: Em que consiste o preconceito lingüístico [...]?

Bagno - O preconceito lingüístico é um conjunto de idéias distorcidas que se

baseia no mito de que só existe uma única língua portuguesa digna deste

nome e que seria a língua ensinada nas escolas, prescrita nas gramáticas e

compendiada nos dicionários. Qualquer manifestação linguística que escape

desse domínio escolar-normativo é considerada, pelo preconceito lingüístico,

errada, feia, estropiada, rudimentar, deficiente, e não é raro a gente ouvir que

"isso não é português".

“JC: “O livro fala o tempo todo em “português padrão” e” português não-

padrão” Como você explica estes conceitos?

Bagno - O português padrão é a língua falada pelas pessoas que detêm o

poder político e econômico e estão nas classes sociais mais privilegiadas, que

nós sabemos que são uma pequena minoria na população do Brasil, país que

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detém o triste recorde mundial de pior distribuição da riqueza nacional entre as

camadas sociais.

JC. E quem fala o Português não padrão?

Bagno - O português não-padrão é a língua da grande maioria pobre e dos

analfabetos do nosso povo. É também, consequentemente, a língua das

crianças pobres e carentes que freqüentam as escolas públicas. Por ser

utilizado por pessoas de classes sociais desprestigiadas, marginalizadas e

oprimidas pela terrível injustiça social que impera no Brasil, o português não-

padrão é vítima dos mesmos preconceitos que pesam sobre essas pessoas.

Ele é considerado "feio", "deficiente", "errado", "rude", "tosco", "estropiado",

idéias que resultam da simples ignorância dos mecanismos que governam a

língua não-padrão.

Entrevista concedida por Marcos Bagno ao Jornal do Commercio, de Recife, publicada em 29 de outubro de 1998. Disponível em http://marcosbagno.com.br/site2/conteudo/arquivos/deu_jornal_do_commercio.htlm Acesso em 27/07/2010.

Questões para análise:

Elabore uma definição de português padrão e português não padrão.

A que fato podemos atribuir o preconceito linguístico?

Apresente seu ponto de vista a respeito da seguinte afirmação: “Não

existe maneira de falar feia ou bonita, certa ou errada, pior, ou melhor”.

Para o professor: Se achar conveniente apresentar a biografia do autor. Algumas

informações: Marcos Bagno, mineiro de Cataguases, que já morou no Recife e

atualmente está radicado em São Paulo. Iniciou sua carreira como escritor em 1988

ao receber o IV Prêmio Bienal Nestlé de Literatura pelo livro de contos A Invenção

das Horas (Editora Scipione). Vieram em seguida, outros livros, a maioria deles

dedicados ao público infanto juvenil - um total de 20 títulos. O autor foi detentor

também de outros prêmios representativos como o João de Barro (literatura infantil,

1988), Cidade do Recife (poesia, 1988), Cidade de Belo Horizonte (contos, 1988),

Estado do Paraná (contos, 1989) e Carlos Drummond de Andrade (poesia, 1989).

Bagno vem se tornando conhecido por sua luta contra a discriminação social por meio

da linguagem. Para ele, o preconceito linguístico precisa ser reconhecido, denunciado

e combatido, porque é uma das formas mais sutis e perversas de exclusão social.

Disponível em www.marcosbagno.com.br. Acesso em 25/07/2010

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7.5 Unidade 05: Procedimentos para a Coleta e a Gravação dos

Causos

1º Momento: Levantamento de dados dos causos contados pela família

Será determinada uma aula para que todos os alunos possam narrar os

causos que são contados por suas famílias, e assim partilhar no grupo qual causo a

família conta.

No dia escolhido, os alunos contarão os causos que conhecem e, dessa

narração feita, serão escolhidos os causos que serão gravados. É necessária esta

seleção, para que não haja coincidência dos causos gravados. Após a escolha dos

causos será feito um agendamento das datas para a gravação desses causos. (Esta

gravação será feita em contraturno).

2º. Momento: Como é feita uma gravação

Explicar o processo de gravação que tanto poderá ser feito com filmadora,

máquina fotográfica digital ou celular. Procurar mostrar-lhes como se dá a

construção das imagens, a questão dos enquadramentos, tipos de planos, o uso do

zoom e outros aspectos ligados a gravação.

Pedir aos alunos que conversem previamente com o entrevistado (a)

agendando com ele (a) a data que poderá ser

realizada a gravação, procurar deixá-lo (a) bem

à vontade para que possa se preparar e se

sentir confortável durante a gravação.

Ressaltar, aos alunos, a importância de

não interromper a gravação a menos que o (a)

entrevistado (a) peça.

Explicar aos entrevistados (as) o motivo da gravação, a importância do

trabalho desenvolvido e a necessidade de assinar o termo de cessão. Termo

Disponível em www.entretecendofios.blogspot.com.

Para o professor: Se achar

conveniente, acompanhar os alunos

durante a gravação. A gravação

será marcada com antecedência e

realizada em contraturno.

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3º. Momento: Gravação dos causos narrados por alguém da família,

amigo ou um morador da comunidade.

No dia agendado, a dupla irá até a casa da família onde o causo será

narrado, com o material necessário para a gravação.

Procurará um lugar adequado onde não haja problemas com a iluminação e,

de preferência colocará o (a) contador (a) de causo sentado para que ele (a) se sinta

mais a vontade. Deixá-lo (a) tranqüilo (a) e explicar-lhe que se houver necessidade a

gravação poderá ser interrompida e reiniciada. Recolher as gravações feitas e

armazená-las.

7.6 UNIDADE 06: A transcrição

1º. Momento: Texto oral transcrito para análise

Apresentar aos alunos um texto transcrito da oralidade para que eles

analisem as características presentes nele.

Leia a transcrição de uma conversa entre dois amigos: João (J) e Pedro (P)

J_ escuta... cê viu como foi bom o baile da oitava série... ((animado))

P_ é: eu nem fui... tava cansado ((sem muito interesse))

J_ nossa cara cê não sabe que perdeu... tinha ca:: da gati:: nha

P_ah é... num tô interessado

nisso... ((já com ar de

desinteresse))

J_ para quessa dor de cutovelo...

desde que a Cris foi embora que

cê ta assim... brocochô... se

anime

P_ não dá cara... tô com a

cabeça chei: a...

J_ ah: faz o possível cê não pode ficar assim né? Não tem só ela no mundo... ((meio

indignado))

Para o professor: Poderá ser apresentada uma

cópia desse texto ou utilizar-se dos Slides 41 a

43, disponível em

www.entretecendofios.blogspot.com . Também

poderá ser escolhido outro texto com essas

características.

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P_ já DISSE num tô com cabeça pra isso...

J_ qual é cara? Pense bem cê tá perdendo tempo... garan::to que ela nem pensa

mais em você...

P_ será? ... ((pensativo)) é... talvez seja isso mesmo... acho que cê tem razão...

outra hora a gente se fala... tô indo... ((saindo))

J_ vai não... perai... vamo conversar...

(Diálogo produzido pela professora Ivone especialmente para esta Unidade

Didática)

Questões para direcionar a conversa:

Em duplas, analisem a transcrição desse bate papo entre amigos e anotem suas

conclusões.

Procurem identificar e explicar o porquê do uso de dois pontos seguidos,

reticências, letras maiúsculas, dois parênteses.

Discussão das conclusões anotadas.

2º. Momento: Apresentação das “Normas da Nurc” para transcrição

Explicar aos alunos o que é transcrição e as normas utilizadas para a

transcrição do texto oral para o escrito. Utilizar texto de apoio abaixo. Usar para a

explicação os slides 25 a 32, disponível em www.entretecendofios.blogspot.com.

Texto de apoio: A transcrição

“Transcrever a fala é passar um texto de sua realização sonora para a

forma gráfica com base numa serie de procedimentos convencionalizados.”

As mudanças ocorridas nesse processo não podem interferir na

natureza do discurso produzido pelo interlocutor. Precisa-se procurar ser o

mais fiel possível e próximo do discurso produzido.” (MARCUSCHI, L. A.

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Da fala para a escrita: atividades de retextualização. São Paulo: Cortez,

2001. p. 49.)

Normas para Transcrição

OCORRÊNCIAS SINAIS EXEMPLIFICAÇÃO

Incompreensão de palavras ou segmentos

() do nível de renda... ( ) nível de renda nominal...

Hipótese do que se ouviu (hipótese) (estou) meio preocupado (com o gravador)

Truncamento (havendo homografia, usa-se acento indicativo da tônica e/ou timbre)

/ e comé/ e reinicia

Entoação enfática Maiúscula porque as pessoas retêm moeda

Prolongamento de vogal e consoante (como s, r)

:: podendo aumentar para:::: ou mais

ao emprestarem os... éh: ...o dinheiro

Silabação - por motivo tran-sa-ção

Interrogação ? e o Banco... Central... certo?

Qualquer pausa ...

são três motivos... ou três razões... que fazem com que se retenha moeda... existe uma... retenção

Comentários descritivos do transcritor

((minúsculas)) ((tossiu))

Comentários que quebram a seqüência temática da exposição; desvio temático.

-- --

... a demanda de moeda -- vamos dar essa notação -- demanda de moeda por motivo

Superposição, simultaneidade de vozes

{ ligando as linhas

A. na { casa da sua irmã B. sexta-feira? A. fizeram { lá... B. cozinharam lá?

Indicação de que a fala foi tomada ou interrompida em determinado ponto. Não no seu início, por exemplo.

(...) (...) nós vimos que existem...

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Citações literais ou leituras de textos, durante a gravação

" "

Pedro Lima... ah escreve na ocasião... "O cinema falado em língua estrangeira não precisa de nenhuma baRREIra entre nós"...

* Exemplos retirados dos inquéritos NURC/SP No. 338 EF e 331 D2.

Observações:

1. Iniciais maiúsculas: só para nomes próprios ou para siglas (USP etc.) 2. Fáticos: ah, éh, eh, ahn, ehn, uhn, tá (não por está: tá? você está brava?) 3. Nomes de obras ou nomes comuns estrangeiros são grifados. 4. Números: por extenso. 5. Não se indica o ponto de exclamação (frase exclamativa). 6. Não se anota o cadenciamento da frase. 7. Podem-se combinar sinais. Por exemplo: oh:::... (alongamento e pausa). 8. Não se utilizam sinais de pausa, típicos da língua escrita, como ponto-e-vírgula, ponto final, dois pontos, vírgula. As reticências marcam qualquer tipo de pausa, conforme referido na Introdução.

Disponível em: http://www.fflch.usp.br/dlcv/nurc/normas_para_transcricao.htm Acesso em: 21/04/2010.

3º. Momento: Elaboração de normas para transcrição

A partir da explicação e da leitura das normas da Nurc será realizado o

trabalho de elaboração das normas que serão usadas pelos alunos durante o

projeto. Os alunos em grupo e com uma cópia das normas para transcrição da

Nurc, elaborarão as próprias normas que serão utilizadas no trabalho.

Cada grupo poderá elaborar suas normas, mas, essas serão propostas aos

demais e as mais claras serão as utilizadas. As normas adotadas serão escritas no

quadro e copiadas por todos, pois todos deverão fazer uso das mesmas normas.

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4º. Momento: Transcrição do causo assistido

Um causo de

assombração gravado pela

professora será apresentado aos

alunos na TV Multimídia e eles, em duplas, seguindo as normas adotadas iniciarão a

transcrição.

5º. Momento: Correção da Transcrição

Após efetuarem a transcrição, em duplas, o professor, com a participação

dos alunos, fará a transcrição do causo no quadro. Depois haverá uma análise e

discussão entre o que foi produzido por eles em duplas e a produção coletiva.

Transcrição do causo narrado oralmente

Este caso de assombração que eu vou contar aconteceu lá no nordeste

na casa do meu avô... meu avô naquele tempo contratava um professor há

muitos anos atrás... e ele:: pagava para aquele professor dá aulas só pros

menino... e a minha mãe... ( ) ele gostava muito da minha mãe e começou a

ensinar minha mãe a lê e a escrevê e fazê umas conta e depois de muito

tempo ele ficou uns quatro ano lá na casa deles ensinando a minha ( )... os

meus tios e as pessoa que morava ali por perto e depois ele foi embora... e...

( ) faleceu então um dia ele veio em sonho e... pra minha mãe e falô pra ela

que ela fosse lá no quarto onde ( )... lá na sala onde ele dava aula que lá tinha

uma latinha que ele tinha enterrado com dinheiro para minha mãe arrancar

como minha mãe não teve corage minha mãe pego e foi contar o sonho pra

minha vó aí a minha vó falou para ela não ( ) esse sonho a gente não pode

contá porque senão a pessoa vem pra assim... ficar assombrando a pessoa e

foi o que aconteceu ele vinha a noite... minha mãe dormia com duas tias e ( )

ela sempre estava no meio das duas e ele vinha e pegava ela e erguia e

jogava e soltava e minha mãe caia em cima da cama depois de muito tempo

meus tios também queria ver se eles também via esse:: essa assombração...

Para o professor: Esse causo foi especialmente

gravado para esse projeto e está disponível em

www.entretecendofios.blogspot.com

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pegava uma... pegaram uma caixa de fósforo colocaram na... embaixo da...

dormiram na mesa e colocaram essa caixa de fósforo embaixo do travesseiro

e quando apareceu aqueles barulhos que ele fazia... que ele caminhava assim

dentro de casa e todo mundo ouvia minha vó também ouvia e ai meus tios foi

procurá a caixa de fósforo para acendê pra riscá o fósforo pra acender fazê

pra ver se via alguma coisa a caixa de fósforo tinha sumido então minha mãe

sofreu muito porque minha mãe ficava muito:: apavorada quando chegava a

noite que já... ela já ficava com medo dele aparece assim... com aqueles

barulhos dentro de casa e ele começava a mexe:: com/com... ela então ele...

ela... eles pegaram e começaram a mandá rezá missa e a minha vó também

tinha um quarto que era só dos santo ( ) fez muita oração pra pode ele::

sossegá porque já fazia uns quatro anos que ele tinha falecido e eles nem

sabia que ele tinha falecido.

(Este causo de assombração aconteceu com a senhora Eurides Boaventura Ribeiro quando ela tinha 13 anos, na localidade de Rui Barbosa na Bahia e foi contado por sua filha Maria da Paz Lucas Marrafão)

6º. Momento: Transcrição do causo gravado pelos alunos

Em duplas, de posse das gravações produzidas por eles, os alunos farão a

transcrição do causo gravado na Unidade 05.

7.7 Unidade 07: A Retextualização

1º. Momento: O que é retextualização de um texto

Explicar o que é retextualização e apresentar as operações que eles farão

uso durante este processo, conforme texto de apoio. Poderão ser utilizados os slides

33 a 38, disponíveis em www.entretecendofios.blogspot.com.

Para o professor: Dependendo do nível de dificuldade dos alunos na realização

dessa atividade, o professor poderá agendar e atendê-los em contra-turno para

que o trabalho se efetive de forma satisfatória.

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Texto de apoio: Retextualização

“A retextualização, não é processo mecânico, já que a passagem da fala

para a escrita não se dá naturalmente no plano dos processos de

textualização. Trata-se de um processo que envolve operações complexas

que interferem tanto no código como no sentido e evidenciam uma série de

aspectos nem sempre bem compreendidos da relação oralidade-escrita.”

(MARCUSCHI, L. A. Da fala para a escrita: atividades de retextualização.

São Paulo: Cortez, 2001. p. 46.)

As atividades de retextualização serão feitas seguindo os princípios

baseados em Marcuschi, elas serão desenvolvidas seguindo as seguintes

operações:

1º. Eliminação das marcas do processo de produção oral: nessa

primeira operação, retiram-se do texto marcas características da produção

oral. Essas marcas podem ser truncamentos, repetições, preenchedores de

lacunas. Também são retiradas, nessa operação, marcas interacionais, ou

seja, expressões dirigidas ao interlocutor. Neste momento serão feitas

correções ortográficas.

2º. Introdução de pontuação e de paragrafação: nessa operação, os

alunos devem, primeiramente, procurar no texto “tópicos” que possam ser

agrupados em parágrafos. (sem mudança na ordem dos tópicos)

3º. Reestruturação sintática, concordância nominal e verbal,

encadeamento: nessa operação orações com problemas sintáticos ou com

construções sintáticas típicas da oralidade devem ser reconstruídas.

Concordâncias devem ser organizadas e introdução de palavras que farão o

encadeamento das ideias. Atribuir um título ao texto.

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Para o professor: Nos momentos seguintes, serão trabalhados os dois causos: o que

foi gravado pela professora e o que foi gravado pelas duplas, pois a intenção é a de

que os alunos façam coletivamente a atividade proposta com o auxílio do professor

e depois aplique o que aprendeu juntamente com o seu colega no causo gravado por

eles.

2º. Momento: 1ª. Operação de retextualização

Com o texto transcrito, do causo gravado pela professora, os alunos iniciarão

a 1ª. operação do processo da retextualização: Está atividade será desenvolvida por

alunos e professor coletivamente.

1ª. Operação (Eliminação das marcas do processo de produção oral: truncamentos, repetições, preenchedores de lacunas, marcas interacionais e expressões dirigidas ao interlocutor, correção ortográfica).

Este caso de assombração que eu vou contar aconteceu lá no nordeste na

casa do meu avô naquele tempo contratava um professor há muitos anos atrás e

ele pagava para aquele professor dá aulas só pros menino e a minha mãe ele

gostava muito da minha mãe e começou a ensinar minha mãe a ler a escrever e

fazer umas conta e depois de muito tempo ele ficou uns quatro ano lá na casa deles

ensinando os meus tios e as pessoa que morava ali por perto e depois ele foi

embora e faleceu m dia ele veio em sonho pra minha mãe falou pra ela que fosse

lá no quarto onde lá na sala onde ele dava aula que lá tinha uma latinha que ele

tinha enterrado com dinheiro para minha mãe arrancar como minha mãe não teve

coragem minha mãe pego e foi contar o sonho pra minha avó a minha avó falou

para ela não esse sonho a gente não pode contar porque senão a pessoa vem pra

ficar assombrando a pessoa e foi o que aconteceu ele vinha a noite minha mãe

dormia com duas tias e ela sempre estava no meio das duas e ele vinha pegava ela

erguia jogava soltava e minha mãe caia em cima da cama depois de muito tempo

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meus tios também queria ver se eles também via esse essa assombração pegaram

uma caixa de fósforo dormiram na mesa e colocaram essa caixa de fósforo embaixo

do travesseiro e quando apareceu aqueles barulhos que ele fazia que ele

caminhava dentro de casa e todo mundo ouvia minha avó também ouvia e ai meus

tios foi procurar a caixa de fósforo para acender pra riscar o fósforo pra acender pra

ver se via alguma coisa a caixa de fósforo tinha sumido Minha mãe sofreu muito

porque minha mãe ficava muito apavorada quando chegava a noite ela já ficava

com medo dele aparece assim com aqueles barulhos dentro de casa e ele

começava a mexe com ela eles pegaram e começaram a mandar rezar missa e a

minha avó também tinha um quarto que era só dos santo fez muita oração pra pode

ele sossegar porque já fazia uns quatro anos que ele tinha falecido e eles nem

sabia que ele tinha falecido.

3º. Momento: Retextualizando o causo gravado na família

Depois de realizado a atividade coletiva da 1ª. operação de retextualização os

alunos, em duplas, aplicarão essa operação no causo gravado por eles.

4º. Momento: 2ª. Operação de retextualização

Com o texto transcrito, do causo gravado pela professora, os alunos iniciarão

a 2ª. operação do processo da retextualização: Está atividade será desenvolvida por

alunos e professor coletivamente.

2ª. operação

(Introdução de pontuação e de paragrafação)

Este caso de assombração que eu vou contar aconteceu lá no nordeste,

na casa do meu avô. Naquele tempo, meu avô contratava um professor, há

muitos anos atrás, e ele pagava para aquele professor dá aulas só pros

menino. E a minha mãe ele gostava muito da minha mãe. Ele começou a

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ensinar minha mãe a lê, a escrever e fazer umas conta. Depois de muito

tempo, ele ficou uns quatro ano lá na casa deles ensinando os meus tios e as

pessoa que morava ali por perto, ele foi embora e faleceu.

Um dia, ele veio em sonho pra minha mãe e falou pra ela que fosse lá

ao quarto onde ele dava aula que lá tinha uma latinha que ele tinha enterrado

com dinheiro para minha mãe arrancar.

Como minha mãe não teve coragem, minha mãe pegou e foi contar o

sonho pra minha avó. Minha avó falou para ela:

_ Esse sonho a gente não pode contar porque senão a pessoa vem pra

ficar assombrando a pessoa.

E foi o que aconteceu.

Ele vinha à noite, minha mãe dormia com duas tias e ela sempre estava

no meio das duas. Ele vinha pegava minha mãe erguia, jogava, soltava e ela

caia em cima da cama.

Depois de muito tempo, meus tios também queria ver se eles também

via essa assombração. Pegaram uma caixa de fósforo e dormiram na mesa e

colocaram essa caixa de fósforo embaixo do travesseiro.

E quando apareceram aqueles barulhos que ele fazia, ele caminhava

dentro de casa e todo mundo ouvia. Minha avó também ouvia e meus tios

foram procurar a caixa de fósforo para acender, pra risca o fósforo pra acender

pra ver se via alguma coisa, a caixa de fósforos tinha sumido.

Minha mãe sofreu muito porque minha mãe ficava muito apavorada.

Quando chegava à noite, ela já ficava com medo dele aparece com aqueles

barulhos dentro de casa e ele começava a mexe com ela.

Eles pegaram e começaram a mandar rezar missa. Minha avó também tinha

um quarto que era só dos santos. Fez muita oração pra pode ele sossegar

porque já fazia uns quatro anos que ele tinha falecido e eles nem sabia que

ele tinha falecido.

5º. Momento: Retextualizando o causo gravado na família

Depois de realizado a atividade coletiva da 2ª. operação de retextualização os

alunos, em duplas, aplicarão essa operação no causo gravado por eles.

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6º. Momento: 3ª. Operação de retextualização

Com o texto transcrito do causo gravado pela professora os alunos iniciarão a

3ª. operação do processo da retextualização: Esta atividade será desenvolvida por

alunos e professor coletivamente.

3ª. Operação

(Reestruturação sintática, concordância nominal e verbal,

encadeamento, atribuir título).

O fantasma do professor particular

Este caso de assombração que eu vou contar aconteceu lá no nordeste,

na casa do meu avô. Naquele tempo, há muitos anos atrás, meu avô

contratava um professor, e ele pagava para dar aulas só para os meninos.

Esse professor gostava muito da minha mãe. Então ele começou a

ensinar minha mãe a ler, a escrever e fazer umas contas. Ele ficou por ali por

uns quatro anos, na casa de meus avós, ensinando os meus tios e as pessoas

que moravam ali por perto, depois de um tempo ele foi embora e faleceu. Mas

na casa de meu avô ninguém sabia que ele tinha falecido.

Um dia, ele veio em sonho pra minha mãe e falou para ela que fosse lá

ao quarto onde ele dava aula, pois ali havia uma latinha que ele tinha

enterrado com dinheiro e era para minha mãe arrancá-la.

Como minha mãe não teve coragem de fazer isso, minha mãe foi contar

o sonho pra minha avó. Minha avó disse a ela:

_ Esse sonho a gente não pode contar porque senão a pessoa vem

para ficar assombrando a pessoa que contou.

E foi o que aconteceu.

Ele vinha à noite, pegava minha mãe erguia, jogava para o alto, soltava

e ela caia em cima da cama. Minha mãe dormia com duas tias e ela sempre

estava no meio das duas.

Depois de muito tempo, meus tios ficaram sabendo da história e

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também queriam ver se eles viam essa assombração. Pegaram uma caixa de

fósforos, e foram dormir na mesa da cozinha e colocaram a caixa de fósforos

embaixo do travesseiro.

E, quando começaram a ouvir aqueles barulhos que ele fazia,

começaram a procurar a caixa de fósforos para acender, para ver se viam

alguma coisa, ela tinha sumido do lugar onde tinham deixado.

Essa assombração caminhava dentro de casa e todo mundo ouvia.

Minha mãe, durante muito tempo, sofreu muito com tudo isso, porque

ela ficava muito apavorada. Quando chegava à noite, ela já ficava com medo

dele aparecer com aqueles barulhos dentro de casa e começar a mexer com

ela.

Então meus avós começaram a mandar rezar missas.

Minha avó também tinha um quarto que era só dos santos. Nesse

quarto foram feitas muitas orações para ele poder sossegar e deixar minha

mãe em paz.

7º. Momento: Retextualizando o causo gravado na família

Depois de realizado a atividade coletiva da 3ª. operação de retextualização

os alunos, em duplas, aplicarão essa operação no causo gravado por eles.

8º. Momento: Digitando o causo

Após correção feita pela professora de possíveis erros no causo

retextualizado pelos alunos, esses no Laboratório de Informática, digitarão sua

produção. Serão designadas duas equipes para que organizem esses textos numa

mesma estética. Assim eles estarão prontos para compor o livro. É importante que

no final do texto conste o nome do narrador do texto.

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Para o professor: As atividades de retextualização foram propostas de forma

coletiva para que não fique nenhuma dúvida quanto a sua realização, mas se, mesmo

assim, alguma dupla se mostrar com dificuldade o professor poderá atendê-la em

contraturno, uma vez que cada uma delas possui a sua gravação.

7.8 Unidade 08: Organização do Livro

1º. Momento: Conhecendo um livro

Os alunos, orientados pelo professor, farão a análise de um livro observando

a organização do mesmo tais como:

1. Capa.

2. Folha de rosto.

3. Apresentação do livro.

4. Dedicatória.

5. Sumário ou índice.

6. Conteúdo do livro.

7. Comentário do autor.

8. Biografia ou referência.

2º. Momento: Produzindo o livro de causos

Os alunos serão divididos em grupos e cada grupo ficará responsável por

uma parte do livro. Em cada série haverá um grupo responsável pela elaboração da

capa, do título, do agradecimento e da epígrafe. No final dos trabalhos todos os

alunos votarão na escolha dos itens apresentados acima.

Grupo 1: elaboração da capa e do título;

Grupo 2: elaboração de folha de rosto e dedicatória;

Grupo 3: elaboração do sumário ou índice;

Grupo 4: elaboração de agradecimento e epígrafe;

Grupo 5 e 6: Correção e formatação dos causos escritos.

Para o professor: é interessante analisar um

livro com os alunos e depois pedir que eles

analisem um livro individualmente.

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Cada grupo pesquisará no laboratório de informática a sua parte do livro, o

que significa e como deve ser elaborada, depois apresentará suas conclusões aos

demais colegas. Aqui serão explorados outros gêneros textuais. Uma sugestão é

que a elaboração da capa poderá ser feita junto com a disciplina de Arte.

3º. Momento: Noite de Autógrafos

Será realizada, na escola, uma noite de autógrafos para a distribuição dos

livros produzidos pelos alunos para a comunidade.

Para o professor: Nesta noite de autógrafos, poderão ser exibidos para a

comunidade presente, em Power point alguns dos causos gravados.

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1985. BERNARDO, G. Redação inquieta. 6ª. Ed. Belo Horizonte: Formato, 2000. FÁVERO, L. L. Oralidade e escrita: perspectivas para o ensino da língua materna. 6ª. Ed. São Paulo. Cortez, 2007. BRANDÃO, Helena Nagamine (org.). Gêneros do discurso na escola. São Paulo,

Cortez, 2003. GADOTTI, M. Apresentação. In: AZEVEDO, R. Histórias folclóricas de medo e de quebranto. São Paulo: Scipione, 2003.

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