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O PROFESSOR PDE E OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE 2009 Produção Didático-Pedagógica Versão Online ISBN 978-85-8015-053-7 Cadernos PDE VOLUME I I

DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE 2009 - … · A metodologia utilizada consiste em colocar os envolvidos no projeto como protagonistas do processo, visando à construção da cidadania

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O PROFESSOR PDE E OS DESAFIOSDA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE

2009

Produção Didático-Pedagógica

Versão Online ISBN 978-85-8015-053-7Cadernos PDE

VOLU

ME I

I

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SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO

SUPERINTENDÊNCIA DA EDUCAÇÃO

DEPARTAMENTO DE POLÍTICAS E PROGRAMAS EDUCACIONAIS

COORDENAÇÃO ESTADUAL DO PDE

PRODUÇÃO DIDÁTICO–PEGAGÓGICA

UNIDADE DIDÁTICA

PROFESSOR PDE – TURMA 2009

São João do Triunfo

2010

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Zeni Lucia Pires da Silva

PRODUÇÃO DIDÁTICO–PEGAGÓGICA

UNIDADE DIDÁTICA

PROFESSOR PDE – TURMA 2009

Trabalho realizado para o Curso do

PDE, como base para o GTR.

Orientador: Luiz André Sartori

São João do Triunfo

2010

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SUMÁRIO

1 IDENTIFICAÇÃO ....................................................................................4 1.1 TEMA...............................................................................................4 1.2 TÍTULO ............................................................................................4 1.3 JUSTIFICATIVA...............................................................................4 1.4 OBJETIVOS GERAIS ......................................................................5

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA...............................................................6 3 ESTRATÉGIA DE AÇÃO ........................................................................8 4 TEXTOS COMPLEMENTARES..............................................................9

4.1 APRESENTAÇÃO:...........................................................................9 4.2 TEXTOS...........................................................................................9

4.2.1 Texto 01 – Agroecologia .........................................................10 4.2.2 Texto 02 – Agricultura Familiar ...............................................11 4.2.3 Texto 03 – Agricultura Orgânica .............................................13 4.2.4 Texto 04 – Plasticultura ..........................................................15 4.2.5 Texto 05 – Compostagem.......................................................17 4.2.6 Texto 06 – Sementes de Hortaliças ........................................19 4.2.7 Texto 07 - Receitas Caseiras..................................................20 4.2.8 Texto 08 – Processo Mandala ................................................22

4.3 ATIVIDADES..................................................................................23 5 REFERÊNCIAS.........................................................................................25

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1 IDENTIFICAÇÃO

• NRE: PONTA GROSSA

• MUNICÍPIO: SÃO JOÃO DO TRIUNFO

• NOME DO PROFESSOR: ZENI LUCIA PIRES DA SILVA

• ÁREA/DISCIPLINA: GEOGRAFIA

• PROFESSOR ORIENTADOR IES: LUIZ ANDRÉ SARTORI

• ESCOLA DE IMPLEMENTAÇÃO: COLÉGIO ESTADUAL

FRANCISCO NEVES FILHO – EFEM. SÃO JOÃO DO TRIUNFO – PR.

1.1 TEMA

AGROECOLOGIA EM SÃO JOÃO DO TRIUNFO

1.2 TÍTULO

A HISTÓRIA DE SÃO JOÃO DO TRIUNFO E A AGROECOLOGIA –

SÃO JOÃO DO TRIUNFO: SUA HISTÓRIA, SUA GEOGRAFIA E A

AGROECOLOGIA

1.3 JUSTIFICATIVA

O material bibliográfico sobre São João do Triunfo é muito restrito,

portanto se faz primordial o contato dos alunos com a história ainda viva de

nossa cidade e, ainda como conseqüência, fica os anais da pesquisa para

consultas por futuros estudantes.

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1.4 OBJETIVOS GERAIS

• Construir a história e a geografia de São João do Triunfo e a sua

ligação com a agroecologia.

• Enfatizar a importância da agroecologia na construção de uma melhor

qualidade de vida através de uma alimentação saudável produzida

sem agrotóxicos, com o resgate da produção de sementes, da

agricultura familiar e da feira de agroecologia.

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2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Tendo como base a dinâmica cultural e demográfica, é de suma

importância avaliar a agroecologia à luz desses conhecimentos. Em São

João do Triunfo, municípios com vasta extensão rural isso se torna ainda

mais evidente ao depararmos com a cultura trazida de geração a geração.

É imprescindível pensarmos na real importância da produção da

agricultura familiar em todas as situações sociais que possa estar presente,

nas culturas referentes aos aspectos: sociais, econômicos, e políticos das

comunidades agrícolas do município em estudo.

Devemos levar em conta um modelo de agricultura familiar que

apresente características de sustentabilidade ambiental, propondo

generalizar todas as situações econômicas e melhorar a qualidade de vida

das pessoas das comunidades de São João do Triunfo.

Podendo haver uma combinação de várias produções agrícolas

destinados para cada propriedade agrícola como um sistema de produção

voltada para a subsistência e não para comercialização.

Para essa análise é preciso não só preparar a terra e adubar a planta,

mas buscar sabedorias das pessoas idosas, em relação as suas práticas

sobre agricultura que precisam ser valorizadas.

“Por que os indivíduos e os grupos não vivem os lugares do

mesmo modo, não percebem da mesma maneira, não

recordam o real segundo as mesmas perspectivas e em

função dos mesmos critérios, não descobrem nele as

mesmas vantagens e os mesmos riscos, não associam a ele

os mesmos sonhos e as mesmas aspirações, não investem

nele os mesmos sentimentos e mesma afetividade (CLAVAL,

2001. P.40)”.

Como elemento conformador do ambiente interno de cada

comunidade, dando a importância para os recursos naturais, como: água

mata e a terra, como figura o agricultor e sua família. È importante salientar

que a agricultura familiar é portadora de técnicas e melhoramento da terra,

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abrangendo o cultivo de leguminosas, a rotação de culturas, e manejo de

matéria orgânica.

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3 ESTRATÉGIA DE AÇÃO

Para valorizar a produção orgânica, propõe-se um estudo

generalizado das diferentes técnicas passíveis de aplicação prática pelos

alunos, protagonizadores de suas propriedades e, muitas vezes,

colaboradores importantes no sustento da família.

Serão abordados temas como: agricultura familiar, o processo da

mandala, a plasticultura, receitas caseiras e a compostagem.

Agroecologia vem sendo construída com a contribuição de diversas

áreas do conhecimento que se propõe a ser uma resposta sócio-ambiental a

esta degradação ocasionada pela mal denominado Revolução Verde.

Contudo, podemos buscar uma qualidade de vida melhor e perceber que o

todo é composto de partes. Espera-se que cada educando em sua

propriedade, nas comunidades do município de São João do Triunfo,

desenvolvam hábitos saudáveis de alimentação. Buscando assim a

despertar atitudes positivas aos descendentes de imigrantes (poloneses,

portugueses e ucranianos), ao povo que tanto contribui para a formação da

cultura deste município em estudo.

Procura valorizar também o conhecimento prévio do aluno e de seus

familiares e, estimulando-o para entrevistas, exposições de opiniões e a

participação em debates e trabalhos em grupo.

Com isso espera-se proporcionar aos alunos uma visão profunda

sobre a agroecologia do município, culminando o trabalho com uma feira de

exposição (Túnel do Tempo), e aos visitantes da feira o conhecimento de

uma relação entre teoria e realidade, levando-os a entender as constantes

transformações que ocorreram no espaço desde município, de São João do

Triunfo.

A metodologia utilizada consiste em colocar os envolvidos no projeto

como protagonistas do processo, visando à construção da cidadania através

da articulação de organização de produtores e consumidores dos alimentos

entre as populações urbanas e rurais.

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4 TEXTOS COMPLEMENTARES

4.1 APRESENTAÇÃO:

Esta, Unidade Didática: que você professor utilizará para o

desenvolvimento das atividades em sala de aula, como material pedagógico,

espera contemplar a relação entre professor e aluno.

Serão abordados temas como a agroecologia, a agricultura familiar e

suas produções, o processo mandala, a compostagem, receitas caseiras, a

plasticultura, a agricultura orgânica e as hortaliças. Temas esses que fazem

parte como elementos importantes ou que estão profundamente

relacionados com o dia a dia do educando residente na área rural e que é de

suma importância que nós, educadores, tenhamos conhecimento suficiente

a respeito dos mesmos.

Este material didático visa informar, debater e estimular a formação

de trabalhadores e cidadãos conscientes, relacionando fatos do seu dia-a-

dia com as técnicas abordadas.

Pretende-se ainda resgatar a história, contada pelas próprias pessoas

que a viveram analisando seus conhecimentos de vida e implantando-os a

campo para que não haja espaço para a fome nem a miséria.

Devendo assumir o quadro conceitual das teorias críticas, dessa

disciplina de Geografia, para que haja a formação do educando, no sentido

de construir à história e a geografia de seu município, e sua ligação com a

agroecologia.

Contudo é importante lembrar que outras áreas do conhecimento

estarão presentes no desenvolvimento das atividades propostas.

4.2 TEXTOS

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A seguir os textos a serem analisados pelos educadores envolvidos

no presente projeto.

4.2.1 Texto 01 – Agroecologia

É uma nova abordagem que integra diversos aspectos agronômicos e

ecológicos na avaliação dos efeitos das técnicas agrícolas sobre a produção

de alimentos e na sociedade como um todo. A agroecologia é conhecida

ainda como forma de agricultura alternativa, produzindo alimentos mais

saudáveis e valorizando o homem do campo, suas famílias e seu trabalho,

produzindo o cultivo de alimentos de forma natural sem a utilização de

agrotóxicos e adubos químicos solúveis. (Melo, julho -2008)

O sistema de agroecologia tem mostrado que é possível produzir

proporcionando a possibilidade de renovação natural do solo – facilitando a

reciclagem de nutrientes, utilizando racionalmente os recursos naturais e

mantendo a biodiversidade.

No final da Primeira Grande Guerra Mundial, surgiram os primeiros

movimentos de agricultura nativa na Inglaterra (agricultura orgânica) e na

Áustria. Nessa época as idéias da Revolução Industrial influenciaram a

agricultura criando modelos baseados na produção em série e sem

diversificação.

Após a Segunda Guerra Mundial (por volta de 1946) a agricultura

sofreu um novo incremento, uma vez que o conhecimento humano avançava

nas áreas da química industrial e farmacêutica. Surgiram os adubos

sintéticos e agrotóxicos e as sementes geneticamente melhoradas, o que no

setor agrícola mundial, passou a ser chamada como Revolução Verde.

No Brasil, foram criados movimentos ambientalistas para o controle

do desenvolvimento e o Meio Ambiente, a ECO 92, no Rio de Janeiro, e

novas diretrizes como as atividades humanas, compiladas na Agenda 21,

com o objetivo de alcançarmos um desenvolvimento duradouro e com menor

impacto possível no desenvolvimento sustentável, no sentido da implantação

de uma maior qualidade dos produtos agrícolas.

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4.2.2 Texto 02 – Agricultura Familiar

Tem por objetivo o melhoramento da qualidade de vida dos

agricultores partindo da questão ambiental, a viabilidade econômica, que

existe e deve ser levada em consideração: A terra, o capital, o trabalho,

tecnologia e a diversidade cultural. Porque agricultura é uma das maiores

intervenções do homem junto à natureza. Segundo Instituto Internacional de

Pesquisa sobre Políticas Alimentares, nos Estados Unidos 40% do solo para

o uso agrícola está degradado. Devido sua forma mais convencional, a base

do fogo, arado, e a grade, porque ela nunca deixou de ser um conjunto de

operações que modificaram o solo natural em busca da produção de

alimentos. (MARX, KARL ).

Em relação à concentração da propriedade de terra, no Brasil, ainda

importa alimentos e dois em cada três brasileiros não tem alimentação

adequada. Por causa dessa realidade tornam-se ainda mais graves os

problemas em relação à produção de alimentos que é produzida em

pequenas e médias propriedades. Que se espera um melhoramento para os

agricultores e sendo incentivados a progredir no sentido de melhorar as

condições de vida dos trabalhadores do campo.

Segundo, o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) a

maior parte dos estabelecimentos rurais do Brasil é constituída por

pequenas propriedades. De acordo com essas informações, os minifúndios

correspondem a 52% das propriedades agrárias. Só que a área ocupada por

estas inúmeras propriedades atinge a penas 2,6% da área total ocupada

pelos estabelecimentos rurais. Os grandes estabelecimentos, por outro lado,

constituem 0,8% das propriedades, mas a área ocupada por eles é igual a

43,7% do total dos estabelecimentos.

Segundo, Hunt, em relação ao Capital, que é um conjunto de bens

utilizados como instrumento da venda do produto que o agricultor produziu

em sua propriedade que vai para comercialização, que vem com a finalidade

de proporcionar um melhoramento no sentido financeiro para a família do

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agricultor. Na agricultura familiar, o trabalho esta organizado como forma de

grande potencial no desenvolvimento da melhoria do que é produzido pelo

agricultor, levando – o a pensar conscientemente a preservar a natureza,

isto é, tendo a capacidade de imaginar antes de realizar as atividades,

agrícolas.

As tecnologias têm por objetivos e necessidades dos agricultores

familiares procederem a um desenvolvimento sustentável que levem a

qualidade de vida, na prática agrícola e de manejo dos recursos naturais que

permitem a manter a produção ao longo do tempo, sem contaminação do

meio ambiente. (TARDIN, abril -2002)

Podemos perceber que os agricultores familiares devem buscar

novas alternativas no que se referem às novas tecnologias, que possam

causar menos impactos relacionados pela presença da Revolução Verde, no

campo chamado: (Revolução Tecnológica). Exemplo disto tem-se: O Rancho

Queimado, localizado em Santa Catarina, com apenas 2500 habitantes. Ali

se concentram os descendentes de alemães e italianos e poloneses. Que se

dedicam da agricultura familiar que é aquela agricultura sem química e que

pela primeira vez faz parte da nossa história.

Isto é, representa a doação de práticas coerentes para que se realize

a íntima relação homem-natureza. Salientando ainda que a exploração

camponesa possa ser considerada como uma unidade de produção e

consumo. O principal sustento do camponês é o trabalho familiar (SHANIN:

1976 p.17). A unidade familiar é um lugar de vida, onde se constrói e se

organiza o projeto de vida. Na incorporação de novas práticas de

recuperação e adubação a partir do aproveitamento dos recursos naturais, a

seleção de sementes crioulas e adaptadas às regiões, o aproveitamento dos

resíduos dos animais e vegetais para a recuperação e melhoria da fertilidade

do solo em conseqüência para a produção dos alimentos de boa qualidade.

Como um todo, inclusive pensando nas áreas de matas, e as coberturas

vegetais. Gerando assim um espaço de produção de sementes crioulas no

intuito de renovar geneticamente o seu cultivo.

Mas, em meio a este contexto, ainda muitos agricultores resistem

mantendo suas sementes crioulas em contra partida com as sementes

oferecidas com a Revolução Verde, que ficou conhecida com o período pós-

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guerra. Os países em desenvolvimento, tiveram acesso ‘’facilitado’’ á

tecnologias antes não utilizadas em seus sistemas de produção. Onde o

‘’homem’’ é agredido por adubações químicas altamente solúveis e

concentradas e a própria natureza também é agredida.

Devemos conservar a matéria orgânica, porque o solo é um

organismo vivo e é à base da alimentação humana que se obtém do solo,

porque um solo saudável vai produzir alimentos de qualidade. Exemplo, o

processo de rotação de cultura, consiste em variar o lugar onde se planta o

mesmo cultivo, ou seja, não colocar duas vezes seguidas à mesma cultura,

ou culturas da mesma família. Além disso, cada planta, quando decomposta,

tem efeitos diferentes no solo e, com isto, reforça a defesa natural, contra

pragas e doenças. Porque, segundo FREIRE ‘’A educação por si só não

transforma a sociedade (o campo), mas, sem a educação a sociedade o

(campo) não se transforma’’.

A educação tem que ser pensada a partir da realidade local, porque partindo

do seu lugar onde vivem os camponeses se adaptam a suas condições de

vida, sua cultura e sua realidade.

4.2.3 Texto 03 – Agricultura Orgânica

A agricultura orgânica é uma atividade relativamente recente na

história da humanidade. Ela surgiu há cerca de 30 mil anos em terrenos

aluviais de alta fertilidade, ao longo de cursos de água. Á medida que as

pressões demográficas foram deslocando as populações, outros

ecossistemas passaram a ser manejados para a obtenção de alimentos.

É voltada basicamente para a obtenção da comida natural. Essa

agricultura não hesitou em retomar muitos princípios antigos, conservados

pelos sistemas de roças. E propõem o uso de matéria como a terra, a

incorporação de resíduos vegetais e animais ao solo, a rotação de culturas,

e o pousio, (significa o repouso do solo para recuperação de sua fertilidade).

Temos também, adubação verde e a compostagem e os reciclados de lixo

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orgânicos, (que vem ser uma solução paras o lixo orgânico das cidades),

para substituir nos cultivos os fertilizantes químicos.

Em 1775, Joseph Pristley descobriu que as plantas purificavam o ar.

Em1777, Lavoisier criou o princípio da indestrutibilidade da matéria e afirmou

que na natureza nada se perde nada se cria tudo se transforma. Segundo,

Giovanni Fabrone, em 1780 – fez ressurgir a teoria do humo ao garantir que

a terra vegetal permite prescindir das lavras e adubos e era o verdadeiro

segredo da fertilidade, (que publicou suas Reflexões sobre Agricultura – em

1780).

Já na Idade Moderna, nos meados do século XVI Bernard

Palissy,tornou-se pioneiro da agronomia, a ciência da agricultura que faz

com que tenha cuidado com o solo e adubação era essencial á

racionalização dos cultivos. Procurou converter em leis o saber de ordem

prática que os lavradores detinham, assinalou, por exemplo: como as cinzas

da palha queimada restituíam a terra os sais do que as plantas tinham

extraído para com eles nutrir seu crescimento. Agricultura orgânica é muito

mais trabalhosa na sua produção, porque ela não utiliza fertilizantes

químicos e nem agrotóxicos.

Mas ela precisa de cuidados na produção de alimentos, e técnicas

que resultam na preservação do ambiente e na qualidade do produto. Por

este motivo é preciso ter alguns cuidados com o solo, a manutenção da

cobertura vegetal, a adoção de práticas conservacionistas, o controle

biológico de pragas. Uma das explicações relacionadas, para obter o

conhecimento sobre a utilização da produção orgânica, é preciso nos dias

atuais que os agricultores tenham noções a respeito das áreas de

agronomia, ecologia, biologia e economia entre outras. A agricultura

orgânica é dependente de certificação. Porém existem algumas como: o

Instituto Biodinâmico (IBD), a Associação de Agricultores Biológicos (Abio),

Associação dos Produtores de Agricultura Natural (Apan) etc. Essas

empresas acompanham o processo de transição do sistema tradicional para

o orgânico. Quanto às proibições da Agricultura orgânica - No manejo do

solo e na sua preparação, não permitindo as queimadas, desmatamento,

emprego de qualquer agrotóxico na produção de plantas matrizes, na coleta

de sementes ou na produção de mudas. Em 1990, inicia-se nos Estados

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Unidos a regulamentação da produção orgânica. Já no Brasil, como em

muitos outros países, a produção de alimentos orgânicos é fiscalizada, e as

embalagens são certificadas para que o consumidor tenha confiança no

produto e garantia de que não está ingerindo substâncias potencialmente

daninhas. O Brasil hoje, é o sexto na colocação em hectares de produtos

plantados orgânicos. Porém, o Paraná é um dos estados com maior número

de agricultores orgânicos. Segundo o Departamento de Economia da

Secretaria da Agricultura e Abastecimento do Paraná, 4 mil produtores

orgânicos ocupam uma área de 14 mil hectares. Observe a tabela 01.

TABELA 01 – Onde estão os cultivos de orgânicos no mundo, em milhões de

hectares.

América do Norte 2,2

Europa 7,8

América do Sul 6,4

África 0,9

Ásia 2,9

Oceania 12,4

FONTE; Globo Rural - Junho, 2009.

4.2.4 Texto 04 – Plasticultura

Segundo, TOLEDO (2000), é a produção de hortaliças em viveiros,

que permite a muitos horticultores que elevem seus níveis de rendimentos.

Porém, é preciso conhecer a história da área para ter idéia de quais doenças

poderão aparecer, o que vai determinar mais o que produzir ali e até do

cultivo adequado. Ela oferece vantagens a quem a utiliza, também exige

cuidados adicionais, como a exploração do solo, pode provocar sua

salinização em um dos processos de irrigação, podem aparecer doenças, e

às vezes é surpreendida por pragas ou doença desconhecida. Como o oídio,

que é uma dessas doenças, causada por um fungo branco que ataca as

folhas das plantas, reduzindo a produtividade. A baixa umidade relativa do ar

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no interior das estufas vai aumentando a incidência de oídio, diz o agrônomo

– José Guilherme Leal da EMATER (Empresa Brasileira de Extensão Rural).

Uma das soluções é um sistema de nebulização, que espalha gotículas de

água que ajudam a diminuir a temperatura e a elevar a umidade do

ambiente.

O pesquisador da EMBRAPA (Empresa Brasileira de Pesquisa

Agropecuária), Neville Barbosa dos Reis, DF. Brasília, explica que o manejo

correto da plasticultura inicia-se na hora da construção da estufa, ou na

avaliação do modelo mais adequado, da inclinação do telhado, posição em

relação ao sol, altura do pé-direito, entre outros detalhes. Uma das

prioridades do plantio das hortaliças em estufas, é que protege o produto do

vento e da chuva ou do sol em excesso. A plasticultura surgiu com o objetivo

principal de resolver a produção de hortaliças, como alface, tomate e pepino,

em uma estufa em pequeno terreno dentro da cidade. Exemplo, no interior

Paulista em Piracicaba, os agrônomos criaram estufas com parte do teto

removível para facilitar a saída do ar quente e evitar a elevação excessiva da

temperatura interna durante o verão. Para cultivar hortaliças mais “frescas”,

o verde vivo das folhas requer mais qualidade da vida moderna e também

um alto custo nesta modernidade. Essa tecnologia surgiu com os imigrantes

alemães, mas teve um seguimento pelos franceses, que apostaram e

organizaram o mercado de verduras lavadas, picadas e embaladas. Aqui no

Brasil, nos arredores de São Paulo e no Distrito Federal, é que os

agricultores investiram nessa nova proposta. A Verdureira começou a

funcionar em 1994, na Capital Paulista, colocando no mercado três tipos de

saladas embaladas. Nas suas embalagens escreve do produtor para sua

mesa, divulgado que detém o controle de toda a linha de produção e sem

intermediários. Assim os consumidores buscam nos alimentos saudáveis a

praticidade e a higiene. Os horticultores vêm encontrar novos desafios,

aumentando assim o tempo de durabilidade das hortaliças com novas

tecnologias através de pesquisas. Por fim, conseguir que o consumidor de

hortaliças e legumes passe a reconhecer na qualidade do produto não só

pela aparência, mas pela marca.

O sucesso do cultivo em estufas depende em grande parte de

medidas para evitar a salinização e manter a qualidade do solo. Exemplo:

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Analisar a água usada na irrigação. Ela não pode apresentar excesso de

sais em sua composição. A cada ciclo de plantio, repor a matéria orgânica

no solo. Evitar o uso de esterco de aves em estado puro.

Segue aqui na tabela 02 – a relação dos produtos produzidos em

estufas.

TABELA 02 - CANTEIROS DE PLÁSTICO; Cultivos produzidos no Brasil

(em hectares).

Pimentão 1000

Pepino 250

Tomate 500

Alface 200

Outras hortaliças 150

Total de hortaliças 2100

FONTE: Globo Rural - Janeiro 2000

Figura 01 – As fotos mostram a produção de semente em estufas, Casa

Familiar Rural. São Mateus do Sul, 2009.

Fonte: arquivo próprio

4.2.5 Texto 05 – Compostagem

Compostagem é um aproveitamento de restos de vegetais e resíduos

de animais que, amontoados e com a presença do ar realizam a

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fermentação, fixando o nitrogênio na massa, resultando num húmus rico em

nutrientes.

O composto orgânico é mais fácil, de ser preparado porque a

compostagem não exige grande espaço, não suja e nem provoca mau

cheiro. Porque ela ajuda a resolver o problema do lixo orgânico e das sobras

da produção animal ou vegetal. O composto pode ser feito em pilhas ao ar

livre ou em composteira. Porque ela permite a circulação do ar e comporta

cerca de um metro cúbico de resíduos. Essas regras limitam as dimensões

da composteira de cesto telado. Todo material de origem animal ou vegetal

pode ser usado. O composto deve estar sempre úmido, não encharcado.

(BEZERRA -1998)

O adubo orgânico ajuda na retenção e drenagem da água, neutraliza

toxina, impede que o solo sofra mudanças de acidez e alcalinidade, permite

a ação das minhocas e microorganismos benéficos, para saúde do solo.

Temos a palha de cana-de-açúcar, que fica sobre o terreno, que pode ser

aproveitados sem problema como adubo orgânico para a próxima safra. A

utilização do esterco é uma maneira de recuperar o solo esgotado. Para o

esterco ser aplicado diretamente na cultura, se faz a compostagem,

deixando o esterco descansar por um período a fim de que o mesmo realize

o seu processo de decomposição. (6º- Jornada de Agroecologia -2007)

Outro adubo básico, e fácil de ser produzido, é a utilização da

minhoca no solo, que demonstra a situação do solo como melhoria na

fertilidade natural integrada à ação dos seres vivos. Para preparar o alimento

das minhocas, apenas misturar esterco bovino ou de cavalo, 20% de restos

de vegetais em pilhas de um metro e cinqüenta centímetros de altura. As

pilhas devem ser reviradas duas vezes por dia na primeira semana e uma

vez nas demais, durante aproximadamente um mês. Quando o esterco

estiver pronto, colocam-se nos canteiros dois litros de minhocas por metro

quadrado. Devem-se cobrir os canteiros com palhas secas e depois manter

a umidade, e para evitar os passarinhos, coloca-se na cobertura, sapé.

Adubação orgânica ajuda a equilibrar a micro vida do solo e assim

fortificar o potencial do controle de doenças, além de desenvolver uma

planta equilibrada e resistente. Permite o aproveitamento da matéria

orgânica disponível o ano todo. (Observe, a figura 02) As fotos, estão

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mostrando a compostagem do lixo orgânico da Casa Familiar Rural – São

Mateus do Sul- 2009.

Figura 02 – Compostagem – Casa Familiar Rural

-

Fonte: Arquivo próprio

4.2.6 Texto 06 – Sementes de Hortaliças

Segundo, KISS, 1999, as sementes para o plantio e mudas são

extraídas dos frutos colhidos. Está em pesquisa no exterior a semente de

tomate. Os agricultores contam com o apoio de máquinas e equipamentos

para o trabalho de extração de sementes e muitas vezes se vêem obrigados

a fazer improvisações. Tanto quanto para ajudar os produtores de sementes,

como aqueles que vivem do cultivo do tomate. Os pesquisadores da

EMBRAPA – Hortaliças, em Brasília - DF, adaptaram uma máquina para

extrair as sementes do fruto. O extrator brasileiro foi construído por um grupo

de pesquisadores comandados pelo engenheiro agrícola Francisco Eduardo

de Castro Rocha. O processo consiste em colocar os tomates na parte

superior do extrator, para serem esmagados pelos rolos. Depois de descer

pela calha, o material cai na peneira cilíndrica, que separa as sementes da

polpa e da casca. A pré-secagem é feita à sombra, espalhadas. São

colocadas as sementes de tomate em finas camadas sobre uma tela de

náilon, por um ou até dois dias. (SILVA, 1997)

Temos também, a cenoura, que é planta típica de regiões de clima

temperado, mas as variedades brasileiras disponíveis permitem o plantio

durante todo o ano. Nos meses de abril a setembro, recomenda-se a

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utilização das variedades do grupo nantes, de melhor qualidade culinária e

preferida pelos consumidores. A cenoura responde muito bem à adubação

orgânica. Por isso, deve-se aplicar esterco de curral por, um mês antes do

plantio para finalizar sua compostagem. Após a semeadura, todo o canteiro

é coberto com uma camada fina de palha de arroz ou capim cortado, para

evitar que o sol forte mate as plantinhas recém-germinadas.

As pragas que mais atigem a cenoura são os pulgões, as formigas-la-

pés e os nematóides. Outra doença mais freqüente na cultura da cenoura é

a ferrugem, que são manchas nas folhas, de cor de ferrugem. Pode-se evitar

esta doença com a escolha da variedade correta da semente e a rotação de

cultura.

4.2.7 Texto 07 - Receitas Caseiras

As sementes crioulas contêm o segredo da vida e guardam em seu

interior a história das famílias que as preservam. Seguindo esta lógica as

sementes se transformam em alimentos. Exemplo: a semente de trigo,

produção de pão.

A historiadora Lima Vial, moradora de Cascavel no Paraná, formada

pela Universidade Federal de Curitiba, que no momento atua como

extensionista na EMATER, de Lindoeste, também no Paraná, ela orienta o

que fazer com os produtos que os agricultores produzem em suas

propriedades. Muitas vezes são esses produtos rurais que garantem o

sustento da família quando as habituais plantações de milho e soja não

rendem o esperado. As mulheres de Lindoeste oferecem algumas receitas

que transformaram a rotina de suas vidas. Exemplo: Conserva mista caseira.

Carandaí que é considerada uma das que produzem mais cenouras

do Estado de Minas Gerais. Por este motivo as mulheres dos agricultores,

conhecedoras da tradicional cozinha mineira, não hesitaram em aprender

receitas novas para o aproveitamento do tubérculo. Orientados pela

extensionista da EMATER, por volta dos anos de 1996, Célia Maria Santos

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Freire, cujo objetivo deixar o conhecimento das receitas ultrapassar as

regiões dos Estados do Brasil. (SILVA, novembro-1996)

A publicitária Dalva Bolognini, estudiosa da história alimentar do

nosso povo, vem fazendo um trabalho ligado à Comissão do Folclore da

Secretária de Cultura, em São Paulo, e constatou que nós, brasileiros

herdamos os hábitos alimentares dos povos europeus, assim como o cultivo

de pequenas hortas na frente das casas. A cozinha brasileira é uma fusão

dos hábitos alimentares do paladar do colonizador, português, do índio, com

o uso da mandioca e do milho, e do africano, evidenciando pela utilização da

pimenta. Segundo estudos do professor Cyro da Costa Paulino da Escola

Superior de Agricultura, Luiz de Queiroz, de Piracicaba, SP, a pimenta

malagueta faz parte da família de pimenta nativas da América Tropical, que

os incas e maias, que não conheciam o sal, usavam para tirar o gosto dos

alimentos.

Temos ainda, os produtores de José do Rio Pardo-SP, que ensinam a

fazer pratos com cebola de sabor menos ardido, que cultivam na região,

para combater a concorrência com a cebola vinda da Argentina. As

cooperativas dos produtores locais também distribuem folhetos, juntos com

os sacos de cebola “suave”, para divulgar o produto e promover o seu

consumo. Receitas de Cacilda de Oliveira Ferreira. Exemplo: torta de cebola,

sopa de cebola, e argolas de cebolas empanadas e outras.

A pesquisadora da culinária do Leste Europeu, Luiza Warpechowski,

interessou-se pela culinária da Polônia, quando foi estudar Geografia

naquele país. Exemplo: Na Polônia, produzem um suco à base de beterraba,

que é servido como refresco. Na Rússia e na Ucrânia é servida uma sopa

muito rica feita com grande variedade de ingredientes, como a beterraba.

Temos também o repolho azedo que é indispensável como

acompanhamento de outros tipos de saladas. Basta lavá-lo bem, cortar fino

e depois colocar em salmoura junto com alguns grãos de pimenta e uma

folha de parreira para fermentar, por cinco dias. E depois é só servir.

Salientando ainda, temos Maria de Lourdes Ferrari Garcia, que prepara

pratos de doces e salgados, tipicamente brasileiros que levam na mistura

milho ou mandioca, ingredientes herdados da fusão entre as culturas

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indígena, africana e portuguesa. Mané-pelado é um bolo feito com mandioca

ralada, coco e queijo. Temos ainda a canjica e o cuscuz, como exemplo.

4.2.8 Texto 08 – Processo Mandala

O processo mandala visa o desenvolvimento de Unidades Produtoras

Familiares Rurais, utilizando alternativas práticas, de fácil aplicação, de

baixo custo, com base no saber popular aliadas às tecnologias apropriadas

(baseadas em conhecimento e adaptação ás condições reais).

A palavra mandala, círculo em sânscrito de origem hindu, quer dizer

círculo mágico “um círculo de energia”. É um Símbolo Universal, cultuado

desde a antiguidade, caracterizando-se por traçados ao redor de um ponto

central ou movendo-se em direção a ele. A mandala tem por objetivo a

facilidade do desenvolvimento econômico sustentável por meio de ações

que visem à melhoria da qualidade de vida das comunidades e do próprio

individuo. Dando possibilidades através de este processo mandala adequar-

se a qualquer estado do Brasil, por mais difícil que seja o seu solo. O

agricultor visa o processo mandala como um meio da agricultura sustentável,

que integra o agricultor ao seu meio ambiente rural, e valorizando a sua

integridade da agricultura familiar. Considera a água como o recurso

principal para a produção de alimentos. É um sistema de irrigação circular de

baixo custo que facilita a produção de alimentos de subsistência. Possui um

tanque com capacidade para 30 mil litros de água, abastecido por cisterna

ou açude. A mandala básica representa o desenho do sistema solar. No

centro, (o sol), coloca-se o tanque de água, com o vértice de madeira que

sustenta as mangueiras de irrigação ao redor dele, (as órbitas dos planetas).

Nos canteiros são cultivados alimentos básicos como, arroz, feijão,

mandioca e hortaliças. O último canteiro é destinado à produção ambiental:

cerca-vivas ou plantas de porte para controlar a infestação de insetos

daninhos e evitar ventos excessivos. Visando atender as necessidades

locais, ela é um modelo de agricultura familiar. Segundo agrônoma Carolina

Fernandes, o processo é viável, economiza água e recursos na terra, porque

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a água pode ser utilizada para a criação de peixes proporcionando outra

fonte de renda aos produtores. Podem ser plantadas diversas culturas como

hortaliças sem o uso de agrotóxicos, proporcionando a preservação do meio

ambiente. Visa também o resgate a dignidade humana, garantindo a

qualidade de vida, e uma produtividade com equilíbrio ambiental. (7ª.

Jornada de Agroecologia- Julho – 2008).

Observe a figura: 03- o plantio em forma de uma circunferência.

Figura 03 - Mandala – Casa Familiar Rural – São Mateus do Sul, 2009.

Fonte:Arquivo próprio

4.3 ATIVIDADES

a) Qual a importância dos alimentos para os seres humanos?

b) Quais são os aspectos positivos e negativos da agricultura orgânica?

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c) Você professor considera hoje importante à utilização da plasticultura,

(produção em estufas), para a produção dos alimentos?

d) Faça um comentário a respeito do processo mandala, e pesquise

mais sobre este, PROJETO MANDALA - GLOBO RURAL:

e) Relate suas experiências vividas de acordo com o texto: “A

AGRICULTURA ORGÂNICA”.

f) Você professor acha importante trabalhar com as receitas caseiras

em seu plano de aula?

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