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O PROFESSOR PDE E OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE 2009 Produção Didático-Pedagógica Versão Online ISBN 978-85-8015-053-7 Cadernos PDE VOLUME I I

DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE 2009 - … · A sensação de insuficiência dos órgãos é para o indivíduo um estímulo ao seu psiquismo. Se devido à fraqueza morfológica ou funcional,

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O PROFESSOR PDE E OS DESAFIOSDA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE

2009

Produção Didático-Pedagógica

Versão Online ISBN 978-85-8015-053-7Cadernos PDE

VOLU

ME I

I

1

Universidade Estadual de Maringá

Departamento de Teoria e Prática da Educação

A Inclusão de Educandos da

Modalidade de Educação de Jovens e Adultos,

Por Meio da Arte

Material Didático Pedagógico

Maringá

2009

2

O presente material decorrente da formação

ofertada pelo Programa de Desenvolvimento

Educacional – Paraná (2009-2010), foi

elaborado com fins didáticos e não-comerciais, e

será empregado no CENTRO DE EDUCAÇÃO

BÁSICA PROFESSOR MANOEL RODRIGUES

DA SILVA, Maringá em cumprimento à fase de

Implementação na Escola.

3

Arte e Inclusão

Professora PDE Arte: Elenice Lazilha – NRE Maringá

Professora Orientadora UEM: Aurea Maria Paes Goulart

Material Didático apresentado ao Programa de Desenvolvimento Educacional

PDE – Secretaria de Estado da Educação do Paraná

Maringá

2009

4

DIFERENTE.

Hoje vejo que nada neste mundo é igual, tudo tem suas diferenças e no homem isto

é que nos torna mais humanos.

Recordo da minha infância...

-Porque eu não posso e o Duardinho pode?

Choro, corre, corre, puxão de cabelo era o Duardinho “pintando” no pedaço,

protegido e paparicado por todos, na casa da vovó.

Duardinho aparece é um corre daqui, esconde de lá e nós entravamos entre as

pernas das tias nos enrolando nas saias rodadas há procura de proteção e...

Ufa...! escapei por pouco!

Ele andava meio desajeitado, com cara de menino travesso, bravo, fazia e refazia

entre a criançada. Não adiantava chorar nem espernear.

Ele sempre ele, estava certo, pois, era “doentinho”.

Não havia explicação sobre as diferenças. Não me foge da memória, seus olhos

claros e cabelos encaracolados, mexendo os braços

parecendo alçar vôo como um anjo.

Com saudades da infância gostosa, onde tínhamos a

casa da vovó “Culina” para as reuniões de toda

família e onde tudo acontecia, ali era território mágico.

Hoje tranqüila e paciente, através do tempo entendi...

Duardinho olhos de anjo, nunca foi “doentinho”, era

apenas um menino diferente.

A você, Eduardo, com amor e muito respeito!

Elenice, 2000.

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SUMÁRIO

APRESENTAÇÃO.....................................................................................................05

1 Trabalhando com apresentação e auto-estima................................................06

1.1 Fundamentação Teórica...............................................................................06

1.2 Apresentação...................................................................................................07

1.3 Texto...............................................................................................................07

1.4 Debate ............................................................................................................09

1.5 Auto-Estima....................................................................................................09

1.6 Caça-palavras.................................................................................................10

1.7 Auto-inventário.................................................................................................10

2 Filme ...................................................................................................................12

2.1 Fundamentação Teórica................................................................................12

2.2 Filme como possibilidade pedagógica........................................................12

2.3 Debate.............................................................................................................13

2.4 Resenha..........................................................................................................13

2.5 Cartaz..............................................................................................................13

3 Dança e música...................................................................................................14

3.1 Fundamentação Teórica................................................................................14

3.2 Histórico da dança........................................................................................15

3.3 Dança para o diferente..................................................................................16

3.4 Ritmos musicais............................................................................................17

3.5 Música.............................................................................................................17

3.6 Atividade: sentindo os ritmos e montagem de coreografias....................18

4 Dramatização.......................................................................................................20

4.1 Fundamentação Teórica................................................................................20

4.2 Jogos teatrais.................................................................................................21

4.3 Atividades.......................................................................................................23

5 Escultura..............................................................................................................24

5.1 Fundamentação Teórica................................................................................24

5.2 Histórico da escultura...................................................................................24

5.3 Escultura no Período Renascentista...........................................................26

5.4 Arte Contemporânea.....................................................................................28

5.5 Henrique de Aragão.......................................................................................28

5.6 A arte de Henrique de Aragão....................................................................31

5.7 Desbravador...................................................................................................31

5.8 Atividades.......................................................................................................31

5.9 Leitura de obras............................................................................................33

6 Avaliação.............................................................................................................33

7 Obras de Henrique de Aragão...........................................................................34

8 Referências..........................................................................................................39

6

APRESENTAÇÃO

Esse material didático tem por objetivo oferecer aos professores que

trabalham com a modalidade de educação de Jovens e Adultos e a inclusão,

ferramentas que possam auxiliar no ensino da Arte e seus diferentes modos de

comunicação.

Ele foi organizado para atender jovens, adultos e alunos com necessidades

especiais. Entendemos que, por serem esses um conteúdo estruturante, e por estar

contemplado nas Diretrizes Curriculares da Educação Básica do Paraná – DCES,

possa propiciar aos alunos o desenvolvimento da capacidade reflexiva e criativa na

apropriação do conhecimento. Por ser direcionado a esta modalidade de ensino,

iniciamos falando sobre auto-estima, com atividades cuja finalidade é mudar as

atitudes negativas apresentadas pelos alunos as quais dificultam seu desempenho e

atrapalham o desenvolvimento destas pessoas.

A música é usada para resgatar os conceitos dos gêneros musicais, já a

dança, conhecimentos e o uso das possibilidades do corpo e seus movimentos.

Os jogos dramáticos nos permitem trabalhar a motivação do grupo:

desenvolvendo suas capacidades de expressão, relacionamento, imaginação e

percepção, assim como acontece com a música e a dança.

Na linguagem visual o trabalho é realizado com esculturas, leitura de obras,

fotografias e aulas práticas de escultura.

Cada linguagem apresentada abrange aspectos nos quais são trabalhados, o

corpo, o sensível e o imaginário, com o objetivo de alcançar o desenvolvimento e

transformação desses alunos.

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TRABALHANDO COM A APRESENTAÇÃO E AUTO- ESTIMA.

1.1 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

A tese central proposta por a respeito da defectologia é a seguinte: todo

defeito cria um estímulo para elaborar uma compensação. Por isso, o estudo

dinâmico da criança deficiente, deve levar em consideração os processos

compensatórios, precisamente porque ao encontrar dificuldades, estimula o avanço

intensificando-o. A reação do organismo e da personalidade da criança ao defeito é

o fato central e básico, em que se baseia a defectologia. Esta tese é compartilhada

com pesquisadores como: W.Stern, A. Adler, Theodor Lipps (VYGOTSKY, 1997).

A sensação de insuficiência dos órgãos é para o indivíduo um estímulo ao seu

psiquismo. Se devido à fraqueza morfológica ou funcional, algum órgão não pode

cumprir plenamente suas funções, o sistema nervoso central e o aparato psicológico

do homem assumem a tarefa de compensar o funcionamento debilitado desse

órgão. Criam sobre o órgão ou a função debilitada uma superestrutura psicológica

que tende a proteger o organismo no ponto debilitado ou ameaçado. O mais

importante é que junto com o defeito orgânico estão as forças, as tendências, as

aspirações a serem superadas ou niveladas.

Para explicar essa reação, Lipps, conforme explicita Vygotsky (1997, p.15) faz

uma analogia com uma inundação: se acontecer a interrupção, ou retardo ou

obstáculo frente a um fato psíquico, se produz uma inundação; isto é, um aumento

de energia psíquica, o obstáculo faz o papel de um dique. Há uma concentração de

energia onde o processo encontrou o obstáculo e pode superá-lo ou contorná-lo.

Desta forma, no lugar onde o processo foi detido em seu desenvolvimento, se

formam novos processos que irão surgir graças a esse dique ou barreira.

Estas tendências, consideradas como processos compensatórios por Adler

(apud VYGOTSKY, 1997) promovem formas de desenvolvimento criativas e

infinitamente raras, iguais ou semelhantes às observadas no desenvolvimento típico

da criança normal.

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1.2 Apresentações.

Apresentação de uma história de vida, falando sobre família, trabalho e

alunos relacionada à palavra NEQEAV (Não esqueça que eu amo você). Com a

minha historia de vida me apresentarei contando-a e usarei a palavra NEQEAV e

oferecerei uma pequena flor com a mesma palavra. Eles ficarão curiosos quanto ao

seu significado, enquanto outros provavelmente descobrirão rapidamente. Mas isto é

apenas uma maneira agradável de receber os meus companheiros de itinerário.

Cada aluno se apresenta fazendo um relato da sua vida pessoal e do motivo

de estar na escola.

Depois cada aluno receberá um texto sobre a auto-estima, que será lido em

voz alta e após a leitura debatida.

1.2 TEXTO.

Superando Barreiras

Certa vez, um menino de mais ou menos dez anos de idade resolver praticar

um esporte. Entre eles decidiu pelo judô, mas este menino tinha somente um braço,

o outro ele o perdera num acidente. Mas a determinação o levou a enfrentar as

dificuldades e suas limitações.

Ele escolheu como professor um velho mestre japonês, e estava indo muito

bem nos treinamentos. Após muito tempo de treinamento, sem entender o porquê,

sempre praticava os mesmo movimento e o mesmo golpe.

Intrigado com os treinos o menino disse ao mestre:

____ Meu mestre, eu só pratiquei um mesmo movimento durante todo este tempo,

não devo aprender novos movimentos?

O mestre muito tranqüilo e na sua sabedoria respondeu calmamente ao

menino.

_____ Confie, este movimento que você já sabe é realmente aquele que você

precisará saber.

Acreditando no seu mestre, mas sem entender, o menino voltou aos mesmos

movimentos, praticando-os e aperfeiçoando-os.

Passado algum tempo o menino, foi inscrito pelo seu mestre num torneio de

judô. O menino estava preocupado e ansioso, porque este seria o seu primeiro

torneio. Para surpresa, o menino ganhou os dois primeiros combates facilmente. O

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terceiro combate seria mais difícil, o seu adversário demonstrava impaciência e

agitação. Durante a luta, o menino usando seu único movimento consegue vencer o

seu adversário. Muito espantado com o seu sucesso, e agora estava na final do

torneio, e seu adversário era mais forte, bem maior e mais experiente.

Preocupados com o menino e a possibilidade dele se machucar, pensaram até em

cancelar a luta, mas o mestre foi contra e disse:

_____De forma alguma! Deixe-o continuar!

E foi assim com os ensinamentos do mestre, que o menino entrou no tatame para

lutar e, quando teve uma chance, usou o movimento para prender o seu oponente.

Foi desta maneira que o menino ganhou a luta e o torneio. Era o campeão! Depois,

já em casa, o menino e o mestre reviram cada movimento em cada uma das lutas.

Com muita coragem perguntou ao mestre aquilo que não conseguia entender:

______ Mestre, como eu consegui vencer o torneio somente com um movimento?

O mestre respondeu:

______ Você ganhou por duas razões!

Em primeiro lugar você praticou e dominou um dos golpes mais difíceis do judô. E

em segundo lugar, a única defesa conhecida para este movimento, é o seu

adversário agarrar o seu braço esquerdo.

A maior fraqueza do menino tinha se transformado em sua maior força.

1.4 Debate

Confiança.

Qualidades.

Habilidades.

Determinação.

Habilidades.

Sensibilidade

paz interior

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1.5 AUTO-ESTIMA.

É a confiança em nossa capacidade para pensar e enfrentar os desafios da

vida. A confiança em nosso direito de sermos felizes, a sensação de sermos

merecedores, dignos, qualificados para expressarmos nossas necessidades e

desejo de desfrutar os resultados de nossos esforços.

Termos auto-estima são termos autoconfiança, sermos felizes por nós

mesmos, termos um ego forte sendo ao mesmo tempo humildes. É nos sentirmos

grandes e importantes, reconhecendo ao mesmo tempo, a grandeza e a importância

do outro, já que ninguém é uma ilha e todos vivemos em uma interdependência

contínua. (Tessari, 2005)

1.6 CAÇA – PALAVRAS.

Encontre no emaranhado de letras 14 palavras relacionadas à auto-estima.

E R Y O P G B O P C E C A S T G A V A L E G R I A # T D E

R E S P O N S A B I L I D A D E T G B A Z V O U P Z A Y R

A M V U I L A M O R # P R O P R I O G F A W Q O R A R P D

S A U T O # A C E I T A Ç Ã O G Y Q W A Z C F T M B S G K

B N J K I Y T A S Q W Ç H U M I L D A D E P O Y J Ç W U Y

S E R # F E L I Z B F A P O S T E # E M # V O C E P O N H

E Q S G H F O R Ç A # I N T E R I O R H O L Ç C V B N K O

T T Y H I O L A Q W W S X Z J O V I A L I D A D E F P D U

D R I B L A R # A # T I M I D E Z N Ç Y B D A N Ç A R Y D

Q B S F D A U T O C O N H E C I M E N T O V E T Y U A Z F

M Y U E M O Ç Õ E S # P O S I T I V A S R W T J K L M D A

11

1.7 AUTO – INVENTÁRIO.

Segundo Fleith; Virgolin e Pereira (2002, p. 44-45) todos nós temos nossos “pontos

fortes”, ou seja, coisas que fazemos bem e pelas quais nos sentimos orgulhosos.

Pense a respeito dos seus pontos fortes e preencha o que se pede abaixo

1 - Minhas habilidades e talentos:

2 - Minhas áreas de conhecimento e experiências:

3 - Meus traços de personalidade e qualidades positivas:

4 - Minhas realizações mais importantes:

5 - As pessoas mais importantes da minha vida.

OBJETIVOS.

Promover a expressão verbal, oportunizar o

desabafo.

Favorecer a descontração e o autoconhecimento

Trabalhar para elevar a auto-estima

Estimular a desinibição

Expressar livremente suas idéias e defendê-las

Expressar suas próprias idéias por meio da escrita

Trabalhar a socialização e paz interior

Encarar os desafios

Refletir sobre as diferenças e possibilidade de crescimento

DESENVOLVIMENTO.

Organizar as carteiras formando um círculo de forma a fazer com que todos

os alunos possam visualizar melhor uns aos outros. Fazer isso, antes dos alunos

entrarem em sala de aula. O professor apresenta-se e depois os alunos, um após o

outro, cada um deve dizer: o nome, porque escolheu esta escola para estudar,

casado, solteiro, filhos, trabalho, e o que conhece sobre a disciplina de Arte.

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Observação: nada deve ser forçado, é importante respeitar o tempo de cada um, se

algum participante achar melhor ficar por último, devemos permitir e também, caso

não queira, devemos deixá-lo até sentir-se à vontade.

O texto

Auto-inventário

Caça palavras

Estes três itens mencionados os alunos devem recebê-los impressos.

MATERIAL.

Caneta, papel A4, texto sobre a auto-estima, atividade impressa.

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2. FILME

2.1 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Segundo, Vigotsky (1982) todas as pessoas são modificáveis através da

mediação, dos estímulos e a crença no potencial humano. Para ele o

desenvolvimento se dá de fora para dentro; isto é, o fato de aprender é que vai

nortear o caminho deste desenvolvimento que está intimamente ligado ao fator

cultural.

Atividade instrumental é mediada por instrumentos e que são criados pelos homens

em função da natureza das ações por eles planejadas. Estes instrumentos são de

dois tipos: os técnicos, produzidos para agir sobre a natureza ou a realidade material

e os semióticos, criados para a comunicação ( Pino,1995,p.31).

O cinema, ou melhor, o filme assim como outros recursos da mídia, pode ser

usado como instrumento de mediação para a apropriação e/ou sistematização do

conhecimento. Por meio desse recurso, outros signos ( visuais e sonoros) são

utilizados para promover a aprendizagem, levando ao desenvolvimento do

raciocínio, percepção, memória, intuição e a oralidade dos alunos, desde que

planejado e sistematizado pelo professor.

De acordo com Vigotsky (2007, p.17) a linguagem é uma capacidade

especificamente humana e que nos capacita com instrumentos auxiliares para

solucionar as tarefas difíceis, superar a ação impulsiva, planejar estratégias e

controlar nosso próprio comportamento.

A linguagem é aquilo através do qual se generaliza e se transmite a experiência da

prática sócio-histórica da humanidade; por conseqüência, é igualmente um meio de

comunicação, a condição da apropriação pelos indivíduos desta experiência e a forma

da sua existência na consciência. Leontiev,1978.p,173)

A linguagem é fundamental para o desenvolvimento psíquico porque contribui

para a expressão e organização do pensamento, a comunicação, atuando sobre as

funções psicológicas superiores, permitindo a interação entre os homens e

consequentemente auxiliando-os no seu aprendizado, na socialização e na

formação de sua consciência.

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2.2 FILME COMO POSSIBILIDADE DIDÁTICA

Usaremos o filme “Meu nome é Rádio” como possibilidade pedagógica, tendo

como finalidade gerar um debate sobre as diferenças, entendimento e respeito. O

cinema é um meio de comunicação muito eficaz, usado como documento visual é

um poderoso meio de educação e instrução. A Revista Espaço Acadêmico considera

que os saberes contidos nos filmes transcendem o uso do cinema e do audiovisual

como ilustração, motivação e exemplo. Os filmes como ferramentas de ensino

podem enfocar aspectos históricos, literários bem como desenvolver a imaginação, a

memória, o raciocínio, a estética, etc. Ao longo desse processo podemos perceber

que há uma integração dos saberes, que nos permitem a inclusão de diferentes

maneiras para construção do processo de ensino, adequando-se às características

culturais do educando das sociedades modernas. Portanto diante destes valores

entendemos que o cinema é uma ferramenta de trabalho, motivadora, inovadora e

que pode envolver várias disciplinas e conteúdos simultaneamente.

FILME

Assistir o filme “Meu nome é Rádio” (E.U.A – 2003)

Título original: Rádio

Duração: 109 minutos

Diretor: Michael Tollin

2.3 DEBATE:

Qual a temática tratada no filme?

Existe um recorte no filme que tenha mais evidência?

Existe relação entre as imagens do filme e as vivenciadas no seu dia a dia?

Quais as posturas do treinador que lhe chamaram mais atenção? Explique.

O que aconteceu no filme, pode acontecer na vida real? Como? Explique.

2.4 RESENHA.

Fazer uma resenha do filme “Rádio”.

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2.5 CARTAZ.

Confeccionar um cartaz usando recortes de jornais e revistas, cujas imagens

evidenciem as diferenças na sociedade e no mundo. Procurar todo tipo de diferença.

OBJETIVO.

Discutir a inclusão;

Refletir sobre a importância da inclusão educacional e social;

Intensificar as relações dos alunos tanto com seu interior como com o

exterior;

Favorecer o entendimento da riqueza e diversidade da imaginação humana.

Analisar e refletir sobre o filme.

Perceber que as diferenças não nos torna incapazes, de sermos sujeitos e

participar como cidadão crítico, responsável e digno.

As diferenças apresentadas na mídia.

DESENVOLVIMENTO.

Apresentação do material (filme) a ser assistido. Comentários para

observação: fatos, personagens, sensibilidade, atenção, união, força de vontade,

confiança, desafios, valorização da vida e dos sujeitos, respeito e persistência.

Discutir as idéias que acharam mais importantes no filme (deixar espaço livre

para que todos possam contribuir). Separar os alunos em grupos de quatro pessoas.

No grupo debater as idéias, filtrá-las e fazer uma resenha sobre o filme.

Trazer para a próxima aula recortes de jornais, revistas onde encontramos as

diferenças na sociedade e no mundo.

Todos os alunos reunidos em um único grupo confeccionarão um cartaz com

os recortes de revistas e jornais, mais significativos abordando o assunto em pauta.

MATERIAL.

Filme DVD, TV

Papel e lápis

Revistas

Tesoura

Cola

Canetas coloridas

Papel Kraft

3 DANÇA / MÚSICA.

3.1 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

A música e a dança como mediação.

O ato de ouvir e dançar é um momento de aprendizagem, e liberação de

emoções, de auto conhecimento favorecendo o desenvolvimento das funções

superiores (percepção, memorização, atenção, pensamento e imaginação),

reproduzindo movimentos, ritmos, temas, sequências, construindo desta forma o

seu desempenho pessoal. Dessa forma, reproduz e internaliza conhecimentos que

servirão de base para sua percepção do mundo da música da dança e do mundo

sócio- histórico.

Em suas investigações, Vigotsky tomou como base

as duas hipóteses seguintes: as funções psíquicas do

homem são de caráter mediatizado (social): os processos

interiores intelectuais que provêm de uma atividade

inicialmente exterior, interpsicológica. E esse processo só

adquire um caráter mediatizado “intrapsicologicamente”,

quando for integralmente realizado pelo homem,

individualmente, devido a sua voluntária dedicação

(1976.p.153).

A dança é uma linguagem que fala através do corpo

humano. “A clareza com que esta linguagem fala, depende

da clareza com que o corpo é capaz de articulá-la, pois

creio que com a clareza da articulação vem a clareza da comunicação”, afirma

(Murray,1992,p37)

3.2. HISTÓRICO DA DANÇA

Segundo Laban (1990) o movimento encontra-se em todo o universo, na

natureza, a vegetação, os rios e mares, os animais completando o seu ciclo de vida

e reiniciando outro. No nosso dia a dia realizamos uma série de movimentos desde

os mais simples aos mais complexos e não percebemos toda esta movimentação.

Dançar é uma forma de participar de todo o movimento é expressar através do

corpo.

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Desde os tempos mais

remotos foram encontrados

vestígios das primeiras danças

em desenhos nas Cavernas de

Cogul, na Espanha, datados de

8300 a.C, são imagens que

podem ser interpretadas como

uma dança ritual.

No Egito e na Grécia

existem registros de desenhos de

pessoas com instrumentos e em

posição de dança. Na Grécia

antiga, a dança fazia parte da Educação, somente era considerado um cidadão

educado, aquele que sabia: tocar um instrumento, dançar, cantar, além de conhecer

a política e a filosofia. Dançava-se por vários motivos: para celebrar a paz, rituais

religiosos, preparando-se para a guerra, comemorar uma boa colheita ou um

nascimento. A dança na sociedade nunca deixou de existir.

A dança clássica teve início na Itália por volta de 1500, chegando ao Brasil

em 1823 e atualmente temos excelentes companhias de dança com coreógrafos e

bailarinos brasileiros e grupos de profissionais paraplégicos ou deficientes auditivos

com grande qualidade artística. Hoje se usa a dança até por motivos terapêuticos.

3.3 DANÇA PARA O DIFERENTE.

A dança para um corpo diferente estaria nos propondo um conhecimento

mais amplo do conceito de beleza e ao mesmo tempo o desafio de prendermos uma

estética da própria existência. Segundo Laban cujo sistema de estudo reconhece o

movimento como a nossa primeira linguagem. Ao observarmos os corpos em

movimento, ora deficientes, ora diferentes, redefinimos as possibilidades de

movimento, é simplesmente o prazer de usar o corpo que para o cadeirante sua

cadeira é a extensão do seu corpo. É a alegria de dançar de um modo não

planejado e espontâneo, em que cada pessoa está livre para inventar e socializar.

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No Brasil, terra de um povo alegre onde a dança está no “sangue”, temos

vários tipos de ritmos onde quase tudo é aceito e incorporado à música e à dança.

Temos as danças populares, modernas, contemporâneas, de vanguardas, as

étnicas e as folclóricas.

A dança moderna procura dar mais ênfase aos sentimentos, aos sonhos,

tentando teatralizá-los ao máximo através de movimentos corporais.

3.4 RITMOS MUSICAIS.

3.5 MÚSICA.

Definir a música não é tarefa fácil porque apesar de ser intuitivamente

conhecida por qualquer pessoa, é difícil encontrar

um conceito que abranja todos os significados

dessa prática. A música manipula o som e o

organiza no tempo.

Rock’n roll - Possui dezenas de subgêneros,

cada um com características musicais diferentes,

assim como roupas, cabelos, ornamentação

corporal e dança. Assim, uma canção de Elvis

Presley, um heavy metal ou uma canção punk,

embora sejam todas consideradas rock,

representam diversas culturas musicais

diferentes.

REGGAE - O reggae é um estilo originário da Jamaica que surgiu nos anos 60, o

seu ritmo dividiu-se em dois gêneros: o roots reggae (reggae original) e o dance hall

reggae (que teve origem em 70).O reggae está associado ao movimento rastafári e

as temáticas usuais estão ligadas a este movimento, mas também ao amor e a

crítica social.

Frevo - É um ritmo pernambucano que surgiu da interação entre músicas e danças

folclóricas no final do séc. XIX, em Recife durante a comemoração do carnaval. O

frevo nasceu com os tocadores de polca, tangos, quadrilha e maxixe. É um ritmo

contagiante por natureza, uma das criações mais originais dos mestiços da classe

média urbana brasileira.

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SALSA - A salsa resulta da fusão de ritmos afro-caribenhos que nasceu em Cuba

por volta dos anos 60 e é uma espécie de adaptação do mambo.

Samba - É um gênero musical de canção popular surgido no Brasil no início do

século XX. Os sambas mais conhecidos são do Rio de Janeiro e São Paulo.

Axé - É um estilo musical que surgiu na Bahia na década de 80, durante

manifestações populares do carnaval de Salvador, que mistura frevo pernambucano,

forró, maracatu e reggae. O termo usado Axé - music é utilizado erroneamente para

designar todos os ritmos de raízes africanas.

Break - Apareceu em 1968 nos guetos dos Estados Unidos e tornou-se a dança

mais popular da época. Seu significado quer dizer saltar, balançando o quadril. As

equipes organizavam bailes e festas de quarteirões, nas ruas, nos colégios,

incentivando os jovens a dançarem ao invés de brigarem entre si.

SERTANEJO - O estilo musical que se produz por artistas interioranos, de melodia

simples e melancólica interior do Brasil.com letras de temáticas românticas e

ingênuas. O adjetivo “sertanejo”, originalmente, se refere a tudo que é próprio dos

sertões, ou seja, do

MPB - Era um rock comportado com total abandono do conteúdo e banalidade

musical. Nas letras apareciam muitas “gírias” que permaneceram por muito tempo e

algumas ainda fazem parte da linguagem popular.

Valsa - É um gênero musical clássico dos meados de 1820. Walzer pode ser

considerado o pai do gênero. Os compositores mais famosos do estilo são membros

da família Strauss, Josef e Johann Strauss. A palavra tem origem no verbo alemão

walzen, que significa “girar ou deslizar”

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3.6 ATIVIDADES: SENTIDO OS RITMOS E MONTAGEM DE COREOGRAFIA.

- Movimentar o corpo de acordo com o ritmo apresentado (usaremos os ritmos

descritos acima) criando seu próprio movimento, que pode ser em dupla, trio ou

mesmo individual.- Escolher uma música, dentre as que lhe forem apresentadas e

montar uma pequena coreografia. Podem usar os tecidos como vestes, amarrá-los

na cabeça ou na cintura, dependendo da criatividade e da visão do grupo.

OBJETIVOS.

Saber ouvir e movimentar-se de acordo com o ritmo.

Relacionar-se e cultivar os contatos com o grupo

Flexibilidade de movimentos e fortalecimento do equilíbrio

Liberar as emoções

Usar a criatividade e sensibilidade para criar seus próprios movimentos

Perceber a dança como uma arte

DESENVOLVIMENTO.

Todos os alunos em um único grupo, espalhados pela sala, caminhando em

todas as direções em silêncio, conhecendo o espaço explorando-o e apenas ouvindo

uma música bem suave. Colocaremos outro CD com diversos ritmos, em que os

alunos deverão acompanhá-los usando o tecido (começando pelos ritmos mais

lentos). Com a música tocando vão acompanhando com passos livres, depois em

dupla, trio e o ritmo vai mudando, para que juntos possam criar seus movimentos.

Os ritmos vão mudando enquanto os alunos vão movimentando-se em grupo ou

individualmente. Cada qual terá a liberdade de desenvolver seu próprio movimentos

de expressão e o s tecidos ajudaram a dar mais graça e leveza aos movimento.

Necessário CDs com diversos ritmos, tecidos finos, leves, coloridos e

transparentes.

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4 DRAMATIZAÇÃO

4.1 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Segundo Vigotsky (1987.p.55) a

dramatização, a criação literária e a arte do

teatro estão muito próximas. Isto por que,

tanto a representação, como a composição

da narrativa caminham juntas. A

dramatização é uma atividade prazerosa

para os alunos, pois está próxima do seu

cotidiano, sendo uma maneira mais eficaz

e direta da criação artística com as

vivências dos personagens.

A representação teatral reflete-se com

mais clareza em todo esse círculo

completo de ilusões. As imagens criadas

por elementos reais encarnam e se realizam de novo na vida real, mesmo que de

modo condicional, o desejo de ação, personificação, realização e imaginação,

encontra assim sua realização mais plena. Nos jogos e dramatizações temos

presentes as interações sociais, o desenvolvimento do pensamento, linguagem,

percepção e desenvolvimento por meio da aprendizagem.

Ser ou não ser, eis a questão! 1601

Willian Shakespeare (1564 - 1616)

Tais palavras, escritas quando criou à peça dramática

Hamlet (1601), mostram o drama humano de

incerteza e desespero ante uma tomada de decisão.

A arte de representar é uma das formas mais ricas e

antigas de comunicação e expressão. Mas as

atividades propostas deverão auxiliar o despertar da

criatividade do aluno e o desenvolvimento de

habilidades na sala de aula. Vamos focalizar a área

da improvisação.

22

4.2 JOGOS TEATRAIS

Improvisação: é uma cena representada

com pouco planejamento.

Pantomima ou Mímica: é uma encenação que

comunica uma idéia ou ação sem o uso do

diálogo. Dotando os alunos de meios para

desenvolver confiança e técnica de palco.

4.3 ATIVIDADES

- Montar um vestuário

Dividir a sala em dois grupos:

homens e mulheres.

Os homens ficarão encarregados de

vestir um dos alunos, usando somente jornais, revistas, alfinetes e fita

adesiva. Observar todos os detalhes do vestuário masculino. Traje Social

O mesmo acontece com as mulheres, devem vesti-la observando todos os

detalhes da vestimenta feminina. Traje social.

2 - Situações em dupla usando a pantomima ou mímica.

Uma rua larga em uma noite chuvosa e muito vento.

Um beco escuro e perigoso.

Carregando uma bacia de plumas sem deixar que elas escapem.

O seu amigo teve um desmaio numa rua movimentada.

Você está na sala de espera da maternidade, esperando a chegada do seu

filho.

Foi despedido pelo patrão e não se conforma.

A dupla escrevendo uma carta aos amigos, fechar e selá-la.

Dupla feminina numa liquidação arrasadora.

Estas frases os alunos receberão impressas

23

3 - ENCENAÇÃO COM OBJETOS OCULTOS.

Em um saco grande colocar vários objetos, que não poderão ser percebidos

pelas pessoas que estão participando do jogo. Todos os alunos estarão sentados

em circulo e o coordenador começa o jogo.

Coloca a mão dentro do saco retira um objeto observa e começa a contar

uma história e acha uma ocasião para colocá-lo na narrativa, mas continua com a

história levando o saco para outro aluno retirar um objeto sem olhar dentro do saco e

dar continuidade ao jogo. O coordenador dará a voz de comando para a escolha de

outro para que todos participem da narrativa.

Observação: Uma das regras do jogo é que o objeto escolhido tem que ser introduzido na

história. Evitar o uso de expressões como: tipo assim, aí né, então né, prefira usar: neste

momento, nesta altura, dali a pouco etc.

OBJETIVOS.

Vencer a dificuldade de expressão

Desenvolver a capacidade de improvisação

Ser espontâneo

Expressar-se pela fisionomia

Liberar sentimentos, emoções e sensações, conscientizando-se do próprio

corpo e suas possibilidades.

Desenvolver a rapidez e o raciocínio

Ser criativo, espírito de liderança

Desenvolver a capacidade de expressão oral e aprimoramento do vocabulário

MATERIAIS.

Cadeiras.

Mesas.

Chapéu.

Guarda – chuva.

Panela.

Guarda roupa para teatro (o

Colégio já possui).

Objetos que os alunos acharem

necessários.

Maquiagem.

Jornais.

Alfinetes

Fita adesiva.

Saco com diversos objetos

24

5. ESCULTURA

5.1 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Na pesquisa de (Goulart, Mori, Bulla, Hirotsu; 2005. p.84) demonstram a

contribuição da mediação pela arte, “a ampliação do conhecimento impulsionando a

aprendizagem o desenvolvimento afetivo, cognitivo e social, focalização da atenção,

capacidade de observação e

análise, controle motor,

memorização e conhecimento

específico”. Reafirmada por

Barroco (2007.p.187-188) na

educação, os sujeitos tem a

possibilidade de se apropriarem e

operarem com o conhecimento

adquirido, fazendo análises,

relações, comparações,

generalizações etc. Esta forma de

educação lhes dá possibilidade de

perceber o que se passa com si

próprios e com os outros, e vai além do

auto conhecimento e conhecimento do mundo. A autora confirma a perspectiva

vigostikiana “de que o conteúdo intrapsíquico não se dá sem o estabelecimento

anterior das relações

interpsíquicas, configuradas pelas

relações sociais”. Pelo trabalho

mediatizado com a escultura,

leitura de imagens e o trabalho de

criação, é possível sensibilizar

alunos a fim de torná-los mais

experientes em relação as culturas:

local e mundial e que tenham seus

processos criativos alicerçados e

embasados nos conteúdos

sistematizados.Pela prática o aluno

fará um passeio pela história da arte e períodos distintos. Os conceitos inicialmente

Igreja de São Francisco de Assis - Maringá.

Cristo Serafim - Obra de Henrique de Aragão.

25

apropriados irão se transformar em outros conhecimentos e conceitos mais

elaborados. Assim, a estrutura psíquica é mediatizada por signos exteriores, pelos

quais outro homem age sobre o comportamento do sujeito que efetua a ação.

5.2 HISTÓRICO DA ESCULTURA.

O ato de esculpir é uma das formas artísticas das mais antigas. A escultura da

imagem paleolítica, Vênus de Willendorf, datada de 25000 a 20000 a.C é a escultura

mais antiga encontrada até hoje, feita em calcáreo, ocre avermelhado, altura de

11,1cm encontra-se no Museu de História Natural da Austrália. As obras de arte

registram os materiais, técnicas, cenas e estilos da época da sua produção,

podendo assim documentar o seu tempo. No princípio o homem usava as paredes

das cavernas para desenhar inspirados nos animais, e nas cenas que os rodeavam.

A escultura é o nome dado a arte tridimensional. Elas fazem parte da produção do

homem que utilizaram diversos materiais para esculpir como: mármore, granito,

madeira, pedra sabão, bronze, ferro e diversos materiais e alguns materiais mais

nobres, como o ouro.

Detalhe da obra

Cristo Serafim

Igreja de São Francisco

De Assis (Maringá)

Detalhe de Cristo Serafim -

Henrique de Aragão.

26

5.3 DAVID DE MICHELANGELO (PERÍODO RENASCENTISTA).

É uma escultura grandiosa de 5,17m, foi escolhida como símbolo máximo da

Republica de Florença (conhecida como a cidade das artes e do saber e berço do

humanismo. Michelangelo trabalhou nesta escultura durante os anos de 1501 a

1504. Foi entalhada em um só bloco de mármore de Carrara (região da Itália). Hoje

ela se encontra em Florença e é considerada uma das mais importantes obras o

Renascimento. Foi dentro do movimento de esculpir, onde primeiro se observou uma

nova estética, reagindo contra os princípios Góticos e a adoção dessa nova estética

representativas de todo o Renascimento.

Numa época em que o homem

era visto como centro do

universo (antropocentrismo)

sua representação assumiu

também um papel central. As

características neste período

são: o grande rigor anatômico,

monumentalidade e a

representação de figuras

humanas nuas, procurando

exprimir os sentimentos

característicos do Homem, e

não mais a rigidez das idéias.

Neste período o homem passa

a dominar com mais perícia os

materiais como pedra, bronze,

mármore madeira ou terracota.

Hoje os artistas já dominam

outros materiais e outras

técnicas, como o cobre, latão e

aço e até o grão de arroz.

DAVID (1501-1504) Michelangelo Buonarotti. Escultura feita em mármore de Carrara

27

David fotografado de três ângulos

Detalhe da cabeça de David – Michelangelo

28

5.4 ARTE CONTEMPORÂNEA

Citada por inúmeros críticos a expressão arte contemporânea inicia-se na

década de 60 quando se esgota o movimento abstracionista marcando a volta do

figurativo. Ë um período que surgiu na metade do século XX e se prolonga até

hoje. A vanguarda contemporânea, nasceu nos Estados Unidos em torno do

expressionismo abstrato. Os anos 60 correspondem ao seu fortalecimento e

desenvolvimento; os anos 70 assinalam a sua consolidação. Quando surge um

movimento na arte, ele revela-se na pintura, na literatura, na moda, no cinema, na

escultura, na música e tantas outras formas de arte.

O período de questionamento e de rupturas das propostas pelas arte

moderna e as vanguardas modernistas entra em cena a partir dos anos 70

importantes mudanças no mundo e na nossa relação de tempo e espaço

transformam globalmente os seres humanos. A arte contemporânea pretende a

volta dos valores humanos e valorizar a natureza. As obras contemporâneas não

pretendem se importar nem se impor nada.

Quando falamos em arte contemporânea não é para designar tudo que é produzido

no momento, e sim aquilo que nos propõem um pensamento sobre a arte ou uma

análise crítica da prática visual. O belo não busca mais o novo nem, o espanto,

como as vanguardas da primeira metade deste século: propõe o estranhamento ou

o questionamento da linguagem e de sua leitura.

O que vai determinar é a qualidade da linguagem, o uso preciso do meio

para expressar uma idéia, onde pesa experiência e informação. O que existe é

uma pluralidade de estilos, de linguagens, contraditórias e independentes

convivendo em paralelo.

5.5 Henrique de Aragão – Campina Grande – Paraíba, 1931.

Pintor, escultor, desenhista, teatrólogo, diretor teatral e poeta. O seu talento artístico

manifestou ainda na infância aonde já desenhava com os recursos precários. Depois

de adulto freqüentou cursos em Roma, participou do salão de artes plásticas na

Itália e participa do “II CERVINO de la mia TAVOLOZZA”, concurso em CERVINIA

na Itália e na Suíça.

Tem obras sacras em São Paulo e no Rio de Janeiro. Em 1965 muda-se para

Ibiporã onde trabalha com esculturas, pinturas e vitrais.

29

5.6 A arte de Henrique de Aragão.

Monumento ao desbravador (O Peladão)

Conhecemos esse mestre da escultura, morador de Ibiporã, onde mantém o

seu ateliê e sua casa com várias obras que nos remeteram ao encontro da natureza

e da arte. Tanto quanto suas pinturas, vitrais e esculturas, o local é maravilhoso, nos

encanta pelo conjunto: obras, iluminação, música, chafariz tudo integrado no cosmo

de Henrique de Aragão que nos envolve e convida à comunhão espiritual. Calmo,

sereno, um ser iluminado e muito sensível como alma de artista que é. Ele nos disse

que suas obras são contemporâneas, clássicas e voltadas para o barroco. Seus

pássaros sempre com as asas as abertas parecem alçar vôo rumo a liberdade

demonstrando a concepção de liberdade do artista. As obras sacras, o Cristo

dramático, a riqueza dos detalhes, o brilho das cores, os sons, são um convite à

apreciação estética das obras e do local.

5.7 O DESBRAVADOR

Detalhe do tronco e membros superiores

30

Henrique de Aragão esculpiu o Desbravador (Peladão) em 1972, ano do

Jubileu de Prata de Maringá. A armação é todo em ferro com fios de aço recobertos

de cobre, pesando 9.809 kg, e 7,10m de altura e está localizada na Praça 7

de setembro. O

desbravador representa o

homem rude do campo que

chegou neste local desprovido

de tudo, sem roupas, pés no

chão, apenas com a vontade e

a força para erguer uma

cidade.

O desbravador visto por outro ângulo

Detalhe dos pés

31

Detalhe do ramo de café

Os joelhos e o uso da solda, ou melhor, as linhas da solda para unir as peças.

32

O desbravador fotografado de corpo todo.

Os três machados, as três cordas da lira usada na canção Maringá, Maringá.

33

ATIVIDADES.

Pesquisa e Fotografia do Desbravador.

Leitura das obras: DAVID e O DESBRAVADOR

5.9 LEITURA DE OBRAS segundo Robert Willian Ott. (BARBOSA, 2008).

Descrição

O que vejo? Fazer uma lista de tudo o que é perceptível, olhar cuidadosamente

cada detalhe e escrever verdadeiramente o que está sendo visto.

Analise

Analisar a maneira como foi executada, o que foi percebido, a forma de onde

iniciou, investigar os elementos da composição, linha, cor, proporcionalidade e

detalhes.

Interpretação

Como se sentem a respeito das obras, expor os sentimentos e perceber os

sentimentos presentes na obra.

Fundamentação

A informação adicional proporcionada nesse ponto no sistema tem a intenção de

ampliar a compreensão do aluno e não de convencê-lo a respeito do valor da obra

de arte. A mediação do professor nesta parte é fundamental.

Revelação

Os alunos terão a oportunidade de revelar seu conhecimento a respeito de

escultura por meio do ato de expressão artística, isto é fazer uma nova obra tendo

por base as obras estudadas, compreendidas e apreciadas dentro do estudo

realizado. Cada aluno ou duplas deverão criar o seu DESBRAVADOR

.5.9.1 CRIAÇÃO UMA ESCULTURA DO DESBRAVADOR SEGUNDO VISÃO DO

ALUNO E ESTUDOS REALIZADOS.

OBJETIVOS.

Desenvolver a observação

Observar os detalhes das obras

Definir os melhores ângulos para serem fotografados

34

Planejar e aplicar as ações com o seu par

Pesquisar (usar a sala de computação) sobre o artista e o verdadeiro nome

da obra e seu histórico

Organizar um fundo de documentação a partir do estudo da obra e do artista

Perceber as diferenças nas esculturas dos dois períodos escolhidos.

Usar o conhecimento sistematizado em Arte (cores, linhas, formas, textura,

Movimento, equilíbrio etc) Explorar ao máximo as duas obras, percebendo,

materiais empregados, temática, refletir sobre o momento histórico.

Conhecer e valorizar o artista (Henrique de Aragão) Paraibano, radicalizado

em Ibiporã, a sua sensibilidade e o seu trabalho como um mestre em esculpir.

DESENVOLVIMENTO.

Usando as fotos da escultura o Desbravador (Henrique de Aragão) e David

(Michelangelo) fazer um paralelo entre a escultura Contemporânea e a

Renascentista. Captar toda riqueza de idéias contida nas duas obras.

Montar uma exposição na escola ou um site com todas as atividades do

projeto.

Após esgotar todos os estudos os alunos em duplas irão esculpir um

Desbravador, não podendo fazer uma cópia, cada dupla vai criar o seu pioneiro, o

seu desbravador, aquele que chegou nesta terra desbravando e construindo uma

cidade.

Material utilizado.

Máquina fotográfica

Goivas, facas sem ponta, lixas de diversas espessuras

Blocos para construção

Serra para dividir os blocos

Verniz

Máquina fotográfica

TV

Pendrive

Sala de informática.

35

6. Avaliação.

A avaliação em Arte é muito complexa pois estamos trabalhando com

a sensibilidade, o lado mais humano, os conhecimentos acumulados, desejos,

sonhos, percepção, organização, o ensinar a ver criticamente. Temos que nos

aprofundar no sentido da atitude globalizadora deste cidadão que se pretende. A

avaliação nos ajuda a rever nossas práticas esse houve apropriação dos conteúdos

propostos. Ela é um momento de investigação, observando aquilo que os alunos já

sabem e o que ainda não sabem, o que mais gostam e o que mais atrai dentro do

processo artístico; como é a sua participação nos debates, como agem no grupo e

as suas dificuldades e saberes no uso dos materiais. Segundo as Diretrizes

Curriculares de Arte para da Educação de Jovens e Adultos (PARANÁ, 2006. p.42),

“... a avaliação é um meio e não um fim em si mesmo. Ë um processo contínuo,

diagnóstico, dialético e deve ser tratada como integrante das relações de ensino-

aprendizagem.”

Para Luckesi, conforme aponta esse documento ( 2006, p. 42 ), “... a

avaliação da aprendizagem é um recurso pedagógico útil e necessário para auxiliar

o educador e o educando na busca e na construção de si mesmo e de seu melhor

modo de estar na vida.” O nosso papel enquanto professor é o de observar tanto nas

ações propostas, como na produção realizada, o avanço alcançado pelos discentes.

É importante criar vínculos com o aluno para que haja envolvimento nesse fazer e

no processo de mediação e estímulo. Esta inter – relação nos permite problematizar

e provocar desafios, ampliar e aprofundar o conhecimento em arte, alimentar

questionamento, dúvidas, possíveis soluções, o prazer em participar, de aprender e

desenvolver-se. A avaliação neste projeto deve ser pensada primeiramente nos

alunos, nas mediações necessárias, na geração de estímulos por meio do processo

artístico, analisando se as ações, como debates, jogos dramáticos, jogos com

palavras, filmes, cartazes, leitura de imagens, interação grupal e a produção estética

realmente possibilitaram o desenvolvimento destes alunos.

36

6.1 Algumas obras de Henrique de Aragão.

Chafariz em forma de pássaro- jardim de Henrique de Aragão

37

Pintura espatulada com calcário triturado.

Obra na sua fase final.

38

Madeira entalhada e escultura de pássaro levando Cristo

39

Todas as fotografias das obras de

Henrique de Aragão foram feitas

com a permissão do artista pela

Professora PDE Elenice Lazilha.

As fotografias das máscaras,

trabalho realizado por alunos do

CEEBJA de Maringá no ano de 2007,

também foram fotografadas pela

mesma professora.

40

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------------------ Fazer arte ou fazer Arte, esta é a questão.

41

----------------- Improvisação: criando o teatro no ato.

------------------ Quem não dança, dança.

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