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O PROFESSOR PDE E OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE 2009 Produção Didático-Pedagógica Versão Online ISBN 978-85-8015-053-7 Cadernos PDE VOLUME I I

DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE 2009 - … · Asa Branca, de Luiz Gonzaga; Meu país, de Zezé Di Camargo e, Cidadão, de Zé Ramalho, serão trabalhadas de acordo com os temas abordados

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O PROFESSOR PDE E OS DESAFIOSDA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE

2009

Produção Didático-Pedagógica

Versão Online ISBN 978-85-8015-053-7Cadernos PDE

VOLU

ME I

I

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DADOS DE IDENTIFICAÇÃO

Professora PDE: Nilcéia de Jesus

Área: Geografia

Núcleo Regional: Londrina – Paraná

Professor Orientador: Eloisa Cristina Torres

IES vinculada: UEL Universidade Estadual de Londrina.

Escola de implementação: Colégio Estadual Marechal Castelo Branco

Público objeto da intervenção: alunos de sexta série do Ensino Fundamental

Conteúdo estruturante: a dimensão econômica do/no

Espaço geográfico.

Titulo: O USO DA MÚSICA E DA IMAGEM NO

ENSINO APRENDIZAGEM DE GEOGRAFIA.

LONDRINA

2010

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SUMÁRIO 1.Introdução.......................................................................................................4

2.Objetivos.........................................................................................................5

2.1- Objetivo Geral............................................................................................5

2.2- Objetivos específicos.................................................................................5

3.Fundamentação..............................................................................................5

4.Metodologia.....................................................................................................8

5.Referências....................................................................................................24

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INTRODUÇÃO

Estamos vivendo a era chamada revolução técnico-científica, na qual as

informações com imagens fascinam crianças, jovens e por que não dizer

adultos, que passam horas em frente à TV e o computador, explorando sons e

imagens de maneira agradável. Assim tem sido cada vez mais difícil explorar

textos didáticos escritos e outros recursos semelhantes por serem menos

atrativos.

Diante desta realidade, em sala de aula as tecnologias disponíveis,

como a TV multimídia, devem ser aproveitadas pelo professor em prol do

desenvolvimento de uma aula mais atraente e agradável. O que não pode

ocorrer é deixar que a mesmice continue e o quadro negro apenas seja trocado

por tecnologia. É preciso ter claro que o ensino/aprendizagem acontece sem

necessariamente o uso de tecnologias, mas que as mesmas servem, quando

bem utilizadas, como apoio pedagógico.

Em virtude da falta de domínio de algumas tecnologias, ou mesmo pela

falta de criatividade, professores encontram dificuldades para promover o

ensino/aprendizagem de alunos, principalmente quando não se valem de

metodologias diferenciadas de trabalhos e não utilizam recursos didáticos

pedagógicos que trazem contribuições à apropriação do conhecimento

científico trabalhado. Nesse sentido, Kaercher, 2003, afirma que:

Nosso desafio é buscar soluções para os problemas que enfrentamos na educação, na sala de aula, na escola. E, para isso, nos propomos a refletir conjuntamente. “Reflexões, conflitos e desafios” são a essência do fazer pedagógico e nossa posição diante destes três eixos vai nos orientar para uma prática mais ou menos democrática (p. 49).

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OBJETIVOS

OBJETIVO GERAL

Proporcionar, através da música e da imagem, aulas de geografia mais

interessantes, atrativas e eficazes, facilitando a compreensão de temas

geográficos por parte do aluno.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Tornar as aulas de geografia mais atraentes;

Despertar o interesse e a motivação do aluno;

Conduzir, através de metodologias adequadas, a aprendizagem de

geografia por meios mais agradáveis;

Reconhecer que a imagem facilita a compreensão do conhecimento

geográfico.

FUNDAMENTAÇÃO

A música está muito ligada à vida humana, sendo assim exerce uma

atração especial nas pessoas, principalmente nos jovens. São inúmeros os

temas que a música trata em relação à geografia. Desse modo, aliar música e

imagem ao ensino-aprendizagem para facilitar a assimilação do conhecimento

geográfico é algo que trará bons resultados por vários motivos, entre eles, por

ser um material de apoio de fácil acesso e fazer parte do cotidiano do aluno.

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Um aspecto a ser observado nesse trabalho é que denúncias

importantes passam despercebidas, e é preciso chamar a atenção do

educando para que fiquem atentos às letras das músicas, ou seja, aprender

ouvir e interpretar o que as músicas dizem, despertando o senso crítico no

exercício da cidadania.

“A música é um mediador que proporciona resultado satisfatório por envolver o aluno no processo da aprendizagem, tornando o objeto de estudo mais agradável ao aluno”. (Liberato, 2003, p. 37)

No modo de vida da sociedade estão inseridas manifestações que

expressam sua cultura e a música é uma arte poderosa na difusão dos

costumes de um povo e acessível a todas as classes sociais. Com maior ou

menor intensidade a música está presente na vida do ser humano, ela desperta

emoções e sentimentos de acordo com a capacidade de percepção que cada

um possui para assimilar a mesma, portanto é considerada um instrumento

valioso que através de análise pode ser contextualizada, contribuindo para a

construção de conhecimentos e consequentemente das mudanças de atitudes.

Em outras palavras, atualmente ensinar geografia exige mudanças de

postura do educador frente aos novos paradigmas presentes na sociedade

Contemporânea. É nesse sentido que o pensamento de Oliveira (2005) traz

contribuições:

“A música no ensino da geografia é capaz de estimular o raciocínio dos alunos tornando-os mais críticos e reflexivos no que se refere à formação de um cidadão” (p. 75).

Além da música, o uso da imagem faz-se extremamente importante

enquanto ferramenta educacional. As imagens são utilizadas há muito tempo

pelos seres humanos, mesmo antes da escrita, com registros feitos nas

cavernas, em forma de pintura e perpetuam-se como obras singulares da

representação humana, assim, como as palavras, as imagens possuem um

poder muito grande de comunicação, melhor dizendo ela ‘confisca’ o olhar.

No ensino aprendizagem de geografia a utilização das imagens é

imprescindível para a construção do saber geográfico, visto que ela sempre foi

um auxílio na compreensão do espaço onde vivemos. Utilizar imagens em sala

de aula é oferecer meios para que os alunos construam o seu conhecimento

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geográfico já que no ensino de geografia a imagem é um campo amplo a ser

explorado. É necessário fazer leitura de imagens, visto que essa atividade

oportuniza aos educados um ambiente rico em discussões e ideias, propício

para novas conclusões.

O mundo hoje está fortemente pautado na imagem como veículo comunicativo e representacional. A imagem, principalmente após as novas técnicas e tecnologias de captação e reprodução, permitiu que a percepção humana das formas do real e a consequente produção de referenciais não precisassem tanto ser complementada pelas experiências imagéticas que cada indivíduo trazia consigo, o que ocorria com as narrativas e descrições escritas (FERRAZ, 2007, p.18).

De acordo com as DCEs - Diretrizes Curriculares da Educação Básica

do Estado do Paraná, recursos desse tipo devem ser explorados de acordo

com os temas já trabalhados ou que se pretende trabalhar. A imagem pode ser

o ponto de partida para uma discussão que se busca observação, descrição e

investigação.

Assim, a partir da exibição de um filme, da observação de uma imagem (foto, ilustração, charge, entre outros), deve iniciar-se uma pesquisa que se fundamente nas categorias de análise do espaço geográfico e nos fundamentos teóricos conceituais da Geografia. O recurso audiovisual assume, assim, o papel que lhe cabe: problematizador, estimulador para pesquisas sobre os assuntos provocados pelo filme, a fim de desvelar preconceitos e leituras rasas, ideológicas e estereotipadas sobre lugares e povos. (DCEs, 2008, p. 82).

Neste sentido, as Diretrizes Curriculares da Educação Básica do Paraná

advertem para não utilizar esses recursos como veículo de confirmação da

verdade. Assim, a partir da exibição de uma música e o videoclipe da mesma,

deverão ser iniciadas pesquisas que estejam fundamentadas nas categorias de

análises do espaço geográfico e nos fundamentos teóricos conceituais da

geografia.

Da forma como apresentada, a imagem, aliada ao som na sala de aula

pode ser transformada em centro de debates, discussões e construção

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significativa do conhecimento, motivada por uma linguagem prática, abrangente

e universal.

CONTEÚDO

Parte-se do conteúdo básico 'Regionalização' e segue-se em direção à

temática seca na região nordeste, bem como suas principais consequências:

miséria, fome, desigualdade social, corrupção, migrações da população;

inchaço das grandes cidades e os sérios problemas que as cercam como: o

desemprego, formação de favelas e poluição. Pretende-se explorar o tema

através de textos em livros didáticos, jornais, letras de músicas e imagens

diversas. Deste modo os alunos participantes farão leituras, análises, reflexões

críticas, discussões e debates acerca dos conteúdos trabalhados.

METODOLOGIA

De acordo com as DCEs, a metodologia de ensino deve conduzir o

aluno a apropriar-se dos conteúdos geográficos de modo que compreenda

como se dá o processo de construção e organização do espaço pelo homem,

de forma crítica e contextualizada. Assim, ao apresentar o conteúdo a ser

estudado “[...] recomenda-se que o professor crie situações problemas,

instigantes e provocativas. Essa problematização inicial tem por objetivo

mobilizar o aluno a buscar o conhecimento” (DCEs, 2008, p.75).

No projeto de implementação na Escola será desenvolvido trabalho com

alunos da sexta série do Ensino Fundamental e utilizar-se-á a Unidade Didática

aqui apresentada de forma a explorar o conteúdo selecionado. As músicas:

Asa Branca, de Luiz Gonzaga; Meu país, de Zezé Di Camargo e, Cidadão, de

Zé Ramalho, serão trabalhadas de acordo com os temas abordados.

Serão propostos alguns questionamentos aos alunos acerca das letras

selecionadas: Se conhecem músicas de cunho geográfico; se é possível

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ampliar o conhecimento geográfico através delas; e se a música denuncia

problemas sociais e quais são eles.

Pretende-se, com as atividades apresentadas alcançar objetivos como:

- perceber que música não é apenas para diversão, mas que, através dela, é

possível ampliar os conhecimentos em várias disciplinas, entre elas a

geografia.

- analisar, refletir e discutir sobre as letras das músicas selecionadas, através

de roteiros previamente estabelecidos.

- Perceber que é ingenuidade crer que a seca é a única causa da migração e

miséria dos nordestinos.

- Compreender as razões pelas quais a maioria dos nordestinos procuram a

região centro sul para morar, principalmente as cidades de São Paulo e Rio de

Janeiro.

- Perceber que a indústria da seca é um exemplo cruel de corrupção do

dinheiro público o que contribui, ainda mais, para o aumento da desigualdade

social.

UNIDADE DIDÁTICA

Leia e reflita sobre as seguintes questões:

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Diagnóstico para Reflexão:

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Texto 1

A questão social e política da seca na região nordeste.

Inicialmente, é oportuno perguntar: É a seca o único fator responsável

pela miséria de grande parcela da população do Nordeste e pela grande

migração de nordestinos para São Paulo, Rio de Janeiro e outros municípios

do Brasil?

Não. A pobreza e a miséria naquela região não são naturais, mas

fundamentalmente sociais e políticas.Para demonstrar que a seca não é a

causa principal da miséria e das migrações da população do nordeste, temos

quatro argumentos:

As secas ocorrem no Sertão e no Agreste, e não na Zona da Mata.

A Zona da Mata, como já vimos, apresenta clima tropical litorâneo

(quente e úmido), com chuva e até inundações. Mas a situação de miséria na

Zona da Mata é maior do que a do Sertão ou igual à dele. Portanto, não é a

seca a causa da miséria do Nordeste.

Há grande concentração da propriedade da terra.

A má distribuição da propriedade da terra e da riqueza é também

responsável pela pobreza no Nordeste: as grandes propriedades rurais

pertencem a poucas pessoas. Outra parte das terras está fragmentada em

áreas tão pequenas que lhes assegure um bom nível de vida. Além disso, há

milhares de trabalhadores rurais sem terras, muitos deles filiados ao MST

(Movimentos dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra) e outros movimentos

sociais rurais.

Grande parcela da população tem baixo rendimento mensal.

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Cerca de 25% das famílias da Região Nordeste têm um rendimento

mensal de até um salário mínimo (referimo-nos a famílias, e não a pessoas).

Vivem, portanto, em condição de miséria e pobreza.

Isso ocorre também nas outras regiões do Brasil, mas no Nordeste a

proporção de pobres e miseráveis é maior. É, portanto, também o baixo

rendimento mensal, e não apenas a seca, uma das causas das migrações da

população da Região nordeste para outras partes do Brasil, em busca de

melhores condições de vida.

Os Problemas causados pelas secas podem ser superados.

Se tivesse havido real preocupação dos governos federal e estadual que se

sucederam no poder ao longo de nossa história, os problemas causados pelas

secas poderiam ter sido superados. Existem meios técnicos para isso, por

exemplo, a irrigação das terras. Entretanto, o que foi feito até aqui nesses

sentido beneficia poucos agricultores, em sua maioria grandes proprietários de

terras e raramente pequenos proprietários. Israel, pais fundado em 1948, em

poucos anos de existência transformou o deserto de Negev em uma área de

agricultura moderna graças à irrigação. O Mesmo aconteceu com os trechos

secos do estado da Califórnia, nos Estados Unidos, que é uma das principais

áreas produtoras de frutas do mundo. Falta, no Brasil, a firme decisão dos

governantes em acabar com a seca, pois, de certa forma, muitas pessoas se

beneficiam dela.

(Melhem Adas, Geografia: construção do espaço geográfico brasileiro)

Conversando sobre o texto

1) Qual o tema central do texto?

2) De acordo com o texto, quantos argumentos justificam não ser a seca a

causa principal da miséria e das migrações na região nordeste? Comente

sobre eles..

3) Responda de acordo com o texto:

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A – Na sub-região conhecida como zona da mata falta chuva?

B – Onde é maior o número de habitantes, na zona da mata ou no sertão?

C _ Entre as sub-regiões zona da mata e sertão, qual delas apresenta a pior

situação em relação a miséria e a pobreza? Por quê?

D – Baseado na resposta da questão anterior, nessa sub-região falta chuva?

O que podemos concluir desta realidade?

4) O texto cita o nome de outros países que enfrentam problemas com a seca.

Quais são estes países? Como têm enfrentado o problema?

5) O que falta ao Brasil para resolver o problema da seca na região nordeste?

Comente.

6) NA região nordeste, nem sempre a população de baixa renda, atingida pela

seca é beneficiada pelos recursos (verbas) enviados pelo governo. Explique

com suas palavras como isso acontece.

7) De acordo com o texto, latifundiários nordestinos e seus aliados utilizam a

seca para angariar recursos públicos a pretexto de combatê-la. Nesse sentido

assinale a alternativa correta;

( ) Quando conseguem dinheiro do governo, constroem poços artesianos e

açudes para suavizar a situação da população carente nos lugares atingidos

pela seca.

( ) Com o recebimento dos recursos públicos todos os pequenos agricultores

têm suas dívidas, contraídas com os bancos, perdoadas.

( ) Geralmente o dinheiro é desviado através de políticos corruptos para

construir poços artesianos, açudes e contratar frente de trabalho para realizar

atividades em suas propriedades particulares.

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TEXTO 2

AS SECAS NA REGIÃO NORDESTE

As secas constituem provavelmente o fenômeno que mais tem caracterizado o

Nordeste em filmes, romances, ações, noticiários de imprensa. As imagens

transmitidas por esses meios são às vezes exageradas, dando origem a mitos

ou explicações falsas e fantasiosas.

É comum, por exemplo, ouvirmos dizer que as secas

constituem a principal causa do subdesenvolvimento

nordestino, ou ainda a grande razão da vida de migrantes

dessa região para São Paulo ou Rio de Janeiro. Nada disso

é verdadeiro.

Com ou sem secas o Nordeste continuaria sendo a região mais pobre do

país, pois essa pobreza tem causas históricas, e não climáticas ou naturais. Ela

se deve à decadência das atividades tradicionais da região, como a

agroindústria açucareira e o cultivo de algodão, paralelamente á

industrialização do Centro-Sul do país.

Além disso, as secas ocorrem somente no sertão, onde vive uma

pequena parcela da população nordestina. Na área mais povoada e onde se

situa as principais metrópoles – a Zona da Mata, não ocorre seca. Ao contrário,

em certas ocasiões o índice de pluviosidade chega a ser bastante elevados,

com enchentes periódicas em Recife, Maceió e outras importantes cidades da

região.

A maioria dos nordestinos que saem de sua região para as metrópoles

do Centro-Sul não vem do Sertão, e sim da Zona da Mata. Portanto, o

verdadeiro motivo dessa migração não é a seca, mas a estrutura fundiária

(distribuição das terras). Há uma extrema concentração das propriedades

agrárias no Nordeste, ou seja, um pequeno número de grandes proprietários

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possui considerável parcela dos solos bons para a agricultura. É por não terem

terras para trabalhar que os nordestinos deixam sua própria região.

No entanto, sendo um fenômeno natural, a seca constitui uma

justificativa bem mais simples e cômoda para a pobreza nordestina do que as

razões sociais, como a existência de grandes propriedades ao lado de milhões

de agricultores sem terra. A própria classe dominante local, que evita mostrar a

concentração da propriedade e da renda, culpa a seca pela precária condição

de vida da maioria dos nordestinos.

Através da intensa divulgação dos efeitos dramáticos da seca pelos

meios de comunicação, certos grupos dominantes no Nordeste – políticos,

fazendeiros e empresários – acabam conseguindo verbas e auxílio do governo.

No entanto, eles se utilizam desses recursos muito mais para servir a seus

interesses particulares do que à população pobre que sofre com a falta de

água, os chamados flagelados da seca.

Por exemplo, aproveitando-se da seca muitos empresários nordestinos

deixam de pagar suas dívidas bancárias ou contraem novos empréstimos sob

condições especiais. Alguns fazendeiros constroem com dinheiro público

açudes e estradas em suas terras particulares. São formas de tirar proveito das

secas. É o que se chama “indústria da seca”, que apenas beneficia as pessoas

poderosas, sem contribuir de maneira nenhuma para resolver os terríveis

problemas da população pobre.

(José William Vesentini Geografia crítica: O espaço social e o espaço

brasileiro).

CONVERSANDO SOBRE O TEXTO:

1) Como é divulgada a seca na região nordeste? Quais os meios de comunicação utilizados para essa divulgação?

2) Apenas a seca é a causa do subdesenvolvimento e migrações nordestinas?

Justifique sua resposta.

3) Quem faz parte da classe dominante da região Nordeste? O que

conseguem com a divulgação dramática dos efeitos da seca na região?

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4) O que muitos fazendeiros constroem com o dinheiro público recebido? Que

nome se dá a essa forma de tirar proveito das secas no Nordeste brasileiro?

5) Sobre as frentes de trabalho, responda:

a) O que são?

b) Geralmente, a quem prestam serviços?

c) Quem paga o salário do grupo?

Vamos lá, agora o trabalho é com música...

Vamos dividir a sala em cinco grupos e cada grupo deverá escolher uma

música para apresentar para a sala, O grupo poderá utilizar-se da dança com

coreografias próprias, vídeo clipe e outros.

O grupo deverá levar em conta letras de músicas que não contenham

expressões de baixo calão e quanto à dança, evitar movimentos que sugiram

cenas obscenas. O tempo de apresentação de cada grupo será de 5 a 8

minutos.

Vamos pensar juntos: A música não serve só para diversão. Através

dela é possível ampliar os conhecimentos em várias disciplinas, entre elas a

geografia. Afinal, você curte a música mais pela letra ou pelo ritmo? Você sabia

que letras de várias músicas fazem denúncias e que por este fato devemos

ficar atentos às letras das mesmas?

Continuando o trabalhando com músicas

- Vamos realizar, pausadamente, a leitura da letra da música “Asa Branca” como

um poema, atentando para a mensagem contida na mesma;

- Acompanhe a exibição do vídeo clipe da música ASA BRANCA na TV

pendrave e fique atento à sua mensagem.

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- Observe a obra “RETIRANTES” de Candido Portinari e estabeleça relações

entre a cena retratada e o tema abordado nas aulas.

1. Leia novamente a letra da música de Luiz Gonzaga - Asa Branca - e depois,

seguindo o roteiro abaixo, responda ao que se pede:

Asa Branca - Luiz Gonzaga

Quando oiei a terra ardendo

Qual a fogueira de São João

Eu preguntei a Deus do céu,ai

Por que tamanha judiação

Que braseiro, que fornaia

Nem um pé de prantação

Por farta d'água perdi meu gado

Morreu de sede meu alazão

Inté mesmo a asa branca

Bateu asas do sertão

"Intonce" eu disse adeus Rosinha

Guarda contigo meu coração

Hoje longe muitas légua

Numa triste solidão

Espero a chuva cair de novo

Pra mim vortar pro meu sertão

Quando o verde dos teus óio

Se espanhar na prantação

Eu te asseguro não chore não, viu

Que eu vortarei, viu

Meu coração.

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ROTEIRO PARA ANÁLISE DA LETRA DA MÚSICA.

1) Qual é o título da música?

2) Qual é o nome do artista que a interpreta?

3)Na letra da música há palavras cujo significado você desconhece? Quais?

Que tipo de linguagem é utilizada?

4)A história narrada no texto da música é uma ficção ou é baseada em fatos

reais?

5) Qual o tema a que se refere a letra da música?

6) Quais são as maiores dificuldades encontradas pelos nordestinos retratados

na música Asa Branca?

7) Que trecho da música ASA BRANCA, na sua opinião, mais representa a

região nordeste?

8) De acordo com a música, qual o motivo que leva os nordestinos a saírem de

suas terras?

9) A música relata parte da história dos habitantes de uma das regiões do

Brasil. No mapa abaixo, com uma cor a sua escolha, identifique essa região.

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fonte: http://espacoeducar-

liza.blogspot.com/2008/02/atlas_08.html

TEMA 1: CORRUPÇÃO

Os alunos divididos em grupos deverão pesquisar em livros ou na internet

sobre o tema “Corrupção”. Como resultado da pesquisa deverão trazer para a

sala os textos sobre o tema. Os textos serão lidos pelos grupos e a partir dessa

leitura será promovida uma discussão acerca dos aspectos principais contidos

Agora que você já sabe que

música não é só diversão e que através dela é possível ampliar

os conhecimentos geográficos, então vamos

lá...

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em cada texto. Em seguida, o professor exibirá o clipe da música “MEU PAÍS”

de Zezé Di Camargo e Luciano, na TV pendrive, e apresentará um roteiro para

análise da letra da mesma.

Roteiro

1) Que Brasil é representado nessa música?

2) A história narrada é uma ficção ou é baseada em fatos reais?

3) Na música a imagem que é feita do Brasil é positiva, negativa ou apresenta

as duas características? Comprove sua resposta com frases da música.

4) Qual frase da música nos leva a acreditar que existem pessoas passando

fome?

5) Explique a frase: “Tem alguém levando lucro, tem alguém colhendo fruto

sem saber o que é plantar”.

6) Represente com desenhos o trecho da música que é mais significativo para

você.

7) Você já ouviu falar de algum caso de corrupção em nosso município?

Comente.

8) Através de imagens, frases ou reportagens, represente em um cartaz o

tema que estamos estudando.

9) Que relação podemos estabelecer entre a música e os textos lidos?

TEMA 2: DESIGUALDADE SOCIAL

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Cada grupo deve apresentar um texto pesquisado na internet com o

tema “Desigualdade Social”. Em seguida, um membro de cada grupo fará a

exposição do texto, os demais ficam responsáveis para analisar as diferenças

entre os textos. Logo após, o professor irá exibir a música “Cidadão” e o clipe

de Zé Ramalho, na TV pendrive e propor um roteiro para análise da letra da

música.

Roteiro para análise da música

1) Tema central da música?

2) A história narrada é uma ficção ou é baseada em fatos reais?

3) Quais fatos têm relação com a Geografia?

4) O que é relatado/mostrado/criticado/denunciado na música?

5) Qual tipo de linguagem é usada na música (coloquial, culta gírias) ?

6) Quem ou quais instituições a música pretende atingir?

7) O personagem é indagado por um cidadão se "ele tá admirado ou tá

querendo roubar". Para o cidadão lhe perguntar isso, como será que ele está

vestido?

8) Houve preconceito na indagação desse cidadão? Justifique.

9) Quantas conduções ele usa? É uma cidade grande ou pequena?

10) É possível identificar a profissão do personagem?

11) A tristeza leva ao vício? De qual outra maneira ele poderia tirar o tédio de

seu domingo?

12) Por que a filha do personagem não pode se matricular? Que tipo de

colégio é esse?

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13) Percebemos uma ponta de arrependimento no personagem. De qual

região ele vem? Como era o clima por lá?

14) Quais fatores atraem população? Quais fatores expulsam populações?

15) Como a fé de uma pessoa pode ajudá-la a superar seus problemas?

16) Quais soluções, conclusões ou mudanças de atitudes são colocadas na

música? Condizem com a realidade?

Apresentação de Trechos Específicos do filme: ”O CANGACEIRO”, de Lima

Barreto. Promover Debates a partir das cenas apresentadas. Tempo: 50

minutos.

Utilizem recortes de imagens e façam um cartaz mostrando a ideia principal

que é passada através da letra da música, ou seja, desigualdade social, ou

apresentar na TV pendrive, imagens que represente o tema.

REFERÊNCIAS:

FERRAZ, Cláudio Benito de Oliveira. O estudo geográfico dos elementos

culturais: considerações para além da geografia cultural. Revista Terra Livre,

São Paulo, v 29, p. 29-50, 2007.

KAERCHER, Nestor André. Estudos Sociais: Reflexões, conflitos e desafios.

In: Geografia em sala de aula: práticas e reflexões. Editora UFRGS. Porto

Alegre, RS, 2003.

Agora é hora de trabalho em equipe

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LIBERATO, Wilson Antonio. Nas ondas do rádio: uma investigação da

aprendizagem acidental de inglês pelo rádio, 2003. Dissertação (Mestrado em

lingüística aplicada e estudos da linguagem) Pontifícia Universidade Católica

São Paulo. Disponível em: http://www.lael.pucsp.br/lael-inf/def_teses.html

Acesso em 12/07/2010.

MELHEM Adas. Geografia: construção do espaço geográfico brasileiro. 7º ano.

Moderna. São Paulo, 2006.

OLIVEIRA, Hélio Carlos Miranda, et all (org). A música como recurso

educativo nas práticas educativas de geografia: algumas reflexões. Revista

Caminhos de Geografia, Uberlândia. MG, v 8, nº 15, p. 73-81. Jun /2005.

SECRETARIA DO ESTADO DA EDUCAÇÃO DO PARANÁ. Diretrizes

Curriculares Estaduais da Educação Básica – Geografia. Paraná, 2008.

VESENTINI J. Willian & VLACH, Vânia. Geografia crítica: O espaço social e o

espaço brasileiro. 6ª série. Editora Ática. São Paulo, 2001.

imagens: mapa do Brasil. Disponível em: fonte: http://espacoeducar-

liza.blogspot.com/2008/02/atlas_08.html. Acesso em 12/07/10

Clip-art. Programa do Windows.

Site: http://www.adorocinemabrasileiro.com.br/filmes/cangaceiro-1997/cangaceiro-

1997.asp

Ficha Técnica

Título original: O Cangaceiro

Gênero: Aventura

Duração: 110min.

Lançamento (Brasil): 1997

Distribuição:

Direção: Anibal Massaini Neto

Argumento: Lima Barreto

Roteiro: Antônio Carlos Fontoura

Adaptação: Galileu Garcia, Anthony Foutz e Carlos Coimbra

Produção: Anibal Massaini Neto

Produtor Associado: Alexandre Adamiu

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Direção de Produção: Ary Fernandes

Co-produção: Cinearte Produções Cinematográficas e Ramona Constellacion e Film

Company

Vicente Salvia

Sonografia: Juarez Dagoberto da Costa

Fotografia: Cláudio Portiolli

Direção Artística: Carybé

Maquiagem: Victor Merinow

Montagem: Luiz Elias