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O PROFESSOR PDE E OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE 2009 Produção Didático-Pedagógica Versão Online ISBN 978-85-8015-053-7 Cadernos PDE VOLUME I I

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O PROFESSOR PDE E OS DESAFIOSDA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE

2009

Produção Didático-Pedagógica

Versão Online ISBN 978-85-8015-053-7Cadernos PDE

VOLU

ME I

I

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SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO

SUPERINTENDÊNCIA DA EDUCAÇÃO

DIRETORIA DE POLÍTICAS E PROGRAMAS EDUCACIONAIS

PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL

UNIVERSIDADE ESTADUAL DO OESTE DO PARANÁ – UNIOESTE

CAMPUS DE MARECHAL CÂNDIDO RONDON

PRODUÇÃO DIDÁTICO-PEDAGÓGICA

CLEUNICE DIAS DE MORAIS

TOLEDO – PR

2009

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CLEUNICE DIAS DE MORAIS

A PRODUÇÃO SOCIAL DO ESPAÇO URBANO: ESTUDO DO

BAIRRO JARDIM COOPAGRO EM TOLEDO/PARANÁ

Produção Didático Pedagógica

apresentada ao Curso PDE –

Plano de Desenvolvimento

Educacional 2009 – promovido

pela SEED, na área de

Geografia, sob a orientação do

professor Edson Belo Clemente

de Souza.

TOLEDO – PR

2009

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 02

URBANIZAÇÃO BRASILEIRA 03

Tabela 1: BRASIL – População urbana e rural (1940 a 2000) 03

Figura 1: BRASIL: Densidade demográfica 04

Tabela 2: BRASIL: índice de urbanização por região (%) 05

Figura 2: Fluxo Migratório nas décadas de 1950 a 1980 06

Figura 3:Taxas médias geométricas de crescimento anual da

população - Paraná (1991 a 2000) 07

ATIVIDADE 1 07

O MUNICÍPIO DE TOLEDO 08

A história de Toledo 08

Tabela 3: TOLEDO: População (mil) 10

O Bairro Jardim Coopagro 11

Figura 5: Área urbana de Toledo e o Bairro Coopagro 11

Figura 6: Déficit habitacional relativo - PARANÁ – 2000 16

ATIVIDADE 2 18

AGENTES MODELADORES DO ESPAÇO 18

Os Proprietários dos meios de produção 19

Os Proprietários fundiários 20

Os Promotores imobiliários 20

O Estado 21

Os grupos sociais excluídos 21

ATIVIDADE 3 22

ATIVIDADE 4 22

Aula de campo (Passeio, Sistematização de dados e

Entrevistas 22

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 25

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INTRODUÇÃO

Por Unidade Didática podemos compreender que seja um conjunto de atividades,

estruturadas, ordenadas e articuladas que permite por em prática as ações estratégicas

determinadas em um Projeto educacional.

O objeto de estudo da Geografia é o espaço geográfico, produzido e apropriado pela

sociedade e segundo as DCE, “para a formação de um aluno consciente das relações

socioespaciais de seu tempo, o ensino de Geografia deve assumir o quadro conceitual das

abordagens críticas dessa disciplina, que propõem a análise dos conflitos e contradições

sociais, econômicas, culturais e políticas, constitutivas de um determinado espaço”. (2008,

p. 53).

Portanto, é importante conhecermos o espaço geográfico (lugar) onde vivemos,

para compreendermos como se dá essas relações de conflitos e contradições, como coloca

Souza (2003), “Entender corretamente a cidade e as causas de seus problemas é uma

condição prévia indispensável à tarefa de se delinearem estratégias e instrumentos

adequados para a superação desses problemas”.

Nesse sentido essa Unidade Didática em particular tem como objetivo oferecer aos

alunos, para os quais o projeto “Agentes modeladores da produção social do espaço

urbano: o caso do bairro Coopagro-(Toledo-PR)” é dirigido, mas também a outros alunos e

professores, que se interessarem, textos e atividades teóricas e práticas diferenciadas, mas

voltadas para a temática proposta no Projeto, dando a todos a oportunidade de estarem em

contato com um material produzido a partir da prática em sala de aula.

A construção de um material nesses moldes da Unidade Didática, ou seja, com

atividades elaboradas a partir da prática de um projeto, nos permite revermos e pensarmos

as metodologias e ações da nossa prática cotidiana, consultarmos novas bibliografias, nos

dando a oportunidade de melhorarmos, acrescentando novas idéias e dando uma

autenticidade maior a nossa prática educacional.

Assim, para cumprir com o seu objetivo esta Unidade Didática será composta de

textos, mapas, gráficos, tabelas e diversos tipos de atividades que permitem explorar todo

esse material.

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URBANIZAÇÃO BRASILEIRA

O processo de urbanização brasileira, tendo como instrumento de povoamento a

indústria, se inicia no século XX, mais precisamente, a partir da década de 1930. O país

começou a industrializar-se e devido a vários fatores como: a dificuldade do trabalho no

campo, a falta de emprego para os membros da família, o interesse pela cidade e claro a

mecanização, começou um intenso êxodo rural, acelerando o processo de urbanização. A

industrialização figura como um fator-chave que desencadeou profundas modificações na

produção do espaço metropolitano no Brasil do século XX. O crescimento econômico e o

avanço do capital industrial expandiram suas conseqüências ao conjunto do território. O

campo ou a não-cidade se integrou à indústria e aos produtos de consumo dessa indústria.

O tecido urbano vem proliferando enquanto conjunto das manifestações do predomínio da

cidade sobre a não-cidade (LEFEBVRE, 1999).

Portanto, a urbanização pode ser entendida como um processo que resulta

principalmente da organização das atividades produtivas e da distribuição espacial da

população (LIMONAD, 2008), conforme a tabela 1 abaixo.

Tabela 1:

BRASIL – População urbana e rural (1940 a 2000)

ANO URBANA% RURAL%

1940 31,23 68,67

1950 36,16 63,84

1960 44,67 55,33

1970 55,92 44,08

1980 67,60 32,40

1991 75,47 24,53

2000 81,82 31,8 Fonte: IBGE / 2000

Observando a tabela acima podemos perceber que o grande ciclo de urbanização no

Brasil é relativamente recente. O seu início se articula com um conjunto de mudanças

estruturais na economia e na sociedade brasileira, a partir da década de trinta do século

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XX, mas foi somente a partir da década de 1970 e culminando na década de 1980, ou seja,

há pouco mais de 40 anos, que os dados censitários revelaram, no Brasil, uma população

urbana superior à rural.

Isto não quer dizer que as cidades já não fizessem parte da paisagem social do país

desde o período colonial, apesar da sua restrita dimensão demográfica. Na República Velha

(1889/1930), com a expansão da economia cafeeira e com o primeiro e expressivo surto de

industrialização, se ampliaram as relações mercantis entre as diferentes regiões brasileiras

– até então, meros arquipélagos regionais – e começaram a se intensificar as migrações

internas, e, principalmente, as migrações internacionais. Estas últimas, fortemente

financiadas pelo Estado, impunham limites à expansão dos deslocamentos populacionais

internos, já que se dirigiam, principalmente, para os Estados onde mais se expandia a

economia, ou seja, São Paulo e Rio de Janeiro, como podemos observar no mapa abaixo.

Figura 1:

BRASIL: Densidade demográfica

Fonte: ftp://ftp.ibge.gov.br/Cartas_e_Mapas/Mapas_Tematicos/.

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Percebemos então, que esses dados não revelam a realidade de todo o território

brasileiro. O aumento da população e em especial da rural em relação à urbana, além de ser

resultado de um processo histórico, também acontece de forma concentrada.

O mapa em destaque nos apresenta uma concentração populacional que vai desde a

região Sul, passando pela Sudeste e Centro-Oeste até a região Nordeste, com focos de

maiores concentrações nas capitais e áreas litorâneas.

Podemos constatar essa urbanização das regiões brasileiras, também observando a

tabela 2 que são dados do Censo de 2000, onde a região Nordeste, por exemplo, a menos

urbanizada, apresentou o índice de 69% de população urbana, contra 26,4% em 1940.

Tabela 2

BRASIL: índice de urbanização por região (%)

Região 1950 1970 2000

Sudeste 44,5 72,7 90,5

Centro-Oeste 24,4 48,0 86,7

Sul 29,5 44,3 80,5

Norte 31,5 45,1 69,7

Nordeste 26,4 41,8 69,0

Brasil 36,2 55,9 81,6

Fonte: ANUÁRIO estatístico do Brasil 2001.

Rio de Janeiro. IBGE, 2003.p.2-14 e 2-15.

Esse fato pode ser facilmente explicado, uma vez que, a colonização do Brasil se

inicia pelo litoral nordestino e com o desenvolvimento e mudança das atividades

econômicas vai se expandindo em direção a outras áreas. A densidade urbana é assim a

medida dos fluxos econômicos inter e intra-regionais que a região comporta, capazes de

alavancar um processo de realimentação do adensamento do lugar central estruturante

dessa dada região (MONTE-MÓR, 2004). Como a exploração do ouro, que tem como

ponto específico a região Sudeste indo em direção ao Centro-Oeste. Já a cafeicultura que

se desenvolve também no Sudeste mas segue em direção Sul. E mais tarde a indústria que

é o ponto forte da urbanização brasileira se desenvolve primeiramente em São Paulo e Rio

de Janeiro, onde através de uma migração muito grande, como nos mostra os mapas da

(figura 2), o fluxo migratório, principalmente de trabalhadores rurais nordestinos, em

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direção ao Sudeste, para transformarem-se em trabalhadores do setor industrial, faz com

que essa região tenha a maior concentração populacional urbana do país.

Figura 2

Fluxo Migratório nas décadas de 1950 a 1980

Fonte: Adap SANTOS R.B.Migrações no Brasil. São

Paulo:Scipione,1994.

Mais tarde com a desconcentração da indústria e a expansão da mesma para outras

áreas ocorre então um aumento populacional também em outras regiões como podemos

constatar no mapa (figura 1).

Sendo assim, podemos dizer que hoje o espaço nacional, como também o mundial,

é predominantemente urbano. Mas isso não foi sempre assim, como vimos durante muito

tempo à população rural foi superior a urbana, essa mudança se deve em especial, ao

processo de industrialização que ocorreu de forma diferenciada na maioria dos países e

também nos Estados e Municípios brasileiros.

Segundo pesquisa do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística)

realizada no ano de 2000, a população rural paranaense, apesar de reduzida com a

migração campo-cidade, é bastante significativa. Totalizam 1,7 milhões de pessoas ou

18,6% da população, distribuída espacialmente de maneira desigual pelas áreas rurais do

estado. Em geral, a população rural está concentrada em municípios pequenos e médios,

onde a economia agrícola tem importância significativa

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Figura 3:

TAXAS MÉDIAS GEOMÉTRICAS DE CRESCIMENTO ANUAL DA

POPULAÇÃO – PARANÁ – (1991 a 2000) Fonte: Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social – IPARDES, Curitiba, 2005

ATIVIDADE 1:

A) Na região em que você vive, de cada 100 habitantes, quantos viviam na zona urbana e

na zona rural em 1950? E em 2000?

B) Qual a região brasileira mais urbanizada e menos urbanizada atualmente?

C) Pesquise e responda, qual a população atual do municipio em que você mora e quantas

vivem na zona urbana e na zona rural.

D) Faça uma representação gráfica da população urbana e rural do seu município.

E) O Mapa (figura 1) é um mapa temático. Qual é o título desse mapa? Como está

representada a sua legenda? Qual é a sua escala?

F) Ainda observando o Mapa (figura 1), explique porque existe uma maior concentração

populacional nas regiões Sul, Sudeste e Nordeste.

G) Pesquise e responda o significado das seguintes expressões: Urbanização, êxodo

rural, densidade demográfica e migração.

H) Em que década que a população urbana ultrapassou a rural? O fato da cidade ter uma

população maior do que a do campo, a torna mais importante do que o campo? Explique.

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I) Com o auxílio de um atlas Identifique e destaque no mapa (figura 3), os municípios com

as maiores, menores e negativas taxas anuais de crescimento.

J) Observe o mapa (figura 3) pesquise e responda: O aumento e decréscimo populacional

nos centros urbanos mapeados resultaram em qualidade de vida para todos os seus

moradores (da cidade e do campo)?

O MUNICÍPIO DE TOLEDO

A HISTÓRIA DE TOLEDO

O Município de Toledo está situado na Região do Oeste do Estado do Paraná,

fazendo divisa com os seguintes municípios: NORTE: Maripá e Nova Santa Rosa; SUL:

Santa Tereza do Oeste e São Pedro do Iguaçu; LESTE: Assis Chateaubriand, Tupãssi e

Cascavel e OESTE: Quatro Pontes, Marechal Cândido Rondon e Ouro Verde do Oeste.

Figura 4:

FONTE: MuniNet FONTE: IPARDES

O Município Possui uma área superficial 1.197,016 km², e está localizado entre as

coordenadas geográficas de 24° 42′ 50″ latitude S, 53° 44′ 34″ longitude 0, em uma

altitude de 547m. O censo demográfico do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e

Estatística) de 2000 calculava uma população de 98.189 habitantes, mas as estimativas

populacionais calcula uma população de 116.774 habitantes em 2009.

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É uma área de colonização recente. Sua efetiva ocupação deu-se nas décadas de

1940 e 1950. Sendo que a partir da década de 1970 o Estado começa investir no município,

que passa a se desenvolver muito mais na questão econômica e conseqüentemente urbana.

Segundo registros precisos, foi em 27 de março de 1946 que as primeiras famílias

de colonizadores chegaram por aqui e lançaram acampamentos. A identificação oficial de

"Toledo" deu-se posteriormente, numa opção entre Toledo X Cristo Rei X Brasiléia. Mas

registros de 1905 e 1906 atribuem vínculo ao nome de "Pouso Toledo", recanto de

descanso de tropeiros ao longo de uma picada utilizada para transporte de produtos,

especialmente da erva-mate, comercializados por estrangeiros que possuíam glebas na

região oeste do Estado do Paraná, onde o Município de Toledo está inserido.

A história registrou como primeiras famílias de colonizadores as de Ruaro e

Dalcanale, as quais se incumbiram de arregimentar outras famílias gaúchas para

incrementar a colonização de Toledo, que se tornou município, sem antes ser distrito,

desmembrando-se do de Foz do Iguaçu pela Lei Estadual n° 790, de 14.11.1951,

sancionada pelo Governador Bento Munhoz da Rocha Neto, e instalado oficialmente em

14.12.1952, após proclamado resultado do pleito eleitoral de 09.11.1952.

No início da década de 1950, a região oeste paranaense passou a ser integrada pelos

Municípios de Foz do Iguaçu, desmembrado do Guarapuava em 1914, e Guaraniaçu,

Guaíra, Cascavel e Toledo, desvinculados de Foz em 1951, que detinham extensa área

territorial, caminhos mal traçados, comunicações deficitárias e acessos precários a outros

centros políticos. Por isso se constata que, a nossa região caracteriza-se por uma

colonização historicamente recente, pois dentre nós se encontram, ainda, inúmeros

pioneiros a testemunhar, de forma pormenorizada, o surgimento do Município de Toledo,

Em 09/06/1954 foi instalada a Comarca de Toledo e, em 20/06/1959, foi criada a

Diocese de Toledo.

Toledo é um dos principais municípios do oeste do Paraná, por localizar-se nas

proximidades de Cascavel, acabou formando com esta cidade um eixo de desenvolvimento

agroindustrial que concentra diversas cooperativas e empresas do ramo, devido,

principalmente, às férteis e planas terras dessa região – que as tornam uma das principais

produtoras de grãos do estado.

Todo esse desenvolvimento foi dando origem a formação urbana atual do

Município e principalmente da cidade de Toledo, regulamentada pelo primeiro Plano

Diretor de Desenvolvimento Integrado estabelecido através da Lei n° 778/74 de 02 de

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Setembro de 1974 que regulamenta o crescimento urbano de Toledo através do

zoneamento, loteamento e normas de edificação. A partir desta lei, várias revisões foram

alterando os seus dispositivos. A última revisão do Plano Diretor é de 23 de dezembro de

1993 através da Lei Complementar n° 3 que é a que está em vigor até o dia de hoje.

Lembrando que antes do primeiro Plano Diretor de Desenvolvimento, a primeira referência

sobre ordenamento territorial no município é a Lei n° 520 de 20 de Outubro de 1969 que

cria normas para loteamentos e trata de: Vias de Comunicação, Sistema de Águas

Sanitárias, Áreas de Recreação, Locais de Usos Institucionais e Proteção Paisagística e

Monumental.

Com o desenvolvimento econômico e urbano é claro, ocorreu um aumento

demográfico, principalmente devido as migrações de pessoas de outras cidades, estados e

regiões do Brasil que vinham em busca de um lugar novo e promissor para construir sua

vida. Assim a população de Toledo teve um rápido crescimento, como podemos observar

na tabela abaixo:

Tabela 3:

TOLEDO: População (mil)

ANO HABITANTES

1960 24.959

1970 68.885

1980 81.282

1990 90.417

2000 98.189

2009 116.774

Fonte:IBGE

Segundo o senso demográfico de 2000 (IBGE) o grau de urbanização de Toledo é

de 87,49%, a densidade demográfica estimada para 2009 é de 97,42 hab/km² e o IDH

(índice de desenvolvimento humano) 0,827.

Todo esse desenvolvimento e aumento populacional proporcionaram um

crescimento urbano que acelerou o desenvolvimento dos bairros, principalmente dos

periféricos da cidade de Toledo incluindo o Jardim Coopagro.

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O BAIRRO JARDIM COOPAGRO

O Bairro Jardim Coopagro, localiza-se no Oeste do município de Toledo,

abrangendo uma área com a seguinte delimitação: ponto inicial, no prolongamento da Rua

Guarani com a divisa dos lotes rurais nºs 55 e 56, pela qual segue até a nascente da Sanga

Jacutinga, desce pela mesma até a Rua João Orestes Ruaro, pela qual segue até a divisa dos

lotes rurais nºs 22 e 23, pelo qual segue até o Arroio Marreco, sobe por este até a Avenida

Ministro Cirne Lima e, por esta, até a Rua Ida Becker, por onde segue até a divisa entre as

quadras nºs 861 e 860 do Loteamento Vila Becker e o lote rural nº 52, pela qual segue até a

Rua Guarani e, por esta, até o ponto inicial acima descrito.

O nome Jardim Coopagro surgiu porque, hoje onde é a FASUL (Faculdade Sul

Brasil), a FIASUL (Indústria de fios Ltda.) e a COAMO (Cooperativa Agropecuária

Mouraoense) na década de 70 havia a (COOPAGRO) cooperativa Agropecuária Mista do

Oeste, que impulsionou a criação dos loteamentos que mais tarde dariam forma ao bairro.

Alguns anos depois esta Cooperativa acabou indo a falência, sendo que os poucos bens

ainda restantes estão sendo leiloados para pagar dívidas trabalhistas. Por estar próximo a

esta cooperativa, o bairro passou a ser chamado de Jardim Coopagro, sendo oficialmente

fundado em 31 de março de 1983.

Figura5

Área urbana de Toledo Bairro Coopagro

Fonte: http://www.toledo.pr.gov.br/imagem/mapas/area_urbana.jpg.

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O crescimento populacional, econômico e urbano extraordinário do bairro Jardim

Coopagro e assim como outros bairros neste e em outros municípios na última década, nos

leva a questionar sobre os agentes que contribuíram para esse desenvolvimento, pois

segundo Corrêa (1993, p.5):

O interesse em conhecer e atuar sobre a cidade deriva do fato de ser ela o lugar onde vive parcela crescente da população. Mas também de ser o

lugar onde os investimentos de capital são maiores, seja em atividades localizadas na cidade, seja no próprio urbano, na produção da cidade. E mais: de ser o principal lugar de conflitos sociais.

Esses agentes modeladores agem no espaço caracterizando o lugar, nesse caso, não

denominado apenas pelo conceito de localização, mas sim como o espaço onde o

particular, o histórico, o cultural e a identidade permanecem presentes, revelando

especificidades, subjetividades e racionalidades e também um lugar onde as empresas

negociam seus interesses, definem onde querem se instalar ou de onde vão se retirar, o que

afeta a organização socioespacial.

O Bairro Jardim Coopagro, segundo o censo (IBGE) de 2000 possuía 4.703

habitantes, claro que esse número se elevou bastante na última década, uma vez que a

própria população do município tem um aumento estimado em mais ou menos 20.000

habitantes nesses dez anos, de 2000 a 2010. Mas é um bairro dotado de uma infra-estrutura

que atende em parte as demandas da população, uma vez que é quase todo asfaltado, pois

tem loteamentos novos e esses ainda encontram-se com pouca infra-estrutura, possui rede

de água, luz e no momento está acontecendo a instalação da rede de esgoto, o que está

causando um transtorno no bairro, devido às escavações, mas todos sabem que para a

melhoria geral.

Em relação à mão de obra podemos dizer que a maioria da população encontra-se

ocupada com emprego fixo, sendo que destes uma grande parte é absorvida pelas próprias

indústrias, comércios e estabelecimentos públicos como: escolas, centro de convivência de

idosos, restaurante popular, creches existentes no bairro.

Em relação ao comércio, tem quase tudo o que se precisa, não necessitando de sua

população se deslocar ao centro para as compras, uma vez que há supermercado e vários

mercados pequenos, várias farmácias, panificadores, posto de gasolina, lojas de variedades,

fábrica de móveis e de roupas, loja de móveis, agropecuárias, prestação de serviços como

oficinas mecânicas, chapeação, auto elétricas, consertos de eletroeletrônicos, metalúrgicas,

etc., barbeiros, salão de beleza, lojas de roupas, bares e lanchonetes, sorveterias que são

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uma das poucas opções de lazer do bairro.

Há um déficit em relação às instituições financeiras, pois o bairro só possui um

posto avançado da caixa econômica, instalada em um mercado e um caixa eletroeletrônico

do Banco do Brasil em outro. Os pagamentos de boletos, contas de água e luz podem ser

feitos, mas no caso dos aposentados, tem que se dirigir ao centro da cidade para receber.

Isso faz com que haja um aumento no fluxo de idosos se utilizando do transporte público

nos períodos de recebimento de aposentadorias, o que muitas vezes é motivo de

reclamações por parte de motoristas, das outras pessoas que utilizam os ônibus e os

próprios idosos, uma vez que eles têm passe livre e nesse caso acabam congestionando

alguns horários.

Como colocado antes, são poucas as opções de lazer do bairro, se resumindo a

bares, lanchonetes, as festas no salão paroquial, não só da Paróquia São Francisco de Assis,

mas também das escolas e das várias associações do bairro. A praça no BNH Tocantins que

possui uma academia ao ar livre. Há também nessa mesma praça nas quintas-feiras uma

feira do produtor rural que atende a população da grande Coopagro, do BNH Tocantins e

arredores, não só para a compra dos produtos, mas também como lazer, pois as pessoas se

reúnem para comer lanches, pasteis, espetinhos, tapiocas, etc. Lembrando que essa feira

ocorre também no centro da cidade e em alguns bairros em outros dias da semana.

Com relação à religiosidade, o bairro é sede da Paróquia São Francisco de Assis,

que se situa no antigo Coopagro e da capela Nossa Senhora de Fátima, cujo templo está em

construção, localizado no loteamento Fachini e também possui várias igrejas não católicas.

Um aspecto importante no bairro foi a instalação, com o apoio e incentivo da

Prefeitura Municipal, do Centro Industrial Nilton Alberto de Castro Arruda, mas as

indústrias tem que seguir algumas normas, para ali poder se instalar. Esse centro industrial

veio proporcionar um desenvolvimento ainda maior ao bairro, que já vinha crescendo em

população e extensão, mas que a partir da instalação do centro industrial e também de

outras indústrias maiores estabelecidas a mais tempo no bairro como: a COAMO

(Cooperativa Agropecuária Mouraoense), a FIASUL (Indústria de fios Ltda), a FASUL

(Faculdade Sul Brasil) e próximas ao bairro como: a Prati Donaduzi, o mesmo vem

recebendo maiores investimentos pelo poder público. É o caso do término do asfaltamento,

a construção atual da rede de esgoto, do restaurante popular, que atende não só a população

do bairro, mas também de outros lugares, o centro de convivência e revitalização da

terceira idade, cuja instalação foi muito importante, pois dá um atendimento muito especial

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e particular aos idosos, melhorando em muito a qualidade de vida dos mesmos. Há também

o posto de saúde que antes atendia somente em horário comercial e agora tem um

atendimento plantão de 24 horas, muitas vezes não atende por “falta” de médico, mas a

proposta é para que funcione como um mini-hospital.

O Bairro também possui uma unidade do CRAS (Centro de Referência e

Assistência Social), órgão vinculado à Secretaria de Assistência Social do Município, que

presta assistência às pessoas e/ou famílias que se encontram em situação de

vulnerabilidade social. Além do Colégio Estadual Novo Horizonte – Ensino Fundamental e

Médio, onde acontecerá a implementação desse projeto, o bairro conta com duas creches e

duas escolas municipais que atende a educação infantil e as séries iniciais do ensino

fundamental, a Escola Municipal Carlos Friedrich e a Escola Municipal Waldir Becker

construída a três anos e que funciona em horário integral, resultado dessa expansão do

bairro e também dos investimentos públicos nos espaços físicos, objetivando a melhoria na

qualidade de vida.

É claro que mesmo assim a qualidade de vida no bairro deixa muito a desejar, pois

apesar do Governo Municipal, enquanto órgão administrador das verbas públicas, estar

construindo essas obras, os atendimentos e a funcionabilidade das mesmas não acontecem

na mesma competência de sua construção. São inúmeras as reclamações da população em

relação ao atendimento público, não só no bairro Coopagro, como também nos outros

bairros da cidade, e do município como um todo. Outro fator de muita reclamação é em

relação à segurança pública, que também é precária, tanto nas escolas, quanto na

comunidade. É claro que ela acontece, até de maneira eficiente, mas o contingente

populacional é muito para a quantidade de viaturas e policiais disponíveis.

Ao invés de 219 homens como previa a lei de instalação do 19° Batalhão da Polícia Militar em Toledo, um efetivo de apenas 86 homens... Toledo tem menos policiais do que Marechal Cândido Rondon... Isso significa que no município hoje há um PM para cada 1349 habitantes, defasagem de pelo menos 65%... (Jornal Gazeta Mundial, 27/02/2010).

Os problemas com drogas, violência e roubos afetam o bairro Coopagro assim

como os outros bairros e existe a necessidade de uma política social voltada para o

atendimento desses jovens, no sentido de prevenir, como também dar assistência aos que já

se encontram envolvidos com a criminalidade e as drogas. O Jornal Gazeta Mundial do dia

28/03/2010, traz uma reportagem sobre “A idade dos adolescentes envolvidos em crimes

no Município” que é cada vez menor. Essa mesma reportagem traz além de outras

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informações sobre a quantidade de crimes ocorridos no período compreendido entre 2001 e

2007, as infrações ocorridas e registradas nos bairros de Toledo, mostrando que o Bairro

Coopagro teve acréscimo em seu índice de violência no referido período: 2001 teve 13

casos, 2002 15, em 2003 teve uma queda para 3 casos, para depois subir chegando a 2007

com 23 casos, sendo, em grupo de oito bairros, o segundo em infração. Mas como coloca a

professora Zelimar, na referida reportagem “Os casos estão disseminados pela cidade. Há

uma concentração de casos em um ou dois bairros, porém os números não estão distantes.

Precisamos saber quais são as circunstâncias com que estes bairros favoreçam a

aproximação dos adolescentes com o universo das drogas.”

Ao referendar a qualidade de vida, nos leva também a outro aspecto muito

importante para a mesma que é a habitação. O bairro já contava com o loteamento Britânia,

aprovado pelo decreto 093/89, com 102 unidades habitacionais, que foi financiado pelo

Banco Nacional de Habitação (BNH) e outros loteamentos particulares, mas para vencer o

déficit habitacional a prefeitura criou o jardim universitário, que atende um pequeno

percentual da população, também foram construídas unidades de habitação populacional

dentro do programa “Minha casa minha gente” em outros bairros, com o objetivo de

atender o déficit populacional dos bairros, como também da Coopagro, Em conversa

informal com o coordenador do Programa de Habitação do Município, Sr. Enio, ele

colocou que, está em andamento um projeto para construção no Bairro Coopagro de 244

unidades também dentro do programa “Minha casa minha gente” que visa atender a

população com renda entre 1 a 3 salários mínimos.

Recentemente a empresa FIASUL, já citada anteriormente, em convênio com a

Caixa Econômica Federal e aprovação do Município construiu um loteamento denominado

“Loteamento Fiasul”, com 80 lotes de 250 a 320 m2, onde já foram construídas 62 casas de

32,96 m2, essas unidades são financiadas através da Caixa aos então funcionários da

Fiasul, os lotes foram comprados pela empresa em leilão e são repassados para os

funcionários interessados a um valor convenientemente baixo.

O problema habitacional não termina aí, vários foram os loteamentos que se

desenvolveram dentro do bairro, nos últimos anos, como Santa Clara I, Fachini, Cosme,

Basso, Universitário, já citado e por último o loteamento Ledi.

Num primeiro momento a abertura desses loteamentos foi muito importante e

chamou a atenção da população do bairro e também do restante do município, pois os

valores e as condições de pagamento eram acessíveis. Como a valorização imobiliária

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ocorria mais na parte antiga do bairro, esses novos loteamentos foram sendo comprados

por habitantes do bairro, mas também por pessoas de bairros distantes e até mesmo de

outros municípios, uma vez que Toledo recebe um grande número de trabalhadores, dos

pequenos municípios vizinhos, que nesse caso passaram também a constituir a população

toledense. Como vivemos em uma economia de mercado, onde o que prevalece é a lei da

oferta e da procura, com a imensa procura pelos novos lotes urbanos, entra em cena a

especulação imobiliária com uma grande valorização destes.

Quando, no entanto, entra em questão o valor imobiliário e as possibilidades de retorno nesse campo, esse jogo de valorização-desvalorização passa a integrar as estratégias de rentabilidade do capital empregado no espaço. (Santos, 2002, p.112).

As áreas que passaram por um processo de urbanização mais acelerada, apresentam

problemas como déficit habitacional, ocupações e loteamentos irregulares gerados a partir

de um mercado informal de habitações, moradias em áreas de risco, próximas a encostas de

morros ou áreas de preservação ambiental como, por exemplo, próximas as nascentes. Essa

é uma situação comum em muitos municípios, não só do Estado do Paraná, mas de todo o

País, como podemos observar no mapa abaixo.

Figura 6 DÉFICIT HABITACIONAL RELATIVO – PARANÁ – 2000

Fonte: Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social – IPARDES, Curitiba, 2005

Fonte: Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social – IPARDES, Curitiba, 2005

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O Senhor Hudson Paes Pascoal, (CRECI 15618/F), corretor da empresa Pascoal

imobiliária, situada no bairro, em entrevista realizada no dia 05/02/2010, disse que no

período de 2003 a 2008 houve uma valorização intensa dos imóveis, principalmente no

bairro Coopagro, chegando a subir 100% ao ano, já em 2009 a valorização foi bem menor

e a tendência é que a partir de 2010 aconteça uma estabilização, uma vez que o Governo

municipal vem através de convênio construindo e apoiando a construção de várias

unidades habitacionais, já citadas anteriormente, e que a própria empresa que ele

representa está também implantando um loteamento com no mínimo 40 unidades

habitacionais que já estão sendo comercializadas através do financiamento concedido pela

Caixa Econômica Federal que beneficia as famílias com renda até mais ou menos R$

1.400,00, com um desconto de mais ou menos R$ 17.000,00 no valor do financiamento.

Para o senhor Hudson esses programas habitacionais implantados pelo Governo Federal e

também Municipal, vem contribuir para suprir ainda mais o déficit populacional e também

para frear o aumento no valor dos imóveis através da especulação imobiliária.

Questionado sobre o porquê dessa valorização tão intensa nos lotes do Bairro

Coopagro. o Sr. Hudson, observou que a valorização, na análise dele, nesse período não foi

só urbana, mas também rural e não só dos terrenos, mas também de alguns produtos

agrícolas de exportação, como por exemplo o soja, cujo valor de mercado é referencial

muito negócios, lembrando que os loteamentos são oriundos de áreas rurais, e também que

a região do Bairro e no mesmo, tem várias indústrias até de grande porte, e também três

faculdades a FASUL (no bairro) a Unioeste e a Unipar que são próximas, sem contar

também na facilidade dos financiamentos para a aquisição da casa própria, oferecidos pelo

Governo Federal, através da Caixa.

Mesmo assim essa especulação imobiliária atualmente dificulta a aquisição da casa

própria por várias pessoas, devido à burocracia, levando muitos a alugarem as casas ao

invés de comprar o terreno e construir, aí temos que considerar também a especulação

imobiliária em relação à locação. Os valores das locações variam para casas de um salário

mínimo e para quitinetes 70% do salário mínimo.

Ainda em relação à especulação, são várias as imobiliárias que atuam no bairro,

como a Pascoal Imóvel, já citada, que além de imobiliária tem também uma empresa de

materiais para construção, a Maximiza, Pontual, Panorama, Plena, Ativa, Habita Bem, a

Pacto entre outras.

Considerando todos esses aspectos relacionados acima, constatamos que os agentes

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modeladores do espaço social urbano estão impactando o Bairro Coopagro. O Estado pela

falta de serviços para atender a população local, (segurança, transporte, atendimento

médico-dentário e assistência social), os Agentes Industriais constata-se a relação com o

bairro através da inerente lógica capitalista que se confronta com os interesses da

população, especialmente o valor dos salários e as condições de trabalho. O setor

imobiliário tem imposto um valor dos preços dos imóveis que não é do alcance da maioria

da população. No conjunto da analise dos três agentes modeladores deste espaço urbano,

nota-se a convergência das ações dos mesmos em detrimento à qualidade de vida dos

moradores.

ATIVIDADE 2

A) Faça o desenho da rosa-dos-ventos, tendo como centro o Município de toledo e

indicando através dos pontos cardeais e colaterais os seus vizinhos. Faça a mesma coisa

com o Bairro Jardim Coopagro, indicando os bairros que fazem fronteira com o mesmo?

B) Segundo o texto, qual a origem do nome do Bairro “Jardim Coopagro”?

C) De acordo com o mapa (figura 6) qual é o índice de déficit habitacional relativo de

Toledo? Comparando esse mapa com o mapa (figura 3) e o texto sobre a habitação no

Jardim Coopagro, há alguma relação entre eles? Qual?

D) De acordo com o mapa (figura 6) e com a ajuda de um Atlas, identifique 6 municípios

com maior e menos deficit habitacional.

E) Que fatores você considera que tenham contribuído para o aumento populacional de

Toledo? Assim como, do Bairro Jardim Coopagro?

AGENTES MODELADORES DO ESPAÇO

Na contemporaneidade da urbanização brasileira, verifica-se um amplo processo de

reestruturação caracterizado pela “explosão” das tradicionais formas de concentração

urbana e pela emergência de novas formas espaciais, uma vez que, nas cidades a (re)

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produção do espaço não é estática, muito pelo contrário, é dinâmica e em constante

transformação. Vários foram os fatores que contribuíram e contribuem para a formação e

transformação do espaço urbano, ou seja, das cidades, conforme coloca CORRÊA (1993,

p. 11).

O espaço urbano capitalista (...)é um produto social, resultado de ações acumuladas através do tempo, e engendradas por agentes que produzem

e consomem espaço(...). A complexidade da ação dos agentes sociais inclui práticas que levam a um constante processo de reorganização espacial que se faz via incorporação de novas áreas ao espaço urbano (...).

Esses agentes modeladores do espaço dos quais Corrêa fala, estão presentes em

todos os espaços urbanos, e são responsáveis pelas transformações espaciais e funcionais

das cidades e dos bairros, mais especificamente.

Para Carlos (2003), a cidade é produto das contradições de classe e envolve

interesses e necessidades diversas. Assim, o espaço é produzido através das lutas que

ocorrem na cidade.

Nesse contexto, Corrêa (1995) identifica como agentes sociais envolvidos na

produção do espaço urbano:

a) Os proprietários dos meios de produção;

b) Os proprietários fundiários;

c) Os promotores imobiliários;

d) O Estado;

e) Os grupos sociais excluídos.

OS PROPRIETÁRIOS DOS MEIOS DE PRODUÇÃO

Os proprietários dos meios de produção, sobretudo os grandes industriais, são

grandes consumidores de espaço, pois necessitam de espaço amplos e baratos que atendam

aos interesses das atividades desenvolvidas por suas empresas. Para estes a terra tem valor

de troca, de comércio e não de uso, por isso a relação destes com a sociedade é sempre

conflitante.

No caso do Jardim Coopagro um dos agentes modeladores do espaço urbano são os

proprietários industriais, uma vez que o o bairro sofreu um impacto muito grande com a

instalação do centro industrial, que colaborou para o aumento da população como também

do aumento da terra.

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OS PROPRIETÁRIOS FUNDIÁRIOS

Os proprietários de terras irão atuar no sentido de obter grandes possibilidades de

renda sobre a terra. Como estão preocupados com o valor de troca e não de uso da terra, a

ampliação da área urbana da cidade é fundamental para aumentar a demanda por espaços,

conseqüentemente o aumento do valor do terreno, pois a terra no meio urbano é mais

valorizada que no rural (CORRÊA, 2003). Dessa forma, esses proprietários fundiários

podem tentar pressionar o Estado, para que faça leis de zoneamento urbano, além de

pressionar também para que construam estruturas viárias. Neste sentido a terra ficará mais

valorizada.

De acordo com Corrêa (1999), “A propriedade fundiária da periferia urbana,

sobretudo aquela da grande cidade, constitui-se no alvo de atenção dos proprietários de

terras. Isto se deve ao fato de estar ela diretamente submetida ao processo de

transformação do espaço rural em urbano”.

Assim podemos perceber, mesmo em cidades menores, que as áreas onde são

destinadas a instalação de indústrias e obviamente a de conjuntos habitacionais, pois o

proletariado sempre procura morar perto das fábricas, passa por um processo de

especulação, tendo um acréscimo muito grande no valor do terreno.

OS PROMOTORES IMOBILIÁRIOS

Formam um conjunto de agentes que realizam as operações de incorporação,

financiamento, estudo técnico, construção do imóvel e comercialização. Atuam no sentido

de produzir habitações para a população que constitui a demanda solvável.

Entre os promotores imobiliários estão os incorporadores, cuja operação chave é a

participaçã em toda etapa de construção. Estes são os grandes responsáveis pela

transformação do capital dinheiro em capital mercadoria. Outros agentes que fazem parte

desse grupo são os financiadores, que podem ser formados por bancos, grupos de fundos

de pensão, empresas e também pessoas físicas. Existem também os construtores –

engenheiros, economistas e arquitetos – que são os agentes responsáveis por todas as

etapas do processo produtivo. Estes trabalham o estudo técnico, visando verificar a

viabilidade da obra dentro de parâmetros definidos anteriormente pelo incorporador.

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Muitas construtoras entram na área das incorporações para ampliarem seus lucros. E, por

fim, temos os corretores, que são responsáveis pela comercialização ou transformação do

capital mercadoria em capital-dinheiro, obviamente visando o lucro. Os corretores, os

planejadores de vendas e os profissionais de propaganda são os responsáveis por esta

operação.(CORRÊA, 2003).

É importante ressaltar que os agentes concretos, compostos de promotores

imobiliários, podem ser formados por uma ou mais combinações de operações exercidas

no processo de acumulação de capital, ou seja, podem estar envolvidos, por exemplo, com

a incorporação e a construção ou ainda a comercialização, com no caso do Bairro

Coopagro, há agentes imobiliário, com comércio de materiais de construção e também

empresa de construção, dominando todas as etapas da aquisição imóvel, o os torna um

grupo muito mais complexo.

O ESTADO

O Estado atua como grande industrial, proprietário fundiário, promotor imobiliário,

agente de regulação do espaço e o alvo dos movimentos sociais urbanos.

A ação do Estado processa-se em três níveis político-administrativos e espaciais: federal, estadual e municipal. A cada nível sua atuação e seu discurso que encobrem os interesses dominantes mudam. Mas é no nível municipal que estes interesses se tornam mais evidentes e o discurso menos eficaz, devido à legislação que garante à municipalidade muitos poderes sobre o espaço urbano, poderes estes que advém e estão

direcionados aos interesses das elites locais. (Corrêa, 2003, p. 26).

Mas é como provedor de serviços públicos que sua atuação é mais esperada, ou

seja através da implantação de rede de esgoto, calçamento, agua, iluminação, coleta de

lixo, elaboração de leis para exploração do solo urbano.

Mas, infelizmente, muitas vezes o Estado só trabalha e cria condições que

propiciam a acumulação de capital para alguns e reprodução das classes sociais,

aumentando a pobreza e a marginalidade.

OS GRUPOS SOCIAIS EXCLUÍDOS

Os grupos sociais excluídos têm como possibilidades de moradia os cortiços

localizados próximos ao centro da cidade, as casas produzidas pelos sistemas de

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autoconstrução em loteamentos periféricos, os conjuntos habitacionais produzidos pelo

Estado, além da favela.

É na produção da favela, em terrenos públicos ou privados invadidos, que este

grupo atua efetivamente na modelagem do espaço urbano. Segundo Corrêa (1999), “a

produção deste espaço é uma forma de resistência, ao mesmo tempo que é uma estratégia

de sobrevivência.” As formas de ocupação desses espaços, muitas vezes geram conflitos,

quando isso não acontece, é porque estes não interessam ao capital imobiliário.

ATIVIDADE 3:

A) Após a leitura do texto, explique o que você compreendeu por Agentes Modeladores do

Espaço.

B) Você consegue identificar algum ou alguns desses agentes modelares em seu bairro?

Explique.

C) Em grupo de três, recorte de jornais e revistas imagens que represente os agentes

modeladores do espaço urbano citados no texto e monte um cartaz identificando-os.

ATIVIDADE 4:

AULA DE CAMPO

Um passeio pelo bairro

Definir roteiro com os alunos.

Explicar que eles devem observar bem e anotar tudo, principalmente o que lhes

chamar atenção.

Sistematização dos dados observados e anotados

Elaborar textos sobre as observações feitas no passeio.

Em grupos confeccionar cartazes representando o que observaram.

Entrevistas com moradores, industriais e agente imobiliário

A turma será dividida em dois grupos, sendo que um fará entrevista com os

moradores e o outro grupo com os industriais.

As entrevistas serão realizadas no contraturno com acompanhamento da professora.

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Questões para a entrevista com os moradores:

1. Idade?

2. Há quantos anos mora no Bairro?

3. Quais foram os motivos que levaram a escolher o bairro para morar?

4. Que mudanças você percebeu no bairro no decorrer desse período?

5. Você identifica no Bairro algum tipo de poluição (atmosférica, hídrica, sonora,

visual, do solo)? Qual? Explique.

6. Quais os aspectos positivos e negativos que você identifica no bairro?

Questões para entrevista com os industriais:

1. Nome da Empresa:

2. Quanto tempo está localizada neste endereço?

3. Por que escolheu este lugar para instalação?

4. Recebe algum incentivo fiscal? Qual?

5. Quantos funcionários a empresa possui?

6. Esses funcionários são oriundos do próprio bairro ou vem de outros? Quais?

7. Que produtos são fabricados pela empresa?

8. Qual é o destino dessa produção?

9. Como é feito o deslocamento da produção?

10. Há projetos da empresa para ampliar a produção ou gerar novos empregos?

11. Qual a contribuição e/ou participação da empresa para com a sociedade do Bairro

Jardim Coopagro?

12. Qual a representação do ICMS (Imposto sobre circulação de mercadorias e

serviços) dessa empresa para o município?

Após a entrevista com os industriais, os alunos farão a tabulação dos dados,

preenchendo um quadro conforme modelo abaixo:

EMPRESA NATUREZA DESTINO DA PRODUÇÃO

NUMERO DE FUNCIONARIOS

ICMS PART.SOCIAL NO BAIRRO

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Questões para entrevista com agente imobiliário:

1) Nome?

2) Profissão?

3) Registro no CRECI?

4) Idade?

5) Reside no Bairro Jardim Coopagro? Quanto tempo?

6) Em que empresa atua?

7) Como você vê a expansão (populacional, territorial e econômica) do Bairro Jardim

Coopagro na última década?

8) Em sua opinião que fatores contribuíram ou contribuem para o aumento da

especulação imobiliária no Bairro?

9) Como você analisa a atuação e a ação do governo, em todas as suas esferas, mas

principalmente a municipal, em relação ao Bairro?

10) Quais são as ações da empresa em que você atua em relação ao bairro Jardim

Coopagro?

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