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O PROFESSOR PDE E OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE 2009 Produção Didático-Pedagógica Versão Online ISBN 978-85-8015-053-7 Cadernos PDE VOLUME I I

DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE 2009 - … · (Domingos Paschoal Cegalla) SUMÁRIO ... p. 48). O hábito de dramatizar textos em sala de aula pode proporcionar o interesse dos alunos

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O PROFESSOR PDE E OS DESAFIOSDA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE

2009

Produção Didático-Pedagógica

Versão Online ISBN 978-85-8015-053-7Cadernos PDE

VOLU

ME I

I

Caderno

Pedagógico

Professor

PDE 2009

GOVERNO DO PARANÁ SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO

SUPERINTENDÊNCIA DA EDUCAÇÃO PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL – PDE

ANADIR APARECIDA SELÓRIA

PRODUÇÃO DIDÁTICO-PEDAGÓGICA

CADERNO PEDAGÓGICO

Os caminhos da leitura e a dramatização de textos nas aulas de Língua Portuguesa

Maringá

2010

ANADIR APARECIDA SELÓRIA

PRODUÇÃO DIDÁTICO-PEDAGÓGICA

CADERNO PEDAGÓGICO

Os caminhos da leitura e a dramatização de textos nas aulas de Língua Portuguesa

Caderno Pedagógico como Produção Didático-Pedagógica para a Implementação do Projeto na Escola, realizado como parte do Programa de Desenvolvimento Educacional - PDE 2009. Orientadora: PROF.ª DOUTORA SANDRA APARECIDA PIRES FRANCO

Maringá 2010

“As palavras dormem seu sono profundo

como as pedras no seio das montanhas. Desperta-as e constrói com elas a tua torre, bela e inabalável [...].”

(Domingos Paschoal Cegalla)

SUMÁRIO

UNIDADE I

1 DADOS DE IDENTIFICAÇÃO................................................................... 06

2 TEMA DE ESTUDO DO PROFESSOR PDE............................................ 06

3 TÍTULO DO PROJETO DE INTERVENÇÃO PEDAGÓGICA NA

ESCOLA.................................................................................................... 06

4 PRODUÇÃO DIDÁTICO-PEDAGÓGICA ................................................. 07

5 APRESENTAÇÃO.................................................................................... 07

6 INTRODUÇÃO ......................................................................................... 08

7 DESENVOLVIMENTO............................................................................... 09

8 GÊNERO LITERÁRIO DRAMÁTICO........................................................ 16

UNIDADE II

1 PRIMEIRA ETAPA.................................................................................. 20

1.1 Explanação oral sobre o PDE – Programa de Desenvolvimento

Educacional............................................................................................... 20

1.2 Apresentação e discussão do significado das palavras “persuasão”

e “ideologia”.............................................................................................. 20

2 SEGUNDA ETAPA.................................................................................... 21

2.1 Apresentação do documentário “Criança, a alma do negócio”.......... 21

2.2 Atividades orais e escritas referentes ao documentário...................... 21

3 TERCEIRA ETAPA.................................................................................... 22

3.1 Análise de alguns dos seguintes gêneros textuais: propagandas,

charge, cartoon e outdoor........................................................................ 22

4 QUARTA ETAPA....................................................................................... 24

4.1 Apresentação da animação “Meow”....................................................... 24

4.2 Atividades orais e escritas sobre a animação....................................... 24

5 QUINTA ETAPA........................................................................................ 25

5.1 Apresentação da animação “Garri Bardin – Prezhde my byli

pticami”...................................................................................................... 25

5.2 Atividades orais e escritas sobre a animação....................................... 26

6 SEXTA ETAPA.......................................................................................... 28

6.1 Biografia e obras do escritor libanês Gibran Khalil Gibran.................. 28

6.2 Estudo do texto “Satanás”..................................................................... 29

7 SÉTIMA ETAPA........................................................................................ 30

7.1 Exposição sobre o gênero textual dramático........................................ 30

7.2 Adaptação do texto “Satanás” para o gênero dramático.................... 32

7.3 Dramatização do texto “Satanás”.......................................................... 32

8 OITAVA ETAPA......................................................................................... 33

8.1 Retomada do significado das palavras “persuasão” e “ideologia” a

partir do texto estudado........................................................................... 33

8.2 Produção de textos dramáticos sobre o conteúdo trabalhado............ 33

8.3 Dramatização dos textos produzidos..................................................... 34

8.4 Discussão avaliativa sobre o trabalho desenvolvido............................ 34

9 NONA ETAPA........................................................................................... 34

9.1 Avaliação............................................................................................... 34

10 REFERÊNCIAS.......................................................................................... 35

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UNIDADE I

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1 DADOS DE IDENTIFICAÇÃO

1.1 Professor PDE: Anadir Aparecida Selória

1.2 Área PDE: Língua Portuguesa

1.3 NRE: Maringá

1.4 Professor Orientador IES: Dra. Sandra Aparecida Pires Franco

1.5 IES vinculada: Universidade Estadual de Maringá – UEM

1.6 Escola de Implementação: Instituto de Educação Estadual de Maringá - Ensino

Fundamental, Médio, Normal e Profissional.

1.7 Público objeto da intervenção: Alunos do primeiro ano do Ensino Médio.

2 TEMA DE ESTUDO DO PROFESSOR PDE

A DRAMATIZAÇÃO COMO PRÁTICA PEDAGÓGICA NO ENSINO DE LÍNGUA

PORTUGUESA

3 TÍTULO DO PROJETO DE INTERVENÇÃO PEDAGÓGICA NA ESCOLA

DRAMATIZAÇÃO DE TEXTOS NAS AULAS DE LÍNGUA PORTUGUESA: um

enfoque nas práticas de oralidade, leitura, escrita e desenvolvimento psicossocial

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4 PRODUÇÃO DIDÁTICO-PEDAGÓGICA

CADERNO PEDAGÓGICO: Os caminhos da leitura e a dramatização de textos nas

aulas de Língua Portuguesa

5 APRESENTAÇÃO

Este Caderno Pedagógico foi dividido em duas unidades didáticas para uma

melhor visualização e organização. A Unidade I refere-se a informações relevantes

sobre o trabalho e à fundamentação teórica; a Unidade II, às atividades propostas

para a implementação do projeto na escola.

Na Unidade I encontram-se os dados de identificação, o tema de estudo, o

título do projeto de intervenção na escola, a produção didático-pedagógica, esta

apresentação, a introdução, o desenvolvimento e um texto embasando o gênero

literário dramático; a Unidade II foi dividida em nove etapas, das quais, oito

apresentam uma sequência de aulas planejadas para a aplicação desta produção

didática como implementação do projeto na escola e, a nona, a avaliação.

A professora optou por dividir a Unidade II em etapas em vez de organizar por

aulas, para implementar seu projeto com maior elasticidade no que diz respeito ao

tempo.

No desenvolvimento de algumas atividades deste Caderno Pedagógico, a

professora não só orienta os alunos a pesquisarem na biblioteca da escola, como

também sugere muitos links sobre o assunto. Ela acredita que a pesquisa através de

um recurso eletrônico é uma forma de tornar a leitura mais acessível e prazerosa,

pois a maioria dos alunos já está familiarizada com esse meio, gosta e tem acesso.

Com relação à análise linguística, a professora não apresentou atividades,

porque trabalhará essa parte conforme os alunos forem apresentando dúvidas: nos

momentos de produção de texto, de preparação para as apresentações e,

principalmente, no decorrer das aulas. Atividades voltadas, exclusivamente, para o

estudo linguístico não é o objetivo deste trabalho e sua aplicação poderia levá-lo a

um encaminhamento diferente do estabelecido pela professora.

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6 INTRODUÇÃO

Ao longo da História da Educação, várias metodologias e teorias educacionais

embasaram a prática pedagógica, mas uma das maiores dificuldades encontradas

pelos professores, em especial os de Língua Portuguesa, continua sendo a de

desenvolver o gosto e o interesse dos alunos pela leitura; e ainda, como se fosse

uma “utopia”, o desejo de ter alunos produzindo bons textos e se preocupando em

aperfeiçoá-los.

A partir disso, este Caderno Pedagógico visa proporcionar atividades que

possam favorecer o desenvolvimento psicossocial nos alunos e um aprimoramento

na maneira de aprender, por meio da técnica de dramatização de textos nas aulas.

As etapas propostas objetivam:

­ Oportunizar aos alunos a leitura de textos e/ou vídeos que facilitem a

compreensão do conceito de ideologia e de persuasão;

­ Apresentar situações que ajudem o aluno a identificar a ideologia presente

nas relações sociais e a perceber a persuasão como ferramenta de

convencimento;

­ Propor o trabalho com textos que promovam a conscientização crítica dos

alunos por meio da análise deles em um determinado contexto-histórico;

­ Desenvolver atividades com dramatização que estimulem no aluno o

gosto pela leitura, o aperfeiçoamento da escrita e a produção de textos de

maneira prazerosa, ajudando-o a tornar-se um ser consciente do seu lugar

– e dos seus semelhantes – na sociedade.

Com base nestes objetivos, o presente trabalho propõe o desenvolvimento do

prazer pela leitura de forma lúdica, por meio da técnica de dramatização de textos,

pois, geralmente, ela é vista pelos alunos como brincadeira, como algo gostoso para

se fazer na escola. Ao dramatizarem as histórias, os alunos – “atores" – poderão se

soltar, sem medo do ridículo e da exposição, por se sentirem “protegidos” pelo

próprio personagem. Com essa técnica em sala de aula, os alunos poderão expor

conflitos internos, externar sentimentos desagradáveis e situações não resolvidas; e

ao experimentarem viver a vida de uma pessoa fictícia, terão a possibilidade de

adquirir uma maior consciência de si mesmos e do meio em que estão inseridos.

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7 DESENVOLVIMENTO

A escola precisa despertar no aluno a consciência da importância de se

perceber as ideologias ocultas nas coisas e nas pessoas que o cercam. Este

caderno propõe a leitura como instrumento para o aluno adquirir essa consciência,

mas para isso, é necessário que ele seja um verdadeiro leitor; e que o professor

também o seja, pois somente assim ele conseguirá ajudar o aluno a gostar de ler. O

desenvolvimento e o aprimoramento que a escola conseguir proporcionar aos seus

alunos poderão ser transformados em créditos para toda a sociedade; quanto maior

o conhecimento e a abertura de consciência que o aluno obtiver durante sua vida

escolar, melhor para o futuro, não só dele, mas do todo.

De acordo com as Diretrizes Curriculares de Língua Portuguesa do Estado do

Paraná (2008, p. 38), durante os processos educativos e, com maior ênfase, nas

aulas de Língua Materna, é que o aluno tem a oportunidade de aprimorar sua

habilidade linguística para garantir uma inserção ativa e crítica na sociedade. Ainda,

conforme as Diretrizes:

É tarefa da escola possibilitar que seus alunos participem de diferentes práticas sociais que utilizem a leitura, a escrita e a oralidade, com a finalidade de inseri-los nas diversas esferas de interação. Se a escola desconsiderar esse papel, o sujeito ficará à margem dos novos letramentos, não conseguindo se constituir no âmbito de uma sociedade letrada (PARANÁ, 2008, p. 48).

O hábito de dramatizar textos em sala de aula pode proporcionar o interesse

dos alunos pela leitura, o desenvolvimento da habilidade da expressão verbal e

escrita, a socialização, em síntese, pode auxiliar o aluno de maneira integral.

Segundo as Diretrizes Curriculares de Língua Portuguesa:

­ na dramatização de um texto, é possível explorar elementos da representação cênica (como entonação, expressão facial e corporal, pausas), bem como a estrutura do texto dramatizado, as trocas de turnos de falas, observando a importância de saber a fala do outro (deixa) para a introdução da sua própria fala (PARANÁ, 2008, p. 67).

Tendo ciência dos resultados deficitários obtidos nas avaliações institucionais

de Língua Portuguesa e a partir do conhecimento de que a dramatização poderá

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atenuar essas deficiências, o presente trabalho visa à aplicação dessa técnica em

sala de aula para promover formas diferenciadas de estudar o texto e de trabalhar

assuntos das mais distintas esferas sociais, podendo levar o aluno a ser um

verdadeiro leitor – no sentido completo da palavra – um leitor de mundo, com

conhecimento dos diversos gêneros discursivos da língua (e de sua aplicabilidade),

capaz de respeitar sua individualidade e a do outro, interagindo com este outro e

interferindo na sociedade em que está inserido para ajudar a torná-la mais justa e

igualitária. Para Silva (2005, p. 24):

[...] a prática de leitura é um princípio de cidadania, ou seja, o leitor cidadão, pelas diferentes práticas de leitura, pode ficar sabendo quais são suas obrigações e também pode defender os seus direitos, além de ficar aberto às conquistas de outros direitos necessários para uma sociedade justa, democrática e feliz.

Essa técnica poderá ajudar, também, o aluno a melhorar a escrita e a

desenvolver a produção textual, pois – em alguns casos – haverá a necessidade de

adaptar o texto a ser dramatizado. E, conforme as Diretrizes Curriculares de Língua

Portuguesa (2008, p. 70), o refazer textual deve ser uma “atividade fundamentada

na adequação do texto às exigências circunstanciais de sua produção”, pois

durante a produção de texto, o estudante aumenta seu universo referencial e aprimora sua competência de escrita, apreende as exigências dessa manifestação linguística e o seu sistema de organização próprio. Ao analisar seu texto conforme as intenções e as condições de sua produção, o aluno adquire a necessária autonomia para avaliá-lo (PARANÁ, 2008, p. 71).

Nesse momento de apropriação da leitura e da escrita, o aluno poderá fazer

diálogo entre textos, enriquecendo a história a ser dramatizada, pois "no ato de

leitura, um texto leva a outro e orienta para uma política de singularização do leitor

que, convocado pelo texto, participa da elaboração dos significados, confrontando-o

com o próprio saber, com a sua experiência de vida" (PARANÁ, 2008, p. 57). Depois

do desenvolvimento do trabalho com textos escritos por dramaturgos ou por outros

escritores, será importante que o aluno produza o texto a ser dramatizado. Espera-

se, então, que o fato de apresentar seu texto aos demais, seja motivo de estímulo,

de incentivo e de prazer para ele produzir esse texto, pois não será um trabalho

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meramente mecânico para ser entregue a somente um leitor – o professor, mas será

um momento de partilha e também de descontração. A intenção, também, é a de

que o aluno chegue à conclusão de que todos podem ser autores e que escrever

pode se tornar uma tarefa prazerosa. É uma atividade que poderá ajudar o aluno a

aprender com mais facilidade o estilo e o gênero dos autores que estiver estudando,

pois ele verá isso na prática, uma vez que ele e os colegas serão os próprios

autores.

Este Caderno Pedagógico preocupa-se também, como já foi dito no início, em

trabalhar com o aluno a aparente neutralidade de textos, filmes, reportagens,

conversas formais e informais. Apresenta, dentre outros, o propósito de ajudar o

aluno a perceber que todo texto – todo discurso – tem uma intenção, e necessário

se faz que esse aluno consiga “captar” essas intenções que estão “embutidas” em

tudo o que ele lê, vê e ouve; de forma a evitar a manipulação de grupos dominantes

e de seus interesses. Para Citelli (1991, p. 13), “persuadir, antes de mais nada, é

sinônimo de submeter, daí sua vertente autoritária. Quem persuade leva o outro à

aceitação de uma dada idéia”. Por isso, é importante que o aluno entenda, veja e

sinta a leitura como instrumento indispensável para sua autonomia e liberdade de

escolha, pois sua prática poderá ajudá-lo a abrir novos horizontes, a desvelar o que

antes parecia sombrio ou inexistente. Porém, essa abertura de consciência tem

outro lado, o qual poderá ser perigoso, pois a partir do momento que o aluno

começar a enxergar o meio manipulador em que vive, poderá querer usar os

conhecimentos adquiridos para fazer com os outros, o que tentam fazer com ele.

Vale destacar que essa discussão não será desenvolvida neste trabalho, mas é

essencial que durante suas aulas, o professor trabalhe a questão da ética nas

relações humanas e que mostre ao aluno que o conhecimento serve para ajudá-lo a

ser uma pessoa melhor, uma pessoa atenta ao que se passa ao seu redor e consigo

mesmo, e não para lhe dar ferramentas contra seus semelhantes e,

consequentemente, contra si mesmo.

A persuasão só tem sentido quando há uma pessoa ou um grupo como fim,

pois sem isso, o ato de persuadir não teria razão de ser; quem faz uso dos jogos

persuasivos sempre tem razões ocultas: ou para defender seus próprios interesses,

ou os interesses do “persuadido”. No caso, por exemplo, de tentar convencer uma

criança a tomar um remédio ou a ir para a escola, o desejo é de favorecer a criança

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e não o contrário. O importante é que fique claro que nem sempre o ato de persuadir

esconde intenções de ordem perniciosa. Para Ernani e Nicola (2002, p. 20-21),

persuadir é buscar a adesão do interlocutor para um determinado ponto de vista, é tentar convencê-lo de alguma coisa; por isso, nenhum texto é inocente. [...] Nos dias de hoje, somos bombardeados pelo discurso persuasivo na política, na propaganda, nos meios econômicos, nas telenovelas, nos filmes da TV. Essas produções vêm carregadas de ideologia: não desejam apenas mostrar produtos, expor conceitos ou apresentar histórias, mas vender idéias e modos de viver.

O principal recurso usado para “vender ideias e modos de viver” é a palavra; a

qual isolada do meio, de qualquer contexto, é neutra, mas perde essa neutralidade

assim que começa a fazer parte das relações humanas. Para Citelli (1991, p. 29), é

nesse momento que ela passa a indicar ideologias; e segundo este mesmo autor,

as palavras [...] nascem neutras, [...] ao se contextualizarem, passam a expandir valores, conceitos, pré-conceitos. Nós iremos viver e aprender em contato com outros homens, mediados pelas palavras, que irão nos informar e formar. As palavras serão por nós absorvidas, transformadas e reproduzidas, criando um circuito de formação e reformulação de nossas consciências (CITELLI, 1991, p. 28).

A dramatização pode ser uma alavanca para que haja, efetivamente, a

absorção, a transformação e a reprodução das palavras. O ato de representar

fornece, aparentemente, uma máscara para o aluno, mas durante o processo de seu

desenvolvimento, essa atividade pode passar a revelar “verdades” de maneira muito

sutil, tão sutil que o aluno poderá perceber essas descobertas no seu cotidiano,

como se algo fosse descortinando seus horizontes lentamente e lhe mostrando a

realidade e as situações como realmente se processam. O estudante poderá

começar a perceber tudo o que o cerca de maneira mais clara, sem, contudo, se

chocar com isso; mas aplicando conhecimentos adquiridos (nas leituras realizadas;

na relação com os colegas durante as apresentações) de forma praticamente

automática.

A intenção de desenvolver o trabalho com dramatização não é a de

apresentar grandes espetáculos, mas a de fazer esse trabalho no dia-a-dia da sala

de aula; o intuito aqui é o caminho, o processo e não apenas o fim. Este trabalho

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visa à caminhada do aluno e não a sua chegada com honrarias e prêmios, porque

se os objetivos forem alcançados, o próprio aluno se sentirá um prêmio para si

mesmo. Quando a intenção é apenas o espetáculo teatral – que poderá ocorrer e

deve ocorrer em outras situações – não há a preocupação de trazer o aluno tímido

para o grupo ou a de descobrir um escritor e/ou um diretor na sala, de ter alunos

apaixonados por livros, mas a de fazer uma apresentação que seja reconhecida pela

comunidade escolar, visando o externo e não o desenvolvimento psicossocial que se

pretende com este trabalho.

É essencial que o aluno compreenda o quanto a leitura é importante para sua

vida e, consequentemente, para o todo; é importante ele entender que há uma

cadeia de relações e de situações, que tudo está interligado, nada está “solto”, por

mais que possa aparentar. E para ter esse discernimento, a leitura é o ponto de

partida para ele enxergar-se na realidade social, sentir-se integrante da sociedade,

adquirir o que foi produzido historicamente, construir sua própria história de maneira

digna, desenvolver sua individualidade, seu direito à cidadania e ter recursos –

internos e externos – para se tornar uma pessoa autônoma e esclarecida.

Villardi (1999) diz que a escola precisa desenvolver o prazer pela leitura e não

somente o hábito; a escola precisa mostrar o valor da leitura por ela mesma e não

para fazer exercícios propostos. O simples hábito é algo mecânico, mas o prazer

proporciona mudanças.

[...] se a leitura for vista não como um cumprimento de um dever, mas como um espaço privilegiado, a partir do qual tanto é possível refletir o mundo, quanto afastar-se dele, buscando na literatura aquilo que a vida nos nega, quer sob a perspectiva da realidade, quer sob a da fantasia. Para que isso ocorra, o hábito, por si só, não chega. Há que se desenvolver o gosto pela leitura, a fim de que possamos formar um leitor para toda a vida (VILLARDI, 1999, p. 13).

Este espaço privilegiado pode ser o momento da encenação dos textos, pois

o aluno tem mais interesse em ler quando um dos objetivos é o de se preparar para

uma atividade “recreativa”. Durante a leitura, ele poderá imaginar como será sua

atuação, fazer planos de como melhor interpretar, tentar entender o que está

implícito, podendo se colocar, assim, por inteiro na atividade. Para Villardi (1999, p.

13),

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[...] ensinar a gostar de ler é exatamente isso: é ensinar a se

emocionar com os sentidos e com a razão (porque para gostar apenas com os sentidos, não há a necessidade da interferência da escola); e, para isso, é preciso ensinar a enxergar o que não está evidente, a achar as pistas e a retirar do texto os sentidos que se escondem por detrás daquilo que se diz.

O momento que o aluno perceber o valor da leitura para sua vida como um

todo, será como se ele achasse uma chave; uma chave mágica para abrir portas

nunca imaginadas por ele. Freire (1996, p. 46), diz que a escola deve oferecer

condições para o desenvolvimento das relações intra e interpessoais do educando

para que ele queira “[...] assumir-se como ser social e histórico, como ser pensante,

comunicante, transformador, criador, realizador de sonhos, capaz de amar”. E para

Leite (1976, p. 15, grifos da autora), o teatro na educação “[...] é o primeiro passo

para a integração grupal e conseqüentemente social”. É um meio para o aluno se

expressar e assim ele poderá

[...] projetar seu mundo interior, livre das inibições que lhe são impostas pelo condicionamento do mundo exterior, embora muitas vezes essas projeções reflitam a assimilação das influências alheias (introjeção). Do equilíbrio entre essas duas forças – introjeção e projeção – deverá resultar o equilíbrio psíquico da criança e seu desenvolvimento cultural e criativo (LEITE, 1976, p.16, grifos da autora).

Para Reverbel (1997, p. 168) “[...] é preciso lutar para que o teatro tenha seu

lugar na Educação, porque se ele existe na sociedade, deve existir na escola”. E, na

escola ele funciona como se fosse um treinamento para a vida, para as relações

humanas. A encenação de textos dá oportunidade ao aluno de vivenciar e de

resolver problemas que ele poderá enfrentar ou estar enfrentando em sua vida real.

O educando terá suporte emocional e “vivencial” para lidar com situações do seu

dia-a-dia. Para Leite (1976, p.16),

O jogo dramático é o mais completo, porque põe em movimento coordenado a totalidade do ser humano – corpo e espírito, consciente e inconsciente – exigindo raciocínio e pesquisa, disciplina mental para a criatividade livre, e consciente de que nossa liberdade vai até o ponto em que começa a prejudicar a alheia.

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É nesse ponto que o aluno poderá reconhecer o outro e a si mesmo como

semelhantes e diferentes ao mesmo tempo; poderá passar a enxergar as diferenças

e diversidades como suporte para seu crescimento pessoal e do grupo; perceber a

importância da união, da integração e da responsabilidade de todos para o êxito

individual e do conjunto. Para Leite (1976, p. 21), “o professor deve ser criativo, mas

sua essencial criatividade é conduzir os alunos ao encontro de si próprios, ajudá-los

a descobrir-se [...]”. E, nesse percurso, o professor terá condições de conhecer

melhor seus alunos, pois ao se expressarem, eles se desprendem e mostram o que

existe no fundo de suas almas, passando dados para o professor preparar suas

atividades com maior precisão e direcionamento.

As técnicas teatrais adaptadas ao ensino levam professores e alunos: ­ a compreender e aceitar formas e padrões de comportamento

pessoal e social ­ a ter autoconfiança e sentir-se seguro em quaisquer situações ­ a resolver situações novas aplicando conhecimentos e habilidades

já adquiridas para soluções novas ­ a analisar e avaliar seu comportamento como indivíduo de um

grupo, quer recebendo aprovação, quer reprovação ­ a aceitar a si mesmo e aos outros numa projeção de seus próprios

debates (LIMA, 1976, p. 58).

Para que o professor obtenha resultados satisfatórios, a dramatização dos

textos deve ser sugerida e não imposta, pois seu objetivo é desenvolver o estudante

integralmente, quebrando amarras, desfazendo nós, e não inibir, atrofiar e prender.

O professor deve respeitar os limites de cada um, mas ser perspicaz para fazer com

que todos participem das encenações, direta ou indiretamente, pois sempre haverá

“papéis” e funções para todos – mesmo para os mais tímidos. Para estes, além do

trabalho com fantoches, marionetes, dedos e muitos outros, há também, o trabalho

nos bastidores, que é tão importante quanto o dos atores, e nem todos desejam ser

“astros”; há alunos que se saem muito bem no trabalho de organização – o qual é

essencial para o desenvolvimento da dramatização – e todos são peças

fundamentais para o sucesso do grupo.

A intenção de ajudar o aluno no seu desenvolvimento psicossocial não acaba

na dramatização; esta técnica é apenas o começo. É a partir daí que se espera um

trabalho de consistência em sala de aula. Depois de todo o processo de leitura e de

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interpretação oral, escrita e “representada”, tem continuidade o trabalho de escrita

de uma forma mais elaborada, com um aluno que possa ter condições de enxergar o

espaço à sua volta de maneira diferenciada, com maior clareza e profundidade.

Neste momento, espera-se que o aluno tenha adquirido conhecimentos para mudar

a situação inicial na qual se encontrava para uma situação final mais elaborada. De

acordo com Gasparin (2007, p. 8), “ao colocar em prática os conhecimentos

adquiridos, o sujeito modifica sua realidade imediata. Logo, o conhecimento teórico

perde seu caráter de ser apenas „uma compreensão do que acontece‟, para se

tornar „um guia para a ação‟ (CORAZZA, 1991, p. 90)”.

Depois desse primeiro momento de aplicação do projeto, espera-se que o

aluno fique mais receptivo para trabalhar dessa forma – dramatizando textos – e

mais consciente do quanto o material escrito produzido historicamente pode ajudá-lo

em sua realização pessoal. O que se deseja de fato é que o aluno sinta tanto prazer

em ler que adquira, por exemplo, o hábito saudável de trocar o estresse causado por

congestionamentos no trânsito, por atrasos em filas de banco, em consultórios

médicos e odontológicos, em pontos de ônibus, em aeroportos e muitos outros, pelo

deleite de um bom livro. E que, de repente, em certo momento da leitura, deseje que

o atraso dure mais um pouquinho para ele poder terminar “aquela parte”.

8 GÊNERO LITERÁRIO DRAMÁTICO

Os gêneros literários, tradicionalmente, foram constituídos pelos gêneros

épico, lírico e dramático, os quais eram fixos, imutáveis e sem fusão numa mesma

obra – classificação oriunda de Platão e Aristóteles, na Grécia Antiga; mas os

teóricos modernos aceitam as fusões e não privilegiam um gênero em detrimento do

outro.

O gênero épico é uma narração escrita em versos, relata ações heróicas e

grandes conquistas humanas, apresenta um passado presentificado, é escrito na

terceira pessoa do tempo passado e manifesta um narrador e/ou personagens; o

gênero lírico, normalmente é escrito em versos, mas pode aparecer em forma de

prosa lírica, é escrito na primeira pessoa do tempo presente e expressa os

sentimentos do eu lírico; o gênero dramático, escrito em prosa ou em poesia, é

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apresentado em forma de diálogos e/ou monólogos, raramente aparece um narrador

– porque há a manifestação dos personagens representando ações que,

geralmente, retratam os conflitos dos seres humanos, o tempo é sempre o presente,

e é encontrado nos mais variados tipos de peças teatrais e/ou monólogos

dramáticos. A diferença entre esses gêneros é que o objetivo deste último é sempre

a representação e, para Faraco e Moura (2004, p. 35-38), ele só se realiza

plenamente no ato da encenação, necessitando, assim, não apenas do texto escrito,

mas também da linguagem verbal e não-verbal.

O gênero dramático é representado pelas seguintes modalidades: tragédia,

comédia, tragicomédia, farsa, auto e drama; a primeira modalidade apresenta um

acontecimento trágico, o qual provoca compaixão e terror; a segunda mostra um

acontecimento da vida real, cotidiana, geralmente criticando costumes e, com isso,

obtém risos da plateia; a terceira faz a fusão entre o trágico e o cômico, significando

– no início de sua criação – a mistura do real com o imaginário; a quarta representa

uma forma de criticar as pessoas e seus costumes por meio de uma pequena peça

teatral de apenas um ato, com poucos personagens, e que apresenta um caráter

ridículo e caricatural com a intenção de provocar risos; a quinta é uma peça pequena

também, mas de cunho profano ou religioso, sua intenção é a de representar

características negativas e/ou positivas dos seres humanos, como a inveja, a

avareza, a beleza, dentre tantas outras; e a última, criada no Romantismo,

apresenta características opostas às da comédia, começando com conflitos mais

intensos, mas que vão se tornando amenos no decorrer da peça, até chegar a um

final mais suave, um final feliz. Esta modalidade é também conhecida como

“dramalhão”, mas este apresenta características mais trágicas e artificiais que o

drama propriamente dito.

Normalmente as pessoas usam a palavra “drama” para se referirem a

situações complicadas, com problemas, conflitos, exageros e outras coisas nesse

sentido, mas de acordo com o Dicionário Priberam da Língua Portuguesa (disponível

no link: <http://www.priberam.pt/dlpo/>), a palavra drama vem do grego dráma e

significa: -atos, ação, tragédia. Assim sendo, o gênero literário recebe esse nome

devido à sua origem; não tendo ligação com o significado que se dá à palavra

“drama” no dia-a-dia, que, também de acordo com o referido dicionário, além do

sentido que está em estudo, significa: acontecimento comovente; cena pungente.

18

Segundo o texto da editora Moderna, disponível no link:

(<http://www.moderna.com.br/moderna/didaticos/em/literatura/litbrasil/obra/lb_cap4_

4.pdf>), o gênero dramático teria duas origens: a primeira seria das danças

ritualísticas de povos primitivos, os quais representavam diferentes papéis durante

os rituais; a segunda seria proveniente dos festivais anuais que eram realizados na

Grécia Antiga para homenagear o deus Dionísio. Ainda de acordo com o texto

(<http://www.moderna.com.br/moderna/didaticos/em/literatura/litbrasil/obra/lb_cap4_

4.pdf>), essa origem traz dois elementos que são fundamentais para o gênero

dramático até os dias de hoje: “a importância do público e a possibilidade de

desencadear emoções por meio da representação.”

Isso mostra que o teatro é uma das formas desenvolvidas pelos povos para

transmitir aos seus descendentes as suas peculiaridades, seus sentimentos,

conhecimentos, religião, estilos de vida, usos e costumes. É uma maneira

encontrada para manter a integridade das características e da história de cada povo,

e de travar um diálogo entre as gerações.

19

Unidade II

20

PRIMEIRA ETAPA

1.1 Explanação oral sobre o PDE – Programa de Desenvolvimento

Educacional

Primeiramente, a professora se apresentará aos alunos, explicará que o

PDE é um programa do Estado para capacitação e formação continuada dos

professores e, por fim, falará sobre seu projeto. Explicará detalhadamente como o

trabalho será desenvolvido, o número de aulas a serem usadas para a aplicação do

projeto e a continuidade dos conteúdos curriculares estabelecidos no planejamento

anual pela professora que estava ministrando as aulas até o momento.

1.2 Apresentação e discussão do significado das palavras “persuasão” e

“ideologia”

Para iniciar a aplicação das atividades deste caderno pedagógico, a

professora apresentará o significado das palavras “persuasão” e “ideologia”. A

palavra persuasão é um substantivo do verbo persuadir e de acordo com o

dicionário Aurélio (disponível no link: <http://www.dicionariodoaurelio.com/>),

significa o “ato de persuadir”; e este significa “levar a crer ou a aceitar; aconselhar,

induzir. / &151; V.pr. Convencer-se; decidir-se”. Será importante esclarecer que a

persuasão age de maneira sutil, penetra no espírito e opera sobre a vontade; que o

ato de persuadir tem um poder muito grande, tanto para o bem como para o mal;

dependendo para isso dos interesses de quem o pratica. E, ideologia, de acordo

com o dicionário mencionado, é a “ciência que trata da formação das idéias. /

Conjunto de idéias próprias de um grupo, de uma época, e que traduzem uma

situação histórica: a ideologia burguesa./”. Serão apresentados também, alguns

trechos referentes à ideologia, retirados da Enciclopédia Barsa (1993), a qual diz

que a teoria mais completa “sobre a origem e o papel da ideologia nas diversas

formas de organização social” foi formulada pelo filósofo alemão Karl Marx.

Para Marx ideologia é um conjunto de idéias e conceitos pertencentes a [sic] determinada classe social. Há uma ideologia da burguesia, como há uma ideologia do proletariado. Nenhuma classe

21

defende uma ideologia porque queira, mas porque assim o exigem seus interesses. A ideologia reflete, em última análise, as condições da vida material e a estrutura econômica vigorante numa sociedade em determinada etapa histórica (BARSA, 1993, p. 163).

Ainda, segundo essa enciclopédia (1993), “o meio em que o homem vive

modifica-se constantemente. [...] tais modificações é que fazem com que surjam

novas ideologias [...]”. Essas “modificações são efetivamente maneiras de pensar

ou, por outras palavras, categorias específicas de idéias”.

SEGUNDA ETAPA

2.1 Apresentação do documentário “Criança, a alma do negócio”

Para ilustrar o poder de persuasão dos meios de comunicação, a professora

apresentará o vídeo “Criança, a alma do negócio”; encontrado no link:

(<http://criancas.uol.com.br/ultnot/multi/2009/02/26/04023964D8A17326.jhtm?crian

ca-a-alma-do-negocio->). Esse documentário mostra o quanto a publicidade faz

uso da persuasão para atrair as crianças e, consequentemente

(“obrigatoriamente”), os pais.

2. 2 Atividades orais e escritas referentes ao documentário

A professora discutirá com os alunos a respeito do vídeo, fazendo os

seguintes questionamentos:

1. As propagandas são direcionadas para o lado emocional da criança a fim de

chamar sua atenção para determinado produto. Por quê?

2. Por que a criança pede, incessantemente, algo que ela viu na televisão,

mesmo não tendo necessidade daquele produto?

3. Muitas crianças permanecem por mais tempo na “companhia” dos meios de

comunicação (geralmente a televisão) que na companhia dos pais. Como os

pais devem agir para não comprar tudo o que os filhos querem e ao mesmo

tempo ter uma boa relação com eles?

22

4. A criança pertencente a famílias com poucas condições financeiras, ao

assistir às propagandas, consegue entender que seus pais não podem

comprar aquele produto? Por quê?

5. Os pais que podem comprar “tudo” o que o filho quer, poderão fazê-lo? Por

quê?

6. Por que o aluno não gosta de usar uniforme para ir à escola, mas quer ser

“igualzinho” aos outros no que diz respeito a ter o mesmo celular, o mesmo

tênis e assim por diante?

7. Por que muitos pais, mesmo com dificuldades financeiras e cientes de que

não é produto de primeira necessidade, compram o que o filho quer?

8. Você acha que a publicidade coloca os filhos contra os pais? Por quê?

9. A publicidade pode influenciar crianças a se tornarem adultos em miniatura.

Quais os problemas que essas crianças poderão enfrentar quando

chegarem à idade adulta de fato?

10. De acordo com o documentário, os responsáveis pela publicidade não se

preocupam com as crianças e, por consequência, nem com o futuro do

planeta. Comente essa afirmação.

TERCEIRA ETAPA

3.1 Análise de alguns dos seguintes gêneros textuais: propagandas, charge,

cartoon e outdoors

Após o trabalho inicial com esse documentário sobre a publicidade, a

professora apresentará os seguintes exemplos de gêneros textuais: uma

propaganda mostrando a relação que os publicitários fazem entre bebidas

alcoólicas e mulheres; uma propaganda de vitamina C para as pessoas não

perderem o verão; a imagem de um pulmão sadio ao lado do pulmão de um

fumante; um outdoor falando das consequências de beber e dirigir; uma imagem

mostrando o problema de receber “bala” em vez de troco; um cartoon mostrando

23

incoerências que a linguagem pode apresentar; e uma charge mostrando pessoas

que detêm formas de poder. A professora dirá que essas imagens podem ser

encontradas, respectivamente, nos seguintes links:

a) (<http://umpontodevista.files.wordpress.com/2009/03/c185a27814f86f3d9335

ab724abb9609jpg2.jpg>);

b) (<http://t2.gstatic.com/images?q=tbn:KFjmowijM9n0gM:http://www.diaadia.pr.

gov.br/tvpendrive/arquivos/File/imagens/4portugues/2publicidade1.jpg>);

c) (<http://t1.gstatic.com/images?q=tbn:Xh-t3-

vHOk0jSM:http://hitnarede.com/wp-

content/uploads/2008/04/hollywoodhitspulmao.jpg>);

d) (<http://primeiroparagrafo.zip.net/images/untitled-2.jpeg>);

e) (<http://www.denker.com.br/denker/wp-content/uploads/2009/12/troco.jpg>);

f) (<http://lh6.ggpht.com/_wvyZH_f1Gik/SuOURlVY0MI/AAAAAAAAA2M/Q0tw

Wzvq7nk/Qualcontradio_thumb5.jpg>);

g) (<http://4.bp.blogspot.com/_kxhb91503ik/Sm4sWr6dPqI/AAAAAAAAFKw/Ols

6BpWPQZ4/s400/charge%5B1%5D.jpg>).

A seguir, a professora dará a atividade abaixo:

1. Pesquise alguns gêneros textuais (propagandas, charges, tiras, piadas)

que mostrem situações de persuasão e de ideologia para serem

analisados na próxima aula.

Na aula seguinte, com o material trazido pelos alunos, a professora pedirá

para eles se organizarem em equipes para poderem socializar o que trouxeram.

Após essa atividade, as equipes escolherão um dos exemplos trazidos e

apresentarão aos demais colegas. A apresentação poderá ser em forma de

seminário, dramatização, exposição oral, etc.

Obs.: Se algum aluno trouxer a atividade para ser assistida e/ou ouvida, a TV

Pendrive poderá será usada.

24

QUARTA ETAPA

4.1 Apresentação da animação “Meow”

A professora trabalhará com a animação “Meow”, a qual pode ser

encontrada no link: (<http://www.youtube.com/watch?v=-nob0bmufkQ>). É um

curta-metragem dos anos 80, de Marcos Magalhães, que mostra a questão da

invasão da cultura americana e a dependência que isso causa. Para tanto, a

professora acessará o link da animação e apresentará à turma, sem fazer nenhum

comentário prévio.

4.2 Atividades orais e escritas sobre a animação

Assim que terminar o filme, a professora discutirá com os alunos e fará um

levantamento de dados com as impressões que os alunos tiverem do vídeo. Ela

anotará tudo no quadro de giz e caso perceba que os alunos não falem sobre os

aspectos principais, poderá fazer as seguintes questões:

1. Descreva os lugares que aparecem na animação.

2. Quem é o personagem principal?

3. Quais os outros personagens que participam do vídeo?

4. Quais as características que identificam esses personagens?

5. Que alimento é dado ao gato, primeiramente? E depois?

6. O gato aceita prontamente o segundo alimento?

7. O que é feito para que o gato aceite o segundo alimento?

Após essa discussão, a professora colocará o filme outra vez e fará um

estudo mais aprofundado, chamando a atenção dos alunos para detalhes que não

tenham sido observados. Se houver necessidade, fará os questionamentos abaixo:

1. Por que o gato deixa de ser alimentado com leite?

2. Ele aceita a troca facilmente?

25

3. Que estratégias o “segundo” dono usa para persuadir o gato a aceitar o

outro alimento?

4. Quais as semelhanças entre os donos do gato?

5. O que fez o gato mudar de ideia com relação à troca de alimento? Foram as

propagandas?

6. O gato gostava muito de leite. Por que ele recusa esta bebida quando o

antigo dono volta?

7. Por que o gato aparece e permanece em cima do muro? O que poderia

significar esse fato?

8. No caso específico desse vídeo, o que fez o gato mudar de opinião?

Comente.

9. Que características o ser humano precisa ter para não se deixar levar pela

persuasão? E para não se deixar levar pela opressão?

Depois disso, os alunos já estarão preparados para analisar as situações de

persuasão e as ideologias presentes no filme para responder as questões abaixo:

1. Em quais momentos do filme aparecem situações de persuasão?

2. Qual é a ideologia predominante no filme? Há outras? Quais?

3. Em equipes, crie uma situação semelhante a essa do filme, escreva-a e

apresente aos colegas.

QUINTA ETAPA

5.1 Apresentação da animação “Garri Bardin – Prezhde my byli pticami”

Nesta aula, os alunos assistirão à animação russa “Garri Bardin - Prezhde

my byli pticami”, encontrada com o título “Before We Were Birds”, em inglês e

“Quando éramos pássaros”, em português. É um curta-metragem de 1981,

colorido, com 16min de duração e que pode ser encontrado no link:

26

(<http://www.youtube.com/results?search_query=garri+bardin+prezhde+my+byli+pt

icami&search_type=&aq=f>).

Se os alunos manifestarem interesse em saber mais sobre o povo cigano, a

professora sugerirá que eles pesquisem na biblioteca e/ou que acessem os

seguintes links:

a) (<http://www.guardioesdaluz.com.br/ciganoshistoria.htm>);

b) (<http://vidasimples.abril.com.br/100respostas/conteudo_258541.shtml>);

c) (<http://www.imninalu.net/Rom-ciganos.htm>);

d) (<http://www.caminhandocomosol.com.br/origem_dos_ciganos.htm>);

e) (<http://pt.wikipedia.org/wiki/Ciganos>);

f) (<http://www.fortunecity.com/roswell/blavatsky/257/ciganos.htm>).

5.2 Atividades orais e escritas sobre a animação

Os procedimentos da professora serão os mesmos adotados no filme

anterior: assistir ao vídeo uma vez, sem comentário prévio por parte dela. Depois

ela anotará, no quadro de giz, as impressões que os alunos tiverem. Se houver

necessidade de complementar as observações dos alunos, a professora fará as

seguintes questões:

1. Por que a animação se chama “Quando éramos pássaros”?

2. Em que lugares a história se passa?

3. Comente sobre o comportamento dos pássaros nos seguintes momentos: no

início do filme, na gaiola e depois de saírem da gaiola.

4. Quem narra a história?

5. Você conhece algum cigano? Qual a relação dessa história com o modo de

vida do povo cigano?

6. “Quero ser livre como um pássaro”; qual a conexão que você faz dessa frase

com o vídeo, especialmente com o narrador?

27

Logo após os comentários, a professora colocará o vídeo mais uma vez e

pedirá para os alunos observarem que o céu escurece um pouco antes dos

pássaros verem a gaiola; explicará que esse escurecimento é sinal de que algo

funesto poderá acontecer. Os alunos assistirão à animação novamente e após

novas discussões, eles responderão as seguintes perguntas:

1. Por que o chefe do bando não conseguiu persuadir os pássaros a se

afastarem da gaiola?

2. O líder do bando era um verdadeiro líder? Por quê?

3. Qual a diferença entre amar e querer manter o controle sobre o outro?

4. O que atraiu a atenção do bando para a gaiola? Por que eles permaneceram

lá?

5. Analise o líder do bando e o líder da gaiola e escreva as semelhanças e as

diferenças que possa haver entre eles.

6. O que aconteceu com o pássaro que liderava o bando? Por quê?

7. Como eram os pássaros da gaiola? Por quê?

8. Que acontecimento fez com que os pássaros saíssem da gaiola?

9. Por que os pássaros não conseguiram mais voar, depois que saíram da

gaiola?

10. Se os pássaros sentiram vontade de sair da gaiola e puderam fazê-lo, por

que os moradores antigos permaneceram “presos”?

11. Analisando o comportamento dos pássaros, pode-se dizer que pareciam ser

dependentes e imaturos. Com base nisso, quais características apresenta

uma pessoa madura e independente?

12. Pessoas imaturas são mais facilmente “levadas” por ideias que não sejam

suas. Por quê?

28

SEXTA ETAPA

6. 1 Biografia e obras do escritor libanês Gibran Khalil Gibran

Nesta unidade, a professora falará sobre o texto “Satanás”, encontrado no

livro “Temporais”, de Gibran Khalil Gibran, traduzido e apresentado por Mansour

Challita, editado pela Acigi – Associação Cultural Internacional Gibran, em 1973.

Ela fará um comentário sobre o autor e suas obras, conforme o quadro abaixo, e

dirá que uma biografia mais aprofundada, pode ser encontrada no início do livro “O

Profeta”, do mesmo autor e tradutor e, também, nos links:

a) (<http://www.paralerepensar.com.br/gibran.htm>);

b) (<http://www.culturabrasil.pro.br/gibran.htm>).

Gibran Khalil Gibran nasceu no dia 6 de dezembro de 1883, em

Bicharre, na montanha do Líbano. Mudou-se para os Estados Unidos em

1894, mas voltou ao Líbano em 1898 para completar seus estudos árabes

até em 1902. Neste ano, foi novamente para os Estados Unidos (Boston).

Em 1908 foi para Paris e estudou na Académie Julien até em 1910, ano

que voltou a Boston e que, também, mudou-se para Nova Iorque, onde

viveu até seus últimos dias.

O livro mais conhecido desse autor é “O Profeta”, mas ele escreveu

outros, notáveis também; para citar apenas alguns: “Temporais”, “O

Louco”, “A Voz do Mestre”, “A Música”, “Jesus, o Filho do Homem”, “Asas

Partidas”. Após sua morte, foram publicados: “Curiosidades e Belezas”, “O

Errante” e o “Jardim do Profeta”. Além de escrever, Gibran também pintava

telas.

Gibran Khalil Gibran morreu em 10 de abril de 1931, no Hospital São

Vicente, em Nova Iorque, mas em 21 de agosto de 1931, seus restos

mortais foram levados a Bicharre e enterrados na vertente de uma colina,

num velho convento cavado na rocha.

29

6.2 Estudo do texto “Satanás”

Para iniciar o trabalho com o conto “Satanás”, a professora dirá que o texto

traz a história de um padre muito preocupado e zeloso com os seus fiéis. Esse

Sacerdote encontra Satanás moribundo, quando caminha por uma estrada isolada.

É por meio desse encontro e do diálogo que se trava entre os dois personagens

que se tem a clareza da verdade que cada ser humano carrega dentro de si; e

também que, em alguns casos, a aparente preocupação com o próximo pode ser

apenas egoísmo. Após esse breve comentário, os alunos farão uma leitura

silenciosa do conto. A seguir, um pequeno trecho.

SATANÁS

Gibran khalil Gibran

“O Padre Simão era conhecedor profundo dos assuntos espirituais e

teológicos, [...]. Percorria as aldeias do Líbano do Norte, pregando penitência

aos fiéis, curando suas almas do mal e prevenindo-os contra as armadilhas do

demônio, a quem padre Simão combatia dia e noite sem desanimar e sem

descansar.

[...] Certa tarde de outono, padre Simão caminhava por um lugar isolado

[...], quando ouviu gemidos dolorosos vindos da beira da estrada. Olhou e viu

um homem desnudo, estendido sobre o pedregulho; o sangue jorrava-lhe de

feridas profundas na cabeça e no peito, e ele implorava socorro: „Salva-me!

Ajuda-me! Tem pena de mim! Estou morrendo.‟

O padre parou, perplexo, considerou o homem e concluiu: „Deve ser algum

salteador, que atacou um viajante e foi repelido. Está agonizando. Se expirar

em minhas mãos, responsabilizar-me-ão pela sua morte‟.

E reiniciou sua marcha [...]”.

Assim que a turma terminar de ler o texto, a professora anotará as

impressões de leitura no quadro de giz. Nesse momento, far-se-á uma discussão

comparando a história lida com outras situações semelhantes, vividas e/ou

30

conhecidas pelos alunos. A professora chamará a atenção dos alunos para a

persuasão presente nos diálogos, a qual mostra claramente os interesses

individuais e particulares dos personagens. Será importante, também, analisar o

fato de que – no caso desse texto – a população é guiada, “inocentemente”, por

uma ideologia que se quer imagina que exista. Após esse trabalho, a turma será

dividida em equipes para realizar as seguintes atividades:

­ Discutam e tentem encontrar situações, como essa mostrada no texto, e

que passam despercebidas pela maioria das pessoas. Anotem as

respostas e exponham aos demais colegas da sala.

SÉTIMA ETAPA

7.1 Exposição sobre o gênero textual dramático

Nesta etapa, os alunos irão dramatizar o texto estudado; para tanto, a

professora ensinará como se produz uma peça teatral, dizendo que é diferente das

demais produções. Ela mostrará o texto teatral “Duplo assalto”, de Max Nunes,

encontrado no livro “O pescoço da girafa”, (pp. 11-13), e também no link:

(<http://efemeroeironico.blogspot.com/2009/09/duplo-assalto-max-nunes.html>),

para os alunos terem uma maior clareza do trabalho que terão de desenvolver.

Será importante deixar claro para os alunos que a maioria dos textos é

“dramatizável”, que não há necessidade de encenar somente os textos do gênero

dramático – produzidos por um dramaturgo – mas que qualquer texto que

apresente narrativa, personagens, espaço e tempo pode ser dramatizado. O texto

em questão – Satanás – não é um texto do gênero dramático, mas é possível ser

encenado. Não é necessário também, no dia-a-dia da sala de aula, fazer a

transformação de um texto narrativo em texto dramático toda vez que for

representar, pois com a criatividade e inventividade dos alunos é perfeitamente

plausível realizar esse trabalho pulando a etapa da mudança de gêneros. Porém, é

importante esclarecer, também, que quando se faz essa mudança, o trabalho fica

mais organizado, mais didático, principalmente no que se refere às rubricas, as

quais só existem no gênero dramático e fornecem informações valiosíssimas para

31

o diretor e para os atores com relação ao espaço, aos personagens, ao tempo

(manhã, tarde, noite, etc.), ao modo como os personagens vão reagir em cena,

enfim, se esse trabalho não for realizado, questões importantes terão de ser

tratadas de maneira improvisada ou apenas pela combinação verbal entre diretor e

atores. Muitas vezes, é necessário que se parta diretamente para a dramatização a

fim de que a turma não perca o momento de entusiasmo e/ou fascínio pelo texto;

por exemplo, com textos curtos, humorísticos, piadas, imitação de algum

acontecimento, entre outros. É importante que o professor tenha perspicácia para

saber o momento de desenvolver um trabalho mais elaborado e o momento de um

trabalho menos formal e de improvisação.

A professora comparará o gênero teatral a outros gêneros textuais: romance,

conto, lenda, fábula e tantos mais; e dirá que nesse gênero também é necessário

apresentar personagens que vão agir em um determinado tempo e lugar. Mas, que

nesse formato de texto, não há, por exemplo, a presença de um narrador, pois a

história é representada por ações dos personagens e não contada por alguém. Há,

porém, na contemporaneidade, dramaturgos (nome dado a autores de peças

teatrais) que usam o recurso da narração em seus textos, mas, tradicionalmente, o

narrador é substituído por diálogos, ações e rubricas; estas são esclarecimentos

dados pelo autor que antecipam tudo o que vai ocorrer no palco, ou seja, elas

fornecem as características do cenário e das falas, as ações e os movimentos dos

personagens. As rubricas que se referem à peça de uma forma geral devem ser

escritas no centro da página, no alto do texto de cada cena; aquelas que se

referem exclusivamente aos personagens virão antes das falas e após o nome do

personagem em questão, uma vez que os nomes dos personagens precedem suas

falas. É importante esclarecer que as rubricas devem ser escritas com letra de tipo

diferente: em itálico ou em maiúsculas.

Os alunos serão orientados sobre o fato de que, nesse gênero, o texto deve

ser organizado em atos e cenas. Estas determinam as entradas e saídas de

personagens e, também, as mudanças de cenários; aqueles estabelecem o

desenvolvimento progressivo da história, esclarecendo cada conflito apresentado.

Uma característica bastante encontrada nesse gênero textual é a presença

das marcas da oralidade, pois os atores estão representando o cotidiano dos

personagens e seu modo espontâneo de falar.

32

Após as explanações e anotações no quadro de giz (ou TV Pendrive), a

professora sugerirá aos alunos, uma pesquisa no link:

(<http://www.cobra.pages.nom.br/ecp-teatroscript.html>) e/ou na biblioteca da

escola para ter maior clareza e conhecimento sobre o assunto.

7. 2 Adaptação do texto “Satanás” para o gênero dramático

Terminado esse trabalho, os alunos se reunirão em equipes novamente e

receberão o seguinte comando:

­ Discutam entre si e adaptem o texto “Satanás” para o gênero dramático.

Vocês têm liberdade para apresentar a história como desejarem e

acharem conveniente, porém é importante que vocês mantenham a

integridade dos diálogos.

As equipes terão um determinado tempo para se organizarem e iniciarem os

ensaios. A apresentação poderá ser feita em forma de leitura dramatizada, não

havendo necessidade de decorar as falas.

7. 3 Dramatização do texto “Satanás”

Terminados os ensaios, as equipes apresentarão a história aos colegas, na

sala de aula mesmo. No término desse trabalho, a professora e os alunos farão

uma avaliação das apresentações, discutindo os aspectos abordados por cada

equipe, as partes que foram mais enfatizadas, as que foram secundarizadas e

questões relevantes que possam ter sido trazidas à tona com as apresentações.

33

OITAVA ETAPA

8. 1 Retomada do significado das palavras “persuasão” e “ideologia” a partir

do texto estudado

A professora dirá aos alunos que o texto estudado trouxe Padre Simão e

Satanás como personagens, mas que esse fato poderia ter ocorrido em qualquer

situação que haja diferenças sociais, raciais, econômicas, culturais, políticas, enfim,

em qualquer situação que um indivíduo objetive ter o domínio sobre o outro; e o

terreno das “diferenças” é propício para isso – o qual deveria ser motivo de

crescimento e não de dominação. O trabalho com esse texto deverá mostrar o

quanto as ideologias e os interesses particulares podem influenciar as relações

sociais e, principalmente, a vida de cada um; e que a persuasão presente em falas

e atitudes de quem detém ou ambiciona o poder, é uma eficaz ferramenta usada

para influenciar e direcionar pessoas para determinadas ideologias, muitas vezes

sem que essas pessoas percebam. E o poder, neste caso, refere-se a qualquer

situação de domínio, da mais simples a mais complexa – pais e filhos, consumidor

e comerciante, alunos e professores/diretores, “compradores” e publicitários,

cidadãos e governantes, eleitores e políticos – e dessa maneira,

indeterminadamente; assim sendo, o texto trouxe dois personagens que poderiam

ser substituídos por qualquer outra pessoa ou entidade.

8.2 Produção de textos dramáticos a partir o conteúdo trabalhado

Com esse comentário, a professora fará o encerramento dos trabalhos

referentes ao texto “Satanás” e pedirá para os alunos se reunirem novamente (sem

necessidade de manter as mesmas equipes), a fim de produzir um texto teatral em

que apareça alguma forma de ideologia e de persuasão. A persuasão deverá

aparecer bem marcada em um ou mais personagens para que uma determinada

ideologia (escolhida pela equipe) seja aceita e incorporada por outros personagens.

Essa produção deverá trazer a síntese do assunto trabalhado. Para tanto, a

professora dirá que a produção desse texto deverá seguir as instruções dadas

anteriormente para o gênero textual dramático.

34

8.3 Dramatização dos textos produzidos

As equipes terão um tempo determinado para a produção dos textos. Após

esse trabalho, a professora analisará as produções com cada equipe, fará as

correções necessárias e dará um determinado tempo para os ensaios. Depois de

realizados os ensaios e feitos os ajustes, as equipes apresentarão as peças

produzidas aos demais colegas, na sala de aula.

8.4 Discussão avaliativa sobre o trabalho desenvolvido

Quando todos os alunos se apresentarem, far-se-á uma discussão geral

sobre os temas abordados e o modo como foram apresentados. Será importante

que todos os alunos participem dessa discussão, dando suas contribuições a

respeito de todos os momentos da aplicação do projeto, avaliando os pontos

positivos e negativos e fazendo uma autoavaliação para perceberem as mudanças

no modo de pensar e de agir, antes e depois do trabalho desenvolvido.

NONA ETAPA

9.1 Avaliação

Os alunos serão avaliados em todos os momentos da aplicação deste

Caderno Pedagógico. A professora observará a participação de todos e anotará as

atividades realizadas por eles.

A mentora desse trabalho terá grande interesse e preocupação em verificar

a aprendizagem dos alunos durante todo o processo, com o objetivo de que ao final

do desenvolvimento de todas as atividades, os educandos apresentem uma

mudança na maneira de pensar, de ver o mundo, de se relacionar com seus

semelhantes, de enxergar e sentir a leitura como uma senha para abrir-lhes novos

horizontes e ajudá-los a entender o espaço-temporal em que vivem.

Em nenhum momento, a professora terá a pretensão de formar atores, de

avaliar o desempenho dos alunos nas apresentações, mas sim a de ver alunos

35

empenhados em superar e transpor obstáculos que possam impedi-los de ser eles

mesmos.

REFERÊNCIAS

BELTRÃO, Eliana Santos; GORDILHO, Tereza. Novo diálogo. 1. ed. São Paulo: FTD, 2006.

BIOGRAFIA de Gibran: Disponível em: <http://www.culturabrasil.pro.br/gibran.htm>; <http://www.paralerepensar.com.br/gibran.htm>. Acesso em: 22 abr. 2010.

CARTOON sobre contradições. Disponível em: <http://lh6.ggpht.com/_wvyZH_f1Gik/SuOURlVY0MI/AAAAAAAAA2M/Q0twWzvq7nk/Qualcontradio_thumb5.jpg>. Acesso em: 28 fev. 2010.

CHARGE sobre pessoas que detêm uma forma de poder. Disponível em: <http://4.bp.blogspot.com/_kxhb91503ik/Sm4sWr6dPqI/AAAAAAAAFKw/Ols6BpWPQZ4/s400/charge%5B1%5D.jpg>. Acesso em: 28 fev. 2010.

CEGALLA, Domingos Paschoal. Minigramática da língua portuguesa. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 1990.

CITELLI, Adilson. Linguagem e persuasão. 6. ed. São Paulo: Ática, 1991.

CRIANÇA, a alma do negócio. Direção de Estela Renner. Produção executiva de Marcos Nisti. Produtora: Maria Farinha Produções. Versão reduzida do documentário (10min7s). Disponível em: <http://www.youtube.com/watch?v=n0zK8v245oM>. Acesso em: 28 fev. 2010.

DICIONÁRIO Priberam da Língua Portuguesa. Disponível em: <http://www.priberam.pt/dlpo/Default.aspx>. Acesso em: 4 maio 2010.

ENCICLOPÉDIA Barsa. São Paulo: Encyclopaedia Britannica do Brasil, 1993. 9 v.

FARACO, Carlos Emílio; MOURA, Francisco Marto. Português. 1. ed. São Paulo: Ática, 2004.

FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Dicionário do Aurélio online. Disponível em: <http://www.dicionariodoaurelio.com/>. Acesso em: 28 fev. 2010.

FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. São Paulo: Paz e Terra, 1996.

GARRI BARDIN - Prezhde my byli pticami (Before We Were Birds). Curta-metragem, 16min, 1981, colorido. Produção e distribuição:

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