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O PROFESSOR PDE E OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE 2009 Produção Didático-Pedagógica Versão Online ISBN 978-85-8015-053-7 Cadernos PDE VOLUME I I

DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE 2009 - … · O texto do Editorial em geral é organizado em três blocos: tese (breve resumo do assunto e introdução da opinião a ser defendida),

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O PROFESSOR PDE E OS DESAFIOSDA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE

2009

Produção Didático-Pedagógica

Versão Online ISBN 978-85-8015-053-7Cadernos PDE

VOLU

ME I

I

1

SEQUÊNCIA DIDÁTICA O Discurso Jornalístico Através dos Editoriais

A Construção do Discurso Jornalístico

Material Didático apresentado ao Programa de Desenvolvimento Educacional – PDE da Secretaria de Estado da Educação do Paraná, vinculado à Universidade Estadual do Oeste do Paraná, UNIOESTE, Campus de Cascavel sob a orientação do Professor Dr. Alexandre Sebastião Ferrari Soares, em cumprimento às atividades inerentes ao professor PDE.

CLEUNICE TEREZINHA SABEDOT CELLA

Francisco Beltrão – PR 2009/2010

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SEQUÊNCIA DIDÁTICA

O DISCURSO JORNALÍSTICO ATRAVÉS DOS EDITORIAIS

Material Didático apresentado ao Programa de Desenvolvimento Educacional – PDE - da Secretaria de Educação do Paraná, vinculado à Universidade Estadual do Oeste do Paraná, UNIOESTE, Campus de Cascavel, sob a orientação do Professor Dr. Alexandre Sebastião Ferrari Soares, em cumprimento às atividades inerentes ao professor PDE.

IDENTIFICAÇÃO

1.1 Professora PDE: Cleunice Terezinha Sabedot Cella

1.2 Professor Orientador: Alexandre Sebastião Ferrari Soares

1.3 IES vinculada: UNIOSTE - Cascavel

1.4 Área: Língua Portuguesa

1.5 Núcleo: Francisco Beltrão

1.6 Estabelecimento: Colégio Estadual Tancredo Neves

1.7 Série participante: 2º ano do Ensino Médio

1.8 Período de realização: 2º semestre de 2010

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APRESENTAÇÃO

Conforme as Diretrizes Curriculares de Educação Básica do Estado do Paraná

(2008, p. 55).

A ação pedagógica referente a linguagem precisa pautar-se na interlocução, e em atividades planejadas que possibilitem o aluno a leitura e a produção oral e escrita, bem como a reflexão e o uso da linguagem em diferentes situações. Desse modo sugere-se um trabalho pedagógico que priorize as práticas sociais. ( Grifos Nossos).

Entendemos que o trabalho com o jornal em sala de aula pode ser considerado

como um processo de construção de conhecimento, onde através da leitura e escrita o

aluno pode perceber que o discurso presente vai além de seu caráter informativo, ele produz

verdades e um discurso de representação do mundo a partir de certas condições de

produção. “O discurso é a palavra em movimento, prática de linguagem: com o estudo

observa-se o homem falando” (ORLANDI, 2007, p. 15). Assim para uma intervenção que

favoreça a aprendizagem dos alunos, melhorando o entendimento sobre os discursos

jornalísticos foi elaborada uma Seqüência Didática em três módulos organizados.

Conforme Schneuwly Dolz (2002, p. 53) “As seqüências didáticas buscam

confrontar os alunos com práticas de linguagem historicamente construídas, para lhes dar

as possibilidades de reconstruí-las e delas se apropriarem”.

As atividades desta Seqüência Didática serão desenvolvidas com os alunos do 2º

ano do Ensino Médio, do Colégio Estadual Tancredo Neves de Francisco Beltrão, de forma

gradual, analisando o conhecimento que o aluno possui do Editorial e identificando os

pontos que precisam ser trabalhados.

O objetivo desse trabalho é levar o aluno a ter um contato maior com o jornal, dando

a eles a oportunidade de discutir e analisar a Construção do Discurso Jornalísticos

presentes nos Editoriais, compreendendo o seu funcionamento e seus efeitos de sentido.

Dessa forma o trabalho estará fundamentado na concepção de língua como interação entre

as pessoas onde todos podem exercer sua cidadania

As avaliações do desenvolvimento das atividades serão feitas de forma contínua,

isto é em todos os momentos, durante a implementação da proposta de intervenção, dando

ênfase na aquisição de conhecimentos em consonância com as Diretrizes Curriculares

Estaduais.

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SUMÁRIO

1 – Identificação.....................................................................................................2

2 – Apresentação..................................................................................................3

3 – Levantamento de dados.................................................................................5

4 – Módulo I: Reconhecendo o Editorial ............................................................6

• Texto: O Grande começa pequeno ..............................................................6 • Leitura e atividades ......................................................................................6 • Texto: Refletindo o bom e o melhor .............................................................7 • Reflexão e atividades ..................................................................................7 • Textos: O que se ganha com os jogos abertos ............................................8 • A Idolatria faz mal ........................................................................................8 • Leitura comparativa e atividades ................................................................9

5 – Modulo II:- Construção do Discurso Jornalístico nos Editoriais ..............10

• Texto: O Brilho das Obras Escondidas .....................................................10 • Atividades .................................................................................................11 • Texto: O excesso de candidatos ...............................................................11 • Atividades .................................................................................................12 • Texto: Registrado pela literatura ...............................................................13 • Texto:Um passo a frente ...........................................................................13 • Texto: Fim da crise? ..................................................................................14

6 – Módulo III: Pesquisa e Produção de um Editorial ...................................15

7 - Referências Bibliográficas ........................................................................16

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3- Levantamento de Dados

Editorial

O Editorial é um dos gêneros discursivo que circulam nos jornais, expressando o

ponto de vista do periódico (seja da empresa jornalística, seja da equipe de redação), a

respeito de temas, sobretudo notícias, reportagens, entrevistas ou pesquisas veiculadas

em geral, na data anterior. É publicado sem assinatura e “sem a obrigação de se ater a

nenhuma imparcialidade ou objetividade”. (htp: //pt. wikipedia.org/wiki/editorial).

O texto do Editorial em geral é organizado em três blocos: tese (breve resumo do

assunto e introdução da opinião a ser defendida), desenvolvimento (apresentação dos

argumentos que o jornal defende e contestação dos argumentos a que se opõe) e

conclusão (reforço da posição ou opinião adotada pelo jornal).

No Editorial, o profissional encarregado por sua redação é denominado

editorialista, sua função é a de se posicionar sobre temas polêmicos, manifestando sua

adesão por meio de mecanismos argumentativos próprios do jornalismo.

RESPONDA:

• Você lê jornais?

• As informações para você e sua família chegam através de qual meio de

comunicação?

• Você considera o jornal uma mídia importante? Por quê?

• O que você mais gosta de ler num jornal?

• Você sabe como são organizadas as seções dos jornais?

• Você sabe o que é um Editorial? Já leu algum?

• Qual era o assunto?

• Você concorda com a seguinte frase:”Quem lê jornal sabe mais”.

Justifique a sua resposta.

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4 – Módulo I: Reconhecendo o Editorial

O Grande Começa

Pequeno

A imprensa do mundo inteiro noticiou durante esta semana o encontro dos oito países mais ricos, o chamado G-8, realizado na Alemanha, com presença também dos outros cinco emergentes, ou seja, os que estão a caminho do primeiro time: Brasil, Índia, México, China e África do Sul.

O motivo do evento é a inadiável contenção da poluição do planeta, causada pela emissão de gases produzidos, principalmente, pelos oito países mais ricos. Até ontem, nada de novo havia surgido e, portanto, poucas esperanças de uma atitude mais séria e coerente dos países ricos, responsáveis pela produção de 60% do material poluente. Mesmo com a constatação dramática e irreversível do aquecimento global, ameaçador para a vida na Terra, não houve sinais de medidas concretas a respeito.

O Brasil participou do encontro na Alemanha com o presidente Lula mas, mesmo sendo o assunto motivador, o clima do planeta não foi tratado com exclusiva prioridade. As desavenças armamentistas entre Estados Unidos e Rússia, os investimentos em países com grande perspectiva de rentabilidade e outros temas ocuparam a atenção dos líderes mundiais. Como se sabe, há mais de dez anos foi redigido o chamado Protocolo de Kyoto (Japão), exatamente sobre a urgente suspensão dos gases

poluentes, mas os EUA se negam a aderir e o mundo vê seus recursos naturais diminuírem, assim como suas geleiras derreterem. Os cientistas concluem estudos, os economistas elaboram cálculos sobre as vantagens de se preservar a natureza mas falta a decisão política de quem realmente pode interferir positivamente na solução do problema. Porém, nem tudo é desesperança. Se no plano macro o mundo tem muito a se preocupar, não faltam iniciativas micro, localizadas, mas capazes de gerar crença positiva num belo futuro. Em Francisco Beltrão, desenvolve-se uma ação envolvendo a Prefeitura, Promotoria de Justiça, Sanepar, IAP e outras entidades, empresas e segmentos para realização do Projeto Fundo Azul, objetivando a recuperação de matas ciliares no Rio Marrecas e seus afluentes. Também o Rio Lonqueador está sendo alvo de um trabalho elogiável do curso de Geografia da Unioeste, em parceria com a Unimed. A preservação do rio e suas margens deixam de ser peças publicitárias para acontecer verdadeiramente na prática. Estas e outras ações, pequenas ante a imensidão do planeta, são capazes de gerar não apenas esperança mas também um futuro melhor. Jornal de Beltrão, 09 de junho de 2007.

IDENTIFIQUE: a) Local de publicação. b) Data de publicação. c) Suporte de circulação. d) Questão polêmica. e) Posição da redação do jornal a respeito da polêmica. f) Argumentos usados pela redação do jornal para justificar sua posição. g) Objetivo do jornal.

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A T I V I D A D E

Análise do contexto de função social e estrutura composicional do Gênero Editorial.

a) Que segmento social o editorialista representa? b) Quem é o público leitor? c) Qual é o assunto? O que tem a ver com a realidade do povo Beltronense? d) Por que a temática estava sendo discutida naquele momento? e) Através do título é possível perceber o ponto de vista do editorialista? Que

elementos indicam isso? f) Quais são os argumentos que o editorialista utiliza para se posicionar a favor

da 23º Expobel?

Refletindo o Bom e o Melhor

Ainda há tempo suficiente para todos, de qualquer lugar do Sudoeste, visitar a 23ª. Expobel, no Parque de Exposições Jayme Canet Júnior de Francisco Beltrão. Até amanhã à noite as novidades de todos os setores de nossa conjuntura econômica e social permanecem graciosamente disponíveis à apreciação, ensejando novos sonhos, muitos negócios e milhares de contatos entre consumidores e fornecedores. E, para além de tudo isto, a Expobel tem o mérito de refletir o momento entusiasmado de nossas forças produtivas. Primeiro, a condição do país, com a dívida externa equacionada, o crédito abundante e a inflação controlada. Isto proporciona um saudável impulso econômico levando, por exemplo, o pretendente de determinado modelo de carro a entrar para a lista de espera até tornar-se um feliz proprietário. Assim, através da Expobel, podemos observar que o Sudoeste está incluso nesta pujança econômica do Brasil. Em que pese a distância dos grandes centros econômicos e populacionais, nossa região também vive algo digno de registro e comemoração. O clima nosso de cada dia é controvertido. Em alguns pontos há queixas de poucas chuvas e até mesmo de falta de água, mas a agricultura e a pecuária, como fruto de especialização e investimentos, crescem a olhos vistos a ponto de acompanhar a mesma tendência verificada no Estado e no país, ora aguardando mais uma supersafra. Por isso a Expobel está se caracterizando como um grande e majestoso palco de tudo quanto produzimos e consumimos, com a vantagem de ocorrer num parque inigualável e numa cidade cuja localização geográfica é considerada perfeita. Porém, não se deve esquecer a resposta do público. O recorde de visitantes já está assegurado. Isto também comprova outra qualidade do beltronense e do sudoestino pois, inegavelmente, somos um povo que gosta de sair de casa, de passear e conhecer as novidades, sobretudo quando mostradas de forma organizada, como é o caso da Expobel. Ou seja, aqui está a prova, ou a receita, do sucesso: quando se promove um evento com preços civilizados, em local agradável e tendo como condimento a hospitalidade, as chances de êxito são certas e o retorno é a satisfação e a interação entre as atrações e o público. Logo, já se pode cumprimentar os organizadores, elogiar os expositores e agradecer à população, que correspondeu com seu prestígio, coisa facilmente encontrável onde há algo que vale a pena ser visto. E a Expobel tem tudo isto e muito mais.

Jornal de Beltrão, 15 de março de 2008.

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O que se ganha com os Jogos Abertos

Uma multidão de seis mil pessoas já está em Francisco Beltrão para a realização da 48ª edição dos Jogos Abertos do Paraná. Um ano inteiro de preparativos e expectativas para chegar agora no ponto culminante da competição e sediar a mais importante jornada esportiva do Estado.

O prefeito Vilmar Cordasso ao assumir o desafio sabia do gigantismo da tarefa, mas acertou ao confiar em sua equipe e nas forças coesas deste município, cuja vocação é a grandiosidade e a busca permanente do crescimento e da integração. Com este evento, é importante frisar, não estamos tendo qualquer despesa, mas realizando um grande investimento.

Exato. Ao final da promoção, a cidade terá uma série enorme de locais de competição esportiva e quem vai desfrutar de tamanha infra-estrutura são os beltronenses, sobretudo os jovens que buscam e necessitam cada vez mais de opções para o desempenho de atividades saudáveis, dentre as quais uma das mais importantes é o esporte.

Realizar os Jogos Abertos do Paraná é ampliar e melhorar para a cidade uma grande estrutura de praças esportivas que, doravante, serão da comunidade local. E há também o incentivo à economia local, tão freqüentemente reclamada aos governantes municipais. Isto também se consegue com os Jogos Abertos que aí estão movimentando nosso comércio.

Assim, ao sediar os Jogos Abertos, Francisco Beltrão se insere na reduzida lista de cidades capazes de assumir esta promoção e registra na história esportiva do nosso Estado uma página nobre.

Além de contribuir com a disseminação e incentivo ao esporte, contribui para a integração estadual e dá um exemplo de capacidade de trabalho e competência.

Por sinal, estes são procedimentos tão característicos e próprios do povo sudoestino.

Jornal de Beltrão, 5 de novembro de 2005.

A idolatria faz mal Em plena disputa dos Jogos Olímpicos nos deparamos com uma avalanche de apelos insistentes em prol da conquista de medalhas a tal ponto que muitos atletas quase sucumbem emocionalmente quando estas lhe escapam.

O tema tratado nos textos 01 e 02, em escala local e global são apreciados pela maioria da população brasileira.

Texto 1

Texto 2

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A insistente cobertura da imprensa colabora para a criação de um ambiente onde só os poucos capazes de amealhar um lugar no pódio parecem merecedores de loas e elogios. Assim, o Brasil, presente nesta Olimpíada com 270 competidores, parece valorizar apenas os raros vencedores de tão árdua batalha. Isto, sem dúvida, é um equívoco, pois para chegar a Pequim cada um dispendeu tempo, esforço físico e imensos sacrifícios em preparação, treinamentos e dedicação. A televisão, principalmente, transforma prematuramente em ídolos os jovens classificados para a Olimpíada e cria neles uma ansiedade incomum e até desnecessária, pois o simples fato de terem galgado índices que os credenciaram aos jogos já os faz vencedores. Poucas vezes os grandes veículos de comunicação alertaram os jovens, boa parte formada por adolescentes, sobre a dureza das competições e as qualidades dos demais participantes. No tempo dedicado à cobertura dos jogos, a análise recai exclusivamente sobre as chances de medalha, como se o fato de ter indo a Pequim já não fosse, para os atletas, uma portentosa vitória. Exemplo correto vem da Sogipa, um clube de Porto Alegre: seu principal atleta, João Derli, desclassificado na modalidade de judô, ainda na primeira fase, será recebido com honras de campeão. A Olimpíada é um evento de muito tempo, capaz de reunir todos os países do mundo, promovendo uma integração inigualável e estimulando os jovens à saudável prática esportiva. Em favor dela, pode-se dizer também que se trata de um momento raro de confraternização e troca de convivência entre pessoas de culturas muito diferentes. Mas a valorização excessiva das vitórias, todas por ínfimos segundos ou por detalhes só perceptíveis eletronicamente, pode desvirtuar o objetivo maior da promoção, qual seja, o importante é competir. E mais que isso, ao idolatrar antecipadamente os jovens, pressionando-os por vitórias nem sempre possíveis, pode-se fazer desmoronar personalidades sadias, pois em todas as situações a idolatria faz mal.

Jornal de Beltrão, 16 de agosto de 2008.

a) Observe o texto 01 e o texto 02. Que relação de sentido é possível

estabelecer entre eles? b) Liste as informações já ditas no texto 01, que são retomadas no texto 02,

para sustentar a opinião do jornal.

c) O texto 02 deixa claro que os atletas são cobrados de forma insistente pela mídia para conquistar medalhas. Você concorda com isso? Comente.

Quais são as contribuições sociais e culturais que os Jogos Abertos e os Jogos Olímpicos podem trazer para as cidades e o país?

A T I V I D A D E

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Como você observou o texto acima mostra práticas políticas em outras épocas, que pouco investiam nas chamadas “obras enterradas”.

5 – Modulo II:- Construção do Discurso Jornalístico nos Editoriais

O Brilho das Obras

Escondidas

Faz parte do anedotário folclórico brasileiro a indisposição de políticos do começo do século passado em determinar a construção de obras ‘enterradas’ pois que estas escondidas sob calçadas e ruas, não rendiam o quociente eleitoral tão desejado por quem faz do voto a sua meta principal na vida pública. Ao longo das primeiras décadas do século 20, foram incontáveis as passagens pelas mais variadas peças literárias denunciando o quanto nossos políticos e administradores se mostravam avessos às obras ditas escondidas, sobretudo aquelas que - nas camadas mais pobres da população - não proporcionavam o impacto tão necessário para quem prioriza o processo eleitoral na sua passagem pelo poder político. Felizmente, aos poucos, esta situação começa a ser deixada para trás, como também a crítica quanto à rapidez como as medidas anunciadas pelos governos do Estado ou Federal, chegam ao cidadão comum. Assim, também foi tema de muitas crônicas a eficiência do anúncio de cortes orçamentários, contenção de investimentos, enxugamento da liquidez do mercado. Muitos foram os momentos em que um ministro aparecia nos telejornais da noite confirmando e justificando medidas duras na economia e, de manhã, bem cedo, ao

entrar no banco, a ato já estava praticado.Nesta mesma linha de pensamento, também passa a acontecer positivamente com as decisões favoráveis à população. Assim foi nesta semana em que o presidente Lula num gesto digno dos melhores e maiores elogios anunciou a liberação de vários bilhões para saneamento básico no País, incluindo uma parcela importante para o Paraná, via Sanepar. Um ou dois dias depois, o Governo do Paraná já realizava a assinatura de convênios para cidades da região, como Ampere, por exemplo, justamente aplicando os recursos em água, esgoto e saneamento. E fortalecendo a impressão de mudança de que os novos governos, de Lula e Requião, possuem coragem suficiente para investir em obras ‘escondidas’ o próprio Caíto Quintana, na condição de chefe da Casa Civil do Governo do Estado, confirmou a ampliação da estrutura operacional da Sanepar na região com o nobre objetivo de render mais, produzir mais, ou seja, fazer mais pela população do Sudoeste, tão carente de obras de infra-estrutura em saneamento. Na prática, é alvissareiro registrar a superação de antigas práticas do século passado e poder aplaudir autoridades corajosas ao ponto de investir em obras que não serão vistas por ninguém, apenas na saúde e na qualidade de vida das próximas gerações. Jornal de Beltrão, 22 de maio de 2004.

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A T I V I D A D E

O excesso de candidatos

O debate promovido pela Band do Paraná com a participação dos oito dos 11 postulantes ao cargo de governador do Estado, no começo da semana, foi pobre em termos de conteúdo e decepcionante no quesito qualidade dos pretendentes. Afora os quatro principais candidatos, representando partidos melhor constituídos e apoiados por alianças importantes, ficou clara a precariedade do sistema eleitoral vigente e, principalmente, foi exposta a dicotomia da lei e das normas que regem a conduta, estabelecem os limites e as condições da campanha e da eleição do próximo dia 1º de outubro.

Na sua origem, a lei é boa pois visa dar tratamento igualitário a todos os candidatos ao governo do Estado, nos debates e na cobertura da imprensa que diariamente procura informar o público a quantas anda a batalha pelo voto de um eleitorado francamente desmotivado e até bem exigente que em ocasiões anteriores. Mas a realidade é bem mais perversa e faz da lei eleitoral um corolário de obrigações que simplesmente não podem ser levadas ao pé da letra. Senão vejamos, temos 11 candidatos, dos quais sete são absolutamente desconhecidos e, porque não dizer, absolutamente inviáveis.

A imprensa até criou uma designação apropriada para tais contendores. São os candidatos nanicos que se apresentam por siglas inoperantes e desconhecidas no contexto político, quando não já devidamente programadas para defender um dos candidatos considerados viáveis e para atacar quem a estes se opõem. Foi o que se viu na última segunda-feira, na TV Bandeirantes, e sem qualquer cerimônia ou preocupação de dissimular. Um dos contendores nanicos só faltou abrir seu voto em favor de um dos “grandes” na disputa, o que talvez venha acontecer num próximo debate.

Diante de um quadro como este onde se inscreveram candidaturas tão “misteriosas” quanto ao objetivo neste pleito, não pode mesmo a lei exigir que a imprensa trate em pé de igualdade candidatos tão desiguais. O leitor, o ouvinte ou o telespectador não perdoaria e mudaria de veículo de comunicação. Neste sentido, em vez de prejudicar, a lei até “salva” a imprensa de uma cobertura penosa, pois noticiar quem ali está sem explicar seus motivos é difícil, sobretudo para quem tem coisa melhor a fazer.

Jornal de Beltrão, 2 de setembro de 2006

Em grupos vamos produzir painéis, com ilustrações, que representem as situações descritas no passado e como o abandono dessas práticas beneficiam a população em dias atuais.

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A

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E

Vamos trabalhar em grupo. Cada grupo fica responsável por um Editorial. Grupo 1: Registrado pela literatura Grupo 2: Um passo a frente Grupo 3: Fim da crise? Encaminhamento:

-Fazer a leitura do texto; -Discutir as questões apresentadas, registrando as conclusões da equipe; -Apresentação da análise feita.

Questões:

1. Identificar as idéias que estão representadas sobre os acontecimentos que são verdadeiros, mas que não estão expressos ou bem explicados no texto.

2. Os fatos apresentados no texto já aconteceram em outras épocas e lugares? Comente.

3. Identifique os termos (palavras) usados pelo editorialista para sustentar a opinião do jornal.

4. Quais os aspectos da vida social que se evidenciam no texto? 5. O jornal indica alguma solução para os problemas apresentados?

Quais? 6. Sintetize o texto destacando:

- a quem ele se destina? - sujeitos envolvidos. - fatos, épocas e espaços. - principal idéia defendida. - objetivo da escrita desse texto. - opinião do grupo, concordam ou não com as idéias representadas no editorial.

Responda: 1. Qual é a polêmica do Editorial?

2. O editorialista manifesta opinião sobre o assunto? Comente.

3. Justifique o título do texto através da relação que estabelece com o tema.

4. Como deve ser entendida esta expressão “Candidatos nanicos”, no

terceiro parágrafo do Editorial?

5. Qual é a sua posição sobre a reflexão feita no último parágrafo?

A T I V I D A D E

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Registrado pela literatura

O evento do ano no Sudoeste do Paraná é, sem dúvida, a comemoração do cinqüentenário da Revolta dos Posseiros. Em 1997, quando dos 40 anos, também houve promoção, com a maioria dos eventos concentrados em Francisco Beltrão, num final de semana, cujo saldo foi altamente positivo. Porém, desta vez, nos 50 anos, o Sudoeste reagiu consciente, e todos os segmentos se engajaram na busca da reconstituição dos fatos e na valorização dos personagens, famosos ou anônimos, vivos ou não, com um resultado extraordinário. A Revoltado dos Posseiros de 1957 está gravada na mente, no coração e na alma dos sudoestinos. Portanto, parte essencial da história desta região. Um fato importante é o 6º Concurso Francisco Beltrão de Literatura, com inscrições abertas até o próximo dia 30, em dois temas, um livre e outro sobre ‘A Revolta dos Posseiros no Sudoeste do Paraná’. A participação pode ocorrer sob a forma de poesia, conto ou redação. A iniciativa é do Núcleo Regional de Educação, Departamento de Cultura da Prefeitura de Francisco Beltrão e do Jornal de Beltrão, com apoio e patrocínio de importantes empresas e entidades É um estímulo ao ato de escrever, tão necessário nos dias atuais e com a magnitude de aprofundar e disseminar entre a população os fatos heróicos de nosso povo por ocasião da Revolta. Entre os eventos de cunho oficial, este encerra a programação do cinqüentenário. Como não poderia faltar, sob pena de insucesso, é grande o apoio de professores e escolas motivando e estimulando os estudantes a expressarem na forma escrita tudo que sabem e o que sentem ante o conhecimento deste fato decisivo de nossa história. É assim, gravado em letras, que um fato se eterniza e se inscreve na história de um povo. A Revolta de 1957 tem agora este reconhecimento e esta reverência das gerações agraciadas com seus frutos. E com este concurso a Revolta acaba sendo homenageada pois ganha novo troféu, mais um registro na literatura.

Jornal de Beltrão, 27 de outubro de 2007

Um passo à frente

A confirmação da escolha de São Jorge D‘Oeste como município sede para instalação da miniusina de biodiesel é um fato auspicioso para o Sudoeste, principalmente neste momento que a palavra crise (ainda) é repetida com intensidade, e muito se fala em desaquecimento, desemprego e retração econômica. Além das entidades engajadas no projeto, como Copel, Coasul, Claf, Coopafi e outras, avalisando os investimentos e coroando o projeto com a marca da seriedade, é preciso reconhecer esta proposta como a grande recomendação feita à região, ao longo dos anos, de buscar a transformação de nossos produtos primários, atraindo novas tecnologias capazes de agregar valores e impulsionar a economia regional. Todas estas premissas parecem presentes no projeto e, portanto, não apenas São Jorge D´Oeste, mas todo o Sudeste tem motivos de

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sobra para as comemorações. A propósito, para o Sudoeste, sobraram diagnósticos nas últimas décadas apontando a industrialização de sua produção, sobretudo dos grãos, como forma de fortalecer a economia e encaminhar a consolidação de um parque agroindustrial próprio. Um sem-número de estudos concluiu por recomendar a inversão da rotineira venda de produtos primários e a compra dos mesmos em fase final, prontos para o consumo. Mas, para tanto, havia sempre um obstáculo: faltava a pesquisa, a técnica e a planta industrial para a transformação capaz de fazer este ciclo. . Assim, nossa soja faz um passeio até outros centros e volta em forma de margarina e dezenas de subprodutos. Outro acerto está na forma de gestão e operacionalização administrativa da nova usina de biodiesel. Ao escolher o cooperativismo e garantir a adesão da Coasul, o projeto ganha credibilidade e engajamento, pois o sistema cooperativo é capaz de assegurar apoio e comprometimento dos cooperados. Estes pressupostos, por si próprios, são capazes de assegurar senão o sucesso total, pelo menos a execução do projeto em todas as suas fases. E, muito mais que os sócios das cooperativas envolvidas, o grande universo dos produtores rurais do Sudoeste poderá semear com mais otimismo sua soja e demais oleaginosas, sabendo que há uma indústria pesquisando, investindo e executando processos de industrialização. Ou seja, verdadeiramente, este é um passo à frente na história do Sudoeste.

Jornal de Beltrão, 23 de maio de 2009.

Fim da crise?

Os jornais de ontem comemoraram com euforia o que seria o anúncio do fim da crise nos Estados Unidos, a maior economia do mundo e fonte de referência para todos os países. Em todos os cantos do Planeta a reação foi positiva, mostrando claramente o quanto a economia está globalizada. No Brasil, a Bolsa de Valores de São Paulo foi o melhor termômetro, pois ao atingir uma alta histórica de 6%, na quinta-feira, o mundo dos negócios apresentou-se não apenas otimista mas também confiável e capaz de inspirar confiança nos investidores. A retomada do antigo vigor pela economia norteamericana indica um final de ano movimentado, podendo mesmo provocar o esquecimento da crise e apontar para um ótimo 2010. Muito embora crises econômicas, muitas vezes, se mostrem autônomas e incapazes de se submeter às iniciativas políticas, por exemplo, é importante reconhecer como acertadas algumas atitudes do governo brasileiro com resultados satisfatórios. A redução do IPI dos automóveis levou a indústria nacional a bater todos os recordes de vendas em 2009. E a mesma redução para produtos como geladeiras, fogões, máquinas de lavar e tanquinhos, fez crescer as vendas em 35%, um resultado tão bom capaz de levar o governo a estender o benefício até janeiro. E verdade seja dita, os empresários destes setores

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A T I V I D A D E

• Pesquisar na Internet outros Editorais;

• Produção individual de um Editorial, apresentação e exposição no mural da escola.

colaboraram diminuindo preços, anunciando, atendendo bem e satisfazendo as necessidades dos clientes. E quem não lembra do final do ano passado. Quanto pessimismo por parte de certos agentes econômicos. Receitas mágicas e críticas mordazes previam um cenário caótico em todos os sentidos. Mas o presidente Lula se negou a admitir a crise, taxando-a de marolinha. As ironias foram ainda maiores. Mas Lula continuou firme. No final, os críticos estavam errados e o presidente certo. Agora, vem aí um Natal movimentado. E o comércio já se prepara para vender bastante por haver muito dinheiro nas mãos de consumidores seguros e confiantes. Esta, sim, é a boa receita para um feliz ano novo.

Jornal de Beltrão, 31 de outubro de 2009.

6 – Módulo III – Pesquisa e Produção de um Editorial

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7 – Referências Bibliográficas AMOP, Associação dos Municípios do Oeste do Paraná. Seqüência Didática: uma proposta de Língua Portuguesa para as séries iniciais, Carmem Terezinha Baumgartner, Terezinha da Costa-Hubes, Cascavel: Assoeste, 2007, caderno 2. JORNAL DE BELTRÃO, Francisco Beltrão-PR, edições de 2004 a 2009. ORLANDI, Eni P. Análise do Discurso: princípios e procedimentos. 7ª Edição, Campinas, SP: Pontes, 2007. PARANÁ. DCE – Diretrizes Curriculares de Língua Portuguesa para a Educação Básica do Estado do Paraná, Curitiba: SEED, 2008. SCHNEWLY, B., DOLZ, J. et al. Gêneros orais e escritos na escola. Trad. e org. de Roxane Rojo e Glais Sales Cordeiro. Campinas: Mercado de Letras, 2004.