21
O PROFESSOR PDE E OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE 2009 Versão Online ISBN 978-85-8015-054-4 Cadernos PDE VOLUME I

DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE 2009 - … · ... verificando se a resposta faz sentido e se é única, para não ... se não apenas em uma forma para ... para fundamentar o nosso fazer

Embed Size (px)

Citation preview

O PROFESSOR PDE E OS DESAFIOSDA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE

2009

Versão Online ISBN 978-85-8015-054-4Cadernos PDE

VOLU

ME I

RESOLUÇÃO DE PROBLEMAS: uma alternativa para a aprendizagem matemática

Maria Angela Zampieri Gimenez

1

João Henrique Lorin2

Resumo

É notado, seja pela experiência em sala de aula, como pelos resultados das avaliações institucionais, ou ainda por relatos de professores que ministram a disciplina de Matemática, que o aluno demonstra dificuldades de leitura e interpretação dos enunciados de situações-problema que lhe são apresentadas. Tal fato pode ser justificado devido às falhas de leitura básica da própria língua materna, ou pela falta de conhecimento da linguagem Matemática. A inquietação provocada por tal realidade nos incitaram a elaborar o presente projeto, no qual foram apresentadas atividades diversificadas de Resolução de Problemas, por meio de diferentes metodologias. O desenvolvimento dessas atividades objetivou favorecer atitudes positivas, como maior autonomia para o educando na Resolução dos Problemas, de forma a facilitar a aprendizagem matemática. Os resultados obtidos demonstraram que as atividades realizadas foram essenciais para desenvolver o raciocínio matemático e melhorar a qualidade da aprendizagem matemática, amenizando consideravelmente a dificuldade de interpretação do enunciado do problema matemático.

Palavras-chave: Matemática; Interpretação e Resolução de Problemas; Autonomia.

1 Introdução

Resolver problemas matemáticos é um desafio, tanto para alunos quanto

para professores. As dificuldades apresentadas pelos alunos em ler e interpretar os

enunciados de situações– problema estão associadas às falhas de leitura básica da

própria língua materna, ou devido à falta de compreensão da linguagem Matemática,

1 Professora de Matemática da Rede Estadual de Ensino, participante do PDE ( Programa de

Desenvolvimento Educacional do Paraná) 2 Professor Orientador- Departamento de Matemática da Universidade Estadual de Maringá-(UEM).

2

o que nos leva a concordar com Smole e Diniz (2001), quando afirmam que o ato de

ler está alicerçado na capacidade humana de compreender e interpretar o mundo.

Tais autoras ainda argumentam que :

Em qualquer área do conhecimento, a leitura deve possibilitar a compreensão de diferentes linguagens, de modo que os alunos adquiram certa autonomia no processo de aprender [...] é de extrema importância ensiná-los a lerem com compreensão nas aulas de Matemática (SMOLE; DINIZ, 2001, p. 69).

Portanto, a Matemática exige um processo particular de leitura, pois

apresenta uma escrita própria, que faz dela uma combinação de sinais, letras e

palavras que se organizam segundo certas regras para expressar ideias, por isso,

um texto matemático pode ser de difícil compreensão para o aluno.

Ainda segundo Smole e Diniz:

A dificuldade que os alunos encontram em ler e compreender textos de problemas estão, entre outros fatores, ligados à ausência de um trabalho específico com o texto do problema. O estilo no qual os problemas de Matemática geralmente, são escritos, a falta de compreensão de um conceito envolvido no problema, o uso de termos específicos da Matemática e fora dela, podem constituir-se em obstáculos para que ocorra a compreensão (SMOLE; DINIZ, 2001, p. 72).

Em função disso, devemos procurar caminhos para amenizar os obstáculos

existentes em relação à Resolução de Problemas, e oportunizar aos alunos sanar as

dificuldades apresentadas referentes à presença de ambiguidade linguística e

imprecisões, existentes na linguagem usual e na linguagem Matemática, sendo

reforçada por autores da literatura dessa área, como Lopes (2008), cuja afirmação é

a de que os alunos apresentam dificuldades ao resolver as situações-problema por

não interpretarem os enunciados.

Sob tal perspectiva, o presente projeto objetivou o desenvolvimento de

algumas alternativas metodológicas para facilitar a aprendizagem matemática por

3

meio da Resolução de Problemas. Os resultados obtidos indicaram que os alunos

adquiriram certa autonomia na leitura e interpretação do enunciado de situações-

problema, sentindo-se desafiados e motivados a resolvê-las.

2 Referencial teórico

A história nos mostra a importância e a necessidade da Matemática para se

entender o mundo e viver nele. A construção do pensamento matemático teve sua

base alicerçada na necessidade de aplicações e de Resolução de Problemas na

vida cotidiana.

Desde a Antiguidade, problemas de Matemática têm ocupado um lugar

central no currículo escolar. Registros mostram que são encontrados problemas

matemáticos na história antiga egípcia, chinesa e grega e em livros textos de

Matemática dos séculos XIX e XX, mas com uma visão limitada da aprendizagem

matemática por meio de resolução de problemas (ONUCHIC, 1999, p. 199).

Mas, foi no início da década de 70, que as investigações sistemáticas sobre

Resolução de Problemas ganharam mais atenção, e os educadores matemáticos

amadureceram a ideia de que o desenvolvimento da capacidade dos alunos em

resolver problemas precisava de um direcionamento diferente do que estava

acontecendo.

Entre 1960 e 1970, com o trabalho de George Polya, a famosa obra “How to

solve it”, traduzido em português como a “Arte de resolver problemas”, a Resolução

de Problemas foi constituída como tendência em Educação Matemática. Polya

(2006) destaca em sua obra que o problema deve ser o centro do ensino da

Matemática, e conclui afirmando que o processo de Resolução de Problemas

inflama o aluno a pensar e desfrutar a satisfação da descoberta.

Na obra a “Arte de resolver problemas”, Polya (2006) apresenta quatro

etapas para a Resolução de Problemas: compreender o problema, elaborar um

plano, executar o plano e fazer o retrospecto.

4

2.1 Etapas para a resolução de problemas

- Compreender o problema: nesta etapa é primordial analisar o problema,

descobrir a incógnita, registrar os dados fornecidos e tentar fazer alguma estimativa

para a resposta. Alguns questionamentos são necessários:

O que se pede no problema? Explique com suas próprias palavras.

Quais são os dados e as condições do problema?

É possível fazer uma figura, um esquema ou um diagrama?

É possível estimar a resposta?

- Elaborar um plano: esta etapa exige que o aluno interligue os dados do

problema e transforme-os em uma sentença matemática. Para que isso aconteça

serão necessários os seguintes questionamentos:

Qual é seu plano para resolver o problema?

Que estratégia você tentará desenvolver?

Você se lembra de um problema semelhante que pode ajudá-lo a

resolver este?

Se necessário organize os dados em tabelas e gráficos.

Tente resolver o problema por partes.

Executar o plano: nesta fase o aluno irá executar o plano estabelecido

na etapa anterior, priorizando que o importante é a habilidade que possui em sua

execução, e não somente os cálculos em si. É necessário que seja o mais minucioso

possível ao executar a estratégia e na apresentação dos cálculos, se houver. Todos

os planos devem ser apresentados e discutidos passo a passo com o objetivo de se

verificar que existem várias estratégias de resolução do problema e que todas

chegam ao mesmo resultado.

Sugere-se que o aluno não apague os procedimentos escritos realizados, e

sim grife o que pretende anular, para que o professor acompanhe o seu raciocínio.

- Fazer o retrospecto ou verificação: esta etapa é muito importante para

5

completar o processo de resolução de problemas. O aluno deverá criar o hábito de

entender que a solução do problema não terminou após ter encontrado a solução,

ou seja, ele deverá justificar o que fez, explicando como encontrou a solução. Em

seguida, fará um retrospecto de toda a resolução, verificando se a resposta faz

sentido e se é única, para não ocorrer enganos.

Passos que devem ser seguidos nesta etapa:

Examinar se a solução obtida está correta.

Verificar se existe outra maneira de resolver o problema.

Verificar se é possível usar o método empregado para resolver

problemas semelhantes.

A Resolução de Problemas passa a ser pensada, por isso, como uma

alternativa metodológica de ensino e configura-se não apenas em uma forma para

ensinar a resolver problemas, mas pode representar o ponto de partida no processo

de ensino e aprendizagem de Matemática (ONUCHIC e ALLEVATO, 2004).

Tal encaminhamento possibilita aos alunos utilizar esses conhecimentos

aprendidos na escola em necessidades reais do seu cotidiano, como cidadãos

construtivos, comprometidos, críticos e reflexivos. Essa tendência consiste em

propor “um ensino estimulante por meio de situações- problema encaminhando o

aluno a elaborar estratégias diferentes para cada problema, envolvendo com isso

todos os conhecimentos que ele possui” (BURAK, 1998 apud COLOMBO e LAGOS,

2005, p. 10).

Nas Diretrizes Curriculares de Matemática (2006), a Resolução de

Problemas é indicada, pois considera que “[...] através desta metodologia o aluno

terá oportunidade de aplicar os conhecimentos matemáticos já adquiridos em novas

situações, de modo a resolver a questão proposta” (PARANÁ, 2006, p. 42).

Sobre isso, Dante (1994, p. 12) afirma que “[...] um caminho bastante

razoável é preparar o aluno para lidar com situações novas, quaisquer que sejam

elas”. E para que os alunos possam trilhar este caminho, é fundamental desenvolver

neles iniciativa, espírito explorador, criatividade e independência a partir da

Resolução de Problemas.

6

Desta maneira, resolver um problema, não é somente chegar à resposta e

na sua conferência, mas ampliar a discussão desse resultado a partir da situação

inicial.

3 Desenvolvimento

Quando o professor ensina Matemática por meio da Resolução de

Problemas, ele está oportunizando ao aluno a capacidade de desenvolver sua

própria compreensão. Nesse sentido, ressaltamos a importância do papel do

professor ao trabalhar com a metodologia de Resolução de Problemas.

Bicudo comenta o papel do professor ao trabalhar com esta metodologia, e

destaca que

o papel do professor muda de comunicador de conhecimento para o de observador, organizador, consultor, mediador, interventor, controlador e incentivador da aprendizagem. O professor lança questões desafiadoras e ajuda os alunos a se apoiarem uns nos outros, para atravessar as dificuldades. O professor faz a intermediação, leva os alunos a pensar, espere que eles pensem, dá tempo para isso, acompanha suas explorações e resolve, quando necessário, problemas secundários (BICUDO, 1999, p. 216).

Com base em tudo que foi citado, e durante o exercício do magistério,

sentimos a necessidade de alternativas metodológicas diferenciadas para ensinar os

alunos com o intuito de encaminhá-los para a aprendizagem matemática, de maneira

significativa e prazerosa. Em busca desta mudança foi necessário pesquisar novas

maneiras de apresentar aos alunos situações-problema, de modo que possam

interpretá-los e resolvê-los sem serem tão dependentes do professor, sendo que,

para isso, precisariam interpretar os enunciados, tanto na linguagem materna como

na linguagem matemática.

No objetivo de minimizar as dificuldades do processo de Resolução de

7

Problemas, o trabalho foi alicerçado na literatura de Polya (2006) que, de forma

marcante, contribuiu muito para a interpretação dos problemas, pois as etapas

apresentadas por ele (compreender o problema, elaborar um plano, executar o plano

e fazer o retrospecto ou a verificação), foram o ponto-chave para encontrar o

caminho da falta de interpretação do enunciado do problema. Desse modo, a

participação no Programa de Desenvolvimento Educacional nos proporcionou uma

oportunidade única de crescimento pessoal e profissional, uma experiência valiosa e

gratificante que possibilitou a tão almejada oportunidade de buscar conhecimentos

teóricos e práticos para fundamentar o nosso fazer pedagógico.

Passamos então, à implementação da Produção Didático-Pedagógica da

Metodologia da Resolução de Problemas, na 5ª série (6° ano) do Ensino

Fundamental da Escola Estadual Honório Fagan, município de Floraí e às análises

das dificuldades na implementação desta proposta.

3.1 Implementação da metodologia da resolução de problemas

A apresentação e a explanação da Produção Didático-Pedagógica aos

professores, direção e equipe pedagógica na qual o projeto foi implementado,

ocorreu durante a Semana Pedagógica, no mês de agosto/2010. Nesta

oportunidade, os presentes tiveram contato com o material pedagógico elaborado.

No primeiro contato com os alunos foi feito um breve relato a respeito do

curso do PDE e sua finalidade, assim como do trabalho que seria desenvolvido e a

metodologia utilizada. Nessa conversa, foi priorizado o incentivo à participação no

trabalho que seria realizado na sala de aula e em contra-turno, sendo que os alunos

mostraram-se interessados por se tratar de algo novo. Também foram apresentadas

aos alunos algumas alternativas metodológicas relacionadas à Resolução de

Problemas, e estimuladas às reflexões, discussões e conclusões de cada um deles.

A metodologia de Resolução de Problemas foi desenvolvida por meio de

várias atividades, envolvendo conteúdos diversificados relativos à 5ª série, que estão

abaixo relacionadas.

8

Construção do Dicionário de Matemática

A construção do dicionário de Matemática foi iniciada com um concurso

entre os alunos da 5ª série para a escolha da capa do dicionário. Escolhida a capa

vencedora, cada aluno recebeu um dicionário, que constava de folhas de papel

sulfite encadernadas, com letras em ordem alfabética de A a Z. Ao ler os problemas,

eles registravam no dicionário as palavras desconhecidas, tanto da linguagem usual,

como da linguagem matemática, e procuravam o seu significado.

Figura 1- Capa do dicionário de matemática confeccionada por aluno (Arquivo da autora).

O resultado foi satisfatório, pois percebi que uma das dificuldades que os

alunos apresentam quando não conseguem interpretar uma situação-problema é o

desconhecimento do significado das palavras. O único obstáculo encontrado nesta

9

atividade foi o fato de alguns alunos não trazerem o dicionário de matemática em

todas as aulas.

Resolução dos problemas:

Para resolver todos os problemas propostos, foram seguidas as etapas

apresentadas por Polya. No início foi realizado um breve comentário sobre a

biografia do matemático George Polya, e sua grande contribuição para a

Matemática. Em seguida foi entregue aos alunos o material impresso com as etapas

sugeridas por ele na resolução de um problema (compreender o problema,

estabelecer um plano, executar o plano e fazer a verificação).

Seguindo estas etapas os alunos foram orientados para que lessem o

problema, se preciso, mais de uma vez, e procurassem entender qual a questão, ou

seja, qual é a incógnita e os dados apresentados pelo problema, registrando no

dicionário as palavras desconhecidas, procurando seu significado e não se

esquecendo de fazer a verificação. Constatou-se que eles não tinham conhecimento

de como resolver um problema dessa maneira, pois o que vinha acontecendo é que

os alunos liam o problema apenas uma vez, e já diziam que não entendiam. Por

outro lado, alguns alunos, ao ler os problemas, não precisavam seguir as etapas de

Polya, pois já resolviam sem dificuldades.

Vale ressaltar que, resolvendo o problema desta forma, o aluno aprende com

mais facilidade os conceitos matemáticos e, consequentemente, ameniza de forma

significativa a dificuldade de interpretação dos problemas e conseguindo chegar à

solução. Mas, é necessário que essa alternativa de seguir as etapas de Polya seja

utilizada sempre que eles não conseguirem resolver o problema, de forma

autônoma.

10

Resolução de problemas em tiras

Foi entregue a cada aluno um problema em material impresso, dividido em

tiras, como um quebra-cabeça. O objetivo era organizá-lo e reescrevê-lo, podendo

acrescentar algumas frases, mas sem mudar o significado do mesmo. Esta atividade

não apresentou dificuldades aos alunos, pois verificamos que, ao escreverem o

enunciado do problema, apresentaram mais facilidade para interpretá-lo e

consequentemente resolvê-lo.

Figura 2.a: Arquivo da autora

11

Resolução do problema:

Figura 2.b: Arquivo da autora

Leitura de uma Imagem

Nesta atividade os alunos utilizaram a matemática de forma inovadora, pois

as imagens chamam a sua atenção e os levam a resolver uma situação matemática

sem muitas dificuldades. Por meio dessa atividade, foram feitos questionamentos

matemáticos, nos quais se utilizaram as operações matemáticas para resolver as

situações-problema elaboradas a partir dessas imagens.

Todos os alunos participaram, havendo discussões relevantes, pois cada

aluno interpretou as imagens de forma diferente, chegando posteriormente a um

consenso.

12

Figura 3- COLOMBO, A. A. C.; Lagos, M. B. Problemas, quem não tem? Pato Branco: Imprepel,

2005

Interpretação e resolução dos problemas, relacionados à imagem.

13

Figura 4: Arquivo da autora

Problemas a partir de textos de jornais e revistas

Foram entregues a cada aluno materiais impressos, retirados de jornais,

revistas e internet, com títulos variados (mercado da panificação e evasão escolar).

Nesta atividade foi constatado que, realizando a contextualização, o aluno sente

mais interesse e satisfação para aprender esta ciência, pois, no momento em que

liam a notícia, ficavam informados, envolvendo-se com a resolução de problemas

matemáticos e resolvendo-os.

A atividade foi realizada primeiramente com a leitura do texto abaixo e, na

sequência, foi feita uma pesquisa por grupos de alunos nas padarias da cidade.

Após o resultado da pesquisa e a resolução das questões continuaram o trabalho na

sala de aula.

TEXTO:

"De acordo com a reportagem publicada no jornal a Folha de Londrina, em

24/04/2010 sobre o Mercado de Panificação, verificou-se que embora o pão francês

ainda esteja entre os principais itens das padarias, o produto vem perdendo terreno

14

para os pães industrializados. Para resgatar o consumo do pãozinho tirado do forno

na hora, o setor de panificação, cujo faturamento anual é de R$1,250 bilhões, quer

aprimorar a qualidade e padronizar o alimento. 'O objetivo é voltar a fazer o pão

francês o carro-chefe das panificadoras'. E o desafio é que ele tenha a mesma

característica em todo o Brasil.

Analise as informações contidas no quadro abaixo e responda as questões.

Figura 5: Fonte: Abip/Propan 2009

Questão 1-De que trata esta notícia?

Questão 2- Grife os números que aparecem no texto e escreva por extenso como se

lê cada um deles.

Questão 3- O que significa consumo per capita de pão?

Questão 4- Qual é a diferença em quilos do consumo médio de pão na região Sul e

a média nacional? Quantos gramas representam essa diferença?

Questão 5- A Organização Mundial de Saúde indica quantos quilos de pão cada

pessoa deve consumir por ano. Qual é essa média? A média nacional é maior ou

menor que a média indicada pela OMS?

Questão 6- Qual é o número de padarias existentes no Paraná?

Questão 7- Quantas toneladas de trigo são consumidas na panificação e confeitaria

no Estado do Paraná? Isso significa quantos quilos de trigo?

15

Figura 6: Arquivo da autora

Faça uma pesquisa na cidade de Floraí sobre o mercado da panificação:

Quantas padarias existem na cidade?

Quantos pães franceses são feitos por dia em cada padaria?

Quantos pães franceses são feitos em todas as padarias da cidade por dia? E

por mês?

Quanto pesa um pão francês?

Para fazer um quilo de pão francês são gastos quantos quilos de farinha de

trigo?

Qual é o preço do pão francês?

Formule mais duas perguntas e as resolva, baseadas na pesquisa feita.

16

Figura 7: Arquivo da autora

História em quadrinhos

Ao apresentar o modelo de uma História em Quadrinhos na TV-Pendrive, os

alunos encontraram a solução facilmente da situação-problema contida nos

quadrinhos. As dificuldades encontradas foram para eles fazerem seus quadrinhos e

escreverem o texto com uma situação-problema envolvendo o conteúdo de medidas.

Um pequeno número de alunos fez essa atividade. Pesquisaram em livros de

matemática, recortaram personagens de gibis e desenharam à mão livre.

17

Figura 8: Arquivo da autora

18

Problemoteca

A atividade foi realizada em contra-turno, com participação parcial dos

alunos. Foram colocadas duas caixas na sala de aula em cima da carteira, em uma

havia situações-problema a serem resolvidas e na outra as respostas das mesmas,

sendo que os alunos ficaram à vontade para escolher os problemas. Muitos

escolheram os problemas de lógica, porque acharam “mais legal”, alguns

encontraram a resposta facilmente, outros precisaram da intervenção do professor

ou de um colega. Como a atividade foi realizada em grupo, os que tinham mais

facilidade em encontrar a solução explicavam para os demais.

Figura 9: Arquivo da autora

Site para resolver problemas

A atividade foi realizada no Laboratório de Informática da escola, onde os

alunos acessaram o site www.rachacuca.com.br e

www.saladeapoioab.blogspot.com, para resolver os problemas propostos. A

realização das atividades foi desenvolvida com muito entusiasmo por parte dos

alunos, pois as imagens e simulação de situações desafiaram-nos a buscar a

19

solução. O trabalho foi em grupo e o aluno que descobria rapidamente a solução,

ajudava seu parceiro, explicando como chegou ao resultado.

4 Conclusão

Os resultados alcançados demonstraram que as atividades realizadas foram

essenciais para desenvolver o raciocínio matemático e melhorar a qualidade da

aprendizagem matemática, amenizando consideravelmente a dificuldade de

interpretação do enunciado do problema matemático. A resolução de problemas

deve ser desenvolvida de várias maneiras, com diversidade nas atividades, exigindo

uma postura diferenciada do professor, de maneira que este faça interferências sem

antecipar as soluções.

Tem sido ressaltada a necessidade de tirar o aluno da condição de passivo,

encaminhando-o para a condição de ser investigador em busca das soluções. E

ainda, a resolução de problemas não deve ser estanque e nem pontual, pois a

contribuição dessa metodologia para os alunos virá no decorrer da continuidade do

trabalho com a resolução de problemas. Para que isso seja possível, o professor

necessita ser detentor de conhecimentos teóricos que forneçam respaldo para a

ação, que o auxiliem a planejar suas aulas na perspectiva de uma aprendizagem

matemática significativa. Urge que o professor abandone o antigo molde de ensinar

a matemática da repetição e memorização e passe a ser um professor pesquisador,

retornando à vida acadêmica em busca de novas aprendizagens e descobertas. Um

professor que seja mediador, contextualizador, que saiba num diálogo desarmado,

conduzir o aluno a construção dos conceitos matemáticos, por meio de uma dialética

recíproca, despertando nos estudantes atitudes positivas em relação à Matemática.

Assim sendo decorre a importância dessa discussão, cujo propósito será o

de oferecer aos professores mais uma ferramenta pedagógica para o trabalho com a

leitura e interpretação de problemas matemáticos em sala de aula, por entendermos

que este trabalho deverá contribuir para que os mesmos possam ofertar, em suas

aulas, diferentes estratégias de leitura e interpretação de problemas de Matemática.

20

Referências

BICUDO, M.A.V. (Org). Pesquisa em Educação Matemática: Concepções e Perspectivas. São Paulo: Editora UNESP, 1999.

COLOMBO, A. A. C.; LAGOS, M. B. Problemas, quem não tem? Pato Branco: Imprepel, 2005.

DANTE, L. R. Didática da resolução de problemas de matemática: 1ª a 5ª séries. 5. ed. São Paulo: Ática, 1994.

LOPES, S. E. Alunos do ensino fundamental e problemas escolares: leitura e interpretação de enunciados e procedimentos de resolução, 2007. Dissertação de Mestrado (Educação para a Ciência e o ensino de Matemática). Universidade Estadual de Maringá, Maringá, 2007.

ONUCHIC, L. de la R.; ALLEVATO, N. S. G. Novas reflexões sobre o ensino- aprendizagem de matemática através da resolução de problemas. In: BICUDO, M.A.V.; BORBA, M. de C. (Org.). Educação Matemática: pesquisa em movimento. São Paulo: Cortez, 2004. p. 213-231.

ONUCHIC, L. de la R. Ensino-aprendizagem da matemática através da resolução de problemas. In: BICUDO, Maria Aparecida Viggiane (Org.). Pesquisa em Educação Matemática- Concepções e Perspectivas. São Paulo: Editora Unesp, 1999. p. 199-218.

PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Diretrizes Curriculares de Matemática para a Educação Básica. Curitiba, 2008.

POLYA, G. A arte de resolver problemas. Trad. ARAÚJO, H. L. Rio de Janeiro: Interciência, 2006.

SMOLE, K. S.; DINIZ, M. I. (Org). Ler, escrever e resolver problemas: Habilidades básicas para aprender Matemática. Porto Alegre: Artmed.