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O PROFESSOR PDE E OS DESAFIOSDA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE
2009
Versão Online ISBN 978-85-8015-054-4Cadernos PDE
VOLU
ME I
1
DESENVOLVENDO A LEITURA PELOS CAMINHOS DA LITERATURA: A DEUSA
VÊNUS NO POEMA ÈPICO, DA MITOLOGIA GREGA A CONTEMPORANEIDADE.
Nilza Matias da Silva Ferreira 1
Orientador: Prof. Dr. Jaime dos Reis Sant'Anna 2
O presente artigo em por objetivo refletir à prática de leitura e literatura, partindo da deusa
Vênus, no Poema Épico da Mitologia Grega, na literatura clássica universal, do Caos na
Teogonia de Hesíodo, na obra Ilíada de Homero, na Eneida de Virgílio e em Os Lusíadas
de Camões. Retomada nos diálogos intertextuais na contemporaneidade em diferentes
gêneros: poesias, pintura, música, filmes e frases populares. Aperfeiçoandose à
compreensão, interpretação e a leitura dos mitos, como eram em sua origem e a
respectiva análise de suas narrativas como meio de estratégias, considerando a
linguagem verbal e nãoverbal, retomando narrativas, como motivação prévia à leitura de
outros gêneros textuais, refletindo a respeito dos valores morais sócioculturais. Estudar
especialmente a deusa Vênus e sua importância nas narrativas mitológicas, é conhecer
os sentimentos do homem contemporâneo. Reunir leituras que incentivem os
conhecimentos prévios do aluno para instigar a curiosidade à leitura do Poema Épico e
outros gêneros, para que se aproprie de novos conhecimentos, consequentemente
contribua para a formação de um empenhado e proficiente leitor. Os encaminhamentos
metodológicos fundamentados na Teoria da Estética da Recepção, também com o
Método Recepcional organizado pelas professoras Maria da Glória Bordini e Vera Teixeira
de Aguiar.
Palavraschave: Leitura; Literatura; deusa Vênus ; Intertextualidade.
ABSTRACT
This article aimed to encourage reading and literature, from the goddess Venus, the epic
1Licenciada em Letras pela Universidade Estadual de Londrina. Professora PDE 2009 pela UEL. Professora de Língua Portuguesa no Colégio Estadual Machado de Assis de Sertanópolis da Rede Estadual do Paraná. 2Professor Dr. Jaime dos Reis Sant'Anna, docente da Universidade Estadual de Londrina.
2
poems of Greek mythology in classical literature it universal, Chaos in Hesiod's Theogony,
Homer's Iliad, Virgil's Aeneid and the Lusíadas de Camões included in the intertextual
dialogue in contemporary poetry, artwork, music, movies, words and phrases. Improving is
the understanding, interpretation and reading of myths, as they were in their origin and
their analysis of their narratives as a means of strategies, considering the verbal and
nonverbal, resuming narratives, such as motivation prior to reading other textual genres
reflecting on the sociocultural moral values. Studying the Greek myths, particularly the
goddess Venus and its importance in mythological narratives, is about the feelings of
contemporary man. Gather readings that strengthen and encourage the student prior
knowledge to instigate the curiosity to read the epic poem and other genres, for
appropriating new knowledge, thus contributing to the formation of a committed and
proficient reader. Referrals for this methodological work with Reading and Literature, will
be based on the Theory of the Aesthetic of Reception, in addition to this theory, the
method Recepcional, organized by Professors Maria da Glória Bordini and Vera Teixeira
de Aguiar.
Key words: Reading; Literature; Goddess Venus; Intertextuality.
1. INTRODUÇÃO
Ler é uma prática básica e essencial à aprendizagem e à cidadania. Incentivar a
leitura é um desafio persistente a ser enfrentado. Verificase que cada vez mais os
alunos se distanciam dos livros, mas vão em busca de recursos tecnológicos modernos
que a cada dia se atualizam, neles encontram as facilidades de se obter informações de
maneiras mais atrativas.
Com o aprimoramento constante dos conhecimentos tecnológicos interferindo no
processo ensino aprendizagem escolar, requer do professor uma reflexão em sua ação
pedagógica em sala de aula. Os procedimentos pedagógicos e preocupações em relação
à leitura são discutidos e analisados, a realidade comprovada que, não há uma total
prática efetiva para a formação do leitor, como também a prática da oralidade e da escrita.
Neste cenário as diferentes práticas de leitura e os diferentes tipos de leitores, estão além
3
Conforme aponta SILVA ( 1995, p. 23 ) a promoção da leitura é uma
responsabilidade de todo o corpo docente de uma escola e não apenas dos professores
de língua portuguesa. Não se supera uma dificuldade ou uma crise com ações isoladas.
Falamos em união de interesses, em interdisciplinaridade, em construção coletiva de
conhecimentos. É um desafio educar para transformar. Para tanto, o professor deverá ser
um bom leitor, ter desenvolvido o gosto pela leitura e praticála constantemente de modo
que possa promover em sala de aula uma prática de leitura que leve seus alunos a
gostar de ler e a perceber a importância da leitura para a formação individual, assim como
para a aquisição de novos conhecimentos. Para Silva:
A leitura ocupa, sem dúvida um espaço privilegiado não só no ensino da língua portuguesa, mas também no de todas as disciplinas acadêmicas que objetivam a transmissão de cultura e de valores para as novas gerações. Isso porque a escola é, hoje e desde há muito tempo, a principal instituição responsável pela preparação de pessoas para o adentramento e a participação no mundo da escrita utilizandose primordialmente de registros verbais escritos (textos) em suas práticas de criação e recriação de conhecimento. (SILVA, 2002, p. 16).
Neste cenário as diferentes práticas de leitura e os diferentes tipos de leitores, estão
além dos modelos idealizados pela escola. A esta sociedade midiática e globalizada
chegam às leituras que giram em torno de informações que não estimulam a formação, o
hábito, a criação de novos leitores. Com a prática constante da leitura não haverá
entraves para o professor integrar a Literatura e o ensino da língua. Para ( Calvino, 1990 )
com sua declaração de confiança poética. Do fundo dos tempos até a Modernidade
manter a fé na palavra escrita: “...a frequência com que nos interrogamos sobre o destino
da literatura e do livro na era da tecnologia dita pósindustrial (…) Minha confiança no
futuro da literatura consiste em saber que há coisas que só a literatura com seus meios
específicos nos pode dar “.
Com a globalização da informação, não se constitui leitor apenas aquele que lê
livros, mas que há um leitor de outras formas de leituras da contemporaneidade, que
interage com diferentes objetos de leitura como jornais, revistas, pinturas, internet,
músicas, filmes, email, jogos eletrônicos, celulares... outros. O educador através da
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intertextualidade pode fazer uma fusão entre o contemporâneo e o passado. Em Bakhtin
(1986), o texto só ganha vida em contato com outro texto. Somente neste ponto de contato
entre textos é que uma luz brilha, iluminando tanto o posterior como o anterior, juntando
dado texto a um diálogo. Enfatizamos que esse contato é um contato dialógico entre
textos, por trás desse contato está um contato de personalidades e não de coisas.
Para Bordini (1993, p. 16), A formação escolar do leitor passa pelo crivo da cultura em que
se enquadra. Se a escola não efetua o vínculo entre a cultural grupal ou de classe e texto
a ser lido, o aluno não se reconheceu na obra, porque a realidade representada não lhe
diz respeito.
A atividade de leitura embasada no Método Recepcional prevê a atitude
participativa do aluno no contato com os diferentes textos. A partir desse procedimento
teórico os alunos serão estimulados a utilizar seus conhecimentos e vivências anteriores
para estabelecerem uma relação entre o horizonte de expectativas já internalizado e as
contribuições adquiridas com as novas leituras.
Os clássicos são livros que, quanto mais pensamos conhecer por ouvir dizer,
quando são lidos de fato mais se revelam novos, inesperados, inéditos.
A esta sociedade midiática e globalizada chegam às leituras que giram em torno de
informações que não estimulam a formação, o hábito, a criação e a releitura crítica da
realidade dos leitores. Nesse processo, a escola busca criar situações de aprendizagem
em que o ato da leitura se estabeleça em sua plenitude, proporcionando a educadores e
educandos descobertas de soluções para formação de leitores que na prática construa
conhecimentos, sentimentos, um leitor cidadão autônomo capaz de interagir com a
realidade e aprimorando o saber que traz. “Um professor precisa gostar de ler, precisa
ler muito, precisa envolverse com o que lê”. (Lajolo, 1997, p.108).
Desta forma é que caberá à escola seduzir, convencer e formar um leitor ativo. No
universo da leitura é preciso estimular o hábito, o gosto, para desenvolver neles a
curiosidade, a necessidade e a autonomia de buscar conhecimentos, compreender e
interpretar o mundo.
A LEITURA E O MÉTODO RECEPCIONAL POSSIBILITAM MUDANÇAS NO ENSINO
DE LITERATURA
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Há necessidade de se discutir o redirecionamento do ensino de Literatura, repensar
sua prática, que perpassa por períodos históricos da literatura portuguesa e brasileira até
chegar às obras e poetas contemporâneos. Pensando nisso, a Implementação
Pedagógica com o título “Desenvolvendo a leitura pelos caminhos da Literatura: a deusa
Vênus no poema épico, da Mitologia Grega à contemporaneidade “, propôs um trabalho
com narrativas de poemas épicos do universo da mitologia grega, que foi desenvolvido no
segundo semestre do ano letivo de 2010, com a participação dos alunos do 1º ano A do
Ensino Médio matutino no Colégio Estadual “ Machado de Assis” de Sertanópolis. Com
base na pesquisa da Estética da Recepção buscando contribuir no processo de formação
de leitores, fezse um elo literário, proporcionando por meio da intertextualidade e
“diálogos” entre textos clássicos destacando a deusa Vênus, relacionadoa aos diferentes
gêneros textuais contemporâneos, próximos aos do cotidiano do aluno.
O material encadernado com as Unidades Didáticas, textos e atividades propostas
de acordo com o Método Recepcional, foi entregue a todos alunos, servindo de meio para
a implementação e permitindo ao professor direcionar o educando.
A literatura é o caminho para a formação de bons leitores, pois é o fator
indispensável de humanização e recepção. Neste contexto, de realidades e necessidades,
o presente tem por objetivo pesquisar a prática de incentivar a leitura das narrativas do
Poema Épico da Mitologia Grega, literatura clássica universal, por meio de estratégias
considerando a linguagem verbal e nãoverbal, retomando a leitura dos mitos como eram
em sua origem e respectiva análise de suas narrativas, como motivação prévia à leitura
de outros gêneros textuais.
O processo de recepção iniciouse antes do contato do leitor com o texto. O leitor
possui um horizonte que o limita, mas que transformouse continuamente a medida que o
projeto foi ocorrendo. O Método Recepcional desenvolveuse por meio das seguintes
etapas: (BORDINI; AGUIAR, 1993, p. 86 91).
Ítalo Calvino (1993, p. 916 ) apresenta definições interessantes do que é uma
obra clássica e que ele faz é de muito valor a leitura dos clássicos para a humanidade,
servem para entender quem somos e aonde chegamos. Os clássicos são aqueles livros
que chegam até nós, trazendo consigo as leituras que precederam a nossa e atrás de si
os traços que deixaram na cultura ou nas culturas que atravessara ( p.11 ). “numa leitura
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em que o aluno descobre sentidos e reelabora aquilo que ele é e o que pode
ser.”(AGUIAR e BORDINI,1993, p. 43).
Desenvolvendo a leitura pelos caminhos da literatura no Método Recepcional de
ensino de literatura, enfatizou a comparação entre o familiar e o novo, entre o próximo e o
distante no tempo e no espaço. O método é, portanto eminentemente social ao pensar o
sujeito em constante interação com os demais, através do debate, e ao atentar para a
atuação do aluno como sujeito da História. Deve ser oferecidos aos alunos diferentes
autores e obras de diferentes leituras, épocas e linguagens artísticas: música, cinema,
teatro, pinturas. E assim, ser uma leitura mais para perto da Literatura.
Diante disso, ao se utilizar do Poema Épico como recurso pedagógico, estabelece
se previamente um trabalho intertextual, que remete às narrativas mitológicas reveladas
na Teogonia do poeta grego Hesíodo (VII a.C), especialmente na origem da deusa
Afrodite (Vênus) e outros deuses (Nagel, 2006, p.98) registrados em textos literários da
mitologia grega: na Ilíada e Odisseia de Homero, a Eneida de Virgílio e Os Lusíadas de
Camões. Estas obras se transformaram em fontes para muitos autores produzirem seus
textos em músicas, poesias e filmes. Hesíodo e Homero nos legaram os mitos,
maravilhosas narrativas míticas sobre a origem dos tempos, que encantam,
principalmente, porque fogem aos parâmetros do modo de pensar racional que deu
origem ao pensamento contemporâneo (2006 p.16). Através das narrativas mitológicas
que as culturas se desenvolveram e se perpetuaram, como também permanecem nos
sonhos, imaginário e comportamentos sociais do homem contemporâneo.
Conforme Jauss(1994):
O texto é um campo onde os horizontes do autor e do leitor podem identificarse
ou confrontarse, com base nas expectativas com as quais concebem e
interpretam a obra, segundo ópticas diferentes, por exemplo: ópticas sociais, a
posição do leitor na sociedade; intelectuais, a sua visão de mundo; ideológicas, os
seus valores; literária, o seu acúmulo de conhecimentos; afetiva, o que provoca a
adesão ou rejeição dos demais referentes ao objeto de estudo.
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Logo, “o entendimento é sempre o processo de fusão de tais horizontes”. É
necessário que o professor tenha consciência do processo de proximidade entre o leitor e
o texto literário, seja responsável, auxiliando os alunos em suas dificuldades.
A Estética da Recepção e a Teoria do Efeito são pressupostos sugeridos, que
podem levar uma grande contribuição para o ensinoaprendizagem dos estudos literários
(DCEs, 2008). Dessa forma, as autoras, utilizamse desses pressupostos para elaborarem
o Método Recepcional de ensino de leitura de obras literárias, que se funda na atitude
participativa do aluno com textos de diferentes gêneros, garantindo lhe a realização de
leituras de forma compreensiva e crítica, questionando as próprias leituras, verificando
suas expectativas e mudanças.
DETERMINAÇÃO DO HORIZONTE DE EXPECTATIVAS
Nesta primeira etapa, houve um diálogo informal entre o professor e os alunos
para que tomasse conhecimento da realidade sóciocultural dos educandos, expressões
do seu cotidiano, também em termos de crenças, modismos, preferências quanto a
trabalho e lazer, músicas, leituras, filmes, televisão, preconceitos de ordem moral ou
social, sentimentos como o amor, (realização ou obstáculos) o ódio, vaidade, ciúme,
inveja, assim como relacionamento humano. A maioria dos alunos se expressaram
oralmente, confirmando que ao ler, o indivíduo busca as suas experiências, os
conhecimentos prévios, a sua formação familiar, religiosa, cultural, enfim, as várias vozes
que o constituem (DCEs, 2008, p.56).
A primeira atividade, o professor levou os livros literários à sala de aula, foram
distribuídos a todos alunos, para terem um contato direto com eles, desta forma os
incentivassem a ler. Durante o manuseio dos livros, alguns alunos perguntavam entre si
o título do livro que estavam lendo, foi um momento de curiosidade. Explicouse a
importância da leitura no processo entre o livro, o leitor e o texto, que ao lerem as
histórias, despertaram: personagens humanos ou animais, objetos falantes, heróis, onde
nestas histórias há muitos sentimentos e os problemas que aparecerem, muitas vezes
serão resolvidos magicamente, essas histórias às vezes serão relacionadas as de cada
leitor.
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Foi determinado um tempo para a leitura , em seguida pedido àquele que quisesse
ler ou contar em voz alta um trecho da narrativa ou uma poesia que leu. Na oportunidade
ouvir os comentários dos alunos. Verificouse que ao recontarem o que leram,
perceberam durante a leitura os sentimentos de amor , ciúmes, vaidade, inveja, tristeza
alegria, traição, preconceitos de ordem moral ou social, e até alguns se identificaram com
os personagens.
No final da apresentação oral dos alunos, o professor também comentou as obras
escolhidas por eles, neste momento foi um processo de interação entre o entusiasmo do
professor, o leitor e a obra. Para o educando, este ato foi determinante para o
desenvolvimento e ao insentivo à leitura.
No segundo momento, responderam a um questionário, onde perceberam que em
todos personagens há o sentimento do “AMOR”, e também se manifesta em diferentes
gêneros: filmes, músicas e quadros. Ficou constatado, o desconhecimento dos alunos
com respeito às narrativas mitológicas, em especial a história biográfica da deusa Vênus,
entretanto poucos a conheciam como “deusa do amor”.
ATENDIMENTO DO HORIZONTE DE EXPECTATIVAS
Verificouse nesta etapa que durante a leitura das obras literárias, os sentimentos
que mais seduziram a atenção dos alunos foram os relacionados ao “Amor”, e que muitas
consequências podem levar à morte. Foram leituras próximas ao conhecimento e
experiências dos alunos, teve no Método Recepcional uma atitude participativa do aluno
em contato com os diferentes gêneros textuais. A partir desse procedimento, os alunos
foram estimulados a utilizar seus conhecimentos, vivências e estabelecerem uma
relação entre o horizonte de expectativas e as contribuições adquiridas com as novas
leituras. Os requisitos apresentados para o ensino e a dinamização da leitura, com
condições de reconhecer nas aulas um envolvimento de subjetividades que
expressam pela tríade obra/autor/leitor, por meio de uma interação que está
presente no ato de ler. Há uma relação entre o leitor e a obra e nela a representação
de mundo do autor que se confronta com a representação de mundo do leitor, no ato ao
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mesmo tempo solitário e dialógico da leitura.
Nesta segunda etapa, os sentimentos mais citados por eles foram os de “interesse
de relacionamentos amorosos”: amor, desejo, traição, a beleza do ser amado, inveja,
vaidade, coragem, ódio, raiva, ciúmes, poder, que muitas vezes nas obras literária, as
consequências levam à morte.
A partir das leitura biográfica de Hesíodo, estabeleceuse nas leitura a origem da
deusa do Amor Afrodite(grega) Vênus (romana), e de Homero criador do poema Épico.
Percebeuse o interesse dos alunos pelas narrativas mitológicas após estudos de
interpretação do texto. O professor leu de forma expressiva, questionando e
proporcionando a participação dos alunos. Uma sugestão possível foi o de dramatizar o
texto, desde que esse tipo de procedimento fosse do agrado da turma. Cada aluno leu um
trecho e comentou. A dramatização da história não foi realizada porque se sentiram
inseguros por não conhecerem bem as narrativas.
No segundo texto o Pomo da Discórdia, aproveitouse o momento de encanto para
se discutir a respeito da deusa Vênus em diversos gêneros textuais na poesia, música,
no filme, na pintura, Já no gênero poema épico ou poesia épica escrito em forma de
versos, predomina a objetividade. As epopeias clássicas são de fundamental importância
para o conhecimento da trajetória histórica dos valores sociais, éticos e políticos da
humanidade (essência da mitologia grega).
Levouse para a sala de aula as obras em poema épico da “Ilíada”, “Odisseia” e “Eneida”
e “Os Lusíadas” em versos e outras em prosa (narrativa) para que os alunos
conhecessem os diferentes tipos textuais.
CONHECER OS DEUSES
A epopeia eternizou lendas seculares e tradições ancestrais, preservadas ao longo
dos séculos pela transmissão oral. Em geral celebra os feitos mais representativos de um
povo ou de uma nação, por isso manifesta um profundo espírito de exaltação nacional. Os
versos das narrativas são autênticos “lavores” finíssimos de estilística apresentam
descrições de teor grandioso e imponente referentes a pessoas, às cidades, aos palácios
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e aos lugares de modo geral, o que podemos denominar por “realismo grandiloquente,
assim, denotando o típico habito da Grécia Antiga de enaltecer, além de exagerar em
termos de beleza (CLARET, 2006).
A turma foi dividida em equipes, para pesquisar na internet os principais deuses, e
as histórias dos mitos, que deuse o nome de mitologia , as narrativas que eram
transmitidas oralmente de geração para geração. Na pesquisa responderam as questões
fundamentais como: a origem do deus. A condição do homem e sua relação com a
*natureza, com o outro e com o mundo, através de deuses, heróis ou semideuses,
ninfas, titãs, centauros, sereias e ciclopes. Os deuses eram como humanos: casavam,
sentiam amor, ciúmes, e se vingavam quando necessário. Eles possuíam a mesma
equivalência grego e romana e também continuam a influenciar a humanidade.
Os alunos atenderam as sugestões dadas pela professora, para a apresentação
oral em sala de aula. Os trabalhos pesquisados, foram exibidos em diferentes mídias:
power points, vídeo, músicas , pintura. Trouxeram em pendrive para apresentálos, foi
uma atividade muito produtiva e com muita criatividade. Cada equipe fez uma gravura
ilustrada do deus, que foi exposto nos corredores da escola.
Juntos construímos um ambiente virtual, um blog denominado “Nos caminhos da
Literatura”, para a publicação dos trabalhos, de acordo com as possibilidades e
conhecimentos , do professor e dos alunos.
Em depoimento, disse a bibliotecária, que a frequência à biblioteca e o interesse
em retirar livros aumentou em relação ao de costume. Os alunos também fizeram uma
lista de livros atualizados que gostariam de ler, muitos relacionados à mitologia grega, o
diretor aprovou e os livros foram comprados.
Este texto auxiliou na atividade abaixo:
O poema épico “Ilíada, de Homero escrito entre os séculos IX e VII a.C. Esta
cidade se chamava Ílion, daí o nome Ilíada, depois Troia. O título dado por seu autor para
contar o ataque dos aqueus a Troia devido ao rapto de Helena, esposa de Menelau, por
Páris e a ira de Aquiles, também os últimos dias de guerra entre gregos e troianos, que
durou dez longos anos, construído sobre as paixões humanas e divinas tem como fundo o
eterno conflito entre o bem e o mal. A “Odisseia” de Homero narra as aventuras
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fantásticas de Odusséus (forma grega de Ulisses), rei de Ítaca em suas navegações de
volta para casa após a guerra de Troia. A prisão na ilha da deusafeiticeira Circe, que
transformava homens em porcos, uma descida ao Hades, as terras infernais para onde
desciam as sombras dos mortos, antes de irem ao Tártaro. Sua incrível batalha contra os
pretendentes que assediaram sua esposa Penélope. Em “Eneida” de Virgílio, a deusa
Vênus, após o incêndio de Troia e a derrota, em fuga acompanha seu filho Eneias que
ela teve com o mortal Anquises, refugiouse na península itálica onde lutaria para
estabelecer e se fixar no Lácio. Considerado fundador mítico de Roma, e os romanos
consideramse descendentes da deusa.
Nesta atividade houve dificuldades no momento da leitura e interpretação da
adaptação em quadrinhos da história de “ Páris e Helena “, personagens das obras:
“Ilíada“ e “Odisseia” de Homero e “Eneida “de Virgílio, o professor auxiliou à relembrarem
as narrativas acima, assim, puderam perceber nos quadrinhos a deusa Vênus, onde é
marcada pela beleza , pela criatividade no diálogo com Páris, pela “poesia” da história.
POEMA OU POESIA
Posteriormente, mostrouse aos alunos as diferenças entre as obras originais dos
poemas épicos “Ilíada”, “Odisseia”, “Eneida” e “Os Lusíadas” em versos e em narrativas.
A poesia, segundo o Minidicionário Aurélio da língua portuguesa, é a arte de criar
imagens, inspirados pelos sentimentos, sugerir emoções por meio de uma linguagem em
que se combinam sons, ritmos e significados. Arte de escrever em versos, desperta o
sentimento do belo. É a arte da habilidade de tornar algo poético. Poema, obra em
versos, de modo geral de pequena extensão, composição poética com enredo, tratando
da obra, do próprio texto. Cada aluno escreveu um poema ou uma poesia, depois foi
ilustrada. Todos os trabalhos foram expostos em um mural da escola.
RUPTURA DO HORIZONTE DE EXPECTATIVAS
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Na terceira etapa a ruptura foi com oferecimento de textos que se assemelhassem
em um ou mais aspectos: o tema, o tratamento, a estrutura, ou a linguagem. Assim, o
aluno percebeu que não estava em um campo desconhecido. Esta ruptura aconteceu de
maneira harmônica, por meio da intertextualidade, o aluno não rejeitou as novas
experiências, e a compreensão dos textos foi um processo que se determinou pelo uso
dos conhecimentos prévios adquiridos ao longo de sua vida, ou adquiridos pelas etapas
estudados anteriormente. Para BAKHTIN (1992), cabe ao professor, essa ação
pedagógica, oportunizar leituras de textos, que diversifiquem gêneros discursivos.
INTERTEXTUALIDADE
O educador através da intertextualidade faz uma fusão entre o contemporâneo e o
mitológico. Em BAKHTIN (1986), o texto só ganha vida em contato com outro texto.
Somente neste ponto de contato entre textos é que uma luz brilha, iluminando tanto o
posterior como o anterior, juntando dado texto a um diálogo. Enfatizamos que esse
contato é um contato dialógico entre textos...por trás desse contato está um contato de
personalidades e não de coisas.
Segundo BARROS (1999, p. 3) o modo de ver de Bakhtin, concebese ao
dialogismo como um espaço interacional, onde os textos são dialógicos porque resultam
do encontro de muitas vozes sociais. Para se fazer “leituras” de textos verbais e não
verbais, fazer relações dialógicas entre texto/imagem e leitor com outros textos. Presentes
nas DCEs (PARANÁ, 2008) de que é tarefe da escola possibilitar que seus alunos
participem de diferentes práticas sociais que utilizem da leitura, a oralidade e escrita, com
a finalidade de inserílos nas diversas esferas de interação.
Ao ler, o educando buscará as suas experiências, os conhecimentos prévios, a sua
formação familiar, religiosa, cultural, enfim, as várias vozes que o constituem (PARANÁ,
2008, p. 56). A compreensão de um texto é um processo, que se determina pelo uso que
o leitor faz de conhecimentos prévios, adquiridos ao longo de sua vida. O contexto do
poema Épico, buscando relação com fatos históricos.
A intertextualidade mitológica compreendida em diferentes Gêneros: na pintura de
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Sandro Boticelli “Nascimento de Vênus”, na música “Mulher nova bonita e carinhosa” de
José Ramalho, e na poesia de Carlos Drummond de Andrade “Balada do amor atrás das
idades”. Como também a participação de Afrodite (Vênus) nos poemas Épicos: “Ilíada” e
“Odisseia” de Homero, “Eneida”de Virgílio e “Os Lusíadas” de Camões.
De acordo com FRASSON (1992, p.90) para captar a intertextualidade, é preciso
ativar o conhecimento de mundo, aquele que está armazenado na memória, pela
vivência, como também o conhecimento partilhado, que determina a estrutura
informacional, e que, juntos, darão sentido ao texto.
DIALOGANDO COM A TELA
Após observarem as imagens no quadro “O Nascimento de Vênus”, de Sandro
Botticelli, os alunos responderam oralmente as questões. Na etapa determinação do
horizonte de expectativas, descrevendo as sensações que a gravura transmitia,
principalmente a intertextualidade com o 1º texto estudado, na 1ª etapa determinação do
horizonte de expectativas, esta leitura possibilitou uma reflexão de cada personagem do
quadro. Cada um observou um detalhe diferente, ampliando mais os conhecimentos de
cada aluno.
INTERDISCIPLINARIDADE
Houve uma interação com a disciplina de Arte, os alunos pesquisaram com a
professora a respeito de Sandro Botticelli e sua obra “O Nascimento de Vênus”, foi um
aprofundamento neste assunto, pois ela já havia trabalhado este conteúdo no 1º bimestre.
Em outra atividade foi discutido, com uma intermediação do professor, relacionando o 1º
texto com a obra de arte e o posicionamento do aluno do a repeito do assunto: a deusa
da beleza na atualidade. Chegaram a conclusão após um processo de reflexão e
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discussão, de que tanto o homem quanto a mulher buscam a beleza física, frequentando
academias, a mulher faz cirurgias plásticas em excesso, os homens são mais moderados
neste sentido, porém se utilizam mais de anabolizantes. Concluíram esta atividade com
uma produção escrita. Cada um trouxe desenhada e ilustrada em papel sulfite ou cartolina
sua própria deusa, foram expostas pelos corredores da escola.
DIALOGANDO COM A MÚSICA
Confirmase a concepção de leitura com a prática do Método Recepcional. A
música estabeleceu um diálogo intertextual, com os conhecimentos da mitologia grega e
a deusa Vênus, já adquiridos e trabalhados em etapas anteriores
Mulher nova, bonita e carinhosa. Faz o homem gemer sem sentir dor.
Zé Ramalho / Otacílio Batista
Numa luta de gregos e troianos
Por Helena, a mulher de Menelau
Conta a História de um cavalo de pau
Terminava uma guerra de dez anos
Menelau, o maior dos espartanos
Venceu Páris, o grande sedutor
Humilhando a família de Heitor
Em defesa da honra caprichosa.
Mulher nova, bonita e carinhosa. Faz o homem gemer sem sentir dor.
( … )
A letra dessa música relembrou todas as leituras apresentadas até este momento
para a construção de conhecimento.
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DIALOGANDO COM A POESIA
A poesia foi um recurso que complementou as narrativas, ampliou os
conhecimentos históricos e literários. Após a leitura cada um comentou os mitos
conhecidos e que mais se emocionou.
BALADA DO AMOR ATRÁS DAS IDADES
Carlos Drummond de Andrade
Eu te gosto, você me gosta
desde tempos imemoriais
Eu era grego, você troiana,
troiana, mas não Helena.
Saí do cavalo de pau
para matar seu irmão.
Matei, brigamos, morremos.
( … )
DIALOGANDO COM O FILME
O filme foi uma forma de aproximar o aluno da leitura. Essa prática
pedagógica enriqueceu a sua compreensão. O filme foi um espetáculo de imagens, e com
a leitura foram bem encaminhados e direcionados pelo professor. Posteriormente,
indicados vários livros aos alunos: Os Lusíadas, O ladrão de raios, Odisseia, Ilíada e
outras narrativas mitológicas. Na apresentação oral falaram sobre o autor;
contextualizaram as obras no momento em que estes foram escritos. No trabalho de
pesquisa, fizeram comparações entre a linguagem do livro e a linguagem
cinematográfica.
Um filme pode, após assistido, ser interpretado e debatido, e ser
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contextualizado com a leitura de outros gêneros. Da pesquisa trouxeram as
expressões originadas da obra de Homero, explicaram o significado de cada uma delas
presente no cotidiano:
• Pomo da discórdia• Calcanhar de Aquiles• Agradar a gregos e troianos• Operação cavalo de Troia.
QUESTIONAMENTO DO HORIZONTE DE EXPECTATIVAS
O professor orientou o aluno/leitor a um questionamento e uma autoavaliação a
partir dos textos oferecidos. Neste momento os alunos realizaram análise comparativa das
duas experiências de leitura anteriores, quais textos exigiram maior reflexão, e os que
trouxeram um grau maior de satisfação. Definições de preferências quanto à temática e
outros elementos da literatura. Segundo Lajolo (1997, p. 106). Cada leitor, na
individualidade de sua vida, vai entrelaçando o significado pessoal de suas leituras
com os vários significados que, ao longo da história de um texto, este foi acumulando.
Cada leitor tem a história de suas leituras, cada texto, a história das suas.
AMPLIAÇÃO DO HORIZONTE DE EXPECTATIVAS
Com a realização de todas as etapas, os alunos deverão perceber que as leituras
ocorridas durante esse processo não foram só para cumprir tarefe escolar, mas a partir
delas o modo como veem seu mundo, refletindo e conscientizandose das mudanças e
aquisições que conseguiram com as literaturas, como também a ampliação de seus
conhecimentos, comparando seu horizonte inicial de expectativas com os interesses
atuais. A verbalização das mudanças ocorridas deve partir deles, sem intervenção direta
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do professor, mas crie condições para que eles avaliem o que foi alcançado e o que resta
a fazer.
O final desta etapa é o início de uma nova aplicação do Método Recepcional,que
Literatura. Levandose em conta a formação do leitor, por meio da ampliação constante
do horizonte de expectativas (DCEs, 2008, p.74 e 75). Em relação à deusa Vênus do
Poema Épico da mitologia grega à contemporaneidade, fezse necessário pensar em
estratégias que despertassem o interesse e curiosidade por este gênero, que possui suas
especificidades, onde as práticas pedagógicas possibilitassem a evolução da prática de
leitura dos alunos.
Sendo assim, o espaço escolar deve proporcionar aos educandos o contato com a
intertextualidade, que é vista como a relação de um texto com outros textos previamente
existentes. Para Fiorin (1999, p. 30) a intertextualidade é o processo de incorporação de
um texto em outro, seja para reproduzir o sentido incorporado, seja para transformálo.
Estudar os mitos gregos, especialmente a deusa Vênus e sua importância nas
narrativas mitológicas, é conhecer os sentimentos do homem contemporâneo. Reunir
leituras que fortifiquem e incentivem os conhecimentos prévios do aluno instigando a
curiosidade à leitura das narrativas do Poema Épico, por meio da ampliação constante do
horizonte de expectativas, para que se aproprie de novos conhecimentos. Os
encaminhamentos metodológicos para este trabalho com a Leitura e a Literatura, serão
fundamentados na Teoria da Estética da Recepção e no Método Recepcional, conforme
os textos de Maria da Glória Bordini e Vera Teixeira de Aguiar.
O leitor é a figura imprescindível no processo de leitura, considerado como coautor
dos textos, ao dialogar com a obra em busca de conhecimentos e significação, é preciso
que ative conhecimentos anteriores, relacionados às ideias contidos no texto lido com o
que já sabe, realizase um trabalho possibilitando sua atualização textual no ato de leitura,
a ampliação de horizontes repercute num entendimento para além do texto lido.
Os conhecimentos prévios do leitor devem ser levados em consideração, porque
desta forma que um texto literário se constrói, nas possíveis interpretações: social, cultural
e emocional de cada leitor. A obra literária não se apresenta exatamente o que está como
novidade absoluta, ela se refere ao já conhecido.
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A compreensão de um texto é um processo, que se determina pelo uso que o leitor
faz de conhecimentos prévios, adquiridos ao longo de sua vida, e para aprender a partir
de uma leitura é preciso dos conhecimentos anteriores, relacionando as ideias do texto
lido ao que já sabe. No decorrer da leitura possa refletir, questionar, buscar pistas para
uma compreensão efetiva.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O trabalho “Desenvolvendo a leitura pelos caminhos da Literatura: a deusa Vênus
no poema épico, da Mitologia Grega à contemporaneidade “ passou por diversas etapas
do Método Recepcional, de acordo que acontecia cada uma, eram alcançados os
objetivos.
Retomando a leitura dos mitos como eram em sua origem e respectiva análise de
suas narrativas, como motivação prévia à leitura de outros gêneros textuais, buscando o
hábito e o interesse pela leitura.
A Estética da Recepção pode servir de suporte para uma reflexão válida com
respeito à Literatura. Levandose em conta a formação do leitor, por meio da ampliação
constante do horizonte de expectativas. Em relação à deusa Vênus do Poema Épico da
mitologia grega à contemporaneidade, fazse necessário pensar em estratégias que
despertem o interesse e curiosidade por este gênero, que possui suas especificidades,
onde as práticas pedagógicas possibilitam a evolução da prática de leitura dos alunos, e
os aproximando dos textos orais e escritos.
Sendo a epopeia a 1ª manifestação literária universal, não pode desaparecer, e
sim, o professor deve acrescentála aos novos meios mediáticos, a mitologia grega é
citada em várias atividades contemporâneas. O poético sensibiliza o ser humano, está na
obra de arte: na pintura, escultura, na música, na poesia, no filme, na literatura e o
professor deve estabelecer relações entre as artes e os alunos.
Estudar os mitos gregos, especialmente a deusa Vênus e sua importância nas
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narrativas mitológicas, é conhecer os sentimentos do homem contemporâneo. Reunir
leituras em que fortifiquem e incentivem os conhecimentos prévios dos alunos para
instigar a curiosidade à leitura do Poema Épico, para que se aproprie de novos
conhecimentos.
Dentre os requisitos apresentados para o ensino e a dinamização da leitura
escolar, o trabalho do professor merece maior atenção. Isso porque, sem um professor
que, além de se posicionar como um leitor assíduo, crítico e competente, entenda
realmente a complexidade do ato de ler (SILVA, 2002, p. 22).
Desta forma, desenvolver o gosto e o hábito da leitura, interpretação textual,
compreensão, prática da oralidade e da escrita, de maneira sólida no âmbito escolar.
Certamente, a função da escola é fundamental no incentivo à leitura, oralidade e a escrita
para uma educação de qualidade que leve o educando além do gosto e do hábito de ler. A
leitura é a base para sua emancipação social.
Os alunos devem perceber que as leituras ocorridas durante esse processo não foram só
para cumprir tarefa de leitura, mas a partir delas o modo como veem seu mundo, reflitam
e tomem consciência das mudanças e aquisições que conseguiram com a literatura, como
também a ampliação de seus conhecimentos, comparando seu horizonte inicial de
expectativas com os interesses atuais.
A leitura das narrativas da mitologia grega, foi de extrema importância até chegar
na etapa da “Ruptura do Horizonte de Expectativas”, para assim ampliar os
conhecimentos e juntamente com as relações intertextuais, que a deusa Vênus
estabelece com leituras de diferentes gêneros textuais. Conhecer os deuses inseridos
nas histórias mitológicas é fundamental para tornarse um leitor que goste de ler
diferentes gêneros e literatura.
Assim, para a proposta ser eficaz ao ensino de literatura, propõese uma prática
aliada à utilização de recursos tecnológicos que não sejam interferências à aprendizagem,
mas voltados para fins de formação, transformação e cidadania.
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