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O PROFESSOR PDE E OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE 2009 Versão Online ISBN 978-85-8015-054-4 Cadernos PDE VOLUME I

DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE 2009 · 2013-06-14 · linguagem verbal e nãoverbal ... method Recepcional, organized by Professors Maria da Glória Bordini and Vera Teixeira de Aguiar

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O PROFESSOR PDE E OS DESAFIOSDA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE

2009

Versão Online ISBN 978-85-8015-054-4Cadernos PDE

VOLU

ME I

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DESENVOLVENDO   A   LEITURA   PELOS   CAMINHOS   DA   LITERATURA:   A   DEUSA 

VÊNUS NO POEMA ÈPICO, DA MITOLOGIA GREGA A CONTEMPORANEIDADE. 

                                                                            

                        Nilza Matias da Silva Ferreira 1 

             Orientador:   Prof. Dr. Jaime dos Reis Sant'Anna  2

O presente artigo em por objetivo refletir à prática de leitura e literatura, partindo da deusa 

Vênus, no Poema Épico da Mitologia Grega, na literatura clássica universal, do Caos na 

Teogonia de Hesíodo, na obra Ilíada de Homero, na Eneida de Virgílio e em Os Lusíadas 

de Camões. Retomada nos diálogos intertextuais na contemporaneidade em diferentes 

gêneros:   poesias,   pintura,   música,   filmes   e     frases   populares.   Aperfeiçoando­se   à 

compreensão,   interpretação   e   a   leitura   dos   mitos,   como   eram   em   sua   origem   e   a 

respectiva   análise   de   suas   narrativas   como   meio   de   estratégias,   considerando   a 

linguagem verbal e não­verbal, retomando narrativas, como motivação prévia à leitura de 

outros gêneros textuais, refletindo a respeito dos valores morais sócio­culturais. Estudar 

especialmente a deusa Vênus e sua importância nas narrativas mitológicas, é conhecer 

os   sentimentos   do   homem   contemporâneo.   Reunir   leituras   que   incentivem   os 

conhecimentos prévios do aluno para instigar a curiosidade à leitura do Poema Épico e 

outros   gêneros,   para   que   se   aproprie   de   novos   conhecimentos,   consequentemente 

contribua para a formação de um empenhado e proficiente leitor. Os encaminhamentos 

metodológicos   fundamentados   na   Teoria   da   Estética   da   Recepção,   também   com   o 

Método Recepcional organizado pelas professoras Maria da Glória Bordini e Vera Teixeira 

de Aguiar. 

Palavras­chave: Leitura; Literatura; deusa Vênus ; Intertextualidade.

ABSTRACT

This article aimed to encourage reading and literature,  from the goddess Venus, the epic 

1Licenciada em Letras pela Universidade Estadual de Londrina. Professora PDE 2009 pela UEL. Professora de Língua Portuguesa no Colégio Estadual Machado de Assis de Sertanópolis da Rede Estadual do Paraná.  2Professor Dr. Jaime dos Reis Sant'Anna, docente da Universidade Estadual de Londrina. 

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poems of Greek mythology in classical literature it universal, Chaos in Hesiod's Theogony, 

Homer's  Iliad, Virgil's  Aeneid and the Lusíadas de Camões  included in  the  intertextual 

dialogue in contemporary poetry, artwork, music, movies, words and phrases. Improving is 

the understanding, interpretation and reading of myths, as they were in their origin and 

their  analysis  of   their  narratives  as  a  means of  strategies,  considering   the  verbal  and 

nonverbal, resuming narratives, such as motivation prior to reading other textual genres 

reflecting on the socio­cultural moral values. Studying the Greek myths, particularly the 

goddess Venus and  its   importance  in  mythological  narratives,   is  about   the  feelings of 

contemporary  man.  Gather   readings   that   strengthen  and  encourage   the   student   prior 

knowledge   to   instigate   the   curiosity   to   read   the   epic   poem   and   other   genres,   for 

appropriating   new   knowledge,   thus   contributing   to   the   formation   of   a   committed   and 

proficient reader. Referrals for this methodological work with Reading and Literature, will 

be  based on  the  Theory  of   the  Aesthetic  of  Reception,   in  addition   to   this   theory,   the 

method Recepcional, organized by Professors Maria da Glória Bordini and Vera Teixeira 

de Aguiar.

Key words: Reading; Literature; Goddess Venus; Intertextuality.

1. INTRODUÇÃO

Ler é uma prática básica e essencial à aprendizagem e à cidadania. Incentivar a 

leitura é    um   desafio persistente a ser enfrentado.  Verifica­se que cada vez mais os 

alunos se  distanciam dos livros, mas vão em  busca de  recursos tecnológicos modernos 

que a cada dia se atualizam, neles encontram  as facilidades de se obter informações de 

maneiras mais atrativas.  

Com o aprimoramento constante dos conhecimentos tecnológicos interferindo no 

processo ensino aprendizagem escolar, requer do professor uma reflexão em sua ação 

pedagógica em sala de aula. Os procedimentos pedagógicos e preocupações em relação 

à   leitura são discutidos e analisados,  a  realidade comprovada que,  não há  uma  total 

prática efetiva para a formação do leitor, como também a prática da oralidade e da escrita. 

Neste cenário as diferentes práticas de leitura e os diferentes tipos de leitores, estão além

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Conforme   aponta   SILVA   (   1995,   p.   23   )   a   promoção   da   leitura   é   uma 

responsabilidade de todo o corpo docente de uma escola e não apenas dos professores 

de língua portuguesa. Não se supera uma dificuldade ou uma crise com ações isoladas. 

Falamos  em união  de   interesses,  em  interdisciplinaridade,  em construção  coletiva  de 

conhecimentos. É um desafio educar para transformar. Para tanto, o professor deverá ser 

um bom leitor, ter desenvolvido o gosto pela leitura e praticá­la constantemente de modo 

que possa promover em sala de aula uma prática de leitura   que leve seus alunos   a 

gostar de ler e a perceber a importância da leitura para a formação individual, assim como 

para a aquisição de novos conhecimentos. Para Silva:

A leitura ocupa, sem dúvida um espaço privilegiado não só no ensino da língua portuguesa, mas também no de todas as disciplinas acadêmicas que objetivam a transmissão de cultura e de valores para as novas gerações. Isso porque a escola é,   hoje   e   desde   há   muito   tempo,   a   principal   instituição   responsável   pela preparação de pessoas para o adentramento e a participação no mundo da escrita utilizando­se   primordialmente   de   registros   verbais   escritos   (textos)   em   suas práticas de criação e recriação de conhecimento. (SILVA, 2002, p. 16). 

        Neste cenário as diferentes práticas de leitura e os diferentes tipos de leitores, estão 

além dos  modelos   idealizados  pela  escola.  A  esta  sociedade  midiática  e  globalizada 

chegam às leituras que giram em torno de informações que não estimulam a formação, o 

hábito,   a   criação   de   novos   leitores.   Com   a   prática   constante   da   leitura   não   haverá 

entraves para o professor integrar a Literatura e o ensino da língua. Para ( Calvino, 1990 ) 

com sua  declaração  de  confiança  poética.  Do   fundo  dos   tempos  até  a  Modernidade 

manter a fé na palavra escrita: “...a frequência com que nos interrogamos sobre o destino 

da literatura   e do livro na era da tecnologia dita pós­industrial (…) Minha confiança no 

futuro da literatura consiste em saber que há coisas que só a literatura com seus meios 

específicos nos pode dar “.  

Com a globalização da informação, não se constitui  leitor apenas aquele que lê 

livros, mas que há  um leitor de outras formas de  leituras da contemporaneidade, que 

interage   com   diferentes   objetos   de   leitura   como   jornais,   revistas,   pinturas,   internet, 

músicas,   filmes,   e­mail,   jogos   eletrônicos,   celulares...   outros.   O  educador   através  da 

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intertextualidade pode fazer uma fusão entre o contemporâneo e o passado. Em Bakhtin 

(1986), o texto só ganha vida em contato com outro texto. Somente neste ponto de contato 

entre textos é que uma luz brilha, iluminando tanto o posterior como o anterior, juntando 

dado  texto a um diálogo.  Enfatizamos que esse contato é  um contato dialógico entre 

textos, por trás desse contato está um contato de personalidades e não de coisas. 

Para Bordini (1993, p. 16), A formação escolar do leitor passa pelo crivo da cultura em que 

se enquadra. Se a escola não efetua o vínculo entre a cultural grupal ou de classe e texto 

a ser lido, o aluno não se reconheceu na obra, porque a realidade representada não lhe 

diz respeito.

   A   atividade  de   leitura   embasada   no   Método Recepcional   prevê   a   atitude 

participativa do  aluno  no  contato  com os  diferentes textos. A partir desse procedimento 

teórico os alunos serão estimulados a utilizar seus conhecimentos e vivências anteriores 

para estabelecerem uma relação entre o horizonte de expectativas  já  internalizado e as 

contribuições adquiridas com as novas leituras.

Os  clássicos   são   livros  que,   quanto  mais   pensamos   conhecer   por   ouvir  dizer, 

quando são lidos de fato mais se revelam novos, inesperados, inéditos.

A esta  sociedade midiática  e  globalizada chegam às   leituras  que giram em  torno de 

informações que não estimulam a formação, o hábito, a criação e a releitura crítica da 

realidade dos leitores. Nesse processo, a escola busca criar situações de aprendizagem 

em que o ato da leitura se estabeleça em sua plenitude, proporcionando a educadores e 

educandos descobertas de soluções para formação de leitores que na prática construa 

conhecimentos,   sentimentos,   um   leitor   cidadão   autônomo   capaz   de   interagir   com   a 

realidade e aprimorando o saber que traz. “Um  professor  precisa gostar de ler, precisa 

ler muito, precisa envolver­se com o que lê”. (Lajolo, 1997, p.108).

Desta forma é que  caberá à escola seduzir, convencer e formar um leitor ativo. No 

universo  da   leitura  é   preciso  estimular  o  hábito,  o   gosto,  para  desenvolver  neles     a 

curiosidade,  a  necessidade e  a  autonomia  de  buscar  conhecimentos,  compreender  e 

interpretar o mundo. 

A LEITURA  E O MÉTODO RECEPCIONAL POSSIBILITAM  MUDANÇAS NO ENSINO 

DE LITERATURA 

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Há necessidade de se discutir o redirecionamento do ensino de Literatura, repensar 

sua prática, que perpassa por períodos históricos da literatura portuguesa e  brasileira até 

chegar   às   obras   e   poetas   contemporâneos.   Pensando   nisso,   a   Implementação 

Pedagógica com o título “Desenvolvendo a leitura pelos caminhos da Literatura: a deusa 

Vênus no poema épico, da Mitologia Grega à contemporaneidade “,  propôs um trabalho 

com narrativas de poemas épicos do universo da mitologia grega, que foi desenvolvido no 

segundo semestre do ano letivo de 2010, com a participação dos alunos do 1º ano A do 

Ensino Médio matutino no Colégio Estadual “ Machado de Assis” de Sertanópolis. Com 

base na pesquisa da Estética da Recepção buscando  contribuir no processo de formação 

de   leitores,   fez­se     um   elo   literário,   proporcionando   por   meio   da   intertextualidade   e 

“diálogos” entre textos clássicos destacando a deusa Vênus,  relacionado­a aos diferentes 

gêneros textuais contemporâneos, próximos aos do cotidiano do aluno.

O material encadernado com  as Unidades Didáticas, textos e atividades propostas 

de acordo com o Método Recepcional, foi entregue a todos alunos, servindo de meio para 

a implementação e permitindo ao professor direcionar o educando. 

A   literatura   é   o   caminho   para   a   formação   de   bons   leitores,   pois   é   o   fator 

indispensável de humanização e recepção. Neste contexto, de realidades e necessidades, 

o presente tem por objetivo pesquisar a prática de incentivar a leitura das narrativas do 

Poema Épico da Mitologia Grega,  literatura clássica universal, por meio de estratégias 

considerando a linguagem verbal e não­verbal, retomando a leitura dos mitos como eram 

em sua origem e respectiva análise de suas narrativas, como motivação prévia à leitura 

de outros gêneros textuais.

O processo de recepção iniciou­se antes do contato do leitor com o texto. O leitor 

possui um horizonte que o limita, mas que transformou­se continuamente a medida que o 

projeto   foi   ocorrendo.  O Método  Recepcional  desenvolveu­se  por  meio  das  seguintes 

etapas: (BORDINI; AGUIAR, 1993, p. 86­ 91).             

  Ítalo Calvino (1993, p. 9­16 )  apresenta  definições interessantes do  que  é  uma 

obra  clássica  e  que ele faz é de muito valor a leitura dos  clássicos para a humanidade, 

servem para entender quem somos e aonde chegamos. Os clássicos são aqueles livros 

que chegam até nós, trazendo consigo as leituras que precederam a nossa e atrás de si 

os traços que deixaram na cultura ou nas culturas que atravessara ( p.11 ). “numa leitura 

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em   que   o   aluno   descobre   sentidos   e   reelabora   aquilo   que   ele   é   e   o   que   pode 

ser.”(AGUIAR e BORDINI,1993, p. 43).

Desenvolvendo a leitura pelos caminhos da literatura no Método Recepcional de 

ensino de literatura,  enfatizou a comparação entre o familiar e o novo, entre o próximo e o 

distante no tempo e no espaço. O método é, portanto eminentemente social ao pensar o 

sujeito em constante interação com os demais, através do debate, e ao atentar para a 

atuação do aluno como sujeito da História.  Deve ser oferecidos aos alunos diferentes 

autores e obras de diferentes leituras, épocas e   linguagens artísticas: música, cinema, 

teatro, pinturas. E assim,  ser uma leitura mais para perto da Literatura.

Diante disso, ao se utilizar do Poema Épico como recurso pedagógico, estabelece­

se previamente um trabalho intertextual, que remete às narrativas mitológicas reveladas 

na   Teogonia   do   poeta   grego   Hesíodo   (VII   a.C),   especialmente   na   origem   da   deusa 

Afrodite (Vênus) e outros deuses (Nagel, 2006, p.98) registrados em textos literários da 

mitologia grega: na Ilíada e Odisseia de Homero, a Eneida de Virgílio e Os Lusíadas de 

Camões. Estas obras se transformaram em fontes para muitos autores produzirem seus 

textos   em   músicas,   poesias   e   filmes.   Hesíodo   e   Homero   nos   legaram   os   mitos, 

maravilhosas   narrativas   míticas   sobre   a   origem   dos   tempos,   que   encantam, 

principalmente,   porque   fogem   aos   parâmetros   do   modo   de   pensar   racional   que   deu 

origem ao pensamento contemporâneo (2006 p.16). Através das narrativas mitológicas 

que as culturas se desenvolveram e se perpetuaram, como também permanecem nos 

sonhos, imaginário e comportamentos sociais do homem contemporâneo.

                                                                                                                                              

Conforme Jauss(1994):

                                                                                                                          

O texto é um campo onde os horizontes do autor e do leitor podem identificar­se 

ou   confrontar­se,   com   base   nas   expectativas   com   as   quais   concebem   e 

interpretam a obra,  segundo ópticas diferentes,  por exemplo:  ópticas sociais,  a 

posição do leitor na sociedade; intelectuais, a sua visão de mundo; ideológicas, os 

seus valores; literária, o seu acúmulo de conhecimentos; afetiva, o que provoca a 

adesão ou rejeição dos demais referentes ao objeto de estudo. 

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Logo,   “o   entendimento   é   sempre   o   processo   de   fusão   de   tais   horizontes”.  É 

necessário que o professor tenha consciência do processo de proximidade entre o leitor e 

o texto literário, seja responsável, auxiliando os alunos em suas dificuldades.

A Estética da Recepção e  a  Teoria  do  Efeito  são pressupostos sugeridos,  que 

podem levar uma grande contribuição para o ensino­aprendizagem dos estudos literários 

(DCEs, 2008). Dessa forma, as autoras, utilizam­se desses pressupostos para elaborarem 

o Método Recepcional de ensino de leitura de obras literárias, que se funda na atitude 

participativa do aluno com textos de diferentes gêneros, garantindo lhe a realização de 

leituras de forma compreensiva e crítica, questionando as próprias  leituras, verificando 

suas expectativas e mudanças.

DETERMINAÇÃO DO HORIZONTE DE EXPECTATIVAS 

Nesta primeira etapa, houve um diálogo  informal  entre o professor e os alunos 

para que tomasse conhecimento da realidade sócio­cultural dos educandos, expressões 

do   seu   cotidiano,   também   em   termos   de   crenças,   modismos,  preferências  quanto   a 

trabalho  e   lazer,  músicas,   leituras,   filmes,   televisão,  preconceitos  de  ordem moral  ou 

social,   sentimentos  como  o  amor,   (realização  ou  obstáculos)  o  ódio,   vaidade,   ciúme, 

inveja,   assim   como   relacionamento   humano.   A   maioria   dos   alunos   se   expressaram 

oralmente,   confirmando   que  ao   ler,   o   indivíduo   busca   as   suas   experiências,   os 

conhecimentos prévios, a sua formação familiar, religiosa, cultural, enfim, as várias vozes 

que o constituem (DCEs, 2008, p.56).

A primeira atividade, o professor  levou os  livros  literários à  sala de aula,   foram 

distribuídos a  todos alunos,  para  terem um contato direto    com eles,  desta  forma os 

incentivassem  a ler.  Durante o manuseio dos livros, alguns alunos perguntavam entre si 

o   título   do   livro   que   estavam   lendo,   foi   um   momento   de   curiosidade.   Explicou­se   a 

importância  da   leitura  no  processo  entre  o   livro,  o   leitor  e  o   texto,  que  ao   lerem as 

histórias, despertaram: personagens humanos ou animais, objetos falantes, heróis, onde 

nestas histórias há  muitos sentimentos e os problemas que aparecerem, muitas vezes 

serão resolvidos magicamente,  essas histórias às vezes serão relacionadas as de cada 

leitor.

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Foi determinado um tempo para a leitura , em seguida pedido àquele que quisesse 

ler ou contar em voz alta um trecho da narrativa ou uma poesia que leu. Na oportunidade 

ouvir   os   comentários   dos   alunos.   Verificou­se   que   ao   recontarem   o   que   leram, 

perceberam durante a leitura os sentimentos de amor , ciúmes, vaidade, inveja, tristeza 

alegria, traição, preconceitos de ordem  moral ou social, e até alguns se identificaram com 

os personagens.

No final da apresentação oral dos alunos, o professor também comentou as obras 

escolhidas por eles, neste momento foi  um processo de interação entre o entusiasmo do 

professor,   o   leitor   e   a   obra.   Para   o   educando,   este   ato   foi   determinante   para     o 

desenvolvimento e ao insentivo à  leitura.

No segundo momento, responderam a um questionário, onde perceberam  que  em 

todos personagens há o sentimento do “AMOR”, e também se manifesta em diferentes 

gêneros: filmes, músicas e quadros. Ficou constatado,   o desconhecimento dos alunos 

com respeito às narrativas mitológicas, em especial a história biográfica da deusa Vênus, 

entretanto poucos a conheciam como “deusa do amor”.

ATENDIMENTO DO HORIZONTE DE EXPECTATIVAS

Verificou­se nesta etapa que durante a leitura das obras literárias, os  sentimentos 

que mais seduziram a atenção dos alunos foram os relacionados ao “Amor”, e que muitas 

consequências     podem   levar   à   morte.  Foram   leituras  próximas   ao   conhecimento     e 

experiências dos alunos, teve no Método Recepcional uma atitude participativa do  aluno 

em contato  com os  diferentes   gêneros textuais. A partir  desse procedimento, os alunos 

foram   estimulados   a   utilizar     seus   conhecimentos,   vivências   e     estabelecerem   uma 

relação entre o horizonte de expectativas e as contribuições adquiridas com as novas 

leituras.  Os requisitos   apresentados para o ensino e a dinamização da  leitura,    com 

condições    de   reconhecer     nas     aulas    um    envolvimento    de     subjetividades    que 

expressam   pela     tríade   obra/autor/leitor,    por   meio   de   uma    interação   que está 

presente no ato de ler. Há uma relação entre o leitor e  a  obra e nela  a  representação 

de mundo do autor que se confronta com a representação de mundo do leitor, no ato ao 

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mesmo tempo solitário e dialógico da leitura.  

Nesta segunda etapa,  os sentimentos  mais citados por eles foram os de “interesse 

de  relacionamentos  amorosos”:  amor,  desejo,   traição,  a  beleza do ser  amado,   inveja, 

vaidade, coragem, ódio, raiva, ciúmes, poder, que muitas vezes nas obras literária, as 

consequências levam à morte.

 A partir das leitura biográfica de  Hesíodo, estabeleceu­se nas leitura a origem da 

deusa do Amor Afrodite(grega) Vênus (romana), e de Homero criador do poema Épico. 

Percebeu­se   o   interesse   dos   alunos   pelas   narrativas     mitológicas   após   estudos   de 

interpretação   do   texto.  O  professor   leu   de   forma   expressiva,   questionando   e 

proporcionando a participação dos alunos. Uma sugestão possível foi o de dramatizar o 

texto, desde que esse tipo de procedimento fosse do agrado da turma. Cada aluno leu um 

trecho e comentou.  A   dramatização da história não  foi   realizada porque se sentiram 

inseguros por não conhecerem bem as narrativas.

No segundo texto o  Pomo da Discórdia, aproveitou­se o momento de encanto para 

se discutir a respeito da deusa Vênus  em diversos gêneros textuais na poesia, música, 

no filme, na pintura, Já no    gênero poema épico  ou poesia épica escrito em forma de 

versos, predomina a objetividade. As epopeias clássicas são de fundamental importância 

para  o  conhecimento  da   trajetória  histórica  dos  valores   sociais,   éticos  e  políticos  da 

humanidade (essência da mitologia grega).

Levou­se para a sala de aula as obras em poema épico da “Ilíada”, “Odisseia” e “Eneida” 

e   “Os   Lusíadas”   em   versos   e   outras   em   prosa   (narrativa)   para   que   os   alunos 

conhecessem  os diferentes tipos textuais.

CONHECER OS DEUSES 

 A epopeia eternizou lendas seculares e tradições ancestrais, preservadas ao longo 

dos séculos pela transmissão oral. Em geral celebra os feitos mais representativos de um 

povo ou de uma nação, por isso manifesta um profundo espírito de exaltação nacional. Os 

versos   das   narrativas   são   autênticos   “lavores”   finíssimos   de   estilística   apresentam 

descrições de teor grandioso e imponente referentes a pessoas, às cidades, aos palácios 

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e aos lugares de modo geral, o que podemos denominar por “realismo grandiloquente, 

assim, denotando o típico habito da Grécia Antiga de enaltecer, além de exagerar em 

termos de beleza (CLARET, 2006).

A turma foi dividida em equipes, para pesquisar na internet os principais deuses, e 

as  histórias  dos  mitos,  que  deu­se  o  nome de      mitologia   ,   as  narrativas  que  eram 

transmitidas oralmente de geração para geração.  Na pesquisa responderam  as questões 

fundamentais  como:  a  origem do deus.  A condição do homem e sua  relação com a 

*natureza,  com o  outro  e  com o  mundo,  através  de  deuses,  heróis  ou  semi­deuses, 

ninfas, titãs, centauros, sereias e ciclopes. Os deuses eram como humanos: casavam, 

sentiam amor,  ciúmes,  e  se  vingavam quando necessário.    Eles  possuíam a mesma 

equivalência grego e romana e também continuam a influenciar a humanidade. 

Os alunos atenderam as sugestões dadas pela professora, para a apresentação 

oral  em sala de aula. Os trabalhos pesquisados,  foram exibidos em diferentes mídias: 

power points, vídeo, músicas , pintura. Trouxeram em pendrive para apresentá­los,  foi 

uma atividade muito produtiva e com muita criatividade. Cada equipe fez   uma gravura 

ilustrada do deus, que foi exposto nos corredores da escola. 

Juntos construímos  um ambiente virtual, um blog denominado “Nos caminhos da 

Literatura”,   para   a   publicação   dos   trabalhos,   de   acordo   com   as   possibilidades   e 

conhecimentos , do professor e dos alunos.

Em depoimento, disse a bibliotecária, que a frequência à biblioteca  e o interesse 

em retirar livros aumentou em relação ao de costume. Os alunos também fizeram uma 

lista de livros atualizados que gostariam de ler, muitos relacionados à mitologia grega, o 

diretor aprovou e os livros foram comprados.

Este texto auxiliou na atividade abaixo:

O poema épico  “Ilíada,  de Homero escrito  entre  os  séculos   IX e VII  a.C.  Esta 

cidade se chamava Ílion, daí o nome Ilíada, depois Troia. O título dado por seu autor para 

contar o ataque dos aqueus a Troia devido ao rapto de Helena, esposa de Menelau, por 

Páris e a ira de Aquiles, também os últimos dias de guerra entre gregos e troianos, que 

durou dez longos anos, construído sobre as paixões humanas e divinas tem como fundo o 

eterno   conflito   entre   o   bem   e   o   mal.   A   “Odisseia”   de   Homero   narra   as   aventuras 

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fantásticas de Odusséus (forma grega de Ulisses), rei de Ítaca em suas navegações de 

volta para casa após a guerra de Troia. A prisão na ilha da deusa­feiticeira Circe, que 

transformava homens em porcos, uma descida ao Hades, as terras infernais para onde 

desciam as sombras dos mortos, antes de irem ao Tártaro. Sua incrível batalha contra os 

pretendentes que assediaram sua esposa Penélope. Em   “Eneida” de Virgílio, a deusa 

Vênus, após o incêndio de Troia e  a derrota, em fuga  acompanha seu filho Eneias que 

ela   teve   com   o   mortal   Anquises,   refugiou­se   na   península   itálica   onde   lutaria   para 

estabelecer e se fixar no Lácio. Considerado fundador mítico de Roma, e os romanos 

consideram­se descendentes da deusa.

Nesta   atividade   houve   dificuldades   no   momento   da   leitura   e   interpretação   da 

adaptação    em   quadrinhos  da  história de  “ Páris e  Helena “, personagens  das obras: 

“Ilíada“ e “Odisseia” de Homero e “Eneida “de Virgílio, o professor auxiliou à relembrarem 

as narrativas acima, assim,   puderam perceber nos quadrinhos a deusa Vênus, onde é 

marcada pela beleza ,  pela criatividade no diálogo com Páris,  pela “poesia” da história.

POEMA OU POESIA 

 Posteriormente, mostrou­se aos alunos as diferenças entre as obras originais dos 

poemas épicos “Ilíada”, “Odisseia”, “Eneida” e “Os Lusíadas” em versos e em narrativas. 

A   poesia,   segundo   o   Minidicionário   Aurélio   da   língua   portuguesa,   é   a   arte   de   criar 

imagens, inspirados pelos sentimentos, sugerir emoções por meio de uma linguagem em 

que se  combinam sons, ritmos e significados. Arte de escrever em versos, desperta o 

sentimento  do belo.  É  a  arte  da habilidade de  tornar  algo poético.    Poema,  obra em 

versos, de modo geral de pequena extensão, composição poética com enredo, tratando 

da obra, do próprio texto. Cada aluno escreveu um poema ou uma poesia, depois  foi 

ilustrada. Todos  os trabalhos foram expostos em um mural  da escola.

   

RUPTURA DO HORIZONTE DE EXPECTATIVAS

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Na  terceira etapa a ruptura foi com oferecimento de textos que se assemelhassem 

em um ou mais aspectos: o tema, o tratamento, a estrutura, ou a linguagem. Assim, o 

aluno percebeu que não estava em um campo desconhecido. Esta ruptura aconteceu de 

maneira   harmônica,   por   meio   da   intertextualidade,     o   aluno   não   rejeitou   as   novas 

experiências, e a compreensão dos textos foi um processo que se determinou pelo uso 

dos conhecimentos prévios adquiridos ao longo de sua vida, ou adquiridos  pelas etapas 

estudados   anteriormente.   Para   BAKHTIN   (1992),   cabe   ao   professor,   essa   ação 

pedagógica, oportunizar leituras de textos, que diversifiquem gêneros discursivos.

INTERTEXTUALIDADE

 O educador através da intertextualidade faz  uma fusão entre o contemporâneo e o 

mitológico.  Em BAKHTIN  (1986),  o   texto  só   ganha  vida  em contato  com outro   texto. 

Somente neste ponto de contato entre textos é que uma luz brilha, iluminando tanto o 

posterior como o anterior, juntando dado texto a um diálogo. Enfatizamos que esse

contato é um contato dialógico entre textos...por trás desse contato está um contato de 

personalidades e não de coisas. 

Segundo   BARROS   (1999,   p.   3)   o   modo   de   ver   de   Bakhtin,   concebe­se   ao 

dialogismo como um espaço interacional, onde os textos são dialógicos porque resultam 

do encontro de muitas vozes sociais. Para se fazer “leituras” de textos verbais e não­

verbais, fazer relações dialógicas entre texto/imagem e leitor com outros textos. Presentes 

nas   DCEs   (PARANÁ,   2008)   de   que   é   tarefe   da  escola   possibilitar   que   seus   alunos 

participem de diferentes práticas sociais que utilizem da leitura, a oralidade e escrita, com 

a finalidade de inserí­los nas diversas esferas de interação. 

Ao ler, o educando buscará as suas experiências, os conhecimentos prévios, a sua 

formação familiar, religiosa, cultural, enfim, as várias vozes que o constituem (PARANÁ, 

2008, p. 56). A compreensão de um texto é um processo, que se determina pelo uso que 

o leitor faz de conhecimentos prévios, adquiridos ao longo de sua vida. O contexto do 

poema Épico, buscando relação com fatos históricos.

 A intertextualidade mitológica compreendida em diferentes Gêneros: na pintura de 

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Sandro Boticelli “Nascimento de Vênus”, na música “Mulher nova bonita e carinhosa” de 

José Ramalho, e na poesia de Carlos Drummond de Andrade “Balada do amor atrás das 

idades”. Como também a participação de Afrodite (Vênus) nos poemas Épicos: “Ilíada” e 

“Odisseia”  de Homero, “Eneida”de Virgílio e “Os Lusíadas” de Camões.

De acordo com FRASSON (1992, p.90) para captar a intertextualidade, é preciso 

ativar   o   conhecimento   de   mundo,   aquele   que   está   armazenado   na   memória,   pela 

vivência,   como   também   o   conhecimento   partilhado,   que   determina   a   estrutura 

informacional, e que, juntos, darão sentido ao texto. 

DIALOGANDO COM A TELA

Após observarem as imagens   no quadro “O Nascimento de Vênus”, de Sandro 

Botticelli,   os   alunos   responderam  oralmente  as  questões.  Na  etapa  determinação  do 

horizonte   de   expectativas,   descrevendo   as   sensações   que   a   gravura   transmitia, 

principalmente a intertextualidade com o 1º texto estudado, na 1ª etapa determinação do 

horizonte de expectativas, esta leitura possibilitou uma reflexão de cada personagem do 

quadro. Cada um observou um detalhe diferente, ampliando mais os conhecimentos de 

cada aluno.

INTERDISCIPLINARIDADE

Houve  uma  interação  com a  disciplina  de  Arte,  os  alunos  pesquisaram com a 

professora   a respeito de Sandro Botticelli e sua obra “O Nascimento de Vênus”, foi um 

aprofundamento neste assunto, pois ela já havia trabalhado este conteúdo no 1º bimestre.

Em outra atividade foi discutido, com  uma intermediação do professor, relacionando o 1º 

texto com a obra de arte  e o posicionamento do aluno do a  repeito do assunto: a deusa 

da   beleza   na   atualidade.   Chegaram   a   conclusão   após   um   processo   de   reflexão   e 

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discussão, de que tanto o homem quanto a mulher buscam a beleza física, frequentando 

academias, a mulher faz cirurgias plásticas em excesso, os homens são mais moderados 

neste sentido, porém se utilizam mais de anabolizantes.  Concluíram  esta atividade com 

uma produção escrita. Cada um trouxe desenhada e ilustrada em papel sulfite ou cartolina 

sua própria deusa, foram expostas  pelos corredores da escola.

DIALOGANDO COM A MÚSICA

  Confirma­se a  concepção de  leitura  com a  prática  do  Método Recepcional.    A 

música estabeleceu  um diálogo intertextual, com os conhecimentos da mitologia grega e 

a deusa Vênus,  já adquiridos e trabalhados em etapas anteriores 

Mulher nova, bonita e carinhosa. Faz o homem gemer sem sentir dor.

Zé Ramalho / Otacílio Batista

Numa luta de gregos e troianos 

Por Helena, a mulher de Menelau

Conta a História de um cavalo de pau 

Terminava uma guerra de dez anos 

Menelau, o maior dos espartanos 

Venceu Páris, o grande sedutor 

Humilhando a família de Heitor

Em defesa da honra caprichosa.

Mulher nova, bonita e carinhosa. Faz o homem gemer sem sentir dor.

( … )

A letra dessa música relembrou todas as leituras apresentadas até este momento 

para a construção de conhecimento.

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DIALOGANDO COM A POESIA

  A   poesia   foi   um   recurso   que   complementou   as   narrativas,   ampliou   os 

conhecimentos   históricos   e   literários.   Após   a   leitura   cada   um   comentou   os   mitos 

conhecidos e que mais se emocionou.

BALADA DO AMOR ATRÁS DAS IDADES 

Carlos Drummond de Andrade

Eu te gosto, você me gosta

desde tempos imemoriais

Eu era grego, você troiana,

troiana, mas não Helena. 

Saí do cavalo de pau 

para matar seu irmão.

Matei, brigamos, morremos.

( … )

DIALOGANDO COM O FILME

 O  filme foi   uma  forma  de  aproximar  o  aluno  da  leitura.  Essa  prática 

pedagógica enriqueceu a sua compreensão. O filme foi um espetáculo de imagens, e com 

a leitura foram   bem encaminhados   e   direcionados   pelo   professor. Posteriormente, 

indicados   vários livros   aos   alunos: Os Lusíadas, O ladrão de raios, Odisseia, Ilíada e 

outras   narrativas   mitológicas.   Na   apresentação   oral     falaram       sobre     o     autor; 

contextualizaram as obras  no momento  em  que estes  foram  escritos. No trabalho  de 

pesquisa,   fizeram   comparações   entre   a   linguagem   do   livro   e   a   linguagem 

cinematográfica.

Um   filme   pode,   após   assistido, ser  interpretado   e   debatido,   e ser 

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contextualizado     com   a      leitura     de     outros     gêneros.  Da pesquisa trouxeram as 

expressões originadas da obra de Homero, explicaram o significado de cada uma delas 

presente no cotidiano: 

• Pomo da discórdia• Calcanhar de Aquiles• Agradar a gregos e troianos• Operação cavalo de Troia.

QUESTIONAMENTO DO HORIZONTE DE EXPECTATIVAS

O professor orientou o aluno/leitor a um questionamento e uma autoavaliação a 

partir dos textos oferecidos. Neste momento os alunos realizaram análise comparativa das 

duas experiências de leitura anteriores, quais textos exigiram maior reflexão, e os que 

trouxeram um grau maior de satisfação. Definições de preferências quanto à temática e 

outros   elementos   da   literatura.  Segundo   Lajolo   (1997,   p.   106).   Cada     leitor,     na 

individualidade   de  sua   vida,   vai   entrelaçando   o significado pessoal de suas leituras 

com os vários significados que, ao longo da história de um texto, este foi acumulando. 

Cada leitor tem a  história de suas leituras, cada texto, a história das suas.

AMPLIAÇÃO DO HORIZONTE DE EXPECTATIVAS

 Com a realização de todas as etapas, os alunos deverão perceber que as leituras 

ocorridas durante esse processo não foram só para cumprir tarefe escolar, mas a  partir 

delas o modo como veem seu mundo, refletindo e conscientizando­se das mudanças e 

aquisições  que   conseguiram com as   literaturas,   como   também a  ampliação  de   seus 

conhecimentos,   comparando   seu   horizonte   inicial   de   expectativas   com   os   interesses 

atuais. A verbalização das mudanças ocorridas deve partir deles, sem intervenção direta 

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do professor, mas crie condições para que eles avaliem o que foi alcançado e o que resta 

a fazer.

O final desta etapa é o início de uma nova aplicação do Método Recepcional,que

 Literatura. Levando­se em conta a formação do leitor, por meio da ampliação constante 

do horizonte de expectativas  (DCEs, 2008, p.74 e 75).  Em relação à  deusa Vênus do 

Poema Épico  da  mitologia  grega à   contemporaneidade,   fez­se  necessário  pensar  em 

estratégias que despertassem o interesse e curiosidade por este gênero, que possui suas 

especificidades, onde as práticas pedagógicas possibilitassem a evolução da prática de 

leitura dos alunos.

Sendo assim, o espaço escolar deve proporcionar aos educandos o contato com a 

intertextualidade, que é vista como a relação de um texto com outros textos previamente 

existentes. Para Fiorin (1999, p. 30) a intertextualidade é o processo de incorporação de 

um texto em outro, seja para reproduzir o sentido incorporado, seja para transformá­lo. 

Estudar  os mitos gregos,  especialmente a deusa Vênus e sua  importância nas 

narrativas  mitológicas,  é   conhecer  os  sentimentos  do  homem contemporâneo.  Reunir 

leituras que  fortifiquem e  incentivem os conhecimentos  prévios do  aluno  instigando a 

curiosidade à leitura das narrativas do Poema Épico, por meio da ampliação constante do 

horizonte   de   expectativas,   para   que   se   aproprie   de   novos   conhecimentos.   Os 

encaminhamentos metodológicos para este trabalho com a Leitura e a Literatura, serão 

fundamentados na Teoria da Estética da Recepção e no Método Recepcional, conforme 

os textos de Maria da Glória Bordini e Vera Teixeira de Aguiar.

O leitor é a figura imprescindível no processo de leitura, considerado como co­autor 

dos textos, ao dialogar com a obra em busca de conhecimentos e significação, é preciso 

que ative conhecimentos anteriores, relacionados às ideias contidos no texto lido com o 

que já sabe, realiza­se um trabalho possibilitando sua atualização textual no ato de leitura, 

a ampliação  de horizontes repercute num entendimento para além do texto lido.

Os conhecimentos prévios do leitor devem ser levados em consideração, porque 

desta forma que um texto literário se constrói, nas possíveis interpretações: social, cultural 

e emocional de cada leitor. A obra literária não se apresenta exatamente o que está como 

novidade absoluta, ela se refere ao já conhecido.

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A compreensão de um texto é um processo, que se determina pelo uso que o leitor 

faz de conhecimentos prévios, adquiridos ao longo de sua vida, e para aprender a partir 

de uma leitura é preciso dos conhecimentos anteriores, relacionando as ideias do texto 

lido ao que já sabe. No decorrer da leitura possa refletir, questionar, buscar pistas para 

uma compreensão efetiva. 

CONSIDERAÇÕES FINAIS

O trabalho  “Desenvolvendo a leitura pelos caminhos da Literatura: a deusa Vênus 

no poema épico, da Mitologia Grega à contemporaneidade “ passou por diversas etapas 

do   Método   Recepcional,   de   acordo   que   acontecia   cada   uma,   eram   alcançados   os 

objetivos.

Retomando a leitura dos mitos como eram em sua origem e respectiva análise de 

suas narrativas, como motivação prévia à leitura de outros gêneros textuais, buscando o 

hábito e o interesse  pela  leitura.

A Estética da Recepção pode servir de suporte para uma reflexão válida com 

respeito à Literatura. Levando­se em conta a formação do leitor, por meio da ampliação 

constante do horizonte de expectativas. Em relação à deusa Vênus do Poema Épico da 

mitologia grega à contemporaneidade, faz­se necessário pensar em estratégias que 

despertem o interesse e curiosidade por este gênero, que possui suas especificidades, 

onde as práticas pedagógicas possibilitam a evolução da prática de leitura dos alunos, e 

os aproximando dos textos orais e escritos.

Sendo a epopeia a 1ª manifestação literária universal, não pode desaparecer, e 

sim, o professor deve acrescentá­la aos novos meios mediáticos, a mitologia  grega é 

citada em várias atividades contemporâneas. O poético sensibiliza o ser humano, está na 

obra  de  arte:  na  pintura,  escultura,  na  música,  na  poesia,  no   filme,  na   literatura  e  o 

professor deve estabelecer relações entre as artes e os alunos.

Estudar  os mitos gregos,  especialmente a deusa Vênus e sua  importância nas 

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narrativas  mitológicas,  é   conhecer  os  sentimentos  do  homem contemporâneo.  Reunir 

leituras   em   que   fortifiquem   e   incentivem   os   conhecimentos   prévios   dos   alunos   para 

instigar   a   curiosidade   à   leitura   do   Poema   Épico,   para   que   se   aproprie   de   novos 

conhecimentos.

Dentre  os   requisitos     apresentados  para  o  ensino  e  a  dinamização  da   leitura 

escolar, o trabalho do professor merece maior atenção. Isso porque, sem um professor 

que,   além   de   se   posicionar   como   um   leitor   assíduo,   crítico   e   competente,   entenda 

realmente a complexidade do ato de ler (SILVA, 2002, p. 22).    

  Desta   forma,   desenvolver   o  gosto  e  o  hábito  da   leitura,   interpretação   textual, 

compreensão, prática da oralidade e da escrita, de maneira sólida no âmbito escolar.

Certamente, a função da escola é fundamental no incentivo à leitura, oralidade e a escrita 

para uma educação de qualidade que leve o educando além do gosto e do hábito de ler. A 

leitura é a base para sua emancipação social.

Os alunos devem perceber que as leituras ocorridas durante esse processo não foram só 

para cumprir tarefa de leitura, mas a partir delas o modo como veem seu mundo, reflitam 

e tomem consciência das mudanças e aquisições que conseguiram com a literatura, como 

também   a   ampliação   de   seus   conhecimentos,   comparando   seu   horizonte   inicial   de 

expectativas com os interesses atuais.

A leitura das narrativas da mitologia grega,  foi de extrema importância até chegar 

na   etapa   da   “Ruptura   do   Horizonte   de   Expectativas”,   para   assim   ampliar   os 

conhecimentos   e   juntamente   com   as   relações   intertextuais,   que   a   deusa   Vênus 

estabelece com   leituras de   diferentes gêneros textuais. Conhecer os deuses inseridos 

nas   histórias   mitológicas     é   fundamental   para   tornar­se     um   leitor   que  goste   de   ler 

diferentes gêneros e literatura. 

Assim, para a proposta ser eficaz ao ensino de literatura, propõe­se uma prática 

aliada à utilização de recursos tecnológicos que não sejam interferências à aprendizagem, 

mas voltados para fins de formação, transformação e cidadania.

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Fonte:   http://www.dominiopublico.gov.br/download/imagem/wm000001.jpg,   acesso   em 

junho de 2011.