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O PROFESSOR PDE E OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE 2009 Produção Didático-Pedagógica Versão Online ISBN 978-85-8015-053-7 Cadernos PDE VOLUME I I

DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE 2009 · insistindo em apagar incêndios. Elas não avançam como deveriam, não acompanham as inovações e não questionam a produção da identidade

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O PROFESSOR PDE E OS DESAFIOSDA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE

2009

Produção Didático-Pedagógica

Versão Online ISBN 978-85-8015-053-7Cadernos PDE

VOLU

ME I

I

SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO

SUPERINTENDÊNCIA DA EDUCAÇÃO

PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE PONTA GROSSA

ELAINE BRAUN PDE PEDAGOGIA

ILUSTRAÇÃO

MAYCO FERREIRA DA SILVA ALUNO APAE/TELÊMACO BORBA

PONTA GROSSA

2010

ELAINE BRAUN

CADERNO PEDAGÓGICO

INCLUSÃO ESCOLAR: ENFRENTAR OS DESAFIOS

E VIABILIZAR AÇÕES

Produção didático-pedagógica apresentado para conclusão do segundo período do Programa de Desenvolvimento Educacional (PDE) da Secretaria de Estado da Educação, sob a orientação da Prof. Me. Nelba Maria Teixeira Pisacco.

Ponta Grossa

2010

SUMÁRIO

1 APRESENTAÇÃO ......................................................................................... 4

2 VOCÊ ESTÁ CONVIDADO............................. .............................................. 6

3 CONHECENDO MELHOR O TEMA .............................................................. 7

4 QUEM SÃO OS ALUNOS COM NECESSIDADES EDUCACIONAIS

ESPECIAIS? ..................................................................................................

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5 ADAPTAÇÃO CURRICULAR ....................................................................... 25

6 EXERCITANDO ESTRATÉGIAS INCLUSIVAS ........................................... 39

REFERÊNCIAS ............................................................................................ 44

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Inclusão Escolar: enfrentar os desafios e viabilizar ações

A inclusão é algo que se impõe, cada vez mais, no mundo atual. Em

decorrência disso, um dos grandes desafios da escola é incluir, de forma adequada

e com êxito, todos os alunos, independentemente de suas diferenças.

O presente Caderno Pedagógico, INCLUSÃO ESCOLAR:INCLUSÃO ESCOLAR:INCLUSÃO ESCOLAR:INCLUSÃO ESCOLAR: ENFRENTAR ENFRENTAR ENFRENTAR ENFRENTAR

DESAFIOS E VIABILIZAR AÇÕESDESAFIOS E VIABILIZAR AÇÕESDESAFIOS E VIABILIZAR AÇÕESDESAFIOS E VIABILIZAR AÇÕES, visa subsidiar as discussões a respeito da

temática na escola, bem como ampliar as possibilidades reais de desmistificação da

inclusão do aluno com necessidades educacionais especiais. É resultado do projeto

de formação continuada propiciada pela Secretaria de Estado da Educação do

Paraná – SEED, por meio do Programa de Desenvolvimento Educacional – PDE, em

conjunto com a Universidade Estadual de Ponta Grossa – UEPG.

Organizado como produção didático-pedagógica, o material dará suporte ao

trabalho que será desenvolvido com professores e equipe pedagógica do Colégio

Estadual Manoel Ribas de Telêmaco Borba, com a realização de quatro encontros

para grupos de estudos.

O primeiro encontro “conhecendo melhor o tema” oferece uma visão geral

sobre as concepções e processos de inclusão.

A caracterização dos alunos será abordado no segundo encontro “quem são

os alunos com necessidades educacionais especiais”.

O terceiro encontro “adaptação curricular” trata do atendimento e práticas

educativas a serem desenvolvidas pelos professores que trabalham com esses

alunos.

O quarto encontro “exercitando estratégias inclusivas”, analisa estudos de

casos, identificando suportes necessários e tratando das adequações curriculares

nas práticas dos professores em sala de aula para favorecer a inclusão.

Espera-se que este Caderno Pedagógico, com seu referencial teórico e

sugestões de atividades, possa oferecer aos professores subsídios na promoção da

inclusão do aluno com necessidades educacionais especiais.

APRESENTAÇÃOAPRESENTAÇÃOAPRESENTAÇÃOAPRESENTAÇÃO

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Inclusão Escolar: enfrentar os desafios e viabilizar ações

Vivemos num mundo que se caracteriza pelo individualismo. O “eu” é o centro do universo. Se eu tenho, eu posso, eu desfruto, eu sou feliz. Mas... “Vou te contar, os olhos já não podem ver, coisas que só o coração pode entender. Fundamental é mesmo amor, é impossível ser feliz sozinho”... (Tom Jobim)

Este Caderno foi construído para aqueles que amam o que fazem. Para

aqueles que gostam de lidar com “gente”, com seres humanos nas suas mais

diversas diferenças.

Almejamos um novo olhar cujas lentes da compreensão, solidariedade e

crença no potencial humano superem atitudes de preconceito e discriminação.

Convidamos você a um olhar que inspire a educação na e para a diversidade,

em que currículos que marginalizam as diferenças dêem espaço à construção de

práticas curriculares calcadas no compromisso com a pluralidade das manifestações

humanas presentes nas relações cotidianas da escola.

Buscamos uma (re)significação do papel da escola, bem como a adoção de

formas mais solidárias e plurais de convivência.

Para tanto, é fundamental que tenhamos bem claro nosso sonho educacional,

ou melhor, o objetivo que queremos atingir ao dedicar horas, dias, anos de nossas

vidas a ensinar.

Precisamos saber aonde queremos chegar. Para isso, é importante que fique

bem claro que não existe “o” caminho a ser seguido, mas caminhos a escolher,

decisões a tomar. E escolher é sempre correr riscos e assumir compromissos.

Nossa proposta é um convite a enfrentarmos juntos os desafios. Afinal... é

impossível ser feliz sozinho!!!!

Você está convidadoVocê está convidadoVocê está convidadoVocê está convidado!!!!

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Inclusão Escolar: enfrentar os desafios e viabilizar ações

O que significa Inclusão?

No dicionário você irá encontrar o seguinte conceito:

Mantoan, citado por Cavalcante (2005), define a inclusão como a nossa

capacidade de entender e reconhecer o outro e, assim, ter o privilégio de conviver e

compartilhar com pessoas diferentes de nós. A educação inclusiva acolhe as

pessoas, sem exceção. É para todos, os que têm deficiência física, os que têm

comprometimento mental, os superdotados, as minorias e para as crianças

discriminadas por qualquer outro motivo. Estar junto é se aglomerar no cinema, no

ônibus e até na sala com pessoas que não conhecemos. Já a inclusão é estar com,

é interagir com o outro.

O direito à educação para Todos e o respeito às diferenças já está garantido

desde a Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. A partir da década

de 90 entra em ascensão, por meio de acordos e políticas de âmbito internacional

que amparam e sustentam os movimentos de estruturação de escolas inclusivas de

vários países, dentre eles o Brasil.

Tais conquistas são definidas em instrumentos internacionais, como o

relatório e resolução da Conferência de Jomtien, na Tailândia (1990) – Conferência

Mundial de Educação para Todos: satisfação das necessidades básicas de

aprendizagem. No Art. 1º destaca que cada pessoa – criança, jovem ou adulto –

deve estar em condições de aproveitar as oportunidades educativas voltadas para

satisfazer suas necessidades básicas de aprendizagem.

Essas necessidades compreendem tanto os instrumentos essenciais para a

aprendizagem (como a leitura e a escrita, a expressão oral, o cálculo, a solução de

problemas), quanto os conteúdos básicos da aprendizagem (como conhecimentos,

Primeiro Encontro Conhecendo melConhecendo melConhecendo melConhecendo melhor o temahor o temahor o temahor o tema

Inclusão : estado daquilo ou de quem está inserido, metido, compreendido dentro de algo, ou envolvido, implicado em; introdução de uma coisa em outra, de alguém em um grupo, etc. (HOUAISS, 2008).

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Inclusão Escolar: enfrentar os desafios e viabilizar ações

habilidades, valores e atitudes), necessários para que os seres humanos possam

sobreviver, desenvolver plenamente suas potencialidades, viver e trabalhar com

dignidade, participar plenamente do desenvolvimento, melhorar a qualidade de vida,

tomar decisões fundamentadas e continuar aprendendo. A amplitude das

necessidades básicas de aprendizagem e a maneira de satisfazê-las variam

segundo cada país e cada cultura, e, inevitavelmente, mudam com o decorrer do

tempo.

Pensar a cerca da escola inclusiva nos leva a buscar alternativas de

diferenciação pedagógica, possibilitando a Todos o direito social de aprendizagem.

Requer, da mesma forma, a transformação das práticas avaliativas, a fim de que

estas não constituam um mecanismo de seleção classificatória e fabricação de

sucessos e fracassos escolares, mas possibilitem a orientação e aprimorarmento

das práticas educativas reduzindo as desigualdades e preconceitos pedagógicos.

O Art. 3º da Conferência Mundial de Educação para Todos propõe a

universalização do acesso à educação e a promoção da equidade:

A educação básica deve ser proporcionada a todas as crianças, jovens e adultos. Para tanto, é necessário universalizá-la e melhorar sua qualidade, bem como tomar medidas efetivas para reduzir as desigualdades. Para que a educação básica se torne equitativa, é mister oferecer a todas as crianças, jovens e adultos, a oportunidade de alcançar e manter um padrão mínimo de qualidade da aprendizagem.(UNESCO,1990).

Como a sua escola vem praticando a inclusão de alunos com necessidades educacionais especiais? ________________________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________________________________________________________________________

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Inclusão Escolar: enfrentar os desafios e viabilizar ações

Ao tratar todas as crianças como iguais, a escola e asociedade transformam

as diferenças e as desigualdades em inúmeros instrumentos de segregação social.

Perrenoud, citado por Freitas (2006), discorre sobre como a escola faz para

fabricar sucessos e fracassos, distinguindo três mecanismos complementares:

o currículo ou o caminho que desejamos que os alunos percorram

(necessidade de considerar que nem todos os alunos partem do mesmo ponto e não

dispõem dos mesmos recursos para avançar);

a ajuda que o professor proporciona para que cada aluno possa percorrer o

caminho (surge o problema da indiferença às diferenças, a ajuda padronizada

promoverá a chegada dos melhores preparados enquanto que os demais não

atingirão os objetivos) e;

o modo de avaliação contribui expressivamente para minimizar ou dramatizar

as desigualdades de aprendizagem, ou ainda, a avaliação cria suas próprias

desigualdades, quando inclina a estimativa das competências a favor dos bons ou

de crianças socialmente favorecidas, mesmo sendo equitativa, ela fabrica

desigualdade por meio da realidade dos desvios.

A partir da Conferência Mundial sobre Igualdade de Oportunidade: Acesso e

Qualidade realizada em Salamanca, Espanha, 1994, a inclusão toma força. Na

oportunidade foi elaborada e aprovada a Declaração de Salamanca e Linhas de

Ação sobre Necessidades Educativas Especiais. Neste documento, o Art. 4º aponta

que:

as necessidades educativas especiais incorporam os princípios já aprovados de uma pedagogia equilibrada que beneficia todas as crianças.

É necessário atentar que diferenciar pedagogicamente, ou seja, individualizar os percursos de aprendizagem, não significa, em nenhum momento, desprezar a interação entre os indivíduos. A relação entre os pares exerce o papel fundamental na aprendizagem dos educandos e o confronto das diferentes capacidades cognitivas entre aluno/aluno e aluno/professor é que facilitam a problematização das situações e compartilhamento de conhecimentos.

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Inclusão Escolar: enfrentar os desafios e viabilizar ações

Parte do princípio de que todas as diferenças humanas são normais e de que a aprendizagem deve, portanto, ajustar-se às necessidades de cada criança, em vez de cada criança se adaptar ao ritmo e à natureza do processo educativo. Uma pedagogia centralizada na criança é positiva para todos os alunos e, consequentemente, para toda a sociedade. (UNESCO, 1994).

A responsabilidade da inclusão de um aluno com necessidades educacionais

especiais é da comunidade escolar e representa uma oportunidade, um objetivo

para que a escola não caminhe para um grupo de pessoas homogêneas, para uma

padronização de comportamentos e atitudes ditas pedagógicas.

A educação das pessoas com necessidades educacionais especiais permite

aos professores reverem a sua própria formação, os seus referenciais teórico-

metodológicos. Incentiva-os a buscar uma formação continuada e, acima de tudo,

uma transformação da cultura pedagógica.

Surge uma nova concepção de atendimento especializado que se estende à

diversificada rede de apoio dos recursos humanos, técnicos, tecnológicos e

materiais oferecidos, de modo a apoiar e complementar as práticas do ensino

comum, substituindo a idéia de que os serviços especializados se resumem às

classes e escolas especiais.

Consideram-se alunos com necessidades educacionais especiais os que apresentam, no processo educacional, dificuldades acentuadas de aprendizagem ou limitações para acompanhar as atividades curriculares (não vinculadas a uma causa específica, ou relacionadas a condições, disfunções, limitações ou deficiências), condições de comunicação e sinalização diferenciada dos demais alunos, demandando uso de linguagens e códigos aplicáveis e altas habilidades ou superdotação.

( PARANÁ., 2006 ).

Nas diretrizes político-pedagógicas, propostas no Ministério da Educação nos

últimos anos, destaca-se a Política Nacional de Educação Especial na perspectiva

da Educação Inclusiva que contribui para organizar os sistemas de ensino, embora

ainda sob a perspectiva de integração.

Os caminhos propostos por nossas políticas de educação continuam insistindo em apagar incêndios. Elas não avançam como deveriam, não acompanham as inovações e não questionam a produção da identidade e da diferença nas escolas. Continuam mantendo um distanciamento das verdadeiras questões que levam à exclusão escola. (MANTOAN, 2006, p.31).

A exclusão escolar, para a mesma autora, manifesta-se das mais diversas

formas, e quase sempre o que está em jogo é a ignorância do aluno diante dos

padrões de cientificidade do saber. A escola se democratizou, abrindo-se para novos

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Inclusão Escolar: enfrentar os desafios e viabilizar ações

grupos sociais, mas não aos novos conhecimentos. Por isso exclui os que ignoram o

conhecimento que ela valoriza e, assim, entende que a democratização é

massificação de ensino.

É importante diferenciar os termos integração e inclusão.

Embora os termos tenham significados semelhantes, são empregados para

expressar situações de inserção diferentes e se fundamentam em posicionamentos

teórico-metodológicos diferentes.

Em resumo:

INTEGRAÇÃO INCLUSÃO Competição Cooperação/Solidariedade Seleção Respeito às diferenças Individualidade Comunidade Preconceitos Valorização das diferenças Visão individualizada Melhora para todos Modelo técnico-racial Pesquisa reflexiva Fonte: SANCHEZ, Pilar Arnaiz. A educação inclusiva: um meio de construir escolas para todos no século XXI. Inclusão Revista da Educação Especial, out/2005, p.17.

A inclusão não pode depender apenas dos documentos que a legitimem e lhe

dêem suporte legal. É necessário que os professores, atores fundamentais para o

Integração refere-se a intervenções necessárias para o aluno com necessidades

especiais acompanhar a escola; o trabalho é feito individualmente com a criança e

a escola fica fora do debate. A escola não muda como um todo, mas os alunos

têm de mudar para se adaptar às suas exigências.

Inclusão é o oposto, tem um outro movimento, o de achar o currículo correto,

encontrar caminhos para incluir o aluno. Está voltado para atendimento às

necessidades do aluno. O princípio fundamental é a valorização da diversidade. A

educação inclusiva abandona a idéia de que o aluno tem que ser “normal” para

contribuir e participar. Todos os alunos, sem exceção,

devem frequentar as salas de aula do ensino regular. Implica uma mudança de

perspectiva educacional, porque não atinge apenas os alunos com deficiência e

os que apresentam dificuldades de aprender, mas todos os demais, para que

obtenham sucesso na corrente educativa geral.

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Inclusão Escolar: enfrentar os desafios e viabilizar ações

desenrolar do processo, sintam-se capazes de responder às tarefas que decorrem

da inclusão.

• quando há uma classe de inclusão; • quando há uma professora de inclusão; • quando há as crianças de inclusão; • quando você fala para o seu filho que ele não precisa mais voltar para aquela escola ou outro

lugar novamente e ele responde: “Graças a Deus”! • quando dizem na escola: “Mas seu filho está incluído por meia hora durante o dia na turma”; • quando seu filho está incluído numa escola comum em um período e no outro turno freqüenta

uma outra escola, para que possa acompanhar a turma; • quando você vive o sentimento de não pertencer ao grupo de pais da escola; • quando seu filho é o único que não sai para o recreio; • quando sua criança é que vai para o recreio sozinha com um assistente; • quando ninguém deixa de ir a um passeio, exceto sua criança; • quando o pátio da escola é dividido, justamente por causa do seu filho; • quando seu filho é incluído no Jardim de Infância, mesmo tendo 11 anos de idade; • quando todo mundo pensa que está fazendo inclusão; • quando você passa todo o tempo tentando defender a inclusão e dizendo a eles que é a

melhor solução para seu filho; • quando você paga por um serviço e/ou um professor extras para a inclusão de seu filho na

escola comum; • quando a inclusão começa às 9 horas da manhã e termina às 4 horas da tarde; • quando você arrepia os cabelos ao caminhar pela escola; • quando a “classe de inclusão” é mais um tópico no Projeto Pedagógico da escola e não seu

fundamento. • Quando os companheiros de atividades das crianças são outras crianças e do seu filho é

sempre o professor itinerante/assistente; • Quando o professor itinerante/assistente vive colado a sua criança o tempo todo na sala de

aula da escola comum; • Quando ninguém nunca, jamais ouviu falar sobre amizade e acolhimento na escola. Fonte: MANTOAN, Maria Teresa Eglér. Inclusão escolar: O que é? Por quê? Como fazer? 2 ed., São Paulo: Moderna, 2006, p. 43.

INCLUSÃO NÃO É

Sugestão de vídeo

Mulher com Down tem filho sem a síndrome em Florian ópolis

“Para aqueles que ainda duvidam da capacidade desta turma dos Downs, de que eles superam barreiras, realmente tem que dar asas pra eles, que eles vão embora, vão à luta e podem ser tão normais como as pessoas ditas normais.” (Depoimento do pai). Fonte: http://www.youtube.com/watch?v=PQkC1amb2Dk. Acesso em 10/05/2010.

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Inclusão Escolar: enfrentar os desafios e viabilizar ações

Penso que sempre exista a possibilidade de nos tran sformarmos, mudarmos nossas práticas de vida, enxergarmos de ou tros ângulos o mesmo objeto ou a mesma situação, conseguirmos ultr apassar obstáculos que julgamos intransponíveis, nos sentirmos capazes de realizar o que tanto temíamos, sermos motivados por nossas paixões ... Essa transformação move o mundo, modifica-o, torna- o diferente, porque passamos a enxergá-lo e vivê-lo de um outro modo, q ue vai atingi- lo de maneira concreta e mudá-lo, ainda que aos poucos e parcialmente. (MANTOAN,2006)

Dinâmica de grupo

Estamos todos no mesmo saco!

Objetivo do Jogo: Todos os participantes deverão percorrer um determinado caminho juntos dentro de um saco gigante. Propósito : Este jogo facilita a vivência de valores e o surgimento de questões bem interessantes como: Desafio comum: percepção clara de interdependência na busca do sucesso da inclusão. Trabalho em equipe: a importância de equilibrarmos nossas ações e harmonizarmos o ritmo do grupo. Comunicação: importância do diálogo na escolha da melhor estratégia para continuar jogando, e assim se faz na busca de estratégias para inclusão. Respeito: pelas diferenças possíveis de encontrarmos em um grupo como: tipo físico, idade e diferença de opiniões. Persistência: na afinação do grupo e na importância de manter o foco no objetivo. A inclusão também requer muita persistência. Alegria: este também é um jogo para rir muito, a própria situação em que o jogo acontece já nos inspira a rir. E sem dúvida uma escola inclusiva deve ser alegre e prazerosa. Fonte: http://www.portaldomarketing.com.br/Dinamicas/Estamos_todos_no_mesmo_saco.htm Acesso em: 19/05/2010

Para pensar:

Desde os primeiros tempos, as pessoas consideradas deficientes vêm

chamando a atenção da sociedade. Houve momentos, que se procurou exterminar

as pessoas consideradas deficientes, em outros, buscou-se institucionalizar a

deficiência e, mais recentemente, tem-se lançado mão de categorizações para

confirmar sua própria normalidade.

Quando o professor desenvolve o hábito da pesquisa e passa a entender que

parte do sucesso de seu trabalho pode estar na valorização das diferentes relações

existentes no seu grupo, o trabalho com a heterogeneidade torna-se interessante.

SEGUNDO ENCONTRO Quem são os alQuem são os alQuem são os alQuem são os alunos com necessidadesunos com necessidadesunos com necessidadesunos com necessidades

educacionais especiais?educacionais especiais?educacionais especiais?educacionais especiais?

Você conhece alguma pessoa com deficiência? Tente lembrar como eram vistas e tratadas essas pessoas e em seu meio social. Hoje uma criança que nasce com deficiência como é recebida? Alguma coisa mudou?

O que fazer sobre esse novo conceito? Como pensar uma educação que contemple a diversidade? ___________________________________________________________________________________________________________________________________________________ _________________________________________________

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Inclusão Escolar: enfrentar os desafios e viabilizar ações

O conhecimento docente sobre as deficiências possibilita a busca de novas

estratégias pedagógicas onde se considera as diferenças dos alunos,

proporcionando melhores condições de adaptar atividades, conteúdos e currículos.

A sondagem se faz necessária na busca de estratégias de ensino mais adequadas

para determinado grupo, de forma alguma como diagnóstico para determinar limites.

Vamos enriquecer este encontro com depoimentos de alunos com

necessidades educacionais especiais inclusos no ensino regular, abordando as

deficiências mais comuns encontradas na escola, que poderão auxiliar você em sua

prática pedagógica.

Entende-se por deficiência física uma variedade

bastante ampla de condições orgânicas que, de alguma

forma, alteram o funcionamento normal do aparelho

locomotor, comprometendo assim a movimentação e

a deambulação do indivíduo. Deve-se considerar que

as alterações podem ocorrer em vários níveis: ósseo,

articular, muscular e nervoso. Dentro dessa

classificação, observa-se não só as alterações

anatômicas, mas também as alterações fisiológicas do

aparelho locomotor.

Deficiência Física Neuromotora é o comprometimento motor acentuado,

decorrentes de seqüelas neurológicas que causam dificuldades funcionais nos

DEFICIÊNCIA FÍSICA NEUROMOTORA

“É legal estudar com vários alunos. Eu tenho uma professora de apoio que registra minhas atividades e os alunos também me ajudam. As provas são adaptadas e objetivas. Uso material com ímã (números, letras, sinais, etc.) na prancha. Para fazer textos eu dito para minha professora de apoio e ela escreve. A disciplina que eu mais gosto é Matemática. Não gosto do lanche da escola, só quando é bolo ou cachorro-quente. No horário de intervalo fico com o agente de apoio. O ônibus que venho para a escola não é adaptado, meu pai precisa vir comigo. É muito bom estudar nesta escola. HFG – 12 anos , 7ª série

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Inclusão Escolar: enfrentar os desafios e viabilizar ações

movimentos, na coordenação motora e na fala. SEED/DEEIN – Área da Deficiência

Física Neuromotora.

SERVIÇOS DE APOIOS PEDAGÓGICOS ESPECIALIZADOS NA

ÁREA DA DEFICIÊNCIA FÍSICA NEUROMOTORA

Professor de Apoio à Comunicação Alternativa – é um profissional

especializado, que atua no contexto da sala de aula, nos estabelecimentos do

Ensino Fundamental, Ensino Médio e Educação de Jovens e Adultos, onde o apoio

fundamenta-se na mediação da comunicação entre o aluno, grupo social e o

processo de ensino e aprendizagem, cujas formas de linguagem oral e escrita se

diferenciam do convencionado. (Instrução N º 009/2009 – SUED/SEED)

A deficiência Intelectual é o funcionamento intelectual

significativamente inferior a média, com manifestação antes

dos 18 anos e limitações associadas a duas ou mais áreas

das habilidades adaptativas: comunicação, cuidado

pessoal, habilidades sociais, utilização dos recursos da

comunidade, saúde e segurança, habilidades acadêmicas,

lazer e trabalho. As limitações do funcionamento intelectual

devem ser consideradas nos contextos ambientais

comunitários típicos dos indivíduos iguais em idade e

cultura.

O aluno com deficiência intelectual tem dificuldades de aprender não só

conteúdos escolares, mas apresenta um desenvolvimento lento e tardio na aquisição

DEFICIÊNCIA INTELECTUAL

“Eu estou habituada e vou gostando cada vez mais dos professores e das “tias” (serviços de apoio). A aula de Educação Física é a mais legal, porque faço exercícios. Não gosto de Espanhol, é bem complicado. Eu conheço a escola inteira, tenho muitos amigos. As provas são iguais dos outros alunos. Ano passado tirava nota ruim, mas este ano melhorei. As vezes bagunça minha cabeça, é muita matéria, muito conteúdo. É bom estudar, pois faço novos amigos e aprendo coisas novas. BB – 11 anos, 6ª série

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Inclusão Escolar: enfrentar os desafios e viabilizar ações

de conhecimentos e habilidades sociais e da vida diária, apresentando um ritmo de

aprendizagem mais lento, mais dificuldade de abstrair e generalizar e uma adaptação

mais lenta a novas situações.

Em 1995 o simpósio INTELLECTUAL DISABILITY: PROGRAMS, POLICIES,

AND PLANNING FOR THE FUTURE da Organização das Nações Unidas – ONU,

altera o termo deficiência mental por deficiência intelectual , no sentido de

diferenciar mais claramente a deficiência mental da doença mental (quadros

psiquiátricos não necessariamente associados a déficit intelectual).

SERVIÇOS DE APOIOS PEDAGÓGICOS ESPECIALIZADOS NA

ÁREA DA DEFICIÊNCIA INTELECTUAL

Sala de Recursos - é um serviço de apoio especializado, de natureza

pedagógica que complementa o atendimento educacional realizado em classes

comuns do Ensino Fundamental. (Instrução Nº 013/08 – SUED/SEED)

Classe Especial - é uma sala de aula em escola do ensino regular, em

espaço físico e modulação adequados, com professor especializado na Educação

Especial que utiliza métodos, técnicas, procedimentos didáticos e recursos

pedagógicos especializados e, quando necessário, equipamentos e materiais

didáticos específicos, conforme série/ciclo, do ensino fundamental, visando o acesso

ao currículo da base nacional comum. (Instrução Nº 014/08 – SUED/SEED)

Escola Especial – serviço especializado que substitui o atendimento

educacional na escola regular.

Você sabia?Você sabia?Você sabia?Você sabia?

21 de março é o Dia Internacional da Síndrome de Down . E o Instituto Mauricio de Sousa aproveitou a data para lançar a revista Viva as Diferenças! O gibi marca a estréia da personagem Tati, criada por Mauricio. Ela interage com a Turma da Mônica e explica que as crianças com Síndrome de Down são apenas diferentes e devem ser integradas à sociedade com naturalidade. Fonte: http://www.monica.com.br/mural/sindrome_down.htm Acesso em 15/05/2010

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Inclusão Escolar: enfrentar os desafios e viabilizar ações

Os transtornos funcionais específicos estão relacionados à

funcionalidade específica (intrínseca) do sujeito, sem o

comprometimento intelectual, referem-se a dificuldades na

aquisição da língua oral e escrita, interpretação, produção,

cálculos, sistema de numeração, medidas, atenção e

concentração, entre outras, relativas aos aspectos pedagógicos.

SERVIÇOS DE APOIOS PEDAGÓGICOS ESPECIALIZADOS NA

ÁREA DE TRANSTORNOS FUNCIONAIS ESPECÍFICOS

Sala de Recursos - é um serviço de apoio especializado, de natureza

pedagógica que complementa o atendimento educacional realizado em classes

comuns do Ensino Fundamental. (Instrução Nº 013/08 – SUED/SEED

TRANSTORNOS GLOBAIS DO DESENVOLVIMENTO

“Eu estudei na classe especial de condutas típicas até a quarta série. Fiz dois anos a quarta série para ficar melhor. Hoje estudo na turma de sexta série e frequento também a sala de recursos. Eu falto bastante porque tomo remédio forte e não consigo acordar. Gosto do Colégio, é perto da minha casa, meus irmãos e amigos estudam aqui. Prefiro estudar junto com os outros, não separado como era na classe especial. Na sala de aula fico sentado no canto, não falo com ninguém, só copio. Na hora do recreio eu fico andando pra lá e pra cá, olhando as coisas, ou fico em frente a sala dos professores. Venho para a escola porque quero aprender.” AEBP – 14 anos, 6ª série

TRANSTORNOS FUNCIONAIS ESPECÍFICOS

“Acho o Colégio bom. Tenho bastante amigos. Sou bagunceiro, me distraio rápido das coisas, tenho déficit de atenção. Os professores não fazem nada de diferente, eu tento prestar atenção nas aulas. Gosto mais ou menos de estudar . O que eu gosto mesmo é de ficar com as meninas no recreio.” MDD – 12 anos 6ª série

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Inclusão Escolar: enfrentar os desafios e viabilizar ações

De acordo com a Política Nacional para a Educação Especial

na Perspectiva da Educação Inclusiva (MEC, 2008), os alunos com

transtornos globais do desenvolvimento são aqueles que

apresentam alterações qualitativas das interações sociais

recíprocas e na comunicação, um repertório de interesses e

atividades restrito, estereotipado e repetitivo. Incluem-se nesse

grupo alunos com autismo, síndromes de espectro do autismo e

psicose infantil. Os alunos apresentam dificuldades de adaptação e

aprendizagem, associados ou não a limitações no processo do

desenvolvimento biopsicossocial que exigem apoio e atendimento

especializado contínuos.

SERVIÇOS DE APOIOS PEDAGÓGICOS ESPECIALIZADOS NA

ÁREA DE TRANSTORNOS GLOBAIS DO DESENVOLVIMENTO

Sala de Recursos – é um serviço especializado de natureza pedagógica que

apóia e complementa o atendimento educacional realizado em classes comuns do

Ensino Fundamental.

Séries iniciais - ( Instrução Nº 011/08 – SUED/SEED)

Séries finais – ( Instrução Nº 012/08 – SUED/SEED)

Classe Especial - - é uma sala de aula em escola do ensino regular, em

espaço físico e modulação adequados, com professor especializado na Educação

Especial que utiliza métodos, técnicas, procedimentos didáticos e recursos

pedagógicos especializados e, quando necessário, equipamentos e materiais

didáticos específicos, conforme série/ciclo, do ensino fundamental, visando o acesso

ao currículo da base nacional comum. ( Instrução Nº 014/08 – SUED/SEED)

Professor de Apoio em sala de aula – é um profissional de apoio

especializado, que atua no contexto da sala de aula, nos estabelecimentos do

Ensino Fundamental, Ensino Médio e Educação de Jovens e Adultos, para

atendimento a alunos com Transtornos Globais do Desenvolvimento. ( Instrução Nº

010/08- SUED/SEED)

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Inclusão Escolar: enfrentar os desafios e viabilizar ações

O termo deficiência visual refere-se a uma situação irreversível de diminuição da resposta visual, em virtude de causas congênitas ou hereditárias, mesmo após tratamento clínico e/ ou cirúrgico e uso de óculos convencionais. A diminuição da resposta visual pode ser leve, moderada, severa, profunda e ausência total daresposta visual (cegueira).

CEGOS: têm somente a percepção da luz ou que não têm nenhuma visão e precisam aprender através do método Braille e de meios de comunicação que não estejam relacionados com o uso da visão.

FONTE: http://www.blogger.com/feeds/6482204226693689056/posts/default

VISÃO PARCIAL : tem limitações da visão à distância, mas são capazes de ver objetos e materiais quando estão a poucos centímetros ou no máximo a meio metro de distância.

VISÃO REDUZIDA : são considerados indivíduos que podem ter seu problema corrigido por cirurgias ou pela utilização de lentes.

DEFICIÊNCIA VISUAL

“É bom estar no meio de pessoas que não têm o mesmo problema que eu. Várias colegas da turma estudam comigo desde a quarta série. Venho para a escola com o transporte da Prefeitura e uma colega da turma que mora perto da minha casa, vem junto para me acompanhar. Frequento o Centro de Atendimento Especializado duas vezes por semana, no contraturno. A maior dificuldade que encontro é na demora da entrega do livro didático em Braille. Em sala de aula utilizo a minha máquina de escrever em Braille e o notebook adaptado da escola para fazer pesquisas e alguns professores passam os textos no pendrive.. Uso o Dosvox e Jaws para ouvir os textos. Meu sonho é ser professora de Braille. Gosto de vir à escola para aprender e fazer amigos. GRS – 18 anos, 1 º ano Curso de Formação de Docentes

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Inclusão Escolar: enfrentar os desafios e viabilizar ações

SERVIÇOS DE APOIOS PEDAGÓGICOS ESPECIALIZADOS NA

ÁREA DA DEFICIÊNCIA VISUAL

Centro de Atendimento Especializado na Área da Su rdez – CAES é um serviço

de apoio pedagógico especializado, para alunos cegos, que funciona em

estabelecimentos do ensino regular da Educação Básica, com oferta de Ensino

Fundamental das redes: estadual, municipal e particular de ensino. (Instrução Nº

02/08 – SUED/SEED)

Conforme o Decreto Federal Nº 5626/05, considera-

se pessoa surda aquela que, por ter perda auditiva,

compreende e interage com o mundo por meio de

experiências visuais, manifestando sua cultura

principalmente pelo uso da Língua Brasileira de Sinais –

Libras.

SERVIÇOS DE APOIOS PEDAGÓGICOS ESPECIALIZADOS NA

ÁREA DA SURDEZ

Centro de Atendimento Especializado na Área da S urdez – CAES é um

serviço de apoio pedagógico especializado, para alunos surdos, que funciona em

SURDEZ

Eu acho bom estudar aqui porque me relaciono com outras pessoas e tenho vários amigos. As vezes sinto dificuldades em me concentrar devido a bagunça dos alunos. Antes eu não tinha intérprete, os amigos me ajudavam e tentava fazer leitura labial, mas tinha muita dificuldade para entender o conteúdo e acompanhar o ritmo do professor. Este ano melhorou muito, pois tenho uma intérprete. Os professores tentam facilitar passando o conteúdo no quadro ou impresso, não fazendo ditado. As provas são as mesmas dos demais alunos, acho extensas e com muitos textos interpretativos. No começo tinha dificuldades para me comunicar, mas agora minhas amigas da turma estão fazendo curso de libras e aprenderam o alfabeto manual, eu as ajudo e estão também ajudando os outros a aprenderem. LS – 19 anos, 8ª série

22

Inclusão Escolar: enfrentar os desafios e viabilizar ações

estabelecimentos do ensino regular da Educação Básica, com oferta de Ensino

Fundamental das redes: estadual, municipal e particular de ensino. (Instrução Nº

02/08 – SUED/SEED)

Tradutor e Intérprete de Libras – é o profissional bilíngüe que oferece

suporte pedagógico à escolarização de alunos surdos matriculados na Educação

Básica, da rede regular de ensino, por meio da mediação lingüística entre aluno(s)

surdo(s) e demais membros da comunidade escolar, de modo a assegurar o

desenvolvimento da proposta da educação bilíngüe (Libras/ Língua Portuguesa). (

Instrução Nº 008/08 – SUED/SEED)

VVVVocê sabia?ocê sabia?ocê sabia?ocê sabia? O alfabeto manual é apenas um recurso utilizado para soletrar nomes próprios e

empréstimos lingüísticos do português, ou seja, os surdos não se comunicam apenas por meio dele.

Em nossa prática pedagógica, é importante estarmos sempre buscando

alternativas de trabalho que contemplem as especificidades do grupo. O olhar atento

e investigador do professor pode auxiliar nos encaminhamentos feitos e na busca de

estratégias de aprendizado mais adequados. Para que a inclusão de alunos com necessidades especiais resulte sucesso,

devemos ter o professor como mediador responsável desse processo. Percebemos

uma boa receptividade por parte da maioria dos alunos ao conviver com alunos com

necessidades especiais. Quando conflitos surgem, a postura do professor será

determinante na aceitação ou não por parte do grupo, bem como as relações

estabelecidas a partir dali.

Como vimos, também faz parte do sucesso da inclusão uma série de fatores,

alguns ligados à família, outros referentes aos atendimentos específicos, outros

23

Inclusão Escolar: enfrentar os desafios e viabilizar ações

ainda, dizem respeito ao próprio indivíduo, a seu desejo de estar ou não naquele

grupo.

Devemos, porém, considerar a importância da atuação do grupo em que tal

indivíduo está inserido. É fundamental que o professor auxilie seu grupo a

considerar e a respeitar os limites e as possibilidades de todos os componentes do

grupo, valorizando assim, a presença e a participação de todos indistintamente,

tornando esse espaço de construção e de apropriação de conhecimentos o mais

democrático possível.

VENCER O PRECONCEITO, AVANÇAR ALÉM DO RÓTULO, VISLUMBRAR AS VENCER O PRECONCEITO, AVANÇAR ALÉM DO RÓTULO, VISLUMBRAR AS VENCER O PRECONCEITO, AVANÇAR ALÉM DO RÓTULO, VISLUMBRAR AS VENCER O PRECONCEITO, AVANÇAR ALÉM DO RÓTULO, VISLUMBRAR AS

POSSIBILIDADES MAIS DO QUE AS DIFICULDADES É UM GRANDE DESAFIO.POSSIBILIDADES MAIS DO QUE AS DIFICULDADES É UM GRANDE DESAFIO.POSSIBILIDADES MAIS DO QUE AS DIFICULDADES É UM GRANDE DESAFIO.POSSIBILIDADES MAIS DO QUE AS DIFICULDADES É UM GRANDE DESAFIO.

Sugestão de vídeo

“O Oitavo Dia” Harry (Daniel Auteuil) é um empresário estressado, que trabalha no departamento comercial de

um banco belga e foi abandonado por sua esposa e filhas há pouco tempo. Deprimido, ele se

dedica ao trabalho durante os 7 dias da semana. Até que um dia ele decide vagar pelas estradas

da França, sem rumo definido. Após quase atropelar Georges (Pascal Duquennes), que possui

síndrome de Down, Harry decide levá-lo para casa mas não consegue se desvencilhar dele.

24

Inclusão Escolar: enfrentar os desafios e viabilizar ações

Dinâmica de Grupo

JOGO DAS APARÊNCIAS Objetivo: Demonstrar como estereótipos e interpretações subjetivas interferem na comunicação e percepções sobre outra pessoa. Material: Sala ampla e confortável, balões, pedaços de papel, canetas e música alegre e movimentada. Desenvolvimento:

1. Facilitador entrega um balão vazio e um pedaço pequeno de papel em branco para cada um dos participantes.

2. Pede para cada participante escrever no papel 3 características pessoais, de maneira que, a partir dessas características, ela possa ser identificada pelos outros participantes.

3. A seguir, os participantes dobram o papel e colocam-no dentro do balão. 4. Cada pessoa enche seu balão e quando estiverem cheios, devem ser todos jogados

para cima, ao mesmo tempo e ao som de música animada. 5. Quando a música parar, cada um pega o balão que estiver na sua frente e o estoura. 6. Finalmente, cada participante lê o papel que encontrou dentro do balão e tenta

identificar a pessoa que tem as características descritas.

Sugestões para reflexão:

• Como adquirimos os estereótipos? • Por que muitas vezes as aparências enganam? • Os estereótipos influenciam no comportamento e nos sentimentos das pessoas? De

que maneira?

Fonte: http://www.abennacional.org.br/revista/cap6.3.html acesso em 22/05/2010

25

Inclusão Escolar: enfrentar os desafios e viabilizar ações

Cada aluno tem:

• sua própria história de vida;

• sua própria história de aprendizagem anterior (conjunto de saberes já

construídos e aprendidos);

• características pessoais em seu modo de aprender. Há os que aprendem

melhor por meio da via visual (leitura, filmes, observação, etc.), há os que

necessitam maior utilização do concreto, bem como os que já operam bem

em nível abstrato

TERCEIRO ENCONTRO ADAPTAÇÃO CURRICULARADAPTAÇÃO CURRICULARADAPTAÇÃO CURRICULARADAPTAÇÃO CURRICULAR

O que significa O que significa O que significa O que significa

ser professor ser professor ser professor ser professor Como eu posso Como eu posso Como eu posso Como eu posso ensinar ensinar ensinar ensinar

diferentediferentediferentediferente

Cada aluno é diferente, tanto em termos de suas características físicas, sociais, culturais, como no seu funcionamento mental.

26

Inclusão Escolar: enfrentar os desafios e viabilizar ações

COMO?

Teremos que nos colocar no lugar do aluno, compreendendo os seus

mecanismos cognitivos, culturais e afetivos, e investir em ações e estratégias que se

enquadrem nesse perfil, da melhor forma.

O que são adaptações curriculares?

As adaptações curriculares são fundamentadas em critérios que definem:

Pretende-se que a aprendizagem ocorra e seja significativa, faça sentido para quem adquire e incorpora.

ADEQUAR NÃO SIGNIFICA LIMITAR. ADEQUA-SE PARA AMPLIAR E MELHORAR NÃO PARA RESTRINGIR OU EMPOBRECER A APRENDIZAGEM.

As adaptações curriculares constituem possibilidades educacionais de atuar frente às dificuldades de aprendizagem dos alunos . A realização da adaptação curricular deve ocorrer para atender as peculiaridades dos alunos com necessidades educacionais especiais. Não deve se pensar em um novo currículo, mas em um currículo dinâmico, alterável, passível de ampliação, para que atenda realmente a todos os alunos.

a) o que o aluno deve aprender; b) como e quando aprender; c) que formas de organização do ensino são mais eficientes para o processo de aprendizagem; d) como e quando avaliar o aluno.

27

Inclusão Escolar: enfrentar os desafios e viabilizar ações

Características curriculares que facilitam o atendi mento do aluno com necessidades educacionais especiais:

O material elaborado pelo MEC, sob o título Saberes e Práticas da Inclusão

(2003), propõem estratégias de adequação de conteúdos, metodologias e avaliação,

onde destacamos:

• Agrupar os alunos de uma maneira que facilite a realização de atividades em

grupo e incentive a comunicação e as relações interpessoais.

• Propiciar ambientes com adequada luminosidade, sonoridade e

movimentação.

• Encorajar, estimular e reforçar a comunicação, a participação, o sucesso, a

iniciativa e o desempenho do aluno.

• Adaptar materiais escritos de uso comum: destacar alguns aspectos que

necessitem ser apreendidos com cores, desenhos, traços; cobrir partes que

podem desviar a atenção do aluno; incluir desenhos, gráficos que ajudem na

compreensão de modo a torná-lo mais acessível à compreensão.

• Providenciar adaptação de instrumentos de avaliação e de ensino-

aprendizagem.

a) flexibilidade , ou seja, a não obrigatoriedade de que todos os alunos atinjam o mesmo grau de abstração ou de conhecimento, num mesmo tempo; b) acomodação , isto é, a consideração de que, ao planejar atividades para uma turma, deve-se levar em conta a presença dos alunos com necessidades especiais e contemplá-los no planejamento; c) trabalho simultâneo, cooperativo e participativo , entendido como a participação dos alunos com necessidades especiais nas atividades desenvolvidas pelos demais colegas, embora não o façam com a mesma intensidade, nem de igual modo ou com a mesma ação e grau de abstração.

1- Sugestões que favorecem o acesso ao currículo:

28

Inclusão Escolar: enfrentar os desafios e viabilizar ações

• Favorecer o processo comunicativo entre aluno-professor, aluno-aluno, aluno-

adultos.

• Providenciar softwares educativos específicos.

• Despertar a motivação, a atenção e o interesse do aluno.

• Apoiar o uso de materiais de ensino-aprendizagem de uso comum.

• Atuar para eliminar sentimentos de inferioridade, menos valia e fracasso.

• Situar o aluno nos grupos com os quais melhor possa trabalhar.

• Adotar métodos e técnicas de ensino e aprendizagem específicas para o

aluno, na operacionalização dos conteúdos curriculares, sem prejuízo para as

atividades docentes.

• Utilizar técnicas e instrumentos de avaliação distintos da classe, quando

necessário, sem alterar os objetivos da avaliação e seu conteúdo.

• Propiciar apoio físico, visual, verbal e outros ao aluno impedido em suas

capacidades, temporária ou permanente, de modo que permita a realização

das atividades escolares e do processo avaliativo. O apoio pode ser oferecido

pelo professor regente, professor especializado ou pelos próprios colegas.

• Introduzir atividades complementares para o aluno alcançar os objetivos

comuns aos demais colegas. Essas atividades podem realizar-se na própria

sala de aula ou em atendimento de apoio.

• Introduzir atividades complementares específicas para o aluno,

individualmente ou em grupos.

• Eliminar atividades que não beneficiem o aluno ou lhe restrinja uma

participação ativa e real ou, ainda, que esteja impossibilitado de executar.

• Suprimir objetivos e conteúdos curriculares que não possam ser alcançados

pelo aluno em razão de sua(s) deficiência(s); substituí-los por objetivos e

conteúdos acessíveis, significativos e básicos, para o aluno.

2- Sugestões de adequações metodológicas e didáticas:

29

Inclusão Escolar: enfrentar os desafios e viabilizar ações

• Adequar os objetivos, conteúdos e critérios de avaliação, o que implica

modificar os objetivos, considerando as condições do aluno em relação aos

demais colegas da turma.

• Priorizar determinados objetivos, conteúdos e critérios de avaliação, para dar

ênfase aos objetivos que contemplem as deficiências do aluno, suas condutas

típicas ou altas habilidades. Essa priorização não implica abandonar os

objetivos definidos para o seu grupo, mas acrescentar outros, concernentes

com suas necessidades educacionais especiais.

• Mudar a temporalidade dos objetivos, conteúdos e critérios de avaliação, isto

é, considerar que o aluno com necessidades educacionais especiais pode

alcançar os objetivos comuns ao grupo, mesmo que possa requerer um

período mais longo de tempo. De igual modo, poderá necessitar de período

variável para o processo de ensino-aprendizagem e o desenvolvimento de

suas habilidades.

• Mudar a temporalidade das disciplinas do curso, série ou ciclo, ou seja, cursar

menos disciplinas durante o ano letivo e, desse modo, estender o período de

duração do curso, série ou ciclo que freqüenta.

• Introduzir conteúdos, objetivos e critérios de avaliação, o que implica

considerar a possibilidade de acréscimo desses elementos na ação educativa

caso necessário à educação do aluno com necessidades educacionais

especiais. É o caso da ampliação dos componentes curriculares específicos

destinados aos deficientes e condutas típicas, e dos programas de

aprofundamento/enriquecimento curricular propostos para os alunos com

superdotação. O acréscimo de objetivos e critérios de avaliação não

pressupõe a eliminação ou redução dos elementos constantes do currículo

regular desenvolvido pelo aluno.

• Eliminar conteúdos, objetivos e critérios de avaliação, definidos para o grupo

de referência do aluno, em razão de suas deficiências ou limitações pessoais.

A supressão desses conteúdos e objetivos da programação educacional

regular não deve causar prejuízo para a sua escolarização e promoção

acadêmica. Deve considerar, rigorosamente, o significado dos conteúdos, ou

3- Sugestões de adequações dos conteúdos e do processo de avaliação:

30

Inclusão Escolar: enfrentar os desafios e viabilizar ações

seja, se são básicos, fundamentais e pré-requisitos para aprendizagens

posteriores.

• Ser precedida de uma criteriosa avaliação do aluno, considerando a sua

competência acadêmica.

• Fundamentar-se na análise do contexto escolar e familiar, que favoreça a

identificação dos elementos adaptativos necessários que possibilitem as

alterações indicadas.

• Contar com a equipe docente e técnica da escola e com o apoio de uma

equipe multiprofissional quando possível e necessário.

• Promover o registro documental das medidas adaptativas adotadas, para

integrar acervo documental do aluno.

• Evitar que as programações individuais sejam definidas, organizadas e

realizadas com prejuízo para o aluno, ou seja, para seu desempenho,

promoção escolar e socialização.

• Adotar critérios para evitar adequações curriculares muito significativas, que

impliquem supressão de conteúdos expressivos (quantitativa e

qualitativamente), bem como a eliminação de disciplinas ou de áreas

curriculares completas.

VVVVocê sabia?ocê sabia?ocê sabia?ocê sabia?

As medidas de adequações curriculares devem considerar os seguintes

aspectos:

A Deliberação 02/03 prevê em seu Capítulo III normas para o Ensino Regular garantir a inclusão dos alunos com necessidades educacionais especiais.

31

Inclusão Escolar: enfrentar os desafios e viabilizar ações

Após a decisão de se realizar as adaptações curriculares e de acesso ao

currículo para o aluno, é necessário que se registrem as adaptações indicadas.

Trata-se de um documento individual, uma vez que as necessidades educacionais

de cada aluno são diferentes. Deve-se elaborar um Relatório Individual de

Adaptações Curriculares, contendo as seguintes informações:

1 - Identificação do aluno:

- Nome:

- Data de Nascimento:

- Filiação:

- Endereço:

- Telefone:

2 - Informação sobre Escolarização.

3 - Informações sobre atendimentos ou tratamentos recebidos atualmente e no

passado.

4 - Indicação das Adaptações anteriores.

5 - Necessidades atuais de Adaptação Curricular e/ou de Acesso ao Currículo.

6 - Período indicado para as adaptações.

7 - Critérios de avaliação adotados.

8 - Fontes documentais utilizadas: pareceres, laudos, relatórios, histórico escolar,

dentre outros.

DOCUMENTO DE REGISTRO DAS ADAPTAÇÕES CURRICULARES:

32

Inclusão Escolar: enfrentar os desafios e viabilizar ações

9 - Equipe responsável pela elaboração das adaptações.

O relatório individual das adaptações deve ser assinado pelos responsáveis e

ficar na pasta individual do aluno.

Fonte: NRE de Telêmaco Borba – Equipe de Educação Especial

Elementos

Curriculares TIPOS DE ADAPTAÇÕES

Não-Significativas TIPOS DE ADAPTAÇÕES

Significativas

Objetivos

• Priorização de uns objetivos frente a

outros, atendendo a critérios de funcionalidade.

• Sequenciação.

• Eliminação de objetivos básicos. • Introdução de objetivos específicos alternativos e/ou complementares.

Conteúdos

• Priorização de áreas. ou blocos. .

Priorização de um tipo de conteúdos (atitudinais) sobre outros.

• Modificação da seqüência. • Eliminação de conteúdos secundários.

• Introdução de conteúdos específicos alternativos e/ou

complementares. • Eliminação de conteúdos básicos do

currículo geral.

Metodologia e organização

didática

• Modificação de agrupamentos. • Modificação da organização

espacial/temporal. • Modificação de procedimentos

didáticos. • Introdução de atividades alternativas. • Modificação do nível de com-

plexidade das atividades. • Modificação da seleção de materiais.

• Introdução de métodos e pro-

cedimentos complementares, es-pecíficos ou alternativos de ensino-aprendizagem.

• Organização: atividades individuais/em grupo.

• Introdução de recursos específicos de acesso ao currículo: pessoais, materiais e ambientais.

Avaliação

• Modificação de técnicas e ins-

trumentos. • Adaptação de técnicas e ins-

trumentos.

• Introdução de critérios específicos. • Eliminação dos critérios de avaliação

geral. • Modificação dos critérios de promoção.

Tempos

• Modificação do tempo prevista para

uma aprendizagem.

• Prolongamento por um ano da

permanência na mesma série.

Fonte: NRE de Telêmaco Borba – Equipe de Educação Especial

Adaptações Curriculares e Elementos Básicos do Curr ículo

33

Inclusão Escolar: enfrentar os desafios e viabilizar ações

Língua Portuguesa

OBJETIVOS

Objetivos da série que

permaneceram

Objetivos da série que foram

eliminados

Objetivos da série que foram adaptados

Saber localizar notícias de seu interesse em qualquer jornal. Saber localizar notícias de seu interesse em jornal conhecido.

X

Identificar o fato principal que a notícia informa.

X

Identificar os jornais e revistas existentes no mercado que correspondem a necessidades e públicos diferentes e saber utilizá-los como fonte de informação. Saber que há jornais e revistas no mercado que correspondem a necessidades e públicos diferentes .

X

Localizar informações em classificados e guias. Localizar informações em classificados e guias com a ajuda de um adulto .

X Ler e compreender os textos trabalhados.

X

Ler livros literários com regularidade

X

Escrever comentários sobre notícias lidas e discutidas na classe.

X

Reescrever ou produzir notícias com adequação. Reescrever notícias com algumas características deste gênero.

X

Produzir classificados

X

Produzir textos que cumpram o objetivo de comunicação com o leitor.

Produzir textos que cumpram o objetivo de comunicação com o leitor, com a ajuda de um adulto.

X

CURRÍCULO ADAPTADO - Exemplo s:

34

Inclusão Escolar: enfrentar os desafios e viabilizar ações

Recontar para outros sobre notícias lidas, com objetividade.

Recontar para outros sobre notícias lidas .

X

Saber que há mais palavras terminadas em cão do que em são e ssão e escrever corretamente as palavras mais usuais .

X

Ler crônicas e identificar suas principais características.

Ler crônicas .

X

Identificar os principais cronistas brasileiros. Conhecer alguns cronistas brasileiros.

X

Produzir textos que comuniquem idéias claras.

Produzir textos.

X

Produzir histórias de assombração utilizando recursos próprios deste texto. Produzir histórias de assombração utilizando alguns recursos próprios deste texto.

X

Utilizar alguns procedimentos de revisão nos textos produzidos.

X

Utilizar adequadamente Mal/mau/Bem/bom

X

Ouvir em silêncio a comunicação dos outros.

X

Fonte: NRE de Telêmaco Borba – Equipe de Educação Especial

35

Inclusão Escolar: enfrentar os desafios e viabilizar ações

Matemática

OBJETIVOS

Objetivos da série que

permane-ceram

Objetivos da série que foram

eliminados

Objetivos da série que foram adaptados

Interpretar r produzir a escrita dos números naturais, considerando as regras do sistema de numeração decimal. Ler e escrever os números naturais com o apoio de quadro que indique a ordem das unidades, dezenas, centenas, milhar...

X

Comparar e ordenar números naturais de qualquer grandeza. Comparar e ordenar números naturais até a ordem das centenas.

X

Compreender as características do nosso sistema de numeração, sabendo realizar diferentes decomposições quando preciso. Realizar decomposições de números naturais com a ajuda de um adulto.

X

Reconhecer, ler e interpretar os números decimais no sistema monetário.

X

Compreender as frações como números que expressam relações entre quantidades. Compreender as frações como números que expressam relações entre quantidades com inteiros contínuos e apoio de figuras.

X

Representar quantidades através de escrita fracionária. Representar as frações mais usuais com apoio de figuras.

X

Analisar, comparar e compreender os usos dos diferentes tipos de gráficos. Analisar, comparar e compreender os usos dos diferentes tipos de gráficos, com ajuda.

X

36

Inclusão Escolar: enfrentar os desafios e viabilizar ações

Descrever, interpretar e representar a localização de uma pessoa ou objeto no espaço e seus deslocamentos ou itinerários. Descrever a localização de uma pessoa ou objeto no espaço e seus deslocamentos.

X

Operar com diferentes ordens de grandeza do sistema de numeração.

Operar com números naturais até o milhar.

X

Reconhecer, ler e interpretar os números decimais no contexto diário. Reconhecer e ler os números decimais no contexto diário.

X

Realizar a divisão exata entre números naturais. Realizar a divisão exata entre números naturais com auxílio da calculadora.

X

Calcular perímetro de superfícies (quadrados e retângulos).

X

Identificar formas geométricas que são polígonos.

X

Calcular porcentagens de diferentes quantidades. Calcular porcentagens de diferentes quantidades com ajuda de um adulto.

X

Reconhecer a equivalência das porcentagens com os números fracionários.

X

Identificar o uso da média aritmética em situações cotidianas.

X

Coletar, organizar e comunicar dados matemáticos utilizando tabelas, gráficos de barras e colunas simples, barras com dupla população, linhas e setores. Coletar, organizar e comunicar dados matemáticos utilizando tabelas, gráficos de barras e colunas simples, com ajuda de um adulto.

X

Fonte: NRE de Telêmaco Borba – Equipe de Educação Especial

37

Inclusão Escolar: enfrentar os desafios e viabilizar ações

Professor, você sabia que: Professor, você sabia que: Professor, você sabia que: Professor, você sabia que:

A implementação de adaptações na sala de aula encontra-se no âmbito de responsabilidade e de ação exclusiva do professor, não exigindo autorização, nem dependendo da iniciativa de qualquer outra instância superior, seja na área política administrativa ou técnica.

O LEITO DE PROCUSTO

Na mitologia grega há um mito que se chama Leito de Procusto, que relata o seguinte: Procusto era um salteador de estradas. Na altura do caminho em que ele se instalava, julgava quem poderia fazer a travessia. Para realizar o julgamento, Procusto dispunha de um leito, no qual ordenava que ali se deitasse todo aquele que desejasse cruzar a estrada. Se porventura, o indivíduo não coubesse na medida exata da cama, sem titubear ele esticava o pretendente ou cortava-lhe as pernas para que tivesse, então, o tamanho ideal. Triste era a sorte daquele que não coubesse no leito de Procusto. A mutilação ou o suplício era o seu castigo. Não haveria perdão, nem desculpas. A lei posta que estava não dava chances a ninguém.

Faça uma comparação entre a proposta de Procusto e a proposta de inclusão escolar. Já fomos Procustos com nossos alunos na nossa prática pedagógica? ________________________________________________________________________________________________________________________________________________

Para pensar

38

Inclusão Escolar: enfrentar os desafios e viabilizar ações

Dinâmica de grupo

PATINHO FEIO

Objetivo : Reflexão sobre o aluno com necessidades educacionais especiais. Materiais :Tiras de papel colante, caneta. Procedimento : Colar tiras de papel colante ou escrever em fitas para serem colocadas na cabeça de modo que apareçam palavras as quais deverão ser seguidas pelos colegas que a lerem. Exemplo: beije-me, aperte minha mão, abrace-me, deixe-me, pisque para mim, etc .....sendo que apenas um elemento, deverá ficar com a palavra 'deixe-me'. sendo que esse será o único que não será procurado, será o patinho feio (deixe-me). No final, essa pessoa deverá contar como se sentiu, sendo discriminado e deixado de lado. Fonte: http://www.cdof.com.br/recrea18.htm Acesso em 22/05/2010.

39

Inclusão Escolar: enfrentar os desafios e viabilizar ações

Para ensinar, sabemos que é necessário que o professor tenha conhecimento

de como se dá o processo ensino/aprendizagem; domínio do conhecimento a ser socializado; competência técnico-pedagógica; intencionalidade pedagógica e percepção das especificidades educacionais de seus alunos. Neste encontro apresentaremos alguns estudos de casos para que os professores avaliem e definam estratégias de ação, formulando adaptações curriculares específicas para cada situação, exercitando assim a inclusão escolar.

NOME: "Z"

IDADE: 12 ANOS

SÉRIE: 5ª

"Z" é um adolescente alegre, procura se relacionar bem com os colegas,

professores, vizinhos e familiares, mas tem dificuldade de internalização de regras.

Quando contrariado agride física e verbalmente. É inquieto, na sala de aula, levanta-

se e sai do lugar continuamente. Durante o recreio está habitualmente envolvido em

conflito com os colegas e alunos de outras turmas.

Na sala de aula, "Z" se distrai com freqüência e mantém a atenção durante

curto espaço de tempo. Fica frustrado facilmente. Perde com freqüência o material

escolar e não demonstra cuidado com o mesmo. Em casa, não há uma atividade

que lhe prenda a atenção.

Em atividades de coordenação motora fina, "Z" tem bom êxito ao recortar,

amarrar, abotoar, fazer laço, arremessar.

Com relação à linguagem receptiva e expressiva, revela facilidade em

compreender as instruções verbais que lhe são dadas, no entanto é necessário que

os professores chamem a atenção do aluno para aquilo que consideram importante.

QUARTO ENCONTRO EXERCITANDOEXERCITANDOEXERCITANDOEXERCITANDO ESTRATÉGIAS ESTRATÉGIAS ESTRATÉGIAS ESTRATÉGIAS

INCLUSIVASINCLUSIVASINCLUSIVASINCLUSIVAS

CASO 1

40

Inclusão Escolar: enfrentar os desafios e viabilizar ações

No que se refere à leitura, "Z" identifica vogais e junções em letra cursiva e de

imprensa, identifica seu nome entre outros nomes escritos. Realiza leitura de

palavras complexas, frases e textos.

Ao fazer a interpretação de um texto lido, responde acertadamente a metade

das questões propostas por se precipitar e dar a resposta antes de terminar de ouvir

a pergunta.

"Z" escreve textos simples, omite letras, não utiliza acentuação e pontuação.

Em tarefa de cópia tem dificuldade em transcrever um pequeno texto.

Quanto ao conhecimento matemático, o educando revela facilidade na

resolução de problemas, principalmente quando são desafiadores, operações

envolvendo multiplicação e divisão por mais de um algarismo.

O aluno é exímio desenhista. Muitas vezes já foi flagrado fazendo caricatura dos professores.

NOME: "A"

IDADE: 11 ANOS

SÉRIE: 5ª

"A", nasceu de 8 meses, de parto cesariana. Devido ao seu estado de saúde,

permaneceu 2 dias na UTI e outros 3 em observação. O pediatra que a atendeu,

justificou esse procedimento acusando anoxia no momento do nascimento. A

conseqüência do ocorrido foi uma paralisia cerebral que comprometeu a área motora

- membros inferiores e superiores.

A aluna já foi submetida a 3 cirurgias e faz acompanhamento periódico com

ortopedista e fisioterapeuta. Utiliza o "andador" como suporte para sua locomoção.

Constantemente usa sua deficiência como meio para conseguir o que deseja.

Na escola, "A" interage bem com os colegas e professores e participa das

atividades propostas para a turma.

Com relação à coordenação motora fina, a educanda apresenta dificuldade

para recortar, pintar obedecendo limites e escrever em letra cursiva. Normalmente

derruba o material escolar da carteira.

CASO 2

41

Inclusão Escolar: enfrentar os desafios e viabilizar ações

A aluna possui dominância lateral esquerda para mão e pé e, direita para

olho. Domina o conceito de direita e esquerda, simples em si, simples no outro e

cruzada em si.

No que se refere à noção espaço-temporal, "A" demonstra já ter internalizado.

A aluna domina conceito de quantidade e tamanho.

Em atividades de leitura, a aluna lê palavras simples e complexas em letra

cursiva e de imprensa. Lê com fluência, entonação e ritmo. Interpreta o que lê.

"A" escreve, frases e textos envolvendo palavras simples e complexas. Seu

texto apresenta coerência e coesão. Faz uso de pontuação e acentuação.

No que se refere a conceitos matemáticos, a aluna lê, identifica e escreve

numerais. Resolve operações de adição sem e com reserva, subtração com e sem

recurso, multiplicação e divisão por um ou mais algarismos Faz uso de raciocínio

simples ao resolver os problemas propostos.

NOME: "X" IDADE: 12 ANOS SÉRIE: 5ª

“X” tem 12 anos, morava na zona rural e recentemente foi matriculado na 5ª

série do Ensino Fundamental numa escola da rede pública urbana.

Seu desempenho escolar não tem sido satisfatório, principalmente nas

disciplinas que exigem leitura e interpretação de texto. Neste sentido, chamou a

atenção de seus professores o fato de que está sempre desatento e parece não

entender o que eles falam.

Em sala de aula interage pouco. É o último a terminar as atividades propostas

ou as deixa incompletas.

Não é um aluno que faz perguntas sobre os conteúdos desenvolvidos em sala

de aula. Nos trabalhos em grupo, não consegue expor suas idéias.

O aluno “X”, nas aulas de Educação Artística é destaque. Desenha e pinta

como nenhum outro. A arte está presente em todos os seus trabalhos.

Os professores solicitaram uma reunião com a pedagoga da escola para pedir

auxílio no trabalho com o aluno, pois recentemente a mãe informou a um dos

CASO 3

42

Inclusão Escolar: enfrentar os desafios e viabilizar ações

professores que o filho assiste televisão num volume alto, irrita-se com os familiares

porque os mesmos não compreendem o que ele deseja expressar; usa gestos

naturais. Contou, ainda, que quando bebê, o filho não se incomodava com o barulho

intenso feito pelos irmãos.

A pedagoga solicitou à mãe que levasse o filho a um CAES (Centro de

Atendimento Especializado na Área da Surdez) para que recebesse as orientações

necessárias para o atendimento do aluno.

“X” fez audiometria e foi confirmada a perda auditiva bilateral.

NOME: "G" IDADE: 15 ANOS SÉRIE: 5ª "G" apresenta apatia no espaço escolar, responde com monossílabos o que

lhe é perguntado. No recreio escolhe a única amiga para compartilhar o tempo livre.

Observou-se que as referidas alunas, circulam pela escola, mas não estabelecem

diálogos longos.

“G” também não tem autonomia, pois depende sempre de outra pessoa para

encaminhar suas atividades.

A aluna senta na segunda carteira, mas mesmo na frente não pergunta

quando tem alguma dúvida. Nas aulas de Educação Física não se integra nos jogos.

Mostra-se alheia e desinteressada das atividades que o grupo realiza. Já nas aulas

de Educação Artística participa ativamente.

Em relação à coordenação global estática e dinâmica a aluna demonstra bom

desempenho.

Em atividades que envolvem coordenação motora fina, consegue arremessar,

amarrar, recortar, pintar.

Demonstra não ter noção de direita e esquerda simples em si, no outro e

cruzada em si.

CASO 4

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Inclusão Escolar: enfrentar os desafios e viabilizar ações

Em atividade de linguagem receptiva e expressiva, a educanda revela

facilidade em compreender todas as instruções verbais simples e, dificuldade, para

entender as mais complexas.

Ao ser solicitada para que produzisse um texto, oralmente, a vista de uma

gravura, o fez com certa seqüência lógica, repetiu várias vezes os mesmos termos e

revelou possuir poucos recursos verbais.

No que diz respeito à noção espacial, a “G” demonstra dominar.

Em atividade de leitura, a aluna lê palavras simples em letra cursiva e de

imprensa, tem dificuldade para ler texto envolvendo palavras complexas. Ao

interpretar um texto lido pela professora, a aluna não respondeu as questões com

coerência, mesmo à vista de uma gravura.

Com referência à escrita, a aluna escreve com certa dificuldade, frases e

pequenos textos.

Quanto aos conhecimentos básicos de Matemática, a aluna revelou facilidade

para ler, identificar e escrever numerais. Apresenta dificuldade, mesmo fazendo uso

do material concreto, para resolver operações de adição sem e com reserva,

subtração sem e com recurso, multiplicação e divisão.

No que se refere a resolução de problemas, "G", resolve aqueles que

envolveram raciocínio simples.

ALUNO: _______________ IDADE: _____________ SÉRIE: _____________

POTENCIALIDADES NECESSIDADES INTERVENÇÕES

PROPOSTA DE TRABALHO : A partir da leitura e análise de caso, o grupo deverá preencher o quadro abaixo e, posteriormente, socializar a produção.

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Inclusão Escolar: enfrentar os desafios e viabilizar ações

REFERÊNCIAS

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