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O PROFESSOR PDE E OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE Versão Online ISBN 978-85-8015-037-7 Cadernos PDE 2007 VOLUME I

DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE O PROFESSOR PDE E … · Guarapuava, em Guarapuava, Paraná. Neste processo foi contemplada a metodologia do ensino de literatura intitulado Método

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O PROFESSOR PDE E OS DESAFIOSDA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE

Versão Online ISBN 978-85-8015-037-7Cadernos PDE

2007

VOLU

ME I

A formação do leitor aliada às novas tecnologias1Ana Cláudia Chemim Guiné

2Cláudio José de Almeida Mello

RESUMO

Este texto foi criado dentro do Programa de Desenvolvimento Educacional do Estado do Paraná (PDE) nos anos de 2007/08 e aborda os problemas da falta de leitura literária nas escolas brasileiras, baseado numa fundamentação teórica que privilegia o leitor como peça essencial no processo da leitura. Cita o percurso teórico desenvolvido nesta formação continuada proporcionada aos professores participantes deste programa, bem como descreve o processo de implementação da proposta pedagógica numa turma de 1ª série do Ensino Médio, no Colégio Estadual Visconde de Guarapuava, em Guarapuava, Paraná. Neste processo foi contemplada a metodologia do ensino de literatura intitulado Método Recepcional e a utilização da internet como apoio pedagógico. O objetivo é associar teoria e prática na construção de propostas para incentivar o processo de leitura dentro de nossas escolas utilizando os benefícios da inclusão de tecnologia virtual como coadjuvante na relação professor-aluno.

Palavras-chave: Leitura literária. Internet.Método Recepcional.

ABSTRACT

This text was created in the Program of Education Development of the State of the Paraná (PDE) in the years of 2007/08 and it boards the problems of the lack of literary reading in the Brazilian schools, based on a theoretical basis that privileges the reader like essential piece in the reading process. It quotes the theoretical distance developed in this continued formation to the teachers, as well as describes the process of implementation of the pedagogical proposal in a group of 1st grades of the Secondary Education, at Visconde de Guarapuava State High School, in Guarapuava, Paraná.In this process the methodology of teaching of literature contemplated was entitled Receptional Method and the use of the Internet as pedagogical support. The aim is to associate theory and practice in the construction of proposals to stimulate the process of reading in our schools using the benefits of the inclusion of virtual technology like co-star in the relation teacher-student.

Keywords: Literary reading. Internet. Receptional Method.

1- Introdução

A literatura tem desempenhado um papel figurativo nas escolas. Suas supostas atribuições e

seu verdadeiro valor, que seria o da comunicação entre leitor e escritor têm se mostrado fraca e

destituída de sentido. Um grande agravante desta realidade está alicerçada sobre uma educação

alienante e que guarda resquícios de uma educação tradicional, onde ela era vista apenas como

1 Professora PDE/2007, formada em Letras Português- Inglês, Especialista em Fundamentos da Educação.2

2

Professor Orientador Doutor em Letras, professor do Departamento de Letras da Universidade Estadual do Centro-Oeste(UNICENTRO)

exemplo de pureza estética, clareza de idéias e modelo de perfeição. De acordo com Bordini e

Aguiar (1993, p.36), “Esse modelo típico de aula de literatura tem raízes na tradição escolar

brasileira que remontam à pedagogia jesuítica”. Este conceito veio se reforçando durante o passar

da história escolar e está presente no trabalho do professor que encontra no texto apenas um

pretexto para ensinar gramática.

A leitura precisa estar presente nas atividades diárias do jovem. Ler necessita ser um

momento de busca e de realizações e não meramente para se cumprir determinadas etapas de um

processo avaliativo. De acordo com Silva (2005 p22.):

Ao ser institucionalizado, passando à responsabilidade da escola, o ensino da leitura perdeu sua naturalidade, caiu na esfera dos reducionismos e, de certo modo, transformou-se numa estafante rotina. Não mais se lê para melhor compreender a vida, mas para cumprir os artificialismos e pretextos impostos pela escola: treinamento da língua "culta", análises gramaticais, inculcação de valores, respostas fechadas a exercícios de compreensão e interpretação, pesquisas vazias na biblioteca da cidade, horários, provas, notas, etc. Com isso, a interação entre os textos e os leitores foi ficando cada vez mais distorcida, afetada ou estereotipada, desviando-se de propósitos como a fruição significativa e prazerosa, a reflexão, a discussão, a produção de novos significados, etc.

Podem-se destacar vários problemas dentro deste processo. Muitas vezes o professor impõe

ao aluno seu modo de pensar e interpretar o texto. A escola como um todo reproduz a ideologia

dominante e a literatura vai sendo tratada apenas como forma de se utilizar a norma culta da língua.

Segundo Bordini e Aguiar (1993, p.39), “[...] o que se aprende não é o conhecimento do texto

literário, mas o da gramática, sendo a literatura mero instrumento de exemplificação”.

Importante lembrar as recomendações presentes nas Diretrizes Curriculares de Língua

Portuguesa (DCE) que assim se manifesta:

O livro didático, as fichas de leitura, os planos de trabalho [...], na maioria das vezes, apresentam propostas que escolarizam o texto literário e privilegiam questões alheias à especificidade desse gênero ou lhe conferem um tratamento meramente formal. Com isso, há um esvaziamento da complexidade da obra literária, seja no aspecto das diversas vozes presentes no texto da temática ou da própria forma.Para que se evite essa prática pedagógica, é fundamental que o professor tenha claro o que pretende com o ensino de literatura, qual concepção de literatura quer privilegiar e que tipo de leitor quer formar. (Paraná,2008,p.39)

Dizer que a leitura ou fracasso dela na escola tenha como problema central o trabalho do

professor ou colocá-lo como único responsável pelas falhas, pode-se cair num erro maior: justificar

o que na verdade, não se justifica por apenas um olhar. Tanto professores, como autores de livros

didáticos, alunos, pais e sociedade colaboram para que esta situação seja agravada constantemente.

Tornar a leitura presente na vida dos alunos é muito mais que decodificar símbolos: é estar

aberto a novas perspectivas, a novos desafios. É importante mostrar-lhes o poder que as palavras

têm em construir ou destruir no momento em que são proferidas ou escritas. Se o professor estiver

atento ao seu papel, for crítico, leitor assíduo, gostar do que faz e fazê-lo bem, fundamentado em

metodologias próprias estará contribuindo para que a leitura possa tornar-se um prazer na vida do

aluno.

[...] sem um professor que, além de se posicionar como um leitor assíduo, crítico e competente, entenda realmente a complexidade do ato de ler, as demais condições para a produção da leitura perderão em validade, potência e efeito. (Silva, 2005, p.22)

O professor precisa sim, estar atento às mudanças pelas quais passa nossa sociedade e

procurar inserir seus alunos, por meio de uma escola que lê e participa das suas vidas. È necessário

recuperar o prazer da leitura, desvencilhar-se das amarras do passado, buscar o que pode ser bom e

transformá-lo em melhor. O texto literário apresenta múltiplas leituras e cabe ao leitor reconstruir

no “seu horizonte de expectativas” (Zilberman 1989, p.34) uma faceta e um mundo novo a partir

daquilo que leu. Se até a segunda metade do século XX predominou nos meios acadêmicos as

teorias estruturalistas e formalistas, a partir de então o enfoque passa a ser no leitor (Estética da

Recepção).

As práticas discursivas de leitura e escrita assumem uma nova postura. Não podem ser vistas

apenas como integrantes de uma organização educacional. Precisam ser encaradas como

“fenômenos sociais” (Matencio, p.18), que se estruturam na dialética existente entre o leitor e o

escritor. Nesta relação de troca persiste a idéia de que experiências vividas pelo leitor influenciam

sua interpretação, fruição e entendimento da obra.

Neste estudo construiu-se uma proposta metodológica baseada na Estética da Recepção

proposta por Hans Robert Jaus e apresentado por Bordini e Aguiar, onde o leitor assume o principal

papel no processo literário.

Jauss ressalta que o procedimento metodológico da Estética da Recepção é sugerido pela

hermenêutica literária e que objetiva colocar em evidência a troca da obra com o receptor, a partir

da lógica da pergunta e da resposta dentro do próprio texto. O princípio da pergunta e da resposta,

que se define metodologicamente como dialético, acompanha Jauss como seu instrumental teórico,

por possibilitar a explicitação do processo de interpretação dos textos e da natureza dialógica da

literatura. Todo leitor tem a competência para entender o texto literário e a Estética da Recepção

propõe um novo sentido para a própria noção de texto, na medida em que o leitor passa a assumir o

papel primordial na construção do significado que o texto proporciona.

A Estética da Recepção surgiu da proposta de Hans Robert Jauss, estudioso que analisou a

literatura e teceu duras críticas aos métodos de ensino da história da literatura de cunho positivista.

Ele desenvolve e aplica na leitura literária aquilo que seu mestre, Gadamer, desenvolveu na

hermenêutica (parte da filosofia que estuda a compreensão e a interpretação). O filósofo alemão

reconheceu que a compreensão humana se dá através de um diálogo entre a tradição (passado) e os

conhecimentos prévios (presente) do sujeito, que é o intérprete responsável por todo o processo.

Aproveitando essa formação filosófica Jauss diz que o texto literário se constrói a partir dos

conhecimentos prévios do leitor.

O valor estético de um texto pressupõe a recepção inicial que o leitor faz quando o lê.

Quando um texto é lido, é comparado com outros e a partir daí, o leitor olha para novas perspectivas

do que possa vir a ler, num constante abrir-se em novas perspectivas e horizontes. Na Estética da

Recepção a obra é vista pela forma como é recebida pelos leitores.

A idéia central da Estética da Recepção é a de que nenhuma obra, por mais canônica que seja, possa ficar incólume às determinações históricas, às condições de recepção a que é exposta com o passar do tempo. Toda obra, desse modo, está sujeita ao horizonte de expectativas de um público( Paraná, 2008,p40)

Jauss escreve que toda a metodologia para o ensino da literatura precisa ser repensada. A

partir da década de 1970, Regina Zilberman traz ao Brasil essas novidades e as dissemina. Duas

pesquisadoras de seu círculo, Maria da Glória Bordini e Vera Teixeira Aguiar, resolvem pensar na

prática como privilegiar essas teorias, fazem diversas experiências e criam então o Método

Recepcional.

Este método faz uma junção entre a Estética da Recepção e o saber universalizado pela

escola. Para não incorrer num erro ou num relativismo, visto que o leitor detém o poder da

interpretação de uma obra, vale a pena lembrar que Jauss retira a responsabilidade individual do

leitor e o coloca numa visão coletiva da obra.

A escola, enfim, não pode perder de seu foco a construção do saber científico, universal. Ela

precisa estar ali não somente para fazer o que o aluno quer, mas precisa também oferecer

conhecimento através de metodologias que concebam a língua como prática social. O trabalho com

a literatura aqui desenvolvido pode ser um dos eixos que norteiam o trabalho em sala de aula, que

deve abranger também, além da leitura, a escrita, a análise lingüística e a oralidade.

No Brasil, a partir da década de 80, sobretudo 90, há uma ênfase na realidade do aluno

concebido a partir de então, cada vez mais sujeito ativo na construção do conhecimento. Fazendo

uma retrospectiva, veremos que antes disso a língua era vista dentro de outras perspectivas.

Nas décadas de 1950/60, o Estruturalismo concebia a leitura pela perspectiva do texto. Ler é

concebido aqui como uma decodificação, onde era importante extrair do texto apenas seu

significado. O texto era visto como um objeto completo em si mesmo e o leitor como aquele que

recebe, reconhece e traduz o sentido do texto. Nessa visão percebe-se que havia uma ênfase muito

grande no processamento linear da leitura e a uma grande valorização das habilidades de nível

inferior, como o reconhecimento de letras e palavras, por exemplo.

Em seguida, nova perspectiva oriunda da Estética da Recepção onde o leitor é aquele que

atribui um significado ao texto. O leitor idealizado por esse modelo é aquele que se apóia

principalmente em seus conhecimentos prévios. O sentido do texto é acionado pelos conceitos os

quais estão baseados na experiência de vida do leitor, anterior ao seu encontro com o texto e

envolvem conhecimentos lingüísticos, textuais e enciclopédicos. O leitor idealizado por esse

modelo é aquele que se apóia principalmente em seus conhecimentos prévios, portanto o problema

está na confiança exagerada dada ao leitor e por considerar qualquer interpretação do texto realizada

por ele.

Depois, na proposta Sociointeracionista a leitura passa a ser vista como um processo de

interação entre leitor e texto. O papel do leitor é o de reconstruir o texto ou recuperar o seu sentido.

Ler deixa de ser uma atividade individual para ser um comportamento social, onde o significado

não está nem no texto, nem no leitor, mas nas convenções de interação social em que ocorre o ato

da leitura.

Temos ainda a perspectiva do discurso. Não se lê um texto como texto, mas como discurso,

ou seja, levando-se em consideração as condições de produção. O sentido não está só nas palavras,

mas na relação com o que está fora do texto, nas condições em que eles são produzidos. A leitura é

feita através da comparação com outros textos, mas permanece a valorização do leitor.

Retomando a idéia de que o leitor é parte importante na leitura, temos a perspectiva do

letramento, onde o ato da leitura é concebido como prática importante para a atuação do cidadão em

sociedade. A leitura pode ser agente de transformação social do indivíduo. E temos então, o uso

social da literatura, quando um indivíduo apropria-se do texto literário.

Entende-se que essas perspectivas confluem no Método Recepcional, em que o leitor é visto

com o principal sujeito no processo da leitura e seus anseios e valores prezados são compreendidos

dentro da nomenclatura de horizonte de expectativas. De acordo com Bordini e Aguiar (1993, p.88):

“Esse horizonte de expectativas conterá os valores prezados pelos alunos, em termos de crenças, modismos, estilos de vida, preferências quanto a trabalho e lazer, preconceitos de ordem moral ou social e interesses específicos da área da leitura”.

As etapas do Método são as seguintes:

1- Determinação do horizonte de expectativas- nesta etapa ocorre a coleta de dados,

sugestões e temas, através de conversas e pesquisa dirigida, observações e atividades, para que se

possa atender ao horizonte de expectativas dos alunos.

2- Atendimento do horizonte de expectativas- professor disponibiliza textos que atendam às

expectativas dos alunos quanto ao tema e as estratégias utilizadas.

3- Ruptura do horizonte de expectativas - apresentação pelo professor, de textos e atividades

que se assemelhem aos temas já trabalhados na etapa anterior, mas que trarão consigo recursos

diferenciados quanto à forma destes textos. È importante estabelecer aqui, novos desafios, com

atividades diferenciadas, para que os alunos venham a perceber a importância da estética literária na

construção de um texto, e de que maneira um mesmo tema pode ser abordado, dependendo de quem

o escreve, como o escreve e para que o escreve.

4- Questionamento do horizonte de expectativas- momento este de análise das construções

realizadas nestas primeiras etapas e na comparação dos textos estudados nas etapas que se

seguiram. “A classe exerce sua análise, decidindo quais textos, através de seus temas e construção,

exigiram um nível mais alto de reflexão e, diante da descoberta de seus sentidos possíveis,

trouxeram um grau maior de satisfação.” (Bordini e Aguiar, 93, p.90).

5- Ampliação do horizonte de expectativas- nesta fase o aluno percebe que as leituras

realizadas não foram para cumprir formalidades ou como simples tarefa da escola, mas sim, que as

experiências proporcionadas pela leitura ofereceram um aprofundamento e uma ampliação de suas

perspectivas. É o momento da tomada de consciência individual.

[...] o final dessa etapa é o início de uma nova aplicação do método, que evolui em espiral, sempre permitindo aos alunos uma postura mais consciente em relação à literatura e à vida [...] com o aprimoramento da leitura numa percepção estética e ideológica mais aguda e com visão crítica sobre sua atuação e a de seu grupo, o aluno torna-se agente da aprendizagem, determinando ele mesmo a continuidade do processo, num constante enriquecimento cultural e social. ( Bordini e Aguiar,1993, p.91).

Numa breve síntese, o método inicia-se quando o leitor é receptível ao que vai ler. A leitura

precisa fazer parte de suas expectativas.Estar aberto ao diferente e ao novo faz com que a leitura

torne-se algo concreto, levando-o a uma vivência real. Em seguida, ocorre uma ruptura de tudo

aquilo que o leitor considerava como verdade, aparecem novos conceitos que passam a fazer parte

de seu modo de pensar e de maneiras diferentes de ver o mundo. A partir de então, surge uma série

de indagações na mente do leitor, ele começa a repensar idéias e valores e finalmente assimila ou

incorpora um novo horizonte àquele já possuído.

Essa é a essência do método executado. Através da experiência vivenciada, com seus acertos

e desacertos, o relato a seguir mostra de que forma os horizontes de professora de literatura

ampliaram-se significativamente.

2- Implementação do projeto de leitura

Na prática pedagógica diária é muito difícil encontrar o ponto de equilíbrio entre aquilo que

precisa ser realizado e aquilo que o aluno deseja e quer realizar. Partindo da idéia que ao valorizar

aquilo que é interessante para o aluno, o professor vai atingir com maior facilidade seus objetivos,

foi que se encontrou nessa metodologia uma forma de conseguir um resultado satisfatório frente aos

desafios encontrados na realidade deste colégio.

A metodologia é importante porque valoriza o leitor, partindo inicialmente dos seus

interesses mais imediatos. Procura oferecer ao aluno exatamente aquilo que deseja. Quando estiver

satisfeito, o professor vai oferecendo lentamente novas nuances, novos degraus a serem galgados,

de forma lenta e sutil, aparando arestas e mostrando-lhe que sempre se pode ir além. Essa busca e

esse caminhar incessante rumo ao novo, ao desconhecido, mas não menos importante, não menos

satisfatório, vai abrindo um leque novo, novas possibilidades e o aluno vê-se como alguém atuante,

participativo, valorizado.

Por este motivo e após os estudos e leituras realizadas, optou-se pela aplicação do Método

Recepcional e a utilização da home page como complemento das atividades realizadas.

Tendo em vista que este texto possa vir a contribuir com outros futuros projetos, optou-se

por uma descrição minuciosa do desenvolvimento desta implementação.

A metodologia foi desenvolvida numa turma de 1ª série do Curso Normal, do Colégio

Estadual Visconde de Guarapuava, situado na cidade de Guarapuava, PR, composta de 37 alunos,

sendo apenas dois meninos. A idade dos alunos variava entre 13 a 14 com exceção de uma aluna

com 30 anos.

Definido que trabalharia com a aplicação do Método Recepcional e utilizaria a página na

internet como apoio pedagógico, a primeira dificuldade foi encontrar um provedor gratuito, no qual

a página pudesse ser construída. Depois, os aspectos práticos: dar uma forma, um bom designer.

Neste momento foi importante a colaboração do Centro Regional de Tecnologia do Núcleo

Regional de Educação de Guarapuava (CRTE). Através de orientações e suporte técnico, pode-se

enfim montar uma home page de domínio gratuito. A página escolhida trazia muitos recursos fáceis

de operar: links, local para deixar imagens, figuras, textos, etc., possibilidades de trabalhar diversas

fontes, cores, etc. Entretanto não oferecia parte interativa, para a participação mais ativa dos alunos.

Em vista disso, foi necessário criar um blog em outro provedor, porém esse espaço

interativo não pôde ser acessado nos laboratórios de informática do Paraná Digital (que são os

laboratórios específicos das escolas Estaduais do Paraná). Este foi um fator importante e agravante

na execução do trabalho, pois não foi possível trabalhar o site no laboratório da escola. A solução

encontrada para sanar essa dificuldade foi levar os alunos ao auditório do Colégio e acessar a

Internet, através da projeção com o data-show, desenvolvendo aulas de participação coletiva e

acesso ao blog.

Este momento de planejamento foi composto de muita busca e aprendizagem e foi possível,

porque havia tempo necessário de estudo e aprofundamento proporcionados pela disponibilização

integral do professor ao PDE.

No primeiro contato com a turma, foi apresentado aos alunos uma vaga idéia do que

pretendia desenvolver, apenas dizendo que se tratava de um projeto de leitura e de que tinham sido

escolhidos para participar de um algo diferenciado. Neste primeiro momento, os alunos

participaram de uma pesquisa para que fosse traçado um perfil geral.

Várias questões foram apresentadas e o modelo poderá ser visto nos anexos (anexo 1-

investigação inicial)

Neste primeiro perfil, pode-se observar que o número médio de livros lidos por bimestre

varia entre 2 a 4 para o maior número deles e quando questionados sobre os motivos que os levam a

ler, a maioria (17) respondeu que realiza a leitura porque gosta, outros ainda porque alguém sugeriu

(12) e outros (08) realizam a leitura porque simplesmente vale uma nota e o professor vai avaliar.

Esses resultados podem ser verificados nos gráficos a seguir:

1- Leitura de livros por bimestre:

0

5

10

15

20

25

de 2 a 4 apenas 1 mais que 4 nenhum

2- Motivos para leitura:

0

5

10

15

20

Gosta de ler Pessoas indicaram Vale nota

A partir dessa investigação pode ser traçado um perfil de uma turma que gosta pouco

de ler, que quando o faz é por incentivo dos outros e algumas vezes apenas para cumprir

formalidades legais propostas pelo professor, como nota, preenchimento de questionários/

fichas literárias, etc.

Após essas atividades iniciais, houve a apresentação do site que criado,

disponibilizando o endereço para que todos pudessem acessá-lo durante o período de dez

dias.

No início, percebeu-se que o projeto agradou a eles. Alguns ficaram mais

entusiasmados, outros nem tanto. Já no primeiro dia, houve a participação de 2 alunas

postando comentários no blog. Nos dias seguintes, muitos acessaram, mandaram recados e

participaram. Os primeiros dias foram utilizados para familiarização com a página, cadastro

de e-mail e resolução de pequenos problemas de acessibilidade na página.

O momento então era de iniciar a aplicação do Método do Recepcional. As etapas

deste método são as seguintes:

1- Determinação do horizonte de expectativas

2- Atendimento do horizonte de expectativas

3- Ruptura do horizonte de expectativas

4- Questionamento do horizonte de expectativas

5- Ampliação do horizonte de expectativas

As etapas foram desenvolvidas da seguinte forma:

Determinação do horizonte de expectativas – após a investigação inicial foram

selecionados cinco temas mais votados pelos alunos e disponibilizados no blog, em forma

de enquete. Essa pesquisa ficou durante sete dias para a apreciação e após uma votação

considerável (dos 37 alunos, 28 votaram no blog), o tema escolhido foi o amor.

Neste momento os alunos foram levados a questionar sobre liberdade e ética, quando

proposta diversas vezes a pergunta se eles eram livres para escrever e dizer tudo o que

pensavam. Foi verificado que nem todos têm a noção do que é certo, do que pode ou não ser

dito e escrito. Nas aulas que se seguiram, este ponto foi retomado diversas vezes, através de

participações sempre muito significativas dos alunos.

Atendimento do horizonte de expectativas - Definido o tema, foi o momento de

oferecer textos que abordassem o interesse dos alunos.

Primeiro foram selecionados vários gêneros textuais: poesias, contos, letras de

músicas, textos jornalísticos, quadrinhos, charges. Em seguida, os alunos deveriam

pesquisar dentre esses escolhidos textos falando sobre amor/ paixão. Os textos foram

xerocados e/ ou recortados, colados em folhas de papel sulfite, plastificados para garantir

maior durabilidade. Depois foram acomodados em caixas de madeira, juntamente com um

caderno para anotações. Esta atividade foi o início de um rodízio de leitura a ser realizado

em casa, juntamente com a família e ao final, pequenas anotações realizadas no caderno

pelos pais.

Dentre os textos trazidos, vários deles foram lidos em sala de aula, comentados e

discutidos. Enquanto isso, na página da internet, os mais apreciados eram disponibilizados

para que todos pudessem ter acesso. Também foram promovidas várias enquetes para a

escolha dos mais lidos, ou qual mais gostaram ou não.

O blog interativo funcionou muito bem nesta fase, pois os alunos podiam postar

comentários, com críticas, sugestões de textos e links.

A dificuldade maior estava no acesso de poucos alunos a ele. Para tentar solucionar

este problema já no início da sua aplicação, foi utilizada a internet que estava disponível no

auditório do colégio. A mesma, que não tinha relação com a internet dos laboratórios do

colégio, proporcionava o acesso à interatividade (como já foi comentado anteriormente)

Dessa forma, uma vez por semana, os alunos eram levados ao auditório e era apresentada a

eles a página e o blog. A participação dava-se no coletivo, mas foi uma forma encontrada

para sanar a dificuldade que se estendeu por toda a implementação da proposta.

Ruptura do horizonte de expectativas- Muito bem explorada a fase do atendimento,

chegou o momento de romper com o horizonte dos alunos, proporcionando-lhes ainda a

continuidade do tema abordado, mas priorizando outros textos.

Foi importante estabelecer aqui, novos desafios, com atividades diferenciadas, para

que os alunos viessem a perceber a importância da estética literária na construção de um

texto, e de que maneira um mesmo tema pode ser abordado, dependendo de quem o escreve,

como o escreve e para que o escreve.

Foi trabalhada a música Eduardo e Mônica, de Legião Urbana, após leitura,

discussão da história, foi realizada uma pesquisa com os nomes de escritores e cineastas

presentes na letra, promovendo uma leitura contextualizada. Em seguida, apresentou-se o

texto, Circuito fechado, de Ricardo Ramos, e depois produção do texto Circuito do amor

Intercalando leitura de diversos textos sobre o amor, foi possível estabelecer várias

comparações com os textos trabalhados e verificar onde cada um se diferencia do outro. O

momento importante que culminou na ruptura com os textos já trabalhados, foi a análise do

Soneto de Amor, de Camões.

Esta etapa estava muito ligada à próxima, pois ao trabalhar todo o sentido da

linguagem figurada, da construção das imagens a que o poema remete, os alunos foram

levados a conhecer e a diferenciar a construção estética dos textos literários.

O site continuou sendo utilizado como auxílio das atividades desenvolvidas. E

todo o visual da página e do blog foi alterado (cores, desenhos, figuras e disposição gráfica)

para dar caráter de rompimento, ruptura

Questionamento do horizonte de expectativas- para complementar a etapa anterior

e acrescer os questionamentos e comentários, foi trabalhada a letra da música Monte Castelo

e o texto bíblico, Coríntios, 13. Em seguida, retomando o Soneto de Camões sobre o amor,

novos questionamentos puderam ser contemplados nesta fase.

Importante destacar que esta etapa, também está ligada com a próxima, trouxe um

constante ir e vir, explorando riquezas dos textos, fazendo ligações diretas com linguagem

conotativa e denotativa, ao mesmo tempo em que os alunos eram colocados frente a

atividades de produção textual e análise lingüística.

Durante esta etapa foi montado um caderno que funcionava como uma espécie de

“confidências” e onde cada aluno, de acordo com o seu número da chamada, respondia a

diversas questões propostas. Este caderno, denominado “conhecendo você”, circulava entre

todos os alunos e à medida que um respondia às perguntas passava para outro colega. Isso

poderia ser realizado no período da aula ou ainda em casa.

De posse deste caderno e das respostas ali colocadas pode-se compreender melhor

o olhar do aluno sobre o problema da leitura, das experiências, positivas ou não, que teve em

sua vida escolar.

Neste momento do questionamento dos horizontes, foi proposta a seguinte

questão (no caderno) a respeito do trabalho realizado até aquele momento e que culminou

com a análise do soneto de Camões: “Que impressões ficaram sobre o poema de Camões:

“Amor é fogo...” Aponte semelhanças e diferenças que percebeu na construção deste poema

em relação a outros textos conhecidos por você.”

Analisando as respostas, percebeu-se que alguns alunos simplesmente não

compreenderam a questão, outros a analisaram superficialmente, apenas referindo-se a

interpretações mais superficiais, como se pode verificar através das seguintes respostas:

“Algo indefinido, mas bem legal.”“Eu não compreendi a questão.”“A impressão que fica é que é uma coisa bem indefinida.”

Para que melhores resultados sejam alcançados em relação a questões que levem

os alunos a questionar e perceber as diferenças existentes na construção de textos literários

em comparação a outros textos, precisa ser muito bem trabalhado e retomado pelo professor

na sua prática diária. Entretanto, duas respostas conseguiram expressar um pouco daquilo

que se esperava nesta etapa de questionamentos:

“Bom, esse poema, além de ser lindo, ele é tudo “combinado”, é “perfeito”. Já em outros textos não é assim é tudo fora de ordem, mas não deixa de ser legal. O poema “amor é fogo” tem que saber interpretá-lo.”“É muito interessante analisar este poema, pois é tudo planejado. Já os outros textos de revistinhas são escritos sem planejamento.”

Através deste caderno, das atividades realizadas em sala, do uso da página na

internet, do blog interativo, puderam-se abrir vários questionamentos a respeito das leituras

realizadas.

Ampliação do horizonte de expectativas- Foi importante ampliar o horizonte

dos alunos, mostrando-lhes a riqueza da construção literária, o trabalho de artista que um

bom texto contém e que o faz permanecer ao longo do tempo e da história, sempre vivo e

dinâmico. Esta etapa ocorre quase que simultaneamente com anterior, pois ao mesmo tempo

em que se promove o questionamento sobre os textos lidos, abre-se um olhar para novas

leituras.

Ainda nesta etapa, o blog continuou sendo utilizado com sugestões de novas

leituras e enquetes sobre as atividades realizadas.

Durante toda a aplicação do método, os alunos ainda escreveram uma história

virtualmente. Após o início proposto pela professora, cada aluno entrava,postava a

continuidade da história e assim sucessivamente até chegar ao final. Depois, a história foi

reproduzida, levada à sala de aula, lida por todos, corrigida, arrumada em vários aspectos e

reestruturada no caderno.

O tema amor foi trabalhado e discutido diversas vezes, então os alunos foram

levados a conhecer o amor através do olhar de uma mulher angustiada com sua vida,

submissa ao seus compromissos de esposa e mãe, através do estudo do conto “A fuga”, de

Clarice Lispector.

Este conto marcou o término e o reinício de outras leituras, que falam do

amor e da mulher. Em seguida, um novo processo iniciou-se, onde o atendimento de novos

horizontes estariam sendo contemplados pelo professor em suas aulas. Entretanto, como a

implementação necessitava de análises e coleta de resultados, optou-se em encerrar neste

ponto, para que os resultados pudessem ser analisados.

A partir de então, a turma foi dividida em pequenos grupos, onde cada um, de

acordo com seus interesses, pudessem num dia determinado, fazer uma apresentação final

baseados nas leituras realizadas no semestre.

O dia foi marcado, algumas pessoas convidadas, como pais, representantes do

Núcleo Regional de Educação de Guarapuava (NRE), equipe pedagógica da escola,

professor orientador, professores em geral da escola. Na apresentação deste dia, os alunos

mostraram-se criativos em apresentar as leituras realizadas no semestre, bem como todas as

atividades que advieram com as suas leituras e estudos proporcionados pelo

desenvolvimento da proposta de implementação.

3- Conclusão

A proposta de implementação pode ser analisada dentro das duas questões:

Quanto à aplicação de metodologia para o ensino de literatura - foi muito importante

ter um direcionamento do trabalho pedagógico, pois a maior dificuldade era saber

exatamente onde queria e como chegar até lá. Através dos estudos realizados, das

orientações recebidas, da fundamentação teórica, o trabalho pode ser bem direcionado,

baseado em fatos concretos e respaldado em teorias atuais.

O Método Recepcional apresenta vários pontos positivos. Primeiro porque a escolha

dos temas dá-se democraticamente e privilegia o aluno-leitor. Cumprindo esse papel inicial,

o aluno motiva-se, e motivado, participa e aprende mais. Segundo, porque oferece liberdade

de trabalho ao professor, com opções variadas de atividades que podem ser desenvolvidas

durante toda a sua aplicação. Na verdade, é um método muito dinâmico que abre muitas

possibilidades.

Algumas dificuldades também foram encontradas. O primeiro fato a observar-se na

aplicação do método é que ele é mais dinâmico do que aparenta ser. Necessita de muita

criatividade do professor, muito dinamismo e dedicação para que as etapas possam fluir da

melhor maneira possível. O acervo bibliográfico é imprescindível. Conta-se aqui não apenas

uma biblioteca bem equipada, mas também um grande conhecimento do professor de obras

que contemplem o tema escolhido. Neste ponto, o uso da internet, nos sites de busca

auxiliam significativamente o professor e contribuem para o enriquecimento das leituras

realizadas.

É importante verificar que as etapas ocorrem quase que simultaneamente, que em

uma semana de aula (4, 5 aulas) pode ser totalmente explorado. Suas etapas não são divisões

estanques, como parece ser. Outro fator importante é que o método por si só, mesmo sendo

muito bom e fundamentado teoricamente, não se sustenta sozinho durante muito tempo, caso

o professor não dinamizar suas aulas, introduzir novas atividades, oferecer tempo para

outras formas de aprendizagem.

Quanto ao uso da internet como apoio pedagógico- foi extremamente significativo

utilizar-se dos recursos tecnológicos presentes, pois o uso da internet proporcionou

possibilidades diversas de trabalho. No início da implementação, os alunos mostraram-se

mais atentos aos recados e postagens, mas com o passar das semanas a participação

acontecia somente com a cobrança em sala de aula pelo professor. A relação presencial

professor-aluno é imprescindível para que o uso da tecnologia possa surtir os efeitos

esperados.

Muitos alunos sentiram-se alheios às atividades propostas virtualmente, pois não

tinham acesso em sua casa e nem do laboratório da escola. Este fator foi determinante para

que as atividades propostas não obtivessem o resultado esperado. Questionados sobre a

utilização da internet como complemento das aulas, responderam:

“Acho interessante, só que tem gente que não tem acesso e com isso sentem-se excluídos. Mas é legal, pois uma forma nova dos alunos participarem é bom que não fica naquela mesmice.”“Eu não posso participar porque não tenho computador.”“Para ser sincera cheguei a conclusão de que não é bom. A maioria dos alunos não vêem o blog. Usam a internet, mas para outros meios ex: MSN, ORKUT. O uso da internet seria ótimo, se tivesse o acompanhamento pessoal da professora.”“Para mim é muito difícil, porque não tenho e por não sei lidar com ele.”

Dessa forma, através desta proposta de implementação ficaram claros os limites das

ações educacionais do professor sempre que uma nova proposta é efetuada na escola. Por

um lado, o professor fica preso às implicações, regulamentos e normas internas de uma

instituição. Por outro, vê na metodologia e nas novas ações um caminho para melhorar e

dinamizar suas aulas.

Embora o objetivo central desta proposta tenha sido o desenvolvimento do prazer da

leitura, o que se pôde perceber é que os alunos aprenderam a “gostar um pouco mais de ler”.

Entretanto, percebeu-se um desenvolvimento muito grande da criatividade e da iniciativa

nos trabalhos realizados.

O prazer literário é uma busca e um encontro pessoal. Somente com trabalhos a

longo prazo, muito esforço e criatividade do professor, estes vazios deixados ao longo da

vida escolar do aluno podem ser preenchidos.

Este trabalho foi desenvolvido no âmbito do PDE e participar dele foi uma

experiência gratificante e ímpar. O retorno às aulas da Universidade, o encontro com os

colegas, a troca de experiências, muito estudo e leitura contribuíram significativamente no

desenrolar da implementação e dos resultados alcançados.

Talvez os objetivos principais não puderam ser realizados plenamente, mas a

tentativa de acerto, as inovações propostas e os pequenos depoimentos colhidos aqui e ali,

durante as aulas, puderam deixar claro que qualquer mudança é sempre bem-vinda e

contribui para o sucesso na sala ou fora dela, cumprindo com a missão primordial da

literatura na prática social.

A tecnologia é imprescindível no trabalho docente, mas o seu uso depende mais do

bom senso e da qualificação do professor para processar as informações, reproduzi-las e

transformá-las em fonte de aprendizagem para seus alunos. A informação existe, mas

precisa ser trabalhada com entusiasmo. As relações humanas e presenciais nunca estarão

envelhecidas e ultrapassadas e o uso da tecnologia tem efeito e razão de ali estar quando o

aluno perceber a relação que ela pode ter com o seu mundo e a contribuição que ela oferece

à sua forma de ver e de ler o mundo.

Enfim, a metodologia implementada trouxe uma nova visão à prática docente e

reforçou a importância da presença do professor como mediador do conhecimento e

principal incentivador do processo ensino-aprendizagem.

Trabalhar com literatura e o prazer estético das obras foi mais que um desafio, foi

uma experiência gratificante e única. Assim como diz Fernando Pessoa: “A literatura, como

toda arte é uma confissão de que a vida não basta”.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BORDINI, Maria da Glória; AGUIAR, Vera. A formação do leitor- alternativas metodológicas.2.ed.Porto Alegre:Mercado Aberto,1993.(Série Novas Perspectivas 27).

BUNGEN, Clécio. MENDONÇA,Márcia. Português no Ensino Médio e Formação do Professor.São Paulo: Parábola Editorial,2006. CALVINO, Ítalo. Por que ler os clássicos: tradução Nilson Moulin.2.ed.São Paulo: Companhia das Letras,2005.

GASPERETTI, Marco. Computador na educação: Guia para o ensino com as novas tecnologias.São Paulo:Esfera,2001.

KLEIMAN, Ângela. Texto e leitor: Aspectos cognitivos da leitura.São Paulo:Pontes, 9ª edição,2004

LAJOLO, Marisa. ZILBERMAN, Regina. Literatura Infantil Brasileira :Histórias e Histórias.São Paulo:Ática,6ª edição,2002.

LUCAS, Fábio. Literatura e comunicação na era da eletrônica. São Paulo: Cortez,2001.

MAGNAMI, Maria do Rosário Mortatti. Leitura, Literatura e Escola: sobre a Formação do Gosto.São Paulo: Martins Pontes,2001.

MARCONDES, Beatriz. MENEZES,Gilda.TOSHIMITSU,Thaís. Como usar outras linguagens na sala de aula. São Paulo: Contexto, 2002

MATENCIO, Maria de Lourdes Meirelles. Leitura , produção de textos e a escola.São Paulo: Mercado de Letras, 2000.

PAIVA, Aparecida. MARTINS,Aracy.PAULINO,Graça.VERSIANI,Zélia.(orgs.) Leituras literárias: Discursos Transitivos.Belo Horizonte: Autêntica Editora,2005.

PARANÁ, Secretaria de Estado da Educação. Diretrizes Curriculares de Língua Portuguesa para os anos finais do Ensino Fundamental e Ensino Médio. Curitiba: SEED, 2008.

SILVA, Theodoro Da. A produção da leitura na escola- pesquisas e propostas. 2.ed.São Paulo:Ática, 2005.

STAM, Robert. Bakhtin- Da teoria literária à cultura de massa. São Paulo: Ática,1992.

ZILBERMAN, Regina. Estética da recepção e história da Literatura.São Paulo:Ática, 1989.

REFERÊNCIAS ON LINE

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GADOTTI, M. Perspectivas atuais da educação. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/ssp/v14n2/9782.pdf acessado em 28 maio 2007

PASSARELLI, B. O texto coletivo: um estudo de caso. Disponível em: http://www.bpassarelli.futuro.usp.br/pos/semi/2002. Acessado em 28 maio 2007.

ANEXOS

Anexo 1- investigação inicial

1- Quais são seus passatempos?(Numere pela ordem de preferência:

( )televisão- filmes, seriados

( )televisão-novela

( )televisão-programas musicais, clipes

( )televisão-esportes

( )computador- internet(chats, MSN, Orkut, e-mail, músicas)

( )vídeo- game

( )leitura de livros

( )leitura de revistas, jornais, gibis

( )praticar esporte

( )dançar

( ) namorar/ficar

( )outros. Quais:....................................................................................

2- Você costuma ler quantos livros por bimestre?

( ) Apenas 01

( ) De 02 a 04

( )Mais que 04

( )Não leio nenhum livro

3- Qual é o principal motivo que faz com que você leia um livro:

( ) O professor de português pede e vale nota.

( ) Você gosta de ler.

( ) Algum colega ou professor indicou uma leitura e você ficou interessado.

( ) Você não lê nenhum livro.

4- A leitura de bons livros é:

( ) importante, mas não gosto

( ) não tem importância alguma para minha vida

( )importante e eu gosto.

( )não encontrei, até hoje, motivo algum para gostar de ler livros.

5- Escreva alguns temas que você gosta e que poderiam ser trazidos para discussões em sala de aula. Numere por

ordem de preferência:

1º.........................

2º..........................

3º.........................

4º..........................

5º.........................

6º..........................

6- Você tem em casa um computador com acesso à internet?

( ) sim ( ) não

7- Se precisa usar um computador você:

( ) utiliza o que tem em casa

( ) vai à casa de um amigo/ parente

( ) vai a uma lan-house

( ) outra:....................................................................................................

8- Os seus conhecimentos de informática são:

( ) bem limitados, não entende quase nada.

( ) só sabe usar o Word

( ) só sabe navegar na internet

( ) só utiliza para os games

( ) só para escutar música

( ) não sabe nem ligar/desligar um computador

( )domina bem algumas ferramentas do Word e navega na internet com tranqüilidade( e-mail, MSN, Orkut, etc.)

( )outra:......................................................................................................

9- Utilizar o internet para dinamizar as aulas de português seria uma idéia:

( ) razoável

( ) muito boa

( ) ótima

Por quê?.................................................................................................................................

10- Você tem e-mail?

( ) SIM ()NÂO Qual?..................................................................................

11- Você tem Orkut?

( ) SIM ()NÂO Qual?..................................................................................

12- Você gostaria de auxiliar a professora de Português num trabalho com a internet?

( ) SIM ()NÂO