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O PROFESSOR PDE E OS DESAFIOSDA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE
2009
Produção Didático-Pedagógica
Versão Online ISBN 978-85-8015-053-7Cadernos PDE
VOLU
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SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO
SUPERINTENDÊNCIA DA EDUCAÇÃO
DIRETORIA DE POLÍTICAS E PROGRAMAS EDUCACIONAIS
PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL – PDE
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE LONDRINA
PLANO DE TRABALHO
ATUALIZAÇÃO PARA PROFESSORES DAS SALAS DE RECURSOS
PARA DOCÊNCIA COM ALUNOS DISLÉXICOS
ROSANI MARIA GOEDERT BRANCAGLIÃO
LONDRINA- PR
2010
1
PRODUÇÃO DIDÁTICO-PEDAGÓGICA
ATUALIZAÇÃO PARA PROFESSORES DAS SALAS DE RECURSOS
PARA DOCÊNCIA COM ALUNOS DISLÉXICOS
Produção Didático-Pedagógica elaborada como etapa obrigatória na implementação do PDE – 2010, sob orientação da Profª Drª Simone Moreira de Moura, do Departamento de Educação da Universidade Estadual de Londrina – UEL.
LONDRINA- PR
2010
2
Ficha catalográfica Produção Didático-Pedagógica Professor PDE/2010
Título Atualização para professores das salas de recursos para docência com alunos disléxicos.
Autor Rosani Maria Goedert Brancaglião
Escola de Atuação Colégio Estadual Bento Mossurunga – Ensino Fundamental e Médio.
Município da escola Ivaiporã
Núcleo Regional de Educação Ivaiporã
Orientador Dra. Simone Moreira de Moura
Instituição de Ensino Superior UEL Universidade Estadual de Londrina
Área do Conhecimento Educação Especial
Produção Didático-Pedagógica Caderno Pedagógico
Relação Interdisciplinar Língua Portuguesa
Público Alvo Professores das Salas de Recursos de 5º a 8º séries.
Localização Colégio Estadual Bento Mossurunga – Ensino Fundamental e Médio. Av. Souza Naves nº 2460
Apresentação: Com a experiência adquirida na área da Educação Especial, durante anos, venho observando as dificuldades que os professores encontram ao se depararem em salas de aula com alunos disléxicos. São muitas as indagações e a falta de conhecimento. Constantes são as reclamações e dúvidas dos professores, constatamos que a insatisfação se dá devido ao sentimento de incapacidade de solucioná-las. Acreditamos que ao proporcionarmos embasamento teórico a respeito do processo de ensino-aprendizagem, possamos colaborar com esses profissionais, resultando em uma educação de qualidade para todos. Objetivando proporcionar aos professores das Salas de Recursos fundamentação teórico metodológica, referente à dislexia, para que sejam desenvolvidas práticas pedagógicas coerentes atendendo às necessidades educativas de cada aluno. O professor ao planejar suas aulas deve conhecer muito bem seus alunos, e saber as necessidades e especificidades de cada um, para selecionar material adequado ao conteúdo a ser ensinado, escolhendo estratégias de ensino que venham de encontro a levar o aluno a sanar as suas dificuldades, conduzindo-os à aprendizagem. O atendimento educacional tem como função identificar, elaborar e organizar recursos pedagógicos, constituindo grupo de estudos, visando proporcionar oficinas pedagógicas mensais, reuniões na escola com professores e equipe pedagógica.
Palavras-chave (3 a 5 palavras) Dislexia – Educação – Educadores.
3
SUMÁRIO
CONTRATO DE CESSÃO GRATUITA DE DIREITOS AUTORAIS
Pelo presente instrumento particular, de um lado Rosani Maria Goedert Brancaglião, brasileira, casada, professora, CPF nº 489716699-34, Cédula de Identidade RG nº 3594011-1 residente e domiciliado à Rua Emílio Ganzert nº 375, na cidade de Ivaiporã, Paraná, denominado CEDENTE, de outro lado a Secretaria de Estado da Educação do Paraná, com sede na Avenida Água Verde, nº 2140, Vila Izabel, na cidade de Curitiba, Estado do Paraná, inscrita no CNPJ sob nº 76.416.965/0001-21, neste ato representada por seu titular Yvelise Freitas de Souza Arco-Verde, Secretária de Estado da Educação, brasileiro, portadora do CPF nº 392820159-04, ou, no seu impedimento, pelo seu representante legal, doravante denominada simplesmente SEED, denominada CESSIONÁRIA, têm entre si, como justo e contratado, na melhor forma de direito, o seguinte:
Cláusula 1ª – O CEDENTE, titular dos direitos autorais da obra Caderno Pedagógico
– Atualização para professores das salas de recursos para docência com alunos disléxicos, cede, a título gratuito e universal, à CESSIONÁRIA todos os direitos patrimoniais da obra objeto desse contrato, como exemplificativamente os direitos de edição, reprodução, impressão, publicação e distribuição para fins específicos, educativos, técnicos e culturais, nos termos da Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998 e da Constituição Federal de 1988 – sem que isso implique em qualquer ônus à CESSIONÁRIA.
Cláusula 2ª – A CESSIONÁRIA fica autorizada pelo CEDENTE a publicar a obra
autoral ao qual se refere a cláusula 1ª deste contrato em qualquer tipo de mídia, como exemplificativamente impressa, digital, audiovisual e web, que se fizer necessária para sua divulgação, bem como utilizá-la para fins específicos, educativos, técnicos e culturais.
Cláusula 3ª – Com relação a mídias impressas, a CESSIONÁRIA fica autorizada
pelo CEDENTE a publicar a obra em tantas edições quantas se fizerem necessárias em qualquer número de exemplares, bem como a distribuir gratuitamente essas edições.
Cláusula 4ª – Com relação à publicação em meio digital, a CESSIONÁRIA fica
autorizada pelo CEDENTE a publicar a obra, objeto deste contrato, em tantas cópias quantas se fizerem necessárias, bem como a reproduzir e distribuir gratuitamente essas cópias.
Cláusula 5ª – Com relação à publicação em meio audiovisual, a CESSIONÁRIA fica
autorizada pelo CEDENTE a publicar e utilizar a obra, objeto deste contrato, tantas vezes quantas se fizerem necessárias, seja em canais de rádio, televisão ou web.
Cláusula 6ª – Com relação à publicação na web, a CESSIONÁRIA fica autorizada
pelo CEDENTE a publicar a obra, objeto deste contrato, tantas vezes quantas se fizerem necessárias, em arquivo para impressão, por escrito, em página web e em audiovisual.
Cláusula 7ª – O presente instrumento vigorará pelo prazo de 05 (cinco) anos
contados da data de sua assinatura, ficando automaticamente renovado por igual período, salvo denúncia de quaisquer das partes, até 12 (doze) meses antes do seu vencimento.
4
Cláusula 8ª – A CESSIONÁRIA garante a indicação de autoria em todas as
publicações em que a obra em pauta for veiculada, bem como se compromete a respeitar todos os direitos morais do autor, nos termos da Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998 e da Constituição Federal de 1988.
Cláusula 9ª – O CEDENTE poderá publicar a obra, objeto deste contrato, em
outra(s) obra(s) e meio(s), após a publicação ou publicidade dada à obra pela CESSIONÁRIA, desde que indique ou referencie expressamente que a obra foi, anteriormente, exteriorizada (e utilizada) no âmbito do Programa de Desenvolvimento Educacional da Secretaria de Estado da Educação do Paraná – SEED-PR.
Cláusula 10ª – O CEDENTE declara que a obra, objeto desta cessão, é de sua
exclusiva autoria e é uma obra inédita, com o que se responsabiliza por eventuais questionamentos judiciais ou extrajudiciais em decorrência de sua divulgação.
Parágrafo único – por inédita entende-se a obra autoral que não foi cedida,
anteriormente, a qualquer título para outro titular, e que não foi publicada ou utilizada (na forma como ora é apresentada) por outra pessoa que não o seu próprio autor.
Cláusula 11ª – As partes poderão renunciar ao presente contrato apenas nos casos
em que as suas cláusulas não forem cumpridas, ensejando o direito de indenização pela parte prejudicada.
Cláusula 12ª – Fica eleito o foro de Curitiba, Paraná, para dirimir quaisquer dúvidas
relativas ao cumprimento do presente contrato. E por estarem em pleno acordo com o disposto neste instrumento particular a
CESSIONÁRIA e o CEDENTE assinam o presente contrato. Curitiba, 27 de Julho de 2010.
______________________________________ CEDENTE
______________________________________ CESSIONÁRIA
______________________________________ TESTEMUNHA 1
______________________________________ TESTEMUNHA 2
http://www.diaadia.pr.gov.br/ceditec
5
APRESENTAÇÃO
PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL
PDE
CAMINHOS NA FORMAÇÃO DO PROFESSOR
Profª. Dr.ª Simone Moreira de Moura1
Não há possibilidade de pensarmos o amanhã, mais próximo ou mais remoto, sem que nos achemos em processo permanente de “emersão” do hoje, “molhados” do tempo que vivemos, tocados por seus desafios, instigados por seus problemas, inseguros ante a insensatez que anuncia desastres, tomados de justa raiva em face das injustiças profundas que expressam, em níveis que causam assombro, a capacidade de transgressão da ética (Paulo Freire, 2000, p.117).
Louvável a iniciativa de parceria entre o Poder Público e as Instituições de
Ensino Superior na formação continuada de professores da educação básica,
especialmente na área de Educação Especial.
No lugar de professora/orientadora e reconhecendo os professores/alunos
como produtores de conhecimento sobre o processo ensino-aprendizagem, busquei
neste percurso proporcionar subsídios teórico-metodológicos para o
desenvolvimento de seus projetos e produção deste Caderno, que ora se apresenta.
Importante salientar a dedicação, compromisso e autonomia exercida pelas
orientandas, que buscaram superar sua menoridade, falando com sua própria boca e
pensando com suas cabeças. Kant já nos convidava a deixar a tutela dos outros e a
ousar a saber.
Certamente, essas produções, fruto de trabalho árduo por parte das
professoras/alunas, trará contribuições importantes não somente para os espaços
onde atuam, mas principalmente na mudança propiciada pelo caminho trilhado que
sempre permite modificações.
Finalizando, espero que essa fecunda parceria continue espargindo
sementes de esperanças e inquietações e que esse seja apenas o começo.
Boa leitura a todos!
1 Professora do Departamento de Educação da Universidade Estadual de Londrina.
6
SUMÁRIO
1 JUSTIFICATIVA ...................................................................................................... 7
2 DESMISTIFICANDO MITOS: A DISLEXIA SOB UM OUTRO ENFOQUE ............. 8 2.1 POSSÍVEIS CONTRIBUIÇÕES DO PROFESSOR .............................................. 8 2.2 ALGUMAS POSSÍVEIS ATITUDES DO PROFESSOR FRENTE A APRENDIZAGEM DA LEITURA ................................................................................ 10
3 ESTRATÉGIAS ..................................................................................................... 14
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 19
7
Desenvolvo um trabalho de acompanhamento com as Salas de Recursos
desde a sua criação, e sempre me preocupei com a inclusão do aluno Disléxico em
sala de aula.
Constantes são as reclamações e dúvidas por professores das
acentuadas dificuldades de aprendizagem da leitura e escrita pelos alunos de 5º a 8º
séries do Ensino Fundamental. Os professores apresentam certa insatisfação
profissional em sua atuação com estes alunos.
Percebo que essa insatisfação se dá devido ao sentimento de
incapacidade de solucioná-las ou amenizá-las. Nessa direção acreditamos que ao
proporcionarmos um embasamento teórico de qualidade a respeito do processo de
ensino-aprendizagem e suas variáveis possamos vir a colaborar com esses
profissionais a intervirem com sucesso na solução das dificuldades apresentadas,
resultando em uma educação de qualidade para todos, atendendo sobretudo
especificidades apresentadas pelos alunos disléxicos.
1 JUSTIFICATIVA
8
O papel do professor é muito importante na fase da alfabetização. A 1ª
série é uma das mais importantes para a criança em seu caminho para a leitura. Ela
terá dado o primeiro passo nesse caminho: decifrar o código de leitura. O próximo
passo, então, é apreender a dinâmica da leitura, concentrar-se na identificação das
palavras e entender o que elas significam.
Cada criança requer uma estratégia diferente, os professores que
conseguem suspeitar dos sintomas e sugerir um encaminhamento clínico para a
criança precisam ir além. O problema pede que eles se dediquem ao aluno em sala
de aula ao longo do tratamento que envolve em partes iguais a escola, a família e
profissionais de saúde.
Estudantes comprovadamente disléxicos não conseguem decorar coisas
nem ler ou escrever textos longos, mas no entanto são tão capacitados para
aprender quantos outros, apesar de aparentar para muitos o contrário. Os
professores desmistificam tal afirmação assim que começam a olhar para estes
sujeitos com mais atenção e desprovidos de julgamentos a priori.
Os educadores têm que estar preparados para conviver, compreender e
auxiliar estas crianças que acabam sentindo vergonha de suas dificuldades. Dislexia
como já mencionamos, não significa falta de inteligência e tampouco que o futuro
destes esteja comprometido.
2 DESMISTIFICANDO MITOS: A DISLEXIA SOB UM OUTRO ENFOQUE
2.1 POSSÍVEIS CONTRIBUIÇÕES DO PROFESSOR
9
Os adultos são importantes para a vida de uma criança disléxica,
especialmente seus pais e professores, que desempenham um papel fundamental
na determinação de seu perfil futuro.
Já testemunhei muitas situações em que os pais e professores, por mais amáveis e bem-intencionados que fossem, adotavam uma atitude passiva, assumindo uma postura em que de alguma forma “as coisas se resolveriam”. Sally Shaywitz,(1998 p.139)
A citação supracitada relata fatos recorrentes ao nos depararmos com
sujeitos disléxicos sendo que tal postura necessita ser substituída por atuações que
promovam ações potencializadoras de aprendizagem. Talvez o mais importante de
tudo seja o fato de o leitor precisar de alguém que não apenas acredite nele, mas
que traduza tal sentimento em ações positivas, compreendendo a natureza do
problema de leitura e que, após, trabalhe de maneira a garantir que o leitor receba o
auxílio e o apoio de que precisa.
Os fundamentos básicos para que o disléxico aprenda é a relação de um
trabalho individualizado. Este aprende diferente. Durante muitos anos, os
pesquisadores e educadores questionaram o fato de que a dislexia representava
um atraso no desenvolvimento ou déficit mais persistente na leitura. A questão é
importante, pois se a dislexia for simplesmente um atraso no desenvolvimento da
leitura, um obstáculo temporário, poderá ser sanada, e os pais e professores não
precisam se preocupar com as dificuldades referentes à leitura. Por outro lado, se a
dislexia não puder ser superada, há uma real urgência de que tanto se faça a
identificação precoce das crianças quanto se garanta que recebam auxílio tão logo
sejam identificadas.
As explicações para a dislexia discutidas no início dos anos 90 e que
continuaram até a bem pouco tempo sustentavam que os “defeitos” no sistema
visual eram responsáveis pelas inversões de letras e palavras que caracterizavam a
dislexia. O treinamento ocular era geralmente prescrito para suplantar esses
alegados “defeitos” visuais. A pesquisa subsequente demonstrou, contudo, que,
contrariamente a este mito, as crianças com dislexia não estão automaticamente
inclinadas a ver as letras de trás para frente, mas que o déficit responsável pelo
distúrbio está no sistema linguístico.
10
A dislexia apresenta-se como dificuldade específica em relação à leitura,
e não a capacidade de pensar. Compreender a linguagem falada é algo complexo,
assim como outras capacidades relacionadas ao raciocínio.
Devemos entender que a dislexia reflete um problema de linguagem, e
não uma deficiência geral na inteligência ou um desequilíbrio acima de tudo visual.
Entretanto a dislexia não reflete um “defeito” generalizado na linguagem,
mas sim um comprometimento inerente a um componente específico do sistema de
linguagem: o módulo fonológico, que nos leva a vê-lo como se fosse a fábrica da
linguagem, a parte funcional do cérebro onde os sons da linguagem são
reconhecidos e postos sequencialmente para formar palavras e onde as palavras
são segmentadas em sons elementares.
Apresentaremos a seguir atividades que poderão ser utilizadas pelo
professor dentro do trabalho da sala de aula. Onde serão utilizadas dentro de
programas específicos cujo objetivo seja o desenvolvimento de determinadas
competências. Serão trabalhadas as seguintes áreas:
- Reconhecimento e identificação das letras.
- Reconhecimento e identificação de palavras de uso frequente.
- Discriminação auditiva.
- Percepção visual.
- Análise fonética ( fônica).
- Análise estrutural
- Análise semântica.
- Compreensão leitora.
2.2 ALGUMAS POSSÍVEIS ATITUDES DO PROFESSOR FRENTE A APRENDIZAGEM DA LEITURA
11
Para o desenvolvimento do disléxico na escola é necessário
acompanhamento e estabelecer uma sintonia entre todos que estão envolvidos com
as questões de aprendizagem desse indivíduo. Levando-se em conta que é no
ambiente escolar que as dificuldades aparecem de forma crucial, que as condições
intelectuais estão preservadas no disléxico e que não há cura plena para esse
transtorno, uma das tarefas mais importantes do psicopedagogo e do professor é de
garantir uma série de adaptações pedagógicas na escola. Orienta-se uma série de
normas que poderão ser individualizadas para cada caso com o objetivo de otimizar
o rendimento e, ao mesmo tempo, tentar evitar problemas de frustração e baixa auto
estima, muito frequentes nos disléxicos. Essas normas foram elaboradas com base
em artigos ( 1999) e Shaywitz ( 2006).
- Dar a entender ao disléxico que seu problema é conhecido e que será
feito o possível para ajudá-lo.
- Dar-lhe atenção especial e encorajá-lo a perguntar em caso de alguma
dúvida. Para tanto seria recomendável que o disléxico sentasse perto do professor
para facilitar a ajuda.
- Comprovar sempre que o material oferecido para ler é apropriado para o
seu nível leitor, não pretendendo que alcance um nível leitor igual ao dos colegas.
- Destacar sempre os aspectos positivos em seus trabalhos e não fazê-lo
repetir um trabalho escrito pelo fato de tê-lo feito mal.
- Evitar que tenha que ler em público. Em situações em que isso é
absolutamente necessário, oportunizar que ele prepare a leitura em casa.
- Aceitar que se distraia com maior facilidade que os demais, posto que a
leitura lhe exija um superesforço.
- Nunca ridicularizá-lo.
1) Atitudes
12
- Ensinar a resumir anotações que se sintetizem o conteúdo de uma
explicação.
- Permitir, o uso de meios informáticos e de corretores.
- Permitir, se necessário o uso da calculadora e de gravador. A fita
gravada lhe garantirá tranquilidade no momento de participar da aula e, ao mesmo
tempo, possibilitará ouvi-la diversas vezes em casa para aprender melhor o
conteúdo.
- Usar materiais que permitem visualizar ( figuras, gráficos, ilustrações)
para acompanhar o texto impresso.
- Evitar, sempre que possível a cópia de textos longos do quadro de giz
dando-lhe uma fotocópia.
- Diminuir os deveres de casa envolvendo leitura e escrita.
- Realizar, sempre que possível, avaliações orais, conduta válida em
todos os níveis de ensino, particularmente no ensino superior.
- Prever tempo extra como recurso obrigatório, não opcional, pois a
capacidade de aprender do disléxico está intacta e ele simplesmente precisa de
tempo para acessá-la. Como o disléxico não automatizou a leitura, terá que ler
pausadamente, com muito esforço, e se apoiar nas suas habilidades mais altas de
pensamento. Ele precisa utilizar o contexto para entender o significado da palavra,
um caminho mais longo e indireto e que requer um tempo extra .
- Evitar a utilização de testes de múltipla escolha que, pelo fato de
descontextualizarem as informações e reduzirem o tempo de execução, tornam-se
muito difíceis para o disléxico. Esses testes não são indicadores do conhecimento
adquirido por ele.
2) Proposta de ação pedagógica
3) Avaliação
escolar
13
- Valorizar sempre os trabalhos pelo seu conteúdo e não pelos erros da
escrita.
- Oportunizar um local tranquilo ou sala individual para fazer testes ou
avaliações para que o disléxico possa focar a sua atenção na tarefa que tem para
realizar. Qualquer barulho ou distração atrapalhará a leitura, fazendo com que ele
mude a atenção da leitura, o que interfere na performance do teste.
14
Para que isso se torne realidade, inicialmente realizarei uma reunião
envolvendo todos os professores das Salas de Recursos do município de Ivaiporã,
pertencentes ao Núcleo Regional de Educação, para expor o objetivo, procedimento
e desenvolvimento do plano e Implementação, bem como conscientizá-los da
importância do assunto do qual iremos tratar, as ferramentas e propostas
metodológicas que poderão auxiliá-los no processo de ensino-aprendizagem dentro
da proposta de desenvolver um trabalho obtendo sucesso com o aluno disléxico.
Para tal será constituído um grupo de estudos visando a sensibilização
dos profissionais da educação, no intuito de consolidar aos poucos a necessidade
de mudança de posturas diante do aluno que possui a dislexia, uma vez que estes
profissionais necessitam de mais informações para atender as especificidades,
levando-os a acompanhar o ensino regular como os demais alunos.
As mudanças de âmbito pedagógico só acontecerão se significativas
mudanças de atitudes e de mentalidade contribuírem no processo de
conscientização dos professores visando um ambiente educacional que favoreça o
desenvolvimento, na medida que não impeça ninguém de aprender.
Desta forma serão realizados encontros como grupo de estudos, visando
proporcionar oficinas pedagógicas mensais e reuniões na escola, com a equipe
pedagógica.
3 ESTRATÉGIAS
15
Apresentação do Projeto: “Atualização para professores das Salas de
Recursos para Docência com Alunos Disléxicos”.
Alicerçar teoricamente as intervenções a serem promovidas na escola
pelos professores das Salas de Recursos, com leituras que venham romper com
entendimento do distúrbio enquanto doença.
Livro:
4 OBJETIVOS DAS
OFICINAS
1º
Encontro:
2º
Encontro:
“A Vida Secreta da Criança com Dislexia”. Robert Frank, Ph.D. com Kathryn e. Livingston. In Estratégias para o sucesso na Escola, cap. 15 p. 135. In A Aprendizagem por meio da Audição, p. 170. In A Aprendizagem por meio da Cinestesia, p. 172. In A Aprendizagem por meio da Visão, p. 174.
16
Livro:
-Apresentação do Filme “Estrelas na Terra – Toda Criança é Especial” - Autor:
Bollywood.
3º
Encontro:
“Entendendo a Dislexia” Sally Shaywitz, - in
Ajudando seu filho a decifrar o código da leitura,
cap. 15 pp. 143,144, 145, 146,147,148.
4º
Encontro:
4.1 Debate sobre o filme;
4.2 Pontos positivos e pontos negativos;
17
Elaborar instrumentos que possibilitem levar o aluno a compreender a dinâmica da
leitura.
Atividades - Estudo e Reflexão
5.1 Propiciar uma reflexão sobre o ritmo, desenvolvendo a consciência da rima com
a utilização de músicas.
Criação de minilivros com palavras que rimam.
Proporcionar atividades que ajudam a criança a separar os sons de uma palavra,
através de exercícios de contar.
6.1 Separando as sílabas em fonemas, apresentando a capacidade de
focalizar as menores unidades sonoras é um dos melhores indicadores da
capacidade de leitura.
6.2 Consciência fonêmica – perceber, identificar e manipular os sons da
linguagem oral.
6.3 Fônica – como as letras e os grupos de letras representam os sons da
linguagem oral.
6.4 Pronunciar as palavras ( decodificação) ortografia.
6.5 Estudo de Caso
5º
Encontro:
6º Encontro:
18
Prática da leitura proporcionando atividades diversas que incentivem a compreensão
da leitura
7.1 Leitura de palavras à primeira vista.
7.2 Vocabulário e conceitos.
7.3 Estratégias de compreensão de leitura.
7.4 Prática na aplicação dessas habilidades na leitura e na escrita.
7.5 Treinamento em fluência
7.6 Experiências linguísticas enriquecedoras: Ouvir, falar sobre um
determinado - Assunto e contar histórias.
Apresentar elementos que promovam o repensar das práticas pedagógicas, tendo
em vista os resultados dos estudos sobre Dislexia.
8.1 Retomada do Estudo de Caso
8.2 Fazer análise crítica de como é visto pelo grupo o Estudo de Caso no
início dos trabalhos com o grupo de estudos e depois no final voltar ao
mesmo estudo de caso para ver se houve mudança de olhar e de postura
mediante o distúrbio.
7º
Encontro:
8º
Encontro:
19
REFERÊNCIAS
FRANK, R; LIVINGSTON, K. A Vida Secreta da Criança com Dislexia. São Paulo:
M. Books, 2003.
MOOJEN, S.; FRANÇA, M. Dislexia: visão fonoaudiológica e psicopedagógica. In:
ROTTA, N. T. et al. Transtornos da Aprendizagem: Abordagem neurobiológica e
Multidisciplinar. Porto Alegre: Artmed, 2006.
ROTTA, N. T; OHLWEILER, L; RIESGO, S. R. Transtorno da Aprendizagem:
Abordagem Neurobiológica e multidisciplinar. Porto Alegre: Artmed, 2006
SHAYWITZ, S. Entendendo a Dislexia. Porto Alegre: Artmed, 2006