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O PROFESSOR PDE E OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE 2009 Versão Online ISBN 978-85-8015-054-4 Cadernos PDE VOLUME I

DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE 2009 · PROESP – BR, e os resultados comparados com os valores das tabelas do PROESP – BR. Medida da Massa Corporal (Peso) Material: Uma balança

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O PROFESSOR PDE E OS DESAFIOSDA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE

2009

Versão Online ISBN 978-85-8015-054-4Cadernos PDE

VOLU

ME I

ESTUDO DA APTIDÃO FÍSICA DE ESCOLARES DO COLÉGIO ESTADUAL

LEONARDO DA VINCI DO MUNICÍPIO DE DOIS VIZINHOS

Autor: Osmar Bach Júnior1

Orientadora: Eneida Maria Troller Conte2

Resumo

Este estudo teve como objetivo - Proporcionar aos escolares da primeira série do ensino médio da educação básica, a possibilidade de avaliação da aptidão física relacionada à saúde a partir de uma bateria de testes com características nacionais. A metodologia de pesquisa foi descritiva, transversal e quantitativa. Os testes foram aplicados aos 35 estudantes de ambos os sexos da primeira série. Foram aplicados testes e efetuadas as medidas, conforme protocolo proposto pelo PROESP/BR. Os testes aplicados foram: o de força explosiva de membros inferiores, o de força/resistência abdominal, teste de flexibilidade, teste de força explosiva de membros superiores e teste de 9 minutos. Foram realizadas medidas de peso, estatura, e calculado o índice de massa corporal (IMC). Conclui-se que a maioria dos estudantes encontrava-se nos valores normais para a população brasileira, e que as atividades trabalhadas estavam correspondendo ao desenvolvimento dos estudantes. Contudo, para os estudantes que não atingiram os níveis considerados bons, comparados com os valores de referência do Projeto Esporte Brasil (PROESP/BR), sugere-se atividades visando seu aprimoramento.

Palavras-chave: Avaliação; Aptidão física; Atividade física.

Abstract

This study aims to provide the ninth grade of high school students the opportunity to assess the physical fitness and health from a range of tests following the national characteristics. The research methodology was descriptive, cross-sectional and 1 Especialista em Educação Motora e Esportes, Graduado em Educação Física, professor no Colégio Estadual Leonardo da Vinci – município de Dois Vizinhos – PR. 2 Mestre em Educação Física, graduada em Educação Física, professora da Universidade Estadual do Oeste do Paraná – UNIOESTE – Campus de Marechal Cândido Rondon – PR.

quantitative. The tests were applied on 35 students from both sexes studying on the ninth grade. The tests were performed and measured as well, following the protocol proposed by PROESP / BR. The tests applied: were the explosive strength of lower limbs, the abdominal strength, flexibility the explosive strength of upper limbs and test of 9 minutes. Weight and height were measured as well as index body mass index (BMI) was calculated. It was concluded that most students were in the normal values for the Brazilian population, and that the activities have been corresponding to the students’ development. However, for the students that who have not reached the level considered good compared to reference values of Project Sport Brazil (PROESP/BR), it has been suggested physical activities that aim their improvement.

Key words: Assess, Physical fitness; Physical activities.

1 Introdução

A iniciativa de avaliar a “APTIDÃO FÍSICA RELACIONADA À SAÚDE” de

escolares de uma instituição pública de ensino do município de Dois Vizinhos vem

da necessidade de obter um maior conhecimento sobre a saúde,assim como da

necessidade de observar as condições de participação das diversas atividades

propostas nas aulas de Educação Física dentro do ambiente e as condições

estruturais da escola, a partir de um período de intervenção com atividades físicas.

Além disso, preocupa-se em estimular um estilo de vida mais saudável.

As aulas de Educação Física se desenvolvem com elevado número de

alunos. Além disso, há uma diversidade muito grande entre eles. Alguns são da

zona rural, outros da periferia, outros do centro e alguns oriundos de famílias

carentes. Estes apresentam aspectos de subnutrição, falta de cuidados primários

com a saúde e de hábitos de higiene, ausência de saneamento básico em casa, o

que pode ocasionar doenças infecto contagiosas, etc. Daí a necessidade de os

educadores da área de Educação Física levantarem este problema, a fim de

diagnosticá-lo e propondo ações que venham a melhorar a saúde da comunidade,

criando o hábito da prática da atividade física sem riscos à saúde.

As escolas vêm assumindo uma importância crescente na promoção da

saúde, na prevenção de doenças e acidentes entre crianças e adolescentes,

considerando a maneira sedentária (transporte com carro) ou ativa (caminhando ou

de bicicleta) com que as crianças e os adolescentes deslocam-se até a escola. Além

disso, as crianças tendem a passar aproximadamente um terço do dia na escola ou

no caminho em direção a esta.

As Diretrizes Curriculares da área de Educação Física do Ensino Médio da

rede pública de Educação básica do Estado do Paraná, no que se refere à saúde

dos educandos, orientam que ela pode ser abordada de forma individual, como um

sujeito singular e também no aspecto anatomo-fisiológico da prática corporal. Trata-

se de conhecer o funcionamento do próprio corpo, identificar seus limites na relação

entre prática corporal e condicionamento físico e propor avaliação física e seus

protocolos. Sendo assim, as escolas estão em posição privilegiada para promover e

manter a saúde das crianças e adolescentes (MALFATTI, C. R. M., BURGOS, M. S,

JURUENA, G. S, 2009). A partir de estudos no campo do diagnóstico do estilo de

vida de crianças e adolescentes, podem-se identificar comportamentos sedentários e

falta de ambientes de prática para a atividade física em algumas instituições de

ensino. Estudos anteriores retratam um elevado percentual de crianças e

adolescentes acima do peso, com cifras tencionais elevadas, glicemia e colesterol

acima do esperado para a idade. Os hábitos alimentares parecem, de fato, interferir

no desenvolvimento equilibrado das dimensões somatomotoras e podem levar ou

agravar o aparecimento de fatores de risco às doenças crônico-degenerativas.

Portanto, existe a necessidade de reverter fatores de risco que predispõem crianças

ao desenvolvimento de doenças cardiovasculares e dislipidemias (MALFATTI, 2008).

As práticas de exercícios aliadas a uma dieta hipocolesterolêmica

representam importantes ferramentas de intervenção precoce que previnem o

desenvolvimento de DOENCAS CRÔNICO-DEGENERATIVAS - DCNT. Nesse

sentido, torna-se importante programar ações de educação para a saúde, resgate da

cultura esportiva e do corpo, orientação nutricional, referenciados ao atendimento

das demandas detectadas no diagnóstico da realidade dos alunos pertencentes às

diferentes escolas, com vistas à promoção da saúde, prevenção das doenças

crônico-degenerativas e o desenvolvimento integral e saudável dos escolares

(MALFATTI, 2008).

Como a vida sedentária é um fator de risco para a saúde, particularmente

em relação às doenças cardiovasculares, obesidade, artrites e doenças reumáticas,

a falta da atividade motora no trabalho, na escola e na sociedade em geral, deveria

ser compensada por atividades físicas e esportes durante o tempo livre.

Para muitos entendidos em aptidão, a resistência cardiorrespiratória é o

componente mais importante da aptidão relacionada à saúde. Para muitas pessoas,

estar "em forma" significa ter boa capacidade de resistência cardiorrespiratória,

exemplificada por feitos de corrida, ciclismo, natação, durante tempos prolongados.

Pode ser definida também como a capacidade de continuar ou persistir em

tarefas prolongadas que envolvem grandes grupos musculares. ou seja, uma

capacidade. dos sistemas circulatório e respiratório para se ajustar e se recuperar

dos esforços do corpo em exercício.

Cooper (1970) chamou a resistência cardiorrespiratória de "Capacidade

Aeróbica" e deu a seguinte definição: “Aeróbica refere-se a uma variedade de

exercícios que estimulam a atividade do coração, dos pulmões durante um período

suficientemente longo para produzir mudanças benéficas para o corpo”. Correr,

nadar, pedalar são exercícios tipicamente aeróbicos. Há muitos outros. Os

exercícios têm uma coisa em comum: ao fazê-lo trabalhar intensamente, exigem

bastante oxigênio. Esta é a ideia básica. Isto que os torna aeróbicos.

“O profissional de educação física tem a possibilidade de avaliar e acompanhar as sucessivas alterações em componentes do crescimento e da aptidão física ao longo de determinados períodos. Com relação ao crescimento, por exemplo, Prista et al.13, afirmam que sua monitorização é consensualmente aceita como um instrumento de utilização na aferição das condições de saúde de uma população, na medida em que contribui de maneira decisiva no diagnóstico de possíveis problemas nutricionais. Com relação à aptidão física, Pate14, propõe a divisão em aptidão física relacionada ao desempenho atlético, e aptidão física relacionada à saúde, esta última englobando os componentes: resistência cardiorrespiratória, composição corporal, força/ resistência muscular localizada e flexibilidade.”(BERGMANN, 2010).

Medir aptidão física é uma prática comum e apropriada nos programas de

exercícios preventivos e de reabilitação.

Nossa proposta é utilizar os testes do PROESP-BR (2009) os quais sendo

bem conduzidos são seguros baratos e confiáveis e de fácil aplicação, podendo

fornecer subsídios para a elaboração de programas de exercícios que melhorem os

níveis de aptidão física relacionada à saúde de nossos educandos.

O PROESP-BR é um observatório permanente de indicadores de

crescimento e desenvolvimento corporal, motor e do estado nutricional de crianças e

jovens entre 7 e 17 anos.

Com o objetivo de auxiliar os professores de educação física na avaliação

desses indicadores, o PROESP-BR (2009) propõe através de um método a

realização de programa cujas medidas e testes podem ser realizados na maioria das

escolas brasileiras.

As informações enviadas ao site do PROESP-BR formam um banco de

dados capaz de orientar estudos, sugerir diagnósticos e propor normas e critérios de

avaliação da população escolar brasileira no âmbito do crescimento corporal e da

aptidão física relacionada à saúde e ao desempenho motor.

2 Metodologia

Este estudo caracterizou-se por ser descritivo transversal e quantitativo. A

pesquisa foi realizada no Colégio Estadual Leonardo da Vinci, município de Dois

Vizinhos, Estado do Paraná, com estudantes do Ensino Médio, mais precisamente

da 1ª série “A”, com 35 estudantes, sendo 16 do sexo feminino, com idades de 14 a

17 anos, e 19 estudantes do sexo masculino, com idades de15 e 16 anos.

O Colégio Estadual Leonardo da Vinci – Ensino Fundamental, Médio,

Normal e Profissional, está situado na Rua José de Alencar, 170 – Centro Sul, no

município de Dois Vizinhos, Paraná.

Anteriormente à realização dos testes, foi encaminhada aos pais uma ficha

para a autorização, a qual foi devolvida devidamente assinada. Assim, todos os

alunos da turma participaram dos testes.

A coleta de dados foi realizada pelo professor pesquisador, tendo como

auxiliar uma estagiária da mesma disciplina, devidamente treinada para realização

dos testes. Os testes foram realizados durante as aulas de Educação Física. Os

espaços utilizados foram o da própria escola (saguão da escola) e Lago Dourado

(teste aeróbico). As medidas e testes foram aplicados segundo protocolo do

PROESP – BR, e os resultados comparados com os valores das tabelas do

PROESP – BR.

Medida da Massa Corporal (Peso)

Material: Uma balança portátil com precisão de até 500 gramas.

Orientação: No uso da balança o avaliador deve observar a sua calibragem. A cada

8 a 10 medições foram realizadas uma calibragem. Sugerimos a utilização de um

peso padrão previamente conhecido para calibrar a balança.

Anotações: A medida deve ser anotada em quilogramas com a utilização de uma

casa decimal. Exemplo: 36,5 Kg.

Medida da Estatura

Material: Estadiômetro de trenas métricas fixada na parede a um metro do solo,

estendida de baixo para cima. Para leitura da estatura foi utilizado um dispositivo em

forma de esquadro, ficando um dos lados do esquadro fixado à parede e o lado

perpendicular junto à cabeça do estudante.

Anotação: A medida da estatura foi anotada em centímetros com uma casa decimal.

Exemplo: 146,5 centímetros.

Medida do Índice de Massa Corporal (IMC)

Orientação: É determinado através do calculo da razão entre a medida de massa

corporal em quilogramas pela estatura em metros elevada ao quadrado. IMC=Massa

(kg)/estatura (m2)).

Anotação: A medida foi anotada com duas casas decimais.

Exemplo: 18,35Kg/m2.

Teste de força explosiva de membros inferiores (Salto Horizontal).

Material: Uma trena e uma linha traçada no solo.

Orientação: A trena fixada ao solo, perpendicularmente à linha, ficando o ponto zero

sobre a mesma. O aluno coloca-se imediatamente atrás da linha, com os pés

paralelos, ligeiramente afastados, joelhos semiflexionados, tronco ligeiramente

projetado à frente. Ao sinal o aluno deverá saltar à maior distância possível. Foram

realizadas duas tentativas, registrou-se o melhor resultado.

Anotação: A distância do salto foi registrada em centímetros, com uma casa decimal,

a partir da linha inicial traçada no solo até o calcanhar mais próximo desta. Exemplo:

185,5 centímetros.

Teste de força/resistência (abdominal)

Material: Colchonetes de ginástica e cronômetro.

Orientação: O aluno posiciona em decúbito dorsal, com os joelhos flexionados em 90

graus e com os braços cruzados sobre o tórax. O avaliador fixa o pé do estudante ao

solo. Ao sinal, o aluno inicia os movimentos de flexão do tronco até tocar com os

cotovelos nas coxas, retornando à posição inicial (não é necessário tocar com a

cabeça no colchonete a cada execução). O avaliador realiza a contagem em voz

alta. O aluno deverá realizar o maior número de repetições completas em um

minuto.

Anotação: Foi anotado o resultado expresso pelo número de movimentos completos

realizados em um minuto. Exemplo: 35 repetições/min.

Teste de flexibilidade (sentar e alcançar)

Material: Foi utilizado o banco de Wells.

Orientação: Os alunos devem estar descalços. Sentam-se de frente para a base da

caixa com as pernas estendidas e unidas. Colocam uma das mãos sobre a outra e

elevam os braços à vertical. Inclina o corpo para frente e alcança com as pontas dos

dedos das mãos tão longe quanto possível sobre a régua graduada, sem flexionar

os joelhos e sem utilizar movimentos de balanço (insistências). Cada aluno realiza

duas tentativas. O avaliador permanece ao lado do aluno, mantendo os joelhos em

extensão.

Anotação: O resultado foi medido a partir da posição mais longínqua que o aluno

alcançou na escala com as pontas dos dedos. Registrou-se o melhor resultado entre

as duas execuções com anotação em uma casa decimal. Exemplo: 36,5

centímetros.

Teste de força explosiva de membros superiores (arremesso do medicineball).

Material: Uma trena e um medicineball de 2 kg.

Orientação: A trena fixada no solo perpendicularmente à parede. O ponto zero da

trena é fixado junto à parede. O aluno senta-se com os joelhos estendidos, as

pernas unidas e as costas completamente apoiadas à parede. Segura a medicineball

junto ao peito com os cotovelos flexionados. Ao sinal do avaliador, o aluno deverá

lançar a bola na maior distância possível, mantendo as costas apoiadas na parede.

A distância do arremesso será registrada do ponto zero até o local que a bola tocou

ao solo pela primeira vez. Foram realizados dois arremessos registrando o melhor

resultado. Sugere-se que o medicineball seja banhado em pó branco para

identificação precisa do local onde tocou pela primeira vez ao solo.

Anotação: A medida foi registrada com duas casas decimais. Exemplo: 2,30 m.

Para avaliação da aptidão física de crianças e jovens brasileiros na faixa

etária entre 07 e 17 anos, o PROESP-BR adota um sistema referenciado em

normas, tendo como referência os padrões da população brasileira estratificada por

idade e sexo.

3 Resultados e Discussão

No quadro 02, são apresentados os resultados de IMC dos sujeitos deste

estudo, os quais são classificados segundo os critérios apresentados no quadro 01

de GAYA, (2009), p. 11, propostos pelo PROESP-BR (2009), e também os gráficos

referentes à porcentagem de rapazes e moças, situação geral dos rapazes em

relação ao IMC e situação geral das moças em relação ao IMC.

Idade Rapazes Moças 7 17,8 17,1 8 19,2 18,2 9 19,3 19,1 10 20,7 20,9 11 22,1 22,3 12 22,2 22,6 13 22,0 22,0 14 22,2 22,0 15 23,0 22,4 16 24,0 24,0 17 25,4 24,0

Quadro 01 – Valores de Referência - Índice de Massa Corporal Fonte: GAYA, 2009, p. 11

Consideram-se valores abaixo dos pontos de corte como parâmetros de

normalidade. Os valores superiores aos pontos de corte configuram-se como

indicadores de risco à presença de níveis elevados de colesterol e pressão arterial,

além da provável ocorrência de obesidade.

Idade Rapazes Moças Noralidade

Rapazes Moças

Risco

Rapazes Moças

14 anos -------------- 01 - 01 - -

15 anos 14 11 11 11 03 -

16 anos 05 02 05 01 - 01

17 anos --------------- 02 - 01 - 01

Quadro 02: Classificação dos alunos do sexo masculino e feminino - critérios de referência IMC. Fonte: Dados da pesquisa do professor PDE

3.1. Resultados

Quanto ao sexo dos avaliados:

Gênero dos Entrevistados

54%

46%Rapazes

Moças

Gráfico 01: Porcentagem de rapazes e moças Fonte: Dados da pesquisa do professor PDE

Situação geral dos Rapazes

pesquisados

84%

16%

Normalidade

Riscos

Gráfico 02: Situação geral dos rapazes em relação ao IMC.

Fonte: Dados da pesquisa do professor PDE

Observa-se que existe uma porcentagem maior de rapazes nessa turma de

pesquisados e que um percentual baixo se encontra entre os valores considerados

como indicadores de risco, ou seja, analisando o quadro 02 acima, verifica-se que o

IMC da maioria dos estudantes do sexo masculino está dentro da normalidade, 03

rapazes com idade de 15 anos.

Situação geral das moças pesquisadas

87%

13%

Normalidade

Riscos

Gráfico 03: Situação geral das moças em relação ao IMC.

Fonte: Dados da pesquisa do professor PDE

Observa-se que existe uma porcentagem menor de moças nessa turma de

pesquisados e que um percentual menor que o dos rapazes se encontra entre os

valores considerados como indicadores de risco, ou seja, analisando o quadro 03

acima, verifica-se que o IMC da maioria das estudantes do sexo feminino está dentro

da normalidade, 1 moça com 16 anos e 01 moça com 17 anos estão com

indicadores de risco, em relação ao quadro 01. (GAYA, 2009, p. 11)

No quadro 04 são apresentados os resultados do teste de força/resistência

abdominal (sit up) dos sujeitos deste estudo, os quais são classificados segundo os

critérios apresentados no quadro 03 de GAYA, 2009, p. 14, propostos pelo

PROESP-BR (2009) e também o gráfico 04 da situação geral dos rapazes e o

gráfico 05 com a situação geral das moças em relação ao teste de força/resistência

abdominal (sit up).

Idade Rapazes Moças 7 20 20 8 20 20 9 22 20 10 22 20 11 25 20 12 30 20 13 35 23 14 35 23 15 35 23 16 40 23 17 45 23

Quadro 03: Teste de força/resistência abdominal (sit up). Fonte: GAYA, 2009, p. 14.

Resultados inferiores aos pontos de corte indicam a probabilidade

aumentada de Indicadores de Risco à presença de desvios posturais e queixas de

dor nas costas. Os valores iguais e acima dos pontos de corte sugerem níveis

desejados de ApRS. ( aptidão física relacionada à saúde).

Idade Rapazes Moças Normalidade

Rapazes Moças

Risco

Rapazes Moças

14 anos -------------- 01 - 01 - -

15 anos 14 11 12 08 02 03

16 anos 05 02 05 02 - -

17 anos --------------- 02 - - - 02

Quadro 04: Classificação dos alunos segundo critérios de referência teste de força/resistência abdominal (sit up).

Fonte: Dados da pesquisa do professor PDE

Abdominais Rapazes

89%

11%

Normalidade

Riscos

Gráfico 04: Situação dos rapazes - teste de força/resistência abdominal (sit up).

Fonte: Dados da pesquisa do professor PDE

Abdominal Moças

69%

31%

Normalidade

Riscos

Gráfico 05: Situação das moças - teste de força/resistência abdominal (sit up).

Fonte: Dados da pesquisa do professor PDE

Verifica-se que o percentual da maioria dos rapazes e moças observados, se

encontra entre os valores considerados dentro dos parâmetros de normalidade.

Nos quadros 06 e 07, são apresentados os resultados do teste de força

explosiva de membros superiores (arremesso do medicineball) dos sujeitos deste

estudo, os quais são classificados segundo os critérios apresentados nos quadros

05 e 06 de GAYA, (2009), p.11, propostos pelo PROESP-BR (2009). E também os

gráficos 06 e 07 com a situação geral dos rapazes e moças em relação à força

explosiva de membros superiores (arremesso do medicineball).

A seguir, são apresentadas as normas de referência para a avaliação da

força explosiva de membros superiores dos rapazes

Sexo Idade Fraco Razoável Bom M. Bom Excelência

7 164 164 179 180 201 202 249 = 250 8 180 180 199 200 224 225 269 = 270 9 200 200 219 220 249 250 299 = 300 10 212 213 239 240 269 270 329 = 330 11 238 238 260 261 293 294 361 = 362 12 264 264 296 297 329 330 422 = 423 13 300 300 339 340 389 390 499 = 500 14 350 350 399 400 449 450 561 = 562 15 400 400 439 440 499 500 608 = 609 16 453 453 499 500 552 553 699 = 700

MA

SC

UL

INO

17 480 480 521 520 589 590 689 = 690 Quadro 05: Força explosiva de membros superiores (arremesso do medicineball)

Fonte: GAYA, 2009, p. 16

Na sequência, faz-se a demonstração das normas de referência para a

avaliação da força explosiva de membros superiores das moças:

Sexo Idade Fraco Razoável Bom M.Bom Excelência 7 153 153 161 162179 180 216 = 217 8 167 167 184 185199 200 246 = 247 9 185 185 200 201225 226 279 = 280

10 200 200 219 220244 245 301 = 302 11 220 220 246 247274 275 329 = 330 12 241 241 269 270299 300 369 = 370 13 265 265 294 295322 323 399 = 400 14 280 280 309 310343 344 417 = 418 15 300 300 329 330359 360 429 = 430 16 320 320 339 340369 370 449 = 450

FE

MIN

INO

17 310 310 339 340374 375 440 = 441 Quadro 06: Força explosiva de membros superiores (arremesso do medicineball)

Fonte: GAYA, 2009, p. 16

O quadro 07 mostra a classificação dos alunos do sexo masculino, por idade,

segundo os valores de referência do desempenho no teste de força explosiva de

membros superiores:

Idade Fraco Razoável Bom M. Bom Excelência

15 anos

- 01 06 02 05

16 anos

- 02 01 02 -

Quadro 07: Arremesso de Medicineball Fonte: Dados da pesquisa do professor PDE

Arremesso de Medicineball - Rapazes

16%

37%21%

26% Fraco

Razoável

Bom

M. Bom

Excelência

Gráfico 06: Força explosiva de membros superiores (arremesso do medicineball)

Fonte: Dados da pesquisa do professor PDE

Portanto, verifica-se por meio do quadro 07 e do gráfico 06, que a maioria

dos sujeitos estudados alcançou índices considerados normais, da mediana da

população brasileira comparados com os valores de referência do Projeto Esporte

Brasil (PROESP/BR) mencionados no quadro 05.

Classificação dos alunos do sexo feminino, por idade, segundo os valores de

referência do desempenho no teste de força explosiva de membros superiores.

Idade Fraco Razoável Bom M. Bom Excelência

14 anos 01

15 anos 01 03 04 03

16 anos 02

17 anos 01 01

Quadro 08: teste de arremesso de Medicineball. Fonte: Dados da pesquisa do professor PDE

Arremesso de Medicineball - Moças

6%

25%

38%

31%

Fraco

Razoável

Bom

M. Bom

Excelência

Gráfico 07: Força explosiva de membros superiores (arremesso do medicineball)

Fonte: Dados da pesquisa do professor PDE

Verifica-se no quadro 08, que as estudantes obtiveram resultados

considerados com valores próximos ou acima da mediana da população brasileira,

conforme análise do gráfico 07; e que apenas 01 estudante está com resultado

considerado fraco, comparados com os valores de referência do Projeto Esporte

Brasil (PROESP/BR) mencionados no quadro 06.

No quadro 10, são apresentados os resultados do teste de flexibilidade

(sentar e alcançar com Banco de Wells) dos sujeitos deste estudo, os quais são

classificados segundo os critérios apresentados no quadro 09 de GAYA, (2009), p.

12, propostos pelo PROESP-BR (2009); e também a situação geral dos rapazes e

moças em relação ao teste de flexibilidade (sentar e alcançar com Banco de Wells)

nos gráficos 08 e 09.

Idade Rapazes Moças 7 22 18 8 22 18 9 22 18 10 22 18 11 21 18 12 19 18 13 18 18 14 18 20 15 19 20 16 20 20 17 20 20

Quadro 09: Valores do teste de flexibilidade (sentar e alcançar com Banco de Wells)

Fonte: GAYA, 2009, p. 12

Classificação dos alunos do sexo masculino e feminino, por idade, segundo

valores de referência do desempenho no teste de flexibilidade:

Idade

Rapazes

Moças

Noralidade Rapazes Moças

Risco Rapazes Moças

14 anos - 01 - 01 - - 15 anos 14 11 11 10 03 01 16 anos 05 02 04 02 01 - 17 anos - 02 - 02 - -

Quadro 10: sentar e alcançar com Banco de Wells Fonte: Dados da pesquisa do professor PDE

Teste de flexibilidadeSentar e levantar (com o banco de

Wells) Rapazes

79%

21%

Normalidade

Riscos

Gráfico 08: Situação teste de flexibilidade (sentar e alcançar com Banco de Wells).

Fonte: Dados da pesquisa do professor PDE

Teste de flexibilidadeSentar e levantar (com o banco de

Wells) Moças

94%

Normalidade

Riscos

Gráfico 09: Situação teste de flexibilidade (sentar e alcançar com Banco de Wells).

Fonte: Dados da pesquisa do professor PDE

Observa-se no quadro 10 e nos gráficos 08 e 09 que a maioria dos

educandos está dentro da normalidade segundo os valores de referência PROESP-

BR, mencionados no quadro 09.

Nos quadros 13 e 14 e nos gráficos 10 e 11 são apresentados os resultados

do teste de força explosiva de membros inferiores – salto em distância dos sujeitos

deste estudo, os quais são classificados segundo os critérios apresentados nos

quadros 11 e 12 de GAYA, (2009), p. 11, propostos pelo PROESP-BR (2009).

Normas de referência para a avaliação da força explosiva de membros

inferiores dos rapazes – Salto em distância:

Sexo Idade Fraco Razoável Bom M.Bom Excelência 7 111 111 121 122 133 134 159 160 8 118 118 127 128 139 140 165 166 9 129 129 139 140 151 152 178 179 10 135 135 146 147 157 158 187 188 11 140 140 151 152 164 165 191 192 12 149 149 159 160 173 174 203 204 13 159 159 169 170 184 185 216 217 14 170 170 183 184 199 200 230 231 15 180 180 193 194 209 210 242 243 16 186 186 199 200 214 215 248 249

M

AS

CU

LIN

O

17 186 186 203 204 219 220 250 251 Quadro 11: Força explosiva de membros inferiores (salto em distância)

Fonte: GAYA, 2009, p. 17

Normas de referência para a avaliação da força explosiva de membros

inferiores das moças - Salto em distância:

Sexo Idade Fraco Razoável Bom M.Bom Excelência 7 94 94 105 106 115 116 146 147 8 105 105 112 113 126 127 152 153 9 116 116 126 127 139 140 165 166 10 123 123 133 134 145 146 173 174 11 127 127 137 138 149 150 179 180 12 130 130 140 141 154 155 184 185 13 133 133 144 145 159 160 189 190 14 134 134 146 147 160 161 198 199 15 135 135 147 148 162 163 198 199 16 131 131 142 143 158 159 191 192

F

EM

ININ

O

17 121 121 134 135 152 153 189 190 Quadro 12: Força explosiva de membros inferiores (salto em distância)

Fonte: GAYA, 2009, p. 17

Classificação dos alunos do sexo masculino, por idade, segundo valores de

referência do desempenho no teste de salto horizontal:

Idade Fraco Razoável Bom M.Bom Excelência

15 anos - 09 03 02 -

16 anos - 05 - - -

Quadro 13: desempenho no teste de salto horizontal. Fonte: Dados da pesquisa do professor PDE

Classificação dos alunos do sexo feminino, por idade, segundo os valores de

referência do desempenho no teste de salto horizontal:

Idade Fraco Razoável Bom M.Bom Excelência

14 anos 01 - - - -

15 anos 10 01 - - -

16 anos 01 - 01 - -

17 anos 01 - 01 - -

Quadro 14: desempenho no teste de salto horizontal Fonte: Dados da pesquisa do professor PDE

Salto Horizontal - Rapazes

73%

16%

11% Fraco

Razoável

Bom

M.Bom

Excelência

Gráfico 10: Situação geral dos rapazes em relação ao teste de salto horizontal.

Fonte: Dados da pesquisa do professor PDE

Salto Horizontal - Moças

81%

6%

13%Fraco

Razoável

Bom

M.Bom

Excelência

Gráfico 11: Situação geral das moças em relação ao teste de salto horizontal.

Fonte: Dados da pesquisa do professor PDE

No teste de salto horizontal os sujeitos estudados do sexo masculino

atingiram os resultados considerados razoável, bom e muito bom, comparados com

os valores de referência do Projeto Esporte Brasil (PROESP/BR).

Já no teste de salto horizontal, a maioria dos sujeitos estudados do sexo

feminino ficou abaixo da mediana da população brasileira. Somente 03 estudantes

obtiveram o resultado razoável e bom, comparado com os valores de referência do

Projeto Esporte Brasil (PROESP/BR).

No teste de Força Explosiva de Membros Inferiores, os resultados obtidos

abaixo do esperado necessitam de atividades de reforço específicas para membros

inferiores, lembrando que em todos os conteúdos da disciplina de Educação Física:

os membros inferiores são solicitados constantemente. Pode-se, trabalhar de

maneira mais intensa, através de atividades de saltos, corridas, agachamentos.

No quadro 16, são apresentados os resultados do teste de 9 minutos e nos

gráficos 12 e 13, a situação geral de rapazes e moças, sujeitos deste estudo, os

quais são classificados segundo os critérios apresentados no quadro 15 de GAYA,

(2009), p. 11, propostos pelo PROESP-BR (2009).

Idade Rapazes Moças 7 1157 1090 8 1157 1101 9 1174 1103 10 1208 1157 11 1384 1179 12 1425 1210 13 1500 1210 14 1560 1220 15 1634 1240 16 1600 1256 17 1660 1256

Quadro 15: Teste de 9 minutos Fonte: GAYA, 2009, p. 11

Classificação dos alunos do sexo masculino e feminino, por idade, segundo

valores de referência do desempenho no teste de 9 minutos:

Idade Rapazes Moças Normalidade Rapazes Moças

Risco Rapazes Moças

14 anos - 01 - 01 - - 15 anos 14 11 10 09 04 02 16 anos 05 02 02 02 03 - 17 anos - 02 - 01 - 01

Quadro 16: Classificação rapazes por idade,em relação ao teste de 9 minutos Fonte: Dados da pesquisa do professor PDE

9 Minutos Rapazes

63%

37%

Normalidade

Riscos

Gráfico 12: Situação geral dos rapazes em relação ao teste de 9 minutos.

Fonte: Dados da pesquisa do professor PDE

9 minutos Moças

81%

19%

Normalidade

Riscos

Gráfico 13: Situação geral das moças em relação ao teste de 9 minutos.

Fonte: Dados da pesquisa do professor PDE

Verifica-se por meio do quadro 16 e dos gráficos 12 e 13, que a maioria dos

sujeitos estudados alcançou índices considerados normais, da mediana da

população brasileira comparados com os valores de referência do Projeto Esporte

Brasil (PROESP/BR) mencionados no quadro 15.

4 Conclusão

Conclui-se que, com relação ao perfil somatomotor, a maioria dos

estudantes de ambos os sexos, com idades de 14 a 17 anos, encontram-se na

média esperada em todos os testes, ou seja, nos de índice de massa corporal,

força/resistência abdominal, força/resistência dos membros superiores, força

explosiva de membros inferiores, teste de flexibilidade e teste de 9 minutos

(cardiorrespiratório). Contudo para os alunos que não atingiram os resultados

considerados adequados para os testes, sugere-se a aplicação de atividades

específicas.

No teste de força/resistência abdominal, devem ser aplicadas atividades dos

conteúdos estruturantes: Ginástica, Esporte, Lutas e Dança, sendo normalmente

enfatizados os músculos abdominais no conteúdo básico, ginástica circense e

artística. No teste de força/resistência dos membros superiores, verifica-se que

dentro dos conteúdos, o trabalho específico está correspondendo de maneira

satisfatória para a maioria dos estudantes. Já, para os membros inferiores

destacamos a importância da aplicação de um trabalho específico para melhorar

este grupo muscular, através de todos os conteúdos básicos, que fazem com que os

membros inferiores sejam solicitados constantemente, e também de maneira mais

intensa, através de atividades de saltos, corridas e agachamentos.

No teste de flexibilidade, os conteúdos: Ginástica, Dança e Lutas,

contemplam atividades que podem melhorar esses resultados, lembrando que ao

iniciar as atividades práticas, independente do conteúdo trabalhado, o hábito do

alongamento deve ser constante, pois este desenvolve e melhora a flexibilidade.

Atividade para melhorar a flexibilidade pode ser encontrada no conteúdo básico,

ginástica rítmica e de alongamento. Dentro dos conteúdos da Educação Física, o

Esporte, especificamente, e aliado com o conteúdo básico Atletismo, dá maior

ênfase à capacidade aeróbica (corridas de longa distância).

A partir destas informações, as aulas de Educação Física podem ser

beneficiadas com a aplicação de testes somatomotores, pois por meio deles podem-

se identificar quais valências físicas deve ser aprimoradas/priorizadas. Enfim, os

resultados obtidos relativos aos escolares, sujeitos deste estudo, permitem a

constatação de um adequado diagnóstico da sua aptidão física relacionada à saúde

a partir dos resultados obtidos e, por meio destes, a seleção de conteúdos.

adequados visando à melhoria desta condição física do educando.

Referências Bibliográficas

GAYA, Adroaldo Cezar Araújo. PROJETO ESPORTE BRASIL: Manual de Aplicação de Medidas e Testes, Normas e Critérios de Avaliação. Porto Alegre: PROESP, CENESP-UFRGS, 2009.

MALFATTI, C. R. M. Um longo período de Prescrição de Atividades Lúdicas e Educativas: uma forma divertida para prevenção de fatores de risco e adaptações. Dissertação, Irati (PR): mimeo, 2008.

MARINS, J.C.B. & GINANICHI. R.S. Avaliação & Prescrição de Atividade Física. Guia Prático. 2 ed. Rio de Janeiro: SHAPE, 1998.

NAHAS, M.V. Atividade Física, Saúde e Qualidade de Vida. Conceitos e Sugestões para um estilo de vida ativo. Londrina (PR): Midiograf, 2001.

PARANÁ - Diretrizes Curriculares da Rede Pública de Educação Básica do Estado do Paraná – Educação Física. Curitiba: SEED, 2008.

PERIN, Celoi Maria Righi; CONTE, Eneida Maria Troller. Estudo de Protocolos de Avaliação da Aptidão Física Relacionda à Saúde em Escolares. Secretaria de Estado da educação – SEED, s/d.

TOURINHO E TOURINHO, Crianças, adolescentes e atividade física: aspectos maturacionais e funcionais. Revista Paulista de Educação Física. 1998, n.12, p.71-84.