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O PROFESSOR PDE E OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE 2009 Produção Didático-Pedagógica Versão Online ISBN 978-85-8015-053-7 Cadernos PDE VOLUME I I

DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE 2009 · Sabe-se que o hábito de contar histórias antecede à leitura da palavra escrita, e que esta prática nos remete a um ... ORLANDI, Eni Pulcinelli

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O PROFESSOR PDE E OS DESAFIOSDA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE

2009

Produção Didático-Pedagógica

Versão Online ISBN 978-85-8015-053-7Cadernos PDE

VOLU

ME I

I

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DÉLCI CADINI

Professor PDE – 200

Contação de histórias na escola: uma estratégia para o incentivo à leitura

Cascavel – PR

2010

SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO

SUPERINTENDÊNCIA DA EDUCAÇÃO

DIRETORIA DE POLÍTICAS E PROGRAMAS

EDUCACIONAIS

PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO

EDUCACIONAL

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Délci Cadini

Contação de histórias na escola: uma estratégia para o incentivo à leitura

Produção Didático Pedagógica: Unidade Didática, - apresentada à Secretaria de estado da Educação – SEED. Como requisito parcial de participação no Programa de Desenvolvimento Educacional – PDE na área de Língua Portuguesa. Orientador: Dra. Carmen Teresinha Baumgartner – Universidade Estadual do Oeste do Paraná – UNIOESTE – Cascavel – PR.

Cascavel-PR

2010

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APRESENTAÇÃO

A presente publicação intitulada “Contação de histórias na escola: uma

estratégia para o incentivo à leitura” refere-se a uma produção didática em

formato de UNIDADE DIDÁTICA – a qual será implementada no Colégio

Estadual Profª Júlia Wanderley em Cascavel-PR, em atendimento à solicitação

do Programa de Desenvolvimento Educacional - PDE, à professora Délci

Cadini, a qual teve seu ingresso no Programa no ano de 2009. O público alvo

desta proposta é alunos da sexta série, ou sétimo ano do Ensino Fundamental.

Tem por objetivo repensar a prática pedagógica da disciplina de Língua

Portuguesa, pois a professora pesquisadora percebe que uma série de fatores

da vida moderna vem contribuindo para o desinteresse pela leitura. Por isso,

esta unidade didática tem por objetivo despertar a fruição do gosto pela leitura.

Propondo-se a utilização da metodologia prazerosa de contar histórias, na qual

serão desenvolvidas Oficinas com atividades que possam contribuir para a

formação de novos sujeitos-leitores, possibilitando-lhes, assim, uma

ambientação agradável ao ato de ler. Dada a importância da leitura para o

processo de desenvolvimento de um sujeito crítico, acreditamos que esta

proposta pode ser uma maneira de lazer, de prazer, de aquisição de

conhecimento e de enriquecimento cultural para o aluno. É importante ressaltar

que a formação de leitores supõe o envolvimento com objetos de leitura, para

sentir prazer em contar, relatar e possivelmente dramatizar o que leem. As

atividades desenvolvidas envolvem a contação de histórias como recurso de

incentivo à leitura, e pretendem formar contadores de histórias que possam

desenvolver habilidades de ler, e de repassar, de forma lúdica, atraente e

envolvente, a história lida para os demais alunos.

Palavras–chave: leitura; formação do leitor; contação de história;

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CONTAÇÃO DE HISTÓRIAS:

UMA ESTRATÉGIA PARA O INCENTIVO À LEITURA

DÉLCI CADINI

OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM

As oficinas para formação de contadores de histórias têm também como

objetivos a formação de um público leitor. Sendo assim, ao término da unidade,

o professor terá subsídios para:

Repensar a prática do trabalho com leitura em sala de aula;

Utilizar a socialização, a recreação e a informação como enriquecimento

da linguagem;

Estimular a imaginação, a inteligência e o despertar do senso crítico.

Sensibilizar o participante para o ato de ler, ouvir e contar histórias;

Familiarizar o participante com as técnicas e as artes de ouvir, contar e

ler histórias;

Levantar apontamentos a respeito da teoria interacionista da linguagem

(BAKHTIN, 1997), em práticas pedagógicas fundamentadas nessa

perspectiva.

PLANO DE ESTUDO

A metodologia desta oficina contempla:

• Exercícios interativos, de sensibilização, de observação de si

mesmo e do outro;

• Atividades com jogos;

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• Atividades com técnicas de contação de histórias;

• Exercícios de leitura, audição e contação de histórias.

PÚBLICO ALVO

Alunos de 6ª série ou 7º ano do Ensino Fundamental.

PARA INÍCIO DE CONVERSA

O gênero textual que será utilizado nas oficinas é o conto, por

entendermos que atende aos requisitos básicos para a contação de histórias:

utiliza uma linguagem simples, direta, acessível e dinâmica;

é a narração de um fato inusitado, mas possível, que pode ocorrer

na vida das pessoas embora não seja tão comum;

não é um texto denso, que exija grande esforço intelectual para

ser compreendido;

é uma narrativa linear e curta, tanto em extensão quanto no

tempo em que se passa;

todas as ações se encaminham diretamente para o desfecho;

envolve poucas personagens, e as que existem se movimentam

em torno de uma única ação;

e, ainda, as ações se passam em um só espaço, constituem um

só eixo temático e um só conflito.

Esta prática será realizada em quinze encontros de 1h semanal em

contra turno e a estrutura das oficinas prezará pela dinâmica da sala de aula,

em que é necessário despertar o interesse dos alunos, bem como o respeito e

a socialização. Ao final, haverá a realização de um sarau para a comunidade,

complementando a avaliação e a apuração dos resultados. Durante as aulas,

serão trabalhadas as leituras dos contos selecionados. Os alunos deverão

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identificar-se com estes contos, para poderem desenvolver as técnicas de

contação durante as oficinas.

Sabe-se que o hábito de contar histórias antecede à leitura da palavra

escrita, e que esta prática nos remete a um passado em que era valorizado

quem melhor aguçasse a imaginação de seu público, levando-o a experiências

de vida muito além das vivenciadas no cotidiano. A arte de contar histórias é

talvez uma das primeiras formas que se tem de registro da história humana.

Antes mesmo de qualquer registro escrito, a comunicação oral perpassava as

gerações, transpondo o conhecimento de um povo aos seus descendentes.

Segundo Sisto (2005, p. 16), “Contar histórias é a possibilidade sim, de formar

leitores, num verdadeiro ato de subsistência, não só do já inventado, mas do

universo que as palavras transcriam para levitar”.

Desta maneira, é inevitável perguntar: por que é tão necessário ao

sujeito viver experiências que transponham o cotidiano? Justamente porque

estas experiências o transformam, pois, como sabemos, o sujeito não está

acabado, é incompleto, e busca a completude. Levando-nos a concordar com o

que nos coloca Guimarães Rosa (1994.p.24), “O senhor... Mire. Veja: o mais

importante e bonito, do mundo, é isto: que as pessoas não estão sempre

iguais, ainda não foram terminadas − mas que elas vão sempre mudando.

Afinam ou desafinam. Verdade maior”. Neste processo, também se dá o que se

nomeia por alteridade - ação de colocar-se no lugar do outro - sabendo-se que

é na relação com o outro e por meio dele que é delimitado e construído o

espaço de atuação do sujeito no mundo. Bem como afirma Marques (2002)

O eu, para Bakhtin, não é monádico e nem autônomo (o cogito autocriador de Descartes). Ele existe a partir do diálogo com os outros eus; necessita da colaboração de

outros para poder definir-se e ser “autor” de si mesmo. O sujeito não está pronto, acabado. É incompleto e está numa busca eterna de completude inconclusa. Com efeito, é impossível uma formação individual sem alteridade, pois o outro delimita e constrói o espaço de atuação do sujeito no mundo. No entanto, o outro constitui o sujeito ideologicamente e proporciona-lhe o acabamento.

Ou seja, através da prática de ler e ouvir histórias, é possível ao

indivíduo adentrar no universo alheio, valorizando-o, identificando-se com ele e

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estabelecendo uma relação de diálogo entre o mundo real vivido pelo leitor, e o

imaginário criado pelo autor, e, assim, proporcionando ao sujeito-leitor a

possibilidade de transformação.

Os estudos da linguagem, na atualidade, consideram a necessidade de

reinterpretar os aspectos históricos, por isso retomar a arte de contar histórias

é valorizar esta prática tão utilizada no passado, a qual consiste em um

processo de reinterpretação, ou seja, estrutura-se em torno da significação e

da ressignificação, havendo um núcleo no qual se reiteram partes passíveis de

análises, em que o aluno possa, ao final do processo, reconstruir e repassar as

histórias ouvidas e lidas. Esta metodologia pode ser importante na motivação à

leitura, pois, quando se lê uma história, dá-se espaço para que a imaginação

se transforme em imagens e palavras.

SAIBA MAIS

Professor, as concepções propostas de encaminhamentos e reflexões

sobre a leitura para o desenvolvimento cognitivo, você encontrará em:

ORLANDI, Eni Pulcinelli. Discurso e leitura. São Paulo, Campinas: Cortez,

2001.

ELEMENTOS IMPORTANTES PARA A

CONTAÇÃO DE HISTÓRIA

Os seguintes elementos são fundamentais na contação de histórias:

• Espontaneidade – Conhecer a história proporcionará segurança,

naturalidade, desinibição e espontaneidade para a contação.

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• Emoção – O contador deve mergulhar na história, apropriar-se de todos os

detalhes, para depois transmiti-la.

• Expressão – A expressão é talvez, um dos elementos mais importantes na

contação, o olhar o corpo, a voz, tudo deve estar harmoniosamente

funcionando para que a história atraia, e cative, mas cuidado com exageros.

• Improvisação - O improviso deve fazer parte do repertório de todo contador

de histórias, pois se algo acontecer de errado o show não pode parar. É

importante que o contador conheça a historia e não a decore.

• Credibilidade – O contador deve confiar plenamente em si.

• Voz – É o instrumento de trabalho do contador. Por isso é de suma

importância que se observe os tópicos abaixo:

1. Altura – caracterizando os personagens.

2. Volume – onde aparecem as emoções dos personagens.

3. Ritmo – é a variação de velocidade.

4. Pausa - funciona para dar o clima de suspense, mas não pode comprometer

o significado das frases.

Usar palavras de fácil compreensão para envolver o público ouvinte.

As oficinas serão desenvolvidas com base em procedimentos

fundamentais.

Você já contou histórias?

_____________________________________________________

Como foi esta experiência?

_____________________________________________________

_____________________________________________________

_____________________________________________________

Que tal você conhecer uma maneira diferente de contar histórias?

_____________________________________________________

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Na sequência, apresentamos as oficinas, por meio das quais

pretendemos atingir os objetivos anteriormente elencados:

SEÇÃO 1 - Apresentação da oficina: apresentação pessoal –

descontração - contato com os companheiros, realização de atividades que

envolvam o corpo. A adaptação do aluno ao grupo com o qual irá conviver é de

suma importância. As atividades que envolvem o relacionamento podem

favorecer o autoconhecimento e também o conhecimento do outro. É

importante que a criança perceba que cada um pode agir e reagir (expressar-

se) de forma diferente. O participante deve começar a sentir segurança no

grupo. Para isso, uma boa técnica é a que segue: organizar as crianças em

grupos de dois alunos para trabalharem simultaneamente. Elas deverão estar

frente a frente, à distância de um metro mais ou menos. Um dos alunos

manipula o outro como se fosse uma marionete. A um sinal dado, o

manipulador movimenta fios invisíveis presos no corpo da marionete, o

segundo aluno deve agir exatamente como se os cordões estivessem presos

ao seu corpo e sendo movimentados, depois de alguns minutos invertem-se os

papeis da dupla.

Uma sugestão seria também pedir aos alunos que representem dois

objetos: carro e motor, ou dois animais: um gato e um cachorro. Neste

momento também pode ser feito a atividade de sombra: um se movimenta e o

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outro imita. É muito importante que as crianças sintam a integração entre o seu

corpo e o do outro. Ao término da oficina, será contada uma história escolhida

pelo professor.

SEÇÃO 2 - Oficina 2: Espontaneidade. Sem medo de agir certo, ou

errado, a criança deve sentir-se livre para ser espontânea e natural. Isso

ajudará na capacidade de expressar-se.

Nesta oficina, o trabalho será realizado em dois grupos: um faz a

atividade e o outro observa. Inicie a atividade com um grupo andando

livremente pela sala. Sugira, em seguida, que eles caminhem como uma

determinada pessoa ou animal. Os alunos modificam sua postura, a medida e

que os comandos são dados. Exemplo: um nenê engatinhando, uma tartaruga

andando, um coelho pulando, uma cobra rastejando, entre outros.

Esta atividade pode ser adaptada a outras variantes, como:

demonstrar sentimentos de dor, de alegria, de tristeza, de fúria, de medo, de

frio ou de calor; também, pode-se pedir que o andar se misture aos

sentimentos, como: uma pessoa idosa andando com frio ou uma pessoa

cansada e com calor.

Depois de um tempo previamente estabelecido, os grupos mudam de

função.

Ao final da atividade, o professor deve levar os alunos a refletir sobre o

que observaram, como: se o modo de andar e de se expressar dos colegas

estava correto; se o modo de andar se modificou após o comando; o que

mudou na expressão do colega quanto ao olhar e ao corpo.

Ao término da oficina será contada uma história, escolhida pelo

professor, explorando sempre os elementos trabalhados.

Pense nisto: “Se mergulhar neste universo é fascinante para nós

adultos, que nos esquecemos de nos inebriar com a magia, que dirá para a

criança, a qual constrói deliberadamente um mundo onde tudo é possível”

(BUSATTO, 2008, p. 12).

SEÇÃO 3 - Oficina 3: Espontaneidade. Nesta oficina dá-se

continuidade aos trabalhos da seção anterior, devendo-se desenvolver a

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espontaneidade, no sentido de que sejam demonstrados os sentimentos

através da expressão facial.

Neste momento, os alunos serão divididos em pequenos grupos. Cada

um do grupo receberá um pequeno texto, e deverá representá-lo de forma que

expresse sentimentos diversos, para os demais do grupo, como por exemplo:

representar o texto feliz, triste, chorando, alegre, emocionado, chateado, bravo,

ansioso, calmo, agitado, entre outros. Assim, cada um do grupo representará

todas as expressões, sempre sendo observado pelos demais. Ao afinal da

atividade, cada um fará comentários das expressões feitas pelos colegas.

Como na seção anterior, ao término da oficina será contada uma história,

escolhida pelo professor, explorando sempre os elementos trabalhados.

PARA REFLETIR

É inaceitável que muitos não deem importância à prática de ler e

contar histórias, não se contagiam pela magia e encantamento que essa

prática milenar de envolvimento nos oferece, e que está a nosso dispor. A

contação de histórias, além de enriquecer o vocabulário, ainda auxilia no

desenvolvimento da leitura e da escrita. Os benefícios procedentes desse ato

só conhecerá quem tiver sensibilidade, imaginação e conscientização de que a

LITERATURA nos faz pensar, questionar, refletir, decifrar, interrogar, e que

nos fará sair dela diferentes, transformados de alguma forma. Porém, para nos

transformar, deverá nos atrair e isso só ocorrerá se estiver dentro de nós.

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SEÇÃO 4 – Oficina 4: Emoção - Nesta oficina será trabalhada a

emoção. A emoção pode agir como ponto de melhor aceitação dos seus

próprios sentimentos.

O aluno deve primeiramente relaxar. Todos deitam e respiram

profundamente e de maneira calma, sentindo o bater de seu coração. Pode-se,

neste momento, colocar uma música. Depois que todos estejam relaxados,

devem sentar-se, de maneira aconchegante, em dois grupos: um observa a

reação do outro, enquanto ouvem o professor, que pede para que se

concentrem na sua fala.

Nesse momento, começa a contar algo que expresse alegria, tristeza,

crueldade, apavoramento, ou seja, algo que choque, sempre esperando a

reação da criança. Após demonstrar suas emoções, a mesma deve esboçar

uma reação diferente ao término de cada situação.

O grupo que ficou observando deve comentar a reação de cada colega,

logo após, invertem-se os papéis dos grupos, aquele que observou será

observado e vice-versa. Ao final da oficina, cada criança deve descrever o

que sentiu e qual dos sentimentos foi mais forte. É nessa situação que a

criança pode perceber em tipo de conto ela se identifica como melhor

intérprete.

A emoção é um dos elementos que precisa ser trabalhado juntamente

com todos os elementos e em todas as oficinas. Como sempre, ao término da

oficina, será contada uma história, escolhida pelo professor, e que oportunize a

ele explorar os elementos trabalhados.

ATIVIDADE

Sugestão de exercício para relaxamento:

Coloca-se uma música calma, pede-se para que os alunos deitem no chão,

fechem os olhos, e comecem a respirar calmamente, sentindo os pulmões se

abrirem a cada inspiração. Nesse movimento, devem sentir os membros

saírem do corpo com alongamento; depois, devem mexer lentamente os dedos,

o pescoço, os braços e as pernas; quando estiverem bem calmos, o professor

pedirá para que levantem e andem pela sala, ainda de olhos fechados, como

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se fossem bonecos de vento com movimentos leves e soltos. Para que os

alunos não batam uns nos outros, o professor deverá chamar o aluno pelo

nome, para que cada um ande sozinho, e sinta o movimento dos braços e do

corpo soltos. Após a movimentação, deitarão novamente, e respirarão

calmamente como num sono profundo.

SEÇÃO 5 - Oficina 5: Expressão. A partir desta oficina serão

trabalhadas as expressões corporais, gestuais e verbais.

Nesta atividade, um grupo se transformará em ratos, e o outro, em gatos,

e vamos ver qual será a expressão de cada um. O aluno deverá andar pela

sala como se estivesse vivenciando o a história. O professor determina os

personagens entre os alunos. A atividade será feita em dupla.

Os alunos fecharão os olhos e imaginarão que saíram da sala e que andam

por uma calçada muito longa. Chegam em frente de uma casa velha e

abandonada. O professor diz: “Você já está no caminho que conduz a ela.

Suba as escadas. Dará em uma porta de entrada. Empurre a porta. Você ouve

um chiado, olhe ao redor, para o interior de um quarto escuro e vazio.

1. De repente, você tem uma sensação estranha. O seu corpo começa a

tremer e a arrepiar-se, e você sente que vai ficando pequeno. Por

enquanto você só chega à altura do marco da janela. Continua

diminuindo até o ponto que o teto parece que está agora muito longe,

muito alto. Você só chega ao tamanho de um livro e continua

diminuindo.

2. Agora, você muda de forma. Seu nariz alonga cada vez mais e o seu

corpo se enche de pelos. Neste momento, você está com quatro patas,

e você entende que se transformou num rato.

3. Olhe ao seu redor, na sua situação de rato. Sentado no extremo do

quarto. Depois veja a porta mover-se ligeiramente.

4. Entra um gato. Ele senta e olha ao redor lentamente, com ar indiferente.

Levanta e avança tranquilamente pelo quarto. Você está imóvel,

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petrificado. Você escuta o seu coração bater; sua respiração fica

entrecortada. Olhe o gato.

5. Acaba de vê-lo e vai em sua direção. Aproxima-se lentamente, muito

lentamente. Depois, ele para diante de você, abaixa-se. O que você

sente? O que você pode fazer? Neste instante, que alternativas você

tem? O que você pode fazer? Um longo silêncio...

6. Exatamente neste instante em que o gato pretende se jogar para cima

de você, seu corpo e o dele começam a tremer. Você sente que se

transforma de novo. Desta vez você cresce. O gato parece que fica cada

vez menor e muda de forma. Agora, você tem o mesmo tamanho de

antes... Agora, ele é menorzinho.

7. O gato se transforma em rato e você se converte em gato. Como você

se sente agora que você é grande? E agora que você não está

encurralado, o que te parece o rato? Você sabe o que sente o rato? E

você, o que sente agora? Decida o que você vai fazer e faça. Um longo

silêncio... Como você se sente?

8. Tudo volta a começar. A metamorfose. Você cresce mais e mais. Você

quase recupera a sua estatura, e agora você se converte em você

mesmo. Saia da casa abandonada, e volte a esta sala. Abra os olhos e

olhe ao redor.

Neste momento, o professor deverá fazer uma reflexão sobre o que

acontece nas relações quando uma pessoa encontra-se numa situação de

superioridade. Ao término da oficina será contada uma história, escolhida pelo

professor, explorando sempre os elementos trabalhados na oficina.

SEÇÃO 6 - Oficina 6: Expressão. Nesta oficina, o professor contará a

história da flor. A seguir, primeiro os alunos ouvem a história e tentam

mentalmente organizar as expressões da rosa e do sapo; em seguida, serão

separados em dois grupos: um representando a flor, e outro o sapo; depois,

ocorrerá a inversão dos papeis.

Pense nisso: “Quando se conta uma história, começa-se a abrir espaço

para o pensamento mágico” (SISTO, 2005, p.28).

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O SAPO E A FLOR...

Marlene B. Cerviglieri

Numa floresta muito grande e cheia de bichos, habitavam várias famílias de

animais.

Desde insetos e até mesmo leões com suas leoas e filhotes. Todos cuidavam

de suas vidas e da comida também. Os macacos eram os mais alegres, pois

estavam sempre brincando e pulando de galho em galho, como se fosse uma

festa. Os pássaros regiam a orquestra, por entre tantos gritinhos, urros e

barulhos dos bichos pareciam mesmo uma grande orquestra.

Estava um dia o sapo tomando seu banho de sol, quando ouviu que lhe

dirigiam a palavra.

Para ler o restante da história, acesse o site:

www.contos.poesias.nom.br/historiasinfantis/historiasinfantis.htm

SAIBA MAIS

Você pode conhecer mais sobre o pensamento mágico lendo: SISTO,

Celso. Textos e pretextos sobre a arte de contar histórias. Curitiba:

Positivo, 2005.

SEÇÃO 7 - Oficina 7: Expressão. Continuaremos a explorar a

expressão corporal nesta oficina, bem como a capacidade de criatividade e

socialização, elementos fundamentais para que a criança consiga maior

expressividade no momento da sua contação de histórias.

Com estas atividades as crianças sentirão o prazer de se expressar,

percebendo o próprio corpo, e observando como o outro trabalha com os

movimentos.

Trata-se de uma atividade individual. Primeiramente, cada aluno fará

seus movimentos sem observação. Os comandos serão dados pelo professor,

que pedirá que as crianças andem livremente pela sala, imitando meios de

transportes (carro, trem, avião, navio, carroça, caminhão). Deverão trocar

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marcha, acelerar, frear, andar de ré, ir para frente com velocidade, em marcha

lenta, enfim, inúmeros movimentos que podem ser solicitados pelo professor

durante o desenvolvimento da atividade. A mesma atividade pode ser repetida,

pedindo-se aos alunos que carreguem objetos leves, pesados, grandes,

pequenos, frágeis, ásperos, lisos, espinhosos... Depois, divide-se a turma em

dois grupos, e repetem-se os movimentos. Um grupo observa o outro, e

comenta como representaram o movimento: se foi, ou não, real. Ao término da

oficina, será contada uma história à escolha do professor, explorando sempre

os elementos trabalhados.

SEÇÃO 8 – Oficina 8: Improvisação. Improvisar é ser espontâneo, é

interpretar de forma não-pensada, não-planejada. Dessa forma, a melhor

maneira de o aluno improvisar é se relacionar com alguém ao seu redor.

Improvisar é interagir e estar disponível para sentir e vivenciar as

características de quem se interpreta, sejam estes elementos vivos ou

inanimados. Na improvisação não se define previamente os papeis

estabelecidos. Sendo assim, o improviso, é fundamental para o contador de

histórias. Esta situação deve ser trabalhada com muita responsabilidade, pois

todo contador deve estar pronto para uma situação que não esteja

programada. O espetáculo não pode parar!

Faremos um jogo onde as falas devem ser improvisadas. O professor

divide a turma em grupos de dois alunos, e para cada dupla determina uma fala

(situação, lugar), ou história. A dupla começa a história baseada na situação

proposta, o professor dá o comando de troca de fala cada vez que um da dupla

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fizer sua participação. A dupla começa a brincadeira desenrolando (narrando) a

situação, então o professor interrompe com a palavra TROCA. A cada

comando de TROCA, um componente da dupla deve dar continuidade à

história em andamento até que consigam criar um desfecho para a história. A

cada desfecho outra dupla começa outra situação e assim sucessivamente.

Depois que todos participarem, o professor comenta o desempenho de cada

dupla, sempre visando à importância que a improvisação tem para um contador

de histórias. Ao término da oficina será contada uma história pelo professor,

explorando-se sempre os elementos trabalhados.

SAIBA MAIS

Para saber mais sobre a brincadeira veja um vídeo da brincadeira

”troca”, no site: artefatos interativos projetos acadêmicos sobre design de

interação orientados pelos professores Frederick Van Amstel e Gonçalo Ferraz.

http://artefatosinterativos.blogspot.com/2008/07/vdeo-improvvel.html

SEÇÃO 9 – Oficina 9: Improvisação. Espelho – é um dos exercícios

mais conhecidos de improvisação - consiste na participação de duas pessoas,

as quais devem ser postas frente a frente, a fim de uma ser espelho da outra.

Em um primeiro momento, enquanto uma pessoa pratica ações, por meio de

gestos, a outra as copia, observando os detalhes que possam ser

imprescindíveis para uma boa representação. Em um momento posterior,

ambos os intérpretes podem criar movimentos para que sejam copiados

simultaneamente. Além disso, outras variações poderão ser criadas, como por

exemplo, movimentos rápidos ou lentos. Dessa forma, há necessidade de

maior concentração por parte de quem interpreta ou copia. Ao término da

oficina, será contada uma história, à escolha do professor, explorando sempre

os elementos trabalhados na oficina.

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SAIBA MAIS

Professor (a), na revista Nova Escola, edição 216 de out/2008, encontra-

se uma reportagem muito interessante sobre improvisação, visite o site:

www.revistaescola.abril.com.br/.../improviso-teatral-424829. shtml

PARA REFLETIR

As técnicas usadas para a contação de histórias podem provocar e

desenvolver a capacidade de pensar e de refletir. No momento em que o aluno

incorpora um personagem imaginário pode surgir a oportunidade de um

encontro com uma forma privilegiada de linguagem que o aproximará do ato de

ler.

SEÇÃO 10 – Oficina 10: Voz. A voz é sem dúvida um dos elementos

mais importantes para o contador de histórias. Os sons (ruídos) produzidos

pelo corpo devem ser reflexos da harmonia do corpo e da mente. Os sons

produzidos pelas cordas vocais também refletem a condição mental, emocional

e física da pessoa. Nesta oficina, aprenderemos como a voz pode ser

controlada e usada para que a história contada tenha sucesso. Primeiro, vamos

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trabalhar com a respiração: respirar fundo, enchendo os pulmões e soltando

lentamente até que todo o ar saia. Repetir este exercício várias vezes. Depois

de controlar a respiração, vamos fazer uma série de exercícios para o

aquecimento vocal. É sempre importante lembrar que os exercícios feitos em

pé, são os que têm mais resultado, e que não se deve repetir os exercícios

mais do que dez vezes.

- Relaxamento de cabeça e pescoço:

Atividade 1:

Movimente a cabeça lentamente para cima e para baixo, como em um

“sim” alongado, trabalhando apenas com o peso da cabeça. Para frente,

indo com o queixo até o peito (se for confortável, pois o importante é

trabalhar apenas com o peso da cabeça), e para trás com a nuca “nas

costas” (mantenha o queixo solto, pois a boca abrirá um pouco quando

você estiver colocando a cabeça para trás).

Atividade 2:

Movimente a cabeça lentamente para um lado e para outro, como em

um “não” alongado na direção de um ao outro sem forçar muito.

Lembrando que deve ser feito de maneira confortável, respeitando seus

limites.

Atividade 3:

Gire a cabeça lentamente, para um lado e para o outro, usando apenas

o seu peso. Comece com o queixo próximo ao peito, igual ao exercício

do “sim”, e como se fosse encostar a bochecha no peito comece a subir

na direção do ombro (do lado que preferir). Quando estiver com o queixo

na altura do ombro, deixe lentamente a cabeça cair para trás. Mantenha

o movimento até subir pelo ombro, no outro lado, e desça com o queixo

próximo ao ombro, voltando para à posição inicial. Repita cinco vezes

para um lado, e cinco vezes para o outro.

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- Rotação da língua no espaço entre os dentes e os lábios, cinco vezes para

cada lado, como se estivesse limpando os dentes da frente.

- Com a boca fechada faça o som de “mmmmm”, sustentando uma nota

confortável, mexa os lábios como se estivesse mastigando.

- Fazer “Trrrrrr” vibrando a língua, semelhante à aceleração de um carro.

Lentamente, mude a voz de um tom médio para a um tom agudo (mais alto),

pare e comece novamente.

- Fazer o mesmo exercício acima só que com “mmmm”.

Para o desaquecimento vocal, devem ser usados esses mesmos exercícios,

sendo que os dois últimos devem ser feitos de forma descendente.

Depois de ter feito os exercícios várias vezes, relaxe e respire fundo. O

corpo já estará completamente relaxado, e pronto para a contação da história

escolhida. Ao término da oficina, será contada uma história escolhida pelo

professor, explorando sempre os elementos trabalhados.

“Contar histórias é uma arte... e tão linda!!! É ela que equilibra o que é ouvido

com o que é sentido, e por isso não é nem remotamente declamação ou

teatro... Ela é o uso simples e harmônico da voz” (ABRAMOVICH, 1999, p. 9).

SAIBA MAIS E REFLITA

Professor, os exercícios desenvolvidos nesta oficina estão disponíveis

no site abaixo:

http://brunofrancesco.com.br/cuidados...voz/aquecimento-vocal/

O corpo pode produzir todos os tipos de sons, desde o aplaudir até o

bater dos pés, e reflete a condição mental, emocional e física da pessoa. O

modo como você usa a sua voz proporciona o discernimento vital para a vida

em geral. As suas vocalizações revelam como as suas energias, sentimentos,

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pensamentos e intuições colaboram na produção de estilo vocal equilibrado.

Este estilo reage às influencias externas tanto quanto os sentimentos no seu

interior, que se desenvolvem atrás do tempo em emoções e experiências

passadas, acumuladas e amadurecidas. Logo, a voz é diagnosticável e

terapêutica. Em suma: aprenda a usar a sua voz e você se sentirá melhor.

SEÇÃO 11 – Oficina 11: Voz e concentração. Nesta oficina

continuaremos o trabalho com a voz, mas desenvolvendo outra habilidade, que

é imprescindível na contação de histórias: a concentração. Antes de começar a

seção de contação, o aluno deve ter em mente que a voz e a concentração são

fatores importantíssimos para o sucesso da história que será contada. Depois

de feito novamente os exercícios da oficina anterior, o aluno fará mais uma

série de atividades, para mostrar sua capacidade de concentração e de

domínio sobre sua voz. A princípio, o aluno fará as atividades abaixo de forma

descontraída, e sem a preocupação de realizá-las com seriedade. Mas logo

após o desenvolvimento das atividades, as mesmas deverão ser retomadas e

realizadas, focando a concentração em cada atividade.

Atividade 1:

Inspirar e expirar, soprando lentamente uma vela acessa, sem apagá-la,

e cuja chama deve oscilar regularmente.

Atividade 2:

Inspirar lenta e profundamente; depois expirar rapidamente, apagando a

chama de uma vela, com um sopro, ou um ah!!!!....

Atividade 3:

Repetir o exercício acima variando a distância, afastando a vela, cada

vez mais, exercitando a intensidade da expiração.

Atividade 4:

Soprar para o alto pequenos flocos de algodão, mantendo-os no ar pelo

maior tempo possível.

Atividade 5:

Soprar numa garrafa semi cheia e fazer movimentar o líquido nela

contido.

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Atividade 6:

Fazer bolhas de sabão.

Depois dessa série de atividades lúdicas, mas muito importantes para a voz,

partiremos para outra série de atividades.

Atividade 7:

Exercitar a voz com a pronúncia das sílabas: pi-pi-pe-pe tlê-tlê- fa-fa va-

va-... Como se estivesse cantarolando.

Atividade 8:

Exercitar palavras ou frases sempre com a mesma consoante inicial.

Trava-línguas são úteis no preparo das articulações claras e firmes.

Ex: a: (p) - Pedro Paulo pegou o pato, puxou as pernas, pelou e

preparou um primoroso prato, um pitéu de primeira.

Ex: b: (M) - Moleque malcriado montava a mula manca, do mulato

Manoel.

Ex: c: (V) – Verinha valsava vibrante, dando voltas e reviravoltas sem

vacilar.

Atividade 9:

Usar palavras para exercícios expressivos: De medo, de alegria, de

surpresa, discretas, alegres, admiradas, de interrogações, como:

Voltou??, Você vai casar??, Puxa como você é jovem??.

Atividade 10:

Falar, recitar pequenos textos, dando entonação adequada:

Tudo quanto penso

Tudo quanto penso,

Tudo quanto sou

É um deserto imenso

Onde nem eu estou.

Extensão parada

Sem nada a estar ali,

Areia peneirada

Vou dar-lhe a ferroada

Da vida que vivi.

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Fernando Pessoa. Domínio público – Portal dia-a-dia Educação:

http://www.seed.pr.gov.br/diaadia/diadia/index.

Ao término da oficina será contada uma história escolhida pelo

professor, explorando sempre os elementos trabalhados.

E aí Professor? Gostou das técnicas apresentadas até aqui?

Calma, tem mais. Agora, começará o grande espetáculo!!!!

Quer saber como?

Vamos às seções 12, 13, 14, e 15. Qual é sua expectativa?

SEÇÃO 12 – Oficina 12: Contação de histórias. Agora, o show vai

começar!!!! A partir deste momento, começaremos a preparação para o sarau.

Nossos alunos usarão e desenvolverão todas as técnicas que

aprenderam nas oficinas anteriores, para começarem a contar histórias.

Neste momento vamos ler, ouvir e contar histórias muitas histórias uns

para outros, sempre em pequenos grupos, de no máximo cinco alunos. Cada

um escolhe uma história (vale ressaltar que durante as oficinas foram ouvidas

muitas histórias e lidas outras mais em sala de aula, então o aluno já tem um

número considerável de leituras feitas, isso ajudará na escolha para contação).

Lerão silenciosamente a história escolhida, depois em voz alta, para os colegas

e, por fim, individualmente, preparam-se para contar. Primeiro ao pequeno

grupo, depois ao grande grupo. As histórias escolhidas serão sempre

pequenos contos, fáceis de memorizar. Ainda o aluno poderá escolher se

preferir lê-la. Nesta oficina, os alunos ouvirão as histórias dos colegas, e cada

um tentará definir qual será a história a ser contada. Estudarão a mesma até

estarem preparados para a contação.

Ao término da oficina será contada uma história pelo professor.

Sugestão de pequenas histórias no site:

www.contos.poesias.nom.br/historiasinfantis/historiasinfantis.htm

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MUITO INTERESSANTE!!!

Professor, neste momento da contação, seria muito interessante que cada

aluno providenciasse um adorno (uma máscara, um chapéu, uns óculos, uma

peruca, uma capa, fantoche...), para que pudesse se soltar e deixar a magia da

contação acontecer. Você pode ainda consultar os sites abaixo para tirar

alguns modelos de máscaras:

http://cantinhodosmiudos.blogs.sapo.pt/61401.html

http://desenhos.kids.sapo.pt/mascara-de-papel-13.htm

SEÇÃO 13 – Oficina 13 - Contação de histórias: Nesta oficina,

começaremos com uma seção de cinema, com o filme Pequenas Histórias,

participação de Marieta Severo.

Pipoca e muita concentração para os detalhes. Neste momento os

alunos devem sentir como é importante o papel do narrador para um contador

Depois de assistir ao filme, conversar sobre cada cena, cada

personagem, como se comportou em seu papel, faça-o observar a postura, a

expressão, a voz, a espontaneidade e a cumplicidade do personagem com o

papel desenvolvido.

Depois deste momento de descontração, deixe cada aluno representar

um personagem do filme contando a sua história. Ao término da oficina será

contada uma história pelo professor.

SEÇÃO 14 – Oficina 14: Contação de histórias. “A história é mesmo

que um quadro artístico ou uma bonita peça musical: não podemos descrevê-

los ou executá-los bem se não os apreciamos. Se a história não nos desperta a

sensibilidade, a emoção, não iremos contá-la com sucesso. Primeiro, é preciso

gostar dela, compreendê-la, para transmitir tudo ao ouvinte” (COELHO, 1986 p.

14).

Neste momento é muito importante que o aluno tenha um espaço só

dele para poder ler muitas histórias e em um local reservado possa lê-las em

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voz alta sentindo cada palavra, cada emoção. Deixando se envolver pelo

sentimento de segurança e entusiasmo com o texto escolhido, segundo

BUSATTO (2008, p.55) “Antes de sensibilizar o ouvinte o conto precisa

sensibilizar o contador”, assim, se o contador conseguir vivenciar o enredo com

interesse, estabelecendo uma relação de harmonia entre ouvinte/texto, com

certeza conseguirá envolver público ouvinte. Portanto, nesta oficina o aluno

ficará envolvido com a leitura e seleção de suas histórias. Ao término da

oficina, será contada uma história pelo professor.

INTERESSANTE SABER!!!

“Um bom narrador não se agita, não se movimenta muito de um lado

para o outro, senão os ouvintes não saberão a quem acompanhar, se a quem

narra, se os personagens da história. As emoções se transmitem pela voz,

principal elemento do contador.” Estas são palavras de Betty Coelho (1986, p,

50), encontradas no livro Contar Histórias uma arte sem idade.

SEÇÃO 15 – Oficina 15: Contação de histórias. Chegamos ao fim

de nossas oficinas. Todas as oficinas foram compostas de muita descontração,

alegria e seriedade. Para esta última seção reservamos o momento mais

especial, momento no qual nosso aluno estará vendo o resultado de todo o

trabalho desenvolvido durante a efetivação das oficinas. Começaremos esta

seção com um relaxamento, a seguir aqueceremos nossa voz com algumas

atividades desenvolvidas nas seções 10 e 11. Depois, partiremos para a

contação propriamente dita. Em todas as seções nossa turma se preparou para

contar histórias, este é o momento individual em que cada aluno assume seu

papel de contador de histórias.

“Ah, como é importante para a formação de qualquer

criança ouvir muitas, muitas histórias... Escutá-las é o

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início da aprendizagem para ser um leitor, e ser leitor é

ter um caminho absolutamente infinito de descoberta e de

compreensão do mundo” (ABRAMOVICH, 1993, p. 16)

SAIBA MAIS

Caro Professor, uma leitura interessante que poderá dar muitas dicas de como

proceder para contar histórias, você pode encontrar no livro Contar e Encantar,

de Cléo Busatto, Editora Vozes. Você pode também visitar o blog da autora,

http://cleobusatto.blogspot.com/. É muito interessante.

Sugestão de autores que podem ser usados como referência de leitura nas

oficinas:

Ana Maria Machado

Monteiro lobato

Silvia Orthof

Ziraldo

Pedro Bloch

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Ruth Rocha

Pedro Bandeira

Marlene B. Cerviglieri

Cléo Busatto

REFERÊNCIAS

ABRAMOVICH, Fanny. Literatura infantil: gostosuras e bobices. São Paulo:

Scipione, 1993.

BAKHTIN, Mikhail (Volochinov). Estética da criação verbal. São Paulo:

Martins Fontes, 1997.

BRUNO, Francesco. Aquecimento vocal. Disponível em:

brunofrancesco.com.br/cuidados...voz/aquecimento-vocal/ - acessado dia:

14/05/2010.

BUSATTO, Cléo. Contar e encantar. Rio de Janeiro: Vozes, 2008.

BUSATTO, Cléo. Blog da autora. Disponível em:

http://cleobusatto.blogspot.com/. Acessado dia: 01/05/2010.

CERVIGLIERI, Marlene. Histórias infantis. Disponível em:

www.contos.poesias.nom.br/historiasinfantis/historiasinfantis.htm. -

acessado dia: 04/05/2010.

COELHO, Betty. Contar histórias: uma arte sem idade. São Paulo: Ática,

1986.

FREDERICK, Van Amste; GONÇALOG Ferraz. Brincadeira do troca.

Disponível em: www..artefatosinterativos.blogspot.com/.../vdeo-improvvel.htm

– acessado dia: 10/05/2010.

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JANNIBELI, Emilia D’anniballe. A musicalização na escola. Rio de Janeiro:

Editora Lidador, 1971.

KIDS, Desenhos. Modelos de mascaras. Disponível em:

desenhos.kids.sapo.pt/mascara-de-papel-13.htm - acessado dia: 02/05/2010.

MARQUES, Maria Celeste. Bakhtin: apontamentos temáticos. Primeira

Versão. Porto Velho: Editora da Universidade Federal de Rondônia, 2002.

Disponível em: www.primeiraversao.unir.br/artigo161.html – acessado dia:

08/04/2010.

ORLANDI, Eni Pulcinelli. Discurso e leitura. São Paulo: Cortez, 2001.

PARANÁ, Secretaria Estadual de Educação. Domínio Público. Disponível em:

<http://www.diadiaeducação.pr.gov.br> – acessado dia: 27/05/2010

PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Imagem. Disponível em:

http://www.diadiaeducação.pr.gov.br/educadores/Tvmultimídia. - acessado dia:

20/07/2010.

REVERBEL, Olga. Jogos teatrais na escola: atividades globais de expressão.

São Paulo: Scipione, 1993.

RODRIGUES, Ana Cristina. Modelos de máscaras. Disponível em:

http://cantinhodosmiudos.blogs.sapo.pt/61401.html. Acesso dia: 14/05/2010.

ROSA, João Guimarães. Grande sertão: veredas. Rio de Janeiro. Editora

Nova Aguilar, 1994.

SISTO, Celso. Textos e pretextos sobre a arte de contar histórias. Curitiba:

Positivo, 2005.

VERLI, Lorena. Improviso teatral. Revista Nova Escola. São Paulo: edição

216 de out/2008. Disponível em: www.revistaescola.abril.com.br/.../improviso-

teatral-424829. shtml - acesso dia: 18/05/2010.

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