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Da introdução do vírus Zika à emergência em Saúde Pública: colaboração do EpiSUS nas investigações epidemiológicas Jadher Percio Ministério da Saúde Secretaria de Vigilância em Saúde Departamento de Vigilância das Doenças Transmissíveis Coordenação Geral de Vigilância e Resposta às Emergências em Saúde Pública Programa de Treinamento em Epidemiologia Aplicada aos Serviços do SUS - EpiSUS [email protected] 06 de julho de 2016

Da introdução do vírus Zika à ... - saude.sp.gov.br · Vírus Zika: colaboração do EpiSUS nas investigações epidemiológicas Programa de treinamento em epidemiologia aplicada

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Da introdução do vírus Zika à emergência em Saúde Pública: colaboração do EpiSUS nas investigações epidemiológicas

Jadher Percio Ministério da Saúde Secretaria de Vigilância em Saúde Departamento de Vigilância das Doenças Transmissíveis Coordenação Geral de Vigilância e Resposta às Emergências em Saúde Pública Programa de Treinamento em Epidemiologia Aplicada aos Serviços do SUS - EpiSUS

[email protected] 06 de julho de 2016

Vírus Zika: colaboração do EpiSUS nas investigações epidemiológicas

Programa de treinamento em epidemiologia aplicada aos serviços do Sistema Único de Saúde • Baseado no Epidemic Intelligence Service (EIS/CDC/Atlanta, EUA)

• Investigação de surtos e emergências em saúde pública

• EpiSUS • Início do programa: ano 2000 • 114 egressos (11 turmas) + 12 profissionais em treinamento • 2000 – 2015: 280 investigações epidemiológicas

• > 150 municípios

Sobre o EpiSUS

Vírus Zika: colaboração do EpiSUS nas investigações epidemiológicas Colaboração do EpiSUS

Investigações realizadas • 03 – febre pelo vírus Zika • 03 – síndromes neurológicas • 10 – microcefalia

Microcefalia - PI,

PE

Teste rápido vírus

Zika - SE

Síndrome

exantemática - MA,

RN e PB

Síndrome de

Guillain-Barré - PE

Manifestações

neurológicas - BAMicrocefalia - PE

Microcefalia - RN,

PB e SE

Microcefalia - CE e

PE

Síndrome de

Guillain-Barré - BA

(caso-controle)

Microcefalia - PB

(caso-controle) e

SE

Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev

2015 2016

Confirmação da circulação autóctone do vírus Zika*

Declaração da emergência em saúde pública**

*Nota Informativa nº 7/2015 – CIEVS/DEVIT/SVS/MS **Nota Informativa nº 1/2015 – COES Microcefalias

Vírus Zika: colaboração do EpiSUS nas investigações epidemiológicas Informações complementares

Febre vírus Zika (N = 3)

Manifestações neurológicos (N = 3)

Microcefalia (N = 10)

Local de estudo

Estudos realizados Descritivos Descritivos e caso-controle

Descritivos e caso-controle

Técnicos envolvidos 7 10 40

Tempo em campo (dias) 103 (X = 31) 102 (X = 34) 224 (X = 20)

Objetivos

Vírus Zika: colaboração do EpiSUS nas investigações epidemiológicas

Apresentar os principais resultados das investigações apoiadas pelo EpiSUS, em relação à

• Febre pelo vírus Zika na Região Nordeste

• Síndrome de Guillain-Barré • Pernambuco e Bahia

• Microcefalia em nascidos vivos

• Pernambuco

Objetivos

Investigação de síndrome exantemática - Rio Grande do Norte, Maranhão e Paraíba, março a maio de 2015

Francieli Fontana Sutile Tardetti Fantinato (EpiSUS/CGVR/DEVIT/SVS/MS)

Vírus Zika: colaboração do EpiSUS nas investigações epidemiológicas

22/Abr

Início da investigação epidemiológica – RN, MA, PB

Mar

Região Nordeste: ↑Notificação de casos “dengue like”

Investigação síndrome exantemática

Out

Rio Grande do Norte: Indivíduos com exantema, prurido e febre baixa*

2014 2015

Antecedentes

* Descartados para sarampo e rubéola

Vírus Zika: colaboração do EpiSUS nas investigações epidemiológicas Investigação síndrome exantemática

Objetivos

• Investigar a ocorrência de casos de síndrome exantemática em estados da Região Nordeste

Vírus Zika: colaboração do EpiSUS nas investigações epidemiológicas Investigação síndrome exantemática

Método Desenho de estudo

• Descritivo

Local e período de estudo

• RN, PB e MA

• 22 de abril a 22 de maio de 2015

Vírus Zika: colaboração do EpiSUS nas investigações epidemiológicas Investigação síndrome exantemática

Método Definição de caso

• Febre baixa (até 37,7ºC) ou ausência de febre E

• Exantema E

• Não se enquadrou nas definições de caso suspeito de

dengue, chikungunya, sarampo e rubéola

Vírus Zika: colaboração do EpiSUS nas investigações epidemiológicas Investigação síndrome exantemática

Método Amostragem aleatória simples

• Frequência esperada = 50%

• Intervalo de confiança = 95%

• Erro amostral = 5%

• Estimativa de perda = 20%

Vírus Zika: colaboração do EpiSUS nas investigações epidemiológicas Investigação síndrome exantemática

Método Coleta de dados

• Questionário semiestruturado

• Prontuário, registros médicos e laboratoriais

• Entrevista domiciliar

Vírus Zika: colaboração do EpiSUS nas investigações epidemiológicas Investigação síndrome exantemática

Resultados Casos investigados Rio Grande

do Norte Maranhão Paraíba

Prontuários revisados 14.712 5.706 7.851

Casos suspeitos 1.010 109 397

Amostra 263 84 193

Perdas 46 (17,4%) 38 (45,2%) 29 (15,2%)

Entrevistas realizadas 217 46 164

Internações

•2/427 (0,4%)

Vírus Zika: colaboração do EpiSUS nas investigações epidemiológicas Investigação síndrome exantemática

Distribuição dos casos suspeitos investigados segundo variáveis demográficas. RN, MA, PB: 2015

Vírus Zika: colaboração do EpiSUS nas investigações epidemiológicas Investigação síndrome exantemática

Distribuição dos casos suspeitos investigados segundo sinais e sintomas. RN, MA, PB: 2015

Vírus Zika: colaboração do EpiSUS nas investigações epidemiológicas Investigação síndrome exantemática

Resultados laboratoriais Dengue

• Natal – 13/22 (59%) IgM reagentes

• João Pessoa – 4/13 (31%) IgM reagentes

Parvovírus B19

• Natal – 8/17 (47%) IgM reagentes

Sarampo e rubéola – todos não reagentes

17/17 - exantema 13/17 - prurido 10/17 - artralgia 00/17 - febre

Vírus Zika: colaboração do EpiSUS nas investigações epidemiológicas

11/Mai

BA: Identificação do vírus Zika por RT-PCR**

22/Abr

Início da investigação epidemiológica – RN, MA, PB

Mar

Região Nordeste: ↑Notificação de casos “dengue like”

Investigação síndrome exantemática

Out

Rio Grande do Norte: Indivíduos com exantema, prurido e febre baixa*

2014 2015

Antecedentes

* Descartados para sarampo e rubéola ** Nota Informativa nº 6/2015 – CIEVS/DEVIT/SVS/MS

Vírus Zika: colaboração do EpiSUS nas investigações epidemiológicas Investigação de vírus Zika – RN, PB, MA

Objetivo

• Confirmar a circulação do vírus Zika no Rio Grande do Norte, Maranhão e Paraíba

Vírus Zika: colaboração do EpiSUS nas investigações epidemiológicas Investigação de vírus Zika – RN, PB, MA

Método Desenho de estudo

• Descritivo

Local e período de estudo

• RN, PB e MA

• 11 de abril a 22 de maio de 2015

Vírus Zika: colaboração do EpiSUS nas investigações epidemiológicas Investigação de vírus Zika – RN, PB, MA

Método Definição de caso suspeito

• Febre baixa (até 37,7ºC) ou ausência de febre E exantema,

acompanhado de:

• Hiperemia conjuntival, artalgia ou edema articular

• E não se enquadrou nas definições de caso suspeito de

dengue, chikungunya, sarampo e rubéola

Vírus Zika: colaboração do EpiSUS nas investigações epidemiológicas Investigação de vírus Zika – RN, PB, MA

Método Componente laboratorial

• Coleta sangue, fezes e secreção orofaringe

• Vírus Zika

• Dengue

• Enterovírus

• Vírus respiratórios

Vírus Zika: colaboração do EpiSUS nas investigações epidemiológicas Investigação de vírus Zika – RN, PB, MA

Método Casuística (capacidade laboratorial)

• RN = 20 suspeitos

• MA = 20 suspeitos

• PB = 20 suspeitos

Vírus Zika: colaboração do EpiSUS nas investigações epidemiológicas Investigação de vírus Zika – RN, PB, MA

Resultados laboratoriais Dengue

• 11/60 (18%) IgM reagentes

Vírus Zika

• 18/60 (30%) RT-PCR detectáveis

• 5/18 IgM reagente para dengue

Sarampo, rubéola e parvovírus B19 – todos não reagentes

Investigação epidemiológica de síndrome de Guillain-Barré (SGB) associada à infecção viral prévia - Pernambuco, 2015

Martha Elizabeth Brasil da Nóbrega (EpiSUS/CGVR/DEVIT/SVS/MS)

Vírus Zika: colaboração do EpiSUS nas investigações epidemiológicas

27/Jul

Início da investigação epidemiológica

23/Jul

SES-PE – Solicita apoio à SVS; FIOCRUZ/PE – detecta vírus Zika no LCR de 4 pacientes com SGB

Jun

Região Nordeste: ↑internações por manifestações neurológicas

Investigação síndrome Guillain-Barré - PE

Mai

Confirmado a circulação do vírus Zika no Brasil*

2015

Antecedentes

* Nota Informativa nº 6/2015 – CIEVS/DEVIT/SVS/MS

Vírus Zika: colaboração do EpiSUS nas investigações epidemiológicas

Objetivo

• Investigar a ocorrência de SGB na Região Metropolitana do Recife (RMR)

Investigação síndrome Guillain-Barré - PE

Vírus Zika: colaboração do EpiSUS nas investigações epidemiológicas

Método Desenho de estudo

• Descritivo Local e período de estudo

• Região Metropolitana do Recife • Janeiro a junho de 2015

Investigação síndrome Guillain-Barré - PE

Vírus Zika: colaboração do EpiSUS nas investigações epidemiológicas

Método Fonte de dados

• Sistema de Informações Hospitalar (SIH-SUS) • Sistema Nacional de Gestão da Assistência Farmacêutica

(Hórus) • CID 10 - G61.0: Síndrome de Guillain-Barré

Investigação síndrome Guillain-Barré - PE

Vírus Zika: colaboração do EpiSUS nas investigações epidemiológicas

Método

Investigação síndrome Guillain-Barré - PE

Definições de caso de SGB

Critérios Classificação Brighton*

Confirmado Fraqueza muscular bilateral e simétrica; hipo ou arreflexia; nadir até 28 dias; dissociação albuminocitológica e/ou estudos eletrofisiológicos compatíveis

I, II, III

Provável Ausência de documentação para preencher os critérios mínimos

IV

Descartado V

* Sejvar e cols, 2011

Vírus Zika: colaboração do EpiSUS nas investigações epidemiológicas

Método

Investigação síndrome Guillain-Barré - PE

SGB e infecção viral prévia

Critérios Classificação Brighton*

Confirmado Isolamento viral ou RT-PCR detectável para dengue, chikungunya ou vírus Zika

I, II, III ou IV

Provável Febre ou exantema até 60 dias antes do quadro neurológico; OU sorologia IgM reagente para dengue ou chikungunya

I, II, III ou IV

Descartado Ausência de infecção prévia; OU isolamento viral ou RT-PCR não detectável; OU confirmado para outro agente, exceto dengue, chikungunya ou Zika

I, II, III ou IV

* Sejvar e cols, 2011

Vírus Zika: colaboração do EpiSUS nas investigações epidemiológicas Investigação síndrome Guillain-Barré - PE

Método Coleta de dados

• Questionário semiestruturado

• Prontuário, registros médicos e laboratoriais

• Entrevista domiciliar

Vírus Zika: colaboração do EpiSUS nas investigações epidemiológicas Investigação síndrome Guillain-Barré - PE

Fluxograma de coleta de dados

Hórus/PE 12 suspeitos

55 prontuários de suspeitos de SGB

35 confirmados de SGB

SIH-SUS/PE 43 suspeitos

9 prováveis de SGB 11 descartados de SGB

44 casos confirmados/prováveis

Incidência: 1,2 casos/100.000 hab.

Vírus Zika: colaboração do EpiSUS nas investigações epidemiológicas Investigação síndrome Guillain-Barré - PE

Fluxograma de coleta de dados

44 casos confirmados/prováveis de SGB

1 confirmado de SGB por zika – RT-PCR no líquor

17 prováveis pelo critério clínico 22 descartados de infecção prévia

4 perdas (9,1%)

18/40 46% de prevalência de infecção

40 casos investigados

Vírus Zika: colaboração do EpiSUS nas investigações epidemiológicas Investigação síndrome Guillain-Barré - PE

Casos de SGB com infecção prévia, segundo sexo, faixa etária e idade, RMR/PE, 2015

Variáveis n % Sexo

Masculino 9 50,0

Faixa etária (anos) 10 a 19 2 11,1

20 a 29 3 16,7

30 a 39 2 11,1

40 a 49 5 27,8

50 a 59 5 27,8

60 a 69 1 5,6 Med. (Mín – Máx)

Idade (anos) 44 (14 - 62)

N = 18

Vírus Zika: colaboração do EpiSUS nas investigações epidemiológicas Investigação síndrome Guillain-Barré - PE

Casos de SGB com infecção prévia, segundo sinais e sintomas anteriores ao quadro neurológico, RMR/PE, 2015

N = 18

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90

Hip conjuntival

Dor retrorbital

Nausea

Edema articular

Lombalgia

Mialgia

Prurido

Cefaleia

Febre

Artralgia

Exantema

%

Sin

ais/

Sin

tom

as

Tempo entre infecção e a

SGB:

Med = 8 (0 – 35) dias

Vírus Zika: colaboração do EpiSUS nas investigações epidemiológicas Investigação síndrome Guillain-Barré - PE

Casos de SGB com infecção prévia, segundo variáveis de assistência à saúde e evolução, RMR/PE, 2015

Variáveis n %

Tratamento específico 14 78,0

Imunoglobulina Intravenosa 14 100,0

Evolução

Melhora clínica 8 44,0

Melhora com sequelas 9 50,0

Óbito 1 6,0

Med. (Mín – Máx)

Tempo de internação (dias) 15 (4 – 90)

N = 18

Casos de Síndrome de Guillain-Barré possivelmente associados a infecções por arbovírus no Brasil:

um estudo de caso-controle (PRELIMINAR) Juliane Maria Alves Siqueira Malta (EpiSUS/CGVR/DEVIT/SVS/MS) Ashley Rene Styczynski (EIS/CDC/OID/NCEZID)

Vírus Zika: colaboração do EpiSUS nas investigações epidemiológicas

18/Jan

Início do estudo caso-controle Apoiado pelo CDC/Atlanta

Ago-Set

Equipe de resposta rápida – EpiSUS, PNCD, SES-BA: Estudo descritivo

Jul

SES-BA: ↑66% internações por manifestações neurológicas

Investigação síndrome Guillain-Barré - BA

Mai

BA: Confirmado a circulação do vírus Zika*

2015 2016

Antecedentes

*Nota Informativa nº 6/2015 – CIEVS/DEVIT/SVS/MS **Manifestações neurológicas – 80% Síndrome de Guillain-Barré

Resultados: 57/138 (41,3%) MN** com infecção prévia • 30 vírus Zika • 13 dengue • 8 chikungunya • 6 inconclusivos

Vírus Zika: colaboração do EpiSUS nas investigações epidemiológicas

Objetivo

• Investigar a associação entre infecção por vírus Zika e a manifestação de Síndrome de Guillain-Barré, durante surto na Bahia em 2015

Investigação síndrome Guillain-Barré - BA

Vírus Zika: colaboração do EpiSUS nas investigações epidemiológicas

Método Desenho de estudo

• Caso-controle (1:3) Local e período do estudo

• Região Metropolitana de Salvador, Feira de Santana e Camaragibe

• Janeiro a agosto de 2015

Investigação síndrome Guillain-Barré - BA

Vírus Zika: colaboração do EpiSUS nas investigações epidemiológicas

Método

Investigação síndrome Guillain-Barré - BA

Definições Critérios Classificação Brighton*

Caso Paciente notificado; > 12 anos; fraqueza muscular bilateral e simétrica; hipo ou arreflexia; nadir até 28 dias; dissociação albuminocitológica ou estudos eletrofisiológicos compatíveis

I, II, III

Controle > 12 anos que não desenvolveu SGB, selecionado aleatoriamente a partir da residência do caso

V

* Sejvar e cols, 2011

Vírus Zika: colaboração do EpiSUS nas investigações epidemiológicas Investigação síndrome Guillain-Barré - BA

Método Coleta de dados

• Questionário semiestruturado

• Prontuário, registros médicos e laboratoriais

• Entrevista domiciliar

Vírus Zika: colaboração do EpiSUS nas investigações epidemiológicas

Método Análise laboratorial

• Coleta de soro (sorologia) e urina (RT-PCR) • Vírus Zika, dengue, chikungunya

• CDC, Fort Collins, Colorado, EUA Aspectos éticos

• Aprovado pelo Comitê Nacional de Ética em Pesquisa (Conep)

Investigação síndrome Guillain-Barré - BA

Vírus Zika: colaboração do EpiSUS nas investigações epidemiológicas

Características demográficas dos casos e controles, Bahia, 2015

Investigação síndrome Guillain-Barré - BA

Características demográficas Casos (N=41) Controles (N=85)

n (%) n (%)

Sexo

Masculino 22 (53,6) 34 (40,0)

Feminino 19 (46,4) 51 (60,0)

Raça

Parda 20 (48,8) 45 (52,9)

Negra 13 (31,7) 29 (34,1)

Branca 5 (12,2) 6 (7,1)

Amarela 1 (2,4) 3 (3,5)

Indígena 1 (2,4) 0 (-)

Idade (anos) Med. (intervalo) Med. (intervalo)

44 (14-78) 49 (14-87)

Vírus Zika: colaboração do EpiSUS nas investigações epidemiológicas

Quadro clínico no período da manifestação neurológica, Bahia, 2015

Investigação síndrome Guillain-Barré - BA

Sinais e sintomas Casos (N=41)

Controles (N=85) OR IC95% Valor p

n (%) n (%) Quadro clínico infecção 34 (82,9) 18 (21,4) 17,8 6,7-49,7 0,01

Exantema 24 (58,5) 7 (8,2) 15,7 5,8-42,4 0,01 Hiperemia conjuntival 11 (26,8) 4 (4,7) 7,4 2,1-25,1 0,01 Náusea/vômito 11 (26,8) 4 (4,7) 7,4 2,1-25,1 0,01 Prurido 17 (41,5) 8 (9,4) 6,8 2,6-17,7 0,01 Cafaleia 23 (56,1) 14 (16,5) 6,4 2,7-15,0 0,01 Mialgia 20 (48,8) 11 (12,9) 6,4 2,6-15,4 0,01 Dor retroorbital 15 (36,6) 7 (8,2) 6,4 2,3-17,4 0,01 Febre 21 (51,2) 13 (15,3) 5,8 2,4-13,6 0,01 Poliartralgia 18 (43,9) 12 (14,1) 4,7 1,9-11,3 0,01 Dor na panturrilha 11 (26,8) 7 (8,2) 4,1 1,4-11,5 0,01 Calafrio 15 (36,6) 11 (12,9) 3,8 1,5-9,5 0,01

Características dos primeiros casos de microcefalia possivelmente relacionados ao vírus Zika notificados na Região Metropolitana do Recife

Alexander Vargas (EpiSUS/CGVR/DEVIT/SVS/MS)

Vírus Zika: colaboração do EpiSUS nas investigações epidemiológicas

26/Out

Início da investigação epidemiológica

Ago-Out

PE: Aumento de nascidos vivos com microcefalia

20/Out

SES-PE: Convite para SVS apoiar na investigação

Microcefalia em nascidos vivos - PE

2015

Antecedentes

*Sífilis, toxoplasmose, outros, rubéola, citomegalovírus

• Imagens radiológicas compatíveis com infecção congênita

• Excluído STORCH* • História de exantema na

gestação

Vírus Zika: colaboração do EpiSUS nas investigações epidemiológicas

Objetivos Geral

• Investigar os casos de microcefalia em nascidos vivos notificados à SES-PE

Específicos • Descrever os casos de microcefalia em nascidos vivos • Descrever o perfil epidemiológico das mães

Microcefalia em nascidos vivos - PE

Vírus Zika: colaboração do EpiSUS nas investigações epidemiológicas

Método Desenho de estudo

• Descritivo Local e período do estudo

• Região Metropolitana do Recife • Agosto a outubro de 2015

Microcefalia em nascidos vivos - PE

Vírus Zika: colaboração do EpiSUS nas investigações epidemiológicas Microcefalia em nascidos vivos - PE

Método Definição de caso suspeito

• Nascido vivo notificado com microcefalia, entre 1º de

agosto e 29 de outubro, cuja mãe seja residente da Região

Metropolitana do Recife

Vírus Zika: colaboração do EpiSUS nas investigações epidemiológicas Microcefalia em nascidos vivos - PE

Método Definição de caso confirmado de microcefalia

• A termo (≥ 37 semanas de gestação)

• Perímetro cefálico (PC) ≤ 33 cm

• Pré-termo (< 37 semanas de gestação)

• PC ≤ 2 desvios-padrão para idade e sexo**

*Fenton, 2003

Vírus Zika: colaboração do EpiSUS nas investigações epidemiológicas Microcefalia em nascidos vivos - PE

Método Coleta de dados

• Questionário semiestruturado

• Prontuário, registros médicos e laboratoriais

• Entrevista domiciliar

Vírus Zika: colaboração do EpiSUS nas investigações epidemiológicas Microcefalia em nascidos vivos - PE

Resultados

60 Casos suspeitos

13 (22%) Perdas

40 (85%) Confirmados

20 (15%) Descartados

47 Investigações

Vírus Zika: colaboração do EpiSUS nas investigações epidemiológicas Microcefalia em nascidos vivos - PE

Caracterização das mães dos casos confirmados de microcefalia (N=40), Região Metropolitana do Recife, agosto a outubro de 2015

Variáveis n %

Raca/cor

Parda 22 55

Escolaridade

Ensino médio 25 63

Estado civil União estável/casada 24 60

Ocupação Do lar 16 40

Mediana Min - max Idade (anos) 25 16 – 41

Renda percapita familiar (R$) 400,00 80,00 – 2.466,00

Vírus Zika: colaboração do EpiSUS nas investigações epidemiológicas Microcefalia em nascidos vivos - PE

Exposições na gestação dos casos confirmados de microcefalia (N=40), Região Metropolitana do Recife, agosto a outubro de 2015

Exposições n %

Consanguinidade/ Mal formações congênitas/ Agrotóxicos / Radiação ionizante

0 -

Uso medicamento contínuo 12 30

Doenças pré-existentes 6 15

Contato com produtos químicos 5 13

Uso de bebida alcoolica 6 15

Tabagismo 5 13

Drogas ilícitas (maconha e/ou crack) 3 8

Presença de exantema 27 68

1° trimestre 20 71

2° trimestre 7 25

Vírus Zika: colaboração do EpiSUS nas investigações epidemiológicas Microcefalia em nascidos vivos - PE

Sinais e sintomas que acompanharam o exantema na gestação (N=27), Região Metropolitana do Recife, agosto a outubro de 2015

0% 5% 10% 15% 20% 25% 30% 35% 40% 45%

Vômitos

Dor retrorbital

Coriza

Tosse

Linfoadenopatia

Outros

Febre

Artralgia

Mialgia

Cefaleia

Prurido

Frequência

Sin

ais

e s

into

ma

s

1° Trimestre (N=20) 2° Trimestre (N=7)

Vírus Zika: colaboração do EpiSUS nas investigações epidemiológicas Microcefalia em nascidos vivos - PE

Características dos casos confirmados de microcefalia (N=40), Região Metropolitana do Recife, agosto a outubro de 2015

Variáveis n %

Tipo parto

Normal 27 67

Idade gestacional

A termo 31 78

Sexo

Feminino 19 48

Masculino 20 50

Indeterminado 1 2

Outras mal formações

Sim (cardíacas, osteomusculares, genitália) 6 15

Óbito 1 3

Vírus Zika: colaboração do EpiSUS nas investigações epidemiológicas Microcefalia em nascidos vivos - PE

Características dos casos confirmados de microcefalia (N=40) segundo medidas antropométricas, RMR, ago a out de 2015

Vírus Zika: colaboração do EpiSUS nas investigações epidemiológicas Microcefalia em nascidos vivos - PE

Características dos casos confirmados de microcefalia (N=40) segundo exame de imagem, RMR, ago a out de 2015

Exames de imagem USGTF1 (n=18) TC2 (n=11) RNM3 (n=4)

n % n % n %

Calcificações 11 61 11 100 2 50

Ventriculomegalia 4 22 4 36 2 50

Lisencefalia 4 22 4 36 1 25

Paquigiria - - - - 3 75

Atrofia cerebral 1 6 3 27 2 50

Outros 7 39 6 54 3 75

1 Ultrassomtranfontanela; 2 Tomografia computadorizada; 3 Ressonancia magnética

• 25/40 Realizaram pelo menos um exame de imagem • 21/25 (84%) com calcificação, ventriculomegalia ou lisencefalia

Vírus Zika: colaboração do EpiSUS nas investigações epidemiológicas Microcefalia em nascidos vivos - PE

Características dos casos confirmados de microcefalia (N=40) segundo exames STORCH, RMR, ago a out de 2015

Resultados

Agentes etiológicos

CMV (N=19)

Herpes (N=10)

Toxo (N=16)

Rubéola (N=17)

Sífilis (N=16)

Sorologia IgM

Reagente 1 1 0 0 -

Não reagente 18 9 15 17 -

Inconclusivo 0 0 1 0 -

VDRL

Reagente - - - - 3

Não reagente - - - - 12

Inconclusivo - - - - 1

Conclusões

Vírus Zika: colaboração do EpiSUS nas investigações epidemiológicas

EpiSUS com suas investigações reforçou

• Confirmação da circulação do vírus Zika na Região Nordeste • Febre pelo vírus Zika – leve e autolimitada

• Relação do vírus Zika com manifestações neurológicas • Casos de SGB associados com quadro de febre pelo vírus Zika

• Relação do vírus Zika com microcefalia em nascidos vivos • Antecedente de quadro de febre pelo vírus Zika na gestação e padrão

de infecção congênita

Conclusões

Agradecimentos

Vírus Zika: colaboração do EpiSUS nas investigações epidemiológicas

• Secretarias de Saúde de Estados e Municípios envolvidos

• 12º turma do EpiSUS/CGVR/SVS/MS

• Programa Nacional de Controle da Dengue – PNCD/SVS/MS

• Coordenação Geral de Vigilância e Resposta às Emergências em Saúde Pública – CGVR/SVS/MS

• Secretaria de Vigilância em Saúde – SVS/MS

Agradecimentos

www.saude.gov.br/svs Disque Saúde - 136

Disque Notifica

0800-644-6645

[email protected]

www.saude.gov.br/combateaedes

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Vírus Zika: colaboração do EpiSUS nas investigações epidemiológicas Investigação síndrome exantemática

Distribuição dos casos suspeitos investigados segundo características do exantema. RN, MA, PB: 2015

Tipo do exantema

• 412/427 (97%) maculopapular

Vírus Zika: colaboração do EpiSUS nas investigações epidemiológicas Investigação síndrome Guillain-Barré - PE

Distribuição dos casos de dengue/zika e internações por SGB segundo mês e ano de ocorrência, Pernambuco, 2010 a 2015

Fonte: Dengue/zika – Sinan Net e Sinan online e SGB - SIH/SUS, SES/PE, em 29/07/2015. Dados sujeitos a atualização

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Dengue/Zika SGB

↑ 6 vezes

Vírus Zika: colaboração do EpiSUS nas investigações epidemiológicas Investigação síndrome Guillain-Barré - PE

Incidência de Síndrome de Guillain-Barré por 100.000 hab, Região Metropolitana do Recife, janeiro a agosto de 2016

Vírus Zika: colaboração do EpiSUS nas investigações epidemiológicas Investigação síndrome Guillain-Barré - PE

Casos de SGB com e sem infecção prévia, segundo semana epidemiológica de início dos sintomas neurológicos, RMR/PE, 2015

N = 44

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2014 2015

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Semana epidemiológica

SGB c/ indício de infecção por DCZ SGB s/ indício de infecção por DCZ

Vírus Zika: colaboração do EpiSUS nas investigações epidemiológicas

22/05

Início sintomas neurológicos

Investigação síndrome Guillain-Barré - PE

Relato do caso confirmado

Tempo de

internação - 10 dias

Tempo entre infecção

e SGB - 19 dias

Tempo entre infecção e

coleta de LCR - 23 dias

Tempo entre SGB e

coleta de LCR - 4 dias

RT-PCR vírus Zika detectável (Fiocruz/PE)

03/05 - Início sintomas:

Febre, exantema,

mialgia, prurido, artralgia, fotofobia

26/05 – Internação:

Deficiência motora, fraqueza muscular,

parestesia, paresia, comprometimento

sensitivo bilateral da face, característica

ascendente.

Coleta de LCR e início de IgIV

05/06 - Alta por cura

Dias

Vírus Zika: colaboração do EpiSUS nas investigações epidemiológicas Microcefalia em nascidos vivos - PE

Casos confirmados de microcefalia (N=40), por município de residência da mãe, Região Metropolitana do Recife, agosto a outubro de 2015

Vírus Zika: colaboração do EpiSUS nas investigações epidemiológicas Microcefalia em nascidos vivos - PE

Mês do quadro de exantema na gestação (N=25a), Região Metropolitana do Recife, agosto a outubro de 2015

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Mês de ocorrência

1º Trimestre (N = 19) 2º Trimestre (N = 6)

*Duas mães não souberam especificar o mês de início dos sintomas

Vírus Zika: colaboração do EpiSUS nas investigações epidemiológicas Microcefalia em nascidos vivos - PE

Características dos casos confirmados de microcefalia (N=40) segundo Apgar, RMR, ago a out de 2015