40
o essencial que Precisa saber |38 A homologação de produtos farmacêuticos, o fortalecimento do aprovisionamento integrado, a isenção de direitos aduaneiros, a par do controlo dos preços, são algumas das medidas previstas na política nacional farmacêutica em implementação. |10 e 12 Saúde Jornal Ano 4 - Nº 39 Maio 2013 - Mensal Director Editorial: Rui Moreira de Sá Directora-adjunta: Maria Odete Pinheiro Preço:150 KZ da A saúde nas suas mãos A MaiorRiqueza é a Saúde MINISTÉRIO DA SAÚDE GOVERNO DA REPÚBLICA DE ANGOLA A falta e a rotatividade de recursos humanos capacitados são o maior obstáculo para a expansão dos ser- viços. Prevalência em Angola está estável, mas deve aumentar na população dos 25 a 49 anos. As 2as Jornadas Científicas do VIH/Sida decorrem de 27 a 31 de Maio, em Luanda. |14 Doentes oncológicos angolanos em tratamento no exterior sofrem con- sequências psicológicas graves por falta de suporte social. Conclusões da tese de doutoramento do profes- sor Augusto Cassul, em entrevista ao Jornal da Saúde. |4 ViH/sida faltaM recursos HuManos Por falta de suPorte social doentes oncolóGicos no exterior sofreM Mais As doenças crónicas não constituem hoje um estigma exclusivo dos paí- ses de rendimento mais alto. Cerca de 80% dos 35 milhões de mortes que causam ocorreram em países de rendimento médio e baixo. Mas podem ser evitadas, através de intervenções de prevenção. |22 e 24 doenças crónicas auMentaM X Congresso da associação de Farmacêuticos dos Países de língua Portuguesa abre a 30 de maio, em luanda |10 e 12 Gorduras saturadas: os 10 alimentos que estão na lista negra Medicamentos com qualidade mais acessíveis à população www.jornaldasaude.org Angola

da Maio 2013 Director Editorial: Rui Moreira de Sá Angola ... · Ano 4 - Nº 39 Maio 2013 - Mensal Director Editorial: Rui Moreira de Sá Directora-adjunta: Maria Odete Pinheiro

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Page 1: da Maio 2013 Director Editorial: Rui Moreira de Sá Angola ... · Ano 4 - Nº 39 Maio 2013 - Mensal Director Editorial: Rui Moreira de Sá Directora-adjunta: Maria Odete Pinheiro

o essencial quePrecisa saber |38

A homologação de produtos farmacêuticos, o fortalecimento do aprovisionamento integrado, a isenção dedireitos aduaneiros, a par do controlo dos preços, são algumas das medidas previstas na política nacionalfarmacêutica em implementação. |10 e 12

SaúdeJornalAno 4 - Nº 39 Maio 2013 - Mensal Director Editorial: Rui Moreira de Sá

Directora-adjunta: Maria Odete Pinheiro Preço:150 KZ

da

A saúde nas suas mãos

A MaiorRiqueza é a Saúde

MINISTÉRIO DA SAÚDEGOVERNO DA REPÚBLICA DE ANGOLA

A falta e a rotatividade de recursos

humanos capacitados são o maior

obstáculo para a expansão dos ser-

viços. Prevalência em Angola está

estável, mas deve aumentar na

população dos 25 a 49 anos. As 2as

Jornadas Científicas do VIH/Sida

decorrem de 27 a 31 de Maio, em

Luanda. |14

Doentes oncológicos angolanos em

tratamento no exterior sofrem con-

sequências psicológicas graves por

falta de suporte social. Conclusões

da tese de doutoramento do profes-

sor Augusto Cassul, em entrevista

ao Jornal da Saúde. |4

ViH/sidafaltaM recursosHuManos

Por falta de suPorte socialdoentes oncolóGicos no exterior sofreM Mais

As doenças crónicas não constituem

hoje um estigma exclusivo dos paí-

ses de rendimento mais alto. Cerca

de 80% dos 35 milhões de mortes

que causam ocorreram em países de

rendimento médio e baixo. Mas

podem ser evitadas, através de

intervenções de prevenção. |22 e 24

doenças crónicas auMentaM

X Congresso da associação de Farmacêuticos dos Paísesde língua Portuguesa abre a 30 de maio, em luanda |10 e 12

Gorduras saturadas: os 10 alimentos que estão na lista negra

Medicamentos com qualidademais acessíveis à população

www.jornaldasaude.org

Angola

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2ll ediToRiaL

O QUE PROMETEMOS AO LEITOR

Conselho editorial: Prof. Dr. Miguel Bettencourt Mateus, decano daFaculdade de Medicina a UAN (coordenador), Dra. Adelaide Car-valho, Prof. Dra. Arlete Borges, Dr. Carlos (Kaka) Alberto, Enf. Lic. Con-ceição Martins, Dra. Filomena Wilson, Dra. Helga Freitas, Dra. Isa-bel Massocolo, Dra. Isilda Neves, Dr. Joaquim Van-Dúnem, Dra. Jo-seth de Sousa, Prof. Dr. Josinando Teófilo, Prof. Dra. Maria Manuelade Jesus Mendes, Dr. Miguel Gaspar, Dr. Paulo Campos.Director Editorial: Rui Moreira de Sá [email protected]; Directora-adjunta: Maria Odete Manso Pinheiro [email protected];

Redacção: Andreia Pereira; Esmeralda Miza; Luís Óscar; Maria Ri-beiro; Patrícia Van-Dúnem.Correspondente provincial: Elsa Inakulo(Huambo) Publicidade: Maria Odete Pinheiro Tel.: 935 432415 [email protected] Revisão:Marta Olias;Fotografia: António Paulo Manuel (Paulo dos Anjos). Editor: Marke-ting For You, Lda - Rua Dr. Alves da Cunha, nº 3, 1º andar - Ingom-bota, Luanda, Angola, Tel.: +(244) 935 432 415 / 914 780 462, [email protected]. Conservatória Registo Comercial deLuanda nº 872-10/100505, NIF 5417089028, Registo no Ministé-rio da Comunicação Social nº 141/A/2011, Folha nº 143.

Delegação em Portugal: Beloura Office Park, Edif.4 - 1.2 - 2710-693Sintra - Portugal, Tel.: + (351) 219 247 670 Fax: + (351) 219 247679E-mail: [email protected] Geral: Eduardo Luís Morais Salvação BarretoPeriodicidade: mensal Design e maquetagem:Fernando Almeida; Impressão e acabamento:Damer Gráficas, SATransportes: Francisco Carlos de Andrade (Loy) Distribuição e assinaturas: AfricanaTiragem: 20 000 exemplares. Audiência estimada: 100 mil leitores.

l FICHA TÉCNICA Parceria:

O Jornal da Saúde chega gratuitamente às suas mãos gra-ças ao apoio das seguintes empresas e entidades social-

mente responsáveis que contribuem para o bem-estar dosangolanos e o desenvolvimento sustentável do país.

l empresas socialmente

responsáveis

A saúde é um estado de completo bem-estar físico,

mental e social, e não simplesmente a ausência de doen-

ça ou enfermidade. Trata-se de um direito humano fun-

damental. A conquista de um elevado nível de saúde é

a mais importante meta social.

A promoção da saúde pressupõe o desenvolvimento

pessoal e social, através da melhoria da informação,

educação e reforço das competências que habilitem pa-

ra uma vida saudável. Deste modo, o leitor fica mais ha-

bilitado a controlar a sua saúde, o ambiente, e fazer op-

ções conducentes à sua saúde.

Prometemos contribuir para:

– Melhorar e prolongar a vida do leitor, através da edu-

cação, informação e prevenção da saúde;

– Contribuir para se atingirem os objectivos e metas da

política nacional de saúde e os Objectivos do Milénio,

através da obtenção de ganhos em saúde nas diferentes

fases do ciclo de vida, reduzindo o peso da doença;

– Constituir um referencial de formação e um reposi-

tório de informação essencial para os profissionais de

saúde.

Queremos estreitar a relação consigo, incentivando a

sua participação em várias secções do Jornal da Saúde.

Envie-nos os seus textos, comentários e sugestões.

E-mail [email protected]

SMS 932 302 822 / 914 780 462

As edições anteriores do Jornal da Saúde podem ser li-

das em: www.ordemmedicosangola.org/

SecretariadO e inScriçõeS: rua Vereador Ferreira da cruz, 64, Miramar, Luandatel.: +244 931 298 484 / 923 276 837 / 932 302 822 e-mail:[email protected] | www.indeg.iscte.pt

2 Módulo - Gestão de Operações e Logística na Saúde 17 a 21 de Junho de 2013

Receba todos os meses no seu e-mail o Jornal da Saúde em pdf. Envie pedido para: [email protected]

Uma das bases de qualquer sistema de saú-de são os medicamentos. Como não setratam de produtos de consumo ordinário,

a sua compra, armazenagem e distribuição re-querem condições especiais para garantir a pre-servação das suas propriedades terapêuticas.

Também as farmácias comunitárias, ou de ofi-cina, que servem a população em geral, devemtransformar-se em unidades de prestação de ser-viços de saúde, modernas, com profissionais de-vidamente formados para um aconselhamentotécnico rigoroso ao público e uma gestão quepermita a integração entre clientes e fornecedo-res.

A realização em Luanda do X CongressoMundial dos Farmacêuticos de Língua Portugue-sa, que destacamos nesta edição, veio assim naaltura certa. O evento, para além do aprendiza-do e troca de experiências, vem enfatizar o papelfundamental dos profissionais de farmácia no sis-tema de saúde, traduzir o seu papel humano e deutilidade pública, ao mesmo tempo que contribuipara afirmar a qualidade do medicamento emAngola e o acesso a quem deles necessita.

Neste número antecipamos ainda as 2as Jor-nadas Científicas do VIH/Sida que terão lugar nofinal do mês, revelando os últimos dados sobre aprevalência da doença por províncias e faixasetárias da população.

Também pode ficar a saber o que nos esperanos próximos anos com a progressão galopantedas doenças crónicas em África e o que pode fa-zer para preveni-las.

Por fim, uma nota de destaque ao doutora-mento de um médico angolano na área da psi-cologia da saúde que investigou as consequên-cias psicológicas nos angolanos com patologiaoncológica em tratamento no exterior do país.

Rui MoReiRa de SáDirector [email protected]

Medicamentos e farmácias

Page 3: da Maio 2013 Director Editorial: Rui Moreira de Sá Angola ... · Ano 4 - Nº 39 Maio 2013 - Mensal Director Editorial: Rui Moreira de Sá Directora-adjunta: Maria Odete Pinheiro

O ministro da Saúde pediu adirectores e técnicos de far-mácia que tenham um aten-dimento de qualidade e seempenhem na qualidadedos produtos que fornecempara o bem-estar dos ango-lanos.

José Van-Dúnem, que fa-lava na abertura de um en-contro este mês, em Luanda,sobre o funcionamento dasunidades privadas e retalhis-tas de medicamentos de

Luanda, salientou a impor-tância das farmácias partici-parem activamente nas acti-vidades realizadas pelo Mi-nistério destinadas à melho-ria de saúde dos angolanos.

O ministro também in-centivou os farmacêuticos acolaborarem no combate àcontrafacção de medica-mentos: “A contrafacção demedicamentos é um proble-ma mundial e Angola nãopode pensar que atingiu o

nível desejado”. “Devemos trabalhar em

colaboração para o fenó-meno deixar de ser umarealidade no nosso país”,disse. José Van-Dúnem afir-mou que é igualmente im-portante que se deixe decomprar medicamentos emlocais impróprios e que oMinistério da Saúde está en-volvido com vários parcei-ros no combate à contrafac-ção.

A violência sexual e a violência praticada peloparceiro íntimo afectam uma grande parte da po-pulação. O dano que causam pode durar uma vi-da inteira e abrange gerações, com efeitos adver-sos sérios na saúde, na educação e no trabalho. Aprevenção primária desse tipo de violência salva-rá vidas e dinheiro – investimentos realizados ago-ra, para acabar com a violência sexual e a prati-cada pelo parceiro íntimo antes que ocorram,protegerá o bem-estar físico, mental, económicoe o desenvolvimento de indivíduos, famílias, co-munidades e sociedades.A versão em português do estudo da OMS sobre aPrevenção da Violência contra a Mulher, traduzidopor iniciativa da Organização Pan-Americana daSaúde (OPAS), está agora disponível.A obra objectiva providenciar informações sufi-cientes aos formuladores de políticas e planeado-res para desenvolverem programas de prevenção,orientados por dados e baseados em evidências.

ll 3Maio 2013 lJSAll actualidade

Sob o lema “Juntos em Defesa da Saúde”, decor-reu a 27 de Maio, na ilha de São Tomé (São Tomée Príncipe), o Simpósio Satélite ao X CongressoMundial de Farmacêuticos de Língua Portuguesa,com a presença de mais de 120 participantes.Organizado pela Associação dos Farmacêuticosdos Países de Língua Portuguesa (AFPLP), em con-junto com os farmacêuticos de São Tomé e Prínci-pe, este foi o primeiro Simpósio Satélite a um Con-gresso desta Associação, cuja 10.ª edição se rea-liza em Luanda, nos próximos dias 29 a 31 deMaio, assinalando 20 anos de cooperação dosfarmacêuticos através desta Associação.O Simpósio foi composto por intervenções quepromoveram o conhecimento e potenciaram aactividade farmacêutica, a farmácia e a saúde,através do debate e intercâmbio de experiências.Estiveram presentes representantes dos Governose Embaixadas dos países lusófonos e organiza-

ções nacionais e internacionais.A mesa da sessão solene de abertura contou coma presença do Director Nacional dos Medica-mentos e Equipamentos de Angola, BoaventuraMoura, em representação do Presidente da AFPLP,Daniel António, da responsável pelo departa-mento farmacêutico do Ministério da Saúde deSão Tomé e Príncipe, Neurice Ramos, da farma-cêutica santomense Vânia Castro e do Bastoná-rio da Ordem dos Farmacêuticos de Portugal,Carlos Maurício BarbosaEntre outros temas debatidos, destaque para a si-tuação da farmácia e do medicamento em SãoTomé e Príncipe, o modelo de qualificação e for-mação farmacêutica no Brasil, a regulamentaçãocomo um meio para o desenvolvimento sustenta-do da farmácia e do medicamento e as perspec-tivas do circuito do medicamento e dos resultadosem saúde.

Mais de 19 mil cidadãos da província do Kwanza Norte foramtestados durante o mês de Maio contra a tripanossomíase(doença do sono), no quadro de uma campanha alargada detestagem voluntária contra a enfermidade, promovido peloInstituto Nacional de Combate e Controlo da Tripanossomía-se (ICCT).Os dados foram avançados pelo responsável do departa-mento provincial do ICCT, Francisco António Manuel, quandoapresentava o balanço dos primeiros 15 dias da campanha,

esclarecendo que os testes resultaram na identificação de 41casos suspeitos, com três positivos.Francisco Manuel esclareceu, por outro lado, que dos trêsdoentes confirmados como portadores da doença, dois já es-tão a receber assistência médica a nível dos serviços provin-ciais do ICCT.Informou que a campanha decorre nos dez municípios daprovíncia, numa acção que está a ser implementada com oauxílio de 20 laboratórios móveis equipados com materiais

para a testagem da doença, armadilhas para a captura damosca tsé-tsé (vector da doença) e equipamentos de fumiga-ção visando a luta anti-vectorial.De acordo com o médico, durante a campanha foram igual-mente identificados seis cidadãos com diagnóstico de filaria emalária e que já estão a beneficiar do devido tratamento.O responsável sublinhou que a campanha que conta com oapoio do governo do Kwanza Norte tem uma duração de 30dias e vai abranger todas as localidades da província.

KwAnzA nOrte testagem da doença do sono

Farmacêuticos lusófonos promovem a profissão e a farmácia em São Tomé e Príncipe

Ministro da Saúde pede a farmacêuticos empenho na qualidade do atendimento

Prevenção da violência contra a mulher

A não perder

A saúde, higiene e segurança num FPSOAs técnicas e procedimentos para assegurar asaúde, a higiene e a segurança dos trabalha-dores a bordo do FPSO PSVM – um navio deprodução, armazenamento e descarga de pe-tróleo situado no bloco 31 do offshore ango-lano – são uma das vertentes que pode obser-var na Exposição que decorre de 10 a 16 deJunho no Museu de História Natu-ral, em Luanda.Nas diversas áreas exposi-cionais, enriquecidascom vídeos e outros su-portes audiovisuais,pode ainda ficar a co-nhecer a história dopetróleo, a tecnolo-gia utilizada na des-coberta, perfura-ção, protecção doambiente e, ainda,os projectos de res-ponsabilidade social,nomeadamente no am-biente, educação e saúdedas comunidades, apoiados com receitas daexploração e exportação do precioso líquido.A organização é da BP Angola. Entrada gra-tuita. Para toda a família. A não perder.

Page 4: da Maio 2013 Director Editorial: Rui Moreira de Sá Angola ... · Ano 4 - Nº 39 Maio 2013 - Mensal Director Editorial: Rui Moreira de Sá Directora-adjunta: Maria Odete Pinheiro

4ll PSICOLOGIA DA SAÚDE Maio 2013 lJSA

- Em que consiste a psicolo-gia da saúde?-A Psicologia da Saúde é umcampo das Neurociências quese ocupa do comportamentohumano relacionado com asaúde, a doença e a prestaçãodos cuidados de saúde. Maisespecificamente, a psicologiada saúde é o conjunto de con-tribuições científicas e profis-sionais da psicologia em rela-ção à promoção e à manuten-ção da saúde, tratamento e rea-bilitação da doença, assim co-mo à análise e melhoria do sis-tema de cuidados de saúde, edas políticas de saúde.- Qual foi o objecto da inves-tigação que realizou?- A investigação realizadaorientou-se por objectivos ge-rais e específicos, dos quais sedestacam: • O alargar das linhas de cola-boração e comunicação cien-tífica com outros países, no-meadamente Portugal, na áreada Psicologia da Saúde, cam-po de investigação que come-ça agora a dar os primeiros pa-ços em Angola;• Lançar alicerces para a proli-feração de projectos de inves-tigação, no interface entre amedicina e a psicologia, emAngola e, em especial, contri-buir para o desenvolvimentoda psicologia da saúde em An-gola;• Contribuir para o desenvolvi-mento do conhecimento naárea da psico-oncologia emAngola;• Perceber o impacto psicoló-gico da doença oncológica nospacientes angolanos tratadosem Portugal;

• Perceber os processos deadaptação da doença oncoló-gica por parte desses pacien-tes;• Avaliar possíveis influênciasde algumas variáveis psico-so-ciais no desenvolvimento dadoença oncológica, e nos pro-cessos de adaptação à doença,em pacientes oncológicos an-golanos tratados em Portugal.- Qual a metodologia utiliza-da? - A metodologia seleccionadafoi a de um estudo empíricotransversal e comparativo emque se compararam duas po-pulações de residentes angola-nos em Portugal: uma (grupooncológico) constituída porpacientes oncológicos cuja es-tadia em Portugal se devia àrealização de tratamentos mé-dicos e a outra (grupo de con-trolo) constituída por umaamostra de sujeitos angolanosque se encontravam a residirem Portugal, por motivos nãorelacionados com as suas con-dições de saúde.- Quais foram as principaisconclusões a que chegou?- A principais conclusões indi-cam que:• Os pacientes oncológicos danossa amostra, estavam na suamaioria insatisfeitos com a suaaparência física, contrastandocom os sujeitos do grupo decontrole, o que quer dizer quea doença oncológica, paraalém de outras consequênciasnefastas, afecta significativa-mente desses pacientes, indu-zindo a consequências psico-lógicas graves.• Os pacientes oncológicosapresentam níveis significati-

vamente superiores da dimen-são de neuroticíssimo (ansie-dade, perseguismo, esperança)contrastando com o grupo decontrole que apresenta níveissuperiores da dimensão da ex-troversão, o que significa so-cialização e de se exprimiremno contexto social.• Os estilos de vida dos pacien-tes oncológicos são menossaudáveis em relação aos hábi-tos alimentares e têm maiorconsumo de rituais religiosos.Apresentam ainda alteraçõesdo sono e diminuição da ener-gia e das actividades físicasdiárias como reflexo penali-zante da sua doença oncológi-ca, o que não se verifica nogrupo de controle.• Colocados perante um enor-me desafio com elevado po-tencial gerador de stress, os pa-cientes oncológicos mobili-zam todos os recursos e estra-tégias de coping* para faze-rem face a esta situação stres-sante (cancro).• O suporte social tem enormeimpacto na forma de vivenciara doença oncológica, sendoum factor importante que podeinfluenciar o bem-estar psico-lógico e emocional dos doen-tes com patologia oncológica.Nesse contexto, os nossos re-sultados sugerem que os pa-cientes oncológicos angolanosque se encontrem a fazer trata-mento em Portugal sentem-semuito menos satisfeitos com oseu Suporte Social Percebido,referindo também uma insatis-fação com as relações de inti-midade e com as actividadessociais, do que os seus paresdo grupo de controle.

- As conclusões da investiga-ção têm aplicações práticasem Angola, tendo em consi-deração a nossa cultura?- Toda a investigação realiza-da, e as consequentes conclu-sões, são prementes para o de-senvolvimento de trabalhos deinvestigação nestas e noutrasáreas científicas afins, tais co-mo a psico-oncologia e a psi-co-neuroimunologia. Têmuma influência muito impor-tante na área clínica, quer doponto de vista de diagnóstico etratamento, não só biológico,mas, também, da mente.

O impacto psicológiconum doente com patologiacrónica como o cancro e outrasdoenças afecta, não só o doen-

te, mas também seus familia-res e a sociedade em que vive.Assim, toda a actividade clíni-ca e de tratamento não devesomente restringir-se à sim-ples medicação de fármacos,que parcialmente podem redi-mir a doença em si, mas não natotalidade, sendo que há umacomponente psicológica /mental de extrema importân-cia, no conjunto da actividademédica clínica, que não é devi-damente tratada, condicionan-do o retardamento da cura,com eventuais complicaçõesda própria doença, com avul-tados custos económicos parao país.

Outra componente impor-tante desta investigação, é aidentificação da necessidadede formação de quadros técni-cos, especializados, nomeada-mente ao nível de mestrados /doutoramentos nesta impor-tante área do conhecimento.Que quanto julgamos saber,ainda não existem em Angola.

O último aspecto apontado,pela sua dimensão transversal,será o de impulsionar projec-tos de investigação e de inte-racção entre centros universi-tários internacionais, promo-vendo a criação de uma disci-plina de psicologia da saúde,enquadrada nas neurociências,nas universidades angolanas.

NOTA DA REDACÇÃO

*Estratégias de coping são esforçoscognitivos e comportamentais para li-dar com situações de dano, de ameaçaou de desafio quando não está dispo-nível uma rotina ou uma resposta au-tomática. Apenas esforços conscientese intencionais são considerados estra-tégias de coping.

Rui MoReiRA de Sá

n Para a sua tese de douto-ramento na área da psicolo-gia da saúde, defendida es-te mês numa universidadeportuguesa, o médico ango-lano Augusto Cassul inves-tigou um grupo de doentesoncológicos angolanos emtratamento em Portugal ecomparou os resultadoscom os de outro grupo, tam-bém aí residente, mas pormotivos não relacionadoscom a saúde. As conclu-sões a que chegou – que re-vela nesta entrevista exclu-siva ao Jornal da Saúde –mereceram do júri a nota de20 valores (Muito Bom comdistinção).

“O suportesocial temenorme impactona forma devivenciar adoençaoncológica,sendo um factorimportante quepode influenciaro bem-estarpsicológico eemocional dosdoentes compatologiaoncológica”

CONCLUSõES DA tESE DE DOUtOrAMENtO DO MÉDICO AUgUStO CASSUL

Quem é o

Professor

Doutor Augusto

Cassul

Augusto Cassul nasceu emAngola em 7 de Fevereiro de1959.— Licenciado em Medicinapela Faculdade de MedicinaAgostinho Neto, — Equivalência de Licencia-tura em Medicina pela Facul-dade de Medicina da Universi-dade do Porto, Portugal,— Especialista em Otorrinola-ringologia pela Faculdade deMedicina da Universidade deLisboa, Portugal.— Pós-graduado em Neuro-ciências, pela Universidade deSalamanca, Espanha.— Mestre em Educação Mé-dica, pela Universidade Católi-ca Portuguesa.— Professor Doutor em Psi-cologia da Saúde pela Univer-sidade do Algarve, Portugal Desenvolve actividade clíni-ca, enquanto otorrinolaringo-logista, no serviço de otorri-nolaringologia do CentroHospitalar Lisboa Norte, Hos-pital de Santa Maria em Lis-boa. É investigador do Centrode Investigação Científica deOtorrinolaringologia, da Clíni-ca Universitária de Otorrinola-ringologia do Centro Acadé-mico de Medicina de Lisboa,e Docente Universitário Con-vidado da Faculdade de Me-dicina da Universidade deLisboa, da unidade curricularde otorrinolaringologia.É médico da Embaixada deAngola em Portugal. Partici-pa em diversos encontros econgressos nacionais e in-ternacionais, da sua área deespecialidade – otorrinolarin-gologia.Já publicou alguns trabalhoscientíficos em revistas interna-cionais da área da saúde, eapresentou várias comunica-ções no quadro das suas acti-vidades académicas.Membro da Academia Ameri-cana de Otorrinolaringologia,da Sociedade Pan-Africana deOtorrinolaringologia, da So-ciedade Francesa de Otorrino-laringologia, da SociedadeBrasileira de Otorrino, da So-ciedade Ibérica de Otorrinola-ringologia, da Sociedade Por-tuguesa de Otorrinolaringolo-gia, da Sociedade Portuguesade Otoneurologia, da Socie-dade Internacional de Otorri-nolaringologia Pediátrica e daSociedade Francesa de Otor-rinolaringologia Pediátrica.

Doentes oncológicos angolanos em tratamento no exterior sofremconsequências psicológicas graves por falta de suporte social

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publicidade ll 5Maio 2013 l JSA

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6ll CONGRESSO AFPLP Maio 2013 lJSA

Medica-mentosessenciaispara com-bate às

grandes endemias e antire-trovirais “constituem umadas prioridades, à semelhan-ça aliás das experiências emMoçambique e na África doSul, pese embora os empre-sários saberem o que o mer-cado necessita”, disse.

Congresso dos

farmacêuticos lusófonos

Em vésperas da realizaçãodo X Congresso da Associaçãode Farmacêuticos dos Paísesde Língua Portuguesa(AFPLP) que tem lugar estemês em Luanda, Daniel Antó-nio considera que para os pro-fissionais angolanos o eventoconstitui “uma grande oportu-nidade, em particular para anova geração que vai poder in-teragir com colegas lusófonos,o que, para além do aprendiza-do mútuo, contribui para o seuorgulho no exercício da profis-são”. O último Congresso rea-lizado em Angola foi em 2006.

Para este responsável, oCongresso enfatiza o papelfundamental dos profissionaisde farmácia no sistema de saú-de, traduz o seu papel humanoe de utilidade pública, ao mes-mo tempo que contribui paraafirmar a qualidade do medica-

mento em Angola e o acesso aquem deles necessita.

Qualidade

do medicamento

“Qualidade do medicamen-to é um termos que não nego-ciamos. Os medicamentos ousão bons ou não são. E, quandonão se conhecem, as conse-quências são graves para a saú-de pública”. Daí “a necessida-de de reforçarmos o profissio-nalismo, aliado à componenteético-deontológica dos técni-cos em todo o circuito do me-dicamento”.

“O país dispõe de uma polí-tica farmacêutica e já actuali-zámos o regulamento para oexercício da profissão. Faltamapenas alguns alinhamentos eajustes institucionais”, afir-mou.

Segundo Daniel António“com o lançamento no merca-do de mais profissionais farma-cêuticos e licenciados em far-mácia temos a oportunidade degarantir que num futuro breveo medicamento em Angola cir-cule com qualidade e seguran-ça”, garantiu.

Tendências

das farmácias

Sobre o papel das farmáciasno futuro, o presidente daAFPLP sustentou que “a far-mácia deve ser, em primeirolugar, uma unidade de presta-

ção de serviço de saúde, de uti-lidade pública, e não apenasuma loja de venda de medica-mentos. A autoridade regula-dora tem feito um grande es-forço nesse sentido”.

O papel da AFPLP

A actividade da AFPLP temvindo a alicerçar-se em quatropilares fundamentais: o envol-vimento do farmacêutico nosistema de saúde, enquantoprofissional de saúde determi-nante para o seu desenvolvi-mento; a formação de associa-ções de classe nos países de lín-gua portuguesa, por forma aconstituírem-se como interlo-cutores legítimos no diálogocom as autoridades de saúde; odesenvolvimento de acções

que visem o fortalecimento doslaços de amizade entre os far-macêuticos dos países de lín-gua portuguesa e o desenvolvi-mento de acções de formaçãofarmacêutica pré e pós-gradua-da, com o objectivo de, por umlado, dotar cada um dos paísesde um número de farmacêuti-cos mais adequado às necessi-dades e, por outro, contribuirpara a actualização de conheci-mentos dos actuais profissio-nais.

Daniel António vai agoradeixar a presidência rotativa daAFPLP. Durante o seu manda-to, para além do reforço dasvertentes acima referidas, esta-beleceu parcerias com institui-ções dos países lusófonos quepermitiram aos profissionais

angolanos beneficiarem de es-tágios, nomeadamente em Por-tugal. “Conviveram com osmelhores padrões de exercícioda indústria, farmácia de ofici-na, hospitalar e entidades regu-ladoras”. A cooperação “estáagora a ser estendida a colegasde Timor Leste e, em breve, daGuiné Equatorial”.

Em Angola há cerca de 200farmacêuticos. A formação delicenciados em farmácia e deprofissionais farmacêuticos éministrada pela UniversidadeAgostinho Neto, UPRA, Insti-tuto Superior de Ciências daSaúde e Piaget. Todos os técni-cos formados podem ser mem-bros da Associação dos Profis-sionais de Farmácia de Angola(ASSOFARMA).

Rui MoReiRa de Sá |

[email protected]

n dentro de cinco anos de-ve surgir um núcleo de pro-dução nacional de medica-mentos. “Há grandes sinaise diversas propostas de in-vestimento nesse sentido,em parceria com empresasangolanas”, de acordo comdaniel antónio, em entrevis-ta ao Jornal da Saúde, nasua qualidade de Presiden-te do Conselho de adminis-tração da associação deFarmacêuticos dos Paísesde Língua Portuguesa. Se-gundo este responsável, aprodução nacional de medi-camentos “é uma compo-nente chave da política na-cional farmacêutica”. o paísimporta cerca de 99 porcento do que consome nes-te sector.

“Qualidade do medicamentoé um termos que nãonegociamos”

entrevista Daniel antónio

o país importa cerca De 99 por cento Do que consome

Daniel antónio Há necessidade de reforçarmos o profissionalismo, aliado à componente ético-deontológica, dos profissionais de farmácia em todo o circuito do medicamento

“Angola vai produzir medicamentos nos próximos anos”

Daniel António

Presidente do Conselho de Administração da AFPLP

É com imensa alegria e emoção quedamos as boas vindas a todos os far-macêuticos e demais profissionais defarmácia participantes no X Congressoda Associação de Farmacêuticos dosPaíses de Língua Portuguesa (AFPLP)que este ano se realiza no Centro deConvenções de Talatona, em Luanda,

de 30 a 31 de Maio.O evento constitui uma oportunidadeímpar de aproximação no seio da co-munidade farmacêutica lusófona quenos permite conviver, interagir, parti-lhar conhecimentos, experiências, epromover o exercício da nossa profis-são, reafirmando o compromisso éti-co-deontológico, humano, e a nossacontribuição decisiva para a melhoriada saúde e do bem-estar da populaçãodos nossos países.

Ao mesmo tempo, a excelência doprograma científico deste X Congres-so – que, ao mesmo tempo, celebra ovigésimo aniversário da AFPLP – re-força o papel da Associação na cons-trução de uma verdadeira comunidadede farmacêuticos de língua portugue-sa, mais solidária e fraterna, preparadapara enfrentar os novos desafios daprofissão.

Bom trabalho!

Bem-vindos ao X Congresso da AFPLP

Page 7: da Maio 2013 Director Editorial: Rui Moreira de Sá Angola ... · Ano 4 - Nº 39 Maio 2013 - Mensal Director Editorial: Rui Moreira de Sá Directora-adjunta: Maria Odete Pinheiro

publireportagem ll 7Maio 2013 l JSA

Afase do pro-

jeto é uma

delas. Para

além desta,

na IBER-

CONCENTRA comerciali-

zamos e instalamos material

hospitalar, formamos utili-

zadores do ramo hospitalar,

fazemos manutenção espe-

cializada de uma forma per-

manente, efetuamos servi-

ços de apoio no pós-venda e

fazemos uma integração glo-

bal de todo o sistema de ges-

tão hospitalar.

Projectar boas soluções

de saúde implica obter os

melhores cuidados de saúde

para a população com uma

eficiente sustentabilidade

dos recursos. A IBERCON-

CENTRA tem uma equipa

de profissionais altamente

especializada e com uma ex-

periência reconhecida no se-

tor, o que nos permite desen-

volver um trabalho diferen-

ciado, focado na qualidade,

segurança e profissionalis-

mo.

O projeto de um ambiente

hospitalar requer uma série

de preocupações com a satis-

fação e bem-estar da equipa

de trabalho, dos utentes, ad-

ministradores, entre outros,

possuindo ainda uma forte

responsabilidade social e

impacto no meio envolven-

te.

Devido às diversas exi-

gências do projeto, verifica-

mos que por vezes os edifí-

cios não são concebidos e

utilizados de forma sustentá-

vel, isto porque não existe

um método eficaz de apoio

aos projetistas que lhes per-

mita introduzir consciente-

mente medidas nesse senti-

do.

Os edifícios hospitalares

são grandes consumidores

de recursos naturais e de

energia e, por conseguinte,

representam um importante

foco de estudo no processo

de avaliação do ciclo de vida

das edificações.

Os impactos desta tipolo-

gia de edifícios são mais sig-

nificativos do que em qual-

quer outro edifício, pois es-

tão diretamente relaciona-

dos com a saúde humana.

O funcionamento intensi-

vo destes equipamentos du-

rante 24 horas, o elevado nú-

mero de circulação de pes-

soas, a existência de zonas

de trabalho distintas com ne-

cessidades energéticas dife-

renciadas, a existência de di-

versas funções (como trata-

mento, ensino, pesquisa,

reabilitação, promoção da

saúde e prevenção da doen-

ça), a necessidade da exis-

tência de sistemas estratégi-

cos de reserva de equipa-

mentos para fornecimento

constante de energia e a di-

mensão das instalações, são

pontos-chave que os diferen-

ciam caracteristicamente de

outras tipologias e os tornam

casos específicos.

Um hospital, em média,

tem um consumo energético,

por metro quadrado, dez ve-

zes superior a um edifício de

escritórios com laboratórios

de investigação. Consome

mais electricidade por ano

do que a grande maioria das

construções existentes nas

cidades.

Construção sustentável

de edifícios hospitalares

A construção sustentável

dos edifícios hospitalares fi-

zeram-nos aperceber das

vantagens que estes tipos de

práticas trazem para esta ti-

pologia de construção. Para

além da redução de custos e

melhor qualidade para os

utilizadores, as opções mais

sustentáveis do projeto pre-

servam o meio ambiente.

Não é possível manter os

mesmos modelos usados e

testados numa era diferente

da atual. Estes modelos ne-

cessitam de ser mudados e

atualizados, obrigando os in-

tervenientes no sistema a re-

generarem as suas ofertas.

Esta nova obrigação de pen-

sar só veio favorecer a des-

coberta de novos e melhores

métodos e possibilitar a re-

novação de técnicas que há

muito estavam ultrapassa-

das.

Estando esta metodologia

voltada para as especifica-

ções e exigências deste tipo

de equipamentos de saúde,

os seus principais objetivos

são: melhorar a sustentabili-

dade destes edifícios; me-

lhorar as condições em que

se encontra o paciente; pos-

sibilitar melhorias ao nível

económico; melhorar as

condições de trabalho em

geral; redução do efeito ilha

de calor; redução do índice

de impermeabilização do

terreno; redução do índice de

utilização líquido do terreno;

redução do consumo de

energia primária não renová-

vel na fase de utilização; reu-

tilização de materiais; redu-

ção do consumo de água no

interior do edifício; luz natu-

ral e sombreamento (confor-

to visual); conforto térmico;

orientação do edifício; utili-

zação de materiais de cons-

trução e acabamento com

baixo conteúdo de COV;

conforto acústico; acessibi-

lidade e transportes públi-

cos; acessibilidade a espaços

lúdicos e farmácia; existên-

cia de espaços verdes com

fácil acesso; acesso a áreas

de convívio, ginásio; vistas

da paisagem envolvente; de-

senho flexível e adaptável

dos espaços; económica re-

dução dos custos de opera-

ção.

Objectivos atingidos

com edifícios

sustentáveis

hospitalares

O projeto sustentável de

edifícios hospitalares permi-

te alcançar vantagens estra-

tégicas competitivas, assim

como uma melhor eficiência

económica e social. Os obje-

tivos que se pretendem al-

cançar com o desenho, pro-

jeto e construção de edifícios

hospitalares sustentáveis são

os de melhorar a qualidade

dos cuidados prestados ao

utente; reduzir o tempo de

recuperação do utente; me-

lhorar a eficácia operacional

e a produtividade; criar faci-

lidades acrescidas para os

utilizadores e para as comu-

nidades vizinhas; contribuir

para a satisfação e conse-

quente fixação dos funcioná-

rios; aumentar a experiência

positiva do utente (sistema

de avaliação de desempenho

do complexo); qualidade e

segurança do ambiente inte-

rior e exterior; redução dos

riscos de utilização associa-

dos ao projeto; aumento da

vida útil do edifício e atuali-

dade do mesmo; reduzir cus-

tos de operação, manutenção

e construção; educar a com-

preensão relativamente à ne-

cessidade de se recorrer a

uma certificação da susten-

tabilidade, permitindo esta a

avaliação dos prós e contras

da introdução destas práticas

de projeto;

Aspectos técnicos

e humanos

O projeto de um edifício

hospitalar requer muita aten-

ção não apenas em relação

aos aspetos técnicos como

também aos aspetos huma-

nos. Deve-se compreender

que o isolamento do paciente

em relação ao espaço exte-

rior proporciona-lhe uma

maior angústia em relação

ao seu estado de saúde. Para

além disso, o hospital, por

ser uma construção com

grandes especificações téc-

nicas e fluxos diferenciados,

frequentemente gera grande

confusão ao utilizador. No

entanto, apesar da grande

evolução que se tem verifi-

cado nesta tipologia de edifí-

cios no que diz respeito ao

conforto do ambiente inte-

rior, ainda hoje muitos dos

edifícios hospitalares não in-

cluem essa preocupação.

A equipa

IBERCONCENTRA

n Acreditamos que as

Soluções Globais de Saú-

de têm que compreender

várias etapas.

Projetamos soluções Globais de saúde

A IBERCONCENTRA apresenta SoluçõesGlobais para a Saúde em Angola

Page 8: da Maio 2013 Director Editorial: Rui Moreira de Sá Angola ... · Ano 4 - Nº 39 Maio 2013 - Mensal Director Editorial: Rui Moreira de Sá Directora-adjunta: Maria Odete Pinheiro

8ll CONGRESSO AFPLP Maio 2013 lJSA

Oevento, pro-movido pelaAssociaçãode Farmacêu-ticos de Lín-

gua Portuguesa (AFPLP),com o apoio da Associaçãodos Profissionais de Farmáciade Angola e da Direcção Na-cional de Medicamentos eEquipamentos, constitui umgrande fórum de aproximaçãoentre a comunidade farmacêu-

tica lusófona, para troca de ex-periências profissionais, cul-turais e científicas. Este ano, oevento celebrará os 20 anos detrabalho e cooperação daAFPLP que realizará, tam-bém, no dia 29, a sua 13ª As-sembleia Geral.

Programa científico

O programa do Congressoinclui sessões dedicadas à pro-dução e ao circuito de medica-mentos, à regulamentação dosector farmacêutico, à inter-venção dos farmacêuticos nossistemas de saúde e à forma-ção pré e pós-graduada. Entreos temas em foco, destaca-se asessão sobre “Produção demedicamentos como poten-ciador de desenvolvimento lo-cal”.

Estarão presentes represen-tantes da OMS África, do Mi-nistério da Saúde de Angola,dos governos e das instituições

dos sectores da saúde e do me-dicamento de todos os paíseslusófonos.

De acordo com o Presiden-te do Conselho de Administra-ção da Associação de Farma-cêuticos dos Países de LínguaPortuguesa, Daniel António,“uma grande oportunidade,em particular para a nova ge-ração que vai poder interagircom colegas lusófonos, o que,para além do aprendizado mú-tuo, contribui para o seu orgu-lho no exercício da profissão”.O último Congresso realizadoem Angola foi em 2006.

Para este responsável, oCongresso enfatiza o papelfundamental dos profissionaisde farmácia no sistema de saú-de, traduz o seu papel humanoe de utilidade pública, ao mes-mo tempo que contribui paraafirmar a qualidade do medi-camento em Angola e o acessoa quem deles necessita.

n À hora do fecho destaedição, o número de partici-pantes inscritos no X Con-gresso Mundial de Farma-cêuticos de Língua Portu-guesa, que se realiza na ca-pital, de 30 a 31 de Maio, jáchegava a meio milhar.

X COngRESSO MundiAl EM luAndA

Programa

EXPO FARMAAngola com 50 expositores

Em simultâneo ao Con-

gresso, decorre a EX-

PO FARMA 2013, onde

cerca de 50 empresas

vão mostrar as inova-

ções apresentadas pe-

la indústria farmacêuti-

ca, equipamentos e

dispositivos médicos.

O evento foi co-produ-

zido pela Marketing For

You, empresa angola-

na editora do Jornal da

Saúde.

Meio milhar de farmacêuticos e técnicos de farmácia lusófonos debatem temas essenciais do medicamento e da profissão

4.ª FEIRA - 29 DE MAIO

14:00h 13ª Assembleia Geral da Associação de Farmacêu-

ticos dos Países de Língua Portuguesa

18:00h Recepção de Boas-Vindas

5.ª FEIRA – 30 DE MAIO

08:00h Abertura do Secretariado

09:30h Sessão Solene de Abertura

Intervenção: Presidente da AFPLP, Daniel AntónioIntervenção: Bastonário da Ordem dos Farmacêuti-cos de Portugal, Maurício BarbosaConferência: As doenças no continente africano e osdesafios aos farmacêuticos lusófonos Representante da Organização Mundial de Saúde, Je-sus Hernando AgudeloConferência: Modelo de intervenção farmacêuticana farmácia de oficinaPortugal, Vice-Presidente da AFPLP, João SilveiraDiscurso de abertura: Secretário de Estado da Saú-de de Angola, Carlos Alberto Masseca

11:00h Pausa para café

11:30h Sessão Plenária – Qualificação e formação farma-cêutica nos países de língua portuguesaConferência: O Farmacêutico da actualidade e a suaformação académica e profissionalAngola, Santos Morais NicolauModerador: Portugal, Aranda da SilvaPainel: Brasil, José Ricardo Vieira, Membro da Co-missão de Ensino do Conselho Federal de Farmácia Cabo Verde, Edith Santos, Administradora Executivada Empresa Nacional de Produtos Farmacêuticos(EMPROFAC) Moçambique, Felicidade Sebastião, Presidente doDepartamento Farmacêutico do Ministério da Saúde

13:00h Almoço

14:30h Sessão Plenária – Regulamentação como meio para

o desenvolvimento sustentado da farmácia e do medi-camentoConferência: Modelo de regulamentação da farmá-cia e do medicamentoPortugal, Helder Mota Filipe, Vice-Presidente doConselho Directivo do InfarmedConferência: Contrafacção de medicamentosBrasil, Dirceu Barbano, Diretor-Presidente da Anvisa(a confirmar)Moderador: Brasil, José Vilmore Lopes Silva Jr, Se-cretário-Geral do Conselho Federal de Farmácia.Painel: Cabo Verde, Ângela Silvestre, Diretora Geralde FarmáciaGuiné Bissau, a designarSão Tomé e Príncipe, Marcelina Costa, DepartamentoFarmacêutico do Ministério da Saúde

16:00h Pausa para café

16:30h Sessão Plenária – Perspectivas do circuito do medi-camento e resultados em saúdeConferência: Indústria farmacêuticaPortugal, Heitor Costa, Director Executivo da Asso-ciação Portuguesa da Indústria Farmacêutica (API-FARMA)Conferência: Distribuição grossistaAngola, Mateus Sebastião João Fernandes, Directorda Central de Compras e Aprovisionamento de Medi-camentos e Meios Médicos (CECOMA) do Ministé-rio da SaúdeConferência: Farmácia de oficinaBrasil, Valmir de Santi, Vice-Presidente do ConselhoFederal de FarmáciaConferência: Farmácia hospitalarMoçambique, Sergio Seny, Presidente da Associaçãodos Farmacêuticos de Moçambique (AFARMO)Moderador: Cabo Verde, Carla Djamila Reis, Presi-dente do Conselho de Administração da Agência de

Regulação e Supervisão de Produtos Farmacêuticos eAlimentares

18:30h Fim da sessão

6.ª FEIRA – 31 DE MAIO DE 2013

09:30h Sessão Plenária - Produção de medicamentos comopotenciador de desenvolvimento localConferência: O exemplo do Brasil Brasil, Luiz Donaduzzi, Director da indústria de me-dicamentos Prati-DonaduzziModerador:Angola, Pombal Mayembe, Chefe deDepartamento na Direcção Nacional de Medicamen-tos e EquipamentosPainel: Moçambique, Noemia Muissa, Administra-dora Fabrica MedicamentosSão Tomé e Príncipe, Neurice Ramos, DepartamentoFarmacêutico do Ministério da Saúde Portugal, Miguel Silvestre, Administrador da Bluep-harma

11:00h Pausa para café

11:30h Sessão Solene de Encerramento

Intervenção: Presidente cessante da AFPLP, DanielAntónioConstituição do FARMED - Fórum das AutoridadesReguladoras de Medicamentos do espaço lusófonoProtocolo de cooperação entre a Universidade de Lis-boa e o FARMEDIntervenção: Conclusões do X Congresso Mundialda AFPLP, Maria da Luz Sequeira Intervenção: Farmacêuticos de Angola, AntónioQuintas Intervenção: Presidente eleito da AFPLPDiscurso de encerramento: Ministro da Saúde deAngola, Dr. José Vieira Dias Van-Dúnem

13:00h Almoço

20:30h Jantar de encerramento

Page 9: da Maio 2013 Director Editorial: Rui Moreira de Sá Angola ... · Ano 4 - Nº 39 Maio 2013 - Mensal Director Editorial: Rui Moreira de Sá Directora-adjunta: Maria Odete Pinheiro

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Page 10: da Maio 2013 Director Editorial: Rui Moreira de Sá Angola ... · Ano 4 - Nº 39 Maio 2013 - Mensal Director Editorial: Rui Moreira de Sá Directora-adjunta: Maria Odete Pinheiro

10ll farmácias Maio 2013 lJSA

ADireção Na-

cional de Me-

dicamentos e

Equipamen-

tos (DNME)

está fortemente empenhada

na implementação da política

nacional farmacêutica. De

acordo com o seu director,

Boaventura Moura, para ga-

rantir a qualidade dos medi-

camentos essenciais utiliza-

dos nas unidades sanitárias

está em curso o processo de

criação do sistema de homo-

logação de medicamentos e

dispositivos médicos, cujo

primeiro passo é a qualifica-

ção e registro dos importado-

res.

De acordo com o respon-

sável da DNME, o reforço

das capacidades da inspecção

farmacêutica, do sistema de

farmacovigilância, das estru-

turas de armazenamento de

medicamentos, a criação de

um sistema de tecnovigilân-

cia e a implementação de pro-

cedimentos para o controlo

da qualidade dos medica-

mentos são outras das acções

já iniciadas, no quadro da es-

tratégia da política nacional

farmacêutica.

Melhorar a

disponibilidade

dos medicamentos

Para melhorar a disponibi-

lidade dos medicamentos es-

senciais nas unidades sanitá-

rias, Boaventura Moura con-

sidera indispensável fortale-

cer o sistema de aprovisiona-

mento integrado, para os três

níveis de assistência sanitá-

ria, através da Central de

Compras e Aprovisionamen-

to de Medicamentos e Meios

Médicos (CECOMA), bem

estruturado, como pivô do

sistema de aprovisionamen-

to, com a incumbência de ad-

quirir, de forma transparente,

e distribuir, segundo as nor-

mas de boas práticas, os me-

dicamentos e meios médicos

(gratuitamente ou não), tanto

para as instituições públicas

como para os parceiros. O au-

mento das verbas do OGE

para os medicamentos essen-

ciais e a supervisão regular

aos gestores e prescritores de

medicamentos nas unidades

sanitárias são outras das me-

didas previstas.

Medicamentos

essenciais

financeiramente

mais acessíveis

A aplicação da nova pauta

com a isenção das taxas e di-

reitos alfandegários que one-

ram os preços dos medica-

mentos, ao mesmo tempo que

se reforça a capacidade dos

orgãos de controlo dos preços

são as principais medidas

propostas pela DNME para

assegurar que os medicamen-

tos essenciais sejam financei-

ramente mais acessíveis a to-

dos os estratos da população.

Outra recomendação é a pro-

dução nacional de medica-

mentos e a promoção da sua

compra, no âmbito dos pro-

cessos de aquisição pública

(ver entrevista a Daniel Antó-

nio nesta edição).

Uso racional

dos medicamentos

Para melhorar o uso racio-

nal dos medicamentos, o di-

rector da DNME propõe

adaptar a Lista Nacional de

Medicamentos Essenciais

(LNME), conceber o Formu-

lário Nacional de Medica-

mentos, implementar as nor-

mas para as doações de medi-

camentos e generalizar a apli-

cação dos esquemas terapêu-

ticos padronizados. A par

destas medidas recomenda o

reforço das capacidades dos

profissionais que prescrevem

e dispensam os medicamen-

tos, adaptar as normas para a

prescrição dos medicamentos

nas unidades sanitárias, infor-

mar e educar as populações

sobre o uso racional dos me-

dicamentos e transformar a

DNME no Instituto Nacional

de Regulação Farmacêutica e

de Produtos de Saúde.

Formação farmacêutica

Em Angola, a licenciatura

em ciências farmacêuticas e

técnicos de farmácia é actual-

mente ministrado em 13 esco-

las técnicas profissionais públi-

cas, um Instituto Superior de

Ciências da Saúde, duas Uni-

versidades privadas e dois Ins-

titutos Superiores Politécnicos.

Avanços recentes

As intra-estruturas de arma-

zenamento de medicamentos e

dispositivos médicos do país

estão degradadas e, na maioria,

ainda não reúnem os requisitos

técnicos para preservar a qua-

lidade dos medicamentos. Po-

rém, esforços de regulação es-

tão em curso com base na lei

Nº 01/07, de 14 de Maio e no

Decreto Presidencial Nº

289/10, de 30 de Novembro. A

nível público iniciaram-se as

obras de construção dos arma-

zéns Central para a Cecoma e

os regionais centro em Ben-

guela, leste em Malange e sul

na Huíla, além dos primeiros

dois provinciais no Uíge e

Huambo.

Foram criados três Decretos

Presidenciais que servem de

suporte à regulação farmacêu-

tica no País, nomeadamente o

que aprova a Política Nacional

de Saúde, o que define as Ba-

ses Gerais da Política Nacional

Farmacêutica, e o relacionado

com o novo Regulamento do

Exercício da Actividade Far-

macêutica.

Outros documentos legais

apoiam igualmente a regula-

ção do sector farmacêutico, co-

mo a Lei n. 01/07 de 14 de

Maio (Lei das Actividades Co-

merciais) e os respectivos Re-

gulamentos que orientam o li-

cenciamento farmacêutico de

entidades grossistas, designa-

damente os Decretos Presiden-

ciais 287/10, 288/10 e, em par-

ticular, o 289/10 de 30 de No-

vembro (Regulamento da acti-

vidade comercial grossista).

A DNME também elabo-

rou e disponibilizou, tanto para

as unidades públicas, como pa-

ra o sector privado, Normas de

Boas Práticas de Armazena-

mento e Distribuição de Medi-

camentos e Produtos Sanitá-

rios.

O anteprojecto do Regula-

mento do exercício da activi-

dade de análises clínicas está

em fase de consulta para obter

contribuições, com vista a ser-

vir de base para a regulação

desta actividade, em obediên-

cia ao Despacho Nº13/11 do

Ministro da Saúde. Na lista de

necessidades constam ainda os

regulamentos cobrindo os as-

pectos de registo, aquisição/

importação, distribuição, ma-

nutenção e tecno-vigilância

dos dispositivos médicos. Lo-

go obtenham consenso serão

adoptados ao nível ministerial.

Outras medidas

A DNME procedeu ainda a:

— Implementação do Sistema

Nacional de Farmacovigilân-

cia e Notificação de Reacções

Adversas a Medicamentos e

formação de Comités farma-

coterapêuticos em algumas

unidades hospitalares do país,

bem como a criação do CIN-

FARMA - Centro de Informa-

ção sobre Medicamentos;

— Organização e Implantação

da CECOMA - Central de

Compras e Aprovisionamento

de Medicamentos e Meios Mé-

dicos;

— Elaboração do Projecto de

Padronização da Gestão dos

Equipamentos Médicos de An-

gola e do Projecto da Política

Nacional de Dispositivos Mé-

dicos de Angola;

— Elaboração do Projecto de

Decreto sobre dispositivos mé-

dicos e Projecto da Lei Farma-

cêutica (Lei do Medicamento);

— Elaboração da Proposta de

Decreto Executivo sobre o

Acesso à propriedade farma-

cêutica em Angola;

Está em fase de consulta pú-

blica a LNME, elemento chave

na selecção dos medicamen-

tos.

Rui MoReiRA de Sá |

[email protected]

n A homologação de produtos farmacêuticos, o fortaleci-mento do aprovisionamento integrado, a isenção de direitosaduaneiros, a par do controlo dos preços, são algumas dasmedidas previstas na política nacional farmacêutica em im-plementação.

Quadro actual

em Angola

Farmacêuticos

216técnicos de farmácia

631 (médios)

597 (básicos / auxiliares)

Farmácias comunitárias

1.242Farmácias hospitalares

196armazéns centrais estatais

2armazéns regionais estatais

3armazéns provinciais

estatais

18lmportadores

e distribuidores

189

Boaventura Moura Para garantir a qualidade dos medicamentos essenciais utilizados nas unidades sanitárias está em curso o processo de criaçãodo sistema de homologação de medicamentos e dispositivos médicos

Medicamentos essenciais com qualidade vão sermais acessíveis à população

Resultados esperados

da política farmacêutica

— Aumento da disponibilidade dos medicamentos essenciais nas unidades sanitárias;

— Maior acessibilidade financeira de toda a população aos medicamentos essenciais;

— Qualidade, eficácia, eficiência e equidadedos medicamentos essenciais em uso nas unidades sanitárias garantida;

— Maior grau de utilização racional dos medicamentos;

— Gestão mais eficiente do sector farmacêutico.

Page 11: da Maio 2013 Director Editorial: Rui Moreira de Sá Angola ... · Ano 4 - Nº 39 Maio 2013 - Mensal Director Editorial: Rui Moreira de Sá Directora-adjunta: Maria Odete Pinheiro

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12ll LOGÍSTICA FARMACÊUTICA Maio 2013 lJSA

Oabastecimen-

to às unida-

des públicas

prestadoras

de cuidados

de saúde é gratuito. Todavia,

as roturas de stock levam ao

agravamento do estado de saú-

de das populações, decorrente

da evolução das doenças, e ao

consequente exacerbar dos ín-

dices de internamento, de se-

quelas e de óbitos, particular-

mente dos grupos mais vulne-

ráveis.

Para assegurar a melhoria

no domínio do aprovisiona-

mento e logística de medica-

mentos e meios médicos foi

criada, ao abrigo do artigo 29º

do Decreto Presidencial Nú-

mero 34/11, de 14 de Feverei-

ro, a Central de Compras e

Aprovisionamento de Medi-

camentos e Meios Médicos

(CECOMA) com responsabi-

lidades na aquisição, distribui-

ção e manutenção de meios

médicos e não médicos.

Dada a sua recente criação,

a Central de Compras e Apro-

visionamento de Medicamen-

tos e Meios Médicos, encon-

tra-se ainda em fase organiza-

tiva. A sua função é a de fazer

compras centralizadas e abas-

tecer, com produtos farmacêu-

ticos, todos os Depósitos Pro-

vinciais (DP), os Depósitos

Regionais e os Hospitais Na-

cionais. Cabe aos DP reabaste-

cer as unidades sanitárias da

respectiva província.

Enquanto se aguarda pela

construção de instalações pró-

prias, bem como a aprovação

dos respectivos estatutos e de-

mais documentos legais, a CE-

COMA tem vindo a assumir

responsabilidades relativas ao

armazenamento e distribuição

de produtos farmacêuticos pe-

lo País, utilizando ainda os ar-

mazéns arrendados pela em-

presa Nova Angomédica.

De acordo com Plano Na-

cional de Desenvolvimento

Sanitário 2012-2025 (PNDS),

a distribuição faz-se em siste-

ma combinado de "Pull and

Push". Em princípio, os planos

de distribuição são mensais,

em função dos stocks existen-

tes nos armazéns de Luanda. A

planificação é feita de acordo

com as necessidades expressas

por cada Hospital Nacional ou

Direcção Provincial de Saúde

(DPS). Quando baixam os ní-

veis dos produtos em stock, as

referidas entidades tomam a

iniciativa de os requisitar à

CECOMA.

Actualmente, a CECOMA

não dispõe de meios de trans-

porte próprios. Por conseguin-

te, toda a distribuição é tercia-

rizada. Com a concretização

do seu plano de aquisição de

veículos, a CECOMA preten-

de reduzir os custos de trans-

porte, passando a responsabi-

lizar-se directamente pela dis-

tribuição para os hospitais na-

cionais e para as províncias

próximas (Luanda, Bengo,

Kwanza-Sul, Kwanza-Norte,

Uíge e Malange), de acordo

com o PNDS.

A gestão de stocks é feita

através de registos manuais

em fichas, e, para a grande

maioria de fármacos, não há

ainda dados de consumo com-

pilados ao nível central.

Ainda não existe um Labo-

ratório Nacional de Controlo

de Qualidade. No âmbito das

iniciativas tendentes a garantir

a qualidade dos meios adquiri-

dos, os procedimentos de

compra visam obter produtos

de fontes idóneas (pré-qualifi-

cadas pela OMS) que devem

fornecer também a documen-

tação técnica específica que

lhes é exigida, conforme rela-

tado no PNDS.

Equipamentos médicos

No domínio dos equipa-

mentos, a CECOMA preconi-

za a realização de concursos

públicos para a sua aquisição,

devendo os fornecedores assu-

mir e honrar os contratos de

manutenção, bem como a for-

mação do pessoal incumbido

do seu manuseio.

O funcionamento da CE-

COMA tem por base os se-

guintes instrumentos legais:

(1) Decreto Presidencial Nú-

mero 34/11 de 14 de Feverei-

ro; (2) Lei 20/10 de 7 de Se-

tembro, lei da contratação pú-

blica nos seus artigos 172 à

179; (3) Projecto de Estatuto

Orgânico da Central de Com-

pras e Aprovisionamento de

Medicamentos e Meios Médi-

cos; (4) Política Nacional Far-

macêutica, 2010.

Próximas actividades

e intervenções

De acordo com o previsto

no PNDS, as próximas inter-

venções ao nível do programa

de gestão e desenvolvimento

do aprovisionamento e logísti-

ca são as seguintes:

— Elaborar as listas nacionais

de necessidades em produtos

farmacêuticos, identificando

as prioridades;

— Planificar e executar a com-

pra e distribuição regular e

atempada das necessidades

nacionais em medicamentos e

meios médicos;

— Celebrar contratos com vis-

ta a certificar laboratorialmen-

te a qualidade dos produtos

farmacêuticos;

— Adquirir software de gestão

capaz de integrar a gestão de

stocks, a gestão administrativa

e a componente financeira;

— Implementar um sistema

informatizado de gestão, fun-

cionando em rede com todas

as províncias;

— Comprar meios próprios de

transporte e de logística para a

distribuição de medicamentos

e meios médicos essenciais;

— actividades regulares de

supervisão aos depósitos pro-

vinciais e regionais;

— Definir normas de procedi-

mentos para as principais tare-

fas cometidas à CECOMA;

— Realizar estudos sobre as

capacidades de armazenamen-

to e distribuição de produtos

farmacêuticos em cada pro-

víncia, região e a nível nacio-

nal;

— Elaborar o Manual de Pro-

cedimento operacional das ac-

tividades de aprovisionamento

de medicamentos e meios mé-

dicos.

Rui MoReiRa de Sá |

[email protected]

n Manual de Procedimen-tos operacionais das activi-dades de aprovisionamentode medicamentos e meiosmédicos é um requisito a fi-nalizar até 2014.

Até 2015

Sistema informatizado de gestão de medicamentos funcionará em rede com os depósitos provinciais e regionais

O PNDS estabelece as seguintes metas para o progra-

ma de gestão e desenvolvimento do aprovisionamento

e logística:

1. Até 2013, finalizar a construção dos depósitos pro-

vinciais do Huambo e Uíge;

2. Até 2014, finalizar a construção de depósitos: cen-

tral em Luanda e regionais, em Benguela, Malange e

Huíla;

3. Até 2014, elaborar o Manual de Procedimentos Ope-

racionais das actividades de aprovisionamento de me-

dicamentos e meios médicos;

4. Até 2015, implantar um sistema informatizado de

gestão, funcionando em rede com todos os depósitos

provinciais e regionais;

5. Até 2025, finalizar o reforço da rede de armazena-

mento de medicamentos a nível nacional.

Metas

Page 13: da Maio 2013 Director Editorial: Rui Moreira de Sá Angola ... · Ano 4 - Nº 39 Maio 2013 - Mensal Director Editorial: Rui Moreira de Sá Directora-adjunta: Maria Odete Pinheiro

publicidade ll13Maio 2013 l JSA

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14ll VIH/SIda Maio 2013 lJSA

— Que estudos têm sido rea-

lizados sobre a prevalência

do VIH/Sida?

— O último estudo foi realiza-do em 2011. Este ano de 2013decorre um novo que incide nomesmo grupo e tem permitidocaracterizar a epidemia nopaís, designadamente nas mu-lheres grávidas em consultaspré-natal. Para além deste, te-mos vindo a realizar estudosem grupos específicos, como orealizado em homens que fa-zem sexo com outros homens,em jovens raparigas que fazemsexo transaccional, isto é, sexoem troca de bens ou outros be-nefícios materiais. Estão emcurso estudos em prisões e jun-to a camionistas em algumasrotas viárias. São trabalhos queincidem em grupos que têmmaior probabilidade de registara infecção e que complemen-tam as informações que temosem relação à população no ge-ral, — Na luta contra o VIH/Sida

onde reside a principal difi-

culdade: na falta de meios fi-

nanceiros, recursos huma-

nos, ou outros factores?

— A falta de recursos humanoscapacitados e a sua rotativida-de faz com que estejamos sem-pre a repetir as mesmas coisas.O que acontece é que o númerode técnicos é insuficiente nasunidades de saúde e não são sófuncionários do VIH/Sida. Poresta razão, acabam por ficarmuito sobrecarregado porquetêm outras tarefas. Têm as suasactividades habituais e foi-lhes

acrescido o acompanhamentode pessoas vivendo com vírus.Estes são pacientes que exigemum tratamento diferenciado,requerem muito mais tempopara ouvi-los, cuidá-los, … oque faz com que haja uma so-brecarga de trabalho e limita onúmero de pacientes a seremacompanhados. Por outro lado,notamos que, os técnicos quecapacitamos são frequente-mente transferidos para outrasunidades de saúde onde se es-quivam a continuar o trabalhoque faziam. Tratar do pacientede VIH não é fácil. São muitoexigentes e permanentementedescontentes. O profissional desaúde que não tem a formaçãosuficiente evita este trabalho.Basicamente, é este facto queimpede a expansão dos servi-ços. — Qual o ponto da situação,

em termos de prevalência e

tendências?

— Desde 2011 que verifica-mos uma estabilização em ter-mos de sero prevalência, infe-rior a 3 por cento. Está entre 2,1porcento. No último estudo agrupos específicos, designada-mente mulheres grávidas, aprevalência andou nos 3 porcento. Hoje, com maior acessoao tratamento, espera-se que aprevalência venha a diminuirpaulatinamente. De acordocom as estimativas, até 2015esta prevalência irá diminuir,não à custa da mortalidade,mas sim da redução da inci-dência. A incidência no grupoetário dos 15 aos 24 anos rondaum por cento. Estimativas en-contradas a partir dos estudosaté aqui realizados indicamque, a nível da população dos25 a 49 anos, a prevalência teráum ligeiro aumento, devido aomaior tempo de vida. Ou seja,o acesso ao tratamento permiteuma maior expectativa de vida.

Até o primeiro trimestre de2013 foram diagnosticados159.249 casos positivos emadultos, dos quais 53.680 ini-ciaram o tratamento. Destes,41.333 permaneceram no tra-tamento. Os restantes 12.347são desistências e óbitos. Em2012, foram infectadas 1.294crianças, das quais 657 entra-ram em tratamento. Morreram326. No primeiro trimestre de2013, foram diagnosticadas

positivas 595 crianças, estãoem tratamento 419 e morreram99.— Qual é a situação epide-

miológica por províncias?

— Das 18 províncias, 11 têmuma prevalência entre 4 a 5 porcento, portanto acima da me-diana nacional de 3 por cento.As restantes estão abaixo damediana nacional. As que es-tão acima são particularmenteas de fronteira, com portos co-merciais, aquelas que hoje re-gistam um desenvolvimentodo comércio, onde há maioresrotas viárias, o caso das Lundase Luanda (ver Quadro).— E como decorre a adesão

ao Programa de Corte da

Transmissão Vertical

(PCTV)?

— Procedeu-se a uma revisãona estratégia de prevenção nosserviços de cuidados pré-natal.Os enfermeiros têm sido capa-citados para acompanharem asmulheres grávidas positivas.Comparativamente aos anosanteriores, há um ligeiro au-mento. Em 2012, das 314.805grávidas testadas, foram diag-nosticadas positivas 5.805.Destas, apenas 265 aderiramao PCTV. Este ano, das 95.274grávidas testadas, 2.248 foramdiagnosticadas positivas e1.138 aderiram ao programa. — Quais são as principais te-

máticas das 2as Jornadas

Científicas do VIH/Sida?

— À luz das recomendaçõesdos anteriores encontros, asJornadas vão partilhar diferen-

tes tópicos sobre as experiên-cias e desafios que o país, e osseus actores principais, vive-ram ao longo dos dois últimosanos. Faremos o ponto da si-tuação da epidemia e suas ca-racterísticas em Angola, numaconfiguração diferente do quetemos apresentado. Abordare-mos o grande desafio que de-frontamos hoje, isto é, a elimi-nação da transmissão verticaldo VIH. O programa incluitambém a discussão sobre osnovos antiretrovirais já dispo-nibilizados e outros em proces-so de aprovação. Os desafiosda equipa multifuncional, aadesão ao tratamento dos pa-cientes positivos e aspectos debiossegurança nas unidades sa-nitárias que os atendem consti-tuem outros tópicos. Tratare-mos da avaliação à resistênciados antiretrovirais, designada-mente o que acontece no nossopaís e o que a literatura interna-cional tem evidenciado. Entreoutros, os profissionais do hos-pital Esperança vão relatar osdesafios que enfrentam e osêxitos alcançados. Os partici-pantes poderão ainda ouvir ostestemunhos de pessoas que vi-vem com VIH, algumas dasquais têm trabalhado connoscono apoio comunitário e na pro-moção da adesão ao tratamen-to PTV. Tratam-se de pessoasinfectadas que fazem equipacom o Instituto e que vão des-crever o seu trabalho e desa-fios. As políticas de prevençãotambém serão abordadas nestefórum. Destaque à abordagemdas hepatites virais que são in-fecções que concorrem com oVIH.

A anteceder as Jornadas,decorrem cursos onde os pro-fissionais recebem informa-ções pertinentes, já numa me-todologia mais prática, para amelhoria do exercício nas suastarefas no dia-a-dia.— Recomendações aos leito-

res?

— O VIH existe. A responsabi-lidade é, principalmente, indi-vidual. Devemos ter compor-tamentos que minimizem apossibilidade de infecção. Ofacto de existir um tratamentocom antiretrovirais, que me-lhora a qualidade de vida, nãosignifica que podem ter rela-ções sexuais sem protecção.

Maria ribeiro

n Dois anos depois, médi-

cos, especialistas, enfer-

meiros, técnicos e público

interessado e envolvido no

combate ao ViH/ Sida vol-

tam a reunir-se em plenário

para partilha de informa-

ções e busca de soluções.

as 2as Jornadas Científicas

do ViH/Sida decorrem de 27

a 31 de Maio, em Luanda. a

este propósito, a Directora

Geral do instituto Nacional

de Luta Contra a Sida, Dul-

celina Serrano, falou ao Jor-

nal da Saúde sobre o esta-

do actual, perspectivas e

desafios no combate ao ví-

rus.

“Até aoprimeirotrimestre de2013 foramdiagnosticados159.249 casospositivos emadultos, dosquais 53.680iniciaramo tratamento”

dulcelina serrano

Técnicos capaciTados em cuidar de doenTes com ViH/sida são frequenTemenTe Transferidos para ouTras

unidades de saúde onde se esquiVam a conTinuar o TrabalHo que faziam.

Prevalência do VIH/sida por província

Acima da

mediana

Na

mediana

Abaixo da

mediana

“A falta de recursos humanos capacitados e a sua rotatividade é o maior obstáculo na luta contra o VIH/Sida”

5,8%

5,6%

5,1%

3% 3%

2%

1,6%

1%

0,9%

0,3%

4,7%

4,2%

4%

3,4%

3,4%

3,4%

3,4%

3,3%

Page 15: da Maio 2013 Director Editorial: Rui Moreira de Sá Angola ... · Ano 4 - Nº 39 Maio 2013 - Mensal Director Editorial: Rui Moreira de Sá Directora-adjunta: Maria Odete Pinheiro

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Page 16: da Maio 2013 Director Editorial: Rui Moreira de Sá Angola ... · Ano 4 - Nº 39 Maio 2013 - Mensal Director Editorial: Rui Moreira de Sá Directora-adjunta: Maria Odete Pinheiro

16ll ANTIBIÓTICOS MAio 2013 lJSA

Amédica fez es-ta advertênciana sua prelec-ção sobre “Ouso racional

dos antibióticos», no Simpósiopromovido este mês, em Luan-da, pela farmacêutica Sanofi.

Socorrendo-se da sua práti-ca quotidiana, Marília Afonsoreferiu que, antes de tudo, é ne-cessária uma avaliação correc-ta do doente. «Nem sempre fe-bre com infecção deve ser tra-tada com antibiótico mesmoque se encontrem bactérias».A médica justificou a sua posi-ção. «Imaginemos que, afinal,o paciente não tinha critério

para antibióticos porque narealidade era uma infecção vi-ral, uma gripe… Se lhe pres-crevemos um antibiótico colo-cámos a vida do doente em ris-co sem necessidade».

Aos médicos e farmacêuti-cos presente na sala Cabinda,do hotel Trópico, a médicamencionou que esta situaçãopode ser acautelada se os pro-fissionais levarem em atençãoo histórico do paciente. «Omédico deve avaliar correcta-mente o doente. Ouvi-lo. Odoente dá-nos os dados. Se-não, vamos perguntar, procu-rar o foco da infecção para fa-zer o diagnóstico correcto e jo-gar com os resultados dos exa-mes de laboratório».

Todo este esforço justifica-se, segundo a médica, pela ne-cessidade de um diagnósticocorrecto. «Precisamos prestarmais do que atenção na esco-lha da medicação, quer sejamantibióticos, ou outros medi-camentos, para se prescrever ofármaco apropriado e assim

assegurarmos a vida dos nos-sos pacientes», aconselhou.

Conversa

médico-paciente

A médica diz, por outro la-do, que o diálogo estabelecidoentre o paciente e o médicoserve também para explicar a

razão da prescrição do medi-camento, dos seus efeitos noorganismo, duração do trata-mento e efeitos colaterais. «Éimportante passar-se esta in-formação, caso contrário o pa-ciente pode acreditar que o an-tibiótico não é eficiente, o queo levará ao abandono do trata-

mento», disse.No entanto, na conversa

médico-paciente, segundo ain-da a médica Marília Afonso,deve-se reforçar que o trata-mento deve ser concluído in-dependentemente das melho-rias registadas. «O que temosvisto é que o doente começa a

sentir as melhorias e ele pró-prio suspende a medicação. Épreciso dizer ao doente quetem que completar a medica-ção para que o efeito do anti-biótico seja o desejado. E de-ve-se recomendar que vigie osefeitos colaterais que o seu usopode ocasionar», referiu.

Outros tópicos

No Simpósio Sanofi foramainda abordadas as seguintestemáticas: Sépsias na UTI;Tratamento de infecções respi-ratórias com Telitromicina(Ketec), apresentado pela mé-dica Filomena Nogueira, daclínica Girassol; Osteomieliteem pediatria, do diagnósticoao tratamento com Teicoplani-na (Targocid), apresentandopelo médico do GuilherminoJoaquim, do hospital Militar; eEficácia e segurança da Levo-floxacina (Tavanic) em bacté-rias gram negativas e gram po-sitivas, apresentado pelo mé-dico Joaquim Gonga, do hos-pital Josina Machel.

SiMpóSiO SAnOFi

O que são

antibióticosAntibiótico é nome genérico da-do a uma substância que temcapacidade de interagir com mi-cro-organismos unicelulares oucom seres pluricelulares quecausam infecções no organis-mo. Os antibióticos interferemcom os micro-organismos, ma-tando-os ou inibindo seu meta-bolismo e/ou sua reprodução,permitindo ao sistema imunoló-gico combatê-los com maior efi-cácia. O primeiro antibióticoidentificado pelo homem foi apenicilina por Alexander Fle-ming, médico microbiologistado St. Mary's Hospital, de Lon-dres.

Médica recomenda maior atenção na prescrição de antibióticosMaria ribeiro

n a médica do hospital Jo-

sina Machel, Marília afonso,

exortou os profissionais de

saúde a prestarem uma

atenção redobrada na pres-

crição de fármacos, sob pe-

na de causar danos à saúde

dos pacientes.

Page 17: da Maio 2013 Director Editorial: Rui Moreira de Sá Angola ... · Ano 4 - Nº 39 Maio 2013 - Mensal Director Editorial: Rui Moreira de Sá Directora-adjunta: Maria Odete Pinheiro
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18ll terapia da fala Maio 2013 lJSA

Caros leitores,Na última edição, chamámosa atenção para uma situaçãocomum que se observa diaria-mente: a forma como as mu-lheres transportam, e man-têm, durante grande parte dodia, os seus filhos: afastadosda estimulação necessária pa-ra o seu desenvolvimento lin-

guístico, cognitivo, motor esensorial. Não querendo dequalquer forma interferir comuma cultura tão rica e enraiza-da, entendi ser pertinente in-formar e indicar alguns aspec-tos que podem ser trabalha-dos para promover o desen-volvimento da criança duran-te o primeiro ano de vida. Re-

comendámos assim formasde proceder à sua estimulaçãovisual, auditiva, olfactiva,gustativa, do tacto e motora(*).

Este mês concluímos a maté-ria com dicas sobre a estimu-lação cognitiva e da lingua-gem.

nO primeiro ano de vi-

da do bebé é a fase

mais intensa do desen-

volvimento pleno da

criança, sendo neste

período que se consoli-

da a base do desenvol-

vimento neuropsicomo-

tor e sensorial.

Como estimular a linguagem da sua criança

Vanda Sardinha | Terapeuta da Fala

[email protected]

Sempre que estiver perto da criança,

use a linguagem,

especialmente quando

estiver a fazer algo com ela

●Dar-lhe objectos com protuberâncias, orifícios e alças, para que ela possa

pegar e explorar e perceber seu uso.

●Fazer a criança perceber a relação entre causa e efeito, batendo objectos um

contra o outro e observar o som causado.

● Incentivar o desenvolvimento da atenção, seguindo com os olhos o desloca-

mento dos objectos movimentados em várias direcções.

●Fazê-la perceber que ela própria é agente da ação e fazer com que ela

movimente objectos atraentes ou brinquedos, como tocar sinos, apertar uma bo-

neca e produzir sons.

●Brincar com a criança, encontrando pessoas ou objectos escondidos total ou

parcialmente, dentro ou fora do seu campo de visão, para desenvolver a noção

de permanência dos mesmos.

●Levá-la a encontrar objectos escondidos para que os descubra, desenvolvendo

assim o sentido de antecipação.

●Possibilitar meios para encontrar objectos familiares ou brinquedos retirados

dos seus lugares habituais, para desenvolver a capacidade de fixação.

● Inverter a posição habitual de objectos que são familiares à criança (chávena

decabeça para baixo, bonecos de pernas para o ar), para lhe desenvolver o senti-

do de posição dos objectos no espaço.

●Deixá-la em frente do espelho observando seus próprios movimentos para ela

adquirir conceitos de si mesma.

Estimulação cognitiva

●Sempre que estiver perto da criança, usar a lin-

guagem, especialmente quando estiver a fazer al-

go com ela. A estimulação de linguagem deve ter

lugar em situações naturais, não deve ser força-

da; não apresse e não antecipe o que a criança

quer dizer.

● Iniciar a estimulação da linguagem, o mais cedo

possível. Falar com a criança, mesmo que ela não

entenda.

●Sorrir, acenar com a cabeça, chamar pelo nome,

e nomear tudo que estiver no seu campo de visão.

●Fazer a criança discriminar os estímulos auditi-

vos com suas origens, de modo que, ao ouvi-lo,

possa ver ou perceber, ao mesmo tempo, os

agentes que o produzem, para que se inicie nesta

associação e possa reconhecer, pelo som, a sua

procedência.

● Criar situações em que a criança possa locali-

zar as fontes dos sons, colocados fora de sua vi-

são, para desenvolver a habilidade de identificar

os sons e reconhecer sua origem.

Estimulação da linguagem

Logo ao nascer, a criança ini-cia o seu comportamento de-senvolvendo seus actos refle-xos, não percebendo a maio-ria das coisas ao seu redor.Começa a ter contacto comas coisas do seu meio, usandoos seus sentidos (tacto, visão,olfacto, audição, paladar).A linguagem também come-ça com o nascimento, com oprimeiro choro; é a comuni-cação, uma habilidade, e nãouma simples questão de pro-nunciar as palavras.Envolve os sentidos, o desen-volvimento de muitos mús-culos (principalmente da bo-ca e da língua), as experiên-cias da criança com as coisas,pessoas e sensações diversas.Aprenderá que linguagem éuma forma de interagir com omeio ambiente.A criança usa as mãos paraexplorar o seu mundo. Tocar,pegar e alcançar,ajudam adescobrir coisas e pessoas.Sente a diferença de coisasduras, ásperas, suaves. É ne-cessário proporcionar-lheuma variedade de objectoscoloridos e brincadeiras queela possa repetir várias vezes. À medida que cresce, vai fa-zendo com que as coisasaconteçam, necessitando demais experiência e estimula-ção para incentivar o desen-volvimento dos seus senti-dos. Se receber a estimulaçãonecessária nos primeiros me-ses, estará capacitada a de-senvolver uma ampla gamade respostas.Quando começa a coordenarsuas habilidades motoras,olha para ver o que é que fazruído, volta-se para ver a vozdas pessoas, agarra o biberãoque está a mamar, tenta al-cançar o chocalho que vê,move o seu corpo, sacode ospés, examina os dedos dospés, agita os seus braços. Es-sas aquisições indicam quetanto as pessoas que convi-vem e cuidam do bebé, comoo meio que a envolve devemproporcionar-lhe estímulospara seu desenvolvimento.

(*) Caso não tenha lido a pri-meira parte do artigo publica-do em Abril, pode solicitaratravés do e-mail: [email protected]

O primeiro ano de vida da criança

Page 19: da Maio 2013 Director Editorial: Rui Moreira de Sá Angola ... · Ano 4 - Nº 39 Maio 2013 - Mensal Director Editorial: Rui Moreira de Sá Directora-adjunta: Maria Odete Pinheiro

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Page 20: da Maio 2013 Director Editorial: Rui Moreira de Sá Angola ... · Ano 4 - Nº 39 Maio 2013 - Mensal Director Editorial: Rui Moreira de Sá Directora-adjunta: Maria Odete Pinheiro

Este tema cha-ma-nos a aten-ção para a men-sagem erradaveiculada pela

publicidade, pela promoçãoe pelo patrocínio do tabaco,que apresenta uma imagemde que o consumo de tabacoestá na moda, ou é um hábitosocial desejável, o que cons-titui um sério obstáculo aoesforço para educar as pes-soas acerca dos malefíciospromoção e patrocínio do seuconsumo. As muitas formasde publicidade do tabacocriam a ilusão de que o taba-co é apenas um vulgar produ-to de consumo, e oculta o fac-to de que se trata realmentede um produto que mata.

O tabaco mata

O tabaco mata até metadede todos os consumidores econtinua a ser uma das princi-pais causas de morte. Aliás, otabaco mata quase seis mi-lhões de pessoas por ano emtodo o mundo, e destas víti-mas, mais de 600 mil são fu-madores passivos.

Na Região Africana, o con-sumo actual de tabaco é decerca de 11,5% para ambos ossexos. Entre os jovens, 18%consome actualmente produ-tos do tabaco e o consumo detabaco noutra forma que nãoos cigarros é de 11,6%. Cercade metade destes jovens(48,2%) são também fumado-res passivos em locais públi-cos.

Medidas

A proibição total da publi-cidade, promoção e patrocíniodo tabaco é um instrumentopoderoso para combater o seuconsumo.

Durante os últimos anos,os países da Região tomarammedidas significativas paralutar contra o tabagismo,através da ratificação e im-plementação da Convenção-Quadro da OMS para a LutaAntitabágica. A Convençãoapela a uma proibição totalde todas as formas de comu-nicação, recomendação ouacção comercial e todas asformas de contribuição paraqualquer evento, actividadeou indivíduo, com o objecti-vo, finalidade ou efeito pro-vável de promover produtosdo tabaco ou o seu consu-mo, seja de forma direc-ta ou indirecta.

Progressos lentos

Na Região Africana, osprogressos no sentido de umaproibição completa à publici-dade, promoção e patrocíniodo tabaco têm sido lentos.Cinco países dispõem de proi-bição integral que abrange to-das as formas de publicidadedirecta ou indirecta. Outros 22países têm proibição na televi-são, rádio e imprensa nacio-nais apenas para a publicidadeao tabaco. No entanto, este ní-vel de proibição não é sufi-ciente para proteger as pes-soas da publicidade e do mar-keting ao tabaco.

Os dados factuais mos-tram que uma proibição totala todo o tipo de publicidade,promoção e patrocínio do ta-baco poderá diminuir o seuconsumo até 7%, indepen-dentemente de outras inter-venções de luta contra o taba-gismo. Por conseguinte, aproibição da publicidade,promoção e patrocínio éuma medida eficaz ecomprovada para re-duzir os malefí-cios do tabacona sociedade.

n Todos os anos, a 31 demaio, assinala-se o Diamundial sem Tabaco parasalientar os riscos asso-ciados ao consumo de ta-baco e para exercer advo-cacia a favor de políticaseficazes para reduzir oconsumo. o tema da co-memoração deste ano é“Proibir a publicidade, apromoção e o patrocíniodo tabaco”.

20ll DIA MUNDIAL SEM TABACO 2013 MAio 2013 lJSA

Luís Gomes sambo |

director regional da Oms para África

O tabacO mata até metade de tOdOs Os cOnsumidOres

Proibir a publicidade, a promoçãoe o patrocínio do tabaco

“Uma proibiçãototal a todo o tipode publicidade,promoção epatrocínio dotabaco poderádiminuir o seuconsumo até 7%”

Hoje, ao assinalarmos o Dia Mundial sem Tabaco2013, exorto os Estados-Membros a tomarem me-didas concretas para garantir a proibição de qual-quer forma de recomendação, acção ou comunica-ção comercial destinada a promover os produtosdo tabaco, seja de forma directa ou indirecta. A sociedade civil tem um papel central a desempe-nhar para ajudar a educar a população sobre os pe-rigos do tabaco e aumentar a sensibilização das co-munidades para a necessidade de se eliminar a pu-

blicidade, a promoção e o patrocínio do tabaco. O público em geral deverá rejeitar todas as formasde publicidade, promoção e patrocínio do tabaco.É importante monitorizar e notificar não só as for-mas tradicionais de publicidade directa através dacomunicação social, como na rádio, televisão, pu-blicações impressas e cartazes, mas também deformas indirectas, tais como expositores nos pon-tos de venda e programas sociais patrocinados pe-la indústria tabaqueira. Com o apoio do público,

os decisores políticos serão motivados a tomarmedidas ainda mais robustas para proteger a po-pulação dos perigos do tabaco. Continuemos a trabalhar para proteger as gera-ções actuais e futuras das consequências devasta-doras para a saúde, sociais, ambientais e económi-cas do consumo e da exposição ao fumo do tabaco.

Muito obrigado.

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tuberculose ll21Maio 2013 l JSA

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O peso das doenças

crónicas

A pandemia silenciosa dasdoenças crónicas (DCs) está aespalhar-se gradualmente portoda a população mundial, dis-seminando-se por todos oscantos do globo. Estas doençasestão a substituir-se, continua-mente, às doenças infecciosase parasitárias como as princi-pais causas de morbilidade e demortalidade em todo o mundo,produzindo um dos maioresdesafios de todos os tempospara os sistemas de saúde, in-cluindo os países da ÁfricaSubsaariana (ASS). As DCs,como a doença cardiovascular(DCV) e cerebrovascular, asdoenças pulmonares, a doençahepática, o cancro, a diabetes ea osteoporose, constituem aprincipal causa de morte nospaíses desenvolvidos e estão,preditivamente, a emergir co-mo ameaças significativas àsaúde dos países que se encon-tram em estadios intermédiosda transição epidemiológica(Yusuf S., et al. 2004).

A Organização Mundial daSaúde (OMS) estima que hou-ve 35 milhões de mortes pordoenças crónicas em 2005, oque perfez 60% do total dasmortes previstas e representouo dobro da mortalidade asso-ciada a todas as doenças infec-ciosas (incluindo a SIDA, tu-berculose e malária), condi-ções relacionadas com a saúdematerno-infantil, mortalidadeperinatal e deficiências nutri-cionais combinadas (WHO,2005). Estima-se, também, que

número total de óbitos por DCsdeve crescer 17% nos próxi-mos 10 anos, enquanto a mor-talidade por doenças infeccio-sas se encontra em declínio. Aocontrário da opinião públicageneralizada, as doenças cró-nicas não constituem hoje umestigma exclusivo dos paísesde rendimento mais alto, namedida em que 80% dos 35milhões de mortes causadaspor estas doenças ocorreramem países de rendimento mé-dio e baixo (WHO, 2005).

Acresce que, na maioria dospaíses de rendimento médio ebaixo, as doenças crónicas re-gistam uma maior incidêncianos grupos populacionais maispobres (Abegunde et al.,2007). Quase 50% das mortespor doenças crónicas ocorreprematuramente, em pessoascom menos de 60 anos, atin-gindo homens e mulheres emigual proporção o que tem im-plicações sérias na capacidadeprodutiva dos países.

Numa avaliação mais re-cente, a evidência de que asDCs são a principal causa demorte no mundo continua a serpreocupante, tendo-se de-monstrado que foram respon-sáveis por 63% dos 57 milhõesde mortes ocorridas em 2008(Alwan A., et al, 2010). Nestaavaliação, a maioria destasmortes resultou de doençascardiovasculares e diabetes,cancros e doenças respiratóriascrónicas. Facto importante arealçar, pela sua consistência, éque os países de baixo rendi-mento continuaram a registar a

proporção mais elevada demortes antes dos 60 anos deidade. Estas mortes prematurascifraram-se em 13% nos paísesde alto rendimento, tendo sidode 28% nos países de médiorendimento, ou seja, o dobrodo registado naqueles países ede 41% nos países de baixorendimento, o triplo do verifi-cado nos países de alto rendi-mento (WHO, 2011).

O conhecimento actual so-bre os principais determinantese factores de risco modificá-veis, subjacentes à génese dasdoenças crónicas indica que,cerca de 80% das mortes pre-maturas resultantes de DCV(enfarte agudo do miocárdio eacidente vascular cerebral),80% das mortes prematuraspor diabetes de tipo 2 e 40% damortalidade por cancro podemser evitadas, através de ade-quadas intervenções de pre-venção (Strong K et al., 2005).Por outro lado, a prevalência e,consequentemente, a mortali-dade por doenças respiratóriascrónicas, podem ser reduzidasde forma significativa pormeio do controlo do tabagismoe da poluição do ar, o que exigemedidas que transcendem odomínio de responsabilidadedos serviços de saúde.

Estado e tendências

dos factores de risco

Os factores de risco modifi-cáveis e, portanto, preveníveis,são comuns à maioria dasdoenças crónicas de que temosvindo a falar. Estes factores derisco são a principal causa da

mortalidade e do peso por inca-pacidade em quase todos ospaíses do mundo, independen-temente, dos respectivos níveisde desenvolvimento económi-

co. O principal factor de riscode mortalidade, em termos glo-bais, é a hipertensão arterial(responsável por 13% das mor-tes, globalmente), seguido dotabagismo (9%), diabetes(6%), inactividade física (6%),excesso de peso e obesidade(5%) (WHO, 2009). Global-mente, mais de 70% da morta-lidade cardiovascular, 40% dasmortes por doenças respirató-rias crónicas, de 34% da mor-talidade por cancro e cerca de50% do total das mortes pordoenças crónicas são atribuí-veis a um pequeno número deconhecidos factores de riscomodificáveis (Ezzati et al.2003), que são o tabagismo, osexcessos calóricos e de gordu-ras da dieta, a inactividade físi-ca e excessivo consumo de ál-cool.

Contudo, a prevalência des-tes factores de risco varia entreos grupos de rendimento dospaíses, apresentando o padrãode variação, diferenças entre osfactores de risco e entre os se-xos. Os países de baixo, médioe alto rendimentos têm, por is-so, perfis de risco diferentes.Vários perfis de risco, como ainactividade física entre as mu-lheres, o consumo total de gor-duras e o aumento do coleste-rol total, têm uma prevalênciamais elevada nos países de altorendimento. Os factores de ris-co como o tabagismo entre oshomens, o excesso de peso e aobesidade, são mais frequentesnos países de médio rendimen-to (WHO, 2009). Contraria-mente ao que se verifica no

contexto dos países desenvol-vidos, há evidência de uma ta-xa elevada de tabagismo e deconsumo de álcool entre os ho-mens (21%) e mulheres(36,6%) com idade acima dos50 anos e idosos das zonas ru-rais da ASS, que os coloca emrisco manifesto de desenvolve-rem doenças crónicas, situaçãoque é agravada pelo facto deque a saúde dos mais idososdas zonas rurais da ASS ser umaspecto, frequentemente, ne-gligenciado das políticas desaúde (Negin J et al., 2011).

Um factor de risco impor-tante a ser analisado é o Índicede Massa Corporal (IMC). Aprevalência do IMC elevado,em geral, tende a aumentarcom a subida do nível de rendi-mento dos países. Este estudodemonstrou que a prevalênciado excesso ponderal nos paísesde alto rendimento foi o dobroda verificada nos países de bai-xo e médio rendimentos. Mas,o facto preocupante é que nes-tes países, nos quais se incluemos da ASS, ao longo das três úl-timas décadas o aumento daprevalência do excesso de pesoe da obesidade foi maior doque o dos países de alto rendi-mento, com as taxas da obesi-dade a duplicarem entre 1980(9%) e 2008 (18%) e a seremmais elevadas nas mulheres (odobro da dos homens) (Finuca-ne MM., et al. 2011). Outrofactor de risco importante amerecer reflexão é a hiperco-lesterolémia. Em 2008, a pre-valência global da hipercoles-terolémia foi de 38%. Nos paí-ses de alto rendimento mais de50% dos adultos têm o coleste-rol total elevado, mais do que odobro dos países de baixo ren-dimento. Nestes países a pre-valência da hipercolesterolé-mia nos adultos foi de 25%,tendo o nível médio do coleste-rol total variado muito poucoentre 1980 e 2008. Mas o facto,igualmente, preocupante é quea prevalência da hipercoleste-rolémia total baixou em todosos países, com excepção dospaíses de baixo e médio rendi-mentos (Farzadfar F et al.,2011), o que faz prever um au-mento da incidência de eventoscardiovasculares futuros.

A epidemiologia da

diabetes, insuficiência

renal crónica

e hipertensão arterial

Analisemos agora o espec-tro epidemiológico de algumasdoenças crónicas. A diabetesfoi durante longos anos consi-derada uma doença rara naASS, mas em consequência darápida urbanização, do enve-lhecimento da população e daadopção de estilos de vida oci-dentais, a sua prevalência estáa aumentar rapidamente (Mba-

João Guerra | Medical Advisor na

Luanda Chevron Clinic. Especialista em

Medicina Interna (Grau de Consultor)

Mestrado em Gestão de Serviços de Saú-

de Mestre em Gestão da Doença Crónica

n as doenças crónicas nãoconstituem hoje um estigmaexclusivo dos países de ren-dimento mais alto. Cerca de80% dos 35 milhões de mor-tes causadas por estasdoenças ocorreram em paí-ses de rendimento médio ebaixo. Mas podem ser evita-das, através de interven-ções de prevenção.

O número totalde óbitos pordoenças crónicasdeve crescer17% nospróximos 10anos, enquantoa mortalidadepor doençasinfecciosas seencontra emdeclínio”

A dimensão epidemiológica das doenças crónicas na África Subsaariana

22ll DOENÇAS CRÓNICAS Maio 2013 lJSA

O que mata

Mais de 70% da mortalida-

de cardiovascular, 40% por

doenças respiratórias cró-

nicas, 34% por cancro e

cerca de 50% do total das

mortes por doenças cróni-

cas são atribuíveis a um pe-

queno número de conheci-

dos factores de risco modi-

ficáveis: o tabagismo, os

excessos calóricos e de

gorduras da dieta, a inacti-

vidade física e excessivo

consumo de álcool”

Page 23: da Maio 2013 Director Editorial: Rui Moreira de Sá Angola ... · Ano 4 - Nº 39 Maio 2013 - Mensal Director Editorial: Rui Moreira de Sá Directora-adjunta: Maria Odete Pinheiro

publicidade ll23Maio 2013 l JSA

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nya JC, Motala AA, SobngwiE, et al. ST 2010). O númerode pessoas com diabetes au-mentou de 153 milhões em1980 para 347 milhões em2008 (Danaei G et al., 2011),verificando-se que a sua preva-lência foi relativamente consis-tente entre os diferentes gruposde rendimento em todos os paí-ses.

Em 2010, foi estimado quemais de 12 milhões de pessoasiriam ter diabetes na ASS, masapenas 15% das pessoas comdiabetes seriam diagnosticadase 330 mil pessoas morreriamcom complicações relaciona-das com esta doença (Interna-tional Diabetes Federation,2009). Da mesma fonte se esti-ma que em 2030 o número dediabéticos na ASS ascenderá a23.9 milhões de adultos. É,também, tão impressionante,quanto preocupante a expres-são quantitativa das complica-ções resultantes da diabetesnesta região, as quais, apesarda escassez de dados, são esti-madas em, pelo menos:• 4,51 milhões com complica-ções oculares (IDF, 2007). • 2,23 milhões necessitam dediálise devido à IRCT (Interna-tional Diabetes Federation,2007).• 907.500 têm doença cardio-vascular (IDF, 2007).• 423.500 são cegas em conse-quência da diabetes (NovoNordisk. Diabcare-MiddleAfrica 2008), (IDF, 2009).• 399.300 têm doença cerebro-vascular (AVC) (Novo Nor-disk. Diabcare-Middle Africa2008) (IDF, 2009).• 169.400 sofrem uma amputa-ção (IDF, 2007).

Seria oportuno relembraruma doença crónica, frequen-temente, esquecida, na medidaem que representa um proble-ma de saúde pública em ter-mos mundiais e que é a Insufi-ciência Renal Crónica (IRC)cuja natureza progressiva con-duz, geralmente, à Insuficiên-cia Renal Crónica Terminal(IRCT) (K/DOQI, 2002). Comefeito, a IRC tem vindo, actual-mente, a registar um aumentoda incidência e da prevalênciana ASS (Arogundade FA, Bar-soum RS, 2008). Enquantoque a magnitude desta doençaestá bem caracterizada nos paí-ses desenvolvidos, a evidênciadisponível, mostra que, com-parativamente, os países emdesenvolvimento se confron-tam com o peso mais elevadodesta doença. Na verdade, nes-tes países, a IRC e, por exten-são, a Insuficiência Renal Cró-nica Terminal (IRCT) contri-buem substancialmente para oelevado peso da doença, da in-capacidade e das mortes pre-maturas cujo impacto é trans-versal a ambos os sexos, a to-

das as idades, etnias, estatutossocioeconómicos e fronteirasgeográficas. (Pugsley D, et al.2009). Quanto à análise dasetiologias subjacentes, a diabe-tes representa um papel rele-vante, a ter em consideração.Com efeito, a Nefropatia Dia-bética (ND) tem uma preva-lência estimada de 14.5% a16.7% na África do Sul, de23,8% na Zâmbia, de 8.9% a9% no Sudão e de 6.1% naEtiópia (Amos AF, McCartyDJ, Zimmet P. 2010).

Acresce que, as estimativaspara 2030, apontam para que,mais de 70% dos doentes comIRCT serão residentes nos paí-ses em desenvolvimento o quesuscitará maiores exigênciasorganizacionais e de recursosfinanceiros para a prevenção edetecção precoce da IRC (Bar-soum RS, 2009). É, portanto,uma doença crónica a não sernegligenciada e que exige umplano estratégico de controloda sua incidência, não diferidoe, porque ela pode ser silencio-sa durante anos a fio, tal planonão deve esquecer os factoresde risco subjacentes.

O padrão epidemiológicoda IRC na ASS é marcadamen-te diferente das demais regiõesdo globo. Enquanto que nospaíses desenvolvidos as popu-lações em idades médias e osidosos são os predominante-mente afectados, na ASS a IRCafecta, principalmente, o seg-mento populacional mais jo-vem e economicamente pro-dutivo entre os 20 e os 50 anoscom Hipertensão Arterial, Dia-betes e Infecções (ArogundadeFA, Barsoum RS, 2008);(Krzesinski1 JM, Sumaili KE,Cohen E, 2007).

Outra doença crónica comum elevado peso de morbilida-de e de mortalidade na ASS é ahipertensão arterial que nãopode deixar de merecer a nossaatenção nesta análise.

Na verdade dois grandes es-tudos, o Interheart e o Interstro-ke mostraram que os factoresde risco modificáveis, como ahipertensão, a obesidade, o ta-bagismo, a dislipidemia e a

diabetes, são responsáveis pelamaioria das doenças cardio-vasculares nos países de médioe baixo rendimentos (Steyn K,Sliwa K, Hawken S, Commer-ford P, Onen C, et al. 2005);(O’Donnell MJ, Xavier D, LiuL, Zhang H, Chin SL, et al.2010). A hipertensão arterialtem sido, de facto, identificadacomo o factor de risco princi-pal para a mortalidade no mun-do e ocupa o terceiro lugar co-mo causa dos anos de vida per-didos por incapacidade (EzzatiM, Lopez AD, Rodgers A,Vander Hoorn S, Murray CJ,2002). Acredita-se que a hiper-tensão nos países da ASS sejaum problema das áreas urba-nas, devido à transição para umestilo de vida mais ocidental.Com efeito, vários estudostransversais mais antigos nasáreas rurais da ASS relatam

baixas pressões arteriais mé-dias que são estáveis com aidade e uma baixa prevalênciade hipertensão arterial (Kami-ner B, Lutz WP. 1960); (Sha-per AG, Wright DH, Kyobe J.1969); (Poulter N, Khaw KT,Hopwood BE, Mugambi M,Peart WS, et al. 1984); (Vaug-han JP.1979). Paralelamente,os estudos sobre migraçõesnos países de baixo e médiorendimentos mostraram que aspessoas das áreas rurais quemigraram para as áreas urba-nas apresentaram um aumentoda pressão arterial (PoulterNR, Khaw KT, Hopwood BE,Mugambi M, Peart WS, etal.1990); (He J, Klag MJ,Whelton PK, Chen JY, Mo JP,et al.1991). Porém, estudosmais recentes das áreas ruraisda ASS sugerem que a preva-lência da hipertensão está a au-mentar nas populações rurais,embora a comparabilidadedestes estudos seja difícil devi-do à ausência de dados de pre-valência padronizados pelaidade (Addo J, Smeeth L, LeonDA.2007); (Njelekela M, Ne-gishi H, Nara Y, Tomohiro M,Kuga S, et al. 2001); (Njeleke-la M, Sato T, Nara Y, Miki T,Kuga S, et al, 2003); (Opie LH,Seedat YK.2005).

Os dados de prevalência dahipertensão são consideradoscruciais para a compreensão damagnitude do problema poispermite a identificação dos in-divíduos de alto risco paraDCV e permite avaliar os efei-tos das intervenções políticas epráticas (Narayan KM, AliMK, del Rio C, Koplan JP,Curran J. 2011). No entanto, osdados de prevalência de hiper-tensão arterial na ASS são es-cassos (Danaei G, FinucaneMM, Lin JK, Singh GM, Pa-ciorek CJ, et al.2011); (Twagi-rumukiza M, De Bacquer D,Kips JG, de Backer G, SticheleRV, et al. 2011).

Nota da Redacção: as refe-rências bibliográficas deste ar-tigo podem ser consultadas napágina do Facebook do Jornalda Saúde

24ll DOENÇAS CRÓNICAS Maio 2013 lJSA

Esta substancial evidência epidemiológica corrobora opeso crescente das doenças crónicas nos países da ASS oqual deve suscitar preocupações acrescidas por parte dosdecisores políticos da saúde quanto às estratégias maisefectivas a adoptar para reduzir o peso destas doenças naregião, tendo em consideração os contextos e os recursoslocais. Uma estratégia adequada a adoptar para a prevenção econtrolo das doenças crónica é a Estratégia Global paraas Doenças Não Transmissíveis da OMS, cujos princi-pais objectivos consistem em realizar os seguintes pas-sos: • Planear as epidemias deDoenças Crónicas emergentese analisar os seus determinan-tes.• Reduzir os níveis de exposi-ção das populações aos facto-res de risco comuns e seus de-terminantes.• Desenvolver normas e gui-delines para intervençõesefectivas.As intervenções podem serdesenhadas com base na filo-sofia de que, doenças com fac-tores de risco comuns, tais co-mo o tabagismo, consumo ele-vado de gorduras e de sal nadieta e abuso do álcool, reque-rem estratégias preventivascomuns. Programas de despiste para adetecção precoce da hiperten-são e da diabetes na comuni-dade podem ser apropriados,na medida em que ambas asdoenças, frequentemente, nãose tornam clinicamente mani-festas até causarem lesões nosórgãos alvo, como o enfarteagudo do miocárdio, a insufi-ciência cardíaca crónica, oacidente vascular cerebral, a IRC, a cegueira ou as am-putações. Em geral, tais medidas estão sujeitas aos cons-trangimentos dos recursos locais, pelo que, uma estraté-gia que incida nos doentes de risco mais elevado, ou sejaos doentes que se apresentam com comorbilidades emúltiplos factores de risco, pode ser mais apropriada eviável do que uma estratégia de despiste populacionalpara os países da África Subsariana (WHO, 2002). Ossistemas de saúde dos países em desenvolvimento ne-cessitam de ser profundamente remodelados para lidarcom este peso dual da doença (doenças infecciosas en-démicas e doenças crónicas), na medida em que sofrem,muitas vezes de uma alocação ineficiente de recursos ede infra-estruturas de gestão, também ineficientes. Umamelhor gestão deve, pois, integrar tanto a abordagem doscomportamentos de alto risco, como a detecção precoceda hipertensão, da obesidade e da diabetes ao nível doscuidados de saúde primários e uma abordagem popula-cional transectorial, que integre a educação para a saúdenas escolas, o marketing social e outros sectores de acti-vidade.

Os sistemas de saúdedos países em desenvolvimento necessitam de ser profundamenteremodelados

“Uma melhor

gestão deve

integrar, tanto a

abordagem dos

comportamentos

de alto risco – a

detecção precoce

da hipertensão, da

obesidade e da

diabetes ao nível

dos cuidados de

saúde primários –,

como uma

abordagem

populacional

transectorial que

integre a educação

para a saúde nas

escolas, o

marketing social e

outros sectores de

actividade”

Conclusões

Cerca de 80%das mortesprematurasresultantes deDCV (enfarteagudo domiocárdio eacidentevascularcerebral), 80%das mortesprematuras pordiabetes de tipo2 e 40% damortalidade porcancro podemser evitadas,através deadequadasintervenções deprevenção”

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farmácia ll 25Maio 2013 l JSA

As ações de

formação

são gratuitas

e ministra-

das por for-

madoras especializadas de

cada marca que se deslocam

regularmente ao nosso país

para apresentar os mais re-

centes lançamentos e acon-

selhar as técnicas corretas,

ou a utilização de cada subs-

tância ativa, para as patolo-

gias de pele mais comuns”,

diz-nos a directora geral,

Andrea Ferraz.

Entre as marcas represen-

tadas, destaca-se a Uriage,

Avéne, Elgydium, Ducray,

Lierac e A-derma. “A grande

maioria das marcas que tra-

balhamos é composta por

gamas específicas para trata-

mento dos mais variados

problemas de pele, sendo os

mais comuns a acne, pig-

mentação e atopia”, refere.

A prescrição de produtos

dermo-cosméticos por der-

matologistas, pediatras e

mesmo clínicos gerais é cada

vez mais frequente, pois

conseguem tratar de forma

tópica a grande maioria dos

problemas sem terem de re-

correr a medicação, que é

sempre mais agressiva para

o paciente. “Estes produtos

são formulados por equipas

científicas de dermatologis-

tas e farmacêuticos com as

mais recentes tecnologias de

ponta para tratar as doenças

da pele, mas recorrendo a

texturas e galénicas bastante

agradáveis para os pacientes

e consumidores”, garante

Andrea Ferraz.

Evolução futura

De acordo com a directo-

ra geral “a HE Farmacêutica

pretende consolidar o seu

crescimento, especializan-

do-se cada vez mais nesta

área da dermo-cosmética,

melhorando os seus serviços

de logística, atendimento ao

cliente, e organizando cada

mais vez mais ações de es-

clarecimento à classe profis-

sional, bem como à popula-

ção em geral”.

Andrea Ferraz traz na sua

bagagem uma carreira pro-

fissional de 19 anos, dos

quais 12 foram passados em

empresas no ramo da saúde,

nomeadamente em algumas

das maiores multinacionais

como a B.Braun Medical e

Johnson & Johnson. “São

verdadeiras escolas de

aprendizagem”, conclui.

EmpREsA ANgolANA líDER NA DERmo-cosméticA DE FARmáciA

HE Farmacêutica aposta na formação de profissionais de saúden A HE Farmacêutica –

empresa 100% angolana

que atua no setor da saú-

de e bem-estar – não só re-

presenta e distribui 17

marcas líderes de dermo-

cosmética de farmácia,

como revela uma notável

preocupação na formação

de profissionais de saúde

por todo o país, entre der-

matologistas, pediatras,

clínicos gerais, enfermei-

ros, farmacêuticos e técni-

cos de farmácia.

“Os produtossão formuladospor equipascientíficas dedermatologistase farmacêuticoscom as maisrecentestecnologias deponta paratratar asdoenças da pele,mas recorrendoa texturas egalénicasbastanteagradáveis paraos pacientes econsumidores”

ANDREA FERRAZ A grande maioria das marcas que trabalhamos é com-

posta por gamas específicas para tratamento dos mais variados proble-

mas de pele, sendo os mais comuns a acne, pigmentação e atopia

Page 26: da Maio 2013 Director Editorial: Rui Moreira de Sá Angola ... · Ano 4 - Nº 39 Maio 2013 - Mensal Director Editorial: Rui Moreira de Sá Directora-adjunta: Maria Odete Pinheiro

26ll AlimentAção sAudável Maio 2013 lJSA

No caso dascrianças, esegundo aOrganizaçãoMundial de

Saúde (OMS), as gordurastomam um papel muito im-portante no crescimento, de-vendo fornecer quase meta-de da energia do dia. Estasgorduras devem ter origemnos alimentos vegetais (co-mo os óleos extraídos de se-mentes de amendoim, milhoou girassol), já que são ricasem gorduras insaturadas, ouseja, ajudam ao funciona-mento de vários órgãos docorpo. As gorduras satura-das, as que são sólidas à tem-peratura ambiente, devemser reduzidas ao mínimo.

Mas onde encontramosestes nutrientes? Se procu-rarmos com atenção no nos-so prato, vamos encontrarsempre alguma gordura: nosalimentos principais (porexemplo, na carne ou peixe)ou quando a adicionamos naconfecção ou tempero. Po-rém, em geral, acabamos porcatalogar um prato como"mais ou menos rico em gor-dura" dependendo da culiná-ria, esquecendo que os ali-mentos, só por si, tambémtêm alguma quantidade degordura. Ora, sendo assim, oque será que tem maior teorde gordura saturada (a má):uma costeleta de porco gre -lhada ou um bife de porcofrito? O bife de porco fritotem muito menos gordurasaturada do que a costeletagrelhada.

Confuso? A explicação ésimples. Todos os alimentostêm, a cru, um teor (maior oumenor) de vitaminas, mine-rais, proteínas… e de gordu-ra saturada. Por essa razão,alguns alimentos fritos, que

têm tão má fama, afinal têmmenos teor de gordura satu-rada que outros alimentosgrelhados: se fritar uns bifesdo lombo terá metade dagordura saturada do que segrelhar uma carne gorda, co-mo o entrecosto.

Boas escolhas!

Um dos pratos preferidosdas crianças é o bitoque, masmuitos pais evitam-no porcausa do excesso de gorduradas batatas fritas. No entan-to, é o bife de vaca frito quetem maior quantidade degordura saturada e não as ba-tatas fritas ou o ovo estrela-do. É fácil de perceber: o bi-fe, sendo de origem animal,tem perto de 6 g de gordurasaturada (em cada 100 g),principal responsável peloaumento do mau colesterol.Já a batata, naturalmentesem gordura e frita em óleovegetal, tem apenas 1,4 g degordura saturada. Assim,quer saber como reduzir agordura ingerida? Opte porgrelhar o bife, manter a bata-ta frita e acrescentar uma sa-lada convencional ou espar-regado, ou então, se quisermesmo um bife frito, optepor carne mais magra, comoo peru ou o frango, ou atémesmo a febra.

Podemos também com-parar um prato de pescadafrita e arroz de tomate comum bacalhau à Gomes de Sá.Ambos têm valores de gor-dura saturada semelhantes(2,1 g e 2,5 g por porção),mas o processo de fritura dapescada é muito rápido e nãoultrapassa os 170-180ºC, en-quanto o bacalhau é assado auma temperatura mais ele-

vada (180-200ºC) e por maistempo, potenciando umamaior absorção e degrada-ção da gordura, pelo que oprato de pescada frita é maissaudável.

Conhecer os alimentos émeio caminho andado parafazer uma melhor gestão dagordura vegetal que adicio-

na (óleo vegetal, azeite…).Te nha também em atençãoque existem alimentos que,apesar de não serem fritos,têm muita gordura "escondi-da", como as quiches, empa-das e os fo lhados, ricos emgordura saturada, que devemser ingeridos com modera-ção! Boas escolhas!

Dr.ª Maria Paes Vasconcelos

| Nutricionista

n a alimentação das crian-

ças é uma grande preocu-

pação diária para todos os

pais: qual o alimento a ser-

vir; como o cozinhar; o que

usar como tempero, etc.

"Diz-me o que comes e dir-

te-ei quem és" (ou serás, no

caso de crianças…) é uma

forma de dizer que os nu-

trientes que recebemos pe-

la alimentação permitem ter

energia e matéria para cres-

cer e construir o corpo.

As gorduras saturadas estão presentes em carnes

gordurosas, aves com pele e laticínios integrais co-

mo queijo, leite e iogurte. O consumo excessivo des-

ta gordura eleva a quantidade de glicose do sangue

podendo causar diversas doenças, entre elas a dia-

bete. Para eliminar de vez este vilão, confira uma lis-

ta com os 10 alimentos que oferecem maior risco.

QueijoEsqueça aqueles mais amarelados.

Carne vermelhaPrefira os peixes e o frango sem pele. Quando não tiver

esta opção, fique com as versões que apresentem me-

nor quantidade de gordura, como o lombo.

LeiteNem chegue perto das versões integrais. Prefira a op-

ção “magro”.

ÓleosNeste caso, a dica é a seguinte: quando preparar uma

receita simples que não fica tanto tempo no fogo, prefira

o azeite. Isso vale para os pratos feitos até 180 ºC.

GeladosEsta delícia pode transformar-se numa grande vilã.

Consuma gelados nos dias em que teve um almoço le-

ve, repleto de verdes, ou seja, quando a sua cota de gor-

dura ainda permitir. Caso contrário, a sobremesa deverá

ser gelatina mesmo.

Bolos, biscoitos e pães.Os ingredientes destes alimentos costumam ser muito

ricos em gorduras saturadas. Por isso, a melhor opção é

incluir um deles em apenas uma das suas refeições. O

pequeno-almoço sempre será a melhor escolha.

Manteiga e margarinaA briga entre a manteiga e a margarina parece estar lon-

ge de chegar ao fim. De qualquer maneira, já está com-

provado que nenhuma das duas traz benefícios à saú-

de. Então, evite ao máximo o consumo das duas.

Gordura hidrogenada e banhaTudo bem que a sua avó costumava cozinhar com estes

produtos que deixam a comida com um sabor especial.

Porém, hoje em dia, não há desculpas para você come-

ter esse desatino. Prefira o azeite.

MolhosNão adianta nada comer um prato de salada regado

com molho à base maionese. Estes ingredientes con-

têm grande quantidade de gordura. Prefira as opções

de tempero que levam creme de leite ou iogurte.

Pele de frangoAqueles petiscos, tipo frango à passarinho, são mesmo

irresistíveis. Contudo, se quer ter uma alimentação sau-

dável, corte qualquer prato em que a ave seja preparada

com a pele.

Gorduras saturadas:

alimentos que estão na lista negra10

Sabe onde a gordura anda escondida?

CANCRO DA MAMA E DA PELE

A oncologista Albertina Manaças apontou este mês, em

Luanda, o consumo desregrado de alimentos gorduro-

sos de origem animal, tabaco e bebidas alcoólicas como

principais causas do cancro da mama e da pele.

A especialista em oncologia disse que fazer pequenas mu-danças na vida quotidiana pode ajudar as pessoas a reduzi-rem as probabilidades de contrair cancro e salientou que arealização de exercícios físicos torna as pessoas mais sau-dáveis e com maior propensão de prevenir certas doenças,entre as quais oncológicas. Albertina Manaças frisou que o cancro da mama é à segun-da causa de morte por cancro na mulher em todo o mundo,sendo uma das doenças com maior impacto na sociedade,pelo facto de agredir um “órgão cheio de simbolismo namaternidade e na feminilidade”. A médica acrescentou que, na instituição em que trabalha,são diagnosticados 12 casos cancerígenos por dia, a maio-ria dos quais cancro da mama em mulheres acima dos 30anos. Albertina Manaças explicou que o cancro faz parte de umconjunto de mais de 100 doenças que têm em comum ocrescimento desordenado de células que invadem os teci-dos e órgãos e podem espalhar-se para outras regiões docorpo. Estas células, de acordo com a médica, podem ser muitoagressivas e incontroláveis, determinando a formação detumores, que é o acúmulo de células cancerígenas. Já o tumor benigno, acrescentou, é apenas uma massa lo-calizada de células que se multiplicam vagarosamente e seassemelham ao seu tecido original e raramente representaum risco de morte.

Médica alerta para os riscosdos alimentos com gordura

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publicidade ll27Maio 2013 l JSA

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28ll saúde da mulher Maio 2013 lJSA

Ainfecção uri-nária tem sido,nos últimostempos, umdos factores

que leva muitas mulheres aprocurar os serviços de saúde.

O consumo de água conta-minada para higiene íntima éuma das principais vias para secontrair este tipo de infecçãoprovocada por bactérias, fun-gos e outros microrganismosque levam à inflamação dasvias urinárias e, em alguns ca-sos, dos rins.

Apesar de ser uma patolo-gia que afecta qualquer indiví-duo, independentemente daidade e do sexo, as mulheres,pela sua própria constituiçãoanatómica, são mais susceptí-veis de contrair este tipo de in-fecção.

Vontade frequente de uri-nar, acompanhada de algumardor, dores de bexiga, em si-tuações mais graves, dores decoluna e febres, são os sinto-mas mais comuns da infecçãourinária, refere Pedro de Al-meida, médico gineco-obste-tra.

Regras de higiene

para prevenir doenças

Pedro de Almeida, chama aatenção da população e, emparticular, da camada femini-na, para a tomada de algumasmedidas preventivas. As re-gras de higiene individual ecolectiva são a melhor formade prevenir doenças, afirma.

Cuidados especiais com ahigiene pessoal, utilizando pa-ra a lavagem íntima água fer-vida, sabão comum, a ingestãode, pelo menos, dois litros deágua por dia, urinar sempreque sentir necessidade, lavar-se sempre de frente para trás enunca ao contrário, de forma aevitar que os micro-organis-mos existentes na região analsejam transportados para a va-gina, aumentando assim o ris-co de contrai-los, bem como a

prática de relações sexuaisprotegidas, são atitudes quedevem ser tidas como indis-pensáveis.

Em conjunto com esta sériede medidas de carácter pre-ventivo, as mulheres devem,segundo Pedro de Almeida,optar pela utilização de roupasíntimas mais apropriadas aonosso clima. Deve portanto,evitar-se a partilha e o usoconstante de roupas íntimascom cetim, lycra ou seda, pre-ferindo o tecido de algodão,que acaba por absorver o suorem vez de aumentar a produ-ção de calor, que propicia amultiplicação de fungos e bac-térias que existem nesta partedo corpo da mulher, e que, poralguma alteração no meio am-biente ou stress, se tornamagressivos, causando mau es-tar. Mulheres grávidas e crian-ças apresentam maior vulnera-bilidade para contrair infec-ções urinárias, frisou o médi-co.

Partilha de banheiras

é um factor de risco

Outro aspecto muito im-portante prende-se com a par-tilha de banheiras e outrosutensílios utilizados durante obanho sem obedecer aos prin-

cípios básicos de higiene, bemcomo a utilização de água pa-rada para o banho. Segundoeste profissional de saúde,utensílios como banheiras de-vem ser bem lavados antes devoltarem a ser utilizados poroutra pessoa e os banhos de-vem ser, sempre que possível,com água corrente e não numrecipiente.

A utilização desregrada desubstâncias ou soluções para ahigiene íntima também repre-sentam um perigo para a saúdeda mulher. Pedro de Almeidaexplica que os anti-sépticosnão devem ser utilizados du-rante períodos muito longos esem recomendação médica.

O profissional de saúde,realçou ainda a importânciadas crianças beneficiarem decuidados redobrados no quetoca à higiene íntima. Segundoo médico, a lavagem deveacontecer pelo menos duas ve-zes ao dia, mais precisamenteao levantar-se e ao deitar-se,seguindo sempre uma orienta-ção médica.

Infecção vaginal

O médico gineco-obstetrarefere ainda um outro tipo deinfecção que afecta largamen-te a camada feminina. Trata-se

da infecção vaginal ou tricho-moníase, uma infecção detransmissão sexual muito fre-quente, causada por um para-sita denominado TrichomonasVaginalis , muitas vezes pre-sente na água e que, segundoa Organização Mundial daSaúde, atinge mais de 350 mi-lhões de pessoas no mundo.

Esta patologia tem comoprincipais características umcorrimento de cor esbranqui-çado, amarelado, esverdeadoou ainda acinzentado, comi-chão e aspecto avermelhadona região genital, dores duran-te o acto sexual e um cheirodesagradável que provoca

desconforto à mulher. À se-melhança do que acontececom a infecção urinária, estadoença também tem trata-mento.

Segundo Pedro de Almei-da, o tratamento para este tipode infecção é feito com poma-das ou óvulos de aplicação va-ginal, podendo às vezes serefectuado por via oral. Fazeruma boa higiene íntima, secarbem a região genital após obanho, evitar o uso de roupasapertadas e de pensos higiéni-cos perfumados, são algunscomportamentos que podemajudar a prevenir eventuais in-fecções vaginais.

PAtríciA VAn-Dúnem

n A infecção urinária, queafecta sobretudo as mulhe-res, devido à sua anatomiaespecífica, resulta, frequen-temente, da falta de cuidadoem matéria de higiene. indi-vidual e colectiva.

Higiene o segredo da prevenção

Vontadefrequente deurinar,acompanhada dealgum ardor,dores de bexiga,em situaçõesmais graves,dores de colunae febres, são ossintomas maiscomuns dainfecçãourinária.

As mulheresgrávidas ecriançasapresentammaiorvulnerabilidadepara contrairinfecçõesurinárias.

Infecções urInárIas

As regras de higiene individual e colectiva sãoa melhor formade prevenir doenças

●Use água fervida na lavagem íntima

●Use sabão comum

● Ingira, pelo menos, 2 lt de água por dia

●Urine sempre que sentir necessidade

●Lave-se sempre de frente para trás

●Não partilhe banheiras, desinfecte-as e rejeite águas

paradas

●Tenha relações sexuais protegidas

●Evite o recurso aos anti-sépticos durante períodos

prolongados

●Use roupas adequadas ao clima evitando cetins

e lycras, bem como roupas apertadas

Como evitar

as infecções urinárias

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JSA l maio 2013 l 29Saúde huambo

Com a duração de três dias (de 11a 13 de Maio), e sob o lema“Agir sobre as doenças nãotransmissíveis na base das me-tas do desenvolvimento do mi-

lénio”, o evento teve como objectivos elevaro conhecimento dos profissionais, estabelecerum intercâmbio entre a classe e reforçar asboas relações humanas para melhor humani-zar os serviços de saúde, segundo informou apresidente nacional da ANEA, Adelina No-bre.

Na abertura do certame, os enfermeiros fo-ram incentivados pelo Vice-governador pro-vincial para a área política e social, GuilhermeTuluka, a melhorar a sua formação académi-ca, tendo em conta o seu papel na cadeia mé-dica hospitalar. “A classe dos enfermeiros nacadeia do tratamento da saúde das pessoasocupa um lugar privilegiado. O médico diag-nostica e receita mas quem torna o processoefectivo no organismo do paciente é o enfer-meiro, acompanhando a sua evolução e me-lhoria”. Segundo o governante, a saúde estáem constante evolução e a classe de enfermei-ros deve evoluir na proporção das ciênciasmédicas.

ministério da saúde promete centrar atenção na qualidade dos serviçosDurante as jornadas, o Secretário de Esta-

do da Saúde, Carlos Alberto Masseca, dissehaver um grande esforço do executivo no sen-tido de alcançar as metas e objectivos do mi-lénio e criar condições para formar quadros atodos os níveis e em todas as classes do sector,na reabilitação e reconstrução de unidades sa-nitárias, de forma a pôr à disposição da popu-lação os serviços necessários à redução acele-rada da mortalidade materno-infantil.

As doenças crónicas não transmissíveis le-vantam novas questões e novos desafios. Se-gundo o Carlos Masseca, deve haver prepara-ção da parte dos profissionais para dar respos-tas aos desafios. “As grandes unidades sani-tárias do país registam, hoje, nas urgências,como principais causas de morte, as doençasligadas à hipertensão e suas complicações,traumatismos, cancro e diabetes, constituindoos problemas que fazem parte de um quadroepidemiológico que, até há bem pouco tempo,não registávamos. Para isso, os técnicos, fun-damentalmente os enfermeiros, têm de estarpreparados para dar resposta a esses novos de-safios”, referiu.

O Secretário de Estado da Saúde admitiuser na qualidade de serviço que a classe se de-

ve centrar. “Queremos melhor qualidade dosserviços e humanizá-los. É o nosso dever euma exigência da população. Os utentes serãocada vez mais exigentes para com os presta-dores de serviços e acreditamos que a existên-cia de equipas multidisciplinares e multipro-fissionais em que o enfermeiro é parte impor-tante e fundamental – pois representam 60%da força de trabalho do sector – permitirá darresposta a estas exigências, uma vez que aspessoas são o nosso foco de actuação”.

municipalização abre oportunidadesO responsável precisou, por outro lado, que

o actual processo de municipalização dos ser-viços de saúde abre uma oportunidade única aostécnicos e organizações sócio profissionais declasse. Estes poderão participar com as autori-dades locais na definição das necessidades desaúde das populações e encontrar, em conjuntocom as comunidades, os melhores caminhospara resolver os seus problemas de saúde.

A prova do esforço que o executivo faz, con-tinuou, “é o Orçamento Geral do Estado para oano 2013 em que foi centrado um conjunto derecursos fundamentalmente nos níveis primárioe secundário, aí onde estão as pessoas. Por isso,convidamos as organizações socioprofissionaisde classe para que sejam fiscalizadoras de todaa actividade e daquilo que é feito com os recur-sos que devem servir fundamentalmente os nos-sos utentes”.

Quanto ao Plano Nacional de Desenvolvi-mento Sanitário de Angola 2012/2025, o gover-nante afirmou que este abre uma oportunidadeúnica para que os profissionais sejam parte ac-tiva num processo de recriação dos serviços na-cionais de saúde onde cada um, com o seu sa-ber, possa participar activamente na moderni-zação do Serviço Nacional de Saúde e que este-ja ao serviço de Angola e dos angolanos.

ElSA InAkulo |

corresponDente no Huambo

n A Associação dos Enfermeiros de An-

gola (AnEA) realizou na província do

Huambo as suas quintas jornadas científi-

cas de enfermagem, em 12 de Maio, dia

internacionalmente consagrado ao enfer-

meiro.

Huambo acolhe jornadas científicas de enfermagem Dia internacional Do enfermeiro

No decurso dos trabalhos foram minis-trados sete cursos pré jornadas: Cuidadosde Saúde com Portadores de AcidenteVascular Cerebral, Insulinoterapia, Su-porte Básico de Vida, Soro e Gotejamen-to, Anotações de Enfermagem e Passa-gem de Turno, Cuidar dos que Cuidam eUso de Bibliotecas Móveis.Sobre o papel das entidades da classe deenfermagem os participantes chegaramàs seguintes conclusões: Diabetes mellitus• Cerca de 92,3% dos pacientes numaunidade hospitalar desconhecem as com-plicações da doença;• Cerca de 61,5% não fazem exercíciosfísicos como medida de auto cuidados.Hipertensão arterialOs profissionais de enfermagem, e nãosó, devem redobrar maior vigilância eatenção no cuidar dos pacientes comAVC, uma das complicações da hiperten-são arterial.Ética e DeontologiaConstatou-se que ainda existe violaçãode princípios por parte de alguns profis-sionais no exercício das suas tarefas.

RecomenDações• Dinamizar acções educativas, a níveldas comunidades, para o auto cuidadocom os portadores da diabetes melittus.• Promover actividades de campo para adivulgação dos cuidados a ter com osfactores de risco sobre a hipertensão arte-rial.• Realizar acções de formação contínuasobre a ética e deontologia no seio dosprofissionais de enfermagem.O certame contou com a participação dasprovíncias de Benguela, Cabinda, Cune-ne, Huíla, Luanda, Lunda-Sul, Moxico,Namibe, Uíge, Kwanza Norte, KuandoKubango, Zaire e Huambo.

Conclusões e recomendações

Secretário de Estado da saúde, Carlos Alberto Masseca e o Vice-governador

provincial para a área política e social, Guilherme Tuluka

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30ll doenças respiratórias Maio 2013 lJSA

Estamos na épo-ca de cacimbo,aquela em quefaz mais frio aolongo do ano.

Por esta altura são frequentesas doenças respiratórias quepodem ser prevenidas. Ospais devem ter maior cuida-do com as crianças, agasa-lhando-as.

As infecções respiratóriasafectam os órgãos do sistemarespiratório, podendo ser agu-das ou crónicas. Infecçõesrespiratórias altas são o res-friado e gripe, que surgemcom muita frequência no ca-cimbo devido às alteraçõesclimatéricas, pois, por esta al-tura do ano, o vírus sobrevivecom maior facilidade. Daí aimportância de se redobrar oscuidados.

Em entrevista ao JSA, apediatra Leopoldina Mouzi-nho diz que é importante que

as pessoas vistam, nesta esta-ção, roupas quentes que pro-tejam o organismo do frio.Outro conselho dado aos paisé o de diminuir o uso dos apa-relhos de ar condicionado,poupando sobretudo as crian-ças a baixas temperaturas.Importa ainda impedir queelas ingiram líquidos frios.

A ingestão de líquidos comsucos frescos e naturais, bas-tante água e uma alimentaçãosaudável podem aumentar aimunidade do organismo.

— A automedicação deve

ser evitada?

— A população utiliza muitoa vitamina C, mas deve fazê-lo sempre com recomenda-ção médica. Por outro lado,ao invés de recorrerem so-mente à vitamina C, as pes-soas devem ingerir mais su-cos naturais cítricos, como osde laranja, limão e outros ci-

trinos, para complementar aoferta de vitaminas e sais mi-nerais que o organismo ne-cessita em grande quantida-de.—As crianças merecem

maior cuidado?

— Sim, o seu sistema imuni-tário é mais frágil e a aptidãoaos vírus é maior, pelo quedevemos ter a criança bemagasalhada, em relaxe ou re-pouso, assegurar-lhe umaboa alimentação e evitandoque ela se exponha ao frio.— Quais são os sinais ou

sintomas das doenças res-

piratórias?

— São gerais porque são vá-rias as doenças respiratórias.Comecemos pela gripe, quetem como sintomas, a febre,dores musculares, cansaço,congestão nasal, rinorréia,dor na garganta, dificuldadeem engolir, quer se trate de lí-quidos ou de alimentos mais

sólidos.Para o resfriado os sinto-

mas podem ser os mesmos,embora mais leves, pois tra-ta-se de uma doença de curtaduração. Na gripe, o indiví-duo apresenta-se um poucomais debilitado. Se o sistemaimunológico estiver fragili-zado, a gripe pode acarretarconsequências mais gravo-sas, como a pneumonia oumesmo a tuberculose. Daí aimportância de manter sem-pre uma alimentação saudá-vel rica em vitaminas e saisminerais. É aconselhável co-mer sempre dois a três peda-ços de fruta diariamente.— Porque é que devemos

estar particularmente

atentos aos sintomas de gri-

pe?

— Tanto a gripe como o res-friado podem agravar-se emquadros complicados, com odesenvolvimento de sinusi-

JúLia GonçaLves

n Com o cacimbo chegatambém a época das gripese resfriados. não são doen-ças de importância secun-dária pois podem evoluirpara situações clínicas bemmais graves, como explica apediatra Leopoldina Mouzi-nho. Há cuidados a ter, so-bretudo com as crianças e aauto-medicação é desacon-selhável.

“É lamentávelque muitascriançasmorramdiariamente porfalta daobservação decertos cuidadospor parte dospais”

Infecções respIratórIas

Doenças que chegam com o cacimbo

Leopoldina Mouzi-nho acentua que ascrianças são maisvulneráveis às infec-ções respiratórias

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ll 31Maio 2013 lJSA

tes ou otites. Aqui há uma in-vasão da mucosa pelas bac-térias, causando a sinusite,que é a inflamação dos seiosnasais, ou a otite, que é infla-mação do ouvido, vias aé-reas e ouvido médio. — E quais são os sintomas?

— Na sinusite, é a dor de ca-beça localizada acima e abai-xo dos olhos, com secreçãonasal purulenta. Na otite, queaparece alguns dias depois dagripe, a criança mostra irrita-bilidade, acompanhada defalta de apetite e febre eleva-da. Para além disso, pode de-senvolver-se nesta época friaa amigdalite, laringite, origi-nada pela invasão das bacté-rias que surgem devido à le-são da mucosa pelo vírus comaproveitamento das bactérias.

A bronquite é uma doençaque pode evoluir, caso nãoseja tratada a tempo, para atuberculose ou pneumonia,considerada uma infecçãograve.

As pessoas devem prestaratenção ao surgimento deuma dor no peito, dificulda-de respiratória que o indiví-duo poderá pensar tratar-sede uma gripe mas que carece

de ser observada pelo médi-co, a quem caberá confirmaro quadro clínico. A pneumo-nia nem sempre traduz umacomplicação da gripe, sendoque resulta, muitas vezes, dadebilidade do estado imuni-tário da criança ou do indiví-duo, ou mesmo de um estadode desnutrição infantil.— Nesta época a amigdali-

te acomete mais as crian-

ças?

— Os pais devem prestarmaior atenção à febre de 38graus nas crianças. Caso afebre persista deve ser obser-vada sempre pelo médico. Aamigdalite manifesta-se comdor na garganta, dificuldadeem deglutir, dor na mandíbu-la, aumento de gânglios,muita salivação, a criançababa com maior frequência.As amígdalas apresentam-seavermelhadas ou com pon-tos purulentos, o que requero recurso a antibióticos,sempre com prescrição mé-dica, é claro.— Quais são os primeiros

socorros no arrefecimento

corporal?

— A água deve ser tépida enão fria porque pode provo-car um choque térmico. Nes-te tempo do frio é precisoprestar atenção à água cor-rente, pode estar mais fria.Os pais podem ainda aplicarum anti-térmico, como o pa-racetamol, levando sempre acriança ao médico porque aautomedicação não é acon-selhável.— Qual é a sua maior

preocupação enquanto pe-

diatra?

— São as doenças respirató-rias, como a pneumonia.Porque estas são as princi-pais causas de morte dascrianças em Angola, dos ca-sos mais leves aos mais gra-ves, entrando em fase de in-suficiência respiratória.

Os pais já não fazem o

acompanhamento das crian-ças. Muitas vezes tal aconte-ce não tanto devido à condi-ção social, mas porque a pro-cura da subsistência os levoua deixar de dar maior atençãoaos filhos. É necessário quese voltem mais para as suascrianças. O estado nutricionaldas crianças é uma grandepreocupação nas pediatrias.Chegam, frequentemente,muito desnutridas e um corpodesnutrido não sobrevive aestes problemas de saúde.— Qual a alimentação bá-

sica que salvaguarde o es-

tado nutricional da crian-

ça, nomeadamente quando

os recursos são escassos?

— Em média quatro a cincovezes ao dia devem comer oessencial, como é o caso deuma boa papa de milho. Asnossas crianças fazem uma aduas refeições, mas este nãoé um aspecto único, porquemuitas mães de crianças des-nutridas têm uma constitui-ção física saudável. O pro-blema que se coloca é o dafalta de tempo e dedicaçãopara assegurar uma boa ali-mentação aos seus filhos.

É lamentável que muitascrianças morram diariamen-te por falta da observação decertos cuidados por parte dospais, pois quando chegamaos hospitais já vêm em esta-do avançado de doença.— Os cuidados nas creches

requerem maior atenção

por esta altura do ano?

— Com o corre-corre diário,os pais deixam as criançasaos cuidados das creches.Mas é preciso que estas insti-tuições tomem maior cuidadona recepção das crianças. Seuma criança tiver sinais degripe deve ficar em casa, emrepouso, para não activar acadeia de transmissão. Por-que hoje as creches, ao invésde espaços ao ar livre, são es-paços fechados com poucaventilação e muita enchentede crianças. As doenças res-piratórias são transmissíveispela fala, que liberta as gotí-culas que afectam quem esti-ver em redor. Num espaço fe-chado a transmissibilidade émaior. As creches têm clima-tização, ao invés de ar puro. Oclima frio propicia a virulên-cia do vírus.

Se já estamos na épocafria, em espaços fechados eclimatizados a tendência pa-ra as crianças ficarem cons-tipadas é maior. O banho édado nas creches em espaçoaberto e a criança não é con-venientemente seca, peloque, se não houver o cuidadode cobri-la, a criança, expos-ta ao frio, irá desenvolveruma gripe, resfriado ou mes-mo uma pneumonia.

CONSELHOS

ÚTEIS

nesta época devem ingerir-se bastantes líquidos porqueajudam a fluidificar as secre-ções e desobstruir as vias.convém ainda agasalhar-seconvenientemente o corpo,principalmente o das crian-ças, com roupas adequadaspara o frio, optar por alimen-tos saudáveis, comer muitaverdura, frutas, orientar o re-pouso, da criança ou do indi-víduo adulto, praticar regu-larmente de exercícios físi-cos e evitar a exposição apoeiras e fumo de cigarro,que são factores que desen-cadeiam situações alérgi-cas.

“Num

espaço

fechado a

transmis-

sibilidade é

maior. As

creches têm

climatização, ao invés

de ar puro. O clima

frio propicia a viru-

lência do vírus”.

Page 32: da Maio 2013 Director Editorial: Rui Moreira de Sá Angola ... · Ano 4 - Nº 39 Maio 2013 - Mensal Director Editorial: Rui Moreira de Sá Directora-adjunta: Maria Odete Pinheiro

32ll responsabilidade social Maio 2013 lJSA

Aimplementa-

ção do Centro

de Resolução

de Conflitos e

de Desenvol-

vimento Juvenil contribuiu

claramente para a melhoria

comportamental dos alunos.

“Até vêm voluntariamente fa-

zer a limpeza da escola aos

fins de semana!”. A garantia é

dada pela Directora da Escola

Juventude em Luta, Luzia

Pontes de Faria, em entrevista

ao Jornal da Saúde, por oca-

sião da inauguração do Njan-

go, este mês, em Luanda.

“O projecto também in-

clui os pais a quem são suge-

ridas normas de educação

em casa”, disse a directora

deste estabelecimento de en-

sino com 1.600 alunos distri-

buídos por 57 turmas. O pro-

jecto foi implementado pela

ONG Search For Common

Ground (SFCG), com o pa-

trocínio da BP Angola.

De acordo com o director

nacional da SFCG, “o pro-

jecto visa reforçar as capaci-

dades dos jovens angolanos

para resolver conflitos nas

suas comunidades e educá-

los sob o ponto de vista cívi-

co e intelectual”. O Njango,

com biblioteca, é também

um lugar para estudarem e

fazerem os trabalhos de ca-

sa. “Visa contribuir para o

reforço da educação cívica

dos alunos, bem como a pro-

moção da interação e o diá-

logo entre os jovens. Este

diálogo procurará cimentar

os conhecimentos em áreas

de civismo, boa governação,

liderança e resolução de con-

flitos comunitários, assim

como de negociação e de

gestão de micro projectos”,

referiu.

Grupos de observação

A particularidade do pre-

sente Njango, segundo Karl

Estrada “é que o seu funcio-

namento será assegurado

pela associação de estudan-

tes da escola que foram for-

mados pela SFCG nas áreas

da resolução e mediação de

conflitos, em colaboração

com os professores e encar-

regados de educação”.

Finalmente, “outra espe-

cificidade é a criação de gru-

pos de observação que irão

providenciar informação so-

bre os problemas que a ju-

ventude enfrenta na sua co-

munidade e de como os diá-

logos são um importante au-

xilio na resolução desses

problemas. Os grupos de ob-

servação funcionarão junto

das associações de estudan-

tes. Tudo isto é acompanha-

do pela produção radiofóni-

ca especificamente concebi-

da para este projecto que já

está nas rádios de Luanda”,

disse Karl Estrada.

Segundo o director na-

cional da SFCG “em toda

sociedade humana, os jo-

vens de hoje são o futuro da

sociedade, do país e da na-

ção. Como este centro de de-

senvolvimento juvenil, pro-

porcionamos, graças à BP,

um espaço de diálogo com

os seus pares, com a comu-

nidade e entre eles mesmos.

Uma abordagem inclusiva

com os jovens é a maneira

mais adequada para conti-

nuar o progresso social sus-

tentável e para o desenvolvi-

mento do país. Trabalhar

com os jovens é dar um es-

paço, uma plataforma de co-

municação que tem a finali-

dade de criar uma juventude

mais preparada para os de-

safios do futuro. Daí o lema

que temos usado Aprender,

Crescer e Empreender",

concluiu.

Rui MoReiRa de Sá |

[email protected]

n Centro de Resolução deConflitos e de desenvolvi-mento Juvenil reforça as ca-pacidades dos jovens pararesolver conflitos nas suascomunidades, educa-ossob o ponto de vista cívico eestimula a cultura do em-preendedorismo.

“Alunos melhoraram claramente o seu comportamento”Luzia Faria, Directora Da escoLa JuventuDe em Luta

Karl Paul-Estrada

Director Nacional

Search for Common Ground Angola

Empreendedorismo pressupõe, acima de tudo,

a realização do indivíduo por meio de atitudes

de inquietação, ousadia e pró-actividade na sua

relação com o mundo. Define¬-se também, co-

mo o tipo de comportamento que favorece a in-

terferência criativa e realizadora no meio, em

busca de um crescimento pessoal e coletivo,

através do desenvolvimento da capacidade in-

telectual para investigar e solucionar proble-

mas, tomar decisões, ter iniciativa e orientação

inovadora, competências essas, cada vez mais

exigidas na formação profissional e valorizadas

no mundo do trabalho.

Tema ainda desconhecido

Em contactos mantidos com profissionais da

educação, diretores de escolas, alunos e profes-

sores do ensino médio, constatou-se que no sis-

tema educacional o tema empreendedorismo

ainda é desconhecido em sala de aulas. O perío-

do de ensino médio coincide com um momento

de inquietações na vida dos jovens que atraves-

sam uma fase de transição entre a adolescência

e a vida adulta, marcada por uma série de ques-

tionamentos conflitantes do tipo: como prepa-

rar-se para o futuro profissional, num mundo

cada vez mais competitivo e sem empregos?

Quais as perspectivas económicas mundiais

que nortearão a minha vida profissional e pes-

soal? Que rumo seguir quando sair da escola?

Onde e como buscar um meio de rendimento?

Essas e tantas outras indagações permeiam o

subconsciente dos jovens, diante do contexto

económico e social do país sem esquecer as de-

sigualdades que possam existir.

A escola, espaço de vida, de socialização e de

formação dos jovens, surge neste contexto co-

mo uma instituição promotora da educação, e,

inserida nela, o professor, empreendedor por

natureza, e agente determinante na construção

dos saberes e das novas competências, caben-

do-lhe a missão de preparar esses jovens para

uma nova era que exige outros referenciais na

direção do trabalho e da cidadania.

Cultura de empreendedorismo

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?

responsabilidade social ll 33Maio 2013 lJSA

O1º Curso de

Primeiros So-

corros, orien-

tado pela en-

fermeira

Daiane, da empresa especiali-

zada em saúde Tegus, decor-

reu em Abril e contou com par-

ticipantes de todas as áreas do

projecto Cahata/Lóvua da

construtora, nomeadamente

produção, engenharia, admi-

nistração, eléctrica, equipa-

mentos, social e saúde.

A acção de formação teve

oito horas de duração, das

quais quatro sessões teóricas e

quatro práticas, com a realiza-

ção de simulados internos e

externos na área no projecto.

De acordo com o médico do

ambulatório do projecto, Ro-

gério Barcelos, “o curso juntou

representantes de todas as

áreas, pelo que agora temos

uma grande abrangência de

pessoas capacitadas para a

prestação de primeiros socor-

ros. Outros cursos farão parte

da programação da área de

saúde visando a capacitação e

reciclagem para o crescimento

dos conhecimentos da equipe”.

Participantes satisfeitos

Uma das participantes, a

técnica média e coordenadora

do refeitório Engrácia Miguel

Domingos, afirmou que “o

curso aumentou os conheci-

mentos para toda a vida, den-

tro e fora da empresa”.

Já o motorista da ambulân-

cia, Armando Luis, garantiu

“ter aprendido os procedimen-

tos correctos de primeiros so-

corros ao deparar-se com uma

vítima”.

Para o responsável de pro-

grama de topografia, Carlos

Andrade, a acção de formação

“foi muito útil e servirá para

prestar os primeiros socorros a

colegas em situações críticas

de emergência”.

Também no dia do traba-

lhador, a 1 de Maio, o projecto

Cahata/Lóvua realizou várias

actividades culturais, despor-

tivas e uma missa em homena-

gem aos seus funcionários.

O projecto Cahata/Lóvua

desenvolvido pela Odebrecht

na província da Lunda Norte,

num perímetro de 100 quiló-

metros, integra mais de mil

funcionários em várias espe-

cialidades para garantir a cele-

ridade da obra.

NA LuNdA NORte

Odebrecht forma socorristas

n O projecto da Odebrecht

Cahata/Lóvua, na Lunda

Norte, formou 24 socorris-

tas para atender eventuais

situações de emergência de

colaboradores que se en-

contrem numa área distante

de hospitais.

Projecto Zango

Combate

à malária

e dengue

para reduzir

absentismoOs representantes das

áreas de saúde, segu-

rança, recursos huma-

nos e apoio social da

Odebrecht, e membros

do sindicato da empre-

sa, reuniram, este mês,

com os inspectores de

saúde do Município de

Viana, nos estaleiros

centrais PRP Zango,

com vista a trocarem in-

formações e receberem

orientações sobre o ab-

sentismo e o combate à

malária e dengue.

A actividade consta da

agenda de acções com

vista a melhorar a quali-

dade de vida do pessoal

e seus familiares, atra-

vés de acções de comu-

nicação e de um maior

engajamento.

Primeiro socorro é o tratamento inicial e temporário minis-

trado a acidentados e/ou vítimas de doença súbita, num

esforço de preservar a vida, diminuir a incapacidade e mi-

norar o sofrimento.

O primeiro socorro consiste, conforme a situação, na pro-

tecção de feridas, imobilização de fracturas, controlo de

hemorragias externas, desobstrução das vias respiratórias

e realização de manobras de Suporte Básico de Vida.

Qualquer pessoa pode e deve ter formação em primeiros

socorros.

A sua implementação não substitui nem deve atrasar a ac-

tivação dos serviços de emergência médica, mas sim im-

pedir acções intempestivas, alertar e ajudar, evitando o

agravamento do acidente.

Qualidades do socorrista●autocontrolo e sentido

de responsabilidade

●capacidade de organização

e liderança

●capacidade

de comunicação

●capacidade para tomar

decisões

●compreensão

e respeito pelo outro

●consciência

das suas limitações

O que é um primeiro socorro

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34ll SAÚDE ORAL Maio 2013 lJSA

RaDiaçãO E fiLtROs sOLaREs

Adesignaçãocor recta é"doenças pe-riodontais",afectando o

periodonto, que inclui, além dagengiva, o osso e outros teci-dos que são responsáveis pormanter os dentes firmes nosmaxilares.

As doenças periodontaisdividem-se em dois grupos:– As gengivites, em que háapenas inflamação da gengivae são facilmente tratáveis. – As periodontites (antiga-mente chamadas de "pior -reia"), em que todos os tecidosperiodontais são afectados, ha-

vendo destruição do osso e doligamento que suportam osdentes. Formam-se bolsas en-tre a gengiva e os dentes quesão difíceis de limpar. Se nãose tratar, os dentes acabam porficar "soltos" (a abanar) e porse perder.

Qual a causa?

As gengivites e as perio-dontites são infecções.

São provocadas por bacté-rias da placa bacteriana (PB)que se acumula sobre os den-tes ao longo do dia. Quando aPB calcifica, chama-se tártaro.

São as bactérias que se acu-mulam no sulco que existe entre

a gengiva e o dente que provo-cam as doenças periodontais.

A gengiva inflama para sedefender desta infecção, ficaavermelhada, inchada e sangracom facilidade. Esta hemorra-gia pode ser detectada pelodoente ao escovar as gengivasou pelo dentista.

Quais os riscos da

periodontite para

a saúde geral?

Actualmente sabe-se que aperiodontite pode colocar-nosnuma situação de risco acres-cido para certas doenças, espe-cialmente: diabetes, doençascardiovasculares e partos pre-

maturos com recém-nascidosde baixo peso.

Como se tratam

as gengivites?

Seguindo as regras de hi-giene oral que acabámos deexpor. Além disso, o dentistaterá de remover todo o tártaroque se tenha acumulado.

Como se tratam

as periodontites?

Terão de ser tratadas porum profissional de saúde oral.

Se as bolsas formadas entrea gengiva e os dentes forempouco profundas, faz-se umadestartarização e um alisamento

radicular, para remoção da pla-ca bacteriana e do tártaro acu-mulados na superfície da coroae raiz dos dentes afectados.

Se as bolsas forem muitoprofundas, poderá ser necessá-rio fazer-se uma pequena ci-rurgia para expor as raízes epermitir uma limpeza maisadequada das mesmas.

No final do tratamento éimportante cumprir com astécnicas de higiene oral e fazervisitas regulares ao dentista.Recorde-se que a chave do su-cesso do tratamento dependedo permanente trabalho deequipa entre o doente e o seudentista.

ana Cristina azul

| Médica Dentista

n as "doenças das gengi-vas" afectam os tecidos queenvolvem e suportam osdentes. Cerca de 3 em cada4 pessoas sofrem de algu-ma forma destas doenças.

As doenças das gengivas podem ser prevenidas

AEm relação aoespectro visí-vel, há que tero cuidado decontrolar o

excesso da luz azul que chegaà retina e torna a imagem "es-borratada". Esta situação veri-fica-se a determinadas horasdo dia (nascer do sol ou pôr-do-sol), dependendo tambémda época do ano no Invernoem que os níveis de ilumina-ção são cerca dos 30 000 lux a100 000 lux no Verão.

Em relação à radiação invi-sível, os efeitos desta podemnão ser imediatos, mas podem

actuar por efeitos cumulativos,manifestando-se por períodosmais ou menos longos, por ho-ras ou anos.

Consoante a estrutura doolho é atravessada por maiorou menor radiação, esta serámais ou menos lesada. Deimediato será a córnea a estru-tura mais afectada, manifes-tando-se por queratite pontua-da (queratite a ultravioleta),por reflexão dos raios solaresna areia, na água, na praia, oupela neve na montanha (os ul-travioletas aumentam 4% porcada 300 metros de altitude esão reflectidos 80% pela nevebranca).

Efeitos a longo prazo

Além do efeito nefasto pe-los ultra-violetas na córnea háa realçar o efeito a longo termodestes e dos infra-vermelhosobre o cristalino com opacifi-cação deste (formação de cata-rata) e na retina, conjuntamen-te com luz azul, segundo al-guns autores é um dos factoresque contribuem para o apare-cimento da degenerescênciamacular senil ou maculopatialigada à idade.

O risco de queimadura so-lar directa é sobretudo devidoao excesso de radiação infra-vermelha quando um indiví-duo olha intencionalmente pa-ra o sol.

O uso de filtros solares de-verá ser adequado a cada situa-ção em particular e testadosempre que possível em cadaindivíduo.

Além das situações de en-candeamento de um indivíduoconsiderado normal ou da suaprofissão mais ou menos ex-posta à radiação solar, há queconsiderar as patológicas:

– Alterações refractivas,sendo por vezes os astigmatis-mos os mais sensíveis à luz so-lar.

– Alterações de transparênciados meios: córnea, cristalina evítreo.– Cirurgia: catarata, refractivae retina.– Patologia retiniana: retino-patia pigmentada.

Outra das situações clínicasé o uso de filtros solares, quepoderá ter benefício na suaprofilaxia do descolamento dovítreo. É uma situação clínicafrequente a partir dos 55 anosde idade e verifica-se quandoaumentam os níveis de ilumi-nação solar diária. A pupila aocontrair-se vai repuxar o vítreoenvelhecido, originando o seudescolamento. Habitualmentea situação clínica é benigna, noentanto pode conduzir a um

descolamento da retina.Uma boa lente deverá fil-

trar a radiação ultravioleta e aluz azul, e será tanto mais es-cura quanto maior for o nívelde iluminação a que um indiví-duo estiver exposto.

As lentes polarizadas fil-tram a luz numa direcção, re-duzindo extraordinariamentea luz azul em excesso que ha-bitualmente se acumula à fren-te da retina, esborratando aimagem. No entanto, está con-tra-

-indicado o seu uso emaviões, barcos ou automóveisque têm vidros polarizados,pois podem produzir aberra-ções ópticas.

Coloração das lentes

A escolha da coloração dalente obedece em geral ao tem-po de exposição e quantidadede iluminação que um indiví-duo tem de suportar, se nãotem qualquer patologia ocular.

Contudo, há que ter emconta que quanto mais escurafor a lente, esta poderá contri-buir para o aumento da pressãointra-ocular e naqueles doen-tes em que a acuidade visual já

é muito baixa, o uso de lentesdemasiado escuras pode impe-dir que esse estímulo visualainda existente possa ser apro-veitado.

O uso de lentes, que variama sua coloração com a quanti-dade de luz solar que sobreelas incide, é recomendadoquando satisfazem as necessi-dades do seu utilizador.

Em regra, o uso de lentesamarelas está contra-indicadona condução nocturna, deven-do ser usadas somente em si-tuações de céu encoberto, ne-voeiro, caça e na prática de ski,com céu encoberto.

A cor cinzenta deve ser usa-da nos astigmatismos e no iní -cio das cataratas.

A cor verde, em regra, estáindicada para as hipermetro-pias.

A cor acastanhada é reco-mendada nas miopias.

Em relação às crianças, háque ter em atenção o uso de fil-tros solares só quando haja ne-cessidade, pela fotossensibili-dade. A criança necessita daestimulação natural da luz so-lar para um bom desenvolvi-mento do olho.

FErnando Bivar WEinholtz

| Oftalmologista

n o olho é o órgão recep-tor da luz solar, especial-mente preparado para fun-cionar com o espectro visí-vel da radiação solar (380mn--780 mn) depois de estaatravessar a atmosfera.além da radiação visível, háque considerar no espectrosolar as radiações invisí-veis, os ultravioletas e os in-fra-vermelhos.

Óculos escuros: que cor de lentes devo usar?

imagEm dE um pEriodonto saudávEl ExEmplos dE gEngivitE E pEriodontitE

Como se

previne?

— Escove os dentes pelomenos duas vezes por diacom um dentífrico com flúor.— Coloque a escova de for-ma que os filamentos se in-troduzam no sulco gengival.— Escove todas a superfí-cies dos dentes: por fora (su-perfície virada para os lábiose bochechas) e por dentro(superfície virada para a lín-gua), em pequenos movi-mentos de vai e vem. — Limpe os espaços entredentes, pelo menos uma vezpor dia, ao deitar, com fio oufita dentária ou com escovi-lhões interdentários.

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publicidade ll 35Maio 2013 l JSA

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36ll tendências Maio 2013 lJSA

Oconceito de Higie-

ne, Saúde e Segu-

rança no Trabalho

ganhou cada vez

mais adeptos à

medida que as teorias tayloristas,

do final do séc. xix/início do séc.

xx, que punham a ênfase nas tare-

fas executadas e na programação

do trabalho, foram substituídas pe-

la chamada Escola de Relações

Humanas, em que pontificou, pelo

seu pioneirismo, o médico e soció-

logo australiano Elton Mayo.

Nos nossos dias o conceito ga-

nhou uma latitude muito ampla,

alargando-se, por exemplo, à me-

dicina no traba lho e, em geral, à co-

bertura médica concedida ao traba-

lhador e a outros benefícios.

A adopção pelas empresas e or-

ganizações de procedimentos e

processos relativos à Higiene, Saú-

de e Segurança no Trabalho não

traz apenas benefícios ao trabalha-

dor. Traz igualmente vantagens ao

conjunto da organização e, no limi-

te, traduz-se em acréscimos de pro-

dutividade (que era, ironicamente,

o objectivo das teorias "quantitati-

vistas", cuja atenção era centrada

na questão da divisão do trabalho).

Higiene,Saúde

e Segurança:vantagens para a organização

●Redução das taxas de sinistralidade

laboral

●Redução do risco de acidentes

●Prevenção, redução e controlo

das doenças ocupacionais

●Maior bem-estar e saúde do trabalhador

●Aumento dos índices de satisfação

e, logo, de produtividade

●Redução do absentismo

Benefícios da adopção

de procedimentos de Higiene,

Saúde e Segurança no Trabalho:

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publicidade ll 37Maio 2013 l JSA

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38ll dengue Maio 2013 lJSA

O Governo Provincial de Luanda vai reforçar o

combate à dengue e à malária com a fumigação e

pulverização, durante três meses consecutivos, em

todos os municípios e distritos da capital angolana.

Segundo a directora provincial da Saúde de Luan-

da, Rosa Bessa, o Governo pretende, em parceria

com a cooperação cubana, na luta anti-larval, dimi-

nuir a população de mosquitos transmissores da

malária e dengue.

Sob orientação do governador provincial de Luan-

da, Bento Bento, a abertura da campanha foi no

dia 24 de Maio, no Marco Histórico 4 de Fe-

vereiro, no município do Cazenga.

Apesar dos trabalhos desenvolvidos

pela equipa técnica cubana de luta

anti-vectorial, a colaborar desde

Janeiro de 2009 e cujo traba-

lho é realizado principal-

mente de dia, o Governo

Provincial de Luanda pretende reforçar essas acti-

vidades com as equipas de pulverização que vão

trabalhar ao final da tarde para o combate aos mos-

quitos adultos.

A pulverização incidirá em áreas com charcos de

água, ou seja, de maior concentração de mosquitos,

enquanto a fumigação nas residências.

Para o efeito, vão ser utilizadas viaturas e motori-

zadas com condutores equipados com pulveriza-

dores portáteis, permitindo uma melhor penetração

nos bairros.

Os produtos utilizados são biolarvicidas, visando a

redução do impacto de químicos no ambiente, co-

mo o bactivec e grislesfsão, usados para o tratamen-

to de criadores domiciliares e extra domiciliar.

Rosa Bessa apela às famílias no sentido de abrirem

as portas e janelas para beneficiarem da fumigação

domiciliar, pois o insecticida utilizado não prejudica

a saúde humana.

Governo de Luandareforça programa de combate à dengue e à malária

O que

é dengue?É uma doença transmitida por ummosquito (Aedes aegypti) que pica

apenas durante o dia, ao contrá-rio do mosquito comum que

pica de noite.

Período de

incubaçãoVaria de três a quinze diasapós a picada, sendo em

média de cinco aseis dias.

Como é o ciclo

de vida do

mosquito?• De ovo a adulto dura 10 dias;

• Os ovos são colocados próximos à água ea larva desenvolve-se dentro da água;

• A posição da larva do Aedes aegypti évertical. A posição da larva do perni-

longo comum (Culex sp.) éinclinada.

Sintomas

da doença?• Começa com febre alta, dor de cabeça e nos

olhos, muita dor no corpo;• É comum a sensação de intenso cansaço, falta

de apetite e, por vezes, náuseas e vómitos;• Podem aparecer manchas vermelhas na pele,parecidas com as do sarampo ou da rubéola, e

coceira no corpo;• Pode ocorrer, às vezes, algum tipo de

sangramento (em geral no narizou nas gengivas).

Como

é o mosquito?• O Aedes aegypti é um mosquito doméstico,

que vive dentro ou nas proximidades dashabitações;

• Além da dengue, este mosquito também podetransmitir a febre-amarela;

• É preto com listras brancas no corpo;• É menor que um pernilongo comum;

• Pica durante o dia;• Desenvolve-se em água para-

da e limpa

Tratamento• Procurar uma unidade de saúde, ou

um médico, logo no começo dos sintomas.Diversas doenças são muito parecidas com a

dengue, e têm outro tipo de tratamento.• Os remédios são usados apenas para aliviar a fe-bre e as dores, e devem ser indicados por médicos,pois todos os medicamentos podem ter efeitos co-

laterais e alguns podem até piorar a doença.• Não tomar nenhum remédio para dor oupara febre que contenha ácido acetil-sa-

licílico, que pode aumentar o ris-co de sangramento.

Como evitar a dengue?A única maneira de evitar a dengue é eliminar o mosquito.

O inseticida pulverizado em ultra baixo volume é útil para matar osmosquitos adultos, mas não acaba com os ovos. Por isso, deve ser empre-

gado apenas em períodos de epidemias, com o objetivo de interromper rapida-mente a transmissão. O mais importante é procurar acabar com os criadouros dos

mosquitos (lugares de nascimento e desenvolvimento das larvas). Adote as seguintesmedidas:

• Não deixe a água, mesmo limpa, ficar parada em qualquer tipo de recipiente;• Lave bem os pratos de plantas, passando um pano ou uma bucha para eliminar completamenteos ovos dos mosquitos. Não adianta apenas trocar a água, pois os ovos do mosquito ficam aderen-tes às paredes dos recipientes. Uma boa solução é trocar a água por areia molhada nos pratinhos;

• Lave bebedouros de aves e animais com uma escova ou bucha e troque a água pelo menos uma vez por semana;

• Guarde as garrafas vazias de cabeça para baixo;• Jogue no lixo copos descartáveis, tampinhas de garrafas, latas e tudo o que acumula água;

• Utilize água tratada com água sanitária a 2,5% (40 gotas por litro de água) para regar bromélias;• Não deixe acumular água nas calhas do telhado e lajes;

• Não deixe expostos à chuva pneus velhos, latas, garrafas, cacos de vidro, embalagensvazias, baldes e qualquer outro recipiente que possa acumular água;

• Acondicione o lixo em sacos plásticos fechados ou latões com tampa;• Tampe cuidadosamente caixas de água, filtros, barris, tambores, cisternas,

poços, etc.• As piscinas devem ser tratadas com cloro e limpas frequen-

temente.

O essencial que precisa saber sobre o Dengue

Como

é transmitida?• O causador da dengue é um vírus, mas seus transmisso-

res – denominados vetores - são mosquitos do género Aedes;• A dengue não é transmitida diretamente de uma pessoa para ou-tra, ou seja, não há transmissão por contato direto de um doente ou

de suas secreções com uma pessoa sadia, nem de fontes de água oualimento;

• Para ocorrer a transmissão é necessário que ocorra a picada da fêmeado mosquito que esteja contaminada com o vírus da dengue. Além

disso, cerca de metade das pessoas que são picadas pelo mosquitoque tem o vírus não apresenta qualquer sintoma da doença;• Uma pessoa pode contaminar o mosquito um dia antes do

início da febre até o sexto dia da doença.• O mosquito vive cerca de 45 dias e pode conta-

minar até 300 pessoas, durante sua vida.

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40 ll publicidade JSA l Maio 2013