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jornal Ano 5 - Nº 56 Dezembro 2014 Mensal Gratuito Director Editorial: Rui Moreira de Sá O Céu é o Limite MINISTÉRIO DA SAÚDE GOVERNO DA REPÚBLICA DE ANGOLA aude a saúde nas suas mãos A N G O L A da É muito elevada a expectativa que rodeia a realização do X Congresso Internacional dos Médicos em Angola já em Janeiro. Programa científico de excelência. |Pags. 2 e 26 a 29 Congresso reúne os médicos em Angola A incapacidade por acidente ou doença pode acontecer a qual- quer um. Esta foi uma das mensagens lançadas nas I Jornadas Científicas do Centro de Medicina Física e de Reabilitação, que pôs enfoque na “multiplicidade” de cuidados mecessários. |Pag.14 Incapacidade pode acontecer a si Mais formação permanente Médicos e demais profissionais de saúde beneficiarão de mais programas de formação permanente. Pretendem-se técnicos com mais conhecimento e, assim, mais confiantes, dialogantes e com maior capacidade de intervenção humanizada. Novos Agentes Comunitários Em todo o país, introdução de agentes comunitários de desenvolvimento da saúde pela mão dos ministérios da Administração do Território e da Saúde. O objectivo é reforçar a ligação dos serviços sociais às comunidades. Traduzir-se-á num melhor conhecimento dos agregados familiares. Estes deverão assim beneficiar mais das ofertas públicas existentes. ANO Novo Calendário nacional de vacinação inclui, em 2015, vacina contra o vírus do Papiloma Humano, para protecção contra maioria de cancros do colo do útero. NOVO SIDA pode diminuir Na marcha contra a SIDA, em Luanda, o ministro da Saúde, José Van-Dúnem, afirmou que, para Angola conseguir diminuir o número de casos de SIDA, tem de olhar para os “pontos fracos” desta luta. |Pag.8 Novo Centro de Oncologia No Huambo, com o apoio do IPO do Porto. E, provavelmente em 2016, numa outra província que tenha uma faculdade de medicina. Novo realinha- mento de fundos Os municípios com maior população beneficiarão de mais recursos financeiros comparativamente a outros. A ideia é nivelar o indicador recursos per capita.

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jornalAno 5 - Nº 56 Dezembro2014Mensal Gratuito Director Editorial: Rui Moreira de Sá

O Céu é o Limite

MINISTÉRIO DA SAÚDE

GOVERNO DA REPÚBLICA DE ANGOLA audea saúde nas suas mãos

A N G O L A

da

É muito elevada a expectativa que rodeia a realização do X Congresso Internacional dos Médicos em Angola já em Janeiro. Programacientífico de excelência. |Pags. 2 e 26 a 29

Congresso reúne os médicos em AngolaA incapacidade por acidente ou doença pode acontecer a qual-quer um. Esta foi uma das mensagens lançadas nas I JornadasCientíficas do Centro de Medicina Física e de Reabilitação, quepôs enfoque na “multiplicidade” de cuidados mecessários. |Pag.14

Incapacidade pode acontecer a si

Mais formação

permanenteMédicos e demais profissionais de

saúde beneficiarão de mais

programas de formação permanente.

Pretendem-se técnicos com mais

conhecimento e, assim, mais

confiantes, dialogantes e com

maior capacidade de

intervenção

humanizada.

Novos Agentes

ComunitáriosEm todo o país, introdução de agentes

comunitários de desenvolvimento da saúde

pela mão dos ministérios da Administração

do Território e da Saúde. O objectivo é

reforçar a ligação dos serviços sociais às

comunidades. Traduzir-se-á num melhor

conhecimento dos agregados

familiares. Estes deverão assim

beneficiar mais das ofertas

públicas existentes.

ANONovo

Calendárionacional de vacinação inclui,

em 2015, vacina contra

o vírus do Papiloma Humano,

para protecção contra

maioria de cancros

do colo do útero.

NOVO

SIDA pode diminuir Na marcha contra a SIDA, em Luanda, o ministro da Saúde, José Van-Dúnem,afirmou que, para Angola conseguir diminuir o número de casos de SIDA,tem de olhar para os “pontos fracos” desta luta. |Pag.8

Novo Centro deOncologia

No Huambo, com o apoio do IPO

do Porto. E, provavelmente em

2016, numa outra província

que tenha uma faculdade

de medicina.

Novo realinha-mento de

fundosOs municípios com maior

população beneficiarão de mais

recursos financeiros

comparativamente a outros. A

ideia é nivelar o indicador

recursos per capita.

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Conselho editorial: Prof. Dr. Miguel Bettencourt Mateus,decano da Faculdade de Medicina a UAN (coordena-dor), Dra. Adelaide Carvalho, Prof. Dra. Arlete Borges,Dr. Carlos (Kaka) Alberto, Enf. Lic. Conceição Martins,Dra. Filomena Wilson, Dra. Helga Freitas, Dra. IsabelMassocolo, Dra. Isilda Neves, Dr. Joaquim Van-Dúnem,Dra. Joseth de Sousa, Prof. Dr. Josinando Teófilo, Prof.Dra. Maria Manuela de Jesus Mendes, Dr. Miguel Gas-par, Dr. Paulo Campos.Director Editorial: Rui Moreira de Sá [email protected]; Redactora Principal : Magda Cunha VianaRedacção: Francisco Cosme dos Santos; Luís Óscar;Madalena Moreira de Sá; Mara Mota.Correspondentesprovinciais: Elsa Inakulo (Huambo); Diniz Simão (Cuanza

Norte); Casimiro José (Cuanza Sul); Victor Mayala (Zaire)Publicidade: Eileen Salvação Barreto Tel.: + 244945046312 E-mail: [email protected] Revisão:Sara Veiga; Fotografia:António Paulo Manuel (Paulo dosAnjos). Editor: Marketing For You, Lda - Rua Dr. Alves daCunha, nº 3, 1º andar - Ingombota, Luanda, Angola, Tel.:+(244) 935 432 415 / 914 780 462, [email protected]. Conservatória Registo Comercial de Luandanº 872-10/100505, NIF 5417089028, Registo no Minis-tério da Comunicação Social nº 141/A/2011, Folha nº143.Delegação em Portugal: Beloura Office Park, Edif.4 - 1.2- 2710-693 Sintra - Portugal, Tel.: + (351) 219 247 670Fax: + (351) 219 247 679E-mail: [email protected]

Director Geral: Eduardo Luís Morais Salvação BarretoPeriodicidade: mensal Design e maquetagem: Fernando Almeida; Impressão e acabamento: Damer Gráficas, SATransportes: Francisco Carlos de Andrade (Loy)

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2 editorial Dezembro 2014 Jsa

É com grande satisfação que aguardamos os ilustres convidados e parti-cipantes, nacionais e estrangeiros, no X Congresso Internacional dos Mé-dicos em Angola.

Este evento anual evidencia já uma identidade própria claramente tra-duzida na crescente qualidade das apresentações dos muitos intervenien-tes neste espaço de reflexão e partilha de conhecimentos no âmbito damedicina. Constitui também um sinal inequívoco da capacidade mobiliza-dora da Ordem dos Médicos de Angola, demonstrada pela presença sig-nificativa e interessada de centenas de médicos nacionais e estrangeirosque pretendem partilhar as suas experiências. E reforça, claramente, os la-ços de colaboração entre os médicos e as entidades públicas, num esforçoconjunto para alcançar uma Saúde Melhor Para Todos.

O Lema escolhido “Os Desafios da Saúde em Angola no Contexto de um

Mundo em Mudança” e os temas que foram seleccionados abordam assun-tos de extrema importância para a saúde dos angolanos.Na verdade, a medicina evolui – lembremo-nos dos longínquos “humo-res” de Hipócrates que já abordavam, com muita propriedade, o ambienteinterno (corpo humano) e ambiente externo (clima, ar, comida, bebida),dos contributos de galeno, das dúvidas científicas de Descartes, dos ilumi-nistas do século XVIII, até às imensas descobertas bem conhecidas (porexemplo de Koch, Pasteur, Virchow, Laennec, Jenner e tantos outros); etambém a auscultação, os sintomas, a percussão (que vieram substituir oscélebres humores de Hipócrates) e os desenvolvimentos tecnológicossobretudo após a segunda guerra mundial, e, repare-se, ao quase endeu-samento da máquina como substituto do homo sapiens sapiens… – entãodevemos considerar com muito positiva a troca de experiências sobre to-dos os determinantes que a envolvem e que ela, directa ou indirectamente,influencia.

O médico na era da técnicaEstamos, pois, confrontados por uma nova era a que não podemos ficar alheios:aquilo a que Karl Jaspers designou como “O Médico na Era da Técnica”.

Por um lado, as consequências do desenvolvimento científico e tecnológicoem torno da prevenção, da promoção, da cura, da investigação e do ensino sãoenormes e, por outro, a ética, a bioética e o biodireito, vieram introduzir umfactor de equilíbrio na relação dos doentes (dos cidadãos em geral) com osmédicos e no envolvimento da sociedade na sua pluridimensão.

Ora, a Ordem dos Médicos de Angola pretende, neste seu X CongressoInternacional, trazer à discussão serena, firme e consistente, um conjuntode matérias que possam aumentar a elevada conscientização dos médicosnão apenas face à doença, mas, igualmente, face às exigências plurifacetadasque a Medicina provoca pela sua complexidade e riqueza e aos modelos deorganização, de atendimento e de prestação de cuidados.

AgradecimentosAgradeço, desde já, a presença das mais altas individualidades governamentais,presentes ou fazendo-se representar, emprestando, assim um concreto e ins-titucional apoio e um significativo incentivo à realização do Congresso, e, muitodirectamente, às grandes causas da saúde no nosso país.Um palavra de saudação e agradecimento aos ilustres palestrantes que nosapresentarão os seus conhecimentos e experiências.Agradeço a todos os patrocinadores pelo seu envolvimento no Congresso.

Finalmente, convido todos os médicos a participar activamente nos de-bates, contribuindo para a dignificação do Congresso e para o engrandeci-mento da nobre profissão que abraçamos.

Bem-vindos!

Um espaço de reflexão e partilha de conhecimentos no âmbito da medicina

X Congresso Internacional dos Médicos em AngolaCarlos alberto Pinto de sousaPresidente do Congresso e Bastonário da Ordem dos Médicos

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aCtUalidade 3Dezembro 2014 Jsa

Aproveitar melhor os recursos humanos existentes e dar formação contínua aos profissionais de saúde

Os projectos e desafios do sectorda saúde foram anunciados peloministro da Saúde, José Van-Dú-nem, durante o XIV ConselhoConsultivo realizado este mês emLuanda. À margem do evento, odirigente, em declarações à im-prensa, sublinhou que foi efectua-do um balanço do trabalho reali-zado em 2014 e discutidos algunsproblemas pendentes.

Não vai haver investimentos novosÉ premente rentabilizar os recur-

sos existentes, pois não estão previs-tos novos investimentos. “Temosque fazer funcionar o melhor possí-vel os investimentos feitos, e garantirque os serviços que oferecemos con-tinuam disponíveis, não obstantenão haver mais meios”, disse Van-Dúnem.

Provavelmente deve haver umaumento de procura de cuidados desaúde a que temos obrigação de res-ponder com os recursos agora exis-tentes. Este é que é o grande desafio

“Passa por cada um no seu localde trabalho fazer o seu melhor doponto de vista de gestão. Ser parci-monioso, procurar ganhos de efi-ciência, articular com outras áreasque se ligam à saúde, visando fazermais com menos recursos”.

Ao contrário da maioria dos Mi-nistérios, o da Saúde viu o seu orça-mento para 2015 aumentado mas,segundo o ministro, isso deve-se ànecessidade contratar mais profis-sionais, o que já não acontecia hámais de quatro anos.

Os sistemas de saúde são frágeise o sistema de informação nãofunciona“A primeira lição prende-se

com a situação do combate ao vírus

do Ébolaque afecta alguns paísesafricanos, com o maior saldo demortes da história da doença. Essasituação permitiu-nos concluir queos sistemas de saúde são frágeis eque o sistema de informação nãofunciona”, frisou.

“O surto começou em Dezembrode 2013 na Guiné-Conacri e só foinotificado pelo país em Março. Isto,de alguma forma, reflecte uma certafragilidade do sistema de informa-ção” a nível global, lamentou Van-Dúnem.

A falta de recursos materiais quepoderá ter provocado a morte demuitos profissionais de saúde quecuidavam de doentes contaminadospelo vírus do Ébola foi – segundoVan-Dúnem - a segunda lição queAngola pôde tirar destas falhas.

“Tratam-se de lições que apren-demos e que nos obrigaram a elabo-rar um plano de contingência pararesposta à eventualidade de termoscasos de Ébola no país”, afirmou.

Portanto, o Ébola está na agen-da da saúde de todos os países daregião africana, e nós queremos es-tar na linha da frente de resposta aeste flagelo.Uma das nossas priori-dades é recolher informação sobre oÉbola e partilhá-la com todos os pro-fissionais de saúde nas províncias.

O preço do petróleo baixou, os recursos para o orçamentodiminuíramApesar do orçamento para a saú-

de ter aumentado, Van-Dúnem afir-mou "serem necessárias melhoriasna gestão, visando a eficiência, semdiminuir o acesso e a qualidade dosserviços prestados à população”.

“E isso tem que ser feito a níveldos cuidados de saúde primários.Temos que garantir que a esse nívelesteja disponível o “Pacote Essencialde Serviços”. Isto permitirá fazercom que as crianças completem o

calendário vacinal, que sejam ofere-cidos às grávidas todos os serviços,como, por exemplo, os testes de des-piste da SIDA, prevenção da malária,profilaxia da anemia e a distribuiçãode mosquiteiros”, disse.

Este é o conceito partilhado comos profissionais de todas as provín-cias, mas se não tivermos informa-ção não podemos tomar decisõesem tempo oportuno.

“Temos que notificar, temos queinformar. Temos de mostrar o queestamos a ser capazes de fazer, e oque não estamos a conseguir fazerpara ultrapassar as nossas insufi-ciências”.

As doenças transmissíveis continuam a ser um grande problemaA malária ainda continua a ser a

principal causa de morte. A segundacausa, infelizmente, já são os aciden-tes rodoviários. Juntam-se a estas asdoenças não transmissíveis, como ahipertensão e a diabetes, a ocupa-rem lugares importantes.

Temos que melhorar os resulta-dos da luta contra a tuberculose e oVIH/SIDA, principalmente introdu-

zindo, tratamento, o mais cedo pos-sível no caso de mulheres grávidas ede crianças filhas de seropositivasque não tiveram a oportunidade deentrar no programa de prevençãovertical.

Existe um estudo para a criação de um hospital de queimados.Há o desejo, mas são necessários meios, “e eu já anunciei que não vai haver novos investimentos”O responsável considerou que o

serviço de queimados é uma subes-pecialidade dos serviços de cirurgia,e que todos os hospitais do país quetêm serviços de cirurgia podem aten-der esses doentes.

“Os casos muito complicados de-veriam ser encaminhados para ohospital de queimados mas, infeliz-mente, do ponto de vista de infraes-trutura não tem condições que lhepermita funcionar como hospital dereferência para queimados”, lamen-tou.

Concentração de qualidade de serviços em pólos “Já o fazemos em Luanda e esta-

mos a fazer o mesmo em Benguela,Huambo, Malange e Cabinda. Estespólos coincidem exactamente com aexistência de Faculdades de Medici-na. Aí, há a possibilidade de ter re-cursos humanos - os docentes – aapoiar os sistemas de saúde públicaa nível de formação de jovens estu-dantes. Isto vai traduzir-se na reali-zação de cirurgias, com ganhos paraa Universidade e para o Serviço Na-cional de Saúde.

Outro elemento importante tem a ver com os agentes comunitários de desenvolvimento de saúdeÉ uma figura que está ser introdu-

zida pelo Ministério da Administra-ção do Território e pelo Ministério da

Saúde, e que visa ligar os serviços so-ciais, particularmente a saúde, às co-munidades e às instituições.

Isso vai-se traduzir num melhorconhecimento de cada família, epermitir que elas beneficiem maisdas ofertas públicas que estão à suadisposição. Portanto, o médico vaipoder transmitir à comunidade aexistência de um calendário vacinalpara as crianças e que deverá sercumprido no primeiro ano.

Por outro lado, o posto médico vaipoder saber quantas grávidas exis-tem naquele quarteirão ou naquelebairro. Isto tudo vai ser um grandeganho para o serviço nacional desaúde, com melhoria dos seus indi-cadores, através de um melhor co-nhecimento das necessidades da po-pulação.

Em relação aos recursos humanos, a formação permanente é o objectivo fundamental Temos que garantir que todas as

unidades possuam um plano paraformação permanente que garantaque, de ano para ano, cada profissio-nal tenha mais conhecimentos.

Depois, temos as escolas profis-sionais, as escolas técnicas de profis-sionais de saúde em todas as capitaisprovinciais. Temos seis universida-des públicas e vamos abrir mais umapara cobrir o Cuando-Cubango e oCunene.

O acordo com Cuba permitiráque 100 jovens façam o curso de me-dicina naquele país. Este sexto ano éo primeiro ano em que eles que en-viámos para Cuba vão começar a re-gressar. Duas das seis faculdades na-cionais também já começaram a for-necer profissionais aos serviços desaúde.

Temos que aumentar a capacida-de de absorver os recursos humanosque estamos a criar, o que nem sem-pre tem sido conseguido.

JOSÉ VAN-DÚNEM “São necessáriasmelhorias na gestão, visando a eficiência, sem diminuir o acesso e a qualidade dos serviços prestadosà população”

estes são os principais desafios do sector para 2015. Mas há muitos mais, entre os quais a

prevenção de doenças como a tuberculose, a malária e o ViH/Sida

CoNSelHo CoNSUltiVo do MiNSa

FranCisCO COsMe com

MagDa Cunha Viana

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4 malária Dezembro 2014 JSA

O corpo humano tem uma defesa na-tural contra a malária, uma bactériapresente no intestino que produz umamolécula de açúcar capaz de evitar atransmissão da malária.

Um grupo de cientistas do Instituto Gulben-kian de Ciência (IGC), em Portugal, lideradopor Miguel Soares, associa bactéria do intes-tino a uma defesa do corpo humano contraa transmissão da malária.

Trata-se da produção de açúcar, por partedessa bactéria presente no intestino saudá-vel. A molécula de açúcar, chamada “alfa-gal”,é capaz de gerar “uma resposta imunitáriamais forte e susceptível de proteger contraa malária”, explica Miguel Soares em declara-ções à agência Lusa.

A alfa-gal “é suficiente para induzir a pro-dução de anticorpos naturais anti-alfa-gal,suscitando um efeito protector contra adoença”, segundo o estudo publicado na re-vista científica Cell.

O estudo foi realizado por uma equipa do

Instituto Gulbenkian de Ciência, de Portugal,liderada por Miguel Soares, em parceria como Instituto de Higiene e Medicina Tropical deLisboa, pelo Instituto para as Alergias eDoenças Infecciosas de Maryland, dos Esta-dos Unidos, Universidade de Chicago, tam-bém norte-americana, a Universidade deMelbourne da Austrália e a Universidade deBamako, do Mali.

“Quando presentes em altos níveis nomomento da picada do mosquito, os anticor-pos anti-alfa-gal conseguem impedir que oparasita transite da pele para a corrente san-guínea, e, ao fazê-lo, bloqueiam a transmissãoda malária”, afirmam os cientistas.

A experiência feita em ratos de laborató-rio permitiu concluir ainda que os custos decriação de uma vacina para produzir esteefeito seriam muito reduzidos.

De acordo com Miguel Soares, o trata-mento seria muito eficaz sobretudo emcrianças com menos de 3 anos, que estãomais susceptíveis à malária do que os adultos,em virtude das fracas defesas naturais.

Bactéria presente no intestino podeser a resposta contra a malária

A taxa de mortalidade relacionada coma malária diminuiu 47 por cento a nívelglobal, entre 2000 e 2013 e 54% em Áfri-ca, o que permitiu diminuir em 4,3 mi-lhões o número de mortes, segundo orelatório anual da Organização Mundialde Saúde (OMS), divulgado este mês.

"Estes são os melhores resultados que já ti-vemos e é uma notícia maravilhosa em ter-mos de saúde pública", declarou à impren-sa, em Genebra, Pedro Alonso, diretor doprograma mundial da OMS contra a malá-ria.

Em 2013, registaram-se globalmente198 milhões de casos de malária e 584.000mortes (respectivamente 4,3% e 6,9%menos que em 2012), com 90% das mor-tes em África. As crianças com menos decinco anos constituem 78% destas víti-mas.

Segundo a OMS, a região africanacontabiliza 82% do total dos casos demalária.

No mundo, 3,2 mil milhões de pes-soas em 97 países estão expostas aomosquito que transmite a malária.

Este declínio dos casos em África ex-plica-se, nomeadamente, pelas medidasde prevenção aplicadas, sendo que cer-ca de metade da população em riscoem 2013 teve acesso a mosquiteirosimpregnados de insecticidas de longaduração. Em 2004, somente três porcento da população tinha acesso a estamedida de prevenção.

O aumento dos testes de diagnós-tico permitiu a identificação de 62%dos pacientes suspeitos de terem ma-lária, com 128 milhões de testes distri-buídos pela OMS em África no anopassado.

"Estimamos que 278 milhões de pessoasem África vivem em casas com mosquiteirosimpregnados com o inseticida e quase 15 mi-lhões de grávidas não têm acesso ao trata-mento preventivo", disse Margaret Chang, di-retora-geral da OMS.

O relatório de 2014 sobre a malária nomundo reúne as informações de 97 países emque a doença ainda prevalece.

Situação em AngolaO governo angolano tem desenvolvido um

grande esforço no combate à malária, atravésde campanhas de informação, formação e dis-tribuição de mosquiteiros impregnados, entreoutras medidas.

Em Abril deste ano, a directora provincialda Saúde, Rosa Bessa de Campos, reafirmou aliderança de Luanda, em relação às demaisprovíncias do país, com mais de 200 mil casosde malária diagnosticados ao longo do primei-ro trimestre de 2014.

De acordo com a responsável, Angola re-gista actualmente dois milhões e meio de ca-sos por ano , com 20 mil óbitos, sendo 90 porcento dos casos causados pelo plasmodiumfalciparum (um protozoário parasita que causaa malária em humanos), entre os quais 33 porcento são provenientes da capital.

Rosa Bessa referiu que o governo tem in-vestido no combate à eliminação de larvas,através da pulverização e fumigação, colocan-do à disposição da população todos os fárma-cos para prevenção da doença.

A directora defende que a malária continuaa ser a doença com maior incidência, afectan-do principalmente crianças menores de cincoanos e mulheres grávidas.

A época da chuva é uma fase de risco, de-vido ao aumento dos charcos e lagoas, locaisonde os mosquitos habitam e se reprodu-zem.

Número de mortos pela malária caiu quase para metade entre 2000 e 2013

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5publicidadeJSA Dezembro 2014

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Um só banho de sol forte, sem protecçãosolar adequada, antes dos 18 anos, podeduplicar as possibilidades de desenvolvermais tarde algum tipo de cancro de pele, deacordo com a Fundação do Melanoma Da-vid Cornfield. Isso acontece porque a memória da pele

é como a de um elefante: nunca esquece asagressões sofridas, mesmo com o passardos anos.

A pele envia ao cérebro mensagenspor meio de mediadores químicos queproduz e envia ao sistema nervoso cen-tral.

Pele negraNegros e brancos possuem a mesma

quantidade de melanócitos (células pro-dutoras de melanina), mas as pessoas depele escura produzem mais melanina, es-pecialmente a chamada eumelanina, mui-to eficiente na proteção contra os raios ul-travioleta (UV) do sol. É por isso que negrose afro-descendentes têm menor risco dedesenvolver cancro de pele.Os caucasianos são as principais vítimas

do cancro da pele. No entanto, todos, inde-pendentemente da cor da pele, podem tereste tipo de cancro. Infelizmente, muitospacientes e até mesmo alguns médicostêm a ideia errada de que as pessoas não-caucasianas são imunes a essa doença.

Esse é um dos motivos para o diagnos-tico tardio do cancro da pele em pessoasde tez mais escura o que o pode tornarpotencialmente fatal, enquanto a maio-ria dos cancros de pele são curáveis sediagnosticados a tempo.

De acordo com a Organização Mundialde Saúde (OMS), a incidência do melano-ma tem vindo a aumentar. Foram regista-dos mais de 232 mil novos casos em todo omundo em 2012. "Exposição prolongada a altos índices

de luz solar, uma ou mais queimaduras desol durante a infância e adolescência, e usode máquinas de bronzeamento artificialsão fatores de risco", segundo oncologistas.

"Usar diariamente solar com factor deproteção 30, mesmo no inverno, evitar ouso de máquinas de bronzeamento, e ob-

servar as alterações de sinais ou o apare-cimento de lesões na pele são comporta-mentos que podem ajudar a prevenir adoença", de acordo com as mesmasfontes. Os primei-

ros sinais do me-lanoma, em geral,são o aparecimento deuma pequena área pig-mentada de aparência in-comum na pele ou mu-danças num sinal já exis-tente. As áreas mais co-muns para o apareci-mento desse tipo de tu-mor são aquelas cons-tantemente expostas aosol, como costas, pernas,braços e face, mas, tam-bém se podem desenvolverem locais sem tanta exposi-ção solar, como as plantas dospés, palmas das mãos, alémdas palmas das mãos eunhas, bem como mu-cosas, como o narize boca. A cama exterior da pele humana (a epi-

derme), contém melanócitos produtoresde melanina que dão pigmentação à pele.Quanto mais melanina dos melanócitosproduzem, mais escura é a pele. A melani-na ajuda a proteger a pele contra os efeitosdo sol, tais como cancros da pele e enve-lhecimento precoce, etc.

As doenças da pele representam, emAngola, um grande desafio no contextohospitalar e no âmbito da saúde pública,por serem causas frequentes de morbili-dade com significativo impacto físico,psicológico, profissional e social. A urbanização rápida e a industrialização

crescente do País influenciam de forma no-tável o quadro epidemiológico das patolo-gias cutâneas, com um aumento progressivodas doenças de origem não infecciosa.Durante as últimas décadas, a Derma-

tologia conheceu a nível mundial uma evo-lução rápida, caracterizada pela aquisiçãode novos conhecimentos, particularmente

nosdomíniosda fisiopatologia, ge-nética, novas tecnologias, diag-nóstico e tratamento; o cresci-mento das subespecialidades, taiscomo a cirurgia dermatológica,alergologia, cosmetologia traduz es-ses desenvolvimentos, permitindo aoferta de serviços e cuidados cada vez maisdiferenciados.A prática clínica e o ensino da dermato-

logia em Angola seguiram a mesma ten-dência de importância acrescida, levandoa um aumento dos especialistas e subespe-cialistas nacionais e à criação do ColégioAngolano de Dermatolo-gia e Venereologia. Novos desa-

fios se colo-cam no hori-zonte para o

próximoquinquénio,

tais como a cria-ção e valorização de

serviços de dermatologianos novos Centros Regionais

Universitários, a descentralização dapós-graduação, o uso da telemedicina, as-sim como a formação de pessoal de enfer-magem para a assistência hospitalar e parao atendimento de doentes com patologiassimples e frequentes no primeiro nível deobservação, onde não haja médico.

“A investigação clínica e epidemiológi-ca das doenças da pele em Angola está ain-da pouco desenvolvida e deve merecer daparte das instituições académicas e do Mi-nistério da Saúdeuma maior atenção emaiores incentivos”.

Tal como em muitas outras, nas doen-ças da pele, “o melhor remédio ainda é aprevenção” , que nestes casos, ainda porcima, é muito fácil de fazer, pois basta

evitar os excessos da exposição solarespecialmente nas horas de maiorintensidade dos raios ultra-viole-tas.

6 Dezembro 2014 JSA

muitos

pacientes têm

a ideia errada de

que as pessoas não-

caucasianas são

imunes ao cancro

da pele.

a

pele protege os

órgãos internos

contra bactérias, para

além de captar

e enviar para o cérebro

informações sobre

calor, frio, dor e

tacto

A pele tem“memória

de elefante"A pele é o maior órgão do

corpo humano. Nunca esqueceas agressões sofridas, mesmo

com o passar dos anos

dermatologia

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Certifique-se de que o preço afixado é o que vai pagar;Leia atentamente o rótulo e toda a informação relativamente ao produto. É muito importante;Toda a informação sobre o produto ou serviço deverá estar em língua portuguesa;Tenha em atenção as datas de produção e caducidade, para sua segurança;Verifique sempre a apresentação comercial do produto ou bem adquirido.Não deve estar danificado ou ter amolgadelas,Na compra de electrodomésticos, ou qualquer outro bem duradouro, solicite a garantia por escrito e teste-o sempre que possível, no estabelecimento comercial, antes de efectuar o pagamento;Verifique sempre a sua factura para se certificar daquilo que realmente pagou e conserve-a para o caso de reclamação;Reclame e denuncie sempre que necessário for: é um direito e dever do consumidor.

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8 sida Dezembro 2014 JSA

nAdIÉ VAn-dÚnEM

O VIH é uma doença sexualmente transmissível.Uso o preservativo como método de preven-ção para não ser contaminada. Encaro o seropo-sitivo como uma pessoa normal. Acho que a SI-DA é uma doença como outras. Basta seguir otratamento. Não os discrimino, porque é feio.Não importa a doença, não importa a deficiên-cia, devemos tratar o seropositivo como trata-mos as outras pessoas. Tenho amigos com VIH,estamos sempre nos mesmos convívios, enfim,fazemos tudo juntos.

Testemunhos de participantes na marcha escolhidos pelo JS aleatoriamente

Angola tem capacidade para diminuir o número de casos de SIDA

A testagem é uma forma clarae segura de o país olhar para ofuturo “com bastante espe-rança, porque foi através dostestes que se conseguiu esta-bilizar ou mesmo controlar aepidemia no país”, afirmou oministro.

“Temos a capacidade paraaumentar o sucesso no com-bate ao VIH mas é necessárioobservarmos os pontos fra-cos", advertiu o dirigente.

Durante a marcha contra aSida, organizada pelo Minis-tério e a ONUSIDA para assi-nalar o Dia Mundial contra aSida, o ministro defendeutambém a necessidade de opaís saber o número de mu-lheres que fazem o teste du-rante a gravidez para que pos-sam entrar num programa deprevenção vertical, “dandoaos filhos a oportunidade denascerem saudáveis”.

As mulheres grávidas –defendeu - devem aderir àprevenção vertical para evitara contaminação ao darem àluz

Na Praça da Família esta-vam expostas mais de 10 clí-nicas móveis de testagem vo-luntária, com dois técnicoscada, e a capacidade paraefectuar 200 testes diáriosgratuitamente.

Van-Dúnem referiu nãosó a necessidade de se sabero número de angolanos queefectuaram testes de despis-tagem da SIDA. O responsá-vel sublinhou que os seropo-

sitivos devem fazer o trata-mento com retrovirais paraque a sua carga viral diminua.Quando isso acontece,adiantou, a capacidade de in-fectar outras pessoas dimi-nui.

Devemos lutar contra adiscriminação. É necessáriopercebermos que contrair SI-DA não é um pecado, masuma doença para a qual ain-da não se sabe qual é a cura,adiantou, referindo que ac-tualmente já é possível umavida de qualidade e ter o vírusda SIDA, contribuindo para osustento da família, partici-par na vida activa do país eencarar a sociedade de formamais positiva.

Na marcha contra a SIDAparticiparam mais de cincomil pessoas, entre as quais

membros da Rede Angolanadas Organizações de Serviçosde Sida (ANASO) e da MWE-NHO - Associação de Mulhe-res Vivendo com o VIH - SI-DA (em Kinbundo significa"vida"), entre outras.

A representante da ONU-SIDA em Angola, Sinoka Tse-mo, reconheceu o esforço doexecutivo angolano na lutacontra o VIH.

Sinoka elogiou os procedi-mentos de aceleração da res-posta ao VIH em Angola paragarantir que, em 2015, 90%de mulheres grávidas sero-positivas tenha acesso a tra-tamento que permita que ne-nhuma criança angolananasça com o vírus do SIDA eque 90% da população sero-positiva tenha acesso ao tra-tamento a nível nacional.

FrAncISco coSme DoS SAntoS

“Para diminuir os casos de sI-dA é necessário olhar para ospontos fracos na luta contraesta doença, nomeadamentea falta de dados sobre o núme-ro de testes de despistagem jáefectuados", disse ao Jornal dasaúde o ministro da saúde, Jo-sé Van-dúnem, este mês, emluanda, durante a marchacontra a sIdA.

EngrAçA PAscoAl

O método de prevenção maisapropriado e simples que uso é opreservativo. O VIH é o vírus quecausa Sida. Não é possível con-trairmos o vírus com um apertode mão. Não se contrai ao dormirna mesma cama com um seropo-sitivo, desde que não se mante-nham relações sexuais desprote-gidas. Também não se contrai aousar a mesma casa de banho.

InocêncIo MAkondA FrAncIsco

O VIH é o vírus da Imunodeficiência Adqui-rida. Os métodos de prevenção que tenhousado são vários: o preservativo e a absten-ção de relações sexuais ocasionais. Tenhoapenas uma parceira. Encaro o seropositivocomo uma pessoa normal. Sei que o vírusnão se transmite na alimentação, ou atravésde uma abraço, e nunca fiz discriminação,que é algo que pode fazer a pessoa morrerpsicologicamente.

AnA VAz

Para se prevenir do VIH tem que se fazer o uso do preservativo,não ter relações sexuais com vários parceiros e fazer o teste pa-ra saber o nosso estado serológico. Temos que lutar para que to-dos façam o teste. É possível viver com o VIH, porque muitos vi-vem, devido ao tratamento, boa alimentação e cuidados médicos.A doença não se contrai ao usar a roupa de um seropositivo, oucomer no mesmo prato.A via pela qual podemos contrair a doença é a sexual ou atravésde sangue não testado. Aos seropositivos tenho dito para usaremo preservativo, pois assim não transmitem o vírus a outras pes-soas.

"É necessáriopercebermos quecontrair SIDA não éum pecado, masuma doença para aqual ainda não se sa-be qual é a cura. Actualmentejá é possível umavida de qualidade eter o vírus da SIDA,contribuindo para osustento da família,participar na vida ac-tiva do país e encarara sociedade de formamais positiva"José Van-Dúnem

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9publicidadeJSA Dezembro 2014

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10 actualidade dezembro 2014 JSA

O comentário pode ter graça, sobretu-do para os fumadores, mas a partir deagora vai deixar de ser tão engraçado.

Um grupo de cientistas publicoueste mês, na prestigiada revista cientí-fica Science, um estudo que indica queo tabaco provoca nos homens proble-mas mais graves do que a impotênciasexual. Também elimina o cromosso-ma viril do seu ADN (ácido desoxirri-bonucleico), tornando-o mais vulne-rável ao cancro.

A distinção genética entre o ADNda mulher (“XX”) e a do homem(“XY”) é sobejamente conhecida. Oque se desconhecia é que o tabaco éespecialmente nocivo para o cromos-soma “Y”, precisamente aquele quedetermina a existência da subespéciemasculina.

O estudo, da autoria de investiga-dores de Upsala, Estocolmo, Oxford,Liverpool, Harvard e Nova Iorque, de-monstra que a perda do cromossoma“Y” em algumas células do sanguemasculino está associada a um riscoelevado de diversos tipos de cancro.

Os humanos têm 23 pares de cro-mossomas – em cada par, um vem dopai, o “Y” e o outro da mãe, o “X” – eum desses pares é a causa da diferen-ciação sexual, ou seja, a diferença en-tre homens e mulheres.

Após o estudo dos hábitos e dos ge-nes de 6.014 homens, os cientistas ve-rificaram que: a perda do cromosso-ma “Y” em algumas células dohomem adulto está associa-da a um risco elevado de di-versos tipos de cancro (nãosó o do pulmão, nem apenasdaqueles causados pelo taba-co); que fumar aumenta a perda des-se cromossoma viril; que, como seriade esperar, fumar pouco é melhor doque fumar muito e deixar de fumar émelhor do que continuar a fazê-lo.

Deste estudo pode inferir-seque o cromossoma “Y” tem,entre outras, uma funçãoimportante, a de evitaro cancro. Quandose perde estecromosso-ma, ascélulasrecu-pe-

ram a sua tendência atávica de se mul-tiplicarem o mais possível.

E não deve ser muito raro queessa perda aconteça, porque amutação do cromossoma “Y” éa mais frequente na nossa es-pécie.

A empregada da tabacaria entrega ao

cliente um maço de cigarros. Ele lê o avi-

so: “Fumar causa impotência” e reage:

“Não, não quero este, quero o que diz

que ‘Fumar Mata’”.

Homens fumadores:

O comportamento de

uma pessoa que tenha in-

gerido álcool em excesso

pode gerar agressividade e

dar origem a um aumento

de tendência para a confli-

tualidade.

Estas alterações comporta-mentais provocadas pela inges-tão excessiva de álcool são so-bejamente conhecidas, mas háque fazer uma destrinça entreo consumo ocasional, numa al-tura de celebração, por exem-plo, e o consumo excessivo econtinuado.

Uma vez ingerido, o álcoolentra na circulação sanguínea,chegando ao coração, ao cére-bro e a vários outros órgãos,bem como aos músculos e te-cidos.

Como o corpo não arma-zena o álcool, tem que se liber-tar dele. É no fígado que o ál-cool sofre uma série de reac-ções químicas, sendo primeirotransformado em acetaldeídoe depois libertado através daurina.

O álcool tem um efeito de-pressor no sistema nervoso

central. Apesar de ter um efei-to estimulante inicial, levandoas pessoas a ficarem mais eufó-ricas e desinibidas, seguida-mente aparecerem os efeitosdepressores.

Surge então a falta de coor-denação motora, a dificuldadeem andar (andar a cambalear),a sonolência, e diminuição dereflexos, bem como a dificul-dade em falar. No limite podelevar ao coma e à morte.

A maior ou menor concen-tração de álcool no sangue de-pende da quantidade ingeridae da capacidade do organismopara o processar. A chamada“resistência ao álcool” variatambém consoante o estadode saúde da pessoa, a idade, opeso e o sexo.

Os hospitais conhecembem os estados de embriagueze de coma alcoólico. Os cen-tros de reabilitação física estãobem familiarizados com víti-mas de acidentes graves causa-dos por embriaguez, os quaispor vezes têm consequênciasgraves.

Em alturas festivas, como ado Natal, que agora se avizinha,

é habitual a ingestão “social”de álcool, o que por vezes con-duz a exageros que é sensatoevitar.

A directora geral do Insti-tuto Nacional de Luta angola-no Anti-Drogas (Inalud), AnaGraça, afirmou na abertura doseminário sobre “Projecto deSensibilização Natal sem Ál-cool”, que o consumo de ál-cool, e de drogas ilícitas, podeprovocar consequências gra-ves, como o desenvolvimentode patologias cardíacas.

Ana Graça, adiantou, emNovembro, que o Inalud tempromovido várias campanhasde prevenção e sensibilizaçãoem escolas, e não só, no intuitode reduzir para “zero” o con-sumo de drogas.

“Apesar das muitas campa-nhas sobre o alcoolismo, estecontinua a ser um problemasocial muito grave, pois fre-quentemente origina a deses-truturação familiar”, salientou.

De acordo com a respon-sável os acidentes, violações emortes acontecem frequente-mente com pessoas sob o efei-to de drogas.

A ingestão excessiva de álcoolpodealterar o comportamento humano e causar graves danos ao cérebro

Perdem cromossoma “Y”, corremo risco de se tornarem impotentese contraírem cancro

Magda Cunha Viana

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11publicidadeJSA Dezembro 2014

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Governador da província de Luanda apelou à população para levar crianças a postos de vacinação

Mais de um milhão e meio de crianças vacinadas contra a poliomielite na província de Luanda

O governador provincial deLuanda, Graciano FranciscoDomingos, solicitou a colabo-ração dos encarregados deeducação que residem em zo-nas de difícil acesso, para leva-rem os seus filhos aos postos devacinação.

Graciano Francisco Domingosfez este pedido no lançamentoda campanha de vacinaçãocontra a poliomielite, no distritourbano da Maianga, defenden-

do a necessidade da colabora-ção de toda a população nacampanha.Os vacinadores são voluntá-

rios e estão a trabalhar empe-nhadamente mas, no entanto, étambém necessário o envolvi-mento das pessoas que residemem áreas de difícil acesso paralevarem as crianças às zonas on-de podem “ apanhar as gotas”.O governador disse que o

país precisa de homens e mu-lheres saudáveis e, para que tal

aconteça, é necessário investirna saúde das crianças, de formaa combater e prevenir algumasdas doenças que os podem in-capacitar fisicamente.O Governador Francisco Do-

mingos acrescentou que a par-ticipação do Presidente da Re-pública, José Eduardo dos San-tos, em várias campanhas de va-cinação, constitui um exemplode cidadania e de participaçãoactiva em prol da saúde decrianças e jovens.

12 Poliomielite dezembro 2014 JSA

A campanha, que decorreu 12 a14 de Dezembro, teve como ob-jectivo aumentar a imunidade acrianças com menos de cincoanos de idade contra os três tipos

de vírus da doença e manter odesaparecimento da sua formaselvagem.Estiveram envolvidas na

campanha cerca de 12.500 pes-soas, entre as quais 9.000 profis-sionais que efectuaram a vaci-nação, feita casa-a-casa, empostos fixos e locais de grandeconcentração de pessoas (mer-cados, igrejas, escolas, paragensde autocarro ou táxis e em cen-tros infantis).Esta iniciativa realizou-se nos

municípios de Belas, Cacuaco,Icolo e Bengo, Quiçama, Cazen-ga e Viana, e nos distritos urba-nos do Kilamba-kiaxi, Ingombo-ta, Maianga, Rangel, Samba eSambizanga.Segundo a vice-presidente

para a área Económica e Socialda Comissão Administrativa dacidade de Luanda, FranciscaFortes, deverão ter sido vacina-das 1.721.949 crianças até aoscinco anos de idade.A responsável referiu que o

objectivo é assegurar a distribui-ção de um milhão e novecentasmil doses da vacina contra em to-dos os municípios e distritos daprovíncia de Luanda.Francisca Fortes frisou que

mesmo com os progressos al-cançados na iniciativa mundialde erradicação da pólio, a doen-ça ainda é endémica em algunspaíses, como o Paquistão, com278 casos, e o Afeganistão, com18 casos.No entanto, a Nigéria e a So-

mália, graças à vacinação contrao vírus reduziram significativa-mente o número de casos.“O regresso do vírus ainda é

uma ameaça e, por este motivo,é imperativo trabalhar árdua esustentadamente para manterníveis imunitários elevados napopulação alvo, trabalhando emconjunto e norteados pelo objec-tivo único de aumentar a cober-tura e qualidade da mesma”,adiantou.Em Angola, há mais de 3 anos

que não se regista nenhum casode poliomielite, devido às cam-panhas de vacinação de rotina eao esforço dedicado à vigilânciaactiva de casos suspeitos, parainterromper a transmissão dadoença.

Francisco cosme com

magda cunha Viana

A segunda fase da campanha de

vacinação contra a poliomielite

foi lançada este mês, na província

de Luanda, onde reside mais de

um terço da população de todo

país. Na cerimónia de lançamen-

to da campanha estiveram pre-

sentes o ministro da Saúde, José

Van-Dúnem e o Governador da

província de Luanda, Graciano

Domingos.

Angola é considerada uma referência a ní-vel mundial devido às políticas do Executi-vo para a erradicação da Poliomielite, umadoença grave que atinge milhares de crian-ças no mundo, referiu a OMS.A realização de campanhas de vacina-

ção regulares, e a investigação contínua decasos considerados suspeitos, são aponta-dos por aquele organismo das Nações Uni-das como algumas das razões que fazem deAngola um exemplo a seguir na erradica-ção da poliomielite.O representante da OMS em Angola,

Hernando Agudelo, afirmou estar confian-te de que o “grandioso” esforço governa-mental fará com que o país consolide todasas conquistas que obteve até agora e conti-nue a estar livre do flagelo da pólio”, asse-gurando um futuro melhor para todas ascrianças. Em nome das Agências das Nações Uni-

das e dos parceiros da Iniciativa Mundialpara a Erradicação da Poliomielite, o res-ponsável felicitou as autoridades da Provín-cia de Luanda e de todos os municípios, as-sim como todos os profissionais de saúdepela realização da campanha de vacinação.“Registamos com muita satisfação, o

empenho dos organizadores desta campa-nha, das equipas de vacinação e de super-visão, dos contingentes das Forças Arma-das, bem como dos outros voluntários que,durante três dias, irão prestar um apoio lo-gístico decisivo para o sucesso, incluindonas áreas mais remotas, como as localida-des da Quissama, Icolo e Bengo”, disse.“Apresento também uma palavra de

apreço e de incentivo a todas as famílias,entidades religiosas e tradicionais e gruposcomunitários, pela sua prontidão em res-ponder a esta iniciativa e pela forma entu-siasta com que têm aderido aos esforçospara, juntos, erradicarmos a pólio em An-gola, e garantirmos uma melhor saúde eum futuro mais risonho para as criançasangolanas”, adiantou.O responsável recordou que há mais de

três anos que Angola não regista casos depóliovirus selvagem e considerou que estemérito se deve também a pais, mães, vaci-nadores, lideres comunitários, presidentesdas comissões de moradores, outros líderestradicionais, meios de comunicação social,entidades religiosas, administrações mu-nicipais e comunais e amigos das crianças. “Estamos confiantes de que o vosso es-

forço grandioso fará com que Angola con-solide todas as conquistas que obteve atéhoje e continue a ser um país livre de pólioe possamos assegurar um futuro melhorpara todas as crianças”, disse. “É importante que todos contribuam ac-

tivamente para que nenhuma criança fiquesem apanhar as duas gotas milagrosas con-tra a pólio que vão permitir aumentar a suaimunidade, e assegurar que a erradicaçãodesta doença seja uma realidade nos pró-ximos anos”, defendeu.“A OMS, a UNICEF, o GRUPO CORE e

todos os demais parceiros também conti-nuarão ao vosso lado até que a pólio deixede ser uma ameaça para Angola”, disse.

A Organização Mundial da Saúde elogiou os avanços registados em Angolana erradicação da poliomielite

Mais uma criança vacinada contra a pólio. Esta, pelo próprio ministro da

Saúde, José Van-Dúnem

O representante da OMS em Angola, Hernando Agudelo, vacina uma

criança durante a cerimónia de abertura da 2ª fase da campanha de va-

cinação contra a pólio, em Luanda

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Diminuir a sinistralidade rodoviária para reduzir o número de incapacitadosfísicos

O padrão estatístico relati-vamente às necessidadesdos incapacitados físicos es-tá a mudar no país, afirmouo ministro da Saúde, JoséVan-Dúnem, na cerimóniade abertura das PrimeirasJornadas Científicas do Cen-tro de Medicina Física e deReabilitação que decorre-ram, este mês, sob o lema"Uma visão de reabilitaçãomultidisciplinar”.Até há pouco tempo as

incapacidades físicas eramcausadas por acidentes deguerra, com minas, amputa-ções traumáticas produzi-das pelo rebentamento deengenhos explosivos, disse.“O país está em paz e

existe um esforço gigantescode desminagem para que,cada vez mais, as minas dei-xem de ser um problema eque fique clara a necessida-de de apoiarmos aquelesque ficaram com incapaci-dades decorrentes da guer-ra”, frisou.Actualmente, um dos

problemas consiste no com-portamento irresponsáveldos condutores.“Mas não podemos ir

atrás das consequências, te-mos que actuar a nível dascausas. E a consciencializa-ção dos motoristas e infor-mação dos peões, o esforçoque está a ser a ser feito paramelhorar a sinalização, vãoseguramente fazer com queos números da sinistralida-de rodoviária diminuam”,disse.A nível das instituições –

adiantou- estamos a traba-lhar com os ortopedistas, fi-sioterapeutas, fisiatras e ou-tros profissionais para que aresposta da reabilitação te-nha lugar o mais cedo possí-vel, traduzindo-se numamaior eficácia.

Temos que formar profissionais de saúdeHá universidades no país

que estão a formar profissio-nais destas áreas. “Estamosa fazer um grande esforçopara a formação em servi-ço”, garantiu, frisando que osistema de saúde continua acontar com a cooperaçãocubana e que irá ter tambéma cooperação, de curta dura-ção, de especialistas de todoo mundo, para acelerar a ab-sorção de conhecimentos ea qualidade das respostas,adiantou.As instituições trabalham

de acordo com o Plano Na-cional de DesenvolvimentoSanitário.A realização das Jornadas

Científicas do Centro de Me-dicina Física e de Reabilita-ção visou partilhar expe-riências e avaliar o que estáfeito, o que constitui tam-bém uma oportunidade pa-ra a melhoria dos serviçosprestados de acordo com asdirectrizes do Plano de De-senvolvimento Sanitário.

Uma mensagem de esperança para a população“A mensagem é de espe-

rança. Esperança pelo que jáestá feito, e que nos permitever como foi alargado o es-pectro da resposta às inca-pacidades. Ela permite-nosdizer que estamos a traba-lhar”, disse Van-Dúnem. “Por favor colaborem, te-

nham confiança no sistemae contribuam com suges-tões e críticas sobre os as-pectos que poderemos me-lhorar”.

14 jornadas cmfr dezembro 2014 JSA

Rui MOReiRa de Sá

com Magda Cunha Viana

Os acidentes rodoviários

têm sido um dos factores que

mais têm contribuído para o

aumento de incapacidades fí-

sicas em Angola.

Pessoas com sequelas de

Acidentes Vasculares Cere-

brais (AVC), lombalgias de

várias origens, crianças

com sequelas de paralisia

cerebral infantil e vítimas

de acidentes rodoviários,

são os principais utentes do

Centro de Medicina Física

de Reabilitação que visa

restituir aos seus pacientes

autonomia, dignidade hu-

mana e inclusão social.

Na abertura oficial das primeiras

Jornadas Cientificas do Centro

de Medicina Física e Reabilitação

(CMFR) de Luanda, a directora-

geral da instituição, Armanda da

Conceição, afirmou que o centro

tem como objectivo a recupera-

ção total, ou parcial, da autono-

mia dos utentes.

O encontro do CMFR, institui-

ção de referência do Sistema

Nacional de Saúde, visou tam-

bém combater a ideia feita de

que a reabilitação consiste ape-

nas em massagens.

Equipa multidisciplinar

No processo de reabilitação

participam, habitualmente, o

médico de clínica geral, que faz

a primeira abordagem, seguido

do encaminhamento para o es-

pecialista, que tem a responsa-

bilidade tratar a patologia de

base, passando para a fase da

reabilitação propriamente dita,

durante a qual, em função da

especificidade do caso, pode-

rão participar, o fisioterapeuta,

o ortoprotesista, o acupunctu-

rista, o psicólogo clínico, assis-

tentes sociais, terapeutas da fa-

la, terapeutas ocupacionais, e

outros.

O Centrotem como objectivoa recuperaçãototal, ou parcial, da autonomiados utentes

Reabilitação física de incapacitados contribui para aumentar a sua dignidade humana

As Jornadas Científicas do CMFR, presididas pela sua directora-geral, Armanda da Conceição, saldaram-se por um enorme êxitocom a participação maciça de profissionais da saúde que lotaram a sala e animaram os debates durante dois dias. A importânciaque o Executivo deu ao evento ficou patente com a presença simultânea do Ministro da Saúde, José Van-Dúnem, e do Secretário deEstado da Saúde, Carlos Alberto Masseca, na cerimónia de abertura

Jovem aprende e pratica durante um dos cursos que antecederam as Jornadas

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Até há pouco tempo, os medicamentos utiliza-dos no tratamento da doença do sono possuíamcaracterísticas arsénicas susceptíveis de provo-car vários efeitos colaterais graves como, porexemplo, choques arsenicais, com consequên-cias graves para a vida do paciente, pelo que aOMS desaconselhou a sua utilização, anunciouo especialista em saúde pública e director-geral-adjunto para a área técnica do Instituto de Com-bate e Controlo das Tripanossomíase (ICCT),Amadeu Dala.A doença do sono, ou tripanossomíase, é uma

doença tropical transmitida pela picada da mos-ca tsé-tsé e a sua gravidade é de um algo modonegligenciada. No entanto, foi detectada em 15das 18 províncias de Angola. Só não existe nas re-giões de Namibe, Huambo e Cunene, devido àscaracterísticas climáticas.Angola tem seis províncias endémicas, Ma-

lanje, Bengo, Cuanza Norte, Cuanza Sul, Uíge eZaire, juntando-se a elas também Luanda, quedispõem de centros de diagnóstico e tratamen-to.Com a descoberta de novas moléculas, foram

desenvolvidos fármacos inovadores, mais efica-zes e com efeitos colaterais reduzidosActualmente, o esquema de tratamento da

doença do sono é determinado a partir da suabase evolutiva. Se a doença estiver no início, istoé, na fase linfática, quando o parasita está aindaa nível do sistema linfático ou no sangue, usamosa pentamidina, uma solução terapêutica quetem vindo a ser utilizada desde os anos 40, masque continua a revelar-se eficaz no tratamentoda doença, neste estadio de evolução.“A fase problemática é quando a doença está

mais avançada, já a nível do sistema neurológico.No passado, usava-se o “melanssopor”, um me-dicamento arsénico. Agora, para o mesmo esta-dio da doença, recomenda-se o uso de um fár-maco à base de uma combinação de “eforneti-na” e “nifortemox”, que tem estado a mostrarbons resultados.

Diniz Simão

Correspondente no Cuanza norte

Graças a inovações no campo da farmacologia, que permitiram

o desenvolvimento de novos fármacos para o tratamento da doença

do sono, o número de mortes poderá ser reduzido.

JSA Dezembro 2014 16Saúde Cuanza norte

Angola está em condições de controlar a doença do sono até 2020,ultrapassando a meta de 2025, traçada pelas Nações Unidas para aerradicação dessa doença.Amadeu Dala sublinhou que, no passado, Angola chegou a ser con-siderada um país endémico pelas Nações Unidas, mas o númerode casos de doença diminuiu significativamente nos últimos anos.Até 1997, o país tinha um registo de 8.275 casos, e esse número bai-xou para 69 em 2013.A situação foi controlada através do Programa Nacional de

Combate à Doença do Sono e da realização de campanhas de pros-peção activa e de luta anti-vetorial nas zonas ainda endémicas.O empenho do Governo angolano, com o fornecimento de

meios técnicos e financeiros, foi igualmente destacado pelo res-ponsável como factor decisivo para os bons resultados obtidos.“É preciso manter-se o ritmo das acções que estão a ser desen-

volvidas no combate à doença do sono, fundamentalmente o in-tenso trabalho de prospeção activa, aliada a luta anti-vectorial, im-plementada pela instituição, que visa o corte da cadeia de trans-missão da epidemia, de forma a evitar que os poucos casos existen-tes contribuam para o surgimento de novas infecções de tripanos-somíases.O ICCT registou no país 34 novos casos de tripanossomíases,

de Janeiro a Novembro deste ano, com apenas um óbito, ou seja,menos 35 casos em relação ao período homólogo anterior, alturaem que foram notificados 69 novos casos, embora sem registo deóbitos.Estes casos foram essencialmente detectados em zonas consi-

deradas endémicas, nomeadamente as províncias de Luanda, Ma-lanje, Uíge, Cuanza-Norte, Cuanza-Sul, Bengo e Zaire.Actualmente há 200 doentes controlados pelo ICCT em todo o

país, todos eles com acompanhamento médico. Os especialistasestimam que este número deverá baixar ainda mais.São considerados doentes controlados os pacientes que foram

tratados nos últimos dois anos e que se encontram sob vigilânciaepidemiologia.Para Amadeu Dala, “nos últimos 12 anos fruto do clima de paz

que o país está a viver desde 2002, aliado ao intenso trabalho deprospecção activa e à luta anti-vectorial implementada pela insti-tuição para o corte da cadeia de transmissão, a situação melhorousignificativamente”.“O factor de insegurança desapareceu, permitindo que as equi-

pas de prospeção cheguem com mais facilidade às zonas mais re-cônditas do país, possibilitando, assim, o melhor acesso aos centrosde diagnósticos e tratamento da doença do sono às populações”,frisou.

ICCT desenvolve campanha de prospecção activa da doença do sonoO director-geral-adjunto para área técnica do Instituto de Combatee Controlo das Tripanossomíase (ICCT), Amadeu Dala, afimou queo ICCT introduziu uma caravana móvel que está a desenvolver,desde o passado dia 26 de Novembro, uma campanha de prospec-ção activa da doença do sono, na província do Cuanza Norte, noâmbito do programa do Executivo que visa a erradicação desta en-

demia até ao ano 2020.A caravana é composta por mais de 20 viaturas, ligeiras e pesa-

das, com 80 técnicos do ICCT. A campanha, com a duração de 30dias, conta com o suporte de 10 equipas móveis, integradas por oitotécnicos cada, dos quais dois motoristas, igual numero de técnicosde laboratório e de enfermeiros, além de técnicos de luta anti-vec-torial (que fazem a colocação de armadilhas para a captura de mos-cas tsé-tsé), distribuídas pelos 10 municípios da província.As pessoas que tiverem um diagnóstico positivo devem ser

encaminhadas para os centros de diagnóstico e tratamento dadoença do sono existentes na província, para obterem o devidotratamento.A campanha faz parte de uma estratégia nacional do Ministério

da Saúde, através do Instituto de Combate e Controlo das Tripa-nossomíases, para a actuação permanente junto das populações.O combate eficaz à doença do sono não pode limitar-se ao diag-

nóstico das pessoas que procuram assistência nos centros especia-lizados.O recurso a prospeção activa visa dectetar pessoas infectadas

que ainda não têm sintomas da doença, impedindo, assim, quepessoas infectadas se mantenham na comunidade como reserva-tório tripanossoma. No decurso da campanha serão ainda colocadas cerca de duas

mil armadilhas em varias localidades da província, para captura damosca tsé tsé, disse o responsável.A campanha será extensiva a todas as províncias já no próximo

ano, embora de forma faseada.

Angola soma pontos no controlo da doença do sono

Novos medicamentos para a doença do sono permitem reduzir número de mortes em Angola

Caravana móvel no Cuanza Norte

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O director provincial de Saúde doCuanza-Sul, Abreu Undongo, refe-riu, em entrevista do Jornal da Saúde(JS), que em 2014 houve importantesinvestimentos nas infraestruturas sa-nitárias e o recrutamento de profis-sionais da saúde. Salientou também,como um passo importante parauma melhor resposta às necessida-des de saúde das populações, a exe-cução do Programa dos CuidadosPrimários da Saúde (CPS) em todosos municípios da província.— Agora que o ano de 2014 chegaao fim, qual é o balanço do sectorda saúde na província do Cuanza-Sul?— O balanço é positivo, quer no do-mínio das infraestruturas sanitárias,quer no da prestação de cuidados desaúde às comunidades. Isto é, à me-dida que a rede sanitária aumenta,acompanhamos este crescimentoatravés do recrutamento de maismédicos e enfermeiros. Mas devoassinalar que a nível de médicos ain-da dependemos, em grande escala,de quadros expatriados, situaçãoque, ao longo do tempo, se pode ate-nuar com a formação contínua quedecorre no país, inclusive nesta pro-víncia.

A província conta com 248 uni-dades sanitárias: dois hospitais pro-vinciais de referência, 15 hospitaismunicipais, 33 Centros de saúde e200 postos de saúde. Isto significaum acréscimo, em relação ao iníciode 2014, de mais dois hospitais mu-nicipais, dois centros de saúde e seispostos de saúde. Estes serviços con-tam com 133 médicos, 1.520 enfer-meiros, 166 técnicos de diagnósticoe terapêutica, dos quais 77 técnicose 89 auxiliares, e mais 379 pessoas noapoio hospitalar.

No entanto, o sector ainda deno-ta um défice de médicos especialis-tas para cobrirem as unidades sani-tárias nos municípios do interior,principalmente nas áreas de obste-trícia, cirurgia e ortopedia.

O défice em recursos humanos éuma fragilidade pois, em muitas lo-calidades da província, os postos desaúde funcionam apenas com umenfermeiro. A província necessitade 6.524 profissionais de saúde, en-

tre médicos especialistas, técnicosde diagnóstico e terapêutica, enfer-meiros e pessoal de apoio hospita-lar.—Como foi a situação em termosde fornecimento de medicamen-tos e modernização de equipa-mento? — Em termos de medicamentos es-tamos bem servidos, com a disponi-bilidade de fármacos diversos, ad-quiridos através da Direcção Nacio-nal de Medicamentos, e de outrosfornecedores. Quanto aos equipa-mentos, estamos razoáveis, maspersistem carências, pois temos ne-cessidade de adquirir mais equipa-mentos para radiologia, para blocosoperatórios e para outras especiali-dades, a serem instalados em todos

os hospitais municipais.— Como avalia o quadro da evolu-ção das principais patologias naprovíncia?— A malária é endémica no Cuan-za-Sul, o que continua a preocuparas autoridades sanitárias, commaior enfoque nos municípios do li-toral, como Sumbe e Porto Amboime do interior como os do Amboim eda Conda. Mas a situação está sobcontrolo, o que nos permite planifi-car e distribuir testes e respectivosmedicamentos de combate à malá-ria.

Associado a isto estão as doençasdiarreicas agudas (DDA) e infecçõesrespiratórias agudas (IRA), e aindaas doenças crónicas como a diabe-tes e a hipertensão arterial, que tam-bém constituem causas de mortenas comunidades.— Pode destacar alguns ganhos aonível do sector da saúde no Cuan-za-Sul?— Com a implementação do pro-grama dos Cuidados Primários daSaúde (CPS), temos alcançado bonsresultados, sobretudo no domínioda construção das infraestruturassanitárias. A extensão da rede sani-tária ao nível da província já é umfacto indesmentível, pois tambémforam construídas residências paraenfermeiros, permitindo o aloja-mento mais adequado dos enfer-meiros no meio rural.

Um ganho que devo realçar é oda conclusão das obras de reabilita-ção e ampliação do Hospital Geralda Cela, cujos serviços foram mo-dernizados. O hospital já abriu asportas à população e vai prestandoalguns serviços, porque o seu fun-cionamento pleno, dada a dimen-são dos serviços a disponibilizar vaidepender de um esforço aindamaior na preparação de especialis-tas para operar os equipamentos ainstalar.— Está satisfeito com a prestaçãodas unidades hospitalares na pro-víncia?— Não digo satisfeito, porque se tra-ta de um processo em que interfe-rem vários factores. No passado re-gistávamos situações em que mui-tos pacientes chegavam às unidadessanitárias em estado crítico por ne-gligência das famílias. Infelizmente,isto continua a verificar-se, o que fazcom que muitos cidadãos aindaquestionem a qualidade da presta-ção de serviços das unidades hospi-talares. Mas vamos continuar a de-senvolver programas de educaçãosanitária nas comunidades para seinverter a percepção existente.—Que programas foram desen-volvidos em 2014 para a melhoriada assistência nas comunidades?

— Vários, e com carácter perma-nente. Refiro-me aos Programas decontrolo da malária que consiste nadistribuição de mosquiteiros trata-dos com insecticidas de longa dura-ção, complementada com o sanea-mento do meio, a luta anti-larval e oprograma de imunização que incluicobertura total de vacinação de ro-tina com todos os antígenos.

O programa de prevenção deVIH/Sida inclui a oferta universal demedicamentos e acompanhamen-to das pessoas infectadas.

Além destes programas, temosestado a executar outros, de lutacontra a tuberculose e a lepra, desaúde materno-infantil, nutrição, demedicamentos essenciais, vigilân-cia epidemiológica, de educaçãopara a saúde e saneamento ambien-tal e da água. São programas trans-versais porque a sua eficácia depen-de muito da colaboração de outrasinstituições e das próprias comuni-dades.— Quais os desafios do sector dasaúde na província para 2015?— Os desafios são enormes. É ne-cessário reforçar a rede hospitalar jáexistente em toda a província e a as-sistência médico-medicamentosa.É também imperioso melhorar asinstalações físicas e as condições la-borais dos quadros da Direcção Pro-vincial da Saúde. Temos tambémque melhorar a informação juntodas administrações municipais so-bre o impacto do Programa dos Cui-dados Primários de saúde. Há aindaque manter actualizados os indica-dores de saúde, revitalizar os nú-cleos de formação permanente emtoda província e alargar aos utentesa avaliação do desempenho das uni-dades sanitárias.

No domínio das infraestruturasprevemos a continuidade do pro-grama de construção de três centrosde saúde, com capacidade para trin-ta camas, nos municípios do Seles,Porto Amboim e Ebo, bem como arequalificação de postos de saúdeque funcionam em regime provisó-rio nos municípios de Cassongue edo Ebo.

Queremos em breve aumentar acobertura do programa de aconse-lhamento e testagem do VIH/Sidaem todos os municípios da provín-cia.

Entre todos os desafios acimaapontados, temos de destacar a ne-cessidade de apetrechar as unida-des sanitárias na periferia para des-congestionar os hospitais Munici-pais e Provinciais.

Isso passa pela melhoria de assis-tência e maior disponibilidade deequipamentos para responder àssolicitações nas zonas rurais.

JSA Dezembro 2014 18Saúde Cuanza sulSector da saúde com desempenho assinalável no atendimento às populaçõesCasimiro José | Porto amboim

Correspondente no sumbe

Texto e fotografia

O Cuanza-Sul pretende, em 2015,

alargar a cobertura sanitária a toda

a província, com a construção de

mais postos e centros de saúde e um

acréscimo de programas assisten-

ciais, recrutamento de mais médicos

e técnicos, bem como a formação

contínua a todos os níveis.

DIRECTOR PROVINCIALDA SAÚDE, ABREU UNDONGO Com

a implementação do

programa dos Cuida-

dos Primários da

Saúde temos alcança-

do bons resultados,

sobretudo no

domínio da

construção das

infraestruturas

sanitárias

A província conta com 248 unidades sanitárias:

dois hospitais provinciais de referência, 15 hospi-

tais municipais, 33 centros de saúde e 200 postos

de saúde

Os serviços sanitários no Cuanza Sul contam com 133 médicos, 1.520 enfer-

meiros, 166 técnicos de diagnóstico e terapêutica, dos quais 77 técnicos e 89

auxiliares, e mais 379 pessoas no apoio hospitalar

O que foi feito em 2014:

Investimentos nas infraestruturas

sanitárias e no recrutamento de

profissionais da saúde, um passo

importante para uma melhor res-

posta às necessidades de saúde

das populações.

Desafios para 2015: Alargamento da cobertura sanitá-

ria a toda a província, com a cons-

trução de mais postos e centros

de saúde e um acréscimo de pro-

gramas assistenciais, recrutamen-

to de mais médicos e técnicos,

bem como a formação contínua a

todos os níveis.

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20 SANGUE dezembro 2014 JSA

Profissionais de saúde melhoram técnicas de funcionamento e segurança dos bancos de sangue

O Executivo angolano temvindo a empreender esforçospara melhorar a qualidadede vida das populações, atra-vés de programas que reflec-tem as reais aspirações e ne-cessidades dos cidadãos, dis-se em Luanda, a directora in-terina do Instituto Nacionalde Sangue, Eunice Manico.A responsável, que falava

em representação do Minis-tro da Saúde José Van-Dú-nem, na abertura do “I En-contro de Bancos de San-gue”, em Angola, realizadasob o lema “Juntos pela Vi-da”, revelou que o seu sectortem previstas estratégias pa-ra a revitalização das condi-ções dos serviços administra-tivos e técnicos no intuito deaumentar a capacidade deactuação do INS, junto da re-de nacional de transfusão desangue.De acordo com a respon-

sável, o objectivo é obter omaior nível de oferta regulare voluntaria de sangue dosdoadores aumentando si-multaneamente o grau de se-gurança e baixando o nívelda dependência de doaçãode sangue de familiares. Eunice Manico adiantou

ser necessário e urgente acriação de condições de mo-dernização do INS, órgão decoordenação nacional comresponsabilidades acresci-das, pois compete-lhe orga-nizar e orientar todos os ser-viços orgânicos que tutela.Os centros provinciais de

sangue serão unidades orgâ-nicas das Direcções Provin-ciais da Saúde/ GovernosProvinciais, que metodologi-camente passarão a serorientados e monitorizadospelo Instituto Nacional doSangue, afirmou, adiantandoque os sistemas centraliza-dos de colheita de sangue,coordenados nacionalmen-te, vão garantir vantagens pa-ra os bancos do sangue.Segundo a responsável,

mesmo com os visíveis avan-ços alcançados no controlodas epidemias, que eventual-mente podem ser transmiti-das pela transfusão sanguí-

nea, os riscos residuais per-manecerão, e serão aindamais elevados, nos locais on-de as condições de saúde dapopulação forem mais pre-cárias e estiverem associadasa um programa de colheitadeficiente, por mau proces-samento, separação, testa-gem, armazenamento, e dis-tribuição de sangue.

Tecnologia de pontaManico considerou que o

I Encontro de Bancos de San-gue permitiu demonstrarque só será possível baixar osriscos utilizando equipa-mentos de diagnóstico comtecnologias de ponta. Referiutambém que o encontro per-mitiu uma troca de experien-cias entre os técnicos das di-

versas províncias.Para a responsável, o en-

contro teve como objectivodar a conhecer aos profissio-nais as soluções da empresafarmacêutica Abbott para osserviços de transfusão desangue no país, apresentar oprograma de vigilância de ví-rus, abordar a rede de trans-fusão em Angola, e a expe-

riência do Instituto Nacionaldo Sangue.As palavras de Manico fo-

ram corroboradas por AnaVicente, directora da empre-sa organizadora Labconcept,que sublinhou o interesse daAbbott em apresentar aosprofissionais de hemoterapiaas vantagens dos serviços au-tomatizados de testagem desangue, bem como a sua se-gurança. No sentido inverso– adiantou - a experiênciapermitiu à Abbott conheceras necessidades das Provín-cias a nível da testagem desangue e de doações volun-tárias.Para a responsável, os

participantes no encontromanifestaram-se muito inte-ressados em adquirir conhe-cimentos sobre a segurançados equipamentos de ras-treio e as actualizações a ní-vel tecnológico.O director da Abbott Diag-

nósticos, Luís Filipe Pereirasalientou, por sua vez, que osequipamentos que a empre-sa fornece já são utilizados no

Centro Nacional de Sangue,assim como noutros paísesafricanos, como a África doSul, e o Zimbabué. A Abbott, conjuntamente

com o INS, desenvolveu oprojecto de automatizaçãodo Serviço de Sangue, atravésda introdução no país dosequipamentos ArchitectI1000 e I2000, que permitemtestar sangue doado ao INS,de forma automatizada e se-gura.O evento foi organizado

pela Labconcept, na provín-cia de Luanda (Kikuxi) emparceria com o Ministério daSaúde, contou com a partici-pação de directores dos di-versos hospitais provinciais ede técnicos de sangue destasunidades. A Labconcept é uma em-

presa de direito angolano hátrês anos no mercado, dedi-cando-se à comercializaçãode equipamentos médico-hospitalares e medicamen-tos e também à elaboraçãode projectos na área da saú-de.

Francisco cosme dos santos

Especialistas do sector da saú-de de várias unidades hospita-lares angolanas melhoraramas técnicas de tratamento desangue e sua distribuição, ajus-tando-as às normas interna-cionais.

EUNICE MANICO Só é possível baixar os riscosutilizando equipamentos de diagnóstico comtecnologias de ponta

DIRECTORA-GERAL DA LABCONCEPT, ANA VICENTE Os participantes no encontromostraram muito interesse em obter conheci-mentos sobre a segurança dos equipamentosde rastreio e as actualizações tecnológicas

DIRECTOR DA ABBOTT DIAGNÓSTICOS, LUÍS FILIPE PEREIRAOs equipamentos que a empresa fornece já são utilizados emAngola, no Centro Nacional de Sangue, assim como noutrospaíses africanos, como a África do Sul e o Zimbabué

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21geriatriaJSA Dezembro 2014

— Quando é que podemosdizer que uma pessoa éidosa e qual é a razão parahaver a especialidade mé-dica de geriatria?— Uma pessoa é considera-da idosa quando atinge aidade de 60 anos, em paísesem desenvolvimento e 65em países desenvolvidos.No entanto, para permitircomparações mais directasentre países, a OrganizaçãoMundial de Saúde (OMS) fi-xou os 65 anos como idadepadrão, tanto para pessoasde países desenvolvidos co-mo em desenvolvimento.Envelhecer é um processouniversal, inexorável e com-plexo que é acompanhadopor mudanças morfofisioló-gicas das pessoas.

A atenção adequada àsaúde do idoso requer co-nhecimentos específicos di-ferentes das requeridas pe-los adultos. Assim, o geriatratem de ter um olhar maisapurado para as especifici-dades que o idoso apresen-ta, como, por exemplo, reac-ções adversas mais frequen-tes e pronunciadas a medi-camentos.

As doenças físicas podemmanifestar-se, por vezes,apenas sob a forma de umaalteração mental ou confu-são e desorientação tempo-ro – espacial. Sinais típicosde doenças graves podemser menos visíveis como, porexemplo, febre baixa oumesmo inexistente numquadro de pneumonia.Acontece ainda com fre-quência o paciente idosoapresentar comorbidades,ou seja, concomitância demúltiplas patologias. — É possível promover umenvelhecimento saudável eautónomo?— É possível auxiliar o idosoa combater o sedentarismo,a estimular a prática de acti-vidade física, ajudá-lo a es-colher uma alimentaçãosaudável, a combater hábi-tos como o tabagismo e o eti-lismo e a procurar tratamen-to ou acompanhamento pa-ra doenças crónicas não

transmissíveis, como a hi-pertensão, diabetes e a os-teoporose.

A partir de uma determi-nada idade podem registar-se alterações a nível celular eda capacidade fisiológica, oque limita, por exemplo, afunção renal. Mas a partirdos 35 anos já podem come-çar a surgir alguns proble-mas, como por exemplo anível da massa óssea. No en-tanto, estas limitações pro-gressivas associadas ao en-velhecimento também po-dem surgir devido a factoresgenéticos.— Quais são as principaisdoenças que surgem noidoso?— Existem doenças que es-tão diretamente relaciona-das com o envelhecimento,como as demências (altera-ção da função cognitiva), en-tre as quais o Alzheimer, odelirium (confusão mentalaguda que em grande partedos casos tem uma doençafísica subjacente), a Parkin-son e a osteoporose (perdade cálcio ósseo levando auma fragilidade óssea). To-das estas doenças compro-metem seriamente a auto-nomia e independência doidoso. Podemos tentar aju-dar pessoas com sequelas dedoenças causadas por hi-pertensão, mas também adiabetes, a obesidade, asdoenças osteoarticulares(artroses, osteoporose),através de exames médicosanuais, tratamentos ade-quados, estimulando a prác-tica de actividade física e in-centivado uma alimentaçãoequilibrada.

Em algumas destas doen-

ças que sejam diagnostica-das precocemente, o uso demedicação específica podeajudar a desacelerar a suaevolução. Neste campo en-tra um dos aspectos da ge-riatria, que é o atendimentoda uma equipa multidisci-plinar.

O atendimento do idosoportador destas doenças en-volve o médico de clínica ge-ral, o fisioterapeuta, o tera-peuta ocupacional e o psicó-logo. A atuação conjuntadestes profissionais vai terum impacto mais positivoem alguma recuperação dasfunções e, consequente-mente na qualidade de vidado doente. — O que fazer quando jánão é possível a cura destasdoenças?— Na verdade nenhumadestas doenças, como o Alz-heimer, a Parkinson e as de-mências têm cura. Algumas,como as doenças crónicasnão infecciosas (hiperten-

são e diabetes) podem tertratamento, outras como asdoenças neurológicas dege-nerativas, evoluem gradati-vamente, levando o idoso auma situação de dependên-cia total. — Quais são os grandesproblemas do idoso doenteem Angola?— Estima-se que 4% da po-pulação angolana seja idosa,ou seja, tenha mais de 64anos. Ainda não há nenhumserviço especializado noatendimento de idosos emAngola, nem existem dadosestatísticos disponíveis so-bre a prevalência das doen-ças diretamente ligadas aoenvelhecimento.— Que serviços presta a Cli-med presta nesta área?— Disponibiliza atendimen-to de “Home care”, incluindovisitas médicas, atendimentode enfermagem com admi-nistração de medicamentosa,curativos e colheita matériapara análises, bem como ser-

viço de fisioterapia.— Como distinguir o quesão alterações normais doenvelhecimento e altera-ções provocadas por doen-ças?— A ausência de doença érara entre os idosos porquea capacidade funcional pas-sa a ser o paradigma da saú-de geriátrica. Qualquer si-tuação que altere a capaci-dade funcional deixa de seruma alteração normal doenvelhecimento e passa aser alteração causada por al-guma doença subjacente.— Quais as grandes Síndro-mes Geriátricas? As que-das, a imobilidade, a de-pressão, a deterioraçãocognitiva, a incontinência?— As Síndromes Geriátricassão os chamados “is” da Ge-riatria, que são:a) Instabilidade postural:responsável em grande par-te por quedas em idosos.Quedas é um capítulo à par-te em Geriatria, pelo risco

aumentado de fraturas, e delevar a uma maior perma-nência na cama. b) Imobilidade: acelera a re-dução da massa magra, le-vando a sarcopenia (perdaacentuada de massa muscu-lar) e maior risco de escarasde decúbito.c) Insuficiência cerebral: to-das as situações que alterama função cognitiva, como de-mências, delirium ou confu-são mental aguda.d)Iatrogenia : devido às alte-rações bioquímicas e celula-res que levam à redução dasfunções de vários órgãos , oidoso tem maior capacidadede apresentar reações adver-sa a medicações. Como oidoso geralmente é portadorde várias patologias é co-mum o uso simultâneo devários medicamentos. Por is-so é importante estar atentoàs interações medicamento-sas, para evitar efeitos dano-sos. Quero salientar que ia-trogenia não se refere apenasà administração de drogas,envolve um conceito muitomais amplo. A iatrogenia étodo dano que pode ser cau-sado a um paciente como re-sultado de uma conduta mé-dica. Eu acredito que seja o“i” mais importante.e) Incontinência urinária efecal: uma das maiores cau-sas de institucionalização deidosos.

A depressão não faz partedos “is”. Tem grande inci-dência entre os idosos e tal-vez seja das patologias quemais compromete a capaci-dade funcional do idoso.Durante muito tempo a de-pressão não era sequer diag-nosticada entre os idososporque o médico não geria-tra associava-a a situações li-gadas ao envelhecimento.No entanto quando a de-pressão é bem diagnostica-da e tratada adequadamen-te, observa-se uma significa-tiva recuperação da qualida-de de vida do idoso.— Que tipo de pessoas vêmà Clínica? Há situações deurgência?— Como a Clínica trabalhabasicamente com empresas,os pacientes idosos são fa-miliares de funcionáriosdestas empresas. Geralmen-te já fazem acompanha-mento médico regular. AClinica dispõe de uma uni-dade para atender as emer-gências, e as intercorrênciasmais frequentes relaciona-dos a doenças cardiovascu-lares.

A geriatria trouxe o conceito

de reabilitação, e de promo-

ção da qualidade de vida. Se-

gundo a especialista Adenil

Paschoal Oliveira, da clínica

Climed, em Luanda, o objeti-

vo da especialidade da medi-

cina de geriatria é melhorar a

capacidade funcional e man-

ter a autonomia e indepen-

dência do idoso.

Geriatria, especialidade médica que pretendepromover o envelhecimento saudável

ADENIL PASCHOAL OLIVEIRAA atenção

adequada à saúde do idoso exige conhe-

cimentos específicos diferentes

dos requeridos para os adultos. Assim,

o geriatra tem de possuir um olhar mais

apurado para as especificidades

que o idoso apresenta,

como, por exemplo, reacções

adversas mais frequentes

e pronunciadas a medicamentos

A Climed disponibiliza atendimento

de “home care”, incluindo visitas médi-

cas, atendimento de enfermagem com

administração de medicamentosa,

curativos e colheita de matéria

para análises, bem como serviço

de fisioterapia

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22 reSpoNSabilidade Social Dezembro 2014 JSA

Saúde, educação, ambiente,

empreendedorismo, inclusão

social e redução da pobreza

são áreas-chave

A BP é uma das empresas líderes mundiais de petróleo egás. Está em Angola desde os anos 70. Nos anos 90, adqui-riu participações em quatro blocos offshore de águas pro-fundas a cerca de 200 quilómetros a noroeste de Luanda.Em 2011, estendeu a sua actividade em cinco novos blocosem águas ultra-profundas nas bacias do Kwanza e de Ben-guela. No final de 2013, a BP Angola empregava 738 ango-lanos, o que corresponde a cerca de 70 por cento da suaforça de trabalho.Na última década, a BP investiu milhões de dólares em ini-ciativas sociais, visando apoiar o desenvolvimento das co-munidades angolanas. Em 2013, despendeu aproximada-mente US$ 10 milhões em programas de desenvolvimentocomunitário, conforme quadro abaixo.

No último encon-tro anual com osseus parceiros -que o Jornal daSaúde acompa-nhou no início domês - o directorde Comunicaçãoe Relações Exter-nas, António Vue-ba, fez o balançodo ano que fin-dou, auscultou asua opinião sobreo relatório de sus-tentabilidade erecolheu suges-tões para ummaior desenvol-

vimento e clareza na próxima edição.Ficámos a saber que para esta petrolífera a "educação e odesenvolvimento empresarial são cruciais para o cresci-mento económico e social, redução da pobreza e integra-ção social, enquanto a saúde, segurança ocupacional eambiente são elementos importantes no desenvolvimen-to sustentável do país". Por estas razões, tem apoiado "pro-jectos e iniciativas nessas áreas, em parceria com o gover-no, comunidades e instituições locais", conforme nos rela-tou o director do Desenvolvimento Sustentável, Gaspardos Santos.Recorde-se que a BP é um dos maiores investidores es-trangeiros em Angola: mais de 24 mil milhões de dólaresaté finais de 2013. Prevê investir mais USD 12 mil milhõesaté 2018. É a operadora nos blocos 18, 19, 24 e 31 e partici-pa também nos blocos 15, 17, 20, 25 e 26, assim como nafábrica da Angola LNG, no Soyo. Recentemente organizou duas exposições tecnológicasinteressantíssimas sobre a indústria do petróleo e gás, emLuanda e Benguela, que receberam a visita de milhares deestudantes e demais público interessado.

BP Angolainvestiu milhões

de dólaresem projectos

sociais

Nos últimos 10 anos

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24 actuaLidade Dezembro 2014 JSA

Os Hospitais Universitá-rios de Genebra interrom-peram a realização de tes-tes clínicos da vacina doÉbola devido a um efeitosecundário imprevisto re-gistado nos voluntários. Deacordo com a diretora ge-ral adjunta da OrganizaçãoMundial de Saúde (OMS) adecisão foi tomada após se-rem detectadas inflama-ções nos dedos dos volun-tários

Em conferência de imprensarealizada no quadro do encon-tro de alto nível sobre a cons-trução de Sistemas de Saúderesilientes nos países afetadospor Ébola, Marie-Paule Kienyconfirmou que os HospitaisUniversitários de Genebra(HUG) pararam os testes clíni-cos da vacina.

De acordo com a responsá-vel, os médicos dos HUG pre-feriram suspender o estudo al-gumas semanas devido a doresimprevistas nos dedos em al-guns dos 50 voluntários que fo-ram vacinados.

"Houve um fenómeno im-previsto. Alguns voluntários ti-veram pequenas inflamaçõesnas articulações dos dedos.Portanto, foi tomada uma deci-são para a segurança dos volun-tários", declarou.

Por outro lado, esta pausavai permitir aos médicos anali-sar a causa que dá origem àsdores e observar a sua fre-quência. "É uma pausa paracompreender do que se trata,e logo depois recomeçar", dis-se.

Marie-Paule-Kieny afirmouque este é um problema im-previsto, mas considerou que,

no fundo, “não é algo de novoporque acontece em caso deinfeções virais”.

"Não estou preocupada.Não é um passo atrás. O ensaiofoi realizado de acordo com asmedidas de seguranças e boaspráticas médicas", declarou.

"Do ponto de vista do tem-po, o resultado desta pausa éum atraso de uma semana emrelação ao calendário inicial. Eesperamos que os ensaios se-jam retomados como previs-to", declarou.

Neste momento, há duasvacinas experimentais que sãoas principais candidatas aos tes-tes, a vacina da Merck-Newlink,que está a ser avaliada em Ge-nebra, e a vacina da empresafarmacêutica britânica GSK aser estudada em Lausana, ecom a qual não tem havido pro-blemas.

Testes de vacina contra o Ébola suspensos na Suíça devido a efeito secundário

As autoridades de SerraLeoa anunciaram que maisum médico contraiu o vírusdo Ébola. Victor Willoughbyé o 12º médico no país a serinfectado. Dez deles já mor-reramO director clínico da SerraLeoa, Brima Kargbo confirmouque Willoughby, efectuou umteste de despistagem de Ébola,que deu positivo.

Cerca de 1.800 pessoas jámorreram na Serra Leoa porcontaminação do vírus. Médicose enfermeiros estão especial-mente expostos à doença, poiso Ébola é transmitido por meiode fluidos corporais da pessoainfectada. Centenas de trabalha-dores do sector da saúde foram

já infectados dessa maneira, se-gundo a agência de notícias As-sociated Press.

As autoridades da SerraLeoa decidiram, entretanto, can-celar todas as comemoraçõesde Natal no país, face à situaçãoque tem vindo a deteriorar-se eque, segundo um responsávelpela missão da OMS no terreno,se deve ao comportamento dapopulação.

“ O fracasso da estratégia daSerra Leoa para combater o ví-rus do Ébola pode ter partido dafalta de comunicação eficaz queconseguisse mudar o compor-tamento das pessoas, de formaa levá-las a evitar novas infec-ções”, disse.

Para já, neste Natal não have-

rá celebrações, anunciou o res-ponsável de uma unidade gover-namental de combate ao vírus,adiantando que serão colocadossoldados nas ruas para evitarque as pessoas se reúnam paracomemorar a data.

“Vamos garantir que todospermaneçam em casa e reflitamsobre o Ébola,” disse Palo Con-teh, chefe da unidade de comba-te à doença, segundo o jornalAwoko.

A Organização Mundial deSaúde afirmou este mês que atéao passado dia 10, foram regista-dos 18.188 casos de Ébola naGuiné-Conacri, Serra Leoa e naLibéria, os três países mais afeta-dos. O número de mortos jáatingiu os 6.583.

Leite infantil de elevada qualidade

Cientistas norte-americanos dizem ter de-senvolvido um medicamento que pode “in-centivar” as células nervosas da espinal me-dula a crescer e reparar lesões. Um estudocom ratos, divulgado na revista científica Na-ture, permitiu a recuperação parcial de mo-vimentos e controlo do esfíncter vesical (be-xiga). A droga funciona porque consegue mi-nimizar a “viscosidade” que impede que ascélulas nervosas cresçam após uma lesão.

Mais testes precisam e ser feitos em ani-mais maiores antes de testes serem realiza-dos em humanos, mas o grupo Spinal Re-search (Pesquisa da Medula Espinal, em tra-dução literal) disse haver um «progressoreal».

Danos na medula espinhal interrompemo fluxo constante de sinais eléctricos do cé-rebro para o corpo e podem levar à paralisia

após uma lesão.A equipa da Escola Universitária de Me-

dicina Case Western Reserve, de Ohio, disseque o tecido de cicatriz formado após umalesão impede a reparação da medula espi-nhal, já que proteínas de açúcar libertadas pe-lo tecido agem como uma espécie de cola.

A equipa injectou um produto químicosob a pele que chegou até à medula espinhale perturbou a actividade desta espécie decola. «Foi incrível», disse o pesquisador JerryPrata.

«O que pudemos ver foi realmente notá-vel. Alguns (ratos) recuperaram fantastica-mente e tão bem que dificilmente se diriaque havia uma lesão.»

Nos testes, 21 dos 26 ratos mostraramalgum grau de recuperação na capacidade demovimentos ou das funções da bexiga.

Cientistas desenvolvem medicamento promissor no tratamento de lesões da espinal medula

Serra Leoa proibida de festejar Natal devido a propagaçãodo vírus do Ébola

A marca suiça Pedialac lançou este mês, em Luanda, um leite infantil cuja fórmula é "a mais próxima ao leite materno", segundo a nutricionista Catarina Mouronho (na foto). Na sua composição encontra-se a proteína alfa-lactoalbumina e lípidos lácteos. Ainda de acordo com esta profissional "estes compostos produzemefeitos positivos sobre o desenvolvimento cognitivo, sistema imunitário, visual e crescimento semelhante aos bebés alimentados por leite materno". A Pedialacé distribuída pela HE Farmacêutica. O produto está à venda nas farmácias.

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26 congressos Dezembro 2014 JSA

Segunda-feira, 26 de Janeiro de 2015

07h30 Abertura do secretariado e entrega de documentação

AUDITÓRIO

09h00 Sessão solene de abertura10h00 Conferência de abertura: Política Nacional

de Saúde – dos constrangimentos aos desa-fiosModerador: Carlos Alberto Pinto de SousaPrelector: José Vieira Dias Van-Dúnem, Mi-nistro da Saúde de Angola

10h30 Conferência: financiamento em saúde e de-senvolvimento económicoModerador: Job Graça, Ministro de Planea-mento e Desenvolvimento Territorial de An-gola Prelector: Roberto Iunes

11h00 Pausa / Inauguração da feira Médica Hos-pitalar Angola

11h30 Conferência: Febres hemorrágicasModeradora: Fernanda Dias MonteiroPrelector: Peter Phori

12h00 Painel: A saúde em redeModerador – Mário Jorge Cartaxo Fresta— A municipalização estruturante da des-centralização da saúde – desafios actuais –Helga Freitas— A saúde em rede – conceito e evolução(representante de Cuba)— O direito da cidadania como um impera-tivo ético-constitucional – Carlos Feijó, Con-sultor do Presidente da República de Angola

13h30 Almoço 14h30 Painel: A relação entre médico e doente na

actualidade: a humanização e a alta tecno-logia são compatíveis? Moderador – José Manuel Silva — Competências dos médicos em humani-zação de cuidados de saúde– António VazCarneiro

— Os curricula das Faculdades de Medicinae a humanização em saúde– Miguel SantanaBettencourt Mateus— A relação entre médico e doente susten-ta-se numa relação ética– José Luís Biscaia — A percepção dos estudantes sobre a hu-manização e qualidade do atendimento–Cármen Van-Dúnem

16h00 Conferência: Educar é a nossa missãoPrelector: Fundação Lwini

16h30 Pausa16h45 Painel: A literacia como factor de desenvol-

vimento da municipalização – o contributodos médicosModerador: Ana Escoval—A literacia como factor de empoderamen-to– Arlete da Visitação Borges—A literacia – experiências de Portugal– Jo-sé Manuel Silva—A literacia – experiências do Brasil– JoséMaia Vinagre—Literacia e municipalização– Peter Phori

SALA 1

11h30 Conferência: A segurança do doenteModerador: Manuel VidigalPrelector: José Fragata

12h00 Painel: A actividade clínica no cumprimen-to das metas referentes à saúde da mulher eda criança – um imperativo constitucionale uma resposta à “Estratégia global para asaúde da mulher e da criança”, segundo aOMS Moderador: Paulo Adão Campos—As intervenções prioritárias para reduzira mortalidade materna e infantil em Angola– Adelaide Carvalho/Abreu Tondesso—Os riscos de vulnerabilidade nos adoles-centes, crianças e mulheres em Angola–Ana Leitão— Estratégias de vigilância e investigação

epidemiológica – Rosa Moreira —Experiência da província de Luanda– Ro-sa Bessa— Normas de orientação clínica com apli-cação na mulher e na criança– António VazCarneiro

13h30 Pausa15h00 Conferência: Segurança medicamentosa

em AngolaModerador: Santos NicolauPrelector: Miguel Oliveira

15h30 Conferência: O erro em medicinaModerador: Armando Jorge Tavares LimaPrelector: José Fragata

16h00 Conferência: O papel do médico na reduçãoda sinistralidade rodoviária em AngolaModerador: Eustáquio GomesPrelector: Rui Capo

16h30 Pausa16h45 Conferência: O papel do médico na melho-

ria da qualidade e viabilização de saúdeModerador: Mariana AfonsoPrelector: Afonso José de Matos

17h15 Conferência: Rastreio, diagnóstico e trata-mento do câncer da próstata Moderador: Heriberto Carlos Bickman deAraújoPrelector: Carlos Manuel Dias Semedo Jesus

17h45 Temas LivresModerador: Pedro Lara AlbuquerqueTL2 - Oftalmologia preventiva na criançaPrelector: Isabel AlexandreTL15 - Micro-mapeamento da filaríase lin-fática e oncocercose em áreas co-endémi-cas de loa loa, na província do BengoPrelector: Rossely Paulo

SALA 2

11h30 Painel: A experiência do Hospital AméricoBoavida na certificação da qualidade pelanorma ISO 9001 em quatro serviços clínicosModerador: Alberto PacaPrelectores: Lina Antunes/Carla GonçalvesPereira

12h00 Painel: Telemedicina em Angola Moderador: João Sebastião Teta, Secretáriode Estado da Ciência e Tecnologia de Angola Prelectores: ANGOLA SAT- Min. das Telecomunicaçõese Tecnologias de Informação e Comunicação RAFT – Angola - Minsa/Hospital AméricoBoavida CEAD – UAN- Américo Victorino

13h00 SimpósiosModerador: Lopes Martins—Update TAC/ RM como exames comple-mentares de diagnóstico– Alberto Vieira— Sinergia no tratamento da dislipidemia–Serra Coelho

13h30 Pausa14h30 Painel: As parcerias público-privadas em

saúde (PPP)Moderador: José Vieira Dias Cunha— Experiência de Portugal– Paulo Salgado

—Experiência de Angola– Luís Bernardino— Experiência do Brasil – Florentino Cardoso

15h30 Conferência: Patologias do partoModerador: Paulo Adão CamposPrelector: Abreu Pecamena Tondesso

16h00 Conferência: Insuficiência respiratória agu-daModeradora: Olímpia Mac-Mahon BengePrelector: Margarete Arrais

16h30 Pausa16h45 Conferência: Rastreio, diagnóstico e trata-

mento dos cânceres do útero e da mamaModerador: Clarinha Domingos Prelector: Fernando Miguel

17h15 Temas livresModerador: Judite FerreiraTL10 - Citologia vaginal para rastreamentodo cancro do colo uterino: experiência do

IACCPrelector: António ArmandoTL9 - Perfil clínico e epidemiológico dos pa-cientes com neoplasia hematológica noIACCPrelector: Silvana Iange Kurizemba

17h45 Temas livresModerador: Maria Stella CristianoT L18 - Medicina do golfe: o estado da arte Prelector: Rui Marques SalesTL3 - Protocolo reabilitador de atendimentodo doente com lesão medular de etiologiatraumáticaPrelector: Manuela Escolástica de OliveiraTL4 - Um aceramento à abordagem à para-lisia cerebral da reabilitação pediátricaPrelector: Eduardo Dunn Garcia

Terça-feira, 27 de Janeiro de 2015

AUDITÓRIO

09h00 Painel – Gestão da qualidade e reflexos naeconomia da saúde Moderador: Carlos Alberto Masseca— A qualidade em saúde tem preço?– Cor-reia de Campos — A economia da saúde: novas tecnologiase sustentabilidade do sistema de saúde–Francisco Ramos — A regulação na avaliação em saúde– Al-berto Paca— A medicação sem acompanhamento mé-dico e a sobremedicação como factores denão qualidade– Boaventura Moura

11h00 Pausa11h30 Painel: A promoção da saúde e a prevenção

como pilares primaciais do sistema de saú-de Moderador: Raul Feio — Sentido evolutivo do conceito “promoçãoda saúde – perspectiva mundial”– IsabelLoureiro— Promoção da saúde no contexto africano– Hernando Agudelo— Promoção da saúde e intervenção comu-nitária – Isilda Neves— Promoção no contexto do PNDS– HelgaFreitas

13h00 Conferência: Neurocirurgia moderna parao tratamento, gestão e reconstrução após le-sões traumáticas cerebraisModerador: Maianda InocentePrelector: Benoit Pirotte

13h30 Pausa14h30 Conferência: Promover a segurança e qua-

lidade de saúde através da simulação basea-da em educação médicaModerador: Mário Jorge Cartaxo FrestaPrelector: Amitai Ziv

15h00 Conferência: Gestão eficiente de um hospi-tal públicoModerador: António Filipe JúniorPrelector: Alain de Wever

15h30 Conferência: Medicina de catástrofeModerador: José Belchior da SilvaPrelector: Kobi Peleg

16h00 Pausa16h15 Conferência: Como mobilizar o financia-

mento para o sector da saúdeModerador: Armando Manuel – Ministro dasFinanças de AngolaPrelector: Roberto Iunes

16h45 Apresentação do projecto social da Ordemdos Médicos de AngolaPrelector: Reinaldo Faro

17h00 Conferência de encerramento: Plano Na-cional de Formação de QuadrosPrelector: Aldemiro Vaz da Conceição, Direc-tor do Gabinete de Quadros da Casa Civil doPresidente da República de Angola, Ministro

17h30 Sessão solene de encerramento do congres-so

SALA 1

09h00 Temas LivresModerador: Guilhermino JoaquimTL8 - Trauma rodoviário. PrevençãoPrelector: Roberto ArbeloTL11 - O exame médico do condutor e a se-gurança no trânsitoPrelector: Rui Manuel Capo

09h30 Painel: Sistemas de informaçãoModerador: José Belchior da Silva— Sistemas de informação em saúdePrelector: José Carlos Batista do Nascimentoe Silva— Conferência: Informação sanitária emAngolaPrelector: Daniel António

10h30 Conferência: Hemorragias digestivas Moderador: Mário Conde Prelector: Fátima Vieira Lopes

11h00 Pausa11h30 Conferência: Insuficiência renal

Moderador: Matadi Daniel Prelector: Suzana Costa

12h00 Conferências: Obesidade e doenças cardio-vascularesModerador: Mário FernandesPrelector: Eustáquio Gomes

12h30 Conferência: Hipertensão resistente à tera-pêuticaModerador: Sílvia LutucutaPrelector: Armando Serra Coelho

13h00 Conferência: Tratamento da hipertensãoarterial de difícil controlo: denervação renalModerador: Rosa Cunha Prelector: José Roberto

13h30 Pausa14h30 Conferência: Formação em oncologia cirúr-

gica em AngolaModerador: Renato PalmaOrador: Lúcio Lara Santos

15h00 Temas LivresModerador: Dadi Bucusso NetemoTL6 - Tratamento cirúrgico da fissura labiale palato unilateral. Estudo preliminarPrelector: Luís Torres RodriguesTL13 - Derivação submandibular versus tra-queostomia nos traumas faciais complexosPrelector: Luís Torres RodriguesTL16 - Aspectos modernos da cirurgia plás-tica reconstrutivaPrelector: Kodirov Ahad TL12-Ecografia doppler nos vasos do pesco-çoPrelector: Yanela Pequero Bringuez

16h00 Fim dos trabalhos nesta sala

SALA 2

09h00 Temas livresModerador: Arlindo ChilumboTL5 - Síndroma da apneia obstrutiva do so-noPrelector: Maria de Fátima CaetanoTL1 - Asma, diagnóstico e tratamentoPrelector: Margarete Teixeira Arrais TL7 - Reacções adversas relacionadas como tratamento da tuberculosePrelector: Maria Luísa AlfredoTL17 - Factores de risco cardiovascular emAngola: um estudo prospectivo em AngolaPrelector: Miguel Brito

10h00 Conferência: Doenças genéticas em pedia-triaModerador: Madalena ChimpoloPrelector: Jorge Sales Marques

10h30 Conferência: Fortalecimento dos laborató-rios - conquistas e desafios para a acredita-ção dos laboratóriosModerador: Filomena SilvaPrelector: Moisés Francisco

11h00 Pausa11h30 Conferência: Organização do banco de ur-

gência

Em Luanda, a 26 e 27 de Janeiro de 2015

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PROGRAMA CIENTÍFICO

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27JSA Dezembro 2014

Moderador: Conceição PitraPrelector: António Marques

12h00 Conferência: Infertilidade conjugal Moderador: Pedro AlmeidaPrelector: Luís Ferraz

12h30 Conferência: Fístulas obstétricas Moderador: Abreu Pecamena TondessoPrelector: Paolo Parimbelli

13h00 Conferência: Cirurgia reconstrutivaModerador: Caetano PrataPrelector: Igor Vaz

13h30 Pausa14h30 Simpósios

Moderador: Sandra Pereira— Ozonoterapia: Experiências em Angola–José Baeza Noci— Abordagem terapêutica da dor lombarem Angola– Adriano de OliveiraModerador: Eunice Palmira Sebastião — A importância do montelucaste no con-trolo da asma– Margarete Arrais — Inibidores da DPP-4 no tratamento dadiabetes: Sitaglitina – o que se sabe 8 anosdepois?Sabrina Cruz

15h30 Tema LivreModeradora: Ermelinda Soito FerreiraTL14 - Avaliação do cumprimento do calen-dário vacinal em crianças dos 0-5 anos noHospital Municipal de Capalanga-VianaPrelector: Esperança Correia da Silva

16h00 Fim dos trabalhos nesta sala

Painéis Sistemas de informação— Sistemas de informação em saúde – José Carlos Ba-tista do Nascimento e Silva— Informação sanitária em Angola – Daniel AntónioA saúde em rede— A municipalização estruturante da descentraliza-ção da saúde – desafios actuais – Helga Freitas— A saúde em rede – conceito e evolução - represen-tante de Cuba— O direito da cidadania como um imperativo ético-constitucional – Carlos FeijóA relação entre médico e doente na actualidade: ahumanização e a alta tecnologia são compatíveis?— Competências dos médicos em humanização decuidados de saúde – António Vaz Carneiro— Os curricula das Faculdades de Medicina e a huma-nização em saúde – Miguel Santana Bettencourt Ma-teus— A relação entre médico e doente sustenta-se numarelação ética – José Luís Biscaia — A percepção dos estudantes sobre a humanizaçãoe qualidade do atendimento – Carmen Van-DúnemA literacia como factor de desenvolvimento da mu-nicipalização – o contributo dos médicos— A literacia como factor de empoderamento – Arleteda Visitação Borges— A literacia – experiências de Portugal – José ManuelSilva— A literacia – experiências do Brasil – Roberto LuísD´Ávila

— Literacia e municipalização – um representante daOMS - AFROA promoção da saúde e a prevenção como pilaresprimaciais do sistema de saúde— Sentido evolutivo do conceito “promoção da saúde– perspectiva mundial” – Isabel Loureiro— Promoção da saúde no contexto africano – Hernan-do Agudelo— Promoção da saúde e intervenção comunitária –Isilda Neves— Promoção no contexto do PNDS – Helga FreitasA experiência do Hospital Américo Boavida na cer-tificação da qualidade pela norma ISO 9001 em qua-tro serviços clínicos– Lina Antunes/Carla GonçalvesPereiraTelemedicina em Angola — Angola SAT – Min. das Telecomunicações e Tecno-logias de Informação e Comunicação — RAFT Angola – MINSA / Hospital Américo Boavida — CEAD / UAN – Américo VictorinoGestão da qualidade e reflexos na economia da saú-de — A qualidade em saúde tem preço? – Correia deCampos — A economia da saúde: novas tecnologias e susten-tabilidade do sistema de saúde – Francisco Ramos — A regulação na avaliação em saúde – Alberto Paca— A medicação sem acompanhamento médico e asobremedicação como factores de não qualidade –Boaventura MouraA actividade clínica no cumprimento das metas re-ferentes à saúde da mulher e da criança – um impe-rativo constitucional e uma resposta à “estratégiaglobal para a saúde da mulher e da criança”, segun-do a OMS— As intervenções prioritárias para reduzir a mortali-dade materna e infantil em Angola – Adelaide Carva-lho/Abreu Tondesso— Os riscos de vulnerabilidade nos adolescentes,crianças e mulheres em Angola – Ana Leitão— Estratégias de vigilância e investigação epidemio-lógica – Rosa Moreira — Experiência da província de Luanda – Rosa Bessa— Normas de orientação clínica com aplicação namulher e na criança – António Vaz CarneiroAs Parcerias Público-Privadas em saúde (PPP)

— Experiência de Portugal – Paulo Salgado— Experiência de Angola – Luís Bernardino— Experiência do Brasil – Florentino Cardoso

Conferências — A segurança do doente - José Fragata— Cirurgia reconstrutiva - Igor Vaz— Como mobilizar o financiamento para o sector dasaúde - Roberto Iunes— Doenças genéticas em pediatria - Jorge Sales Mar-ques— Educar é a nossa missão - Fundação Lwini— Febres hemorrágicas - Peter Phori— Financiamento em saúde e desenvolvimento eco-nómico - Roberto Iunes — Fístulas obstétricas - Paolo Parimbelli — Formação em oncologia cirúrgica em Angola - Lú-cio Lara Santos— Fortalecimento dos laboratórios: conquistas e de-

safios para a acreditação dos laboratórios - MoisésFrancisco— Gestão eficiente de um hospital público - Alain deWever— Hemorragias digestivas - Fátima Vieira Lopes — Hipertensão resistente à terapêutica - ArmandoSerra Coelho— Infertilidade conjugal - Luís Ferraz— Insuficiência renal - Suzana Costa— Insuficiência respiratória aguda - Margarete Arrais— Medicina de catástrofe - Kobi Peleg — Neurocirurgia moderna para o tratamento, gestãoe reconstrução após lesões traumáticas cerebrais - Be-noit Pirotte— O erro em medicina - José Fragata— O papel do médico na melhoria da qualidade e via-bilização de saúde - Afonso José de Matos— O papel do médico na redução da sinistralidade ro-doviária em Angola - Rui Capo— Obesidade e doenças cardiovasculares - EustáquioGomes— Organização do banco de urgência - António Mar-ques— Patologias do parto - Abreu Pecamena Tondesso— Plano Nacional de Formação de Quadros - Aldemi-ro Vaz da Conceição, Director do Gabinete de Qua-dros da Casa Civil do Presidente da República de An-gola, Ministro— Política Nacional de Saúde – dos constrangimentosaos desafios - José Vieira Dias Van-Dúnem, Ministroda Saúde de Angola — Promover a segurança e qualidade de saúde atravésda simulação baseada em educação médica - AmitaiZiv— Rastreio, diagnóstico e tratamento do câncer dapróstata - Carlos Manuel Dias Semedo Jesus— Rastreio, diagnóstico e tratamento dos cânceres doútero e da mama - Fernando Miguel— Segurança medicamentosa em Angola - MiguelOliveira— Tratamento da hipertensão arterial de difícil con-trolo: denervação renal - José Roberto

Temas Livres— Asma, diagnóstico e tratamento - Margarete Teixei-ra Arrais— Aspectos modernos da cirurgia plástica reconstru-tiva - Kidorov Ahad— Avaliação do cumprimento do calendário vacinalem crianças dos 0-5 anos no hospital municipal de Ca-palanga – Viana - Esperança Correia da Silva— Citologia vaginal para rastreamento do cancro docolo uterino: experiência do IACC- António Armando,Fernando Miguel— Derivação submandibular versus traqueostomianos traumas faciais complexos - Luís Torres Rodrigues— Ecografia doppler nos vasos do pescoço - YanelaPequero Bringuez— Factores de risco cardiovascular em Angola: um es-tudo prospectivo em Angola - Miguel Brito— Medicina do golfe: o estado da arte - Rui MarquesSales— Micro-mapeamento da filaríase linfática e oncocer-cose em áreas co-endémicas de loa loa, na provínciado Bengo - Rossely Paulo— O exame médico do condutor e a segurança no

trânsito - Rui Manuel Capo— Oftalmologia preventiva na criança - Isabel Alexan-dre— Perfil clínico e epidemiológico dos pacientes comneoplasia hematológica no IACC - Silvana Kurizem-ba— Protocolo reabilitador de atendimento do doentecom lesão medular de etiologia traumática - ManuelaEscolástica de Oliveira— Reacções adversas relacionadas com o tratamentoda tuberculose - Maria Luísa Alfredo— Síndroma da apneia obstrutiva do sono - Maria deFátima Caetano— Tratamento cirúrgico da fissura labial e palato uni-lateral. Estudo preliminar - Luís Torres Rodrigues— Trauma rodoviário. Prevenção - Roberto Arbelo— Um aceramento à abordagem à paralisia cerebralda reabilitação pediátrica - Eduardo Dunn Garcia

Simpósios— A importância do montelucaste no controlo da as-ma – Margarete Arrais — Abordagem terapêutica da dor lombar em Angola– Adriano Oliveira— Inibidores da DPP-4 no tratamento da diabetes: Si-taglitina – o que se sabe 8 anos depois? Sabrina Cruz — Ozonoterapia: experiências em Angola – José BaezaNoci, Emilio Lopez, Manuel António Gomes— Sinergia no tratamento da dislipidemia – Serra Coe-lho— Update TAC/ RM como exames complementaresde diagnóstico – Alberto Vieira

Posters— Angiodisplasia em criança de 7 anos de idade inter-nada no Hospital Pediátrico David Bernardino - Cris-tina de Oliveira, César Freitas Filomena Manuel— Apresentação clínica de carcinoma renal com me-tástases ósseas dolorosas - Tomás Lázaro RodríguezCollar — Apresentação de um caso de pseudopuberdadeprecoce masculina - Luís Torres Rodrigues— Caracterização das patologias associadas a síndro-mes febris em crianças menores de 5 anos no HospitalPediátrico David Bernardino, de Fevereiro a Abril de2014, em Luanda— Cicatriz quelóide. Experiência dos cuidados em ser-viço de cirurgia — Diagnóstico de situação da reabilitação no âmbitodo Plano Nacional de Desenvolvimento Sanitário -Noélia Maria Teixeira— Investigação do surto de cólera num estaleiro deconstrução - José M. Catalahali— Prevalência de pacientes com sequelas por aciden-te de trânsito no CMFR de Maio a Outubro de 2014 -Maribel Aguila Toledo— Programa de formação do internato médico com-plementar de Medicina Física e Reabilitação - Colégiode Medicina Física e Reabilitação— Serviço de informação dos medicamentos no Hos-pital Josina Machel / Maria Pia - Lúcia Gómez Fraga— Trauma panfacial complexo. Conduta tomada deemergência e electiva. Apresentação de caso clínico -Luís Torres Rodrigues— Tumor de Wilms. Caso clínico e revisão da literatura- Tomás Lázaro Rodríguez Collar

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28 CONGRESSOS Dezembro 2014 Jsa

Resumos de algumas das comunicações livres a apresentar

X Congresso Internacional dos Médicos em Angola

Asma, diagnóstico

e tratamentoMargarete arraisa asma é uma importante causa de morbilidadecrónica e de mortalidade em todo mundo e exis-tem evidências de que a sua prevalência tem vin-do a aumentar consideravelmente ao longo dosúltimos 20 anos, principalmente em crianças. es-tima-se que no mundo inteiro existem mais de300 milhões de pessoas com asma. Doença infla-matória crónica das vias aéreas, a asma é caracte-rizada por episódios recorrentes de sibilos, difi-culdade respiratória, aperto torácico e tosse,principalmente à noite ou de manhã cedo.Diagnóstico

em geral, a asma pode ser diagnosticada com ba-se na história clínica de um doente. a medição dafunção pulmonar, através da espirometria forne-ce uma avaliação da gravidade, reversibilidade evariabilidade do fluxo aéreo e ajuda a confirmaro diagnóstico.Tratamento

a meta do tratamento da asma é atingir e man-ter o controlo das manifestações clínicas dadoença por períodos prolongados, pois é umadoença que não tem cura. Os fármacos para otratamento da asma podem ser divididos emduas classes: aqueles que previnem ou revertemo processo inflamatório, considerados medica-mentos controladores ou de manutenção (corti-coesteroides, principalmente os inalatórios) eaqueles que previnem ou revertem o estreita-mento das vias aéreas, que são os medicamentosde alívio ou de resgate (broncodilatadores decurta acção inalatórios).

Sindroma da apneia

obstrutiva do sono

Maria De FátiMa CaetanOOs distúrbios do sono têm vindo a adquirir umaimportância crescente nos últimos anos, nomea-damente o síndroma de apneia obstrutiva do so-no (saOs) que, pela sua prevalência e conse-quências clínicas, é actualmente considerado umproblema de saúde pública.a hipersonolência diurna e as alterações neu-ropsicológicas secundárias a esta patologia sãoresponsáveis por um elevado número de aciden-tes de trabalho e de viação. Por outro lado, a as-sociação do saOs a complicações cardiovascula-res como a hipertensão arterial, a doença coro-nária e doença cerebrovascular, é apontada co-mo responsável pelo aumento da mortalidade emorbilidade nos doentes com saOs.Por este facto, o seu diagnóstico e tratamento éfundamental, embora os dados da literaturaapontem para o subdiagnosticado do saOs querpor falta de informação tanto dos médicos comodo público em geral.afecta preferencialmente 4% de pessoas do sexomasculino, de meia-idade, a maioria obesos. nasmulheres é mais frequente em 2% após meno-pausa. nas crianças a prevalência e de 2%.a obesidade, os hábitos alcoólicos, tabágicos esedativos, as alterações crânio faciais e orofarín-geas são factores de risco no desenvolvimentode limitação do fluxo oronasal.O saOs é caracterizado por episódios recor-rentes de obstrução das vias aéreas superiores (Vas) condicionando a ausência total (apneia) ouparcial (hipopneia )do fluxo aéreo oronasal devi-do à incapacidade de manter a permeabilidade

das Vas. a repetição dos episódios de apneia cau-sam dessaturações, múltiplos despertares e mi-crodespertares que fragmentam o sono, provo-cando a sonolência diurna excessiva, alteraçõesneurocognitivas e cardiovasculares.as queixas são referidas pelo doente ou cônjugecomo: roncopatia, paragens respiratórias, nictú-ria, cefaleias matinais, hipersonolência diurna, dé-fice de memória, impotência sexual.O diagnóstico deve iniciar-se por uma anamnesedetalhada seguida de exame físico onde a obesi-dade, a hipertensão arterial, as alterações crâniofaciais e orofaríngeas são sugestivas de saOs.a polissonografia é o exame do sono de referên-cia que confirma o diagnóstico e avalia a gravida-de do saOs.O tratamento do saOs passa pela adopção demedidas gerais higieno dietéticas, de abstinênciaalcoólica, tabágica e de sedativos associadas àaplicação de pressão positiva contínua nas Vasmediante um gerador de pressão, o CPaP. as ci-rúrgias da Vas e dispositivos intra-orais são tam-bém opções terapêuticas nos casos ligeiros desaOs.O CPaP é o tratamento de eleição para o saOsgrave com evidência científica comprovada na re-missão dos sintomas e no risco cardiovasculardo saOs.

Reacções adversas

relacionadas com

o tratamento

da tuberculose

Maria Luísa Pereira De aLFreDOO tratamento da tB combina diferentes fárma-cos e tem os seguintes objectivos: curar o doen-te com tB; prevenir a transmissão do bacilo a ou-tros indivíduos; prevenir as recidivas da doença;prevenir o desenvolvimento de resistência aosfármacos; prevenir o desenvolvimento de com-plicações (sequelas da doença com óbito even-tual). Combinações de fármacos: rHZe, rHZ,eH, rHZ, rH. esquemas de tratamento: todos os esquemas detratamento podem ser administrados diariamen-te, três vezes por semana ou tratamento intermi-tente. esquema i (padrão): r HeZ diariamentedurante 2 meses, seguido de rH durante 4 me-ses, indicado para casos novos sem tratamentoanterior. esquema ir (reforçado): rHZe diariamente du-rante 2 meses, seguido de rHe durante 4 meses;formas de retratamento (recidiva pós-cura come-i e retorno pós-abandono com e-i). esquema ii: rHZ diariamente durante 2 mesesseguido de rH durante 7 meses: formas de tBmenigoencefálica. esquema iii: sZeet, durante 3 meses seguido deeet durante 9 meses: falência do e-i/e-ir (casocrónico) deve ser referenciado à us especializa-da para tratamento anti-tB de 2ª linha. grandeparte dos doentes não apresenta qualquer reac-ção adversa (ra) relevante durante o tratamen-to. a ocorrência de ra leves varia de 5% a 26% eas ra graves, que determinam a suspensão ou al-teração no esquema terapêutico, varia de 3% a8%. Os factores de risco mais referidos para o de-senvolvimento são: idade acima dos 40 anos, de-pendência química ao álcool (ingestão diária deálcool acima de 80g/ dia, desnutrição (perda de

acima de 15% do peso corporal), história dedoença hepática prévia, coinfecção pelo vírus doHiV. as ra mais frequentes do esquema HrZe são amudança na coloração da urina (ocorre univer-salmente), a intolerância gástrica (40%), as altera-ções cutâneas (20%), a icterícia (15%), e as doresarticulares (4%). Deve-se ter em mente que,quando a ra resultar de reacção de hipersensibi-lidade por exemplo, plaquetopenia, anemia he-molítica, insuficiência renal, etc.) o medicamentosuspeito não deve ser reiniciado após a suspen-são, pois na reintrodução a ra é ainda mais in-tensa e grave.

Avaliação do cumprimen-

to do calendário vacinal

em crianças dos 0-5 anos

no hospital municipal de

Capalanga-Viana

esPerança COrreia Da siLVaa imunização é uma das mais importantes inter-venções disponíveis para prevenção das doençascom melhor custo-benefício. Constitui compo-nente obrigatório dos programas de saúde públi-ca através do calendário vacinal.Objectivo: avaliar o cumprimento do calendáriovacinal e identificar os factores relacionados coma não imunização de rotina.Material e métodos

Foi realizado um estudo transversal que incluiu393 crianças até aos 5 anos de idade no HospitalMunicipal de Viana-Capalanga no trimestre de Ju-lho a setembro de 2013. Para cada criança incluí-da no estudo a mãe respondeu a um questioná-rio.Resultados

O cumprimento do calendário vacinal foi de79,4% e das vacinas Penta 1, 2 e 3 de 98,8%, 97,7%e 90,9% respectivamente. a taxa global de incum-primento do calendário vacinal foi de 65,7%. ex-cepto o grupo etário de 0-5 meses (43 vs. 17%;p=0,0001) e os moradores do bairro Luanda sul(2,9 vs. 1,9%), todos os outros grupos etários ebairros registaram níveis elevados de atraso nocumprimento do calendário vacinal e até aban-dono. as mães escolarizadas (34,7 vs. 1 %;p=0,009), com menor número de filhos (24,7 vs.9,6%; p=0,0001) e com emprego não fixo (55 vs.44%; p=0,00001) foram as que melhor cumpri-ram o calendário. a falta de conhecimento (9,3vs. 56,7%; p=0,001), a distância (7,4 vs. 58,7%;p=0,004), a ocupação laboral (6,1 vs. 59,6%;p=0,004) e a falta de meios financeiros (3,2 vs.62,5%; p=0,018) não foram associados ao incum-primento do calendário vacinal. em 39,4% doscasos, as mães não declararam o motivo do in-cumprimento.Conclusão

Para obtermos maior êxito no cumprimento docalendário vacinal, cabe aos profissionais de saú-de participar mais activamente na detecção decrianças com vacinas em atraso, por meio da re-visão sistemática dos cartões, de palestras minis-tradas à população e de uma maior efectividadenas visitas domiciliares.

Diagnóstico de Situação

da Reabilitação no âmbito

ao Plano Nacional

de Desenvolvimento

SanitárionOéLia Maria teixeiraa prevalência da deficiência grave é um facto namaioria dos países do mundo, pois cerca de 10 %,com tendência a aumentar, é generalizável a to-dos os países, em primeiro lugar como conse-quência do aumento da esperança de vida da po-pulação. angola não dispõe de estudos de preva-lência da deficiência mas, na última década, tem-se registado um aumento da sua expectativa devida, pois as pessoas vivem mais anos, como con-sequência de uma maior sobrevivência às doen-ças infecto-contagiosas que, não obstante, conti-nuam a ser a primeira causa de doenças e morte.também se observa um aumento de doençascrónicas não transmissíveis como parte da tran-sição epidemiológica. O objectivo do trabalho éconhecer a situação actual da Medicina Física ereabilitação em angola. Material de estudo: um estudo descritivopara conhecer a situação actual da Medicina Físi-ca e reabilitação . a amostra é composta por da-dos recolhidos em 18 Províncias e as variáveis in-vestigadas foram Distribuição de serviços dereabilitação segundo os níveis de atenção, servi-ços de reabilitação por províncias e distribuiçãodos por províncias.Métodos: Para alcançar o objectivo foram uti-lizadas as variáveis nominais quantitativas e quali-tativas. Os resultados foram expressos em tabe-las e gráficos para melhor entendimento, usandopercentagem e números absolutos.Resultados: O país conta somente com 28instituições públicas com serviço de MFr distri-buídos da seguinte maneira: 6 serviços em aten-ção primária, 15 serviços em atenção secundaria,inclusive os CMFr, 7 em terceiro nível. Observa-se que só 1,17% das 513 instituições primáriascontam com algum serviço de reabilitação. aprovíncia com mais desenvolvimento é Luanda,com 9 centros para 32 % do total de serviçoscom que conta o país, e há três províncias quenão têm nenhum serviço de reabilitação. encon-tram-se a trabalhar nas instituições do Minsa osseguintes especialistas: 10 médicos especialistasem Fisiatria, dos quais oito em Luanda e dois nasoutras províncias. a situação dos licenciados emFisioterapia e técnicos médios é mas favorável,pois trabalham na rede de serviços públicos dopaís um total de 276 profissionais, técnicos supe-riores e médicos, sendo em 111 licenciados emuniversidades privadas do país e no exterior.

Protocolo reabilitador de

atendimento do doente

com lesão medular de

etiologia traumática

ManueLa Da COnCeiçãO esCOLástiCa De OLiVeiraIntrodução: áfrica é o segundo continentemais populoso do Mundo, com mais de 800 mi-lhões de habitantes, sendo estimado que mais demetade da população se concentrou nas cidades.angola está dividida em 18 províncias, com umaaglomeração da população nas zonas de maiordesenvolvimento económico e social. Luanda é

26 e 27 de Janeirode 2015

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29Dezembro 2014 Jsa

considerada a cidade de maior densidade popu-lacional.Preocupados com o índice de vítimas resultantedos acidentes de viação, que eleva de maneira re-levante o índice de sinistralidade rodoviária, des-tacando-se os doentes politraumatizados e comsequelas de trauma Vértebro-Medular, impõe-sea necessidade de melhorar o atendimento inte-gral - desde o local do acidente até ao momentoda reinserção social do paciente. trata-se de esta-belecer um programa de tratamento que dimi-nua o número de complicações pós-trauma, queacelere o atendimento integral e permita conser-var ou devolver a funcionalidade do indivíduosem acarretar uma sobrecarga social, ou seja, im-plicando um número reduzido de incapacidades.a Lesão Vértebro-Medular é um dos episódiosmais avassaladores e traumáticos que um ser hu-mano pode vivenciar, obrigando a uma adaptaçãocompleta com dificuldades ou obstáculos. Podeser considerada um grande problema de saúdepública.Material de Estudo: Foi realizado um estudoinvestigativo baseado na experiência dos médi-cos fisiatras no atendimento ao doente comtrauma Vértebro-Medular de etiologia traumáti-ca, recorrendo a evidências da prática assistencialdos Hospitais nacionais américo Boavida e Cen-tro de reabilitação Física de Luanda. Métodos: Para concretizar o objectivo de ela-boração do Protocolo reabilitador de atendi-mento ao lesionado medular, aplicaram-se variá-veis nominais qualitativas em doentes em trata-mento reabilitador. Resultados:apresentação de uma propostade Protocolo reabilitador no seguimento dodoente com trauma Vértebro-Medular de ma-neira a definir estratégias de intervenção ao níveldos hospitais nacionais e regionais em Luanda.Conclusões: em função do crescente número dedoentes observados com Lesão Vértebro-Medu-lar e da deficiente intervenção ao nível da reabili-tação, propomos uma nova estratégia de atendi-mento reabilitador destes doentes de maneira aagir prontamente até ao logro de uma reintegra-ção social com um mínimo de incapacidade.

Tratamento cirúrgico

da fissura labial e palato

unilateral.

Estudo preliminar

Luís tOrres rODrigueZIntrodução: as fissuras lábio-alvéolo-palatinasconstituem uma das malformações congénitasque mais frequentemente afectam as estruturasfaciais humanas. são defeitos anatómicos comum profundo impacto estético e funcional que le-vam a outras alterações. Objectivo: apresentar cinco casos operados eexpor a sua evolução pré e pós-operatório até àpresente data. Materiais e métodos: Foram avaliadas dozecrianças na consulta de cirurgia maxilofacial, comdiagnóstico de fissura de lábio e palato unilateralcompleta, sendo operados cinco doentes. Fez-sea avaliação em conjunto com a equipa de pedia-tria e anestesia, e foram levados para a unidadecirúrgica de forma electiva. realizou-se a técnicade rotação e avanço modificada de Millard ii nafissura de lábio em cinco doentes e recorreu-se àtécnica de Waldir numa criança, conseguindo-seoperar as duas doenças.Resultados: Cinco crianças foram alvo de in-tervenção: todas do sexo masculino, duas porta-doras de fissuras lábio-alvéolo-palatinas unilate-rais completas, um paciente com uma fissura la-bial incompleta, um outro paciente com uma se-quela de uma cirurgia primária correctiva (defei-to estético), um paciente alvo de cirurgia de pala-to com técnica de Waldir, já que havia sido diag-nosticado com fissura de lábio e palato completa.Os cinco doentes estão a evoluir satisfatoria-

mente até à data. Conclusões: Ficou demostrado que a técnicade rotação e avanço de Millard ii tem as suas van-tagens, sendo recomendada em fissuras unilate-rais do lábio, pois verificaram-se resultados satis-fatórios nas cinco crianças. a técnica de Waldirmostrou-se adequada na única criança a que seaplicou.Recomendação: a criação do protocolo emequipa multidisciplinar para o tratamento dos pa-cientes portadores de fissuras lábio-alvéolo-pala-tinas nas unidades de saúde onde exista a condi-ção.

Trauma Rodoviário.

Prevenção

rOBertO arBeLOFace aos desafios na prevenção dos acidentes ro-doviários, pela sua alta incidência tanto ao nívelmundial como a nível local, e pelas suas múltiplasconsequências, sendo aa mais graves uma altamortalidade e taxa de invalidez, consideramosque são de grande interesse as abordagens a estaproblemática da sociedade moderna.Material de Estudo: revisão sistémica dosrelatórios, informações, estatísticas e demais bi-bliografia local e mundial sobre o trauma rodo-viário. análises da população lesada no período2003-2013 no País. analisámos o triângulo epide-miológico: Hóspede-agente-Meio ambiente dosacidentes.Método: realizou-se um estudo descritivo re-trospectivo e transversal com cálculo das taxas(x 100 mil habitantes).Resultados: O estudo demonstrou as altas ta-xas de incidência de feridos e mortos em aciden-tes rodoviários, revelando que essa foi a segundacausa de morte da população entre os 22 e os 40anos. Os factores causais mais comuns foram adeficiente formação dos condutores, a conduçãosob o efeito de álcool, o desrespeito das regrasbásicas rodoviárias, a ineficiência na aplicação dalei, e o défice construtivo e de iluminação nasvias. 80% dos casos eram de trauma fechado. Veri-ficaram-se altos custos ao nível da atenção médi-ca, seja por cuidados médicos ou por invalidez.Discussão: Os indicadores de mortalidade, in-validez e dos custos económicos são altos em to-do o mundo, sendo que as nossas taxas são dasmais elevadas, apesar dos esforços que se reali-zam para a sua diminuição. Pretendemos que otrauma seja considerado como um problema desaúde pública. Para isso, importa fomentar o de-bate e os conhecimentos dos profissionais daárea da saúde e da sociedade em geral ao nível daprevenção e dos cuidados sobre algo que a todosafecta de uma forma ou de outra.Conclusão: O trauma não é um acidente, podeser evitado. Os riscos específicos que concorrempara a sua ocorrência são identificáveis e contro-láveis. é um problema actual, que, com o grande eacelerado desenvolvimento das estradas no país,

pode futuramente aumentar. Propomos suges-tões e recomendações para a prevenção e con-trolo do trauma e também apresentamos a bi-bliografia estudada.

Prestação de serviços

de saúde às populações

de difícil acesso com equi-

pas móveis e avançadas

raMÓn gOnZaLeZ tarragO, DáLiaPOrtaL, YaMiLa De arMa, HeLga reis Frei-tas, aDeLaiDe De CarVaLHOPretende-se apresentar as actividades desenvol-vidas nos serviços municipais de saúde com des-taque para as equipas móveis e avançadas com oapoio da equipa de reforço dos cuidados primá-rios de saúde da cooperação cubana (trios deaPs). Faz-se um breve resumo histórico, concei-tos da municipalização, pacote integrado de ser-viços de saúde prestado pelas equipas móveis. apartir desta abordagem mostra-se a importânciadas acções desenvolvidas pelas equipas móveis eavançadas, contribuindo para a eficiência e a equi-dade do serviço nacional de saúde. relaciona econtextualiza a disponibilidade do pacote de cui-dados e serviços de saúde, a melhoria dos indica-dores de saúde, incluído o seu financiamento pe-las administrações municipais.

Aspectos modernos

da cirurgia plástica

reconstrutivaKODirOV aHaDJOãO CaratãOeDuarDO KeDisOBuaResumo: Hoje em dia, como nos anos anterio-res, o número de pessoas que sofrem os efeitosdas queimaduras continua a crescer de formaconstante. embora o uso de métodos modernosde tratamento tenha reduzido significativamentea mortalidade de pacientes com queimadurasprofundas, os problemas com o crescente núme-ro de pessoas com deficiência continuam semsolução. na sua maioria, são casos de pessoas deidade que desenvolveram complicações pós-queimaduras na forma de contracturas, defeitosde tecidos (cicatrizes e quelóides) e úlceras trófi-cas nos seus locais de trabalho. neste sentido, areabilitação destes pacientes é de grande impor-tância socioeconómica e, hoje em dia, uma tarefaurgente. Os efeitos mais comuns de queimadurasextensas profundas são graves contracturas e de-formidades nos membros, o que leva à interrup-ção das suas funções, e, por vezes, à incapacidadetotal do paciente. a reconstrução da perda defunções das articulações afectadas é uma dasprincipais áreas da cirurgia plástica reconstrutiva.De acordo com diversos autores da especialida-de, 40 a 75% dos pacientes submetidos a queima-duras profundas exigem intervenção da cirurgiaplástica reconstrutiva. as consequências das gra-ves contracturas e deformidades, como uma dis-função das extremidades, bem como defeitos es-téticos, contribuem para a perturbação do esta-do mental e emocional dos pacientes, levando aum sentimento de insegurança, inadequação, des-motivação e à redução das oportunidades deemprego, assim como à discriminação, contri-buindo para o desenvolvimento de doenças deorigem psicossomática, depressiva e relacionadascom a ansiedade.

Apresentação clínica

de carcinoma renal

com metástases

ósseas dolorosas

tOMás LáZarO rODrígueZ COLLarIntrodução: O carcinoma renal apresenta-secom frequência com sintomas não dependentes

do sistema geniturinário, os quais incluem as mani-festações das metástases à distância. Objectivo: apresentar um caso com diagnósticoimagiológico de carcinoma renal, com manifesta-ção inaugural caracterizada por dor causada pormetástases ósseas. Métodos:Paciente feminina de 44 anos de idadeque acorreu ao banco de urgência por dor lombo-abdominal e da articulação sacroilíaca esquerdas,com dificuldade para a marcha, astenia e perda depeso significativa de 8 meses de evolução. Duranteo exame físico em decúbito lateral direito prefe-rencial apresentava mucosas húmidas e hipocora-das, e no abdómen, dor à palpação profunda emflanco e fossa lombar esquerdos sem visceromega-lias. revelava dor mediante a mobilização do mem-bro inferior esquerdo, ao nível da articulação coxo-femoral, em todas as direcções. Resultados: Constatou-se anemia de 7,3 g/dl, e,na ecografia abdominal, uma lesão expansiva de as-pecto tumoral no rim esquerdo. a tomografia axialcomputorizada do abdómen confirmou o tumorrenal esquerdo, melhor realçado no exame con-trastado, e lesões osteolíticas extensas na 12.ª cos-tela, sacro e ilíaco esquerdo. Discutiu-se o caso nocolectivo médico e, por se tratar de um caso emestádio avançado, decidiu-se remeter ao hospitalde oncologia para tratamento onco-específico pa-liativo. Conclusões: as metástases ósseas dolorosassão uma forma de apresentação clínica infrequentedo carcinoma renal, e, quando são múltiplas e ex-tensas, limitam as opções terapêuticas, tornando oprognóstico sombrio.

Tumor de Wilms.

Caso clínico e revisão

da literaturatOMás LáZarO rODrígueZ COLLarIntrodução: Os tumores renais malignos repre-sentam 6% de todos os cancros na infância, sendoo tumor de Wilms o mais frequente, com 95% doscasos. Objectivo: apresentar um novo caso com diag-nóstico de tumor de Wilms, o tratamento aplicadoe rever a literatura sobre o tema. Métodos: Paciente feminina de 2 anos e 8 meses deidade trazida à consulta externa de urologia pelamãe, que palpou um tumor na parte esquerda doabdómen, durante o banho. não tinha outros sin-tomas. ao exame físico reforçou-se a existência deuma massa tumoral de entre 8 a 9 cm de diâmetro,de superfície irregular, movível e não dolorosa, aonível do flanco e fossa ilíaca esquerdos. Resultados: a ecografia abdominal relatou umalesão sólida, heterogénea e vascularizada, ao nívelda porção média do contorno externo do rim es-querdo. na tomografia axial computorizada com-provou-se que realçava, ligeiramente, com o con-traste endovenoso. Os restantes órgãos abdomi-nais revelaram-se normais e não foram detectadasadenomegalias. a radiografia do tórax era normal.Fez-se nefrectomia radical esquerda via transperi-toneal, constatando-se múltiplas adenopatias me-sentéricas. evoluiu satisfatoriamente. O estudo his-topatológico evidenciou um tumor de Wilms comaérea focal de anaplasia. Os gânglios mesentéricosestudados foram informados como reactivos. re-meteu-se para avaliação oncológica em centro es-pecializado. Conclusões: O diagnóstico clínico-imagiológicoprecoce, a nefrectomia radical transperitoneal e otratamento adjuvante com quimio e/ou radiotera-pia são elementos fundamentais no prognóstico dotumor de Wilms.

Centro de Conven-ções de Talatona

Luanda

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30 cArDIOVAscUlAr Dezembro 2014 JSA

O que é o Colesterol?O colesterol é uma gordura essencial exis-tente no nosso organismo, que tem duasorigens: uma parte produzida pelo próprioorganismo, em particular o fígado, e outraparte obtida através da alimentação, emparticular pela ingestão de produtos ani-mais, como a carne, os ovos, e os produtoslácteos. O organismo necessita de colesterol pa-

ra produzir as membranas (paredes) celu-lares, hormonas, vitamina D e ácidos bilia-res, que ajudam a digerir os alimentos. No entanto, o nosso organismo necessi-

ta de apenas uma pequena quantidade decolesterol para satisfazer as suas necessida-des. Quando o colesterol está em excesso,deposita-se nas paredes arteriais, consti-tuindo placas que reduzem o calibre dosvasos, dificultando o afluxo de sangue aosórgãos e tecidos do organismo. Quando o sangue oxigenado não chega

em quantidade suficiente ao músculo car-díaco pode ocorrer uma dor no peito -achamada angina. Se a obstrução da artériacoronária for completa pode desencadear-se um enfarte do miocárdio.

Que tipos de colesterol existem?O colesterol circula no sangue ligado a umaproteína: este conjunto colesterol-proteí-na é, por isso, conhecido por lipoproteí-na. As lipoproteínas são classificadasem altas, baixas ou muito baixas, emfunção da respectiva proporção deproteína e gordura em cada uma, oque determina a sua densidade. Lipoproteínas de baixa densi-dade (LDL): são vulgarmenteconhecidas como "mau" coles-terol, por ser aquele que se de-posita na parede das artérias,provocando aterosclerose.Quanto mais altas forem asLDL no sangue, maior é o riscode doença cardiovascular. Lipoproteínas de alta densidade(HDL): também conhecidas porcolesterol "bom", que tem comopapel a limpeza das artérias, peloque quanto mais altas forem menorrisco há de surgir doença cardiovas-cular. Lipoproteínas de muito baixa densida-de (VLDL): são semelhantes às LDL, mascontendo mais gordura e menos proteínas. Triglicéridos:são um outro tipo de gorduraque circula no sangue ligada às VLDL. Umaalimentação excessivamente rica em calo-rias, açúcares ou álcool eleva os triglicéri-dos, aumentando o risco cardiovascular.

Que factores afectam os níveis de colesterol?Um elevado número de factores influen-ciam os níveis de colesterol no sangue.Dieta.O consumo excessivo de gordura sa-turada e de colesterol eleva os níveis de co-lesterol. Para os reduzir deve-se evitar o con-sumo de gorduras de origem animal, comoas carnes gordas, o presunto, o queijo, amanteiga, as charcutarias, a fast food, etc. Peso corporal. Ter excesso de peso au-menta o colesterol. Controlar o peso reduzos níveis de colesterol das LDL e tem aindaa vantagem de elevar as HDL. Actividade física. O exercício regular baixao colesterol das LDL e sobe as HDL. Aconselha-se a prática de 30 minutos

diários de actividade física, como porexemplo, a marcha em passo rápido. Hereditariedade.Os nossos genes deter-minam em parte a quantidade de colesterol

que cada organismo produz. Há famíliasem que o colesterol é elevado.

Quando está o colesterol demasiado elevado?Um estudo da Fundação Portuguesa de Car-diologia mostra que cerca de dois terços dapopulação adulta portuguesa têm o coleste-rol elevado. No entanto, o colesterol elevadonão causa sintomas. Quando estes ocorrempodem surgir sob a forma de dor no peitopor angina ou enfarte do miocárdio. Esta-mos pois, perante uma patologia grave emque é fundamental fazer prevenção. As sociedades científicas europeias re-

comendam, como valores normais um co-lesterol inferior a 190 mg/dl quando se tratada população em geral. No caso dos doen-tes com patologia coronária, ou outradoença aterosclerótica (acidente vascularcerebral, doença vascular periférica, etc.),diabetes ou insuficiência renal, que sãoconsiderados doentes de altorisco, recomendam-se valores decolesterolinfe-rio-

resa 175mg/dl. Jápara o coleste-rol das LDL os valo-res recomendados são res-pectivamente inferiores a 115 mg/dl para apopulação em geral e a 100 mg/dl nosdoentes de alto risco. Estas recomendaçõesagora referem mesmo que nos doentes dealto risco, como é o caso dos doentes coro-nários e diabéticos, há vantagem em atingirníveis de LDL inferiores a 70 mg/dl para as-segurar maior protecção cardiovascular eaté tornar possível a regressão da ateroscle-rose. Por isso, a American Heart Founda-tion, assim como outras Instituições norte-americanas recomendaram mais recente-mente que os doentes de alto risco devemter valores de colesterol inferiores aos pro-postos pelas Sociedades Europeias. Um trabalho recente da Fundação Por-

tuguesa de Cardiologia, ainda em cursojunto dos utentes dos Centros de Saúde(Projecto Coração Seguro), mostra que cer-ca de 35% dos doentes, apesar de estarem a

fazer terapêutica para redução do coleste-rol, não estão controlados, ou seja nãocumprem os objectivos estabelecidos pelasSociedades Científicas Europeias. No que respeita às HDL, níveis inferiores

a 40 mg/dl e de trigliceridos superiores a150 mg/dl conferem risco cardiovascularacrescido. Por outro lado, quanto mais ele-vadas forem as HDL menor é o risco dedoença cardiovascular.

Como reduzir o colesterol e o risco de doença cardiovascular?

Algumas pequenas medidas são muito úteis: Reduzir o consumo de alimentos ricos emgorduras saturadas e colesterol.Estamos afalar em produtos animais, nomeadamentena carne vermelha e nos produtos lácteos nãodesnatados Praticar regularmente exercício.A activida-de física aumenta o colesterol das HDL, paraalém de ajudar a controlar o peso, a diabetes e

a pressão arterial, factores de ris-co importantes de

doença cardio-vascular.

Deixarde

fumar. Para alémde toda uma série demalefícios para a saúde, o ta-bagismo desce o colesterol das HDL. Feliz-mente ao deixar de fumar as HDL voltam a su-bir.Tomar a medicação prescrita pelo seu mé-dico.

Como tratar o colesterol alto?O objectivo do tratamento é o de diminuir orisco de doença cardiovascular, através daredução do colesterol das LDL e subida dasHDL. É importante referir que o controlo dos

níveis de colesterol deve assentar numadieta saudável, rica em fibra vegetal e pobreem gorduras saturadas, colesterol e ácidosgordos trans. Estes são essencialmente pro-dutos manufacturados a partir de óleos ve-

getais, tais como algumas margarinas sóli-das à temperatura ambiente e óleos utiliza-dos para fritar. O controlo do peso, a activi-dade física regular e não fumar são compa-nheiros indispensáveis da dieta. O recurso a medicamentos, quando ne-

cessários, deve ser decidido e acompanha-do pelo médico assistente, que leva emconta, não só os valores do colesterol, comotambém o risco global, determinado combase na idade do doente, no sexo, na pres-são arterial, na HDL e no tabagismo.

Que medicamentos são utilizadospara tratar o colesterol alto? Os medicamentos disponíveis são: Estatinas.Bloqueiam uma enzima que re-gula a quantidade de colesterol que o orga-nismo produz. Reduzem as LDL em 20-55%, consoante a estatina e dose utilizadas.Também descem moderadamente os trigli-ceridos e sobem as HDL, ou seja, actuam deforma desejável sobre todo o perfil lipidico. Niacina.É essencialmente uma vitamina Bliposolúvel (administrada em doses eleva-das), que melhora todo o perfil lipídico,com destaque para a elevação das HDL,que podem subir 25%. É menos eficaz sobreas LDL que descem cerca de 5-15%.Fibratos. São os mais potentes redutoresdos trigliceridos e em menor grau sobemas HDL. Porém são menos eficazes nadescida das LDL. Resinas.Ligam-se, no intestino, aosácidos biliares que contém coleste-rol, grande parte do qual destina-do a ser reabsorvido no tubo di-gestivo, mas que deste modo éeliminado pelas fezes. Descemas LDL em cerca de 15%. Esteróis vegetais. Bloqueiam aabsorção do colesterol pelo in-testino. A ingestão de 2 gramasdiariamente pode descer o co-lesterol em cerca de 5-15%. Ezetimiba. Reduz selectivamen-te a quantidade de colesterol ab-sorvido pelo intestino delgado.Desce as LDL em cerca de 18%. Aezetimiba, associada às estatinasem doses baixas, por exemplo: asso-ciada a sinvastatina, oferece um me-lhor e mais seguro controlo lipídi-co, com uma descida total mé-dia 51% das LDL, o que permi-te atingir mais facilmente osníveis de colesterol reco-mendados pelas sociedadescientíficas, o que é particu-larmente importante nosdoentes de maior risco (dia-béticos e coronários). Nunca esquecer que os me-

dicamentos que reduzem o coles-terol são mais eficazes quando com-

binados com uma dieta pobre em gordurassaturadas e colesterol. A escolha do medi-camento a utilizar depende de vários facto-res, mas as estatinas são geralmente o gru-po de fármacos mais adequados, e por isso,mais utilizados para reduzir o colesterol dasLDL e o risco cardiovascular.

Quem consultar? O seu médico de família é o profissional desaúde melhor colocado para lhe detectarum excesso de colesterol, preconizar asmedidas dietéticas adequadas e, se neces-sário, prescrever um ou mesmo mais queum medicamento. Ele saberá escolher as medidas mais

apropriadas à sua situação e assegurar arespectiva vigilância a longo prazo.

Tudo o que deve saber sobre o

Colesterol

O

cOlesterOl é

uma gordura essencial

existente no nosso organismo,

que tem duas origens: uma parte

produzida pelo próprio organismo,

em particular o fígado, e outra

parte obtida através da

alimentação, em particular pela

ingestão de produtos animais,

como a carne, os ovos, e

os produtos lácteos.

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31alimentaçãoJSA dezembro 2014

Corria o ano de 1989, quan-do se introduziu, pela pri-meira vez, o conceito de ali-mentos funcionais. Este ter-mo, inventado no Japão, ser-viu os objectivos do progra-ma FOSHU (sigla, do inglês,que significa alimentaçãopara uso específico da saú-de). Os japoneses preconi-zavam a utilização de ali-mentos que, para além dassuas propriedades nutricio-nais, pudessem acarretarbenefícios para a saúde. Atéà data, este foi o único país, anível mundial, a reconhecerlegalmente esta categoriaalimentar.

"Actualmente, para alémdos aspectos gustativos, osconsumidores procuramcasar o sabor com os benefí-cios que os alimentos acar-retam para o organismo epara a saúde", diz AlexandraBento, presidente da Asso-ciação Portuguesa de Nutri-cionistas (APN). A especia-lista lembra, ainda, que estaquestão é, hoje em dia, umadas grandes preocupaçõesda indústria alimentar, con-trariamente ao que se passa-va há 15 anos atrás.

"Há cerca de uma décadaatrás, a indústria investia,sobretudo, nos procedi-mentos de higiene e segu-rança alimentar. Mas, nestemomento, para além destesaspectos, desloca o cernedas suas preocupações paraas questões nutricionais. Ve-ja-se, por exemplo, a redu-ção do sal, do açúcar e dagordura dos seus produtos.Este é, de facto, o cami nho",adianta.

A nutricionista entendeque as empresas alimenta-res devem fixar pactos deentendimento, para que, emconjunto, consigam incre-mentar hábitos de alimenta-ção mais saudáveis. Comotal, Alexandra Bento aconse-lha a indústria a fazer "odiagnóstico dos produtos",

com o objectivo de reduzirem quantidade as substân-cias que podem ser prejudi-ciais à saúde.

Uma dieta desequilibra-da, conjuntamente com afalta de exercício físico, temvindo a ser apontada comoum dos factores directa-mente relacionados com oaparecimento de determi-nadas doenças. Note-se, porexemplo, a obesidade, as pa-tologias de foro cardiovas-cular, a diabetes e a hiper-tensão, cujos números dis-param a nível mundial. "To-dos os actores têm a respon-sabilidade de alterar os regi-mes alimentares: desde osprofissionais de sa úde, quedevem processar alteraçõese educar o doente e o consu-midor, passando pelas em-presas de bens alimentares",continua.

A este propósito, a Orga-nização Mundial de Saúde(OMS) indica que o aumen-to do consumo de frutas e le-gumes reduz a incidência dedoenças crónicas não trans-missíveis a nível mundial. Aindústria, não alheia a estarecomendação, aplica os co-nhecimentos da tecnologiaalimentar ao serviço do con-sumidor, ao colocar produ-tos que permitam responderàs necessidades nutricio-nais.

Alimentos com propriedades medicinaisUma alimentação cor -

recta e variada pode ser oponto de partida na reduçãoou prevenção de determina-das patologias. Basta verque, devido às propriedadesmedicinais, muitos alimen-tos funcionais foram catalo-gados de "nutracêuticos".Mas este termo em nada serelaciona com comprimidosou cápsulas. "A presença deum ou mais compostos bio-logicamente activos e de ori-

gem natural beneficia obem-estar físico e psicológi-co", explica Alexandra Ben-to.

Os alimentos funcionaispodem ainda, conter indica-ções terapêuticas. Tome-sepor exemplo o leite: por serrico em cálcio ajuda a preve-nir ou retardar o apareci-mento da osteo porose. Masa lista de alimentos com pro-priedades benéficas para oorganismo não se esgota no

leite. Uma laranja, devidoaos constituintes em vitami-na C e fibras, pode, por outrolado, proteger contra as gri-pes e constipações. Já paranão falar no ómega 3, pre-sente no salmão, na sardi-nha e no atum, com proprie-dades capazes de preveniras doenças cardiovascula-res.

Contudo, como ressalvaAlexandra Bento, apesar dobenefícios nutricionais, "osalimentos devem ser enca-rados no contexto de um es-tilo de vida saudável, consu-midos como parte integran-te de uma alimentação va-riada, e não como uma solu-ção mágica para a saúde eprevenção das doenças".

Existem, ainda, outrosalimentos, que, apesar demanterem as propriedadestípicas, são enriquecidoscom outras substâncias nu-tricionais, que ajudam o or-ganismo a funcionar me-lhor. São os chamados ali-mentos enriquecidos, que,como o próprio nome já in-dica, resultam de um pro-cesso de manipulação in-dustrial, tendo em vista umbenefício adicional para asaúde. No entanto, e muitoembora estes produtos pro-liferem nas prateleiras dossupermercados, de acordocom a directiva europeia, éexpressamente proibido pu-blicitar ou veicular "infor-mações que induzam em er-ro o comprador ou que atri-buam propriedades medici-nais" aos géneros alimentí-cios.

"À semelhança do queacontece com os medica-mentos, a indústria alimen-tar tem de submeter os seusprodutos a estudos científi-cos, para, a partir daí, poderalegar que os mesmos pro-duzem resultados favoráveisna redução ou combate dedeterminada patologia", su-blinha a nutricionista.

AndreiA PereirA

Hipócrates, conhecido como

o pai da Medicina, proclama-

va os alimentos como o me-

lhor remédio. Mas as suas

afirmações iam mais longe,

ao dizer que somos aquilo

que comemos. Por este mo-

tivo, importa, pois, saber de

que forma os alimentos po-

dem ser uma arma a favor -

e não contra - a saúde.

Benefícios dos compostos nutricionais

Probióticos: microrganis-mo vivo que ajuda a resta-belecer o equilíbrio da floraintestinal. São as chamadas"bactérias boas", resultan-tes da fermentação do lei-te;Prébióticos: são o subs-trato dos probióticos. Aju-dam a activar o sistemaimunitário e auxiliam a ab-sorção do cálcio pelo orga-nismo. Estão presentes nasfibras do pão, dos cereais,nos frutos e, em maiorquantidade, nos legumes;Antioxidantes: ajudam areduzir o risco cardiovas-cular e a neutralizar os ra-dicais livres, responsáveispelo envelhecimento celu-lar. Estão presentes nas fru-tas e vegetais, tais como otomate e cebola;Esteróis vegetais: estescompostos de origem ve-getal ajudam a diminuir aabsorção intestinal do co-lesterol;Ácidos Gordos polinsatu-rados: os ómega 3, presen-tes nos peixes gordos, co-mo a sardinha, atum e sal-mão, demonstraram resul-tados na redução dos lípi-dos e na prevenção dasdoenças cardiovasculares.

Alimentos funcionais:os aliados da saúde

Artigo publicado por cortesia do Jornal do Centro de Saúde

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