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Da terra à Lua Estevão ribeiro Adaptado das obras de Júlio Verne e Georges Méliès 4 a edição Adaptado das obras de Júlio Verne e Georges Méliès

Da terra à Lua - EdiouroAo redor da Lua. Desviado pela influência gravitacional do asteroide, o projétil não se dirige ao centro do disco lunar, mas sim ao polo norte do satélite,

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Da terra à LuaEstevão ribeiro

Adaptado das obras deJúlio Verne e Georges Méliès

4a edição

Da terra à Lua Estevão ribeiro

9 788500 032127

O autor

Estevão Ribeiro nasceu em Vitória-ES, em abril de 1979, e vive de escrever roteiros para histórias em quadrinhos e vídeos desde o ano 2000.

Produziu roteiros para mais de novecentas páginas de histórias em quadrinhos e ganhou prêmios com os álbuns Contos tristes e Pequenos heróis, sendo este último publicado também nos Estados Unidos.

Trabalhou nos grandes jornais do Espírito Santo e do Rio de Janeiro, escreveu dois romances e é autor da tira em quadrinhos Os passarinhos.

Adaptado das obras de Júlio Verne e Georges Méliès

ISBN: 9788500032127

Da terra a lua CAPA PNLD 2018.indd 1 09/05/18 10:44

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Da terra à LuaEstevão ribeiro

Adaptado das obras deJúlio Verne e Georges Méliès

4a edição

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© da adaptação, 2014 by Estevão Ribeiro

Direitos de edição da obra em língua portuguesa no Brasil adquiri-dos pela Vitrine Editora Ltda. Todos os direitos reservados. Ne-nhuma parte desta obra pode ser apropriada e estocada em sistema de banco de dados ou processo similar, em qualquer forma ou meio, seja eletrônico, de fotocópia, gravação etc., sem a permissão do de-tentor do copirraite.

Vitrine Editora Ltda.Rua Nova Jerusalém, 345 – Bonsucesso – 21042-235Rio de Janeiro – RJ – Brasil

CIP-BRASIL. CATALOGAÇÃO NA PUBLICAÇÃO.SINDICATO NACIONAL DOS EDITORES DE LIVROS, RJ.

Ribeiro, Estevão Da Terra à Lua / Júlio Verne e Georges Méliès; adaptação de Estevão Ribeiro — [4. ed] — Rio de Janeiro: Vitrine Editora, 2018. 80 p.: il. Texto em quadrinhos

ISBN 978.85.0003.212-7

1. Histórias em quadrinhos. I. Ribeiro, Estevão. II. Título.

R368d4. ed.

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Da Terra à Lua — a obraAo final da Guerra Civil americana, sem mais o que inventar, o presidente do Clube do Canhão

decide que precisam investir em uma arma gigantesca que vai atingir a Lua. Ao chegarem à Lua, são capturados por selenitas, uma população com aspecto de insetos que habita a Lua.

A primeira parte do livro conta a história escrita em 1865 pelo autor francês Júlio Verne, que se baseava na ciência e valorizava o desenvolvimento tecnológico. Mas o autor Estevão Ribeiro cria sua história a partir de toda a literatura de ficção científica desse período, para além de Júlio Verne. Já o último momento conta como o jovem cineasta Georges Méliès ouviu de sua tia a história sobre a ida à Lua e produziu seu famoso filme.

As Histórias em Quadrinhos (HQs)O autor e quadrinista Will Eisner define a história em quadrinhos como forma artística e

literária que combina ilustrações e palavras para narrar uma história. Para os autores Marco Aurélio e Rubens Francisco Lucchetti, é uma narrativa composta por pequenos quadros sequenciais, com o texto que expressa a fala do personagem dentro do quadro e em um balão. Além disso, a história em quadrinhos caracteriza-se por desenhos dispostos de uma maneira que estabeleçam a ideia de movimento. Isso tudo facilita a compreensão da história ao mesmo tempo que diverte e entretém.

Neste livro, o jovem leitor encontra histórias dos primórdios da ficção científica, numa linguagem ágil própria da cultura de nossos dias. Já conhecendo diversas conquistas que a tecnologia permitiu que alcançássemos, o jovem leitor tem como associar a obra com o nosso futuro. Será que podemos comparar a viagem à Lua e a população selenita com algum desejo ou plano que ronda a nossa imaginação hoje?

 Referências:EISNER, Will. Quadrinhos e Arte Sequencial. São Paulo: Martins Fontes, 1989.

LUCCHETTI, Marco Aurélio; LUCCHETTI, Rubens Francisco. “História em quadrinhos: uma introdução”. Revista Usp, [s.l.], v. 1, n. 16, p.24-35, 28 fev. 1993. Universidade de São Paulo Sistema Integrado de Bibliotecas-SIBiUSP. http://dx.doi.org/10.11606/issn.2316-9036.v0i16p24-35. Disponível em: <https://www.revistas.usp.br/revusp/article/view/25683>. Acesso em: 15 abr. 2018

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P r e f á c i oTese, antítese e síntese

Os historiadores da ficção científica literária costumam afirmar que esse gênero possui uma mãe e dois pais. A mãe foi Mary Shelley, autora do clássico Frankenstein (1818). Os pais foram Júlio Verne e Herbert George Wells. Uma relação sem dúvida conturbada, pois, segundo as más línguas, os dois pais não se davam muito bem.

Como defensor da ênfase na plausibilidade científica no enredo de seus romances e apologista entusiástico do desenvolvimento tecnológico, o escritor francês Júlio Verne foi o principal advogado do emprego didático da ficção científica e da tese de que a principal missão das narrativas do gênero deveria ser antecipar o futuro. Essa tese da função didática do gênero e de sua capacidade anteviden-te influenciaria bastante Hugo Gernsback, editor e publisher das primeiras revistas de ficção científi-ca norte-americanas. Em comparação com autores que vieram depois, Verne extrapolou pouco em relação à ciência e à tecnologia de sua época.

Se Verne representou a tese principal da ficção científica em seus primórdios, o autor britânico H.G. Wells constituiu sua antítese, tanto por seu ceticismo em relação aos benefícios do progresso tecnológico quanto por sua preocupação precípua não de prever o futuro, mas de prevenir a socie-dade contra os riscos desse futuro. Wells costumava reservar seus exercícios de futurologia para os textos de não ficção. Dotado de imaginação ousada, propiciou o refinamento temático da ficção científica, ao estabelecer diversos tópicos que mais tarde se tornariam emblemáticos no imaginário do gênero, como a máquina do tempo, as civilizações extraterrestres, a invisibilidade e as invasões alienígenas.

Júlio Verne acusava Wells de escrever ficção desprovida de plausibilidade científica. Certa fei-ta, quando perguntaram sua opinião sobre os escritos do autor britânico, Verne teria respondido: “Ele mente!” Para o francês, conduzir seres humanos à Lua no interior de uma bala de canhão oca soava mais plausível do que a solução simplista da “cavorita”, uma substância desconhecida pela ciência que exibiria propriedades antigravitacionais misteriosas.

O fato é que cada pai da ficção científica possuía uma visão particular de como se deveria chegar à Lua. Assim, cada um escreveu sua própria narrativa de viagem lunar e exploração selenita. Primeiro Verne, em Da Terra à Lua (1865) e em sua continuação, Ao redor da Lua (1869). Então, Wells, em Os primeiros homens na Lua (1901).

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Da Terra à Lua começa com a proposta de sócios do Gun Club — uma associação norte-ame-ricana de aficionados por armas de fogo em geral e canhões em particular — para construir uma

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arma gigantesca, a fim de disparar um projétil capaz de atingir a Lua. Ao saber dessa ideia estapa-fúrdia, o aventureiro francês Michel Ardan propõe aos sócios do clube que o projétil fosse tripulado, oferecendo-se como voluntário para a façanha. Entusiasmados, dois membros do clube também se apresentam como tripulantes. O canhão colossal é construído em Tampa, Flórida, e, quando dispa-rado, arremessa seu projétil oco ao espaço interplanetário. A nave-bala é desviada pela presença de um asteroide e, em vez de atingir a Lua, entra na órbita do satélite. O romance acaba com o destino dos três tripulantes em aberto.

O que acontece com nossos heróis é mostrado quatro anos mais tarde, com a publicação de Ao redor da Lua. Desviado pela influência gravitacional do asteroide, o projétil não se dirige ao centro do disco lunar, mas sim ao polo norte do satélite, e acaba entrando em órbita em vez de alunissar. Os viajantes observam a existência de água e vegetação no lado oculto da lua. Enfim, após comple-tar uma órbita lunar, os três aventureiros conseguem empregar os foguetes que seriam usados para amortecer o pouso na superfície da Lua a fim de se impulsionarem de volta à Terra e acabam pou-sando no oceano Pacífico.

Embora tenha se baseado em cálculos balísticos precisos e advogasse que sua nave-bala de-veria atingir a velocidade de escape correta para sair da influência gravitacional terrestre, Verne estabelece uma plausibilidade fundamentalmente implausível, pois a aceleração brutal necessária para fazer o projétil atingir tal velocidade num único disparo decerto esmigalharia os tripulantes, convertendo-os em polpa de carne humana.

***

Em termos de narrativas de viagem à Lua, os dois pais da ficção científica literária não po-deriam ter escrito dois enredos mais distintos. Em lugar da proeza tecnológica e empresarial de construir e disparar um canhão colossal para lançar um projétil tripulado até nosso satélite natural, como Verne propôs nos seus romances geminados, em Os primeiros homens na Lua, H.G. Wells nos brinda com um dos primeiros enredos de ficção científica em que se aborda o primeiro contato de seres humanos com criaturas alienígenas.

Ao contrário de Verne, Wells costuma rechear seus romances de especulações sociais, como as diferenças entre capitalistas e proletários se transformando em características evolutivas, a ponto de originarem duas espécies humanoides distintas, em A máquina do tempo (1895), e invasores alie-nígenas dotados de tecnologia superior tratando a maior potência terrestre com a mesma política de extermínio que os colonos europeus empregaram em diversas partes do planeta, em A guerra dos mundos (1898). O mesmo se dá com Os primeiros homens na Lua, uma distopia comunista le-vada ao extremo com auxílio da biologia: uma colmeia sublunar que se estende por todo o satélite, governando-o como um Estado mundial.

O protagonista Bedford é um empresário britânico com pretensão de se tornar escritor. Para tanto, afasta-se de Londres em busca de inspiração literária e aluga um chalé do campo. Na cida-

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dezinha em que se estabelece, acaba travando contato com Cavor, um físico recluso residente na vizinhança. O cientista revela ao empresário ter sintetizado um novo material imune à ação da força da gravidade, modestamente batizado “cavorita”.

Bedford convence o inventor a fabricar uma espaçonave esférica revestida de cavorita para empreender uma viagem à Lua. Durante a jornada, os viajantes experimentam ausência de peso. Quando pousam na Lua, descobrem que, conquanto desolada, a superfície do satélite não é inteira-mente desprovida de vida animal e vegetal. Algumas peripécias exploratórias mais tarde, já devida-mente intoxicados, graças à ingestão inconsequente de um fungo lunar, a dupla humana é capturada por inteligências insetoides nativas. Os dois descobrem que os selenitas erigiram uma civilização tecnológica sofisticada nas cavernas sublunares. Também descobrem que o ouro é um elemento relativamente abundante na Lua.

Depois de algum tempo, os viajantes logram se evadir do cativeiro e retornam à superfície do satélite, mas apenas Bedford consegue atingir a espaçonave e regressar à Terra, pois Cavor acaba recapturado pelos selenitas.

De volta às Ilhas Britânicas, Bedford faz fortuna com o ouro que trouxe da Lua, porém, por sua incúria, permite que a espaçonave dispare para o espaço sideral, perdendo a chance de empreender nova viagem para resgatar o amigo.

Tempos depois de publicar suas aventuras selenitas no Strand Magazine, o protagonista ouve falar que, ao fazer experiências com um protótipo de rádio, um eletricista holandês teria captado fragmentos de radiotransmissões oriundas da Lua. Bedford descobre que o responsável pelas trans-missões não é outro senão Cavor. O inventor ensinou inglês aos selenitas e aprendeu bastante sobre a civilização dos insetoides racionais. Cavor revela que os selenitas se dividem em castas especiali-zadas, como as dos insetos sociais terrígenas. Essa grande comunidade planetária é presidida pelo Grande Lunar.

***

Em 1902, ano seguinte ao da publicação de Os primeiros homens na Lua, o pioneiro do cinema Georges Méliès proporia, com o filme Le Voyage dans la Lune, a primeira tentativa de síntese entre as visões verniana e wellsiana de exploração lunar. O filme de 14 minutos narra as peripécias de cinco astrônomos que viajam para a Lua a bordo de uma cápsula disparada por um canhão gigante. Até aqui Verne puro, certo? Só que ao alunissar, os viajantes são capturados por selenitas, mas lo-gram escapar e regressam à Terra. Agora, sim: Wells castiço. Empregando técnicas cinematográficas arrojadas para a época, como sobreposição, fusão e exposição múltipla, Le Voyage dans la Lune é considerado o primeiro filme de ficção científica da história do cinema.

Gerson Lodi-Ribeiro

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