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  • DADOS DE COPYRIGHT

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    "Quando o mundo estiver unido na busca do conhecimento, e no mais lutando por dinheiro epoder, ento nossa sociedade poder enfim evoluir a um novo nvel."

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  • MARVIN J. BESTEMAN

    COM LORILEE CRAKER

    So Paulo2013

  • Copyright 2012 by the estate of Marvin J. Besteman

    Originally published in English under the title My Journey to Heaven by Revell, a division ofBaker Publishing Group, Grand Rapids, Michigan, 49516, U.S.A.All rights reserved. 2013 by Universo dos Livros

    Todos os direitos reservados e protegidos pela Lei 9.610 de 19/02/1998.Nenhuma parte deste livro, sem autorizao prvia por escrito da editora, poder serreproduzida ou transmitida sejam quais forem os meios empregados: eletrnicos,mecnicos, fotogrficos, gravao ou quaisquer outros.

    Diretor editorialLuis Matos

    Editora-chefeMarcia Batista

    Assistentes editoriaisAna Luiza CandidoBris FatigatiRaa AugustoRaquel Nakasone

    TraduoIsadora Prospero

    Coordenao editorialLeonardo Ortiz Matos

    ArteFrancine C. SilvaKarine Barbosa

    CapaWellinton LenziZuleika Iamashita

    Converso para eBook: Freitas Bastos

    Universo dos Livros Editora Ltda.Rua do Bosque, 1589 Bloco 2 Conj. 603/606CEP 01136-001 Barra Funda So Paulo/SPTelefone/Fax: (11) 3392-3336www.universodoslivros.com.bre-mail: [email protected] no Twitter: @univdoslivros

    Dados Internacionais de Catalogao na Publicao (CIP)

    Anglica Ilacqua CRB-8/7057B465m Besteman, Marvin J.

    http://www.universodoslivros.com.brmailto:editor%40universodoslivros.com.br?subject=http:///twitter.com/univdoslivros

  • Minha jornada alm da vida / Marvin J. Besteman, Lorilee Craker; traduo de IsadoraProspero. So Paulo : Universo dos Livros, 2013.208 p.ISBN: 978-85-7930-372-2Ttulo original: My journey to heaven1. Paraso 2. Religio 3. Ps-morte I. Ttulo II. Craker,Lorilee III. Prospero, Isadora13-0175 CDD 133.9013

  • Dedicado a

    Ruth,minha esposa em 54 anos de aventura.

    Steve Yasick,meu querido genro,

    que encontrou o seu Senhor em 2006.

    Irvin Zylstra,meu amigo de infncia,

    que encontrou o seu Senhor em julho de 2011.

  • SUMRIO

    CapaFolha de RostoCrditosDedicatriaAgradecimentosIntroduo1 - Um caso em um milho2 - Dois anjos3 - Luzes, cores e uma histria de amor4 - No porto do paraso5 - Ol, Marv, meu nome Pedro6 - O livro da vida7 - Dentro do porto interno do paraso8 - O rol de bebs do paraso9 - As seis pessoas que vi no cu10 - Perder e encontrar meu melhor amigo11 - Depois que acordei12 - At nosso prximo encontro

  • PosfcioSobre os autores

  • AGRADECIMENTOS

    Marvin J. Besteman

    Meu pastor, Cal Compagner, que me ajudou neste longo projeto. Ns dois compartilhamosa lealdade ao time de futebol americano da Universidade de Michigan.Meus queridos filhos, Joe e Julie Wendth, Amy Yasick, Mark e Susan Besteman. Meus cinconetos.

    Meus irmos e suas esposas, Ron e MaryLou e Ken e MaryLou Besteman. Meu cunhadoe minha cunhada, Bill e Rose Kalkman.

    Minha coautora, Lorilee Craker, que me inspirou quando me faltavam palavras.Um agradecimento especial aos meus amigos do Coffee Break, que me encorajavam

    quando eu ficava desmotivado.Toda a equipe da Revell Vicki Crumpton, Twila Bennett, Janelle Mahlman, Barb

    Barnes , que foi essencial para tornar este livro uma realidade.Minha agente literria, Esther Fedorkevich, que me guiou pelo labirinto do mundo

    literrio.Meus amigos especiais ao longo dos anos, Ken e Joyce Ball, e nossos colegas de esqui,

    Ed e Jo Westenbroek.Meus amigos cristos que viajaram comigo pelo mundo da educao e mais alm.

  • Marlan Arnoys, Roger Boerema, Herb DeJonge, Marv Huizenga, Tom OHara, Norm Roobol,Jack Smant e Irv Zylstra. Suas esposas tambm desempenharam um importante papel emminha vida.

    Meus agradecimentos a um grupo especial de amigos que acreditaram e incentivaramesse projeto desde o incio.

    Lorilee Craker

    s seguintes pessoas, minha eterna gratido: minha preciosa corporao: Ann Byle, Alison Hodgson, Angela Blyker, Cynthia Beach,

    Shelly Beach, Sharron Carrns, e Tracy Groot, por seu apoio e amor infindveis. Jana Olbergpor dividir seu amado Dagny comigo. Tracey Bianchi, o pastor David Beelen, Jamie Young,Gordy Van Haitsma. Minha agente, Esther Fedorkevitch, que nunca desistiu desse projeto, eque foi to boa para Marv, Ruth e eu. Meus velhos e novos amigos na Baker Publishing:Dwight Baker, os times de vendas, marketing, editorial e publicidade, e especialmente ainteligente e habilidosa Vicki Crumpton, que escolheu esse projeto entre tantos outros.

    minha famlia, meu amor e agradecimentos: Ken e Linda Craker; meu marido, Doyle,e filhos, Jonah, Ezra e Phoebe foi uma alegria dividir um pedacinho do cu de Marv comas pessoas que mais amo.

    A Ruth Besteman: obrigada por sua imensa ajuda em todos os aspectos deste livro.Marv e eu no o teramos escrito sem seu apoio, incentivo, discernimento, conhecimentomdico e tima memria. Eu passei a amar voc e Marv profundamente.

    E a Marv: muito obrigada por confiar em mim com sua histria. Foi uma das grandeshonras da minha vida ter escrito este livro com voc. Obrigada por me acolher como ummembro da sua famlia e por ser to carinhoso e engraado e aberto durante todo oprocesso. Eu sinto a sua falta, mas sei que voc est brilhando como o sol agora, comDeus e aqueles que ama. Quando eu morrer, sei que voc estar l no porto, esperando,com um grande sorriso, e provavelmente uma piada sobre os Red Wings ganhando dosJets. esperar para ver. At nosso prximo encontro, minha gratido e amor.

  • INTRODUO

    Faz seis anos desde que tive uma prvia da eternidade que mudou a minha vida, umavisita de meia hora, mais ou menos, ao porto do paraso.Nessa curta viagem de ida e volta, reencontrei entes queridos; vi bebs, crianas e anjos;dei uma espiada no trono de Deus e no Livro da Vida; e tive uma conversa com o apstoloPedro, o qual, tenho que dizer, parecia um pouco desgrenhado. Ele sempre foi meupersonagem preferido da Bblia.

    Primeiramente prometi a mim mesmo nunca contar a ningum o que tinha acontecidocomigo. Eu sabia que tinha sido verdade, e no um sonho ou uma alucinao. Mas sentique os outros questionariam a minha sanidade se eu lhes contasse o que eu vi eexperimentei do lado de l. E quando voc chega minha idade, no precisa de maismotivos para as pessoas questionarem a sua sanidade.

    Perguntei-me: Por que algum acreditaria em mim? Ento, permaneci totalmentecalado, remoendo como uma velha cabra teimosa o porqu de eu ter sido enviado de voltapara c.

    E, ento, um dia Deus me deu um empurro, basicamente me dizendo para abrir aboca e comear a falar. Sim, Ele falou comigo em voz alta, e, embora no tenhaacrescentado um seno..., eu no quis abusar da minha sorte. Obviamente, Deus queriaque eu contasse s pessoas sobre seu paraso.

  • Logo depois, comecei a compartilhar minha histria com grupos de apoio, grupos deigreja e pessoas jovens e velhas.

    Meus mentores espirituais, incluindo meu pastor, sentiam que cerca de vinte por centodas pessoas que ouvissem minha histria no acreditariam nela tal a natureza humanae a tendncia das pessoas a serem cnicas com relao a algo que no se pode provar.Mas, na verdade, foi algo mais como dois por cento.

    Isso talvez porque as pessoas consigam perceber que eu no sou o tipo de homemque tolera muita asneira. Sou holands, o que significa que sou menos suscetvel ahistrias que a maioria das pessoas. Sou um veterano do exrcito dos Estados Unidos.Servi por quatro anos durante o final dos anos 1950 e comeo dos anos 1960. Estive emservio ativo de 1956 a 1958 e na reserva at 1962.

    Alm disso, sou banqueiro, algum que gosta de lidar com nmeros concretos eporcentagens.

    Ento sim, a maioria das pessoas acreditou na minha histria, pelo que fico muitoagradecido. Bem, uns ou outros a atribuem ao fato de eu estar em uma idade avanada O velho Marv estava com um parafuso frouxo quando sonhou isso , mas a verdade que, embora esteja velho, ainda tenho todos os parafusos (mas no pergunte a minhaesposa Ruth sobre isso; ela talvez prefira dizer a maioria dos parafusos!).

    Espero que voc acredite em mim, mas, mesmo se no acreditar, estou sob aobrigao de contar a voc o que me aconteceu na noite de 28 de abril de 2006, quandoDeus deu um presente para este vov, uma prvia do paraso alm de qualquer coisa queeu poderia ter imaginado na minha cabea de banqueiro.

    E foi Ele que ordenou que eu contasse minha histria bem, acredito que Ele pensouespecialmente em voc lendo este livro, em como minha histria iria ench-lo deencantamento e dar-lhe o conforto e a segurana que voc sempre quis.

    No porto do paraso

    No meio da noite, enquanto estava deitado na minha cama de hospital na cidade de AnnArbor, Michigan, vises de beleza celestial eram a ltima coisa na minha cabea. Aos 71anos, tinha acabado de fazer uma cirurgia no Centro Mdico da Universidade de Michiganpara remover um raro tumor pancretico chamado insulinoma. Era depois do horrio devisitas, e Ruth e minha famlia j tinham ido embora. Eu estava sozinho, debilitado pelador e um tanto rabugento, me virando e me remexendo; mais que tudo, s queria dormir eescapar do sofrimento e do desconforto por um tempo. Eu no fazia ideia de que estava

  • prestes a ganhar uma fuga alm dos meus sonhos mais loucos.De repente, dois homens que eu nunca tinha visto antes na minha vida entraram no

    meu quarto no hospital. No me pergunte como eu sabia, mas, imediatamente, senti queesses homens eram anjos. E eu no estava nem um pouco nervoso.

    Depois de me desligarem do emaranhado de tubos, os anjos me tomaram em seusbraos e ns comeamos a subir, numa viagem rpida que me pareceu leve e suaveatravs do mais azul dos cus.

    Eu fui depositado no cho em frente a um porto monumental. E, no, no me lembrodele como sendo perolado.

    Observei, de p, em uma curta fila, cerca de 35 outros viajantes celestiais, pessoas detodas as nacionalidades. Alguns estavam vestidos com o que entendi que fossem os trajesde suas terras. Um homem carregava um beb em seus braos.

    Eu vi exploses de cores que iluminavam o cu, muito mais impressionantes que aaurora boreal que vi uma vez numa viagem ao Alasca. Simplesmente gloriosas.

    Meu corpo de velho parecia jovem, forte e fantstico. Os incmodos, dores elimitaes da idade tinham sumido. Sentia-me como um adolescente de novo, mas aindamelhor.

    A msica que eu ouvi era incomparvel a qualquer coisa que tinha escutado antes.Havia um coral de um milho de pessoas, milhares de rgos, milhares de pianos. Foi amsica mais exuberante e linda que eu j ouvi. E sabe que todos os dias desde a minhaexperincia eu tenho ouvido alguns trechos daquela msica? Eu sou muito abenoado porrecordar aquele som celestial.

    E ento, uma saudao: Ol, Marv. Bem-vindo ao paraso. Meu nome Pedro. minha frente, estava uma das mais amadas figuras das Escrituras, o esquentado

    apstolo Pedro, a rocha sobre a qual Cristo construiu sua igreja, e o suposto guardio dasportas da glria. Acho que o motivo pelo qual sempre me senti prximo a Pedro foi porqueo achava muito parecido comigo. Ele cabea quente e eu sou cabea-dura, para comear.

    Ns conversamos um pouco e at discutimos (adivinha quem ganhou?), e, quandorecordo aquela conversa, fico entusiasmado por ter tido um encontro desses com um dosmelhores e mais corajosos homens que j andaram pela Terra.

    Falarei detalhadamente sobre esse incrvel encontro mais adiante, mas, por enquanto,voc deve saber que Pedro folheou o Livro da Vida, que era, na verdade, vrios livros,procurando meu nome. Mas claro que no conseguiu encontr-lo; de outro modo, eu estariano cu agora, possivelmente tendo outro debate animado com Pedro. Ele deixou seu postono porto do paraso por um momento para consultar Deus sobre o que fazer comigo manter-me ali ou enviar-me para casa. Meu voto era definitivamente para ficar por l.

  • Certamente de propsito, Pedro deixou a porta do paraso aberta, revelando um portotranslcido atravs do qual eu podia ver o que havia do outro lado.

    O que eu vi alm do porto foi um tipo de revelao. Acredito que Deus quer que eu acompartilhe com voc, para que voc saiba um pouco sobre o que o aguarda quando essavida terminar. Mal posso esperar para contar a voc sobre como as pessoas estavamvestidas no paraso, o quo magnificamente saudveis e felizes todas pareciam, e comoos inmeros bebs e crianas que eu vi estavam rindo e brincando. Um dos maioresmotivos pelos quais decidi compartilhar minha histria foi oferecer consolo queles queperderam um beb ou uma criana. Tantos de vocs perderam uma filha ou um filhopreciosos, e eu sei exatamente o quo profundamente dolorosa essa perda. Mais decinquenta anos depois, ns ainda temos saudades do nosso garoto, William John, que viveuapenas por dez horas, at ser levado dos nossos braos.

    No vi meu filho no paraso, mas sei que ele est l e que estarei com ele da prximavez que eu for. Porque, da prxima, no retornarei!

    Felizmente, eu vi seis entes queridos alm do porto, e, nos captulos 9 e 10, contareitudo sobre como eles estavam e o que significavam para mim.

    Diversos minutos se passaram antes que Pedro retornasse com um informe divino:Marv, conversei com Deus, e Ele me disse para inform-lo que voc tem que voltar. Eleainda tem trabalho para voc na Terra. Ele ainda tem coisas para voc terminar l.

    Mas, mas, mas...! Pode ter certeza de que Pedro e eu discutimos um pouco sobre oassunto. Acredite quando digo que, uma vez que voc visita o paraso, voc nunca, nuncaquer voltar para a Terra. realmente um lugar com tudo de bom e bonito que voc podeimaginar, onde voc se sentir mais livre e amado do que j sonhou ser possvel. realmente um futuro para aguardar avidamente, aquele lar na terra gloriosa que brilha

    mais do que o Sol1, como diz a cano.No fim, eu no tive muita escolha sobre ficar ou ir. Antes que pudesse preparar um

    contra-argumento a Pedro, fui enviado de volta num piscar de olhos. No momento seguinte,estava de volta minha cama de hospital na UM (Universidade de Michigan).

    Outra vez eu estava deitado, torturado por dores e conectado a uma baguna de tubospor todos os lados. Naquele momento, tomei a deciso imediata de nunca revelar o quetinha visto e ouvido naquela noite incrvel.

    Por que algum acreditaria em uma palavra daquilo? Que o bom e velho MarvBesteman, sal da terra, tinha sido escolhido, entre milhes de pessoas, para dar umaespiada no paraso eterno? Eu j podia imaginar o que eles pensariam:

    Claro, Marv pegou uma carona com uns anjos at as nuvens e provavelmente deixou

  • a cabea l!No triste? Aquele simptico sr. Besteman est alucinando que discutiu com So

    Pedro ele at acha que contou a Pedro que ele era um holands cabea-dura! Bem,cabea-dura ele ...

    Eu sentia no fundo da alma, ningum ia acreditar. Sobretudo, eu sabia que nuncapoderia contar a ningum que tinha visto Steve, o genro que me pedira anos atrs para serseu pai, o filho extra que eu amava como se fosse meu prprio garoto. Steve morreu doismeses antes de eu ir para o paraso, devido sndrome de Ehlers-Danlos, uma doenacruel e vil que eu no desejaria para meu pior inimigo. Como eu queria contar minhafilha como estava bem seu marido, o quo vibrante e contente! Mas senti, poca, queisso s iria confundi-la e entristec-la. Seu sofrimento ainda era muito recente.

    O nico problema era que minha viagem ao paraso tinha acontecido e exatamentecomo eu me lembrava.

    Eu no conseguia parar de pensar sobre meus anjos, e o lugar radiante e pacficochamado paraso para o qual voei com eles.

    Imagens daquela viagem me bombardeavam: as exploses de cores que iluminavam ocu, as centenas e milhares de bebs e crianas que eu vi e, por um instante luminoso, aviso que tive do trono de Deus com duas imagens indescritveis sobre ele.

    Na minha mente, podia ver Pedro perfeitamente, seus cabelos espessos, seu mantoantigo, e a expresso no seu rosto quando me disse que no conseguia encontrar meunome no Livro da Vida para hoje.

    Por acaso eu acreditaria numa histria dessas se algum me contasse? No,provavelmente no, embora eu nunca v saber com certeza.

    Voc foi realmente abenoado

    Por muito tempo, fiquei com raiva de Deus por ter me levado quele lugar perfeito e felize ento me trazer de volta vida na Terra, aos desconfortos e dores de um homem velho,a um lugar cheio de sujeira e crime, doena e lgrimas. Desde ento, li um pouco sobrepessoas que visitaram o paraso, e vi que quase todas voltam sentindo-se deprimidas eirritadas. De acordo com alguns estudiosos, at Lzaro, que Jesus ergueu do tmulo, oirmo sobre o qual Maria e Marta choraram, enfrentou dificuldades em sua vida aps aressurreio.

    difcil para as pessoas entenderem, eu sei. Um viajante celestial no estariatransbordando de notcias incrveis sobre coisas futuras para todos os filhos de Deus? Mas

  • eu sei o quanto lutei com emoes negativas quando retornei. No fim, todos que veem ocu, mesmo que por um segundo, querem permanecer l para sempre, no importa o quoagradvel sua vida possa ter sido na Terra.

    Deus tinha planos para mim, uma misso para esse aposentado que ia alm de jogargolfe e tomar caf na padaria do Arnie com meus colegas. Ele comeou um trabalho emmim naquela noite e, de forma lenta porm segura, mostrou-me o propsito e a missoque tinha ao enviar-me numa viagem de ida e volta ao paraso.

    Cinco meses aps meu retorno, no aguentei e contei tudo quela que minha queridaesposa h cinquenta anos. Enquanto lgrimas escorriam pelo meu rosto, toda a histriairrompeu de uma vez, at a parte sobre ter visto o Steve da nossa Amy.

    A resposta de Ruth mudou tudo.Marv, voc foi realmente abenoado, ela disse, balanando a cabea, seus claros

    olhos azuis abertos e maravilhados.Depois de quebrar o gelo com Ruth, minha inteno de manter todos os detalhes

    inacreditveis em segredo comeou a se desfazer. Compartilhamos a histria com nossostrs filhos, Julie, Amy e Mark.

    Naquele Natal, Amy me deu um livro de que eu nunca tinha ouvido falar: 90 minutosno cu, de Don Piper. De algum modo, esse best-seller tinha escapado completamente minha ateno at a manh de Natal aps minha viagem ao paraso. Ocorreu-me que Deuspoderia querer que eu escrevesse um livro tambm. Mas eu sou um banqueiro, no umescritor, e escrever um livro me pareceu, na poca, to improvvel quanto viajar aoparaso.

    Ento, nove meses aps minha cirurgia, eu estava tendo alguns problemas com meuestmago, que estava inchado e distendido. Minha visita a um mdico, a conversa quetivemos naquele dia em seu consultrio, e a clara voz de direcionamento que ouvi em meuesprito enviaram-me mais profundamente no sentido de compartilhar minha histria.Conservar apenas comigo mesmo o que eu tinha experimentado no era mais uma opo.

    Deus tinha deixado perfeitamente claro: se eu contasse a sua histria fielmente, Ele ausaria para confortar aqueles que estavam de luto, para consolar pessoas que estavammorrendo e a seus entes queridos e para plantar uma semente de esperana naqueles queno haviam ainda escolhido Cristo.

    por isso que voc segura minha histria hoje. Eu o convido a ser meu companheiro eeu, o seu, em uma viagem ao paraso e de volta dele. Juntos, puxaremos a cortina que nossepara do outro lado, e aprenderemos muitas coisas intrigantes e fantsticas sobre anjos,o Livro da Vida, o apstolo Pedro e o prprio paraso, onde Deus prepara um lugar paravoc e para mim. Finalmente, estaremos com a Pessoa para qual fomos feitos, em um lar

  • onde fomos destinados a estar.Mais uma coisa antes de comearmos: eu dei muitas palestras nos ltimos anos para

    pessoas vidas por informaes sobre como o cu. No final de cada palestra, eu digo plateia que, da prxima vez, no retornarei. Ficarei l para sempre com meu Senhor eaqueles que amo.

    E estarei esperando por cada um de vocs no porto acrescento no final dapalestra. Verei vocs l?

    Verei voc? Se ainda no sabe a resposta a essa questo, no quer fazer um favor aesse velho e refletir sobre ela enquanto viajamos juntos por estas pginas?

    Pois bem, vamos l...

    1 Verso da cano Doo Lord, de Johnny Cash: [] home in Glory Land that outshinesthe sun. (N. T.)

  • 1UM CASO EMUM MILHO

    Eu nunca tinha ouvido falar de insulinoma antes de ter sido diagnosticado com ele. No quese refere a doenas, essa no era uma das famosas, que levam as pessoas a estalar alngua, fazer careta, ou balanar a cabea em solidariedade. Quando eu contava s pessoasque eu tinha insulinoma, elas me olhavam como se no soubessem do que eu estavafalando e no sabiam mesmo. Mas eu realmente a tinha, e foi o que me levou ao CentroMdico da Universidade de Michigan em Ann Arbor, Michigan, em abril de 2006.

    Tudo comeou em 2003, trs anos antes do meu diagnstico com essa estranhadoena. Ruth e eu estvamos passando alguns meses na Flrida, aproveitando o sol etentando ganhar um do outro no golfe (naquela poca, eu conseguia ganhar dela, emboracom esforo). Foi l que tive meu primeiro episdio.

    Aparentemente (no tenho nenhuma recordao disso), em uma noite, estvamossentados em casa e, de repente, eu simplesmente entrei em um estupor. De acordo comRuth, eu olhei para o nada por uma hora, sem saber quem ela era, completamentedesorientado e confuso, e um pouco agitado. Uma vantagem de ter uma enfermeira comoesposa que ela muitas vezes sabe o que h de errado comigo ou, pelo menos, o quefazer para ajudar na situao. Ela achou que parecia um caso de baixo nvel de acar nosangue, e enfiou um pouco de chocolate na minha boca para equilibrar o meu nvel de

  • acar. Ruth me contou que eu no podia nem fechar minha boca para mastigar, tal era omeu estado. Ela fechou minha boca por mim, algo que ela provavelmente desejava terfeito h muito mais tempo.

    Ruth me levou no dia seguinte ao pronto-socorro para fazer testes, e eles noconseguiram achar nada de errado.

    Durante os trs anos seguintes, eu fiquei bem sem mais episdios. Uma vez quenem me lembrava do que tinha acontecido, no pensei muito sobre isso. Ruth, porm,sendo tanto enfermeira como esposa, guardou o fato num canto da cabea, se perguntandose aconteceria de novo e, para comeo de conversa, por que havia acontecido.

    Estvamos de frias em Boyne Mountain, Michigan, com dois dos nossos netos, quandoeu tive outra crise. Foi o mesmo tipo de coisa que aconteceu na Flrida; acordei durante anoite, atordoado e incoerente, e no tinha ideia de quem era Ruth ou onde estava. QuandoRuth acordou, viu que eu tinha trazido minhas pernas at a posio fetal, e estava olhandopara ela sem realmente v-la. Eu gemia e gemia, mas no parecia ter nenhuma dor. Ruthme levantou para ir ao banheiro e teve de me segurar durante todo o caminho de tantoque eu tremia. Ela me fez comer mais chocolate, e, de alguma maneira, me mantevequieto. Nossa neta estava dormindo no mesmo quarto de hotel, e Ruth no queria assust-la.

    Na manh seguinte, eu me sentia perfeitamente normal, mais uma vez, e no tinhanenhuma recordao do que havia acontecido na noite anterior. Levamos as crianas paraum parque aqutico, fomos almoar, e dirigimos de volta at nossa casa, em GrandRapids, onde aconteceu de novo.

    Eu tinha adormecido no sof, e quando acordei, mais uma vez no sabia onde estavaou quem era Ruth. De acordo com ela, eu estava ansioso e um pouco demente, meucorao batia rpido e meus membros tremiam. Eu estava gemendo de novo, e batiarepetidamente nas almofadas do sof.

    Dessa vez, por dentro, ela estava assustada tambm. Eu comecei a engatinhar pelocho, tentando sair da casa, tentando me afastar da pobre Ruth. Ela me agarrava pelocinto, procurando me fazer desacelerar para que eu no conseguisse sair. Ela finalmenteconseguiu trancar as portas e ligar para a emergncia. Enfermeira ou no, minha esposaestava definitivamente alarmada, mas seu treinamento ajudou-a a permanecer calma eassumir o comando da situao.

    O que ele est fazendo? perguntou-lhe o atendente da emergncia. Est engatinhando pelo cho, e no faz ideia de quem eu sou.A ambulncia chegou l cerca de cinco minutos depois, me carregou para dentro e me

    levou ao hospital Spectrum Health no centro de Grand Rapids. Eu fiquei no Spectrum por

  • dez dias, onde cutucaram e examinaram cada centmetro do meu corpo. Finalmente, fuidiagnosticado com insulinoma, um tumor raro do pncreas que se manifesta exatamentecomo o contrrio da diabete. Meu pncreas estava produzindo tanta insulina que consumiatodo o acar do meu corpo, causando assim os estranhos episdios. Eu tinha um nvel deacar de 31, o que aparentemente eram ms notcias. Tive tambm a questionvel honrade ser o primeiro caso de insulinoma que eles identificaram naquele hospital, um dosmelhores nos Estados Unidos. Literalmente, menos de uma em um milho de pessoas sodiagnosticadas com isso a cada ano. Cerca de duzentos casos so confirmadosanualmente no pas inteiro. Eu era um desses sortudos.

    Os mdicos no Spectrum recomendaram que eu visse um cirurgio muitoespecializado, ou no Centro Mdico da Universidade de Michigan em Ann Arbor ou naClnica Mayo em Rochester, Minnesota. Eu estive nessa universidade por um curto perodona poca da faculdade; at usei meus patins para jogar hquei para eles naqueles tempos.Pensei que, como j tinham um pouco do meu dinheiro, eu poderia dar mais um tanto paraeles. Tive que descansar e esperar alguns dias at que uma cama ficasse livre em AnnArbor. Ruth e eu j havamos sado do hospital e retornado para casa, a somente vinteminutos de distncia; ento, eu estava sozinho quando, de repente, me informaram quetinham uma cama pronta na UM. Eles me embalaram em uma ambulncia e rapidamentenos dirigimos para Ann Arbor, a duas horas e meia de Grand Rapids. Ruth decidiu ir no diaseguinte, luz do dia, para que pudesse encontrar o lugar mais facilmente.

    Uma vez na UM, descobri o quo especial eu era. L no hospital, os mdicos noentravam no meu quarto um de cada vez; eram sempre de trs a cinco por vez. Acho queminha doena era to rara que os mdicos vinham em grupos para poder inspecionar essecara extraordinrio e sua doena excepcional. Eles haviam me diagnosticado cominsulinoma em Grand Rapids, mas aqueles mdicos e os novos em Ann Arbor ainda nosabiam exatamente onde o tumor estava localizado no meu pncreas.

    Isso era crucial, porque, aparentemente, um cirurgio no pode simplesmente remexerno pncreas de uma pessoa. Evidentemente, voc pode ter uma hemorragia terrvel se elesentrarem sem saber o local exato que esto tentando atingir. Mas estava sendo mais fcilfalar que fazer.

    Uma jovem mdica no hospital da UM teve uma ideia brilhante: ela passaria umasonda peditrica atravs do meu corpo para encontrar a localizao exata do meu tumor.Funcionou, graas a Deus. Ruth e eu ficamos extremamente aliviados por ela terencontrado o tumor. No queramos enfrentar a possibilidade de um sangramentoexcessivo durante a cirurgia.

  • Minha cirurgia durou cinco horas. A querida Ruth j tinha passado por uma montanha-russa, imaginando o que havia de errado comigo, e sabendo que algo estava errado, masno o que aquilo poderia ser. Meus episdios eram estressantes tambm, sem contar odrama de ser diagnosticado com essa doena extremamente rara e a preocupao por nosaber se os mdicos encontrariam o local do tumor.

    Ela diz que Deus lhe deu um profundo conforto durante essas cinco horas em que elaesperava para saber o que havia acontecido na mesa de operao. No fim, as coisastinham ido bem, de acordo com as expectativas dos mdicos para a cirurgia. Eles noencontraram problemas no local do tumor, e a minha glicose sangunea foi de oitenta para180 e, ento, rapidamente para o nvel normal de 115, assim que o tumor foi removido. Onico problema foi que eu acordei com mais dor do que achava ser humanamente possvel.

    De acordo com Ruth e nossa famlia e amigos, diversos entes queridos foram mevisitar aps a cirurgia. Mas eu no soube nem me importar com quem estava naquelequarto. Phil Mickelson poderia ter passado l para pegar algumas dicas de golfe comigo eeu no teria ligado.

    Uma mdica cujo nico trabalho era controlar a dor dos pacientes passou trs horasno meu quarto, ajustando minha medicao. De cerca de cinco da tarde s oito daquelanoite, ela tentou controlar minha dor. O que quer que estivesse fazendo, no estavafuncionando nem um pouco, embora no por falta de tentativas.

    No estou sendo choro quando digo que foi horrvel. Disseram-me que eu estava commuita dor porque o pncreas fica atrs do estmago, e ento o cirurgio teve que movermeus outros rgos para atingi-lo. Alm disso, em uma operao grande como essa, asterminaes dos nervos so aparentemente cortadas, e ento tm de ser religadas e seregenerar. Naquele momento, as terminaes dos meus nervos ainda no tinham seregenerado, para dizer o mnimo. Ah, e quase esqueci: a anestesia epidural parou defuncionar durante a cirurgia e eu tive que receber uma nova anestesia no meio doprocedimento. Ai nem comea a descrever.

    As enfermeiras gostam de dizer Como est sua dor, numa escala de um a dez?.Aquilo estava alm de um dez.

    Eu acordava e perdia a conscincia, despertando daquela e para aquela dor aguda. Eume lembro de apertar repetidamente o boto que acionava os remdios para controle dador, mas nada parecia funcionar. Ruth dizia que, porque era a minha primeira noite aps aoperao, as enfermeiras entrariam a cada meia hora para verificar como eu estava. Ruthno conhecia Ann Arbor, e queria voltar para o seu hotel antes que ficasse escuro l fora.Ela me beijou no rosto, disse que me amava e saiu. Ela partiu aproximadamente s oito da

  • noite, logo aps a mdica do controle de dor ter desistido por aquele dia e ter deixado oquarto.

    Eu estava deitado em minha cama, infeliz e terrivelmente inquieto por causa da dor.Havia um relgio no meu quarto, mas no conseguia v-lo (e tambm no estava ligandopara o horrio). por isso que no sei exatamente que horas eram na noite de 27 de abrilde 2006, ou no incio da manh de 28 de abril, quando dois estranhos entraram no meuquarto e eu imediatamente esqueci completamente da dor.

  • 2DOISANJOS

    No me pergunte como eu sabia que os dois desconhecidos que haviam acabado de entrarno meu quarto eram anjos; eu simplesmente sabia. Sem sombra de dvida, eles eramvisitantes angelicais, vindos para me levar para casa. Eu tambm no estava nem umpouco preocupado. Um sentimento de profunda calma me percorreu enquanto esses doishomens se aproximavam da minha cama, um de cada lado. Eles estavam sorrindo e emsilncio. Meus anjos pareciam caras normais, exceto que caras normais geralmente nousam mantos brancos. Ambos pareciam ter cerca de quarenta anos e um metro e setentade altura. Um tinha cabelos castanhos um pouco longos, e o outro, cabelos mais curtos.

    Todo mundo tem uma imagem mental de anjos, e eu tambm tinha a minha. Quandoeu pensava em anjos antes de conhecer um de fato, eu os imaginava mais jovens que osseres que vi. Eu tambm pensava que anjos eram tanto homens como mulheres, mastalvez isso seja devido quela antiga srie de televiso, O toque de um anjo. E, na verdade,no, nenhum tinha asas. (Eu sei que isso que voc estava se perguntando, porque umadas principais perguntas que ouo sobre minha experincia: os anjos tinham asas?) Umpouco depois, tive um encontro com criaturas aladas, mas chegaremos a esse ponto nodevido tempo.

    Os anjos no poderiam ter sido mais delicados, pacficos e silenciosos enquanto me

  • desconectavam dos meus tubos. (Eu estava ligado a cerca de cinco tubos diferentes intravenoso, gstrico etc.) Mas espere s um minuto. Por que anjos com superpoderesque fazem o Homem-Aranha e o Super-Homem parecerem fracotes se dariam aotrabalho de me desligar dos tubos que me conectavam minha cama de hospital e a essaTerra? Eles no poderiam simplesmente me teletransportar ao paraso, como Scotty, oengenheiro-chefe da Enterprise, costumava impulsionar o capito Kirk de volta nave?

    Claro que eles poderiam ter me teletransportado, me projetado como um foguete, mefeito flutuar como um balo, mas no fizeram isso. Meus anjos escolheram cuidadosa egentilmente desligar cada tubo antes de levantarmos voo, e eu no sei exatamente porqu.

    Claro, tenho algumas teorias. Eles sabiam, porque Deus lhes havia dito, que eu era umholands, um banqueiro aposentado e, ainda por cima, um habitante do Meio-Oeste. Eu souum homem que gosta de pr os pingos nos i, ento talvez tenham achado melhor medesligar do planeta Terra de modo disciplinado.

    Meus instintos me dizem que eles estavam me preparando para o que viria emseguida, facilitando a minha transio dessa vida para a prxima.

    Meus anjos puseram seus braos ao redor de um dos meus lados; ento senti umasbita sensao ascendente, e ns trs comeamos a voar at o cu. Meus anjos mecarregavam com seus braos em volta de mim. Eu no estava nem um pouco assustado:era exatamente o contrrio. Sentia uma perfeita serenidade, mas tambm um sentimentode entusiasmo pelo que estava por vir. Foi suave e maravilhoso, garanto a voc, no comoem alguma viao comercial, sacolejando pelos cus.

    No poderia dizer quanto tempo demorou a viagem entre alguns segundos e algunsminutos, no mximo. Meus anjos e eu vovamos por um cu brilhantemente azul, e eusentia uma sensao profunda de leveza e calma.

    Havia simplesmente muita paz.

    Ministros da graa divina

    Antes de conhecer os dois anjos que vieram me levar ao cu, eu no havia pensado muitosobre o assunto. Eu sabia que anjos tinham estado comigo quando nasci, e que estariamcomigo quando morresse. Eu acreditava em anjos desde quando consigo me lembrar.Porm, quando conheci meus dois anjos e voei com eles para o paraso, fiquei pensandodepois sobre todas as maneiras pelas quais os anjos esto conosco e nos apoiam entre onascimento e a morte.

  • Posso contar em uma mo o nmero de sermes bons e srios que ouvi em minhavida sobre anjos. Quando voc holands, voc estoico, orgulhoso da dose de ceticismoque corre por suas veias laranjas (o laranja, para aqueles que no sabem, a cor dafamlia real holandesa, a casa de Orange-Nassau). Eu no sou da realeza, mas souholands e me orgulho disso. O que estou tentando dizer que os calvinistas holandesesno so muito fs de vises de anjos. At Joo Calvino, que fundou a teologia reformada,era cauteloso quando discutia o tema dos anjos. Muito do que se diz sobre anjos, ele disseuma vez, est fora da Bblia, no sendo, portanto, verificvel. (Ainda bem que Calvino noestava por aqui em meados dos anos 1990, quando anjos estavam na moda e pareciahaver seres celestiais fofinhos e gordinhos flutuando atrs de cada arbusto.)

    Mas, mesmo Calvino, com sua relutncia em desembocar nas tolices que podemocorrer quando as pessoas ficam obcecadas com anjos, disse que existiam ministros edistribuidores da graa divina entre ns.

    No h dvida de que o jeito que meus anjos me levantaram em meu quarto nohospital, com todo o respeito e a gentileza desse mundo e do prximo, foi um tipo degraa ou presente para mim. Aposto que Lzaro sentiu-se do mesmo jeito quando os anjoso carregaram ao seio de Abrao na parbola do homem pobre e do homem rico em SoLucas (16, 22): Ora, aconteceu morrer o mendigo e ser levado pelos anjos ao seio deAbrao. Morreu tambm o rico e foi sepultado. Cuidar dos fiis no momento da morte s uma das muitas funes dos anjos, de acordo com a Bblia.

    Eu sempre soube, desde meus dias de escola dominical, que os anjos eram servidoresde Cristo; como Cristo, observando o que dizemos e fazemos.

    Depois do meu tempo no paraso, fiquei mais fascinado do que nunca com anjos, edecidi estudar a Bblia e descobrir o mximo possvel sobre os dois desconhecidos queentraram no meu quarto de hospital e seus companheiros.

    Alm disso, depois de contar minha histria celestial para outras pessoas, vriascomearam a me contar suas prprias histrias incrveis sobre anjos, algumas das quaistransmitirei a voc.

    Mas, em primeiro lugar, posso compartilhar algumas das coisas fantsticas queaprendi sobre anjos na Bblia? Acho que voc ficar to intrigado quanto eu.

    Anjos para iniciantes

    H 196 referncias a anjos nas Escrituras. 103 no Antigo Testamento e 93 no NovoTestamento. Essas referncias esto distribudas pela Bblia em pelo menos 34 livros,

  • do Gnesis ao Apocalipse.

    Anjos so mensageiros celestiais. A palavra hebraica para anjo malach, e apalavra grega, angelos. Ambas significam mensageiro e descrevem algum queexecuta as metas e ordens de Deus.

    Os anjos foram criados antes da Terra. No livro de J (38, 4-7), quando Deus estquestionando J, somos informados de que os anjos (filhos de Deus) j estavam lquando a Terra foi criada:

    Onde estavas quando lancei os fundamentos da terra? Fala, se estiveres informadodisso. Quem lhe deu as medidas, j que o sabes? Ou quem sobre ela estendeu ocordel? Onde se assentam suas bases? Ou quem colocou nela a pedra angular, sob osalegres concertos dos astros da manh e sob as aclamaes de todos os filhos deDeus?

    Os anjos vivem no paraso, mas podem viajar para qualquer lugar no cosmo ena criao. Em So Marcos (13, 32), Jesus fala sobre os anjos do cu, o que sugerefortemente que os anjos tm l um lar ou centro para suas atividades. Entretanto, elestm muitas misses para cumprir e, portanto, tm acesso a todo o universo, tanto aocu como Terra. Na Bblia, os anjos serviram tanto na Terra (como o caso do anjoque voou e trouxe a Daniel uma resposta sua prece) como no cu: quatro anjos,descritos no Apocalipse (7, 1) estavam nos quatro cantos da Terra, se conservavamem p nos quatro cantos da terra, detendo os quatro ventos da terra, para que nenhumvento soprasse sobre a terra, sobre o mar ou sobre rvore alguma. Da Via Lctea aMilwaukee, do trono de Deus aos balanos em varandas na Terra os anjos tmacesso a todo o universo.

    Os anjos so super-heris. Mas no se engane, eles no so to poderosos quantoDeus. Alis, a Bblia nos informa que tm limitaes. Mesmo assim, comparados aosseres humanos, os anjos so muito mais inteligentes e sbios e possuem poderesespantosos. Para comear, podem voar, com ou sem asas (lembre-se, meus anjos notinham asas), e se transformar em um ser celestial ou humano em um piscar deolhos. Mas de vez em quando, como as histrias a seguir neste captulo ilustraro, osanjos podem aparecer a qualquer hora, e ento dissolver-se no ar. Eles soincrivelmente poderosos tambm. Estima-se que a pedra cobrindo o tmulo de Jesus,por exemplo, pesava entre 450 e novecentos quilos, o mesmo peso de um carro mdio.Um anjo rolou-a como se fosse uma bola de boliche. Em Atos dos Apstolos (12, 6),

  • consta que um anjo invadiu uma priso, quebrou cadeias de ferro com suas prpriasmos e deixou o apstolo aprisionado escapar. O apstolo Pedro diz tudo: os anjos sonossos superiores em fora e poder (II So Pedro 2, 11).

    Os anjos esto numa misso. Seu principal trabalho parece ser cultuar e louvar aDeus no cu (eu ouvi suas vozes fenomenais quando estava no porto). Mas os anjostambm revelam a vontade de Deus para seus filhos, como o anjo Gabriel revelou aMaria que ela ficaria grvida. Eles nos guiam e nos orientam; deram instrues a Jos,s mulheres no tmulo, a Filipe, Cornlio e a muitos outros na Bblia. Deus usou osanjos para fornecer necessidades fsicas tais como comida e gua para Agar, Elias eCristo, aps sua tentao. Eles nos protegem, mantendo-nos longe do perigo fsico como protegeram Daniel na cova dos lees e nos salvam do perigo quando nosconfrontamos com ele. Por fim, mas no menos importante, uma das funesanglicas nos fortalecer e incentivar, do mesmo modo como um anjo incentivouPaulo ao contar a este que ele e todos os outros no navio iriam sobreviver ao iminentenaufrgio (Atos dos Apstolos 27).

    Na Bblia, fala-se dos anjos como sendo homens. Sei que em Cristo no h machoou fmea. Tanto homens como mulheres so feitos sua imagem e Ele os amaigualmente. Meus anjos eram homens, assim como a grande maioria dos anjosmencionados na Bblia, pelo menos aqueles que assumiam a aparncia de sereshumanos. Claro, possvel que, uma vez que os anjos so seres espirituais, elespossam assumir a aparncia de mulheres, assim como de homens (veja, a seguir, ahistria de Gordy). H uma exceo na Bblia, em Zacarias (5, 9), que contm umapista de que pode haver anjos mulheres: Ento levantei os olhos e olhei: apareceramduas mulheres, e o vento soprava em suas asas. Tinham asas como de cegonha.Como cegonhas, hein? Agora isso tocou num ponto sensvel para mim, por motivosque eu explicarei em breve. De todo modo, possvel que esse versculo dcredibilidade existncia de anjos mulheres. Alguns telogos acreditam que asmulheres aladas aqui so de fato seres celestiais, mas no necessariamente anjos. Euos deixarei disputando esse ponto em particular.

    Anjos so invisveis, a no ser que Deus abra nossos olhos a eles ou que elesassumam a aparncia de homens reais. Por serem criaturas espirituais,normalmente no podemos ver os anjos que esto aqui conosco, cuidando de ns,ministrando para ns e lutando em nosso nome. Mas, s vezes, Deus nos d ahabilidade de v-los, como eu fui sortudo o bastante para ver. Balao, o homem da

  • jumenta, no pde ver o anjo em seu caminho at que o Senhor abriu seus olhos(Nmeros 22, 31), e o servo de Eliseu no podia ver a multido de anjos que o cercavaat que Eliseu rezou para que seus olhos fossem abertos (II Reis 6, 17).Repetidamente, nas Escrituras, os anjos foram tomados por homens porque erafrequente terem a mesma aparncia que homens! Abrao pensou que os trs anjosque se aproximaram de sua barraca no deserto fossem visitantes normais, e ofereceu-lhes comida e bebida. Seu sobrinho Lot pensou a mesma coisa quando, pouco tempodepois do encontro angelical do seu tio, dois anjos apareceram em sua casa emSodoma. Ele os convidou a lavar os ps e permanecer durante a noite. No acho queele teria pensado em ps limpos se eles no tivessem a aparncia de homens comuns.

    Meus anjos tinham a aparncia de homens que eu poderia ver no campo de golfe, ou numjogo de hquei, a no ser, claro, pelo fato de estarem usando mantos com mangascompridas. Suas roupas eram brancas e finssimas, quase translcidas, mas nototalmente transparentes, e iam at cinco ou oito centmetros do cho. Ambos usavamcordas ou longos trapos como cintos ao redor da cintura.Os anjos so s vezes descritos na Bblia como criaturas cujos rostos so comorelmpagos e que usam trajes de um branco fulgurante, deslumbrante. Ao ver essesanjos, as pessoas caam com os rostos no cho, com medo e maravilha.

    Anjos incgnitos

    Depois da minha viagem ao cu, fiquei maravilhado com a quantidade de vezes na vida queprovavelmente estive cercado por anjos sem saber. Quantas vezes eu joguei no mesmocampo de golfe que um anjo, ou sentei ao lado de um deles em um jogo de hquei,desconhecidos que tinham uma aparncia comum e agiam de modo inteiramente normal?Muitas pessoas tm me perguntado sobre como eram meus anjos, e algumas at mecontaram suas prprias histrias de encontros com anjos aqui na Terra. Escolhi vriasdessas histrias para compartilhar com voc, esperando e rezando para que voc seja tocativado, inspirado e incentivado por elas quanto eu.

    O anjo de Janet

    Janet era o tipo de mulher no qual as pessoas nem reparavam. Desajeitada e carecendo detalentos sociais, era uma pessoa to desimportante quanto voc capaz de imaginar. Umatrabalhadora na linha de montagem de uma fbrica de biscoitos, Janet voltava todas asnoites para um apartamento apertado e sujo, onde conversava no telefone com sua meidosa, Millie, ou ligava a televiso e aquecia algum tipo de refeio congelada. Mas Deus,

  • seu Pai celestial, amava-a tanto que mandaria um anjo ao seu funeral para transmitir umamensagem to poderosa que os poucos participantes jamais a esqueceriam.

    Um dia, quando Janet tinha quarenta e poucos anos, morreu subitamente de um ataquecardaco. Tendo poucos amigos e menos familiares ainda, coube ao pequeno grupo daigreja de sua me planejar o funeral de uma mulher que mal conheciam.

    Por Millie, os membros do pequeno grupo tentaram fazer com que o funeral de Janetfosse agradvel e significativo. Eles encomendaram flores roxas para o enterro, porqueMillie disse que era a cor preferida de Janet. As canes de que ela mais gostava foramcantadas por uma plateia difusa de cerca de trinta pessoas que entravam aos poucos nosanturio de quinhentos lugares. As meninas dos olhos de Janet suas duas pequenassobrinhas-netas abraavam a me e a bisav no banco da frente, quase vazio, nofossem elas quatro.

    Foi um risco, mas Millie respondeu afirmativamente quando lhe perguntaram sedeveria haver um tempo para as pessoas compartilharem suas lembranas de Janet. Seupior medo que ningum andasse at o microfone com uma memria quase se realizouquando um silncio embaraoso caiu sobre a pequena plateia.

    Justamente quando o pastor comeou a pigarrear para pr um fim desanimadorahora de compartilhar, um jovem afro-americano sentado num banco lateral, separado pordiversas fileiras de todos os outros, se levantou.

    Eu tenho uma mensagem, ele disse em uma voz clara e forte que ressoou como umsino. O jovem estava usando uma camiseta verde com trs cruzes. Com grandeconvico, ele comeou a ler a Epstola aos Hebreus 12, comeando no versculo 22:

    Vs, ao contrrio, vos aproximastes da montanha de Sio, da cidade do Deus vivo, daJerusalm celestial, das mirades de anjos, da assembleia festiva dos primeiros inscritosno livro dos cus, e de Deus, juiz universal, e das almas dos justos que chegaram perfeio. (v. 22-23)O homem com as cruzes na camiseta continuou lendo a passagem, com total claridade eum tom retumbante e autoritrio. A famlia de Janet o encarou; eles nunca o haviam vistoantes e tinham quase certeza que Janet tambm no. O pastor e o presbtero comearama trocar olhares. Depois de trinta anos juntos no ministrio, eles podiam quase ler a menteum do outro. Quem esse cara? Vamos investig-lo quando o funeral terminar. Elesacenaram um para o outro em concordncia enquanto a voz do homem ficava ainda maisressonante e firme e chegava aos ltimos versculos do captulo:

    Assim, possuindo ns um reino inabalvel, dediquemos a Deus um reconhecimento quelhe torne agradvel o nosso culto com temor e respeito. Porque nosso Deus um fogo

  • devorador. (v. 28-29)

    O jovem estava quase gritando quando enunciou as ltimas palavras da passagem, Porquenosso Deus um fogo devorador. Ele fechou a Bblia e sentou-se em silncio, enquanto osmembros da congregao, chocados, o encaravam. Seria ele amigo de Janet? Se era, noestava sentado com os poucos colegas do trabalho e outros conhecidos. Diversas pessoascuriosas fizeram uma nota mental para ir atrs do homem misterioso posteriormente, evoltaram sua ateno frente e ao sermo do pastor.Mas, quando o velrio acabou, e Millie e sua pequena famlia se retiraram pelo corredor ato vestbulo da igreja, seguidos pelos outros participantes, o jovem no estava em nenhumlugar. Teria escapado em algum momento durante o sermo do pastor? O presbtero,sentado no palco na frente da igreja, tinha mantido uma atenta vigilncia no homem. Eleno o vira sair. De fato, ningum se lembrava de ter visto o homem sair, embora pelomenos uma dzia de pessoas tivesse uma viso desimpedida dele pela igreja.

    Era estranho; porm, a Madison Square Church situa-se no centro da cidade, e, aolongo dos anos, eles j tinham visto uma poro de visitantes estranhos vindos da rua.Alm disso, era preciso confortar a famlia de Janet e participar do almoo do funeral. Amaioria das pessoas esqueceu o assunto momentaneamente, mas no o pastor nem opresbtero.

    Ambos sabiam muito bem que aquele desconhecido era diferente de qualquer outro quej haviam recebido em seus anos de ministrio. Ele estava claramente sbrio, arrumado(mesmo que de forma estranha para um funeral), e mantendo total controle sobre seudiscurso e dico. Era como se ele tivesse uma mensagem a transmitir, uma mensagemem nome de outra pessoa.

    Porque nosso Deus um fogo devorador.O quo forte e imperiosa tinha sido a sua voz enquanto lia aquelas palavras da

    Epstola aos Hebreus! O pastor escapou para um recinto silencioso, abriu sua Bblia emHebreus, captulo 12, e releu a passagem que o visitante tinha transmitido de modo toenvolvente. Que mensagem inslita para ser lida num funeral, especialmente no funeral deuma pessoa to mansa e meiga como Janet! Mas, por algum motivo, o pastor e todosreunidos l sentiram que, estranhamente, a ardente missiva fora apropriada. A moralparecia ser que, apesar de Janet ter vivido uma vida quieta, quase imperceptvel a todosexceto por alguns entes queridos, ela acreditava no Deus do fogo devorador, e estavacom Ele agora no cu. Sua escolha de acreditar nesse Deus tinha sido atrevida e ousada tudo o que ela parecia no ser e significava que Janet tinha agora se juntado smirades de anjos. Falando em anjos, a suspeita do pastor estava crescendo. Como foi

  • que o presbtero, com seus olhos de guia que nunca perdiam nada, no vira o jovemdeixando o santurio? Ou melhor, como ningum l o vira?

    O pastor leu cada palavra da passagem da Epstola com cuidado, rezando porsabedoria para receber a mensagem do modo como Deus desejava. Ele chegou ao pontoem que o jovem tinha interrompido a leitura e, em vez de parar de ler, decidiu continuar,esperando entender o contexto da passagem. Sentiu um arrepio na espinha quando leu apassagem que se seguia quela que foi lida pelo desconhecido: No vos esqueais dahospitalidade, pela qual alguns, sem o saberem, hospedaram anjos (Hebreus 13, 1-2).

    Embora no haja provas que esse desconhecido tenha sido um anjo (nunca h, porsinal), o pastor sentiu uma onda de gratido passar por ele. Ele tinha certeza de que ele eo pequeno grupo no funeral haviam recebido um anjo sem saberem. Eles tinham sidoclaramente relembrados por esse mensageiro divino da santidade absoluta de Deus.

    E ningum que participou do humilde funeral da solitria e desimportante Janet jamaispensou sobre ela do mesmo modo depois disso, nem esqueceu que havia sido visitado porum anjo com uma camiseta verde.

    Meu nome Otis

    A misso do anjo de Janet era transmitir uma mensagem de Deus, mas algumas dashistrias de anjos que as pessoas me contaram envolviam outros propsitos. Assim comoDeus usou anjos para fornecer gua ao menininho de Agar que estava com sede, pocozido debaixo da cinza para um Elias faminto enquanto ele se escondia no deserto, ealimento para Jesus aps sua tentao, os anjos esto nossa volta, nos ajudando deformas muito prticas. A histria de Jamie contm um anjo habilidoso chamado Otis, queno poderia ser mais pragmtico.

    Jamie uma me animada e jovem do Texas, e compartilhou trs histrias de comoacredita que Deus enviou anjos para cuidar dela e salv-la, assim como a seus entesqueridos.

    Eu era pequena e estava viajando com meus avs para um acampamento, quandotivemos problemas com o carro. Meu av encostou o camper e olhou sob o cap paraver o que estava acontecendo. Um homem parou seu carro e ofereceu ajuda. Ele evov olharam sob o cap juntos e trabalharam no motor por bastante tempo, enquantoconversavam. Quando vov seguiu o homem para pegar algo no porta-malas do carrodele, notou equipamentos de pesca e questionou-o sobre isso. O homem disse que ele

  • e seus irmos eram pescadores. Parecia estranho, porque estvamos longe de qualquermassa de gua grande o bastante para pesca comercial.

    Minha av do Sul, e mulheres sulistas escrevem notas de agradecimento em todasas ocasies. Ela tentou faz-lo escrever seu endereo para que ela pudesse enviar-lheuma nota de agradecimento. O homem recusou com educao. Vov e vovofereceram um pagamento pela ajuda, mas ele no aceitou nada nem deu nenhumainformao.

    Pelo menos nos deixe te levar para comer, pediu meu av, mas o desconhecidos sorriu e disse que no era necessrio, que ele estava feliz por poder ajud-los. Meunome Otis, ele disse, quando meus avs perguntaram (vov provavelmente estavatorcendo por um sobrenome para poder procur-lo e enviar aquela nota deagradecimento de qualquer jeito!). Mas ele no deu um sobrenome e eles no quiserampression-lo. Otis nos seguiu em seu carro, saindo bem fora de sua rota, at umaconcessionria onde sabia que poderamos reparar o camper. Ele acenou para nsenquanto ia embora, e nunca mais o vimos.

    Agentes de resgate

    Como o misterioso quarto homem que salvou Sidrac, Misac e Abdnago da fornalhaardente em Daniel, captulo 3, os anjos so enviados para nos resgatar de graves perigos.O rei Nabucodonosor e seu chocado squito inclusive viram o anjo salvador, que pareciaum filho dos deuses (v. 25), de p em meio ao fogo, totalmente despreocupado, com otrio de homens que o rei supunha ter mandado morte.

    Mas, s vezes, no vemos ningum, pois os anjos que nos salvam do mal soinvisveis, ou talvez s se manifestem em um claro. Isso ocorreu nas outras histrias deJamie: uma delas, que aconteceu com uma amiga sua, e a segunda, que a tocouprofundamente.

    A histria de Missy

    O pai de uma amiga sempre rezava pela proteo de seus filhos toda vez que elessaam de casa. Nessa ocasio, rezou para que Missy ficasse segura na estrada antesde uma viagem. Ela dirigia atrs de um caminho semirreboque, e viu um lampejo deluz. Seu carro subitamente morreu, parando bem no meio da estrada, e ela viu ocaminho, que se afastava dela, desviar loucamente como se um pneu tivesse

  • estourado! Ela sabia que se seu carro no tivesse parado naquele ponto especfico naestrada, certamente no teria conseguido evitar colidir com o caminho. No havianada de errado com o carro antes ou depois de morrer, e ele comeou a funcionar denovo como se nada tivesse acontecido. Ela acredita que as preces de seu pai foramatendidas e que um anjo a protegeu naquele dia.

    A histria de Zackary

    No vero passado, estvamos num torneio de golfe beneficente e nosso filho de umano, Zackary, foi atropelado por um carro de golfe de mais de trezentos quilos, dirigidopor um menino de oito anos sem a superviso de um adulto. Eu no vi o queaconteceu, pois tinha virado as costas por alguns segundos e estava conversando comalgum. Ento ouvi gritos, e, quando me virei, vi meu beb sob o carro. Meu coraoparou, claro. Nunca fiquei to aterrorizada em minha vida. Algum ligou para aemergncia e um grupo de homens tentou pux-lo de baixo do carro. Quandofinalmente o retiraram, eu o examinei freneticamente, e para o meu profundo alvio,Zackary s tinha alguns leves arranhes no pescoo e na bochecha, e um pequenoarranho na cabea. Mais tarde, os socorristas e os mdicos no conseguiam acreditarque ele no foi morto e nem mesmo ficou seriamente machucado. Um deles disse queno havia outra explicao a no ser que um anjo tinha se posto entre meu filho e ocarro de golfe e o salvado.

    S para complementar, e porque quero que voc termine esse captulo com seus olhosabertos para a possibilidade de anjos agirem nossa volta, quero compartilhar mais duashistrias, transmitidas a mim por pessoas maravilhadas com o que tinham experimentado.

    A histria de Sharon

    Minha amiga e eu estvamos numa conferncia de trabalho na Filadlfia. Uma noite,fomos jantar na cidade. No notamos que estava ficando bem tarde e, quandofinalmente pagamos a conta e voltamos para nosso carro alugado, o estacionamentoestava deserto, exceto por outro carro.

    Dois caras estavam de p ao lado do carro, nos observando atentamente e, mepareceu, de um modo predatrio. Eu tive uma sensao ruim sobre eles e aquelasituao. Me senti muito vulnervel naquele momento. De repente, cerca de oito

  • homens, usando mantos brancos, se juntaram aos dois caras, e cercaram os dois e ocarro deles. Minha amiga e eu pulamos para dentro do nosso carro e trancamos asportas, olhando com espanto enquanto os dois homens saam com pressa doestacionamento. Um piscar de olhos depois, os homens usando mantos tinhamdesaparecido.

    A histria de Gordy

    Trabalho de zelador em uma escola crist, um trabalho no qual sou abenoado porpermanecer h anos. As crianas e sua alegria e risadas fazem tudo valer a pena; elasat tem um Dia sr. Gordy todos os anos, quando colocam uma camiseta engraadacomo as que eu gosto de usar.

    Eu moro perto da escola, e meus vizinhos tambm sabem que podem contarcomigo para consertar as coisas. Um dia, eu estava nos galhos da rvore de umvizinho, tentando ajud-lo a podar um enorme galho morto antes que casse emachucasse algum. A juno dos dois troncos da rvore estava a cerca de seismetros do cho, e o galho, a mais de sete.

    Havia uma corda entre meu vizinho e eu (ele estava no cho). Eu lhe disse parame puxar para a esquerda, mas ele puxou para trs, o que me fez perder o apoio ecomear a cair.

    Enquanto caa, vi uma estaca embaixo de mim e sabia que tinha que evit-la, casocontrrio, seria empalado por ela. Desviei para fugir da estaca, e ca num tablado decimento entre a calada e a grama. Minha plvis entrou em contato direto com ocimento, e eu sabia que a tinha quebrado. Eu levantei e manquei uns dois passos antesde desabar no cho.

    Enquanto estava no cho, numa dor horrvel, meu primeiro sentimento foi detristeza, porque sabia que no poderia ir trabalhar por um tempo e eu amo ficar pertodaquelas crianas. E ento eu vi uma mulher afro-americana com cerca de quarentaanos cruzar a rua e vir at mim. Rezarei por voc, ela disse, ajoelhando-se ao meulado e pondo suas mos sobre mim. Ela rezou uma prece muito simples e curta porpaz e cura, e ento foi embora. Eu nunca a tinha visto antes, e conhecia quase todomundo no bairro.

    Mais tarde, aps a reabilitao no hospital e em casa, eu perguntei s pessoas dacomunidade e ningum sabia quem podia ser essa mulher. Eu queria muito agradec-la.O que me convenceu que ela era um anjo foi o modo pelo qual meu velho corpo sarou.Meu mdico me perguntava se eu sentia qualquer dor remanescente, e eu continuava

  • dizendo que no, no sentia. Ele finalmente me disse que quase todas as pessoas comesse tipo de leso no anel plvico sofriam de dor crnica depois, e no conseguiaacreditar que eu estava bem. Eu realmente acredito que essa mulher era um dos anjosde Deus, intercedendo por mim enquanto eu estava deitado, todo quebrado, na calada.Essa experincia me ensinou que voc tem que ser receptivo ao trabalho de Deus, poisele ocorre em nosso entorno.

    O roar das asas de um anjo

    O anjo de Janet transmitiu uma mensagem de Deus. Otis e a mulher afro-americanacuidaram dos filhos de Deus em seus momentos de necessidade. E anjos em misses deresgate salvaram Missy e Zackary de um mal terrvel ou mesmo da morte.

    Meus dois anjos cuidaram de mim no momento mais crtico, me confortando com suagentileza e fora. Isso precisa ser repetido: eles no tinham asas, mesmo que tenhamvoado comigo at o cu. Mesmo assim, seres alados tm um papel nessa histria, comoexplicarei em breve.

    Na Bblia, alguns anjos, especialmente os querubins e serafins, so representadoscomo seres alados em diversas passagens, incluindo o xodo (25, 20): Tero essesquerubins suas asas estendidas para o alto, e protegero com elas a tampa, sobre a qualtero a face inclinada. Estes versos em Isaas falam tanto sobre o trono que eu vi no cucomo sobre os anjos alados:

    No ano da morte do rei Ozias, eu vi o Senhor sentado num trono muito elevado; asfranjas de seu manto enchiam o templo. Os serafins se mantinham junto dele. Cadaum deles tinha seis asas; com um par velavam a face; com outro cobriam os ps; e,com o terceiro, voavam. (Isaas 6, 1-2)

    Querubins, eu descobri, no s tm quatro faces (uma de cada: homem, boi, leo e grifo),mas tambm quatro asas conjuntas cobertas de olhos. Aps a queda, eles guardaram ocaminho de volta ao Jardim do den e rvore da Vida. Eles tambm assistem o trono deDeus. So Toms de Aquino tinha uma teoria de que Sat era um querubim cado.Serafins tambm servem como zeladores do trono de Deus, continuamente louvando-o.Acho fascinante que seu nome, seraphim, signifique aqueles que queimam. Foi umquerubim ou um serafim cujas asas tocaram meus braos, rosto e cabea quando euestava em frente ao porto do paraso? Eu no podia ver as criaturas ao meu redor, mas

  • sentia o bater de suas asas em minha pele. Para ser mais especfico, as penas erammacias mas firmes, como aquelas de um pssaro grande, um ganso canadense, um cisne,ou mesmo uma cegonha. A sensao no foi a de um pintinho fofinho, felpudo.

    A histria de anjos de Peggy tambm me foi contada aps a minha viagem ao cu, equando a ouvi, imediatamente recordei a sensao daquelas asas de anjos tocando meucorpo.

    O toque das asas de um anjo

    Peggy, me canadense de cinco filhos, era o tipo de me que sempre rezava por seusfilhos antes de eles irem para a escola todas as manhs. Um dia, Peggy estava rezandopor suas duas garotinhas antes de elas sarem. Assim que terminou de rezar e abriu aporta para deix-las sair, ela sentiu um rpido e suave farfalhar de asas sobre sua cabea.Foi como se um grande pssaro tivesse voado por ela, vindo de dentro da casa, atrs dasmeninas. Mas quando Peggy se voltou para ver o que era, ela no viu nada atrs de si.Mesmo assim, o que quer que tenha sido tinha voado para fora da casa e no para dentro.Ela olhou para a calada onde suas filhas estavam andando at a escola e no viu nada.Nenhum pssaro grande. De repente, ela soube no fundo do corao que o que haviasentido fora um anjo, seguindo suas filhas e vigiando-as a cada passo do percurso.

    No uma histria maravilhosa e reconfortante do cuidado de Deus com seuspequenos?

    Angelos

    Estou inclinado a acreditar que meus dois visitantes celestiais eram da ordem maiscomum de anjos, simplesmente angelos, ou mensageiros. Eles so os anjos maispreocupados com os assuntos das pessoas na Terra; executam vrios trabalhos eassumem todo tipo de misso, incluindo voar comigo at o cu naquela noite incrvel.

    Como disse, meu voo foi o mais suave possvel, uma sensao de planar que eu nuncaesquecerei, pois foi diferente de qualquer outro voo em que eu j embarquei na Terra.Voamos inicialmente para cima, por alguns segundos ou mesmo um minuto inteiro. Eento, reparei em duas coisas: meus anjos de repente mudaram de rota, guinando para adireita um pouquinho, antes de comearmos nossa descida.

    Sim, foi uma descida, definitivamente uma queda e no mais uma subida.

  • Estou completamente seguro disso. Estvamos descendo, deslizando em um ngulo,quando percebi outra coisa. Olhei para baixo e vi que estava vestido com calas; que emalgum lugar em pleno voo, entre esse mundo e o prximo, eu tinha mudado de roupa.Quando os anjos me pegaram, eu estava usando meu camisolo azul do hospital. Em plenoar, vi que agora usava uma camiseta marrom de golfe, cala cqui e sapatos, o tipo decoisa que usaria para ir jantar com minha mulher. Mais tarde, quando daria uma olhada emminha querida me, avs, genro e amigos, perceberia que eles tambm estavam vestidosde modo similar ao que faziam enquanto viviam suas vidas na Terra.

    Tem outra coisa que quero contar a voc sobre o modo como pousei no paraso. Ruthe eu temos sorte de viver em um condomnio no qual a maioria dos vizinhos so pessoasmais velhas, como ns. Eu gosto de relaxar de vez em quando em uma cadeira dedescanso ao lado do lago artificial embaixo das nossas portas, assistindo as avesmigratrias que voam em bandos para as margens do lago.

    J vi um milho de gansos canadenses descendo para aterrissar beira do lago, suasasas marrom-cinzentas iluminadas enquanto planam suavemente em direo ao cho.Quando eu atraquei no porto do cu, senti-me como um desses gansos, suavementedeslizando at o solo.

    Assim que meus ps atingiram o cho, meus dois anjos desapareceram e eu no os vioutra vez.

    Eu tinha aterrissado em outro reino, no reino dos cus, onde eu veria, ouviria e sentiriacoisas alm dos meus sonhos mais fantsticos. Durante aqueles segundos sagrados nocu sem nuvens, eu j estava muito feliz.

  • 3LUZES, CORES E UMAHISTRIA DE AMOR

    As cores e luzes no paraso eram simplesmente sublimes. Claro que eram. Voc esperariamenos que isso?

    Elas eram as cores mais profundas, ricas e gloriosamente exuberantes que eu j tinhavisto, e havia algumas que eu nunca tinha visto antes. O paraso um sonho tornadorealidade para aqueles que amam as coisas coloridas, e nossa casa l iluminada pelo Paidas Luzes, que colocou o sol e a lua no cu. Como o apstolo Joo disse em sua viso doparaso: A cidade no necessita de sol nem de lua para a iluminar, porque a glria deDeus a ilumina, e a sua luz o Cordeiro (Apocalipse 21, 23). As luzes que eu vi estavammuito alm de descries como radiantes e luminosas; eram vislumbres suaves edelicados, mas tambm robustos, e feixes de luz audaciosos e vigorosos que eram, dealgum modo, suaves aos meus olhos.

    Eu simplesmente no acho que aquelas cores e luzes existam na Terra. Mas Marvin,voc pode estar pensando, isso no me ajuda nem um pouco. Voc no pode ser maisdescritivo? Bem, vou tentar o melhor que posso. Eu sei que indescritvel uma palavrafrustrante, mas juro que se adequa situao. Mesmo assim, vou tentar transmitir a vocas cores que vi no paraso.

    Eu no vi ruas de ouro. Lembre-se, no cheguei muito longe, s at o porto e ento

  • dei uma breve espiada l dentro. Eu gosto de dizer s pessoas que como se algumfosse do Nepal, do Congo ou de algum outro lugar e fosse jogado de um helicptero dentrodo Parque Estes, no Colorado, e apanhado pelo mesmo helicptero vinte minutos depois.Sua impresso seria de que os Estados Unidos so uma grande cadeia de montanhas compicos nevados e irregulares, porque isso que aconteceu de voc ver durante o tempo quepassou l.

    Outros viajantes celestiais tiveram vises diversas das minhas, e testemunhasconfiveis chegaram sim a ver ruas de ouro e pessoas com asas (no anjos). Todd Burpo,o precioso garotinho cuja histria contada em O cu existe mesmo, at viu ummagnfico cavalo com as cores do arco-ris. Eles no esto inventando suas viagens maisdo que eu estou inventando a minha; a cada um de ns simplesmente foi dada a breveprvia que Deus queria que tivssemos.

    Porm, eu vi algumas coisas realmente fenomenais. As cores e luzes eram s duasdessas vises.

    O verde mais verde e o azul mais azul

    Eu vi bebs, crianas e adultos de todas as idades brincando e conversando e rindo nagrama que era do verde mais verde que eu j vi. Sou um grande f de golfe, e gosto deassistir todos os anos ao crme de la crme dos torneios de golfe, o Masters Tournament,em Augusta, Georgia. S pude ver a grama na qual os melhores golfistas do mundo jogampela televiso de alta definio, mas aquele carpete impecvel cor de esmeralda asuperfcie mais verde que eu j vi em minha vida. Um conhecido teve o privilgio deassistir o Masters Tournament, e sua mulher caoou dele porque voltou para casa comvrias fotos da grama. Olha esse gramado, ele disse, todo animado, enquanto ela viravaum pouco os olhos. Veja como perfeito, como incrivelmente verde. Imagine a gramaverdejante e esplndida do Masters e ento tente imaginar uma grama mais verde e muitomais luxuosa. esse o verde da grama no paraso.O cu atravs do qual eu voei para o paraso e o firmamento que o cercava eram do azulmais puro e mais azul que voc pode imaginar. A atmosfera estava embebida em cor eluz, e o azul era, mais uma vez, muito melhor que qualquer tonalidade de que podemosnos vangloriar aqui embaixo.

    O tom mais prximo ao qual eu posso associar esse azul sobrenatural so os tonssurreais da gua no Caribe ou na costa do Hava ao pr do sol. um azul com o qual ficarmaravilhado, que deve ser apreciado e admirado com todo o corao. Imagine um oceano

  • ou uma baa tropical em seu ponto mais azul, e ento pense sobre o fato de que um azulincomparvel a essa cor est esperando voc e eu do outro lado. E se azul sua corpreferida, voc tem sorte. Pelo que eu vi, a segunda cor mais prevalescente no cu.(Voc consegue adivinhar a primeira? Fique ligado.)

    O negcio sobre as cores no cu que todas elas so perpassadas por uma claridade,um brilho que parece incorporar os raios do sol, os feixes de luz da lua, as centelhas deum fogo e a cintilao de uma estrela, misturados por um diretor de iluminao esalpicados sobre o dossel que iremos passar a eternidade observando.

    Como esse Mestre ama acrescentar brilho e calor em nossos caminhos escuros comprvias da claridade que est por vir!

    A luz da minha vida

    Era 1956, um ano bissexto; foi o ano em que dei um salto de f e amor que iria melhorarincrivelmente minha vida naquele abenoado dia de junho quando pus os olhos em Ruth, aluz da minha vida.

    Elvis Presley tinha acabado de fazer sucesso nas rdios com Hound Dog, Rodgers eHammerstein lanaram O rei e eu nos cinemas, e a General Electric introduziu umfantstico dispositivo chamado Snooz-Alarm, o primeiro despertador em que voc podiabater repetidamente at finalmente acordar.

    Eu tinha 21 anos, recm sado da Calvin College em Grand Rapids, onde me formaracom um diploma em economia e negcios. Era um vero de infinitas possibilidades, poiseu estava cortejando garotas, algumas vezes de modo adequado e outras com todo ocharme de um desastre ambulante. As garotas me confundiam e consternavam; sendo omais velho de trs meninos, eu no tinha o mnimo entendimento de seus hbitosmisteriosos.

    Naquele dia de vero, quando fui num encontro arranjado com uma estudante deenfermaria chamada Ruth, no estava esperando que meu mundo virasse de ponta-cabea.Eu s achei que amos comer uma pizza grudenta na pizzaria Fricano, e que eu talvez teriaa chance de flertar um pouco com uma garota bonita.

    Eu a achei linda. (Ainda acho.) No me lembro como estava a pizza naquela noite, masnunca esquecerei aqueles brilhantes olhos azuis e sua maturidade tranquila. Pensei que elaera uma das mulheres mais interessantes com quem eu j havia conversado. Ainda pensoisso, depois de todos esses anos.

    Porm, o mural de recrutamento estava me mandando maus agouros. Ruth diz que eu

  • demorei um ms para ligar para ela, e acho que foram na verdade uns dois. No foi faltade interesse, mas eu era imaturo e no sabia para onde ia minha vida. Mesmo assim, umou dois meses depois, eu liguei para ela, e pronto. No houve mais ningum para mimdepois de Ruth a partir daquele dia. Ento, eu parti para a formao de base com suaspalavras amorosas. No fundo, eu sabia que era a primeira vez que uma mulher meoferecia palavras como aquelas de modo to sincero.

    Ns trocamos cartas, e essas cartas alegraram meus dias durante o treinamento. Elaera uma enfermeira jovem, apenas comeando, e seu trabalho acarretava muitas questessrias, assuntos de vida e morte. Ruth abria o corao comigo naquelas cartas, e eutentava fazer o mesmo nas minhas. Uma vez que voc pe no papel, no pode mais seretratar. Eu fico muito feliz por termos colocado no papel nossos sentimentos um pelooutro, e conseguido nos conhecer de modo to completo, enquanto o correio voava deGrand Rapids a Colorado Springs, onde eu estava, e de volta.

    Quando voltei para casa, de licena, passamos cada minuto livre juntos. Ruth foimorar com seus pais para economizar dinheiro e, um dia, pouco tempo depois de eu tervoltado do Colorado, meu pai a levou joalheria para escolher o seu anel de noivado. Nasua prxima visita ao Colorado, ela teve uma viso deprimente: seu valente namorado doexrcito deitado, debilitado, numa cama de hospital, com olhos vermelhos e inchados euma tosse seca. Pelo menos eu estava segurando um anel de diamante pelo menos tinhaisso a meu favor.

    Eu estava to doente com pneumonia que no consegui nem sair da cama para meajoelhar e pedi-la em casamento. Pedi mesmo assim, e ela ficou com pena de mim edisse sim. Ela disse sim! Naquele momento, mesmo doente daquele jeito, eu senti minhaalma se encher de claridade.

    Dana dos espritos

    O paraso me entusiasmava com seus verdes e azuis, mas a cor primria parecia ser obranco. Branco! No estou falando do famoso tnel com a luz branca. Eu nunca vi umtnel como esse, embora outros o tenham visto, ento estou mantendo a mente aberta.

    O branco uma das minhas cores preferidas branco e vermelho. Ns nunca tivemosum carro que no fosse branco ou vermelho.

    O branco no cu perdoe-me! no era comparvel a mais nada. De um brancobrilhante a uma rocha opala a uma cor de lua ou copo de leite, os tons de brancoagrupavam-se no cu como um enorme buqu de noiva, branco sobre branco sobre branco,

  • porm todos os matizes e tonalidades eram distintos, incluindo alguns brancos que Deusest reservando para vermos na glria. A grande variedade de brancos inclua brancosmais brilhantes e brancos mais suaves e eles eram todos deslumbrantes.

    H trs referncias na Terra que posso usar para comparar as variaes de cor e tonsno paraso. O exemplo mais prtico o redemoinho aucarado de um algodo-doce quevoc pode comer no circo ou numa feira. Assim como no algodo-doce h muitas coresdiferentes torcidas, as cores no cu iam se moldando, de brancos a azuis e vermelhos eroxos e verdes. As cores mltiplas mudavam, se deslocavam e se movimentavamconstantemente, girando, torcendo e flutuando.

    As muitas variedades reluzentes de branco eram, como toda cor celestial, infundidaspor uma luz brilhante. Agora ns vemos por um espelho, confusamente (Corntios 13,12), e parafusamos uma lmpada parede para podermos ler o jornal, passar nossasroupas e pagar as contas. As luzes no cu no esto presas a nenhuma parede. Elas estoconstantemente se movimentando e mudando de forma de um modo que me deslumbrou efascinou. A comparao mais prxima que posso fazer para descrever como era aqueleshow de luzes provavelmente a aurora boreal.

    Cerca de dez anos atrs, Ruth e eu voamos para Anchorage, onde alugamos umamotor home e passeamos pelo grande estado do Alasca por algumas semanas. Mais deuma vez, nossas bocas do Meio-Oeste ficaram abertas enquanto admirvamos oespetculo e magnificncia da aurora boreal.

    Os indgenas Cree chamavam essas luzes de dana dos espritos, pois elas fazempassos de dana nos cus polares, saltando e rodopiando em padres vermelhos, verdes,roxos, azuis e rosas. E que lugar mais cheio de espritos espritos reais do que oparaso?

    L, as cores iluminadas se juntam, se separam, se circulam elas pulam, giram,rodopiam e pulsam, quase como uma dana, como a aurora boreal. Por outro lado, se eucomparar o show de luzes no Alasca ao show de luzes no paraso... bem, o primeiro nochega nem perto.

    A resposta no

    Ruth respondeu sim primeira questo e no segunda. Estvamos a algumas semanasdo casamento quando eu recebi ordens de embarcar para a Alemanha por dois anos. Bom,isso acabou com os meus planos. O cara encontra a garota perfeita com quem se casar eento chega o exrcito e tudo fica adiado.

  • Eu sabia que a Ruth no ia ficar feliz com essa notcia. A data estava marcada, ela tinhacosturado seu vestido, e o bolo tinha sido encomendado. Ela e minha me j tinhamenfiado uns duzentos convites impressos em envelopes, os tinham lambido, fechado ecolocado na caixa de correio. Eu no sabia muito sobre mulheres, mas sabia que a notcia

    ia cair to bem quanto o Hindenburg2. Mesmo assim, o que so dois anos quando umhomem e uma mulher esto apaixonados?

    Nervoso, disquei o nmero de Ruth num telefone pblico na base no Colorado. Voc vai me esperar por dois anos eu disse, hesitante at que eu retorne da

    Alemanha? No ela respondeu, seca. Eu literalmente deixei cair o telefone de to chocado.No? No era essa a resposta que eu esperava. Mas acontece que Ruth estava dizendo

    no espera de dois anos, no a mim. O exrcito, num momento de bondade, permitiuque eu voltasse a Grand Rapids para me casar antes de ser enviado Alemanha. Eu tinhasido recentemente promovido a intendente da companhia aps quinze semanas detreinamento como soldado da infantaria.

    Ns ligamos para cada um dos convidados do casamento e dissemos que ele tinhasido antecipado. Em 9 de julho de 1957, Ruth se tornou minha esposa e tem estado comigodurante todas as etapas do caminho, na alegria e na tristeza, na riqueza e na pobreza, nasade e na doena e, literalmente, no cu e na Terra.

    A lua de mel foi breve e desajeitada, os erros escondidos por trs de uma fachada dedesejo esperanoso.

    E ento, mais rpido do que dizer gesundheit, estvamos de malas prontas e acaminho da Alemanha. ramos jovens e cheios de promessas para o que estava por vir. Euestava casado com algum em quem via montanhas para escalar, vales para explorar, enovas maravilhas chamando distncia.

    E juntos, h mais de meio sculo, escalamos mais montanhas do que eu consigocontar, mas primeiro tivemos que tropear em alguns montinhos. Quase me envergonhoem contar o que me fazia perder a cabea em relao ao comportamento de Ruth naqueleprimeiro ms. Veja s, eu descobri de repente, para o meu horror, que a linda criatura comquem tinha casado tinha um hbito horrendo: ela apertava a pasta de dente no meio dotubo em vez de cuidadosamente pression-la a partir do fim!

    E ela tinha uma nova sogra que mimava seus trs meninos de modo inacreditvel.Ento foi novidade pra mim quando descobri que Ruth no ia passar minhas camisas ecuecas como minha me sempre tinha feito.

    Sinto muito ela disse, num tom que indicava que no sentia nem um pouco. Mas

  • eu no fao isso.Bem, no tinha jeito. Ou eu passava minhas prprias cuecas ou as usava amassadas.Ns ajeitamos nossas vidas em Heidelberg e fizemos alguns amigos na pequena igreja

    da base. Logo depois de chegarmos, fui promovido a intendente-chefe do exrcito dosEstados Unidos na Europa, o que significava que era responsvel pelo paradeiro de 30 milsoldados. Um deles, por acaso, era o soldado raso Elvis Aaron Presley, que esteve naAlemanha durante minha estada l. Esses homens e mulheres estavam em campo ou no?Tinham tirado licena por doena? Nosso maior temor no momento era que a Rssiaatirasse a bomba atmica, e eu levava minhas responsabilidades muito a srio.

    Obviamente, eu me levava muito a srio tambm, se eu ia me pr em armas porcausa do tubo de pasta de dente (e de cuecas passadas). Nossa maior briga de recm-casados foi sobre piqueniques no sab. Hoje, eu fao um piquenique num domingotranquilamente, mas, na poca, tendo acabado de sair da casa da muito holandesa e muitoreformada Marjorie Besteman, eu tinha algumas objees. Minha noiva simplesmente noentendia o que havia de errado em colocar um cobertor sobre a grama verde e comer ovosmimosa e limonada no Dia do Senhor. O Senhor no tinha feito a grama verde, os ovos e alimonada para a nossa apreciao? Na verdade, o que ela disse foi: Essa a coisa maisestpida que eu j ouvi na vida.

    Aps um pouco de negociao, eu cedi ao seu modo de pensar em questes decumprimento do sab, e percebi que se algum ia passar minhas cuecas, teria de ser eu. Ea pasta de dente? Desisti completamente e comecei a apertar o tubo no meio, assimcomo minha querida.

    Ento voc pode perceber que foi uma grande tarefa que Ruth assumiu quando entrouna igreja para pegar minha mo e ouviu o padre dizer Estamos reunidos para celebrar ocasamento deste homem e desta mulher. No demorou muito depois disso at eladescobrir que tinha muito trabalho a fazer. Ah, mas eu amo o fogo em seus olhos quandoela est prestes a reclamar sobre algo. A vida feita em parte para nos divertirmos, eparte da diverso resolver os problemas, lidar com as diferenas e se esforar paraatingir um encontro de mentes.

    Fascas podem realmente voar quando um homem e uma mulher americanos enrgicose apaixonados discutem sobre algo importante para eles. Voc pode at chamar essasfascas de fogos de artifcio vistosas, audaciosas e coloridas, com muito vigor eintensidade.

    Fogos de artifcio no firmamento

  • Um dos meus feriados preferidos o Dia da Independncia dos Estados Unidos, quando oshambrgueres esto chiando nas grelhas, as bandeiras vermelhas, brancas e azuis,ondulando no Byron Center (Michigan), e os fogos de artifcio, explodindo no cu escuro. Jcontei a voc como as luzes no cu eram quase como a aurora boreal, mas fogos deartifcio so outra referncia que posso usar.

    Luzes explodiam e estalavam (mas no faziam voc querer enfiar os dedos no ouvidocomo aqui embaixo), decorando o paraso com formas como bolos, aranhas, penias e,claro, formas e criaes que no so deste mundo.

    Todas os tons de cores que voc consegue imaginar roxo, vermelho, azul, prateado,verde, branco se entrelaavam umas s outras em sequncias brilhantes. Eu estavaparalisado no meu lugar na fila para o porto, mas se pudesse desviar o olhar, olharia paracima e veria um arranjo diferente.

    Quem acha que vai ficar entediado no paraso, recostado numa nuvem demarshmallow em um mundo de cores pastis com harpas e bebs flutuantes, estredondamente enganado.

    S o show de luzes j foi completamente cativante. s vezes, uma bola de corgigante, num movimento constante, porm estvel, com tonalidades lentamenteentrelaando-se umas s outras, explodia logo acima de mim, um pouco como fogos deartifcio, um pouco como o Dia da Independncia.

    Mas, mais uma vez, se eu comparar os fogos em Michigan aos fogos no paraso... elesno chegam nem perto.

    Um jarro de vaga-lumes para a viagem

    Ruth e eu eventualmente aprendemos a separar o que realmente importava daquilo queno tinha importncia nenhuma, como tubos de pasta de dente e quem passaria qual peade roupa.

    A paternidade veio cedo para mim, e meus filhos e netos se tornaram a luz da minhavida.

    Enquanto ainda estvamos em Heidelberg, Ruth ficou grvida da nossa primeira filha,Julie. Nossos anfitries alemes se acabaram de chorar quando dissemos que tnhamos devoltar aos Estados Unidos. Eles se afeioaram tanto a ns como ns a eles, apesar dabarreira da linguagem. Ns adoramos nossa estada l, mas, naquela poca, o tempo deservio militar era de dois anos, e o meu tinha acabado. Fizemos as malas outra vez evoltamos aos EUA.

  • A primeira vez que eu segurei minha filhinha, Julie, em meus braos, estavairrompendo de amor e orgulho. Ela parecia leve a ponto de poder flutuar. Felizmente,consegui no derrub-la. Deus nos abenoou com outra filha, Amy, cinco anos depois, eento um filho, Mark, cinco anos mais tarde.

    Eu aproveitei cada momento passado com meus filhos, vendo-os crescer e assistindoa suas mentes e corpos se expandirem. Lembro as horas passadas com eles quando erampequenos. Lembro do suor em suas bochechas quando os beijava. Os primeiros dias deescola, as primeiras obras de arte, o jeito que tocavam a flauta, a trombeta e a corneta todos esses muitos episdios alegraram meus olhos e minha vida. No mudaria nem umsegundo de todos os anos que passei amando meus filhos. Eles animaram minha almadurante alguns dias muito sombrios e desafiadores.

    Um dos perodos mais sombrios em minha vida foi quando nosso filho, William John,morreu aps somente dez horas de vida. Contarei sobre William e todos os bebs que vino paraso mais tarde na minha histria. Por enquanto, direi apenas que todos queperderam um filho sabem que nosso corao ficou em pedaos quando William morreu.

    Ruth e eu aprendemos a lidar com a adversidade do mesmo modo como todosaprendem: passando por ela. Ambos decidimos que as coisas difceis iriam fortalecer aoinvs de quebrar a nossa unio. Por que motivo a vida to sombria, s vezes ns nosabemos, mas sabemos isto: o que acontece no to importante quanto o que fazemoscom o que acontece.

    Como marido e pai, eu tive muito a aprender sobre casamento, paternidade, amor e oque realmente importa. Ento se passou muito tempo e distncia desde aquele momentoat hoje. Tivemos momentos de grande alegria e profunda tristeza, mas Ruth sempre foi omeu farol, iluminando tanto os trechos escuros como os luminosos com seu amor esabedoria.

    Em Ruth, Deus Pai deu-me um jarro de vaga-lumes para a viagem de acampamento daminha vida.

    Aqui est, meu filho eu o imagino dizendo, me passando o jarro brilhante. Vai ficarescuro e assustador s vezes. Eu estarei sempre aqui, iluminando seu caminho, mas aquiest um presente para voc, s porque eu o amo.

    Hoje, aps 54 anos de casamento, sinto mais profundamente do que nunca a emooque me causa sua presena. Quando a encontro inesperadamente numa multido, comose uma cano alegre surgisse de algum lugar dentro de mim. Quando trocamos olharesem pblico, como se ela estivesse com uma placa com as exatas palavras de inspiraoque eu preciso naquele momento. Quando vou para casa noite, preciso ficar atento ao

  • pedal, para no pisar muito forte no acelerador ao me aproximar da casa onde ela esperapor mim. Eu ainda considero a maior alegria do dia o momento em que ela vem correndode onde quer que esteja para me receber na porta com um beijo. Voc pode perguntar:seriam essas as reflexes piegas de um velho? No posso negar.

    Quando observo a estrada nossa frente, vejo um homem e uma mulher idososandando rumo ao horizonte de mos dadas. Sei, no meu corao, que o fim ser bemmelhor do que o comeo.

    Aquecendo-se para sempre

    Aps minha viagem ao cu, Ruth me perguntou se eu pensei sobre ela durante meu tempol. Teria eu pensado sobre nossos filhos, nossos netos? Como sempre acontece com Ruth,ela no colocou a questo de modo defensivo ou inseguro. Ela perguntou por puracuriosidade.

    E a resposta no, no pensei em nenhum dos meus entes queridos, por mais que euos adore. Inclusive, se Pedro, por meio de Deus, tivesse me dado a escolha de voltar paraRuth, Julie, Amy e Mark, na Terra, ou ficar no cu, no h dvida de que eu teria escolhidoficar no paraso.

    Eu teria escolhido ficar naquele lugar deslumbrante, com luzes que danavam e fogosde artifcio coloridos explodindo, aproveitando cada vislumbre, raio, textura e tom.

    Claro, no s pelas luzes e cores que vale a pena ficar l. Ele. Ele o sol, a lua, as estrelas tudo. Um dia o Filho vai retornar e ns seremos

    pessoas melhores. Nada vai nos separar uns dos outros e dele. Juntos, Ruth e eu e aquelesque amamos vamos nos aquecer sob sua luz gloriosa para sempre.

    2 Hindenburg o nome do gigantesco dirigvel alemo que caiu em Nova Jersey, EUA, em1937. (N.T.)

  • 4NO PORTODO PARASO

    Eu tinha sido deixado por anjos no porto do paraso. Se voc est imaginando que no meulugar estaria nervoso ou assustado, no se preocupe! Sua experincia ser exatamente ooposto. Eu me sentia destemido e encantado. No senti nenhum nervosismo, apesar de tersido deixado, literalmente, em outro reino. Se eu sentia algo, era serenidade e calma;estava mais em paz e vontade que no meu dia mais relaxante na Terra.

    Imediatamente, vi uma porta enorme, com vrios andares de altura, ligada ao porto,e um muro sem fim que envolvia o reino nas duas direes. Era a maior porta que eu jtinha visto, para no dizer o maior muro e o maior porto, e por a vai.

    Os veios da madeira do portal eram ainda mais escuros que os de carvalho ou seixo.Se fosse para comparar a alguma madeira na Terra, diria que era um rico mogno. Haviaum desenho simples entalhado nela, nada elaborado, mas bonito mesmo assim, do jeitoque somente a madeira entalhada consegue ser. Luzes brilhantes saltavam e danavamsobre toda a largura e altura do portal.

    Eu diria que ele era perolado? Se ganhasse um dlar cada vez que algum me perguntaisso, compraria um novo taco de golfe. Bem, no; na verdade, o porto no era perolado,mas memorize esse ponto, voltaremos a ele depois.

    A porta no havia um cume, pelo menos no um que eu pudesse ver. Parecia ascender

  • cerca de seis a nove metros at uma nuvem e ento desaparecia.Como eu sabia que era uma porta e no um muro? Outra boa questo. Em primeiro

    lugar, descobri que muitas vezes eu simplesmente sabia das coisas no cu sem queningum me informasse, e tenho certeza que todos que foram para l sentiram a mesmacoisa. No havia um guia turstico apontando os destaques e lugares famosos ou contandocuriosidades sobre as vistas e sons. No havia um anjo estacionado na frente com umcrach de Informaes afixado em seu manto como se estivssemos em uma grandeconveno de banqueiros no cu. Voc simplesmente sabe o que sabe quando voc est l,e eu sabia que aquilo era uma entrada. Alm disso, uma seo desse portal imenso tinhauma maaneta, uma velha maaneta de madeira como algo que voc encontraria numacarroa antiga. Parecia slida, com cerca de setenta centmetros de comprimento e quinzede largura.

    Viajantes celestiais

    Havia provavelmente umas 35 pessoas minha frente em uma grande fila (no