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XX Simpósio Brasileiro de Recursos Hídricos 1 DADOS ESPACIAIS GLOBAIS E ANÁLISES REGIONAIS: GEOTECNOLOGIAS NO ESTUDO DE MUDANÇAS NO SEMIÁRIDO Iana Alexandra A. Rufino 1 * & Kevin Mulligan 2 Resumo Diante da alta disponibilidade de dados e grades espacializadas de dados ambientais, várias análises regionais podem ser viabilizadas atentando-se para as compatibilidades de resolução e formatos. Dados censitários originalmente agregados em unidades setoriais também podem ser integrados em uma análise regionalizada. Neste sentido, este trabalho apresenta uma análise da região semiárida nordestina, sob o ponto de vista da variabilidade climática observada e das mudanças populacionais ocorridas. Utiliza-se uma metodologia integradora advinda das geotecnologias de forma a estabelecer níveis de pressão de mudanças a que estão submetidas as bacias hidrográficas desta região. Palavras-Chave Variáveis climáticas globais, Geotecnologias, Dados censitários. GLOBAL SURFACES AND REGIONAL ANALYSIS: GEOSPATIAL TECHNOLOGIES SUPPORTING BRAZILIAN SEMI-ARID CHANGES STUDIES. Abstract High availability of Global data grids makes possible several regional analyzes if it considers particular issues about resolution and formats. Census data nested into census tracks units can also be integrated into a regionalized and spatial analysis. In this sense, this paper presents an analysis of Brazilian semi-arid region, considering climate variability and population changes and using geospatial technology approach in order to establish levels of pressure changes that are submitted some watersheds in this region. Keywords Global Climate data, Geospatial Technology; Census data. INTRODUÇÃO Alterações no clima podem alterar inúmeras características hidrológicas de uma bacia tais como, o balanço hídrico, as taxas de evapotranspiração, a vazão e a recarga dos aqüíferos (Steinke, 2004). Kustas et al. (1994) e French et al. (2005) apontam que elevações na temperatura, promovidas por alterações na cobertura do solo, interferem significativamente na taxa de evapotranspiração de cultivos. Conforme Arnell (1994), o aumento da concentração de gases estufa, por exemplo, resulta em aumento no balanço de radiação na superfície terrestre, produzindo modificações nas temperaturas, taxas de evaporação e chuvas e, em conseqüência, nos regimes de umidade dos solos, reabastecimento de águas subterrâneas e escoamento fluvial. Qualquer alteração natural e/ou antrópica que altere a quantidade de vegetação e de áreas úmidas possibilita alterações climáticas de escalas espacial e temporal variadas (Weng, 2001; Chudnovsky et al, 2004). Neste contexto, o sensoriamento remoto (SR) via satélite proporciona uma alternativa para quantificar os fluxos de energia entre a atmosfera e a superfície terrestre com um fornecimento 1 Professor Adjunto. Programa de Pós-graduação em Engenharia Civil e Ambiental, Unidade Acadêmica de Engenharia Civil, Universidade Federal de Campina Grande, e-mail:[email protected]. 2 Professor Associado. Diretor do Center for Geospatial Technology, Texas Tech University, Lubbock, TX, e-mail: [email protected]. * Autor Correspondente.

DADOS ESPACIAIS GLOBAIS E ANÁLISES REGIONAIS ......Diante da alta disponibilidade de dados e grades espacializadas de dados ambientais, várias análises regionais podem ser viabilizadas

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  • XX Simpósio Brasileiro de Recursos Hídricos 1

    DADOS ESPACIAIS GLOBAIS E ANÁLISES REGIONAIS:

    GEOTECNOLOGIAS NO ESTUDO DE MUDANÇAS NO SEMIÁRIDO

    Iana Alexandra A. Rufino 1* & Kevin Mulligan

    2

    Resumo

    Diante da alta disponibilidade de dados e grades espacializadas de dados ambientais, várias análises

    regionais podem ser viabilizadas atentando-se para as compatibilidades de resolução e formatos.

    Dados censitários originalmente agregados em unidades setoriais também podem ser integrados em

    uma análise regionalizada. Neste sentido, este trabalho apresenta uma análise da região semiárida

    nordestina, sob o ponto de vista da variabilidade climática observada e das mudanças populacionais

    ocorridas. Utiliza-se uma metodologia integradora advinda das geotecnologias de forma a

    estabelecer níveis de pressão de mudanças a que estão submetidas as bacias hidrográficas desta

    região.

    Palavras-Chave – Variáveis climáticas globais, Geotecnologias, Dados censitários.

    GLOBAL SURFACES AND REGIONAL ANALYSIS: GEOSPATIAL

    TECHNOLOGIES SUPPORTING BRAZILIAN SEMI-ARID CHANGES

    STUDIES. Abstract

    High availability of Global data grids makes possible several regional analyzes if it considers

    particular issues about resolution and formats. Census data nested into census tracks units can also

    be integrated into a regionalized and spatial analysis. In this sense, this paper presents an analysis of

    Brazilian semi-arid region, considering climate variability and population changes and using

    geospatial technology approach in order to establish levels of pressure changes that are submitted

    some watersheds in this region.

    Keywords – Global Climate data, Geospatial Technology; Census data.

    INTRODUÇÃO

    Alterações no clima podem alterar inúmeras características hidrológicas de uma bacia tais

    como, o balanço hídrico, as taxas de evapotranspiração, a vazão e a recarga dos aqüíferos (Steinke,

    2004). Kustas et al. (1994) e French et al. (2005) apontam que elevações na temperatura,

    promovidas por alterações na cobertura do solo, interferem significativamente na taxa de

    evapotranspiração de cultivos.

    Conforme Arnell (1994), o aumento da concentração de gases estufa, por exemplo, resulta

    em aumento no balanço de radiação na superfície terrestre, produzindo modificações nas

    temperaturas, taxas de evaporação e chuvas e, em conseqüência, nos regimes de umidade dos solos,

    reabastecimento de águas subterrâneas e escoamento fluvial. Qualquer alteração natural e/ou

    antrópica que altere a quantidade de vegetação e de áreas úmidas possibilita alterações climáticas de

    escalas espacial e temporal variadas (Weng, 2001; Chudnovsky et al, 2004).

    Neste contexto, o sensoriamento remoto (SR) via satélite proporciona uma alternativa para

    quantificar os fluxos de energia entre a atmosfera e a superfície terrestre com um fornecimento

    1 Professor Adjunto. Programa de Pós-graduação em Engenharia Civil e Ambiental, Unidade Acadêmica de Engenharia Civil, Universidade Federal de Campina Grande, e-mail:[email protected]. 2 Professor Associado. Diretor do Center for Geospatial Technology, Texas Tech University, Lubbock, TX, e-mail: [email protected].

    * Autor Correspondente.

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    quase continuo de dados com alta resolução temporal e espacial, possibilitando assim considerável

    melhoria nos sistemas de assimilação dos modelos (Paiva, 2005).

    O padrão espectral de cada pixel dos produtos de SR pode ser a base numérica para

    classificação das várias características espaciais. Além disso, Sistemas de Informação Geográfica

    (SIG) permitem a integração dos dados remotos classificados e de informações adicionais de

    diversas outras fontes (população, recursos naturais, etc) para apoiar a tomada de decisões

    (Ramachandra & Kumar, 2009).

    A disponibilidade gratuita de produtos de Sensoriamento Remoto e de softwares de

    Geoprocessamento torna possível atualmente, a qualquer pessoa ou instituição, produzir dados de

    qualidade a um custo muito baixo. Esta disponibilidade perpassa por diversos sensores e satélites,

    os quais devem ser cuidadosamente estudados e cujos produtos, devem ser minuciosamente

    conhecidos (resolução espacial, hora de passagem, resolução radiométrica e temporal, etc.) para sua

    efetiva utilização em qualquer aplicação. Muitas vezes, dados censitários não são utilizados por

    gestores, pelo fato de não se encontrarem no formato adequado para uma análise rápida.

    Neste sentido, este trabalho apresenta uma metodologia de integração de variáveis

    climáticas interpoladas para superfícies globais e disponíveis na web em uma análise regionalizada

    para o semiárido brasileiro. Pretende-se classificar as bacias hidrográficas desta região de acordo

    com as pressões de mudanças a que estão submetidas. Este indicador de pressões óbtidos através de

    uma análise espacial em ambiente SIG usando duas variáveis climáticas e uma variável

    demográfica e lançando mão de conceitos oriundos dos conjuntos difusos na adequação das

    variáveis.

    SOBRE O SEMIÁRIDO BRASILEIRO

    O semiárido é a área de maior abrangência territorial dentre os espaços naturais que

    integram a região Nordeste do Brasil. Do ponto de vista físico-climático, o semiárido se caracteriza

    por médias térmicas elevadas (acima de 26°C) e duas estações bem distintas: uma seca na qual

    chove muito pouco, e uma úmida quando ocorrem precipitações irregulares que vão de um mínimo

    de 300 mm a um máximo de 800 mm.

    A precipitação pluviométrica ocorre de forma bastante irregular no espaço e no tempo. As

    altas temperaturas com pequena variação interanual exercem forte efeito sobre a evapotranspiração

    que, por sua vez, determinam o déficit hídrico como o maior entrave à ocupação do semiárido

    nordestino e ressaltam a importância da irrigação na fixação do homem nas áreas rurais destas

    regiões em condições sustentáveis. O acesso à água em quantidade, qualidade e regularidade pela

    população rural constitui um importante fator limitante da sustentabilidade da vida no semiárido.

    Nas regiões semiáridas a deficiência hídrica é um somatório de fatores como: ausência, escassez,

    irregularidade e má distribuição das precipitações pluviométricas na estação chuvosa, além da

    intensa evaporação durante o período de estiagem e o elevado escoamento superficial das águas.

    Além disso, o semiárido brasileiro apresenta a maior concentração populacional em regiões

    semiáridas do mundo, o que faz com que a pressão sobre os recursos hídricos seja itensificada pela

    necessidade de abastecimento humano. Segundo dados do último censo (IBGE, 2010), a população

    do semiárido supera os 22 milhões de habitantes. Este número representa cerca de 12% de toda a

    população brasileira. Segundo a delimitação oficial definida pela Portaria no. 89 do Ministério da

    Integração Nacional (BRASIL, 2005), o semiárido possui 1.135 municípios dsitribuídos entre 9

    estados (Bahia, Sergipe, Alagoas, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Paraíba, Ceará, Piauí e a parte

    norte de Minas Gerais). A Figura 1 apresenta uma caracterização hidrográfica da região bem como

    o modelo de elevação.

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    A delimitação de bacias é disponibilizada pela ANA (Agência Nacional de Águas) em

    formato vetorial compatível com a maioria dos SIG. O modelo digital de elevação apresentado é um

    recorte de uma superfície global (GLOBE, 1999) tratado e classificado em abiente SIG. A

    topografia da região em algumas áreas apresenta relevo montanhoso e nestas áreas é possível a

    identificação de um “microclima” diferenciado das demais. Além disso, algumas destas áreas com

    altos valores de elevação estão mais próximas ao oceano o que pode induzir massas de ar frio e

    elevar os níveis de precipitação.

    Figura 1 – (a) Bacias Hidrográficas (Fonte: ANA, 2012); (b) Modelo Digital de Elevação (Fonte: GLOBE Project,

    1999)

    VARIÁVEIS CLIMÁTICAS GLOBAIS

    A variabilidade climática tem sido ao longo dos anos, a principal causa de flutuações na

    produção global de alimentos em regiões áridas e semiáridas dos países tropicais em

    desenvolvimento. Picos de aquecimento e resfriamento, secas e inundações e várias outras formas

    de variações climáticas tem causado estragos na agricultura e pecuária destas regiões. Tudo isto,

    somado a outros condicionantes físicos e, a questões sociais e econômicas podem fazer com que as

    mudanças climáticas tenham um forte impacto econômico e organizacional da população.

    (SIVAKUMAR et al., 2005).

    Neste sentido existem diversas bases de dados climáticos globais disponíveis para uso em

    SIG. As geotecnologias permitem integrar diferentes dados de fontes e formatos variados. Nos dias

    atuais, o desafio científico não é mais a produção do dado em si mas, a definição da metodologia

    mais “apropriada” para usar de forma eficiente a vasta gama de dados disponível.

    Para criar uma série temporal de dados de chuva para mútiplas localizações é necessário um

    trabalho árduo de coleta dos dados das estações que usam por sua vez, diferentes instrumentos e

    métodos e, e o resultado é um conjunto de dados que nem sempre tem uma boa distribuição

    espacial. Segundo Chapman (2010), na última década, esses registros foram criados, e em seguida,

    através de procedimentos de interpolação sofisticados, os dados foram reexpressos em pixels de

    latitude e longitude em diferentes níveis de resolução. Os dados de precipitação utilizados neste

    estudo (Figura 2) foram obtidos no GPCC - Global Precipitation Climate Center (Serviço

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    Meteorológico Nacional da Alemanha). A superfície interpolada apresenta uma única variável

    (precipitação) com resolução espacial de 0.5o de latitude e longitude (aproximadamente 1 km), para

    os anos de 1951 a 2000. O GPCC criou uma base de dados de precipitação de 50 anos previstos

    para as áreas globais que está disponível desde agosto de 2005. Os dados mensais definidos para as

    supefícies globais (excluindo Groenlândia e Antártida) para o mesmo período (1951-2000) está

    disponível em três resoluções diferentes (0,5 ° lat / lon, 1,0 ° lat / lon, 2,5 ° lat / lon).

    Figura 2 – Precipitação Média Annual e Sazonalidade da Precipitação (source: GPCC, 2005; WorldClim, 2005)

    O Projeto WorldClim (Higmans et al., 2005) é uma base de dados climáticos (climate grids)

    globais com resolução de 1 km2 O objetivo desta base de dados é fornecer variáveis bioclimáticas

    globais para estudos ambientais. A variável BIO15 diz repeito à sazonalidade da precipitação

    baseada no coeficiente de variação e é apresentada na figura 1b. De acordo com Higmans et al.

    (2005), o coeficiente de variação é o desvio padrão da precipitação semanal estimada, expressa pleo

    percentual da média das estimativas (i.e. da média anual). Pode-se observar através desta variável

    que em países de clima tropical há uma variabilidade maior da precipitação. De acordo com

    Chapman (2010), a visualização desta variável em mapa mostra as áreas da superfície terrestre em

    que, para qualquer valor da média, a precipitação é sazonalmente "agrupada".

    Assim como a precipitação a variabilidade da temperatura na região semiárida é bastante

    elevada. A figura 3 apresenta as variáveis BIO1 e BIO4, Temperatura média anual e Sazonalidade

    da Temperatura (expressa em termos do desvio padrão multiplicado por 100).

    DINÂMICA POPULACIONAL

    Dados censitários são excelentes fontes de informação e permitem análises temporais com

    intervalos regulares (no caso do censo brasileiro, décadas). Para a observação de mudanças na

    população residente no semiárido foram utilizados dados dos Censos de 1980 e 2010 (intervalo de

    30 anos). Uma operação algébrica de “subtração” pode permitir a visualização de crescimento ou

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    declínio populacional de um município (Figura 5a). Entretanto, a distribuição do dado populacional

    por limite administrativo (limites políticos dos municípios) dificulta a leitura de um “mudança” na

    superfície semiárida.

    (a) (b)

    Figure 3 - – (a) Temperatura Média Anual, (b) Sazonalidade da Temperatura (source: WorldClim , 2005)

    Utilizando um estimador de densidade Kernel pode-se visualizar a magnitude da população

    por unidade de área para cada pixel. A função Kernel presente em alguns pacotes SIG é baseada em

    uma função quadrática definida por Silverman (1986). A figura 4 apresenta as superfícies geradas

    para os dois censos. Os dados anteriormente agregados por polígonos municipais foram

    “transferidos” para as respectivas sedes municipais, entendendo que nas áreas urbanas é onde se

    observa a maior quantidade de população residente na região.

    A figura 5 compara a diferença entre os censos visualizadas em termos de “dados

    agregados” (modelo padrão dos dados censitários) e em superfície. Observa-se que cidades como

    Campina Grande e Caruaru tem “atraído” um crescimento populacional em seu entorno o que causa

    uma “junção” das manchas de densidade.

    INDICADOR DE PRESSÃO DE MUDANÇAS

    Para estabelecer um indicador de áreas sob forte “pressão” do ponto de vistas de mudanças

    ao longo dos anos foi proposta uma metodologia de “sobreposição Fuzzy” utilizando ferramentas

    do ambiente SIG. O conceito de conjuntos difusos ou nebulosos (Fuzzy Sets) foi proposto por Zadeh

    (1965), como uma generalização do conceito da Teoria Clássica dos Conjuntos. Os conjuntos

    Difusos são uma metodologia de caracterização de classes, que por varias razões não têm ou não

    podem definir limites rígidos (bordas) entre classes. Essas classes definidas de maneira inexata são

    chamadas de conjuntos Difusos. A utilização de um conjunto Difuso é indicada sempre que se tiver

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    que lidar com ambigüidade, abstração e ambivalência em modelos matemáticos ou conceituais de

    fenômenos empíricos (Burrough & McDonnell, 1998).

    Figure 4 – Population surface (1980 and 2010) using Kernel Density.

    (a) (b)

    Figure 6 – Population Changes (From 1980 to 2010): (a) Polygon nested data; (b) Kernel density surface

    Os conjuntos difusos se caracterizam por não possuírem limites definidos e a transição entre

    a pertinência ou não pertinência de uma posição é gradual. Neste trabalho, um conjunto difuso é

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    caracterizado pelo grau de pertinência (também chamado de grau de adequação) que varia de 0 a 1,

    indicando um aumento contínuo de uma situação de não pertinência para uma de total pertinência

    segundo uma função linear.

    Considerando que não foram atribuídos pesos diferenciados aos critérios na análise, a Figura

    7 apresenta o resultado obtido e classificado segundo intervalos iguais de forma a estabelecer níveis

    de pressão, segundo uma escala ordinal, (valores mais baixos, indica menos “pressão’ que valores

    mais altos).

    CONSIDERAÇÕES FINAIS

    Ao sobrepor as bacias hidrográficas observa-se que as sub-bacias do São Francisco

    Submédio e Baixo são as que apresentam maiores indicadores de “pressão” de mudanças. A alta

    sazonalidade da Temperatura e a dinâmica populacional vigente provocada por diversos

    investimentos na região são os principais fatores de pressão seguida por uma sazonalidade de

    precipitação um pouco mais baixa que na região próxima a Fortaleza (norte do semiárido) mas

    ainda com valores elevados.

    A partir de um indicador como este, outras análises em escalas de bacia hidrográfica podem

    ser realizadas como detecção de mudanças de uso de solo utilizando imagens de satélite de

    múltiplas datas ou a agregação de outras variáveis ambientais. A metodologia proposta, considera

    que dados espaciais globais podem e devem ser utilizados em análises regionais e que podem

    apresentar resultados consistentes mesmo para áreas menores como pequenas bacias, sendo a

    validação de resultados e o conforntamento com alguma verdade de campo (ground truth)

    fundamental nestes casos.

    Figure 7 – Níveis de Pressão de mudanças na região semiárida considerando 3 critérios.

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