Damásio---Direito-Previdenciário[1]

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    CURSO DO PROF. DAMSIO A DISTNCIA

    MDULO I

    DIREITO PREVIDENCIRIO

    Noes Bsicas

    __________________________________________________________________

    Praa Almeida Jnior, 72 Liberdade So Paulo SP CEP 01510-010Tel.: (11) 3346.4600 Fax: (11) 3277.8834 www.damasio.com.br

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    DIREITO PREVIDENCIRIO

    Noes Bsicas

    Professor Ionas Deda Gonalves

    1. SEGURIDADE SOCIAL

    Antes de se avanar no estudo da previdncia social, deve-se fazer umaanlise da seguridade social, visto que a previdncia est inserida dentro dosistema de seguridade. Como se pode observar do Ttulo VIII da ConstituioFederal, que trata Da Ordem Social, a previdncia apenas uma das sees daseguridade social (tratada em todo o Captulo II desse mesmo Ttulo).

    Segundo essas disposies da Lei Maior, a seguridade social compreendeum conjunto integrado de aes de iniciativa dos poderes pblicos e dasociedade, destinadas a assegurar os direitos relativos sade, previdnciasocial e assistncia social (artigo 194, caput, Constituio Federal).

    Assim sendo, a seguridade social compreende:

    sade;

    previdncia social;

    assistncia social.

    Assim, percebe-se que a previdncia social uma das formas de atuaoestatal na rea de seguridade social.

    1.1. Sade

    A sade direito de todos e dever do Estado, garantida mediante polticassociais e econmicas que visem reduo do risco de doena e de outros agravose ao acesso universal igualitrio s aes e servios para sua promoo, proteoe recuperao (artigo 196 da Constituio Federal).

    A Constituio Federal de 1988 previu a criao de um Sistema nico deSade (SUS). Busca-se, assim, uma ao conjunta entre Unio, Estados, Distrito

    Federal e Municpios(artigo 194, caput, da Constituio Federal). O SUS estdisciplinado basicamente por meio das Leis n. 8.080, de 19.09.90, e n. 8.142, de

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    Como regra, a Unio fixa as polticas gerais. Compete a ela, por exemplo,fazer as grandes campanhas publicitrias de preveno a doenas. Aos Estados eDistrito Federal incumbe a prestao do servio de sade (Hospitais Regionais),

    enquanto aos Municpios incumbe o atendimento emergencial, bem como atriagem e o acompanhamento dos casos que demandam intervenoespecializada.

    Percebe-se, assim, que na rea da sade h uma unio, uma coordenao,entre Unio, Estados, Municpios e Distrito Federal.

    A saber: antes da Constituio Federal de 1988, quem cuidava do sistemade sade do Brasil era o INAMPS (Instituto Nacional de Assistncia Mdica daPrevidncia Social), que era uma autarquia federal.

    1.2. Previdncia Social artigo 201 da Constituio Federal.

    Segundo Wladimir Novaes Martinez, a previdncia social como atcnica de proteo social que visa a propiciar os meios indispensveis subsistncia da pessoa humana quando esta no pode obt-los ou no socialmente desejvel que os aufira pessoalmente atravs do trabalho, por motivode maternidade, nascimento, incapacidade, invalidez, desemprego, priso, idadeavanada, tempo de servio ou morte mediante contribuio compulsriadistinta, proveniente da sociedade e de cada um dos participantes.

    O artigo 1. da Lei n. 8.213/91 dispe que a Previdncia Social, mediantecontribuio, tem por fim assegurar aos seus beneficirios meios indispensveisde manuteno, por motivo de incapacidade, desemprego involuntrio, idadeavanada, tempo de servio, encargos familiares e de priso ou morte daqueles dequem dependiam economicamente.

    A previdncia social, no que se refere ao Regime Geral, pertinente maioria dos trabalhadores atualmente administrado pelo INSS Instituto

    Nacional do Seguro Social, autarquia federal resultante da fuso dos antigosINPS (que cuidava da concesso e manuteno de benefcios) e IAPAS (quecuidava da gesto administrativa e financeira do Sistema), que tem por objetivo a

    prtica das aes estatais na rea da previdncia social.

    Incumbe ao Instituto Nacional de Seguro Social:

    a arrecadao e a administrao das contribuies previdencirias;

    a concesso e a manuteno das prestaes previdencirias.

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    legislador infraconstitucional, fornecem diretrizes interpretativas e conferemunidade ao Sistema de Seguridade Social.

    1.4.1. Universalidade de cobertura e do atendimentoa) Universalidade de cobertura

    A finalidade fazer com que todas as situaes que demandeminterveno estatal na rea da sade, previdncia e assistncia social sejamatendidas.

    Na rea da sade: j foi atingida, pois todos os eventos tm coberturapelo Estado.

    Na rea da previdncia: ainda no foi atingida, pois no so todos oseventos que so atendidos, mas apenas os previstos em lei.

    Na rea de assistncia social: ainda no foi atingida. O governoapenas d uma cobertura espordica a determinados eventos.

    b) Universalidade do atendimento

    Todos os sujeitos em situao de necessidade devem ser atendidos. Na rea da sade: teoricamente, o acesso universal, pois

    todas as pessoas tm direito de serem atendidas em hospitais pblicos.Existe, porm, uma limitao material do sistema, como a falta deleitos e de remdios (antes da Constituio Federal /88, s podia seratendido em hospitais pblicos quem fosse contribuinte do INPS -Instituto Nacional de Previdncia Social).

    Na rea da previdncia: tambm h limites, uma vez que stm direito as pessoas que contribuem, sendo que a filiao abertamediante contribuio. Ressalta-se, porm, que os menores de 16 anosno podem ser filiados a plano de previdncia social.

    Na rea de assistncia social: ainda no foi atingida, umavez que no so todas as pessoas necessitadas que recebematendimento.

    1.4.2. Uniformidade e equivalncia dos benefcios e servios s

    populaes urbanas e rurais

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    Na rea da sade: no atendida, uma vez que o trabalhadorrural normalmente tem que se deslocar at a cidade mais prxima paraser atendido.

    Na rea da previdncia: aps a Constituio Federal/88, a

    equiparao existe, uma vez que os benefcios para o rural e o urbanoso os mesmos. Ressalta-se, ainda, que o tempo de trabalho rural conta

    para a aposentadoria se o trabalhador passar a ser urbano e vice-versa.

    Na rea de assistncia social: no h equiparao, uma vezque quase nada feito para o trabalhador rural.

    1.4.3. Seletividade e distributividade na prestao dos

    benefcios e serviosO constituinte quis com esse princpio que o legislador tenha bom senso,

    uma vez que as verbas so poucas, devendo, assim, as prestaes e os serviosserem selecionados, a fim de que sejam escolhidos os mais necessrios.

    Deve-se levar em conta, ainda, a necessidade de atender o maior nmeropossvel de pessoas.

    1.4.4. Irredutibilidade do valor dos benefcios

    Aplica-se principalmente na previdncia e assistncia social, nesta, apenasquando se trata do benefcio previsto no artigo 203, inciso V, da ConstituioFederal, vez que as demais prestaes da assistncia social no so pecunirias.

    Trata-se da irredutibilidade do valor real, ou seja, do valor de compra dobenefcio. Em caso de inflao, os benefcios devem ser reajustados.

    Lembre-se que nenhum benefcio que seja substitutivo do rendimento do

    trabalhador (exemplo: aposentadorias, penses, salrio maternidade etc) poderser inferior a um salrio mnimo (piso dos benefcios) nem superior, a partir de junho de 2002, a R$ 1.561,56 (teto dos benefcios). Esses valores sofremalterao peridica, que atualmente acontece em junho de cada ano.Obviamente, os benefcios pagos pelo valor mnimo so reajustados antes, emmaio, quando h reajustamento do salrio mnimo.

    1.4.5. Eqidade na forma de participao do custeio

    Toda ao na rea da previdncia social tem que ser custeada; para issoso necessrios recursos financeiros. Tais recursos provm da prpria

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    populao, de forma indireta (recursos oramentrios da Unio, Estados,Distrito Federal e Municpios) ou direta (contribuies sociais, exemplo:contribuio sobre o lucro) artigo 195 da Constituio Federal.

    Dessa forma, as contribuies para o custeio da previdncia social tm

    natureza tributria, assim, devem ser respeitados os Princpios Gerais do DireitoTributrio.

    A eqidade atingida com o respeito aos Princpios da Isonomia e daCapacidade Contributiva. Devido eqidade, cada um contribui com a

    previdncia de acordo com sua capacidade contributiva (quem pode mais, pagamais, quem pode menos, paga menos ou at no paga). Alm da capacidadecontributiva, a equidade impe que empresas que provoquem uma maioratuao estatal, por produzirem mais situaes de risco social, devem pagarcontribuies maiores. Assim sendo, a lei prev que a empresa que provoque

    maior risco de acidente do trabalho deve contribuir progressivamente mais queoutra que produza menos acidentes, mesmo que esta ltima tenha a mesmacapacidade contributiva.

    1.4.6. Diversidade da base de financiamento

    Tem por objetivo a arrecadao de recursos de diversas fontes. Assim,caso uma fonte passe por crise, haver outras, garantindo-se a segurana do

    sistema.So duas as formas de financiamento da seguridade social: a indireta e a

    direta.

    A forma indireta consiste no repasse de recursos oramentrios da Unio,Estados, Distrito Federal e Municpios. Diz-se indireta porque a sociedade est

    participando do custeio do Sistema de forma oblqua, ou seja, os cidados noesto vertendo individualmente recursos para o Sistema, mas dele participandoatravs de recursos pblicos previstos nos oramentos dos referidos entes dafederao. Os recursos oramentrios destinados seguridade social constaro

    dos oramentos de cada uma das pessoas polticas acima mencionadas (artigo195, 1o, da Constituio Federal).

    A forma direta se d por meio do pagamento das contribuies previstasno artigo 195 da Constituio Federal, que so as seguintes:

    a) Cobradas da empresa, incidentes sobre:

    folha de salrios e demais rendimentos;

    lucro;

    receita ou faturamento;

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    b) Cobradas do segurado

    c) Incidente sobre receita de concurso de prognsticos

    H ainda a CPMF (Contribuio Provisria sobre MovimentaesFinanceiras), recentemente prorrogada pela Emenda Constitucional 37/2002 e acontribuio do PIS/PASEP, prevista no artigo 239 da Constituio.

    Finalmente, so ainda previstas outras receitas,quais sejam:

    Multas.

    Cobrana de correo monetria.

    Juros.

    Receitas patrimoniais (exemplo: locao de imveis doInstituto Nacional de Seguro Social).

    50% dos valores obtidos e aplicados na forma do pargrafonico do artigo 243 da Constituio (venda de bens apreendidos emdecorrncia de trfico ilcito de entorpecente).

    40% do resultado dos leiles dos bens apreendidos pelaSecretaria da Receita Federal.

    1.4.7. Carter democrtico e descentralizado da Administrao

    A Constituio Federal estabelece que as aes na rea de seguridadesocial devem ser democrticas; as decises devem ser tomadas com a

    participao de todos.

    A Constituio Federal determina, ainda, que existam rgos que sejam

    compostos por representantes de quatro segmentos sociais: trabalhadores,empregadores, aposentados e Governo (gesto quadripartite).

    1.5. Princpios relacionados com a previdncia social

    No que diz respeito especificamente previdncia social, organizada emforma de Regime Geral, devem ainda ser elencados os princpios prescritos noartigo 201 da Constituio Federal:

    carter contributivo;

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    filiao obrigatria: no h autonomia de vontade. Existe, porm, umacategoria de segurado que pode facultativamente contribuir com a

    previdncia, mas a regra a filiao obrigatria;

    devem ser observados critrios que preservem o equilbrio financeiro e

    atuarial.

    2. PREVIDNCIA

    Assentadas as noes bsicas sobre o sistema no qual est inserida aprevidncia social, oportuna se faz a anlise dos diversos regimes em que essase decompe.

    Trs so os regimes previdencirios previstos na Constituio Federal: oregime estatutrio, o regime geral e o regime complementar facultativo.

    2.1. Regime Estatutrio

    Esse o regime obrigatrio dos servidores titulares de cargos efetivos daUnio, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municpios, previsto no artigo 40

    da Constituio Federal. Esse regime garante aos servidores pblicos regras deaposentadoria e penso diferentes daquelas impostas aos trabalhadores comuns, principalmente no que diz respeito ao valor dos benefcios. O regime dofuncionrio pblico da Unio regido pela Lei n. 8.112/90, enquanto osservidores municipais e estaduais possuem regimes estatutrios prprios,

    previstos em leis dos entes polticos a que esto vinculados.

    2.2. Regime Geral

    o regime obrigatrio aplicado a todos os que no pertencem ao regimeestatutrio. Est previsto no artigo 201 da Constituio Federal, disciplinado

    pelas Leis n. 8.213/91 (Plano de Benefcios da Previdncia Social) e n. 8.212/91(Lei de Organizao e Custeio da Seguridade Social) e regulamentado peloDecreto n. 3.048/99.

    Como regra, pertencem a esse regime as pessoas que atuam na iniciativaprivada. Entretanto, pertencem ainda a tal regime os funcionrios pblicos noabrangidos por regime prprio, como por exemplo os ocupantes de cargo emcomisso, sem vnculo efetivo com o Poder Pblico (artigo 37, inciso V, da

    Constituio Federal). A esse regime sero dedicadas as lies deste curso.

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    complementar por Unio, Estados, Distrito Federal e Municpios para seusservidores, caso em que os benefcios do regime ordinrio do servidor poderoser limitados ao teto do regime geral (Comentrios Lei de Benefcios da

    Previdncia Social, Daniel Machado Rocha e Jos Paulo Baltazar Jnior).

    Apesar de estar constitucionalmente prevista, ainda no est em vigor noBrasil. Seu fundamento estabelecer um teto mximo ao funcionrio pblicoinativo pertencente ao Regime Estatutrio, no importando o quanto ele ganhavano perodo em que estava na ativa.

    Assim, caso o funcionrio pblico queira ganhar mais que o teto mximoestabelecido, a fim de alcanar o valor que recebia quando na ativa, poderingressar no Regime Complementar Pblico.

    O Regime Estatutrio sofrer alteraes somente no momento em que a

    Previdncia Pblica Complementar for criada.Hoje, pelo Regime Estatutrio, o aposentado recebe o valor que ganhava

    quando estava na ativa.

    2.3.2. Previdncia Complementar Privada

    Compreende planos de previdncia complementar administrados porinstituies de natureza privada. Podem ser contratados por qualquer pessoa e se

    classificam em:

    Planos mantidos por entidades abertas: so aqueles mantidos porinstituies financeiras (bancos) e que se dirigem a todos osinteressados, sem distines .

    Planos mantidos por entidades fechadas: ocorre quando uma empresaou grupo de empresas cria um sistema de previdncia complementar

    para seus funcionrios. Exemplo: os funcionrios aposentados peloBanco do Brasil recebem o teto do Instituto Nacional de Seguro Social

    e o que falta para completar o que eles ganhavam na ativa pago pelaprevidncia privada mantida pelo Banco.

    A Previdncia Complementar Privada est atualmente regulamentadapelas Leis Complementares 108 e 109, ambas de 29 de maio de 2001.

    Ateno: tanto o Regime Complementar Pblico quanto o Privado soregimes facultativos.

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