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Coisa julgada em direito previdenciário: necessárias considerações X CONGRESSO BRASILEIRO DE DIREITO PREVIDENCIÁRIO X CONGRESSO BRASILEIRO DE DIREITO PREVIDENCIÁRIO E E IV CONGRESSO DE DIREITO PREVIDENCIÁRIO DO IV CONGRESSO DE DIREITO PREVIDENCIÁRIO DO MERCOSUL MERCOSUL 1 Advogado: Diego Henrique Schuster https://www.facebook.com/diegohenrique.schuster.5 Proibida a reprodução sem a autorização do autor

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Coisa julgada em direito previdenciário: necessárias considerações

X CONGRESSO BRASILEIRO DE DIREITO PREVIDENCIÁRIOX CONGRESSO BRASILEIRO DE DIREITO PREVIDENCIÁRIO EE

IV CONGRESSO DE DIREITO PREVIDENCIÁRIO DO IV CONGRESSO DE DIREITO PREVIDENCIÁRIO DO MERCOSULMERCOSUL

1

Advogado: Diego Henrique Schusterhttps://www.facebook.com/diegohenrique.schuster.5

Proibida a reprodução sem a autorização do autor

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Constituição Federal de 1988

Art. 5º. [...]

XXXVI - a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada;

Código de Processo Civil

Art. 467. Denomina-se coisa julgada material a eficácia, que torna imutável e indiscutível a sentença, não mais sujeita a recurso ordinário ou extraordinário.

Art. 301. [...]

§ 2o Uma ação é idêntica à outra quando tem as mesmas partes, a mesma causa de pedir e o mesmo pedido.

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Limites objetivos da coisa julgada

Art. 469. Não fazem coisa julgada:I - os motivos, ainda que importantes para determinar o alcance da parte dispositiva da sentença;II - a verdade dos fatos, estabelecida como fundamento da sentença;III - a apreciação da questão prejudicial, decidida incidentemente no processo.

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“A imutabilidade própria da coisa julgada alcança o pedido com a respectiva causa de pedir. Não esta última, isoladamente, sob pena de violação do disposto no art. 469, I, do CPC” (REsp. 11.315-0-RJ)

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Art. 474. Passada em julgado a sentença de mérito, reputar-se-ão deduzidas e repelidas todas as alegações e defesas, que a parte poderia opor assim ao acolhimento como à rejeição do pedido.

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Art. 472. A sentença faz coisa julgada às partes entre as quais é dada, não beneficiando, nem prejudicando terceiros. Nas causas relativas ao estado de pessoa, se houverem sido citados no processo, em litisconsórcio necessário, todos os interessados, a sentença produz coisa julgada em relação a terceiros.

Da autoridade da coisa julgada ou da eficácia da sentença

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Em relação à suposta violação do art. 472 do CPC, o acórdão a quo está em consonância com a jurisprudência do STJ no sentido de que a sentença trabalhista será admitida como início de prova material, capaz de comprovar o tempo de serviço, caso tenha sido fundada em elementos que evidenciem o labor exercido na função e o período alegado pelo trabalhador. (AgRg no AREsp 138.075/MG, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, SEGUNDA TURMA, julgado em 22/05/2012, DJe 29/05/2012)

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Cognição plena e exauriente em matéria de direito previdenciário

VERTICAL

H O R I Z O N T A L

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Segundo Alexandre Freitas Câmara: “Cognição é a técnica utilizada pelo juiz para, através da consideração, análise e valoração das alegações e provas produzidas pelas partes, formar juízos de valor acerca das questões suscitadas no processo, a fim de decidi-las”.

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Coisa julgada secundum eventum probationis

Princípio da não preclusão do direitoPrincípio do devido processo legal (CF/88, art. 5º, LIV)

Haveria espaço para nova ação judicial?

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PREVIDENCIÁRIO. PROCESSUAL CIVIL. COISA JULGADA. NOVA PROVA. RELATIVIZAÇÃO. 1. Não há dúvida de que em direito previdenciário muitas vezes o rigor processual deve ser mitigado. Não se pode, todavia, ignorar os limites expressamente estabelecidos pela legislação processual quando estejam concretizando princípios ditados pelo próprio ordenamento constitucional. Um desses princípios que informam o direito processual e o próprio ordenamento é o da coisa julgada, o qual goza de expressa proteção constitucional (art. 5º, inciso XXXVI) a bem da segurança jurídica, pilar fundamental do estado de direito. 2. Em matéria previdenciária há formação de coisa julgada secundum eventum probationem em situações nas quais a sentença considere frágil ou inconsistente a prova, possibilitando a propositura de ação idêntica, mas com novas provas. 3. (TRF4, AC 0003784-25.2009.404.7112, Relator Giovani Bigolin, D.E. 27/01/2011)

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DIREITO CONSTITUCIONAL PREVIDENCIÁRIO. PROCESSO. SENTENÇA DENEGATÓRIA DE PROTEÇÃO PREVIDENCIÁRIA. COISA JULGADA. LIMITES. DIREITO FUNDAMENTAL À PREVIDÊNCIA SOCIAL. NÃO-PRECLUSÃO. NOVO CONTEXTO PROBATÓRIO. REDISCUSSÃO DA DEMANDA. POSSIBILIDADE EXCEPCIONAL. RECURSO PROVIDO.1. Pela eficácia normativa do devido processo legal em sua dimensão substancial, a decisão denegatória de proteção social por insuficiências de prova, por afetar o direito fundamental à subsistência digna de pessoa presumivelmente necessitada, constitui coisa julgada secundum eventum probationes. 2. A segurança jurídica, fundamento axiológico hospedado na norma constitucional da coisa julgada, não é malferido quando, em uma segunda demanda, à luz de significativa alteração do contexto probatório, o segurado da previdência social apresenta elementos novos, hábeis a demonstrar a injustiça da primeira decisão e o direito do hipossuficiente a direito fundamental de elevada relevância social e que conforma o mínimo existencial. 3. Seria desproporcional impor ao indivíduo agravado com a sentença de não-proteção e que se presume hipossuficiente em termos econômicos e informacionais a sujeição perpétua aos efeitos deletérios da decisão denegatória, cuja injustiça resta manifesta. 4. A noção de "documento novo" tem sido compreendido em uma perspectiva ampla pela jurisprudência do STJ, para o efeito de rescisão de decisão judicial que recusa proteção previdenciária (AgRg no REsp 1215172/RS, Rel. Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO, QUARTA TURMA, j. 05/03/2013, DJe 11/03/2013). 5. Deve ser anulada a sentença que extingue o processo em razão da coisa julgada sem ter em consideração que esse instituto, em tema previdenciário, se afigura dentro de uma perspectiva peculiar de segurança jurídica que consubstancia justa aderência do sistema normativo processual à especificidade do direito material e à dinâmica da realidade social. 6. Recurso da parte autora conhecido e provido. (5006812-44.2012.404.7003, Terceira Turma Recursal do PR, Relator p/ Acórdão José Antonio Savaris, julgado em 05/06/2013)

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a) no caráter fundamental do bem jurídico previdenciário, decorrente de sua natureza alimentar e correspondendo a um direito de relevância social fundamental;

a) das circunstâncias presumíveis de hipossuficiência econômica e informacional da pessoa que reivindica uma prestação da previdência social;

a) existência de uma suposta contingência que ameaça a sobrevivência digna da pessoa que pretende a prestação previdenciária; e

a) e do caráter público do instituto de previdência social.

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PREVIDENCIÁRIO. PROCESSUAL CIVIL. ATIVIDADE ESPECIAL. AGENTE NOCIVO. COISA JULGADA. EFICÁCIA PRECLUSIVA. RELATIVIZAÇÃO DA COISA JULGADA. 1 - Há coisa julgada que impede o rejulgamento da lide, porque se cuida de mesmas partes, de mesmo pedido (enquadramento de atividade especial) e de mesma causa de pedir (nocividade do ambiente de trabalho, porque fato essencial ao efeito jurídico pretendido), o que leva à aplicação do art. 301, §§ 1º e 2º, do CPC. 2 - A modificação do agente nocivo indicado, por se cuidar de fato não essencial, não induz à alteração da causa de pedir nem, consequentemente, afasta a identidade de ações. 3 - Aplica-se o art. 474 do CPC, que prevê a eficácia preclusiva da coisa julgada, norma que decorre do princípio processual da eventualidade, que impõe a dedução pelas partes, de uma só vez, de todos os meios de ataque e de defesa em relação ao pedido. 4 - O instituto da coisa julgada é garantia constitucional e tem incidência uniforme seja qual for o campo do direito, de modo que se manifesta nas relações jurídicas previdenciárias. (TRF4, AC 5001525-36.2013.404.7207, Sexta Turma, Relatora p/ Acórdão Luciane Merlin Clève Kravetz, D.E. 01/07/2013)

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[...] O problema, e que aqui me faz até instaurar divergência, é que lá foi discutido porque especial seria o período em razão de ruído, e agora traz prova por laudo técnico-pericial de que na verdade, embora realmente não houvesse o limite de ruído exigido pela legislação então vigente, como concluiu o juizado, havia o problema do calor, e seria esse um fato novo não examinado no processo anterior, um fato que foi inclusive obtido como prova após a ação anterior, é uma perícia posterior, e este fato me faz admitir como possível a rediscussão desse tempo sim. [...] Volto a insistir que sei que isso viola os limites clássicos do que se entende por coisa julgada, mas parece-me que, ante a natureza social da demanda previdenciária, prejudicar um cidadão por uma prova mal colhida durante o processo, é um dano que me parece trazer dano a toda uma visão social que merece o Direito Previdenciário. (Notas da sessão de julgamento do dia 16/07/2003. APELAÇÃO CÍVEL Nº 5008306-39.2011.404.7112/RS)

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Segurança jurídica x direitos fundamentais-sociais

Afinal, o que está em conflito?

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ANTECEDENTES DA PRESENTE DEMANDA

•número do processo anterior•listar os documentos juntados aos autos•trecho da decisão da qual se pode concluir que os fundamentos adotados para o não reconhecimento do direito consistem na insuficiência dos elementos de prova material

Petição inicial

A APRESENTAÇÃO DE NOVOS ELEMENTOS DE PROVA MATERIAL NO CASO CONCRETO

•listar os novos elementos de prova (documentos que não foram apresentados no feito anterior ou ignorados).

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Muito obrigado!

“Tudo é igual quando se pensa em como tudo poderia ser. Há tão pouca diferença e há tanta coisa a fazer.” (Humberto Gessinger)

Blog: http://domdiegohs.wix.com/tribos-e-tribunais

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Projeto de Lei 7.111/10O Congresso Nacional decreta:Art. 1º Esta Lei determina a relativização da coisa julgada nos casos que menciona.Art. 2º Acrescenta-se ao Art. 467 da Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973 - Código de Processo Civil, parágrafo único com a seguinte redação:“Art. 467..............................................................................Parágrafo único . A coisa julgada poderá ser rediscutida, em sede de ação rescisória, se cabalmente comprovado caso de injustiça extrema, grave fraude processual ou erro grosseiro. (NR)”Art. 3 º Acrescenta-se parágrafo único ao Art. 495 da Lei 5.869. de 11 de janeiro de 1973 – Código de Processo Civil:Art. 495................................................................................Parágrafo único. A ação rescisória fundada no Art. 467, parágrafo único, pode ser ajuizada a qualquer tempo.(NR)”

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JustificativaSobre o tema, citamos doutrina do emérito professor Cândido Rangel Dinamarco, que ensina que “não é lícito entrincheirar-se comodamente detrás da barreira da coisa julgada e, em nome desta, sistematicamente assegurar a eternização da injustiça, de absurdos, de fraudes ou de inconstitucionalidades”.Citamos ainda o Ministro José Delgado:“A coisa julgada é uma entidade definida e regrada pelo direito formal, via instrumental, que não pode se sobrepor aos princípios da legalidade, moralidade, realidade dos fatos, condições impostas pela natureza ao homem e regras da Constituição Federal.”Manifestou-se o STJ no julgamento do Recurso Especial 622.405/SP nos seguintes termos, texto da Relatora Ministra Denise Arruda:“A coisa julgada, enquanto fenômeno decorrente de princípio ligado ao estado democrático de direito, convive com outros princípios fundamentais igualmentepertinentes. Ademais, como todos os atos oriundos do Estado, também a coisa julgada se formará se presentes pressupostos legalmente estabelecidos. Ausentes estes, de duas uma: a) ou a decisão não ficará acobertada pela coisa julgada; ou b) embora suscetível de ser atingida pela coisa julgada, a decisão poderá, ainda assim, ser revista pelo próprio Estado, desde que presentes motivos preestabelecidos na norma jurídica, adequadamente interpretada.”

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Da jurisprudencialização constitucional do direito previdenciário

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PREVIDENCIÁRIO. CANCELAMENTO. AUSÊNCIA DE FRAUDE OU MÁ-FÉ. REAVALIAÇÃO DE PROVA. MUDANÇA DE CRITÉRIO.1. É indevido o cancelamento de tempo rural com base em irregularidade que, em realidade não configura tal hipótese.2. Exigência de original, sob a alegação de que a cópia reprográfica é indiciária de fraude sem lastro em qualquer irregularidade encontrada, não enseja a revisão. Não é dado à Administração simplesmente reavaliar a situação, voltando atrás quanto à sua manifestação3. A "coisa julgada administrativa", é verdade, não se equipara à coisa julgada propriamente dita, pois despida de definitividade, porém, constitui óbice ao desfazimento do ato por parte da autoridade administrativa a mera reavaliação de situação já apreciada anteriormente.4. Entendendo a administração, à época, possível o cômputo do tempo rural a contar dos 12 anos de idade, não se admite a mudança de critério, mormente quanto a parte já desfruta de benefício de longa dada.(TRF da 4ª Região, 5000069-50.2010.404.7015/PR, 6ª Turma, Rel.: Des. Fed. JOÃO BATISTA PINTO SILVEIRA, J. em 30/05/2012 - D.E. 31/05/2012)

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[...] Incabível o julgamento antecipado da lide, com a dispensa da prova testemunhal, se a matéria exige dilação probatória e a parte pugnou expressamente pela produção de provas. (TRF da 1ª Região, AC 0059997-45.2010.4.01.9199/MG, 2ª T., Rel.: Juiz Fed. MURILO FERNANDES DE ALMEIDA (conv.), j. em 19/06/2013, e-DJF1 10/07/2013)

O indeferimento de realização de provas, possibilidade oferecida pelo art. 130 do CPC, não está ao livre arbítrio do juiz, devendo ocorrer apenas e de forma motivada, quando forem dispensáveis e de caráter meramente protelatório (STJ, Resp 637547/RJ, Rel. Min. José Delgado, 1ª Turma, jul. 10.08.1991, DJ 13.09.2004, p. 186)

Se a pretensão do autor depende da produção da prova requerida, esta não lhe pode ser negada, nem reduzido o âmbito de seu pedido com um julgamento antecipado, sob pena de configurar-se uma situação autêntica de denegação de Justiça (STJ, REso 5.037/SP, Rel. Min, Caudio Santos, 3ª Turma, jul. 04.12.1990, DJ 18.02.1991, p. 1.035)

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Havendo dúvidas acerca da especialidade dos períodos objeto do litígio, haja vista a contrariedade entre documentos constantes dos autos, de modo que presente situação de perplexidade, impõe-se a anulação do feito, para a realização de prova pericial. (TRF da 4ª Região, Ap. e Reex. Nec. 5004379-14.2010.404.7108-RS, 5ª T., Rel.: RICARDO TEIXEIRA DO VALLE PEREIRA, J. 11/09/2012, D.E. 13/09/2012) Ocorre cerceamento de defesa quando indeferida prova necessária ao deslinde do feito, nos termos do artigo 130 do CPC, devendo ser anulada a sentença, reabrindo-se a instrução, a fim de que seja realizada prova pericial, para comprovar a exposição ou não a agentes insalubres, perigosos ou penosos no período laboral, dando-se provimento ao agravo retido. (TRF da 4ª Região, 5000322-50.2010.404.7108/RS, 6ª Turma, Rel.: Des. Fed. JOÃO BATISTA PINTO SILVEIRA, J. em 30/05/2012 - D.E. 31/05/2012)

À falta de esgotamento da instrução é de se ter como cerceado o direito do autor de produzir prova indispensável à comprovação de suas alegações, configurado cerceamento de defesa. 4. Apelação a que se dá provimento, para, anulando a sentença, determinar o retorno dos autos ao Juízo de origem para propiciar a produção de prova testemunhal e perícia médica para prolação de nova sentença. (TRF da 5ª Região, Proc.: AC530215/PB, 1ª Turma, Rel.: Des. Fed. Manoel Erhardt,J. em 17/05/2012, DJe 24/05/2012)

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Se a parte autora postula a realização de prova pericial, sem embargo de toda documentação por ela apresentada e aquela outra reunida de ofício pelo juiz singular, e a decisão que não reconhece a natureza especial da atividade se fundamenta justamente na ausência de determinado dado técnico, que poderia ser suprido mediante prova pericial, o processo é nulo por cerceamento de defesa (RI 5016263-39.2011.404.7000, Terceira Turma Recursal do PR, Relator p/ Acórdão José Antonio Savaris, julgado em 27/02/2014)

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[...] não tendo o requerido produzido nos autos prova da sua condição de desempregado, merece reforma o acórdão recorrido que afastou a perda da qualidade de segurado e julgou procedente o pedido; sem prejuízo, contudo, da promoção de outra ação em que se enseje a produção de prova adequada. (STJ, Pet 7115/PR, Rel. Ministro Napoleão Nunes Maia Filho, Terceira Seção, julgado em 10/03/2010, DJe 06/04/2010)

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[...] Consoante pacífico entendimento desta 2ª Turma, a coisa julgada, em caso de ação proposta com vistas à aposentadoria especial por idade de trabalhador rural, considerado o caráter social do direito previdenciário, dá-se secundum eventum litis, o que autoriza que nova ação seja proposta com a produção de novas provas ou consideradas novas circunstâncias, mesmo fosse esse o fundamento da extinção da demanda. (TRF da 1ª Região, AC 0011724-30.2013.4.01.9199/MA, 2ª T., Rel.: Juiz Fed. RENATO MARTINS PRATES (conv.), j. em 21/10/2013, e-DJF1 22/11/2013)

[...] Coisa julgada secundum eventum litis, permitindo o ajuizamento de nova demanda pelo segurado na hipótese de alteração das circunstâncias verificadas na causa. Precedentes. (TRF da 1ª Região, AC 0036413-41.2013.4.01.9199/GO, 2ª T., Relª.: Desª. Fed. NEUZA MARIA ALVES DA SILVA, j. em 23/10/2013, e-DJF1 11/11/2013)

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PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA RURAL POR IDADE. BÓIA-FRIA. COISA JULGADA. RELATIVIZAÇÃO. - "O direito previdenciário não admite preclusão do direito ao benefício, por falta de provas: sempre será possível, renovadas estas, sua concessão" (AC nº 2001.04.01.075054-3, rel. Des. Federal Albino Ramos de Oliveira). Com base nesse entendimento, a 5ª Turma vem entendendo que, nos casos em que o segurado não prova as alegações, deve o feito ser extinto sem julgamento de mérito. Tem-se admitido a propositura de nova demanda ainda que uma outra, anteriormente proposta, tenha sido julgada improcedente, adotando-se, desse modo, em tema de Direito Previdenciário, a coisa julgada secundum eventum probationis. (TRF4, AC 2001.70.01.002343-0, Quinta Turma, Relator Paulo Afonso Brum Vaz, DJ 21/05/2003)

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O princípio de prova material é pré-condição para a própria admissibilidade da lide. Trata-se de documento essencial, que deve instruir a petição inicial, pena de indeferimento (CPC, art. 283 c.c. 295, VI). Conseqüentemente, sem ele, o processo deve ser extinto sem julgamento do mérito (CPC, art. 267, I). E assim deve ser, porque o direito previdenciário não admite a preclusão do direito ao benefício, por falta de provas: sempre será possível, renovadas estas, sua concessão. Portanto, não cabe, na esfera judicial, solução diversa, certo que o Direito Processual deve ser enfocado, sempre, como meio de para a realização do direito material. (TRF4 – 5ª T. – AC 2001.04.01.075054-3 – Rel. Antonio Albino Ramos de Oliveira – DJ 18.09.2002)

O direito previdenciário não admite preclusão do direito ao benefício, por falta de provas: sempre será possível, renovadas estas, sua concessão. (AC 2001.04.01.075054-3 – Rel. Des. Federal Albino Ramos de Oliveira)

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[...] No caso, a improcedência do pedido na ação primeva de investigação de paternidade não decorreu da exclusão do vínculo genético por prova pericial, mas sim por insuficiência de elementos para o reconhecimento ou a exclusão da paternidade, motivo pelo qual a condição de pai não foi cabalmente descartada naquele feito. 3. Para a admissibilidade do recurso especial, na hipótese da alínea "c" do permissivo constitucional, é imprescindível a indicação das circunstâncias que identifiquem ou assemelhem os casos confrontados, mediante o cotejo dos fundamentos da decisão recorrida com o acórdão paradigma, a fim de demonstrar a divergência jurisprudencial existente (arts. 541 do CPC e 255 do RISTJ). 4. A jurisprudência do STJ firmou-se no sentido de que, nas hipóteses de dissídio jurisprudencial notório, é possível haver mitigação de exigências de natureza formal para o conhecimento do recurso especial com esse fundamento. 5. Agravo regimental não provido. (AgRg no REsp 1215172/RS, Rel. Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO, QUARTA TURMA, julgado em 05/03/2013, DJe 11/03/2013)

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RECURSO EXTRAORDINÁRIO. DIREITO PROCESSUAL CIVIL E CONSTITUCIONAL. REPERCUSSÃO GERAL RECONHECIDA. AÇÃO DE INVESTIGAÇÃO DE PATERNIDADE DECLARADA EXTINTA, COM FUNDAMENTO EM COISA JULGADA, EM RAZÃO DA EXISTÊNCIA DE ANTERIOR DEMANDA EM QUE NÃO FOI POSSÍVEL A REALIZAÇÃO DE EXAME DE DNA, POR SER O AUTOR BENEFICÁRIO DA JUSTIÇA GRATUITA E POR NÃO TER O ESTADO PROVIDENCIADO A SUA REALIZAÇÃO. REPROPOSITURA DA AÇÃO. POSSIBILIDADE, EM RESPEITO À PREVALÊNCIA DO DIREITO FUNDAMENTAL À BUSCA DA IDENTIDADE GENÉTICA DO SER, COMO EMANAÇÃO DE SEU DIREITO DE PERSONALIDADE. 1. É dotada de repercussão geral a matéria atinente à possibilidade da repropositura de ação de investigação de paternidade, quando anterior demanda idêntica, entre as mesmas partes, foi julgada improcedente, por falta de provas, em razão da parte interessada não dispor de condições econômicas para realizar o exame de DNA e o Estado não ter custeado a produção dessa prova. 2. Deve ser relativizada a coisa julgada estabelecida em ações de investigação de paternidade em que não foi possível determinar-se a efetiva existência de vínculo genético a unir as partes, em decorrência da não realização do exame de DNA, meio de prova que pode fornecer segurança quase absoluta quanto à existência de tal vínculo. 3. Não devem ser impostos óbices de natureza processual ao exercício do direito fundamental à busca da identidade genética, como natural emanação do direito de personalidade de um ser, de forma a tornar-se igualmente efetivo o direito à igualdade entre os filhos, inclusive de qualificações, bem assim o princípio da paternidade responsável. 4. Hipótese em que não há disputa de paternidade de cunho biológico, em confronto com outra, de cunho afetivo. Busca-se o reconhecimento de paternidade com relação a pessoa identificada. 5. Recursos extraordinários conhecidos e providos. (RE 363889, Relator Min. DIAS TOFFOLI, Tribunal Pleno, julgado em 02/06/2011, DJe-15-12-2011)

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Doutrina[...] não se forma coisa julgada se não houver decisão de mérito, a qual só pode acontecer se os fatos estiverem satisfatoriamente provados; assim, qualquer deficiência da atividade probatória impede a decisão de mérito e a formação da coisa julgada. (BARBI, Celso Agrícola. Comentários à Constituição do Brasil. Rio de Janeiro: Forense, 1975. p. 73)

A coisa julgada não deve significar uma técnica formidável de se ocultar a fome e a insegurança social para debaixo do tapete da forma processual, em nome da segurança jurídica (...). Enquanto o processo civil clássico aponta para o fechamento preponderantemente indiscutível da coisa julgada, o processo previdenciário busca apoiar-se no princípio constitucional do devido processo legal com as cores específicas da não preclusão do direito previdenciário. (SAVARIS, José Antonio. Direito Processual Previdenciário. 4. ed. Curitiba: Juruá, 2012)

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De acordo com os valores de nossos dias, o que se quer é um processo de resultados e um processo de resultados justos, o que certamente não se obtém com a adoção de postura teórica, rígida, inflexível e por demais formalista, que não se harmoniza com o conjunto de tendências que vêm norteando os modernos pensadores do processo, muitas vezes inspiradas no expressivamente modernizante trabalho pretoriano. (WAMBIER, Teresa Arruda Alvim. Nulidades do processo e da sentença. 5. Ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2004. p. 402)

A Constituição não se contenta com sentenças ‘certas’, ‘corretas’, interpretadas ‘conforme a Constituição’, ou com qualquer outro critério. Sua meta é oferecer sentenças justas”. (BAPTISTA DA SILVA, Ovídio Araújo. Epistemologia das ciências culturais. Porto Alegre: Verbo Jurídico, 2009. p. 96)

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Não há uma garantia sequer, nem mesmo a da coisa julgada, que conduza invariavelmente e de modo absoluto à renegação das demais ou dos valores que elas representam. Afirmar o valor da segurança jurídica (ou certeza) não pode implicar desprezo ao da unidade federativa, ao da dignidade humana e intangibilidade do corpo etc. É imperioso equilibrar com harmonia as duas exigências divergentes, transigindo razoavelmente quanto a certos valores em nome da segurança jurídica, mas abrindo-se mão desta sempre que sua prevalência seja capaz de sacrificar o insacrificável.Nesta perspectiva metodológica e levando em conta as impossibilidades jurídico-constitucionais acima consideradas, conclui-se que é inconstitucional a leitura clássica da garantia da coisa julgada, ou seja, sua leitura com a crença de que ela fosse algo absoluto e, como era hábito dizer, capaz de fazer do preto branco e do quadrado redondo. A irrecorribilidade daqueles resultados substanciais política ou socialmente ilegítimos, que a Constituição repudia. Daí a propriedade e a legitimidade sistemática da locução, aparentemente paradoxal, coisa julgada inconstitucional. (DINAMARCO, Cândido Rangel. Relativizar a coisa julgada material. REPRO, a. 28, n. 109, p.28 jan./mar. 2003)

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Tudo veio a mudar com a emergência dos princípios, considerados nessa nova perspectiva como direitos fundamentais, que podem e devem ter lugar de destaque na aplicação prática do direito, sobrepondo-se às simples regras infraconstitucionais. Essa mudança de paradigma, que introduz um direito muito mais flexível, menos rígido, determina também uma alteração no que concerne à segurança jurídica, que passa de um estado estático para um estado dinâmico. Assim, a segurança jurídica de uma norma se mede pela estabilidade de sua finalidade, abrangida em caso de necessidade por seu próprio movimento. Não mais se busca o absoluto da segurança jurídica, mas a segurança jurídica afetada de um coeficiente, de uma garantia de realidade. Nessa nova perspectiva, a própria segurança jurídica induz a mudança, a movimento, na medida em que ela está a serviço de um objetivo mediato de permitir a efetividade dos direitos e garantias de um processo equânime. Em suma, a segurança já não é vista com os olhos do Estado liberal, em que tendia a prevalecer como valor, porque não serve mais aos fins sociais a que o Estado se destina. Dentro dessas coordenadas, o aplicador deve estar atento às circunstâncias do caso, pois às vezes mesmo atendido o formalismo estabelecido pelo sistema, em face das circunstâncias peculiares da espécie, o processo pode se apresentar injusto ou conduzir a um resultado injusto. (OLIVEIRA, Carlos Alberto Álvaro de. O formalismo-valorativo no confronto com o formalismo excessivo. Disponível em: <http://www.alvarodeoliveira.com.br/home/artigos_open.=php?funcao= abrir&id_ artigo=8>. Acesso em: 28 mar. 2014)

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Por sua vez, a segurança é valor que por si só se opõe ao valor justiça. O desejado de decisões mais previsíveis, mais uniformes, choca-se com os ideais de justiça. É que a justiça tem que compreender o ineditismo da vida, a mudança contínua. O valor da justiça é mais importante que o valor da segurança. Esta fundamentalmente garante a segurança das classes que fizeram a lei ou tiveram papel preponderante na sua feitura. Não há deixar de reconhecer, tal postura leva a certa insegurança: ‘dessa insegurança básica não devemos nos livrar, pois ela é conditio sine qua non da própria liberdade, sem a qual a ética não teria o menor sentido’. (FREITAS, Juarez. A substancial inconstitucionalidade da lei injusta. Petrópolis: Vozes, 1989. p. 20)

[...] o Direito deve considerar, nas suas formulações, as fragilidades e as vicissitudes humanas para assim fazer transparecer a realidade” (MACEDO, Silvio de. Das dimensões da ciência jurídica atual. São paulo: Brasiliense, 1986. p. 225)

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É inaceitável que se sepulte o direito a proteção social em função da certeza assegurada pela coisa julgada, quando a pessoa, na realidade, faz jus à prestação previdenciária que lhe foi negada judicialmente. (SAVARIS, José Antonio. Direito Processual Previdenciário. 4. ed. Curitiba: Juruá, 2012)