13
Jornal do Commercio - PE 17/12/2015 - 08:17 Morrem 3 bebês com anomalia MICROCEFALIA Dois casos aconteceram no Recife e o outro em São Lourenço daMata. Saúde do Estado investiga causa das mortes Estão em investigação, em Pernambuco, três casos de bebês que vieram a óbito e apresentavam microcefalia, segundo critérios da Organização Mundial de Saúde (perímetro cefálico igual ou abaixo de 32 centímetros). A Secretaria Estadual de Saúde (SES) confirma, em nota, as mortes. É a primeira vez que o Estado apresenta suspeita de óbito por essa malformação congênita. Os partos aconteceram na capital pernambucana (dois casos) e emSão Lourenço da Mata, na Região Metropolitana do Recife. Dois bebês já nasceram mortos (os chamados natimortos) na sexta-feira (11) e na quarta-feira (15), com 38 e 40 semanas de gestação, respectivamente. Um deles veio a óbito dia 11, logo após o nascimento, com 33 semanas de gestação (prematuro) e com diagnóstico de microcefalia intraútero. Em nota, a secretaria ressalta que, apesar de os bebês apresentarem microcefalia, a anomalia não é a causa básica dos óbitos, que estão sendo investigados. Na terça-feira, o boletim epidemiológico divulgado pelo Ministério da Saúde já mencionava que, no Brasil, 26 mortes permanecem em investigação, mas não incluía esses óbitos em Pernambuco. Ao longo das discussões sobreamudança do padrão de ocorrência da microcefalia no País, foi confirmada uma morte no Ceará. Duas foram descartadas no Rio de Janeiro. CAUTELA

daMata. Saúde do Estado investiga causa das mortes · não é a causa básica dos óbitos, que estão sendo investigados. Na terça-feira, o boletim epidemiológico divulgado pelo

Embed Size (px)

Citation preview

Jornal do Commercio - PE 17/12/2015 - 08:17

Morrem 3 bebês com anomalia MICROCEFALIA Dois casos aconteceram no Recife e o outro em São Lourenço daMata. Saúde do Estado investiga causa das mortes

Estão em investigação, em Pernambuco, três casos de bebês que vieram a óbito e apresentavam microcefalia, segundo critérios da Organização Mundial de Saúde (perímetro cefálico igual ou abaixo de 32 centímetros). A Secretaria Estadual de Saúde (SES) confirma, em nota, as mortes. É a primeira vez que o Estado apresenta suspeita de óbito por essa malformação congênita. Os partos aconteceram na capital pernambucana (dois casos) e emSão Lourenço da Mata, na Região Metropolitana do Recife. Dois bebês já nasceram mortos (os chamados natimortos) na sexta-feira (11) e na quarta-feira (15), com 38 e 40 semanas de gestação, respectivamente. Um deles veio a óbito dia 11, logo após o nascimento, com 33 semanas de gestação (prematuro) e com diagnóstico de microcefalia intraútero. Em nota, a secretaria ressalta que, apesar de os bebês apresentarem microcefalia, a anomalia não é a causa básica dos óbitos, que estão sendo investigados. Na terça-feira, o boletim epidemiológico divulgado pelo Ministério da Saúde já mencionava que, no Brasil, 26 mortes permanecem em investigação, mas não incluía esses óbitos em Pernambuco. Ao longo das discussões sobreamudança do padrão de ocorrência da microcefalia no País, foi confirmada uma morte no Ceará. Duas foram descartadas no Rio de Janeiro. CAUTELA

Embora o Ministério da Saúde já confirme 134 casos de microcefalia no Brasil relacionados à infecção pelo vírus zika (desse total, 29 em Pernambuco), o Estadodiz que ainda é cedo para fazer essa associação, pois tem aguardado sair os resultados de exames que possam identificar a presença do zika. “O teste é a única maneira que temos para esclarecer se a pessoa contraiu o vírus. Como se trata de um evento novo na medicina, é importante que a relação entre microcefalia e zika seja feita por testes laboratoriais. A nossa preferência é trabalhar com cautela neste momento”, acredita a infectologista pediátrica Regina Coeli Ramos, do Hospital Universitário Oswaldo Cruz (Huoc).A médica participa das investigações sobre a mudança do padrão de ocorrência da microcefalia em Pernambuco e também das atualizações do protocolo clínico e epidemiológico para investigação dos casos da malformação no Estado. Em Pernambuco, entre os 920 casos suspeitos, 85 foram confirmados após a realização de exames de imagem. Mas o Estado opta por não fazer a diferenciação sobre a causa dos casos confirmados. Entre os 85 bebês em que já foi confirmada a microcefalia, segundo Regina, há casos relacionados a causas habituais da anomalia congênita, como toxoplasmose, sífilis e citomegalovírus. “Mas ainda não tivemos como associar, por critérios labortoriais, à infecção pelo zika. Pode ser que exista casos de coinfecção.” Pelo Ministério da Saúde, os casos estão sendo descartados porque não foi comprovado o comprometimento do cérebro do bebê por exames de imagem ou porque foram identificadas outras causas para a microcefalia, incluindo infecções causadas por sífilis, citomegalovírus ou toxoplasmose. “É uma atitude acertada, em que percebemos responsabilidade e transparência”, acreditaomédico Carlos Brito, membrodoComitê Técnico de Arboviroses do Ministério da Saúde.

Folha de Pernambuco - PE 17/12/2015 - 07:32

País subestimou o mosquito Ministro da Saúde reconheceu perda da batalha contra oAedes Um País desmoralizado internacionalmente em razão da perda do selo de bom pagador por mais uma agência de classificação de risco. Um País escandalizado em meio a recorrentes episódios de corrupção e à possibilidade de um impeachment em início de avaliação. Um País rendido a um inimigo pequeno, sorrateiro e subestimado. Ontem, um dia após o Ministério da Saúde confirmar novos casos de microcefalia e sua expansão para mais seis estados, o titular da pasta, Marcelo Castro, afirmou que "se o mosquito está vencendo essa batalha, é porque não fizemos as ações que seriam necessárias para destruí-lo” e que "poderíamos ter nos empenhado mais". Transmissor do zika vírus, associado aos quadros da malformação em bebês, oAedes aegypti está presente, em níveis de surto, em 199 municípios brasileiros. Em outros 665, a situação é de alerta, ao mesmo tempo em que notificações de dengue e chikungunya, também transmitidas pelo inseto, alcançam índices cada vez maiores. Para todas essas esferas, a saída parece ser a mesma: a necessidade de união de governantes, instituições e sociedade pela superação dos entraves que mantêm o Brasil em agonia. Se a guerra está sendo perdida, é porque os inimigos foram subestimados. É assim que especialistas veem o aumento do número de casos das doenças transmitidas pelo Aedes

aegypti. Diante de sintomas aparentemente brandos, os males foram historicamente assemelhados, ao menos pelos leigos, a viroses quaisquer. Já omosquito, sem o devido combate, ganhou cada vez mais espaço. O resultado está à vista de todos. Só neste ano, em todo o País, já há 1,5 milhão de notificações de dengue - 176% a mais que em 2014 - e 7.146 de chikungunya, alémda circulação do zika por 18 unidades federativas. Números quemostramque, mais que pessimista, a declaração doministro da Saúde, Marcelo Castro, é realista. Em Pernambuco, que lidera a lista de casos de microcefalia, associada ao zika, e que teve 103 notificações da infecção pelo vírus emapenas quatro dias, o último Levantamento de Índice Rápido deAedes aegypti (LIRAa) revela mais motivos de preocupação. Passou de 57 para 61 o número demunicípios em risco de surto por conta da infestação do vetor, e de 69 para 70, os em nível de alerta. “Percebemos que há muitas áreas do Interior que são as que mais estão sofrendo. A população tem sua parcela de culpa, mas também falta planejamento do poder público e há uma imensa dificuldade em ir à raiz do problema. É uma batalha que começou com derrotas lá atrás, quando se ignorou a falta de saneamento, a falta d’água, a falta de educação ambiental”, critica o professor da Pós-graduação em Gestão Ambiental da Faculdade dos Guararapes, Luís Cometti. Na visão da infectologista Heloísa Melo, coordenadora científica da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), amobilização do poder público e da sociedade agora vista começou com atraso. “Por tempos, houve uma certa despreocupação com o mosquito de tal forma que é como se a presença dele pudesse ser ignorada. Não houve o cuidado necessário. Menosprezamos o inimigo”, declara. “E a mesma coisa comos vírus. No caso da dengue, epidemias maiores já tinham passado, os casos recentes não eram tão graves. Em relação ao zika, quadros leves, febre não tão alta, e agora, o vírus mostrando um imenso potencial maligno. Por outro lado, as ações que vêm sendo tomadas permitem um otimismo”, completa. A coordenadora do Programa Estadual de Controle da Dengue, Zika e Chikungunya, Claudenice Pontes, lembra que, apesar dos números crescentes, a intensificação demedidas de combate ao Aedes e de assistência aos pacientes trarão resultados. “A presença do mosquito encontra facilitadores, como a questão climática e o aumento dos depósitos de água, principalmente no Interior, por conta da escassez. São desafios que buscamos contornar, mas que não cabe somente aos municípios. O apelo é omesmo: a população tem uma corresponsabilidade”, afirma.

Folha de Pernambuco - PE 17/12/2015 - 07:32

Zika: preservativos fora dos planos Ainda não há planos de reforçar a distribuição de preservativos nas festividades de fim de ano e no Carnaval visando a prevenção ao zika. A medida vem sendo recomendada por especialistas, a exemplo de virologistas da Fiocruz, como mostrado ontem pelaFolha, diante da possibilidade de transmissão sexual do vírus, relatada em dois casos na literatura científica internacional. O Estado e gestões municipais procuradas pelaFolha afirmam que uma ação como essa, que levaria ao reconhecimento da enfermidade como uma DST, depende de orientações específicas do Ministério da Saúde, inclusive para campanhas educativas. Mas garantem: há preservativos para quem quer usar.

O entrave é a negligência de quem não recorre à proteção, o que corresponde a 45% da população sexualmente ativa que tem parceiros eventuais. Em Pernambuco, a média mensal de camisinhas distribuídas aos municípios é de 1,5 milhão. Em janeiro, mais 3 milhões abastecem os estoques por conta das prévias carnavalescas. “Não temos falta desses insumos. O reforço já acontece em razão de uma série de outras doenças. Esse tipo de proteção deve ocorrer independentemente de qualquer coisa”, esclarece o gerente de Prevenção e Controle da Aids e outras DSTs da Secretaria Estadual de Saúde (SES), François Figueiroa. “Mas não há nada comprovado sobre a eficácia do preservativo contra o zika”. A infectologista Heloísa Melo, da SBI, discorda, afirmando que, “até que se prove o contrário, tem que se proteger” e haver ações direcionadas a garantir isso. “Há dados de laboratório que sugerem transmissões semelhantes às do HIV e hepatite B. Quanto menos se tem certeza, mais necessário é ter cuidado”, opina, acrescentando que aglomerações típicas dos períodos festivos também demandam atenção para o mosquito. “Pernambuco é um polo de Carnaval. Se aqui há a circulação do zika, mais responsabilidade tem o poder público de traçar estratégias que levem essa realidade em conta. O inseto agindo numa multidão significa que muitas pessoas podem ser infectadas não só pelo zika”, completa.

Jornal do Commercio - PE 17/12/2015 - 08:17

Mais rigor para doar sangue HEMOPE Quem apresentar sinais de virose só poderá fazer doação após 30 dias sem sintomas e se estiver em boas condições de saúde Apesar de não estar confirmada a transmissão do vírus zika via transfusão de sangue, a Fundação de Hematologia e Hemoterapia de Pernambuco (Hemope) informa que tem reforçado condutas para avaliar possíveis sintomas do doador que possam sugerir um quadro viral. “Diante da epidemia de zika, estamos seguindo a mesma triagem clínica já adotada para dengue. Ou seja, quem apresenta sinais de virose não pode doar sangue. Isso só pode acontecer depois de o doador relatar 30 dias sem sintomas de quadro viral e estiver em boas condições de saúde”, explica a diretora de Hemoterapia do Hemope, Anna Fausta. A médica acrescenta que, na hora da doação, o paciente será orientado a comunicar a instituição caso manifeste, dentro de 15 dias após o procedimento, sinais de virose, como febre, manchas vermelhas na pele, dores no corpo e conjuntivite. “Se qualquer doador informar condições de saúde como essas, dias depois de fazer a doação, vamos fazer um rastreamento da bolsa de sangue. Possivelmente serão realizados exames sorológicos para pesquisar vírus como o zika, que foi o que aconteceu no hemocentro de Campinas”, reforça Anna Fausta, referindo-se ao caso, no interior de São Paulo, em que foi transmitido o zika entre doador e receptor.

O Ministério da Saúde confirmou para o JC, em nota, que recebeu a escrição desse caso e que “o paciente receptor não desenvolveu a doença. Assim, será avaliada a capacidade de infecção do vírus por transmissão sanguínea, além dos procedimentos de hemovigilância que devem ser adotados conforme os novos achados.” A Secretaria de Saúde de São Paulo informou também que, diante do caso em Campinas, não haverá alteração em relação ao fluxo dos bancos de sangue no Estado. “No momento, não há outro caso de infecção por zika transfusional em investigação em São Paulo”, ressalta a secretaria, que informa estar monitorando a circulação do vírus e realizando exames em amostras que deram negativas para dengue, a fim de identificar o genoma do zika, já que ainda não existem, na rede pública do País, testes sorológicos para detecção do vírus. “Nenhum exame de PCR deu positivo para zika no Estado neste segundo semestre.” Os hemocentros brasileiros, segundo destaca Anna Fausta, não têm realizado essa sorologia rotineiramente. “Em relação à dengue, já sabemos que a pessoa que recebeu transfusão com o vírus não chegou a desenvolver dengue. Junto a outros hemocentros, precisamos agora investigar isso com o zika”, ressalta Anna.

Jornal do Commercio - PE 17/12/2015 - 08:17

Atendimento na UPA de Olinda Sobre a denúncia da leitora Gerluce Borges,a UPA de Olinda esclarece que se trata de um serviço de pronto-atendimento, onde é preconizado a permanência do paciente por 24h. Porém, com a superlotação dos hospitais públicos, os pacientes estão permanecendo na unidade por um período superior, o que tornaa UPA também superlotada de pacientes aguardando vagas nos hospitais. Apesar disso, pacientes são reavaliados diariamente por ortopedistas e clínicos gerais. A UPA também disponibiliza de um quarto de isolamento com leito para pacientes portadores de doenças infecto-contagiosas. Quanto ao ar-condicionado, a substituição do aparelho danificado está sendo providenciada para colocação na Sala Amarela. Assessoria de imprensa

Folha de Pernambuco - PE 17/12/2015 - 07:32

Multa para quem não combater o Aedes Recursos arrecadados serão aplicados em ações de prevenção Multa de até R$ 1 mil para uemdeixar água acumulada, ontribuindo para a proliferaão do Aedes aegypti. O projeto de lei 247/2015, em tramitação na Câmara de Vereadores do Recife, pretende “pegar” a população pelo bolso, para que todos ingressem na luta contra omosquito transmissor da dengue, da chikungunya e do zika. Se aprovado, valerá para residências e estabelecimentos comerciais. Pelo projeto, os recursos arrecadados com as multas serão direcionados para o Fundo Municipal de Saúde (FMS) e aplicados em ações de prevenção ao mosquito. “Infelizmente no País é assim. O brasileiro só reage quando sente no bolso, a punição. Será uma forma de educar a população”, disse o vereador Wanderson Florêncio (PSDB), autor do projeto. O documento prevê que os agentes de saúde domunicípio formalizem o descuido da população. Ou seja, quemdeixar água acumulada em pneus, lajes, calhas, garrafas ou caixa d’água descobertas, por exemplo, deve ser notificado pela Prefeitura do Recife. O documento estabelece três etapas de punição aos que descumprirem as diretrizes do plano de combate ao mosquito. Na primeira autuação, estão previstos R$ 300 e prazo de no máximo sete dias corridos para que o problema seja sanado. Em caso de reincidência, o valor passará para R$ 600. A partir da terceira autuação será cobrado valor máximo (R$ 1 mil). FISCALIZAÇÃO Um outro projeto de lei, também do vereador Wanderson Florêncio, pretende tornar pública a divulgação do relatório das fiscalizações realizadas pelos agentes de saúde no combate ao mosquito. Os documentos, prevê, ficariam disponibilizados no site oficial da Prefeitura da Cidade do Recife, com informações sobre o local fiscalizado, horário, endereço e a situação encontrada. A não entrega desses relatórios por parte dos agentes de saúde, estabelece, ocasionará punição aos profissionais - cabendo defesa. O objetivo dos projetos, segundo o legislador, “não é um repasse de responsabilidade, mas um compartilhamento. O combate às doenças relacionadas ao Aedes aegypti é um dever dos órgãos públicos e de toda a população. Ao cidadão caberá à manutenção de sua propriedade de acordo com os padrões d combate à epidemia, e a poder público caberá uma melhor fiscalização e valori zação do agente de saúde”.

Folha de Pernambuco - PE 17/12/2015 - 07:32

Criadouros no alvo da Compesa

Começaram a ser capacitados, ontem, 450 leituristas da Compesa que passarão a atuar também no combate aos focos do Aedes aegypti nas 1,7 milhão de residências no Estado. Os funcionários vão orientar a população e, quando autorizados, farão vistoria nos imóveis. Ao ser constatado algum criadouro, o morador será orientado a como eliminar o foco. Já o leiturista repassará as informações para que a Compesa acione as prefeituras a fim de que seja aplicado larvicida. A primeira turma de leituristas começou a ser capacitada em Arcoverde, no Sertão. Até o final do mês, haverá capacitações em Petrolina, Garanhuns e Caruaru, onde há um grande número de ocorrências de dengue, zika e chikungunya. Já na área metropolitana, que inclui o Recife, deve iniciar em 23 de janeiro. Além disso, todas as caixas d’água que são abastecidas pela Compesa, principalmente no Interior, serão inspecionadas para prevenir e eliminar focos. Esses reservatórios são abastecidos por 286 carrospipa. A maioria está em localidades afetadas pela crise hídrica. Está sendo elaborado um relatório com o diagnóstico das caixas d’água - quantas são, suas condições e as providências que devem ser tomadas. O documento será entregue ao Governo.

Folha de Pernambuco - PE 17/12/2015 - 07:32

UFPE: diagnóstico da doença em 20 minutos Resultados mais rápidos para elucidar diferentes tipos de dengue, doença transmitida pelo mosquito Aedes aegypti. Essa é a proposta do protótipo de um biossensor desenvolvido por pesquisadores do Laboratório de Imunopatologia Keizo Asani (Lika), da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). O equipamento, cujos testes são feitos apenas no laboratório, foi trabalhado com o objetivo de detectar os quatro sorotipos de dengue no paciente em 20 minutos. A proposta do diretor do Lika, o professor José Luiz Filho, é que o equipamento possa, nos próximos anos, descobrir quando o vírus é da zika ou da chikungunya. “O problema é que falta investimento forte no âmbito federal e estadual. Estamos conversando com algumas empresas que se mostraram interessadas em difundir a ideia em centros médicos, como hospitais e Unidades de Pronto Atendimento (UPAs), mas nada certo ainda”, declarou. Foram dez anos de estudo para o protótipo ser elaborado. O diretor conta que pretende criar um modelo mais compacto, que se assemelhe aos aparelhos usados para medir a taxa de glicose. “O mecanismo também, queremos fazer igual. Para que o tipo de dengue seja detectado a partir de uma gota de sangue do paciente. É por meio do DNA ou RNA dele, que a maquininha identificará o sorotipo. Quem sabe, mais para frente, algum olheiro invista e nós tenhamos a oportunidade de modernizar o protótipo e aderir mais funções a ele? Torcemos por isso”, acredita. O material, apenas em fase inicial de testes, foi feito a partir de material plástico e fibras de carbono. “Mas, é bastante promissor e vai ajudar a trazer uma solução mais rápida de tratamento para a pessoa infectada”, finalizou o professor.

Jornal do Commercio - PE 17/12/2015 - 08:17

Compesa reforça combate ao Aedes MUTIRÃO Todos os leituristas e funcionários da companhia estão sendo treinados para detectar focos do mosquito nos imóveis visitados e nos reservatórios d’água da empresa

É cada vez maior o número de pessoas e instituições engajadas no combate ao mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue, chicungunha e zika vírus, esta última associada a inúmeros casos de microcefalia. Ontem, os 450 leituristas da Companhia Pernambucana de Saneamento (Compesa) começaram a ser capacitados para atuar como agentes identificadores de focos do mosquito em 173 municípios. Entre os dias 23 deste mês e 15 de janeiro eles visitarão as 1,7 milhão de residências onde fazem a leitura da água, mensalmente, agora também com a missão de combater o Aedes. “Além de capacitar pessoal, vamos vistoriar as 389 caixas d’água abastecidas pela Compesa (devido à crise hídrica no Estado) e orientar os condutores dos 286 carros-pipa com os quais trabalhamos”, informa a assessora da Diretoria de ArticulaçãoeMeio Ambiente do órgão, Rita Guilherme. “O treinamento se estende aos técnicos sociais e às equipes das lojas de atendimento (que vão distribuir panfletos informativos) e call center. Durante a espera telefônica, o cliente ouvirá uma gravação do médico Dráuzio Varella com as orientações sobre o tema”. Os primeiros leituristas capacitados são de Arcoverde. Até o final do mês, haverá treinamento em Petrolina, Garanhuns e Caruaru, onde há um grande número de ocorrências de dengue, zika e chicungunha. “Esperamos poder sensibilizar um maior número de pernambucanos sobre a importância de combateromosquito”, afirma Rita. CAMINHADA

Hoje também acontece a Caminhada Recife no Combate ao Mosquito: uma luta pela vida, que promete reunir mais de 300 pessoas, entre profissionais da Secretaria de Saúde do Recife, representantes de terreiros de matrizes africanas, estudantes, usuários da rede municipal de saúde, moradores e lideranças comunitárias da Zona Norte da capital. A concentração será às 8h, em frente ao Estádio José do Rego Maciel (campo do Santa Cruz), com destino ao bairro da Encruzilhada. A ação terá apresentação teatral do grupo “As dengosas”, formado por agentes de saúde ambiental e controle de endemias e agentes comunitários de saúde. Profissionais do Núcleo de Apoio à Saúde da Família (Nasf) e soldados do Exército – que já atuam na função – farão a distribuição de material educativo. Cerca de 500 artistas também abraçam a causa e têm um encontro no Teatro de Santa Isabel, no CentrodoRecife, às 9h de hoje, a fim de obter informações para o combate ao mosquito. O próprio secretário de Saúde, Jailson Correia, fará apresentação sobre as doenças transmitidas pelo Aedes e como se prevenir. A organização é das Secretarias de Cultura, Saúde e Fundação de Cultura Cidade do Recife (FCCR).

Jornal do Commercio - PE 17/12/2015 - 08:17

Alunos de medicina nas ruas de Olinda Alunos do primeiro período da Faculdade de Medicina de Olinda (FMO), em Bairro Novo, participaram de ação contra focos do mosquito Aedes aegypti no bairro do Bonsucesso ontem pela manhã.Aação foi a primeira do Plano de Contingência Emergencial, lançado pela Prefeitura de Olinda na sexta-feira (11). O gerente do Centro de Vigilância Ambiental de Olinda (Cevao), Eudes Coutinho, foi o responsável pela organização do mutirão. “Capacitamos 120 estudantes de medicina com aulas teóricas. Hoje, cerca de 100 estão aqui na prática junto a 30 agentes de Combate a Endemias fazendo um trabalho nessa área de risco.” O bairro do Bonsucesso é uma das áreas de maior risco de contaminação pelo mosquito em Olinda, juntamente aos bairros de Peixinhos e Jardim Atlântico. Para os estudantes Amir Posternak, 20 anos, e Leonardo Siqueira, 19,omomento foi importante tanto para a população como para a experiência na faculdade. “Na capacitação, aprendemos como a doença é transmitida, prevenida e tratada e, agora, estamos passando a informação para aqueles que muitas vezes não têm acesso a ela”, conta Amir. Leonardo concorda. “Vimos como tantas pessoas não sabem como evitar o mosquito. Poder informar é gratificante.” Os alunos visitaram residências na Rua Mário Melo e encontraram casos como o de dona Edite Freire, 86, que já teve chicungunha e apresentava diversos focos com larvas no quintal de casa. O coordenador de Cenário de Treinamento do curso de Medicina da FMO, Marcelo Borges, ressaltou a importância da iniciativa da Secretaria de Saúde e da parceria com a faculdade. “Esse projeto é um grande início para a faculdade, beneficiando os estudantes, precocemente envolvidos com a comunidade e com problemas de saúde”, comenta. A próxima ação acontece a partir da segunda semana de janeiro, com a participação de 160 soldados do Exército. De acordo com a Secretaria de Saúde de Olinda, o município já apresentou este ano 3.823 notificações de dengue, com 1.645 casos confirmados. De chicungunha, foram

420 notificações com 205 confirmações. Já de zika, três casos foram confirmados, sendo um deles em Bonsucesso.

Jornal do Commercio - PE 17/12/2015 - 08:17

Número de agentes vai ser revisto BRASÍLIA – O ministro da Saúde, MarceloCastro, disse ontem que o governo vai rever a portaria que define o número máximo de agentes de endemias que podem ser contratados pelos municípios.Amedida ocorre após reclamações de prefeituras, para quem a Portaria 1.025, de julho deste ano, acabava por diminuir, na prática, o número de agentes que poderiam ser contratados para o combate ao mosquito Aedes aegypti, que transmite o vírus zika. A portaria também foi apontada pelos prefeitos como responsável pelo corte de 40% dos agentes de endemias em Pernambuco. Questionado,oministro admitiu que a portaria trouxe transtornos, mas disse que a medida estava sendo mal interpretada. “O que ocorre é que estamos passando aos municípios mais recursos do que passávamos antes. E os prefeitos não estão compreendendo que eles podem utilizar esses recursos para pagar os agentes.” Castro diz que tentou revogar o documento, mas não foi possível. Agora, a ideia é que o governo reveja o texto para ficar mais claro. O anúncio ocorreu após audiência pública na Câmara e no Senado sobre o aumento de casos de recém-nascidos com microcefalia. O governo considera que os casos estão relacionados a infecções pelo vírus durante a gestação. Na audiência, Castro criticou a falta de ações anteriores no combate ao mosquito e disse que governo e sociedade ficaram na defensiva. “Não estou culpando ninguém, mas contemporizamos um pouco o combate ao mosquito.” RUBÉOLA O ministro da Saúde reforçou ainda que o aumento de casos de microcefalia no Brasil não foi provocado pela vacina contra rubéola. “Isso é um quadro que criaram nas redes sociais e tem muita gente acreditando nisso. O pior é que isso pode levar as pessoas a não se vacinarem, algo completamente contrário ao que se tem que fazer”, disseoministo.Adeclaração foi uma resposta aos boatos que surgiram nas redes sociais e aplicativos de mensagens, dizendo que um lote vencido de vacina usado apenas no Nordeste foi a origem da malformação em um maior número de crianças.

Jornal do Commercio - PE 17/12/2015 - 08:17

Voz do leitor Foco de mosquito em canal da Cohab Diante da epidemia de dengue, zika e chicungunha, é inadmissível conviver com vários focos de mosquitos, ratos, baratas, escorpiões, por causa de acúmulo de lixo no canal da Rua Capitão Antonio da Rocha, na Cohab, em frente aos números 82 e 75. Aguardo resposta do órgão competente. Jose Otaviano, via comuniQ

Jornal do Commercio - PE 17/12/2015 - 08:17

Lei abre porta de imóveis Para evitar que casas e órgãos públicos se tornem foco de vetores transmissores de doenças, comoomosquito Aedes aegypti, a Assembleia Legislativa aprovou ontem lei que proíbe proprietários dos imóveis a barrar entrada de agentes de saúde responsáveis pelo combate de endemias. A medida vale para quando houver epidemia ou iminência de situação epidêmica. Donos das casas podem ser multados quando a lei entrar em vigor. No Recife, a prefeitura calcula que até 25% dos imóveis ficam pendentes nas vistorias no combate à dengue, seja porque os donos não permitiram a entrada dos agentes ou porque as casas estão fechadas. Em Jaboatão dos Guararapes, uma lei garantiu a vistoria dos prédios fechados mesmo contra a vontade dos donos. Na capital, artigo similar foi incluído no novo Código Sanitário, em tramitação na Câmara. A lei estadual, que passará por segunda votação antes de seguir para a sanção do governador Paulo Câmara (PSB), prevê que as visitas sejam em forma de mutirão e determina que os agentes de saúde estejam identificados, uniformizados e com documentos que comprovem situação de epidemia. Ele também garante que o acesso se limitará a medidas preventivas e de combate ao vetor epidemiológico. O Executivo deve regulamentar a lei definindo o valor e a forma de aplicação da multa. Autor do projeto, o deputado Ricardo Costa (PMDB) defendeu que não há interferência no direito de propriedade porque os imóveis continuarão intactos após vistoria. “Não é nenhum dano o agente entrar e avaliar se existem criadouros do mosquito. As pessoas estão morrendo, adquirindo doenças gravíssimas, e há um jeito de evitar isso”, argumentou. “Os direitos individuais, como o direito de propriedade, garantido na Constituição, perdem força em razão de um direitomaior, que é o da coletividade.O próprio direito à propriedade diz que ela precisa ter uma função social”, explicou Ivana Botelho, promotora da Saúde do Recife.

Diario de Pernambuco - PE 16/12/2015 - 08:05

AACD faz ato em busca de recursos Duas vezes por semana, Amanda Silva, três anos, é trazida às 6h30 de Ibirajuba, Agreste, para fazer fisioterapia na Associação de Apoio à Criança com Deficiência (AACD), no Recife. Acometida de malformação congênita, tem dificuldades de locomoção. A mesma realidade é vivida por Ewerton Francisco, que semanalmente sai de Garanhuns, para fazer tratamento buscando reverter sequelas da paralisia cerebral. A unidade, que também atende crianças com microcefalia, organiza hoje um ato na Praça do Derby, para arrecadar fundos. O Dia Solidário, como ficou denominado o evento, começará às 10h, com atividades lúdicas, como a apresentação da capoeira inclusiva, e a presença de artistas locais, como a cantora Cylenne Araújo. No local,

haverá um stand de comercialização de produtos. Os recursos arrecadados serão destinados à entidade. A AACD realiza mais de mil atendimentos por dia. contando com 170 funcionários e 280 voluntários. A instituição quer constituir novas vias de financiamento, se aproximando da população e despertando interesse de voluntários. “A ideia é divulgar a essência do projeto, para ajudar essas crianças”, explicou a ortopedista pediátrica da AACD, Karine Nobre, que também está à frente da organização do Dia Solidário.

Diario de Pernambuco - PE 16/12/2015 - 08:05

Hospital da Mulher será nova arma Com tomógrafo e aparelhos de ultrassom, unidade de saúde deverá fazer parte do atendimento às crianças com microcefalia Hospital vai ficar pronto até 31 de dezembro e será inaugurado em janeiro O Hospital da Mulher, que está sendo construído às margens da BR-101, no bairro do Curado, Zona Oeste do Recife, será uma arma no atendimento aos bebês com microcefalia. A expectativa é de que a unidade de saúde esteja funcionando em janeiro de 2016. O hospital vai contar com um tomógrafo e quatro aparelhos de ultrassom, equipamentos fundamentais para detectar a malformação congênita ainda no útero da mãe (ultrassom) e para diagnosticar a microcefalia em bebês após o parto (tomógrafo). O prefeito Geraldo Julio informou, em entrevista publicada na edição dessa quarta-feira do Diario, que as obras do hospital terminam em dezembro deste ano. O Hospital da Mulher está sendo construído em uma área de 13 mil metros quadrados e contará com 150 leitos para o atendimento de mulheres a partir dos 10 anos que precisarem de procedimentos de média e alta complexidade. A unidade de saúde terá capacidade para 400 partos e 250 cirurgias ao mês. Profissionais como ginecologistas, endocrinologistas, cardiologistas, nutricionistas, psicólogos, fisioterapeutas e odontólogos atuarão no hospital. A unidade vai prestar atendimentos de urgência e emergência 24 horas, além de contar com centro obstétrico e cirúrgico, UTI materna e neonatal, clínica ambulatorial, diagnóstico, apoio terapêutico e assistência à mulher vítima de violência. O aparelho de tomografia terá capacidade de realizar quatro mil exames por mês. Atualmente, em todo o estado, são realizadas 680 tomografias nos hospitais de referência para atendimento dos casos de microcefalia. As unidades de saúde da rede estão prontas para realizar 100 tomografias por mês em cada regional do interior: Petrolina, Arcoverde e Caruaru. No Recife, a capacidade é de realização de 150 tomografias mensais no Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira (Imip); 130 no Hospital Universitário Oswaldo Cruz (Huoc) e 100 no Hospital Barão de Lucena.

Já os quatro aparelhos de ultrassom do Hospital da Mulher terão capacidade para fazer 4,2 mil ultrassonografias por mês. “Não será uma unidade especializada em microcefalia, mas sabemos que vamos receber famílias e bebês com essas necessidades diante do cenário atual. O hospital vai ser integrado à rede de atenção básica e contará com estrutura para acolher essas mulheres e crianças”, afirmou a secretária executiva de Atenção à Saúde, Eliane Germano.