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CENTRO DE FORMAÇÃO PEOFESSOR ODILON NUNES COORDENAÇÃO DE EDUCAÇÃO FÍSICA: IZOLDA BRANDÃO OFICINA DANÇA NA ESCOLA ESTUDO DOS PRINCÍPIOS E FATORES DO MOVIMENTO MINISTRANTES: Prof.ª Esp. Cristiane Barbosa Prof.ª Esp. Rosely Modesto

DANÇA EDUCATIVA

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Apostila sobre a Dança Educativa - Princípios e Fatores do Movimento

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Page 1: DANÇA EDUCATIVA

CENTRO DE FORMAÇÃO PEOFESSOR ODILON NUNES

COORDENAÇÃO DE EDUCAÇÃO FÍSICA: IZOLDA BRANDÃO

OFICINA DANÇA NA ESCOLA

ESTUDO DOS PRINCÍPIOS E FATORES DO MOVIMENTO

MINISTRANTES:

Prof.ª Esp. Cristiane Barbosa

Prof.ª Esp. Rosely Modesto

TERESINA – PI

2012

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DANÇA EDUCATIVA

PRINCÍPIOS DO MOVIMENTO HUMANO

1. RESPIRAÇÃO

2. EQUILÍBRIO

3. APOIOS

4. DINÂMICA POSTURAL

1. RESPIRAÇÃO

A respiração correta favorece a saúde de todos, mas dentro das artes corporais, como a dança, ela é decisiva para a qualidade expressiva e artística. A respiração incorreta possibilita um número menor de movimentos além de provocar uma ruptura na seqüência de harmonia da dança.

A respiração adequada facilita, principalmente, a fluência do movimento, isto é, a precisão e continuidade do mesmo. A inalação deve ser associada a movimentos de expansão e liberação do corpo. A exalação deve ser associada a movimentos de contração. A prática dessa técnica permite a integração corporal, pois os exercícios trabalham o corpo como um todo indissociável, sem fragmentar movimentos de braços e pernas em que o centro fica esquecido.

Além da melhora na expressividade, o método também ajuda a prevenir lesões, compensando relativamente os movimentos repetitivos. A respiração consciente é essencial no processo de compreensão do movimento, no trabalho simultâneo e harmônico de corpo e mente. O ideal é deixá-la fluir sem suspendê-la ou bloqueá-la para que se tenha não somente uma substancial melhora na qualidade da dança e dos demais exercícios físicos, como também na qualidade de vida.

2. EQUILÍBRIO

O equilíbrio é definido como um estado de equilíbrio corpóreo, caracterizado por calma, e um cancelamento de forças opostas para todos os lados. Consegue ver isso em câmera lenta muitas vezes em competições de atletismo na TV. Se um atleta for PERFEITO pode-se ver a rotação ao redor de um eixo, aterragens perfeitas, e esses momentos de espetáculo quando tudo parece ser fácil. Frequentemente a única coisa esmagando as esperanças do atleta é a agitação final dos pés quando aterra levemente... fora de equilíbrio.

Manter um equilíbrio é principalmente coordenado por três sistemas. O primeiro é o vestibular ou sistema auditivo, localizado no interior da orelha, que age como um "equilíbrio do carpinteiro" para mantê-lo nivelado. O segundo sistema de equilíbrio usa nervos chamados “proprioceptores” que são localizados nos músculos, tendões, e rótulas.

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Dão-lhe consciência da sua posição do corpo num espaço tridimensional. E finalmente, há o sistema visual, que envia sinais dos olhos ao cérebro sobre a posição do corpo.

Antes de mais, veja se o movimento real da dança pode fazê-lo pensar que estão equilibrados, quando anda de pé a pé. Tente dançar as suas coreografias lentamente, sozinho, assegurando-se de que está seguro em cada passo, e equilibrado em pivôs e voltas. Use a pressão no chão para o equilíbrio, foca os seus olhos, e encontra o teu centro. Gradualmente vá aumentando o ritmo ainda sozinho. Então faça a mesma coisa com seu parceiro (a), começando lentamente, verificando cada passo e ação para o equilíbrio. Lentamente aumente o ritmo com o seu parceiro (a).

3. APOIOS

Os movimentos se efetuam em: Bipedestação sobre os dois pés resultando em deslocamentos em várias posições; Unipedestação sobre um só pé deslocando o corpo sobre um pé ou de um pé para outro

como nos saltos.

4. DINÂMICA POSTURAL

É a nuance da distribuição do corpo no espaço temporal, executando formas COM OS DIFERENTES MOVIMENTOS E DIFERENTES APOIOS; dentro de um ritmo próprio.

É importante para o professor entender e analisar os fatores básicos da Dança: Corpo, Espaço, Tempo, Peso, Fluência e Esforço.

O movimento se manifesta nas correlações das ações corporais dentre o esforço e os elementos de Peso, Tempo, Espaço, Fluência e conforme combinados produzem graduações particulares de ação.

Os fatores básicos do domínio do movimento (Laban, 1978), definem a atitude de quem dança. Eles facultam a percepção através das sensações que aliados à intenção do movimento e de como ele é expresso, dão vida e expressão à Dança.

FATORES BÁSICOS DO MOVIMENTO

A educação pelo movimento facultado pela Dança/Educação constitui fator essencial e efetivo para que o ser humano desenvolva suas capacidades, habilidades e integralmente suas potencialidades.

O movimento para a Dança/Educação constitui uma atividade essencial e dinâmica na vida da criança. A Educação do movimento permitirá à criança executar tarefas e resolver problemas.

Segundo LABAN, os fatores do movimento são:PESO: pesado ou leve;ESPAÇO: movimentos grandes ou pequenos;TEMPO: rápido ou devagar;

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FLUXO: contido (contorções), leve ou livre.OBS: Ao se criar um personagem pode se utilizar desses fatores.

Também afirma que as ações do movimento são oito:ESPANAR FLUTUARPONTUAR TORCERCHICOTEAR PRESSIONARSOCAR DESLIZAR

O como o corpo se move estuda as qualidades expressivas do movimento, as dinâmicas do movimento das quais fazem parte os quatro fatores: peso, espaço, tempo e fluência. Essas dinâmicas trazem significados e significações as ações do corpo no espaço, expressando nossas sensações e transformando-as em ações. Cada fator tem suas características, as quais foram trabalhadas durante as aulas conforme a demanda do trabalho e de todos os envolvidos. O quadro abaixo pontua as particularidades de cada um deles.

Fator demovimento

Qualidades Relativo a Desenvolve a Afeta o poder humano de

Fluência Livre oucontrolada

Como Progressão Sentimento

Espaço Direto ouindireto

Onde Atenção Pensamento

Peso Leve ou firme O que Intenção Sensação

Tempo Prolongado ourepentino

Quando Decisão Intuição

LABAN (1978, p. 186)

1. PESOÉ a energia, força muscular usada na resistência do peso do corpo.É uma ação básica de esforço do movimento ligado aos dois elementos fortes ou

firmes e leves ou toques suaves; refere-se à resistência do corpo pesado ou leve.A atitude firme resulta em movimentos vigorosos. A atitude leve consiste no esforço

de uma resistência fraca ao peso de uma sensação de movimento leve ou pela ausência de peso.

ATIVIDADES:Movimentos de alternância entre as duas atitudes, experiências resultantes do uso

dos contrastes como pisar leve ou vigoroso, socar e acariciar.

2. TEMPO

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Elemento necessário à observação das ações corporais que se processam durante um período de tempo e podem ser medidos com exatidão pelos seguintes aspectos:

VELOCIDADE: rápida, normal, lenta, entre outras; RITMO: acelerado, retardado, moderado, presto (rápido), prestíssimo em relação

direta com as sequências de movimento; PAUSA: retenção de movimentos por um espaço de tempo como no movimento em

potencial; ACENTO: conotação de ênfase dado à execução do movimento e se expressa na

unidade de tempo; UNIDADE: de tempo é a distribuição das sequências de movimento pela divisão dos

mesmos pelos compassos: binário, ternário e quaternário da unidade de tempo proposta.

ATIVIDADES:Uso de movimentos em experiências de rapidez e súbitos que envolvem o corpo

como um todo ou parte do mesmo (saltos, piruetas, contrações e torções rápidas do tronco).A exploração da qualidade lenta pode se processar através de encontros ou

separações de partes do corpo (gestos lentos e movimentos integrados ao ritmo respiratório).

TEMPO-RITMOO Ritmo é:

A distribuição dos elementos no espaço em suas partes e no todo e pela combinação de elementos formando grupos;

A força potente que liga vários elementos da Dança dentro de uma estrutura harmoniosa e unificada;

A cadência do corpo para vencer a gravidade da terra; A distribuição da velocidade: acelerar, retardar e parar; A sensação interior, emocional, filosófica e psicológica do ser.

Pode ser individual ou grupal. O ritmo individual no movimento são as interações de forças das contrações

musculares pela distribuição de energia que refletem no movimento.O ritmo do grupo é a forma conjunta de distribuição dos movimentos na inter-

relação sincronizada de distribuição da energia, da força, da intensidade e da velocidade da força e da reação da energia. Geralmente são conseguidos por reações de ações estimuladas por vibrações acústicas.

Na Dança o ritmo é a disposição harmônica entre o movimento em potencial e o movimento liberado em diferentes intensidades, vibrações e velocidade da reação destes estados de movimento.

CARACTERÍSTICAS DO RITMO

INTENSIDADE: grau maior ou menor de sons fortes ou fracos.

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DURAÇÃO: período de espaço temporal; acentos são executados pelas batidas fortes ou fracas de um compasso musical.FIGURAS: são as figuras negativas (silêncios ou pausas) e as positivas (sons ou notas)RITMO: elemento instrumental que se desenvolve paralelamente ao movimento. No homem, o ritmo é: a pulsação (fisiológica), a tensão X relaxamento (físico) e o controle de formas rítmicas (psíquico).

O movimento e o ritmo são inter-relacionados e interatuantes, se apóiam reciprocamente.

SELEÇÃO DO RITMO PARA A AULA DE DANÇA

A seleção do ritmo para a aula de Dança se processa em: Função do movimento; Função dos grupos sociais que freqüentam as aulas; Função da faixa etária:

3 anos – ritmo natural binário; 4 anos – ritmo quaternário; 7 anos – ritmo ternário; 10 anos – apto para qualquer ritmo.

3. ESPAÇOÉ o lugar que o corpo ocupa na base chão ou ar executando formas (angulares,

torcidas, circulares) com seu contorno de massa e/ou a expansão dos movimentos nos planos, direções, extensão e sentidos.

O sistema de alavancas permite o corpo tomar lugar no espaço fazendo com que o mesmo alcance a distância e extensão do corpo:

Nos planos do corpo em relação ao espaço frontal, sagital e horizontal; Nas direções do espaço – direita, esquerda, frente, atrás, lado e suas vinte

combinações pelo espaço pessoal (kemisférico) e global ou em altura e profundidade.

Consiste em uma aça de esforço onde a atitude pode ser indireta, flexível ou direta percorrendo um caminho em linha reta, refere-se à direção do movimento em expansão ou plasticidade.

Elemento do esforço de uma atitude direta: movimentos com linhas estendidas no espaço em várias direções e diversos pontos do espaço com uma consciência corporal global.

Elemento do esforço flexível: movimentos ondulados, gestos que envolvem o espaço circundante ao corpo ou sensação de estar em toda parte.

ATIVIDADES:Deverão ser criadas evitando imitações ou movimentos estereotipados.

Aspectos elementares necessários para observação de ações corporais

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Direções FrenteEsquerda frente Direita frente

Esquerda FrenteEsquerda atrás Direita atrás

AtrásPlanos Alto

MédioBaixo

Extensões Perto normal longePequena normal grande

Caminho Direto Angular Curvo

4. FLUÊNCIAÉ o controle ou expansão do movimento ou das partes do corpo pelos centros

nervosos em relação à reação de estímulos internos e externos. Depende de uma coordenação muscular mais fina e requintada para responder com precisão e clareza à execução dos movimentos seqüenciais.

É o primeiro fator observado no desenvolvimento do agente. Ao se observar um bebê, é possível ver seus movimentos de expansão e contração; é a fluência se manifestando com qualidades de esforço liberadas e/ou controladas. Ele apenas "flui", sem muito domínio deste fluir do movimento. A tarefa do fator Fluência é a integração (tarefa refere-se ao aspecto que o fator de movimento auxilia a desenvolver). A integração do movimento traz sensação de unidade entre as partes do corpo. A atitude relacionada à Fluência é a progressão do movimento, que pode ser livre ou contida, informando (informação refere-se ao aspecto de participação de atitude interna no movimento) o como do movimento: mais ou menos integrado (liberado) ou mais ou menos fragmentado (contido).

FLUXO LIVRE: fluente e incontrolável é reconhecido em uma ação difícil de ser interrompida subitamente como em rotações, saltos, rolamentos; consiste em um fluxo libertado e na sensação de fluidez do movimento. Qualidade livre é descrita como: fluente, abandonada, continuada, expandida.

FLUXO CONTIDO: de fluência controlada, organiza-se numa prontidão interna para parar a ação a qualquer movimento dado cuja fluência parece fluir para trás, ou seja, numa direção contrária a da ação. Qualidade contida é descrita como: cuidadosa, restrita, contida, cortada, limitada.

ATIVIDADESCertas experiências de esforço pela ativação e pela libertação do fluxo ou fluir para

fora, em sequências que envolvem correr, rolar, saltar, crescer, encolher – sem pausa entre uma ação a outra ação total como ocorre no movimento de uma substância fluida.

Aspectos elementares necessários à observação de ações corporais

Fluxo Indo Interrompendo Detendo

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Ação Contínua Aos trancos ParadaControle Normal Intermitente Completo

Corpo Movimento Série de posições Posições

O CORPO NA DANÇA

Região limitada do espaço constituída pela matéria.A Dança analisa o corpo em relação ao indivíduo e ao ambiente, dividindo o corpo

em: individual e relacional.O corpo tem orientação espacial tridimensional, ou seja, altura, largura e

profundidade no espaço que circunda o corpo à sua volta – é a kinesfera ou espaço global. Cada indivíduo tem a sua esfera pessoal de movimento, que ele carrega consigo através do espaço global. Este pode ser definido como o espaço que fica além do alcance do corpo em extensão máxima.

PARTES DO CORPO USADAS NA DANÇA

Parte Axial: cabeça/colunaParte Segmentar: membros superiores e inferioresParte Segmentar dos Segmentos: braço/antebraço/mão/dedos/coxa/perna/pé/dedos.

O CORPO NO ESPAÇO

Direções

FrenteEsquerda frente Direita frente

Esquerda DireitaEsquerda atrás Direita atrás

Trás

BASES DE SUSTENTAÇÃO DO CORPO

As bases de sustentação do corpo são: de pé, ajoelhada, sentada e deitada.As Puras são: fundamentais, conseqüentes e combinadas. Ex.: de pé ou ajoelhada.

POSIÇÕES DO CORPO

As posições do corpo consistem em: Unidade fundamental: 1ª posição Posições aproximadas: 1ª, 3ª, 5ª e 6ª (cruzada) Posições afastadas: 2ª, 4ª, 7ª e 8ª (cruzada)

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

LABAN, Rudolf. Domínio do Movimento. 4ª Ed. Organizada por Lisa Ullmann. São Paulo: Summus, 1978.

NANNI, Dionísia. Dança Educação: Princípios, métodos e técnicas. 5ª Ed. Rio de Janeiro: Sprint, 2008.

SGARBI, Fernanda. Entrando na Dança: reflexos de um curso de formação continuada para professores de Educação Infantil. 2009 Tese (Mestrado em Artes) Universidade Estadual Paulista (UNESP) ‘Júlio de Mesquita Filho” – Instituto de Artes, São Paulo.