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GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO Coordenadoria de Gestão da Educação Básica 1 DANÇA Ana Terra Uxa Xavier A dança é uma linguagem artística do corpo em movimento. A prática da dança possibilita o desenvolvimento da sensibilidade e da motricidade como pares entrelaçados. O domínio do movimento na dança propicia a ampliação de repertórios gestuais, novas possibilidades de expressão e comunicação de sensações, sentimentos, pensamentos. O refinamento do corpo em movimento encontra-se articulado à expressividade e à criatividade, envolvendo processos de consciência corporal (individual) e social (relacional), assim como, processos de memória, imaginação, concepção, e criação em dança nos âmbitos artístico e estético. São esses alguns dos paradigmas da dança como linguagem artística a ser ensinada e aprendida na escola. A dança está presente no salão de baile, nos desfiles de Carnaval, em um encontro de danças urbanas ou na roda de samba na rua, no pátio de uma escola, no palco de um teatro, no cinema, na televisão. As danças têm funções e sentidos ligados ao contexto de acontecimento, aos sujeitos que a vivenciam e que a desfrutam como público. Pensando em uma dimensão abrangente, acreditamos que todas as pessoas podem dançar. Mas será que essas pessoas podem dançar qualquer uma das diferentes danças mencionadas acima assim que desejar? Cada uma dessas danças requer que aquele que deseja aprender se disponha a experimentar, a praticar (talvez repetidas vezes), seja vivenciando aprendizados informais (aprender com os amigos na roda de samba), não- formais (fazer dança de salão na associação de moradores do bairro) ou formais (estudar a dança como uma das linguagens da disciplina Arte, cursar uma escola técnica ou superior de formação profissional na área). Se por um lado, cada contexto de ensino e aprendizagem da dança tem contornos diferenciados, poderíamos dizer que existe algo comum, importante a ser destacado para o professor que irá percorrer as situações de aprendizagem aqui propostas. Dançar

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SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO Coordenadoria de Gestão da Educação Básica

1

DANÇA

Ana Terra

Uxa Xavier

A dança é uma linguagem artística do corpo em movimento. A prática da dança

possibilita o desenvolvimento da sensibilidade e da motricidade como pares entrelaçados.

O domínio do movimento na dança propicia a ampliação de repertórios gestuais, novas

possibilidades de expressão e comunicação de sensações, sentimentos, pensamentos. O

refinamento do corpo em movimento encontra-se articulado à expressividade e à

criatividade, envolvendo processos de consciência corporal (individual) e social

(relacional), assim como, processos de memória, imaginação, concepção, e criação em

dança nos âmbitos artístico e estético.

São esses alguns dos paradigmas da dança como linguagem artística a ser

ensinada e aprendida na escola.

A dança está presente no salão de baile, nos desfiles de Carnaval, em um encontro

de danças urbanas ou na roda de samba na rua, no pátio de uma escola, no palco de um

teatro, no cinema, na televisão. As danças têm funções e sentidos ligados ao contexto de

acontecimento, aos sujeitos que a vivenciam e que a desfrutam como público. Pensando

em uma dimensão abrangente, acreditamos que todas as pessoas podem dançar.

Mas será que essas pessoas podem dançar qualquer uma das diferentes danças

mencionadas acima assim que desejar? Cada uma dessas danças requer que aquele que

deseja aprender se disponha a experimentar, a praticar (talvez repetidas vezes), seja

vivenciando aprendizados informais (aprender com os amigos na roda de samba), não-

formais (fazer dança de salão na associação de moradores do bairro) ou formais (estudar

a dança como uma das linguagens da disciplina Arte, cursar uma escola técnica ou

superior de formação profissional na área).

Se por um lado, cada contexto de ensino e aprendizagem da dança tem contornos

diferenciados, poderíamos dizer que existe algo comum, importante a ser destacado para

o professor que irá percorrer as situações de aprendizagem aqui propostas. Dançar

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implica em aprender sobre o movimento que aborda: o espaço nas suas relações de

direções, níveis e planos; o tempo nas relações de pulsos, ritmos, pausa e velocidades

com e no próprio corpo, tendo a ação e a reflexão sempre presentes.

Talvez, muitos professores possam se perguntar então: como irei ensinar dança se

não sou bailarino ou mesmo, se não costumo dançar? De fato, para alguém se tornar um

artista da dança cênica (espetacular) deverá realizar uma formação específica, contínua e

profunda. Mas, sabemos que o ensino da arte na escola não tem a função de oferecer

uma formação profissional, mas, proporcionar aos alunos a oportunidade de conhecer,

apreciar, criar e viver a dança na escola, tendo experiências com sentido e ligada ao

mundo dessa linguagem expandindo as possibilidades de formação e de participação

social.

Estamos então convidando os professores de Arte para enfrentar um desafio:

aproximar-se da Dança como uma linguagem artística, procurando pontes com as demais

linguagens de seu conhecimento, com suas histórias pessoais de corpo e movimento,

com suas memórias e desejos dançantes, por vezes não manifestos.

As bases ou pilares para que o processo de ensino e de aprendizagem possa ter

início é que você professor se permita vivenciar uma aproximação do próprio corpo: visitar

seu “corpo-casa”, conforme sugerido por Vianna e Castilho (GARCIA, 2002, p.17). Além

disso, sugerimos uma atitude de observação constante do corpo e do movimento da

criança no cotidiano escolar, o que irá, sem dúvida, lhe oferecer um rico repertório de

ações corporais, formas de movimento, interações, jogos e danças que seus alunos

dominam e vivenciam entre eles na escola.

As situações de aprendizagem propostas estão fundamentadas por referenciais

teórico-práticos, didático-metodológicos oriundos da pesquisa de especialistas, artistas e

educadores. De fato, subjaz a esse material conceitos, experiências, reflexões, danças.

Sua disponibilidade de não apenas ler, mas, estudar previamente e orientar as

aprendizagens de seus alunos nas proposições de Dança permitirá a ocorrência de um

rico processo de conhecimento na linguagem.

Sintetizamos a seguir, alguns conceitos importantes para o estudo e o

desenvolvimento das Situações de Aprendizagem da linguagem da linguagem Dança.

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Em uma definição sucinta podemos dizer que o que caracteriza a linguagem da

dança é o movimento do(s) corpo(s) do(s) dançarino(s) no espaço e no tempo.

Enfim, dançar significa experimentar o corpo em movimento para além de sua

funcionalidade (caráter instrumental) cotidiana. Do mais simples ao mais complexo dos

processos de aprender uma dança o corpo poderá ter experiências de criação e

construção de movimentos expressivos nos quais cada aluno que dança está implicado

com seu mundo interno, sua memória, sua história, dialogando com o as culturas da

dança presentes no mundo.

Em especial, na primeira infância, as crianças estão em pleno momento de

descobertas e refinamento de seus gestos e movimentos, tanto de caráter instrumental,

quanto expressivo. Há, em geral, uma enorme disponibilidade para mover-se. As

brincadeiras da criança de seis, sete ou oito anos (alunos do 1o e 2o ano) são jogos e

narrativas em movimento, muitas vezes, permeados pelo dançar.

Apesar dessa disponibilidade e da presença da própria dança, por vezes, no

cotidiano de algumas das crianças, o estudo da dança como uma das linguagens

artísticas na escola irá envolver o diálogo por meio do corpo em movimento com os pares

e o professor (a), de maneira que o aluno possa experimentar, criar, executar,

transformar, observar, organizar diferentes maneiras de dançar. Para a criança, será

lançado um convite para aprender e desenvolver seu potencial em dança, de forma que

ela possa também viver, conhecer e apreciar dança.

Nesse sentido, cabe reiterar que o estudo da dança na escola não pode estar

restrito ao aprendizado de coreografias. Como o coreógrafo e pesquisador brasileiro

Klauss Vianna discute em seu livro “A dança” (VIANNA, 2005), o sentido da

aprendizagem da dança não deveria ser decorar passos, mas sim, aprender um caminho.

Para Valerie Preston-Dunlop, pesquisadora inglesa que vem ampliando os estudos

de Rudolf Laban, a dança é uma linguagem comunicada por “movimentos, que podem

ser vistos, escutados ou percebidos a partir dos corpos cênicos dos bailarinos” (apud

LOBO, 2003, p. 141). Nesse sentido, como componentes da dança figuram: 1) o

elemento central, o movimento; 2) o(s) dançarino(s); 3) os elementos sonoros, que

incluem a música, o uso da voz, o silêncio, o som ambiente; 4) os elementos visuais que

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são compostos pelo espaço cênico ou pelo espaço onde a dança acontece, envolvendo

também, objetos de cena, figurinos, cenários, vídeos.

A motivação de um artista ou professor-artista na criação de uma dança é

originária “de um sentimento, de uma ideia, de uma intenção, ou simplesmente do próprio

movimento, como em certas danças contemporâneas” (LOBO, 2003, 142). O processo

criativo em dança se materializa em uma composição coreográfica a qual pode envolver

diferentes arranjos entre o movimento e a música, entre o movimento e o espaço, entre o

movimento e os elementos de cena. Nesse sentido, para fruir e analisar a forma/conteúdo

de uma obra de dança é necessário observar as conexões estabelecidas entre tais

componentes.

As proposições de dança que serão apresentadas, associando aspectos do

imaginário das crianças, da sua cultura e de outras referencias propostas pelo professor

focalizam o estudo da estrutura do movimento. Se tomarmos a imagem de uma estrela

de cinco pontas, cada uma delas corresponde a um componente estrutural do

movimento, a saber: corpo, ações, espaço, dinâmica e relacionamentos (LOBO, 2003).

A delimitação de focos para experimentação, improvisação, apreciação do

movimento é necessária a título de estudo, pois a dança, na prática, envolve a interação

de todos esses componentes: movimento no espaço, criado pelas ações corporais, que

por sua vez adquirem qualidades através das dinâmicas, que são visíveis em partes

específicas do corpo e que envolvem relacionamentos entre dançarinos e destes com o

ambiente, com objetos, etc. (COSTAS, 1997, p. 38).

Nas proposições das Situações de Aprendizagem, será possível observar o

desenvolvimento desses estudos práticos em dança, pois são sugeridos diferentes

estímulos para as experimentações do movimento. Tais estímulos podem ser: auditivos

ou sonoros (sons, músicas, voz); visuais (imagens, fotos, cores); táteis (contato com

objetos, com colegas, com o ambiente); imaginativos ou literários (narrativas, contos,

poemas); e, cinestésicos, nesse caso, o próprio movimento (COSTAS, 1997).

O que entendemos por proposições em dança

Partindo dessas premissas é importante uma reflexão sobre o que denominamos

“proposições em dança”. Pensamos que cada proposição é uma experiência desenvolvida

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como um pequeno ciclo. Iremos tratar a seguir de cinco momentos fundamentais que

contribuirão para a efetivação das expectativas de aprendizagem.

A criação do ambiente

É fundamental criar um ambiente propício para o desenvolvimento das proposições

em dança. Em geral, o estudo da dança exige uma sala apropriada, livre de móveis, com

piso de madeira limpo e liso, com boa ventilação, entrada de luz, etc., para que possam

acontecer práticas diversas de contato e exploração do movimento no espaço. Da mesma

forma, é importante a existência de um equipamento de som. Mas, sabemos que nem

sempre existe na escola uma sala dentro desse padrão. Assim, caberá a você professor,

adequar a sala de aula, ou mesmo, escolher outros espaços da própria escola ou do seu

entorno (algo sugerido em algumas das próprias situações de aprendizagem) que possam

favorecer o desenvolvimento das propostas.

Mas, além do espaço físico, estamos sugerindo a construção de uma ambientação.

Que você professor crie para e com seus alunos, um lugar de acolhimento às

experiências corporais e de movimento das próprias crianças ampliando e enriquecendo

esse universo no percurso das proposições de dança.

Roda de conversa inicial

É na roda inicial que você pode receber seus alunos, permitindo que eles se

aproximem, sentem-se no chão, organizando-se como grupo no espaço. Esse momento

de “chegada”, de encontro, pode servir para as apresentações e cumprimentos, para a

introdução do tema da proposição, para apresentação de um material visual, para o

levantamento de repertório a respeito do que se irá estudar, ou mesmo para o resgate de

conteúdos trabalhados em um encontro anterior, etc. A roda congrega, aproxima,

concentra.

Aquecimento

Em geral, entende-se o “aquecimento” como momento prévio necessário a outras

etapas de uma aula de dança que gradativamente – em uma sequência tradicional – se

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encaminhará, de movimentos mais simples, mais restritos e lentos, para movimentos mais

complexos, amplos e rápidos, obviamente, recombinando todas as possibilidades entre

tais extremos. Seria algo como “esquentar os motores” para, no final, “chegar a correr”.

Nossa ideia de aquecimento envolve uma ampliação dessa noção. O

“aquecimento” é uma etapa preparatória também destinada a acordar os sentidos – a

sensibilização. Um simples espreguiçamento do corpo, quando realizado com atenção à

pele e aos movimentos articulares, pode significar uma estimulação do tato e da

propriocepção (percepção do próprio corpo). É um “chegar ao corpo”, abordando-o em

suas dimensões intrínsecas – sensorial e motora – antes de iniciar a proposição.

O aquecimento significa que estamos nos preparando para a proposição, mas,

paradoxalmente, já estamos dentro dela, porque não conseguimos nos separar de nosso

corpo. É como arrumar os papéis, as tintas, as cadeiras e mesas para iniciar uma

atividade plástica, mas, no caso da dança, isso pode significar, sentir os pés, mover as

articulações, sentir o espaço, ouvir a respiração. Esse momento poderá acordar,

disponibilizar, organizar, concentrar, construir, individual e coletivamente um estado de

dança.

Para as situações de aprendizagem, sugerimos seis tipos de aquecimentos que

poderão ser transformados, lapidados, de forma a adequá-los às proposições

apresentadas: o banho, acordando o esqueleto, boneco articulado, o barco,

caminhando e rolinho. Os aquecimentos podem e devem ser repetidos no percurso de

uma série de situações de aprendizagem. E, a cada vez poderão ganhar um colorido

específico com as descobertas das crianças e do próprio professor.

Nesse sentido, vale destacar que a repetição de uma sequência de aquecimento

permitirá ao professor observar a apropriação do aluno no que diz respeito à qualidade de

presença e execução das propostas e dos movimentos sugeridos.

A seguir, apresentamos uma versão de cada um deles, na íntegra:

O banho

Os focos desse aquecimento são a percepção da pele, das articulações, dos

espaços articulares, dos ossos, de todo o contorno do corpo e do espaço pessoal

(cinesfera).

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Proponha aos alunos que fiquem em pé numa roda, diga a eles que no centro dela

existem sabonetes mágicos e que cada um vai pegar um sabonete. Pergunte a eles qual

o cheiro do sabonete de cada um.

Convide-os a sentir o cheiro do sabonete num faz de conta, colocando as mãos em

concha e inspirando o cheiro imaginário.

Estabeleça a seguinte regra: ninguém pode sair do lugar enquanto se ensaboa;

pode sentar, deitar, mas não pode se deslocar no espaço.

Inicie o jogo do banho onde cada criança passa o sabonete em seu corpo.

Proponha que os movimentos sejam realizados de forma lenta onde eles ficam mais

tempo massageando uma região, ou de maneira mais rápida, para ativar bem a pele.

Sentindo o cheiro do sabonete Lavando o rosto

Lavando o pé

Quando todos estiverem bem “ensaboados” precisam abrir o chuveiro imaginário e

se enxaguar. A “água escorre pelo corpo” lavando bem cada uma das partes que foram

ensaboadas. Sugira a eles que deixem escorrer a água, gerando movimentos flexíveis

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(circulares e espiralados) e diretos (retos), mas sem sair do lugar (o chuveiro), brincando

com as dobradiças (as articulações) do corpo.

Sentindo a água que escorre pelo corpo

Quando o banho acabar todos descobrem que esqueceram as toalhas e para se

secarem precisarão fazer “vento”. Convide-os a dançar pelo espaço da sala criando

vento com seu corpo. E depois fazendo vento em seus colegas.

Dançando com brisa Dançando com o vento

Quando todos estiverem secos voltam para a roda inicial. Pergunte a eles se

sentiram que podem criar vento com seus corpos.

O “banho” pode ser realizado no silêncio ou pode ter como estímulo sonoro

músicas instrumentais, com variações de andamento rápidos e lentos para o ensaboar

e, rápido, para o vento. O importante é criar um ambiente favorável à movimentação.

Esse aquecimento é muito indicado para introduzir proposições em duplas ou

grupo, onde eles precisam se conectar, se tocar, trabalhar junto. Nesse sentido, como

sugestão de variação e aprofundamento dessa proposta você poderá propor a formação

de duplas e trios no momento de “ensaboar”.

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O respeito ao outro é um valor fundamental a aprender no dançar em grupo. Nesse

aquecimento, o respeito ao próprio corpo e ao corpo do colega é fundamental, por essa

razão é importante você estar atento como, eles estão se tocando. Caso você perceba

algum toque com uma intensidade que esteja incomodando o colega, é interessante que

você intervenha mostrando como o tocar o outro com respeito pode ser um experiência

de ampliação da percepção do outro e de si mesmo.

Acordando o esqueleto!

Os focos desse aquecimento são a percepção da pele, dos ossos, das diferentes

partes do corpo. Preferencialmente realizada numa posição sentada (sobre os ossos da

pelve, chamados ísquios) ou mesmo, de pé, mas, sempre com um grupo organizado em

roda.

Sentado nos ísquios

A recepção das propostas em que são sugeridas ações de toque e contato com o

próprio corpo, ou com o corpo do colega, irá variar segundo cada criança, nas diferentes

turmas e anos. Sabemos que a relação com o corpo pode favorecer a manifestação de

valores e comportamentos que estão sendo aprendidos na família, na comunidade em

que reside, nos ambientes religiosos, e, da mesma forma, nos meios de comunicação

diversos. Portanto, é importante sempre estar atento às dúvidas e expressões dos alunos

sobre as questões corporais – promovendo o diálogo de acordo com as demais

orientações e diretrizes curriculares, de forma articulada com outros professores

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responsáveis pela sala. Lembramos ainda que tais práticas poderão ser fundamentais na

formação de uma atitude de respeito e cuidado com o próprio corpo.

Proponha aos alunos que toquem seu corpo como se estivessem tirando uma

poeirinha bem fina da pele. Depois vão entrando em contato com os ossos fazendo

movimentos de amassar com delicadeza.

Tirando a poeira da pele

Incentive-os a tocar seu corpo explorando as articulações e a superfície da pele,

aqui é interessante conversar com eles sobre como tomam banho se gostam de se

ensaboar, qual parte do corpo é mais fácil de lavar e qual é mais difícil de alcançar. Dessa

forma você poderá também conversar sobre a importância da higiene corporal e como

devemos cuidar de nosso corpo. Com as mãos fechadas, acionando a articulação dos

punhos, fazer movimentos de “percutir” os ossos (batidinhas leves e rápidas) em uma

sequência que se inicia nos pés, pernas, quadril (frente e trás), tronco, pescoço e cabeça

e depois descendo pelas clavículas, ombros até braços e mãos. Procure começar pelo

lado direito e depois esquerdo.

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Percutindo os ossos

No final, proponha que todos se deitem e sintam a presença dos ossos que

tocaram, tocando o chão. Uma maneira divertida de percepção do esqueleto, caso o chão

seja de madeira, é solicitar aos alunos que ainda deitados batam os pés (com as pernas

flexionadas) no chão, ou ainda, os punhos cerrados. Possivelmente, além do som,

poderão sentir a vibração do chão em seus corpos.

Deitado sentindo o peso dos ossos em contato com o solo

Peça que se espreguicem sentindo os ossos e as dobradiças entre eles, que

permitem que o corpo como um todo expanda e encolha (expansão e recolhimento).

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Deitado espreguiçando

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Encolhimento

Sugira que eles prossigam com esses movimentos de encolher e expandir até

sentar e depois que realizem uma pausa agachados na posição de cócoras, apoiando

mãos e pés no chão. Daí, devagarzinho, indique que levantem o quadril na direção do teto

deixando os joelhos ligeiramente flexionados (muitas crianças tem encurtamento na

musculatura posterior, por isso deixe que eles façam esse movimento nas suas

possibilidades, incentivando-os a cada encontro a alongar um pouco mais) sem esticar as

pernas totalmente; podem soltar o apoio das mãos no chão e se manterem assim,

apoiados sobre os pés com a coluna pendurada para baixo. Prosseguindo, proponha o

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desenrolar da coluna, segmento por segmento, sempre lembrando que a cabeça é a

ultima que chega.

Subindo da posição de cócoras

Tronco em elevação

Essa sequência, em todo seu percurso, pode ser realizada com uma música com

instrumentos de percussão variados de forma a favorecer a exploração de ritmos e

intensidades.

Esse aquecimento é indicado para proposições iniciadas por atividades individuais.

Estimula a propriocepção corporal, em especial, a percepção do esqueleto, favorecendo

uma presença mais “viva”, “acordada”, “ativa”.

Boneco articulado

Os focos desse aquecimento são o reconhecimento e a mobilização das

articulações, a exploração dos níveis espaciais (baixo, médio e alto), a percepção da

relação de peso do corpo e o espaço que ele ocupa.

Proponha às crianças que deitem no chão e sintam seu corpo tocando o solo (peça

que fechem os olhos). Pergunte a eles se sentem seus ossos, se sentem o peso de seu

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corpo, e quais partes tocam o solo e quais não tocam. Deixe um espaço de tempo para

que todos possam compartilhar suas percepções.

Convide-os a espreguiçarem-se como um gato. É interessante propor que eles

“perguntem” ao corpo qual parte quer começar a se espreguiçar. A ideia é mover ”parte

por parte”. Por exemplo, proponha que enrolem e desenrolem a coluna como o gato faz.

Observe atentamente a movimentação dos alunos, pois, eles irão apresentar ideias que

poderão ser compartilhadas a partir de sua orientação.

Sentindo o apoio dos ossos

Espreguiçando

Nessa próxima etapa, a proposta será associar pausa e movimento aos momentos

de silêncio e som. Com palmas ou com um instrumento sonoro você poderá realizar um

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pulso ou ritmo que será acompanhado pelo movimento de cada parte do corpo até que o

grupo comece a se erguer, direcionando-se para o nível médio (caso alguns estejam

ainda deitados) e depois, para o nível alto. Por exemplo: você pode bater palmas

marcando um pulso contínuo (cada palma marcando um tempo) para que eles se

movimentem; quando o som pausar durante um período de tempo estabelecido para os

alunos (por exemplo, quatro tempos que corresponderiam a quatro palmas), pode ficar

combinado que é para parar de se mover e perceber o corpo, seu peso e as formas que

ele criou. E, daí, a sequência se repete de maneira a propiciar diferentes explorações de

movimentos até o grupo chegar na posição vertical (de pé). Uma variação é inverter a

relação do movimento com o som e da pausa com o silêncio. O movimento pode

acontecer no intervalo de tempo maior (durante as quatro palmas, quatro tempos) e a

pausa em um tempo curto, de um tempo correspondente ao silenciar de uma batida das

mãos. Com diferentes instrumentos, ritmos, músicas, enfim, outras possíveis relações

entre som-movimento, pausa-silêncio poderão ser pesquisadas.

Mudanças de apoios e deslocamentos nos níveis: baixo, médio e alto

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Brincando de boneco articulado com o colega

Esse aquecimento é indicado para proposições que irão ser desenvolvidas, de

início, individualmente. Ativa a concentração e a percepção do tempo (pausa e som).

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O barco

Os focos desse aquecimento são: percepção dos lados do corpo (lateralidade),

transferência de peso, organização do movimento da coluna, enrolamento e

endireitamento. Organize os alunos em círculo e peça que sentem no chão, com as

plantas dos pés unidas. Peça que toquem os próprios pés massageando-os como se

estivessem fazendo uma massa de pão, para depois, brincar com os calcanhares como

se estivessem tirando uma meia invisível. Ainda sentados, da mesma maneira, peça que

encontrem dois ossinhos bem embaixo do quadril, os ísquios (observe imagem abaixo) e

proponha que façam movimentos pendulares, alternando o apoio do peso do corpo de um

ísquio para o outro.

Diga aos alunos que estão no mar, dentro de um barco que balança suavemente,

para um lado e para o outro, com o gesto dos braços eles recriam a figura da vela. O

balanço vai aumentando e o barco vira.

Sentada nos ísquios

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Movimentos pendular

Barco virado

Eles entregam o peso do corpo para a lateral e permanecem deitados no chão por

um tempo sentindo seu peso, seus apoios ósseos no solo. O vento volta a soprar e o

barco retorna a sua posição inicial, é importante nesse momento que as crianças

retornem ao centro desenrolando a coluna, sendo que a cabeça é a ultima parte do corpo

que chega a verticalidade, sobre a coluna.

Esse aquecimento é indicado para o trabalho da criação de um ritmo coletivo,

próprio do grupo. Pode ser sugerido como desafio que a sequências proposta possa ser

iniciada e concluída conjuntamente, ou mesmo, com a repetição desse aquecimento, que

o grupo alcance a realização em uníssono.

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Caminhando

Os focos desse aquecimento são a percepção dos apoios dos pés, das

articulações dos pés em relação aos membros inferiores, relações entre apoios e formas

e posturas que o corpo pode adquirir nos deslocamentos.

Sugira aos alunos que se desloquem de um canto ao outro da sala criando formas

diferentes de andar. Caminhar com o peso: sobre os calcanhares; sobre os metatarsos;

sobre a borda interna e externa do pé. Caminhar com um pé só, e alternando de um pé

para o outro. Chame atenção para que percebam quais partes do corpo são possíveis de

flexionar (articulações) e quais partes do corpo conseguimos torcer. Daí, proponha que

organizem uma sequência de movimentos explorando partes do corpo, envolvendo o nível

alto (quando ficamos nas pontas dos pés ou saltamos, perdendo o contato com o chão); o

peso (variando entre o pisar firme ou leve); o tempo (variando entre o rápido e lento); e a

lateralidade (ir para a direita e para esquerda) e andar para frente e para trás.

Formas diferentes de caminhar

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Esse aquecimento é indicado para a emergência de um estado de atenção

individual ao próprio corpo, para que os alunos percebam as relações de

interdependência dos movimentos articulares na estruturação do corpo em deslocamento.

Rolinho

Os focos desse aquecimento são possibilitar à criança a realização de movimentos

fundamentais – enrolamento, endireitamento e torções – em contato com o chão e demais

níveis do espaço.

Convide as crianças a se deitarem no chão e sentirem o peso de seus corpos.

Pergunte se sentem que alguns ossos conseguem tocar o chão e outros não. Proponha

que se espreguicem sentindo que estão espichando as pernas para uma direção e os

braços para a direção oposta (uma imagem interessante é dizer que estão crescendo

deitados), depois que se enrolem como um tatu bolinha (os joelhos bem próximos da

cabeça) e se desenrolem.

Esticando

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Enrolando Sentindo os ossos

Com os alunos ainda deitados você pode bater palmas sucessivamente ou tocar

um tambor, sugerindo que rolem pela sala sentindo a passagem de apoios dos quatro

“lados” do corpo (frente ou região anterior, laterais e trás ou região posterior).

Torções

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Rolamentos

Acontecerão encontros entre eles, um pode rolar sobre o outro ou então parar e

esperar que o outro passe. Quando você para o som eles devem criar uma escultura no

chão. Na continuidade, você pode propor que para eles se levantarem até ficar de pé, em

oito tempos, e, depois em quatro tempos, em dois e até, em apenas um tempo.

Esse aquecimento é indicado para despertar a consciência da tridimensionalidade

(volume) do corpo, da conexão da cabeça com a coluna (eixo central) e demais partes do

corpo e, da relação entre centro do corpo e extremidades (expansão e recolhimento).

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Você deve ter observado que algumas dessas propostas, por exemplo, o banho, o

boneco articulado, o barco, envolvem a criação de uma pequena narrativa onde o

imaginário está integrado na ação (jogo simbólico). Isso quer dizer que é no próprio

aquecimento que se inicia a construção de uma situação de dança.

Sendo assim, você professor poderá alimentar o imaginário das crianças quando

propuser o acordando o esqueleto, caminhando e o rolinho, quando formular novas

propostas, ou mesmo, possíveis variações.

Desenvolvimento

Após o trabalho de aquecimento, é chegado o momento destinado às proposições de

exploração, investigação, criação (solos, duos, trios, grupos), apresentação e apreciação

devotadas ao estudo dos conteúdos, focalizados no encontro.

No desenvolvimento das proposições procure estar presente observando: o estado

de presença do aluno em relação ao seu corpo, ao espaço e ao grupo em que está

inserido. Além disso, esteja atento às possíveis mudanças que estarão acontecendo com

seus alunos no que diz respeito à evolução da qualidade de movimento e apropriação das

propostas.

Nesse caso, estamos chamando sua atenção aos indicadores de observação dos

alunos descritos no quadro das expectativas de aprendizagem. A observação é um

processo de avaliação contínua no próprio momento da proposição, pois no caso da

dança trata-se de uma linguagem efêmera que dura enquanto acontece sua realização.

Claro que você poderá registrar de outras formas o processo, como iremos apontar a

seguir, mas a riqueza da observação no percurso da ação, é única e própria à essa

linguagem. Esse é seu principal material de avaliação de seus alunos: o corpo em

movimento no percurso das proposições.

Roda de conversa final

Você identificará claramente nas Situações de Aprendizagem apresentadas que

estamos considerando esse momento como um espaço dedicado ao compartilhar,

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articular, sintetizar, registrar, avaliar, seja na forma de uma roda de conversa, ou

desenhando as proposições desenvolvidas naquele encontro.

Em geral, o desenho é um registro visual do que a criança mais gostou de realizar

na proposição. Você pode observar no desenho como a criança representa o próprio

corpo, como ela o representa no espaço e outros possíveis conteúdos que tenham sido

abordados.

É muito importante que a cada proposição se faça o registro das aprendizagens da

turma em um caderno, seja por meio de textos, imagens, outras maneiras que achar

necessário, de modo a se criar um portfólio. No final de uma sequência de proposições

esses registros podem ser retomados no processo de avaliação e sistematização.

Tanto a roda inicial como a finalização são momentos importantes para a

articulação de sentidos e significados no processo de apropriação dos conteúdos da

linguagem.

Realize o fechamento da proposição com uma “roda de despedida”. Para essa roda

você e o grupo podem criar uma sequência de movimentos que significam a despedida,

que podem ser acompanhados por sons ou palavras escolhidas pelas crianças,

fortalecendo o sentimento de pertencimento a um grupo. Nesse momento é fundamental

que o professor esteja inserido como orientador da roda.

Planejamento e aprofundamento

É importante que nos estudos preparatórios aos seus planejamentos você recupere

os Parâmetros Curriculares Nacionais para a disciplina Arte (MEC/SEF, 1997), onde

existem as diretrizes específicas para a dança. Os materiais publicados pela Secretaria

Estadual de Educação (SEE/FDE, 2006; SEE/FDE, 2010, volumes 1, 2 e 3) trazem

fundamentos teóricos, proposições e experiências importantes para a leitura desta

publicação que irá orientar o ensino da linguagem da dança nos anos inicias.

Felizmente, hoje podemos dizer que já existem inúmeras publicações sobre dança,

disponíveis para compra, assim como, para acesso gratuito em sites especializados. Além

disso, o advento da internet, a existência de sites como o youtube permite acesso a um

volumoso acervo de imagens de grupos, companhias, artistas, etc.

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Expectativas de aprendizagem em dança

Para o ensino da linguagem da dança nos anos iniciais do ensino fundamental, os

conteúdos propostos estão articulados com as proposições fundamentais ao aprendizado

das crianças, respeitando seu desenvolvimento motor e cognitivo, por meio de jogos,

brincadeiras, danças de roda, criação de suas danças individuais e coletivas.

As situações de aprendizagem foram concebidas e organizadas a partir de ideias e

temas que possam mobilizar os professores e as crianças no processo de ensino e

aprendizagem da dança.

Essa é uma proposta de iniciação à linguagem da dança. Nesse momento da vida

das crianças a introdução de uma técnica, onde os movimentos repetitivos são parte da

construção do aprendizado, não se faz necessária, pois anteriormente ao exercício, é de

fundamental importância o desenvolvimento de um vocabulário e consequentemente de

um repertório expressivo e simbólico no corpo, como também o conhecimento de sua

estrutura músculo/esquelética, em movimento. Sem esses conhecimentos todo o

processo de exploração e criação de movimentos estará reduzido a um repertório,

limitado ou a um repertório colado a referências midiáticas sem qualidade artística e

estética, ou seja, estereotipado, onde a imitação ou a cópia elimina a possibilidade de

criação ou até mesmo de um olhar critico a esses modelos.

Apresentaremos a seguir as expectativas de aprendizagem, as condições didáticas

e os indicadores para a elaboração de proposições, e, aspectos a serem observados no

contínuo processo de observação e avaliação dos alunos.

Bom trabalho!

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REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. PCN: Arte. Brasília: MEC/sef,1997.

COSTAS, Ana Maria Rodriguez. Corpo veste cor: um processo de criação coreográfica. 1997.

206 p. Tese (Mestrado em Artes) - Instituto de Artes, Universidade Estadual de Campinas,

Campinas, 1997.

GARCIA, Regina Leite (org.). O corpo que fala dentro e fora da Escola. Angel Vianna,

Jacyan Castilho, Alfredo Veiga-Neto, AzoildaLoretto da Trindade, Denise Najmanovich, Eliana

Schueler Reis, Nilda Alves. Rio de Janeiro: DP&A, 2002.

LOBO, L., NAVAS, C. Teatro do Movimento. Um método para o intérprete criador. Brasília:

LGE Editora, 2003.

São Paulo (Estado) Secretaria da Educação. Coordenadoria de Estudos e Normas Pedagógicas.

O ensino de Arte nas séries iniciais: ciclo I / Secretaria da Educação. Coordenadoria de

Estudos e Normas Pedagógicas; organização de Roseli Ventrella e Maria Alice Lima Garcia. São

Paulo: FDE, 2006.

VIANNA, Klauss, A dança. Klauss Vianna. Em colaboração com Marco Antônio de Carvalho. 3ª

edição. São Paulo, Summus, 2005.

Teatro e dança: repertórios para a educação / Secretaria da Educação, Fundação para o

Desenvolvimento da Educação; organização, Devanil Tozzi, Marta Marques Costa; Thiago

Honório (colaborador). - São Paulo : FDE, 2010.3 v. : il.

Conteúdo: v. 1. A história do teatro e da dança: linhas do tempo – v. 2. As linguagens do teatro e

da dança e a sala de aula – v. 3. Teatro e educação: perspectivas.

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Dança – 1º ano

Situação de aprendizagem I

Esta sequência de proposições oferece subsídios para o desenvolvimento de

ações em dança com ênfase no conhecimento do próprio corpo, das ações corporais e

dos níveis espaciais por meio de brincadeiras e danças de roda.

Expectativas de aprendizagem abordadas:

Vivenciar/explorar os diferentes tecidos corporais – a pele, as estruturas ósseas e

articulares, os músculos – percebendo e se apropriando da constituição do próprio

CORPO como um sistema vivo, dinâmico e expressivo.

Estudar e apropriar-se do MOVIMENTO em seus diferentes aspectos expressivos e

estruturais – as partes do corpo, as ações corporais, os fatores peso, tempo,

espaço e fluência em suas relações (dinâmicas), o espaço pessoal e geral –

favorecendo a construção de repertórios próprios, assim como, em relacionamento

com os colegas na ação dançante.

Relacionar as experimentações e estudos do CORPO em MOVIMENTO a outros

elementos também pertencentes à linguagem da dança, a saber, os ELEMENTOS

VISUAIS (figurinos, cenários, objetos de cena, etc.) e os ELEMENTOS SONOROS

(músicas, silêncio, voz, etc.), apropriando-se destes elementos nos processos de

criar, executar, apreciar e contextualizar a dança nas diferentes atividades

propostas.

Conhecer brincadeiras, jogos e danças coletivas de diferentes matrizes estéticas e

culturais como território de investigação para a criação/composição de danças

autorais, individuais e de grupo, relacionando seus sentidos e significados ao

contexto sociocultural dos alunos.

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Realizar registros das atividades corporais e de movimento como ação pertinente

ao resgate e à criação da dança.

Desenvolver o gosto e a curiosidade sobre a arte da dança, apropriando-se de

informações sobre suas estéticas, seus artistas, suas ideias e produções,

associando a própria experiência com a dança na escola.

Conteúdos:

Corpo;

Ações corporais;

Fatores do movimento;

Espaço pessoal e espaço geral;

Brincadeiras e danças de roda.

Proposição 1

Roda de conversa inicial

A proposta dessa atividade é oferecer a você um referencial sobre o que o aluno já

sabe a respeito de brincadeiras de roda. Observe, pois isto lhe dará subsídios para

organizar proposições posteriores relacionando-as com as necessidades de seus alunos.

Pergunte aos alunos:

Quem gosta de brincar de roda?

Qual brincadeira de roda você conhece?

Onde/Quando/Como vocês brincam?

IMPORTANTE: Antes da experimentação das brincadeiras de roda, professor (a) faça

uma lista das brincadeiras que os alunos elencaram.

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Apresente aos alunos algumas imagens de brincadeiras e danças de roda e peça a

eles que as identifiquem, em especial, aquelas que foram citadas na conversa prévia. As

imagens podem ser apreciadas por meio de PPT (Projeção de Power Point), livros, fotos

ou imagens coladas em cartolinas.

No acervo das artes visuais brasileira, existem muitas obras que retratam cenas de

brincadeiras e rodas de dança, seria interessante você, buscá-las para a apreciação junto

aos alunos.

Sugerimos algumas questões que você pode colocar ao grupo durante a

apreciação, tais como:

E, essas brincadeiras, vocês conhecem?

Sabe como se brinca/dança?

Vamos nos preparar para brincar/dançar?

Aquecimento: O banho (Página 06)

Finalize o aquecimento propondo que através do vento que leva e trás o corpo, o

grupo se reencontre na roda.

Desenvolvimento

Escolha pelo menos uma das brincadeiras de roda mais conhecidas e/ou queridas

pelo grupo. Proponha que brinquem todos juntos com a sua coordenação.

Após a brincadeira, para finalizar, sugira uma ciranda simples que tenha uma

cantiga que possa ser cantada pelo grupo.

Roda de conversa final

Converse com os alunos, sobre a experiência vivida nessa proposição: Quais

partes do corpo eles mais usaram nos movimentos da brincadeira de roda? O que

perceberam de semelhanças e diferenças entre as brincadeiras ou entre as danças de

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roda que vivenciaram? Registre aspectos relevantes da conversa que se referem aos

conteúdos trabalhados.

Proposição 2

Roda de conversa inicial

Receba os alunos na roda e relembre da proposição anterior, quando conversaram,

brincaram e dançaram em roda. Relembre quais foram as partes do corpo que eles

citaram como as mais usadas na proposição anterior.

Introduza o tema da proposição: as partes do corpo. É com o movimento de cada

parte (articulações), isoladas ou juntas num movimento sequenciado, que o corpo se

move e se desloca no espaço.

Diga aos alunos que você trouxe um vídeo com uma brincadeira (que pode ter sido

citada ou não na conversa do encontro anterior) e que eles podem prestar atenção no

corpo dos brincantes que aparecem nas imagens: quais partes do corpo eles mais usam?

Que movimentos eles fazem com elas?

Apresente para a turma o vídeo com a brincadeira de roda: “Da abóbora faz melão”

com o grupo Palavra Cantada. Converse com as crianças sobre a dupla e pergunte se já

os viram ou ouviram na TV ou em Shows ao vivo:

A dupla musical que se intitula Palavra Cantada é formada por Paulo Tatit e Sandra Peres

e iniciou suas apresentações em 1994 com canções infantis que prezam pela criação de

letras, arranjos e gravações que seduzem as crianças pela sua poética e identificação

com o universo infantil, além disso, os shows da dupla encantam pelos movimentos que

criam em acordo com as letras e melodias. Livros, CD e DVD fazem parte das

publicações da dupla que é admirada pelo respeito à inteligencia infantil e sensibilidade

marcante.

Essa brincadeira de roda tem como eixo: a roda, deslocamentos em circulo e a

relação entre os brincantes.

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Pergunte aos alunos se conheciam essa brincadeira. Conte a eles o motivo dessa

escolha: por que trouxe a música e a brincadeira; de onde ela vem; que essa música é

cantada há muito tempo, em diferentes lugares e por diferentes pessoas.

Aquecimento: Boneco articulado (página 14)

Nesse aquecimento, procure dar ênfase às partes do corpo vivenciadas na

proposição (I) anterior. Finalize retomando a roda, agora, com todos em pé.

Desenvolvimento

Agora, ao som da música “Da abóbora faz melão” a ideia é explorar juntos, o

movimento de certas partes do corpo. Aproveite para observar se conhecem ou não a

canção.

Proponha que:

Movimentem a cabeça de um lado para o outro, para frente e para trás criando um

desenho circular com a cabeça e pescoço.

Movimentem os ombros para cima e para baixo, depois integrando as laterais

criando movimentos circulares;

Com os braços dobrados façam movimentos circulares a partir dos cotovelos;

Com os braços soltos ao longo do corpo, sugira movimentos de balanço ou

circulares (ao lado e na frente do corpo);

Abram e fechem as mãos, movimente-as circularmente, pela articulação dos

punhos.

Movimente os dedos dos pés, tornozelos e pernas, sentindo a articulação dos

joelhos até chegar ao quadril.

Transfiram o peso de um pé para o outro, brincando com a flexão e extensão de

cada perna (joelhos);

Dobrem alternadamente as pernas para trás.

Movimentem o quadril em círculos;

Outros movimentos que você professor (a) achar necessário.

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Finalize essa exploração, com o grupo em roda, de mãos dadas, escutando mais

uma vez a música, deslocando a roda por um período de tempo para a direita e depois

para a esquerda.

Roda de conversa final

Em circulo entregue aos alunos um pedaço de sulfite e canetinhas coloridas, peça

a eles que desenhem o corpo sinalizando a parte (ou, partes) com as quais mais gostou

de fazer o movimento. Guarde os desenhos no portfólio da turma.

Letra da Música (Cantiga popular)

Da abóbora faz melão

Do melão faz melancia

Da abóbora faz melão

Do melão faz melancia

Faz doce, sinhá,

Faz doce, sinhá,

Faz doce, sinhá, Maria

Quem quiser aprender a dançar,

Vai na casa do seu Juquinha,

Quem quiser aprender a dançar,

Vai na casa do seu Juquinha.

Ele pula, ele roda

Ele faz requebradinha.

Proposição 3

Roda de conversa inicial

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Receba os alunos na roda e relembre da proposição anterior: que conversaram,

brincaram e dançaram em roda. Relembre junto com eles quais foram as partes do corpo

que mais usaram e que também registraram em seus desenhos.

Aquecimento

Retome o banho (página 06) utilizado na primeira proposição.

Desenvolvimento

Na roda, em pé ao som da música “Da abóbora faz melão...”, você professor (a)

deverá dar as seguintes instruções aos alunos:

Todos devem bater palmas, dançar da maneira que quiserem no trecho da música:

“Da abóbora faz melão, do melão faz melancia”.

Enquanto todos batem palmas um aluno (A) caminha dentro da roda no ritmo da

música e quando chegar na parte da música “Faz doce, sinhá. Faz doce,

sinhá. Faz doce, sinhá, Maria” para em frente a um amigo (aluno B) e faz a ação

corporal (gestual) de mexer uma panela de doce;

Na parte da música onde diz: “Quem quiser aprender a dançar, vai na casa do seu

Juquinha”, o aluno (A) forma uma dupla com o aluno (B) e vai para o centro da

roda dançando juntos, para um a frente do outro e faz ações corporais sugerindo o

final da música: "ele pula, ele roda, ele faz requebradinha”;

Observação: Professor, é interessante introduzir outras ações corporais, sugerindo na

música e que os alunos dancem: “ele abre”, “ele fecha”, “ele cai”, “ele anda”, “ele para”,

“ele salta”, entre outros.

A música volta ao inicio e a brincadeira de roda recomeça tudo da mesma maneira.

A dupla de alunos se divide e cada um para na frente de outro aluno, surgindo

assim o aluno (C) e o aluno (D) e assim sucessivamente, até todos estarem em

duplas dançando.

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Roda de conversa final.

Professor (a) retome os desenhos do corpo e peça a seus alunos que falem sobre

a proposição, o que mais gostaram. Dê um tempo para eles falarem a vontade e registre

numa folha aspectos significativos dos depoimentos deles. É sempre interessante fazer a

retomada dos conceitos que foram estudados: as partes do corpo, as ações. Dessa forma

o aluno irá observando e se apropriando das atividades como aprendizados em dança.

Observação: Como forma de registro seria interessante filmar a proposição, usando uma

máquina fotográfica/filmadora ou dispositivo móvel.

Proposição 4

Roda de conversa inicial

Receba os alunos na roda e relembre da Proposição anterior, quando dançaram

em roda. Relembre quais foram as partes, as ações, os movimentos que surgiram nas

duplas e no centro da roda.

Aquecimento

Aproveite a conversa para incrementar o aquecimento do banho (página 06).

Seguindo a proposta geral desse aquecimento, priorize as partes mais comentadas pelos

alunos e aproveite para, no momento da secagem com o vento para vivenciar com eles as

ações e movimentos que eles relembram da dança de roda.

Desenvolvimento

Divida o total de alunos da sala em quatro grupos. Entregue uma folha de sulfite

para cada componente do grupo. Escreva em papéis separados versos da música “Da

abobora faz melão...”. Sorteie entre os grupos os seguintes versos que serão lidos por

você:

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1a Estrofe - Da abóbora faz melão Do melão faz melancia

2a Estrofe - Faz doce, sinhá. Faz doce, sinhá. Faz doce, sinhá, Maria.

3a Estrofe - Quem quiser aprender a dançar. Vai na casa do seu Juquinha.

4a Estrofe - Ele pula, ele roda. Ele faz requebradinha.

Peça aos componentes de cada grupo que façam um desenho, lembrando-se da

brincadeira de roda, das ações corporais que dançaram quando ouviram os versos

sorteados (um desenho por aluno).

Solicite aos alunos que escolham um desenho do grupo. Sugira um critério de

escolha do desenho. Uma opção é escolherem o desenho que lembra a dança (ações

corporais) executada. Converse com os alunos para que a escolha não seja influenciada

pelo conceito de “feio”, “bonito”, ou, porque é de “fulano” ou do “amigo”.

Roda de conversa final

Apresente aos alunos os desenhos escolhidos e cole em um painel a sequência

dos desenhos de acordo com os versos, pois serão utilizados posteriormente.

Proposição 5

Roda de conversa inicial

Receba os alunos na roda e converse um pouco sobre a proposição anterior.

Mostre os desenhos elaborados e converse com eles se esses registros poderiam auxiliar

para lembrar a dança que criaram. Converse sobre a noção de que os desenhos e os

versos estão em uma sequência, como em uma história em quadrinhos: na dança, isso se

chama coreografia, a organização de passos e sequências de movimentos, no tempo

(dialogando com o ritmo de uma música) e no espaço, formando uma roda, ou outros

desenhos como, por exemplo: curvas, retas e espirais.

Introduza o assunto central da proposição: conhecer uma dança nova, criada e

dançada há muito e muito tempo no Brasil. Mas, para conhecer a dança, vamos antes

para a preparação do corpo.

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Aquecimento

Retome o Boneco articulado (página 14)

Desenvolvimento

Para essa proposição é importante que você selecione músicas instrumentais com

estruturas rítmicas cujos andamentos variem do lento ao rápido, até chegar a

disponibilizar um frevo, de fato.

No desenvolvimento da proposta, a ideia é sugerir que o boneco articulado irá se

transformar em um boneco dançarino de frevo inventado. Você professor poderá criar

uma pequena história que favoreça aos alunos mergulharem na investigação dos

movimentos e ações corporais que sugerimos a seguir:

Deslocar no espaço somente pelos calcanhares;

Deslocar somente pelas pontas dos pés;

Se deslocar rapidamente em pequenos passos e pequenos pulos.

Alternar os tempos entre rápido e lento.

Deslocar cruzando as pernas ou como se estivesse pulando amarelinha.

Deslocar pulando com uma perna só.

Em um segundo momento, a ideia é distribuir uma pequena sombrinha do frevo

(existem miniaturas de papel) ou algum outro material como, por exemplo, um lenço. Com

esses objetos que foram escolhidos, sugira aos alunos a exploração de possibilidades de

como incorporá-los na dança.

Trocar de uma mão para a outra sem deixar cair;

Desenhar com o objeto, no espaço criando desenhos espaciais.

Proponha então aos alunos experimentarem os deslocamentos com o objeto na

mão, de forma que eles possam dançar, ocupando o espaço, ouvindo a música, e

dialogando com seus colegas.

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Roda de conversa final

Proponha uma divisão entre dois grupos; enquanto um dança o outro observa.

Depois, é a vez da troca.

Na roda de conversa final, apresente aos alunos a reprodução de uma obra de arte

na qual o artista representa o Frevo.

Sugerimos:

Camilo Tavares – O Frevo

Para saber mais acesse a revista Overmundo:

http://www.overmundo.com.br/banco/obras-de-camilo-tavares

Acessado em 18 de maio de 2012

Jurandir Assis – Frevo

Para saber mais acesse o site do artista:

http://jurandiassis.com/obrasoleo.htm

Acessado em 18 de maio de 2012

Observe se eles lembram ou sinalizam quais dos movimentos realizados por eles

se aproximam da representação criada pelo artista. Existe na obra do artista algum

movimento realizado durante as aulas? Como podem perceber o movimento na imagem

que é estática?

Como forma de registro solicite que façam um desenho de memória sobre a

imagem apreciada e a dança do Frevo.

Algumas informações sobre o FREVO:

É um ritmo musical que surgiu no Recife no final do século XIX, tem como origem a

marcha, o maxixe e a capoeira. Seu ritmo acelerado é sua característica. Durante o

carnaval aconteciam disputas entre os blocos de frevo, os capoeiristas assumiam a frente

de seus blocos para confrontar os rivais e proteger seus estandartes, criando assim uma

“batalha” dançada entre os blocos. A dança do Frevo nasceu da junção da capoeira com

o ritmo musical, a sombrinhas que é o adereço dessa dança é a estilização das armas

utilizadas pelos capoeiristas nas batalhas entre os blocos. O Frevo tem 120 passos

catalogados por pesquisadores dessa dança. Ele é dançado/ brincado tanto em blocos de

carnaval como também como uma dança especifica com seus passos e coreografias.

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Para saber um pouco mais sobre a dança do frevo, consulte sites e livros que citam

danças da cultura popular brasileira.

Proposição 6

Roda de conversa inicial

Receba os alunos na roda e converse um pouco sobre a proposição anterior.

Procure retomar duas das atividades desenvolvidas: a dança da “Da abóbora faz melão...”

e o Frevo. Proponha uma junção dessas duas danças.

Aquecimento

Retomar o banho (página 06).

Desenvolvimento

Existem inúmeras possibilidades para criar uma dança a partir de repertórios

experimentados pelos alunos. Você poderá trazer uma sugestão mais fechada ou

algumas ideias que serão desenvolvidas com a participação da turma. Trata-se de avaliar

o processo e experimentar.

Para que você tenha uma noção mais clara da proposta, apresentamos uma

possibilidade com a música “Da abóbora faz melão”. A ideia é retornar a Proposição 3,

articulando-a com a Proposição 5, criando a dança: Abobora Frevada, ou o Frevo da

Abóbora .

Todos devem bater palmas, dançar da maneira que quiserem no trecho da música:

“Da abóbora faz melão, do melão faz melancia”.

Enquanto todos batem palmas um aluno (A) segurando dois pequenos guarda-

chuvas, ou lenços, vai para o centro da roda, dançando e para na frente de outro

aluno (B). Na hora em que ele for escolher o aluno (B) para formar dupla, ele

entrega um guarda-chuva e no verso “Ele pula, ele roda. Ele faz requebradinha”, a

dupla poderá resgatar os movimentos dançados na Proposição V.

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A música volta ao inicio e a brincadeira de roda recomeça da mesma maneira. A

dupla de alunos se divide e cada um para na frente de outro aluno, surgindo assim

o aluno (C) e o aluno (D) e assim sucessivamente, até todos estarem em duplas

dançando.

Seria muito bom se você professor, pudesse de alguma maneira registrar essa

proposição, por meio de foto ou filmagem para retomar com os alunos na roda de

conversa.

Roda de conversa final

Converse com os alunos sobre como foi o processo de criar e dançar essa nova

dança. Durante a conversa observe como os alunos se apropriaram dos conceitos e

conteúdos trabalhados, retomando o percurso realizado. Para isso, você poderá

apresentar aos alunos os registros (desenhos, fotos, etc.) das atividades documentadas.

Proposição 7

Esta proposição exige uma preparação prévia e dependerá, portanto de resoluções

nas semanas anteriores. A proposta é apresentar, compartilhar os aprendizados com

outras crianças da escola, outra turma ou mesmo, alunos de outro ano.

Talvez você possa organizar esse último encontro com a turma escolhendo um

espaço diferente, mais amplo e preparado para a apresentação.

Aquecimento

Diante da possibilidade de receber convidados é importante que o aquecimento

seja anterior à chegada para que os alunos estejam concentrados e preparados. Escolha

um dos aquecimentos que achar mais pertinente ao momento, possivelmente, aquele que

os alunos mais gostam e se envolvem.

Roda de conversa inicial

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Essa conversa – breve – pode ter como objetivo receber e apresentar aos outros

alunos convidados o objetivo do encontro.

Apresentação

A apresentação pode ser dos alunos sozinhos ou, se achar necessário, pode ter

sua presença conduzindo os diferentes momentos, como faria em sua aula. O importante

é que todos participem e se sintam a vontade em dançar e não exatamente em

“apresentar sem errar”.

Roda de conversa final

Nessa Roda de conversa final, a ideia é possibilitar uma conversa a partir da

apreciação, envolvendo os próprios alunos trazendo seus comentários e aprendizados.

Avaliação

Avalie se durante o processo o seu aluno:

Consegue entrar em contato com seu corpo durante a proposta de aquecimento,

percebendo que esse momento da aula é uma ação individual, e uma preparação

para o ato de dançar.

Estabelece contato de seu corpo com o ambiente, explorando o espaço em suas

variações de níveis e direções e ritmos, como também, se consegue fluir nas

relações em grupo e em sua dança individual.

No processo das aulas apropriou-se das nomenclaturas apresentadas pelo

professor em relação aos aspectos expressivos e estruturais do movimento, pois

esses se constituem conteúdos fundamentais na ação de criar danças individuais

e coletivas.

Consegue criar sentidos e significados nas relações do movimento expressivo com

os elementos visuais e sonoros na construção de sua própria dança, na apreciação

e na contextualização da dança de seus colegas e daquela produzida por outros

artistas.

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Apropriou-se das vivencias dançadas em sala de aula para relacioná-las com as

propostas de recriação de jogos e brincadeiras, estabelecendo associações e

dialogando com as propostas apresentadas pelo professor.

Consegue criar frases de movimento individualmente, como também compartilhar

suas ideias de movimentos com o grupo.

Consegue reinterpretar suas criações e do grupo em roteiros e mapas visuais,

iniciando-se na pratica de registros em dança.

Consegue entender a dança através de sua experiência corporal e das apreciações

de obras, como a arte do movimento com suas especificidades e particularidades,

diferenciando-a das outras linguagens cênicas. Ou reconhecer quando ela está

inserida em outro contexto. Um exemplo: tanto em espetáculos de teatro como de

circo podem acontecer momentos de dança e vice versa.

Apropriar-se de informações apreciadas em vídeos e espetáculos em suas

criações, como também consegue compartilhá-las nas criações em grupo.

Situação de aprendizagem II

Esta situação de aprendizagem oferece subsídios para o desenvolvimento de

ações em dança com ênfase no conhecimento do próprio corpo: sua expressividade,

percepção de peso, tamanho, formas, estrutura músculo-esquelética que envolve: as

articulações e a noção do corpo como uma totalidade. Inicia-se assim a construção de um

vocabulário e repertório de movimentos, como também investigar e criar movimentos

explorando as possibilidades espaciais, interagindo com os colegas em propostas de

improvisação, composição e apreciação estética.

Expectativas de aprendizagem abordadas:

Vivenciar/explorar os diferentes tecidos corporais – a pele, as estruturas ósseas e

articulares, os músculos – percebendo e se apropriando da constituição do próprio

CORPO como um sistema vivo, dinâmico e expressivo.

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Estudar e apropriar-se do MOVIMENTO em seus diferentes aspectos expressivos e

estruturais – as partes do corpo, as ações corporais, os fatores peso, tempo,

espaço e fluência em suas relações (dinâmicas), o espaço pessoal e geral –

favorecendo a construção de repertórios próprios, assim como, em relacionamento

com os colegas na ação dançante.

Relacionar as experimentações e estudos do CORPO em MOVIMENTO a outros

elementos também pertencentes à linguagem da dança, a saber, os ELEMENTOS

VISUAIS (figurinos, cenários, objetos de cena, etc.) e os ELEMENTOS SONOROS

(músicas, silêncio, voz, etc.), apropriando-se destes elementos nos processos de

criar, executar, apreciar e contextualizar a dança nas diferentes atividades

propostas.

Conhecer brincadeiras, jogos e danças coletivas de diferentes matrizes estéticas e

culturais como território de investigação para a criação/composição de danças

autorais, individuais e de grupo, relacionando seus sentidos e significados ao

contexto sociocultural dos alunos.

Realizar registros das atividades corporais e de movimento como ação pertinente

ao resgate e à criação da dança.

Desenvolver o gosto e a curiosidade sobre a arte da dança, apropriando-se de

informações sobre suas estéticas, seus artistas, suas ideias e produções,

associando a própria experiência com a dança na escola.

Conteúdos

Corpo

Ações corporais

Espaço pessoal e espaço geral

Improvisação e composição em dança

Proposição 1

Roda de conversa inicial

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Proponha aos alunos que, em pé, façam uma roda e depois vão se sentando um a

um. Pergunte a eles: como chegaram ao chão? Precisaram dobrar partes do corpo?

Quais partes foram essas?

Abra um espaço para que as crianças se coloquem e mostrem quais articulações

foram acionadas para essa ação. Chame atenção do grupo para as partes do corpo que

foram mencionadas ou não. Por exemplo: alguns podem falar que usaram somente os

joelhos outros o quadril, e também os pés. Retome a ação e peça que observem que

quando sentamos usamos muitas articulações, que dobramos e esticamos numa

sequencia sucessiva de movimentos.

Aquecimento: Boneco Articulado (página 14)

Desenvolvimento

Solicite aos alunos que fiquem eretos, como se uma linha os estivesse puxando

pela cabeça. A seguir, um de frente para o outro, em duplas, proponha um jogo em que

um aluno é um boneco e o outro o manipulador. Oriente o manipulador que dobre e

movimente diferentes partes do corpo do colega (atentando para as dobradiças, as

articulações) formando uma sequência de movimentos, alternando os dois lados do corpo.

A seguir inverta a posição das duplas a fim de que todos possam experimentar a

sensação de serem movimentados e movimentarem o colega, percebendo o corpo em

suas partes e em sua totalidade, enquanto o jogo é realizado. Durante o exercício

acompanhe os movimentos desenvolvidos pelos alunos destacando as partes

movimentadas.

Dê instruções como:

Movimente seu colega construindo “poses”;

Quais as partes que dobram?

Movimente o corpo do colega deixando-o esticado, arredondado, de forma

simétrica ou não (dois lados do corpo iguais ou não), etc.

Em todos os momentos possíveis, instigue seus alunos a experimentar, explorar e

improvisar com o corpo do colega e, num segundo momento, se deixar movimentar.

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Coloque uma música e proponha a “dança dos bonecos” estimulando-os a

recuperarem as características dos bonecos que criaram com o parceiro no jogo anterior.

Nesse momento observe:

Se alunos conseguem se concentrar na proposta;

Como tocam o colega;

Como exploram o espaço;

Se conseguem articular as informações dadas por você enquanto se movimentam.

Roda de conversa final

Como forma de registro, proponha aos alunos que desenhem seu corpo e o jogo

que realizaram em duplas. Em seguida, organize-os em círculo e faça uma “roda de

despedida” onde os alunos devem realizar os movimentos explorados em uníssono, ou

seja, juntos. Exemplo: roda do boneco articulado.

Proposição 2

Roda de conversa inicial

Professor, relembre com os alunos o conteúdo trabalhado na aula anterior sobre as

articulações.

Aquecimento: O banho (página 06)

Desenvolvimento

Considerando que seus alunos, após as atividades anteriores já possuem um

conhecimento inicial sobre as articulações, proponha “percursos”, tais como:

deslocamentos em linhas retas, em círculos, em curvas sinuosas, lateralmente,

observando e movimentando as articulações. Esses percursos podem ser realizados na

sala de aula, caminhando entre as carteiras, dispostas em fileiras ou em qualquer outro

espaço disponível na escola, como já foi sugerido anteriormente. Proponha que explorem

jeitos diferentes de andar: organizados em uma ou mais filas indianas.

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Em linha reta;

Andando em zig-zag fazendo grandes e pequenos círculos no espaço,

andando de lado (os alunos podem andar de lado utilizando como referência

as laterais do corpo, como também caminhando na linha diagonal da sala

por exemplo).

Andando de costas;

De frente, com um ou dois olhos fechados, sentindo a presença de seus

colegas que também estão se deslocando e desviando quando perceberem

que podem se chocar.

Após a execução dos percursos, solicite que os alunos escolham um lugar no

espaço da sala (ou outro espaço físico) e deitem no chão. Na sequência, movimentem

cada parte do corpo separadamente, conforme as instruções dadas por você professor

(ver abaixo). Coloque músicas e vá alternando os ritmos no decorrer do jogo, a fim de

incentivar movimentos rápidos e lentos e as variações de peso no corpo.

Dê instruções como:

Deitados no chão vamos dançar só com as mãos com movimentos leves e

suaves;

Agora só com os pés com movimentos firmes e rápidos, observe se eles

conseguem isolar os movimentos dos pés das pernas;

Agora com os braços e as pernas com movimentos flexíveis suaves e

flexíveis e rápidos;

Com as pernas fazendo desenhos no ar;

Só com a cabeça fazendo “sim”, “não” e desenhando círculos;

Agora se deslocando um pouco do chão;

Rolando para a esquerda e direita;

Agora mexa com as partes do corpo e comece a levantar vagarosamente

(até se ajoelhar ou sentar - nível médio);

Quando estiverem sentados proponha que se levantem movimentando a

cabeça, as mãos, os braços, até ficarem nas pontas dos pés (nível alto),

com os braços esticados para cima;

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Roda de conversa final

Proponha uma roda de conversa com os alunos:

Como foi dançar deitado?

E ajoelhado ou sentado?

E em pé, nas pontas dos pés?

Como vocês sentiram seus corpos quando estavam deitados? Eles

estavam pesados? E quando começaram a se levantar, o peso mudou? E

quando estão no nível médio como fica o peso do corpo?

Proponha que eles registrem em desenhos, essa atividade.

Proposição 3

Roda de conversa inicial

Converse com o grupo sobre a atividade anterior. Como se sentiram dançando, se

perceberam que o peso do corpo mudou enquanto dançaram, se sentiram as partes de

seus corpos dançando junto e separadas em alguns momentos. Deixe que eles se

coloquem e transforme esse espaço num momento de compartilhamento de sensações e

percepções do grupo.

Aquecimento: Boneco Articulado (página 14)

Desenvolvimento

Professor, nessa proposta oriente passo a passo, para um melhor entendimento

dos seus alunos. Proponha uma caminhada no espaço ao som de uma música

instrumental ou de um ritmo pré-estabelecido, que você pode fazer com um instrumento

ou mesmo com palmas. Oriente-os a ocupar os espaços vazios da sala, percebendo o

espaço disponível para essa ocupação e como seus colegas também estão fazendo essa

ação. Diga que, quando a música ou o ritmo parar eles devem formar duplas “coladas”

(partes do corpo apoiadas sem depositar o peso) por uma das partes do corpo. Por

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exemplo: pé com pé, cotovelo com cotovelo, joelho com cotovelo, mão com ombro, mão

com joelho, rosto com barriga, etc. Repita a proposta algumas vezes, e alterne os pares

de alunos.

Nesse momento, você deve introduzir noções sobre ações corporais: dobrar,

esticar e torcer, e a exploração dos níveis alto, médio e baixo, demonstrando com o seu

corpo, se necessário. Forme duplas de alunos e os oriente a dançar com partes do corpo

coladas ao som de músicas de ritmos variados, contemplando as ações corporais acima e

explorando os níveis espaciais. Nessa ação é importante você estar atento ao tempo, pois

não é muito fácil ficar por muito tempo “colado” a uma parte do corpo, assim é

interessante que você alterne as propostas num tempo breve.

Roda de conversa final

Numa roda de conversa, abra espaço para que eles contem como se sentiram e o

que foi fácil ou difícil, pois dançar junto nem sempre é fácil. Pergunte qual parte do corpo

é mais fácil de colar e qual é mais difícil e reflitam o porquê. Aqui você estará falando

sobre as relações do corpo com suas articulações, as partes grandes e as pequenas; as

partes que temos mais possibilidades de movimentos e as que possuem movimentos

restritos como também da relação com o peso: como conseguimos controlar nosso corpo

sem cair em cima do colega e vice versa.

Escolha um vídeo de dança (ver bibliografia) para apreciação na próxima aula com

o foco no peso, espaço e dançar junto.

Proposição 4

Roda de conversa inicial

Como essa atividade será diferenciada sugerimos que o professor observe a

melhor maneira de preparar a turma para assistir aos vídeos. Da mesma forma, a escolha

do lugar adequado também é importante, assim como, de equipamentos que favoreçam

uma boa projeção.

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É importante uma conversa introdutória; da mesma forma, mesmo que seja breve,

o contato corporal – individual – pode favorecer a concentração.

Aquecimento

Proponha que se espreguicem no lugar que estão, podem estar sentados em

cadeiras como também no chão, aqui você estará acionando o espaço pessoal, (chamado

por Rudolf Laban de cinesfera) dos alunos. O espaço pessoal refere-se ao alcance dos

membros ou de outras partes do corpo humano quando se esticam para longe do centro

do corpo, em qualquer direção independentemente da posição que o corpo ocupa no

espaço.

Desenvolvimento

Apresente os vídeos:

Sugestão:

Ballet Coppélia DELIBES COPPÉLIA BALLET DE SAN JUAN

Grupo Balangandança - Professor, recomendamos buscar os vídeos no Youtube.

Site: http://balangandanca.wordpress.com

Ou, você também pode pensar em outras possibilidades, tais como: danças

folclóricas, ou urbanas, ou ainda, musicais.

Faça a apreciação dos dois vídeos escolhidos chamando a atenção dos alunos

para os níveis espaciais, articulações e ações corporais utilizados pelos bailarinos.

Pergunte o que perceberam de diferente, ou semelhança entre as duas apresentações.

Convide os alunos, individualmente ou em grupo, a demonstrarem algumas das

sequências apreciadas nos vídeos. Deixe que demonstrem livremente os movimentos que

perceberam.

Professor, você pode contar aos alunos a história do Ballet Copélia, assim como do

grupo Balangandança Cia de Dança.

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A história de Copélia faz parte do balé de repertório.

O balé de repertório conta uma história encenada por meio de gestos, movimentos e

música. As coreografias são seguidas minuciosamente embora adaptações sejam feitas

por algumas companhias e citadas como remontagem da original. Os balés de repertório

mais tradicionais como Giselle, Lago dos Cisnes, O Quebra-Nozes, Copélia, dentre

outros, foram montados e encenados durante o século XIX, e até hoje são remontados

com as mesmas músicas e coreografias de origem.

Franz, um belo rapaz que morava em uma vila da Cracóvia, apaixona-se por Coppélia,

uma moça que aparece na casa do Dr. Coppélius, entretanto não é correspondido e além

disso, Coppélia nem lhe dá atenção. Mas, o que Franz não sabe é que a moça é apenas

uma boneca. Swanilda, noiva de Franz percebe o interesse do noivo pela moça misteriosa

e fica muito enciumada. Durante uma festa na vila, Dr. Coppélius perde a chave de sua

casa que é encontrada por Swanilda. Acompanhada pelas amigas, a noiva enciumada

entra na casa do misterioso senhor e encontram várias bonecas e invenções. Dentre os

brinquedos descobrem que Coppélia é uma boneca que, de tão perfeita parece humana.

Inesperadamente Dr. Coppélius volta para casa e as amigas se escondem. Swanilda

veste as roupas da boneca passando-se por ela. Franz, que está do lado de fora da casa

tentando entrar pela janela do quarto de Coppélia com uma escada é descoberto por Dr.

Coppélius que resolve embebedar o jovem para, com suas bruxarias, passar sua alma

para a boneca que ganharia vida. Swanilda percebe o plano do velho e, vestida de

Coppélia começa a dançar pela casa fazendo uma enorme confusão e desordem. Dr.

Coppélio se desespera imaginando que algo deu erado com suas invenções.

Aproveitando o tumulto, Swanilda consegue acordar Franz e explica para ele toda a

verdade. Os dois fogem alegres dançando enquanto Dr. Coppélio percebe que foi

enganado e abraça sua boneca. Franz e Swanilda se casam e durante a festa Dr.

Coppélio é perdoado e recebe de presente o dote de Swanilda para recuperar os estragos

causados em sua casa por ela. Coppélia também é chamada de A moça dos Olhos de

Esmalte. Esse balé repertório francês pertence a década de 1870.

Dois fatos interessantes acompanham essa história – o rapaz Franz da estreia era

interpretado por uma mulher vestida de homem e, as danças da moda da época foram

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introduzidas no balé. A valsa Coppélia foi muito conhecida e difundida no Brasil na

década de 1940, a era do rádio.

A Balangandança Cia. foi criada em 1997 com a direção de Geogia Lengos. Embora seus

espetáculos sejam apreciados por diferentes faixas etárias a Companhia direciona suas

produções às crianças respeitando-as como espectadores criativos e participativos. Por

meio da união entre arte e educação desenvolve pesquisas sobre a linguagem corporal

da criança e cria trabalhos originais de dança contemporânea. Seu repertório oferece às

crianças a possibilidade de apreciar espetáculos de qualidade que resgatam o lado lúdico

infantil, aliado às danças populares brasileiras em composições coreográficas criativas e

didáticas.

Proposição 5

Roda de conversa inicial

Disponha os alunos em círculo e faça uma revisão de todos os movimentos

explorados e criados pelos alunos na proposição 2.

Deitados no chão, vamos dançar só com as mãos com movimentos leves e

suaves;

Agora só com os pés com movimentos firmes e rápidos, observe se eles

conseguem isolar os movimentos dos pés das pernas;

Agora com os braços e as pernas com movimentos flexíveis suaves e

flexíveis e rápidos;

Com as pernas fazendo desenhos no ar;

Só com a cabeça fazendo “sim”, “não” e desenhando círculos;.

Agora se deslocando um pouco do chão;

Rolando para a esquerda e direita;

Agora mexa com as partes do corpo e comece a levantar vagarosamente

(até se ajoelhar ou sentar - nível médio);

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Quando estiverem sentados proponha que se levantem movimentando a

cabeça, as mãos, os braços, até ficarem nas pontas dos pés (nível alto),

com os braços esticados para cima;

Recupere as atividades anteriores e comente cada uma delas. Pergunte a eles se

lembram como se sentiram, se o peso do corpo se transforma quando mudamos de níveis

espaciais, se o corpo fica mais leve ou pesado quando fazemos movimentos rápidos ou

lentos.

Aquecimento: Barco (página 15)

Organize os alunos em círculo e peça que sentem no chão, com as solas dos pés

unidas. Solicite que toquem os próprios pés massageando-os como se estivessem

fazendo uma massa de pão, para depois, tocar os calcanhares como se estivessem

tirando uma meia invisível. Ainda sentados, da mesma maneira, peça que encontrem

dois ossinhos bem embaixo do quadril (ísquios) e proponha que façam movimentos

pendulares (alternando o apoio do peso de um ísquio para o outro). Diga aos alunos que

estão no mar, dentro de um barco que balança suavemente, para um lado e para o outro,

com o gesto dos braços eles criam a imagem da vela. O balanço vai aumentando e o

barco vira.

Eles entregam o peso do corpo para a lateral e permanecem deitados no chão por

um tempo sentindo seu peso, seus apoios ósseos no solo, relaxados (...), como se

estivessem boiando na água do mar. Esta etapa poderá ser acompanhada de sons de

ondas. Oriente-os a sentir sua respiração.

Desenvolvimento

A seguir, organize a sala em um número de grupos que considerar adequado para

desenvolver a proposta que se segue. Auxiliando-os, peça para que cada um deles

escolha dois ou três movimentos dentre aqueles que foram relembrados na roda de

conversa inicial e trabalhados na proposição 2. Retome alguns se for necessário.

Os grupos devem experimentar os movimentos escolhidos e repeti-los criando uma

sequência. Explique que, nesse caso, sequência é um conjunto. Essa proposição vai

exigir muito sua atenção e colaboração, portanto, quanto menor o número de grupos,

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melhor. Visite os grupos verificando os movimentos escolhidos e oriente a sequência.

Deixe que eles refaçam esse conjunto de movimentos até se sentirem apropriados para

realizá-lo juntos. Repita com cada grupo quantas vezes achar necessário para que

possam assimilar a ordem dos movimentos escolhidos.

Escolha uma música para cada grupo, de preferência uma das que você já

trabalhou com eles nas proposições anteriores.

Quando os grupos terminarem de criar a sequência, proponha que mostrem para

os colegas. Ao final, convide todos os grupos a dançarem juntos, criando um ambiente de

integração e “brincadeira dançante”.

Roda de conversa final

Converse com os alunos sobre os movimentos realizados, partes do corpo

utilizadas, articulações, níveis espaciais e ações corporais. É importante que os alunos

consigam falar sobre o processo que viveram, verificando as facilidades e dificuldades

encontradas. Solicite que cada aluno escolha um movimento que ele ou toda a classe

tenha realizado durante a sequência de aulas anteriores e faça um registro em forma de

desenho. Depois exponha os desenhos para que todos apreciem e comente a relação

entre as ações criadas no desenho e as dançadas por eles.

Proposição 6

Roda de conversa inicial

Relembre com eles a proposição anterior, onde criaram uma pequena sequência

de movimentos. Pergunte a eles se agora gostariam de unir suas sequências com outro

grupo criando uma dança maior. Esse momento é bem interessante para que você

observe como estão envolvidos na proposta de criar dança.

Aquecimento: Boneco articulado (página 14).

Desenvolvimento

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Nesta proposição é importante que você organize para que cada grupo seja

formado por alunos de dois dos grupos anteriores e que, a partir de suas orientações,

unam as sequências criando uma nova. Auxilie na composição dos novos grupos, pois

dependendo de quantos eram na proposição anterior (por exemplo, 3 grupos) você terá

que subdividi-los. Explique que, os novos grupos deverão reunir-se para ensaiar o

conjunto de movimentos que agora ficou maior. Cuide para que cada conjunto de

movimentos seja apresentado mais uma vez para os novos integrantes que deverão

experimentar realizá-los antes de incorporá-los a uma nova sequência.

Apresentados e vivenciados os movimentos de cada sequência, oriente-os para

que explorem as possibilidades entre eles, como se fosse um jogo de encaixe, em busca

dos movimentos que combinem entre si. (o conceito de combinar é o de criar uma

harmonia entre os corpos nas relações dos conteúdos de tempo, espaço e peso e não de

feio ou bonito). A ideia é que eles brinquem com seus corpos, que se movimentem.

Coloque uma música que já tenham dançando em proposições anteriores e observe como

relacionam o tempo rítmico com suas ações corporais, sem se preocupar se estão dentro

ou fora do ritmo da música, mas como esse elemento participa de suas ações.

Novamente ajude-os na organização da sequência e no ensaio. Quando estiverem

seguros e preparados, organize a apresentação e oriente os grupos para que apreciem as

danças que foram criadas para que depois possam conversar a respeito das

apresentações na roda de conversa final.

Roda de conversa final

Finalize perguntado como foi poder apreciar o trabalho dos grupos. O que eles

viram? Observe se conseguiram fazer a relação com a proposta criada por todos e a que

você propôs ao grupo nos exercícios da proposição 2.

Proposição 7

Roda de conversa inicial

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Relembre a proposição anterior e deixe que o grupo se coloque em relação as

sensações de como foi criar e dançar junto, se quando eles estavam dançando juntos foi

agradável e se sentiram os movimentos dos colegas em relação aos seus no espaço da

sala.

Aquecimento: Barco (página 15)

Desenvolvimento

Proponha que os grupos se organizem novamente e dancem suas sequências

várias vezes. Depois sugira que eles introduzam dois ou três novos movimentos que

conhecem de outras danças, mas que não se separem dos colegas com os quais estão

dançando, criando assim um espaço de relação e diálogo com os corpos dançantes.

Coloque uma musica que eles gostaram de dançar, pode ser uma que você colocou no

inicio das proposições ou alguma outra escolhida por eles.

Aqui estamos trabalhando com o principio da improvisação, onde podemos lançar

mão de nossos repertórios de movimento criando outras proposições que nos levam a

registrar em nossos corpos uma ampliação desse repertório. Deixe que eles fluam em

suas danças sem dirigi-los, mas observe como estão se organizando em relação aos

tempos rítmicos e as variações de peso e espaço em seus corpos.

Roda de conversa final

Abra a conversa perguntando como foi dançar junto e como eles se sentiram.

Pergunte quem quer falar sobre os novos movimentos que surgiram e se esses

movimentos são parecidos, ou não, com os da sequência apresentada anteriormente.

Esse depoimento é muito importante para que você perceba como eles estão

relacionando o criar dança com as propostas vividas até agora.

Proposição 8

Roda de conversa inicial

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Proponha algumas questões (a partir de um roteiro planejado) para essa roda onde

seja possível você avaliar como os alunos estão em relação aos conteúdos (corpo, ações

corporais, espaço pessoal e geral, improvisação e composição de dança) e proposições

desenvolvidas. Tenha em mente as expectativas de aprendizagem e ouça atentamente a

exposição oral dos alunos.

Aquecimento: Barco (página 15).

Desenvolvimento

Convide os alunos a criar uma dança. Agora todos os grupos participam

estabelecendo uma relação de individuo e grupo, dançando em momentos pessoais como

em momentos de compartilhamento entre dois, três ou mais colegas.

Selecione duas ou três músicas que tenham propostas sonoras distintas entre si,

por exemplo: uma música instrumental (ver: Rabo de Lagartixa, Palavra Tocada, Palavra

Cantada, etc.).

Se possível, registre por meio de foto ou vídeo essa dança como forma de arquivar

um momento do grupo onde todos estão compartilhando o dançar junto.

Roda de conversa final

Peça que eles falem uma palavra que represente esse momento e anote.

Proposição 9

Roda de conversa inicial

Pergunte aos alunos qual aquecimento que mais gostaram de fazer, talvez tenha

mais de um, porém eleja um para que eles façam.

Desenvolvimento

Apresente a eles a gravação da proposição anterior, caso tenha sido registrada.

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Esse momento é muito rico tanto para você como para os alunos, pois aqui eles poderão

ver o que produziram e como dançam, criando assim um momento de apreciação como

produtores de dança. Caso você tenha recursos coloque as palavras que eles falaram na

roda final da proposição anterior como abertura da gravação como também o nome deles.

Roda de conversa final

Ouça o depoimentos dos alunos sobre a apreciação da produção do grupo .

Busque nesse momento fazer as relações entre os conteúdos vivenciados e a

exposições oral.

Avaliação

Avalie se durante o processo o seu aluno:

Consegue entrar em contato com seu corpo durante a proposta de aquecimento,

percebendo que esse momento da aula é uma ação individual, e uma preparação

para o ato de dançar.

Estabelece contato de seu corpo com o ambiente, explorando o espaço em suas

variações de níveis e direções e ritmos, como também, se consegue fluir nas

relações em grupo e em sua dança individual.

No processo das aulas apropriou-se das nomenclaturas apresentadas pelo

professor em relação aos aspectos expressivos e estruturais do movimento, pois

esses se constituem conteúdos fundamentais na ação de criar danças individuais

e coletivas.

Consegue criar sentidos e significados nas relações do movimento expressivo com

os elementos visuais e sonoros na construção de sua própria dança, na apreciação

e na contextualização da dança de seus colegas e daquela produzida por outros

artistas.

Apropriou-se das vivencias dançadas em sala de aula para relacioná-las com as

propostas de recriação de jogos e brincadeiras, estabelecendo associações e

dialogando com as propostas apresentadas pelo professor.

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Consegue criar frases de movimento individualmente, como também compartilhar

suas ideias de movimentos com o grupo.

Consegue reinterpretar suas criações e do grupo em roteiros e mapas visuais,

iniciando-se na prática de registros em dança.

Consegue entender a dança através de sua experiência corporal e das apreciações

de obras, como a arte do movimento com suas especificidades e particularidades,

diferenciando-a das outras linguagens cênicas. Ou reconhecer quando ela está

inserida em outro contexto. Um exemplo: tanto em espetáculos de teatro como de

circo podem acontecer momentos de dança e vice versa.

Apropriar-se de informações apreciadas em vídeos e espetáculos em suas

criações, como também consegue compartilhá-las nas criações em grupo.

REFERÊNCIA BIBLIOGRAFIA

BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. PCN: Arte. Brasília: MEC/sef,1997.

COSTAS, Ana Maria Rodriguez. Corpo veste cor: um processo de criação coreográfica.

1997. 206 p. Tese (Mestrado em Artes) - Instituto de Artes, Universidade Estadual de

Campinas, Campinas, 1997.

GARCIA, Regina Leite (org.). O corpo que fala dentro e fora da Escola. Angel Vianna,

Jacyan Castilho, Alfredo Veiga-Neto, AzoildaLoretto da Trindade, Denise Najmanovich,

Eliana Schueler Reis, Nilda Alves. Rio de Janeiro: DP&A, 2002.

LOBO, L., NAVAS, C. Teatro do Movimento. Um método para o intérprete criador.

Brasília: LGE Editora, 2003.

São Paulo (Estado) Secretaria da Educação. Coordenadoria de Estudos e Normas

Pedagógicas. O ensino de Arte nas séries iniciais: ciclo I / Secretaria da Educação.

Coordenadoria de Estudos e Normas Pedagógicas; organização de Roseli Ventrella e

Maria Alice Lima Garcia. São Paulo: FDE, 2006.

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VIANNA, Klauss, A dança. Klauss Vianna. Em colaboração com Marco Antônio de

Carvalho. 3ª edição. São Paulo, Summus, 2005.

Livros BOGEA, Inês Contos de balé. São Paulo: Cosac&Naif, 2007. TADRA, Débora Sicupira Arzua (et al). Linguagem da Dança.RosimaraViol, Sabrina Mendes Ortolan e Scheila Mara Maçaneiro. Curitiba: Ibpex, 2009. Vídeos BALANGANDANÇA e Cia (Dança contemporânea para crianças). Disponível em <http://www.youtube.com/watch?v=cBwYiclMJdw> . Acesso em: 20 set. 2012. BALÉ POPULAR DO RECIFE. Vídeo com crianças demonstrando passos do frevo, no Balé Popular do Recife. Disponível em <http://www.youtube.com/watch?v=lCCpqqSRd-U&feature=related>. Acesso em: 20 set. 2012. BALLET COPPÉLIA DELIBES COPPÉLIA BALLET DE SAN JUAN GRUPO PANDALELÊ. “Da Abóbora faz Melão”. Disponível em <http://www.youtube.com/watch?v=6xUPDt_thdM> . Acesso em: 20 set. 2012 Sites Antônio Oliveira Junior: http://casadamemoriadocabo.blogspot.com.br/2011_02_01_archive.html BALANGANDANÇA CIA DE DANÇA:http://balangandanca.wordpress.com/ BALÉ POPULAR DO RECIFE: http://nandoagra.sites.uol.com.br/ Camilo Tavares: http://www.overmundo.com.br/banco/obras-de-camilo-tavares GRUPO PANDALELÊ: http://www.ufmg.br/online/arquivos/002452.shtml https://www.ufmg.br/boletim/bol1332/quinta.shtml Jurandir Assis – Frevo http://jurandiassis.com/obrasoleo.htm

Discografia GRUPO PANDALELÊ. CD Pandalelê. Brinquedos cantados. Selo “Palavra Cantada”. Gravadora MCD World Music, 2005.

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