daniel bessa et al [ffms] 2013_comentários ao estudo 25 anos de portugal europeu

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  • 7/28/2019 daniel bessa et al [ffms] 2013_comentrios ao estudo 25 anos de portugal europeu

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    Daniel BessaElsio Estanque

    Manuel Villaverde Cabral

    Pedro Pita Barros

    Cmi d

    25 anos

    de portugaleur peu

    verso de trabalhoMaio 2013

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    Bessa, Di

    licenciado pela Faculdade de Economia

    do Porto e Doutorado em Economia

    pelo ISEG. Director-Geral da COTEC

    Portugal desde 2009 e Administrador no

    executivo da Efacec Capital. tambmPresidente do Conselho Fiscal da Bial, da

    Galp Energia e da Sonae SGPS. Vogal do

    Conselho de Administrao da Fundao

    Bial. Foi docente da Universidade do Porto

    (1970-2009), Ministro da Economia do

    XIII Governo Constitucional da Repblica

    Portuguesa (1995-1996) e Presidente da

    Direco da EGP - University of Porto

    Business School (2000-2009).

    estanque, ei

    Professor da Faculdade de Economia da

    Universidade de Coimbra; pesquisador do

    CES Centro de Estudos Sociais; professor

    visitante da UNICAMP, Brasil (em 2013).

    Licenciado em sociologia pelo ISCTE

    (1985); doutorado pela Universidade de

    Coimbra (1999). Tem lecionado, investigado

    e publicado sobre temas como classes e

    desigualdades sociais, sociologia da empresae das relaes laborais, sindicalismo,

    juventude e movimentos sociais. Autor de

    A Classe Mdia: ascenso e declnio. Lisboa:

    Fundao Francisco Manuel dos Santos,

    2012. CV detalhado em:http://www.ces.

    uc.pt/investigadores/cv/elisio_estanque.php.

    CaBral, M Vivd

    Nascido em 1940, Manuel Villaverde Cabral

    foi exilado politico em Frana de 1963 a

    1974. Investigador Emrito do Instituto

    de Cincias Sociais e director do Instituto

    do Envelhecimento da Universidade deLisboa. Foi director da Biblioteca Nacional

    (1985-1990) e duas vezes vice-reitor

    da Universidade de Lisboa (1998-2002 e

    2009-2010). Licenciado e Doutorado em

    Histria (Paris), foi Fellow do St. Antonys

    College, Oxford (1976-79), e deteve

    a ctedra de Histria Portuguesa no Kings

    College, Londres (1992-95). Tem extensa

    obra publicada no domnio da Histria

    e Sociologia portuguesa e contribuiregularmente para a imprensa desde 1958.

    Barros, Pd Pi

    Pedro Pita Barros Professor de Economia

    na Nova School of Business and Economics

    - Universidade Nova de Lisboa e Research

    Fellow do CEPR (Londres). Foi membro

    do Conselho de Administrao da ERSE

    - Entidade Reguladora dos Servios

    Energticos (2005-2006). Desenvolveinvestigao nas reas de Economia

    da Sade, Regulao Econmica

    e Concorrncia. Uma lista com as principais

    publicaes acadmicas e maior detalhe

    curricular encontram-se em http://

    momentoseconomicos.wordpress.com/cv.

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    Largo Monterroio Mascarenhas, n. 11099-081 LisboaTelf: 21 00 15 [email protected]

    Fundao Francisco Manuel dos Santose Sociedade de Consultores Augusto Mateus & Associados (AM&A),Maio de 2013

    Ttulo: 25 anos de Portugal europeu: Comentrios ao estudo

    Autores: Daniel Bessa, Elsio Estanque, Manuel Villaverde Cabrale Pedro Pita Barros

    Reviso do texto: Helder Gugus

    Design: Ins SenaPaginao: Guidesign

    Impresso e acabamento: Guide Artes Grficas, Lda.

    ISBN: 978-989-8662-22-4

    As opinies expressas nesta edio so da exclusiva responsabilidadedo autor e no vinculam a Fundao Francisco Manuel dos Santos.

    A autorizao para reproduo total ou parcial dos contedos destaobra deve ser solicitada ao autor e editor.

    Estudo25 anos de Portugal europeu de Augusto Mateus, coordenador

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    25 anos

    de portugal

    europeu

    Comtros ao stuo

    Daniel Bessa

    Elsio Estanque

    Manuel Villaverde CabralPedro Pita Barros

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    ndiCe25 aos Portugal uropu: comtros ao stuo

    7 Portugal europeu: 25 anos

    Antnio Barreto

    9 Um conto moral

    DanielBessa

    85 Trabalho, inovao e coeso social

    Elsio Estanque

    123 Portugal e a Europa em retrospectiva

    Manuel Villaverde Cabral

    151 25 anos da economia portuguesa: olhares e reflexes

    Pedro Pita Barros

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    Portugal uropu: 25 aosNeste volume, incluem-se quatro comentrios ao estudo promovido pela

    Fundao Francisco Manuel dos Santos e realizado por Augusto Mateus e seus

    colaboradores (AMA, Augusto Mateus Associados). So quatro pequenos ensaios,

    solicitados pela FFMS, da autoria de Daniel Bessa, Elsio Estanque, Manuel

    Villaverde Cabral e Pedro Pita Barros, a quem agradeo a pronta colaborao.

    O trabalho de Augusto Mateus, de caractersticas e valor pouco frequen-

    tes, tanto em Portugal como na Unio Europeia, permite uma avaliao docaminho percorrido pelo nosso pas nestas quase trs dcadas de integrao.

    O livro, com a totalidade das anlises e resultados, foi editado pela Fundao

    e est acessvel aos interessados a partir de Maio de 2013, por ocasio da con-

    ferncia 25 Anos de Portugal Europeu.

    Neste conjunto de comentrios, esto bem visveis as convergncias e as

    divergncias de opinio entre os autores. Eis um bom ponto de partida para o

    indispensvel debate. Na verdade, a integrao europeia de Portugal (e de qual-

    quer outro pas) foi um processo de tal modo importante e complexo que nopode deixar de suscitar opinies diversas. Mesmo quem declare f e convico

    no destino europeu do nosso pas no deve ignorar a diversidade de opinies.

    As mudanas ocorridas, desde os anos de 1980, tanto na sociedade como na

    economia, so profundas e resultam, em boa parte, deste novo enquadramento

    internacional. Para essas transformaes contriburam tambm os fenmenos

    vulgarmente designados por globalizao. Mesmo num momento histrico de

    excepcionais dificuldades, nomeadamente de carcter europeu, no se pode deixar

    que estas impeam a anlise rigorosa dos processos de desenvolvimento, semprecontraditrios. Foram foras poderosas que tiveram efeitos indelveis no nosso

    pas. Para o bem e o mal, eis o que compete a cada um ajuizar. Mas, sempre que

    penso no que seria de Portugal e dos Portugueses, desde a dcada de 1960, sem a

    Europa, margem da Europa e fora da Europa, mais sinto que este nosso destino,

    embora nunca tenha sido referendado, foi o mais certeiro. E o mais adequado a

    um povo que queria, isso sim, explicitamente, construir a sua liberdade.

    Ato Barrto

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    Um coto moraldal Bssa

    1. itrouo

    O desafio que temos pela frente no pequeno: pedem-nos que, numa con-

    ferncia sobre os 25 Anos de Portugal Europeu a Economia, a Sociedade

    e os Fundos Estruturais , promovida pela Fundao Francisco Manuel dos

    Santos, nos pronunciemos sobre o que os organizadores designam de Roteiros

    Econmicos.

    Como em quase tudo na vida, h uma histria por detrs deste desafio.

    A Fundao Francisco Manuel dos Santos tem vindo a desempenhar

    um papel relevantssimo no aprofundamento do estudo de vrios aspectos

    da evoluo recente do nosso pas, cujos resultados procura disseminar em

    larga escala, junto do que poderamos designar de opinio pblica em geral.

    O estudo que temos pela frente, e que suporta esta conferncia sobre os

    25 Anos de Portugal Europeu, um dos mais desenvolvidos que a FFMS ter

    promovido talvez mesmo o mais desenvolvido, entre os que so do nosso

    conhecimento. Trata-se, em suma, de estudar um quarto de sculo da histria

    de um pas, Portugal, com incio balizado num dos acontecimentos mais mar-

    cantes da nossa histria recente: a adeso de Portugal ento ComunidadeEconmica Europeia, celebrada no dia 12 de Junho de 1985 para produzir

    efeitos a partir do dia 1 de Janeiro de 1986.

    Sendo um dos resultados desta adeso o acesso a fundos que a ento

    CEE, hoje Unio Europeia, transferia e transfere para os Estados-membros,

    nomeadamente os menos desenvolvidos, natural que a prpria designa-

    o dada ao estudo, e a todo o projecto, oscile entre 25 Anos de Portugal

    Europeu e 25 Anos de Fundos Estruturais em Portugal, o que no bem

    a mesma coisa parecendo bem mais realizvel o primeiro do que o segundo,

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    se, no que se refere a este, pretendermos ir alm das dimenses financeira e

    contabilstica, mais imediatas.

    No plano operacional, a FFMS entregou a realizao do estudo a Augusto

    Mateus & Associados, uma conhecida sociedade de consultores do nosso pas

    plano operacional, entenda-se, incluindo total autonomia criativa e anal-tica. Os resultados deste trabalho foram-nos previamente disponibilizados,

    sendo notveis:

    uma introduo, onde se explica a metodologia seguida e, em par-

    ticular, a razo da segmentao do estudo em dois grandes perodos,

    1986-1999 e 2000-2010, correspondentes a outras tantas fases, e grandes

    orientaes, na utilizao dos fundos estruturais;

    419 grficos, organizando e disponibilizando a informao estatstica

    recolhida, distribuda por 50 grandes reas, a que foi dado o ttulo deOlhares;

    uma sntese dos principais resultados apurados para cada uma destas

    50 grandes reas de informao (25 sobre a economia e 25 sobre a

    sociedade), organizada em trs Retratos, um relativo situao de

    partida (1986), outro relativo ao ano de viragem (1999) e o terceiro rela-

    tivo ao ano de chegada (2010). Cada um destes Retratos informa no

    apenas sobre o momento a que diz respeito como sobre os momentos

    homlogos, varivel a varivel, no retrato ou nos retratos anteriores;

    por ltimo, um conjunto de Roteiros, em que a evoluo da econo-

    mia e da sociedade portuguesas ao longo dos ltimos vinte e cinco anos

    submetida a seis grandes questes, em relao a cada uma das quais se

    pretende no apenas conhecer o que aconteceu no passado como o que

    deve mudar, em termos de evoluo futura.

    este trabalho que nos pedem que comentemos, na perspectiva

    econmica.

    A tarefa no fcil, por trs grandes ordens de razes, de natureza

    muito distinta.

    Em primeiro lugar, o que nos pedido mais uma narrativa. No

    tenho nada contra as narrativas. Pelo contrrio: algumas narrativas podem

    ser excelentes, como a de Augusto Mateus, no caso em apreo, com a qual

    me identifico em muitos aspectos. Acresce que h narrativas e narrativas,

    todas influenciadas pela ideologia e pela viso do mundo do narrador, e, por

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    isso, todas legtimas (como quase todas as propostas ideolgicas e polticas,

    numa sociedade democrtica), mas nem por isso todas igualmente boas, pelo

    simples facto de nem todas poderem acolher de igual modo a realidade dos

    factos, no que tem de mais crua e desideologizada.

    por isso que me identifico com a narrativa de Augusto Mateus,como com tantas outras que, com o decorrer do tempo, tm vindo a conso-

    lidar uma viso do que se passou na economia e na sociedade portuguesas

    nestes vinte e cinco anos, entre 1986 e 2010. No por acaso que, e muito

    bem, Augusto Mateus construiu a sua narrativa a partir da informao, toda

    ela de ndole estatstica, contida em 419 grficos e, por mais que a questio-

    nem, sou dos que acreditam na qualidade da informao estatstica que me

    fornecida pelo tipo de sociedade em que vivemos (Portugal, com o enqua-

    dramento que lhe advm nomeadamente da integrao no sistema de infor-mao estatstica da Unio Europeia).

    Em suma: poderei produzir uma narrativa prpria destes 25 Anos de

    Portugal Europeu a Economia, a Sociedade e os Fundos Estruturais , na

    perspectiva econmica, e produzi-la-ei, mas nunca ser substancialmente

    diferente daquela que partilho com Augusto Mateus e com outros analistas

    da evoluo do nosso pas, nos ltimos anos.

    O segundo factor de dificuldade prende-se com o prprio objecto de

    anlise, os 25 Anos de Portugal Europeu a Economia, a Sociedade e os

    Fundos Estruturais . que, salvo melhor opinio, o perodo de 25 anos

    entre 1986 e 2010, e a sua decomposio em dois subperodos tendo 1999

    por ano charneira, no se encontra exclusiva nem porventura predomi-

    nantemente balizado por acontecimentos ligados ao processo de adeso de

    Portugal Unio Europeia.

    O ano de 1986 o primeiro ano de normalidade aps o segundo pro-

    grama de ajustamento negociado entre Portugal e o FMI (1983-1984), de que

    samos com as contas externas reequilibradas e, sobretudo, com a compe-

    titividade externa recuperada, dando incio ao que ter constitudo a mais

    prolongada fase de crescimento da economia portuguesa no ps-25 de Abril

    de 1974, at ao termo da dcada de 1990. inquestionvel o papel desempe-

    nhado neste processo pela adeso CEE, como o papel desempenhado pela

    chegada dos primeiros fundos estruturais, mas no pode ignorar-se o papel

    do processo de ajustamento ento acabado de conduzir pelo ex-ministro das

    Finanas Ernni Lopes.

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    O ano de 2010 o ano de termo do primeiro quarto de sculo aps a

    adeso de Portugal Unio Europeia, mas tinha-se iniciado poucos antes a

    mais grave de todas as crises econmicas vividas pela economia mundial aps

    a Grande Depresso dos anos 30, dando lugar, j ao longo do ano de 2010 e,

    de forma mais pronunciada, a partir do incio de 2011, a uma crise econmicasem precedentes na nossa histria contempornea. Quando um estudo desta

    natureza puder ser prolongado no tempo, 2010 aparecer provavelmente como

    um novo ano charneira, a partir do qual nada mais foi nem ser como dantes,

    por razes que so muito mais internas do que decorrentes de qualquer acon-

    tecimento no mbito do nosso processo de integrao na Unio Europeia.

    Nada traduzir melhor essa mudana de regime do que o prolongamento

    para l de 2010 das variveis constantes do Grfico 3.2 do estudo de Augusto

    Mateus & Associados (inflao e taxa de juro nominal de curto prazo, com-parao entre Portugal e UE), no no que se refere inflao, que continuar

    muito baixa, mas no que se refere taxa de juro de curto prazo, que subiu,

    atingindo nveis antes dificilmente imaginveis.

    Grfco 3.2. Inao e taxa de juro nominal de curto prazo: comparao entre Portugale UE | 1986 a 2010

    1986

    1987

    1988

    1989

    1990

    1991

    1992

    1993

    1994

    1995

    1996

    1997

    1998

    1999

    2000

    2001

    2002

    2003

    2004

    2005

    2006

    2007

    2008

    2009

    2010

    -3%

    0%

    3%

    6%

    9%

    12%

    15%

    18%

    Moedanica

    1995

    1999

    2002

    2007

    2004

    QCA II (1994-1999) QCA III (2000-2006) QREN (2007-2013)

    Juros em Portugal

    UE15 Circulaodo EURO

    UE25 UE27

    1993

    Mercadointerno

    1986

    UE12

    QCA II (1989-1993)

    Preos em Portugal

    Juros na UE15

    Juros na UE27

    Preos na UE15

    Preos na UE27

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    O ano de 1999, o ano charneira, escolhido pela mudana de orientao

    na poltica relativa aos fundos estruturais na Unio Europeia, est muito

    perto de 2001, ou mesmo de 2000, o ano charneira que poderamos escolher,

    dando por concludo o processo de crescimento dos quinze anos anteriores,

    por acumulao de contradies insanveis e por completo esgotamento dascondies de crescimento do nosso pas. Quando, no dia 16 de Dezembro de

    2001, o primeiro-ministro, Antnio Guterres, se demite, alegando o pntano

    criado pelos resultados das eleies autrquicas realizadas nesse mesmo dia,

    sabia que, mais do que a uma situao poltica eventualmente dificultada, o

    pntano dizia essencialmente respeito situao econmica entretanto

    criada no nosso pas.

    O perodo de 1986-2010 ser sempre um perodo marcado pelas inci-

    dncias da participao de Portugal no processo de integrao europeia. Semdesvalorizar estas incidncias, talvez seja possvel, no entanto, produzir uma

    narrativa desse perodo, identificando perodos com limites temporais muito

    prximos dos escolhidos por Augusto Mateus & Associados, assente em razes

    de ndole predominantemente interna. No vem mal nenhum ao mundo por

    isso, bem pelo contrrio, uma vez que, em minha opinio, interessam mais

    os processos, e o que aconteceu, do que as causas que uns ou outros possam

    pretender valorizar de forma mais intensa.

    Por ltimo, e trata-se da questo mais importante.

    A construo de uma narrativa, de qualquer narrativa, pode ser rele-

    vante para a caracterizao e para a compreenso do que aconteceu em deter-

    minada poca histrica. Pode tambm ser relevante para a imputao de

    eventuais responsabilidades polticas ou de outra natureza (e, por isso, podendo

    dar lugar a discusses to inflamadas), mas no tenho a certeza de que seja

    igualmente relevante para encontrar um caminho de sada.

    Por outras palavras: no me sinto inteiramente convencido de que os

    roteiros do futuro possam ser de algum modo antevistos na identificao do

    que correu mal nos roteiros do passado. Mesmo que haja que chegar a resul-

    tados diametralmente opostos como, por exemplo, em Portugal, no tema dos

    consumos energticos, o conhecimento do que aconteceu no passado, e das

    suas razes, pode no ser suficiente para esclarecer o que se torna necessrio

    fazer para que tais resultados se produzam e essa a questo mais importante.

    Isto vale, por maioria de razo, para as respostas que tero de ser encontradas

    de imediato numa situao de emergncia como a que vive Portugal hoje em

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    dia, em que a situao as it is vale por si, independentemente das razes que a

    ela conduziram refiro-me, insisto, s respostas mais imediatas, no sendo a

    questo to simples no que se refere s respostas de mais mdio e longo prazos.

    2. O osso rotro

    Construiremos, pois, o nosso prprio roteiro de leitura e de interpretao

    dos mesmos factos (da mesma informao que nos foi deixada por Augusto

    Mateus & Associados). Num ponto ou noutro, poder divergir da histria

    que nos contada por Augusto Mateus veremos que em meras questes de

    pormenor, ou de nfase.

    Interpretaremos, assim, estes 25 anos da histria portuguesa recente emtorno de dez grandes consideraes, de que retiraremos uma lio de moral:

    as aspiraes, e os usos e abusos que podem motivar;

    a exploso do consumo, privado e pblico;

    a convergncia nominal;

    o ciclo e o contraciclo;

    a posio competitiva internacional, sempre em grande dificuldade

    o Estado e o dfice pblico;

    o endividamento e as suas consequncias; a questo energtica;

    a questo populacional;

    uma nova economia emergente;

    coeso interna e externa; convergncia real.

    Procuraremos, para cada uma destas questes, um grfico que possamos

    considerar verdadeiramente icnico, entre os 419 que nos foram deixados

    por Augusto Mateus.

    2.1.As aspras, os usos abusos qu pom motvar

    Em 1986, Portugal tinha um nvel de vida que era de 65% da mdia comunitria

    (Retrato 1.1). Acabados de entrar num espao que lhes prometia sobretudo a

    melhoria das suas condies de vida, prometendo tambm dinheiro a fundo

    perdido, natural que os portugueses se tenham lanado na prossecuo

    desse objectivo, tendo como termo de comparao as condies de vida dos

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    demais habitantes na mesma Comunidade do habitante mdio, quando no

    do habitante em melhor situao, tudo dependendo do grau de aspirao.

    Retrato 1.1 Posio de Portugal ace Unio Europeia partida da aplicao dos

    undos estruturais: a economia | 1986

    Nveldevida

    econvergnciareal

    Produtividade

    Inflao

    econvergncia

    nominal

    Procurainterna

    eprocuraexterna

    Consumoemodelos

    decomrcio

    Investimento

    Atividades

    econmicas

    Especializao

    industrial

    Produes

    primrias

    Energia

    Financiamento

    dasempresas

    Dvidapblica

    esaldooramental

    Comrcio

    internacional

    Viagens

    eturismo

    Trans

    ferncias

    comunitrias

    Investimento

    estrangeiro

    Balanaexterna

    I&De

    inovao

    Tecido

    empresarial

    Empresasdecapital

    estrangeiro

    Posio

    competitiva

    Bancaebolsa

    Carga

    fiscal

    Despesapblica

    Sectorempresarial

    doEstado

    REFERENCIAL

    EUROPEU=100

    1986

    65

    31

    376

    105 105

    116

    75

    55

    84

    99

    56

    163

    141

    99

    73

    111

    80

    304

    115

    97

    A histria dos ltimos 25 anos pode ser descrita como o resultado de

    mltiplas tentativas para, de muitos pontos de vista, superarmos a inferiori-

    dade das nossas condies de vida. Em muitos casos, a evoluo observada, que

    pode ter sido muito considervel, no chegou, no entanto, para nos assegurar,

    em 2010, mais do que um lugar mediano, ou mesmo modesto, por comparao

    com os restantes Estados-membros da UE-27:

    o caso da educao, em que a melhoria das condies internas

    (Grfico 42.1) no se mostrou suficiente para acompanhar a evoluo

    observada na generalidade dos pases da Unio Europeia (Grfico 42.2),

    pelo que continuvamos a ser, em 2010, o pas da UE27 em que era mais

    elevada a percentagem da populao em idade activa s com o ensino

    bsico (Grfico 42.3), e um dos pases da UE27 em que era mais baixa a

    percentagem da populao entre os 30 e os 34 anos de idade com forma-

    o a nvel de ensino superior completo (Grfico 42.4);

  • 7/28/2019 daniel bessa et al [ffms] 2013_comentrios ao estudo 25 anos de portugal europeu

    18/192

    16

    Grfco 42.1. Populao entre 15 e 64 anos de idade por nvel de ensino completadoem Portugal | 1985 a 2010

    7%

    12%

    21%

    41%

    61%

    43%

    11%

    3%

    1985 1990 1995 2000 2005 2010

    0%

    20%

    40%

    60%

    80%

    100%

    Ensino superior Ens ino secundr io Ensino bsico Sem ensino

    Grfco 42.2. Populao entre 15 e 64 anos de idade por nvel de ensino completado:comparao entre Portugal e UE | 1985 a 2010

    7%

    12%

    21%

    41%

    61%

    43%

    11%

    3%

    9%

    20%

    44%

    65%

    42%

    13%

    5% 2%

    1985 1990 1995 2000 2005 2010

    0%

    20%

    40%

    60%

    80%

    100%

    Ensino superior (PT) Ensino secundrio (PT) Ensino bsico (PT) Sem ensino (PT)

    Ensino superior (UE27) Ensino secundrio (UE27) Ensino bsico (UE27) Sem ensino (UE27)

  • 7/28/2019 daniel bessa et al [ffms] 2013_comentrios ao estudo 25 anos de portugal europeu

    19/192

    17

    Grfco 42.3. Populao entre 15 e 64 anos de idade com ensino bsico completado:a posio de Portugal na UE | 1985 e 2010

    SI LV HU SE EE LT DE RO NL IE FR IT CZ BE CY SK ES PL UK LU MT AT EL BG FI DK PT

    0%

    20%

    40%

    60%

    1985 2010

    PT

    Mdia UE27 (2010): 13%

    Mdia UE27 (1985): 42%

    Grfco 42.4. Populao entre 30 e 34 anos de idade com ensino superior completo:a posio de Portugal na UE | 2000 a 2010

    RO MT IT CZ SK AT PT HU BG EL DE LV SI PL EE ES NL UK FR LT BE CY FI SE LU DK IE

    0%

    10%

    20%

    30%

    40%

    50%

    2 00 0 2 01 0

    PT

    Meta da UE para 2020: >= 40%

    Mdia UE27 (2010): 34%

    Mdia UE27 (2000): 22%

  • 7/28/2019 daniel bessa et al [ffms] 2013_comentrios ao estudo 25 anos de portugal europeu

    20/192

    18

    tambm o caso da habitao, em que o aumento explosivo do peso

    do stock de crdito habitao em percentagem do rendimento dispo-

    nvel das famlias (Grfico 45.1) no implicou que o peso da nossa for-

    mao bruta de capital fixo em habitao, expresso em percentagem do

    PIB, tivesse atingido nveis particularmente elevados por comparaocom os restantes Estados-membros da UE27: ocupvamos uma posio

    intermdia em 2010 (Grfico 45.3), embora tivesse chegado a ser mais

    elevada em anos anteriores (Grficos 45.2 e 45.3);

    Grfco 45.1. Peso do stock de crdito habitao no rendimento disponvelem Portugal | 1986 a 2010

    1986

    1987

    1988

    1989

    1990

    1991

    1992

    1993

    1994

    1995

    1996

    1997

    1998

    1999

    2000

    2001

    2002

    2003

    2004

    2005

    2006

    2007

    2008

    2009

    2010

    0%

    20%

    40%

    60%

    80%

    100%

    Moedanica

    1993

    1986

    1995

    1999

    2002

    2007

    2004

    QCA I (1989-1993) QCA II (1994-1999) QCA III (2000-2006) QREN (2007-2013)

    UE12 MercadoInterno

    UE15 Circulaodo EURO

    UE25 UE27

  • 7/28/2019 daniel bessa et al [ffms] 2013_comentrios ao estudo 25 anos de portugal europeu

    21/192

    19

    Grfco 45.2. Formao bruta de capital fxo em habitao: comparao entre Portugal,parceiros iniciais da coeso e UE15 | 1986 a 2010

    1986

    1987

    1988

    1989

    1990

    1991

    1992

    1993

    1994

    1995

    1996

    1997

    1998

    1999

    2000

    2001

    2002

    2003

    2004

    2005

    2006

    2007

    2008

    2009

    2010

    0%

    3%

    6%

    9%

    12%

    15%

    18%

    Moedanica

    1993

    1986

    1995

    1999

    2002

    2007

    2004

    QCA I (1989-1993) QCA II (1994-1999) QCA III (2000-2006) QREN (2007-2013)

    Portugal

    UE15

    UE12 MercadoInterno

    UE15 Circulaodo EURO

    UE25 UE27

    do PIB

    Espanha

    Irlanda

    Grcia

    Grfco 45.3. Formao bruta de capital fxo em habitao: a posio de Portugal na

    UE | 2005 e 2010

    LT LV RO HU PL SK UK MT IE SI SE EE LU PT AT DK BG CZ EL NL IT DE FR BE FI CY ES

    0%

    2%

    4%

    6%

    8%

    10%

    12%

    14%

    2005 2010

    PT

    Mdia UE27 (2010): 4,9%

    Mdia UE27 (2005): 5,8%

    do PIB

  • 7/28/2019 daniel bessa et al [ffms] 2013_comentrios ao estudo 25 anos de portugal europeu

    22/192

    20

    o caso do aumento da rede nacional de itinerrios principais e com-

    plementares e do nosso parque automvel (Grfico 48.1), com conse-

    quente reduo do nmero de feridos e de vtimas mortais por acidente

    automvel (Grfico 48.6), sendo que, no entanto, em 2010, o nmero

    de mortos por milho de habitantes nas estradas portuguesas conti-nuava a situar-se a meio da tabela por comparao com os restantes

    Estados-membros da UE-27 (Grfico 48.7);

    Grfco 48.1. Densidade da rede nacional de autoestradas e da linha erroviriaeletrifcada em Portugal | 1986 a 2010

    1986

    1987

    1988

    1989

    1990

    1991

    1992

    1993

    1994

    1995

    1996

    1997

    1998

    1999

    2000

    2001

    2002

    2003

    2004

    2005

    2006

    2007

    2008

    2009

    2010

    0

    5

    10

    15

    20

    25

    30

    Moedanica

    1993

    1986

    1995

    1999

    2002

    2007

    2004

    QCA I (1989-1993) QCA II (1994-1999) QCA III (2000-2006) QREN (2007-2013)

    Autoestradas

    UE12 MercadoInterno

    UE15 Circulaodo EURO

    UE25 UE27

    (Quebra de srie)

    (Quebra de srie)

    Moedanica

    1993

    1986

    1995

    1999

    2002

    2007

    2004

    QCA I (1989-1993) QCA II (1994-1999) QCA III (2000-2006) QREN (2007-2013)

    UE12 MercadoInterno

    UE15 Circulaodo EURO

    UE25 UE27Moedanica

    1993

    1986

    1995

    1999

    2002

    2007

    2004

    QCA I (1989-1993) QCA II (1994-1999) QCA III (2000-2006) QREN (2007-2013)

    UE12 MercadoInterno

    UE15 Circulaodo EURO

    UE25 UE27

    1000 km2

    Linha ferroviria

  • 7/28/2019 daniel bessa et al [ffms] 2013_comentrios ao estudo 25 anos de portugal europeu

    23/192

    21

    Grfco 48.6. Nmero de eridos e de vtimas mortais em Portugal | 1986 a 2010

    1,500

    3,000

    4,500

    6,000

    7,500

    1986

    1988

    1990

    1992

    1994

    1996

    1998

    2000

    2002

    2004

    2006

    2008

    2010

    0

    1,000

    2,000

    3,000

    4,000

    Parque automvel

    Itinerrios principais e complementares

    Km milhares

    Grfco 48.7. Variao do nmerode vtimas mortais: a posio de Portugal

    na UE | 1991 e 2009

    Grfco 48.8. Nmero de vtimas mortaispor milho de habitantes: a posio

    de Portugal na UE | 2008

    MT

    RO

    BG

    CY

    EL

    CZ

    PL

    LU

    SK

    IE

    BE

    NL

    DK

    IT

    UK

    SE

    FI

    AT

    FR

    HU

    SI

    DE

    LT

    ES

    PT

    LV

    EE

    -90% -80% -70% -60% -50% -40% -30% -20% -10% 0% 10% 20% 30% 40%

    PT

    MT

    NL

    SE

    UK

    DE

    IE

    FI

    FR

    ES

    LU

    DK

    IT

    AT

    PT

    BE

    EE

    HU

    CY

    SK

    CZ

    SI

    BG

    EL

    LV

    RO

    PL

    LT

    0 30 60 90 120 150

    PT

  • 7/28/2019 daniel bessa et al [ffms] 2013_comentrios ao estudo 25 anos de portugal europeu

    24/192

    22

    o caso do aumento da afluncia a eventos culturais, nomeadamente

    espectculos ao vivo (Grfico 49.4), sem por isso nos caracterizarmos

    por um nvel particularmente elevado de consumo de bens culturais e

    de lazer por comparao com os restantes Estados-membros da Unio

    Europeia (Grfico 49.5).

    Grfco 49.4. Auncia a eventosculturais em Portugal | 1986 a 2010

    Grfco 49.5. Peso da populao querealizou pelo menos uma atividadecultural no ano anterior | 2007

    1986 1990 1994 1998 2002 2006 2010

    0

    200

    400

    600

    800

    1,000

    1,200

    1,400

    1,600

    Cinema

    Galeriasde rte

    Museus, jardinszoolgicos,

    botnicos e aqurios

    Espetculos ao vivo

    100

    44%

    32%

    8%

    45%

    25%

    47%

    71%

    45%

    16%

    51%

    27%

    44%

    ler um livro

    visitar umlocal de

    interessecultural

    pintura,desenho,

    escultura oudesenhogrfico

    ir ao cinema

    fotografia,filmes ou

    vdeo

    ir aespetculo

    ao vivo

    0%

    80%

    PT UE 27

    Em pelo menos dois casos, a melhoria das condies de vida observada

    em Portugal parece pr-nos em posio de vantagem por comparao seno

    com a mdia da UE27, pelo menos por comparao com a maioria dos seusEstados-membros:

    o caso do aumento das despesas totais com proteco social em Portugal,

    expressas em percentagem do PIB (Grfico 41.1), que, no entanto, no fez

    mais do que concretizar um processo de aproximao mdia da UE27

    (Grfico 41.2), aqui com melhoria acentuada da nossa posio relativa,

    tendo ascendido de 22., em 1995, a 8., em 2010 (Grfico 41.3);

  • 7/28/2019 daniel bessa et al [ffms] 2013_comentrios ao estudo 25 anos de portugal europeu

    25/192

    23

    Grfco 41.1. Receitas e despesas totais com proteo social em Portugal | 1986 a 2010

    1986

    1987

    1988

    1989

    1990

    1991

    1992

    1993

    1994

    1995

    1996

    1997

    1998

    1999

    2000

    2001

    2002

    2003

    2004

    2005

    2006

    2007

    2008

    2009

    2010

    15%

    20%

    25%

    30%

    Moedanica

    1993

    1986

    1995

    1999

    2002

    2007

    2004

    QCA I (1989-1993) QCA II (1994-1999) QCA III (2000-2006) QREN (2007-2013)

    Receitas

    UE12 MercadoInterno

    UE15 Circulaodo EURO

    UE25 UE27

    do PIB

    Despesas

    (Quebra de srie)

    Grfco 41.2. Despesa com prestaes sociais: comparao entre Portugal e UE | 1986a 2010

    1986

    1987

    1988

    1989

    1990

    1991

    1992

    1993

    1994

    1995

    1996

    1997

    1998

    1999

    2000

    2001

    2002

    2003

    2004

    2005

    2006

    2007

    2008

    2009

    2010

    5%

    10%

    15%

    20%

    Moedanica

    1993

    1986

    1995

    1999

    2002

    2007

    2004

    QCA I (1989-1993) QCA II (1994-1999) QCA III (2000-2006) QREN (2007-2013)

    Portugal

    UE

    UE12 MercadoInterno

    UE15 Circulaodo EURO

    UE25 UE27

    do PIB

  • 7/28/2019 daniel bessa et al [ffms] 2013_comentrios ao estudo 25 anos de portugal europeu

    26/192

    24

    Grfco 41.3. Despesa com prestaes sociais: a posio de Portugal na UE | 1995e 2010

    NL LV BG LT EE MT RO CZ SK CY PL UK ES SE LU IE HU DK PT BE DE SI FI IT FR AT EL

    5.0%

    7.5%

    10.0%

    12.5%

    15.0%

    17.5%

    20.0%

    22.5%

    1995 2010

    PT

    Mdia UE27 (1995): 16,7%

    do PIB

    Mdia UE27 (2010): 17,0%

    Grfco 44.1. Despesa em sade e taxa de mortalidade inantil em Portugal | 1986 a 2010

    0

    2

    4

    6

    8

    10

    12

    14

    16

    18

    1986

    1987

    1988

    1989

    1990

    1991

    1992

    1993

    1994

    1995

    1996

    1997

    1998

    1999

    2000

    2001

    2002

    2003

    2004

    2005

    2006

    2007

    2008

    2009

    2010

    4%

    5%

    6%

    7%

    8%

    9%

    10%

    11%

    12%

    do PIB

    Moedanica

    1993

    1986

    1995

    1999

    2002

    2007

    2004

    QCA I (1989-1993) QCA II (1994-1999) QCA III (2000-2006) QREN (2007-2013)

    UE12 MercadoInterno

    UE15 Circulaodo EURO

    UE25 UE27

    Taxa de mortalidade infantil

    Despesa em sade

  • 7/28/2019 daniel bessa et al [ffms] 2013_comentrios ao estudo 25 anos de portugal europeu

    27/192

    25

    Grfco 44.2. Despesa em sade e taxa de mortalidade inantil: comparao entrePortugal e UE | 1986 a 2010

    2

    4

    6

    8

    10

    12

    14

    16

    1986

    1987

    1988

    1989

    1990

    1991

    1992

    1993

    1994

    1995

    1996

    1997

    1998

    1999

    2000

    2001

    2002

    2003

    2004

    2005

    2006

    2007

    2008

    2009

    2010

    5%

    6%

    7%

    8%

    9%

    10%

    11%

    12%

    do PIB

    Moedanica

    1993

    1986

    1995

    1999

    2002

    2007

    2004

    QCA I (1989-1993) QCA II (1994-1999) QCA III (2000-2006) QREN (2007-2013)

    UE12 MercadoInterno

    UE15 Circulaodo EURO

    UE25 UE27

    Despesa em sade em Portugal

    Despesa em sade na UE

    Taxa de mortalidade infantil em Portugal

    Taxa de mortalidade infantil na UE

    Grfco 44.3. Despesa em sade: a posio de Portugal na UE | 1995 e 2010

    RO CY EE LV BG LT HU PL LU CZ MT SK FI IE SI IT ES SE UK EL BE AT PT DK DE FR NL

    0%

    2%

    4%

    6%

    8%

    10%

    12%

    do PIB

    1995 2010

    PT

    Mdia UE27 (2010): 9%

    Mdia UE27 (1995): 7%

  • 7/28/2019 daniel bessa et al [ffms] 2013_comentrios ao estudo 25 anos de portugal europeu

    28/192

    26

    o caso da evoluo das despesas em sade, expressas em percenta-

    gem do PIB, e da taxa de mortalidade infantil (Grfico 44.1), aqui colo-

    cando-nos em posio de vantagem, seja por comparao com a mdia

    da UE27 (Grfico 44.2) seja por comparao com a grande maioria dos

    Estados-membros, em que chegmos, em 2010, 5. mais elevada per-centagem do PIB gasta em sade (Grfico 44.3).

    Ficar como cone da evoluo observada neste propsito de melhoria

    das condies de vida e de convergncia com os pases mais desenvolvidos,

    e de manifesto excesso, para no dizer abuso, a evoluo da rede nacional

    de estradas e de auto-estradas (Grfico 48.1), em que viemos a ultrapassar

    largamente a densidade observada na UE27 (Grfico 48.2).

    Grfco 48.1. Densidade da rede nacional de autoestradas e da linha erroviriaeletrifcada em Portugal | 1986 a 2010

    1986

    1987

    1988

    1989

    1990

    1991

    1992

    1993

    1994

    1995

    1996

    1997

    1998

    1999

    2000

    2001

    2002

    2003

    2004

    2005

    2006

    2007

    2008

    2009

    2010

    0

    5

    10

    15

    20

    25

    30

    Moedanica

    1993

    1986

    1995

    1999

    2002

    2007

    2004

    QCA I (1989-1993) QCA II (1994-1999) QCA III (2000-2006) QREN (2007-2013)

    Autoestradas

    UE12 MercadoInterno

    UE15 Circulaodo EURO

    UE25 UE27

    (Quebra de srie)

    (Quebra de srie)

    Moedanica

    1993

    1986

    1995

    1999

    2002

    2007

    2004

    QCA I (1989-1993) QCA II (1994-1999) QCA III (2000-2006) QREN (2007-2013)

    UE12 MercadoInterno

    UE15 Circulaodo EURO

    UE25 UE27Moedanica

    1993

    1986

    1995

    1999

    2002

    2007

    2004

    QCA I (1989-1993) QCA II (1994-1999) QCA III (2000-2006) QREN (2007-2013)

    UE12 MercadoInterno

    UE15 Circulaodo EURO

    UE25 UE27

    1000 km2

    Linha ferroviria

  • 7/28/2019 daniel bessa et al [ffms] 2013_comentrios ao estudo 25 anos de portugal europeu

    29/192

    27

    Grfco 48.2. Densidade da rede nacional de autoestradas e da linha erroviriaeletrifcada: comparao entre Portugal e UE | 1986 a 2010

    1986

    1987

    1988

    1989

    1990

    1991

    1992

    1993

    1994

    1995

    1996

    1997

    1998

    1999

    2000

    2001

    2002

    2003

    2004

    2005

    2006

    2007

    2008

    2009

    2010

    0

    5

    10

    15

    20

    25

    30

    Moedanica

    1993

    1986

    1995

    1999

    2002

    2007

    2004

    QCA I (1989-1993) QCA II (1994-1999) QCA III (2000-2006) QREN (2007-2013)

    UE12 MercadoInterno

    UE15 Circulaodo EURO

    UE25 UE27Moedanica

    1993

    1986

    1995

    1999

    2002

    2007

    2004

    QCA I (1989-1993) QCA II (1994-1999) QCA III (2000-2006) QREN (2007-2013)

    Autoestradas em Portugal

    Autoestradas na UE

    UE12 MercadoInterno

    UE15 Circulaodo EURO

    UE25 UE27

    Linha ferroviria na UE

    Linha ferroviria em Portugal

    1000 Km2

    (Quebra de srie)

    Grfco 50.2. Utilizao de internet e de teleone mvel: comparao entre Portugal

    e UE | 1990 a 2010

    1986

    1987

    1988

    1989

    1990

    1991

    1992

    1993

    1994

    1995

    1996

    1997

    1998

    1999

    2000

    2001

    2002

    2003

    2004

    2005

    2006

    2007

    2008

    2009

    2010

    0

    25

    50

    75

    100

    125

    150

    por100 habitantes

    Moedanica

    1993

    1986

    1995

    1999

    2002

    2007

    2004

    QCA I (1989-1993) QCA II (1994-1999) QCA III (2000-2006) QREN (2007-2013)

    UE12 MercadoInterno

    UE15 Circulaodo EURO

    UE25 UE27

    Utilizadores de internet na UE

    Utilizadores de internet em Portugal

    Subscries de telefone mvel na UE

    Subscries de telefone mvel em Portugal

  • 7/28/2019 daniel bessa et al [ffms] 2013_comentrios ao estudo 25 anos de portugal europeu

    30/192

    28

    Grfco 5.7. Evoluo das unidadescomerciais de dimenso relevanteem Portugal | 2004 a 2010

    Grfco 5.8. rea bruta locvel de centroscomerciais acumulada em Portugal | 1986a 2010

    1987

    1988

    1989

    1990

    1991

    1992

    1993

    1994

    1995

    1996

    1997

    1998

    1999

    2000

    2001

    2002

    2003

    2004

    2005

    2006

    2007

    2008

    2009

    2010

    1,000,000

    2,000,000

    3,000,000

    m2

    2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010

    100

    125

    150

    175

    200

    Unidades comerciaisde dimenso relevante

    Pessoalao servio

    Volume mdio de vendas

    No dispomos de informao para podermos fazer uma anlise idnticas vrias rubricas do consumo privado. Se o uso de telemveis, mais do que da

    internet, por comparao com a mdia da UE27 (Grfico 50.2), fica como mais

    um cone do excesso, j o crescimento das unidades comerciais de dimenso

    relevante e do seu volume de negcios (Grfico 5.7) e o crescimento da rea bruta

    locvel de centros comerciais (Grfico 5.8) ficam como cones mais da evoluo

    dos modos de consumo do que dos nveis de consumo propriamente ditos.

    2.2.A xploso o cosumo, prvao pblcoAspiraes, e sua satisfao, matria de consumo no cuidando, por

    enquanto, de saber quem h-de produzir os bens e servios em que h-de

    concretizar-se.

    Com excepo dos anos de 2003 e de 2009, o consumo privado cresceu

    todos os anos, entre 1986 e 2010. Numa primeira fase, at ao ano 2000, cresceu

    acentuadamente; no perodo seguinte, j caracterizado por grandes dificul-

    dades, cresceu mais lentamente, e de forma mais irregular, no deixando, por

  • 7/28/2019 daniel bessa et al [ffms] 2013_comentrios ao estudo 25 anos de portugal europeu

    31/192

    29

    isso, de acelerar a intensificao do seu peso no rendimento disponvel das

    famlias portuguesas (Grfico 5.1). A aflorao das primeiras grandes dificul-

    dades em matria de crescimento do PIB e, portanto, dos primeiros sintomas

    de insustentabilidade, travaram o crescimento do consumo privado mas no

    o suficiente para que o seu peso no rendimento disponvel das famlias con-tinuasse a aumentar.

    Por comparao com a mdia da UE27, o peso do consumo privado no

    rendimento disponvel das famlias portuguesas mostrou-se sempre superior

    (Grfico 5.2), atingindo, em 2010, o 3. nvel mais elevado (Grfico 5.3).

    Expresso em paridades de poder de compra, o consumo privadoper capita,

    em Portugal, no fez mais do que convergir com a mdia da UE27, tal como o

    PIBper capita, ao longo de todo o perodo de observao. Partindo de desvios

    de 30% e de 35% em relao mdia da UE27, em 1986, respectivamente oconsumoper capita e o PIBper capita, a evoluo observada fez com que estes

    desvios se tivessem reduzido para 8%, o consumoper capita, e para 19%, o PIB

    per capita, acentuando ogap entre os dois.

    Grfco 5.1. Taxa de crescimento real do consumo privadoper capita e pesodo consumo no rendimento disponvel em Portugal | 1986 a 2010

    58%

    59%

    60%

    61%

    62%

    63%

    64%

    65%

    66%

    67%

    68%

    69%

    70%

    1986

    1987

    1988

    1989

    1990

    1991

    1992

    1993

    1994

    1995

    1996

    1997

    1998

    1999

    2000

    2001

    2002

    2003

    2004

    2005

    2006

    2007

    2008

    2009

    2010

    -3%

    -2%

    -1%

    0%

    1%

    2%

    3%

    4%

    5%

    6%

    7%

    8%

    9%

    Moedanica

    1993

    1986

    1995

    1999

    2002

    2007

    2004

    QCA I (1989-1993) QCA II (1994-1999) QCA III (2000-2006) QREN (2007-2013)

    Peso do consumo no rendimento disponvel

    UE12 MercadoInterno

    UE15 Circulaodo EURO

    UE25 UE27

    Variao do consumoper capita

  • 7/28/2019 daniel bessa et al [ffms] 2013_comentrios ao estudo 25 anos de portugal europeu

    32/192

    30

    Grfco 5.2. Peso do consumo no rendimento disponvel: comparao entre Portugale UE | 1986 a 2010

    1986

    1987

    1988

    1989

    1990

    1991

    1992

    1993

    1994

    1995

    1996

    1997

    1998

    1999

    2000

    2001

    2002

    2003

    2004

    2005

    2006

    2007

    2008

    2009

    2010

    50%

    52%

    54%

    56%

    58%

    60%

    62%

    64%

    66%

    68%

    70%

    Moedanica

    1993

    1986

    1995

    1999

    2002

    2007

    2004

    QCA I (1989-1993) QCA II (1994-1999) QCA III (2000-2006) QREN (2007-2013)

    Portugal

    UE15

    UE12 MercadoInterno

    UE15 Circulaodo EURO

    UE25 UE27

    UE27

    Grfco 5.3. Peso do consumo privado no rendimento disponvel: a posio de Portugal

    na UE | 1986 e 2010

    LU NL SE DK BE EE CZ FI AT HU SI DE FR ES SK LV IT BG IE PL LT RO UK MT PT CY EL

    40%

    50%

    60%

    70%

    80%

    1986 2010

    PT

    Mdia UE27 (2010): 59,2%Mdia UE15 (1986): 58,4%

  • 7/28/2019 daniel bessa et al [ffms] 2013_comentrios ao estudo 25 anos de portugal europeu

    33/192

    31

    Grfco 24.1. Despesa das administraes pblicas em Portugal | 1986 a 2010

    1986

    1987

    1988

    1989

    1990

    1991

    1992

    1993

    1994

    1995

    1996

    1997

    1998

    1999

    2000

    2001

    2002

    2003

    2004

    2005

    2006

    2007

    2008

    2009

    2010

    30%

    35%

    40%

    45%

    50%

    55%

    Moedanica

    1993

    1986

    1995

    1999

    2002

    2007

    2004

    QCA I (1989-1993) QCA II (1994-1999) QCA III (2000-2006) QREN (2007-2013)

    Despesa pblica total

    UE12 MercadoInterno

    UE15 Circulaodo EURO

    UE25 UE27

    Despesa corrente

    Moedanica

    1993

    1986

    1995

    1999

    2002

    2007

    2004

    QCA I (1989-1993) QCA II (1994-1999) QCA III (2000-2006) QREN (2007-2013)

    UE12 MercadoInterno

    UE15 Circulaodo EURO

    UE25 UE27

    do PIB

    Despesa de capital

    Grfco 24.2. Despesa das administraes pblicas: comparao entre Portugal e UE| 1986 a 2010

    1986

    1987

    1988

    1989

    1990

    1991

    1992

    1993

    1994

    1995

    1996

    1997

    1998

    1999

    2000

    2001

    2002

    2003

    2004

    2005

    2006

    2007

    2008

    2009

    2010

    30%

    35%

    40%

    45%

    50%

    55%

    Moedanica

    1993

    1986

    1995

    1999

    2002

    2007

    2004

    QCA I (1989-1993) QCA II (1994-1999) QCA III (2000-2006) QREN (2007-2013)

    Portugal

    UE27

    UE12 MercadoInterno

    UE15 Circulaodo EURO

    UE25 UE27

    do PIB

  • 7/28/2019 daniel bessa et al [ffms] 2013_comentrios ao estudo 25 anos de portugal europeu

    34/192

    32

    Na rea pblica, a despesa expressa em percentagem do PIB cresceu

    consecutivamente, sobretudo a despesa corrente (Grfico 24.1) despesas

    de consumo pblico e transferncias para as famlias, financiando consumo

    privado. Trata-se de um processo de convergncia com a mdia da UE, que

    s ultrapassamos no ano de chegada, em 2010 (Grfico 24.2), permanecendo,no entanto, como um pas do meio da tabela quando nos comparamos com

    os restantes 26 Estados-membros, um a um.

    Em termos mais agregados, a procura interna (de que o consumo pri-

    vado e o consumo pblico so dois dos principais componentes, a par do

    investimento) o principal motor do crescimento do PIB, em detrimento

    da procura externa lquida, cujo contributo quase sempre negativo, por

    vezes acentuadamente negativo, at ao ano 2000 (Grfico 4.1). Comparando

    com a mdia da UE27, a procura interna cresceu sistematicamente mais emPortugal, contribuindo tambm sistematicamente muito mais do que a procura

    externa lquida para o crescimento do PIB, pelo menos at final do milnio

    (Grfico 4.2). No final do perodo, em 2010, Portugal era, entre os 27 Estados-

    membros da Unio Europeia, o que apresentava o segundo mais elevado peso

    no PIB da procura interna (Grfico 4.3).

    Grfco 4.1. Taxa de crescimento real do PIB, da procura interna e da procura externa

    lquida em Portugal | 1986 a 2010

    -8%

    -6%

    -4%

    -2%

    0%

    2%

    4%

    6%

    8%

    10%

    12%

    14%

    1986

    1987

    1988

    1989

    1990

    1991

    1992

    1993

    1994

    1995

    1996

    1997

    1998

    1999

    2000

    2001

    2002

    2003

    2004

    2005

    2006

    2007

    2008

    2009

    2010

    PIB

    Procura interna

    Procura externa lquida

    Moedanica

    1993

    1986

    1995

    1999

    2002

    2007

    2004

    QCA I (1989-1993) QCA II (1994-1999) QCA III (2000-2006) QREN (2007-2013)

    UE12 MercadoInterno

    UE15 Circulaodo EURO

    UE25 UE27

  • 7/28/2019 daniel bessa et al [ffms] 2013_comentrios ao estudo 25 anos de portugal europeu

    35/192

    33

    Grfco 4.2. Taxa de crescimento do PIB, da procura interna e da procura externalquida: comparao entre Portugal e UE | 1986 a 2010

    1986

    1987

    1988

    1989

    1990

    1991

    1992

    1993

    1994

    1995

    1996

    1997

    1998

    1999

    2000

    2001

    2002

    2003

    2004

    2005

    2006

    2007

    2008

    2009

    2010

    -8%

    -6%

    -4%

    -2%

    0%

    2%

    4%

    6%

    8%

    10%

    12%

    14%

    PIB de Portugal

    Procura interna de Portugal

    Procura externa lquida de Portugal

    Procura externa lquida da UE

    PIB da UE

    Moedanica

    1993

    1986

    1995

    1999

    2002

    2007

    2004

    QCA I (1989-1993) QCA II (1994-1999) QCA III (2000-2006) QREN (2007-2013)

    UE12 MercadoInterno

    UE15 Circulaodo EURO

    UE25 UE27

    Procura interna da UE

    Grfco 4.3. Peso da procura interna no PIB: a posio de Portugal na UE | 1986 a 2010

    LU IE EE NL HU SE AU DE DK CZ BE SI FI LV SI PL MT LT IT ES BG FR UK RO CY PT EL

    65%

    70%

    75%

    80%

    85%

    90%

    95%

    100%

    105%

    110%

    do PIB

    1986 2010

    PT

    Mdia UE15 (1986): 97,9%

    Mdia UE27 (2010): 98,9%

  • 7/28/2019 daniel bessa et al [ffms] 2013_comentrios ao estudo 25 anos de portugal europeu

    36/192

    34

    2.3.A covrgca omal

    Decidida no Conselho Europeu realizado em 2 de Maio de 1998, para entrar

    em vigor no dia 1 de Janeiro de 1999, a criao da moeda nica europeia vir

    a revelar-se um dos elementos da maior importncia na histria seja da Unio,

    seja do nosso pas a ponto de a deciso sobre se nela devemos continuar ou

    se dela deveremos sair,se ter tornado a deciso de maior relevncia de entre

    todas as que seremos chamados a tomar. No o momento de debatermos

    esta questo mas de tomarmos conhecimento dos resultados mais imediatos

    a que conduziu, tanto a moeda nica, em si mesma, como o longo perodo

    preparatrio que antecedeu a sua a adopo.

    Com um passado de taxas de inflao relativamente elevadas (a partir

    dos anos 60, terminado o perodo de maior ortodoxia monetria e financeirado Estado Novo), acompanhado, a partir de 1974, de desvalorizaes cambiais

    e de taxas de juro nominais elevadas, ambas retroagindo sobre a inflao, que

    alimentavam, Portugal viu-se envolvido, a partir de finais do anos 80, num

    processo de reduo das taxas de inflao e das taxas de juro nominais (Grfico

    3.1), que convergiram aceleradamente para a mdia da UE (Grfico 3.2). No final

    do perodo em estudo, em 2010, Portugal era um dos 27 Estados-membros da

    Unio Europeia com taxa de inflao mais reduzida (Grfico 3.3) e com uma das

    mais baixas taxas de juro de curto prazo (Grfico 3.4) esta, como j referimos,vindo a sofrer um aumento exponencial, e dramtico, juntamente com os taxas

    de juro de longo prazo, a partir do incio do ano seguinte.

    No o momento de discutirmos os efeitos desta mudana de regime

    monetrio no funcionamento e na competitividade das empresas portu-

    guesas. Ficamo-nos pela constatao da importncia de que no poder ter

    deixado de se revestir no processo de expanso do consumo, tanto privado,

    como pblico entre 1986 e 2010, a despesa pblica com juros desceu 5% do

    PIB (Grfico 35.5), recursos que foram libertos para financiar o aumento doconsumo pblico e o aumento das transferncias para as famlias.

  • 7/28/2019 daniel bessa et al [ffms] 2013_comentrios ao estudo 25 anos de portugal europeu

    37/192

    35

    Grfco 3.1. Inao e taxa de juro nominal de curto prazo em Portugal | 1986 a 2010

    1986

    1987

    1988

    1989

    1990

    1991

    1992

    1993

    1994

    1995

    1996

    1997

    1998

    1999

    2000

    2001

    2002

    2003

    2004

    2005

    2006

    2007

    2008

    2009

    2010

    -3%

    0%

    3%

    6%

    9%

    12%

    15%

    18%

    Moedanica

    1995

    1999

    2002

    2007

    2004

    QCA II (1994-1999) QCA III (2000-2006) QREN (2007-2013)

    Juros

    UE15 Circulaodo EURO

    UE25 UE27

    1993

    Mercadointerno

    1986

    UE12

    QCA II (1989-1993)

    Preos

    Grfco 3.2. Inao e taxa de juro nominal de curto prazo: comparao entre Portugale UE | 1986 a 2010

    1986

    1987

    1988

    1989

    1990

    1991

    1992

    1993

    1994

    1995

    1996

    1997

    1998

    1999

    2000

    2001

    2002

    2003

    2004

    2005

    2006

    2007

    2008

    2009

    2010

    -3%

    0%

    3%

    6%

    9%

    12%

    15%

    18%

    Moedanica

    1995

    1999

    2002

    2007

    2004

    QCA II (1994-1999) QCA III (2000-2006) QREN (2007-2013)

    Juros em Portugal

    UE15 Circulaodo EURO

    UE25 UE27

    1993

    Mercadointerno

    1986

    UE12

    QCA II (1989-1993)

    Preos em Portugal

    Juros na UE15

    Juros na UE27

    Preos na UE15

    Preos na UE27

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    38/192

    36

    Grfco 3.3. Inao: a posio de Portugal na UE | 1995 e 2010

    IE LV SK NL DE LT CZ PT IT FI AT FR SE MT ES SI DK BE CY PL EE LU BG UK EL HU RO

    -5%

    0%

    5%

    10%

    15%

    20%

    25%

    1 99 5 2 01 0

    PT

    Mdia UE15 (1995): 2,8%

    Mdia UE15 (2010): 1,9%

    39%

    Grfco 3.4. Taxa de juro: a posio de Portugal na UE | 1995 e 2010

    UK BE DE IE EL ES FR IT CY MT NL AT PT SI SK FI SE CZ DK EE LT LV PL RO BG HU

    0%

    5%

    10%

    15%

    20%

    25%

    30%

    1 99 5 2 01 0

    PT

    Mdia UE27 (1995): 5,0%

    Mdia UE27 (2010): 1,2%

  • 7/28/2019 daniel bessa et al [ffms] 2013_comentrios ao estudo 25 anos de portugal europeu

    39/192

    37

    Grfco 24.5. Composio da despesa pblica | 1986 a 2010

    Despesascom pessoal

    24%

    Prestaessociais

    43%

    Formao brutade capital

    7%

    Outras despesasde capital

    4%

    Consumo intermdio

    10%

    Juros

    6%

    Subsdios

    1%

    Outras despesas

    correntes6%

    Estrutura

    em 2010

    (% do total)

    i

    2% 2% 2%

    3%4%

    4%

    4%

    1%

    2%

    2%

    3%3%

    2%

    1%

    8% 7%

    3%

    3%

    3%3%

    4%

    5%

    10%

    13%

    14%

    12%

    10%

    12%

    13%

    22%

    1986 1993 2000 2010

    0%

    10%

    20%

    30%

    40%

    50%

    do PIB

    2.4. O cclo o cotracclo

    Toda a informao disponvel converge numa concluso: depois de um perodo

    de crescimento acelerado, que levou Portugal a passar do ndice 65 ao ndice

    81 em matria de condies de vida e de convergncia real, entre 1986 e 1999

    (Retrato 2.1), o processo viu-se interrompido na fase seguinte, entre 1999 e

    2010, em que o mesmo ndice no conseguiu melhor do que manter-se em

    81 (Retrato 3.1). O Grfico 3.4, que compara a evoluo de Portugal com os

    restantes Estados-membros que integravam o chamado grupo inicial da

    coeso (Espanha, Irlanda e Grcia, alm de Portugal), mostra igualmentecomo, depois de um perodo de crescimento acelerado, a convergncia prati-

    camente cessou, a partir de 2000, tanto em termos de PIBper capita como de

    rendimento disponvelper capita, prosseguindo, j em esforo (como tivemos

    oportunidade de referir noutro ponto deste trabalho), no consumoper capita.

  • 7/28/2019 daniel bessa et al [ffms] 2013_comentrios ao estudo 25 anos de portugal europeu

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    41/192

    39

    H outras manifestaes na mesma interrupo do processo de

    convergncia:

    a taxa de crescimento do PIB per capita, que havia sido a 8. mais

    elevada entre os 27 Estados-membros da UE no perodo 1994-1999,tornou-se a terceira menos elevada no perodo 2000-2010;

    a taxa de investimento (expressa em percentagem do PIB) que, com

    oscilaes, se tinha mantido relativamente elevada at ao ano 2000,

    iniciou, a partir deste ano, uma tendncia de decrscimo imparvel

    (Grfico 6.1); continuou acima da mdia da UE, ao longo de todo o

    perodo de 25 anos estudado, mas tendeu a convergir com esta, em

    resultado da j referida tendncia de decrscimo, quando a continuaodo processo de convergncia exigiria muito provavelmente o contrrio;

    Grfco 6.1. Taxa de investimento em Portugal | 1986 a 2010

    1986

    1987

    1988

    1989

    1990

    1991

    1992

    1993

    1994

    1995

    1996

    1997

    1998

    1999

    2000

    2001

    2002

    2003

    2004

    2005

    2006

    2007

    2008

    2009

    2010

    20%

    22%

    24%

    26%

    28%

    30%

    32%

    do VAB

    Moedanica

    1993

    1986

    1995

    1999

    2002

    2007

    2004

    QCA I (1989-1993) QCA II (1994-1999) QCA III (2000-2006) QREN (2007-2013)

    Taxa de investimento

    UE12 MercadoInterno

    UE15 Circulaodo EURO

    UE25 UE27

    tendo conseguido manter um contributo relevante para o cresci-

    mento da procura interna e, por essa via, para o crescimento do PIB,

    at ao ano 2000, a partir de ento, o investimento foi perdendo peso

  • 7/28/2019 daniel bessa et al [ffms] 2013_comentrios ao estudo 25 anos de portugal europeu

    42/192

    40

    progressivamente, com contributos vrias vezes negativos, eviden-

    ciando o decrscimo do valor deste varivel mesmo em termos absolu-

    tos (Grfico 4.6);

    Grfco 4.6. Composio da taxa de crescimento do PIB em Portugal | 1986 a 2010

    1986

    1987

    1988

    1989

    1990

    1991

    1992

    1993

    1994

    1995

    1996

    1997

    1998

    1999

    2000

    2001

    2002

    2003

    2004

    2005

    2006

    2007

    2008

    2009

    2010

    -10

    -8

    -6

    -4

    -2

    0

    2

    4

    6

    8

    10

    12

    14

    Pontospercentuais

    Consumo privado

    Investimento

    Consumo pblico

    Exportaes

    Importaes

    o movimento migratrio, que a partir de 1993 se tinha tornado

    positivo, contribuindo para o crescimento populacional, atingiu um

    mximo em 2002, aps o que iniciou um processo de reduo acen-

    tuada (Grfico 29.1, em que tambm se torna patente o regresso da emi-

    grao com algum significado, em 2007). Por comparao com a UE27,

    que mantm um padro de imigrao mais estvel, Portugal passou deum perodo de atraco cada vez mais acentuada, a partir de 1990, exce-

    dendo a mdia da Unio entre 1995 e 2004, a um perodo de menor

    atractividade, com o saldo migratrio a tender rapidamente para zero.

  • 7/28/2019 daniel bessa et al [ffms] 2013_comentrios ao estudo 25 anos de portugal europeu

    43/192

    41

    Grfco 29.1. Taxa bruta de crescimento migratrio e uxos de emigrao e imigraoem Portugal | 1986 a 2010

    -10

    0

    10

    20

    30

    40

    50

    60

    70

    80

    1986

    1987

    1988

    1989

    1990

    1991

    1992

    1993

    1994

    1995

    1996

    1997

    1998

    1999

    2000

    2001

    2002

    2003

    2004

    2005

    2006

    2007

    2008

    2009

    2010

    -4.5

    -3.0

    -1.5

    0.0

    1.5

    3.0

    4.5

    6.0

    7.5

    9.0

    Moedanica

    1993

    1995

    1999

    2002

    2007

    2004

    QCA I (1989-1993) QCA II (1994-1999) QCA III (2000-2006) QREN (2007-2013)

    UE12 MercadoInterno

    UE15 Circulaodo EURO

    UE25 UE27

    1993

    1995

    1999

    2002

    2004

    QCA I (1989-1993) QCA II (1994-1999) QCA III (2000-2006) QREN (2007-2013)

    1993

    1995

    1999

    2002

    2004

    QCA I (1989-1993) QCA II (1994-1999) QCA III (2000-2006) QREN (2007-2013)

    1993

    1995

    1999

    2002

    2004

    QCA I (1989-1993) QCA II (1994-1999) QCA III (2000-2006) QREN (2007-2013)

    Crescimento migratrio

    Imigrantes

    Emigrantes

    por mil habitantes milhares

    Grfco 4.7. Peso no PIB da procura interna e das exportaes: a posio de Portugalna UE15 | 1986/1999 e 1999/2010

    UE

    BEDK

    DE

    IE

    EL

    ES

    FR

    IT

    NL

    AT

    PT

    FI

    SE

    UK

    UE

    BEDK

    DE

    IE

    EL

    ES

    FR

    IT

    NL

    AT

    PT

    FI

    SE

    UK

    -5

    0

    5

    10

    15

    20

    -10 -6 -2 2 6

    1986-1999

    1999-2010

    Mais exportaes

    Menos exportaes

    Menosprocura interna

    Maisprocura interna

  • 7/28/2019 daniel bessa et al [ffms] 2013_comentrios ao estudo 25 anos de portugal europeu

    44/192

    42

    O Grfico 4.7 evidencia a mudana de perfil de crescimento a que nos

    temos vindo a referir. No nos diz nada sobre as taxas de crescimento, mas

    mostra como, depois de um perodo (1986-1999) em que Portugal se distin-

    guiu absolutamente pelo excesso do contributo da procura interna para o

    crescimento do PIB, sem qualquer contributo das exportaes, em termoss comparveis aos da Grcia, passamos a um perodo (2000-2010) em que,

    esgotada, a procura interna passou a dar um contributo j negativo, emergindo

    as exportaes com um contributo um pouco mais positivo.

    2.5.A poso compttva tracoal, smpr m gra fcula

    Trata-se de uma das temticas mais desenvolvidas no trabalho realizado por

    Augusto Mateus & Associados. No apenas porque residir a uma das suasreas de maior vantagem comparativa, mas tambm porque reside nesse dom-

    nio um dos maiores factores de fragilidade de toda a economia portuguesa e

    em que se tornaro necessrias alteraes de maior envergadura para a fazer

    regressar a uma trajectria de crescimento sustentvel como o demonstra a

    experincia e a aposta falhada destes 25 Anos de Portugal Europeu. Limitar-

    nos-emos, por isso, a referir os desenvolvimentos que, em nosso entender,

    melhor evidenciam a persistncia deste factor de bloqueio:

    a reduzida orientao exportadora da economia portuguesa, que se

    mostrou incapaz de acompanhar o aumento da tendncia exportadora

    da economia da UE27 a partir de 1990, crescendo apenas marginal-

    mente e mostrando grande dificuldade em ultrapassar a barreira dos

    30% (Grfico 11.2, onde se evidencia tambm uma taxa de cobertura

    das importaes de bens e de servios estagnada, sempre abaixo dos

    80%, quando na UE27 se apresenta marginalmente acima dos 100%);

    comparada com todos os outros pases da actual UE27, a taxa de

    cobertura das importaes pelas exportaes de bens e servios era, em

    1993, a segunda mais reduzida, situao que se manteve em 2010, sem-

    pre com a Grcia como nico pas em pior situao;

  • 7/28/2019 daniel bessa et al [ffms] 2013_comentrios ao estudo 25 anos de portugal europeu

    45/192

    43

    Grfco 11.2. Orientao exportadora e taxa de penetrao das importaes de bense de servios: comparao entre Portugal e UE | 1986 a 2010

    20%

    30%

    40%

    50%

    60%

    70%

    80%

    90%

    100%

    110%

    120%

    20%

    30%

    40%

    50%

    60%

    70%

    80%

    90%

    100%

    1986

    1987

    1988

    1989

    1990

    1991

    1992

    1993

    1994

    1995

    1996

    1997

    1998

    1999

    2000

    2001

    2002

    2003

    2004

    2005

    2006

    2007

    2008

    2009

    2010

    Moedanica

    1993

    1986

    1995

    1999

    2002

    2007

    2004

    QCA I (1989-1993) QCA II (1994-1999) QCA III (2000-2006) QREN (2007-2013)

    UE12 MercadoInterno

    UE15 Circulaodo EURO

    UE25 UE27

    Taxa de cobertura em Portugal

    do PIB

    Taxa de cobertura na UE

    Orientao exportadora em Portugal

    Orientao exportadora na UE

    Grfco 11.4. Peso no PIB das exportaes de bens e de servios: a posio de Portugalna UE | 1993 e 2010

    175%

    0%

    10%

    20%

    30%

    40%

    50%

    60%

    70%

    80%

    90%

    100%

    110%

    120%

    EL ES FR IT UK RO PT PL LV CY FI DE SE DK BG AT LT CZ SI EE NL HU SK IE BE MT LU

    1993 2010

    PT

    175%

    Mdia UE27 (2010): 47%

    Mdia UE27 (1993): 26%

  • 7/28/2019 daniel bessa et al [ffms] 2013_comentrios ao estudo 25 anos de portugal europeu

    46/192

    44

    o reduzido peso no PIB das exportaes portuguesas de bens e de

    servios, tanto em 1993 como em 2010, ano em que, marginalmente

    acima do j referido valor de 30%, se posicionou como o stimo menos

    elevado entre todos os Estados-membros da UE27 (Grfico 11.4, sendo

    que pelo menos quatro dos valores inferiores ao nosso respeitavam aoutras tantas grandes economias da UE, Espanha, Frana, Itlia e Reino

    Unido, em que, pela natureza das coisas, o peso dos mercados externos

    tende a ser mais reduzido);

    o mesmo sucedeu com as exportaes de bens e servios per capita

    (por residente), de novo tanto em 1993 como em 2010, tendo sido, neste

    ano, as sextas mais baixas entre todos os Estados-membros da UE27

    (Grfico 11.5);

    Grfco 11.5. Exportaesper capita de bens e de servios: a posio de Portugal na UE| 1993 e 2010

    0

    5,000

    10,000

    15,000

    20,000

    25,000

    30,000

    35,000

    40,000

    RO BG PL LV EL PT LT ES IT FR UK HU EE CY CZ SK SI MT FI DE AT SE DK BE NL IE LU

    1993 2010

    PT

    Mdia UE27 (2010): 9.924

    Mdia UE27 (1993): 3.532

    130,000

    a tendncia decrescente ou, no mnimo, estagnada das quotas portu-

    guesas na exportao de bens, tanto a nvel mundial como a nvel de

    UE27, sendo a situao mais favorvel no que se refere s quotas da

    exportao de servios, que subiram de forma significativa, a partir de

    2005, sobretudo a nvel mundial (Grfico 11.8);

  • 7/28/2019 daniel bessa et al [ffms] 2013_comentrios ao estudo 25 anos de portugal europeu

    47/192

    45

    Grfco 11.8. Quotas das exportaes portuguesas de bens e de servios | 1995 a 2009

    0.0%

    0.1%

    0.2%

    0.3%

    0.4%

    0.5%

    0.6%

    0.7%

    0.8%

    0.9%

    1.0%

    1.1%

    1.2%

    1.3%

    1.4%

    1.5%

    1.6%

    1995 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009

    Servios:Quota de Portugal

    na UE27

    Total:Quota de Portugal

    na UE27

    Bens:Quota de Portugal

    na UE27

    Servios:Quota de Portugal

    no mundo

    Total:Quota de Portugal

    no mundo

    Bens:Quota de Portugal

    no mundo

    Grfco 17.5. Custo em trabalho por unidade produzida no sector transacionvel |1994 a 2010

    50

    75

    100

    125

    150

    1994 1996 1998 2000 2002 2004 2006 2008 2010

    Portugal

    Itlia

    reado euro

    Espanha

    Grcia

    Irlanda

    Frana Alemanha

  • 7/28/2019 daniel bessa et al [ffms] 2013_comentrios ao estudo 25 anos de portugal europeu

    48/192

    46

    a subida, ainda que moderada, dos custos unitrios em trabalho por uni-

    dade produzida no sector dos bens transaccionveis, a partir de 1994, em

    contraste com a queda observada na rea do euro e em grandes pases como

    a Frana e a Alemanha, ainda que bastante abaixo da registada em outros

    pases da Europa do Sul como a Espanha, a Itlia e a Grcia (Grfico 17.5);

    a tendncia de alta dos preos de exportao do sector transaccio-

    nvel da economia portuguesa, tambm a partir de 1994, de novo em

    contraste com as quedas observadas na rea do euro e em pases como

    a Frana e a Alemanha, embora, tambm de novo, inferior de pases

    como Espanha, Itlia e Grcia;

    a deteriorao dos termos de troca da economia portuguesa a partirdo ano 2000, agora muito mais acentuada do que a que se verificou

    tanto em algumas grandes economias da rea do euro como no grupo

    inicial de pases da coeso, com destaque para a Espanha e para a

    Itlia (Grfico 17.7). Esta deteriorao pode reflectir um peso mais ele-

    vado do petrleo na estrutura de importaes da economia portuguesa;

    Grfco 17.7. Termos de troca: comparao entre Portugal, parceiros iniciais da coeso

    e maiores economias do euro | 2000 a 2010

    85

    90

    95

    100

    105

    110

    2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010

    Portugal

    Itliareado euro

    Espanha

    GrciaIrlanda

    Frana

    Alemanha

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    49/192

    47

    a perda de importncia da indstria no VAB da economia portuguesa (de

    29% em 1986 para 17% em 2010), tanto mais relevante quanto se trata do

    mais transaccionvel entre todos os grandes sectores de actividade econ-

    mica (Grfico 7.1). Veja-se, no mesmo sentido, a perda consecutiva do peso

    da indstria no crdito concedido s famlias e s empresas pela banca resi-dente, de mais de 25%, em 1986, para menos de 10%, em 2010 (Grfico 21.8);

    Grfco 7.1. Estrutura do valor acrescentado bruto em Portugal | 1986 a 2008

    10%

    2%

    29%

    17%

    6%

    7%

    13%

    21%

    25%

    29%

    17%

    23%

    1986

    1987

    1988

    1989

    1990

    1991

    1992

    1993

    1994

    1995

    1996

    1997

    1998

    1999

    2000

    2001

    2002

    2003

    2004

    2005

    2006

    2007

    2008

    2009

    2010

    0%

    10%

    20%

    30%

    40%

    50%

    60%

    70%

    80%

    90%

    100%

    Moedanica

    1993

    1986

    1995

    1999

    2002

    2007

    2004

    QCA I (1989-1993) QCA II (1994-1999) QCA III (2000-2006) QREN (2007-2013)

    UE12 MercadoInterno

    UE15 Circulaodo EURO

    UE25 UE27

    Indstria

    Agricultura,silvicultura epesca

    Construo

    Servioss empresas

    Servioss famlias

    Serviospblicos

    Grfco 21.8. Estrutura do crdito concedido s amlias e s empresas em Portugal |1986 a 2010

    Empresas dos restantessectores de atividade

    Habitao

    Construoe atividades imobilirias

    Atividades das SGPSno financeiras

    Indstriatransformadora

    Comrcio

    0%

    25%

    50%

    75%

    100%

    1986 1989 1992 1995 1998 2001 2004 2007 2010

    Consumoe outros fins

  • 7/28/2019 daniel bessa et al [ffms] 2013_comentrios ao estudo 25 anos de portugal europeu

    50/192

    48

    o baixo peso da indstria no VAB da economia portuguesa, quando

    comparado com os observados em todos os outros Estados-membros da

    UE27, tanto em 1986 como em 2010 (Grfico 7.4);

    a taxa de crescimento do VAB na indstria portuguesa, tornada nega-tiva e a sexta mais baixa entre todos os Estados-membros da UE27 no

    perodo de 2000 a 2010, quando tinha sido positiva e atingido mesmo

    valores razoveis no perodo de 1986 a 1999 (Grfico 8.3);

    o reduzido grau de intensidade tecnolgica da indstria transforma-

    dora portuguesa, com o peso dos produtos de baixa intensidade tec-

    nolgica a subir de 44%, em 1986, para 49%, em 2009, aumento quase

    igual perda de importncia relativa dos produtos de mdia-baixa tec-nologia, de 38% para 32% (Grfico 8.7). No mesmo perodo de 25 anos,

    o peso dos produtos de mdia-alta tecnologia manteve-se praticamente

    estvel (subiu de 14% para 16%), enquanto os produtos de alta tecnolo-

    gia baixaram de 6% para 5% do total;

    Grfco 7.4. Peso do valor acrescentado bruto das atividades do sector secundrio:

    a posio de Portugal na UE | 1986 e 2010

    EL LU FR CY UK BE LV DK PT NL IT ES RO SE LT DE FI AT EE HU BG SI PL IE MT SK CZ

    0%

    10%

    20%

    30%

    40%

    50%

    60%

    70%

    1986 2010

    PT

    Mdia UE27 (2010): 25%

    Mdia UE27 (1986): 35%

    do VAB

  • 7/28/2019 daniel bessa et al [ffms] 2013_comentrios ao estudo 25 anos de portugal europeu

    51/192

    49

    Grfco 8.3. Taxa de crescimento mdio anual do valor acrescentado bruto da indstriatransormadora: a posio de Portugal na UE | 1995 a 2010

    MT LU IT UK CY PT ES DK BE FR DE EL NL AT SE HU SI FI LV IE EE RO CZ LT BG SK PL

    -10%

    -8%

    -6%

    -4%

    -2%

    0%

    2%

    4%

    6%

    8%

    10%

    12%

    1986-1999 1999-2010

    PT

    Mdia UE27 (99-10): 0,9%

    Mdia UE27 (86-99): 1,8%

    Grfco 8.7. Intensidade tecnolgica da indstria transormadora: comparao entrePortugal, parceiros iniciais da coeso e UE25 | 1986 a 2009

    44%

    48%

    38%32%

    14% 16%

    6% 5%

    0%

    10%

    20%

    30%

    40%

    50%

    60%

    70%

    80%

    90%

    100%

    1986 1990 1994 1998 2002 2006 2009

    Baixa Mdia baixa Mdia alta Alta

    55%47%

    33% 29%36%

    29%

    28%

    33%

    31%11%

    13%

    19%28%

    32%

    35%

    3% 6% 6% 9% 18%

    EL PT ES UE25 IE

    48%

    28%

    43%

    25%35%

    33%

    38%

    40%

    30% 10%

    17%

    29%

    12%

    36%

    37%

    2% 5% 5% 10% 19%

    PT ES

    1997

    2007

    EL UE25 IE

    Baixa Mdia baixa Mdia alta Alta

  • 7/28/2019 daniel bessa et al [ffms] 2013_comentrios ao estudo 25 anos de portugal europeu

    52/192

    50

    apenas ligeiramente mais favorvel a evoluo da intensidade tec-

    nolgica das exportaes da indstria transformadora portuguesa, a

    partir de 2000, com a reduo da importncia relativa dos produtos de

    baixa intensidade tecnolgica a ser compensada pelo ganho dos produ-

    tos de mdia-baixa tecnologia; as outras duas categorias mantiveram--se relativamente estveis, com a exportao dos produtos de elevada

    intensidade tecnolgica a no ultrapassar mais de 10% do total de

    exportao de produtos industriais (Grfico 11.14);

    a dificuldade em fazer crescer de forma sustentada os fluxos lquidos

    de investimento directo estrangeiro, que, a partir de 1995, tendem a

    ver-se compensados pelos investimentos directos de Portugal no exte-

    rior (Grfico 14.1);

    a importncia relativamente reduzida dos fluxos de investimento

    directo estrangeiro no total da formao bruta de capital fixo do Pas,

    que s nos anos de 2003 e de 2006 conseguiu ultrapassar o observado,

    em mdia, no conjunto dos pases da UE27 (Grfico 19.2). Por compa-

    rao com todos os outros Estados-membros, Portugal um daqueles

    em que esta importncia se apresenta mais baixa, tanto em 1995 como

    em 2009 (Grfico 19.6);

    Grfco 11.14. Exportaes industriais por nvel de intensidade tecnolgica em Portugal| 2000 a 2008

    0%

    10%

    20%

    30%

    40%

    50%

    200820072006200520042003200220012000

    Baixa tecnologia

    Mdia-alta tecnologia

    Mdia-baixa tecnologia

    Alta tecnologia

    TIC

    -6

    -4

    -2

    0

    2

    4

    6

    8

    10

  • 7/28/2019 daniel bessa et al [ffms] 2013_comentrios ao estudo 25 anos de portugal europeu

    53/192

    51

    Grfco 14.1. Fluxos lquidos de investimento direto em Portugal | 1986 a 2010

    1986

    1987

    1988

    1989

    1990

    1991

    1992

    1993

    1994

    1995

    1996

    1997

    1998

    1999

    2000

    2001

    2002

    2003

    2004

    2005

    2006

    2007

    2008

    2009

    2010

    -4%

    -2%

    0%

    2%

    4%

    6%

    8%

    Moedanica

    1993

    1986

    1995

    1999

    2002

    2007

    2004

    QCA I (1989-1993) QCA II (1994-1999) QCA III (2000-2006) QREN (2007-2013)

    Investimento direto

    estrangeiro em Portugal

    Investimento diretode Portugal no estrangeiro

    UE12 MercadoInterno

    UE15 Circulaodo EURO

    UE25 UE27

    do PIB

    Grfco 19.2. Peso do investimento direto estrangeiro na ormao bruta de capitalfxo: comparao entre Portugal e UE | 1995 a 2010

    1986

    1987

    1988

    1989

    1990

    1991

    1992

    1993

    1994

    1995

    1996

    1997

    1998

    1999

    2000

    2001

    2002

    2003

    2004

    2005

    2006

    2007

    2008

    2009

    2010

    0%

    5%

    10%

    15%

    20%

    25%

    30%

    35%

    40%

    45%

    50%

    do investimentoprivado

    Moedanica

    1993

    1986

    1995

    1999

    2002

    2007

    2004

    QCA I (1989-1993) QCA II (1994-1999) QCA III (2000-2006) QREN (2007-2013)

    Portugal

    UE27

    UE12 MercadoInterno

    UE15 Circulaodo EURO

    UE25 UE27

  • 7/28/2019 daniel bessa et al [ffms] 2013_comentrios ao estudo 25 anos de portugal europeu

    54/192

    52

    Grfco 19.6. Peso do investimento direto estrangeiro na ormao bruta de capitalfxo: a posio de Portugal na UE | 1995 e 2009

    SI SK FI LV ES LT EL IT DK PT FR DE CZ HU AT RO SE PL UK NL BE BG EE MT IE CY LU

    -10%

    10%

    30%

    50%

    70%

    da FBCF

    1995 2009

    PT

    359%

    119%

    Mdia UE27 (2009): 11%

    Mdia UE12 (1995): 7%

    o peso reduzidssimo do emprego em empresas detidas em mais de 50%

    por capital estrangeiro, no emprego total do Pas, tanto em 2003 como

    em 2009, ano em que apenas marginalmente excedia os 5% (Grfico 19.3);

    Grfco 19.3. Peso do emprego em empresas com mais de 50% de capital estrangeirono emprego total: a posio de Portugal na UE | 2003 e 2008

    IE EL LT LV CY IT ES DE FR PL SI BG BE NL FI MT R O D K U K AT EE SE SK HU CZ LU

    0%

    5%

    10%

    15%

    20%

    do emprego

    total

    2003 200844%

    PT

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    53

    No admira, dado este condicionalismo e, sobretudo, esta incapacidade

    de fazer crescer as exportaes de bens e de servios, que, aps um perodo de

    rpido crescimento da procura interna e das importaes, a balana de transac-

    es correntes se tenha visto progressivamente deteriorada (Grfico 15.1, onde

    possvel verificar a rpida convergncia para um dfice da ordem dos 10% doPIB, para que tambm contribuiu, a partir do incio dos anos 90, o decrscimo

    do saldo positivo da balana de transferncias correntes e o agravamento do

    saldo negativo da balana de rendimentos). A comparao com o que se passa na

    UE27 avassaladora (Grfico 15.2), sobretudo em matria de saldo da balana

    de bens e servios (Grfico 15.4), colocando Portugal, em 2010, na posio de

    terceiro pior saldo da balana corrente entre os 27 Estados-membros da Unio

    Europeia, francamente destacado de todos os outros, com excepo da Grcia

    e de Chipre, nicos cujo dfice era superior ao nosso (Grfico 15.3).No admira tambm que, por fora da acumulao destes dfices da

    balana de transaces correntes, Portugal tenha atingido, em 2010, a segunda

    pior posio entre todos os Estados-membros da UE27 em matria de posio

    lquida de investimento internacional, com uma dvida externa lquida superior

    a 100% do PIB, apenas excedida pela da Hungria (Grfico 15.9).

    Grfco 15.1. Balana corrente em Portugal | 1986 a 2010

    1986

    1987

    1988

    1989

    1990

    1991

    1992

    1993

    1994

    1995

    1996

    1997

    1998

    1999

    2000

    2001

    2002

    2003

    2004

    2005

    2006

    2007

    2008

    2009

    2010

    -14%

    -12%

    -10%

    -8%

    -6%

    -4%

    -2%

    0%

    2%

    4%

    6%

    8%

    do PIB

    Moedanica

    1993

    1986

    1995

    1999

    2002

    2007

    2004

    QCA I (1989-1993) QCA II (1994-1999) QCA III (2000-2006) QREN (2007-2013)

    Balana de bens e servios

    Balana de rendimentos

    UE12 MercadoInterno

    UE15 Circulaodo EURO

    UE25 UE27

    Balana corrente

    Balana de transferncias correntes

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    54

    Grfco 15.2. Balana corrente: comparao entre Portugal e UE | 1986 a 2010

    1986

    1987

    1988

    1989

    1990

    1991

    1992

    1993

    1994

    1995

    1996

    1997

    1998

    1999

    2000

    2001

    2002

    2003

    2004

    2005

    2006

    2007

    2008

    2009

    2010

    -14%

    -12%

    -10%

    -8%

    -6%

    -4%

    -2%

    0%

    2%

    4%

    do PIB

    Moedanica

    1993

    1986

    1995

    1999

    2002

    2007

    2004

    QCA I (1989-1993) QCA II (1994-1999) QCA III (2000-2006) QREN (2007-2013)

    Portugal

    UE27

    UE12 MercadoInterno

    UE15 Circulaodo EURO

    UE25 UE27

    Grfco 15.3. Balana corrente: a posio de Portugal na UE | 2002 e 2010

    LUNLSEDEDKEELVATFILTBEHUIESIBGFRCZUKSKITROMTESPLPTELCY

    -14%

    -12%

    -10%

    -8%

    -6%

    -4%

    -2%

    0%

    2%

    4%

    6%

    8%

    10%

    do PIB 2002 2010

    PT

    Mdia UE27 (2010): -0,2%Mdia UE27 (2002): 0,2%

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    55

    Grfco 15.4. Balana de bens e servios em Portugal | 1986 a 2010

    1986

    1987

    1988

    1989

    1990

    1991

    1992

    1993

    1994

    1995

    1996

    1997

    1998

    1999

    2000

    2001

    2002

    2003

    2004

    2005

    2006

    2007

    2008

    2009

    2010

    0%

    5%

    10%

    15%

    20%

    25%

    30%

    35%

    do PIB

    Moedanica

    1993

    1986

    1995

    1999

    2002

    2007

    2004

    QCA I (1989-1993) QCA II (1994-1999) QCA III (2000-2006) QREN (2007-2013)

    Exportaes de bens

    Importaes de servios

    UE12 MercadoInterno

    UE15 Circulaodo EURO

    UE25 UE27

    Importaes de bens

    Exportaes de servios

    Saldo negativo (-)

    Saldo positivo (+)

    Grfco 15.9. Posio lquida de investimento internacional: a posio de Portugalna UE | 2002 e 2010

    LU BE DE NL DK FI MT SE AT FR UK IT SI CY CZ LT RO PL SK EE LV ES IE EL BG PT HU

    -120%

    -100%

    -80%

    -60%

    -40%

    -20%

    0%

    20%

    40%

    60%

    80%

    100%

    do PIB 2002 2010

    PT

    Mdia UE27 (2010): -13,5%Mdia UE27 (2002): -10,2%

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    56

    2.6. O estao o fc pblco

    Tivemos j oportunidade de verificar, atrs, no ponto 2.2, o rpido crescimento

    da despesa pblica, ao longo de todo o perodo. Partindo de uma percenta-

    gem do PIB cerca de 10 pontos inferior (um pouco abaixo dos 40% do PIB, a

    portuguesa; um pouco abaixo dos 50% do PIB, em mdia na UE27), a despesa

    pblica portuguesa convergiu para a mdia da UE27, que veio a ultrapassar

    em 2010, a um nvel superior aos 50% do PIB (Grfico 24.2).

    Grfco 24.2. Despesa das administraes pblicas: comparao entre Portugal e UE| 1986 a 2010

    1986

    1987

    1988

    1989

    1990

    1991

    1992

    1993

    1994

    1995

    1996

    1997

    1998

    1999

    2000

    2001

    2002

    2003

    2004

    2005

    2006

    2007

    2008

    2009

    2010

    30%

    35%

    40%

    45%

    50%

    55%

    Moedanica

    1993

    1986

    1995

    1999

    2002

    2007

    2004

    QCA I (1989-1993) QCA II (1994-1999) QCA III (2000-2006) QREN (2007-2013)

    Portugal

    UE27

    UE12 MercadoInterno

    UE15 Circulaodo EURO

    UE25 UE27

    do PIB

    No sucedeu o mesmo com a carga fiscal que, embora tenha crescido

    sempre ao longo de todo o perodo, se aproximou apenas muito lentamente da

    carga fiscal mdia na UE27 (Grfico 23.2), dando inteira razo formulao

    um dia adoptada pelo ministro das Finanas Vtor Gaspar de que haveria, em

    Portugal, uma disfuno entre o Estado que os portugueses pretendem e o

    Estado que os mesmos portugueses se mostram dispostos a pagar.

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    Grfco 23.2. Carga fscal: comparao entre Portugal e UE | 1986 a 2010

    60

    80

    100

    1986

    1987

    1988

    1989

    1990

    1991

    1992

    1993

    1994

    1995

    1996

    1997

    1998

    1999

    2000

    2001

    2002

    2003

    2004

    2005

    2006

    2007

    2008

    2009

    2010

    26%

    30%

    34%