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LIÇÃO 11 – O HOMEM VESTIDO DE LINHO (Dn 10) SUBSÍDIOS PARA OS PROFESSORES DA EBD-ADEJA ESBOÇO Introdução: 1. Última visão de Daniel; gradação na experiência espiritual (Antônio); 2. A auto-disciplina de oração e jejum de Daniel (Baldwin, Hernandes); 3. Teofania (Elienai); 4. Soberania de Deus (Baldwin). I: 1. A vida devocional de Daniel lhe proporcionava grandes revelações da parte de Deus (Elienai, Baldwin); 1.1,2 2. O motivo da tristeza de Daniel (Boyer, Hernandes); 1.3 II: 1. A data da visão, Páscoa (Elienai); 2. O homem vestido de linho (Elienai); 2.1 3. Comparação do que ocorreu com Daniel e Paulo e seus respectivos companheiros (Antônio, Hernandes). III: 1. Doutrina dos anjos – Principados, territorialidade, anjos bons e maus (Elienai, Shedd, Antônio, Pfeiffer, Joiner); 2.3, 3.2

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LIÇÃO 11 – O HOMEM VESTIDO DE LINHO (Dn 10)

SUBSÍDIOS PARA OS PROFESSORES DA EBD-ADEJA

ESBOÇO

Introdução:

1. Última visão de Daniel; gradação na experiência espiritual (Antônio);

2. A auto-disciplina de oração e jejum de Daniel (Baldwin, Hernandes);

3. Teofania (Elienai);

4. Soberania de Deus (Baldwin).

I:

1. A vida devocional de Daniel lhe proporcionava grandes revelações da parte de

Deus (Elienai, Baldwin); 1.1,2

2. O motivo da tristeza de Daniel (Boyer, Hernandes); 1.3

II:

1. A data da visão, Páscoa (Elienai);

2. O homem vestido de linho (Elienai); 2.1

3. Comparação do que ocorreu com Daniel e Paulo e seus respectivos

companheiros (Antônio, Hernandes).

III:

1. Doutrina dos anjos – Principados, territorialidade, anjos bons e maus (Elienai,

Shedd, Antônio, Pfeiffer, Joiner); 2.3, 3.2

2. Doutrina da oração (Boyer, último § Hernandes, Pfeiffer, Champlin); 3.3

3. A fraqueza do homem diante das revelações de Deus e o fortalecimento

proporcionado pelo toque do anjo (Baldwin, Boyer, Hernandes). 2.2, 3.1

INTRODUÇÃO

1. BALDWIN: “Como a revelação anterior, também esta é prefaciada por auto-

disciplina e jejum da parte de Daniel; mas aquele que lhe aparece, embora

sendo descrito como "um homem", é mais radiante do que Gabriel e maior do

que Miguel, e tem poder para fortalecer a Daniel (11:1). Longe de estar

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enlevado pela visão, Daniel vê esvair-se toda a sua força, não consegue falar,

perde mesmo a sua consciência. Três vezes ele precisa ser tocado pelo seu

visitante celestial antes de estar pronto para receber a revelação que lhe foi

destinada. Tal reação não está confinada a contextos apocalípticos (Dt 5:26; At

9:8; 22:11), sendo uma salutar lembrança da majestade de nosso Deus e da

espantosa condescendência que representa a encarnação. (...)

20, 21. A guerra celestial será dirigida primeiramente contra a Pérsia e a

Grécia, porque ambos terão poder sobre o povo de Deus. Embora este esteja

aparentemente indefeso, não obstante, tem do seu lado o mensageiro divino,

que é assistido por Miguel. O conflito será de proporções tais que chegará a

causar dúvidas quanto a se o povo de Deus conseguirá sobreviver, e a visão

tempo por propósito transmitir uma certeza inabalável de que, por mais

desesperadora que seja a situação, Deus tem o controle sobre ela de maneira

tão completa que pode até revelar a seqüência dos acontecimentos antes de

estes terem lugar. De fato, eles já estão inscritos no Seu livro (ARA:

"escritura") da verdade, o que, embora figurativo, expressa de um modo muito

próprio o controle e conhecimento que Deus tem do passado, presente e futuro

(SI 139:16: MI 3:16), pois eles estaco oficialmente lançados em seus

registros”.

2. BOYER: “Humilhar-se e lutar em oração a favor do próximo, que muitas vezes

é dominado pelas potestades invisíveis do ar (Ef 6.12), a ponto de não poder

fazer a vontade de Deus (v. 13; 1 m 2.1,2). Temos a mesma promessa feita a

Daniel, a de alcançar vitória em oração e pranto contra esses seres, que para os

homens são invencíveis”.

3. ANTÔNIO GILBERTO: “Estes três capítulos finais de Daniel revelam a

culminância da crescente experiência espiritual do profeta, a qual é para todos

nós um chamamento para uma vida profunda com Deus. De início, ele

interpretou os sonhos e eventos de outros (caps. 2,4,5). A seguir, descreve

visões suas (cap. 7). Depois é transportado em visão a outra terra (cap. 8). A

isso segue-se a visita de um dos mais celebrados anjos (cap. 9). Por fim o

profeta vê em visão o próprio Filho de Deus na sua preencarnação (cap. 10).

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Foi portanto uma experiência espiritual sempre crescente. Assim deve ser a de

cada um de nós”.

4. HERNANDES DIAS LOPES: “Daniel é um dos maiores exemplos de oração

que temos na Bíblia. Ele ora com seus amigos, e os magos são poupados da

morte (Dn 2.17,18). Ele ora com as janelas abertas para Jerusalém, e Deus o

livra da cova dos leões (Dn 6.10). Ele ora confessando seu pecado e os pecados

do povo, pedindo a restauração do cativeiro babilônico (Dn 9.3). Agora, Daniel

ora novamente em favor de sua nação (Dn 10.1-3)”.

5. ELIENAI CABRAL: “O título desse capítulo desperta curiosidade porque

apresenta uma figura que revela alguém singular, diferente de todas as figuras

de linguagem que ilustra o próprio Deus e, que, de forma teofânica, indica a

Pessoa de Jesus Cristo. Era, de fato, a revelação do Cristo pré-encarnado, que

corresponde com a visão de Ezequiel (Ez 1.26) e depois, no Novo Testamento,

com o Apocalipse de João (Ap 1.12-20). Em todo este capítulo, "o homem

vestido de linho" é o personagem central das revelações feitas a Daniel.

Temos que considerar que os três últimos capítulos desse livro trazem a última

visão e revelação que Daniel teve da parte de Deus. O capítulo 10 se constitui,

de fato, numa preparação para a revelação que Deus queria dar a Daniel”.

I – UMA VISÃO CELESTIAL (Dn 10.1-3)

1. ELIENAI CABRAL: “I - A SENSIBILIDADE ESPIRITUAL DE DANIEL

(10.1-3) Indiscutivelmente, Daniel é um dos modelos de vida devocional mais

importante da Bíblia. Ele soube conciliar sua atividade palaciana com a sua

vida devocional. No exílio, mesmo servindo a reis pagãos, Daniel não se

descuidou de estar em oração, três vezes por dia. Ele não estava em Jerusalém

para adorar ao Senhor no Templo, mas fazia do seu quarto de dormir o seu

altar de adoração e serviço a Deus através da oração. Foi desse modo que ele

teve as grandes revelações dos desígnios de Deus para o seu povo.

“Foi revelada uma palavra a Daniel" (10.1). A palavra revelação significa,

essencialmente, trazer à luz alguma coisa nova. A Daniel foi revelado coisas

extraordinárias acerca do seu povo e acerca de coisas futuras, não apenas

concernentes a Israel, mas abrangentes a todo o mundo, inclusive à igreja.

Porém, nos capítulos 10, 11 e 12, toda a revelação fala de fatos que 3

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acontecerão "nos últimos dias" Daniel, era um homem sensível à voz de Deus,

comprometido com a verdade e que dizia apenas o que Deus ordenasse. Daniel

não enfeitava a profecia. As figuras de linguagem utilizadas por Deus para

ilustrar as revelações eram extremamente fiéis ao que Deus queria revelar”.

2. BALDWIN: “A verdade da palavra é enfatizada, mas envolvia grande conflito;

esta expressão enigmática se refere à luta e ao esforço envolvidos em

compreendê-la. Custou muita fadiga e sofrimento (cf. Is 40:2, "milícia"); "o

tempo determinado era longo" (AV) provém de uma interpretação rabínica. Tal

custo pessoal para o vidente pode ser comparado com o "fardo" (ARA:

"sentença") de Zacarias 9:1; 12:1 (AV, RV). Enquanto antes Daniel havia dito

expressamente que não tinha compreendido a visão (8:27), à luz desta

revelação ele passa a entender tanto a palavra falada como a visão, mas a visão

deste capítulo (versículos 5, 6) não necessita de compreensão no mesmo

sentido que as outras. Evidentemente Daniel pressupôs que todas as visões

tinham relação com o mesmo assunto”.

3. BOYER: “Estive triste por três semanas completas (v. 2). Daniel se humilhava

(v. 12), orava e jejuava porque os samaritanos tinham levantado uma

perseguição contra os judeus que estavam reconstruindo o Templo em

Jerusalém, conseguindo um decreto do rei para que a obra parasse (Ed 4). (...)

Quanto mais perto estamos de Cristo, tanto mais sentimos a infidelidade do

próximo e queremos por este interceder (Rm 9.1-3)”.

4. HERNANDES DIAS LOPES: “Daniel, contudo, mesmo distante, aflige sua

alma e chora pelo povo. Os fardos do povo de Deus precisam pesar em nosso

coração. Jamais seremos verdadeiros intercessores a não ser que sintamos o

peso das aflições do povo sobre nossos ombros. (...) Daniel jejua e ora por duas

razões: muitos judeus haviam se esquecido de Jerusalém e mostravam pouco

interesse em voltar do exílio; os poucos que voltaram, enfrentavam

dificuldades sem precedentes para reconstruir o templo e a cidade. Os

samaritanos haviam apelado ao rei da Pérsia e a obra ficou paralisada. Parecia

que os poucos que haviam retornado, fizeram-no sem um verdadeiro motivo.

Parecia que tudo fora em vão. Por essa razão, Daniel orava e jejuava”.

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II – A VISÃO DO HOMEM VESTIDO DE LINHO (Dn 10.4-9)

1. ELIENAI CABRAL: “’e no dia vinte e quatro do primeiro mês’ (10.4). Esse

era o mês de Nisan (março-abril) e Daniel cita esse dia para declarar que era o

final das três semanas que ele esteve confinado em oração e jejum. Essa data

envolvia os dias da celebração da Páscoa em Israel, que era o dia em que Deus

havia tirado Israel da escravidão egípcia. Neste contexto de oração e jejum,

Daniel se lembra da sua vida de juventude há setenta anos atrás quando, em

Jerusalém, podia celebrar com alegria a Páscoa e, naquele momento que estava

vivendo, estava fora da sua terra. Isso tudo o levou a um profundo sentimento

de recordações e de oração pela restauração do seu povo. (...)

"e eis um homem vestido de linho" (10.5). Deus sempre utilizou figuras de

linguagem que pudessem aclarar suas revelações. O "homem vestido de linho"

que lhe aparecera era literal, ainda que de forma magnífica e angelical.

Segundo alguns estudiosos, esse "homem" pode ser uma aparição teofânica do

próprio Cristo, cuja descrição pode ser comparada a visão que João, o apóstolo,

teve na Ilha de Patmos (Ap 1.13-16). Ora, uma teofania significa Deus

manifestando-se, tomando formas distintas para falar com o homem. Na Bíblia,

temos teofanias (manifestações de Deus) e temos angelofanias (manifestações

angelicais). Geralmente, essas manifestações são com formas humanas. No

caso da experiência de Daniel, quem poderia ser: um anjo ou o próprio Deus?

Alguns exegetas não veem o "homem vestido de linho" como uma teofania,

mas insistem em que o personagem é o de um ser angelical. Porém, o contexto

bíblico fortalece a ideia de que seja, de fato, o próprio Deus manifestando-se de

modo pessoal e visível como "um homem" a Daniel”.

2. ANTÔNIO GILBERTO: “O versículo 7 mostra que podemos ver e ouvir algo

de particular da parte de Deus, sem que ninguém mais veja ou ouça. Fato

parecido aconteceu a Paulo, quando da sua conversão na estrada de Damasco:

"Os que estavam comigo, viram a luz, sem contudo perceber o sentido da voz

de quem falava comigo" (At 22.9). Isso acontece ainda hoje, segundo a

vontade e o plano de Deus.

3. HERNANDES DIAS LOPES: “Em segundo lugar, ele passou por profundo

quebrantamento (v. 8). Quando Daniel ficou sozinho diante do ser celestial, seu

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corpo enfraqueceu. Daniel cai prostrado diante do fulgor do anjo. Diante da

manifestação da glória de Deus os homens se prostram e se humilham. A glória

de Deus é demais para o frágil ser humano suportar”.

III – DANIEL É CONFORTADO POR UM ANJO (Dn 10.10-21)

1. ELIENAI CABRAL: “Na criação dos anjos o Criador os classificou em

categorias especiais de serviços (CI 1.16). Os anjos não são meras figuras de

retórica. Eles são seres criados por Deus para executarem a vontade divina.

Eles existem para cumprirem os interesses de Deus no universo. O autor da

Carta aos Hebreus diz que os anjos são "espíritos ministradores, enviados para

servir a favor dos que hão de herdar a salvação" (Hb 1.13,14). Da mesma sorte,

os espíritos que se rebelaram e acompanharam a Lucifer na sua rebelião contra

Deus, os quais denominamos como "anjos caídos" obedecem as ordens do seu

chefe, Satanás (Is 14.12-15; Ap 12.7-12; Mt 25.41). Eles são realidades

invisíveis e muito atuantes no mundo que se opõe contra toda a obra de Deus

( Ef 2.2; 6.12; Cl 1.13,16).

Existem opiniões de que o ser espiritual do versículo 5 é o mesmo que fala com

Daniel nos versículos 10-12. Outros entendem que são dois seres angelicais. O

primeiro ser angelical do v. 5 e uma teofania, ou seja, uma aparição especial de

Deus a Daniel. O segundo ser angelical dos vv. 10-12 a visto como um anjo

com poderes delegados por Deus para consolar o coração de Daniel e lhe

revelar acerca do conflito angelical nos céus por causa da oração de Daniel.

(...)

"o príncipe do reino da Pérsia" e "o príncipe do reino da Grécia". (10.13,20).

Subtende-se que Satanás designou dois dos seus anjos para influenciarem os

reis da Pérsia e da Grécia e colocá-los contra o povo de Deus, Israel. No

contexto do conflito no céu do capitulo 10, essas figuras procuraram impedir e

resistir ao anjo Gabriel, mensageiro de Deus que tinha a resposta a oração de

Daniel. Deus enviou o arcanjo Miguel, defensor dos interesses divinos para

com Israel, a fim de possibilitar o cumprimento da missão do anjo Gabriel.

Satanás tem sua própria organização angelical e esse texto indica que ele

estabelece categorias de comandos. No caso do texto de Dn 10.13,20, Satanás

incumbe anjos perversos com poder delegado para agir contra as nações do

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mundo. Sic) espíritos que assumem territórios, e alguns teólogos, interpretam

esta ação demoníaca como ação de "espíritos territoriais", que exploram

culturas e crendices para aprisionar mentes e corações contra a possibilidade de

conhecerem o Deus Verdadeiro. Segundo Paulo, esses espíritos atuam nas

regiões celestiais para resistirem e criarem obstáculos a obra de Deus e a

realização da sua vontade”. (...)

São espíritos territoriais. Alguns dos nossos teólogos rejeitam a expressão

"espíritos territoriais", mas não podem negar a existência de demônios

designados pelo Diabo para interferirem e regerem sobre aquelas nações. E

interessante notar que "o homem vestido de linho" que falava com Daniel

declarou que Miguel, o anjo de Deus, era o "príncipe" de Israel, para defender e

proteger os interesses de Deus na vida desse povo (Dn 12.1). (...)

(10.18,19) Daniel foi confortado pelo anjo. Daniel descobriu que os opositores

da obra em Jerusalém, não eram apenas os samaritanos e palestinos que se

opunham contra tudo, mas tinha por trás de toda essa oposição, a ação de

demônios. Mas Daniel confortado pelo anjo quando lhe diz que "em muito

amado" por Deus. (10.20) O anjo revela a Daniel que "o príncipe da Grécia" na

figura de um dos espíritos satânicos também se levantaria para se opor ao povo

de Deus num tempo bem próximo daquele que ele, Daniel, estava vivendo. A

revelação foi feita ainda dentro do período do Império Medo-persa, mas logo

passaria, e outro império haveria de surgir, suplantando o medo-persa, que era

o Império Grego. Aquele anjo embaixador de Deus anunciou a Daniel que ele

enfrentaria as milícias espirituais com o apoio de Miguel, o príncipe de Deus a

favor de Israel. A grande lição que aprendemos com este capítulo é que no

mundo temos uma guerra espiritual sobre as nossas cabeças. Trata-se de uma

guerra invisível, mas temos a promessa da vitória porque Deus cumpre a sua

Palavra”.

2. BALDWIN: “10-12. A mão que tocou a Daniel transmitia força e capacitou-o

a se mover da posição prostrada em que se encontrava, tal como a palavra de

comando para ficar em pé. As ordens de Deus já trazem consigo a capacitação

necessária, mas ser nomeado como recebedor de uma mensagem divina

especial era sem dúvida um privilégio muito caro. A notável expressão homem

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muito amado (cf. 9:23; 10:19) significa "alguém em quem Deus tem prazer".

Poucas pessoas são assim descritas nas Escrituras: Abraão foi chamado "amigo

de Deus" (II Cr 20:7; Is 41:8; Tg 2:23), mas não, tanto quanto sabemos, em seu

próprio tempo de vida; Maria foi saudada como tendo achado graça diante de

Deus (Lc 1:28, 30); acima de todos, o Servo do Senhor era aquele em quem

Ele tinha o Seu prazer (Is 42:1; Mt 3:17). E, para cada urna dessas pessoas, o

sofrimento foi inevitável. (...)

15-17. Apesar do toque fortalecedor do v. 10, Daniel se encontrava novamente

prostrado, e ainda por cima mudo (cf. Sl 39.9). Ele estava literalmente privado

da capacidade de falar até receber um segundo toque sobrenatural, desta vez

nos seus lábios, sendo-lhe dado de novo o poder para falar. Dores, usualmente

a palavra usada para o trabalho de parto, também usada, porém, em sentido

metafórico (Is 213), implica pelo menos em alguma "coisa nova" como

conseqüência do sofrimento.

3. BOYER: “O grande desejo de Deus é que o crente ore. Veja como Daniel em

oração era um homem “mui amado” (9.23; 10.11). Deus chama a atenção do

universo para aquele que está orando: “Desde o primeiro momento foram

ouvidas as tuas palavras”. Deus não chamou a atenção para o zelo maravilhoso

de Saulo, nem para a sua grande sinceridade, ou mesmo para a sua justiça legal

(Fp 3.4-6) , mas levou Ananias a notar como ele orava (At 9.11). (...)

O príncipe do reino da Pérsia se pôs defronte de mim (v. 13). Queremos notar

quatro pontos: (1) esse príncipe não era o rei ou qualquer oficial na terra,

porque o anjo não podia vencê-lo sem o auxílio do arcanjo Miguel; (2) assim

como Deus tem anjos, Satanás também os tem (Mt 25.41; Ap 12.7); (3) os

filhos de Deus têm de lutar não contra homens visíveis, mas contra hostes de

anjos iníquos e espíritos malignos que infestam a atmosfera terrestre (Ef 6.12).

Tais potestades do ar são chefiadas por Satanás (Ef 2.2); (4) não se podem

vencer esses seres invisíveis com armas carnais (2 Cr 10.4). Isso quer dizer que

não podemos empregar armas de fogo, espadas de aço, gases asfixiantes ou

bombas atômicas, nem a astúcia da política. Não se vence o mal com o mal.

Ganharemos a vitória com a Palavra de Deus, a oração e toda a armadura de

Deus (Ef 6.10-19).

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4. ANTÔNIO GILBERTO: "o príncipe do reino da Pérsia" (v. 13). Esse príncipe

não era de origem terrena. Tratava-se de um anjo diabólico tão forte, que a

vitória, no caso aí abordado, só foi decidida quando Miguel, o poderoso

arcanjo, entrou em ação e assim a resposta da oração chegou a Daniel. Houve

pois conflito no ar entre anjos bons e maus. Assim como Deus tem anjos que

protegem nações, Satanás também tem os dele, que operam, mas a seu modo.

Esse anjo mau da Pérsia controlava os destinos desse país, mas foi desbancado

pelos anjos de Deus. "E eu obtive vitória sobre os reis da Pérsia" (v. 13). (...)

Pelo fato de os anjos maus serem invisíveis, aqui no mundo geralmente

percebemos apenas os efeitos das suas ações, e não a causa, que são eles

mesmos. Assim sendo, não adianta combatermos os efeitos surgidos e sim a

causa, e somente teremos vitória nisso, na força do Senhor. (...)

O confortador celestial (10.15-19). Daniel ficou de fato fortalecido com a

assistência do anjo. Quando entre os seres humanos o crente não encontra

fortalecimento, os anjos de Deus lho podem dar. Três vezes está dito nos

versículos 18,19 que Daniel foi fortalecido. Que privilégio é termos os anjos de

Deus a nosso favor!

5. HERNANDES DIAS LOPES: Em terceiro lugar, Daniel experimentou

gloriosa consolação (v. 12). O Daniel que está prostrado ouve, agora, palavras

doces e encorajadoras. Ouve que é amado no céu (v. 11). Toma conhecimento

que suas orações foram ouvidas (v. 12). Ouve que o que é ligado na terra é

ligado no céu. Ouve que Deus aciona Seus anjos para atender Seus filhos

quando esses se pôe de joelhos em oração (v. 12b). Por isso, Daniel não deve

ter medo (v. 12).

A resposta à oração de Daniel foi imediata (v. 12). Daniel aplicou o coração

para compreender e para se humilhar diante de Deus. Nós temos feito isso?

Hoje as pessoas que julgam compreender querem ser grandes. (...)

A resposta foi também imediata (v. 12b). Deus não apenas respondeu a oração

de Daniel, mas destacou um anjo para trazer a resposta a ele. (...)

Daniel recebe três toques especiais de Deus. Em primeiro lugar, recebe o toque

para se levantar (v. 10-14). O anjo do Senhor toca em Daniel. Ele estava

prostrado com o rosto em terra e enfraquecido. Deus o levanta por meio de Sua 9

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voz e de Seu toque. Mas o que pode levantar esse homem? Saber que é amado

no céu (v. 11); saber que os céus se movem em resposta a suas orações (v. 12);

saber que o futuro está nas mãos de Deus (v. 14).

Em segundo lugar, recebe o toque para abrir a boca e falar (v.16,17). Daniel é

tocado nos lábios como Isaías. Quando é tocado, ele sente dores (como de

parto). Ele se sente fraco e desfalecido. Apenas aqueles que se quebrantam

diante de Deus têm poder para falar diante dos homens. Daniel está extasiado

diante do fulgor da revelação do anjo que o tocou (v. 17). Apenas podem falar

com poder aos homens, aqueles que ficam em silêncio diante de Deus.

Em terceiro lugar, recebe o toque para ser fortalecido (v.18-21). O anjo de

Deus toca Daniel agora para o fortalecer. O anjo lhe diz: “Não temas” (v. 19).

O anjo reafirma que ele é amado no céu (v. 19). O anjo ministra paz àquele que

está aturdido por causa do fulgor da revelação. Duplamente o anjo lhe

encoraja: “Sê forte, e tem bom ânimo”. (...)

Não eram apenas os desencorajadores ou os samaritanos que se opunham à

obra, nem mesmo os reis persas que atenderam aos samaritanos, mas,

sobretudo, os anjos caídos (v. 13,20). Nossa principal guerra não é contra o

desânimo nem contra os homens, mas contra os principados e potestades. O

apóstolo Paulo diz que os homens não crêem porque o príncipe deste mundo

cega o entendimento dos incrédulos (2Co 4.4).

Esse precioso texto nos ensina, outrossim, sobre as armas apropriadas para

vencer esse conflito. Para ter vitória nesse conflito precisamos nos entregar à

oração, ao jejum, ao pranto e ao quebrantamento. Precisamos discernimento

para entender a luta que se trava no mundo visível e também no invisível.

Como Daniel, precisamos entender que há poder de Deus liberado por meio da

oração. Precisamos continuar orando, mesmo que a resposta demore a chegar

até nós, não obstante, já ter sido deferida no céu.

6. CHARLES PFEIFFER:

ANJO (hebraico malak e grego aggelos, “agente,” “mensageiro”).

Natureza e Hierarquia dos Anjos

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Os anjos são uma ordem sobrenatural de seres celestiais criados separadamente

por Deus antes da criação do mundo (cf. Jo 38.6,7) e chamados de espíritos

(Hb 1.4,14), Embora sem organismo corpóreo, foi-lhes permitido aparecer

frequentemente na forma de homem (Gn 19.1,5,15; At 1.11). As Escrituras os

descrevem como seres pessoais, mais elevados que a raça humana (Sl 8.4,5) e

não meras personificações. Eles não são seres humanos glorificados (1 Co 6.3;

Hb 1.14). Possuem mais do que conhecimento humano, mas ainda assim não

são oniscientes (2 Sm 14.20; 19.27; Mt 24.36; 1 Pe 1,12).

São mais fortes que os homens, mas não são onipotentes (Sl 103.20; 2 Pe 2,11;

2 Ts 1.7). Também não são onipresentes (Dn 10.12-14). As vezes são

capacitados para realizar milagres (Gn 19.10-11). O NT revela que existem

grandes multidões de anjos no céu (Mt 26.53; Hb 12.22; Ap 5.11), Os anjos

tem, individualmente, diferentes capacitações e hierarquias (veja Querubim;

Serafim), e são altamente organizados (Rm 8.38; Ef 1.21; 3.10; Cl 1.16), Dois

dos anjos mais importantes são Gabriel (Dn 8.16; 9.21; Lc 1.19,26) e Miguel, o

arcanjo (Dn 10.13,21; 12.1; Judas 9; Ap 12.7). Satanás era um dos querubins e

era chamado “querubim ungido para proteger” (Ez 28,14). Portanto, ele era um

dos mais elevados bem como um dos mais dotados dentre as hostes celestiais

(Ez 28.1315) até que caiu.

O Ministério dos Anjos

O trabalho dos anjos e variado. Seu principal papel no NT e o de mensageiros

ou porta-vozes divinos. Um anjo falou com Zacarias (Lc 1.11-20), com Maria

(Lc 1.26-38), com Jose (Mt 1.20-24; 2.13,19), com os pastores de ovelhas (Lc

2.9-15), com Cornélio (At 10.3,6,22), com Paulo (At 27.23), e com João no

Apocalipse. Anjos proclamam juízos divinos por todo o Apocalipse. Os santos

anjos permanecem na presença de Deus e o adoram (Mt 18.10; Hb 1.6; Ap

5.11,12). Eles ministram aos santos (Hb 1.14) dando assistência, proteção e

livramento (Gn 19.11; Sl91.11; Dn 3.28; 6.22; At 5.19); guiam-nos (At 8.26;

12.7-10); as vezes, trazem encorajamento (Dn 9.21; At 27.23,24); interpretam a

vontade de Deus (Dn 7.16; 10.5,11; Zc 1.9ss) e a executam com relação tanto

aos indivíduos quanto as nações (Gn 19.12-16; 2 Sm 24.16). (...) Eles são

instrumentos de Deus para punir seus inimigos (2 Rs 19.35; At 12.23) e punir

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ate mesmo o seu próprio povo (2 Sm 24.16). Um de seus grandes privilégios e

mostrar as características do céu aos remidos (Ap 21.9-22.6), por cuja

conversão eles se regozijaram (Lc 15.10).

Os anjos tiveram uma grande participação na vida de Cristo, aparecendo tanto

antes quanto apos o seu nascimento (Mt 1.20; Lc 1.30; 2.9,13), para fortalecê-

lo apos a sua tentação (Mt 4.11) e no jardim do Getsemani (Lc 22.43). Um anjo

rolou a pedra em sua ressurreição (Mt 28.2-7), e dois apareceram e

confirmaram seu retorno em sua ascensão (At 1.11). O Senhor Jesus poderia ter

solicitado a seu Pai 12 legiões de anjos para livrá-lo de seus inimigos (Mt

26.52).

Anjos Caídos

Os anjos malignos, dos quais Satanás e o príncipe (Jo 12.31; 14.30; Ef 2.2; cf.

6.12), se opõem aos bons (Dn 10.13), perturbam o bem-estar do homem as

vezes adquirindo o controle que Deus tem sobre as forças da natureza (Jo 1.12-

19) e as doenças (Jo 2.4-7; cf. Lc 13.16; At 10.38). Eles tentam o homem para

pecar (Gn 3.1-7; Mt 4,3; Jo 13.27; 1 Pe 5.8) e espalham falsas doutrinas (1 Rs

22.2123; 2 Co 11.13,14; 2 Ts 2.2; 1 Tm 4.1). No entanto, sua liberdade para

tentar e testar o homem esta sujeita a vontade permissiva de Deus (Jo 1.12;

2.6).

Embora eles ainda tenham a sua habitação no céu e, às vezes, tenham acesso ao

próprio trono de Deus (Jo 1.6), serão lançados a terra por Miguel e seus anjos

antes da Grande Tribulação (Ap 12.7-9), e finalmente serão lançados no lago

de fogo e enxofre “preparado para o diabo e seus anjos” (Mt 25.41). Os anjos,

como seres criados separadamente, não se casam nem se dão em casamento

(Mt 22.30; Lc 20.36). Em contraste, os homens são todos participarates da raça

humana e descenderam do primeiro casal, Adão e Eva. Deus, portanto, não

pode lidar com os anjos através de um representante e, sendo assim, os anjos

caídos não podem ser remidos por um comandante federal como o homem (por

exemplo, “em Adão” e “em Cristo”, Rm 5.12ss.; 1 Co 15.22).

Com que base Deus, então, separou os santos anjos (Mt 25.31; Mc 8.38)

daqueles que pecaram (2 Pe 2.4; cf. Judas 6)? Com base em sua obediência,

amor e lealdade a Ele. Aqueles que seguiram a Lúcifer em sua rebelião contra

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Deus (Is 14.12-17; Ez 28.12-19) desse modo pecaram e caíram. Alguns destes

foram colocados em cadeias eternas (Judas 6), mas os outros ainda estão livres

e ativos e são chamados de demônios. Aqueles anjos que continuaram firmes

em amor, lealdade e obediência a Deus foram confirmados em um caráter de

justiça. Assim, os anjos podiam pecar ou permanecer puros ate serem

totalmente testados e confirmados em justiça. Uma vez que Deus e imutável,

nos aprendemos disto que Adão e Eva da mesma forma poderiam ter amado a

Deus, permanecido leais a Ele, e lhe obedecido e sido confirmados em justiça;

ou se rebelado e pecado, como fizeram, e se perderem. A grande diferença

entre os anjos caídos e o homem e que, enquanto o homem pode ser salvo

através de um representante substituto, ou seja, Cristo, tomando-o como

Salvador e vindo sob seu comando total, os anjos caídos não podem. Cristo

teria que morrer uma vez para que cada anjo perdido e separado fosse salvo.

ORAÇÃO

O Vocabulário Bíblico

A terminologia da oração e rica e variada na Bíblia Sagrada. O termo geral

hebraico e tepilla, de uma forma do verbo palal; o termo grego e proseuche,

onde o passivo médio e proseuchomai. A ideia básica da palavra hebraica e a

intercessão, e da palavra grega e o voto, mas essa etimologia não e mais o

determinante de seu significado. As duas palavras podem ser usadas de forma

abrangente para qualquer tipo de solicitação, intercessão ou ação de graças. (...)

Outras expressões do AT são ‘‘suplicar” ou “procurar o favor” de Jeová {pi‘el

de hala, literalmente “tornar-se agradável a sua face”), “curvar-se em

adoração” (shaha), “aproximar-se” (nagash), “ver” ou “encontrar” para suplicar

(paga'), “implorar” (za‘aq) para reparar uma falta, “pedir” (sha’al), “suplicar”

vatkar) ou “comparecer perante a face do Senhor”. Alem de proseuchomoai,,

os autores do NT usam os termos “implorar” (deomai), “solicitar” (aiteo) ou

simplesmente “pedir” (erotao) quando se referem a oração. (...) Entre as

palavras mais especificas para oração estão entygkano (“interceder”),

proskyneo (“adorara, e eucharisteo (dar graças). (...)

Novo Testamento

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Jesus nos Sinóticos. A vida sinótica de Jesus e uma vida de oração,

especialmente em Lucas. Jesus tinha o habito de se retirar para um lugar

isolado a fim de orar, muitas vezes antes do nascer do sol e ate mesmo durante

toda a noite (Mc 1.35; Lc 5,16; 6.12). (...)

Os últimos dias de Jesus em Jerusalém, antes de sua paixão, foram divididos

entre o ensino diário no Templo e a oração noturna no monte das Oliveiras (Lc

21,37ss.). (...)

Esse comportamento tornou-se um modelo para a comunidade cristã primitiva

(cf. At 1.14,24; 2.42,46; 5.20,21,42; 6.4,6; 10.9; 12.5ss.;16.25; 20.7ss.), e o

próprio Senhor Jesus tomou-se, para o crente, o grande exemplo da oração

vigilante e sincera (cf. “Vigiai e orai”, Mc 14.38; Lc 21.36). Segundo Lucas,

ate mesmo duas de suas palavras na cruz são orações - palavras de intercessão

(23.34) e de confiança (23.46). A última, baseada no Salmo 31.5, equivale a

uma oração que o Talmude recomenda que os judeus fiéis façam todas as

noites antes de dormir (“Nas tuas mãos, entrego o meu espírito”, Berakoth 5b).

Inicialmente, parece que o Senhor Jesus não havia ensinado seus discípulos a

participarem de sua vida de oração, ao contrario de João Batista e outros

mestres religiosos (Lc 5.33). Mas quando pediram (Lc 11,1), Ele ensinou-lhes

a oração do “Pai Nosso”, que veio a ser chamada de “Oração do Senhor” (Mt

6.913; Lc 11.2-4). (...) A menção direta do “Pai” (Lc 11.2) torna toda essa

oração especialmente crista. Não se trata de uma oração que une os homens de

todas as crenças, mas ela e distintamente a oração daqueles que são “filhos de

Deus” através e Jesus Cristo (cf, a forma aramaica do verbo “Aba” que aparece

em duas grandes passagens relacionadas a “adoção”, a saber, Romanos 8.15 e

Gálatas 4.6). Dessa forma, o Senhor Jesus transferiu aos discípulos a especial

consciência de Deus como “Pai”, o que para eles se tornou a base de toda a

suplica (cf. Jo 20.17). Sua própria oração no Getsemani e um eco da oração ao

da oração ao “Pai” em diversos pontos (por exemplo, “Aba”, “tentação”, “Seja

feita a tua vontade”).

O Senhor Jesus advertiu contra a hipocrisia, a incoerência e a monotonia das

orações (Mt 6.5-8), mas não contra a ousadia ou a persistência. Embora Ele

insista que o “Pai sabe o que vos e necessário antes de vos lho pedirdes” (Mt

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6.8; cf. v. 32), Jesus recomendou a insistência em duas de suas parábolas (Lc

11.5-13; 18.1-8), especialmente em relação as realidades do Espirito Santo

(11.13), e a vindicação finai (18.7ss.). A determinada expectativa da

consumação, enunciada por Jesus em “Venha o teu reino” tem o seu eco no

termo maranata” de 1 Coríntios 16.22 e na expressão equivalente “Ora, vem,

Senhor Jesus”, de Apocalipse 22.20.

Outras ênfases memoráveis no ensino de Jesus sobre a oração são: ta) Sua

exclusão de toda ansiedade quanto as coisas materiais (Mt 6.11,19-34); (o) Sua

radical garantia de que a oração do crente será atendida (Mt 7.7; 18.19; Mc

11.23ss.); e (c) Sua inseparável ligação entre a oração e o perdão (Mt 6.12,14;

7.1-12; 18.15-22; Mc 11.25; cf. Mt 5.23ss.). No homem, a relação entre a

oração e Deus depende de sua relação com os outros homens; o perdão vem

pela oração, e se não houver um perdão mutuo, a própria oração será ineficaz.

(...)

Em seu discurso de despedida, Jesus deu aos discípulos varias garantias de

resposta a oração (14.13ss.; 15.7,16; 16.23ss.). Essa oração e feita “em nome

de Jesus" (cf. “segundo sua vontade”, 1 Jo 5.14) e representa uma das bênçãos

que se tornou possível pelo fato de Jesus ir "para o Pai” (14.126; 16.24-28).

Essa promessa não e uma forma de mágica pela qual o homem manipula Deus

de acordo com seus próprios desejos, mas e sempre qualificada pela vontade de

Deus ou pelo nome de Jesus Cristo. Paulo e Judas teriam acrescentado que ela

diz respeito a oração que esta sendo elaborada dentro do crente pelo Espirito

(Ef 6.18; Jd 20).

7. CHAMPLIN:

Ensinamentos de Jesus sobre a oração:

“a. Jesus enfatizou a paternidade de Deus, o qual é retratado como generoso

para com os seus filhos (ver Mat. 7:7-11). b. O indivíduo se reveste de grande

valor perante Deus, pelo que também pode esperar a resposta para as suas

orações (ver Mat. 10:30; 6:25 e SS, e 7:7-11). c. A verdadeira oração é

espiritual, e não formal (ver Mal. 6:5-8). d. Há grande poder na oração, pelo

que também deve ser usada perseverantemente. (Ver Mar. 11:23 e Mat. 7:20).

e. A oração deve ser feita com fé (ver Mat. 17:20). f. A oração deve ser

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perseverante (ver Luc. 18:1-8). g. A oração precisa ser governada com uma

disposição amorosa e perdoadora (ver Mal. 18:21-35). h. A oração pode

envolver coisas práticas e terrenas (ver Mat. 7:6-11 e 6:11). i. A oração visa

também elevadas realidades espirituais (ver o décimo sétimo capitulo do

evangelho de João). j. A oração pode solicitar força espiritual (ver Mat.

6:13)."1. A oração tem por escopo o avanço na direção do reino de Deus sobre

a terra e sua - final inauguração (ver Mat. 6:10,13). m. O próprio Jesus nos

deixou o exemplo mais elevado de uma vida de oração (ver Luc. 5:15; 6:12;

João 12:20-28 e 17:6-19)”. (...)

Outros conceitos neotestamentários sobre a oração: a. O livro de Atos frisa a

natureza coletiva da oração, como também o faz o trecho de Tia. 5:13-18.

Paulo enfatiza a mesma verdade em Efé. 6:18. A igreja cristã nasceu dentro da

atmosfera da oração (ver Atos 1:4), pois em resposta à oração é que o Espírito

Santo veio sobre a comunidade da igreja (ver Atos 1:4 e 2:4). Em períodos de

crise, a igreja apelou para a oração (ver Atos 4:21 e ss). b. A igreja cristã,

mediante os seus lideres, sempre se| dedicou à oração (ver Atos 9:40; l0:9;

16:25 e 2828). A oração deve ser praticada em benefício da comunidade cristã

(ver Atos 20:28.36 e 21 :5). c. A oração é possível por causa do nosso Sumo

Sacerdote, divino humano, o qual garante o cumprimento do desejo sincero de

corações crentes (ver Heb. 4:14-16. Ver também Heb. 5:7-10, que ilustra a

necessidade de oração, dentro da vida de oração do Senhor Jesus, porquanto

nos ensina a necessidade de submissão e obediência). d. A oração é um meio

de entrarmos em nossos privilégios espirituais em Cristo (ver Heb 10:19 e ss),

pois procura apelar para o poder de Deus, a fim de termos forças na vida. A

oração penetra para além do véu, chegando ao próprio Santo dos Santos, até à

presença de Deus (ver Heb. 6:19). e. A oração nos confere sabedoria espiritual

(ver Tia. 1:5-8). f. A oração deve ser oferecida com base nas motivações certas,

pois não pode servir ao egoísmo e ao pecado (ver Tia. 4:1-3). g. A oração pode

curar o corpo, e deve ser usada com essa finalidade (Tia. 5:13-18). h. A oração

deve ser ousada, e assim será eficaz (ver I João 3:21 e ss). i. A oração sempre

deve estar sujeita à vontade de Deus, sendo limitada por ela (ver I João 5:14-

I6).

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