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Daniela Achette, Mia de Almeida, Fernanda R. di Lione, Paula S Kioroglo, Valeria Delponte, Erica M. Campitelli, Vladimir R.P. Pizzo, Daniel N. Forte O Processo de Supervisão para Manutenção de uma Equipe de Cuidados Paliativos: Relato de Experiência. INTRODUÇÃO INTRODUÇÃO Os profissionais que atuam em cuidados paliativos estão constantemente expostos a dor e ao sofrimento do paciente, da família, da equipe e de si mesmos. É sabida a importância de algumas características dos membros desta equipe, sendo elas: compaixão, conexão e colaboração. Tais características necessitam de permanente manutenção e a importância de espaços de cuidado ao cuidador formal vem sendo discutidas amplamente na literatura. OBJETIVO OBJETIVO Propiciar um espaço para discussão, e cuidados de manutenção da saúde da equipe de cuidados paliativos do HSL. Partindo do princípio que a equipe constitui o principal fator prevenção e proteção da saúde mental, este grupo favorece a sensação de conexão e pertencimento, ou seja, “uma base segura” que oferece continência. MÉTODO MÉTODO Reuniões quinzenais de aproximadamente 2 horas com os elementos base da equipe de cuidados paliativos do HSL. Estes encontros são facilitados por uma psicóloga referência em psicologia hospitalar, psico-oncologia e cuidados paliativos com vivência profissional anterior nesta instituição. As pautas das reuniões são flexíveis e definidas pelas necessidades emergentes deste grupo. Os encontros acontecem formalmente há dois anos e os temas abordados até o momento foram: discussão de casos clínicos enfatizando os aspectos globais do cuidado; discussões teóricas e de manejo suscitadas pela implantação do serviço de cuidados paliativos na instituição; questões da dinâmica do grupo e dos diferentes papéis. Podemos observar que este espaço favorece o acolhimento, validação e a elaboração do processo dos lutos do grupo e de cada um dos seus membros. Esta supervisão clínica favorece a manutenção das habilidades necessárias ao desempenho profissional e à prática clínica. Ao beneficiar os profissionais trás ganhos para a umidade paciente/família. Engloba os aspectos físicos, psicológicos, sociais, espirituais e de comunicação referentes aos cuidados do paciente, família e os auto-cuidados da equipe. RESULTADOS E DISCUSSÃO RESULTADOS E DISCUSSÃO O processo de supervisão vem cumprindo sua meta de manutenção das características compreendidas pelos profissionais deste grupo como essenciais para a constituição de uma equipe (compaixão, conexão e colaboração), isto tanto num âmbito grupal quanto individual. A supervisão englobando o luto informa, instrumentaliza e favorece o processo de “dar sentido” pelas próprias interações dos membros da equipe que acolhem, validam e dão suporte aos ao sofrimento uns dos outros. Permite estruturar rituais de luto adequados ao momento da equipe. Constatamos que este trabalho favorece a manutenção da saúde da equipe e instrumentaliza seus membros através do compartilhar dos saberes e flexibilização dos papéis, favorecendo uma atuação transdisciplinar. CONSIDERAÇÕES FINAIS CONSIDERAÇÕES FINAIS LITERATURA SUGERIDA LITERATURA SUGERIDA Antonovsky A. The structure and properties of the sense of coherence scale. Soc Sci Med. 1993;36(6):725-33; Lederberg MS. Oncology staff stress and related interventions. In: Holland JC, editor. Psycho-oncology. New York: Oxford University Press; 1998. cap.89; Loscalzo MJ, von Gunten CF. Intedisciplinary teamwork in palliative care: compassionate expertise for serious complex illness. In: Chochinov HM, Breitbart W, editors. Handbook of psychiatry in palliative medicine. 2nd ed. Oxford University Press; 2009. p.172- 85; Mackereth PA, White K, Cawthorn A, Lynch B. Improving stressful working lives: complementary therapies, counselling and clinical supervision for staff. Eur J Oncol Nurs. 2005;9(2):147-54; Stroebe M, Schut H, Stroebe W. Health outcomes of bereavement. Lancet. 2007;370(9603):1960-73.

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Daniela Achette, Mia de Almeida, Fernanda R. di Lione, Paula S Kioroglo, Valeria Delponte, Erica M. Campitelli, Vladimir R.P. Pizzo, Daniel N. Forte

O Processo de Supervisão para Manutenção de uma Equipe de

Cuidados Paliativos: Relato de Experiência.

INTRODUÇÃOINTRODUÇÃOOs profissionais que atuam em cuidados paliativos estão constantemente expostos a dor e ao sofrimento do paciente, da família, da equipe e de si mesmos. É sabida a importância de algumas características dos membros desta equipe, sendo elas: compaixão, conexão e colaboração. Tais características necessitam de permanente manutenção e a importância de espaços de cuidado ao cuidador formal vem sendo discutidas amplamente na literatura.

OBJETIVOOBJETIVO

Propiciar um espaço para discussão, e cuidados de manutenção da saúde da equipe de cuidados paliativos do HSL. Partindo do princípio que a equipe constitui o principal fator prevenção e proteção da saúde mental, este grupo favorece a sensação de conexão e pertencimento, ou seja, “uma base segura” que oferece continência.

MÉTODOMÉTODOReuniões quinzenais de aproximadamente 2 horas com os elementos base da equipe de cuidados paliativos do HSL. Estes encontros são facilitados por uma psicóloga referência em psicologia hospitalar, psico-oncologia e cuidados paliativos com vivência profissional anterior nesta instituição. As pautas das reuniões são flexíveis e definidas pelas necessidades emergentes deste grupo.

Os encontros acontecem formalmente há dois anos e os temas abordados até o momento foram: discussão de casos clínicos enfatizando os aspectos globais do cuidado; discussões teóricas e de manejo suscitadas pela implantação do serviço de cuidados paliativos na instituição; questões da dinâmica do grupo e dos diferentes papéis. Podemos observar que este espaço favorece o acolhimento, validação e a elaboração do processo dos lutos do grupo e de cada um dos seus membros. Esta supervisão clínica favorece a manutenção das habilidades necessárias ao desempenho profissional e à prática clínica. Ao beneficiar os profissionais trás ganhos para a umidade paciente/família. Engloba os aspectos físicos, psicológicos, sociais, espirituais e de comunicação referentes aos cuidados do paciente, família e os auto-cuidados da equipe.

RESULTADOS E DISCUSSÃO RESULTADOS E DISCUSSÃO O processo de supervisão vem cumprindo sua meta de manutenção das características compreendidas pelos profissionais deste grupo como essenciais para a constituição de uma equipe (compaixão, conexão e colaboração), isto tanto num âmbito grupal quanto individual. A supervisão englobando o luto informa, instrumentaliza e favorece o processo de “dar sentido” pelas próprias interações dos membros da equipe que acolhem, validam e dão suporte aos ao sofrimento uns dos outros. Permite estruturar rituais de luto adequados ao momento da equipe. Constatamos que este trabalho favorece a manutenção da saúde da equipe e instrumentaliza seus membros através do compartilhar dos saberes e flexibilização dos papéis, favorecendo uma atuação transdisciplinar.

CONSIDERAÇÕES FINAISCONSIDERAÇÕES FINAIS

LITERATURA SUGERIDALITERATURA SUGERIDAAntonovsky A. The structure and properties of the sense of coherence scale. Soc Sci Med. 1993;36(6):725-33; Lederberg MS. Oncology staff stress and related interventions. In: Holland JC, editor. Psycho-oncology. New York: Oxford University Press; 1998. cap.89; Loscalzo MJ, von Gunten CF. Intedisciplinary teamwork in palliative care: compassionate expertise for serious complex illness. In: Chochinov HM, Breitbart W, editors. Handbook of psychiatry in palliative medicine. 2nd ed. Oxford University Press; 2009. p.172-85; Mackereth PA, White K, Cawthorn A, Lynch B. Improving stressful working lives: complementary therapies, counselling and clinical supervision for staff. Eur J Oncol Nurs. 2005;9(2):147-54; Stroebe M, Schut H, Stroebe W. Health outcomes of bereavement. Lancet. 2007;370(9603):1960-73.