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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA DEPARTAMENTO DE QUÍMICA NÚCLEO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM QUÍMICA Danilo Oliveira Santos Avaliação da versatilidade do MCM-41 funcionalizado São Cristovão 2012

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE

PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA

DEPARTAMENTO DE QUÍMICA

NÚCLEO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM QUÍMICA

Danilo Oliveira Santos

Avaliação da versatilidade do MCM-41 funcionalizado

São Cristovão

2012

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Danilo Oliveira Santos

Avaliação da versatilidade do MCM-41 funcionalizado

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-

Graduação em Química da Universidade Federal

de Sergipe, como requisito parcial para obtenção

do título de Mestre em Química.

Orientador (a): Maria Eliane de Mesquita

Coorientador (a): Eliana Midori Sussuchi

São Cristóvão

2012

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FICHA CATALOGRÁFICA ELABORADA PELA BIBLIOTECA CENTRAL

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE

S237a

Santos, Danilo Oliveira Avaliação da versatilidade do MCM-41 funcionalizado / Danilo

Oliveira Santos ; orientadora Maria Eliane de Mesquita. – São Cristóvão, 2012.

145 f. : il.

Dissertação (Mestrado em Química) – Universidade Federal de Sergipe, 2012.

1. Química inorgânica. 2. Materiais mesoporosos. 3. Adsorção. 4. Metais de terras-raras. 5. Rutênio. I. Mesquita, Maria Eliane, orient. II. Título.

CDU 546.650::546.96

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DEDICATÓRIA

Aos meus pais, José (in memorian) e Maria do

Carmo, a minha irmã Deyseane e a minha

namorada Gisleine.

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AGRADECIMENTOS

Foram dois anos vividos intensamente para chegar a este momento. Diante

disto agradecerei as pessoas especiais que participaram direta ou indiretamente

deste triunfo.

A Deus, que me permitiu tudo isso, ao longo de toda a minha vida, e, não

somente neste momento, é a Ele que dirijo minha maior gratidão.

A minha mãe Maria do Carmo por sua dedicação, pelo amor que me fez mais

forte, fazendo-me entender que sou capaz de ir mais além.

A meu pai José (in memorian) que mesmo não estando presente fisicamente,

sempre esteve ao meu lado, nas minhas quedas, nas minhas fraquezas, nas lutas,

vitórias e derrotas.

A minha irmã Deyseane por está presente em todos os momentos desta

conquista, compreendendo e tendo paciência comigo.

A minha namorada Gisleine que participou de toda essa caminhada,

apoiando, compreendendo as ausências.

Aos meus familiares e amigos por compreenderem a minha ausência em

alguns momentos, pelo incentivo, por acreditarem e torcerem por mim.

As orientadoras, professora Maria Eliane e professora Eliana Midori, pela

confiança, paciência e oportunidade para o desenvolvimento do projeto.

A professora Anne Michelle pelas contribuições durante a participação na

banca de qualificação.

Ao professor Victor Hugo por ter participado da banca da qualificação e da

banca da defesa juntamente com o professor Marcos Couto contribuindo com

grandiosos ensinamentos e sugestões para esta dissertação.

Ao Programa de Pós-Graduação em Química pela oportunidade em

desenvolver o projeto.

A todos os professores do Departamento de Química do campus Itabaiana

pela formação inicial na graduação em Química e pelo incentivo a seguir nesta

caminhada.

Ao Departamento de Química Fundamental da UFPE pelas análises

realizadas.

Ao CNPq pela bolsa concedida.

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A todos que fazem ou fizeram parte do LCIOPES, em especial: Alysson,

Sílvia, Lourdes, Roberta, Simei, Jose pelas conversas, sugestões, trabalhos em

grupo.

A todos que fazem ou fizeram parte do LSAM, em especial: Luan, Ismael,

Raysa que trabalharam diretamente comigo.

Aos colegas Thiago Gallo, pelo companheirismo desde a graduação, José

Arnaldo pelos trabalhos em parceira, Paloma pelas análises termogravimétricas,

Darlisson pelas análises cromatográficas, Carlos da UFPE pelo apoio e análises

espectroscópicas quando estive em Recife.

Aos professores Juvenal Carolino pela oportunidade da iniciação científica

na graduação, Fred do Departamento de Física pela disponibilidade do seu

laboratório, Péricles pela disponibilidade do cromatógrafo para realização das

análises, Adriano Bof pelas discussões nas reuniões de grupo, Gilberto Sá e

Severino Júnior pela ajuda em Recife, Alzir Batista pelas análises na UFSCar.

Enfim, nesta caminhada foram muitos que contribuíram direta ou indiretamente, a

estes o meu MUITO OBRIGADO!!!

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“Agradeço todas as dificuldades que enfrentei;

não fosse por elas, eu não teria saído do lugar. As

facilidades nos impedem de caminhar. Mesmo as

críticas nos auxiliam muito.” (Chico Xavier)

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RESUMO

Neste trabalho, o material mesoporoso MCM-41 foi funcionalizado com 3-

aminopropilmetoxisilano (APTS) para diversas finalidades como, adsorção do

corante vermelho de remazol, imobilização de íons lantanídeos (Eu+3, Tb+3 ou Gd+3),

coordenação com o ácido 2,6-piridina-dicarboxílico (dpa) e imobilização do complexo

[RuCl2(PPh3)2(Meo-bipy)]. As propriedades estruturais e texturais do MCM-41 e do

NH2-MCM-41 foram caracterizados por espectroscopia de absorção na região do

infravermelho, análise térmica, difratometria de raios-X e adsorção-dessorção de

nitrogênio. A capacidade de adsorção do corante vermelho de remazol foi avaliada

com o NH2-MCM-41. Os seguintes parâmetros foram estudados: pH, temperatura,

dose do adsorvente e concentração do corante. O processo de dessorção foi

examinado em solução aquosa de NaOH em diferentes concentrações. O modelo de

isoterma de Freudlich obteve maior adequação ao processo de adsorção e a cinética

de adsorção seguiu o modelo modificado de Avrami. O NH2-MCM-41 adsorveu 99,1

% do corante em 360 minutos a 25 ºC. Os dados dos difratogramas de raios-X dos

materiais NH2-MCM-41-Ln(dpa) (Ln = Eu+3, Tb+3 ou Gd+3), indicaram que estes

materiais apresentaram estruturas hexagonais com baixo grau de ordenação. A

inserção dos íons lantanídeos foi indicada pelo deslocamento da banda do grupo

amina do APTS nos espectros do NH2-MCM-41-Ln. A coordenação do dpa aos

materiais NH2-MCM-41-Ln (Ln = Eu+3, Tb+3 ou Gd+3) foi evidenciada através do

deslocamento das bandas do COH e do COO-. A análise elementar indicou a

coordenação na proporção 1:3 (metal: dpa). A análise da adsorção de nitrogênio

revela que com as modificações no MCM-41, a área superficial, diâmetro e volume

de poros dos materiais diminuíram indicando a imobilização dos íons lantanídeos e

do dpa no interior dos poros do material mesoporoso. A avaliação do nível tripleto do

ligante, a partir do espectro do NH2-MCM-41-Gd(dpa)3, demonstra que sua posição

favorece a transferência de energia ligante-metal para o material NH2-MCM-41-

Eu(dpa)3, entretanto, para o material NH2-MCM-41-Tb(dpa)3 este processo é

dificultado devido o nível tripleto do ligante está abaixo do nível emissor do íon Tb+3.

Os dados de difratogramas de raios-X do NH2-MCM-41-[RuCl(PPh3)2(Meo-bipy)]

evidenciaram uma estrutura hexagonal com baixo grau de ordenação. Além disso, o

espectro de absorção na região do infravermelho do complexo imobilizado apresenta

um deslocamento na banda em 1612 cm-1 característica do complexo de rutênio. As

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análises termogravimétricas demonstram que os complexos imobilizados no MCM-

41 funcionalizado apresentam elevada estabilidade térmica comparada com a do

complexo livre. Os dados da adsorção de nitrogênio demonstraram que a área

superficial, diâmetro e volume de poros do NH2-MCM-41-[RuCl(PPh3)2(Meo-bipy)]

são menores que para o NH2-MCM-41, indicando a eficiência no processo de

imobilização do complexo no interior dos poros do NH2-MCM-41. Testes catalíticos

para redução de cetonas foram realizados com o complexo [RuCl2(PPh3)2(Meo-

bipy)]. Para a acetofenona e sulcatona, o [RuCl2(PPh3)2(Meo-bipy)] mostrou-se ser

um bom catalisador com 90,50 % e 33,95 % de conversão, respectivamente.

Palavras-chave: NH2-MCM-41, lantanídeos, rutênio.

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ABSTRACT

In this work the mesoporous material MCM-41 was functionalized with 3-

aminopropyltrimetoxysilane (APS) for several purposes such as adsorption of the

remazol red dye, immobilization of lanthanide ions (Eu+3, Tb+3 or Gd+3), coordination

with the 2,6-pyridinedicarboxylic acid (dpa) and immobilization of the complex

[RuCl2(PPh3)2(Meo-bipy)]. The structural and textural properties of the MCM-41 and

NH2-MCM-41 were characterized by absorption spectroscopy in the infrared region,

thermal analysis, X-ray diffraction and nitrogen adsorption-dessorption. The

adsorption capacity of NH2-MCM-41 was studied with Remazol Red dye. The

following parameters were studied in the adsorption process: pH, temperature,

adsorbent dosage and initial concentration. The desorption process was studied in a

NaOH solution which different concentrations. The Freundlich isotherm model was

found to be fit with the equilibrium isotherm data. Kinetics of adsorption follows the

modified Avrami rate equation. The NH2-MCM-41 adsorbed 99,1 % of the dye in 360

minutes at 25 ºC. Data from X-ray diffractograms of the NH2-MCM-41-Ln(dpa) (Ln =

Eu+3, Tb+3 or Gd+3) material indicated that the materials showed a hexagonal

structure with a low degree of ordering. The insertion of the lanthanide ions was

indicated by the shift of the amine group of APTS in the spectra of NH2-MCM-41-Ln.

The coordination of dpa to NH2-MCM-41-Ln (Ln = Eu+3, Tb+3 or Gd+3) materials was

evidenced by the shift of the bands of COH and COO-. The elemental analysis

indicated the coordination in the ratio 1:3 (metal:dpa). The nitrogen adsorption

analysis shows that with changes in MCM-41, the surface area, pore volume and

diameter of the material decreased indicating the immobilization of ions lanthanides

and dpa within the pores of the mesoporous material. The evaluation of the triplet

level of the ligand, from the spectra of the NH2-MCM-41-Gd(dpa)3 shows that their

position favors the energy transfer of metal to ligand for NH2-MCM-41-Eu(dpa)3

material, however the NH2-MCM-41-Tb(dpa)3 material this process is complicated

due to the triplet level of ligand is below the issuing level of the Tb+3 ion. Data from X-

ray diffractograms of NH2-MCM-41-[RuCl(PPh3)2(Meo-bipy)] showed a hexagonal

structure with a low degree of ordering. In addition, the adsorption spectra in the

infrared region of the immobilized complex have a displacement in the band 1612

cm-1 characteristic of the ruthenium complex. The thermogravimetric analysis showed

that the complex immobilized on the functionalized MCM-41 present high thermal

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stability compared to free complex. The nitrogen adsorption analysis showed that

surface area, pore volume and diameter of the NH2-MCM-41-[RuCl(PPh3)2(Meo-

bipy)] are smaller than for the NH2-MCM-41, indicating the immobilization the

complex within the pores of the NH2-MCM-41. Catalytic tests for reduction of ketones

were carried out with the [RuCl2(PPh3)2(Meo-bipy)] complex. For acetophenone and

sulcatone, [RuCl2(PPh3)2(Meo-bipy)] proved to be a good catalyst with 90.50 % and

33.95 % conversion, respectively.

Keywords: NH2-MCM-41, lanthanides, ruthenium.

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LISTAS DE FIGURAS

Figura 1. Esquema representativo das estruturas dos materiais: a) MCM-41,

b) MCM-48 e c) MCM-50...................................................................................

2

Figura 2. (a) Desenho esquemático de uma molécula de surfactante. (b)

Brometo de cetiltrimetilamônio, agente direcionador comumente utilizado na

síntese do MCM-41...........................................................................................

3

Figura 3. Mecanismo de formação do MCM-41: 1) iniciado por cristais

líquidos, 2) iniciado por ânions silicato..............................................................

4

Figura 4. Representação esquemática do mecanismo proposto para a

formação do MCM-41 por Frasch e colaboradores (2000)...............................

5

Figura 5. Esquema do mecanismo de empilhamento de micelas cilíndricas.... 6

Figura 6. Processo de troca iônica do direcionador por um cátion metálico..... 7

Figura 7. Esquema de modificação do MCM-41 com grupo orgânico.............. 8

Figura 8. Estrutura do 3-aminopropilmetoxisilano............................................. 8

Figura 9. Estrutura do vermelho de remazol.................................................... 13

Figura 10. Representação esquemática do efeito antena................................. 15

Figura 11. Estrutura do ácido piridina-2,6-dicarboxílico (dpa)........................... 16

Figura 12. Estrutura do ligante 4,4‘- dimetóxi-2,2‘- bipiridina (Meo-bipy).......... 18

Figura 13. Estrutura do ligante trifenilfosfina (PPh3)........................................ 19

Figura 14. Representação das interações meal-ligante: 1. Ligação σ; 2.

Retrodoação π...................................................................................................

19

Figura 15. Hidrogenação de cetonas por transferência de hidrogênio com o

2-propanol catalisado por [RuCl2(PPh3)3]/base..................................................

22

Figura 16. Esquema representativo da formação da MCM-41......................... 25

Figura 17. Aparato da síntese de NH2-MCM-41................................................ 26

Figura 18. Aparato da síntese de NH2-MCM-41-Ln.......................................... 26

Figura 19. Esquema da síntese do complexo [RuCl2(PPh3)2(Meo-bipy)].......... 28

Figura 20. Esquema do NH2-MCM-41-[RuCl(PPh3) 2(Meo-bipy)]..................... 28

Figura 21. Estrutura hexagonal do MCM-41..................................................... 35

Figura 22. Classificação das isotermas segundo a IUPAC............................... 36

Figura 23. Perfil das histereses de adsorção de nitrogênio............................. 37

Figura 24. Espectros de absorção na região do infravermelho do MCM-41 e

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do NH2-MCM-41................................................................................................ 42

Figura 25. Esquema do MCM-41 funcionalizado.............................................. 44

Figura 26. Curvas de TG e DTG do (a) MCM-41; (b) NH2-MCM-41................. 45

Figura 27. Difratogramas de raios-X do MCM-41 e do NH2-MCM-41.............. 46

Figura 28. Isotermas de adsorção de N2 do MCM-41 e do NH2-MCM-41........ 47

Figura 29. Espectro de absorção na região do UV-Vis do vermelho de

remazol (100 mg L-1) em solução aquosa.........................................................

49

Figura 30. Curva de calibração do corante Vermelho de Remazol.................. 49

Figura 31. Efeito do pH na adsorção do corante vermelho de remazol a 25ºC

Figura 32. Ilustração esquemática da interação do corante vermelho de

remazol com o NH2-MCM-41............................................................................

Figura 33. Efeito da temperatura na adsorção do corante vermelho de

remazol...............................................................................................................

50

51

52

Figura 34. Efeito da massa do adsorvente na adsorção do corante vermelho

de remazol; pH 2 e temperatura de 25 oC.........................................................

53

Figura 35. Efeito da contração inicial do corante na adsorção do vermelho de

remazol...............................................................................................................

54

Figura 36. pHPZC do NH2-MCM-41 em equilíbrio em meio aquoso...................... 55

Figura 37. Efeito da concentração do NaOH na dessorção do vermelho de

remazol...............................................................................................................

Figura 38. Correlação dos dados de equilíbrio obtidos experimentalmente

com os dados obtidos pelos modelos de Langmuir e Freundlich.....................

56

57

Figura 39. Correlação dos dados de cinética obtidos experimentalmente com

os dados obtidos pelos modelos de pseudo primeira ordem e modificado de

Avrami................................................................................................................

Figura 40. Correlação dos dados de cinética obtidos experimentalmente com

os dados obtidos pelo modelo modificado de Avrami em distintas

temperaturas.....................................................................................................

58

59

Figura 41. Espectros de absorção na região do infravermelho do (a) NH2-

MCM-41; (b) NH2-MCM-41-Eu; (c) NH2-MCM-41-Tb; (d) NH2-MCM-41-Gd.....

62

Figura 42. Espectros de absorção na região do infravermelho do (a) dpa; (b)

NH2-MCM-41-Eu(dpa)3; (c) NH2-MCM-41-Tb(dpa)3; (d) NH2-MCM-41-

Gd(dpa)3............................................................................................................

63

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Figura 43. Esquema representativo de NH2-MCM-41-Ln(dpa)3....................... 65

Figura 44. Curvas de TG e DTG de (a) NH2-MCM-41-Eu; (b) NH2-MCM-41-

Tb; (c) NH2-MCM-41-Gd...................................................................................

66

Figura 45. Curvas de TG e DTG de (a) NH2-MCM-41-Eu(dpa)3; (b) NH2-

MCM-41-Tb(dpa)3; (c) NH2-MCM-41-Gd(dpa)3.................................................

68

Figura 46. Difratogramas de raios-X de NH2-MCM-41-Eu, NH2-MCM-41-Tb e

NH2-MCM-41-Gd..............................................................................................

70

Figura 47. Difratogramas de raios-X de NH2-MCM-41-Eu(dpa)3; NH2-MCM-

41-Tb(dpa)3; NH2-MCM-41-Gd(dpa)3................................................................

Figura 48. Isotermas de adsorção de N2 de NH2-MCM-41-Ln (Ln= Eu+3, Tb+3

ou Gd+3).............................................................................................................

71

73

Figura 49. Isotermas de adsorção de N2 de NH2-MCM-41-Ln(dpa)3, Ln=

Eu+3, Tb+3 ou Gd+3.............................................................................................

74

Figura 50. Espectro de excitação de NH2-MCM-41-Eu(dpa)3 à temperatura

ambiente monitorando a transição 5D0→7F1 em 615 nm..................................

76

Figura 51. Espectro de emissão de NH2-MCM-41-Eu(dpa)3 à temperatura

ambiente.............................................................................................................

76

Figura 52. Espectro de excitação de NH2-MCM-41-Tb(dpa)3 à temperatura

ambiente monitorando a transição 5D4→7F5 em 545 nm..................................

79

Figura 53. Espectro de emissão de NH2-MCM-41-Tb(dpa)3 à temperatura

ambiente.............................................................................................................

80

Figura 54. Espectro de emissão de NH2-MCM-41-Gd(dpa)3 à temperatura

ambiente.............................................................................................................

81

Figura 55. Diagramas de níveis de energia do ligante e de NH2-MCM-41-

Eu(dpa)3 e de NH2-MCM-41-Tb(dpa)3...............................................................

82

Figura 56. Curva de decaimento do 5D0 de NH2-MCM-41-Eu(dpa)3................ 84

Figura 57. Curva de decaimento do 5D4 de NH2-MCM-41-Tb(dpa)3................ 84

Figura 58. Curva de decaimento do estado tripleto de NH2-MCM-41-

Gd(dpa)3............................................................................................................

85

Figura 59. Espectros de absorção na região do infravermelho do ligante livre

e do complexo [RuCl2(PPh3)3]...........................................................................

Figura 60. Espectros de absorção na região do infravermelho do ligante

Meo-bipy e do complexo [RuCl2(PPh3)2(Meo-bipy)...........................................

88

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Figura 61. Espectros de absorção na região do infravermelho do NH2-MCM-

41, [RuCl2(PPh3)2(Meo-bipy)] e NH2-MCM-41-[RuCl(PPh3) 2(Meo-bipy)].........

Figura 62. Curvas termogravimétricas de (a) PPh3; (b) Meo-bipy; (c)

[RuCl2(PPh3)2(Meo-bipy)].................................................................................

Figura 63. Curvas de TG e DTG de NH2-MCM-41-[RuCl(PPh3)2(Meo-bipy)]...

Figura 64. Difratogramas de raios-X do (a) NH2-MCM-41; (b) NH2-MCM-41-

[RuCl(PPh3)2(Meo-bipy)]; (c) [RuCl2(PPh3)2(Meo-bipy)]; (d) de uma mistura

física do NH2-MCM-41 + [RuCl2(PPh3)2(Meo-bipy)]........................................

Figura 65. Espectros de absorção na região UV-Vis dos ligantes livres e do

complexo [RuCl2(PPh3)2(Meo-bipy)] (0,1 mmol L-1)em diclorometano..............

Figura 66. Voltamogramas cíclicos do complexo [RuCl2(PPh3)2(Meo-bipy)]

(1,00 mmol L-1) em diclorometano + 0,10 mol L-1 PTBA, com velocidades de

varredura: 25, 50, 100, 200, 300 e 500 mV s-1..................................................

Figura 67. Voltamograma cíclico do complexo [RuCl2(PPh3)2(Meo-bipy)]

(1,00 mmol L-1) em diclorometano + 0,10 mol L-1 PTBA, em velocidade de

varredura 100 mV s-1..........................................................................................

Figura 68. Variação de I Ipc I em função de v1/2.................................................

Figura 69. Estrutura dos substratos orgânicos acetofenona, pulegona,

sulcatona e fenchona, respectivamente............................................................

Figura 70. Cromatograma da reação sem catalisador.....................................

Figura 71. Estudo cinético da reação catalítica da acetofenona com

[RuCl2(PPh3)2(Meo-bipy)].................................................................................

Figura 72. Cromatogramas da reação catalisada por [RuCl2(PPh3)2(Meo-

bipy)]..................................................................................................................

Figura 73. Estudo cinético da reação catalítica da sulcatona com

[RuCl2(PPh3)2(Meo-bipy)]..................................................................................

Figura 74. Cromatogramas da reação catalisada por [RuCl2(PPh3)2(Meo-

bipy)].................................................................................................................

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LISTAS DE TABELAS

Tabela 1. Vantagens e desvantagens de métodos utilizados na remoção de

corantes têxteis.....................................................................................................

11

Tabela 2. Características gerais do vermelho de remazol................................... 12

Tabela 3. Lista de reagentes e solventes............................................................. 24

Tabela 4. Massas de dpa utilizadas na síntese de NH2-MCM-41-Ln(dpa)3. ........ 27

Tabela 5. Condições cromatográficas de análise................................................. 41

Tabela 6. Frequências vibracionais observadas e suas respectivas atribuições

para o espectro de infravermelho do MCM-41 e do NH2-MCM-

41..........................................................................................................................

43

Tabela 7. Parâmetros do arranjo hexagonal mesoporoso do MCM-41 e o NH2-

MCM-41................................................................................................................

47

Tabela 8. Propriedades superficiais do MCM-41 e do NH2-MCM-41................... 48

Tabela 9. Efeito da massa do adsorvente na adsorção do corante vermelho de

remazol................................................................................................................

53

Tabela 10. Parâmetros cinéticos obtidos pelo modelo de Avrami modificado....

Tabela 11. Constantes das isotermas para a adsorção do corante Vermelho de

Remazol................................................................................................................

Tabela 12. Parâmetros cinéticos para a adsorção do corante vermelho de

remazol.................................................................................................................

Tabela 13. Parâmetros cinéticos para a adsorção do corante vermelho de

remazol em diferentes temperaturas....................................................................

Tabela 14. Frequências vibracionais observadas e suas respectivas atribuições

para o espectro de infravermelho dos materiais NH2-MCM-41-Ln(dpa)3 (Ln=

Eu+3, Tb+3 ou Gd+3) e do ácido 2,6-piridina-dicarboxílico (dpa).

Tabela 15. Dados da análise elementar de C, H e N de NH2-MCM-41-Ln e de

NH2-MCM-41-Ln(dpa)3..........................................................................................

Tabela 16. Perdas percentuais de massa e respectivas faixas de temperatura

para as amostras de NH2-MCM-41-Ln (Ln=Eu+3, Tb+3 ou Gd+3)..........................

Tabela 17. Perdas percentuais de massa e respectivas faixas de temperatura

para as amostras de NH2-MCM-41-Ln(dpa)3 (Ln=Eu+3, Tb+3 ou Gd+3).................

Tabela 18. Resultados relativos à difração de raios-X do NH2-MCM-41-Ln e do

56

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NH2-MCM-41-Ln(dpa)3,(Ln=Eu+3, Tb+3 ou Gd+3)...................................................

Tabela 19. Propriedades superficiais dos materiais............................................

Tabela 20. Parâmetros de Intensidade Experimentais dos compostos

[Eu(dpa)3]3- e NH2-MCM-41-Eu(dpa)3..................................................................

Tabela 21. Posicionamento dos máximos (nm) observados no espectro de

emissão do material NH2-MCM-41-Tb(dpa)3........................................................

Tabela 22. Tempos de vida (τ), taxas de decaimento radiativo e não-radiativo e

eficiência de emissão do material NH2-MCM-41-Eu(dpa)3 e [Eu(dpa)3]3-.............

Tabela 23. Tempo de vida dos estados excitados nos materiais de Tb+3 e Gd+3.

Tabela 24. Atribuições dos estiramentos mais importantes observados para o

ligante trifenifosfina e para o complexo [RuCl2(PPh3)3]..........................................

Tabela 25. Atribuições dos estiramentos mais importantes observados para o

ligante Meo-bipy e para o complexo [RuCl2(PPh3)2(Meo-bipy)]..............................

Tabela 26. Dados da análise elementar de C, H e N dos complexos....................

Tabela 27. Resultados relativos à difração de raios-X do NH2-MCM-41 e do

NH2-MCM-41-[RuCl(PPh3)2(Meo-bipy)]..................................................................

Tabela 28. Propriedades superficiais dos materiais...............................................

Tabela 29. Dados de espectroscopia de absorção na região do UV-Vis do

complexo [RuCl2(PPh3)2(Meo-bipy)] (0,1 mmol L-1) em diclorometano...................

Tabela 30. Dados da voltametria cíclica do complexo [RuCl2(PPh3)2(Meo-bipy)]..

72

75

78

80

86

86

89

90

91

95

95

97

99

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xv

LISTA DE SIGLAS

a0 Parâmetro do arranjo hexagonal da estrutura mesoporosa do

MCM-41

Anrad Taxa de decaimento não radiativo

APTS 3-aminopropilmetoxisilano

Arad Taxa de decaimento radiativo

BET Brunauer – Emmett – Teller

BJH Barret – Joyner - Halenda

CG-MS Cromatografia gasosa acoplado a espectrometria de massas

CTABr Brometo de cetiltrimetilamônio

d100 Distância interplanar entre os planos (100)

Dp Diâmetro de poros

dpa Ácido piridina-2,6-dicarboxílico

DRX Difração de raios-X

DTG Termogravimetria Derivada

E1/2 Potencial de meia-onda

FTIR Infravermelho com transformada de Fourier

hkl Plano cristalográfico com Índice de Miller

IUPAC União Internacional de Química Pura e Aplicada - International

Union of Pure and Applied Chemistry

LCT Direcionador de Cristal Líquido - Liquid Crystal Templating

Ln Lantanídeos

M41S Família de materiais mesoporos

MCM-41 Mobil Composition Matter of number 41

Meo-bipy 4,4‘- dimetóxi-2,2‘- bipiridina

pHPZC pH - ponto de carga zero

PPh3 Trifenilfosfina

PTBA Perclorato de tetrabutilamônio

SBET Área superficial do sólido calculada pela equação BET

TG Termogravimetria

UV Ultravioleta

UV-Vis Ultravioleta-vísivel

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xvi

Vp Volume de poros

Wt Espessura de parede

ε Coeficiente de absorção molar

η Eficiência quântica de emissão

τ Tempo de vida

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xvii

SUMÁRIO

DEDICATÓRIA ............................................................................................................ i

AGRADECIMENTOS .................................................................................................. ii

RESUMO..................................................................................................................... v

ABSTRACT ............................................................................................................... vii

LISTAS DE FIGURAS ............................................................................................... ix

LISTAS DE TABELAS ............................................................................................. xiii

LISTA DE SIGLAS .................................................................................................... xv

SUMÁRIO ................................................................................................................xvii

1. INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 1

1.1. Materiais Mesoporosos ........................................................................................ 1

1.2. Funcionalização do MCM-41 ................................................................................ 6

1.3. Considerações gerais sobre corantes .................................................................. 9

1.4. Complexos de Lantanídeos ................................................................................ 14

1.5. Complexos de rutênio......................................................................................... 17

1.5.1. Reações de Transferência de Hidrogênio ....................................................... 21

2. OBJETIVOS .......................................................................................................... 23

2.1. Objetivo Geral .................................................................................................... 23

2.2. Objetivos específicos ......................................................................................... 23

3. PARTE EXPERIMENTAL ..................................................................................... 24

3.1. Materiais ............................................................................................................. 24

3.2. Procedimento Experimental ............................................................................... 24

3.2.1 Síntese do MCM-41 ......................................................................................... 24

3.2.2. Funcionalização do MCM-41 ........................................................................... 25

3.2.3. Síntese do cloreto de gadolínio ....................................................................... 26

3.2.4. Síntese de NH2-MCM-41-Ln (onde Ln= Eu, Tb ou Gd) ................................... 26

3.2.5. Síntese de NH2-MCM-41-Ln(dpa) ................................................................... 27

3.2.6. Síntese do complexo [RuCl2(PPh3)3] ............................................................... 27

3.2.7. Síntese do complexo [RuCl2(PPh3)2(Meo-bipy)] .............................................. 27

3.2.8. Imobilização do complexo [RuCl2(PPh3)2(Meo-bipy)] no NH2-MCM-41 ........... 28

3.2.9. Reação de transferência de hidrogênio ........................................................... 29

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xviii

3.2.10. Adsorção do corante vermelho de remazol utilizando NH2-MCM-41 ............. 29

3.3.1. Espectroscopia de absorção na região do Infravermelho................................ 33

3.3.2. Análise Elementar ........................................................................................... 34

3.3.3. Análise Térmica ............................................................................................... 34

3.3.4. Difratometria de Raios-X ................................................................................. 34

3.3.5. Adsorção de Nitrogênio ................................................................................... 36

3.3.6. Espectroscopia de Luminescência .................................................................. 37

3.3.7. Medidas dos tempos de vida dos estados excitados ...................................... 38

3.3.8. Parâmetros de intensidade .............................................................................. 38

3.3.9. Espectroscopia de absorção na região do Ultravioleta-vísivel ........................ 39

3.3.10. Medidas eletroquímicas ................................................................................. 40

3.4. Cromatografia Gasosa ....................................................................................... 40

4. RESULTADOS E DISCUSSÕES ......................................................................... 42

4.1. MCM-41 funcionalizado ...................................................................................... 42

4.1.1. Espectroscopia de absorção na região do Infravermelho................................ 42

4.1.2. Análise Alementar ........................................................................................... 44

4.1.3. Análise Termogravimétrica .............................................................................. 45

4.1.4. Difração de raios-X .......................................................................................... 46

4.1.5. Adsorção de Nitrogênio ................................................................................... 47

4.1.6. Adsorção do corante vermelho de remazol ..................................................... 48

4.1.6.1. Efeito do pH .................................................................................................. 50

4.1.6.2. Efeito da temperatura ................................................................................... 51

4.1.6.3. Efeito da dose do adsorvente ....................................................................... 52

4.1.6.4. Efeito da concentração inicial ....................................................................... 53

4.1.6.5. Determinação do pHPZC – ponto de carga zero ............................................ 54

4.1.6.6. Processo de dessorção ................................................................................ 55

4.1.6.7. Isotermas de Adsorção ................................................................................. 56

4.1.6.8. Cinética de adsorção .................................................................................... 58

4.1.6.9. Comparando com outros adsorventes .......................................................... 60

4.1.7. Considerações Gerais ..................................................................................... 60

4.2. Íons Lantanídeos imobilizados no NH2-MCM-41 e a coordenação do ácido 2,6-

piridina-dicarboxílico (dpa) ........................................................................................ 62

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xix

4.2.1. Espectroscopia de absorção na região do Infravermelho................................ 62

4.2.2. Análise Elementar ........................................................................................... 64

4.2.3. Análise Térmica ............................................................................................... 66

4.2.4. Difração de raios-X .......................................................................................... 70

4.2.5. Adsorção de Nitrogênio ................................................................................... 72

4.2.6. Espectroscopia de Luminescência .................................................................. 75

4.2.6.1. NH2-MCM-41-Eu(dpa)3 ................................................................................. 75

4.2.6.1.1. Parâmetros de Intensidade Experimentais ................................................ 77

4.2.6.2. NH2-MCM-41-Tb(dpa)3 ................................................................................. 78

4.2.6.3. NH2-MCM-41-Gd(dpa)3 ................................................................................ 81

4.2.6.4. Tempo de vida .............................................................................................. 83

4.2.7. Considerações Gerais .................................................................................... 86

4.3. Complexo de rutênio imobilizado no NH2-MCM-41 ............................................ 88

4.3.1. Espectroscopia de absorção na região do Infravermelho................................ 88

4.3.2. Análise Elementar ........................................................................................... 91

4.3.3. Análise Termogravimétrica ............................................................................. 92

4.3.4. Difratometria de raios-X ................................................................................... 94

4.3.5. Adsorção de Nitrogênio ................................................................................... 95

4.3.6. Espectroscopia de absorção na região do Ultravioleta-vísivel ........................ 96

4.3.7. Medidas eletroquímicas................................................................................... 97

4.3.8. Testes catalíticos ........................................................................................... 100

4.3.9. Considerações Gerais ................................................................................... 104

5. CONCLUSÕES ................................................................................................... 105

6. PERSPECTIVAS FUTURAS ............................................................................... 106

7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................... 107

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1

1. INTRODUÇÃO

1.1. Materiais Mesoporosos

Materiais com estrutura porosa são de grande importância na atividade

industrial, com utilização como adsorventes, catalisadores, suportes catalíticos, além

de apresentarem potencialidade tecnológica para materiais avançados como

semicondutores, clusters, fotossensores entre outros [1].

De acordo com a IUPAC (União Internacional de Química Pura e Aplicada),

os materiais porosos são divididos em três classes [2]:

Microporos – apresentam diâmetro de poros inferior a 2 nm.

Mesoporos – apresentam diâmetro de poros entre 2-50 nm.

Macroporos – apresentam diâmetro de poros maiores que 50 nm.

A descoberta dos materiais mesoporosos no início dos anos 90 possibilitou

novas perspectivas para várias aplicações industriais devido à grande acessibilidade

de seus poros e a alta área superficial, estes materiais estão sendo bastante

promissores como sensores ópticos [3], na área da catálise [4], adsorção [5], extração

[6] e liberação de fármacos [7].

Desde a descoberta da família de materiais M41S pelos pesquisadores da

Mobil Corporation em 1992, tem sido bastante explorado a síntese e caracterização

destas peneiras moleculares mesoporosas [8-9]. Estes materiais têm propriedades de

peneiras moleculares e poros numa faixa de diâmetro bem definidos na faixa de 20-

100 Ǻ arranjados uniformemente no espaço. Esta família apresenta 3

mesoestruturas bem definidas (Figura 1): MCM-41,com arranjo hexagonal de poros

unidimensionais; MCM-48, com arranjo tridimensional de poros cúbico e MCM-50,

com estrutura lamelar [10].

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2

a) b) c)

Figura 1. Esquema representativo das estruturas dos materiais: a) MCM-41, b)

MCM-48 e c) MCM-50[11].

O membro mais estudado da família M41S é o MCM-41. Este material é

constituído de sílica amorfa com poros na forma de canais cilíndricos de diâmetro

uniforme. O diâmetro dos poros do MCM-41 pode variar entre 1,0 e 10 nm,

apresenta elevada área superficial (> 700 m2 g-1) e volume de poros maiores que 0,5

mL g-1. Devido a estas propriedades, o MCM-41 tem atraído grande atenção na área

de catálise, de materiais adsorventes, de sensores, liberação de fármacos e

adsorção de gases poluentes [1,12].

O MCM-41 pode ser sintetizado seguindo uma ampla variedade de rotas

sintéticas, entretanto o método mais utilizado é o hidrotermal. Este é realizado

basicamente com uma fonte de sílica, agente mineralizante, agente direcionador e

água como solvente [13-14]. Um aspecto comum em todas as rotas de síntese é a

presença de um agente direcionador, além de uma fonte de silício. Um direcionador

é um agente que orienta a estrutura durante a síntese, já que a mesma é formada ao

redor dele. Os direcionadores (ou templates) mais comuns são os íons quaternários

de amônio com cadeias alquilas longas que possibilita a formação de tubos em

forma de bastão durante a síntese do MCM-41. O direcionador é uma molécula

orgânica que possui em sua estrutura uma extremidade polar (hidrofílica) e outra

apolar (hidrofóbica) composta por uma cadeia de hidrocarbonetos (Figura 2. a). O

surfactante mais comum é o brometo de cetiltrimetilamônio (CTABr) utilizado em

meio básico (Figura 2.b).

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3

(a)

(b)

N

H3C CH3

CH3CH3(CH2)14CH2

Br-

Figura 2. (a) Desenho esquemático de uma molécula de surfactante. (b) Brometo de

cetiltrimetilamônio, agente direcionador comumente utilizado na síntese do MCM-41.

A utilização de agentes expansores na síntese do MCM-41 traz modificações

em sua estrutura. Esses agentes são moléculas orgânicas volumosas que são

adicionadas no meio reacional para aumentar o diâmetro de poros, porém resulta

em baixa estabilidade química e hidrotermal [15].

Beck e colaboradores (1992) [9] propuseram um mecanismo para explicar a

síntese do MCM-41 chamado de ―Liquid Crystal Templating‖ (Direcionador de Cristal

Líquido-LCT). Estes relataram que a estrutura do MCM-41 é definida pela

organização das moléculas do surfactante no interior dos cristais líquidos, que

servem como direcionadores para a formação dessa peneira molecular. Desta

forma, inicialmente formar-se-ia a estrutura micelar em forma de bastão, a qual em

uma segunda etapa produziria o arranjo hexagonal de bastões seguido pela

incorporação de um material inorgânico (sílica) ao redor das estruturas tubulares.

Com a calcinação, o direcionador orgânico é eliminado, formando os cilindros vazios

num arranjo hexagonal (Figura 3). Outro mecanismo proposto por este mesmo grupo

foi seguindo a rota 2 (Figura 3), em que as espécies de silicato promoveriam a

formação de cristal líquido do surfactante e iniciariam a formação da estrutura. Com

a calcinação formar-se-ia o arranjo hexagonal.

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4

Figura 3. Mecanismo de formação do MCM-41: 1) iniciado por cristais líquidos, 2)

iniciado por ânions silicato [9].

De acordo com o mecanismo LCT, existe a possibilidade de ajustar o

tamanho do poro entre 2-10 nm. Isto é possível utilizando surfactantes com

diferentes comprimentos de cadeia [16].

Entretanto, outros mecanismos foram propostos para elucidar a formação do

MCM-41, principalmente porque a fase ordenada está presente apenas após a

inclusão da sílica. Desta forma, foi proposto que as microemulsões micelares não se

agregam antes, mas durante a formação da estrutura do MCM-41 [17-18]. Huo e

colaboradores (1994) [19] propuseram uma modificação no mecanismo LCT. O

bastão ou canal micelar seria formado apenas na presença de espécies silicato,

sendo as responsáveis pelo ordenamento do surfactante. Desta forma, a formação

desses materiais na presença de surfactantes iônicos ocorre via mecanismo

cooperativo, onde as interações eletrostáticas entre os íons inorgânicos e do

surfactante têm um papel essencial na determinação da morfologia da mesofase

obtida.

O mecanismo proposto por Frasch e colaboradores (2000) [20] reporta a

importância da concentração do direcionador na orientação preferencial do

mecanismo de síntese do MCM-41. O mecanismo LCT é seguido apenas se a

concentração do direcionador estiver muito próxima ou é igual à de cristal líquido. Já

para a ocorrência do mecanismo dirigido pelo íon silicato, deve haver uma

concentração do direcionador próxima ou abaixo da concentração micelar crítica.

A Figura 4 apresenta o mecanismo proposto por Frash e colaboradores

(2000) [20]. O estado A representa a solução aquosa inicial contendo as micelas

esféricas em equilíbrio com os íons surfactantes livres e os contra-íons livres. A

micela tem cerca de 80% íons surfactantes micelados neutralizados pelos contra-

íons. A etapa 1 consiste na adição de espécies silicatos, em condições alcalinas, no

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5

sistema original. Uma pequena fração dos íons brometos da micela são trocados por

OH- ou íons silicatos como representado no estado B, em que as micelas têm um

íon silicato, mas muitos contra-íons são ainda íons brometos. Na etapa 2, o pH é

ajustado e o sistema pode ser também aquecido. O efeito destes fatores externos é

para iniciar a polimerização das espécies silicatos que resulta primeiro na formação

de pré-polímeros de sílica com baixo grau de polimerização, como representado no

estado C do sistema. Estes pré-polímeros assumem uma carga negativa enquanto

inicia a precipitação a um pH bem acima do ponto isoelétrico da sílica. Os pré-

polímeros podem iniciar ligando a vários íons surfactantes. Neste estado, um

modelo similar foi proposto por Huo e colaboradores (1994) [19], em que há formação

do material mesoestruturado orgânico-inorgânico. Após algum tempo decorrido, com

a diminuição do pH (etapa 3), os pré-polímeros silicatos crescem e podem se ligar

mais surfactante e de uma forma mais cooperativa. Isto corresponde ao estado D.

Na etapa 4 há a precipitação do complexo mesoestruturado

polissilicatos/surfactantes.

Figura 4. Representação esquemática do mecanismo proposto para a formação do

MCM-41 por Frasch e colaboradores (2000) [20].

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6

Outro mecanismo proposto relata que as micelas orgânicas em forma de

bastão, em ordem aleatória, interagem com as espécies silicatos para produzir duas

ou três monocamadas de sílica em torno da superfície externa das micelas. Em

seguida, estas espécies formam espontaneamente o arranjo hexagonal e a

condensação do silicato ao redor das micelas dá origem ao MCM-41(Figura 5). Com

a remoção do surfactante, em pequenos intervalos de tempos de reação, o material

pode não está estável pelo elevado número de grupos silanóis não-condensados. A

depender também da temperatura de calcinação, resultará num material mais

estável e com grande quantidade de grupos silanóis condensados [21].

Figura 5. Esquema do mecanismo de empilhamento de micelas cilíndricas [21].

Embora existam muitos mecanismos propostos para a formação do MCM-41,

esta diversidade contribui para o entendimento da morfologia como também da

orientação dos poros. Sabendo disto, tem-se que alguns fatores influenciam na

síntese do MCM-41, como: temperatura de cristalização, fonte de silício, pH,

utilização de co-solventes, tipo de surfactante, a razão surfactante/SiO2. A

calcinação, etapa em que se retira o template do sistema de poros, é uma variável

importante na síntese. Altas temperaturas diminuem o tempo para a remoção do

template, entretanto, pode danificar a estrutura ordenada [21-22].

1.2. Funcionalização do MCM-41

Existem diversos trabalhos referentes às aplicações do MCM-41 como

catalisador, suporte de catalisador ou adsorvente [4,23-24]. As propriedades catalíticas

desses mesoporosos podem ser ajustadas pela incorporação de diferentes metais

ou complexos metálicos em suas estruturas [25]. A modificação por funcionalização

com moléculas orgânicas interfere na capacidade de adsorção destes materiais

mesoporosos [24]. Desta forma, existe a necessidade de investigar estes materiais e

analisar a funcionalização ou a incorporação de metais na estrutura dos

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7

mesoporosos estruturados, visto que podem apresentar diversas aplicações de

interesse econômico.

As modificações destes materiais podem ser efetuadas por diversos métodos,

como os métodos diretos que podem ou não ser hidrotérmicos e métodos indiretos

(conhecidos como pós-sínteses), tais como, impregnação aquosa, troca iônica do

direcionador e imobilização.

No método direto, o precursor de silício e o precursor do íon metálico são

adicionados lentamente no meio reacional, ao mesmo tempo ou em sequência, de

modo que estes se condensam em torno das micelas. Desta forma, os íons

metálicos poderão ser incorporados tanto nas paredes externas como na estrutura

interna dos mesoporosos [26]. O método hidrotérmico envolve aquecimento dos

reagentes a altas temperaturas e necessitam de maior tempo para a obtenção do

material [27]. O método não hidrotérmico pode ser realizado a temperatura ambiente

com eficiência equivalente ao anterior [28].

No método indireto troca iônica do direcionador, durante a síntese do MCM-41

com surfactante catiônico, a parte hidrofílica do direcionador, que possui carga

positiva, interage com a superfície do poro do material mesoporoso através de

forças coulômbicas. Durante o processo de troca iônica essa interação é quebrada e

o surfactante catiônico é substituído por um cátion metálico (Figura 6) [26].

Figura 6. Processo de troca iônica do direcionador por um cátion metálico [26].

O método de impregnação é simples e rápido, sendo um dos mais utilizados

na preparação de catalisadores heterogêneos, mas menos explorados na

preparação do MCM-41 modificado, por não assegurar a introdução das espécies

metálicas nos mesoporosos. Na impregnação incipiente, o volume de solvente

adicionado ao suporte é igual ao seu volume de poro. Já na impregnação por

evaporação, a quantidade de solvente adicionado excede o volume de poro do

suporte [29-30].

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8

Outra modificação realizada no MCM-41 é a imobilização de complexos

metálicos ou metais. Para tal, é necessário incorporar grupos orgânicos nestes

materiais, estes podem ser introduzidos por reação direta de organossilanos com os

grupos silanóis. Este método apresenta algumas vantagens como a estrutura

resultante do material resultante continua ordenada após a funcionalização, os

grupos funcionais podem ser escolhidos de acordo com os objetivos pré-

determinados e o material resultante apresenta alta estabilidade hidrotérmica (Figura

7) [31-32].

Figura 7. Esquema de modificação do MCM-41 com grupo orgânico [11].

Para a funcionalização dos mesoporos são, geralmente, utilizados os

alcoxissilanos, que são tri-alcóxidos de silício que possuem cadeias carbônicas

curtas como espaçador e grupos funcionais terminais como amino (Figura 8),

mercapto, carboxila, tiocianato, vinila, entre outros.

Si

NH2

OH

OH

OH

Figura 8. Estrutura do 3-aminopropilmetoxisilano.

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9

A funcionalização de materiais mesoporosos com grupos orgânicos tem

apresentado um número maior de pesquisas devido à variedade de aplicações. A

modificação química proporciona interesse direto na aplicação destes materiais nas

áreas da adsorção, catálise, cromatografia, liberação controlada de fármaco, entre

outras [31].

A funcionalização da superfície dos materiais mesoporosos com grupos

orgânicos apresenta importância e eficiência na adsorção. Materiais mesoporosos

funcionalizados com grupos funcionais são suscetíveis a maior adsorção de

corantes carregados negativamente que os materiais mesoporosos sem

funcionalização [24, 33-34].

Nos últimos anos, o interesse no desenvolvimento de materiais híbridos

orgânico-inorgânico tem despertado também interesse na catálise. Isso se deve as

vantagens da catálise heterogênea, como fácil separação do meio reacional,

reutilização, além de poder proporcionar um catalisador mais seletivo [35-36].

1.3. Considerações gerais sobre corantes

Os corantes são compostos químicos orgânicos coloridos que absorvem luz

visível seletivamente devido à presença de grupos cromóforos tais como nitro,

nitroso, azo e carbonila [37].

A molécula do corante pode ser dividida em duas partes principais, o grupo

cromóforo e a estrutura responsável pela fixação à fibra. Desta forma, eles são

classificados de acordo com sua estrutura química ou de acordo com o modo de

fixação da molécula na fibra [38].

Segundo a estrutura química, o grupo de corantes mais representativos e

largamente empregados são os azocorantes. Estes apresentam um ou mais

grupamentos –N=N- ligados a sistemas aromáticos. Cerca de 60% dos corantes

utilizados atualmente no mundo são deste grupo, sendo extensamente usados no

tingimento de fibras têxteis [39].

De acordo com o modo de fixação, os corantes são classificados em: reativos,

diretos, azóicos, ácidos, corantes a cuba, de enxofre, dispersivos, pré-metalizados e

branqueadores. Entre estes, os reativos são os mais utilizados mundialmente [38-39].

Os corantes reativos contém um grupo eletrofílico denominado reativo capaz de

formar ligação covalente com grupos hidroxila das fibras celulósicas, com grupos

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10

amino, hidroxila e tióis das fibras protéicas e também com grupos amino das

poliamidas. Estes corantes apresentam alta solubilidade em água e estabelecem

ligação covalente entre o corante e a fibra, conferindo maior estabilidade na cor do

tecido tingido [38].

A contaminação da água com corantes é um sério problema ambiental. Os

corantes sintéticos são utilizados por várias indústrias como a têxtil, de papel, de

impressão e pinturas para casas. Os efluentes destas indústrias são altamente

coloridos e o descarte dos corantes em águas naturais pode causar efeitos nos

sistemas biológicos por causa da natureza cancerígena, mutagênica, alergênica e

tóxica dos corantes. Mesmo a presença de pequenas quantidades de corantes na

água (menor que um 1 mg. L-1 para alguns corantes) é altamente visível e

indesejável [40-41]. Além disso, algumas classes de corantes são moléculas estáveis

que são resistentes a degradação por luz, química, biológica e são consideradas

como possíveis cancerígenas ou mutagênicas para humanos. Desta forma, é

necessário reduzir a concentração de corantes em águas residuais antes de ser

liberado no meio ambiente [41].

Métodos de descolorização de águas residuais como separação física,

oxidação química e degradação biológica têm sido reportados [41]. Entre os vários

métodos de remoção de corantes, considerável atenção tem sido oferecida a

adsorção por ser um método versátil e eficiente. A adsorção produz um produto de

alta qualidade e é um processo economicamente viável [41- 43].

A adsorção é um fenômeno que ocorre quando duas fases imiscíveis são

colocadas em contato sempre ocorre que a concentração de uma substância numa

fase é maior que na interface do que no seu interior assim, há a tendência de uma

substância acumular-se na superfície de outra [44].

Page 33: Danilo Oliveira Santos Avaliação da versatilidade do MCM ... · iv “Agradeço todas ... the surface area, ... infrared region of the immobilized complex have a displacement in

11

Tabela 1. Vantagens e desvantagens de métodos utilizados na remoção de corantes

têxteis [45].

Método Vantagem Desvantagem

Reagente de

Fenton

Descoloração eficiente de

corantes solúveis e insolúveis

Geração de lodo

Ozonização

Aplicado no estado gasoso:

não há alteração de volume

Meia-vida curta (20 min)

Fotoquímico

Não produz lodo

Forma subproduto

Hipoclorito de

sódio (NaOCl)

Inicia e acelera a clivagem da

ligação azo

Libera amina aromática

Cucurbituril

Boa capacidade de adsorção

para vários corantes

Custo alto

Destruição

eletroquímica

Compostos da decomposição

química não são perigosos

Custo alto de eletricidade

Carvão ativado

Boa remoção de grande

variedade de corantes

Custo alto

Turfa

Bom adsorvente por causa da

estrutura celular

Área superficial específica para a

adsorção é menor que a do carvão

ativado

Cavaco de

madeira

Boa capacidade de adsorção

para corantes ácidos

Requer muito tempo de retenção

Sílica-gel

Remoção eficiente para

corantes básicos

Reações laterais impedem

aplicação comercial

Filtração -

membranas

Remove todos os tipos de

corantes

Produção concentrada de lodo

Page 34: Danilo Oliveira Santos Avaliação da versatilidade do MCM ... · iv “Agradeço todas ... the surface area, ... infrared region of the immobilized complex have a displacement in

12

Troca iônica Regeneração: não há perda de

adsorvente

Não é eficiente para todos os

corantes

Irradiação

Oxidação eficiente em escala

laboratorial

Requer muito O2 dissolvido

Coagulação

eletrocinética

Eficiente economicamente

Produção grande de lodo

O corante vermelho de remazol é classificado como reativo e está incluído no

grupo dos azocorantes, sendo muito utilizado no tingimento de fibras têxteis. A

Tabela 2 apresenta as características gerais deste corante e a sua estrutura

molecular na Figura 9.

Tabela 2. Características gerais do vermelho de remazol.

Nome Vermelho de Remazol

Cromóforo Azo

Comprimento de onda de absorbância máxima 520 nm

Massa Molecular 1120,31 g/mol

Fórmula Química C31H19ClN7Na5O18S6

Classe Reativo

Page 35: Danilo Oliveira Santos Avaliação da versatilidade do MCM ... · iv “Agradeço todas ... the surface area, ... infrared region of the immobilized complex have a displacement in

13

Figura 9. Estrutura do vermelho de remazol.

Devido a suas características, este corante deve ser removido das águas

residuais. Alguns trabalhos [40, 46-49] reportam a remoção do corante vermelho de

remazol de meio aquoso.

Catanho e colaboradores (2006) [46] apresentaram o desenvolvimento da

oxidação fotocatalítica assistida eletroquimicamente do corante vermelho de

remazol. Os autores demonstraram que a degradação fotocatlítica, eletroquímica e

fotoeletroquímica do corante. Kaur e colaboradores (2007) [47] também reportaram a

degradação do vermelho de remazol utilizando a oxidação fotocatalítica usando luz

UV e oxigênio.

Dizge e colaboradores (2008) [48] mostraram a adsorção de três corantes, azul

brilhante de remazol, vermelho de remazol e amarelo rifacion por cinzas a partir de

NaO3S SO3Na

N

OHN

NaO3SSO3Na

NN

N

Cl

NHN

H

S

O

O

SO3Na

Page 36: Danilo Oliveira Santos Avaliação da versatilidade do MCM ... · iv “Agradeço todas ... the surface area, ... infrared region of the immobilized complex have a displacement in

14

meio aquoso. Os estudos indicaram que as cinzas têm potencial como adsorvente

para a remoção dos três corantes reativos de soluções aquosas.

Akar e colaboradores (2009) [40] investigaram a utilização de Phaseolus

vulgaris L, uma biomassa para a descoloração de soluções contendo corante têxtil

reativo. Os resultados indicam que esta biomassa pode ser usada como um

bioadsorvente eficiente e barato para a remoção do corante vermelho de remazol de

soluções aquosas.

Faraji e colaboradores (2010) [49] examinaram a remoção de três corantes

reativos, preto, vermelho e azul, por adsorção com brometo de cetilmetilamônio

revestido por NPs Fe3O4. O estudo indicou que o composto sintetizado é eficiente na

remoção de corantes reativos e sua fabricação é viável economicamente.

1.4. Complexos de Lantanídeos

Nas últimas décadas, a pesquisa na área de compostos de coordenação

contendo íons lantanídeos tem se desenvolvido devido a sua ampla variedade de

aplicações proporcionadas pelas suas propriedades ópticas. Estes sistemas

apresentam propriedades espectroscópicas específicas, como tempo de vida longo,

bandas de emissão finas e bem definidas, resultando em interesse para aplicação

em: marcadores ópticos [50], camadas emissoras em ―displays‖ [51-52], dispositivos

eletroluminescentes [53], fluoroimunoensaios (marcadores biológicos) [54-56],

aplicações terapêuticas [57], atividades biológicas [58].

Sob excitação direta ao íon metálico, os espectros de absorção e emissão

dos lantanídeos exibem baixa intensidade, isso se deve às transições

intraconfiguracionais 4f-4f serem proibidas por paridade. Entretanto, quando estão

em seu estado de oxidação 3+ podem coordenar-se a ligantes orgânicos

apresentando alta estabilidade e luminescência intensa. Esta propriedade é

conseqüência do processo de transferência de energia intramolecular a partir de

estados eletrônicos associados ao ligante, para estados 4f do íon metálico [59-60].

Os íons lantanídeos formam ácidos duros e interagem preferencialmente com

as bases duras. Os ácidos duros são pequenos ou cátions com alta carga com

elétrons não facilmente polarizados, como H+, cátions dos grupos 1 e 2, B, Al, os

lantanídeos e actinídeos. As bases duras são átomos doadores de elétrons de

Page 37: Danilo Oliveira Santos Avaliação da versatilidade do MCM ... · iv “Agradeço todas ... the surface area, ... infrared region of the immobilized complex have a displacement in

15

eletronegatividade alta, polarizabilidade baixa e tamanho relativamente pequeno, por

exemplo, F, O e N [61].

Os complexos de lantanídeos com ligantes orgânicos estão sendo

desenvolvidos principalmente pelas suas propriedades espectroscópicas como

Dispositivos Moleculares Conversores de Luz [62]. Esta propriedade deve-se ao

―efeito antena‖, os ligantes recebem a radiação ultravioleta com alta eficiência, os

íons lantanídeos convertem a energia absorvida em radiação no visível. Este efeito

ocorre nas seguintes etapas (Figura 10) [59]:

1. Absorção da radiação ultravioleta pelos ligantes;

2. Transferência de energia dos níveis excitados do ligante para os níveis

4f do íon lantanídeo;

3. Emissão da radiação característica na região do visível pelo íon

metálico.

Figura 10. Representação esquemática do efeito antena.

Os ligantes orgânicos tridentados derivados de ácidos carboxílicos estão

sendo usados na síntese de compostos de coordenação com íons lantanídeos. O

ácido piridina-2,6-dicarboxílico (dpa) (Figura 11) tem sido extensamente estudado

como ligante nos polímeros de coordenação com íons lantanídeos por formar

ligação estável e por favorecer a transferência de energia para os íons quando o

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16

composto é excitado [63-65]. O dpa pode coordena-se ao íon lantanídeo através do

nitrogênio do anel e dos dois oxigênios dos carboxilatos [66].

NO

OHO

OH

Figura 11. Estrutura do ácido piridina-2,6-dicarboxílico (dpa).

Lima e colaboradores (2005) [67] reportaram que dependendo do tipo de

ligante derivado de um ácido dicarboxílico coordenado ao íon lantanídeo, há uma

tendência crescente nas energias dos estados tripletos à medida que o átomo de

oxigênio do anel é substituído por um átomo de nitrogênio. Desta forma, a partir dos

ligantes derivados de ácido carboxílico estudados, ácido piridina-2,6-dicarboxílico

(dpa), ácido quelidâmico (damic), ácido quelidônico (donic), o dpa apresentou maior

energia do estado tripleto.

Complexos de lantanídeos também são utilizados como catalisadores de

reações orgânicas. Desta forma a alteração na estrutura dos ligantes pode modificar

as propriedades dos complexos para o desenvolvimento de catalisadores mais

eficientes ou mais seletivos [68]. Parac-Vogt e colaboradores (2004) [69] reportaram

que complexos de íons lantanídeos com ácidos sulfônicos aromáticos são eficientes

catalisadores para a nitração de tolueno. Gauvin e colaboradores (2006) [70]

sugeriram que uma série de complexos de lantanídeos suportados em sílica tem

propriedades catalíticas para iniciar a polimerização de etileno, isopreno e MMA

(metacrilato de metila), são ativos na isomerização de alcenos e podem ser

regenerados em sistemas catalíticos demonstrando serem catalisadores versáteis

em reações orgânicas.

O interesse pela incorporação de complexos de lantanídeos em materiais

mesoporosos tem crescido visando à obtenção de materiais com maior intensidade

de luminescência. Chun-Xia e colaboradores (2006) [71] relataram a incorporação de

um complexo de európio no SBA-15 modificado com 3-aminopropiltrietoxisilano.

Este material apresentou excelente emissão no vermelho, devido principalmente a

influência da amina presente em 3- aminopropiltrietoxisilano, porque a amina pode

proporcionar uma redução na simetria do íon Eu+3 no sistema. Fu e colaboradores

Page 39: Danilo Oliveira Santos Avaliação da versatilidade do MCM ... · iv “Agradeço todas ... the surface area, ... infrared region of the immobilized complex have a displacement in

17

(2002) [72] apresentaram um complexo de európio incorporado em MCM-41

modificado com 3-aminopropiltrietoxisilano. O MCM-41 modificado forneceu um

ambiente propício para melhorar a intensidade da luminescência e tempo de vida.

Complexos de térbio e európio foram imobilizados em MCM-41

funcionalizado. Li e colaboradores (2009) [73] reportaram a síntese de dois materiais

híbridos com MCM-41 funcionalizado com ácidos carboxílicos aromáticos. Nestes

materiais foram introduzidos íons Eu+3 e Tb+3 e as propriedades luminescentes

foram investigadas. Os resultados demonstraram que a luminescência característica

correspondente aos íons lantanídeos ocorre através da transferência de energia

intramolecular a partir do ligante modificado para os íons lantanídeos.

Li e colaboradores (2010) [74] reportaram a síntese de materiais mesoporosos

híbridos com lantanídeos (Európio e Térbio). O mesoporoso SBA-16 foi

funcionalizado com duas β-dicetonas para posterior ligação com íons lantanídeos.

Os resultados demonstraram que a estrutura mesoporosa foi conservada no final do

processo. Além disso, os dados mostram que o SBA-16 é um bom candidato a

suporte de complexos de lantanídeos porque o material final exibiu maior

intensidade de luminescência e maior tempo de meia-vida.

Complexos de lantanídeos (Tb e Eu) foram imobilizados covalentemente em

MCM-41 modificado por ácido meta-aminobenzóico com isocianato de 3-

(trietoxisilano)-propil. Foram investigadas as propriedades de luminescência dos

materiais que mostram a luminescência característica dos íons lantanídeos

correspondentes através das transferências de energia intramolecular do ligante

modificado para os íons lantanídeos. Desta forma, estes materiais apresentaram

boas propriedades luminescentes, a estrutura mesoporosa hexagonal do MCM-41

foi preservada, e pode ser aplicado em dispositivos ópticos ou eletrônicos [75].

1.5. Complexos de rutênio

Os complexos de rutênio são de grande interesse devido a suas diversas

aplicações gerado pela escolha do ligante. Os estados de oxidação mais comuns

são Ru(II), Ru(III) e Ru(IV), estes complexos são normalmente octaédricos e sofrem

estabilização do campo ligante. Estes complexos são de grande interesse, pois suas

propriedades podem ser moduladas pela escolha do ligante [76]. Muitos complexos

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18

de rutênio têm sido preparados e caracterizados com vistas às suas aplicações em

catálise [77], fotólise [78], química bioinorgânica [79-80] e eletroluminescência [81].

A química do rutênio com ligantes quelantes aromáticos nitrogenados tem

crescido principalmente em torno das polipiridinas, particularmente 2,2‘-bipiridina

(Figura 12) e seus derivados. Estes ligantes são interessantes devido a suas

propriedades de transferência de elétron, fotoquímicas e catalíticas. Estes

complexos são caracterizados pela forte transferência de carga metal-ligante (TCML)

resultando em complexos coloridos com bandas na região do visível. Como estes

complexos apresentam propriedades que dependem dos grupos substituintes do

ligante polipiridínico, podem ser desenvolvidas novas estruturas de compostos com

aplicações específicas [82-84].

N

OCH3

N

OCH3

Figura 12. Estrutura do ligante 4,4‘- dimetóxi-2,2‘- bipiridina (Meo-bipy).

Desde a descoberta, no final do século XIX, o ligante bipiridina tem sido

extensamente usado para a complexação de íons metálicos, devido sua estabilidade

redox e sua facilidade de funcionalização [84].

Complexos de rutênio(II) com ligantes polipiridínicos substituídos foram

difundidos a partir da década de 70, em que se observou o possível uso de

derivados de [Ru(bipy)3]2+ como catalisador na fotodecomposição da água [85-86].

O complexo precursor [RuCl2(bipy)2] é muito usado para o preparo de uma

variedade de complexos do tipo [RuL2(bipy)2]n+. Os átomos de cloro coordenados ao

complexo [RuCl2(bipy)2] são lábeis na presença de solventes apropriados,

permitindo sua substituição por diferentes ligantes [86].

Os ligantes fosfínicos (Figura 13) estão sendo usados nas sínteses de

complexos de rutênio por alterarem a geometria desses complexos, determinando a

reatividade e estabilidade na esfera de coordenação do centro metálico. O complexo

[RuCl2(PPh3)3] é utilizado como um material de partida para a preparação de outros

complexos de rutênio. A substituição de uma trifenilfosfina deste complexo por outro

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19

ligante como nitrilas, aminas aromáticas, cetonas, ß-dicetonas, ácidos carboxílicos e

ciclopentadienos são descritos na literatura [87].

P

Figura 13. Estrutura do ligante trifenilfosfina (PPh3).

Os ligantes fosfínicos possuem um par de elétrons capaz de formar ligações σ

estáveis e orbitais híbridos, do tipo 3pσ*dπ vazios, capazes de receber elétrons.

Desta forma, a densidade eletrônica é compartilhada entre o ligante e o metal,

originando ligações mais estáveis. Este processo é denominado retrodoação (Figura

14). As fosfinas conseguem combinar as propriedades da ligação σ doadora forte

com as ligações π receptoras, assim, são capazes de estabilizar as valências mais

altas e as mais baixas de metais de transição, além de exercerem alterações sobre

a reatividade do centro metálico e apresentarem um acentuado efeito trans

labilizante [88-89].

Figura 14. Representação das interações meal-ligante: 1. Ligação σ; 2. Retrodoação

π [76].

O efeito trans razoavelmente acentuado, aliado aos efeitos estéricos,

usualmente leva à formação de complexos facilmente dissociáveis, capazes de

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20

gerar um ―sítio vago‖ de coordenação, condição indispensável para catalisadores

homogêneos [89].

Complexos de rutênio com trifenilfosfina são bastante conhecidos por serem

excelentes catalisadores para a hidrogenação homogênea de alcenos e outros

compostos insaturados. Isto se deve a labilidade do ligante fosfínico que se dissocia

a fim de criar a insaturação necessária para o processo catalítico ocorrer [90-91].

As aplicações em catálise dos complexos de rutênio com ligantes bipiridínicos

e fosfínicos em sua esfera de coordenação tem crescido nas últimas décadas.

Sussuchi e colaboradores (2006) [92] utilizaram complexos desse tipo para

eletrooxidações de substratos orgânicos contendo diferentes grupos funcionais.

Wang e colaboradores (2011) [93] descreveram a preparação, caracterização e

atividade catalítica em reações de transferência de hidrogênio, utilizando complexos

com os ligantes tri(p-metóxifenil)fosfina, trifenilfosfina, tri(p-trifluorometilfenil)fosfina e

2,6-bis(3,5-dimetilpirazolilpiridina). Estes complexos apresentaram elevada atividade

catalítica devido à presença dos ligantes fosfínicos.

Batista e colaboradores (2001) [83] propuseram a síntese, caracterização e

comportamento eletroquímico de uma série de complexos com fórmula geral

RuCl2(PPh3)2(N)2 e RuCl2(PPh3)2(N-N), onde N e N-N são derivados da piridina e

bipiridina, respectivamente. Neste estudo, foram apresentados os potenciais de

meia-onda dos complexos determinados por voltametria cíclica e relacionados com o

pKa dos ligantes.

O interesse no desenvolvimento de catalisadores híbridos orgânico-inorgânico

tem aumentado nos últimos anos devido a sua fácil separação do meio reacional e

regeneração. A utilização de complexos de rutênio em suportes sólidos ligados

covalentemente tem apresentado resultados satisfatórios. O complexo

[Ru(PPh3)3Cl2] foi imobilizado em três diferentes materiais de carbono: grafite,

nanofibras de carbono e óxido de grafite. Estes materiais e o complexo foram

testados para hidrogenação quimiosseletiva de cinamaldeído apresentando

resultados de atividade e seletividade para o álcool insaturado, cinamil. Os valores

de atividade do catalisador homogêneo, complexo de rutênio, foram maiores que

para os materiais híbridos, entretanto, os materiais imobilizados foram mais seletivos

que o complexo em catálise homogênea [35].

Joseph e colaboradores (2003) [23] descreveram as sínteses de materiais

mesoporosos (MCM-41 e SBA-15) e a imobilização do complexo

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21

[RuHCl(CO)(PPh3)3] nestes mesoporosos com sua atividade catalítica testada na

hidrogenação de olefinas. O complexo [RuHCl(CO)(PPh3)3] foi imobilizado em MCM-

41 e SBA-15 com funcionalização com amina, pela saída de um grupo fosfínico. O

complexo imobilizado em SBA-15 apresentou maior área superficial e tamanho de

poros, o fácil acesso nos sítios ativos das moléculas dos substratos é responsável

pela maior atividade catalítica do catalisador. Os complexos metálicos foram menos

ativos que os imobilizados nos materiais mesoporos funcionalizados e puderam ser

reutilizados.

1.5.1. Reações de Transferência de Hidrogênio

As reações de transferência de hidrogênio são consideradas uma rota

alternativa e complementar às reações clássicas utilizando hidrogênio molecular.

Entre os doadores de hidrogênio empregados, o isopropanol foi escolhido devido a

seu baixo custo, facilidade de manipulação, ponto de ebulição 82 ºC, alta

solubilidade para compostos orgânicos, baixa toxidade ao meio ambiente e alta

estabilidade [78].

As reações de transferência de hidrogênio catalisadas por complexos

metálicos despertaram um interesse muito grande devido ao prêmio Nobel de

Química de 2001 [94].

Complexos de rutênio(II) com ligantes arenos tem se apresentado como

potenciais catalisadores para a transferência de hidrogênio de cetonas. Estes

complexos apresentam alta atividade catalítica e pequeno tempo de reação, porque

espécies areno saem facilmente do Ru(II) central no mecanismo de reação [95].

Aydemir e colaboradores (2010) [96] reportaram a síntese de complexos de

Ru(II) com ligante aminofosfina e bis(fosfina)amino com utilização em reações de

transferência de hidrogênio de acetofenona e derivados. Os resultados

demonstraram que os complexos com ligantes aminofosfina apresentaram elevada

atividade catalítica em relação aos outros complexos estudados. Warad e

colaboradores (2012) [97] realizaram a síntese de complexos de rutênio(II) com

ligantes diaminas e difosfinas por serem catalisadores altamente seletivos e

eficientes em reações de hidrogenação de grupos carbonilas.

Na reação de transferência de hidrogênio, o hidrogênio provém de uma

molécula doadora DHx que sofre deshidrogenação com o decorrer da reação, como

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22

mostrado na equação abaixo. As moléculas doadoras são, geralmente, o solvente

devido está presente em excesso em relação à molécula aceptora A [98].

DHx + nA → nAHx + D

A Figura 15 apresenta o mecanismo de reação de redução por transferência

de hidrogênio, usando isopropanol como doador de hidrogênio e, como catalisador,

um complexo de rutênio [RuCl2(PPh3)3]. De acordo com este mecanismo,

inicialmente forma-se o [Ru(H)2(PPh3)3] pela reação do catalisador [RuCl2(PPh3)3]

com a base e o 2-propanol. A cetona coordena-se ao rutênio pelo oxigênio e os

hidrogênios são transferidos a cetona [99].

Figura 15. Hidrogenação de cetonas por transferência de hidrogênio com o 2-

propanol catalisado por [RuCl2(PPh3)3]/base [99].

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23

2. OBJETIVOS

2.1. Objetivo Geral

Sintetizar e caracterizar o MCM-41 e funcionalizá-lo com APTS.

Avaliar a versatilidade do NH2-MCM-41 na adsorção do corante vermelho de

remazol, estudo das propriedades luminescentes deste material modificado com

íons lantanídeos (Eu3+, Tb3+ e Gd+3) e ácido 2,6-piridina-dicarboxílico (dpa) e

imobilização de complexo de rutênio para a catálise.

2.2. Objetivos específicos

Sintetizar e funcionalizar o MCM-41.

Inserir íons lantanídeos (Eu3+, Tb3+ e Gd+3) no NH2-MCM-4.1

Modificar os materiais NH2-MCM-41-Ln (Ln= Eu3+, Tb3+ e Gd+3) com ácido

2,6-piridina-dicarboxílico (dpa).

Sintetizar o complexo metálico de rutênio [RuCl2(PPh3)2(Meo-bipy)].

Avaliar a atividade catalítica do complexo de rutênio na redução de substratos

orgânicos.

Imobilizar o complexo [RuCl2(PPh3)2(Meo-bipy)] no NH2-MCM-41.

Caracterizar os materiais sintetizados por: espectroscopia de absorção na

região do infravermelho, análise elementar, análise termogravimétrica, difratometria

de raios-X, adsorção e dessorção de nitrogênio, espectroscopia de luminescência,

voltametria cíclica e espectroscopia na região do ultravioleta-visível.

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24

3. PARTE EXPERIMENTAL

3.1. Materiais

Tabela 3. Lista de reagentes e solventes.

Reagente Fórmula Química ou Sigla Fabricante

Trifenilfosfina PPh3 Sigma-Aldrich

Cloreto de rutênio hexahidratado RuCl3. 6H2O Sigma-Aldrich

4-4’-dimetóxi-2-2’-bipiridina Meo-bipy Sigma-Aldrich

Cloreto de európio hexahidratado EuCl3. 6H2O Sigma-Aldrich

Cloreto de térbio hexahidratado TbCl3. 6H2O Sigma-Aldrich

Ácido piridina-2,6-dicarboxílico dpa Sigma-Aldrich

Óxido de gadolínio Gd2O3 Sigma-Aldrich

Silicato de sódio Na2SiO3 Vetec

Sílica gel 60 para coluna

cromatográfica

SiO2 Macherey-

Nagel

Brometo de cetiltrimetilamônio CTMABr Vetec

Perclorato de tetrabutilamônio PTBA Sigma-Aldrich

Álcool etílico EtOH Vetec

Éter etílico CH3OCH3 Vetec

Diclorometano CH2Cl2 Synth

Hexano C6H12 Synth

3-aminopropilmetoxisilano APTS Merck

Tolueno C6H5CH3 Vetec

3.2. Procedimento Experimental

3.2.1 Síntese do MCM-41[100]

O MCM-41 foi sintetizado com a mistura de duas soluções formando-se um

gel com a seguinte composição molar: 1,0 CTMABr: 0,83Na2SiO3: 0,31SiO2: 194H2O

(Figura 16). A solução 1 contém 0,71 g de silicato de sódio e 0,91 g de sílica

adicionados a 8,40 mL de água deionizada e agitados durante 2 horas a 30ºC. A

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25

solução 2 contém 1,74 g de brometo de cetiltrimetilamônio adicionados a 8,30 mL de

água deionizada, com agitação constante durante 30 minutos à temperatura

ambiente. A solução 1 foi adicionada à solução 2, com agitação constante durante

30 minutos (SOLUÇÃO 3). O pH da solução resultante foi 12, ajustado para pH na

faixa entre 9-10, com uma solução de ácido acético 5%.

A solução 3 foi colocada em uma autoclave a 70ºC durante 72 horas, com

ajuste de pH entre 9 e 10 a cada 24 horas. O produto foi filtrado, lavado com água

destilada e seco a 100ºC durante 1 hora. A calcinação foi realizada por 4 horas a

550ºC, iniciando a 30ºC e com gradiente de 10ºC.min-1.

Figura 16. Esquema representativo da formação da MCM-41.

3.2.2. Funcionalização do MCM-41

A funcionalização do MCM-41 foi realizada com modificação no procedimento

experimental da literatura [101]. Em atmosfera de nitrogênio, 0,10 g de MCM-41 foram

suspensos em 20 mL de tolueno com 0,10 g (0,56 mmol) de APTS a 35ºC durante 4

horas com agitação constante (Figura 17). O sólido branco formado foi filtrado,

lavado com tolueno e diclorometano e seco a vácuo.

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26

1 11

2

3

45 6

7

8

9

1 10

2

3

45 6

7

8

9

1 10

N2

Figura 17. Aparato da síntese de NH2-MCM-41.

3.2.3. Síntese do cloreto de gadolínio

O óxido de gadolínio foi calcinado a 900 °C por 2 horas. Em seguida, foi

pesado 1,00 g de Gd2O3 e adicionado 15,00 mL de água. A esta mistura foram

adicionados 23,50 mL de HCl 0,70 mol. L-1 e a mistura foi submetida a evaporações

sucessivas até o pH na faixa 5-6 (Equação 1).

Gd2O3 + 6 HCl + 9 H2O → 2 GdCl3. 6H2O (1)

3.2.4. Síntese de NH2-MCM-41-Ln (onde Ln= Eu, Tb ou Gd) [102]

A modificação do NH2-MCM-41 com lantanídeos foi realizada com 0,20 g

deste material suspenso em 40,00 mL de etanol. A esta suspensão foram

adicionados 0,02 g de LnCl3. H2O (onde Ln= Eu, Tb ou Gd) dissolvidos em 10,00 mL

de etanol. A mistura foi refluxada durante 12 horas. O sólido foi coletado por

filtração, lavado com etanol, éter etílico e seco a vácuo (Figura 18).

1 11

2

3

45 6

7

8

9

1 10

2

3

45 6

7

8

9

1 10

Figura 18. Aparato da síntese de NH2-MCM-41-Ln.

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27

3.2.5. Síntese de NH2-MCM-41-Ln(dpa)3 (onde Ln = Eu, Tb ou Gd)

A adição do ácido piridina-2,6-dicarboxílico no NH2-MCM-41-Ln (onde Ln= Eu,

Tb ou Gd) foi obtida com este material suspenso em 30,00 mL de etanol. A esta

solução foram adicionados determinadas massas de dpa especificadas na Tabela 4

em 5,00 mL de etanol. A mistura foi refluxada por 12 horas e o sólido obtido foi

lavado com etanol, éter etílico e seco a vácuo (Figura 18).

Tabela 4. Massas de dpa utilizadas na síntese de NH2-MCM-41-Ln(dpa)3.

Material Massa de NH2-MCM-41-Ln Massa de dpa

NH2-MCM-41-Eu(dpa)3 0,100 g 0,036 g (0,217 mmol)

NH2-MCM-41-Tb(dpa)3 0,100 g 0,033 g (0,208 mmol)

NH2-MCM-41-Gd(dpa)3 0,150 g 0,053 g (0,32 mmol)

3.2.6. Síntese do complexo [RuCl2(PPh3)3] [103]

O complexo foi sintetizado com 0,79 g (3,00 mmol) de trifenilfosfina

dissolvidos em 25,00 mL de etanol quente. A esta solução foi adicionada uma

solução com 0,10 g (0,50 mmol) de RuCl3. 6H2O em 5,00 mL de etanol. Após 30

minutos de refluxo, em atmosfera de nitrogênio, a mistura foi resfriada a temperatura

ambiente e o sólido formado foi filtrado, lavado com etanol, éter etílico e seco a

vácuo (Figura 17). Rendimento: 0,43 g (89%).

3.2.7. Síntese do complexo [RuCl2(PPh3)2(Meo-bipy)][104]

O complexo foi sintetizado com 0,30 g (0,31 mmol) do complexo

[RuCl2(PPh3)3], 0,07g (0,34 mmol) de Meo-bipy misturados a 30,00 mL de

diclorometano, em atmosfera de nitrogênio, com agitação constante durante 30

minutos. Após este período, foram adicionados 6,00 mL de éter etílico para

formação do precipitado marrom. O produto foi filtrado, lavado com hexano e éter

etílico, seco a vácuo (Figura 19). Rendimento: 0, 27 g (94 %).

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28

RuCl3.xH2O

P

Etanol, refluxo, 30 min

Atmosfera inerte

N

OCH3

N

OCH3

CH2Cl2, refluxo, 30 min

Atmosfera inerteRu

N

OCH3

N

OCH3

PPh3

PPh3 Cl

Cl

Ru

Cl

Cl

PPh3

Ph3P

Ph3P

Ru

Cl

Cl

PPh3

Ph3P

Ph3PP

Figura 19. Esquema da síntese do complexo [RuCl2(PPh3)2(Meo-bipy)].

3.2.8. Imobilização do complexo [RuCl2(PPh3)2(Meo-bipy)] no NH2-MCM-41[23]

A imobilização do complexo foi realizada com 0,10g de NH2-MCM-41

adicionados a 20,00 mL de tolueno, formando uma suspensão. Uma solução com

0,01 g do complexo [RuCl2(PPh3)2(Meo-bipy)] em 5,00 mL foi adicionada a

suspensão. A mistura foi mantida sob refluxo, em atmosfera de nitrogênio, por 3

horas. O sólido marrom foi filtrado, lavado com tolueno, diclorometano e seco a

vácuo (Figura 20).

Figura 20. Esquema do NH2-MCM-41-[RuCl(PPh3) 2(Meo-bipy)].

Page 51: Danilo Oliveira Santos Avaliação da versatilidade do MCM ... · iv “Agradeço todas ... the surface area, ... infrared region of the immobilized complex have a displacement in

29

3.2.9. Reação de transferência de hidrogênio

A reação de transferência de hidrogênio foi realizada com 5,00 mmol do

substrato orgânico (acetofenona, pulegona, sulcatona ou fenchona), 0,01 mmol do

complexo em 6,00 mL de isopropanol mantidos a 82ºC por 20 minutos em agitação e

atmosfera de argônio. Após este tempo, 3,00 mL de NaOH 0,05 mol. L-1 em

isopropanol foram adicionados e em seguida, após decorrido o tempo de 3 horas,a

mistura foi deixada em temperatura ambiente e adicionado éter dietílico. A mistura

foi centrifugada por 15 minutos e o produto resultante foi filtrado (Figura 17). Este

mesmo procedimento foi realizado com o complexo imobilizado no MCM-41

funcionalizado (NH2-MCM-41-[RuCl2(PPh3)(Meo-bipy)] ). Os produtos da reação

foram inicialmente analisados por cromatografia de camada delgada, utilizando

como eluente uma mistura de hexano: acetato de etila (9:1) e o revelador

anisaldeído para identificação dos compostos. Para a quantificação dos compostos

foi utilizado cromatógrafo a gás (CG) acoplado a um espectrômetro de massas.

3.2.10. Adsorção do corante vermelho de remazol utilizando NH2-MCM-41

Os estudos cinéticos foram realizados em forma de batelada sob temperatura

e agitação constante no termoestabilizador tipo Dubnoff da Micronal. O

procedimento adotado obedeceu às seguintes etapas: 0,100 g do NH2-MCM-41 foi

adicionado a 50,00 mL de solução de corante vermelho de remazol (100 mg.L-1)

após termostatização inicial da solução por 30 minutos na temperatura desejada. A

cada determinado intervalo de tempo, foram realizadas análises

espectrofotométricas na região do UV-Visível num espectrofotômetro SP-22 da

Bioespectro.

Para a quantificação do corante foi construída uma curva de calibração

(Absorbância versus concentração do corante em mg. L-1) na faixa 1-100 mg/L. As

leituras de absorbância foram determinadas no comprimento de onda de máxima

absorbância do vermelho de remazol (520 nm). Os ensaios foram realizados em

triplicata, utilizando-se a média das medidas e para o ajuste do pH da solução

utilizou-se soluções de HCl e NaOH 0,1 mol. L-1.

Foram avaliados os seguintes parâmetros:

pH: na faixa 2-12.

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30

Temperatura: 25,40 e 55ºC±1ºC.

Dose do adsorvente: 0,050g, 0,075g e 0,100g.

As quantidades adsorvidas de corante nos estudos cinéticos foram calculadas

utilizando a seguinte equação:

(2)

Qt é a quantidade adsorvida do corante por grama do adsorvente em mg. g-1,

C0 é a concentração inicial do corante, em mg.L-1, Ct é a concentração do corante na

solução após um tempo predeterminado t, em mg.L-1, v é o volume da solução em L

e m é a massa do adsorvente em g.

Os estudos de adsorção do corante no equilíbrio químico seguiram a mesma

metodologia dos estudos cinéticos. Os experimentos foram realizados nas

temperaturas 25, 40 e 55ºC ±0,1ºC, utilizando soluções do corante com

concentrações inicias entre 10 e 100 mg. L-1. O tempo de equilíbrio em 360 minutos

foi determinado a partir dos resultados dos estudos cinéticos.

As quantidades adsorvidas do corante no equilíbrio foram calculadas do

seguinte modo:

(3)

Qe é a quantidade adsorvida do corante por grama do adsorvente em mg/g no

equilíbrio, C0 é a concentração inicial do corante, em mg/L, Ce é a concentração do

corante na solução no equilíbrio, em mg/L, v é o volume da solução em litros (L) e m

é a massa do adsorvente em grama (g).

Existem vários modelos cinéticos desenvolvidos para analisar dados de

adsorção na interface sólido/solução. Neste trabalho foram aplicados os modelos de

pseudo primeira ordem, pseudo segunda ordem e ordem fracionária. No processo

cinético de adsorção, o termo pseudo é utilizado para indicar que diversas reações

estão acontecendo simultaneamente, no entanto o que é levado em consideração

para efeitos de estudo, é o processo cinético de adsorção de maneira isolada.

Page 53: Danilo Oliveira Santos Avaliação da versatilidade do MCM ... · iv “Agradeço todas ... the surface area, ... infrared region of the immobilized complex have a displacement in

31

O modelo de pseudo primeira ordem, originalmente descrito por Lagergren, é

mostrado na equação abaixo [105-107]:

(4)

Qt representa a quantidade adsorvida em um dado tempo t, k1 é a constante

de velocidade da reação de adsorção de pseudo primeira ordem e qe representa a

quantidade adsorvida no equilíbrio. Pela integração da equação, aplicando-se as

condições de contorno em que Qt=0 e t=0 e Qt=Qt a t=t, obtém-se a seguinte

equação:

(5)

Outra forma para esta equação é:

(6)

A partir desta equação, as constantes cinéticas Qe e k1 são calculadas.

O modelo de pseudo segunda ordem, desenvolvido por Ho e Mckay [108], é

expresso pela equação:

(7)

k2 é a constante de velocidade de pseudo segunda ordem. Ao integrar esta

equação nas mesmas condições de contorno do modelo cinético de pseudo primeira

ordem obtém-se a seguinte equação:

(8)

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32

Outra forma para esta equação é:

(9)

Os modelos cinéticos descritos até aqui apresentam algumas limitações,

principalmente quando ocorrem eventos com ordens cinéticas fracionárias, ou

quando as constantes cinéticas se alteram em função do tempo de contato. Para

contornar estas limitações, o modelo cinético alternativo vem sendo utilizado. O

modelo de ordem fracionária, adaptado do modelo cinético desenvolvido por Avrami,

utiliza uma função exponencial apresentada na seguinte equação [109]:

(10)

kAv é a constante cinética de Avrami e n outra constante, associada à ordem

cinética da reação de adsorção. A forma linearizada da equação de Avrami é:

( (

)) (11)

Os dados de adsorção podem ser representados por uma isoterma de

adsorção que mostra a relação de equilíbrio entre a quantidade do material

adsorvido e a concentração do corante em equilíbrio. Existem alguns modelos para

descrever os dados experimentais das isotermas de adsorção. Os modelos de

Langmuir e Freundlich são os mais frequentemente usados pra descrever isotermas

para aplicações em meio aquoso [110].

A isoterma de Langmuir é válida para adsorção em monocamada na

superfície contendo um número finito de sítios idênticos. O modelo assume energias

uniformes de sorção na superfície e que não há transmigração do adsorbato no

plano da superfície [111].

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33

A isoterma de Langmuir é representada matematicamente por:

(

)

(12)

Qe é a quantidade de soluto adsorvido no equilíbrio, Qm é a quantidade

máxima de soluto adsorvido para a formação de uma monocamada completa, Ceq

corresponde à concentração do adsorbato no equilíbrio e b é o coeficiente de

Langmuir.

A isoterma de Freundlich é usada para descrever o equilíbrio em superfícies

heterogêneas. Para sistemas que seguem esse modelo, ocorre a formação de

multicamadas [111].

O modelo é representado pela seguinte equação:

(

) (13)

Nesta equação, KF e 1/n são constantes de Freundlich.

3.3. Caracterizações dos materiais

3.3.1. Espectroscopia de absorção na região do Infravermelho

Os espectros de absorção na região do infravermelho foram obtidos em um

espectrofotômetro de infravermelho com transformada de Fourier (FTIR) da Varian,

modelo 640 – IR, usando Brometo de Potássio (KBr) como agente dispersante. O

KBr foi mantido em estufa a 120ºC por 5 horas antes das análises. Os espectros

foram obtidos na região de 4000 a 400 cm-1.

Esta técnica de caracterização é uma das mais comuns existentes que

permite identificar o deslocamento e surgimento de bandas de absorções

vibracionais dos materiais sintetizados em relação aos materiais de partida ou

ligantes livres.

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34

3.3.2. Análise Elementar

As medidas de análise elementar de C, H, e N dos complexos metálicos

foram realizadas no Departamento de Química da Universidade Federal de

Pernambuco – UFPE em um equipamento CHNS-O Anlyzer Flash, modelo 112

Series EA Thermo Finningan.

3.3.3. Análise Térmica

As análises térmicas foram realizadas em um analisador termogravimétrico da

Shimadzu, modelo TGA-50 sob atmosfera de nitrogênio com fluxo de 40 mL min-1 na

faixa de temperatura de 30 a 900 °C com razão de aquecimento de 10 ºC min-1. A

DTG foi obtida a partir da derivada da curva TG.

A análise termogravimétrica fornece informações quantitativas referentes a

qualquer variação de massa associada a uma alteração no sistema em função da

temperatura. A derivada da análise térmica indica o início e o término de cada perda

de massa ocorrida na curva de TG devido às decomposições ou desidratações.

3.3.4. Difratometria de Raios-X

As medidas foram realizadas no Departamento de Física da Universidade

Federal de Pernambuco – UFPE em um equipamento da Siemens, modelo D-5000,

usando radiação CuKα (λ = 1,5406 Ǻ), obtida por 40 kV em corrente de filamento de

40 mA. Os dados foram coletados com ângulo de difração (2θ) de 1º a 10º, com

passo de 0,02º e tempo de aquisição de 1s.

Este técnica de caracterização foi utilizada para os materiais mesoporosos. O

MCM-41 caracterizado por este método apresenta um difratograma de raios-X

padrão, em que se observa de três a cinco picos de reflexão. Estes picos de reflexão

são devido ao arranjo hexagonal ordenado de tubos de sílica paralelos e podem ser

indexados, assumindo a célula unitária hexagonal, com (100), (110), (200), (210) e

(300), sendo que a existência de um único plano (100) tem sido determinante para

evidenciar a presença da estrutura MCM-41 [9].

Os difratogramas de raios X são usados para identificar a estrutura hexagonal

características do MCM-41. O parâmetro do arranjo hexagonal mesoporoso a0

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35

(parâmetro de rede) da estrutura MCM-41 é obtido através do pico de reflexão para

o plano (100), calculado pela seguinte equação:

(14)

d(100) é a distância interplanar relativa ao plano (100), a0 é o parâmetro do

arranjo hexagonal da estrutura mesoporosa do MCM-41. A distância interplanar para

o plano (100) pode ser obtido pelo equação:

(15)

é o comprimento de onda para o .

A Figura 21 mostra o esquema do arranjo mesoporoso hexagonal do MCM-41

calcinado.

Figura 21. Estrutura hexagonal do MCM-41 [112].

O parâmetro de estrutura mesoporoso (a0) representa a soma do diâmetro

médio dos poros (Dp) do material e a espessura média da parede de sílica (Wt) que

pode ser obtido a partir do valor da distância interplanar no plano (100).

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36

3.3.5. Adsorção de Nitrogênio

O levantamento das isotermas de adsorção dos materiais mesoporosos foi

obtido num equipamento NOVA 1200. Cerca de 100 mg de cada amostra foi

previamente seca a 100ºC durante 3 horas sob vácuo para em seguida serem

submetidas à adsorção de nitrogênio a 77 K. As isotermas de adsorção e dessorção

foram obtidas numa faixa de p/p0 de 0,01 a 0,95.

Esta técnica foi utilizada para determinar as isotermas de adsorção-dessorção

de nitrogênio para calcular a área superficial específica, volume e diâmetro de poros.

A área superficial foi obtida correlacionando os dados da pressão relativa pelo

método de Brunaer-Emmett-Tellet (BET) [113] e o volume e distribuição dos poros

pelo método de Barrett – Joyner – Halenda (BJH) [114].

Segundo a IUPAC, a maioria dos sólidos obedece a um dos seis tipos de

isotermas de adsorção existentes, sendo a do tipo IV, característica dos materiais

mesoporosos (Figura 22).

Na isoterma do tipo IV ocorre inicialmente a cobertura de uma monocamada.

O segundo degrau de adsorção indica a adsorção na faixa dos mesoporosos.

Normalmente esse tipo de isoterma apresenta um ―loop‖ de histerese, ou seja, a

isoterma não segue o mesmo caminho para a adsorção e dessorção [112].

Figura 22. Classificação das isotermas segundo a IUPAC [112].

Segundo a IUPAC, as histereses observadas em isotermas do tipo IV por

adsorção de nitrogênio com P/P0 de 0 a 1 se dividem em quatro tipos (Figura 23). As

histereses do tipo I e II são características de materiais com sistema de poros

cilíndricos, ou feitos a partir de agregados ou aglomerados, de partículas esferoidais.

Em ambos os casos os poros podem ter tamanho uniforme, H Tipo I, ou tamanho

não uniforme, H Tipo II. As histereses do tipo II e IV são usualmente encontradas em

sólidos formados a partir de agregados de partículas formando poros de diferentes

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37

geometrias, como por exemplo: pratos ou partículas cúbicas, com tamanho uniforme

(H Tipo III) e não uniforme (H Tipo IV).

Figura 23. Perfil das histereses de adsorção de nitrogênio [112].

3.3.6. Espectroscopia de Luminescência

As medidas foram realizadas no Departamento de Física da Universidade

Federal de Pernambuco – UFPE. Os espectros de excitação e emissão foram

obtidos à temperatura ambiente em um Fluorolog-3 Spectrometer, modelo FL3-2T

com dupla excitação e emissão única (TRIAX 320), acoplado a uma

fotomultiplicadora R928P Hamamatsu. A fonte de excitação é uma lâmpada de

xenônio de 450 W. As fendas de excitação e emissão foram de 0,3 e 0,3 nm,

respectivamente, e o passo de 0,1 nm.

Para realização das medidas de emissão fixa-se o monocromador no

comprimento de onda máximo de excitação do material a ser analisado e varia-se o

monocromador de emissão, normalmente a região de varredura é a do visível. Para

obtenção dos espectros de excitação é fixado o monocromador no comprimento de

onda de maior emissão e em seguida monitora-se a região de excitação do

composto.

Os materiais com gadolínio foram sintetizados porque com os espectros de

emissão destes materiais permitem identificar os níveis excitados dos ligantes e com

isso estimar o tipo de mecanismo de transferência de energia. Isso só é possível,

devido aos níveis emissores do íon Gd+3 serem inacessíveis à região do visível [66].

Page 60: Danilo Oliveira Santos Avaliação da versatilidade do MCM ... · iv “Agradeço todas ... the surface area, ... infrared region of the immobilized complex have a displacement in

38

3.3.7. Medidas dos tempos de vida dos estados excitados

As medidas de tempo de decaimento dos estados excitados 5D0 e 5D4 dos

materiais com Eu+3 e Tb+3 foram realizadas através do monitoramento das

transições mais intensas, 5D0→7F0 e 5D4→

7F5, nos respectivos materiais.

3.3.8. Parâmetros de intensidade

Os valores dos parâmetros de intensidade Ω2 e Ω4 são obtidos em função das

transições 5D0→7F2 e 5D0→

7F4, respectivamente, e por sua vez, são presumidos

usando a transição 5D0→7F1 como referência. Esta consideração é feita devido à

transição 5D0→7F1 ser controlada por mecanismo de dipolo magnético e, por isso,

não sofre influência do campo ligante. As equações usadas nos cálculos são

mostradas abaixo [115].

A01 = 0,31.10-11 η3 σ1)3 (16)

A01 = coeficiente de emissão espontânea da transição 5D0→7F1;

η = índice de refração do composto (1,5);

σ1 = energia média da transição;

0,31.10-11 = constante característica do íon Eu+3;

(17)

A02 = coeficiente de emissão espontânea da transição 5D0→7F2;

σ1 = energia média da transição 5D0→7F1;

σ2 = energia média da transição 5D0→7F2;

S01 = área sob a curva da transição 5D0→7F1;

S02 = área sob a curva da transição 5D0→7F2;

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39

(18)

Ω2 = parâmetro de intensidade

A02 = coeficiente de emissão espontânea da transição 5D0→7F2;

σ2 = energia média da transição 5D0→7F2;

η = índice de refração do composto (1,5);

constante = ⟨ ‖ ⟩

,da tabela de Carnall [116];

(19)

A04 = coeficiente de emissão espontânea da transição 5D0→7F4;

σ1 = energia média da transição 5D0→7F1;

σ4 = energia média da transição 5D0→7F4;

S01 = área sob a curva da transição 5D0→7F1;

S04 = área sob a curva da transição 5D0→7F4;

(20)

Ω4 = parâmetro de intensidade

A04 = coeficiente de emissão espontânea da transição 5D0→7F4;

σ4 = energia média da transição 5D0→7F4;

η = índice de refração do composto (1,5);

constante = ⟨ ‖ ⟩

,da tabela de Carnall [116].

3.3.9. Espectroscopia de absorção na região do Ultravioleta-vísivel

Os espectros de absorção na região do ultravioleta-vísivel (UV/Vis) foram

obtidos utilizando-se um espectrofotômetro Varian Spectrophotometer, modelo Cary

Page 62: Danilo Oliveira Santos Avaliação da versatilidade do MCM ... · iv “Agradeço todas ... the surface area, ... infrared region of the immobilized complex have a displacement in

40

100 Scan. As medidas foram feitas utilizando cubetas de quartzo com caminho

óptico de 1 cm na região compreendida entre 200 e 800 nm.

As medidas na região do ultravioleta-visível foram realizadas com o intuito de

se obter maiores informações a respeito de algumas transições eletrônicas. Levando

em conta as características eletrônicas dos ligantes e do centro metálico envolvidos

no complexo pode-se fazer estas previsões.

3.3.10. Medidas eletroquímicas

As medidas eletroquímicas do complexo de rutênio [RuCl2(PPh3)2(Meo-bipy)]

foram realizadas em um Potenciostato/Galvanostato µAutolab, modeloType III. Os

potenciais são medidos em relação ao eletrodo de referência prata/cloreto de prata

(Ag/AgCl), com eletrodo auxiliar e de trabalho de platina. O eletrólito suporte das

soluções foi o perclorato de tetrabutilamônio (PTBA) em diclorometano.

3.4. Cromatografia Gasosa

As identificações e quantificações dos produtos da reação catalítica foram

realizadas em cromatógrafo a gás acoplado à espectrometria de massas (GC-MS)

da Shimadzu, modelo QP 5050A. As condições cromatográficas estão listadas na

Tabela 5:

Page 63: Danilo Oliveira Santos Avaliação da versatilidade do MCM ... · iv “Agradeço todas ... the surface area, ... infrared region of the immobilized complex have a displacement in

41

Tabela 5. Condições cromatográficas de análise.

Coluna DB-5 (5% fenil, 95% metilpolisiloxano)-comprimento 30m-diâmetro 0,25mm e espessura do filme 0,25µm.

Rampa de temperatura

50 °C por 1,5minutos, aquecimento para 150 °C numa taxa de 3 °C por minuto e aquecimento para 250 °C numa taxa de 10 °C por minuto permanecendo nessa temperatura por 3 minutos.

Tempo de análise

49,83 minutos

Gás de arraste Hélio (99, 999% de pureza)

Modo de injeção Split (razão split 87:1)

Fluxo da coluna 1,2 mL/min (64,2 KPa)

Temperatura do injetor 250 °C

Temperatura da

interface

280 °C

Volume de injeção 0,5 µL

Modo de operação do

MS

70eV, SCAN

Fonte de ionização Impacto de elétrons

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42

4. RESULTADOS E DISCUSSÕES

4.1. MCM-41 funcionalizado

4.1.1. Espectroscopia de absorção na região do Infravermelho

4000 3500 3000 2500 2000 1500 1000 500

CH

NH

NH

NH

Si-

OH

Si-

O-S

i

Si-

O

Tra

ns

mit

ân

cia

(u

.a)

Nْ mero de onda (cm-1)

MCM-41

NH2-MCM-41

Figura 24. Espectros de absorção na região do infravermelho do MCM-41 e do NH2-

MCM-41.

A espectroscopia de absorção na região do infravermelho é uma técnica

utilizada na caracterização de materiais mesoporosos. Com esta técnica pode-se

obter informação sobre a ligação de grupos orgânicos nos suportes mesoporosos. A

Figura 24 apresenta os espectros de absorção na região do infravermelho e a

Tabela 6 apresenta as principais freqüências vibracionais e suas respectivas

atribuições do MCM-41 e NH2-MCM-41. No espectro do MCM-41 é observada uma

banda larga em 3455 cm-1 que pode ser atribuída ao estiramento da ligação O-H da

água adsorvida e dos grupos silanóis (Si-OH). Em adição, a banda em 1640 cm-1 é

característica do grupo OH fora do plano. O MCM-41 apresenta a banda em 1080

cm-1 que pode ser relacionada às vibrações das ligações Si-O-Si. A banda em 1243

cm-1 é atribuída ao estiramento assimétrico de v(Si-O). A banda situada em 963 cm-1

Page 65: Danilo Oliveira Santos Avaliação da versatilidade do MCM ... · iv “Agradeço todas ... the surface area, ... infrared region of the immobilized complex have a displacement in

43

pode ser atribuída à vibração v(Si-OH) dos grupos silanóis presentes no material. As

bandas em 801 cm-1 e 457 cm-1 estão relacionadas aos respectivos estiramentos

simétrico e assimétrico das ligações v(Si-O). Estas bandas são características da

sílica condensada, responsável pela formação da superfície deste material [117].

O espectro NH2-MCM-41 apresenta as bandas de absorção características

do MCM-41 e bandas do APTS sendo indicativo da funcionalização do MCM-41. A

banda em 3450 cm-1 pode ser atribuída ao estiramento do NH do grupo NH2. As

bandas em 692 cm-1 e em 1555 cm-1 são atribuídas, respectivamente, à deformação

angular do grupo NH2 e à deformação simétrica do grupo NH2, estas sugerem a

presença dos grupamentos amina na amostra. A banda relacionada ao grupo C-N é

observada na faixa de 1000 – 1200 cm-1, no entanto, esta banda não pode ser

evidenciada, provavelmente devido à sobreposição desta com as bandas atribuídas

aos estiramentos Si-O. A banda em 2932 cm-1 foi atribuída ao estiramento C-H do

propil do APTS. Neste espectro a banda em 963 cm-1, correspondente à vibração

angular Si-OH, diminui significativamente de intensidade, isto se deve à formação de

ligações com o grupo APTS (Si-O-APTS) [118].

Tabela 6. Frequências vibracionais observadas e suas respectivas atribuições para

o espectro de infravermelho do MCM-41 e do NH2-MCM-41.

Material Número de onda

(cm-1)

Atribuição

MCM-41

3455 Grupos hidroxilas dos silanóis e da água

adsorvida

1640 Água adsorvida na superfície do material

1243 Estiramento Si-O assimétrico

1080 Vibrações das ligações Si-O-Si

963 Vibração Si-OH

801 Estiramento simétrico Si-O

457 Estiramento Si-O assimétrico

NH2-MCM-41

3450 Estiramento N-H

2932 Estiramento C-H

1555 Deformação simétrica do grupo NH2

692 Deformação angular do grupo NH2

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44

4.1.2. Análise Alementar

A funcionalização do MCM-41 pode ocorrer de forma completa ou apenas

parcial, conforme Figura 25. De acordo com os dados da análise elementar, a

funcionalização ocorreu de forma completa, com saída de três moléculas de metanol

para cada molécula de APTS no meio reacional.

Figura 25. Esquema do MCM-41 funcionalizado.

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45

4.1.3. Análise Termogravimétrica

200 400 600 800

(a)

DT

G

Pe

rda

de

ma

ss

a

Temperatura (ºC)

(b)

Figura 26. Curvas de TG e DTG do (a) MCM-41; (b) NH2-MCM-41.

A análise das curvas termogravimétricas e suas respectivas derivadas

permitem determinar o teor de compostos orgânicos nas amostras. As curvas

termogravimétricas com suas respectivas derivadas do MCM-41 e do NH2-MCM-41

são apresentadas na Figura 26. Na curva termogravimétrica do MCM-41, pode ser

observada apenas uma perda de massa na faixa de 35-125 ºC correspondente à

remoção ou dessorção de água fisicamente adsorvidas na superfície externa ou nos

poros do material. Visto que não há outra perda de massa e o agente direcionador

(CTABr) decompõe-se aproximadamente na faixa de 250-500ºC, percebe-se que na

etapa de calcinação deste material, todo ele foi removido [119,120]. A curva do NH2-

MCM-41 apresenta duas perdas de massas: a primeira na faixa de 35-135 °C,

correspondendo à dessorção de água da superfície deste material e a segunda

perda de massa entre 230-500 °C que está relacionada à degradação dos

grupamentos do APTS existentes na amostra. A porcentagem de APTS existente na

amostra, estimada pela TGA, foi 11%, com 6,82% de carbono e 2,65% de nitrogênio.

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46

4.1.4. Difração de raios-X

O difratograma padrão de raios-X para materiais mesoporos do tipo MCM-41

apresenta de três a cinco picos de reflexão entre 2º e 10º. As reflexões são devido

ao arranjo hexagonal ordenado de tubos de sílica paralelos e essas reflexões

apresentam índices de Miller relativos aos planos situadas em (100), (110), (200), (2

10) e (300) [7].

2 3 4 5 6 7 8 9 10

200110

MCM-41100

200110

100

2(graus)

NH2-MCM-41

Inte

ns

ida

de

(u

.a.)

Figura 27. Difratogramas de raios-X do MCM-41 e do NH2-MCM-41.

A Figura 27 apresenta os difratogramas de raios-X do MCM-41 e do NH2-

MCM-41. O difratograma de raios-X do MCM-41 apresenta três índices nos planos

de reflexão (100), (110) e (200), indicando a formação de estrutura hexagonal

condizente com dados da literatura [7]. Comparando o difratograma de raios-X do

MCM-41 como o do NH2-MCM-41, pode ser observado que os picos são

equivalentes, apenas com uma redução na intensidade no caso do NH2-MCM-41,

sendo indicativo da manutenção do arranjo hexagonal do MCM-41 mesmo após a

funcionalização.

Page 69: Danilo Oliveira Santos Avaliação da versatilidade do MCM ... · iv “Agradeço todas ... the surface area, ... infrared region of the immobilized complex have a displacement in

47

A Tabela 7 apresenta os parâmetros do arranjo hexagonal mesoporoso dos

dois materiais obtidos. Comparando os valores do parâmetro de arranjo hexagonal

de estrutura do MCM-41 com os valores de a0 do NH2-MCM-41 pode se observar

que a estrutura foi mantida após a funcionalização.

Tabela 7. Parâmetros do arranjo hexagonal mesoporoso do MCM-41 e o

NH2-MCM-41.

Amostra 2θ hkl d(hkl) a0(nm)

MCM-41 2,40 100 36,70 4,20

NH2-MCM-41 2,40 100 36,50 4,20

4.1.5. Adsorção de Nitrogênio

0,2 0,4 0,6 0,8 1,0

0

200

400

600

Vo

lum

e a

ds

orv

ido

(c

m3/g

)

P/P0

MCM-41

NH2-MCM-41

Figura 28. Isotermas de adsorção de N2 do MCM-41 e do NH2-MCM-41.

As isotermas de adsorção de nitrogênio a 77K do MCM-41 e do NH2-MCM-41

são apresentadas na Figura 28. Pode ser observado que as amostras apresentam

isotermas do tipo IV com histerese tipo H1, características de materiais

mesoporosos. Desta forma, ocorre inicialmente a cobertura de uma monocamada e

Page 70: Danilo Oliveira Santos Avaliação da versatilidade do MCM ... · iv “Agradeço todas ... the surface area, ... infrared region of the immobilized complex have a displacement in

48

o segundo grau de adsorção indica a adsorção na faixa dos mesoporosos. As

histereses tipo H1 são características de sistemas de poros cilíndricos uniformes [9,

121]. A Tabela 8 apresenta as propriedades superficiais do MCM-41 e NH2-MCM-41.

Tabela 8. Propriedades superficiais do MCM-41 e do NH2-MCM-41.

Amostra a0 Dp (nm) Wt (nm) Vp (cm3 g-1) SBET (m2 g-1)

MCM-41 4,241 1,444 2,797 0,450 662,9

NH2-MCM-41 4,220 1,808 2,412 0,518 215,5

Através da diferença entre o parâmetro de estrutura (a0) e o diâmetro médio

de poros (Dp) foi possível estimar os valores médios das espessuras de parede de

sílica (Wt). Comparando com a literatura [9], pode ser observado que os valores de

Wt são relativamente altos o que pode conferir a esses materiais alta resistência

mecânica. Após a funcionalização foi observado que ocorreu uma diminuição na

área superficial do material devido a introdução do APTS nos poros do material.

Entretanto, há um aumento no volume e diâmetro de poros após a funcionalização,

estando compatível com dados reportados na literatura [23-24].

4.1.6. Adsorção do corante vermelho de remazol

O material NH2-MCM-41 foi utilizado em experimentos de adsorção do

corante vermelho de remazol. Os seguintes parâmetros foram avaliados para melhor

eficiência do processo: pH, temperatura, dose do adsorvente e concentração inicial.

Além disso, foi determinado o pHPZC (ponto de carga zero) para estudos de

dessorção do corante.

O espectro de absorção na região do UV-Vis do corante vermelho de remazol

é apresentado na Figura 29. Para o estudo de adsorção foi escolhido o comprimento

de 520 nm, que corresponde ao de máxima absorção do corante na região do

visível.

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49

200 250 300 350 400 450 500 550 600 650 700 750 800

Ab

so

rbâ

ncia

(u

.a.)

Numero de onda (nm)

Figura 29. Espectro de absorção na região do UV-Vis do vermelho de remazol (100

mg L-1) em solução aquosa.

Determinado o comprimento de onda de trabalho, foi construída a curva de

calibração em 520 nm para quantificar a adsorção do corante. Esta curva é

apresentada na Figura 30, apresenta coeficiente de correlação igual a 0,995.

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 110

-0,2

0,0

0,2

0,4

0,6

0,8

1,0

1,2

1,4

1,6

1,8

Ab

sorb

ânci

a (u

.a)

Concentração (mg/L)

Figura 30. Curva de calibração do corante vermelho de remazol.

Page 72: Danilo Oliveira Santos Avaliação da versatilidade do MCM ... · iv “Agradeço todas ... the surface area, ... infrared region of the immobilized complex have a displacement in

50

4.1.6.1. Efeito do pH

No processo de adsorção do corante vermelho de remazol foi evidenciado

uma dependência do pH da solução conforme apresentado na Figura 31. Em pH

igual a 2, o adsorvente mostrou-se mais eficiente e com o aumento do pH há um

decréscimo na adsorção. Neste meio (pH=2) ocorre a protonação do grupamento

amina, responsável pela geração de cargas positivas no NH2-MCM-41. O corante

vermelho de remazol é um ácido aniônico, contendo o grupo sulfônico SO3-, deste

modo, o processo de adsorção, neste pH, pode ser explicado pela atração

eletrostática entre o grupamento amina do adsorvente e o grupo sulfônico do

adsorvato (Figura 32).

0 50 100 150 200 250 300 350

-20

-10

0

10

20

30

40

50

Q (

mg

/g)

Tempo (min)

pH 2,0

pH 4,0

pH 5,6

pH 10,0

pH 12,0

Figura 31. Efeito do pH na adsorção do corante vermelho de remazol a 25ºC.

Page 73: Danilo Oliveira Santos Avaliação da versatilidade do MCM ... · iv “Agradeço todas ... the surface area, ... infrared region of the immobilized complex have a displacement in

51

Figura 32. Ilustração esquemática da interação do corante vermelho de remazol

com o NH2-MCM-41.

4.1.6.2. Efeito da temperatura

O efeito da temperatura na adsorção do vermelho de remazol foi investigado

nas temperaturas, 25, 40 e 55 ºC (Figura 33). A adsorção aumenta com o aumento

da temperatura de 25 a 55 ºC. Com o aumento da temperatura há uma elevação na

taxa de difusão das moléculas do adsorbato na superfície externa e poros internos

do adsorvente. Além disso, a mudança de temperatura muda a capacidade de

equilíbrio do adsorvente para um adsorbato particular [122]. De fato, o possível

mecanismo de interação entre o grupo amino protonado do NH2-MCM-41 e o grupo

sulfônico na molécula do corante é favorecido em temperaturas mais elevadas [123].

Page 74: Danilo Oliveira Santos Avaliação da versatilidade do MCM ... · iv “Agradeço todas ... the surface area, ... infrared region of the immobilized complex have a displacement in

52

0 50 100 150 200 250 300

0

10

20

30

40

50

Q (

mg

/g)

Tempo (min)

25ºC

40ºC

55ºC

Figura 33. Efeito da temperatura na adsorção do corante vermelho de remazol.

4.1.6.3. Efeito da dose do adsorvente

A dose de adsorvente é um importante parâmetro na determinação da

capacidade de adsorção. Com o objetivo de analisar a relação da massa do

adsorvente com a quantidade de corante adsorvido foram realizados ensaios com:

0,050g, 0,075g e 0,100g de NH2-MCM-41 (Figura 34).

Na Figura 35 pode ser observado que com a massa de 0,100 g, em 360

minutos, 99,1% do corante foram removidos do meio. Com a diminuição da massa

do adsorvente, a adsorção do corante diminui e o tempo para atingir o equilíbrio

aumenta (Tabela 9). Estes resultados indicam que a capacidade de adsorção

aumenta com quantidades maiores de adsorvente. Este aumento na capacidade de

adsorção pode ser atribuído ao aumento da área superficial e a disponibilidade de

mais sítios de adsorção.

Page 75: Danilo Oliveira Santos Avaliação da versatilidade do MCM ... · iv “Agradeço todas ... the surface area, ... infrared region of the immobilized complex have a displacement in

53

Tabela 9. Efeito da massa do adsorvente na adsorção do corante vermelho de

remazol.

Massa (g) Porcentagem de

remoção (360 minutos)

Porcentagem de

remoção (1440

minutos)

0,100 99,1 % Abaixo do limite de detecção

0,075 79,5 % 92,7%

0,050 66,0 % 78,0%

0 50 100 150 200 250 300 350

0

10

20

30

40

50

Q (

mg

/g)

Tempo (min)

0,1 g

0,075g

0,05g

Figura 34. Efeito da massa do adsorvente na adsorção do corante vermelho de

remazol; pH 2 e temperatura de 25 oC.

4.1.6.4. Efeito da concentração inicial

O efeito da concentração inicial do corante foi estudado em diferentes

concentrações (concentração inicial = 10 – 100 mg/L) e utilizando os parâmetros

constantes (pH=2, temperatura = 25ºC, tempo= 360 minutos e dose do adsorvente =

0,1g). A capacidade de adsorção aumenta com a concentração inicial maior do

corante (Figura 35), este resultado é devido ao aumento do número de moléculas do

Page 76: Danilo Oliveira Santos Avaliação da versatilidade do MCM ... · iv “Agradeço todas ... the surface area, ... infrared region of the immobilized complex have a displacement in

54

corante competindo pelos sítios disponíveis na superfície do adsorvente. Outra

condição favorável é o aumento do número de colisões entre o vermelho de remazol

e o adsorvente, com concentrações iniciais maiores do corante.

20 40 60 80

0

10

20

30

40

50

Q (

mg

/g)

Concentração inicial (mg/g)

Figura 35. Efeito da contração inicial do corante na adsorção do vermelho de

remazol.

4.1.6.5. Determinação do pHPZC – ponto de carga zero

O pHPZC (ponto de carga zero) pode ser uma excelente ferramenta para

descrever a interação na interface sólido/solução. O pHPZC do NH2-MCM-41 em

equilíbrio em meio aquoso foi investigado. O ponto isoleletrônico do adsorvente é

observado em pH igual 8,5 (Figura 36). Abaixo deste pH, o NH2-MMC-41 apresenta

cargas positivas e acima elas são negativas. O corante vermelho de remazol é

carregado negativamente e a adsorção destas espécies ocorre preferencialmente

em pH baixo. A partir destas análises fica evidente que a interação eletrostática é o

Page 77: Danilo Oliveira Santos Avaliação da versatilidade do MCM ... · iv “Agradeço todas ... the surface area, ... infrared region of the immobilized complex have a displacement in

55

principal mecanismo para a adsorção do corante conforme apresentado na Figura

32.

3 4 5 6 7 8 9 10 11 12

-3

-2

-1

0

1

2

3

4

5

[pH

final

- p

Hin

icia

l]

pHinicial

Figura 36. pHPZC do NH2-MCM-41 em equilíbrio em meio aquoso.

4.1.6.6. Processo de dessorção

A adsorção do corante vermelho de remazol é baixa a pH elevado, isso

implica que o corante adsorvido pode ser dessorvido do material em meio básico. A

cinética de dessorção do corante foi avaliada com soluções aquosas de NaOH em

diferentes concentrações (0,1 mol/L, 0,01 mol/L e 0,001 mol/L).

Após simulação computacional, o processo de dessorção pode ser descrito

pela equação do modelo de Avrami modificado [109]:

α = 1-exp{-Kav(t)n} (21)

Onde α é a fração adsorvida no tempo t, Kav é a constante cinética de Avrami

e n é a constante que pode ser relacionada com o mecanismo de adsorção.

Page 78: Danilo Oliveira Santos Avaliação da versatilidade do MCM ... · iv “Agradeço todas ... the surface area, ... infrared region of the immobilized complex have a displacement in

56

Os parâmetros cinéticos obtidos na dessorção do corante são listados

na Tabela 10. Os resultados mostram que a quantidade de corante dessorvida

aumenta com concentrações maiores de NaOH (Figura 37). Quando

aumentado o pH, há a protonação dos grupos sulfônicos das moléculas do

corante e as cargas positivas da superfície do adsorvente diminuem.

Tabela 10. Parâmetros cinéticos obtidos pelo modelo de Avrami modificado.

CNaOH (M) qe (mg/g) Porcentagem de dessorção (%) n kav R

0.1 50.4 98.2 0.266 0.0217 0.99

0.01 43.2 84.5 0.017 0.0176 0.99

0.001 8.76 21.2 0.038 0.0379 0.99

0 50 100 150 200 250 300 350

0

10

20

30

40

0,1 M

0,01 M

0,001 M

Q (

mg

/g)

Tempo (min)

Figura 37. Efeito da concentração do NaOH na dessorção do vermelho de remazol.

4.1.6.7. Isotermas de Adsorção

Alguns modelos matemáticos vêm sendo utilizados para descreverem

os comportamentos das isotermas de adsorção no equilíbrio químico. Neste

trabalho, foram utilizados os modelos de Langmuir e Freundlich.

Page 79: Danilo Oliveira Santos Avaliação da versatilidade do MCM ... · iv “Agradeço todas ... the surface area, ... infrared region of the immobilized complex have a displacement in

57

A Figura 38 apresenta as isotermas de adsorção com dados experimentais e

confortadas com os modelos de Langmuir e Freundlich. Os valores de qmax, b e 1/n

são apresentados na Tabela 11. De acordo com o coeficiente de correlação, o

modelo de Freundlich é mais adequado que o de Langmuir para descrever este

processo de adsorção. Valores de n>1 para moléculas de corantes indicam

cooperação positiva na ligação e uma natureza heterogênea na adsorção [24].

0,0 0,5 1,0 1,5 2,0

0

5

10

15

20

25

30

35

Experimental

Langmuir

Freundilich

Q (

mg

/g)

Ce (mg/g)

Figura 38. Correlação dos dados de equilíbrio obtidos experimentalmente com os

dados obtidos pelos modelos de Langmuir e Freundlich.

Tabela 11. Constantes das isotermas para a adsorção do corante Vermelho de

Remazol.

Langmuir Freundlich

qm (mg/g) b (L/mg) R KF (mg/g) n (L/mg) R

35.84 1.23 0.963 1.36 2.18 0.994

Page 80: Danilo Oliveira Santos Avaliação da versatilidade do MCM ... · iv “Agradeço todas ... the surface area, ... infrared region of the immobilized complex have a displacement in

58

4.1.6.8. Cinética de adsorção

Os modelos cinéticos aplicados foram o de pseudo primeira ordem, pseudo

segunda ordem e modelo modificado de Avrami. Entretanto, o modelo cinético de

pseudo segunda ordem não se adequou aos dados experimentais.

A Tabela 12 apresenta os parâmetros cinéticos da adsorção segundo os

modelos cinéticos de pseudo primeira ordem e modificado de Avrami. A Figura 39

mostra os dados experimentais correlacionados com os dois modelos. Diante destes

dados é perceptível que o modelo modificado de Avrami se apresenta mais

adequado para descrever a cinética de adsorção. Segundo este modelo, o

parâmetro n corresponde à ordem da reação, neste caso, uma ordem fracionária

com valor 0,76.

0 50 100 150 200 250 300

0

10

20

30

40

Experimental

Avrami

Pseudo primeira ordem

Q (

mg

/g)

Tempo (min)

Figura 39. Correlação dos dados de cinética obtidos experimentalmente com os

dados obtidos pelos modelos de pseudo primeira ordem e modificado de Avrami.

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59

Tabela 12. Parâmetros cinéticos para a adsorção do corante vermelho de remazol.

Pseudo primeira ordem Modificado de Avrami

qe

(mg/g)

K1 R qe (mg/g) n Kav R

40,68 0,018 0,986 42,5 0,76 0,016 0,996

Os dados experimentais a diferentes temperaturas (25, 40 e 55 ºC) também

foram correlatos com o modelo modificado de Avrami (Figura 40 e Tabela 13). Como

já relatado anteriormente, em temperaturas mais elevadas foi observado que o

processo de adsorção apresentou-se mais rápido e com capacidade de adsorção

maior.

0 50 100 150 200 250 300

0

10

20

30

40

50

Q (

mg

/g)

Tempo (min)

25ºC

40ºC

55ºC

Figura 40. Correlação dos dados de cinética obtidos experimentalmente com os

dados obtidos pelo modelo modificado de Avrami em distintas temperaturas.

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60

Tabela 13. Parâmetros cinéticos para a adsorção do corante vermelho de remazol

em diferentes temperaturas.

Temperatura qe (mg/g) n Kav R

25 ºC 42,5 0,76 0,016 0,996

40 ºC 44,8 0,62 0,054 0,998

55 ºC 45,9 0,41 0,232 0,998

4.1.6.9. Comparando com outros adsorventes

A capacidade de adsorção do NH2-MCM-41 com o corante vermelho de

remazol encontrada neste trabalho foi 45,9 mg g-1 com eficiência de adsorção de

99,1%. Para comparação, as capacidades e eficiências de adsorção de outros

adsorventes foram: 44 mg g-1, 91% (hidróxido Fe(III)/Cr(III)) [124]; 20.8 mg g-1

(pinheiros Brasileiros) [125]; 60% (compósito com casca de ovo) [126]; 50% (resíduo de

hidróxido metálico) [127]; 84% (carbono ativado) [128]. O processo de dessorção do

corante vermelho de remazol também apresentou elevada eficiência de 98,2 %,

maior que para outros adsorventes presentes na literatura: 9% (hidróxido

Fe(III)/Cr(III)) [124]; 80% (sílica mesoporosa modificada com β-cyclodextrin) [129], no

entanto, requereu temperatura mais elevada que a do presente estudo com 65ºC;

87,50 % usando metanol e 8,63 % usando solução aquosa (nanotubos de carbono)

[130]; 11,97 % usando metanol e 4,67 % usando solução aquosa (carbono ativado

comercial) [130]. Desta forma, o NH2-MCM-41 exibiu relativamente uma elevada

capacidade e eficiência de adsorção podendo ser considerado um promissor

adsorvente na remoção de corantes na indústria têxtil.

4.1.7. Considerações Gerais

O método pós-síntese de preparação do MCM-41 funcionalizado (NH2-MCM-

41) foi evidenciado inicialmente através da presença de bandas do grupo propil (em

2932 cm-1) e do grupo NH2 (em 3450, 1555 e 692 cm-1) do APTS no espectro

vibracional na região do infravermelho do material obtido. Os dados dos

difratogramas de raios-X do MCM-41 livre e funcionalizado evidenciam um arranjo

hexagonal bem ordenado, exibindo nos difratogramas três picos cujos índices são

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61

referentes aos planos (100), (110) e (200). A partir dos dados da analise térmica foi

estimada a porcentagem de APTS no NH2-MCM-41 com 11%, sendo 6,82 % de

carbono e 2,65 % de nitrogênio. Através das análises de adsorção de nitrogênio a

77K do MCM-41 e do NH2-MCM-41 foram obtidas isotermas com perfil do tipo IV,

características de materiais mesoporosos. A área superficial, diâmetro e volume de

poro diminuíram após a funcionalização.

O NH2-MCM-41 foi utilizado na adsorção do corante vermelho de remazol.

Para este estudo, foram avaliados parâmetros, como pH, temperatura, dose do

adsorvente, concentração do corante. O pHPZC foi determinado para auxiliar na

escolha do pH ideal para o processo de dessorção. O material demonstrou ser um

promissor adsorvente com 99,1% de remoção do corante vermelho de remazol em

apenas 360 minutos a 25 ºC. Em meio com NaOH 0,1 mol L-1, foram dessorvidos

98,2% do corante, processo interessante industrialmente devido a reutilização do

corante e do adsorvente. O modelo de isoterma de Freundlich foi o mais apropriado

para descrever o processo de adsorção. Além disso, o modelo modificado de Avrami

exibiu melhor correlação com os dados experimentais para a análise cinética do

processo.

Page 84: Danilo Oliveira Santos Avaliação da versatilidade do MCM ... · iv “Agradeço todas ... the surface area, ... infrared region of the immobilized complex have a displacement in

62

4.2. Íons Lantanídeos imobilizados no NH2-MCM-41 e a coordenação do ácido

2,6-piridina-dicarboxílico (dpa)

4.2.1. Espectroscopia de absorção na região do Infravermelho

4000 3500 3000 2500 2000 1500 1000 500

1462

1434

1442

1555

Tra

ns

mit

ân

cia

(u

.a)

Número de onda (cm-1)

a

b

c

d

Figura 41. Espectros de absorção na região do infravermelho do (a) NH2-MCM-41;

(b) NH2-MCM-41-Eu; (c) NH2-MCM-41-Tb; (d) NH2-MCM-41-Gd.

O espectro de absorção na região do infravermelho do NH2-MCM-41

apresenta a banda do grupo amina do APTS em 1555 cm-1 deslocada para região de

menor energia nos espectros do NH2-MCM-41-Ln (Ln= Eu+3, Tb+3 ou Gd+3) situadas

em 1442, 1434 e 1462 cm-1, respectivamente (Figura 41). Isto é um indicativo da

coordenação dos íons lantanídeos ao grupo amino do APTS [101]. Com base nestes

dados pode ser observado ainda um maior grau de covalência no NH2-MCM-41-Tb

devido o maior deslocamento da banda correspondente ao grupo amino.

Page 85: Danilo Oliveira Santos Avaliação da versatilidade do MCM ... · iv “Agradeço todas ... the surface area, ... infrared region of the immobilized complex have a displacement in

63

4000 3500 3000 2500 2000 1500 1000 500

C-O

O-

C-O

O-

C-O

O-

C-O

C=

OC

=O

C=

Oanel

C-O

O-

Tra

ns

mit

ân

cia

(u

.a)

Número de onda (cm-1)

OH

C=O

a

b

c

d

Figura 42. Espectros de absorção na região do infravermelho do (a) dpa; (b) NH2-

MCM-41-Eu(dpa)3; (c) NH2-MCM-41-Tb(dpa)3; (d) NH2-MCM-41-Gd(dpa)3.

O espectro de absorção na região do infravermelho do ácido 2,6-piridina-

dicarboxílico apresenta bandas de absorção na região entre 3500 e 2500 cm-1

devido aos estiramentos da ligação O-H dos grupos carboxílicos. Estas bandas

estão sobrepostas às bandas dos estiramentos das ligações C-H. Em 1416 cm-1 é

observado à banda característica das deformações no plano atribuídas a ligação C-

OH. As vibrações fora de fase da ligação C-O são observadas como duas bandas

centradas em 1330 e 1301 cm-1. Em 1575 cm-1, banda é referente às vibrações do

anel aromático. A banda com maior intensidade, em 1700 cm-1, é característica do

estiramento assimétrico dos grupos carboxilatos COO- do dpa (Figura 42 (a)) [131].

A coordenação dos íons metálicos se dá através do grupo COO-, a banda

atribuída a este grupo se encontra deslocada nos espectros do NH2-MCM-41-Ln

(Ln= Eu+3, Tb+3 ou Gd+3) de 76, 77 e 82 cm-1, respectivamente (Figura 42). Estes

dados fortalecem o indicativo de maior grau de covalência para o NH2-MCM-41-

Ln(dpa)3 (Ln= Eu+3, Tb+3 ou Gd+3), favorecendo o processo de transferência de

energia do dpa para os íons lantanídeos. Nestes espectros são apresentadas

bandas largas na região de 3250 a 3590 cm-1 atribuídas aos estiramentos das

Page 86: Danilo Oliveira Santos Avaliação da versatilidade do MCM ... · iv “Agradeço todas ... the surface area, ... infrared region of the immobilized complex have a displacement in

64

ligações O-H presentes no dpa e no NH2-MCM-41-Ln. A banda característica das

deformações no plano da ligação C-OH do dpa livre (1416) está deslocada de 25, 28

e 34 cm-1 para os materiais com os íons Eu+3, Tb+3 e Gd+3, respectivamente. Este

fato indica coordenação entre o NH2-MCM-41-Ln e o dpa. Além disso, o

deslocamento da banda para região de menor energia pode ser indicativo do

aumento do comprimento das ligações que envolvem o átomo de oxigênio [131-132]. A

Tabela 14 apresenta as principais freqüências vibracionais e suas respectivas

atribuições.

Tabela 14. Frequências vibracionais observadas e suas respectivas atribuições para

o espectro de infravermelho dos materiais NH2-MCM-41-Ln(dpa)3 (Ln= Eu+3, Tb+3 ou

Gd+3) e do ácido 2,6-piridina-dicarboxílico (dpa).

Material Número de onda

(cm-1)

Atribuição

dpa

3500- 2500 Estiramentos da ligação O-H

1416 Deformações no plano da ligação C-OH

1301 Vibrações da ligação C-O

1330

1575 Vibrações do anel aromático

1700 Estiramento do grupo COO-

NH2-MCM-41-

Eu(dpa)3

1391 Deformações no plano da ligação C-OH

1624 Estiramento do grupo COO-

NH2-MCM-41-

Tb(dpa)3

1388 Deformações no plano da ligação C-OH

1623 Estiramento do grupo COO-

NH2-MCM-41-

Gd(dpa)3

1382 Deformações no plano da ligação C-OH

1618 Estiramento do grupo COO-

4.2.2. Análise Elementar

A análise elementar de C e N dos materiais NH2-MCM-41-Ln (Ln=Eu+3, Tb+3

ou Gd+3) e dos materiais NH2-MCM-41-Ln(dpa)3 (Ln=Eu+3, Tb+3 ou Gd+3) é

apresentada na Tabela 15.

Page 87: Danilo Oliveira Santos Avaliação da versatilidade do MCM ... · iv “Agradeço todas ... the surface area, ... infrared region of the immobilized complex have a displacement in

65

Tabela 15. Dados da análise elementar de C, H e N de NH2-MCM-41-Ln e de NH2-

MCM-41-Ln(dpa)3.

Material %C %N

NH2-MCM-41-Eu 8,59 2,04

NH2-MCM-41-Tb 8,96 2,11

NH2-MCM-41-Gd 6,87 2,22

NH2-MCM-41-Eu(dpa)3 14,58 2,71

NH2-MCM-41-Tb(dpa)3 14,68 2,89

NH2-MCM-41-Gd(dpa)3 10,99 2,89

Figura 43. Esquema representativo de NH2-MCM-41-Ln(dpa)3.

A avaliação dos resultados da análise elementar permite calcular a proporção

do substituinte dpa no material final. Com esta análise, foi possível propor a relação

estequiométrica Ln-dpa é de 1:3 (metal: ligante). Estes dados podem ser ilustrados

na Figura 43.

Page 88: Danilo Oliveira Santos Avaliação da versatilidade do MCM ... · iv “Agradeço todas ... the surface area, ... infrared region of the immobilized complex have a displacement in

66

4.2.3. Análise Térmica

100 200 300 400 500 600 700 800 900

(c)

(b)

(a)

Temperatura (ºC)

Per

da

de

mas

sa

DT

G

Figura 44. Curvas de TG e DTG de (a) NH2-MCM-41-Eu; (b) NH2-MCM-41-Tb; (c)

NH2-MCM-41-Gd.

As curvas termogravimétricas com suas respectivas derivadas do NH2-MCM-

41-Ln (Ln=Eu+3, Tb+3 ou Gd+3) são apresentadas na Figura 44. A curva

termogravimétrica do NH2-MCM-41-Eu apresenta três perdas de massa. A primeira

perda de massa de 4,6% em 135ºC é devido à água fisicamente adsorvida e

solventes residuais. A seguinte perda de massa de 7,5% entre 135ºC e 410ºC pode

ser atribuída à decomposição parcial do APTS. A terceira perda de massa de 8,9%

entre 410 e 785ºC é atribuída à decomposição da matéria orgânica restante e

cloretos do európio. As curvas termogravimétricas do NH2-MCM-41-Tb e NH2-MCM-

41-Gd tem quatro perdas de massa. Para o caso do NH2-MCM-41-Tb, a primeira

perda de massa de 3,7% em 120ºC é devido à água fisicamente adsorvida e

solventes residuais. As outras duas perdas de 7,1% e de 2,9% ocorrem em 120 e

382º, respectivamente, são atribuídas à decomposição de matéria orgânica presente

na amostra e água coordenada ao metal. A quarta perda de massa de 6,4% entre

Page 89: Danilo Oliveira Santos Avaliação da versatilidade do MCM ... · iv “Agradeço todas ... the surface area, ... infrared region of the immobilized complex have a displacement in

67

488 e 772ºC pode ser atribuída à decomposição dos cloretos de térbio. Para o NH2-

MCM-41-Gd, a primeira perda de massa de 2,8% ocorre em 98ºC podendo ser

atribuída à água fisicamente adsorvida e solventes residuais. A duas perdas

seguintes (3,0% e 2,95%) correspondem à perda de matéria orgânica presente no

material e água coordenada ao metal. A última perda de massa de 4,9% ocorre

entre 500 e 820ºC é característica da decomposição dos cloretos de gadolínio

(Tabela 16). Em temperaturas elevadas, a última perda de massa pode ser atribuída

à condensação dos grupos silanóis presentes na superfície de sílica [74, 133].

Tabela 16. Perdas percentuais de massa e respectivas faixas de temperatura para

as amostras de NH2-MCM-41-Ln (Ln=Eu+3, Tb+3 ou Gd+3).

Material Faixas de Temperatura

(ºC)

Perda de massa (%)

NH2-MCM-41-Eu

30 – 135 4,6

135 – 410 7,5

410 – 785 8,9

NH2-MCM-41-Tb

30 – 120 3,7

120 – 382 7,1

382 – 488 2,9

488 – 772 6,4

NH2-MCM-41-Gd

30 – 98 2,8

98 – 358 3,0

358 – 500 2,9

500 - 820 4,9

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68

200 400 600 800

(c)

(b)

(a)

Pe

rda

de

ma

ss

a

Temperatura (ºC)

Figura 45. Curvas de TG e DTG de (a) NH2-MCM-41-Eu(dpa)3; (b) NH2-MCM-41-

Tb(dpa)3; (c) NH2-MCM-41-Gd(dpa)3.

As curvas termogravimétricas com suas respectivas derivadas do NH2-MCM-

41-Ln(dpa)3 (Ln=Eu+3, Tb+3 ou Gd+3) são apresentadas na Figura 45. As curvas

termogravimétricas destes materiais apresentam três perdas de massa. A primeira

perda resultante de água fisicamente adsorvida e solventes residuais com 5,7%,

2,9% e 5,9% para NH2-MCM-41-Eu(dpa)3, NH2-MCM-41-Tb(dpa)3 e NH2-MCM-41-

Gd(dpa)3, respectivamente. A segunda perda de massa entre 120 e 360 ºC pode

ser atribuída à decomposição incompleta de matéria orgânica presente nos materiais

e água coordenada ao metal. A última perda de massa pode ser devido à

decomposição do restante da matéria orgânica, inclusive do dpa (Tabela 17) [74, 133].

Um indicativo da ocorrência da modificação dos materiais com dpa foi o

aumento da perda total de massa em relação aos materiais de partida (NH2-MCM-

41-Ln) podendo ser atribuída à massa de dpa. Segundo os dados da análise

termogravimétrica foi possível calcular a porcentagem de carbono e nitrogênio

nestes materiais. Para o NH2-MCM-41-Eu(dpa)3 tem 12,83% de carbono e 2,49% de

Page 91: Danilo Oliveira Santos Avaliação da versatilidade do MCM ... · iv “Agradeço todas ... the surface area, ... infrared region of the immobilized complex have a displacement in

69

nitrogênio, para o NH2-MCM-41-Tb(dpa)3 tem 10,39% de carbono e 2,02% de

nitrogênio, já o NH2-MCM-41-Gd(dpa)3 apresenta 12,06% de carbono e 2,34% de

nitrogênio. Estes valores fortalecem os resultados da análise elementar

evidenciando a formação de materiais com a proporção 1:3 (metal: ligante).

Tabela 17. Perdas percentuais de massa e respectivas faixas de temperatura para

as amostras de NH2-MCM-41-Ln(dpa)3 (Ln=Eu+3, Tb+3 ou Gd+3).

Material Faixas de Temperatura

(ºC)

Perda de massa (%)

NH2-MCM-41-Eu(dpa)3

30 – 120 5,7

120 – 349 10,2

349 - 780 17,2

NH2-MCM-41-Tb(dpa)3

30 – 134 2,9

134 – 359 9,6

359 - 755 15,3

NH2-MCM-41-Gd(dpa)3

30 - 136 5,9

136 - 311 3,6

311 - 780 15,0

Page 92: Danilo Oliveira Santos Avaliação da versatilidade do MCM ... · iv “Agradeço todas ... the surface area, ... infrared region of the immobilized complex have a displacement in

70

4.2.4. Difração de raios-X

2 4 6 8 10

NH2-MCM-41-Eu

NH2-MCM-41-Tb

Inte

nsi

dad

e (u

.a.)

2(graus)

NH2-MCM-41-Gd

Figura 46. Difratogramas de raios-X de NH2-MCM-41-Eu, NH2-MCM-41-Tb e NH2-

MCM-41-Gd.

Os difratogramas de raios-X dos materiais NH2-MCM-41-Ln (Ln=Eu+3, Tb+3 ou

Gd+3) são apresentados na Figura 46. Com a modificação do material com íons

lantanídeos na estrutura, houve o desaparecimento dos picos do plano (110) e

(200), indicando uma diminuição na organização da estrutura hexagonal do NH2-

MCM-41-Ln. Na Tabela 18, estão apresentados os resultados referentes aos

ângulos dos picos dos difratogramas, espaçamento interplanar (d100) referente ao

plano de reflexão hkl=100 e o parâmetro unitário da rede hexagonal (a0), obtidos

para o NH2-MCM-41-Ln. Foi observada ainda uma pequena redução nos valores de

a0 e de d100 resultando numa contração da estrutura hexagonal [74, 134]. Apesar deste

deslocamento, a estrutura hexagonal é mantida, porém com um menor grau de

ordenamento.

Page 93: Danilo Oliveira Santos Avaliação da versatilidade do MCM ... · iv “Agradeço todas ... the surface area, ... infrared region of the immobilized complex have a displacement in

71

2 4 6 8 10

NH2-MCM-41-Eu(dpa)

3

NH2-MCM-41-Tb(dpa)

3

Inte

nsi

dad

e (u

.a.)

2(graus)

NH2-MCM-41-Gd(dpa)

3

Figura 47. Difratogramas de raios-X de NH2-MCM-41-Eu(dpa)3; NH2-MCM-41-

Tb(dpa)3; NH2-MCM-41-Gd(dpa)3.

Os difratogramas de raios-X dos materiais NH2-MCM-41-Ln(dpa)3 (Ln=Eu+3,

Tb+3 ou Gd+3) são apresentados na Figura 47. A modificação com o dpa, os

materiais continuaram apresentando o pico no plano de reflexão (100). Pode ser

observado que mesmo com a introdução do dpa no NH2-MCM-41-Ln, o pico no

plano de reflexão (100) foi observado e na mesma posição dos materiais de partida

(NH2-MCM-41-Ln, Ln=Eu+3, Tb+3 ou Gd+3), o que demonstra a preservação da

simetria hexagonal de longo alcance do material mesoporoso MCM-41. Estes

resultados são condizentes com a literatura [23, 74, 134].

A Tabela 18 apresenta os parâmetros do arranjo hexagonal mesoporoso dos

três materiais obtidos. Devido ao pequeno deslocamento do pico de reflexão (100),

para os materiais NH2-MCM-41-Eu(dpa)3 e NH2-MCM-41-Tb(dpa)3, os valores de a0

e d100 tiveram valores maiores que os dos materiais de partida (NH2-MCM-41-Ln). O

material NH2-MCM-41-Gd(dpa)3, apresenta os valores menores desses parâmetros,

Page 94: Danilo Oliveira Santos Avaliação da versatilidade do MCM ... · iv “Agradeço todas ... the surface area, ... infrared region of the immobilized complex have a displacement in

72

indicando que a estrutura hexagonal do material precursor se mantém após a

modificação deste com o dpa.

Tabela 18. Resultados relativos à difração de raios-X do NH2-MCM-41-Ln e do NH2-

MCM-41-Ln(dpa)3,(Ln=Eu+3, Tb+3 ou Gd+3).

Material 2θ Índice (hkl) d(hkl) a0 (nm)

NH2-MCM-41-Eu 2,53 100 34,90 4,03

NH2-MCM-41-Tb 2,53 100 34,90 4,03

NH2-MCM-41-Gd 2,55 100 34,63 3,99

NH2-MCM-41-

Eu(dpa)3

2,52 100 35,04 4,05

NH2-MCM-41-

Tb(dpa)3

2,52 100 35,04 4,05

NH2-MCM-41-

Gd(dpa)3

2,59 100 34,09 3,94

4.2.5. Adsorção de Nitrogênio

0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0

0

50

100

150

200

250

300

Vo

lum

e a

ds

orv

ido

(c

m3/g

)

P/P0

NH2-MCM-41-Eu

Page 95: Danilo Oliveira Santos Avaliação da versatilidade do MCM ... · iv “Agradeço todas ... the surface area, ... infrared region of the immobilized complex have a displacement in

73

0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0

0

50

100

150

200

250

300

350

400

Vo

lum

e a

ds

orv

ido

(c

m3/g

)

P/P0

NH2-MCM-41-Tb

0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0

0

100

200

300

400

500

Vo

lum

e ad

sorv

ido

(c

m3/g

)

P/P0

NH2-MCM-41-Gd

Figura 48. Isotermas de adsorção de N2 de NH2-MCM-41-Ln (Ln= Eu+3, Tb+3 ou

Gd+3).

0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0

0

100

200

300

400

500

600

Vo

lum

e a

ds

orv

ido

(c

m3/g

)

P/P0

NH2-MCM-41-Eu(dpa)

Page 96: Danilo Oliveira Santos Avaliação da versatilidade do MCM ... · iv “Agradeço todas ... the surface area, ... infrared region of the immobilized complex have a displacement in

74

0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0

0

50

100

150

200

250

300

Vo

lum

e a

ds

orv

ido

(c

m3/g

)

P/P0

NH2-MCM-41-Tb(dpa)

0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0

0

50

100

150

200

250

Vo

lum

e ad

sorv

ido

(c

m3/g

)

P/P0

NH2-MCM-41-Gd(dpa)

Figura 49. Isotermas de adsorção de N2 de NH2-MCM-41-Ln(dpa)3, Ln= Eu+3, Tb+3

ou Gd+3.

As Figuras 48 e 49 apresentam as isotermas dos materiais NH2-MCM-41-Ln e

NH2-MCM-41-Ln(dpa)3, (Ln= Eu+3, Tb+3 ou Gd+3), respectivamente. Em todos os

casos foram obtidas isotermas do tipo IV, nas quais são observadas histereses tipo

H1, características de materiais mesoporosos com poros cilíndricos uniformes,

conforme já apresentado pelo material de partida (NH2-MCM-41) [9, 135]. A Tabela 19

apresenta as propriedades superficiais dos materiais.

Page 97: Danilo Oliveira Santos Avaliação da versatilidade do MCM ... · iv “Agradeço todas ... the surface area, ... infrared region of the immobilized complex have a displacement in

75

Tabela 19. Propriedades superficiais dos materiais.

Amostra a0 Dp

(nm)

Wt

(nm)

Vp

(cm3 g-1)

SBET

(m2 g-1)

NH2-MCM-41 4,220 1,808 2,412 0,518 215,5

NH2-MCM-41-Eu 4,030 1,475 2,555 0,182 145,01

NH2-MCM-41-Tb 4,030 1,799 2,231 0,517 185,98

NH2-MCM-41-Gd 3,990 1,808 2,182 0,281 210,9

NH2-MCM-41-Eu(dpa)3 4,050 1,446 2,604 0,169 140,87

NH2-MCM-41-Tb(dpa)3 4,050 1,808 2,242 0,436 152,51

NH2-MCM-41-Gd(dpa)3 3,940 1,789 2,151 0,262 103,48

Os dados apresentados na Tabela 19 demonstraram uma tendência nas

modificações do MCM-41. A área superficial, diâmetro e volume de poro do material

diminuíram com o decorrer das mudanças no MCM-41. O MCM-41 apresentou maior

área superficial, diâmetro e volume de poro e os materiais NH2-MCM-41-Ln(dpa)3

menores. Isto sugere a presença de material volumoso no interior dos poros de sílica

e é uma indicação clara da eficiência no processo de imobilização dos íons

lantanídeos e posterior coordenação destes com o dpa no interior do sistema de

poros do material [117, 136].

4.2.6. Espectroscopia de Luminescência

4.2.6.1. NH2-MCM-41-Eu(dpa)3

O espectro de excitação do material NH2-MCM-41-Eu(dpa)3 foi obtido entre

240 e 500 nm à temperatura ambiente. O espectro de excitação (Figura 50)

apresenta uma banda de alta intensidade em 280 nm, que é típica para uma

transição S0→S1 própria do ligante [115]. Em 395 nm, uma pequena banda é atribuída

à transição 7F0→5L6 característica da excitação direta do íon Eu+3 [137].

A Figura 51 mostra o espectro de emissão do material NH2-MCM-41-Eu(dpa)3

obtido à temperatura ambiente na faixa espectral de 500 a 750 nm. O espectro

apresenta bandas características do Eu+3 devido às transições do estado excitado

5D0 para os estados 7FJ (J= 0, 1, 2, 3 e 4). A luminescência originada do nível 5D0

Page 98: Danilo Oliveira Santos Avaliação da versatilidade do MCM ... · iv “Agradeço todas ... the surface area, ... infrared region of the immobilized complex have a displacement in

76

para os níveis 7F0 e 7F3 são as mais fracas, enquanto as mais intensas são

associadas às transições para os níveis 7F1, 7F2 e 7F4.

240 260 280 300 320 340 360 380 400 420 440 460 480 500

0,0

2,0x107

4,0x107

Inte

nsid

ade

Rel

ativ

a (u

.a.)

Comprimento de onda (nm)

Figura 50. Espectro de excitação de NH2-MCM-41-Eu(dpa)3 à temperatura ambiente

monitorando a transição 5D0→7F1 em 615 nm.

500 520 540 560 580 600 620 640 660 680 700 720 740

0,0

2,0x107

4,0x107

6,0x107

8,0x107

570 572 574 576 578 580

400000

500000

600000

700000

800000

900000

1000000

1100000

Inte

nsi

dade R

ela

tiva (u.a

.)

Comprimento de onda (nm)

J = 0

J = 4

J = 3

J = 2

Inte

nsid

ad

e R

ela

tiva

(u

.a.)

Comprimento de onda (nm)

5D

0

7F

j

J = 1

Figura 51. Espectro de emissão de NH2-MCM-41-Eu(dpa)3 à temperatura ambiente.

Page 99: Danilo Oliveira Santos Avaliação da versatilidade do MCM ... · iv “Agradeço todas ... the surface area, ... infrared region of the immobilized complex have a displacement in

77

Para este material, apenas um pico na transição na 5D0→7F0 indicando que

existe apenas um sítio de simetria ao redor do íon Eu+3. Além disso, os estados 5D0 e

7F0 não são degenerados a presença de uma única linha de emissão indica que há

somente uma espécie emissora no material [138]. Segundo a literatura [67], esta

transição para o complexo livre ([Eu(dpa)3]3-) também apresenta baixa intensidade,

resultando numa simetria relativamente alta.

A transição 5D0→7F1 é controlada pelo mecanismo de dipolo magnético e

exibe apenas um pico bem definido no espectro. A banda de emissão intrínseca a

transição 5D0→7F2, em 612 nm, é controlada por dipolo elétrico e é extremamente

sensível ao efeito do campo ligante, sendo conhecida como hipersensitiva [139].

A razão entre as intensidades das transições 5D0→7F2 e a 5D0→

7F1 (η12) está

relacionada à simetria de coordenação que influencia nos espectros de emissão do

európio [132].

(22)

A transição 5D0→7F1 é referência devida ser fracamente afetada pelo campo

ligante, por apresentar caráter de dipolo magnético. Geralmente verifica-se nos

complexos de Eu+3 que quanto maior o parâmetro η12, menor é a simetria do

complexo [140-141]. Para o material NH2-MCM-41-Eu(dpa)3, o valor de η12 é 3,82,

comparado com o valor obtido para o complexo [Eu(dpa)3]3- (4,06) [140]. Com base

nestes dados o NH2-MCM-41-Eu(dpa)3 apresenta uma simetria maior do que o do

complexo livre.

4.2.6.1.1. Parâmetros de Intensidade Experimentais

Os valores experimentais dos parâmetros Ω2 e Ω4 foram obtidos a partir do

espectro de emissão do material NH2-MCM-41-Eu(dpa)3. Estes parâmetros foram

calculados através da relação entre as áreas das bandas referentes às transições

5D0→7F1,

5D0→7F2 e 5D0→

7F4. Estes valores são apresentados na Tabela 20

acrescidos a título de comparação dos valores obtidos na literatura para o complexo

[Eu(dpa)3]3- livre [67]. O parâmetro Ω2 depende diretamente do grau de covalência

Page 100: Danilo Oliveira Santos Avaliação da versatilidade do MCM ... · iv “Agradeço todas ... the surface area, ... infrared region of the immobilized complex have a displacement in

78

sofrido pelo íon no campo ligante. Desta forma, o valor de Ω2 foi maior para NH2-

MCM-41-Eu(dpa)3 indicando que o Eu+3 está em um ambiente mais polarizável. Já o

parâmetro Ω4 é bastante influenciado pela distância da ligação formada entre o íon

metálico e o ligante e por sua vez a rigidez do ambiente químico. Conforme pode ser

observado o valor de Ω4 obtido foi maior para o NH2-MCM-41-Eu(dpa)3 do que para

o complexo livre. Portanto pode ser sugerido que este tipo de comportamento seja

proveniente do provável decréscimo da rigidez do sistema em função de sua

complexidade.

Tabela 20. Parâmetros de Intensidade Experimentais dos compostos [Eu(dpa)3]3- e

NH2-MCM-41-Eu(dpa)3.

Material Ω2

(10-20 cm-1)

Ω4

(10-20 cm-1)

∆E

(cm-1)

R02

[Eu(dpa)3]3- [67] 6,125 3,545 174,150 -

NH2-MCM-41-

Eu(dpa)3

6,589 5,133 220,175 6,08 x 10-3

4.2.6.2. NH2-MCM-41-Tb(dpa)3

O espectro de excitação do material NH2-MCM-41-Tb(dpa)3 foi obtido entre

240 e 450 nm à temperatura ambiente, monitorando a transição mais intensa

5D4→7F5. O espectro de excitação (Figura 52) apresenta uma banda de alta

intensidade em 282nm, referente à transição π→π* do ligante [67]. Esta banda

evidencia que a fotossensibilização através do processo via ligante é responsável

pela luminescência do material.

Page 101: Danilo Oliveira Santos Avaliação da versatilidade do MCM ... · iv “Agradeço todas ... the surface area, ... infrared region of the immobilized complex have a displacement in

79

240 260 280 300 320 340 360 380 400 420 440

0

1x107

2x107

3x107

4x107

Inte

nsid

ade

Rel

ativ

a (u

.a.)

Comprimento de onda (nm)

Figura 52. Espectro de excitação de NH2-MCM-41-Tb(dpa)3 à temperatura ambiente

monitorando a transição 5D4→7F5 em 545 nm.

A Figura 53 mostra o espectro de emissão do NH2-MCM-41-Tb(dpa)3 obtido à

temperatura ambiente na faixa de 450 a 660 nm. O espectro apresenta bandas

características do íon Tb+3 devido às transições 5D4→7FJ (J= 6-2). A transição

5D4→7F5 apresenta maior intensidade, sendo responsável pela coloração verde do

material quando excitado com radiação ultravioleta [67, 142].

Page 102: Danilo Oliveira Santos Avaliação da versatilidade do MCM ... · iv “Agradeço todas ... the surface area, ... infrared region of the immobilized complex have a displacement in

80

460 480 500 520 540 560 580 600 620 640 660

0,0

2,0x107

4,0x107

6,0x107

8,0x107

1,0x108

J=2

J=3

J=4J=5

Inte

nsid

ade

Rel

ativ

a (u

.a.)

Comprimento de onda (nm)

J=6

5D4

7FJ

Figura 53. Espectro de emissão de NH2-MCM-41-Tb(dpa)3 à temperatura ambiente.

A Tabela 21 apresenta as posições dos máximos observados nesses

espectros à temperatura ambiente e do complexo [Tb(dpa)3]3- relatado na literatura

[140].

Tabela 21. Posicionamento dos máximos (nm) observados no espectro de emissão

do material NH2-MCM-41-Tb(dpa)3.

Material 5D4→7F6

5D4 →7F5

5D4 →7F4

5D4 →7F3

5D4 →7F2

[Tb(dpa)3]3- [140]

489 544 579 622

492 547 583

550 587

592

NH2-MCM-41-

Tb(dpa)3

489 538 582 619 646

547

Page 103: Danilo Oliveira Santos Avaliação da versatilidade do MCM ... · iv “Agradeço todas ... the surface area, ... infrared region of the immobilized complex have a displacement in

81

4.2.6.3. NH2-MCM-41-Gd(dpa)3

O espectro de emissão do NH2-MCM-41-Gd(dpa)3 foi obtido com excitação

em 370 nm. A Figura 54 apresenta o espectro de emissão na faixa espectral de 450

a 700 nm. Este espectro apresenta bandas referentes aos ligantes, devido os níveis

de energia do íon Gd+3 serem inacessíveis a região do visível. Assim, não ocorre

transferência de energia do ligante para o íon Gd+3 [140].

450 500 550 600 650 700

0,0

2,0x107

4,0x107

6,0x107

8,0x107

Inte

nsid

ad

e R

ela

tiva

(u

.a.)

Comprimento de onda (nm)

Figura 54. Espectro de emissão de NH2-MCM-41-Gd(dpa)3 à temperatura ambiente.

A banda em 544 nm (18382 cm-1) é atribuída ao nível tripleto do ligante. Este

estado tripleto está compatível com a transferência de energia através do nível

emissor (5D0) em 17200 cm-1 do íon Eu+3. No entanto para a posição do nível tripleto

do ligante está abaixo do nível emissor 5D4 do íon Tb+3 (20400 cm-1), dificulta o

processo de transferência de energia do ligante para este íon (Figura 55) [142]

Page 104: Danilo Oliveira Santos Avaliação da versatilidade do MCM ... · iv “Agradeço todas ... the surface area, ... infrared region of the immobilized complex have a displacement in

82

0

5000

10000

15000

20000

25000

30000

35000

40000

45000

50000E

ner

gia

(c

m-1

)

Tb3+

Eu3+

7F

4

5D

4

7F

0

S1

S0

T1

LIGANTE

5D

0

Figura 55. Diagramas de níveis de energia do ligante e de NH2-MCM-41-Eu(dpa)3 e

de NH2-MCM-41-Tb(dpa)3.

Lavta e colaboradores (1997) [143] reportaram que o processo de

retrotransferência de energia é um dos principais mecanismos de supressão da

luminescência de complexos de íons Tb3+. Os autores concluíram que a

retrotransferência de energia é observada quando a diferença entre o estado 5D4 do

Tb3+ (20400 cm-1) e o mais baixo nível energia tripleto intrínseco aos ligantes é

inferior a 1850 cm-1. Neste caso, a diferença de energia é 2017 cm-1, desta forma, o

processo de retrotransferência não possui significativa importância em relação ao

material NH2-MCM-41-Tb(dpa)3. Segundo Li e colaboradores (1990) [144] para que a

transferência de energia do ligante para o metal seja eficiente é preciso que o estado

tripleto do ligante esteja energeticamente próximo e localizado acima ou abaixo do

estado emissor do íon, caso contrário, pode haver favorecimento de decaimentos

não-radiativos ou retrotransferência de energia para o ligante.

Para o material NH2-MCM-41-Tb(dpa)3, o mecanismo de transferência de

energia proposto é via singleto. O material tem o estado tripleto (T1) abaixo do nível

5D4, a luminescência na coloração verde após excitação pela luz UV, pode ser

Page 105: Danilo Oliveira Santos Avaliação da versatilidade do MCM ... · iv “Agradeço todas ... the surface area, ... infrared region of the immobilized complex have a displacement in

83

explicada como transferência direta de energia de S1→Tb. Desta foram, as

restrições energéticas do estado T1 do ligante pode ser evitadas [144-145].

Lima e colaboradores (2005) [67] reportaram o espectro de emissão do

complexo [Gd(dpa)3]3-. Este espectro apresentou nível de energia do estado tripleto

do ligante dpa no complexo em 24272 cm-1. Nota-se que estado tripleto do ligante

dpa é maior quando é o único ligante do íon Gd+3, no caso deste trabalho este nível

de energia é influenciado pelo MCM-41 funcionalizado para um nível menor de

energia. Bruno e colaboradores (2008) [146] sintetizaram complexos de Európio e

Gadolínio imobilizados em MCM-41 funcionalizado e encontraram distintas posições

do estado tripleto quando o complexo livre e imobilizado no MCM-41 funcionalizado,

demonstrando a influência da ligação do MCM-41 com o íon lantanídeo no processo

de transferência de energia.

4.2.6.4. Tempo de vida

Os tempos de vida dos níveis emissores 5D0 do íon Eu+3, 5D4 do íon Tb+3 e do

tripleto no sistema com Gd+3 foram determinados a temperatura ambiente. Para o

NH2-MCM-41-Eu(dpa)3, as medidas foram obtidas monitorando a transição 5D0→7F2

em 612 nm e 5D4→7F5 em 545nm, para o NH2-MCM-41-Tb(dpa)3. As curvas de

decaimento são apresentadas nas Figuras 56, 57 e 58 para os sistemas com os íons

Eu+3, Tb+3 e Gd+3 respectivamente.

Page 106: Danilo Oliveira Santos Avaliação da versatilidade do MCM ... · iv “Agradeço todas ... the surface area, ... infrared region of the immobilized complex have a displacement in

84

0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0 3,5 4,0

0,0

2,0x108

4,0x108

6,0x108

8,0x108

Inte

nsid

ade

Rel

ativ

a (u

.a.)

Tempo (ms)

Figura 56. Curva de decaimento do 5D0 de NH2-MCM-41-Eu(dpa)3.

0,5 1,0 1,5 2,0

1,0x109

1,5x109

2,0x109

2,5x109

3,0x109

Inte

nsid

ade

Rel

ativ

a (u

.a.)

Tempo (ms)

Figura 57. Curva de decaimento do 5D4 de NH2-MCM-41-Tb(dpa)3.

Page 107: Danilo Oliveira Santos Avaliação da versatilidade do MCM ... · iv “Agradeço todas ... the surface area, ... infrared region of the immobilized complex have a displacement in

85

0,5 1,0 1,5

0,0

2,0x106

4,0x106

Inte

nsid

ade

Rel

ativ

a (u

.a.)

Tempo (ms)

Figura 58. Curva de decaimento do estado tripleto de NH2-MCM-41-Gd(dpa)3.

A Tabela 22 apresenta o valor de tempo de vida, taxa de decaimento

radiativo, não radiativo e os valores da eficiência quântica do material NH2-MCM-41-

Eu(dpa)3. A taxa de decaimento radiativo (ARAD) é calculada com base nos espectros

de emissão e a taxa total de decaimento (AT) é o inverso do tempo de vida de

luminescência. Com esses valores, é possível calcular a taxa de decaimento não-

radiativo (ANRAD).

A eficiência quântica de emissão (η) é dada por:

(23)

O material NH2-MCM-41-Eu(dpa)3 apresentou um menor tempo de vida

quando comparado com o complexo [Eu(dpa)3]3- e com elevadas taxas de

decaimento radiativo e não-radiativo. A eficiência quântica dos dois compostos é

comparável com 2% de diferença.

Page 108: Danilo Oliveira Santos Avaliação da versatilidade do MCM ... · iv “Agradeço todas ... the surface area, ... infrared region of the immobilized complex have a displacement in

86

Tabela 22. Tempos de vida (τ), taxas de decaimento radiativo e não-radiativo e

eficiência de emissão do material NH2-MCM-41-Eu(dpa)3 e [Eu(dpa)3]3-.

Material Arad

(s-1)

Anrad

(s-1)

Atot

(s-1)

τ

(ms)

η

(%)

[Eu(dpa)3]3- [67] 276 312 588 1,70 47

NH2-MCM-41-Eu(dpa)3 363 443 806 1,24 45

A Tabela 23 apresenta os valores de tempo de vida para os seguintes

materiais, NH2-MCM-41-Tb(dpa)3 e NH2-MCM-41-Gd(dpa)3. Com base no dado de

tempo de vida do material com gadolínio, o valor mostra que o estado emissor é um

tripleto, pois um estado singleto teria um tempo de vida da ordem de 10 ns [140].

Comparando com os valores dos complexos livres, percebeu-se que o tempo de

vida pra o material com térbio aumentou no material NH2-MCM-41-Tb(dpa)3, já o

tempo de vida do estado tripleto é muito menor para o material NH2-MCM-41-

Gd(dpa)3 devido a influência do ambiente químico diferente, com a adição do NH2-

MCM-41 neste ambiente.

Tabela 23. Tempo de vida dos estados excitados nos materiais de Tb+3 e Gd+3.

Material (5D4) (ms) Tripleto (ms)

[Tb(dpa)3]3- [131] 1,70

NH2-MCM-41-Tb(dpa)3 2,89

[Gd(dpa)3]3- [131] 3,80

NH2-MCM-41-Gd(dpa)3 0,17

4.2.7. Considerações Gerais

De acordo com os dados da espectroscopia de absorção na região do

infravermelho, análise elementar, termogravimetria, difratometria de raios-X e

adsorção de nitrogênio evidenciaram a eficiência no processo funcionalização do

MCM-41 com os íons lantanídeos e posterior coordenação como o dpa. Os dados

dos difratogramas de raios-X indicaram que estes materiais apresentaram estruturas

Page 109: Danilo Oliveira Santos Avaliação da versatilidade do MCM ... · iv “Agradeço todas ... the surface area, ... infrared region of the immobilized complex have a displacement in

87

hexagonais, mas com baixo grau de ordenação, devido à presença de apenas um

pico no plano de reflexão (100). A inserção dos íons lantanídeos foi indicada pelo

deslocamento da banda do grupo amina do APTS em 1555 cm-1 deslocada para

região de menor energia nos espectros do NH2-MCM-41-Ln (Ln= Eu+3, Tb+3 ou

Gd+3). Já a coordenação do ligante dpa aos materiais NH2-MCM-41-Ln foi

evidenciada através do deslocamento das bandas para região de menor energia do

COH (1416 cm-1) e do COO- (1700 cm-1). A análise elementar indicou que a

proporção Ln:dpa foi de 1:3, sendo fortalecida pelos dados da análise térmica. A

avaliação das isotermas de adsorção de nitrogênio revelou que após as

modificações a área superficial, volume e diâmetro de poros dos materiais diminuem,

fortalecendo a indicação de modificação do NH2-MCM-41 no interior dos poros.

A partir da análise do espectro de emissão do NH2-MCM-41-Eu(dpa)3 pode

ser observado através da transição 5D0→7F0, que existe apenas uma espécie

emissora com simetria relativamente alta em relação ao complexo livre [Eu(dpa)3]3-.

O valor do parâmetro de intensidade Ω2 foi maior para NH2-MCM-41-Eu(dpa)3

(6,589.10-20 cm-1) que para o complexo livre (6,125.10-20 cm-1) indicando que o Eu+3

está em um ambiente mais polarizável. O valor de Ω4 (5,133.10-20 cm-1) revela um

provável decréscimo da rigidez do sistema em função de sua complexidade quando

comparado com o complexo livre [Eu(dpa)3]3- (3,545.10-20 cm-1). O NH2-MCM-41-

Eu(dpa)3 apresentou intensa coloração vermelha após excitação na região do UV.

Este comportamento deve-se a posição do nível tripleto do ligante que favorece o

processo de transferência de energia ligante-metal.

A posição do nível tripleto do ligante, obtida através do espectro de emissão

do NH2-MCM-41-Gd(dpa)3, está situada em 18382 cm-1 indicando o processo de

transferência de energia ocorre através do nível emissor 5D0 (17200 cm-1) do íon

Eu+3. No entanto o nível tripleto está abaixo do nível emissor do íon Tb+3 (20400 cm-

1) dificultando o processo de transferência de energia do ligante para este íon. O

mecanismo proposto para explicar a transferência de energia foi via direta singleto

do ligante.

Os dados de tempo de vida dos materiais demonstraram que o material NH2-

MCM-41-Eu(dpa)3 apresenta menor tempo de vida que o complexo livre, com taxas

de decaimento radiativo e não-radiativo maiores. O material NH2-MCM-41-Tb(dpa)3

apresentou tempo de vida maior que o complexo livre, já o tempo de vida do estado

tripleto é menor para o NH2-MCM-41-Gd(dpa)3 que para o [Gd(dpa)3]3-.

Page 110: Danilo Oliveira Santos Avaliação da versatilidade do MCM ... · iv “Agradeço todas ... the surface area, ... infrared region of the immobilized complex have a displacement in

88

4.3. Complexo de rutênio imobilizado no NH2-MCM-41

4.3.1. Espectroscopia de absorção na região do Infravermelho

4000 3500 3000 2500 2000 1500 1000

PPh3

PP

h3

P-C

C-HC

=C

PPh3

P-C

C-H

Tra

ns

mit

ân

cia

(u

.a)

Número de onda (cm-1)

[RuCl2(PPh

3)

3]

C=

C

Figura 59. Espectros de absorção na região do infravermelho do ligante livre e do

complexo [RuCl2(PPh3)3].

O espectro de absorção na região do infravermelho do complexo

[RuCl2(PPh3)3] e do ligante trifenilfosfina são apresentados na Figura 59 e na Tabela

24. O espectro do complexo apresenta uma banda intensa em 692 cm-1

característica da presença de ligantes fosfínicos. A banda em 1431 cm-1 é atribuída

à deformação angular assimétrica fora do plano ν(C-H) dos anéis aromáticos da

trifenilfosfina. Podem ser observadas ainda duas bandas em 1481 cm-1 e 1087 cm-1

atribuídas aos grupos v(C=C) e v(P-C), respectivamente, associadas à trifenilfosfina

indicando a coordenação deste ligante ao centro metálico [147].

Page 111: Danilo Oliveira Santos Avaliação da versatilidade do MCM ... · iv “Agradeço todas ... the surface area, ... infrared region of the immobilized complex have a displacement in

89

Tabela 24. Atribuições dos estiramentos mais importantes observados para o ligante

trifenifosfina e para o complexo [RuCl2(PPh3)3].

Complexo C=C C-H P-C PPh3

PPh3 1472 cm-1 1429 cm-1 1088 cm-1 694 cm-1

[RuCl2(PPh3)3] 1481 cm-1 1431 cm-1 1087 cm-1 692 cm-1

4000 3500 3000 2500 2000 1500 1000

Meo-bipy

=C

-O-C

H3

PP

h3=C

-O-C

H3

P-C

C=

CC

=C

C=

N

Número de onda (cm-1)

Complexo

C=

N

Tra

ns

mit

ân

cia

(u

.a.)

Figura 60. Espectros de absorção na região do infravermelho do ligante Meo-bipy e

do complexo [RuCl2(PPh3)2(Meo-bipy).

A Figura 60 apresenta os espectros de absorção na região do infravermelho

do complexo [RuCl2(PPh3)2(Meo-bipy)] e do ligante Meo-bipy livre. O espectro do

ligante Meo-bipy apresenta uma banda característica da vibração v(C=N) em 1586

cm-1, no complexo está banda é deslocada para 1612 cm-1 indicando a coordenação

do rutênio ao nitrogênio piridínico. O complexo exibe uma banda em 1031 cm-1

característica da ligação =C-O-CH3 no ligante Meo-bipy. A banda observada em

1480 cm-1 corresponde às vibrações de estiramento v(C=C) do anel aromático. O

modo vibracional de estiramento v(P-C) aparece em 1091 cm-1. Uma banda de alta

Page 112: Danilo Oliveira Santos Avaliação da versatilidade do MCM ... · iv “Agradeço todas ... the surface area, ... infrared region of the immobilized complex have a displacement in

90

intensidade característica dos ligantes fosfínicos foi deslocada do complexo

precursor [RuCl2(PPh3)3] de 692 cm-1 para 699 cm-1, indicando a coordenação do

metal ao ligante trifenilfosfina (Tabela 25).

Tabela 25. Atribuições dos estiramentos mais importantes observados para o ligante

Meo-bipy e para o complexo [RuCl2(PPh3)2(Meo-bipy)].

Complexo C=N =C-O-CH3 C=C P-C PPh3

Meo-bipy 1586 cm-1 1023 cm-1 1458 cm-1 - -

[RuCl2(PPh3)2

(Meo-bipy)]

1612 cm-1 1031 cm-1 1480 cm-1 1091 cm-1 699 cm-1

4000 3500 3000 2500 2000 1500 1000 500

1640

NH2-MCM-41

NH2-MCM-41-[RuCl

2(PPh

3) (Meo-bipy)]

[RuCl2(PPh

3)

2 (Meo-bipy)]

Tra

ns

mit

ân

cia

(u

.a)

Número de onda (cm-1)

1612

Figura 61. Espectros de absorção na região do infravermelho do NH2-MCM-41,

[RuCl2(PPh3)2(Meo-bipy)] e NH2-MCM-41-[RuCl(PPh3) 2(Meo-bipy)].

A Figura 61 apresenta os espectros de absorção na região do infravermelho

do NH2-MCM-41, do complexo [RuCl2(PPh3)2(Meo-bipy)] e do NH2-MCM-41-

[RuCl(PPh3)2(Meo-bipy)]. Algumas bandas características do complexo estão

sobrepostas as do material NH2-MCM-41. Entretanto, uma banda característica do

Page 113: Danilo Oliveira Santos Avaliação da versatilidade do MCM ... · iv “Agradeço todas ... the surface area, ... infrared region of the immobilized complex have a displacement in

91

complexo em 1612 cm-1 atribuída à vibração v(C=N) do ligante Meo-bipy está

evidenciada no espectro do complexo imobilizado em 1640 cm-1 indicando a

formação da ligação entre o material funcionalizado e o complexo de rutênio.

4.3.2. Análise Elementar

O objetivo desta análise é determinar os percentuais de carbono, hidrogênio e

nitrogênio dos materiais, por sua vez propor uma formulação para estes compostos

e comparar com os dados de análise térmica.

Os resultados da análise elementar de C, H e N dos complexos de rutênio

foram compatíveis com as formulações propostas (Tabela 26).

Tabela 26. Dados da análise elementar de C, H e N dos complexos.

Complexos %C % H % N

Exp. Teórica Exp. Teórica Exp. Teórica

[RuCl2(PPh3)3] 68,75 67,64 5,60 4,74 0 0

[RuCl2(PPh3)2(Meo-bipy)] 59,07 62,80 5,14 5,10 2,80 3,00

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92

4.3.3. Análise Termogravimétrica

200 400 600 800

(c)

(b)

(a)

Pe

rda

de

ma

ss

a

Temperatura (ºC)

DT

G

Figura 62. Curvas termogravimétricas de (a) PPh3; (b) Meo-bipy; (c)

[RuCl2(PPh3)2(Meo-bipy)].

A curva termogravimétrica e sua derivada do complexo [RuCl2(PPh3)2(Meo-

bipy)] apresenta três perdas de massas distintas (Figura 62). A primeira perda de

massa ocorre na faixa de temperatura de 38-216ºC correspondendo a 8,9%, que é

atribuída à eliminação de dois cloretos coordenados ao metal conforme calculado

teoricamente (8%). As curvas termogravimétricas dos ligantes livres apresentam

perdas de massa em temperaturas menores do que as do respectivo complexo,

refletindo um aumento na estabilidade térmica quando coordenados. O segundo

evento está situado na faixa de 216 - 631 °C, correspondendo à perda da parte

orgânica de 67%. O último evento de perda de massa iniciado em 631 ºC

corresponde à formação de óxidos do metal.

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93

100 200 300 400 500 600 700 800 900

65

70

75

80

85

90

95

100

Pe

rda

de

ma

ss

a (

%)

Temperatura (ºC)

-0,35

-0,30

-0,25

-0,20

-0,15

-0,10

-0,05

0,00

0,05

0,10

DT

G

Figura 63. Curvas de TG e DTG de NH2-MCM-41-[RuCl(PPh3)2(Meo-bipy)].

Segundo os resultados da análise termogravimétrica (Figura 63) foi

evidenciada uma maior estabilidade térmica quando o complexo [RuCl2(PPh3)2(Meo-

bipy)] está imobilizado no NH2-MCM-41, característica relevante para sua aplicação

como catalisador. A curva termogravimétrica do material NH2-MCM-41-

[RuCl(PPh3)2(Meo-bipy)] assemelhou-se com a do material NH2-MCM-41 com três

perdas de massa: a primeira com 15,4%, entre 30 e 243 °C, atribuída a dessorção

de água e solventes residuais, a segunda com 6,0% , entre 243 e 373 °C, relativa à

degradação parcial de compostos orgânicos presentes no material e a terceira acima

de 373 °C está relacionada à decomposição do restante da matéria orgânica

existente no material e à condensação dos grupamentos silanóis [74,133,134,148].

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94

4.3.4. Difratometria de raios-X

2 4 6 8 10

(d)

(c)

(b)

(a)

2(graus)

Inte

nsi

dad

e (u

.a.)

Figura 64. Difratogramas de raios-X do (a) NH2-MCM-41; (b) NH2-MCM-41-

[RuCl(PPh3)2(Meo-bipy)]; (c) [RuCl2(PPh3)2(Meo-bipy)]; (d) de uma mistura física do

NH2-MCM-41 + [RuCl2(PPh3)2(Meo-bipy)].

A Figura 64 apresenta os difratogramas do NH2-MCM-41, do NH2-MCM-41-

[RuCl(PPh3)2(Meo-bipy)], do complexo [RuCl2(PPh3)2(Meo-bipy)] e de uma mistura

física do NH2-MCM-41 com o complexo de rutênio. A imobilização do complexo de

rutênio não acarreta em decréscimo de intensidade dos picos de reflexão do NH2-

MCM-41 indicando que o arranjo hexagonal de poros do NH2-MCM-41 manteve-se

após a imobilização do complexo [RuCl2(PPh3)2(Meo-bipy)]. O difratograma da

mistura física apresenta os picos de reflexões do complexo e do NH2-MCM-41, no

entanto, no do material imobilizado foram observados apenas os picos de reflexão

do NH2-MCM-41, conforme previsto na literatura [23]. Estes dados fortalecem a

indicação da imobilização do complexo nos poros do material mesoporoso, sem

alteração na estrutura do mesmo.

Page 117: Danilo Oliveira Santos Avaliação da versatilidade do MCM ... · iv “Agradeço todas ... the surface area, ... infrared region of the immobilized complex have a displacement in

95

A Tabela 27 apresenta os parâmetros do arranjo hexagonal mesoporoso de

NH2-MCM-41 e de NH2-MCM-41-[RuCl(PPh3)2(Meo-bipy)]. Os valores de d100 dos

dois materiais são similares, apresentando mais um indicativo de que o

ordenamento hexagonal foi preservado após a imobilização do complexo

[RuCl2(PPh3)2(Meo-bipy)] no NH2-MCM-41, conforme previsto na literatura [74].

Tabela 27. Resultados relativos à difração de raios-X do NH2-MCM-41 e do NH2-

MCM-41-[RuCl(PPh3)2(Meo-bipy)] .

Material 2θ Índice (hkl) d(hkl) a0 (nm)

NH2-MCM-41 2,40 100 36,50 4,22

NH2-MCM-41-

[RuCl(PPh3)2(Meo-bipy)]

2,40 100 36,80 4,24

4.3.5. Adsorção de Nitrogênio

A isoterma do NH2-MCM-41-[RuCl(PPh3)2(Meo-bipy)] foi classificada como do

tipo IV, com histerese tipo H1. Os resultados de adsorção de nitrogênio estão

descritos na Tabela 28.

Tabela 28. Propriedades superficiais dos materiais.

Amostra a0 Dp (nm) Wt (nm) Vp (cm3 g-1) SBET (m2 g-1)

NH2-MCM-41 4,220 2,979 1,241 0,565 264,0

NH2-MCM-41-

[RuCl(PPh3)2(Meo-

bipy)]

4,249 1,937 2,312 0,082 50,01

A área superficial do material NH2-MCM-41-[RuCl(PPh3)2(Meo-bipy)] sofreu

uma diminuição em relação ao material de partida NH2-MCM-41. Além disso,

ocorreu diminuição no diâmetro e volume de poros após a imobilização do complexo

de rutênio no NH2-MCM-41, conforme previsto na literatura [23, 117]. A isoterma de

adsorção de N2 e difratogramas de raios-X confirmam a presença do complexo de

rutênio dentro dos poros do NH2-MCM-41.

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96

4.3.6. Espectroscopia de absorção na região do Ultravioleta-vísivel

O espectro eletrônico do complexo [RuCl2(PPh3)2(Meo-bipy)] foi obtido em

solução de diclorometano (Figura 65 e Tabela 29). Na região do ultravioleta, abaixo

de 315 nm, podem ser observadas bandas atribuídas às transições intraligantes do

tipo π → π* dos anéis aromáticos presentes na trifenilfosfina e no ligante Meo-bipy.

As fosfinas são ligantes que apresentam orbitais d vazios de baixa energia, desta

forma, são esperadas transições de transferência de carga metal-ligante quando

ligadas a metais em baixo estado de oxidação, como o Ru(II). Na região do visível,

duas bandas, 340 e 496 nm, são observadas devido às transições de transferência

de carga metal-ligante (dπ) Ru → π*(ligante). A banda em 496 nm é responsável

pela cor marrom do complexo, sendo caracterizada pelo baixo coeficiente de

absorção molar (ε) [149-150].

200 300 400 500 600 700 800

Ab

sorb

ânci

a (u

.a.)

Comprimento de onda (nm)

PPh3

Meo-bipy

[RuCl2(PPh

3)

2(Meo-bipy)]

Figura 65. Espectros de absorção na região UV-Vis dos ligantes livres e do

complexo [RuCl2(PPh3)2(Meo-bipy)] (0,1 mmol L-1)em diclorometano .

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97

Tabela 29. Dados de espectroscopia de absorção na região do UV-Vis do complexo

[RuCl2(PPh3)2(Meo-bipy)] (0,1 mmol L-1) em diclorometano.

Comprimento de Onda (nm) Absortividade molar (ε) x 103 (L.mol-1.cm-1)

242 31,0

270 41,3

340 6,8

496 3,2

4.3.7. Medidas eletroquímicas

Os voltamogramas cíclicos do complexo [RuCl2(PPh3)2(Meo-bipy)] foram

registrados em diferentes velocidades de varredura (Figura 66). O valor encontrado

para o potencial de meia-onda E1/2 deste complexo foi de 0,28 V (V vs. Ag/AgCl) em

velocidade de varredura de 100 mV s-1(Figura 67). Este parâmetro foi calculado

através da equação abaixo.

E1/2 = ½ (Epa + Epc) (24)

O potencial de oxidação deste complexo nesta mesma velocidade de

varredura é menor quando comparado com o de sistemas semelhantes reportados

na literatura [83]. Isto pode ser atribuído ao caráter doador do ligante Meo-bipy,

fornecendo maior estabilidade do centro metálico.

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98

0,10 0,15 0,20 0,25 0,30 0,35 0,40 0,45 0,50 0,55

-1,0x10-5

-5,0x10-6

0,0

5,0x10-6

1,0x10-5

Cor

rent

e (A

)

E (V vs Ag/AgCl)

25 mV/s

50 mV/s

100 mV/s

200 mV/s

300 mV/s

500 mV/s

Figura 66. Voltamogramas cíclicos do complexo [RuCl2(PPh3)2(Meo-bipy)] (1,00

mmol L-1) em diclorometano + 0,10 mol L-1 PTBA, com velocidades de varredura: 25,

50, 100, 200, 300 e 500 mV s-1.

0,1 0,2 0,3 0,4 0,5

-4,0x10-6

-2,0x10-6

0,0

2,0x10-6

4,0x10-6

6,0x10-6

Cor

rent

e (A

)

E (V vs Ag/AgCl)

Figura 67. Voltamograma cíclico do complexo [RuCl2(PPh3)2(Meo-bipy)] (1,00 mmol

L-1) em diclorometano + 0,10 mol L-1 PTBA, em velocidade de varredura 100 mV s-1.

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99

Segundo Nicholson e colaboradores (1965) [151] para um processo

eletroquímico ser considerado reversível deve obedecer alguns critérios como:

A razão corrente de pico Ipa/Ipc próxima da unidade;

Ipc aumentar linearmente com o aumento da raiz quadrada da velocidade de

varredura (v1/2);

O valor da diferença de potencial (∆Ep) ser independente da velocidade de

varredura.

Desta forma, este complexo apresenta um par redox reversível atribuído ao

par redox RuII/RuIII (Tabela 30 e Figura 68).

Tabela 30. Dados da voltametria cíclica do complexo [RuCl2(PPh3)2(Meo-bipy)]ª.

v (mV s-1) Epa (V) Epc (V) E1/2 (V) ∆Ep (V) Ipa (μA) Ipc (μA) Ipa/ Ipc

50 0,33 0,23 0,28 0,10 3,00 2,16 1,39

100 0,33 0,23 0,28 0,10 4,60 3,4 1,35

200 0,33 0,22 0,28 0,09 6,55 4,91 1,33

300 0,33 0,22 0,28 0,09 8,52 6,26 1,36

500 0,35 0,22 0,28 0,09 15,4 8,22 1,87

ª Em solução de diclorometano, 0,1 mol L

-1 de PTBA.

6 8 10 12 14 16 18 20 22 24

2

3

4

5

6

7

8

9

I I p

c I

(

v1/2

(mV.s-1)

1/2

Equation y = a + b*x

Adj. R-Squar 0,99946

Value Standard Erro

a Intercept -0,6088 0,06978

b Slope 0,39489 0,0046

Figura 68. Variação de I Ipc I em função de v1/2.

Page 122: Danilo Oliveira Santos Avaliação da versatilidade do MCM ... · iv “Agradeço todas ... the surface area, ... infrared region of the immobilized complex have a displacement in

100

4.3.8. Testes catalíticos

As reações de transferência de hidrogênio são consideradas uma rota

alternativa e complementar às reações clássicas utilizando hidrogênio molecular.

Entre os doadores hidrogênio empregados, o isopropanol foi escolhido devido a seu

baixo custo, facilidade de manipulação, ponto de ebulição 82 ºC, alta solubilidade

para compostos orgânicos, baixa toxidade ao meio ambiente e alta estabilidade [152].

Os compostos [RuCl2(PPh3)2(Meo-bipy)] e NH2-MCM-41-[RuCl(PPh3)2(Meo-

bipy)] foram testados como catalisadores em hidrogenações dos seguintes

substratos orgânicos: acetofenona (1-feniletanona), pulegona ((R)-5-Metil-2-(1-

metiletilidina) cicloexanona) , sulcatona (6-metil-5 hepteno-2-ona) e fenchona (1,3,3-

Trimetilbiciclo[2.2.1]heptan-2-ona) (Figura 69).

C

O

CH3

OO CH2

O

Figura 69. Estrutura dos substratos orgânicos acetofenona, pulegona, sulcatona e

fenchona, respectivamente.

A hidrogenação da acetofenona utilizando o complexo [RuCl2(PPh3)2(Meo-

bipy)] como catalisador é apresentada no Esquema 1.

C

O

CH3[RuCl2(PPh3)2(Meo-bipy)]

NaOH, 90ºC

2-propanol

C

OH

CH3

Esquema 1. Redução da acetofenona por transferência de hidrogênio.

Os produtos das reações foram identificados e quantificados por

cromatografia gasosa acoplada a espectrometria de massas (CG/MS). Experimentos

nas mesmas condições, na ausência do catalisador foram realizados, com formação

de apenas 7% do produto 1-feniletanol (Figura 70).

Page 123: Danilo Oliveira Santos Avaliação da versatilidade do MCM ... · iv “Agradeço todas ... the surface area, ... infrared region of the immobilized complex have a displacement in

101

Figura 70. Cromatograma da reação sem catalisador.

A reação catalisada pelo complexo [RuCl2(PPh3)2(Meo-bipy)] apresentou

rendimento de 90,50 % de conversão ao final de 6,5 horas. Foi realizado um

acompanhamento no tempo de reação, e percebe-se que quanto maior o tempo de

reação maior a conversão da acetofenona (Figura 71). A Figura 72 apresenta o

cromatograma da reação com 6,5 horas.

0 1 2 3 4 5 6 7

30

40

50

60

70

80

90

% C

onve

rsão

Tempo (h)

Figura 71. Estudo cinético da reação catalítica da acetofenona com

[RuCl2(PPh3)2(Meo-bipy)].

Page 124: Danilo Oliveira Santos Avaliação da versatilidade do MCM ... · iv “Agradeço todas ... the surface area, ... infrared region of the immobilized complex have a displacement in

102

Figura 72. Cromatogramas da reação catalisada por [RuCl2(PPh3)2(Meo-bipy)].

A reação de redução da sulcatona em 8,5 horas foi obtido 33,95 % de

conversão em sulcatol (Esquema 2). Na ausência de catalisador, não houve

conversão do substrato orgânico. Utilizando esta reação foi avaliada também a

enantioseletividade do catalisador, entretanto, o catalisador não foi seletivo,

formando uma mistura de dois enantiômeros. A Figura 73 apresenta o estudo

cinético da reação catalítica, demonstrando a necessidade de elevados tempos de

reação para uma pequena conversão da sulcatona em sulcatol.

[RuCl2(PPh3)2(Meo-bipy)]

NaOH, 90ºC

2-propanol

OHO

Esquema 2: Redução da sulcatona por transferência de hidrogênio.

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103

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9

5

10

15

20

25

30

35

% C

onve

rsão

Tempo (h)

Figura 73. Estudo cinético da reação catalítica da sulcatona com

[RuCl2(PPh3)2(Meo-bipy)].

O produto da reação foi identificado por cromatografia gasosa (Figura 74).

Figura 74. Cromatogramas da reação catalisada por [RuCl2(PPh3)2(Meo-bipy)].

Page 126: Danilo Oliveira Santos Avaliação da versatilidade do MCM ... · iv “Agradeço todas ... the surface area, ... infrared region of the immobilized complex have a displacement in

104

Não foram obtidas taxas de conversão significativas para os substratos

orgânicos pulegona e fenchona, utilizando as condições descritas acima.

O material modificado NH2-MCM-41-[RuCl(PPh3)2(Meo-bipy)] também foi

testado nestas condições e não apresentou atividade catalítica. Neste material o

catalisador está imobilizado no interior dos poros, o que pode dificultar o processo

de transferência de hidrogênio. Na literatura [153], alguns relatos de atividade

catalítica são obtidos com a utilização elevadas pressão de hidrogênio gasoso como

doador de hidrogênio.

4.3.9. Considerações Gerais

Os dados das análises elementares de C, H e N foram compatíveis com as

formulações propostas para os complexos de rutênio obtidos. Evidências da

coordenação dos ligantes aos íons metálicos foram obtidos através dos espectros

vibracionais na região do infravermelho, espectros de UV-Visível, dados

eletroquímicos e análise termogravimétrica. . Os difratogramas de raios-X do

complexo de rutênio e da mistura física do MCM-41 com o complexo de rutênio

indicaram que o complexo está ligado covalentemente ao NH2-MCM-41, pois na

mistura física foi observado à presença dos picos dos MCM-41 deslocados e os

picos do complexo. O difratograma do complexo imobilizado do NH2-MCM-41 foi

evidenciado apenas o pico de reflexão (100), fortalecendo um baixo grau de

ordenação para o material.

Testes catalíticos foram realizados com o complexo de rutênio e imobilizado

no NH2-MCM-41 para reações de redução das cetonas acetofenona, pulegona,

sulcatona e fenchona. Os substratos acetofenona e sulcatona foram reduzidos

cataliticamente utilizando o complexo de rutênio(II), com 90,50 % e 33,95 % de taxas

de conversão, respectivamente. Utilizando o mesmo procedimento da catálise

homogênea, o material NH2-MCM-41-[RuCl(PPh3)2(Meo-bipy)] não apresentou

atividade catalítica significativa. Outras metodologias estão sendo testadas para

verificar a possível capacidade catalítica deste material, quando imobilizado no

MCM-41.

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105

5. CONCLUSÕES

O método pós-síntese de preparação do MCM-41 funcionalizado (NH2-MCM-

41) se mostrou eficiente e sua eficácia foi comprovada pelas caracterizações

apresentadas neste trabalho. Após a funcionalização o NH2-MCM-41 continuou com

o arranjo hexagonal de poros proveniente do material de partida, o MCM-41. O NH2-

MCM-41 foi utilizado na adsorção do corante vermelho de remazol e demonstrou ser

um promissor adsorvente, com elevada taxa de adsorção e dessorção do corante

vermelho de remazol.

Os novos materiais híbridos mesoporosos luminescentes NH2-MCM-41-

Ln(dpa)3 foram preparados com sucesso, a partir da introdução dos íons lantanídeos

no MCM-41 funcionalizado e posterior coordenação dos íons com o dpa. Todos os

materiais foram caracterizados e a estrutura mesoporosa hexagonal foi mantida. Os

espectros de excitação mostraram a absorção de energia dos ligantes,

apresentando mudança de comportamento de absorção de energia em comparação

com o complexo correspondente livre. Os espectros de emissão mostraram a

transferência de energia dos ligantes para os íons lantanídeos e as transições

relativas desses íons. De acordo com os dados, o MCM-41 é um bom candidato

para o suporte de complexos de lantanídeos.

O complexo de rutênio [RuCl2(PPh3)2(Meobipy)] foi imobilizado no MCM-41

funcionalizado. Foram realizados testes com o complexo livre que apresentou

acentuada atividade catalítica. Os ensaios com o complexo imobilizado serão

realizados posteriormente com outra metodologia, visto que, o MCM-41 já se

apresentou como um bom suporte para complexos metálicos com aplicação em

reações catalíticas.

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106

6. PERSPECTIVAS FUTURAS

Neste trabalho de mestrado algumas análises ainda devem ser realizadas na

tentativa de explicar alguns mecanismos desconhecidos. Diante disso, este trabalho

apresenta as seguintes perspectivas:

Análise dos dados de RMN 31P do complexo de rutênio e do material para

NH2-MCM-41-[RuCl(PPh3)2(Meo-bipy)] para elucidar o mecanismo de imobilização

do complexo no NH2-MCM-41.

Realizar os testes catalíticos, utilizando pressão de hidrogênio, como fonte de

hidrogênio ao invés de solvente como doador de hidrogênio.

Realizar uma análise mais aprofundada dos espectros de emissão, excitação

e tempo de vida dos materiais a temperatura de 77K.

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107

7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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