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Danilo Toledo Ramos
Aplicação de Eletroníveis para Obtenção das Deflexões e dos Momentos Fletores na Face de Concreto de Barragens
de Enrocamento
Dissertação de Mestrado
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Engenharia Civil da PUC-Rio como requisito parcial para obtenção do título de Mestre em Engenharia Civil.
Orientador: Prof. Pedricto Rocha Filho
Rio de Janeiro
Outubro de 2009
Danilo Toledo Ramos
Aplicação de Eletroníveis para Obtenção das Deflexões e dos Momentos Fletores na Face de Concreto de Barragens
de Enrocamento
Dissertação apresentada como requisito parcial para obtenção do grau de Mestre pelo Programa de Pós-Graduação em Engenharia Civil da PUC-Rio. Aprovada pela Comissão Examinadora abaixo assinada.
Prof. Pedricto Rocha Filho
Orientador Departamento de Engenharia Civil – PUC-Rio
Prof. Alberto de Sampaio Ferraz Jardim Sayão Departamento de Engenharia Civil – PUC-Rio
Prof. Tácio Mauro Pereira de Campos Departamento de Engenharia Civil – PUC-Rio
José Eugênio Leal
Coordenador Setorial do Centro Técnico Científico da PUC-Rio
Rio de Janeiro, 30 de outubro de 2009
Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução total
ou parcial do trabalho sem autorização da universidade, do
autor e do orientador.
Danilo Toledo Ramos
Graduou-se em Engenharia Civil pela Universidade de
Brasília, em 2007. Ingressou no mesmo ano no curso de
Mestrado em Engenharia Civil da Pontifícia Universidade
Católica do Rio de Janeiro, na área de Geotecnia,
desenvolvendo dissertação de mestrado na área de
instrumentação geotécnica.
Ficha Catalográfica
Ramos, Danilo Toledo
Aplicação de Eletroníveis para Obtenção das Deflexões e dos Momentos Fletores da Face de Concreto de Barragens de Enrocamento / Danilo Toledo Ramos ; orientador: Pedricto Rocha Filho. – 2009.
148 f. : il. (color.) ; 30 cm
Dissertação (Mestrado em Engenharia Civil) – Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2009.
Inclui bibliografia. 1. Engenharia Civil – Teses. 2. Instrumentação. 3. Eletroníveis. 4. Barragens. 5. Enrocamento. 6. Deflexões. I. Rocha Filho, Pedricto. II. Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro. Departamento de Engenharia Civil. III. Título.
CDD: 624
Aos meus pais e à minha irmã.
À minha querida Flavia.
Aos meus amigos que tenho como irmãos.
Agradecimentos
A Deus, pela vida.
Ao meu orientador, Professor Pedricto Rocha Filho, pelo exemplo de profissional
e pela orientação segura. Agradeço pela amizade, por ter me dado oportunidades
inesquecíveis para a minha vida e por me ensinar o que é engenharia, com sua
visão clara, inteligente e objetiva.
Aos meus pais, Paulo Roberto de Souza Ramos e Maria do Carmo Toledo Ramos,
que são pessoas das quais tenho muito orgulho. Eu me sinto abençoado por ter
pais tão maravilhosos. Agradeço pelo apoio e amor que sempre me dedicaram
durante toda a minha vida, e sem os quais nunca teria alcançado este objetivo.
À minha irmã, Paula Toledo Ramos, pessoa com a qual me identifico tanto que
nem precisaria das palavras para conversar. Agradeço pelo apoio e
companheirismo de sempre, pelas conversas e pelo carinho.
À minha família, avós, tios e primos, por sempre torcerem pelo meu sucesso e
pelo carinho que sempre tiveram por mim.
À minha querida Flavia Villarroel, por seu companheirismo e dedicação. Tenho
muita sorte de ter encontrado a sua luz no meu caminho. Agradeço pelo carinho e
amor que sempre demonstrou por mim, os quais sempre irei retribuir, e pela ajuda
em todos os momentos de dificuldade, provando ser uma pessoa de grande valor
para a minha vida.
Ao Professor Luiz Antônio Pereira de Gusmão, pela amizade, competência e
sugestões. A sua contribuição foi fundamental para o desenvolvimento deste
trabalho.
Ao José Eduardo Zuñiga e Cristina de Blasis, aos quais tenho grande admiração e
gratidão pelo apoio e amizade.
Aos meus amigos da pós-graduação, pela excelente convivência durante todo esse
período.
Aos meus amigos-irmãos e companheiros David Bogossian e Davi Guedes, que
estiveram comigo nessa jornada e são parte essencial dessa conquista.
Aos meus amigos-irmãos Leandro Naya, Henrique Almeida e Petrus Barros, por
sempre torcerem por mim e estarem presentes, mesmo estando a mais de mil
quilômetros.
Às minhas amigas-irmãs Nancy Amikura e Daniele Roewer, por também serem
pessoas que sempre poderei contar.
Agradeço à família Cavalcanti: Vânia, Estevão, Marcelo e Bernardo, pelo apoio
na adaptação e pelo espírito acolhedor que possuem. À Zenilda, que é uma pessoa
maravilhosa e foi muito importante para essa conquista. Agradeço em particular
ao Marcelo pela ajuda com a “revitalização” das figuras. Agradeço pela ajuda,
pela boa convivência e experiência que pude ter com essa família incrível. As
condições que me foram proporcionadas nesse ano e meio de convivência me
ajudaram muito a obter êxito no mestrado.
Agradeço à Regina Castro, por ser uma pessoa também acolhedora, amável, com a
qual tenho uma convivência muito agradável e com isso sempre pude sentir
tranqüilidade para desenvolver o meu trabalho.
Agradeço aos funcionários do Laboratório de Geotecnia Amauri e Deivid, pela
constante disposição em ajudar e pela amizade. Aos funcionários Walter e Juarez
do Laboratório de Engenharia Mecânica, ao Alex e ao Bruno.
Aos funcionários do DEC Rafael, Lenílson, Fátima e principalmente à Rita, que é
uma pessoa especial e me ajudou bastante a começar e agora concluir o mestrado.
À Professora Michéle, que além de ser uma profissional muito competente, é uma
pessoa muito querida por todos e sempre disposta a contribuir com sua alegria e
seus conhecimentos.
À Professora Rosa Maria Sposto, por ter me ensinado os primeiros passos e me
incentivado nesse passo acadêmico. Sou grato por seus ensinamentos e amizade.
Agradeço aos professores do Departamento de Engenharia Civil, que são
responsáveis pela minha formação e pelo meu interesse geotécnico e
particularmente aos professores Giuseppe Guimarães, Raul Rosas e Celso
Romanel pela disposição em contribuir ao trabalho.
Às professoras do Departamento de Matemática Ana Cristina e Juliana Vianna,
pela disposição em ajudar, pela grande contribuição e longas conversas sobre
cálculo numérico.
Ao professor Marcelo Dreux do Departamento de Informática pelos
ensinamentos, pela contribuição e pela boa vontade em ajudar no
desenvolvimento do programa usado nesta dissertação.
Agradeço também aos amigos do CAND, João Gabriel, Paulo Mirilli, Roberta e
Carol pela companhia e ajuda na etapa final da dissertação.
À CAPES à Vice-reitoria de Desenvolvimento Acadêmico da PUC-Rio pelo
suporte financeiro.
Resumo
Ramos, Danilo Toledo; Rocha Filho, Pedricto. Aplicação de Eletroníveis
para Obtenção das Deflexões e dos Momentos Fletores na Face de
Concreto de Barragens de Enrocamento. Rio de Janeiro, 2009. 148p.
Dissertação de Mestrado – Departamento de Engenharia Civil, Pontifícia
Universidade Católica do Rio de Janeiro.
Este trabalho descreve a montagem, calibração e instalação de 80 (oitenta)
eletroníveis na face de concreto da Barragem de Mazar, que consiste em uma
Barragem de Enrocamento com Face de Concreto de 166 m de altura localizada
na parte sudeste do Equador, no rio Paute. A barragem possui taludes a montante
de 1,4(H):1,0(V) e a jusante de 1,5(H):1,0(V), com volume de enrocamento de
5.000.000 m3. Os eletroníveis foram instalados ao longo de quatro seções na face
de concreto em diferentes etapas do processo construtivo da barragem, permitindo
a observação do comportamento deste elemento de vedação desde o inicio da
construção. Para a interpretação foram desenvolvidas rotinas que possibilitaram,
além da automatização, a criação de uma interface gráfica para acompanhamento.
Os resultados indicaram com precisão os deslocamentos da face e acusaram
regiões críticas com relação à atuação de momentos fletores, ratificando a
importância do monitoramento da face de concreto desde o início da sua
execução.
Palavras – chave
Instrumentação; Eletroníveis; Barragens; Enrocamento; Deflexões
9
Abstract
Ramos, Danilo Ramos; Rocha Filho, Pedricto (advisor). Use of Electro-
Levels to Obtain Deflection and Bending Moment in Concrete Faced
Rockfill Dams. Rio de Janeiro, 2009. 148p. MSc. Dissertation –
Departamento de Engenharia Civil, Pontifícia Universidade Católica do Rio
de Janeiro.
This thesis describes the procedures involved in the montage, calibration
and installation of 80 (eighty) electro-levels on the concrete face of Mazar’s dam,
located in the Paute river, southeast of Ecuador. This dam consists of a Concrete
Face Rockfill Dam 166m high and it has upstream slopes of 1.4(h):1.0(v) and
downstream slopes of 1.5(h):1.0(v). The rockfill volume is 5000000 m3. Electro-
levels were installed throughout 4 sections on the concrete face in different phases
of the dam construction, allowing the behavior observation of its concrete face
since the beginning of the construction. For the interpretation of the results, some
routines were developed to allow not only the automation of the process but also
the development of graphic interface for following the process. The results
indicated with precision the face displacements and showed critical regions
related to the bending moment, which confirms the importance of monitoring the
concrete face during all the construction stages.
Keywords
Instrumentation, Electrolevels, Dams, Rockfill, Deflections
10
Sumário
Lista de Figuras 12
Lista de Tabelas 17
Lista de Símbolos 18
Lista de Abreviaturas 20
1 Introdução 21
1.1. Objetivos 22 1.2. Organização do Trabalho 22
2 Revisão Bibliográfica 23 2.1. Breve Histórico de barragens de enrocamento com vedação a montante (BEVMs) 23 2.2. Medida das deflexões do elemento de vedação a montante 26
2.3. Deflexões da face de concreto de BEFCs indicadas por eletroníveis 29 2.3.1. Barragem de Xingó 30
2.3.2. Barragem de Tianshengqiao 31
3 Eletroníveis 37
3.1. Introdução 37 3.2. Descrição 38
3.2.1. Princípio de Funcionamento 38 3.2.2. Montagem 40
3.2.3. Calibração 40 3.3. Interpretação dos dados 42
3.3.1. Análise Incremental 42 3.3.2. Análise Sequencial 44
3.3.3. Ajuste polinomial pelo método dos mínimos quadrados com restrições devido às condições de contorno de BEFCs 52
4 Aplicação dos Eletroníveis na Barragem de Mazar 55 4.1. Barragem de Mazar 55
4.1.1. Construção da barragem 55 4.1.2. Características da face de concreto 57
4.1.3. Instalação dos eletroníveis 59 4.2. Montagem dos Eletroníveis 63
4.3. Sistemas de aquisição de dados 65 4.3.1. Unidade de Leitura (Mini Data-Logger) 65
4.3.2. Sistema de Monitoramento dos Eletroníveis (SME) 66 4.4. Calibração dos Eletroníveis 69
4.4.1. Calibração com a utilização do Mini Data-Logger 71
11
4.4.2. Calibração com a utilização do Sistema de Monitoramento de Eletroníveis (SME) 74 4.4.1. Compatibilização entre Fatores de Calibração obtidos com o data-logger e com o SME 75 4.5. Procedimento de Instalação e Proteção dos Eletroníveis 76
5 Análise dos Resultados 79 5.1. Desempenho dos eletroníveis 79
5.2. Ajuste das Curvas 83 5.2.1. Resultados dos ajustes polinomiais dos pontos de rotação por aproximação (Método dos mínimos quadrados) 84 5.2.2. Comparação entre a deformada obtida por Análise Sequencial (regressão polinomial) e Incremental 87 5.3. Análise das deflexões da face de concreto da Barragem de Mazar 90
5.4. Análise dos momentos fletores atuantes na face de concreto da Barragem de Mazar 112
5.5. Sistematização dos cálculos 122
6 Conclusões e Sugestões para Trabalhos Futuros 125
6.1. Conclusões 125 6.2. Sugestões para Trabalhos Futuros 126
Bibliografia 127
Apêndice A – Resultados da Calibração 130
Apêndice B – Rotinas de Cálculo (VBA) 133
Apêndice C – Resultados das deflexões e momentos fletores sem a compatibilização das leituras. 135
Apêndice D – Exemplo de Relatório Gerado pelo Programa de Monitoramento em VBA 139
Apêndice E – Rotinas para automatização dos cálculos 140
12
Lista de Figuras
Figura 2.1 – Barragem Inglesa (1856) (http://sunsite.berkeley.edu).......... 23
Figura 2.2 – Visão artística da barragem de Shuibuya (233 m) (Cruz, Materón & Freitas, 2009). ....................................................................... 25
Figura 2.3 – Vista longitudinal (a) e em corte (b) do trole para movimento do tubo de inclinômetro na Barragem de Marchlyn. (Penman & Rocha Filho, 2000). ............................................................................................. 28
Figura 2.4 – Deflexões da membrana com o reservatório cheio da Barragem de Marchlyn. (a) Deflexões na seção principal; (b) Detalhe próximo ao pé do talude a montante. (Penman & Rocha Filho, 2000)..................................................................................................29
Figura 2.5 – Tubo para instalação do inclinômetro em El Cajón. (Cruz, Materón & Freitas, 2009)...................................................................29
Figura 2.6– Tubo-guia do inclinômetro instalado na crista na barragem de El Cajón. (Cruz, Materón & Freitas, 2009)........................................29
Figura 2.7 – Deflexões observadas na Barragem de Xingó (Penman & Rocha Filho, 2000). ................................................................................. 30
Figura 2.8 – Deflexão do primeiro estágio da laje na maior seção da Barragem de Tianshengqiao (Penman & Rocha Filho, 2000). ........... 32
Figura 2.9 – Deflexão do segundo estágio de construção da face de concreto da Barragem de Tianshengqiao (Penman & Rocha Filho, 2000) ......................................................................................................... 33
Figura 2.10 – Deflexões do segundo estágio da laje na seção B da Barragem de Tiashengqiao (Penman & Rocha Filho, 2000). ............. 34
Figura 2.11 – Deflexões do segundo estágio da laje na seção C da Barragem de Tiashengqiao (Penman & Rocha Filho, 2000). ............. 34
Figura 2.12 – Deflexões da face de concreto da Barragem de Tianshengqiao 1, em 1999, medida por eletroníveis. (Penman & Rocha Filho, 2000) .................................................................................. 35
Figura 3.1 – Rotação de um corpo rígido ..................................................... 37
Figura 3.2 – Vista de eletroníveis. a) eletronível com quatro pinos (eletrodos) b) eletronível com três pinos. (www.frederickscom.com). 38
Figura 3.3 – Circuito elétrico de conexão dos eletroníveis. ........................ 39
Figura 3.4 – Curvas de sensibilidade dos eletroníveis (www.frederickscom.com). ..................................................................... 39
Figura 3.5 – Dimensões da cápsula dos eletroníveis aplicados na face de concreto da barragem de Mazar. ........................................................... 40
Figura 3.6 – Barra de calibração dos eletroníveis. ........................................ 41
Figura 3.7 – Exemplo de curva usada na determinação do Fator de Calibração. ............................................................................................... 41
Figura 3.8 – Nuvem de pontos de rotação em função da distância longitudinal da face de concreto. ........................................................... 43
Figura 3.9 – Deformada de uma face de concreto de uma BEFC por análise incremental. ................................................................................ 43
13
Figura 3.10 – Deformada de uma face de concreto de uma BEFC por análise incremental. ................................................................................ 44
Figura 3.11 – Deformada de uma face de concreto de uma BEFC por análise sequencial. .................................................................................. 45
Figura 3.12 – Deformadas da face de concreto de BEFCs obtidas pelas análises incremental e sequencial. ........................................................ 45
Figura 3.13 – Curva de momentos fletores (análise seqüencial). .............. 47
Figura 3.14 – Resposta carga-deslocamento em vigas de concreto armado...................................................................................................... 47
Figura 3.15 – Diagramas de deformação e tensão para uma viga no Estágio I. ................................................................................................... 48
Figura 3.16 – Diagrama de deformação da seção retangular. ................... 50
Figura 4.1 – Seção máxima da barragem de Mazar ................................... 55
Figura 4.2 – Avanço da construção da barragem até Fevereiro de 2009. 56
Figura 4.3 – Vista do talude de jusante da barragem de Mazar em 26 de outubro de 2008 (www.constructoramazar.com.ec). ........................... 57
Figura 4.4 – Vista do talude de montante da barragem de Mazar em março de 2009. ........................................................................................ 58
Figura 4.5 – Características geométricas da face de concreto da barragem de Mazar................................................................................................... 58
Figura 4.6 – Linhas de instrumentação com eletroníveis da face de concreto da barragem de Mazar. ........................................................... 59
Figura 4.7 – Geometria da fundação nas seções instrumentadas com eletroníveis. (a) Seção A; (b) Seção B; (c) Seção C e (d) Seção D. .. 60
Figura 4.8 – Vista das linhas de eletroníveis das seções A e C instalados na face da barragem de Mazar em março de 2009. ............................ 61
Figura 4.9 – Detalhes da base de fixação e da proteção (EN-A2)............. 61
Figura 4.10 – Carretéis dos cabos armazenados na parte superior da laje após instalação dos eletroníveis. ........................................................... 61
Figura 4.11 – Vista do eletronível ligado aos cabos e posicionado no interior da cápsula ................................................................................... 63
Figura 4.12 – Vista dos eletroníveis apoiados em bancada plana para secagem completa da resina. ................................................................ 63
Figura 4.13 – Vista dos eletroníveis após a colocação da resina. ............. 64
Figura 4.14 – Vista do eletronível preparado para ser inserido na câmara de pressão................................................................................................ 64
Figura 4.15 – Vista do equipamento utilizado para o ensaio de estanqueidade. ........................................................................................ 65
Figura 4.16 – Vista da unidade de leitura (Mini Data-Logger) .................... 66
Figura 4.17 – Detalhes da unidade de leitura manual (Mini Data-Logger) da CMCS e da conexão com os eletroníveis. (Wha, 1999). ............... 66
Figura 4.18 – Ilustração das conexões entre os eletroníveis, módulos conversores e condicionadores. ............................................................ 67
Figura 4.19 – Vista dos equipamentos do sistema de monitoramento de eletroníveis (SME). .................................................................................. 68
Figura 4.20 – Vista do painel do condicionador. .......................................... 68
Figura 4.21 – Tela do programa SME (Sistema de Monitoramento de Eletroníveis). ............................................................................................ 69
Figura 4.22 – Barra de Calibração dos eletroníveis (Laboratório de Geotecnia PUC-Rio). .............................................................................. 70
14
Figura 4.23 – Curvas de calibração de um conjunto de 9 eletroníveis e do eletronível de referência utilizando o mini-logger. ................................ 71
Figura 4.24 – Curvas de calibração corrigidas pelo eletronível de referência utilizando o mini-logger. ........................................................ 71
Figura 4.25 – Gráfico das curvas de calibração máxima e mínima no mini-logger. ....................................................................................................... 72
Figura 4.26 – Gráfico dos fatores de calibração dos eletroníveis para o Mini Data-Logger. .................................................................................... 74
Figura 4.27 – Gráfico dos fatores de calibração dos eletroníveis para o SME. ......................................................................................................... 75
Figura 4.28 – Gráfico de compatibilização entre as leituras do SME e Mini Data-Logger ............................................................................................. 76
Figura 4.29 – Desenho em corte da face de concreto com incrementos positivos de leitura (∆L) dos eletroníveis na deflexão para jusante. .. 76
Figura 4.30 – Eletronível fixado na face de concreto da Barragem de Mazar por meio de perfil metálico. ......................................................... 77
Figura 4.31 – Plataformas de instalação ao longo de uma seção instrumentada. ......................................................................................... 77
Figura 4.32 – Instalação e tomada da leitura de instalação com o Mini Data-Logger. ............................................................................................ 78
Figura 4.33– Eletronível protegido com selante de silicone, antes (a) e após (b) a aplicação. ............................................................................... 78
Figura 4.34 – Colocação da proteção metálica. .......................................... 78
Figura 4.35 – Vista dos eletroníveis protegidos por concreto e cabos protegidos pela meia cana metálica. ..................................................... 78
Figura 4.36 – Vista da Seção C instrumentada com eletroníveis. ............. 78 Figura 5.1 – Variação das leituras com o tempo para a Seção A. ............. 80
Figura 5.2 – Variação das leituras com o tempo na Seção C. ................... 82
Figura 5.3 – Variação das leituras com o tempo na Seção D. ................... 82
Figura 5.4 – Variação das leituras com o tempo na Seção B .................... 83
Figura 5.5 – Ajustes polinomiais aos pontos de rotação dos eletroníveis da Seção A (08/12/08). ................................................................................ 84
Figura 5.6 – Melhores ajustes polinomiais aos pontos de rotação. ........... 85
Figura 5.7 – Variação com o tempo dos coeficientes de determinação dos eletroníveis de A1 a A17......................................................................... 86
Figura 5.8 – Comparação entre as curvas incremental e polinomial (Seção A - 08/12/2008). ....................................................................................... 88
Figura 5.9 - Comparação entre as curvas incremental e polinomial (Seção A - 05/01/2009). ....................................................................................... 88
Figura 5.10 - Comparação entre as curvas incremental e polinomial – (Seção A -11/03/2009). ........................................................................... 88
Figura 5.11 – Comparação entre as curvas incremental e polinomial – (Seção B -16/08/2009). ........................................................................... 89
Figura 5.12 – Comparação entre as curvas incremental e polinomial – (Seção C -17/04/2009)............................................................................ 89
Figura 5.13 – Comparação entre as curvas incremental e polinomial – (Seção D -15/07/2009)............................................................................ 89
Figura 5.14 – Deflexões observadas na face de concreto durante a construção do corpo do enrocamento e aterro a montante (1º Estágio de Instalação). ......................................................................................... 91
15
Figura 5.15 – Deflexão calculada na Seção A durante a construção do corpo da barragem (14/10/2008). .......................................................... 92
Figura 5.16 – Deflexão calculada na Seção A durante a construção do corpo da barragem e início da construção da berma a montante (31/10/2008). ............................................................................................ 92
Figura 5.17 – Deflexão calculada na Seção A durante a construção do corpo da barragem e da berma a montante (29/11/2008). ................. 93
Figura 5.18 – Deflexão calculada na Seção A durante a construção do corpo da barragem e da berma a montante (30/12/2008). ................. 93
Figura 5.19 – Deflexão calculada na Seção A durante a construção do corpo da barragem e da berma a montante (31/01/2009). ................. 94
Figura 5.20 – Deflexão calculada na Seção A durante a construção do corpo da barragem e da berma a montante (28/02/2009). ................. 94
Figura 5.21 – Deflexão calculada na Seção A imediatamente após o término da construção do corpo da barragem e da berma a montante (31/03/2009). ............................................................................................ 95
Figura 5.22 – Deflexões da face de concreto e compatibilização de leituras de diferentes estágios de instalação dos eletroníveis. ........................ 96
Figura 5.23 – Deflexões observadas na face de concreto no 2º estágio de instalação (Seção A). .............................................................................. 97
Figura 5.24 – Deflexões observadas na face de concreto no 3º estágio de instalação (Seção A). .............................................................................. 98
Figura 5.25 – Deflexões calculadas na Seção A em 28/09/2009. ............. 99
Figura 5.26 – Deflexões observadas na face de concreto no 4º estágio de instalação (Seção A). ............................................................................ 100
Figura 5.27 – Deflexões observadas na Seção A da face de concreto em todos os estágios de instalação. .......................................................... 101
Figura 5.28 – Deflexões calculadas na Seção C da face de concreto da Barragem de Mazar em 03/05/2009. ................................................... 102
Figura 5.29 – Deflexões calculadas na Seção C da face de concreto da Barragem de Mazar em 19/08/2009. ................................................... 103
Figura 5.30 – Deflexões calculadas na Seção C da face de concreto da Barragem de Mazar em 28/09/2009. ................................................... 103
Figura 5.31 – Deflexões observadas na Seção C da face de concreto em todos os estágios de instalação. .......................................................... 104
Figura 5.32 – Deflexões calculadas na Seção D da face de concreto da Barragem de Mazar em 03/05/2009. ................................................... 105
Figura 5.33 – Deflexões calculadas na Seção D da face de concreto da Barragem de Mazar em 27/08/2009. ................................................... 105
Figura 5.34 - Deflexões calculadas na Seção D da face de concreto da Barragem de Mazar em 28/09/2009 .................................................... 106
Figura 5.35 – Deflexões observadas na face de concreto em todos os estágios de instalação (Seção D). ....................................................... 107
Figura 5.36 – Deflexões calculadas na Seção D da face de concreto da Barragem de Mazar em 17/08/2009. ................................................... 108
Figura 5.37 - Deflexões calculadas na Seção D da face de concreto da Barragem de Mazar em 28/09/2009. ................................................... 108
Figura 5.38 – Deflexões observadas na face de concreto em todos os estágios de instalação (Seção B). ....................................................... 110
16
Figura 5.39 – Deflexões observadas na face de concreto da Barragem de Mazar em todas as seções. (Período 15/03/2009 a 28/09/2009 para as seções A, C e D e 27/07/2009 a 28/09/2009 para a Seção B. .... 111
Figura 5.40 – Momentos Fletores atuantes medidos nos diferentes estágios de instalação dos eletroníveis (Seção A). ........................... 115
Figura 5.41 – Momentos fletores atuantes na Seção A em diferentes estágios e limites de fissuração do concreto. ..................................... 116
Figura 5.42 – Momentos Fletores atuantes medidos nos diferentes estágios de instalação dos eletroníveis (Seção A). ........................... 117
Figura 5.43 - Momentos fletores atuantes na Seção C em diferentes estágios e limites de fissuração do concreto. ..................................... 118
Figura 5.44 – Deflexões observadas na face de concreto em todos os estágios de instalação (Seção D). ....................................................... 119
Figura 5.45 – Momentos fletores atuantes na Seção B em diferentes estágios e limites de fissuração do concreto. ..................................... 120
Figura 5.46 – Momentos fletores atuantes na Seção B em diferentes estágios e limites de fissuração do concreto. ..................................... 120
Figura 5.47 – Deflexões observadas na face de concreto em todos os estágios de instalação (Seção B). ....................................................... 121
Figura 5.48 - Vista da tela da interface gráfica para o cálculo das rotações na Seção A. ............................................................................................ 122
Figura 5.49 - Vista da tela da interface gráfica para o cálculo das deflexões na face de concreto na Seção A. ....................................... 123
Figura 5.50 – Vista da tela da interface gráfica para o cálculo dos momentos fletores atuantes na face de concreto na Seção A. ........ 123
Figura 5.51 – Vista da tela da interface gráfica para o cálculo dos momentos fletores atuantes na face de concreto na Seção A e os limites teóricos de fissuração. .............................................................. 124
17
Lista de Tabelas
Tabela 2.1 – Barragens de enrocamento com altura superior a 150 metros (grande porte)..................................................................................25
Tabela 2.2 – Sequência de instalação dos eletroníveis na Barragem de Tiangshengqiao (Penman & Rocha Filho, 2000)................................................................................................31
Tabela 4.1 – Cotas de instalação dos eletroníveis...................................62 Tabela 4.2 – Etapas de instalação dos eletroníveis.................................62
Tabela 5.1 – Coeficientes de Determinação para os ajustes polinomiais dos eletroníveis A1 a A17................................................................85
Tabela 5.2 – Valores do momento de Inércia da seção homogênea da face de concreto nos pontos de instalação dos eletroníveis (Valores em m4)............................................................................................113
Tabela 5.3 – Valores (em módulo) do momento de fissuração da seção da face de concreto nos pontos de instalação dos eletroníveis (Valores em tf∙m)..........................................................................................114
18
Lista de Símbolos
Romanos
E Módulo de elasticidade Eci Módulo de elasticidade tangente inicial I Momento de inércia M Momento fletor Mf Momento fletor de fissuração do concreto d Deflexão da face de concreto q Carga aplicada fck Resistência característica do concreto à compressão ftk Resistência característica do concreto à tração R2 Coeficiente de determinação
19
Gregos ε Deformação ζ Tensão ζct Tensão octaédrica θ Rotação do eletronível δ Deslocamento
20
Lista de Abreviaturas
BEFC EN FC SME
Barragem de Enrocamento com Face de Concreto Eletronível Fator de Calibração Sistema de Monitoramento dos Eletroníveis
TSQ VBA
Tianshengqiao I Visual Basic for Aplications
21
1 Introdução
Nas últimas décadas a construção de barragens de
enrocamento com face de concreto (BEFCs) foi muito
significativa. Segundo Rocha Filho (2008), no final do ano de
2007 havia, no mundo, o registro de um número superior a
560 barragens, sendo que destas, mais de 180 possuíam altura
acima de 100m e mais de duas dezenas apresentavam altura
superior a 200m. Atualmente algumas destas barragens estão
sendo projetadas para atingir a alturas superiores a 300m.
Apesar desse número significativo de BEFCs
construídas, em construção e em projeto, além do
considerável volume de enrocamento envolvido em cada uma
delas, pouco investimento tem sido feito para entender o
comportamento tensão-deformação-tempo deste material.
Rocha Filho (2008) ainda afirma que a dificuldade de
realização de ensaios laboratoriais que descrevam
corretamente o comportamento do enrocamento tem
direcionado maior foco aos programas de auscultação dessas
obras. No entanto, os resultados desses programas de
instrumentação não têm se traduzido satisfatoriamente na
melhoria de análises matemáticas, causando uma importante
defasagem entre o conhecimento adquirido e o conhecimento
aplicado.
Por se tratar de um material puramente drenante e não
coesivo, o enrocamento não tem merecido especial atenção
quanto a problemas de estabilidade e aparecimento de zonas
de tração ou plastificação. No entanto, essas condições têm se
refletido negativamente no desempenho pouco satisfatório
das lajes como elemento de vedação, principalmente para
barragens mais altas, que são hoje uma tendência mundial.
(Rocha Filho & Saboya, 2008).
Sendo assim, um dos principais aspectos a serem
monitorados é a deflexão da face resultante de recalques do
enrocamento. Cruz, Materón & Freitas (2009) afirmam que
os deslocamentos da laje passaram a merecer mais atenção
após a ocorrência de lasqueamento (spalling) e rupturas da
face de concreto de algumas BEFCs. Segundo os autores é
importante medir os deslocamentos da laje praticamente a
partir de sua execução, e não somente durante o enchimento
do reservatório.
Nas BEFCs mais recentes, tais como Xingó,
Tianshegqiao 1, Hongjiadu e Itá, destaca-se a utilização de
eletroníveis para medir as deflexões da face de concreto.
22
1.1. Objetivos
Os objetivos deste trabalho são:
Descrever a montagem, calibração e instalação de 80
(oitenta) eletroníveis na face de concreto da Barragem de
Mazar ao longo de quatro seções, em diferentes etapas do
processo construtivo da barragem.
Obter analiticamente as deflexões e os momentos
fletores atuantes na face de concreto a partir da interpretação
das leituras fornecidas pelos eletroníveis.
1.2. Organização do Trabalho
O presente trabalho está dividido em 6 Capítulos. O
Capítulo 2 apresenta um breve histórico de barragens de
enrocamento com vedação à montante (BEVMs), uma
revisão da literatura quanto a tipos de instrumentos utilizados
para medição de deslocamento do elemento de vedação à
montante, concluindo com uma revisão de trabalhos que
fizeram esse tipo de avaliação com o uso de eletroníveis.
No Capítulo 3 é apresentada uma descrição dos
eletroníveis, incluindo princípio de funcionamento,
montagem e calibração. Também é apresentada a formulação
matemática para a interpretação dos resultados obtidos a
partir dos eletroníveis. O capítulo não aborda o uso dos
eletroníveis exclusivamente para a utilização em barragens de
enrocamento com face de concreto, mas contempla uma
descrição pormenorizada do instrumento, enfatizando sua
versatilidade e apresentando o tipo de análise em que se
enquadra a instrumentação da face de concreto de BEFCs.
O Capítulo 4 descreve os procedimentos e materiais
utilizados para montagem, calibração, instalação e aquisição
dos dados dos eletroníveis, além das principais características
da Barragem de Mazar, contendo dados técnicos sobre o
processo construtivo, características do enrocamento e da
face de concreto.
No Capítulo 5 são analisados os resultados da
instrumentação. Inicialmente o desempenho dos eletroníveis
é estudado através das leituras dos eletroníveis com o tempo.
Para a interpretação dos dados são analisadas as possíveis
formas de ajuste aos pontos para a interpretação matemática
e, após a justificativa do melhor ajuste, determinadas as
deflexões e os momentos fletores nos diferentes estágios
construtivos da barragem em todas as seções instrumentadas.
Finalmente, no capítulo 6 são apresentadas as
conclusões e recomendações para futuras pesquisas.
23
2 Revisão Bibliográfica
2.1. Breve Histórico de barragens de enrocamento com vedação a montante (BEVMs)
Cruz, Materón & Freitas (2009) citam que a barragem
La Granjilla, com 13 metros de altura e 460 metros de
comprimento, foi construída na Espanha já em 1660, com
face impermeável de argamassa e cal. Seu corpo foi
construído com solo e enrocamento. No Brasil, a barragem
Saturnino de Brito, em Poços de Caldas/MG é uma das
barragens construídas com face impermeável no começo do
século XX.
Nos Estados Unidos, a construção das barragens de
enrocamento começou na era moderna, entre 1850 e 1870,
para armazenamento de água para exploração de ouro nas
montanhas de Serra Nevada, no Estado da Califórnia. A face
a montante do dique dessas barragens era inicialmente de
placas de madeira e, mais tarde, de concreto. Duas das
barragens de enrocamento com face de madeira são as
barragens Inglesa (Figura 2.1), com 24 metros de altura,
construída em 1856, e Meadow Lake, construída também na
Califórnia, em 1903, com 23m de altura. A ocorrência de
queimadas, principalmente na estação seca, e sua
vulnerabilidade à deterioração a longo prazo, causou a
mudança da face a montante de madeira para concreto. (Cruz,
Materón & Freitas, 2009).
Figura 2.1 – Barragem Inglesa (1856) (http://sunsite.berkeley.edu).
24
Até 1900, 60% das barragens de enrocamento usavam
madeira como elemento vedante. A partir de então, até o ano
de 1945, a percentagem desse tipo de barragem caiu para
18% enquanto que as barragens com revestimento de
concreto experimentaram um aumento de 27% para 48% no
mesmo período. Para o caso da utilização de revestimento em
aço, este número manteve-se constante na faixa de 8%.
(Justin, 1945, apud Saboya, 1993).
No que se refere ao conceito dos aterros de
enrocamento, a primeira grande mudança foi que esses
deveriam ser construídos em camadas relativamente mais
delgadas, com molhagem e compactação. Dentre as primeiras
barragens construídas com enrocamento compactado pode-se
citar a barragem de El Infiernillo no México e a barragem de
Quioch na Escócia, cujas obras foram terminadas em 1963 e
1969, respectivamente. (Saboya, 1993).
Durante o período compreendido entre 1960 e 1965, os
projetos e a construção de barragens de enrocamento
passaram por uma fase de transição entre o enrocamento
lançado e compactado. A necessidade da construção de
barragens relativamente altas, aliada, em alguns casos, à
ausência de rochas de boa qualidade e ao desenvolvimento de
máquinas pesadas de compactação contribuíram
sobremaneira para o desenvolvimento de novos projetos de
barragens de enrocamento. (Saboya, 1993).
Nas últimas décadas, o desenvolvimento tecnológico
dos equipamentos de escavação em rocha, transporte e
lançamento, bem como dos rolos compactadores, somados a
um bom planejamento dos acessos às frentes de lançamento,
permite que a produção do maciço de enrocamento alcance
picos mensais superiores a 1.000.000 m3. (Cruz, Materón &
Freitas, 2009).
O projeto das BEFCs evoluiu empiricamente, ou seja,
guiado por experiência, e não por teorias. A complexidade do
problema físico a ser analisado analiticamente põe um limite
natural ao que pode ser obtido por um modelo matemático.
Uma experiência bem compreendida e avaliada continua a ser
a melhor e, em essência, a única opção de projeto para as
BEFCs, incluindo as muito altas. (Pinto, 2007).
As BEFCs vêm sendo construídas por todo o mundo,
apresentando como vantagens sua estabilidade, flexibilidade
construtiva, custo atrativo, implementação de taludes
relativamente íngremes, melhor adaptação à geologia, etc.
Existem em torno de 200 BEFCs com altura superior a 100 m
e muitas com altura superior a 150 m (grande porte)
construídas ou em construção (Tabela 2.1). Na Figura 2.2 é
apresentada uma visão artística da barragem de Shuibuya, a
mais alta BEFC já construída.
25
Tabela 2.1 – Barragens de enrocamento com altura superior a 150 metros (grande porte), construídas ou em construção.
BEFC Altura País
Shuibuya 233m China
Jiangpinghe 221m China
La Yesca 210m México
Bakun 205m Malásia
Campos Novos 202m Brasil
Guxian 199m China
Kárahnjúkar 196m Islândia
El Cajon 189m México
Aguamilpa 187m México
Sanbanxi 186m China
Barra Grande 185m Brasil
Hongjiadu 179,5m China
Tianshengqiao I 178m China
Mazar 166m Equador
Tankeng 162m China
Foz do Areia 160 m Brasil
Zipingpu 158m China
Bashan 155m China
Porce III 155m Colômbia
Jilingtai 152m China
Figura 2.2 – Visão artística da barragem de Shuibuya (233 m) (Cruz, Materón & Freitas, 2009).
26
Qian (2008 apud Cruz, Materón & Freitas, 2009)
apresenta sete BEFCs muito altas em estudo de pré-
viabilidade na China: Cihaxia (253m de altura, 700m de
comprimento), Maji (300m de altura, 800m de comprimento),
Linghekou (305m de altura), Songta (307m de altura, 540m
de comprimento), Shuangjiangkou (314m de altura) e Rumei
(340m de altura, 800m de comprimento).
2.2. Medida das deflexões do elemento de vedação a montante
Penman & Rocha Filho (2000) apresentam uma
descrição de diversos tipos de instrumentos utilizados para
medir a deflexão em elementos de vedação de barragens de
enrocamento com vedação a montante. A seguir são
apresentados os exemplos citados pelos autores.
A deflexão da face de concreto da barragem de Cethana
(Tasmania), de 110m de altura foi medida por dois métodos,
descritos por Fitzpatrick et al (1973). Uma das medições foi
feita em bóias conectadas a 23 pontos da face por cordas de aço
inoxidável. O repouso absoluto foi necessário para realização
das leituras por levantamento topográfico.
O segundo método utilizou um inclinômetro de 1,525m
de comprimento que foi passado através de tubos de acesso de
76mm de diâmetro acoplados à superfície da membrana por
suportes de aço. O inclinômetro, desenvolvido na Universidade
da Tasmania, possuía um acelerômetro automaticamente
rotacionado de modo a posicionar seu eixo normal sempre de
acordo com o plano vertical do inclinômetro.
A deflexão máxima medida, logo abaixo da altura média
da membrana foi de 117mm, o que corresponde somente a 40%
do valor previsto. Verificou-se que depois de feitas as correções
para os efeitos de temperatura e tração dos fios verticais, os
dois métodos apresentaram uma excelente concordância para
medições de deflexão na membrana.
A barragem de enrocamento de Aguada Blanca (Peru),
de 45m de altura, que foi finalizada em 1971, teve as deflexões
na face de aço medidas por um deflectômetro que passava
através dos tubos colocados no talude a montante logo abaixo
da membrana de aço.
O deflectômetro consistia em uma estrutura de 0,5m de
comprimento, direcionada nos tubos por dois conjuntos de três
rolamentos, com braços flexíveis de 0,5m que se estendiam
para frente para medir a flexão dos tubos. O movimento dos
braços relativo ao corpo do instrumento foi medido por pares
de cordas vibrantes. Uma deflexão máxima de 40cm foi
medida perto da altura média da membrana. O recalque de
crista medido por um levantamento preciso foi de apenas 4mm.
27
A barragem de Winscar, de 53m de altura foi uma das
primeiras barragens britânicas a ter uma membrana à montante
de concreto asfáltico. A barragem foi equipada com medidores
de placa horizontais em três níveis na seção principal durante a
construção. Esses instrumentos forneceram informação sobre
movimentos dentro do corpo do enrocamento, transmitidas
através do enrocamento para terminais especiais colocados logo
abaixo, mas em contato com a membrana asfáltica. Além disso,
permitiram a medição da deflexão da membrana em
aproximadamente três alturas igualmente espaçadas.
Os recalques de crista foram medidos por um
levantamento topográfico. A precisão das medidas dos
movimentos horizontal e vertical das chapas e terminais desses
instrumentos, em relação aos marcos superficiais a jusante da
barragem, foi da ordem de ± 3 mm.
Deflexões máximas normais à membrana, medidas sobre
a parte inferior, foram em torno de 20cm, isto é, 50% da
previsão. Informações detalhadas dessas deformações locais
adjacentes ao plinto não podem ser obtidas com esse arranjo de
instrumentação.
Planejou-se a instalação de um inclinômetro de sistema
similar ao utilizado na barragem de Cethana para a barragem de
enrocamento Khao Laem, na Tailândia (131m de altura).
Quatro linhas de tubos de alumínio de 56mm de diâmetro
foram anexadas à membrana de concreto (1:1,4 de inclinação)
com suportes para assegurar que as quarto ranhuras no tubo
ficassem posicionadas nos planos paralelo e normal à
membrana. O inclinômetro possuía um comprimento de 0,5m e
percorreu os tubos em incrementos de 0,5m, realizando leituras
a cada incremento. O tubo mais comprido requereu 430
leituras.
Na barragem de Marchlyn (72m de altura), na
Inglaterra, o elemento impermeável consiste em uma cortina
de injeção posicionada abaixo da galeria de concreto de
inspeção no pé do talude a montante anexada a uma
membrana asfáltica cobrindo o talude a montante.
Para medir os recalques diferenciais que poderiam
ocorrer adjacentes à rígida estrutura de concreto e a
deformada da membrana durante o enchimento do
reservatório, foi montado um sistema de medição de
deflexões da face baseado em um inclinômetro, além de um
sistema preciso de levantamento topográfico realizado
utilizando pilares de referência fundados na rocha, longe da
influência do carregamento da barragem.
A primeira proposta foi posicionar o tubo do
inclinômetro logo abaixo da membrana, da crista ao pé em
uma distância de 138 m. Entretanto, experiências anteriores
mostraram que a força gravitacional não seria suficiente para
movimentar o inclinômetro pela inclinação do talude (1:2) e
barras deveriam ser utilizadas para empurrar o inclinômetro
28
através do tubo. Além disso, os projetistas estavam
insatisfeitos com uma trincheira na superfície acabada do
enrocamento para posicionar o tubo abaixo da membrana,
argumentando que deformações locais poderiam causar danos
à membrana, mas afirmaram não haver dificuldades em
instalar acima da superfície da membrana. Com liberdade de
espaço acima da membrana, o sistema foi montado usando
um inclinômetro sobre rodas que iriam percorrer trilhos
anexados à membrana.
Um inclinômetro padrão de 0,5m de comprimento que
fornecia leituras digitais foi escolhido. Um trole de quadro
rodas foi projetado com estrutura espacial possuindo uma
esteira de 0,75m e um comprimento entre as rodas traseira e
dianteira de 2m (Figura 2.3). Um pequeno comprimento de
tubo ranhurado de inclinômetro foi posicionado no trole na
posição vertical quando este estava na inclinação do talude
(1:2).
Foram realizadas leituras em 69 posições, sendo que a
última, no contato da roda do trole com o trilho ancorado na
galeria de concreto, foi tomada como referência para as
medidas de deflexão. Na posição mais elevada, quando o
trole se encontrava próximo à crista da barragem, a medição
foi feita através de levantamento topográfico.
As leituras tomadas antes do enchimento do
reservatório foram usadas como “zero” e subsequentes
mudanças mediram a deflexão da membrana. Várias leituras
foram tomadas com o enchimento do reservatório. Na Figura
2.4 são mostradas as deflexões da membrana quando o
reservatório estava cheio.
Figura 2.3 – Vista longitudinal (a) e em corte (b) do trole para movimento do tubo de inclinômetro na Barragem de Marchlyn. (Penman & Rocha Filho, 2000).
(a)
(b)
29
Figura 2.4 – Deflexões da membrana com o reservatório cheio da Barragem de Marchlyn. (a) Deflexões na seção principal; (b) Detalhe próximo ao pé do talude a montante. (Penman & Rocha Filho, 2000).
Em algumas BEFCs atualmente têm sido utilizados
inclinômetros embutidos na face para o monitoramento das
deflexões. Nas Figuras 2.5 e 2.6 podem ser vistos os tubos
utilizados na barragem de El Cajón, México.
2.3. Deflexões da face de concreto de BEFCs indicadas por eletroníveis
Os eletroníveis são instrumentos que apresentam uma
série de vantagens em relação a outros sistemas de medição
de deflexões da face de concreto, dentre elas a simplicidade
de instalação, confiabilidade, precisão, sensibilidade,
possibilidade de monitoração a tempo real, etc. Conforme
mencionado por Rocha Filho (2008), este engenhoso e
versátil sistema de monitoramento veio preencher uma
enorme lacuna técnica fornecendo informações importantes
Figura 2.5 – Tubo para instalação do inclinômetro em El Cajón. (Cruz, Materón & Freitas, 2009).
Figura 2.6– Tubo-guia do inclinômetro instalado na crista na barragem de El Cajón. (Cruz, Materón & Freitas, 2009).
30
sobre o comportamento da face de concreto em todos os
estágios de execução, enchimento e operação da barragem.
Pioneiramente aplicado na barragem de Xingó, o
sistema constou de 10 (dez) unidades instaladas ao longo de
uma seção próxima a ombreira esquerda, permitiu não só a
medição da deflexão da face de concreto durante o período de
enchimento do reservatório, mas forneceu também
informações valiosas para o programa de remediação e ação
corretiva, que se fez necessário devido às deformações
excessivas que ocorreram na face de concreto, que vieram a
comprometer a condição de estanqueidade do elemento de
vedação (face de concreto).
Este sistema foi continuamente aperfeiçoado e aplicado
em outras barragens de enrocamento com face de concreto:
Itá (30 unidades); TSQ1 – China (64 unidades) e Hongjiadu –
China (54 unidades) e no presente trabalho, na barragem de
Mazar – Equador (80 unidades).
2.3.1. Barragem de Xingó
A Barragem de Xingó está localizada no Rio São
Francisco e possui 150m de altura. Rocha Filho (1995)
menciona terem sido utilizados dez eletroníveis para avaliar o
comportamento da face de concreto. Cada variação dos
ângulos de cada um dos dez eletroníveis foi plotada com a
distância (z) ao longo do comprimento da face.
Na Figura 2.7 são apresentadas as deflexões observadas
na barragem de Xingó no momento que a água atingiu o nível
máximo (Novembro de 1994) e as deflexões correspondentes
a Maio do ano 2000.
Figura 2.4 – Deflexões observadas na Barragem de Xingó (Penman & Rocha Filho, 2000).
31
Segundo Rocha Filho (1995), ainda no início da
aquisição dos resultados, ficou evidente que os valores
fornecidos pelas leituras do eletronível EN07 mostraram mau
comportamento mas, antes que se adotassem medidas
reparadoras que envolvessem a substituição dessa unidade,
um estudo detalhado foi efetuado e identificou que a região
do concreto na qual o eletronível foi montado estava se
movendo independentemente ( a ação de caminhar próximo à
unidade de leitura fazia alterar o ângulo lido). Encontraram-
se microfraturas na laje que, tendo sido reforçada
continuamente, não causaram prejuízos à integridade do
elemento impermeável, tornando desnecessários serviços de
reparo.
2.3.2. Barragem de Tianshengqiao
A Barragem de Tianshengqiao está localizada no Rio
Nanpan, na China e possui 178 m de altura. De acordo com
Penman & Rocha Filho (2000), um total de 64 eletroníveis
foram instalados na face em três seções, como indicado na
Tabela 2.2. Os eletroníveis foram posicionados uma semana
após a construção da face.
Tabela 2.2 – Sequência de instalação dos eletroníveis na Barragem de Tiangshengqiao (Penman & Rocha Filho, 2000).
Seção n° de
Eletroníveis Sequência de
instalação Estágio Período
A 36 A1 a A12 A13 a A27 A28 a A36
Primeiro Segundo Terceiro
Maio/97 Maio/98 Maio/99
B 13 B1 a B7 B8 a B13
Segundo Terceiro
Maio/98 Maio/99
C 15 C1 a C9 C10 a C15
Segundo Terceiro
Maio/98 Maio/99
Na barragem de Tianshengqiao (TSQ1) a construção do
enrocamento ocorreu em sete etapas, requerendo que a face
de concreto fosse construída em três etapas. A construção da
sétima etapa terminou em meados de agosto de 1998, sendo
que dessa data até meados de dezembro do mesmo ano, zonas
a jusante da parte central da barragem foram construídas
rapidamente, a uma taxa próxima a 1m por dia (102 m em
120 dias). Essa rápida elevação do corpo da barragem causou
uma deflexão do talude a montante no sentido de jusante,
causando fissuras e produzindo uma protuberância na região
superior da laje no segundo estágio. Na Figura 2.8 pode ser
vista a deflexão da laje, medida pelos eletroníveis de A1 a
A12, instalados no primeiro estágio de construção da laje.
32
Figura 2.5 – Deflexão do primeiro estágio da laje na maior seção da Barragem de Tianshengqiao (Penman & Rocha Filho, 2000).
Apesar da colocação do aterro a montante até a cota
675m e um nível de reservatório de 666,20 m, a deflexão
ocorreu no sentido para montante. Isso foi causado pela
colocação do enrocamento na elevação próxima a 755 m, ou
seja, aproximadamente 75 m acima do topo da laje no
primeiro estágio. Na Figura 2.9 é mostrada para a mesma
seção, a deflexão da laje medida pelos eletroníveis de A1 a
A27 nos primeiro (A1 a A12) e segundo (A13 a A27)
estágios de construção da laje até a elevação de 746 m. Nesse
momento, a deflexão da laje ocorreu para jusante devido ao
efeito do enchimento do reservatório até a cota 733,20 m,
apesar do aumento da altura do enrocamento da cota 755,00
m até 768,00 m.
33
Figura 2.6 – Deflexão do segundo estágio de construção da face de concreto da Barragem de Tianshengqiao (Penman & Rocha Filho, 2000)
Nas Figuras 2.10 e 2.11 são apresentadas, para as
mesmas condições, isto é, nível de água do reservatório na
cota 733,20 m, as deflexões da laje nas outras duas seções (B
e C). É interessante observar a influência da geometria da
fundação nas deflexões da laje. Nas deflexões dadas pelos
eletroníveis B1 a B7, causadas pela construção do
enrocamento da cota 746 m até a cota 768 m e pelo
enchimento do reservatório até a cota 733,2 m, se observa
uma pequena deflexão para montante entre os eletroníveis B4
e B5. Isso pode ser causado pela irregularidade da topografia
da rocha de fundação, que possui uma protuberância como
pode ser observado na Figura 2.10.
Para a seção C, a fundação também apresenta
topografia irregular (Figura 2.11), apresentando as deflexões
indicadas pelos eletroníveis de C1 a C9 mais pronunciadas
quando comparadas às ocorridas na seção B.
Na Figura 2.12 são mostradas as deflexões da face nas
três seções mencionadas (A, B e C) nos estágios de
construção da face, onde mais uma vez se nota a influência
das características topográficas da fundação.
34
Figura 2.7 – Deflexões do segundo estágio da laje na seção B da Barragem de Tiashengqiao (Penman & Rocha Filho, 2000).
Figura 2.8 – Deflexões do segundo estágio da laje na seção C da Barragem de Tiashengqiao (Penman & Rocha Filho, 2000).
35
Figura 2.9 – Deflexões da face de concreto da Barragem de Tianshengqiao 1, em 1999, medida por eletroníveis. (Penman & Rocha Filho, 2000)
36
Nota-se neste Capítulo que houve uma significativa
evolução no que se refere ao refinamento das medidas das
deflexões, em busca de medidas mais precisas através de
instrumentos com maior acurácia e sofisticação. O Capítulo
que se segue trata dos eletroníveis, abordando o seu princípio
de funcionamento, montagem, calibração e interpretação das
leituras.
37
3 Eletroníveis
3.1. Introdução
De acordo com Rocha Filho & Price (2000), há mais de
60 anos os eletroníveis são utilizados como sensores para
diversas finalidades, sendo o seu desenvolvimento inicial
ligado a atividades da indústria aeronáutica. Os eletroníveis
possuem uma larga faixa de aplicação que abrange o campo
de instrumentação de obras civis, indústria aeronáutica, naval
e automobilística.
Em todas essas diferentes aplicações, as medidas
indicadas pelos eletroníveis são relacionadas ao fornecimento
direto ou indireto de rotações e de distorções angulares que
ocorrem na superfície ou no interior de um meio, devido a
uma determinada solicitação.
Para se determinar a rotação de um corpo rígido, os
eletroníveis são fixados na superfície isoladamente. No caso
de se determinar as distorções angulares na superfície ou
interior de um meio, vários eletroníveis são alinhados ao
longo da superfície.
Na Figura 3.1 está ilustrada a rotação ( ) de um corpo
rígido de comprimento L e o deslocamento (y) na
extremidade, que pode ser determinado através da simples
relação trigonométrica:
tanLy (3.1)
Por outro lado, a obtenção de distorções angulares
através desta série de eletroníveis alinhados possibilita a
determinação da deformada de um meio solicitado através de
duas maneiras: Incremental (somatório de deslocamentos de
trechos considerados rígidos) e sequencial (integral de uma
função matemática que represente a variação das rotações).
A função matemática ajustada aos pontos de rotação
obtidos através dos eletroníveis também permite a
determinação dos momentos fletores atuantes no meio através
do produto entre a sua primeira derivada e a rigidez da
estrutura, segundo a teoria de viga de Bernoulli-Euler.
No que se refere às utilizações em geotecnia, Burland
& Symes (1982) descreveram o uso de eletroníveis
Figura 3.1 – Rotação de um corpo rígido
38
isoladamente a fim de determinar indiretamente o
deslocamento entre dois pontos em amostras de laboratório.
Desde então, diversos autores utilizaram esse princípio
(Jardine, Symes & Burland, 1984; Marinho, 1986; Oliveira,
2000; Slongo, 2008).
Em obras geotécnicas, com relação à utilização de
eletroníveis em série, Cooke & Price (1974) pioneiramente
instrumentaram estacas experimentais ao longo do fuste para
determinação das deformações, enquanto Ramos (1988)
analisou resultados experimentais obtidos de provas de carga
em estacas verticais submetidas a carregamento horizontal no
topo. Em barragens de enrocamento, Rocha Filho (1995)
aplicou eletroníveis para a determinação da deflexão da face
de concreto durante o enchimento do reservatório da
barragem de Xingó.
3.2. Descrição
3.2.1. Princípio de Funcionamento
O eletronível consiste em uma ampola de vidro
parcialmente preenchida por um líquido eletrolítico, sendo
que projetos mais recentes envolvem o uso de ampolas de
plástico e de cerâmica. Três ou quatro eletrodos coplanares
penetram a ampola e são parcialmente imersos nesse líquido,
formando meia ponte de Wheatstone. A impedância entre os
eletrodos varia em função da inclinação à qual é submetida a
ampola, permitindo associar a sua variação com a rotação do
conjunto. Os eletroníveis são apresentados na Figura 3.2.
Figura 3.2 – Vista de eletroníveis. a) eletronível com quatro pinos (eletrodos) b) eletronível com três pinos. (www.frederickscom.com).
A existência de três ou quatro eletrodos não altera o
circuito dos eletroníveis, já que os eletrodos centrais do
eletronível de quatro pinos possuem o mesmo potencial
elétrico. Entretanto, essa diferença altera a sua sensibilidade,
já que o eletronível de quatro pinos, por sua menor distância
entre eletrodos, acusa com maior precisão pequenas variações
volumétricas.
a) b)
39
Para evitar que processos de eletrólise alterem as
características físicas dos eletrodos, o dispositivo não deve
ser excitado por tensões contínuas. É usual, portanto, a
utilização de sinais alternados (ondas quadradas ou senoidais)
para sua excitação.
Na Figura 3.3 é mostrado o circuito de excitação e
leitura de um eletronível. Nela se nota que o eletronível é
utilizado como uma metade de uma ponte de Wheatstone,
cuja outra metade é completada por duas resistências. A
tensão de saída da ponte pode ser tratada por um circuito
adicional que forneça a leitura (p.ex) em graus.
Figura 3.3 – Circuito elétrico de conexão dos eletroníveis.
A faixa de valores de saída que os eletroníveis
apresentam varia em função do modelo e do fabricante do
eletronível. Essa faixa, no entanto, não apresenta linearidade,
sendo necessário obter a informação técnica do eletronível
quanto à faixa de valores linear. Na Figura 3.4 são
apresentadas curvas de dois diferentes modelos de
eletronível, mostrados na Figura 3.2, respectivamente. Nota-
se a diferença entre as faixas de valores e os trechos de
linearidade, que na Figura 3.4a é de ±3º, enquanto na Figura
2.4b é de ±6º.
Figura 3.4 – Curvas de sensibilidade dos eletroníveis (www.frederickscom.com).
Saí
da
(%)
Ângulo (graus)
a) b)
40
3.2.2. Montagem
A ampola deve ser posicionada em um cilindro
metálico (cápsula) que possua uma cavidade a ser preenchida
por uma resina para promover a vedação e proteção
mecânica, além da fixação da ampola. As cápsulas devem
possuir no seu lado externo uma protuberância para encaixe
nos perfis metálicos de fixação na superfície de um meio (ex.
face de concreto de barragens de enrocamento) e apoio para a
fixação na barra de calibração. A cápsula desenhada para
aplicação na face de concreto da barragem de Mazar é
apresentada na Figura 3.5.
Figura 3.5 – Dimensões da cápsula dos eletroníveis aplicados na face de concreto da barragem de Mazar.
3.2.3. Calibração
A calibração determina uma curva que fornece a
variação das leituras dos eletroníveis em função da variação
angular. A inclinação dessa curva consiste no denominado
fator de calibração (FC). Com isso é possível determinar um
fator de calibração para cada eletronível, o qual será utilizado
na determinação das rotações.
41
A calibração é feita fixando os eletroníveis em uma
barra rígida de comprimento conhecido por meio de
parafusos que não permitem que os mesmos se desloquem
com relação à barra. Na Figura 3.6 é apresentada a barra de
calibração dos eletroníveis.
Figura 3.6 – Barra de calibração dos eletroníveis.
A barra é livre para se deslocar verticalmente em uma
de suas extremidades (A), sendo rotulada na outra (B).
Impondo-se um deslocamento Δ na extremidade A da barra
de comprimento L, ocorre uma rotação θ em relação à
posição inicial. Desse modo se pode calcular a rotação
angular θ em radianos correspondente a um incremento Δ
através da seguinte expressão:
Larctan (3.2)
A partir daí se pode determinar o fator de calibração
(FC) para os eletroníveis através da inclinação da curva de
ajuste linear aos pontos obtidos, como pode ser observado na
Figura 3.7.
Figura 3.7 – Exemplo de curva usada na determinação do Fator de Calibração.
Leituras
Ângulo
(ra
d)
42
Na Figura 3.6 se nota que uma das posições na barra de
calibração se destina ao eletronível de referência (dummy).
Esse eletronível possui uma calibração padrão e serve para
corrigir os valores dos ângulos obtidos pelo sistema de
calibração. Sendo assim, as variações das leituras do dummy
(ΔL) correspondem ao valor de ângulo de maior
confiabilidade (θ), obtido da seguinte forma:
LFCdummy (3.3)
3.3. Interpretação dos dados
Conforme visto anteriormente, existem duas formas de
interpretar de distorções angulares através de uma série de
eletroníveis:
Análise Incremental (somatório de deslocamentos de
trechos rígidos para obtenção das deflexões);
Análise Sequencial (integral de uma função matemática
que representa a variação das rotações para obtenção
das deflexões e derivada para o cálculo dos momentos
fletores).
A seguir serão discutidas as duas formas de análise
citadas.
3.3.1. Análise Incremental
A análise incremental consiste em determinar a
deformada de um meio a partir da obtenção direta das
deflexões nos pontos onde são posicionados os eletroníveis.
A hipótese dessa análise é que os trechos entre os eletroníveis
sejam rígidos.
Seja uma série de n eletroníveis ENi espaçados da
distância si, onde i = 1,2,3..., n. Sabe-se que a deflexão (dk)
na posição do eletronível ENk será causada pelas rotações
( i) dos eletroníveis com índice i<k da seguinte forma:
i
k
i
ik sd1
1
tan , para k>1 (3.4)
Na Figura 3.8 está representada a nuvem de pontos de
rotação em função da distância longitudinal de uma seção da
face de concreto de uma BEFC. Na Figura 3.9 está ilustrado
um trecho hipotético de uma deformada obtida por análise
43
incremental na face de concreto de uma barragem de
enrocamento. Vale observar que poderia haver inconsistência
na determinação da deflexão do ponto inicial (d1) pela
equação 3.4, mas no caso de BEFCs é possível assumir que a
deflexão no contato da laje com o plinto seja nula (d1=0) ou
adotar o valor determinado por algum processo de
instrumentação, como a utilização do medidor triortogonal de
junta (d1=valor medido).
Figura 3.8 – Nuvem de pontos de rotação em função da distância longitudinal da face de concreto.
tan Øi si
Figura 3.9 – Deformada de uma face de concreto de uma BEFC por análise incremental.
44
3.3.2. Análise Sequencial
Através da análise sequencial é possível determinar a
deformada do meio onde está instalada a série dos
eletroníveis, bem como os momentos fletores atuantes.
Nesse tipo de análise, o primeiro procedimento é
encontrar uma função que represente a nuvem de pontos de
rotação obtidos em função da distância longitudinal da série
de eletroníveis instalados em um meio.
No caso de BEFCs, a variação dos ângulos de cada um
dos eletroníveis deve ser plotada com a distância (x) ao longo
do comprimento da face, como está ilustrado na Figura 2.8.
Na Figura 3.10 está ilustrada uma função representativa da
nuvem de pontos para o caso da face de concreto de BEFCs.
y (x)
Figura 3.10 – Deformada de uma face de concreto de uma BEFC por análise incremental.
3.3.2.1. Cálculo das Deflexões
Sendo )(xy a função que representa as rotações da face,
a deformada (d(x)) será resultado de sua integração (Figura
3.11):
)()( xdCxy (3.5)
A constante de integração pode ser determinada
assumindo o deslocamento do plinto (d=0 para x=0) ou
considerando valores de deflexão medidos por medidores
triortogonais de junta (d= valor medido para x=0) ou pelo
deslocamento da crista (d= valor medido para x=L, onde L é
o comprimento total da laje na seção instrumentada).
45
d (x) = y (x) + C
Figura 3.11 – Deformada de uma face de concreto de uma BEFC por análise sequencial.
Na Figura 3.12 estão ilustradas as deformadas obtidas
pelos dois métodos citados, as quais devem representam o
mesmo comportamento da face de concreto.
Figura 3.12 – Deformadas da face de concreto de BEFCs obtidas pelas análises incremental e sequencial.
3.3.2.2. Cálculo dos momentos fletores
Para o cálculo dos momentos fletores, a região do meio
ao redor das linhas de instrumentação deve ser considerada
como uma viga. No presente trabalho se consideraram vigas
de largura unitária. Segundo a teoria de viga de Bernoulli-
Euler, o momento é resultante do produto entre a primeira
derivada da função de rotação (y(x)) e a rigidez da estrutura
46
(EI), onde E é o módulo de elasticidade e I o momento de
inércia:
)(' xyEI
M (3.6)
A derivação da equação de Bernoulli-Euler envolve as
seguintes hipóteses físicas (Han, 1999):
1. O formato da viga é um prisma cujo comprimento é
muito maior que as outras dimensões.
2. A viga é constituída de um material linearmente
elástico.
3. O efeito de Poisson é negligenciável.
4. A seção transversal é simétrica em relação ao plano
vertical, de forma que a linha neutra está contida
nele.
5. Planos perpendiculares à linha neutra permanecem
planos e perpendiculares depois da deformação.
6. O ângulo de rotação é muito pequeno.
7. O efeitos de momento de inércia de rotação é
desprezado.
8. A energia envolvida no cisalhamento é desprezada.
9. A viga é constituída de material homogêneo.
A operação matemática de derivação pode aumentar os
possíveis erros envolvidos no processo de obtenção
experimental, sendo assim, a obtenção direta da rotação da
seção transversal da face reduz uma operação de derivação,
com relação à obtenção direta das deflexões,
consequentemente indica valores mais exatos dos momentos
fletores. Na Figura 3.13 é ilustrada a curva representativa dos
momentos fletores obtida para a face de concreto de
barragens de enrocamento.
47
M (x) = EI y' (x)
Figura 3.13 – Curva de momentos fletores (análise seqüencial).
Cálculo da rigidez da estrutura
A Figura 3.14 mostra as respostas carga-deslocamento no
meio do vão de uma viga. Para baixos valores da carga q
aplicada (trechos O-A), as tensões de tração no concreto não
são suficientes para provocar a fissuração. Nesta situação a
viga se encontra no Estádio I, onde o comportamento é linear.
Figura 3.14 – Resposta carga-deslocamento em vigas de concreto armado.
Sob cargas de serviço, algumas regiões das vigas
estarão trabalhando no estado não fissurado (Estádio I) e
outras, onde os momentos fletores são mais elevados, no
estado fissurado, denominado Estádio II. Além disso, numa
seção situada entre duas fissuras, parte da força de tração que
atua na armadura é transmitida para o concreto por causa da
aderência entre as barras de aço e o concreto. Essa
contribuição do concreto na zona tracionada é denominada
enrijecimento à tração.
48
No presente trabalho serão avaliados os momentos
considerando o estágio não fissurado (Estágio I). O motivo de
tal consideração é que, para o caso da face de concreto de
barragens de encoramento, a formação de fissuras é
indesejável por esta ser um elemento de vedação,
diferentemente de estruturas convencionais de engenharia,
onde se trabalha constantemente com o Estágio II, por
exemplo, onde existem fissuras que não comprometem o
desempenho estrutural. No item subsequente que trata dos
limites para abertura de fissuras este assunto será abordado co
mais detalhes.
O que caracteriza o Estádio I é o fato da carga (P) ser
de pequena intensidade e a viga apresentar pequena
deformação, de modo que o concreto não se encontra ainda
fissurado, significando que as tensões de tração no concreto
(σct) são inferiores à sua resistência à tração ftk. Nessa
situação, supõe-se que haja linearidade entre tensão e
deformação (Lei de Hooke) e as deformações especificas do
aço e do concreto são iguais (εs= εc) devido a aderência. Na
Figura 3.15 é apresentada a seção da viga e os respectivos
diagramas de deformação e tensão para o Estágio I.
s c
s ct
ec
ect
es
Figura 3.15 – Diagramas de deformação e tensão para uma viga no Estágio I.
Pode-se calcular a rigidez do elemento nesse estádio,
considerando a seção homogeneizada e a contribuição do
concreto na resistência à tração. Além disso, pode-se tomar o
módulo de deformação do concreto tangente na origem. A
homogeneização da seção consiste em considerar no lugar da
área de aço existente (As), uma área de concreto equivalente
(Aceq), ou seja, uma área fictícia de concreto que suporte a
mesma resultante (Rs) que atua na área de aço (As):
ses
c
sceqccceqssss AA
E
EAEAEAR (3.7)
49
A NB-1 (1978) fornece a seguinte expressão para
previsão do módulo de elasticidade tangente inicial (Eci):
MPafE cjc 6600 (3.8)
MPaff ckcj 5,3 (3.9)
Já o momento inércia, em face de concreto de BEFC’s
deve ser obtido para a seção retangular equivalente de 1 (um)
metro de largura na seção dos instrumentos através da
expressão (Figura 3.15):
2
23
)(212
XdAh
Xhbhb
I seww
h (3.10)
se
se
Ahb
dAhb
X
2
2 (3.11)
Onde: Ih
– Momento de inércia da seção homogeneizada.
X – Profundidade da linha neutra no Estádio I.
bw – Largura da viga
h – Altura da viga
d – Altura da viga sem cobrimento nominal
Cálculo dos momentos limites de fissuração da face
de concreto
No que se refere ao momento de fissuração (Mf), este
pode ser, portanto definido como sendo o momento fletor
capaz de provocar o surgimento da primeira fissura na peça
de concreto. Esse momento representa o nível de solicitação
que corresponde à passagem do Estádio I para o Estádio II.
Com base nas hipóteses anteriores (NBR-6118/80), o valor
desse momento pode ser determinado da seguinte forma:
fc
ctk
MXXh
Xb
XbXhbf
3
2
22
2)(75.0
(3.12a)
(3.12b)
50
Figura 3.16 – Diagrama de deformação da seção retangular.
Compatibilidade de deformações:
Xh
X
XXhtc
ct (3.13)
O concreto na região comprimida está no regime elástico:
Xh
X
E
fE
c
tkccc
05,4 (3.14)
Com a Equação (4.9) na Equação (4.8a):
hX 378,0 (3.15)
Levando este valor em (4.9), resulta:
tkc f43,2 (3.16)
Que substituídos em (4.8b) resulta:
tkfhbMf 22586,0 (3.17)
Onde:
MPaff cktk 7,006,0 , para fck>18MPa (3.18)
3.3.2.3. Ajuste dos pontos experimentais (rotações)
Existem diversas formas de se ajustar um conjunto de
pontos experimentais. As teorias de aproximação podem ser
realizadas utilizando polinômios, funções exponenciais,
51
funções de Fourier (polinômios trigonométricos), séries de
Taylor, Tchebyshev, etc. Há ainda métodos de interpolação
dos pontos, que também pode ser através de polinômios,
utilizando curvas denominadas splines, entre diversas outras
possíveis formas, como a utilização de séries. O método de
aproximação se caracteriza pela suavização da curva,
enquanto a interpolação não leva em consideração a presença
de erros experimentais.
3.3.2.4. Considerações sobre o método de ajuste (Interpolação ou aproximação)
A princípio o critério mais óbvio para determinar os
coeficientes do polinômio pn (x), dados os pares de valores
(xi, f(xi)), i= 0, 1, 2, 3, ... , n, é estabelecido por:
pn(xi)=f(xi) i= 0, 1, 2, 3, ... , n (3.19)
O polinômio de grau n utilizado na interpolação deve
reproduzir a função f(x) exatamente para os n+1 argumentos
x = xi. No entanto, não é garantida a precisão para valores de
f(x) para x ≠ xi.
Quando os dados experimentais contêm erros que não
podem ser previstos com algum grau de certeza, a
interpolação por esses pontos poderá conduzir a erros
substanciais. Sendo assim, para a análise global das rotações,
é mais representativo, ao invés de utilizar o procedimento de
interpolação, tentar passar por esses pontos uma função que
se aproxime suavemente, minimizando os erros.
3.3.2.5. Regressão Polinomial pelo método dos Mínimos Quadrados
A aproximação de funções por polinômios é uma das
idéias mais antigas da análise numérica, e ainda uma das mais
usadas. A razão dessa larga utilização está ligada ao fato de
serem facilmente computáveis, de suas derivadas e integrais
serem novamente polinômios, suas raízes poderem ser
encontradas com relativa facilidade, etc.
A aproximação polinomial pode ocorrer de vários
modos, entre os quais: Interpolação, Método dos Mínimos
Quadrados, Mini-Max, entre outros. Sendo assim, é vantajoso
substituir uma função complicada por um polinômio que a
represente. Além disso, o Teorema de Weirstrass afirma que
toda função contínua pode ser arbitrariamente aproximada
por um polinômio.
A fim de determinar os coeficientes do polinômio com
uma maior precisão, foi realizado o cálculo diretamente a
52
partir das equações normais. Na teoria da regressão por
mínimos quadrados, vemos que se obtêm os parâmetros a0,
a1, a2, ... , an na equação y = a0 + a1x + a2x2 + ... + anx
n, onde
n é o grau do polinômio a ser ajustado.
yxaxaxana n
n2
210
yxxaxaxaxa n
n
13
2
2
10
yxxaxaxaxa n
n
224
2
3
1
2
0
yxxaxaxaxa nn
n
nnn 22
2
1
10
A solução deste sistema, denominado equações
normais, é fácil, pois podemos escrever (3.20) em forma
matricial M·A = B com a solução A = M-1
·B, onde M-1
é a
matriz inversa da matriz M. A é o vetor dos coeficientes e B
o vetor dos valores contendo as ordenadas dos pontos
experimentais, ou seja:
A =
na
a
a
a
2
1
0
B=
yx
yx
xy
y
n
2
ySx
ySx
Sxy
Sy
n
2
M é uma matriz quadrada de ordem n:
M=
nnnn
n
n
n
SxSxSxSx
SxSxSxSx
SxSxSxSx
SxSxSxn
221
2432
132
2
3.3.3. Ajuste polinomial pelo método dos mínimos quadrados com restrições devido às condições de contorno de BEFCs
Seja y(x) um polinômio de n-ésimo grau para as
rotações, d(x) sua integral, que representa as deflexões e y’(x)
sua derivada, que é utilizada para a determinação do
momento fletor, temos que:
n
n xaxaxaaxy 2
210)( (3.21)
(3.20)
53
Cn
xaxaxaxaxdCxy
n
n
132)()(
13
2
2
10 (3.22)
12
321)(' n
n xnaxaxaaxyEI
M (3.23)
No caso de BEFCs, a hipótese considerada é de que a
face de concreto se encontra simplesmente apoiada no plinto,
ou seja, é considerado um apoio de segundo gênero no
contato da laje com o plinto (x=0), onde ocorre a rotação
(momento nulo) e o deslocamento é nulo. Na Figura 3.8 é
apresentada a posição dos eixos onde são plotados os pontos
de rotação. Sendo assim, tem-se:
0)0( Cd (3.24)
0)0(' 1ayEI
M (3.25)
Portanto, neste trabalho optou-se por adaptar a
regressão pelo método dos mínimos quadrados para que as
condições de contorno fossem respeitadas, sendo necessário
que o polinômio das rotações seja:
n
n xaxaxaaxy 3
3
2
20)( (3.26)
Por consequência, os polinômios representativos das
deflexões (d(x)) e dos momentos (y’(x)) assumem a seguinte
forma:
143)(
14
3
3
20
n
xaxaxaxaxd
n
n (3.27)
12
32)(' n
n xnaxaxaxyEI
M (3.28)
Sendo assim, para obter uma regressão utilizando o
método dos mínimos quadrados, os termos que multiplicam o
coeficiente a1 devem ser retirados do sistema de equações
normais, além da equação que possui como resultado o
coeficiente a1. Para tanto, devem ser eliminadas da matriz M
as segundas linha e coluna, bem como a segunda linha da
matriz B.
M’ =
nnnn
n
n
n
SxSxSxSx
SxSxSxSx
SxSxSxSx
SxSxSxn
221
2432
132
2
=
nnnn
n
n
n
SxSxSxSx
SxSxSxSx
SxSxSxSx
SxSxSxn
221
3653
2542
32
54
B’=
ySx
ySx
Sxy
Sy
n
2 =
ySx
ySx
Sy
n
2
A eliminação da segunda coluna da matriz M retira do
sistema das equações normais (3.20) todos os termos que
contêm o coeficiente a1, enquanto a eliminação da segunda
linha das matrizes M e B retiram a equação que tem como
resultado o coeficiente a1. Dessa forma a matriz M’ continua
sendo quadrada e, portanto possui inversa. O vetor A’ dos
coeficientes será dado com a solução A’ = M’-1
·B’, onde M’-1
é a matriz inversa da matriz M’.
A’ =
na
a
a
a
2
1
0
=
na
a
a
2
0
55
4 Aplicação dos Eletroníveis na Barragem de Mazar
4.1. Barragem de Mazar
A barragem de Mazar é uma BEFC de 166 m de altura
localizada na parte sudeste do Equador, no rio Paute, a 100
km da cidade de Cuenca. A barragem possui taludes a
montante de 1,4(H):1,0(V) e a jusante de 1,5(H):1,0(V), com
volume de enrocamento de 5.000.000 m3. O vale é
assimétrico, com uma ombreira direita íngreme de talude
0,6(H):1,0(V), ombreira esquerda com relação média de
1,3(H):1,0(V) e muito estreito, com relação A/H2 (Área da
face dividida pelo quadrado da altura) de 1,7.
4.1.1. Construção da barragem
O rio foi desviado em dezembro de 2006, sendo que a
ensecadeira, um enrocamento de 45 metros de altura com
núcleo central, foi construído entre dezembro de 2006 e
janeiro de 2007. Em seguida foram construídos os acessos
temporários e feita a limpeza das fundações, de modo que a
primeira camada da Zona 3C pôde ser colocada já em janeiro
de 2007. No fim de julho de 2007, aproximadamente 700.000
m3 de enrocamento tinham sido colocados, 70%
correspondendo à Zona 3C, como pode ser observado na
seção máxima na Figura 4.1. (Orejuela, 2007).
Figura 4.1 – Seção máxima da barragem de Mazar
56
A Zona 3C foi compactada com 6 passadas de rolo
vibratório de 13,5 toneladas, em camadas de 0,80 m,
enquanto a Zona 3B foi compactada com camadas de 0,50
m. Já a Zona 2B foi compactada com 6 passadas de rolo
vibratório de 10 toneladas, em camadas de 0,40 m e junto à
ombreira com rolos de 1 tonelada em camadas de 0,20 m.
Para a compactação, foi utilizado um volume de água
equivalente a 300 l/m3.
O material da Zona 3C é proveniente de uma
escombreira originada pela escavação subterrânea e produto
da escavação do leito direito do rio Paute. A Zona 3B possui
material retirado de pedreira constituída de xistos
quartizíticos, cloríticos e/ou sericíticos. O material da Zona
2B foi processado da rocha proveniente dos rios Paute e
Negro, sendo bem graduado, composto de areia e pedregulho
de tamanho máximo de 7,5 cm.
O material da Zona 2A, colocado ao pé da barragem,
consiste em material triturado proveniente do rio Negro, com
tamanho máximo de 14 cm.
Na Figura 4.2 é apresentado o avanço construtivo do
corpo da barragem e da berma a montante até fevereiro de
2009. Na Figura 4.3 é mostrada a vista à jusante da barragem
em outubro de 2008.
EXECUTADO EM JANEIRO/07
EXECUTADO EM FEVEREIRO/07
EXECUTADO EM MARÇO/07
EXECUTADO EM ABRIL/07
EXECUTADO EM MAIO/07
EXECUTADO EM AGOSTO/07EXECUTADO EM SETEMBRO/07
EXECUTADO EM OUTUBRO/07
EXECUTADO EM NOVEMBRO/07
EXECUTADO EM DEZEMBRO/07
EXECUTADO EM JANEIRO/08
EXECUTADO EM FEVEREIRO/08
EXECUTADO EM MARÇO/08
EXECUTADO EM ABRIL/08
EXECUTADO EM MAIO/08
EXECUTADO EM JULHO/08
EXECUTADO EM AGOSTO/08
EXECUTADO EM SETEMBRO/08
EXECUTADO EM OUTUBRO/08EXECUTADO EM NOVEMBRO/08
EXECUTADO EM DEZEMBRO/08
EXECUTADO EM FEVEREIRO/09
Legenda
EXECUTADO EM JUNHO/07
EXECUTADO EM JULHO/07
EXECUTADO EM JUNHO/08
EXECUTADO EM JANEIRO/09
Figura 4.2 – Avanço da construção da barragem até Fevereiro de 2009.
57
Figura 4.3 – Vista do talude de jusante da barragem de Mazar em 26 de outubro de 2008 (www.constructoramazar.com.ec).
4.1.2. Características da face de concreto
As seguintes recomendações com relação à face de
concreto foram obtidas com auxílio de uma análise
tridimensional para determinação das tensões e deformações
no enrocamento e na face de concreto da barragem de Mazar:
Adoção de lajes subparalelas (lajes de arranque) nas
ombreiras para evitar concentração de deslocamentos
nessa região. A laje possui espessura variável,
determinada pela fórmula:
e = 0,30 + 0,006 h (m) (4.1)
Onde h é entre distância do ponto da laje e a crista
(Figura 4.5)
Adoção de lajes de 7,5 m de largura na região de
compressão. As demais lajes são de 15 metros de
largura. Na Figura 4.4 é apresentada a vista do talude
a montante em março de 2009, quando as lajes se
encontravam em construção. A espessura da laje varia
segundo a seguinte expressão:
e = 0,30 + 0,003 h (m) (4.2)
Armadura da laje de 0,5% nas duas direções.
Adoção de juntas verticais com espaçamento de 3,2
cm.
58
Figura 4.4 – Vista do talude de montante da barragem de Mazar em março de 2009.
Na Figura 4.5 são mostradas as características
geométricas da seção da laje. Nota-se a presença de lajes de
arranque, cuja espessura também é dada pela equação 3.1.
Figura 4.5 – Características geométricas da face de concreto da barragem de Mazar.
59
4.1.3. Instalação dos eletroníveis
Os eletroníveis foram instalados em quatro seções da
face de concreto, denominadas A (32 unidades), B(11
unidades), C (18 unidades) e D (19 unidades), totalizando 80
unidades. Na Figura 4.6 é apresentado o desenho da face de
concreto, com as linhas de posicionamento dos eletroníveis.
Pode também ser observada a localização das juntas
horizontais de construção da face. As regiões hachuradas
correspondem às lajes de arranque.
Figura 4.6 – Linhas de instrumentação com eletroníveis da face de concreto da barragem de Mazar.
O dimensionamento dos cabos foi realizado
considerando a distância entre cada eletronível e a casa de
leitura, a ser posicionada na crista da barragem na posição da
linha A, acrescida de 10 metros para garantir o correto
manuseio dos cabos sem a necessidade de realizar emendas.
Foram utilizados cabos KmP 4x18, com 7,65mm de
diâmetro, em um total de 12.935 metros, com comprimentos
variando de 10 a 282 metros, e posteriormente enrolados em
carretéis adequados.
Na Figura 4.7 podem ser vistas as seções
instrumentadas com eletroníveis, nas quais se podem
observar as características geométricas da fundação.
60
Perfil do Enrocamento
Perfil do terreno
Face de Concreto
Escala0
10
25
50 m
40
Escala0
10
25
50 m
40
Escala
0
10
25
50 m
40
Escala0
10
25
50 m
40
Figura 4.7 – Geometria da fundação nas seções instrumentadas com eletroníveis. (a) Seção A; (b) Seção B; (c) Seção C e (d) Seção D.
A instalação dos eletroníveis ocorreu em etapas,
acompanhando a execução da face de concreto. A Seção A
foi instrumentada em quatro etapas, as seções C e D em três
a)
b)
c)
d)
61
etapas e a Seção B em duas etapas. A primeira etapa de
instalação ocorreu no período entre 7 e 15 de outubro de
2008. Naquela ocasião puderam ser instalados 17 eletroníveis
na seção A, ou seja, EN-A1 a EN-A17. Na Figura 4.8 é
apresentado o detalhe da fixação do EN-A2. O procedimento
de instalação será descrito no item 4.5 do presente capítulo.
No Capítulo 5 serão discutidos os resultados obtidos nessa
etapa inicial.
Figura 4.9 – Detalhes da base de fixação e da proteção (EN-A2).
A segunda etapa de instalação da Seção A (1ª das
Seções C e D) ocorreu no período de 11 a 18 de março de
2009, quando foram instalados 31 eletroníveis nas seções A
(11 unidades), C (15 unidades) e D (5 unidades), já que a laje
na região da seção B estava em construção. Não foram
instalados todos os eletroníveis das seções, pois a parte
superior da face ainda não havia sido executada, como pode
ser observado nas Figuras 4.4 e 4.9.
Na Figura 4.8 se observa um trecho da face com os
eletroníveis das linhas A e C instalados na região construída
da laje. Após a instalação, os carretéis contendo os cabos que
ligam os eletroníveis à casa de leitura foram armazenados na
parte superior da laje (Figura 4.10).
A segunda etapa de instalação da Seção D ocorreu em 4
de junho de 2009, quando foram instalados 13 eletroníveis,
totalizando 18 eletroníveis na seção, enquanto a segunda
etapa da seção C ocorreu no dia 12 de julho de 2009, quando
foram instalados 2 eletroníveis (C16 e C17) , correspondendo
também à terceira etapa da Seção A, quando foram instalados
3 eletroníveis (A29 a A31).
A primeira etapa de instalação da Seção B ocorreu no
dia 24 de julho de 2009, quando foram instalados 10
eletroníveis (B1 a B10).
Figura 4.8 – Vista das linhas de eletroníveis das seções A e C instalados na face da barragem de Mazar em março de 2009.
Figura 4.10 – Carretéis dos cabos armazenados na parte superior da laje após instalação dos eletroníveis.
62
A última etapa de instalação ocorreu em 27 de Agosto
de 2009 quando foram instalados os eletroníveis D19, C18,
A32 e B11, concluindo a instalação dos 80 eletroníveis.
Na Tabela 4.1 são apresentadas as cotas de instalação
dos eletroníveis, enquanto na Tabela 4.2 são mostradas as
etapas de instalação descritas anteriormente.
Tabela 4.1 – Cotas de instalação dos eletroníveis.
Seção A Cota (m) Seção B Cota (m) Seção C Cota (m) Seção D Cota (m)
EN-A01 2002,43 EN-B01 2099,20 EN-C01 2058,00 EN-D1 2056,00
EN-A02 2003,99 EN-B02 2104,50 EN-C02 2061,00 EN-D2 2057,00
EN-A03 2008,49 EN-B03 2110,50 EN-C03 2067,00 EN-D3 2060,00
EN-A04 2012,96 EN-B04 2116,50 EN-C04 2073,00 EN-D4 2064,00
EN-A05 2017,47 EN-B05 2122,50 EN-C05 2078,00 EN-D5 2069,00
EN-A06 2022,47 EN-B06 2128,50 EN-C06 2084,00 EN-D6 2075,00
EN-A07 2027,48 EN-B07 2134,50 EN-C07 2090,00 EN-D7 2081,50
EN-A08 2031,97 EN-B08 2141,00 EN-C08 2096,00 EN-D8 2088,00
EN-A09 2036,46 EN-B09 2147,50 EN-C09 2102,00 EN-D9 2094,50
EN-A10 2040,98 EN-B10 2152,50 EN-C10 2108,00 EN-D10 2101,00
EN-A11 2045,48 EN-B11 2157,50 EN-C11 2116,00 EN-D11 2107,50
EN-A12 2049,98 EN-C12 2124,50 EN-D12 2114,00
EN-A13 2054,47 EN-C13 2130,00 EN-D13 2120,50
EN-A14 2058,98 EN-C14 2135,00 EN-D14 2127,00
EN-A15 2063,49 EN-C15 2140,00 EN-D15 2133,50
EN-A16 2068,47 EN-C16 2148,50 EN-D16 2140,00
EN-A17 2073,48 EN-C17 2152,50 EN-D17 2146,50
EN-A18 2076,50 EN-C18 2157,50 EN-D18 2152,50
EN-A19 2084,00 EN-D19 2157,50
EN-A20 2090,00
EN-A21 2096,00
EN-A22 2101,50
EN-A23 2107,00
EN-A24 2112,50
EN-A25 2118,00
EN-A26 2123,50
EN-A27 2129,00
EN-A28 2134,50
EN-A29 2140,50
EN-A30 2146,50
EN-A31 2152,50
EN-A32 2157,50
Tabela 4.2 – Etapas de instalação dos eletroníveis. A B C D
10/10/2008 A1 a A17 - - -
15/3/2009 A18 a A28 - C1 a C15 D1 a D5
5/6/2009 - - - D6 a D18
12/7/2009 A29 a A31 - C16 e C17 -
24/7/2009 - B1 a B10 - -
27/8/2009 A32 B11 C18 D19
63
4.2. Montagem dos Eletroníveis
Os 80 eletroníveis utilizados possuem precisão de 12
segundos de arco e faixa linear de valores de ± 3º. O sensor
fornece excelente estabilidade, sendo constituído de uma
ampola hermética de vidro e quatro eletrodos de platina
penetrando o líquido eletrolítico.
Para posicionar e proteger os eletroníveis, foi realizada
usinagem de tarugos de alumínio para produção de cápsulas
próprias para receber as ampolas, como pôde ser visto no
desenho contendo as dimensões na Figura 3.5. As cápsulas
possuem no seu lado externo uma protuberância de 1,5 mm
para encaixe nos perfis metálicos de fixação na face da
barragem (Item 4.5) e apoio para a fixação na barra de
calibração (Item 4.4).
As emendas dos fios dos eletroníveis com os cabos
foram protegidas por luvas termo retráteis, de forma a
garantir uma vedação local dos contatos. Após o
posicionamento das ampolas e sua conexão com os cabos,
(Figura 4.11), as cápsulas foram preenchidas por resina de
Epóxi catalisada (Resinpoxi MA 040), com a finalidade de
fixação da ampola na cápsula, além da proteção e
impermeabilização das conexões.
Para tanto, os eletroníveis foram apoiados em uma
bancada plana durante 24 horas para secagem completa da
resina (Figura 4.12), com os eletrodos mantidos na posição
horizontal a fim de garantir o correto funcionamento dos
eletroníveis. Na Figura 4.13 pode ser observada a cápsula
após a colocação da resina.
Figura 4.12 – Vista dos eletroníveis apoiados em bancada plana para secagem completa da resina.
Figura 4.11 – Vista do eletronível ligado aos cabos e posicionado no interior da cápsula
64
Figura 4.14 – Vista dos eletroníveis após a colocação da resina.
Para finalizar a etapa de montagem dos eletroníveis, foi
necessário vedar a passagem do cabo pelo orifício da cápsula.
Para tanto, utilizou-se um selante de silicone (Dow Corning
7091) e uma peça de plástico, com abertura central de
diâmetro igual ao do cabo, com a finalidade de confinar o
silicone e proteger a região de contato.
Com o objetivo de avaliar o comportamento do
eletronível com relação à estanqueidade à pressão que será
submetido após o enchimento do reservatório, foi realizado
um ensaio no Laboratório da Engenharia Mecânica
(Laboratório de Sensores a Fibra Ótica) da PUC-Rio. Neste
ensaio, inicialmente o instrumento foi fixado em uma chapa
metálica, aparafusado por intermédio da mesma plaqueta
metálica utilizada na fixação na barra de calibração e envolto
por uma borracha para encaixe adequado ao vaso do
equipamento, como é mostrado na Figura 4.14. Em seguida,
foi introduzido na câmara de pressão preenchido por água.
Após a eliminação do ar dentro da câmara, aplicou-se uma
pressão crescente até 300 m.c.a., superior a qualquer pressão
existente no reservatório da barragem e tomaram-se as
leituras durante todo o processo de incremento de pressões.
Na Figura 4.15 se pode ver a câmara de pressão, o
equipamento de leitura da pressão aplicada e à direita a
unidade de leitura manual dos eletroníveis.
Figura 4.13 – Vista do eletronível preparado para ser inserido na câmara de pressão.
65
Figura 4.15 – Vista do equipamento utilizado para o ensaio de estanqueidade.
4.3. Sistemas de aquisição de dados
Foram utilizadas duas formas de leitura dos
eletroníveis, descritas a seguir. A unidade de leitura manual,
ou seja, o Mini Data-Logger da CMCS (Construction
Monitoring Control Systems) foi utilizado durante o processo
de instalação dos eletroníveis na face de concreto para
estabelecer a suas leituras iniciais e para obter leituras
periódicas nos primeiros meses de instalação, ainda na fase
de construção do corpo de enrocamento e berma a montante.
O outro método de leitura consiste em um sistema
automático de leitura e gravação dos dados dos eletroníveis
desenvolvido na PUC-Rio, denominado Sistema de
Monitoramento de Eletroníveis (SME). Apesar de o sistema
ter sido desenvolvido no decorrer do presente trabalho, este
não foi aplicado na barragem até o momento, sendo que se
pretende proceder à sua instalação antes do enchimento do
reservatório para acompanhar a movimentação da laje em
tempo real.
4.3.1. Unidade de Leitura (Mini Data-Logger)
A unidade de leitura desenvolvida pela CMCS consiste
em um dispositivo de três canais de leituras que podem ser
usados independentemente, ou seja, é possível instalar até
três eletroníveis para obter as leituras de cada um deles
separadamente. O equipamento, que é apresentado na Figura
4.16, possui um visor de 6 dígitos e um teclado com funções
66
de programação, mudança de canal e ajuste de data e hora.
Esse equipamento funciona com 4 pilhas AA.
O visor da unidade de leitura possui um intervalo de
19999 divisões, onde uma divisão corresponde a pouco mais
de um segundo do arco, para o eletronível utilizado na
presente aplicação. Na Figura 4.17 são ilustrados alguns
detalhes das conexões que podem ser feitas na unidade de
leitura. Vale ressaltar a existência de uma porta paralela na
qual se pode conectar o computador, caso se queira obter os
dados através de software específico. Contudo, se optou por
adotar a metodologia de anotar as leituras diretamente lidas
no visor. Na porta serial é acoplada uma pequena caixa para
três canais que possibilita a ligação de até três eletroníveis
simultaneamente.
O equipamento possui dimensões aproximadas de uma
calculadora, sendo de fácil portabilidade, além de possuir um
simples sistema de conexão.
Figura 4.17 – Detalhes da unidade de leitura manual (Mini Data-Logger) da CMCS e da conexão com os eletroníveis. (Wha, 1999).
4.3.2. Sistema de Monitoramento dos Eletroníveis (SME)
O SME é um programa auto-executável desenvolvido
numa plataforma NI LabView 8.5 conjugada com o módulo
de conversão A/D-D/A NI USB6229, do qual são utilizados
32 canais analógicos de entrada e 4 canais analógicos de
saída. Com o objetivo de monitorar até 96 eletroníveis, o
sistema utiliza 3 módulos conversores (A, B e C), cada um
deles controlado por um programa próprio (SME-A, SME-B
Figura 4.16 – Vista da unidade de leitura (Mini
Data-Logger)
67
e SME-C) e associado a 2 módulos para condicionamento de
eletroníveis (Figura 4.18).
Além de aquisitar os dados provenientes dos
eletroníveis, os conversores são responsáveis pela geração
dos sinais senoidais que excitam os mesmos. Os módulos de
condicionamento recebem os sinais senoidais dos eletroníveis
e fazem a retificação, gerando níveis c.c. (corrente contínua)
de tensão (proporcionais às inclinações medidas), que são
então transferidos para os conversores. Na Figura 4.19 pode
ser visto o computador conectado aos três conversores, que
por sua vez estão conectados aos condicionadores ainda
abertos. Na Figura 4.20 pode ser visto em detalhe o painel de
conexão dos condicionadores aos conversores.
Figura 4.18 – Ilustração das conexões entre os eletroníveis, módulos conversores e condicionadores.
68
Figura 4.19 – Vista dos equipamentos do sistema de monitoramento de eletroníveis (SME).
Figura 4.20 – Vista do painel do condicionador.
Quando ativados, os programas SME (A, B e C)
iniciam imediatamente a leitura e processamento dos dados,
que são mostrados no painel nas formas numérica e gráfica e
atualizados de acordo com o intervalo programado. A
gravação dos dados, em arquivo .xls ou .txt, é iniciada
somente após habilitada pela chave “gravação”. Qualquer
alteração executada nos parâmetros do painel só é válida para
a operação em curso, não sendo possível salvá-las para uso
futuro. A tela do programa pode ser vista na Figura 4.21.
69
Figura 4.21 – Tela do programa SME (Sistema de Monitoramento de Eletroníveis).
4.4. Calibração dos Eletroníveis
Para a calibração dos eletroníveis foi utilizada uma
barra metálica contendo dez aberturas para seus
posicionamentos, bem como roscas para a fixação das
cápsulas com o auxílio de plaquetas metálicas aparafusadas,
conforme descrito no Capítulo 3. A barra (Figura 4.22) foi
fixada por uma rótula em uma de suas extremidades, sendo
que na outra foi montado um sistema com rosca sem fim para
variação dos ângulos. O passo da rosca é de 2,11 mm, e a
distância entre os apoios da barra de 1,32 m. Sendo assim,
pode-se obter o grau desejado aproximado pelo arco tangente
do triângulo, que possui como cateto oposto o deslocamento
obtido pelo número de passos da rosca e, como cateto
adjacente, a distância entre as extremidades apoiadas da
barra. A amplitude dos ângulos atingidos é superior a ± 3º.
70
Figura 4.22 – Barra de Calibração dos eletroníveis (Laboratório de Geotecnia PUC-Rio).
O fator de calibração do eletronível de referência
fornecido para o mini data-logger da CMCS (FC = 4,9·10-6
)
foi utilizado para corrigir as leituras obtidas pelo sistema
descrito anteriormente, ou seja, cada intervalo de leitura do
eletronível de referência representa um ângulo que pode ser
obtido utilizando o seu fator de calibração (FCdummy).
Sendo assim:
LLFCdummy
6109,4 (4.3)
Onde: θ é o ângulo em radianos
FC é o fator de calibração
ΔL é a variação da leitura do eletronível de referência
Vale ressaltar que o trecho de linearidade observado no
eletronível de referência foi de aproximadamente ± 1º (±0,02
rad), enquanto o trecho de linearidade dos eletroníveis
calibrados foi de ± 3º (±0,06 rad), conforme previsto pelas
especificações do fabricante descritas anteriormente.
Como pode ser observado na Figura 4.23, que contém
dados de um conjunto de nove eletroníveis acrescidos do
eletronível de referência, através do sistema de variação dos
ângulos instalado no Laboratório de Geotecnia da PUC-Rio,
obteve-se linearidade nas curvas de calibração, sendo que o
valor do coeficiente de determinação (R2) para tais curvas foi
igual a 1 para todos os eletroníveis. No entanto, o trecho de
linearidade do eletronível de referência com calibração
padrão (4.9·10-6
) foi de 4,79·10-6
, sendo necessária a correção
dos ângulos obtidos, indicada pela equação 4.3. As curvas
corrigidas estão apresentadas na Figura 4.24.
Sistema de rosca sem fim
Eletronível de referência (dummy)
71
Calibração
-0.080
-0.060
-0.040
-0.020
0.000
0.020
0.040
0.060
0.080
-15000 -10000 -5000 0 5000 10000 15000
Leitura
Ân
gu
lo (
rad
)
A11
A09
A07
A14
B01
A15
A13
A08
A12
ENRef
y = 4.79E-06x
Figura 4.23 – Curvas de calibração de um conjunto de 9 eletroníveis e do eletronível de referência utilizando o mini-logger.
Calibração
-0.025
-0.02
-0.015
-0.01
-0.005
0
0.005
0.01
0.015
0.02
0.025
-5000 -4000 -3000 -2000 -1000 0 1000 2000 3000 4000 5000
Leitura
Ân
gu
lo (
rad
)
A11
A09
A07
B01
A15
A13
A12
A14
A08
EN Ref
y = 4.90E-06x
Figura 4.24 – Curvas de calibração corrigidas pelo eletronível de referência utilizando o mini-logger.
4.4.1. Calibração com a utilização do Mini Data-Logger
Inicialmente a calibração foi realizada anotando-se 25
diferentes ângulos e as correspondentes leituras para cada
conjunto de nove eletroníveis, além do dummy. O incremento
adotado foi de 3 voltas na rosca sem fim, ou seja, 16’ 34’’ de
grau (0,0048 rad), chegando-se a uma amplitude total de 72
voltas, ou seja, ± 3° 18’ 22’’ (± 0,0577 rad). Na Tabela 4.3
são apresentados os resultados da calibração de um conjunto
de nove eletroníveis. O trecho destacado nos resultados
corresponde ao trecho de linearidade do dummy.
No Apêndice A estão contidas as tabelas com os
Leituras
Leituras
Ângulo
(ra
d)
Â
ng
ulo
(ra
d)
Ân
gu
lo (
rad
)
Ângulo
(ra
d)
72
resultados da calibração de todos os 80 eletroníveis, além o
gráfico final no qual o eixo das abscissas corresponde às
leituras e o eixo das ordenadas os ângulos em radianos. As
retas obtidas nesses gráficos possuem inclinações que
representam os fatores de calibração.
A partir de quatro conjuntos de calibração, ou seja,
após 36 eletroníveis calibrados, optou-se por variar apenas 13
ângulos com incrementos de 2 voltas (11’ 2’’ de grau ou
0,0032 rad) na rosca sem fim por uma questão de
praticidade, já que a linearidade já poderia ser obtida com
essa variação menor. Sendo assim, foi obtida uma amplitude
total de 26 voltas, ou seja, ± 1° 6’ 11’’ (± 0,0193 rad).
O maior fator de calibração para o data-logger obtido
foi o do eletronível A05 com um valor de 7,78·10-6
, enquanto
o menor valor obtido foi de 5,90·10-6
para o eletronível A20.
O valor médio dos fatores de calibração foi de 6,78·10-6
com
desvio padrão de 0,4306. A série de fatores de calibração
apresenta 3 modas (trimodal): 6,54·10-6
, 6,76·10-6
e 7,00·10-6
e mediana de 6,73·10-6
. Na Figura 4.25 são mostradas as
curvas de calibração com inclinações máxima e mínima,
enquanto na Figura 4.26 são apresentados os coeficientes de
calibração para o mini data-logger dos 80 eletroníveis
instalados na barragem de Mazar.
Figura 4.25 – Gráfico das curvas de calibração máxima e mínima no mini-logger.
Leituras
Ân
gu
lo (
rad
)
73
Voltas tg (º) (rad) Ref D4 B4 C2 D2 C5 C6 C3 D6 D1
-36 -0,058 -3,306 -0,058 19025 -8352 -8340 -9010 -8651 -8189 -8600 -8110 -8932 -8419
-33 -0,053 -3,031 -0,053 15528 -7660 -7654 -8252 -7934 -7505 -7900 -7669 -8166 -7701
-30 -0,048 -2,756 -0,048 13033 -6937 -6950 -7490 -7200 -6836 -7174 -6966 -7417 -7036
-27 -0,043 -2,481 -0,043 11157 -6238 -6257 -6722 -6472 -6149 -6453 -6262 -6663 -6343
-24 -0,039 -2,205 -0,038 9460 -5533 -5554 -5965 -5746 -5462 -5741 -5558 -5905 -5650
-21 -0,034 -1,93 -0,034 7907 -4839 -4864 -5219 -5020 -4791 -5032 -4860 -5171 -4968
-18 -0,029 -1,654 -0,029 6367 -4142 -4174 -4466 -4300 -4111 -4314 -4157 -4420 -4280
-15 -0,024 -1,379 -0,024 4986 -3444 -3477 -3706 -3574 -3441 -3609 -3461 -3690 -3611
-12 -0,019 -1,103 -0,019 3949 -2755 -2789 -2865 -2857 -2761 -2900 -2770 -2951 -2929
-9 -0,014 -0,827 -0,014 2983 -2064 -2096 -2216 -2132 -2086 -2200 -2077 -2222 -2262
-6 -0,01 -0,552 -0,01 1961 -1370 -1410 -1460 -1413 -1412 -1491 -1382 -1492 -1592
-3 -0,005 -0,276 -0,005 1023 -680 -719 -719 -691 -746 -790 -690 -767 -920
0 0 0 0 22 0 -38 25 24 -75 -90 -6 -47 -255
3 0,005 0,276 0,005 -894 667 647 748 720 574 595 665 670 413
6 0,01 0,552 0,01 -1919 1350 1329 1494 1439 1234 1288 1352 1375 1070
9 0,014 0,827 0,014 -2911 2017 2002 2221 2151 1899 1988 2042 2094 1744
12 0,019 1,103 0,019 -3893 2700 2698 2970 2875 2576 2690 2727 2809 2412
15 0,024 1,379 0,024 -5095 3380 3389 3716 3594 3241 3387 3421 3524 3078
18 0,029 1,654 0,029 -6630 4058 4077 4458 4314 3919 4083 4102 4233 3739
21 0,034 1,93 0,034 -8083 4733 4758 5198 5030 4570 4771 4785 4935 4414
24 0,039 2,205 0,038 -9900 5407 5447 5947 5750 5251 5472 5470 5646 5080
27 0,043 2,481 0,043 -15680 6090 6142 6697 6473 5930 6174 6164 6362 5760
30 0,048 2,756 0,048 -16906 6768 6826 7444 7199 6605 6871 6859 7077 6427
33 0,053 3,031 0,053 -17857 7440 7520 8190 7925 7279 7575 7554 7799 7110
35 0,056 3,214 0,056 -18518 8095 8188 8920 8638 7948 8270 8240 8511 7783
Calibrações (ajuste linear)
Coef ang -4,92E-06 7,00E-06 6,97E-06 6,43E-06 6,67E-06 7,15E-06 6,83E-06 6,97E-06 6,62E-06 7,13E-06
Coef linear -0,0015 0,0003 0,0003 0 -0,0001 0,0007 0,0008 0,0001 0,0007 0,0019
R2 -0,987 1 1 1 1 1 1 1 1 1
Tabela 4.3 – Resultado da calibração de um conjunto de nove eletroníveis para o mini data-logger da CMCS
74
Figura 4.26 – Gráfico dos fatores de calibração dos eletroníveis para o Mini Data-Logger.
4.4.2. Calibração com a utilização do Sistema de Monitoramento de Eletroníveis (SME)
Após três conjuntos de calibração, ou seja, 27
eletroníveis calibrados, o Sistema de Monitoramento de
Eletroníveis (SME) já estava disponível para utilização.
Sendo assim, se passou a efetuar as calibrações utilizando os
dois sistemas (SME e Data-logger). O procedimento de
calibração foi exatamente o mesmo, contudo o eletronível de
referência foi lido com o data-logger, por possuir calibração
padrão para este equipamento.
O maior fator de calibração para o SME obtido foi para
o eletronível A05 com um valor de 2,12 ·10-1
, enquanto o
menor valor obtido foi de 1,61·10-1
para o eletronível A20. O
valor médio dos fatores de calibração foi de 1,84·10-1
com
desvio padrão de 0,0117. A série de fatores de calibração
também apresenta 3 modas (trimodal): 1,81·10-1
, 1,83-1
e
1,91·10-1
e mediana de 1,83·10-1
. Na Figura 4.27 são
apresentados os coeficientes de calibração para o SME dos 80
eletroníveis instalados na barragem de Mazar.
Fat
or
de
Cal
ibra
ção
Eletroníveis
75
No Apêndice A também estão contidas as tabelas com
os resultados da calibração dos 53 eletroníveis pelo SME.
Figura 4.27 – Gráfico dos fatores de calibração dos eletroníveis para o SME.
4.4.1. Compatibilização entre Fatores de Calibração obtidos com o data-logger e com o SME
Os 27 primeiros eletroníveis calibrados não possuíam
fator de calibração para o SME. Por isso foi necessário fazer
uma correlação entre as leituras obtidas pelo data-logger e o
SME.
O procedimento para obtenção da correlação foi a
leitura simultânea com a utilização dos dois sistemas. Para
isso, foi necessário emendar cabos externos ao SME para
permitir o contato com a leitora.
Na Figura 4.28 se pode observar a correlação entre as
leituras obtidas. A inclinação da curva representa o fator de
conversão das leituras. Portanto, os 27 fatores de calibração
obtidos pelo Mini Data-Logger foram multiplicados pelo
Eletroníveis
Fat
or
de
Cal
ibra
ção
Fat
or
de
Cal
ibra
ção
76
fator de conversão (3,68∙10-5
) para obtenção dos fatores de
calibração para o SME. No Apêndice A são apresentados os
fatores de calibração obtidos.
Figura 4.28 – Gráfico de compatibilização entre as leituras do SME e Mini Data-Logger
4.5. Procedimento de Instalação e Proteção dos Eletroníveis
Para instalar os eletroníveis foram produzidos perfis
metálicos com abertura central para encaixe dos eletroníveis
e roscas para colocação dos parafusos de fixação dos
eletroníveis por meio da mesma plaqueta metálica utilizada
na barra de calibração. Os eletroníveis foram instalados de
forma que incrementos positivos de leitura indiquem
deflexões para jusante (Figura 4.29). Os perfis possuem
ângulo reto, sendo que uma de suas faces é fixada na face da
barragem por meio de parafusos e na outra é fixado o
eletronível, como pode ser observado na Figura 4.30. Para
proceder à instalação foram posicionadas plataformas nas
cotas de posicionamento dos instrumentos ao longo das
seções instrumentadas (Figura 4.31).
Lei
tura
s do s
iste
ma
de
Monit
ora
men
to d
os
elet
ronív
eis
Correlação entre as leituras obtidas na leitora manual e no SME
R2 = 1
-0.2
-0.15
-0.1
-0.05
0
0.05
0.1
0.15
0.2
-5000 -4000 -3000 -2000 -1000 0 1000 2000 3000 4000 5000
Leituras do Mini Data-Logger
Leit
ura
s d
o S
iste
ma d
e
Mo
nit
ora
men
to d
e E
letr
on
íveis
y = 3.68E-05
Leituras do Mini Data-Logger
Figura 4.29 – Desenho em corte da face de concreto com incrementos positivos de leitura (∆L) dos eletroníveis na deflexão para jusante.
77
Figura 4.30 – Eletronível fixado na face de concreto da Barragem de Mazar por meio de perfil metálico.
Figura 4.31 – Plataformas de instalação ao longo de uma seção instrumentada.
É importante ressaltar que se optou pela adoção de
uma leitura inicial negativa com o objetivo de ampliar a faixa
de leitura, sem atingir o limite de linearidade, uma vez que,
com o enchimento do reservatório o incremento de leitura
dar-se-á positivamente. Por isso foi necessário utilizar o Mini
Data-Logger durante a fixação dos eletroníveis (Figura 4.32).
78
Figura 4.33 – Instalação e tomada da leitura de instalação com o Mini Data-Logger.
Após o posicionamento do eletronível, aplicou-se
mesmo o selante de silicone (Figura 4.33) que foi utilizado
para vedar a passagem do cabo pelo orifício da cápsula, como
uma proteção adicional à penetração de água no instrumento.
Figura 4.35– Eletronível protegido com selante de silicone, antes (a) e após (b) a aplicação.
Com a finalidade de proteção mecânica contra
eventuais impactos como troncos, metais, ou quaisquer outros
elementos capazes de danificar o instrumento, se utilizou uma
proteção metálica fixada sobre o perfil metálico descrito
anteriormente. Como pôde ser observado na Figura 4.30, ao
redor do perfil existem esperas de parafuso para receber a
proteção metálica, que é então fixada por meio de porcas,
como pode ser observado na Figura 4.34.
A última etapa da fixação dos eletroníveis na face da
barragem foi a proteção final de concreto sobre a proteção
metálica e a colocação da meia-cana metálica sobre os cabos
que são conduzidos até a casa de leitura, como é mostrado na
Figura 4.35. Finalmente, na Figura 4.36 é se pode ver a Seção
C instrumentada e com acabamento final.
Figura 4.32 – Colocação da proteção metálica.
Figura 4.34 – Vista dos eletroníveis protegidos por concreto e cabos protegidos pela meia cana metálica.
Figura 4.36 – Vista da Seção C instrumentada com eletroníveis.
(a)
(b)
79
5 Análise dos Resultados
5.1. Desempenho dos eletroníveis
Seção A
Os eletroníveis de A1 a A17 foram instalados no mês
de Outubro de 2008. Como pôde ser observado no Capítulo
anterior (itens 4.1.1 e 4.1.3), logo após a primeira etapa de
instalação dos eletroníveis, se iniciou a construção da berma
a montante da barragem, ainda em Outubro de 2008. A
velocidade de colocação da berma foi praticamente constante
e sem interrupções.
Na Figura 5.1 são apresentadas as leituras dos
eletroníveis, com a utilização do Mini Data-Logger, em
função do tempo desde a instalação, em 11/10/2008, até
28/09/2009. Observa-se que antes do início da construção do
aterro os eletroníveis indicaram uma pequena variação
negativa (em um período de aproximadamente 4 dias após a
instalação). Essa variação corresponde a uma deflexão para
montante (tração das fibras negativas) da parte inferior da
face de concreto, devido a esforços na parte superior da
barragem e consequente acomodação por peso próprio do
enrocamento, como será mostrado na análise das deflexões.
Entretanto, em meados do mês de outubro se iniciou
efetivamente a obra da berma a montante.
O Eletronível A3 apresentou uma maior variação
positiva nos meses de outubro/08 e novembro/08 seguido de
variação negativa nos meses subseqüentes, indicando uma
deflexão para jusante mais expressiva nessa região da laje.
Houve uma tendência de estabilização das leituras ao final da
construção da berma.
Para se ter uma idéia em termos de valores, utilizando o
fator de calibração médio dos eletroníveis, uma variação de
1000 unidades de leitura representa uma rotação próxima a
24 minutos de grau.
80
Construção da Berma
a montante
Lei
tura
s (L
eito
ra M
anual
)
Datas das leituras
Figura 5.1 – Variação das leituras com o tempo para a Seção A.
81
A construção da berma a montante da barragem afetou
o comportamento dos eletroníveis, como pode ser visto na
Figura 4.1. Houve uma variação positiva dos eletroníveis de
A1 a A17, indicando uma deflexão para jusante (tração das
fibras positivas), ocasionada pela carga da berma. No item
referente à análise das deflexões será abordado o efeito da
construção da berma e do corpo da barragem com relação à
deformada da face.
No período entre 26/12/2008 e 30/12/2008 houve uma
variação negativa em todos os eletroníveis instalados, fato
possivelmente ligado ao efeito de Poisson devido à colocação
de material e compactação no corpo da barragem no período.
No entanto essa não é uma situação preocupante, pois não
indica distorções angulares, mas sim um movimento de corpo
rígido da face.
O eletronível A14 apresentou um comportamento
anômalo, com expressiva variação negativa (1º 30`) em um
curto período de tempo (em torno de 30 dias), seguido de
variação positiva e posterior estabilização. Essa variação
negativa indica uma rotação significativa, capaz de
representar momentos fletores elevados nessa região.
Portanto, para uma melhor avaliação dos efeitos dessa
variação devem ser avaliados os momentos fletores e
deflexões da face, assuntos dos itens subsequentes.
Seção C
Os eletroníveis da Seção C foram instalados em período
próximo ao término da construção da berma a montante,
sendo possível notar certa estabilização das leituras, com sutil
variação negativa. Pelo fato de se encontrar próxima à
ombreira da barragem, a seção C não apresentou significativa
movimentação, sendo que esta se deu para montante.
Na Figura 5.2 podem ser vistas as leituras com o tempo
para a seção C no período de 15/03/2009 à 28/09/2009. Os
eletroníveis indicaram deflexão para montante, destacando-se
o comportamento dos eletroníveis C16 e C18 pela ampla
variação das leituras indicando essa movimentação de jusante
para montante na região próxima à crista da barragem, fato a
ser avaliado no cálculo das deflexões.
82
Figura 5.2 – Variação das leituras com o tempo na Seção C.
Seção D
As leituras observadas na Seção D apresentaram
comportamento global estável, sendo possível acusar algum
tipo de movimentação da face para montante através da
pequena variação global negativa das leituras com o tempo
(Figura 5.3).
Figura 5.3 – Variação das leituras com o tempo na Seção D.
Lei
tura
s (L
eito
ra M
anual
)
Lei
tura
s (L
eito
ra M
anual
)
Datas das leituras
Datas das leituras
83
Seção B
Conforme citado anteriormente, a região da face
correspondente à seção B foi a última a ser construída dentre
as seções instrumentadas. Sendo assim, a primeira leitura
ocorreu em 24/07/2009 (Figura 5.4). Novamente se nota certa
estabilização das leituras, com uma pequena variação
negativa, onde se destaca o comportamento do eletronível
B2, que apesar de variação inferior a 20 segundos de grau,
está localizado em uma região de maior rigidez da face,
devido à maior espessura nas proximidades do plinto.
Figura 5.4 – Variação das leituras com o tempo na Seção B
5.2. Ajuste das Curvas
A ferramenta utilizada para os cálculos apresentados no
Capítulo 2 (itens 2.3.2 e 2.3.3) foi o Microsoft Excel, através
de funções escritas em código VBA (Visual Basic for
Applications).
O Excel já fornece através de uma opção nos gráficos, a
equação de regressão no máximo até o sexto grau. No
entanto, foi necessária a utilização do código com duas
finalidades. A primeira é que a função utilizada com o código
em VBA permite a regressão de polinômio de qualquer grau,
pois se trata de uma programação do produto matricial A =
M-1
·B, descrito anteriormente. A segunda finalidade é a
automatização dos cálculos, ou seja, após o lançamento das
leituras nas planilhas é possível gerar os coeficientes
ajustados pelo método dos mínimos quadrados em células
que por sua vez são utilizadas nas equações para os cálculos,
já que a quantidade de dados é grande e de geração contínua.
Lei
tura
s (L
eito
ra M
anual
)
Datas das leituras
84
As rotinas se encontram no Apêndice B. Foi ainda utilizado o
Software Maple 11 para verificação dos cálculos.
Com a finalidade de obter a regressão com restrição
(item 3.3.3), o código em VBA do Excel apresentado no
Apêndice B foi modificado para geração automática das
matrizes M’ e B’.
5.2.1. Resultados dos ajustes polinomiais dos pontos de rotação por aproximação (Método dos mínimos quadrados)
O melhor ajuste das curvas depende da quantidade de
pontos experimentais (rotações). No início havia apenas 17
eletroníveis instalados na seção A, portanto apenas 17 pontos
experimentais (rotações). Foram obtidos os coeficientes de
determinação (R²) para todas as curvas, para vários graus de
polinômios. Na Figura 5.5 são apresentadas as curvas das
aproximações obtidas para vários graus de polinômios, para
uma data qualquer selecionada (no exemplo dia 8 de
dezembro de 2008). Já na Figura 5.6 foram eliminadas as
curvas com maiores erros para visualização das melhores
aproximações.
Figura 5.5 – Ajustes polinomiais aos pontos de rotação dos eletroníveis da Seção A (08/12/08).
Ro
taçã
o (
rad
)
Ro
taçã
o (
rad
)
Distância longitudinal da face a partir do plinto (m)
85
Figura 5.6 – Melhores ajustes polinomiais aos pontos de rotação.
Os polinômios de grau inferior consistem em curvas
mais suaves. Na Tabela 5.1 e são apresentados os coeficientes
de determinação para as curvas para 6 datas selecionadas.
Tabela 5.1 – Coeficientes de Determinação para os ajustes polinomiais dos eletroníveis A1 a A17.
R
2
(20/10/08) R
2
(11/11/08) R
2
(08/12/08) R
2
(09/01/09) R
2
(12/02/09) R
2
(08/03/09)
Polinômio Grau 6 0,233 0,259 0,208 0,189 0,199 0,278
Polinômio Grau 7 0,126 0,210 0,205 0,213 0,214 0,291
Polinômio Grau 8 0,177 0,210 0,240 0,357 0,460 0,596
Polinômio Grau 9 0,368 0,329 0,303 0,369 0,461 0,596
Polinômio Grau 10 0,516 0,547 0,544 0,574 0,634 0,743
Polinômio Grau 11 0,526 0,552 0,567 0,638 0,715 0,799
Polinômio Grau 12 0,290 0,368 0,394 0,525 0,621 0,753
Polinômio Grau 13 0,607 0,186 0,193 0,137 0,105 0,252
Polinômio Grau 14 0,533 0,298 0,294 0,291 0,345 0,457
Polinômio Grau 15 0,036 0,115 0,091 0,093 0,113 0,102
Polinômio Grau 16 0,733 0,433 0,415 0,397 0,428 0,523
Observa-se que graus polinomiais elevados não
representam bem a nuvem de pontos. Isso consiste em uma
incoerência matemática, já que o polinômio de grau n-1, onde
n é o número de pontos, deveria interpolar os dados. A
explicação para essa situação é que o procedimento de
inversão da matriz para graus muito altos é muito delicado,
incorrendo em erros substanciais, principalmente pelo fato de
a matriz de Vandermonde (Equações normais) para este caso
Distância longitudinal da face a partir do plinto (m)
Rota
ção (
rad)
86
possuir difícil inversão, ou seja, grande discrepância na
ordem de grandeza dos termos. Por exemplo, no polinômio
de 16º grau existem termos com ordem de grandeza 10-8
e
1033
compondo a mesma matriz. Sendo assim, o Microsoft
Excel propaga erros na inversão, impedindo a correta análise
com os algoritmos programados neste software.
Diante de tal situação, foi utilizado o Software Maple
11, o qual forneceu resultados também matematicamente
incoerentes. Foi realizado um teste após a inversão da matriz
(M-1
), explicada do Capítulo 3, através do produto M· M-1
, o
qual deveria fornecer a matriz identidade e, no entanto,
forneceu uma matriz onde os termos que deveriam ser nulos
eram às vezes superiores a três dezenas.
Um ponto interessante que pode ser facilmente
observado e uma peculiaridade, para o caso da primeira etapa
de instalação A1 a A17, é a convergência das curvas
polinomiais aos pontos experimentais com o passar do tempo.
Leituras mais recentes resultaram em melhores aproximações
polinomiais nessa etapa construtiva. Para polinômios de grau
superior ao 12º, se nota haver inconsistência nos valores,
pelos fatores explicados anteriormente.
Na Figura 5.7 se podem observar as variações dos
coeficientes de determinação (R²) com o tempo (EN A1 a EN
A17), para os graus polinomiais citados. O motivo de tal
comportamento é possivelmente o fato da taxa de variação
das deflexões diminuir, ou seja, o enrocamento é mais
compressível no início, aumentando a dispersão dos pontos
de rotação. Com o passar do tempo os taludes do
enrocamento tendem a possuir pontos de rotação com menor
dispersão, permitindo melhores ajustes polinomiais.
Figura 5.7 – Variação com o tempo dos coeficientes de determinação dos eletroníveis de A1 a A17.
Coef
icie
nte
de
Det
erm
inaç
ão (
R²)
Datas das leituras
87
Apesar dessa situação, não é desejável trabalhar com
polinômios de grande instabilidade numérica (graus
elevados). Para conseguir atingir todos os pontos, os
polinômios de graus muito altos oscilam muito, não
representando a realidade. Como é necessário utilizar o
procedimento de derivação, onde cada oscilação representa
grandes valores na função derivada, polinômios de graus
elevados iriam conduzir a erros substanciais.
Outro aspecto relevante que justifica a não utilização de
polinômios de alta instabilidade numérica é o fato de que no
caso de ajustes de baixo coeficiente de determinação, as
derivações e integrações conduzem a valores muito altos,
apresentando variações de ordens de grandeza entre os
resultados. Sendo assim, pelo comportamento dos dados
analisados, um polinômio de no máximo 6º grau pode ser
utilizado para se ter oscilações que não gerem derivadas
muito elevadas entre pontos adjacentes, como será mostrado
no item referente ao cálculo dos momentos fletores.
5.2.2. Comparação entre a deformada obtida por Análise Sequencial (regressão polinomial) e Incremental
A análise incremental, além de poder ser utilizada para
a obtenção da deformada da face de concreto, serve também
como um parâmetro de comparação e validação das curvas
obtidas para os pontos de rotação. Na Figura 5.8 são
mostrados os resultados obtidos para uma determinada data
(8/12/2008), correspondendo à primeira etapa de instalação,
dos eletroníveis A1 a A17, utilizando um polinômio de 6º
grau para o ajuste das rotações, além da curva incremental. O
ajuste de um polinômio do 6º grau faz com que a curva
representativa das deflexões seja do 7º grau, por ser resultado
do processo de integração. Nas Figuras 5.9 e 5.10 as mesmas
curvas são apresentadas nas datas de 05/01/2009 e
11/03/2009, respectivamente.
Na Figura 5.11 se pode observar a deformada da seção
B obtida pelos dois métodos, para o dia 16/08/2009. Nas
Figuras 5.12 e 5.13 são apresentadas as curvas de deflexão
obtidas pelos dois métodos para as Seções C e D,
respectivamente, nas datas de 17/04/2009 e 15/07/2009.
A comparação foi feita para todas as datas e em todas
as seções. Como foi constatada coerência entre as curvas
incrementais e seqüenciais (polinomiais), o modelo de
polinômio do 6º grau se mostrou eficiente para a
determinação das deflexões.
88
Figura 5.8 – Comparação entre as curvas incremental e polinomial (Seção A - 08/12/2008).
Figura 5.9 - Comparação entre as curvas incremental e polinomial (Seção A - 05/01/2009).
Figura 5.10 - Comparação entre as curvas incremental e polinomial – (Seção A -11/03/2009).
Def
lexão
(m
) D
efle
xão
(m
) D
efle
xão
(m
)
Distância longitudinal da face a partir do plinto (m)
Distância longitudinal da laje a partir do plinto (m)
Distância longitudinal da face a partir do plinto (m)
89
Figura 5.11 – Comparação entre as curvas incremental e polinomial – (Seção B -16/08/2009).
Figura 5.12 – Comparação entre as curvas incremental e polinomial – (Seção C -17/04/2009).
Figura 5.13 – Comparação entre as curvas incremental e polinomial – (Seção D -15/07/2009).
Def
lex
ão (
m)
Def
lexão
(m
)
Distância longitudinal da face a partir do plinto (m)
Distância longitudinal da face a partir do plinto (m)
Distância longitudinal da face a partir do plinto (m)
Def
lexão
(m
)
90
5.3. Análise das deflexões da face de concreto da Barragem de Mazar
Seção A (1º Estágio de instalação – A1 a A17)
O 1º Estágio de instalação permitiu a avaliação da
variação da deformada da face de concreto na Seção A em
função da construção do corpo do enrocamento e da berma a
montante. Utilizando um polinômio de 7º grau, oriundo da
integração da curva representativa das rotações, se obtiveram
as deformadas para as datas de tomada de leitura. Na Figura
5.14 são apresentados, em escala, os resultados das
deformadas obtidas pela primeira etapa de instalação dos
eletroníveis (A1 a A17).
O procedimento dos cálculos, como descrito
anteriormente, foi a integração da função de regressão escrita
em código VBA, que possibilitou a automatização dos
cálculos.
Como pode ser visto na Figura 5.14, no início havia um
movimento para montante, de tração das fibras negativas da
laje, devido ao efeito de Poisson pela colocação de material
no corpo do enrocamento. Logo que se iniciou a construção
da berma a montante, houve um deslocamento da laje no
outro sentido, para jusante.
Nota-se haver maior compressibilidade do enrocamento
no início da colocação da carga do aterro, através da distância
entre as deformadas, ou seja, entre as datas de 14/10/2008 e
08/11/2008 houve um deslocamento máximo da laje superior
a 10 cm, entre 08/11/2008 e 02/12/2008 um deslocamento
inferior a 10 cm e entre 02/12/2008 e 11/03/2009 um
deslocamento inferior a 5 cm. Isso justifica a maior dispersão
dos dados, que gerou dificuldades de ajuste polinomial na
regressão dos dados iniciais, discutidos no item 5.2.1
(Resultado dos ajustes polinomiais).
Nas Figuras de 5.15 a 5.21 são apresentadas as
deflexões calculadas na laje de acordo com as cotas
construtivas do corpo do enrocamento e berma a montante,
em escala.
91
Ddddd
Deflexão Mazar - Valores em centímetros
Eletronível Elevação Distância 14/out/08 8/nov/08 20/dez/08 11/mar/09
EN-A01 2002,43 2,46 -0,00 0,10 0,20 0,12
EN-A02 2003,99 5,16 -0,03 0,38 0,77 2,46
EN-A03 2008,49 12,91 -0,24 1,62 3,08 4,63
EN-A04 2012,96 20,63 -0,62 2,81 5,04 6,60
EN-A05 2017,47 28,40 -1,06 3,63 6,26 8,42
EN-A06 2022,47 37,02 -1,50 4,17 7,15 10,17
EN-A07 2027,48 45,67 -1,86 4,59 8,14 12,87
EN-A08 2031,97 53,41 -2,18 5,05 9,39 15,42
EN-A09 2036,46 61,16 -2,53 5,62 10,89 17,57
EN-A10 2040,98 68,94 -2,91 6,21 12,36 18,66
EN-A11 2045,48 76,71 -3,26 6,64 13,43 19,27
EN-A12 2049,98 84,47 -3,51 6,78 13,88 19,41
EN-A13 2054,47 92,21 -3,58 6,62 13,74 19,15
EN-A14 2058,98 99,98 -3,48 6,30 13,33 18,72
EN-A15 2063,49 107,76 -3,30 6,14 13,15 18,41
EN-A16 2068,47 116,35 -3,24 6,47 13,74 18,59
EN-A17 2073,48 124,99 -3,46 7,08 14,83 19,58
Figura 5.14 – Deflexões observadas na face de concreto durante a construção do corpo do enrocamento e aterro a montante (1º Estágio de Instalação).
Obs. Data da leitura de referência: 11/10/2008
92
Legenda
Deflexão
Enrocamento
14/10/200811/10/2008
Material em
colocação no mês
de Outubro de 2008
Escala de Deflexão
0.3 m
0.2
0.1
0
3.4 cm
Figura 5.15 – Deflexão calculada na Seção A durante a construção do corpo da barragem (14/10/2008).
Legenda
Deflexão
Enrocamento
Material colocado
até 31/10/08
31/10/200811/10/2008
5.4 cm
Escala de Deflexão
0.3 m
0.2
0.1
0
Vista de topo
Figura 5.16 – Deflexão calculada na Seção A durante a construção do corpo da barragem e início da construção da berma a montante (31/10/2008).
93
Legenda
Deflexão
Enrocamento
Material colocado
até 29/11/08
29/11/200811/10/2008
12.2 cm
Escala de Deflexão
0.3 m
0.2
0.1
0
Vista de topo
Figura 5.17 – Deflexão calculada na Seção A durante a construção do corpo da barragem e da berma a montante (29/11/2008).
Legenda
Deflexão
Enrocamento
Material colocado
até 30/12/08
30/12/200811/10/2008
16.5 cm
Escala de Deflexão
0.3 m
0.2
0.1
0
Vista de topo
Figura 5.18 – Deflexão calculada na Seção A durante a construção do corpo da barragem e da berma a montante (30/12/2008).
94
Legenda
Deflexão
Enrocamento
Material colocado
até 31/01/09
31/01/200911/10/2008
18.0 cm
Escala de Deflexão
0.3 m
0.2
0.1
0
Vista de topo
Figura 5.19 – Deflexão calculada na Seção A durante a construção do corpo da barragem e da berma a montante (31/01/2009).
Legenda
Deflexão
Enrocamento
Material colocado
até 28/02/09
19.2 cm
28/02/200911/10/2008
Escala de Deflexão
0.3 m
0.2
0.1
0
Vista de topo
Figura 5.20 – Deflexão calculada na Seção A durante a construção do corpo da barragem e da berma a montante (28/02/2009).
95
Legenda
Deflexão
Enrocamento
Material colocado
até 31/03/09
31/03/200911/10/2008
16.1 cm
Escala de Deflexão
0.3 m
0.2
0.1
0
Vista de topo
Figura 5.21 – Deflexão calculada na Seção A imediatamente após o término da construção do corpo da barragem e da berma a montante (31/03/2009).
Um fato que chama a atenção, discutido por Rocha
Filho e Saboya (2008), é a influência das características
topográficas da fundação no comportamento da face de
concreto. Na Figura 5.21 se nota que a deformada da face,
afetada pela carga da berma a montante, acompanha a
geometria da fundação da Seção A. A protuberância existente
na fundação se reflete na laje, correspondendo a uma região
de momentos fletores significativos, como será discutido no
item 5.4 (Análise dos Momentos Fletores).
Seção A (2º Estágio de instalação – A17 a A28)
Para a compatibilização das leituras nas segunda e
terceira etapas de instalação, foi considerada a hipótese de
rotação nula nos novos trechos instrumentados, já que a face
ainda não havia sido construída. Dessa forma o deslocamento
do eletronível A17 foi tomado como o deslocamento inicial
do trecho das novas instalações dos eletroníveis.
Na Figura 5.22 podem ser vistas as curvas antes e após
a compatibilização, onde a deformada correspondente ao
período de 14/10/2008 (instalação da primeira etapa) a
11/03/2009 (instalação da segunda etapa) foi somada à
deformada correspondente à segunda etapa de instalação
(11/03/2009 a 03/05/2009), seguindo a hipótese mencionada.
96
Figura 5.22 – Deflexões da face de concreto e compatibilização de leituras de diferentes estágios de instalação dos eletroníveis.
Na Figura 5.23 são apresentadas as deformadas
calculadas em diferentes datas até a instalação do 3º estágio
de instalação (12/07/2009) para os eletroníveis de A1 a A28.
Nota-se que os eletroníveis indicaram uma pequena variação
nas deflexões da face entre os meses de maio e junho, que no
mês seguinte apresentou deslocamento em torno de 20 cm.
Nas Figuras 5.22 e 5.23 pode ser observada a
deformada correspondente à maior variação das leituras do
eletronível A14 (03/05/2009 – Figura 5.1), onde se nota que a
sua rotação gera inflexões na face de concreto nas suas
adjacências, que correspondem à tração das fibras positivas
(em cota inferior) e negativas (em cota superior).
Essa inclinação elevada representa um ponto de
máximo da curva de rotações (1ª derivada), e um ponto de
inflexão na curva representativa dos momentos fletores
(segunda derivada), como será analisado no item
subsequente.
Seção A (3º Estágio de instalação - A28 a A31)
Através da Figura 5.24 fica claro que nos meses
seguintes há uma diminuição na deflexão para jusante (Julho)
e posterior deflexão para montante (mês de Agosto), de onde
se pode inferir que os esforços construtivos após o término da
execução da berma a montante não agravam as deflexões
impostas pelo seu carregamento. Além disso, a partir de
meados do mês de Agosto até o final do mês de Setembro as
deflexões variaram muito pouco (em torno de 0,5%).
97
Deflexões da Seção A (unidade das deflexões - cm)
Inst. Cota (m) Dist. (m) 3/mai/09 5/jun/09 12/jul/09
EN-A01 2001,00 0,33 0,12 0,12 0,15 EN-A02 2004,80 6,86 2,57 2,52 3,04 EN-A03 2008,60 13,40 4,85 4,71 5,72
EN-A04 2012,40 19,94 6,95 6,65 8,14 EN-A05 2016,20 26,48 8,91 8,42 10,38 EN-A06 2020,00 33,02 10,79 10,08 12,52
EN-A07 2026,00 43,34 13,64 12,59 15,83 EN-A08 2032,00 53,66 16,20 14,93 19,05 EN-A09 2038,00 63,98 18,12 16,82 21,94
EN-A10 2042,25 71,30 18,86 17,67 23,56 EN-A11 2046,50 78,61 18,94 17,99 24,70 EN-A12 2050,75 85,92 18,36 17,72 25,29
EN-A13 2055,00 93,23 17,22 16,95 25,41 EN-A14 2059,25 100,54 15,74 15,87 25,22 EN-A15 2063,50 107,86 14,29 14,81 25,04
EN-A16 2067,75 115,17 13,31 14,16 25,22 EN-A17 2072,00 122,48 13,24 14,31 26,16 EN-A18 2076,00 129,36 13,24 14,31 26,16
EN-A19 2084,00 143,13 12,40 13,58 26,09 EN-A20 2090,00 153,45 11,05 12,05 25,68 EN-A21 2096,00 163,77 10,41 10,94 25,20
EN-A22 2101,50 173,23 10,12 9,96 24,70 EN-A23 2107,00 182,70 10,13 9,26 24,35 EN-A24 2112,50 192,16 10,33 8,81 24,22
EN-A25 2118,00 201,62 10,64 8,63 24,40 EN-A26 2123,50 211,08 10,97 8,73 24,95 EN-A27 2129,00 220,55 11,23 9,03 25,82
EN-A28 2134,50 230,01 11,41 9,33 26,82
Obs. Data da leitura de referência: 11/10/2008
Figura 5.23 – Deflexões observadas na face de concreto no 2º estágio de instalação (Seção A).
98
Deflexões da Seção A (unidade das deflexões - cm)
Inst. Cota (m) Dist. (m) 14/jul/09 31/jul/09 27/ago/09
EN-A01 2001,00 0,33 0,15 0,15 0,13 EN-A02 2004,80 6,86 3,02 3,11 2,64 EN-A03 2008,60 13,40 5,68 5,84 4,93
EN-A04 2012,40 19,94 8,08 8,33 6,98 EN-A05 2016,20 26,48 10,29 10,61 8,85 EN-A06 2020,00 33,02 12,39 12,80 10,64
EN-A07 2026,00 43,34 15,64 16,19 13,41 EN-A08 2032,00 53,66 18,81 19,50 16,15 EN-A09 2038,00 63,98 21,65 22,49 18,60
EN-A10 2042,25 71,30 23,25 24,20 19,94 EN-A11 2046,50 78,61 24,37 25,43 20,80 EN-A12 2050,75 85,92 24,96 26,13 21,15
EN-A13 2055,00 93,23 25,08 26,36 21,02 EN-A14 2059,25 100,54 24,90 26,29 20,59 EN-A15 2063,50 107,86 24,73 26,21 20,15
EN-A16 2067,75 115,17 24,93 26,50 20,09 EN-A17 2072,00 122,48 25,89 27,54 20,77 EN-A18 2076,00 129,36 25,91 27,62 20,52
EN-A19 2084,00 143,13 25,87 27,69 19,92 EN-A20 2090,00 153,45 25,46 27,35 19,10 EN-A21 2096,00 163,77 24,98 26,94 18,22
EN-A22 2101,50 173,23 24,48 26,50 17,39 EN-A23 2107,00 182,70 24,13 26,23 16,74 EN-A24 2112,50 192,16 24,00 26,20 16,38
EN-A25 2118,00 201,62 24,19 26,53 16,41 EN-A26 2123,50 211,08 24,77 27,27 16,89 EN-A27 2129,00 220,55 25,69 28,37 17,74
EN-A28 2134,50 230,01 26,74 29,61 18,74 EN-A29 2140,50 240,33 26,80 29,82 18,65 EN-A30 2146,50 250,65 26,81 29,85 18,28
EN-A31 2152,50 260,98 26,68 29,49 17,36
Figura 5.24 – Deflexões observadas na face de concreto no 3º estágio de instalação (Seção A).
Obs. Data da leitura de referência: 11/10/2008
99
Seção A (4º Estágio de instalação - A32 – Seção
Completa)
Na Figura 5.25 é apresentado o corte da seção da
barragem com as deflexões obtidas pela última leitura, do dia
28/09/2009. Já na Figura 5.26 é mostrado o corte da face da
Seção A com a deformada compatibilizada para todas as
etapas de instalação, portanto contendo informações dos
eletroníveis de A1 a A32 (seção completa), desde a instalação
inicial do dia 11/10/2008 até os dias 28/08/2009 (data da
instalação do EN-A32), 08/09/2009 e 28/09/2009.
11/10/2008
Vista de topo
da barragem
Escala de
Deflexão
0
0.1
0.2
0.3 m
Legenda
Deflexão
Enrocamento
Berma
21.33cm
28/09/2009
Figura 5.25 – Deflexões calculadas na Seção A em 28/09/2009.
Finalmente, na Figura 5.26 podem ser vistas as
deflexões em todos os estágios de instalação dos eletroníveis
até a leitura mais recente. Nota-se haver uma clara
movimentação para jusante devido à construção da berma a
montante, seguido de uma movimentação para montante após
o seu término e posterior estabilização das deflexões, como
esperado pela análise do desempenho dos eletroníveis em
função do tempo, com clara tendência de estabilização das
leituras.
No Apêndice C são apresentados os resultados das
leituras, sem compatibilização, dos eletroníveis de A1 a A28,
desde a sua instalação, do dia 15/03/2009 à última leitura, do
dia 28/09/2009.
100
Deflexões da Seção A (unidade das deflexões - cm)
Inst. Cota (m) Dist. (m) 28/ago/09 8/set/09 28/set/09 EN-A01 2001,00 0,33 0,13 0,14 0,14
EN-A02 2004,80 6,86 2,63 2,78 2,84 EN-A03 2008,60 13,40 4,91 5,19 5,29 EN-A04 2012,40 19,94 6,92 7,30 7,44
EN-A05 2016,20 26,48 8,73 9,18 9,36 EN-A06 2020,00 33,02 10,44 10,92 11,14 EN-A07 2026,00 43,34 13,08 13,58 13,85
EN-A08 2032,00 53,66 15,68 16,18 16,48 EN-A09 2038,00 63,98 18,02 18,50 18,84 EN-A10 2042,25 71,30 19,31 19,79 20,14
EN-A11 2046,50 78,61 20,15 20,64 21,02 EN-A12 2050,75 85,92 20,50 21,01 21,42 EN-A13 2055,00 93,23 20,40 20,95 21,38
EN-A14 2059,25 100,54 20,01 20,61 21,08 EN-A15 2063,50 107,86 19,63 20,29 20,79 EN-A16 2067,75 115,17 19,62 20,33 20,88
EN-A17 2072,00 122,48 20,35 21,11 21,71 EN-A18 2076,00 129,36 20,13 20,92 21,58 EN-A19 2084,00 143,13 19,53 20,35 21,14
EN-A20 2090,00 153,45 18,65 19,44 20,33 EN-A21 2096,00 163,77 17,66 18,38 19,39 EN-A22 2101,50 173,23 16,70 17,33 18,46
EN-A23 2107,00 182,70 15,93 16,46 17,72 EN-A24 2112,50 192,16 15,47 15,92 17,30 EN-A25 2118,00 201,62 15,45 15,87 17,38
EN-A26 2123,50 211,08 15,95 16,40 18,02 EN-A27 2129,00 220,55 16,92 17,45 19,16 EN-A28 2134,50 230,01 18,08 18,75 20,53
EN-A29 2140,50 240,33 18,15 18,93 20,74 EN-A30 2146,50 250,65 17,75 18,45 20,21 EN-A31 2152,50 260,98 16,28 16,44 18,06
EN-A32 2158,50 271,30 14,74 13,47 14,80
Figura 5.26 – Deflexões observadas na face de concreto no 4º estágio de instalação (Seção A).
Obs. Data da leitura de referência: 11/10/2008
101
Deflexões da Seção A (unidade das deflexões - cm)
Inst. Cota (m) Dist. (m) 11/mar/09 3/mai/09 27/ago/09 28/set/09 EN-A01 2001,00 0,33 0,12 0,12 0,13 0,14
EN-A02 2004,80 6,86 2,46 2,57 2,64 2,84
EN-A03 2008,60 13,40 4,63 4,85 4,93 5,29
EN-A04 2012,40 19,94 6,60 6,95 6,98 7,44
EN-A05 2016,20 26,48 8,42 8,91 8,85 9,36
EN-A06 2020,00 33,02 10,17 10,79 10,64 11,14
EN-A07 2026,00 43,34 12,87 13,64 13,41 13,85
EN-A08 2032,00 53,66 15,42 16,20 16,15 16,48
EN-A09 2038,00 63,98 17,57 18,12 18,60 18,84
EN-A10 2042,25 71,30 18,66 18,86 19,94 20,14
EN-A11 2046,50 78,61 19,27 18,94 20,80 21,02
EN-A12 2050,75 85,92 19,41 18,36 21,15 21,42
EN-A13 2055,00 93,23 19,15 17,22 21,02 21,38
EN-A14 2059,25 100,54 18,72 15,74 20,59 21,08
EN-A15 2063,50 107,86 18,41 14,29 20,15 20,79
EN-A16 2067,75 115,17 18,59 13,31 20,09 20,88
EN-A17 2072,00 122,48 19,58 13,24 20,77 21,71
EN-A18 2076,00 129,36 13,24 20,52 21,58 EN-A19 2084,00 143,13 12,40 19,92 21,14
EN-A20 2090,00 153,45 11,05 19,10 20,33 EN-A21 2096,00 163,77 10,41 18,22 19,39 EN-A22 2101,50 173,23 10,12 17,39 18,46
EN-A23 2107,00 182,70 10,13 16,74 17,72 EN-A24 2112,50 192,16 10,33 16,38 17,30 EN-A25 2118,00 201,62 10,64 16,41 17,38
EN-A26 2123,50 211,08 10,97 16,89 18,02 EN-A27 2129,00 220,55 11,23 17,74 19,16 EN-A28 2134,50 230,01 11,41 18,74 20,53
EN-A29 2140,50 240,33 18,65 20,74 EN-A30 2146,50 250,65 18,28 20,21 EN-A31 2152,50 260,98 17,36 18,06
EN-A32 2158,50 271,30 14,80
Figura 5.27 – Deflexões observadas na Seção A da face de concreto em todos os estágios de instalação.
Obs. Data da leitura de referência: 11/10/2008
102
Seção C (1º Estágio de Instalação – C1 a C15)
As deflexões obtidas na Seção C não foram acentuadas
nas proximidades do plinto, em função da sua proximidade
com a ombreira da barragem e consequente geometria de
fundação, em corte, com inclinação acentuada. Sendo assim,
existe um menor volume de enrocamento entre a face de
concreto e a fundação, portanto menores efeitos de
acomodação.
Na Figura 5.28 é apresentada a vista em corte da seção
C e a correspondente deflexão na data de 03/05/2009.
Escala de
Deflexão
0
0.1
0.2
0.3 m
3/5/200915/3/2009
Vista de topo da
barragem
Legenda
Deflexão
Enrocamento
Berma
9.88cm
Figura 5.28 – Deflexões calculadas na Seção C da face de concreto da Barragem de Mazar em 03/05/2009.
Seção C (2º Estágio de Instalação – C15 a C17)
Na Figura 5.29 novamente se nota a influência das
características topográficas da fundação no comportamento
da deformada da face de concreto. As deflexões, entretanto,
ocorrem no sentido para montante.
103
19/8/200915/3/2009
Vista de topo da
barragem
Legenda
Deflexão
Enrocamento
Berma
Escala de
Deflexão
0
0.1
0.2
0.3 m
18cm
Figura 5.29 – Deflexões calculadas na Seção C da face de concreto da Barragem de Mazar em 19/08/2009.
Seção C (3º Estágio de Instalação – C18 – Seção
Completa)
Na Figura 5.30 se pode ver a deflexão correspondente à
compatibilização de todas as etapas de instalação, portanto
contendo os dados dos eletroníveis de C1 a C18 (seção
completa) desde a instalação inicial no dia 15/03/2009 até o
dia 28/09/2009. Já na Figura 5.31 são apresentadas as
deflexões em todas as etapas de instalação.
28/9/200915/3/2009
Vista de topo da
barragem
Legenda
Deflexão
Enrocamento
Berma
20.53cm
Escala de
Deflexão
0
0.1
0.2
0.3 m
Figura 5.30 – Deflexões calculadas na Seção C da face de concreto da Barragem de Mazar em 28/09/2009.
104
Deflexões da Seção C (unidade das deflexões - cm)
Inst. Cota (m) Dist. (m) 12/jul/09 19/ago/09 28/set/09 EN-C01 2058,00 3,94 -0,17 -0,52 -0,50 EN-C02 2061,00 9,10 -0,28 -1,04 -1,00
EN-C03 2067,00 19,42 0,12 -1,23 -1,15 EN-C04 2073,00 29,75 1,16 -0,49 -0,36 EN-C05 2078,50 39,21 2,24 0,42 0,59
EN-C06 2084,50 49,53 3,06 0,98 1,20 EN-C07 2090,50 59,85 3,25 0,67 0,94 EN-C08 2096,50 70,18 2,83 -0,54 -0,25
EN-C09 2103,00 81,36 1,96 -2,52 -2,27 EN-C10 2109,50 92,54 1,07 -4,68 -4,50 EN-C11 2116,00 103,73 0,44 -6,56 -6,49
EN-C12 2122,50 114,91 0,03 -8,10 -8,11 EN-C13 2129,00 126,09 -0,54 -9,66 -9,68 EN-C14 2135,50 137,28 -1,72 -11,83 -11,78
EN-C15 2142,00 148,46 -3,44 -14,79 -14,67 EN-C16 2148,50 141,96 -16,53 -16,64 EN-C17 2152,50 137,96 -17,90 -18,55
EN-C18 2158,50 131,96 -20,53
Figura 5.31 – Deflexões observadas na Seção C da face de concreto em todos os estágios de instalação.
Obs. Data da leitura de referência: 15/03/2009
105
Seção D (1º Estágio de Instalação – D1 a D5)
Dentre as seções instrumentadas, a Seção D é a que
apresenta maior irregularidade topográfica, por essa razão
deve ser investigada quanto a momentos fletores atuantes na
região. Na Figura 5.32 é mostrada a deformada da Seção D
após a primeira etapa de instalação dos eletroníveis na seção
(EN-D1 a EN-D5).
Vista de topo da barragem
3/5/200915/3/2009
Legenda
Deflexão
Enrocamento
Berma Escala de Deflexão
0
0.1
0.2
0.3 m
Figura 5.32 – Deflexões calculadas na Seção D da face de concreto da Barragem de Mazar em 03/05/2009.
Seção D (2º Estágio de Instalação – D6 a D18)
Na Figura 5.33 é apresentada a deformada da face na
Seção D, contendo os eletroníveis de D1 a D18 desde a
instalação inicial no dia 15/03/2009 até o dia 27/08/2009.
Vista de topo da barragem
27/8/200915/3/2009
Legenda
Deflexão
Enrocamento
Berma
11cm
Escala de
Deflexão
0
0.1
0.2
0.3 m
Figura 5.33 – Deflexões calculadas na Seção D da face de concreto da Barragem de Mazar em 27/08/2009.
106
Seção D (1º Estágio de Instalação – D1 a D5)
Na Figura 5.34 se pode ver a deformada resultante da
compatibilização de todas as leituras, até a mais recente.
Vista de topo da barragem
28/9/200915/3/2009
Legenda
Deflexão
Enrocamento
Berma Escala de
Deflexão
0
0.1
0.2
0.3 m
15.97cm
Figura 5.34 - Deflexões calculadas na Seção D da face de concreto da Barragem de Mazar em 28/09/2009
Na região do eletronível D5 ocorre uma mudança
abrupta na deformada da face, fato que pode estar ligado à
mudança geométrica da fundação e construção da berma a
montante, que atinge os eletroníveis de D1 a D3, em esforço
contrário ao do enrocamento. Essa região deve ser, portanto,
analisada com muito detalhe quanto aos momentos fletores
atuantes, já que a deflexão provoca uma tração nas fibras
negativas da face de concreto.
Durante a fase de enchimento do reservatório, diante
das características geométricas da fundação existentes nessa
seção, é possível se notar que a compressão do enrocamento
causada pela carga hidráulica poderá causar deflexões
diferenciais no trecho entre D5 e D10.
Na Figura 5.35 podem ser vistas as deformadas nos
diferentes estágios de instalação dos eletroníveis.
107
Deflexões da Seção D (unidade das deflexões - cm)
Inst. Cota (m) Dist. (m) 31/mai/09 27/ago/09 28/set/09 EN-D01 2056,00 2,79 0,03 0,14 0,21 EN-D02 2057,00 4,51 -0,05 0,14 0,25
EN-D03 2060,00 9,67 -0,37 -0,03 0,18 EN-D04 2064,00 16,56 -0,25 -0,20 0,03 EN-D05 2069,00 25,16 -4,41 -3,70 -3,64
EN-D06 2075,00 35,48 -2,72 -3,09 EN-D07 2081,50 46,66 -1,87 -2,89 EN-D08 2088,00 57,84 -1,44 -3,13
EN-D09 2094,50 69,03 -1,49 -3,73 EN-D10 2101,00 80,21 -1,97 -4,58 EN-D11 2107,50 91,39 -2,74 -5,55
EN-D12 2114,00 102,58 -3,69 -6,58 EN-D13 2120,50 113,76 -4,77 -7,70 EN-D14 2127,00 124,94 -5,98 -9,01
EN-D15 2133,50 136,13 -7,40 -10,64 EN-D16 2140,00 147,31 -9,01 -12,61 EN-D17 2146,50 158,49 -10,48 -14,55
EN-D18 2152,50 168,81 -10,81 -15,40 EN-D19 2158,50 179,14 -15,98
Figura 5.35 – Deflexões observadas na face de concreto em todos os estágios de instalação (Seção D).
Obs. Data da leitura de referência: 19/03/2009
108
Seção B (1º Estágio – B1 a B10)
A Seção B foi a última a ser instrumentada e se localiza
próxima à ombreira da barragem. As deflexões ocorreram
para montante, como pode ser visto na Figura 5.36.
Escala de
Deflexão
0
0.1
0.2
0.3 m
Legenda
Deflexão
Enrocamento
17/8/200924/7/2009
2.4cm
Figura 5.36 – Deflexões calculadas na Seção D da face de
concreto da Barragem de Mazar em 17/08/2009.
Seção B (2º Estágio – B1 a B11)
O ajuste dos pontos de rotação quando o grau é
próximo ao número de pontos geralmente é muito bom para
descrever as deflexões, por haver maior coeficiente de
determinação. Na Figura 5.37 são mostradas as deflexões
calculadas para a última leitura dos eletroníveis da seção B.
Escala de
Deflexão
0
0.1
0.2
0.3 m
Legenda
Deflexão
Enrocamento
28/9/200924/7/2009
11.93cm
Figura 5.37 - Deflexões calculadas na Seção D da face de concreto da Barragem de Mazar em 28/09/2009.
109
Na Figura 5.38 são apresentados os resultados da
compatibilização de todas as leituras da Seção B, desde a sua
instalação em julho de 2009.
Na Figura 5.39 estão desenhadas, em escala, as
deflexões a partir de uma data de referência em que se
pudesse analisar o comportamento da face como um todo. O
ideal seria iniciar a análise pelo primeiro estágio de instalação
da última seção instrumentada (Seção B). No entanto, devido
à pequena quantidade de dados dessa seção, se optou por
tomar como referência à data de 15 de março de 2009, em
que as seções A, C e D já possuíam um número significativo
de eletroníveis instalados. Sendo assim, na Figura 5.39
podem ser observadas as deflexões calculadas a partir do dia
15/03/2009 até 28/09/2009 para as seções A, C e D e do dia
27/07/2009 até o dia 28/09/2009 para a Seção B. No
Apêndice C constam os resultados sem compatibilização para
as leituras de todas as seções, do A1 a A28, C1 a C15, D1 a
D18 e B1 a B10, para se obter os resultados sem a hipótese
de rotação nula.
Após o término da construção da berma a montante, se
nota haver uma movimentação para montante da face como
um todo, entretanto mais pronunciada nas regiões próximas
às ombreiras da barragem. Na região central (Seção A), se
pode inferir que há certa estabilização das deflexões, o que
está ligado à estabilização nas leituras observadas na análise
do desempenho dos eletroníveis na seção.
110
Deflexões da Seção B (unidade das deflexões - cm)
Inst. Cota (m) Dist. (m) 17/ago/09 28/set/09
EN-B01 2099,20 0,20 0,00 -0,03 EN-B02 2104,50 9,32 -0,39 -2,00 EN-B03 2110,50 19,64 -1,40 -5,68
EN-B04 2116,50 29,96 -2,22 -8,69 EN-B05 2122,50 40,29 -2,37 -9,62 EN-B06 2128,50 50,61 -2,25 -9,44
EN-B07 2134,50 60,93 -2,49 -9,93 EN-B08 2141,00 72,12 -3,10 -11,54 EN-B09 2147,50 83,30 -3,02 -11,77
EN-B10 2152,50 91,90 -2,44 -10,27 EN-B11 2158,50 102,22 -11,94
Figura 5.38 – Deflexões observadas na face de concreto em todos os estágios de instalação (Seção B).
Obs. Data da leitura de referência: 27/07/2009
111
0.3 m
0.1
0.2
0
Escala de Deflexão
Escala
Figura 5.39 – Deflexões observadas na face de concreto da Barragem de Mazar em todas as seções. (Período 15/03/2009 a 28/09/2009 para as seções A, C e D e 27/07/2009 a 28/09/2009 para a Seção B.
112
5.4. Análise dos momentos fletores atuantes na face de concreto da Barragem de Mazar
Utilizando o produto entre o polinômio de 5º grau,
oriundo da derivação da curva representativa das rotações, e a
rigidez da estrutura (EI), se obtiveram os momentos fletores
para as datas de tomada de leitura.
No Capítulo 4, Figura 4.5, foi apresentada a expressão
que determina a espessura teórica da face em qualquer ponto,
que é dada pela expressão 4.3:
h = 0,30 + 0,003∙H (5.1)
onde H é a distância vertical da crista ao ponto que se deseja
obter a espessura (h).
Sabendo que o fck do concreto utilizado é de 25 MPa,
temos por (3.8) e (3.9) que Ec = 35234 MPa e considerando o
módulo de elasticidade do aço de 210 GPa, temos que:
96,535234
210000
MPa
MPa
E
E
c
se (5.2)
Conforme mencionado no capítulo 3, no que se refere
às características da face, a armadura é de 5% nas duas
direções, considerando um cobrimento nominal de 2,5 cm, as
equações (3.10) e (3.11) podem ser determinadas. Na tabela
5.2 são apresentados os valores calculados de momento de
inércia, pelas expressões apresentadas no Capítulo 3. Já na
Tabela 5.3 são apresentados os limites de fissuração, em
módulo, já que a armadura é dupla e os limites positivos e
negativos são iguais, calculados pelas expressões também
apresentadas no Capítulo 3.
113
Tabela 5.2 – Valores do momento de Inércia da seção homogênea da face de concreto nos pontos de instalação dos eletroníveis (Valores em m
4).
EN/Seção A B C D
1 6,19E-02 1,43E-02 2,89E-02 2,97E-02
2 5,92E-02 1,28E-02 2,76E-02 2,93E-02
3 5,65E-02 1,14E-02 2,51E-02 2,80E-02
4 5,39E-02 1,00E-02 2,27E-02 2,63E-02
5 5,14E-02 8,76E-03 2,07E-02 2,43E-02
6 4,90E-02 7,62E-03 1,87E-02 2,20E-02
7 4,54E-02 6,59E-03 1,68E-02 1,97E-02
8 4,19E-02 5,57E-03 1,50E-02 1,76E-02
9 3,86E-02 4,67E-03 1,32E-02 1,56E-02
10 3,64E-02 4,05E-03 1,16E-02 1,38E-02
11 3,42E-02 3,38E-03 1,01E-02 1,21E-02
12 3,22E-02 8,76E-03 1,06E-02
13 3,02E-02 7,53E-03 9,16E-03
14 2,83E-02 6,42E-03 7,90E-03
15 2,65E-02 5,43E-03 6,75E-03
16 2,48E-02 4,54E-03 5,72E-03
17 2,31E-02 4,05E-03 4,80E-03
18 2,16E-02 3,38E-03 4,05E-03
19 1,89E-02 3,38E-03
20 1,69E-02
21 1,52E-02
22 1,36E-02
23 1,22E-02
24 1,09E-02
25 9,69E-03
26 8,56E-03
27 7,53E-03
28 6,59E-03
29 5,65E-03
30 4,80E-03
31 4,05E-03
32 3,38E-03
114
Tabela 5.3 – Valores (em módulo) do momento de fissuração da seção da face de concreto nos pontos de instalação dos eletroníveis (Valores em kN∙m).
EN/Seção A B C D
1 341,0 131,0 207,0 211,0
2 331,0 122,0 201,0 209,0
3 321,0 113,0 189,0 203,0
4 311,0 104,0 177,0 195,0
5 302,0 95,4 167,0 185,0
6 292,0 87,2 156,0 173,0
7 278,0 79,4 145,0 161,0
8 264,0 71,3 135,0 150,0
9 250,0 63,7 125,0 139,0
10 241,0 58,1 114,0 128,0
11 231,0 51,7 105,0 118,0
12 222,0 95,4 108,0
13 213,0 86,5 98,2
14 204,0 78,1 89,2
15 196,0 70,1 80,6
16 187,0 62,5 72,5
17 179,0 58,1 64,8
18 171,0 51,7 58,1
19 157,0 51,7
20 146,0
21 136,0
22 127,0
23 118,0
24 110,0
25 102,0
26 94,0
27 86,5
28 79,4
29 71,9
30 64,8
31 58,1
32 51,7
Seção A
Na Figura 5.40 estão apresentadas curvas dos
momentos fletores calculados nos diferentes estágios de
instalação, enquanto na Figura 5.41 os resultados são
plotados conjuntamente com os limites de fissuração da face.
Para a compatibilização das leituras entre as etapas de
instalação, foi considerada a mesma hipótese usada
anteriormente, ou seja, rotação nula nos novos trechos
instrumentados, já que a face ainda não havia sido construída.
Dessa forma, os momentos fletores iniciais nos novos trechos
foram tomados como nulos.
Os valores positivos de momento correspondem à
tração das fibras positivas da face de concreto e os negativos
à tração das fibras negativas.
115
Momentos Fletores da Seção A (unidade - tf∙m)
Inst. Cota (m) Dist. (m) 15/mar/09 12/jul/09 27/ago/09 28/set/09
EN-A01 2001,00 0,33 0,52 0,60 0,60 0,71 EN-A02 2004,80 6,86 6,45 7,47 7,37 9,14 EN-A03 2008,60 13,40 6,73 7,95 7,71 10,16
EN-A04 2012,40 19,94 4,65 5,67 5,28 7,75 EN-A05 2016,20 26,48 2,28 2,89 2,38 4,48 EN-A06 2020,00 33,02 0,72 0,91 0,30 1,83
EN-A07 2026,00 43,34 0,72 0,43 -0,24 0,30 EN-A08 2032,00 53,66 3,11 2,70 2,06 1,77 EN-A09 2038,00 63,98 6,04 5,88 5,35 4,55
EN-A10 2042,25 71,30 7,35 7,52 7,10 6,14 EN-A11 2046,50 78,61 7,41 7,99 7,69 6,72 EN-A12 2050,75 85,92 5,95 6,96 6,78 5,93
EN-A13 2055,00 93,23 3,04 4,43 4,37 3,72 EN-A14 2059,25 100,54 -0,96 0,74 0,77 0,37 EN-A15 2063,50 107,86 -5,34 -3,45 -3,36 -3,49
EN-A16 2067,75 115,17 -9,13 -7,19 -7,05 -6,94 EN-A17 2072,00 122,48 -11,08 -9,25 -9,09 -8,78 EN-A18 2076,00 129,36 1,61 1,76 2,20
EN-A19 2084,00 143,13 0,86 0,91 1,45 EN-A20 2090,00 153,45 0,12 0,08 0,52 EN-A21 2096,00 163,77 -0,61 -0,77 -0,53
EN-A22 2101,50 173,23 -1,18 -1,43 -1,42 EN-A23 2107,00 182,70 -1,54 -1,85 -2,07 EN-A24 2112,50 192,16 -1,59 -1,93 -2,33
EN-A25 2118,00 201,62 -1,26 -1,57 -2,06 EN-A26 2123,50 211,08 -0,51 -0,72 -1,16 EN-A27 2129,00 220,55 0,70 0,65 0,42
EN-A28 2134,50 230,01 2,34 2,52 2,70 EN-A29 2140,50 240,33 0,50 1,32 EN-A30 2146,50 250,65 0,87 2,54
EN-A31 2152,50 260,98 1,28 3,95 EN-A32 2158,50 271,30 3,77
Obs. Data da leitura de referência: 11/10/2008
Figura 5.40 – Momentos Fletores atuantes medidos nos diferentes estágios de instalação dos eletroníveis (Seção A).
116
Figura 5.41 – Momentos fletores atuantes na Seção A em diferentes estágios e limites de fissuração do concreto.
Nas Figuras 5.40 e 5.41 se nota que o ponto de inflexão
mais pronunciado ocorre exatamente no eletronível A14, o
que representa um ponto de máximo na integral da curva de
momentos fletores (curva de rotações). Essa tendência de
maior inflexão nesse ponto já havia ocorrido antes mesmo do
comportamento anômalo observado no desempenho dos
eletroníveis na seção. Na data de 3/5/2009 (Figura 5.41),
entretanto, se torna mais pronunciada esta inflexão, tornando
a região ao seu redor mais pronunciada em termos de
momentos fletores. Apesar dessa situação, os limites de
fissuração teóricos não foram atingidos.
Um cuidado deve ser tomado na interpretação
polinomial, pois geralmente a derivada da aproximação não é
fidedigna nos extremos da função. Neste trabalho, foi
estabelecida uma condição de contorno junto ao plinto, mas
nenhuma nas proximidades da crista. Sendo assim, os valores
das funções nos extremos podem ser considerados instáveis.
Seção C
Na Figura 5.42 podem ser vistos os momentos fletores
atuantes na Seção C em diferentes estágios construtivos.
Nota-se que os momentos nessa seção foram pronunciados e
variam suavemente entre os eletroníveis, sendo esse o motivo
de não ser tão evidente na observação das deflexões.
Mom
ento
s F
leto
res
(tfm
)
Distância longitudinal da face a partir do plinto (m)
117
Momentos Fletores da Seção C (unidade - tfm)
Inst. Cota (m) Dist. (m) 12/jul/09 19/ago/09 28/set/09 EN-C01 2058,00 3,94 -0,17 -0,52 -0,50 EN-C02 2061,00 9,10 -0,28 -1,04 -1,00
EN-C03 2067,00 19,42 0,12 -1,23 -1,15 EN-C04 2073,00 29,75 1,16 -0,49 -0,36 EN-C05 2078,50 39,21 2,24 0,42 0,59
EN-C06 2084,50 49,53 3,06 0,98 1,20 EN-C07 2090,50 59,85 3,25 0,67 0,94 EN-C08 2096,50 70,18 2,83 -0,54 -0,25
EN-C09 2103,00 81,36 1,96 -2,52 -2,27 EN-C10 2109,50 92,54 1,07 -4,68 -4,50 EN-C11 2116,00 103,73 0,44 -6,56 -6,49
EN-C12 2122,50 114,91 0,03 -8,10 -8,11 EN-C13 2129,00 126,09 -0,54 -9,66 -9,68 EN-C14 2135,50 137,28 -1,72 -11,83 -11,78
EN-C15 2142,00 148,46 -3,44 -14,79 -14,67 EN-C16 2148,50 141,96 -16,53 -16,64 EN-C17 2152,50 137,96 -17,90 -18,55
EN-C18 2158,50 131,96 -20,53
Figura 5.42 – Momentos Fletores atuantes medidos nos diferentes estágios de instalação dos eletroníveis (Seção A).
Obs. Data da leitura de referência: 15/03/2009
118
Na Figura 5.43 as curvas de momentos fletores são
plotadas juntamente com os limites teóricos de fissuração. Na
região do eletronível C6 os instrumentos indicaram momento
negativo próximo ao de fissuração, o que pode ser verificado
por inspeção visual já que os instrumentos da seção C estão
acima da berma a montante. Entratanto as regiões dos
eletroníveis C2 e C10, que indicaram momentos positivos
elevados não podem ser verificados já que a tração ocorre nas
fibras positivas, no contato da face com o enrocamento.
Figura 5.43 - Momentos fletores atuantes na Seção C em diferentes estágios e limites de fissuração do concreto.
Seção D
Conforme analisado anteriormente com relação às
deflexões na Seção D, de grande irregularidade topográfica
na fundação, na região do eletronível D5 ocorre uma
mudança abrupta na deformada da face. Na Figura 5.44 se
nota realmente haver um momento fletor negativo muito
pronunciado em relação aos outros pontos exatamente no
referido instrumento.
Já na Figura 5.45 são plotadas as curvas dos momentos
juntamente com os limites teóricos de fissuração, onde se
observa que não foram atingidos os momentos teóricos de
fissuração nessa região.
No Apêndice C constam os resultados sem
compatibilização para as leituras de todas as seções, do A1 a
A28, C1 a C15, D1 a D18 e B1 a B10, para se obter os
resultados sem a hipótese de rotação nula.
Mo
men
tos
Fle
tore
s (t
fm)
Distância longitudinal da face a partir do plinto (m)
119
Momentos Fletores da Seção D (unidade - tfm)
Inst. Cota (m) Dist. (m) 5/jun/09 27/ago/09 28/set/09 EN-D01 2056,00 2,79 4,34 3,69 4,98 EN-D02 2057,00 4,51 6,15 5,23 7,09
EN-D03 2060,00 9,67 7,94 6,70 9,46 EN-D04 2064,00 16,56 2,76 1,81 4,46 EN-D05 2069,00 25,16 -13,74 -13,83 -12,34
EN-D06 2075,00 35,48 0,91 0,74 EN-D07 2081,50 46,66 1,52 0,06 EN-D08 2088,00 57,84 1,55 -0,37
EN-D09 2094,50 69,03 1,21 -0,52 EN-D10 2101,00 80,21 0,75 -0,46 EN-D11 2107,50 91,39 0,38 -0,27
EN-D12 2114,00 102,58 0,21 -0,07 EN-D13 2120,50 113,76 0,23 0,10 EN-D14 2127,00 124,94 0,31 0,18
EN-D15 2133,50 136,13 0,27 0,18 EN-D16 2140,00 147,31 -0,10 0,13 EN-D17 2146,50 158,49 -0,99 0,07
EN-D18 2152,50 168,81 -2,38 0,05 EN-D19 2158,50 179,14 0,10
Figura 5.44 – Deflexões observadas na face de concreto em todos os estágios de instalação (Seção D).
Obs. Data da leitura de referência: 19/03/2009
120
Figura 5.45 – Momentos fletores atuantes na Seção B em diferentes estágios e limites de fissuração do concreto.
Seção B
A Seção B possui apenas 11 eletroníveis instalados,
numero próximo a grau polinomial adotado. Na análise com
um polinômio de 6º grau, existe uma boa representação para
as deflexões pelo bom ajuste dos pontos, entretanto maior
instabilidade numérica para o processo de derivação.
Conforme mencionado anteriormente, os extremos das
funções são regiões críticas na análise das derivadas, como
pode ser observado na Figura 5.46, onde os momentos
excedem consideravelmente os limites teóricos de fissuração.
Na Figura 5.47 podem ser observados os momentos em
escala para os dois estágios de instalação dos eletroníveis.
Figura 5.46 – Momentos fletores atuantes na Seção B em diferentes estágios e limites de fissuração do concreto.
Mom
ento
s F
leto
res
(tfm
)
Distância longitudinal da face a partir do plinto (m)
Mom
ento
s F
leto
res
(tfm
)
Distância longitudinal da face a partir do plinto (m)
121
Deflexões da Seção B (unidade das deflexões - cm)
Inst. Cota (m) Dist. (m) 24/jul 09 28/set/09
EN-B01 2099,20 0,20 -0,18 -0,46 EN-B02 2104,50 9,32 -2,12 -5,40 EN-B03 2110,50 19,64 0,66 1,99
EN-B04 2116,50 29,96 1,69 5,04 EN-B05 2122,50 40,29 0,56 2,28 EN-B06 2128,50 50,61 -0,73 -1,38
EN-B07 2134,50 60,93 -0,62 -1,78 EN-B08 2141,00 72,12 0,83 1,52 EN-B09 2147,50 83,30 0,97 2,85
EN-B10 2152,50 91,90 -2,60 -3,92 EN-B11 2158,50 102,22 -14,64
Figura 5.47 – Deflexões observadas na face de concreto em todos os estágios de instalação (Seção B).
Obs. Data da leitura de referência: 24/07/2009
122
5.5. Sistematização dos cálculos
Foi criada uma interface gráfica no Microsoft Excel
para visualização dos gráficos gerados em cada seção. Os
gráficos de rotação consistem na nuvem de pontos, enquanto
os demais gráficos (deflexões e momentos fletores) foram
obtidos a partir da integração e derivação da função
polinomial obtida pela regressão através do método dos
mínimos quadrados com restrições, no caso o momento nulo
no contato da face de concreto com o plinto.
As telas da interface gráfica para a Seção A podem ser
vistas nas Figuras 5.48, 5.49, 5.50 e 5.51, em diferentes
funções de cálculo. O programa busca na planilha de dados as
novas leituras e calcula os coeficientes, integrais e o produto
da derivada pela rigidez da estrutura.
Figura 5.48 - Vista da tela da interface gráfica para o cálculo das rotações na Seção A.
123
Figura 5.49 - Vista da tela da interface gráfica para o cálculo das deflexões na face de concreto na Seção A.
Figura 5.50 – Vista da tela da interface gráfica para o cálculo dos momentos fletores atuantes na face de concreto na Seção A.
124
Figura 5.51 – Vista da tela da interface gráfica para o cálculo dos momentos fletores atuantes na face de concreto na Seção A e os limites teóricos de fissuração.
Pode ainda ser emitido um relatório com informações a
respeito das deflexões e momentos fletores atuantes em uma
data escolhida, como deflexões máximas e mínimas,
momentos máximos e mínimos, além dos gráficos. No
Apêndice D consta um exemplo de um relatório gerado pelo
programa, e no Apêndice E o código simplificado utilizado.
125
6 Conclusões e Sugestões para Trabalhos Futuros
6.1. Conclusões
Os objetivos propostos para esta dissertação foram
atingidos, confirmando a importância de se monitorar a face
de concreto durante o período construtivo. Foram avaliados
os efeitos de acomodação devidos aos carregamentos
impostos pela construção da berma a montante e do corpo do
enrocamento, tendo sido constatada uma movimentação
significativa durante esse período.
A versatilidade, custo atrativo, precisão, entre outros
aspectos são fatores que tornam os eletroníveis o melhor
sistema para medida de deflexões.
A avaliação das leituras em função do tempo mostrou
ser uma ferramenta sensível no tratamento dos dados,
apontando comportamentos peculiares de alguns
instrumentos e possibilitando uma análise qualitativa dos
dados, auxiliando para uma verificação pontual em termos de
deflexões e momentos fletores.
No que se refere às aproximações polinomiais, se
observou uma grande sensibilidade e instabilidade para graus
altos. Devido à essa grande sensibilidade das aproximações,
uma correção teve que ser feita na análise, já que inicialmente
erros de arredondamento dos coeficientes elevaram os valores
das deflexões, os tornando incoerentes.
Verificou-se que o algoritmo utilizado no Microsoft
Excel e no Maple 11 não conduz a bons resultados de
aproximação pelo método dos mínimos quadrados para a
matriz dos dados da presente instrumentação, sendo
necessário reescrever algum algoritmo que viabilize uma
correta regressão dos dados para graus elevados.
Além disso, quando se eleva muito o grau dos
polinômios, as curvas oscilam muito entre pontos adjacentes,
o que representa valores muito altos de derivada, não
condizentes com a realidade. Essa situação, entretanto, não
afeta a interpretação das deflexões, já que para o processo de
integração não existe esse tipo de problema.
Diante da instabilidade numérica arrolada à análise
polinomial, a análise incremental serviu como uma referência
126
segura em termos das deflexões, por se tratar de uma
obtenção direta através de operações trigonométricas.
A análise dos momentos fletores se mostrou o
parâmetro mais importante para o entendimento da
manifestação das fissuras na face de concreto, obtido pela
interpretação matemática das leituras. A largura da viga
considerada para a teoria de Bernoulli-Euler adotada foi de 1
(um) metro, sendo que outro valor poderia ser utilizado no
cálculo. Entretanto, essa mudança implicaria em uma
mudança nos limites de fissuração, resultando em uma mera
mudança de escala dos valores.
Algumas regiões das seções instrumentadas
apresentaram valores expressivos de momentos fletores,
sendo necessário acompanhar a evolução dos mesmos
durante as etapas subsequentes, como enchimentos parciais,
por exemplo. É importante trabalhar os resultados dos
momentos fletores para não gerar interpretações incorretas,
tendo em vista a grande sensibilidade do processo de
derivação e estabelecimento de condições de contorno.
As características topográficas do terreno original
apresentaram influência significativa nos resultados,
indicando regiões possivelmente críticas durante o
enchimento do reservatório, como a região do eletronível D5,
onde existe uma camada sensivelmente maior de
enrocamento entre a face de concreto e a fundação quando
comparada com a posição dos eletroníveis em cotas
inferiores.
6.2. Sugestões para Trabalhos Futuros
Colocar um número significativo de instrumentos,
espaçados em distâncias não superiores a 4 metros, a
fim de melhorar a representatividade da função de
rotação.
Aprofundar a análise do cálculo dos momentos
fletores baseado na teoria de viga de Bernoulli-Euler,
principalmente no que se refere ao ajuste das funções
representativas das rotações.
Criar rotinas em outras linguagens computacionais, já
que os dados são de grande precisão, é necessária uma
manipulação algébrica sistemática e precisa.
Criação de software de automatização integrado com
a aquisição de dados.
Modelagem computacional com o uso dos resultados
da instrumentação como parâmetro de ajuste do
modelo.
127
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WHA, C. K. Aplicabilidade dos eletroníveis na instrumentação geotécnica.
Dissertação de Mestrado, DEC / PUC-Rio de Janeiro, Brasil, 2000.
130
Apêndice A – Resultados da Calibração
Tabela A.1 – Fatores de Calibração das Seções A e B.
Eletronível F.C. Leitora Manual Conversão SME
A1 7,30E-06 1,99E-01
A2 7,56E-06 2,06E-01
A3 7,16E-06 1,95E-01
A4 7,30E-06 1,99E-01
A5 7,78E-06 2,12E-01
A6 7,46E-06 2,03E-01
A7 6,97E-06 1,90E-01
A8 7,64E-06 2,08E-01
A9 6,28E-06 1,71E-01
A10 7,00E-06 1,91E-01
A11 7,54E-06 2,05E-01
A12 7,40E-06 2,01E-01
A13 7,03E-06 1,91E-01
A14 6,61E-06 1,80E-01
A15 6,76E-06 1,84E-01
A16 6,88E-06 1,87E-01
A17 6,84E-06 1,86E-01
A18 6,25E-06 1,70E-01
A19 6,72E-06 1,83E-01
A20 5,90E-06 1,61E-01
A21 6,95E-06 1,89E-01
A22 7,13E-06 1,94E-01
A23 6,54E-06 1,78E-01
A24 6,76E-06 1,84E-01
A25 6,64E-06 1,81E-01
A26 6,48E-06 1,76E-01
A27 6,56E-06 1,78E-01
A28 7,35E-06 2,00E-01
A29 6,49E-06 1,77E-01
A30 6,64E-06 1,81E-01
A31 6,72E-06 1,83E-01
A32 6,56E-06 1,79E-01
B1 6,93E-06 1,89E-01
B2 7,05E-06 1,92E-01
B3 6,75E-06 1,84E-01
B4 7,00E-06 1,91E-01
B5 7,07E-06 1,92E-01
B6 7,41E-06 2,02E-01
B7 7,09E-06 1,93E-01
B8 6,53E-06 1,78E-01
B9 5,96E-06 1,62E-01
B10 6,22E-06 1,69E-01
B11 6,00E-06 1,63E-01
131
Tabela A.2 – Fatores de Calibração das Seções C e D.
Eletronível F.C. Leitora Manual Conversão SME
C1 7,56E-06 1,99E-01
C2 6,54E-06 2,06E-01
C3 6,99E-06 1,95E-01
C4 7,26E-06 1,99E-01
C5 7,21E-06 2,12E-01
C6 6,87E-06 2,03E-01
C7 6,51E-06 1,90E-01
C8 6,43E-06 2,08E-01
C9 6,66E-06 1,71E-01
C10 6,41E-06 1,91E-01
C11 6,20E-06 2,05E-01
C12 6,86E-06 2,01E-01
C13 6,59E-06 1,91E-01
C14 6,73E-06 1,80E-01
C15 6,46E-06 1,84E-01
C16 6,15E-06 1,87E-01
C17 6,73E-06 1,86E-01
C18 6,67E-06 1,70E-01
D1 7,19E-06 1,83E-01
D2 6,71E-06 1,61E-01
D3 7,24E-06 1,89E-01
D4 7,04E-06 1,94E-01
D5 7,40E-06 1,78E-01
D6 6,67E-06 1,84E-01
D7 6,54E-06 1,81E-01
D8 6,19E-06 1,76E-01
D9 7,00E-06 1,78E-01
D10 6,62E-06 2,00E-01
D11 6,63E-06 1,77E-01
D12 6,30E-06 1,81E-01
D13 6,19E-06 1,83E-01
D14 6,39E-06 1,79E-01
D15 5,96E-06 1,89E-01
D16 6,31E-06 1,92E-01
D17 6,55E-06 1,84E-01
D18 6,76E-06 1,91E-01
D19 6,57E-06 1,92E-01
132
Figura A.1 – Gráfico da calibração com o uso da leitora manual.
133
Apêndice B – Rotinas de Cálculo (VBA)
A seguir são apresentadas as rotinas utilizadas para o cálculo da
regressão polinomial com restrição (f’(0)=0):
Function RegressaoPolinomialComRestricao(x, y, n) ' Regressão Polinomial
Dim nx As Integer ' numero de pontos
Dim Sx() ' matriz dinâmica para as somas x
Dim Sxy() 'matriz dinamica para as somas xy
Dim M() As Variant Dim Inv As Variant
Dim B() ' matriz dinamica para o vetor B das constantes
Dim A() ' matriz dinamica para os coeficientes
Dim i As Integer, j As Integer, k As Integer
nx = x.Count
ReDim Sx(2 * n)
ReDim Sxy(n)
For i = 0 To 2 * n ' determinar as somas Sx
Sx(i) = 0
For k = 1 To nx Sx(i) = Sx(i) + x(k) ^ i
Next k
Next i
For i = 0 To n ' determinar as somas Sxy
Sxy(i) = 0
For k = 1 To nx
Sxy(i) = Sxy(i) + x(k) ^ i * y(k)
Next k
Next i
ReDim M(1 To n, 1 To n) ReDim Inv(1 To n, 1 To n)
ReDim B(1 To n)
ReDim A(1 To n)
M(1, 1) = Sx(0)
For j = 0 To n - 2
M(1, j + 2) = Sx(2 + j)
M(j + 2, 1) = Sx(2 + j)
Next j
For i = 0 To n - 2 ' criar o restante da matriz M e a matriz B
For j = 0 To i
M(i + 2, j + 2) = Sx(i + j + 4)
M(j + 2, i + 2) = Sx(i + j + 4)
Next j
134
B(1) = Sxy(0)
B(i + 2) = Sxy(i + 2)
Next i
' resolver o sistema M * A = B usando inversão da matriz M
Inv = Application.MInverse(M)
For i = 1 To n ' multiplicacao das matrizes A(i) = 0
For j = 1 To n
A(i) = A(i) + Inv(i, j) * B(j)
Next j
Next i
RegressPoli2 = A 'retornar o vetor A
End Function
135
Apêndice C – Resultados das deflexões e momentos fletores sem a compatibilização das leituras.
Os resultados apresentados a seguir foram obtidos para uma série de
eletroníveis instalados, sem haver compatibilização com instalações anteriores.
Os valores positivos de deflexão indicam deslocamento para jusante, valores
positivos de momentos fletores indicam tração nas fibras positivas da face de
concreto.
Figura C.1 – Deflexão calculadas sem compatibilização das leituras para a
Seção A, EN A1-A28. (Período 15/03/2009 a 28/09/2009).
Figura C.2 – Momentos Fletores calculados sem compatibilização da leituras
para a Seção A, EN A1-A28. (Período 15/03/2009 a 28/09/2009).
Mo
men
tos
Fle
tore
s (t
fm)
Distância longitudinal da face a partir do plinto (m)
Mom
ento
s F
leto
res
(tfm
)
Distância longitudinal da face a partir do plinto (m)
136
Figura C.3 – Deflexão calculadas sem compatibilização das leituras para a
Seção B, EN B1-B10. (Período 27/07/2009 a 28/09/2009).
Figura C.4 – Momentos Fletores calculados sem compatibilização da leituras
para a Seção B, EN B1-B10. (Período 27/07/2009 a 28/09/2009).
Mom
ento
s F
leto
res
(tfm
)
Distância longitudinal da face a partir do plinto (m)
Mo
men
tos
Fle
tore
s (t
fm)
Distância longitudinal da face a partir do plinto (m)
137
Figura C.5 – Deflexão calculadas sem compatibilização das leituras para a
Seção C, EN C1-C15. (Período 15/03/2009 a 28/09/2009).
Figura C.6 – Momentos Fletores calculados sem compatibilização das leituras
para a Seção C, EN C1-C15. (Período 15/03/2009 a 28/09/2009).
Mom
ento
s F
leto
res
(tfm
)
Distância longitudinal da face a partir do plinto (m)
Mo
men
tos
Fle
tore
s (t
fm)
Distância longitudinal da face a partir do plinto (m)
138
Figura C.7 – Deflexão calculadas sem compatibilização das leituras para a
Seção D, EN D1-D18. (Período 12/06/2009 a 28/09/2009).
Figura C.8 – Deflexão calculadas sem compatibilização das leituras para a
Seção D, EN D1-D18. (Período 12/06/2009 a 28/09/2009).
Mom
ento
s F
leto
res
(tfm
)
Distância longitudinal da face a partir do plinto (m)
Mo
men
tos
Fle
tore
s (t
fm)
Distância longitudinal da face a partir do plinto (m)
139
Apêndice D – Exemplo de Relatório Gerado pelo Programa de Monitoramento em VBA
140
Apêndice E – Rotinas para automatização dos cálculos
Sub Mazar()
Sheets("Rotações (rad)").Visible = True
Sheets("Polinômios 6o Grau").Visible = True
Sheets("Deflexões").Visible = True
Sheets("Momentos Fletores").Visible = True
Sheets("Temp").Visible = True
' 1. CÁLCULO DAS ROTAÇÕES E REGRESSÃO POLINOMIAL
' 1.1 Copiando o menu
Sheets("Leituras").Select
Cells.Find(What:="Leitura", After:=ActiveCell, LookIn:=xlFormulas, _
LookAt:=xlPart, SearchOrder:=xlByRows, SearchDirection:=xlNext, _
MatchCase:=False, SearchFormat:=False).Activate
colunax = ActiveCell.Column
linhax = ActiveCell.Row
'colunax e linhax corresponde à posição inicial dos valores a serem copiados
x = linhax
y = colunax
Do Until ActiveCell = "A1"
y = y + 1
Cells(x, y).Select
Loop
y = y - 1
' y guarda a coluna onde acabam os valores a serem copiados
Do Until IsEmpty(ActiveCell.Value)
x = x + 1
Cells(x, y).Select
Loop
x = x - 1
' x guarda a linha onde acabam os valores a serem copiados
Range(Cells(linhax, colunax), Cells(x, y)).Select
'seleção do intervalo
Selection.Copy
Sheets("Rotações (rad)").Select
Cells(linhax, colunax).Select
ActiveSheet.Paste
' 1.2 Gerando fórmulas de rotação
' AUTOMATIZANDO AS FÓRMULAS DE ROTAÇÃO!
Cells.Find(What:="A1", After:=ActiveCell, LookIn:=xlFormulas, _
LookAt:=xlPart, SearchOrder:=xlByRows, SearchDirection:=xlNext, _
MatchCase:=False, SearchFormat:=False).Activate
141
k = ActiveCell.Row
j = ActiveCell.Column
i = k + 2
Cells(i, j).Select
ActiveCell.FormulaR1C1 = "=(Leituras!RC-Leituras!R64C)*'Rotações (rad)'!R1C"
c = ActiveCell.Column l2 = ActiveCell.Row
Cells(l2, c).Select
Selection.AutoFill Destination:=Range(Cells(l2, c), Cells(l2, w)),
Type:=xlFillDefault
Range(Cells(l2, c), Cells(l2, w)).Select
Selection.AutoFill Destination:=Range(Cells(l2, c), Cells(x, w)) 'Como foi excluída
uma linha, X estava gerando uma linha a mais!!!!
Range("A1").Select
'_________________________________________________________________________
' 1.5 Regressão polinomial
' 1.5.1 Copiando o menu
Sheets("Leituras").Select
Cells.Find(What:="Leitura", After:=ActiveCell, LookIn:=xlFormulas, _
LookAt:=xlPart, SearchOrder:=xlByRows, SearchDirection:=xlNext, _
MatchCase:=False, SearchFormat:=False).Activate
colunax = ActiveCell.Column
linhax = ActiveCell.Row
'colunax e linhax corresponde à posição inicial dos valores a serem copiados
x = linhax
y = colunax
Do Until ActiveCell = "Data"
y = y + 1
Cells(x, y).Select
Loop y = y - 1
' y guarda a coluna onde acabam os valores a serem copiados
Do Until IsEmpty(ActiveCell.Value)
x = x + 1
Cells(x, y).Select
Loop
x = x - 1
' x guarda a linha onde acabam os valores a serem copiados
Range(Cells(linhax, colunax), Cells(x, y)).Select
'seleção do intervalo
Selection.Copy
Sheets("Polinômios 6o Grau").Select
Cells(linhax, colunax).Select
142
ActiveSheet.Paste
' deletando a linha
Rows("64:64").Select
Selection.Delete Shift:=xlUp
' Inserindo RegressPoli
' Zerando RegressPoli para não alterar parte da matriz
Range("B64").Select
D = ActiveCell.Row
r = ActiveCell.Column
Range("A64").Select
Selection.End(xlDown).Select
f = ActiveCell.Row
v = 7
Range(Cells(D, r), Cells(f, v)).Delete
Range("B64").Select
ActiveCell.FormulaR1C1 = _
"=RegressPoli2(Leituras!R62C4:R62C31,'Rotações
(rad)'!R[1]C4:R[1]C31,'Polinômios 6o Grau'!R1C10)"
Range("B64:G64").Select Selection.FormulaArray = _
"=RegressPoli2(Leituras!R62C4:R62C31,'Rotações
(rad)'!R[1]C4:R[1]C31,'Polinômios 6o Grau'!R1C10)"
' "Arrastando" a fórmula
Range("B64:G64").Select
'Selection.AutoFill Destination:=Range("B2:G17")
Selection.AutoFill Destination:=Range(Cells(D, r), Cells(f, v))
Range("A1").Select
' formatando
Range("B64").Select
Range(Selection, Selection.End(xlDown)).Select
Range(Selection, Selection.End(xlToRight)).Select
Selection.Borders(xlDiagonalDown).LineStyle = xlNone
Selection.Borders(xlDiagonalUp).LineStyle = xlNone
With Selection.Borders(xlEdgeLeft)
.LineStyle = xlContinuous
.Weight = xlThin
.ColorIndex = xlAutomatic End With
With Selection.Borders(xlEdgeTop)
.LineStyle = xlContinuous
143
.Weight = xlThin
.ColorIndex = xlAutomatic
End With
With Selection.Borders(xlEdgeBottom)
.LineStyle = xlContinuous
.Weight = xlThin
.ColorIndex = xlAutomatic
End With
With Selection.Borders(xlEdgeRight)
.LineStyle = xlContinuous
.Weight = xlThin .ColorIndex = xlAutomatic
End With
With Selection.Borders(xlInsideVertical)
.LineStyle = xlContinuous
.Weight = xlThin
.ColorIndex = xlAutomatic
End With
With Selection.Borders(xlInsideHorizontal)
.LineStyle = xlContinuous
.Weight = xlThin
.ColorIndex = xlAutomatic End With
Selection.NumberFormat = "0.000E+00"
Range("A1").Select
'__________________________________________
'2 CÁLCULO DAS DEFLEXÕES
'____________________________________________________________________________
' Copiando ID dos EN
Sheets("Leituras").Select
Range("A1").Select
Cells.Find(What:="A1", After:=ActiveCell, LookIn:=xlFormulas, _
LookAt:=xlPart, SearchOrder:=xlByRows, SearchDirection:=xlNext, _
MatchCase:=False, SearchFormat:=False).Activate
colunaz = ActiveCell.Column
linhaz = ActiveCell.Row
w = colunaz
Do Until IsEmpty(ActiveCell.Value)
w = w + 1
Cells(linhaz, w).Select
Loop
w = w - 1
Range(Cells(linhaz, colunaz), Cells(linhaz, w)).Select
'seleção do intervalo
Selection.Copy
Sheets("Deflexões").Select
v = y + 3
144
Cells(linhax, v).Select
ActiveSheet.Paste
Range("A1").Select
'________________________________________________________________________
' Copiando menu
Sheets("Leituras").Select
Cells.Find(What:="Leitura", After:=ActiveCell, LookIn:=xlFormulas, _
LookAt:=xlPart, SearchOrder:=xlByRows, SearchDirection:=xlNext, _ MatchCase:=False, SearchFormat:=False).Activate
colunax = ActiveCell.Column
linhax = ActiveCell.Row
'colunax e linhax corresponde à posição inicial dos valores a serem copiados
x = linhax
y = colunax
Do Until ActiveCell = "A1"
y = y + 1
Cells(x, y).Select Loop
y = y - 1
' y guarda a coluna onde acabam os valores a serem copiados
Do Until IsEmpty(ActiveCell.Value)
x = x + 1
Cells(x, y).Select
Loop
x = x - 1
' x guarda a linha onde acabam os valores a serem copiados
Range(Cells(linhax, colunax), Cells(x, y)).Select
'seleção do intervalo Selection.Copy
Sheets("Deflexões").Select
Cells(linhax, colunax).Select
ActiveSheet.Paste
'________________________________________________________________
' deletando a linha
Rows("64:64").Select Selection.Delete Shift:=xlUp
'_________________________________
' Inserindo Fórmula de Deflexão
Range("D64").Select
Range("D64").Select
ActiveCell.FormulaR1C1 = _
"='Polinômios 6o Grau'!RC2*Deflexões!R1C+'Polinômios 6o
Grau'!RC3*Deflexões!R1C^3/3+'Polinômios 6o Grau'!RC4*Deflexões!R1C^4/4+'Polinômios 6o
Grau'!RC5*Deflexões!R1C^5/5+'Polinômios 6o
145
Grau'!RC6*Deflexões!R1C^6/6+'Polinômios 6o
Grau'!RC7*Deflexões!R1C^7/7+R61C"
'____________________________________________________________________________
t = ActiveCell.Row
o = ActiveCell.Column
Range("A63").Select
Selection.End(xlDown).Select
g = ActiveCell.Row
u = 31
Cells.Find(What:="A17", After:=ActiveCell, LookIn:=xlFormulas, _
LookAt:=xlPart, SearchOrder:=xlByRows, SearchDirection:=xlNext, _
MatchCase:=False, SearchFormat:=False).Activate
cs = ActiveCell.Column ' coluna da legenda da segunda etapa
Range("D64").Select
' "Arrastando" horizontalmente a fórmula
Selection.AutoFill Destination:=Range("D64:T64"), Type:=xlFillDefault
' "Arrastando" verticalmente a fórmula
Range("D64:T64").Select
Selection.AutoFill Destination:=Range(Cells(t, o), Cells(g, cs))
Range("U64").Select
ActiveCell.FormulaR1C1 = _ "='Polinômios 6o Grau'!RC2*Deflexões!R1C[-1]+'Polinômios 6o
Grau'!RC3*Deflexões!R1C[-1]^3/3+'Polinômios 6o Grau'!RC4*Deflexões!R1C[-
1]^4/4+'Polinômios 6o Grau'!RC5*Deflexões!R1C[-1]^5/5+'Polinômios 6o
Grau'!RC6*Deflexões!R1C[-1]^6/6+'Polinômios 6o Grau'!RC7*Deflexões!R1C[-
1]^7/7+R61C20"
cs2 = ActiveCell.Column
' "Arrastando" horizontalmente a fórmula
Selection.AutoFill Destination:=Range("U64:AE64"), Type:=xlFillDefault
146
' "Arrastando" verticalmente a fórmula
Range("U64:AE64").Select
Selection.AutoFill Destination:=Range(Cells(t, cs2), Cells(g, u))
' formatando
Range("D64").Select
Range(Selection, Selection.End(xlDown)).Select
Range(Selection, Selection.End(xlToRight)).Select Selection.Borders(xlDiagonalDown).LineStyle = xlNone
Selection.Borders(xlDiagonalUp).LineStyle = xlNone
With Selection.Borders(xlEdgeLeft)
.LineStyle = xlContinuous
.Weight = xlThin
.ColorIndex = xlAutomatic
End With
With Selection.Borders(xlEdgeTop)
.LineStyle = xlContinuous
.Weight = xlThin
.ColorIndex = xlAutomatic End With
With Selection.Borders(xlEdgeBottom)
.LineStyle = xlContinuous
.Weight = xlThin
.ColorIndex = xlAutomatic
End With
With Selection.Borders(xlEdgeRight)
.LineStyle = xlContinuous
.Weight = xlThin
.ColorIndex = xlAutomatic
End With
With Selection.Borders(xlInsideVertical) .LineStyle = xlContinuous
.Weight = xlThin
.ColorIndex = xlAutomatic
End With
With Selection.Borders(xlInsideHorizontal)
.LineStyle = xlContinuous
.Weight = xlThin
.ColorIndex = xlAutomatic
End With
Selection.NumberFormat = "0.000E+00"
Range("A1").Select
'3 CÁLCULO DOS MOMENTOS FLETORES
'____________________________________________________________________________
' Copiando ID dos EN
Sheets("Leituras").Select
Range("A1").Select
Cells.Find(What:="A1", After:=ActiveCell, LookIn:=xlFormulas, _
LookAt:=xlPart, SearchOrder:=xlByRows, SearchDirection:=xlNext, _
147
MatchCase:=False, SearchFormat:=False).Activate
colunaz = ActiveCell.Column
linhaz = ActiveCell.Row
w = colunaz
Do Until IsEmpty(ActiveCell.Value)
w = w + 1
Cells(linhaz, w).Select
Loop w = w - 1
Range(Cells(linhaz, colunaz), Cells(linhaz, w)).Select
'seleção do intervalo
Selection.Copy
Sheets("Momentos Fletores").Select
Range("D67").Select
ActiveSheet.Paste
Range("A1").Select
'________________________________________________________________________
' Copiando menu
Sheets("Leituras").Select
Cells.Find(What:="Leitura", After:=ActiveCell, LookIn:=xlFormulas, _
LookAt:=xlPart, SearchOrder:=xlByRows, SearchDirection:=xlNext, _
MatchCase:=False, SearchFormat:=False).Activate
colunax = ActiveCell.Column linhax = ActiveCell.Row
'colunax e linhax corresponde à posição inicial dos valores a serem copiados
x = linhax
y = colunax
Do Until ActiveCell = "A1"
y = y + 1
Cells(x, y).Select
Loop
y = y - 1
' y guarda a coluna onde acabam os valores a serem copiados Do Until IsEmpty(ActiveCell.Value)
x = x + 1
Cells(x, y).Select
Loop
x = x - 1
' x guarda a linha onde acabam os valores a serem copiados
Range(Cells(linhax, colunax), Cells(x, y)).Select
'seleção do intervalo
Selection.Copy
Sheets("Momentos Fletores").Select Range("A67").Select
148
ActiveSheet.Paste
'________________________________________________________________
' deletando a linha
Rows("68:68").Select
Selection.Delete Shift:=xlUp
' Inserindo a Fórmula
Range("D68").Select
c = ActiveCell.Row
e = ActiveCell.Column
Range("A68").Select
Selection.End(xlDown).Select
p = ActiveCell.Row
s = 31
Range("D68").Select
ActiveCell.FormulaR1C1 = _
"=R1C2*R5C*(2*'Polinômios 6o Grau'!R[-4]C3*'Momentos
Fletores'!R6C+3*'Polinômios 6o Grau'!R[-4]C4*'Momentos
Fletores'!R6C^2+4*'Polinômios 6o Grau'!R[-4]C5*'Momentos
Fletores'!R6C^3+5*'Polinômios 6o Grau'!R[-4]C6*'Momentos
Fletores'!R6C^4+6*'Polinômios 6o Grau'!R[-4]C7*'Momentos Fletores'!R6C^5)"
' "Arrastando" horizontalmente a fórmula
Range("D68").Select
Selection.AutoFill Destination:=Range("D68:AE68"), Type:=xlFillDefault
' "Arrastando" verticalmente a fórmula
Range("D68:AE68").Select
Selection.AutoFill Destination:=Range(Cells(c, e), Cells(p, s))
Range("A1").Select
Range("A1").Select
Sheets("Leituras").Select
Range("A1").Select
Sheets("Rotações (rad)").Visible = False
Sheets("Polinômios 6o Grau").Visible = False
Sheets("Deflexões").Visible = False
Sheets("Momentos Fletores").Visible = False Sheets("Temp").Visible = False
End Sub