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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO OESTE DO PARANÁ
CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO STRICTO SENSU EM CONSERVAÇÃO E
MANEJO DE RECURSOS NATURAIS – NÍVEL MESTRADO
DARLENE GRIS
RIQUEZA E SIMILARIDADE DA VEGETAÇÃO ARBÓREA DO CORREDOR DE
BIODIVERSIDADE SANTA MARIA, PR
CASCAVEL-PR
JANEIRO/2012
DARLENE GRIS
RIQUEZA E SIMILARIDADE DA VEGETAÇÃO ARBÓREA DO CORREDOR DE
BIODIVERSIDADE SANTA MARIA, PR
Dissertação apresentada ao Programa de
Pós-graduação Stricto Sensu em
Conservação e Manejo de Recursos
Naturais – Nível Mestrado, do Centro de
Ciências Biológicas e da Saúde, da
Universidade estadual do Oeste do Paraná,
como requisito parcial para a obtenção do
título de Mestre em Conservação e Manejo
de Recursos Naturais
Área de Concentração: Conservação e
Manejo de Recursos Naturais
CASCAVEL-PR
Janeiro/2012
.
Dados Internacionais de Catalogação-na-Publicação (CIP)
Biblioteca Central do Campus de Cascavel – Unioeste
Ficha catalográfica elaborada por Jeanine da Silva Barros CRB-9/1362
G886r
Gris, Darlene
Riqueza e similaridade da vegetação arbórea do Corredor de Biodiversidade Santa Maria, PR. / Darlene Gris — Cascavel, PR: UNIOESTE, 2012.
50 p.
Orientadora: Profa. Dra. Lívia Godinho Temponi Dissertação (Mestrado) – Universidade Estadual do Oeste do
Paraná. Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Conservação e
Manejo de Recursos Naturais, Centro de Ciências Biológicas e da Saúde. Bibliografia.
1. Mata Atlântica. 2. Parque Nacional do Iguaçu. 3. Fragmentação. 4.
Florística e Fitossociologia. 5. Biodiversidade. 6. Vegetação arbórea. I. Universidade Estadual do Oeste do Paraná. II. Título.
CDD 21.ed. 333.75
Dedicatória
Dedico este trabalho não à apenas um ou outro,
mas a todos que de alguma maneira contribuíram
para que hoje eu pudesse concluí-lo e, junto à ele,
mais uma incrível etapa de minha vida.
"A natureza é o único livro que oferece um
conteúdo valioso em todas as suas folhas."
Goethe
AGRADECIMENTOS
A Deus por me guiar nesse caminho e me auxiliar em mais esta vitória.
Meus sinceros agradecimentos a orientadora Lívia Godinho Temponi, por
todo o incentivo, companheirismo, apoio e amizade. Pelo exemplo de força de
vontade, dedicação e pela inspiração no amadurecimento dos meus
conhecimentos. Obrigada por confiar em mim.
Aos professores do Programa de Mestrado em Conservação e Manejo e
Recursos Naturais agradeço os ensinamentos, dicas e conselhos, em especial a
professora Norma Catarina Bueno pela paciência, dedicação e por fazer com que
“as coisas caminhem no rumo certo”. Também aos professores José Flávio
Cândido Junior e Bartolomeu Tavares por todo o auxilio no amadurecimento da
ideia.
Agradeço aos funcionários da UNIOESTE, em especial aos motoristas e ao
Assis, Leide, Antonia, Ivone e Mayara por toda a ajuda.
Ao Fernando da Fazenda Santa Maria, e ao Osmar da Fazenda São José
por possibilitarem que os trabalhos fossem realizados nessas áreas.
As amigas e colegas de laboratório Mayara, Lilien, Marina, Cleider e
Jéssica, e é claro, as companheiras de todos os momentos engraçados,
brincadeiras, sustos e trabalho duro, Thaís, Maria e Meri. Guardarei as fotos com
imenso carinho e sentirei muito a falta de vocês meus amores. Também aos
amigos Simone, Victor, Daiane e Marlu, meus queridos, sem vocês esses dois
anos de mestrado não seriam os mesmos, obrigada por todos os bons momentos
e pelas discussões, sempre proveitosas, sobre a tão amada BIOLOGIA.
Agradeço também a todos os amigos, da infância, da adolescência, da
faculdade, os que se foram e os que ficaram. Karen, Vanessa, Marilesia e Marlu
(novamente), agradeço a vocês pela amizade devotada. A todos digo que a
distância só diminui o contato, mas o carinho e o amor continuam os mesmos.
Vocês sabem o bem que me fazem.
Aos meus pais, a quem mais devo. Lindair e Vilmo, o amor que tenho por
vocês não pode ser expresso em palavras. Obrigada por aceitarem minha escolha
e me apoiarem no “ser bióloga”. Aos irmãos Lucas e Evandro agradeço o apoio, a
ajuda e as piadas, amos vocês incondicionalmente. Também, a minha cunhada
Adriana e ao meu sobrinho Murilo (meu mais jovem amor) obrigada por tudo, amo
vocês.
A família como um todo, obrigada por me apoiarem minha profissão,
apesar das controvérsias, agradeço imensamente pelo apoio e auxílio.
Ao Jean Carlo de Quadros, agradeço não só o amor devotado, mas a
paciência nas crises, os risos nos bons momentos e por me ajudar a superar
todas as dificuldades. Agradeço também o auxílio na organização das ideias e
escrita desse trabalho. Amo você.
Agradeço também à sua família pelo apoio e bons momentos.
Aos funcionários do Parque Nacional do Iguaçu, pela concessão de
hospedagem e por toda a ajuda, ao Pedro Fogaça e principalmente ao Adaíldo
Policena, obrigada por tudo.
Aos funcionários e pesquisadores do Museu Botânico Municipal de
Curitiba, por nos acolherem e auxiliarem na identificação das espécies.
Ao Parque Tecnológico de Itaipu, PTI C&T/FPTI-BR, pela concessão de
bolsa de mestrado concedida à primeira autora.
A Fundação Araucária (edital 14/2009/ convênio 223/2010).
A FAPESP – Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo
(processo/grant nº 2010/17400-3)
Ao CNPq - Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e
Tecnológico (processo/grant nº 562240/2010-1) pelo auxílio financeiro.
Ao SISBIO pela autorização de coleta no 24902-3 no Parque Nacional do
Iguaçu.
E para não correr o risco da injustiça, agradeço a todos que contribuíram
de alguma forma ao passarem pela minha vida e para a construção de quem sou
hoje.
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO GERAL........................................................................................8 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..................................................................10 CAPÍTULO 1: DIVERSIDADE DE ESPÉCIES ARBÓREAS NA RPPN FAZENDA SANTA MARIA, SANTA TEREZINHA DE ITAIPU – PR................. 11
RESUMO.................................................................................................11 ABSTRACT.............................................................................................11 INTRODUÇÃO........................................................................................11 MATERIAL E MÉTODOS........................................................................12
Caracterização da Área................................................................12 Coletas e identificação das espécies............................................12 Fitossociologia e classificação sucessional da vegetação.....................13
RESULTADOS E DISCUSSÃO..............................................................14 Florística e fitossociologia.......................................................................14 Classificação sucessional e diamétrica...................................................18 CONCLUSÕES.......................................................................................19 AGRADECIMENTOS..............................................................................19 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS........................................................19
CAPÍTULO 2: FLORÍSTICA E SIMILARIDADE EM ÁREAS DE FLORESTA
ESTACIONAL SEMIDECIDUAL DO CORREDOR DE BIODIVERSIDADE SANTA MARIA, PR............................................................................................23
ABSTRACT.............................................................................................24 RESUMO.................................................................................................24 INTRODUÇÃO........................................................................................26 MATERIAL E MÉTODOS........................................................................28
Área de estudo.............................................................................28 Coleta e identificação das espécies.............................................31 Análises fitossociológicas e classificação sucessional.................31
RESULTADOS........................................................................................32 Diversidade e levantamento florístico...........................................32 Classificação sucessional das áreas............................................37 Similaridade florística....................................................................37
DISCUSSÃO...........................................................................................38 Diversidade e levantamento florístico...........................................38 Classificação sucessional da área................................................40 Similaridade florística....................................................................41
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS........................................................43 ANEXOS............................................................................................................50
8
Introdução Geral
A Mata Atlântica percorre toda a costa brasileira, com ocorrência de
algumas “ilhas” isoladas no interior do nordeste do Brasil seguindo até o
nordeste-norte do Rio Grande do Sul (SILVA, 2003). Nas regiões sul e sudeste,
a faixa de Mata Atlântica que desce pela costa do país torna-se mais larga
chegando até o vale do rio Paraná (região oeste), onde ocorrem dois dos três
conjuntos florísticos característicos: Floresta Estacional Semidecidual e
Floresta Ombrófila Mista (Floresta com Araucárias), enquanto na região leste
do estado ocorre a terceira formação: Floresta Ombrófila Densa. A Floresta
Estacional Semidecidual (FES) no estado do Paraná encontra-se entre 200 e
800 metros de altitude e abrange parte das regiões norte e oeste do estado, e
os vales dos rios formadores da bacia do rio Paraná (RODERJAN et al., 2002).
É caracterizada pela dupla estacionalidade climática com uma estação tropical
com época de intensas chuvas de verão e outra subtropical com seca
fisiológica devido ao frio intenso, quando 20 a 50% das árvores do dossel
perdem suas folhas (IBGE, 1992, RODERJAN et al., 2002; MAACK, 2002).
A ação antrópica na Mata Atlântica vem gerando a perda e a
fragmentação desse ecossistema, com a formação de ilhas de vegetação
isoladas ladeadas por áreas urbanas, de cultivo e pecuária. A fragmentação e o
isolamento desses remanescentes aumentam o efeito de borda e dificulta o
fluxo gênico e a conservação das espécies, especialmente as endêmicas
(TANIZAKI-FONSECA; MOULTON, 2000; CAMPOS, 2006).
As regiões que concentram as maiores áreas de remanescentes florestais
de Mata Atlântica estão associadas a unidades de conservação de proteção
integral. Assim, a conservação da biodiversidade dependerá da expansão da
rede de áreas protegidas em diferentes categorias, públicas e privadas, bem
como a conservação de áreas que não se encontram sob o sistema oficial de
proteção (PINTO et al., 2006). Neste cenário, os Corredores Ecológicos,
também chamados de Corredores de Biodiversidade, são porções de
ecossistemas naturais ou semi-naturais que têm a função de interligar habitats
isolados, possibilitando o movimento da biota, reestabelecendo o fluxo gênico e
facilitando a dispersão de espécies e a recolonização das áreas (ROCHA et al.,
2006, CAMPOS, 2006).
9
O Corredor de Biodiversidade Santa Maria, situado no município de Santa
Terezinha de Itaipu-PR, visa interligar o Parque Nacional do Iguaçu à faixa de
proteção do reservatório da hidrelétrica de Itaipu e é formado por áreas
reflorestadas, pequenos fragmentos em áreas de nascentes e pela Reserva
Particular do Patrimônio Natural (RPPN) Fazenda Santa Maria. Essa RPPN
possui uma área de 242 ha e é o maior fragmento vegetacional do Corredor de
Biodiversidade Santa Maria.
As RPPNs são unidades de conservação, formadas por remanescentes
florestais, que têm por objetivo primordial a preservação da diversidade
biológica, além de contribuírem com a ampliação das áreas protegidas e
proteção dos biomas brasileiros, enquanto os Corredores de Biodiversidade
têm como função interligar essas áreas de vegetação remanescente (OJIDOS
et al., 2008).
Mas, a ausência de dados consistentes, principalmente sobre a
composição das áreas de corredor, impede que se determine a efetividade dos
Corredores em mitigar os impactos da fragmentação de habitats, sendo
necessária a realização de estudos buscando determinar a florística e
fitossociologia dos fragmentos florestais e a similaridade entre eles como
estudos primordiais para o posterior determinação da efetividade e grau de
preservação dos mesmos (Rocha et al., 2006).
Esse estudo resultou em dois artigos: florística e fitossociologia da
Reserva Particular do Patrimônio Natural Fazenda Santa Maria (Capítulo 1) e
similaridade floristica entre as áreas do Corredor de Biodiversidade Santa
Maria (Capítulo 2).
10
Referências Bibliográficas CAMPOS, J. B. A fragmentação de ecossistemas, efeitos decorrentes e corredores de biodiversidade. In: CAMPOS, J. B.; TOSSULINO, M. G. P.; MULLER, C. R. C. (Orgs.). Unidades de Conservação: ações para a valorização da biodiversidade. Curitiba: Instituto Ambiental do Paraná, 2006. p. 165-174. IBGE. Manual Técnico da Vegetação Brasileira. Rio de Janeiro: IBGE. 1992. 92 p. MAACK, R. Geografia física do estado do Paraná. 3rd ed. Curitiba: Imprensa Oficial. 2002. 440 p. OJIDOS, F.; RIVEZZI, J.; SIMÕES, L. L.; AMARAL, V.; UCHOA, L.; PIRES, A. Reserva Particular do Patrimônio Natural – RPPN. Iniciativa Cidadã para a Proteção da Natureza. Acqua Gráficas, São Paulo, SP, 2008. Disponível em: <http://assets.wwf.org.br/downloads/cartilha_rppn_para_internet.pdf> Acesso em: 08 nov. 2011. PINTO, LP.; BEDÊ, L.; PAESE, A.; FONSECA, M.; PAGLIA, A.; LAMAS, I. Mata Atlântica brasileira: os desafios para a conservação da biodiversidade de um hotspot mundial. In: ROCHA, C. F. D.; BERGALLO, H. G.; SLUYS, M. V. AND ALVES, M. A. S (Orgs.). Biologia da conservação: essências. São Carlos: RiMa, 2006. p. 91-118. ROCHA, C. F. D.; BERGALLO, H. G.; SLUYS, M. V.; ALVES, M. A. S; JENKINS, C. Corredores Ecológicos e Conservação da Biodiversidade: um Estudo de Caso na Mata Atlântica. In: ROCHA, C. F. D.; BERGALLO, H. G.; SLUYS, M. V.; ALVES, M. A. S. (Orgs.). Biologia da conservação: essências. São Carlos: RiMa, 2006. p. 293-318. RODERJAN, C. V.; GALVÃO, F.; KUNIYOSHI, Y. S.; HATSCHBACH, G. G. As unidades fitogeográficas do Estado do Paraná, Brasil. Ciência e Ambiente, Santa Maria, v. 24, p. 75-92, 2002. SILVA, S. M. A. Floresta Atlântica no Paraná. In: FERNANDES, C. R. Floresta Atlântica: Reserva da Biosfera. Curitiba: Tempo Integral Editora, 2003. p. 17 – 67. TANIZAKI-FONSECA, K.; MOULTON, T. P. A fragmentação da Mata Atlântica no Estado do Rio de Janeiro e a perda de biodiversidade. In: BERGALLO, H. G.; ROCHA, C. F. D.; ALVES, M. A. S.; SLUYS M. V.(Eds.). A fauna ameaçada de extinção do Estado do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro: Ed. UERJ, 2000. p. 23-35.
11
CAPÍTULO 1: 1 DIVERSIDADE DE ESPÉCIES ARBÓREAS NA RPPN FAZENDA SANTA MARIA, SANTA 2
TEREZINHA DE ITAIPU – PR 3 DIVERSITY OF TREE SPECIES IN RPPN FAZENDA SANTA MARIA, SANTA TEREZINHA DE 4
ITAIPU – PR. 5 6
RESUMO 7 A fragmentação de ambientes florestais naturais, oriunda do desmatamento, causa efeitos de borda, ilhas de 8 vegetação, desabriga espécies, aumenta a endogâmia e pode causar até a extinção de espécies. Embora o Paraná, 9 nos últimos anos, tenha reduzido 19 % da taxa anual de desmatamento e possua um número crescente de áreas 10 de preservação, sua vegetação encontra-se fragmentada e pouco conhecida. O levantamento da diversidade 11 florística de espécies arbóreas na Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN) Fazenda Santa Maria, 12 localizada no município de Santa Terezinha de Itaipu - PR visa conhecer a florística e a fitossociologia da área e 13 comparar com áreas de mesma formação vegetacional. Para isso, foram implantadas 10 parcelas 14 semipermanentes de 400 m
2, incluindo na amostragem indivíduos com circunferência na altura do peito (CAP) 15
igual ou superior a 15 cm. Os indivíduos coletados foram identificados através de bibliografia especializada e 16 comparados com material de herbários. Foram encontradas 73 espécies, distribuídas em 61 gêneros e 34 17 famílias. Fabaceae foi a família com maior riqueza, sendo representada por 14 espécies. Meliaceae foi a segunda 18 maior riqueza, com seis espécies. Em contraste, 23,53 % das famílias foram representadas por apenas uma 19 espécie e um único indivíduo. As espécies mais abundantes foram Euterpe edulis Mart. (Arecaceae), com 124 20 indivíduos e Chrysophyllum gonocarpum (Mart. & Eichler ex Miq.) Engl. (Sapotaceae) com 33 e Sorocea 21 bonplandii (Bail) W.C.Burger et al. (Moraceae) com 29 representantes. A maioria das espécies encontradas é 22 secundária tardia e climácica, evidenciando que a RPPN encontra-se em estádio secundário a clímax de 23 sucessão. 24 Palavras-chave: Floresta Estacional Semidecidual; levantamento florístico; fitossociologia. 25
26 ABSTRACT 27
The fragmentation of natural forest environments arising from deforestation causes edge effects, islands of 28 vegetation, homeless species, increases endogamy and can cause the extinction of some species. Although 29 Parana in recent years reduced, 19 % annual rate of deforestation and has a growing number of preservation 30 areas, the vegetation has become fragmented and little known. The survey of the floristic diversity of tree 31 species in the Private Reserve of Natural Heritage Fazenda Santa Maria, located in the city Santa Terezinha do 32 Itaipu-PR aims to know the flora and phytosociology of the area and compare with areas of the same vegetation 33 formation. There were implanted 10 semi-permanent plots of 400 m², including individuals in the sample 34 arboreal containing circumference at breast height (CAP) equal to or greater than 15 cm. Individuals collected 35 were identified by specific literature and compared with MBM herbarium material. We found 73 species, 36 distributed in 61 genera and 34 families. Fabaceae was the family with the highest richness, being represented 37 by 14 species. Meliaceae had the second largest wealth, with six species. In contrast, 23,53 % of families were 38 represented by only one specie and only one individual. The most abundant were Euterpe edulis Mart. 39 (Arecaceae), with 124 individuals and Chrysophyllum gonocarpum (Mart. & Eichler ex Miq.) Engl. 40 (Sapotaceae) with 33 and Sorocea bonplandii (Bail) W.C.Burger et al. (Moraceae) with 29 individuals. Most 41 species found were the later secondary and climax, showing that the RPPN is in secondary to climax stage of 42 succession. 43 Keywords: Semideciduous Seasonal Forest; floristic inventory, phytosociology 44 45 INTRODUÇÃO 46 A Mata Atlântica, um dos biomas brasileiros (STEHMANN et al., 2009), inicialmente, ocupava uma 47 área de 1.300.000 km², passando por 17 estados brasileiros e possuindo composições florísticas e estruturais 48 bastante diferenciadas, sendo um dos mais ricos conjuntos florestais pluviais da América do Sul. Atualmente 49 apresenta-se reduzida a apenas alguns fragmentos (CAMPANELI, SCHAFFER, 2010). Essa fragmentação 50 causa diminuição do habitat disponível e, assim, uma redução drástica da biodiversidade a curto e longo prazo, 51 podendo levar a extinção de espécies que se encontram fragilizadas ou em pequeno número (NANUNCIO, 52 MORO, 2008). Além disso, a mortalidade de árvores de uma dada região pode causar mudanças 53 microclimáticas (CUNHA et al., 2011). 54 Programas de incentivo à criação de áreas particulares protegidas são adotados em muitos países. No 55 Brasil, áreas destinadas à conservação ambiental são presentes, desde 1934, com o Código Florestal. Em 2008, o 56 Brasil se tornou o primeiro país da América Latina a incluir oficialmente as áreas particulares, apresentando 500 57
12 mil hectares, distribuídos em 700 Reservas Particulares do Patrimônio Natural (RPPNs) em todos os biomas 58 brasileiros, sendo que a maioria está localizada na Mata Atlântica (RIBEIRO et al., 2009). 59 A soma de todas as áreas de proteção representa menos de 2 % da área original dos biomas brasileiros. 60 Entre os remanescentes florestais, apenas 24 % são protegidos por áreas de proteção integral e 75 % deles 61 possuem menos de 100 km
2 (TABARELLI et al., 2005), além disso, essas áreas florestais encontram-se isoladas 62
umas das outras. A existência de uma conectividade entre elas permitiria a sobrevivência de metapopulações, 63 garantindo uma maior variabilidade genética pelo fluxo gênico existente (HANSKI e GILPIN, 1991). 64 As RPPNs são unidades de conservação que têm por objetivo primordial a preservação da diversidade 65 biológica, além de contribuírem com a ampliação das áreas protegidas, proteção dos biomas brasileiros, 66 provisão de água, conservação da paisagem e formação de corredores (OJIDOS et al., 2008). O Paraná possui 67 195 RPPNs, distribuídas em 85 municípios, que somam 40.623,73 hectares (IAP, 2008). 68 A RPPN Fazenda Santa Maria é o maior fragmento vegetacional do Corredor de Biodiversidade Santa 69 Maria, que visa interligar o Parque Nacional do Iguaçu à faixa de proteção do reservatório da hidrelétrica de 70 Itaipu (NASCIMENTO, 2009). Este corredor é formado por áreas reflorestadas, pequenos fragmentos em áreas 71 de nascentes e pela RPPN Fazenda Santa Maria. 72 Para determinação da identidade fitogeográfica de uma determinada comunidade vegetal, neste caso a 73 RPPN Fazenda Santa Maria, são realizados estudos florísticos, onde, a partir do levantamento das espécies 74 presentes na área em questão e da comparação dessa vegetação com outras formações florestais essa identidade 75 fitogeográfica é descrita (MEIRA-NETO e MARTINS, 2002). A fitossociologia consiste na quantificação 76 sociológica de espécies presentes em uma comunidade, seu agrupamento e distribuição no ambiente (BRAUN 77 BLANQUET, 1979; RODRIGUES e PIRES, 1988), sendo importante no manejo e na recuperação de locais 78 onde há degradação, na gestão ambiental e na avaliação e descrição das formações vegetais e de seu estádio de 79 conservação. Já a classificação das espécies em grupos sucessionais permite uma determinação do estádio 80 sucessional predominante na área em questão. Além disso, possibilita avaliar o estádio de conservação de 81 diferentes áreas e direcionam a tomada de decisões quanto à sua recuperação e conservação. 82 Com o intuito de contribuir para o conhecimento da florística, fitossociologia e classificação dos grupos 83 sucessionais de remanescentes de Florestas Estacionais Semideciduais muitos trabalhos vem sendo realizados 84 no Paraná (BIANCHINI et al., 2003; COSTA-FILHO et al., 2006; DEL QUIQUI et al., 2007) e em outras 85 regiões (IVANAUSKAS et al., 1999; MEIRA-NETO e MARTINS, 2002; JURINITZ e JARENKOV, 2003; 86 SILVA et al., 2004; MARANGON et al., 2007; CARDOSO-LEITE e RODRIGUES, 2008; HOLANDA et al., 87 2010; PRADO-JUNIOR et al., 2011). Entretanto, a heterogeneidade entre os resultados obtidos, até mesmo em 88 regiões pouco distantes, devido às diferenças microambientais, evidenciam a necessidade de informações sobre 89 as comunidades remanescentes ainda pouco estudadas. Desta forma, o presente trabalho tem como objetivo a 90 caracterização florística, fitossociológica e sucessional da RPPN Fazenda Santa Maria, PR. 91 92 MATERIAL E MÉTODOS 93 Caracterização da Área 94 A RPPN Fazenda Santa Maria (figura 1) esta localizada no município de Santa Terezinha do Itaipu, no 95 Terceiro Planalto Paranaense, Planalto de Foz do Iguaçu (SANTOS et al., 2006). O clima é subtropical úmido 96 (Cfa), com temperatura média anual de 21,55 ºC e média pluviométrica anual de 1803 mm,sendo que dois terços 97 das chuvas estão distribuídas entre os meses de outubro a março, principalmente dezembro e janeiro 98 (SIMEPAR, 2011) e o solo é do tipo latossolo vermelho (BHERING e SANTOS, 2008). 99
A Fazenda Santa Maria possui 1750 ha, dos quais, aproximadamente 242 pertencem à RPPN. Esta área 100 vem sendo protegida desde o ano de 1955 e em 1997 com auxilio da prefeitura de Santa Terezinha de Itaipu, a 101 área de preservação tornou-se efetivamente uma RPPN. 102 O Corredor possui predominância de Floresta Estacional Semidecidual Submontana, com dupla 103 estacionalidade climática, com uma estação tropical com intensas chuvas de verão seguida de uma subtropical 104 com seca fisiológica devido ao frio intenso, com temperaturas abaixo de 15ºC. Por esses fenômenos climáticos a 105 vegetação possui característica caducifólia e perenifólia (VELOSO et al., 1991). 106 107 Coletas e identificação das espécies 108
Foram instaladas, a partir de agosto de 2010 e avaliadas até setembro de 2011, dez parcelas 109 semipermanentes de 20x20 metros, distantes 20 m umas da outras, entre as coordenadas 25º29’30.70”S 110 54º21’30.61”O e 25º29’32.94”S 54º21’41.36”O. 111 112
13
FIGURA 1: Parcelas e sua localização na RPPN Fazenda Santa Maria, região oeste do estado do Paraná, Brasil. 113 FIGURE 1: Parcels and their location in the RPPN Fazenda Santa Maria, west of the state of Parana, Brazil. 114 115
Os indivíduos de porte arbóreo e circunferência a altura do peito (CAP) igual ou superior a 15 cm foram 116 incluídas na amostragem (RODRIGUES e GANDOLFI, 2004). Para caules bifurcados, adotou-se que pelo 117 menos um dos ramos deveria possuir CAP ≥15 cm. As amostras dos indivíduos encontrados férteis foram 118 coletadas e preparadas de acordo com técnicas usuais de herborização (MORI et al., 1989; BRIDSON e 119 FORMAN, 2004) e as exsicatas foram inseridas no Herbário da Universidade Estadual do Oeste do Paraná 120 (UNOP). As amostras vegetativas foram coletadas, identificadas e inseridas em uma coleção de referência, a 121 qual consiste em mini-exsicatas identificadas, etiquetadas e acondicionadas no herbário UNOP. 122
A identificação do material botânico foi realizada com o auxílio das listagens florísticas regionais, 123 chaves de identificação, bibliografia específica (LORENZI, 2002a; LORENZI, 2002b; CARVALHO, 124 2003; LORENZI et al., 2003; CARVALHO, 2006; RAMOS et al., 2008; LORENZI, 2010) consulta a 125 exsicatas nos herbários UNOP e Herbário do Museu Botânico Municipal de Curitiba (MBM). As listagens 126 foram produzidas com as famílias botânicas listadas de acordo com a classificação atual APG III (2009) e os 127 nomes dos autores das espécies foram conferidos de acordo com Lista de Espécies da Flora do Brasil 128 (FORZZA et al., 2012). 129
O número mínimo de parcelas necessário para o estudo fitossociológico da RPPN Fazenda Santa Maria 130 foi calculado a partir de um inventário-piloto, com a utilização de 10 parcelas, baseado na variância do 131 perímetro médio, admitindo-se um limite de erro de 10% a uma probabilidade de confiança de 95%, conforme 132 sugerido por Péllico Netto e Brena, 1997; Felfili e Rezende, 2003; Soares et al., 2006; Kersten e Galvão, 2011. 133
Para verificação da suficiência amostral utilizou-se a curva de rarefação com intervalo de confiança a 134 95% de probabilidade, por meio do software Ecosim 7 (GOTELLI e ENTSMINGER, 2004). Onde a amostra 135 mínima representativa da área é indicada pela estabilização da curva de rarefação (GOTELLI e COLWELL, 136 2001; COLWELL et al., 2004; MAGURRAN, 2011). 137 138 Fitossociologia e classificação sucessional da vegetação 139 Para a análise das variáveis fitossociológicas foram realizados cálculos dos valores absolutos (A) e 140 relativos (R) de frequência (F), dominância (Do), densidade (D), riqueza (Ri), valor de importância (VI), valor 141 de cobertura (VC), índice de diversidade de Shannon –Weaver e índice de equabilidade (MORO e MARTINS, 142 2011), através do software FITOPAC 2.1.2 (SHEPHERD, 2011). 143
As espécies foram classificadas nos seguintes grupos sucessionais: pioneiras (P), secundárias iniciais 144 (SI), secundárias tardias (ST) e clímax (C), através de consulta a diferentes bibliografias (IVANAUSKAS et al., 145 1999; VALCARCEL e SILVA, 2000; COUTINHO, 2006; MARTINS et al., 2002; BORGHI et al., 2004; 146
14 KAGEYAMA e GANDARA, 2004; CARPANEZZI e CARPANEZZI, 2006; CARVALHO et al., 2007; 147 NICODEMO et al., 2009; GRINGS e BRACK, 2009) e, quando não se encontrou nenhuma informação sobre a 148 espécie, a mesma foi classificada como “sem caracterização” (SC). A proporção relativa entre o número de 149 indivíduos de espécies pioneiras, secundárias iniciais, secundárias tardias e o de clímax que compõem a área foi 150 analisada e a vegetação foi classificada de acordo com Dislich et al. (2001). 151
Para determinação do estádio de desenvolvimento da floresta analisou-se a distribuição dos indivíduos 152 nas classes de diâmetro, para tanto se utilizou um intervalo de 5 cm entre as classes, como proposto por Soares 153 et al. (2006), iniciando pelo diâmetro mínimo de inclusão de 4,77 cm, correspondente ao CAP mínimo de 15 154 cm. 155 156 RESULTADOS E DISCUSSÃO 157 Florística e fitossociologia 158 A partir do inventário-piloto determinou-se que o valor inicial de 10 parcelas foi suficiente para 159 amostragem da RPPN Fazenda Santa Maria. Observa-se que a curva de rarefação espécie-indivíduo (figura 2) 160 demonstra uma tendência a estabilização, onde o acréscimo em diversidade é muito baixo a partir da 161 amostragem de 200 indivíduos. Os primeiros 100 indivíduos amostrados representaram 51 % do total de 73 162 espécies encontradas, chegando a 80 % com a amostragem de 263 indivíduos. 163 Foram encontrados 513 indivíduos arbóreos, distribuídos em 73 espécies, 61 gêneros e 34 famílias 164 (tabela 1). Foram amostrados 27 indivíduos mortos, que foram desconsiderados nas análises fitossociológicas, 165 assumindo-se que sua identificação em nível de espécie torna-se muito difícil e as mesmas não disputam os 166 recursos do meio (DURIGAN, 2009). 167
FIGURA 2: Curva de rarefação para a RPPN Fazenda Santa Maria demonstrando a relação entre o número de indivíduos e 168 o número de espécies amostrados. A linha central refere-se ao que foi obtido, enquanto as externas representam os limites 169 de intervalo confiança superior e inferior. 170 FIGURE 2: Rarefection curve for RPPN Fazenda Santa Maria showing the relationship between the number of individuals 171 and species number sampled. The central line refers to what was obtained, while the outside represent the upper and lower 172 limits of confidence interval. 173 174
Todas as espécies encontradas são nativas da Floresta Estacional Semidecidual e foram encontradas 175 algumas espécies de ocorrência rara como a peroba-rosa (Aspidosperma polyneuron) e o cedro (Cedrela fissilis) 176 que se encontram também ameaçadas de extinção devido ao seu uso comercial (RIBAS et al., 2003; IUCN, 177 2009). Outra espécie de destaque é o pau-de-sapateiro (Pera glabrata) que é pouco registrada em levantamentos 178 realizados em FES (ESPIRITO-SANTO et al., 2002; DIAS-NETO et al., 2009), sendo que nesse trabalho um 179 indivíduo foi amostrado. 180
A densidade total obtida no levantamento foi de 1282 ind/ha., sendo que os valores obtidos para outros 181 trabalhos realizados em áreas de Floresta Estacional Semidecidual variaram entre 1238 e 2786. Os valores de 182 diversidade de Shannon-Wiener e equabilidade foram, respectivamente, 3,39 e 0,79 enquanto outros trabalhos 183
15 variaram de 3,20 e 3,99 para a diversidade e 0,74 e 0,82 para equabilidade. Assim, os valores encontrados para 184 essas três variáveis encontram-se dentro da faixa de variação obtida para outros trabalhos realizados em Floresta 185 Estacional Semidecidual (IVANAUSKAS et al., 1999; BIANCHINI et al., 2003; JURINITZ e JARENKOV, 186 2003; SILVA et al., 2004; COSTA-FILHO et al., 2006; DEL QUIQUI et al., 2007; HOLANDA et al., 2010; 187 PRADO-JÚNIOR et al., 2011), conforme indicado na tabela 2. 188
A participação das espécies dentro das associações vegetais é medida pela densidade relativa (SOUZA 189 et al., 2007). A maior densidade relativa (24,17 %) foi observada em Euterpe edulis (palmito), corroborando 190 com os estudos de Bianchini et al. (2003) e Jurinitz e Jarenkow (2003), também realizados em remanescentes 191 florestais de Floresta Estacional Semidecidual. Euterpe edulis é uma espécie muito abundante e frequente. Esta 192 espécie é comumente encontrada na Floresta Estacional Semidecidual da Bacia do Paraná e na Floresta 193 Ombrófila Densa e está correndo perigo de extinção tanto pela destruição das matas, quanto pelo corte 194 específico, resultante de sua alta demanda no mercado nacional e internacional (COSSIO, 2010). 195 196 TABELA 1: Parâmetros fitossociológicos das espécies da RPPN Fazenda Santa Maria em Santa Terezinha do Itaipu, 197 Paraná. Número de indivíduos (Ni), valores (R) relativos e (A) absolutos de (Do) dominância, (De) densidade, (F) 198 freqüência, (VI) valor de importância, (VC) valor de cobertura, (DiM) diâmetro médio (GS), grupo sucessional, (SC) sem 199 caracterização, (P) pioneira, (S) secundária, (Si) secundária inicial, (St) secundária tardia e (C) clímax. 200 TABLE1: Phytosociological parameters of the species of PRNP Fazenda Santa Maria in Santa Terezinha de Itaipu, Paraná. 201 Number of individuals (Ni), values (R) relative e (A) absolute of (Do) dominant, (De) density, (F) frequency, (VI) value of 202 importance, (VC) value of coverage, (DiM) middle diameter, (GS) successional level, (SC) no caracterization, (P) pioneer, 203 (S) sedundary, (Si) initial secondary, (St) late secundary and (C) climax. 204 205
Espécies Família NI DA DR
(%)
FA FR
(%)
DoA DoR
(%)
VI VC DiM GS
Euterpe edulis Mart. Arecaceae 124 310,00 24,17 100,00 4,18 2,54 7,87 12,07 16,02 9,80 C
Chrysophyllum gonocarpum (Mart. &
Eichler ex Miq.) Engl.
Sapotaceae 33 82,50 6,43 100,00 4,18 3,58 11,10 7,23 8,76 19,72 C
Cabralea canjerana (Vell.) Mart. Meliaceae 12 30,00 2,34 80,00 3,35 3,12 9,68 5,12 6,01 30,68 Si
Cedrela fissilis Vell. Meliaceae 12 30,00 2,34 70,00 2,93 2,60 8,08 4,45 5,21 29,41 St
Balfourodendron riedelianum (Engl.)
Engl.
Rutaceae 21 52,50 4,09 80,00 3,35 1,75 5,42 4,29 4,75 15,25 St
Alchornea triplinervia (Spreng.)
Müll.Arg.
Euphorbiaceae 11 27,50 2,14 50,00 2,09 2,43 7,55 3,93 4,85 30,39 St
Syagrus romanzoffiana (Cham.)
Glassman
Arecaceae 17 42,5 3,31 70,00 2,93 1,55 4,80 3,68 4,-6 21,39 C
Aspidosperma polyneuron Müll. Arg. Apocynaceae 13 32,50 2,53 90,00 3,77 1,52 4,71 3,67 3,63 15,90 C
Guarea kunthiana A Juss. Meliaceae 27 67,50 5,26 70,00 2,93 0,44 1,36 3,18 3,31 8,62 St
Dendropanax cuneatus (DC.) Decne.
& Planch.
Araliaceae 9 22,50 1,75 60,00 2,51 0,84 2,62 2,29 2,19 18,85 Si
Cordia ecalyculata Vell. Boraginaceae 13 32,5 2,53 70,00 2,93 0,41 1,28 2,25 1,91 11,39 P
Lonchocarpus cultratus (Vell.)
A.M.G.Azevedo & H.C.Lima
Fabaceae 11 27,5 2,14 50,00 2,09 0,79 2,46 2,23 2,30 13,92 St
Holocalyx balansae Micheli Fabaceae 7 17,50 1,36 50,00 2,09 1,03 3,19 2,22 2,28 22,42 C
Jacaratia spinosa (Aubl.) A.DC. Caricaceae 9 22,50 1,75 50,00 2,09 0,63 1,97 1,94 1,86 16,56 P
Campomanesia xanthocarpa (Mart.)
O. Berg
Myrtaceae 8 20,0 1,56 50,00 2,09 0,70 2,16 1,94 1,86 17,23 C
Chrysophyllum marginatum (Hook &
Arn.) Radlk.
Sapotaceae 9 22,50 1,75 60,00 2,51 0,36 1,12 1,79 1,44 13,56 P
Nectandra megapotamica (Spreng.)
Mez
Lauraceae 9 22,50 1,75 50,00 2,09 0,45 1,39 1,75 1,58 13,09 C
Endlicheria paniculata (Spreng.)
J.F.Macbr.
Lauraceae 9 22,50 1,75 50,00 2,09 0,43 1,32 1,72 1,54 13,14 C
Ocotea diospyrifolia (Meisn.) Mez Lauraceae 6 15,00 1,17 50,00 2,09 0,52 1,60 1,62 1,39 19,60 P
Cecropia pachystachya Trécul Urticaceae 6 15,00 1,17 60,00 2,51 0,21 0,64 1,44 0,91 12,64 P
Ceiba speciosa (A. St.-Hil.) Ravena Malvaceae 5 12,50 0,97 40,00 1,67 1,46 1,42 1,36 1,20 18,88 Si
Citronella paniculata (Mart.)
R.A.Howard
Cardiopteridaceae 4 12,50 0,97 50,00 2,09 0,24 0,73 1,27 0,86 13,18 St
Continua... 206
16 TABELA 1: Continuação... 207 TABLE 1: Continued... 208
Espécies Família NI DA DR
(%)
FA FR
(%)
DoA DoR
(%)
VI VC DiM GS
Prunus myrtifolia (L) Urb Rosaceae 4 10,00 0,78 30,00 1,26 0,51 1,59 1,21 1,19 21,29 Si
Lonchocarpus muehlbergianus Hassl Fabaceae 8 20,00 1,56 40,00 1,67 0,07 1,22 1,15 0,89 6,53 C
Senegalia polyphylla (DC.) Britton &
Rose
Fabaceae 3 7,50 0,58 30,00 1,26 0,47 1,47 1,10 1,03 26,45 P
Maclura tinctoria (L.) D.Don ex
Steud.
Moraceae 3 7,50 0,58 30,00 1,26 0,42 1,30 1,05 0,95 25,94 Si
Annona sylvatica A.St.-Hil. Annonaceae 4 10,00 0,78 20,00 0,84 0,39 1,22 0,94 1,00 17,90 Si
Parapiptadenia rigida (Benth.) Brenan Fabaceae 3 7,50 0,58 30,00 1,26 0,28 0,86 0,90 0,72 18,57 Si
Urera baccifera Gaudich. ex Wedd. Urticaceae 6 15,00 1,17 30,00 1,26 0,08 0,24 0,89 0,71 7,79 P
Eugenia ramboi D.Legrand Myrtaceae 4 10,00 0,78 30,00 1,26 0,17 0,52 0,85 0,65 12,97 St
Astronium graveolens Jacq. Anarcadiaceae 3 7,50 0,58 30,00 1,26 0,14 0,45 0,76 0,52 14,80 Si
Machaerium stipitatum (DC.) Vogel Fabaceae 3 7,50 0,58 30,00 1,26 0,13 0,42 0,75 0,50 14,59 Si
Schefflera calva (Charm). Frodin &
Fiaschi
Araliaceae 2 7,50 0,58 30,00 1,26 0,11 0,33 0,72 0,46 13,26 C
Jacaranda micrantha Cham. Bignoniaceae 3 7,50 0,58 30,00 1,26 0,10 0,31 0,72 0,45 12,31 P
Trichilia catigua A. Juss. Meliaceae 4 10,00 0,78 30,00 1,26 0,02 0,07 0,70 0,43 5,33 St
Myrsine umbellata Mart Myrsinaceae 3 7,50 0,58 30,00 1,26 0,09 0,26 0,70 0,43 11,88 Si
Aegiphila integrifolia (Jacq.)
Moldenke
Lamiaceae 3 10,00 0,78 20,00 0,84 0,16 0,48 0,70 0,63 12,37 P
Inga marginata Willd Fabaceae 3 7,50 0,58 30,00 1,26 0,03 0,10 0,65 0,34 7,22 Si
Mimosa bimucronata (DC.) Kuntze Fabaceae 2 5,00 0,39 20,00 0,84 0,21 0,65 0,63 0,52 20,85 P
Indeterminada 1 Indeterminada 1 1 2,50 0,19 10,00 0,42 0,36 1,13 0,58 0,66 42,97 SC
Matayba elaeagnoides Radlk Sapindaceae 1 2,50 0,19 10,00 0,42 0,36 1,11 0,57 0,65 42,65 P
Lauraceae sp1 Lauraceae 1 2,50 0,19 10,00 0,42 0,31 0,95 0,52 0,57 39,47 SC
Casearia sylvestris Sw Salicaceae 3 7,50 0,58 50,00 0,84 0,02 0,07 0,50 0,33 6,19 C
Allophylus edulis A. St.-Hill et al.)
Hieron. ex Niederl.
Sapindaceae 3 7,50 0,58 50,00 0,84 0,02 0,06 0,49 0,32 5,68 P
Peltophorum dubium (Spreng.) Taub. Fabaceae 2 5,00 0,39 20,00 0,84 0,06 0,19 0,47 0,29 11,14 Si
Plinia rivularis (Cambess.) Rotman Myrtaceae 2 5,00 0,39 20,00 0,84 0,03 0,10 0,44 0,25 9,07 St
Strychnos trinervis (Vell.) Mart Loganiaceae 2 5,00 0,39 20,00 0,84 0,03 0,09 0,44 0,24 7,96 SC
Actinostemon concolor (Spreng.)
Müll.Arg
Euphorbiaceae 2 5,00 0,39 20,00 0,84 0,03 0,09 0,44 0,24 7,96 St
Eugenia burkartiana (D.Legrand)
D.Legrand
Myrtaceae 2 5,00 0,39 20,00 0,84 0,02 0,05 0,42 0,22 6,20 C
Enterolobium contortisiliqum (Vell.)
Morong
Fabaceae 2 5,0 0,39 10,00 0,42 0,11 0,33 0,38 0,36 16,39 Si
Ocotea silvestris Vattimo-Gil Lauraceae 2 2,50 0,19 10,00 0,42 0,15 0,45 0,35 0,33 27,22 Si
Indetertminada 2 Indeterminada 2 1 2,50 0,19 10,00 0,42 0,13 0,42 0,34 0,31 26,10 SC
Zanthoxylum petiolare A.St.-Hil. &
Tul.
Rutaceae 2 5,00 0,39 10,00 0,42 0,01 0,04 0,28 0,22 5,89 C
Trema micrantha (L.) Blume Cannabaceae 1 2,50 0,19 10,00 0,42 0,06 0,19 0,27 0,19 17,45 P
Indeterminada 3 Indeterminada 3 1 2,50 0,19 10,00 0,42 0,03 0,10 0,24 0,15 13,05 SC
Solanum argenteum Dunal Solanaceae 1 2,50 0,19 10,00 0,42 0,03 0,09 0,24 0,15 12,41 P
Peritassa campestris (Cambess.)
A.C.Sm.
Celastraceae 1 2,50 0,19 10,00 0,42 0,03 0,09 0,23 0,14 11,94 SC
Calliandra foliolosa Benth Fabaceae 1 2,50 0,19 10,00 0,42 0,02 0,08 0,23 0,14 11,11 P
Trichilia casaretti C.DC. Meliaceae 1 2,50 0,19 10,00 0,42 0,02 0,07 0,23 0,14 10,82 St
Guarea macrophylla Vahl. Meliaceae 1 2,50 0,19 10,00 0,42 0,02 0,07 0,23 0,13 10,50 St
Continua... 209 210
17 TABELA 1: Continuação... 211 TABLE 1: Continued... 212
Espécies Família NI DA DR
(%)
FA FR
(%)
DoA DoR
(%)
VI VC DiM GS
Inga striata Benth Fabaceae 1 2,50 0,19 10,00 0,42 0,02 0,06 0,22 0,13 10,03 P
Cestrum bracteatum Link & Otto Solanaceae 1 2,50 0,19 10,00 0,42 0,01 0,04 0,22 0,12 8,28 P
Aspidosperma tomentosum Mart. Apocynaceae 1 2,50 0,19 10,00 0,42 0,01 0,04 0,22 0,12 8,28 C
Seguieria guaranitica Speg. Phytolaccaceae 1 2,50 0,19 10,00 0,42 0,01 0,04 0,22 0,12 7,96 P
Cordia americana (L.) Gottschling &
J.S.Mill.
Boraginaceae 1 2,50 0,19 10,00 0,42 0,01 0,03 0,22 0,12 7,48 P
Dalbergia frutescens (Vell.) Britton Fabaceae 1 2,50 0,19 10,00 0,42 0,01 0,02 0,21 0,11 6,37 Si
Miconia pusilliflora (DC.) Naudin Melastomataceae 1 2,50 0,19 10,00 0,42 0,01 0,02 0,21 0,11 5,98 Si
Pera glabrata (Schott) Poepp. ex Baill. Peraceae 1 2,50 0,19 10,00 0,42 0,01 0,02 0,21 0,11 5,73 Si
Annona neosalicifolia Schltdl. Annonaceae 1 2,50 0,19 10,00 0,42 0,01 0,02 0,21 0,11 5,57 Si
Machaerium paraguariense Hassl Fabaceae 1 2,50 0,19 10,00 0,42 0,01 0,02 0,21 0,11 5,41 Si
Eugenia florida DC. Myrtaceae 1 2,50 0,19 10,00 0,42 0,00 0,02 0,21 0,11 4,77 St
213 TABELA 2: Valores obtidos para as variáveis: densidade; diversidade de Shannon e equabilidade de Pielou em trabalhos 214 realizados em Floresta Estacional Semidecidual. Área amostrada (Área), valor de circunferência a altura do peito utilizado 215 para inclusão dos indivíduos (CAP), densidade (D), diversidade de Shannon-Wiener (H’) e equabilidade de Pielou (J’). 216 TABLE 2: Values obtained for the variables: density; Shannon’s diversity and Pielou’s equability in studies performed in 217 Seasonal Semidecidual Forest. Sampled area (Area), value of circumference at breast height used for the inclusion of 218 individuals (CAP), density (D), Shannon-Wiener’s diversity (H’) and Pielou’s equability (J’). 219
Local Área (ha) CAP (cm) D (ind/ha) H’ J’
Presente trabalho 0,40 15 1282 3,39 0,79
Fazenda Santa Irene – Itatinga – SP (IVANAUSKAS et al., 1999) 0,42 15 2271 3,77 0,82
Parque Estadual Mata dos Godoy – Londrina – PR (BIANCHINI et al., 2003) 0,5 15 1824 3,44 -
Serra do Sudeste – Camaquã – RS (JURINITZ e JARENKOV, 2003) 1 16 2236 3,2 0.76
Zona da Mata Mineira – Viçosa – MG (SILVA et al., 2004) 0,5 15 2786 3,56 0,74
Estação Ecológica do Caiuá – Diamante do Norte – PR (COSTA-FILHO et al.,
2006)
2,25 1239 3,32 0,77
Estação Ecológica do Caiuá – Diamante do Norte – PR (DEL QUIQUI et al., 2007) 4,35 16 - 3,56 -
Mata de Alcaparra – Nazaré da Mata – PE (HOLANDA et al., 2010) 1 15 1238 3,29 -
Reserva Legal da Fazenda Irara – Uberlândia – MG (PRADO-JÚNIOR et al.,
2011)
1 15 3,47 0,81
220 A espécie Euterpe edulis forma banco de plântulas no interior das florestas devido ao elevado número 221
de sementes produzidas, e por ser uma espécie clímax exige sombra em sua fase inicial de desenvolvimento, 222 porém para que a plântula obtenha sucesso, ela necessita de luz durante seu crescimento, sendo essa uma 223 condição presente em bordas de florestas, clareiras e próximo às margens dos rios (FAVRETO, 2010). As 224 clareiras normalmente têm ocorrência natural nas florestas , porém a ação antrópica leva ao aceleramento e 225 agravamento dessa perda de áreas florestais, principalmente por incêndios e pelo desbaste. Assim a abundância 226 de Euterpe edulis na RPPN Fazenda Santa Maria sugere que a mesma não está sofrendo pressão antrópica por 227 retirada de palmito, porém a presença dessa espécie em grande número dentro da mata sugere que está 228 ocorrendo o “efeito clareira”, provavelmente como resultado do antigo processo de extração de espécies e outras 229 ações humanas na área em questão. 230 Em valores muito inferiores, as espécies que apresentaram maiores densidades relativas foram o 231 Chrysophyllum gonocarpum (6,43 %), Sorocea bonplandii (5,65 %), Guarea kunthiana (5,26 %), 232 Balforoudendron riedelianum (4,09 %), Syagrus romanzoffiana (3,31 %). Além destes, destacam-se 233 Aspidosperma polyneuron e Cordia ecalyculata (2,53 %), Cabralea canjerana e Cedrela fissilis (2,34 %) e 234 ainda Alchornea triplinervia e Lonchocarpus cultratus (2,14 %). 235
Sabendo-se que a dominância expressa o espaço ocupado pela espécie na área de estudo, levando em 236 consideração a área basal da espécie (LONGHI et al., 2000), observa-se que Chrysophyllum gonocarpum, foi a 237 espécie que apresentou a maior DoR (11,10 %), assim como DoA (3,58), apesar de não ter o maior diâmetro, 238
18 pois possui um elevado número de indivíduos. Outras espécies com maior dominância relativa foram as que 239 apresentaram os maiores valores de diâmetro como é o caso de Cabralea canjerana (9,68 %), Cedrela fissilis 240 (8,08 %) e Alchornea triplinervia (7,55 %). 241
Segundo Dias-Neto (2009) a frequência absoluta (FA) demonstra a quantidade de vezes que uma 242 espécie aparece em relação a cada uma das parcelas. Assim sendo, Euterpe edulis e Chrysophyllum gonocarpum 243 aparecem em todas as parcelas (FA=100 %). Enquanto isso, 25 das 73 espécies ocorrem em apenas uma parcela. 244
Tendo como base a variável em porcentagem de valor de cobertura (VC), que leva em consideração a 245 densidade relativa e a dominância relativa das espécies, o maior valor foi obtido por Euterpe edulis (16,02 %), 246 sendo que a mais próxima foi Chrysophyllum gonocarpum, com pouco mais da metade do VC (8,76 %), mesmo 247 possuindo um número muito menor de indivíduos. Isso ocorre porque apesar de possuir, aproximadamente, 248 quatro vezes mais exemplares de Euterpe edulis, seus valores de diâmetro foram muito baixos, quando 249 comparados aos indivíduos de Chrysophyllum gonocarpum. 250
O valor de importância é formado pelos valores relativos de densidade, dominância e freqüência. Assim, 251 observa-se que o maior valor obtido pertence à espécie Euterpe edulis (12,07 %), o que se deve ao elevado 252 número e frequência dessa espécie na área de estudo, seguida pelas espécies Chrysophyllum gonocarpum (7,23 253 %), Cabralea canjerana (5,12 %), Cedrela fissilis (4,45 %) e Balfourodendron riedelianum (4,29 %), que 254 obtiveram esses valores por possuírem um número relativamente grande de indivíduos, sendo os mesmos de 255 diâmetros elevados, ou seja, possuem uma elevada dominância relativa. Em contraste, algumas espécies, como 256 Ocotea silvestris apesar de possuírem valores elevados de diâmetro, apresentaram baixo VI, devido ao pequeno 257 número de indivíduos dessas espécies (figura 3). 258
FIGURA 3: Relação do (Ni) número de indivíduos, do (VI) valor de importância e do (DiM) diâmetro médio das espécies 259 com maiores e um dos menores valores de dominância relativa. 260 FIGURE 3: Relation between (Ni) individuals number, (VI) value of importance and (DiM) average diameter of species 261 with the highest and the lowest values of relative dominance. 262 263 Classificação sucessional e diamétrica 264 Dos indivíduos encontrados na área de estudo, 47 % são classificados como climáxicos, 26 % como 265 secundários tardios, 14 % pioneiros, 13 % secundários iniciais e apenas 1 % sem classificação. 266
Como 73 % dos indivíduos amostrados foram agrupados em espécies secundárias tardias e clímax, 267 pode-se afirmar que a RPPN encontra-se em estádio secundário a clímax de sucessão (DISLISCH et al., 2001). 268 Demonstrando que apesar da ocorrência de ação antrópica anterior nessa área, ainda encontra-se em elevado 269 grau de preservação. 270
Em relação à distribuição dos indivíduos em classes de diâmetro (Figura 4) nota-se um padrão 271 decrescente, com aproximadamente 46 % dos indivíduos na primeira classe de (4,77 – 9,76) e uma grande 272 diminuição nas classes subsequentes. Essa é uma tendência bastante comum em florestas tropicais que se 273 encontram em regeneração contínua (MEYER, 1952). 274
19
FIGURA 4: Distribuição dos indivíduos entre as classes de diâmetros amostradas para a RPPN Fazenda Santa Maria, com 275 intervalo de classes de 5 cm. 276 FIGURE 4: Distribution of individuals between the diameter classes sampled for RPPN Fazenda Santa Maria, with a 277 interval of classes of 5 cm. 278 279 CONCLUSÕES 280 Observando-se que Euterpe edulis e Chrysophyllum gonocarpum se destacam com as maiores 281 frequência absoluta, relativa e densidade absoluta e Chrysophyllum gonocarpum e Cedrela fissilis se destacam 282 pela maior dominância relativa, pode se dizer que cada espécie se utiliza de estratégias diferentes para conseguir 283 sobreviver na floresta. 284 Além disso, o fato de a RPPN Fazenda Santa Maria ser classificada como uma área de floresta de 285 caráter sucessional secundário a clímax e a ocorrência de duas espécies ameaçadas de extinção, sendo elas 286 Cedrela fissilis (cedro) e Aspidosperma polyneuron (peroba-rosa) com 12 e 13 indivíduos, respectivamente, 287 apontam a área como prioritária para conservação da biodiversidade. 288 289 AGRADECIMENTOS 290
À equipe do Museu Botânico Municipal de Curitiba pelo auxilio nas identificações e Adaíldo Policena 291 pelo auxílio em campo. Ao Parque Tecnológico de Itaipu, PTI C&T/FPTI-BR, pela concessão de bolsa de 292 mestrado concedida à primeira autora, à Fundação Araucária (edital 14/2009/ convênio 223/2010), FAPESP – 293 Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (processo/grant nº 2010/17400-3), CNPq - Conselho 294 Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (processo/grant nº 562240/2010-1) pelos auxílios 295 financeiros. 296
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22 PÉLLICO NETTO, S.; BRENA, D. A. Inventário florestal. Curitiba: Editorado pelos autores, 1997. 427 PRADO-JÚNIOR, J. A.; VALE, V. S.; OLIVEIRA, A. P.; GUSSON, A. E.;NETO, O. C. D.;LOPES, S.F.; 428 SCHIAVINI, I. Estrutura da comunidade arbórea em um fragmento de Floresta Estacional Semidecidual, 429 localizada na reserva legal da Fazenda Irara, Uberlândia, MG. Bioscience Journal, Uberlândia, v. 26, n. 4, p. 430 638-647, 2011. 431 RAMOS, V. S.; DURIGAN, G.; FRANCO, G. A. D. C.; SIQUEIRA, M. F.; RODRIGUES, R. R. Árvores da 432 Floresta Estacional Semidecidual. Guia de identificação de espécies. São Paulo: Edusp-Fapesp, 2008. 320 p. 433 RIBAS, L. L. F.; ZANETTE, F.; KULCHETSCKI, L.; GUERRA, M. P. Estabelecimento de culturas assépticas 434 de Aspidosperma polyneuron. Ciência Florestal, Santa Maria. v. 13, n. 1, p. 115-122, 2003. 435 RIBEIRO M. C.; METZGER, J. P.; MATTENSEN, A. C.; PONZONI, R. K.; HOROTA, M. M. The Brazilian 436 Atlantic Forest: How much is left, and how is the remaining forest distributed? Implication for conservation. 437 Biological Conservation, Barking, v. 142, p. 1141-1153, 2009. 438 RODRIGUES, R. R.; GANDOLFI, S. Conceitos, Tendências e Ações para a Recuperação de Florestas Ciliares. 439 In: RODRIGUES, R. R. & LEITÃO-FILHO, H. F. (Eds). Matas Ciliares: Conservação e Recuperação. São 440 Paulo: EDUSP – Fapesp, 2004. 247 p. 441 RODRIGUES, W. A.; PIRES, J. M. Inventário fitossociológico, 1988. In: ENCONTRO SOBRE 442 INVENTÁRIOS FLORÍSTICOS NA AMAZONIA, 1988, Manaus. Anais... Manaus: Instituto Nacional de 443 Pesquisas da Amazônia, 1988. 5 p. 444 SANTOS, L. J. C.; OKA-FIORI, C.; CANALI, N. E.; FIORI, A. P.; SILVEIRA, C. T.; SILVA, J. M. F.; 445 ROSS, J. L. S. Mapeamento geomorfológico do Estado do Paraná. Revista Brasileira de Geomorfologia, Rio 446 de Janeiro, v. 7, p. 3-11, 2006. 447 SHEPHERD, G. J. FITOPAC 2.1.2 : Manual do usuário. Campinas: UNICAMP, 2011. 91 p. 448 SIMEPAR – SISTEMA METEOROLÓGICO DO PARANÁ, 2011. Dados de precipitação e temperatura 449 diários para a cidade de Foz do Iguaçu fornecidos sob consulta no período de 01 jan. 2010 a 01 jan. 2011. 450 SOARES, C. P. B.; PAULA-NETO, F.; SOUZA, A. L. Dendrometria e inventário florestal. Viçosa: Ed. 451 UFV. 2006. 272 p. 452 SILVA, N. R. S.; MARTINS, S. V.; MEIRA-NETO, J. A. A.; SOUZA, A. L. Composição florística e estrutura 453 de uma floresta estacional semidecidual Montana em Viçosa, MG. Revista Árvore, Viçosa, v. 28, n. 3, p. 397-454 405, 2004. 455 SOUZA, F. N.; ARAÚJO, E. J. G.; MELLO, J. M.; SCOLFORO, J. R. S.; SILVA, C. P. C. Composição 456 Florística e Estrutura de Dois Fragmentos de Floresta Estacional Semidecidual na Bacia do Rio Grande, Minas 457 Gerais. Revista Brasileira de Biociências, Porto Alegre, v. 5, supl. 2, p. 183-185, 2007. 458 STEHMANN, J. R. S.; FORZZA, R. C.; SALINO, A.; SOBRAL, M.; COSTA, D. P.; KAMINO, L. H. Y. 459 Diversidade taxonômica na Floresta Atlântica. In: STEHMANN, J. R.; FORZZA, R. C.; SALINO, A.; 460 SOBRAL, M.; COSTA, D. P.; KAMINO, L. Y. Plantas da Floresta Atlântica. Rio de Janeiro: Jardim 461 Botânico do Rio de Janeiro, 2009. 516 p. 462 TABARELLI, M.; PINTO, L. P.; SILVA, J. M. C.; HIROTA, M. M.; BEDÊ, L.C. Desafios e oportunidades 463 para a conservação na Mata Atlântica Brasileira. Megadiversidade, Belo Horizonte , v. 1, n. 1, p. 132-138, 464 2005. 465 VALCARCEL, R.; SILVA, Z. S. A Eficiência Conservacionista de Medidas de Recuperação de Áreas 466 Degradadas: Proposta Metodológica. Revista Floresta, Seropédica, v. 27, n. 1/2, p. 101-114. 2000. 467 VELOSO, H. P.; RANGEL FILHO, A. L. R.; LIMA, J. C. A. Classificação da vegetação brasileira, adaptada 468 a um sistema universal. Rio de Janeiro: IBGE, 1991. 123 p.469
23 CAPÍTULO 2:
Florística e similaridade em áreas de Floresta Estacional Semidecidual do Corredor de
Biodiversidade Santa Maria, PR.
Darlene Gris, Lívia Godinho Temponi
Universidade Estadual do Oeste do Paraná, CCBS, Rua Universitária, 2069, Cascavel, Paraná.
2 figuras
Florística do Corredor de Biodiversidade Santa Maria, PR
24 Abstract
The Atlantic Rainforest has undergone changes and severe destruction by human action,
leading to fragmentation of the natural landscape. The Biodiversity Corridors’ function is to
maintain and restore connectivity between these fragments. The Corredor de Biodiversidade
Santa Maria-PR aims to connect the Parque Nacional do Iguaçu to the edge of the lake of
Itaipu. This study aimed to evaluate the diversity of tree species and the similarity among the
studied areas of the Santa Maria Biodiversity Corridor. Therefore, we established 45 plots,
distributed in five sampling points. We have found 2164 individuals belonging to 150 species
and 47 plant families. Regarding the similarity, there was the formation of two distinct
groups, one that unites the Parque Nacional do Iguaçu, the RPPN Fazenda Santa Maria and
the remaining forest of the São José Farm, and another joining the edge areas of the Itaipu
lake and Faixa Seca and Nascentes. Despite this dissimilarity between the areas, the Corredor
de Biodiversidade Santa Maria is of great importance as the first initiative linking remnants of
the western region of Paraná.
Key-words: Atlantic Rainforest, Parque Nacional do Iguaçu, fragmentation
Resumo
A Mata Atlântica vem sofrendo modificações e destruições severas pela ação
antrópica, levando a fragmentação da paisagem natural. Os Corredores de Biodiversidade tem
a função de manter e restabelecer a conectividade entre esses fragmentos. O Corredor de
Biodiversidade Santa Maria-PR visa conectar o Parque Nacional do Iguaçu à borda do lago de
Itaipu. Com este estudo objetivou-se avaliar a diversidade de espécies arbóreas e a
similaridade entre as áreas estudadas do Corredor de Biodiversidade Santa Maria. Para tanto
foram implantadas 45 parcelas, distribuídas em cinco pontos de amostragem. Foram
encontrados 2164 indivíduos, pertencentes a 150 espécies e 47 famílias botânicas. Em relação
à similaridade, houve a formação de dois grupos distintos, um que une o Parque Nacional do
25 Iguaçu, a RPPN Fazenda Santa Maria e o remanescente florestal da Fazenda São José, e outro
que une as áreas de borda do lago de Itaipu e a Faixa Seca e Nascentes. Apesar dessa
dissimilaridade entre as áreas, o Corredor de Biodiversidade Santa Maria é de grande
importância por ser a primeira iniciativa de ligação entre fragmentos remanescentes da região
oeste do Paraná.
Palavras-chave: Mata Atlântica; Parque Nacional do Iguaçu; fragmentação.
26 INTRODUÇÃO
A Mata Atlântica, a segunda floresta mais ameaçada do planeta (atrás somente das
florestas de Madagascar) foi apontada, ao lado de outras 33 regiões localizadas em diferentes
partes da Terra, como um dos hotspots de conservação mundiais, ou seja, uma prioridade para
a conservação de biodiversidade em todo o mundo (Myers et al., 2000; Silva, 2003;
Mittermeier et al., 2004).
O bioma Mata Atlântica vem sofrendo modificações e destruições severas,
especialmente pela perda e fragmentação do ecossistema, formando manchas isoladas do
habitat original circundadas por áreas transformadas pela ação antrópica (Tanizaki-Fonseca e
Moulton, 2000; Campos, 2006). Estudos demonstram que a fragmentação da paisagem natural
afeta a quantidade e a qualidade do habitat disponível, já que aumenta o efeito de borda e o
isolamento do ecossistema e consequentemente, dificulta a sobrevivência de espécies,
especialmente aquelas endêmicas e ameaçadas de extinção. O futuro desse bioma dependerá
do manejo desses fragmentos de ecossistemas para garantir a proteção da sua biodiversidade a
longo prazo (Begon et al., 1996; Ricklefs, 1996; Hirota, 2003; Campos, 2006; Pinto et al.,
2006).
Desde 1934, com o Código Florestal, áreas destinadas à conservação ambiental estão
presentes no território brasileiro. Em 2008, o Brasil se tornou o primeiro país da América
Latina a incluir oficialmente áreas particulares como Unidades de Conservação, apresentando
500 mil hectares, distribuídos em 700 Reservas Particulares do Patrimônio Natural (RPPNs)
em todos os biomas brasileiros, a maioria localizada na Mata Atlântica (Ribeiro et al., 2009).
As regiões que concentram as maiores áreas de remanescentes florestais estão
associadas a unidades de conservação de proteção integral, como por exemplo, o Parque
Nacional do Iguaçu, que é o maior remanescente de Mata Atlântica de Interior. Porém, essas
áreas florestais remanescentes encontram-se isoladas umas das outras e a conservação da
biodiversidade dependerá da expansão da rede de áreas protegidas (Pinto et al., 2006). A
27 permanência das metapopulações depende muito de um equilíbrio entre as extinções locais e a
recolonização e esse é influenciado pela dinâmica das populações locais, pelo ambiente e pelo
modo de dispersão entre diferentes populações (Johst et al., 2002). A conexão entre áreas
próximas permitirá a sobrevivência dessas metapopulações, aumentando a variabilidade
genética pelo fluxo gênico existente (Hanski e Gilpin, 1991).
Os Corredores Ecológicos ou Corredores de Biodiversidade, são porções de
ecossistemas naturais ou semi-naturais, que tem a função de manter e/ou restabelecer a
conectividade em uma paisagem, interligando habitats isolados, possibilitando o fluxo gênico
e o movimento da biota, além de facilitar a dispersão de espécies e a recolonização de áreas
degradadas (Campos, 2006; Rocha et al., 2006). Essas áreas são formadas por diferentes tipos
de ocupação, solos, estados de preservação e, se efetivos, podem aumentar as interações
animais/plantas entre as diferentes áreas-fonte.
No Brasil, existem várias iniciativas de corredores de biodiversidade. Um destes
abrange as bacias dos rios Paraná e Iguaçu, compreendendo a Bacia do Rio Paraná III, os
Parques Nacionais da Ilha Grande e do Iguaçu (PR), o Parque Estadual do Turvo (RS), a Área
de Proteção Ambiental Federal das Ilhas e Várzeas do Rio Paraná e o Parque Estadual do
Morro do Diabo (SP) (ITAIPU, 2010). Uma parte deste corredor é o chamado Corredor de
Biodiversidade Santa Maria, que tem o intuito de conectar o Parque Nacional do Iguaçu à
mata ciliar da borda do lago de Itaipu e foi criado em uma parceria entre a Itaipu Binacional, o
Parque Nacional do Iguaçu, a Fazenda Santa Maria e a prefeitura de Santa Terezinha de Itaipu
(ITAIPU, 2010; IBAMA, 2012).
Sabe-se que, até mesmo em regiões próximas entre si, ocorre uma variação na
composição florística, principalmente em remanescentes florestais antropizados e isolados uns
dos outros. Assim, o conhecimento da vegetação dos diferentes remanescentes florestais
(Meira-Neto e Martins, 2002) como o Corredor de Biodiversidade Santa Maria permite
28 confrontar suas semelhanças e diferenças e estabelecer a identidade fitossociológica dessas
comunidades, identificando quais são as espécies mais importantes em diferentes áreas.
Desta forma, objetivou-se com esse estudo avaliar a diversidade de espécies arbóreas e
a similaridade entre as áreas estudadas do Corredor de Biodiversidade Santa Maria. Bem
como realizar uma análise fitossociológica e determinar a caracterização sucessional desses
remanescentes florestais.
MATERIAL E MÉTODOS
Área de estudo
A área ocupada pelo Corredor de Biodiversidade Santa Maria situa-se entre o Parque
Nacional do Iguaçu e a borda do lago de Itaipu, distantes cerca de 15 km um do outro. As
áreas do corredor apresentam diferentes estados de preservação que unem a borda do lago de
Itaipu nas cidades de Santa Terezinha de Itaipu e São Miguel do Iguaçu a uma porção oriental
do Parque Nacional do Iguaçu.
Foram implantadas 45 parcelas semi-permanentes de 20x20 m distantes 20 m umas
das outras, sendo nove em cada uma das cinco áreas: Parque Nacional do Iguaçu (ParNa
Iguaçu); borda do lago de Itaipu (Itaipu); RPPN Fazenda Santa Maria (RPPN); remanescente
florestal da Fazenda São José (Fazenda São José); e Faixa Seca e Nascentes do rio Bonito
(FN) (Fig. 1).
O ParNa Iguaçu é o maior remanescente de Mata Atlântica de Interior e está situado
no extremo sul do Corredor, possuindo uma área total de 185.262 hectares (Salamuni et al.,
2002). A área onde as nove parcelas foram alocadas situa-se entre as coordenadas
25°31'56.85"N 54°17'32.14"W e 25°31'57.05"N 54°17'21.97"W. Essa área é uma das mais
estreitas do ParNa Iguaçu, sendo muito utilizada como acesso rápido ao rio Iguaçu para
pesca clandestina, além de ser utilizada para caça e extração de palmito.
29
Figura 1: Áreas do Corredor de Biodiversidade Santa Maria
No extremo norte do Corredor, encontra-se a mata ciliar da Itaipu, implantada em
1979 com aproximadamente 2.900 km de extensão e uma largura média de 217 metros
(IBAMA, 2012). As nove parcelas amostradas encontram-se entre as coordenadas
25°25'20.1817"N 61°12'47.58"W e 25º40'10.33"N 54º39'47.55"W. Esta área foi reflorestada
pela Itaipu Binacional, como parte do processo de compensação pela construção do lago. A
maior parte de sua extensão é formada pelo plantio de espécies nativas e algumas frutíferas
exóticas.
O maior fragmento entre estes dois extremos do Corredor é a RPPN Fazenda Santa
Maria, com aproximadamente 242 ha. As nove parcelas foram instaladas a uma distância de
aproximadamente 200 m da trilha que atravessa a RPPN entre as coordenadas 25°29'30.49"N
54°21'30.66"W e 25°29'32.83"N 54°21'41.38W. Esta área vem sendo protegida desde o ano
de 1955 e tornou-se Unidade de Conservação no ano de 1997.
Entre o ParNa Iguaçu e a RPPN, foram alocadas também nove parcelas, entre as
coordenadas 25°31'28.32"N 54°20'00.72"W e 25°31'37.79"N 54°20'06.81"W. Esta área de
30 amostragem, situada na Fazenda São José, encontra-se a menos de 700 m da borda do ParNa
Iguaçu, com uma área de, aproximadamente, 87 ha e encontra-se sob proteção dos
proprietários da fazenda, ainda sem o status legal de área de proteção.
Entre a RPPN e a Itaipu foram implantadas nove parcelas, cinco delas entre as
coordenadas 25°29'00.84"N 54°21'16.53"W e 25°28'53.67"N 54°21'16.94"W, numa área
conhecida como Faixa Seca, e outras quatro sob as coordenadas 25°27'29.36"N
54°21'15.21"W e 25°27'32.01"N 54°21'14.36”W, na mata ciliar das nascentes do rio Bonito.
Estas duas áreas situam-se na porção norte do Corredor, na cidade de Santa Terezinha de
Itaipu, em território da Fazenda Santa Maria. A Faixa Seca foi reflorestada pela Itaipu
Binacional em parceria com a Fazenda Santa Maria a partir de maio de 2003. É formada por
uma faixa de 60 m de largura com, aproximadamente, 30 ha em toda a sua extensão. Em seu
reflorestamento foram utilizadas espécies nativas e algumas espécies exóticas frutíferas com o
intuito de atração da avifauna. Essa área une a RPPN à área de mata ciliar das Nascentes. A
mata ciliar das Nascentes é um fragmento remanescente, onde não houve reflorestamento e
espera-se a recuperação, através do abandono ou não utilização da área.
Todas as áreas amostradas pertencem à unidade morfoescultural Terceiro Planalto
Paranaense, no Planalto de Foz do Iguaçu, que possui altitudes que variam de 120 a 540 m
(Santos et al., 2006). Possuem clima subtropical úmido (Cfa) e solo do tipo latossolo
vermelho com temperatura média anual de 21,55 ºC e pluviometria anual média em torno
1803 mm,sendo que dois terços das chuvas estão distribuídas entre os meses de outubro a
março, principalmente dezembro e janeiro (Bhering e Santos, 2008; SIMEPAR, 2011). A
vegetação é predominantemente formada por Floresta Estacional Semidecidual (FES), com
áreas nativas e áreas de reflorestamento em diferentes graus de preservação.
31 Coleta e identificação das espécies
Foram incluídos na amostragem os indivíduos de porte arbóreo cuja circunferência à
altura do peito (CAP) foi igual ou superior a 15 cm (Nascimento e Viana, 1999; Rodrigues e
Gandolfi, 2004) e, para caules bifurcados, adotou-se que pelo menos um dos ramos deveria
possuir diâmetro igual ou superior a 15 cm. Os indivíduos selecionados foram numerados e
acompanhados durante 12 meses para obtenção de amostras férteis.
Quando encontrados espécimes férteis coletas foram realizadas, o material foi
identificado e preparado de acordo com técnicas usuais de herborização (Mori et al., 1989;
Bridson e Forman, 2004) e as exsicatas inseridas no Herbário da Universidade Estadual do
Oeste do Paraná (UNOP). Indivíduos encontrados apenas estéreis foram coletados,
identificados e acrescidos à coleção de referência, que consiste em amostras, etiquetadas e
acondicionadas no herbário UNOP.
Para identificação do material botânico foram utilizadas listagens florísticas regionais,
chaves de identificação, bibliografia específica (Lorenzi, 2002a; Lorenzi, 2002b; Carvalho,
2003; Lorenzi et al., 2003; Carvalho, 2006; Ramos et al., 2008; Lorenzi, 2010) e consulta a
exsicatas nos herbários UNOP e Herbário do Museu Botânico Municipal de Curitiba (MBM).
Análises fitossociológicas e classificação sucessional
As listagens foram produzidas com as famílias botânicas organizadas de acordo com o
sistema de classificação atual (APG III, 2009) e os nomes dos autores das espécies de acordo
com Lista de Espécies da Flora do Brasil (Forzza et al., 2012).
As variáveis fitossociológicas e de diversidade e equabilidade foram analisadas,
segundo Durigan (2009) e Moro e Martins (2011) e com o auxílio do Programa FITOPAC
2.1.2 (Shepherd, 2011): densidade, índice de diversidade de Shannon-Wiener (H´) e índice de
equabilidade de Pielou (J’).
32
Para determinação do estádio sucessional predominante em cada uma das áreas, as
espécies foram classificadas quanto ao grupo sucessional ao qual pertencem em: pioneiras;
secundárias iniciais; secundárias tardias e clímax, como proposto por Budowski (1965) e
adaptado por Rolim et al. (1999), Paula et al. (2004) e Carpanezzi e Carpanezzi (2006). As
espécies sobre as quais não foram encontradas citações na literatura foram consideradas “sem
caracterização”. O estádio sucessional foi classificado de acordo com Dislich et al. (2001).
Foram elaboradas matrizes com as espécies encontradas em cada parcela estudada.
Estas matrizes foram padronizadas com as diferentes informações e utilizadas para a análise
de dissimilaridade florística. Para tanto utilizou-se o índice de distância de Bray-Curtis (Pola,
2010) e a análise de agrupamento das localidades pelo método de média de grupo (UPGMA),
obtidos através do programa FITOPAC 2.1.2 (Shepherd, 2011).
RESULTADOS
Diversidade e levantamento florístico
Considerando-se as cinco áreas amostradas foram encontrados 2164 indivíduos,
pertencentes a 150 espécies e 47 famílias botânicas (Tab. 1). As cinco áreas estudadas
apresentaram densidade, diversidade e equabilidade bastante distintas (Tab. 2), o que sugere
uma heterogeneidade de ambientes. Os maiores valores de diversidade foram verificados para
a Fazenda São José e para a RPPN Fazenda Santa Maria.
Tabela 1: Famílias, espécies e número de indivíduos para as cinco áreas do Corredor de Biodiversidade Santa
Maria. Grupo sucessional (GS), Parque Nacional do Iguaçu (P), remanescente florestal da Fazenda São José (SJ),
Reserva Particular do Patrimônio Natural Fazenda Santa Maria (R), Faixa Seca e Nascentes (FN) e borda do lago
de Itaipu (I).
Família Nome científico GS P SJ R FN I
Anarcadiaceae Astronium graveolens Jacq. Si 0 0 3 1 0
Mangifera indica L.* SC 0 0 0 0 10
Schinus terebinthifolius Raddi P 0 0 0 14 0
Annonaceae Annona cacans Warm P 0 0 0 2 0
Tabela 1
33
Continuação...
Família Nome científico GS P SJ R FN I
Annona neosalicifolia H.Rainer Si 0 0 1 0 0
Annona neosericea H.Rainer P 0 0 0 0 1
Annona sylvatica A.St.-Hil. Si 1 1 4 0 3
Apocynaceae Aspidosperma polyneuron Müll.Arg. C 3 0 11 0 0
Aspidosperma tomentosum Mart. C 0 0 1 0 0
Rauvolfia sellowii Müll.Arg. P 3 0 0 0 0
Tabernaemontana fuchsiaefolia A. DC P 0 2 2 8 3
Aquifoliaceae Ilex paraguariensis A.St.-Hil. SC 0 0 0 2 0
Araliaceae Dendropanax cuneatus (DC.) Decne. &
Planch.
Si 0 0 7 10 0
Schefflera calva (Cham.) Frodin & Fiaschi C 0 0 2 0 0
Arecaceae Euterpe edulis Mart C 148 0 107 0 0
Syagrus romanzoffiana (Cham.) Glassman C 5 4 11 2 1
Bignoniaceae Handroanthus impetiginosus Mattos C 0 0 0 30 0
Handroanthus ochraceus (Cham.) Mattos C 0 0 0 0 2
Jacaranda micrantha Cham. P 1 1 3 1 11
Boraginaceae Cordia americana (L.) Gottschling &
J.S.Mill.
P 0 0 1 1 10
Cordia ecalyculata Vell. P 2 4 13 0 0
Cordia superba Cham. P 0 1 0 0 0
Cordia trichotoma (Vell.) Arráb. ex Steud. St 0 2 0 4 1
Cannabaceae Celtis fluminensis Carauta SC 0 2 0 0 1
Trema micrantha (L.) Blume P 1 0 1 6 0
Cardiopteridaceae Citronella paniculata (Mart.) R.A.Howard St 2 1 4 0 0
Caricaceae Jacaratia spinosa (Aubl.) A.DC. P 0 0 9 0 0
Casuarinaceae Casuarina equisetifolia L.* SC 0 0 0 7 0
Celastraceae Peritassa campestris (Cambess.) A.C.Sm. SC 0 0 1 0 0
Elaeocarpaceae Sloanea hirsuta (Schott) Planch. ex Benth. St 0 1 0 0 0
Euphorbiaceae Actinostemon concolor (Spreng.) Müll.Arg. St 5 1 2 0 0
Alchornea triplinervia (Spreng.) Müll.Arg. St 11 6 11 3 0
Croton floribundus Spreng. P 0 0 0 1 0
Manihot grahamii Hook. P 0 0 0 1 0
Sebastiania brasiliensis Spreng. P 0 15 0 1 0
Sebastiania commersoniana (Baill.) L.B.Sm.
& Downs
P 0 0 0 6 3
Fabaceae Anadenanthera peregrina (L.) Speg. P 0 0 0 2 10
Apuleia leiocarpa (Vogel) J.F.Macbr. Si 1 0 0 0 0
Bauhinia forficata Link P 0 0 0 0 1
Calliandra brevipes Benth. P 0 0 0 1 0
Calliandra foliolosa Benth. P 0 14 1 0 0
Cassia leptophylla Vogel P 0 0 0 1 0
Copaifera langsdorffii Desf. C 0 0 0 0 1
Dalbergia frutescens (Vell.) Britton Si 0 0 1 0 0
Enterolobium contortisiliquum (Vell.)
Morong
Si 1 0 2 1 2
Erythrina falcata Benth. P 0 1 0 0 0
Holocalyx balansae Micheli C 2 2 7 0 0
Inga marginata Willd. Si 7 5 3 8 1
Inga striata Benth. P 1 0 1 48 0
Leucaena leucocephala (Lam.) de Wit* SC 0 0 0 0 9
Lonchocarpus cultratus (Vell.)
A.M.G.Azevedo & H.C.Lima
St 0 3 10 7 0
Lonchocarpus muehlbergianus Hassl. C 0 0 7 0 0
Machaerium brasiliense Vogel Si 0 1 0 0 0
Tabela 1
34
Continuação...
Família Nome científico GS P SJ R FN I
Machaerium nyctitans (Vell.) Benth. P 0 0 0 7 0
Machaerium paraguariense Hassl. Si 0 1 1 0 0
Machaerium stipitatum Vogel Si 2 37 3 1 26
Mimosa bimucronata (DC.) Kuntze P 0 0 2 5 0
Myroxylon peruiferum L.f. P 0 1 0 0 0
Parapiptadenia rigida (Benth.) Brenan Si 6 4 2 9 32
Peltophorum dubium (Spreng.) Taub. Si 1 4 2 16 6
Piptadenia gonoacantha (Mart.) J.F.Macbr. P 0 0 0 7 0
Poincianella pluviosa (DC.) L.P.Queiroz P 0 0 0 7 0
Pterogyne nitens Tul. P 0 0 0 3 1
Schizolobium parahyba (Vell.) Blake P 0 0 0 3 0
Senegalia polyphylla (DC.) Britton & Rose P 0 0 3 25 2
Lamiaceae Aegiphila integrifolia (Jacq.) Moldenke P 2 0 4 0 0
Vitex megapotamica (Spreng.) Moldenke P 0 0 0 2 0
Lauraceae Endlicheria paniculata (Spreng.) J.F.Macbr. C 2 1 9 9 18
Nectandra megapotamica (Spreng.) Mez. C 8 17 9 0 1
Ocotea diospyrifolia (Meisn.) Mez P 3 12 6 1 5
Ocotea silvestris Vattimo-Gil Si 5 1 1 0 2
Persea americana Mill.* SC 0 0 0 0 1
Lauraceae Indet. 1 SC 1 0 0 0 0
Lauraceae Indet. 2 SC 1 0 0 0 0
Lauraceae Indet. 3 SC 0 0 1 0 0
Loganiaceae Strychnos trinervis (Vell.) Mart SC 1 1 2 0 0
Malvaceae Ceiba speciosa (A. St.-Hil.) Ravena Si 1 1 5 0 0
Guazuma ulmifolia Lam. P 0 0 0 19 0
Heliocarpus americanus L. P 2 0 0 0 0
Luehea divaricata Mart. & Zucc. Si 0 5 0 11 17
Melastomataceae Miconia pusilliflora (DC.) Naudin Si 0 0 1 0 0
Meliaceae Cabralea canjerana (Vell.) Mart. Si 7 7 11 0 0
Cedrela fissilis Vell. St 2 3 10 1 2
Guarea guidonia (L.) Sleumer P 1 0 0 0 0
Guarea kunthiana A.Juss. St 52 3 19 0 0
Guarea macrophylla Vahl St 0 0 1 0 0
Trichilia casaretti C.DC. St 0 1 1 0 0
Trichilia catigua A.Juss. St 10 9 4 0 0
Trichilia elegans A.Juss. St 2 0 0 0 0
Trichilia pallida Sw. St 1 0 0 0 0
Monimiaceae Hennecartia omphalandra J.Poiss. St 0 8 0 0 0
Moraceae Ficus insipida Willd. St 4 0 0 7 0
Maclura tinctoria (L.) D.Don ex Steud. Si 8 0 3 0 4
Sorocea bonplandii (Baill.) W.C.Burger et al. St 82 22 25 0 0
Myrsinaceae Myrsine umbellata Mart. Si 0 3 3 0 0
Myrtaceae Calyptranthes concinna DC. St 0 0 0 0 2
Campomanesia guazumifolia (Cambess.)
O.Berg
St 1 2 0 0 0
Campomanesia xanthocarpa (Mart.) O.Berg C 1 15 7 2 0
Eucalyptus polyanthemos Schauer* SC 0 0 0 0 3
Eugenia burkartiana (D.Legrand) D.Legrand C 2 0 2 0 0
Eugenia gracillima Kiaersk. SC 0 0 0 0 3
Eugenia involucrata DC. Si 0 1 0 0 1
Eugenia florida DC. St 0 0 1 0 0
Eugenia pyriformis Cambess. Si 0 4 0 4 3
Eugenia ramboi D. Legrand. St 4 2 4 0 0
Tabela 1
35
Continuação...
Família Nome científico GS P SJ R FN I
Myrcia laruotteana Cambess. SC 0 0 0 0 1
Plinia rivularis (Cambess.) Rotman St 6 1 2 0 0
Neea schwackeana Heimerl SC 0 1 0 0 0
Oleaceae Ligustrum japonicum Thunb.* SC 0 0 0 0 2
Peraceae Pera glabrata (Schott) Poepp. ex Baill. Si 0 0 1 0 0
Phytolaccaceae Seguieria guaranitica Speg. P 1 4 1 0 0
Piperaceae Piper amalago L. SC 2 0 0 0 0
Rhamnaceae Hovenia dulcis Thunb.* SC 0 0 0 0 57
Rosaceae Eriobotrya japonica (Thunb.) Lindl.* SC 0 0 0 0 1
Prunus myrtifolia (L.) Urb. Si 0 4 4 0 15
Rutaceae Balfourodendron riedelianum (Engl.) Engl. St 4 11 18 0 0
Citrus X aurantium L.* SC 21 8 0 0 2
Citrus deliciosa Ten.* SC 0 0 0 0 2
Citrus limonia Osbeck* SC 0 0 0 0 4
Helietta apiculata Benth. P 0 0 0 0 10
Pilocarpus pauciflorus A.St.-Hil. St 1 0 0 10 0
Pilocarpus pennatifolius Lem. St 3 1 0 0 0
Zanthoxylum caribaeum Lam. SC 2 0 0 0 0
Zanthoxylum petiolare A.St.-Hil. & Tul. C 0 3 2 0 0
Zanthoxylum rhoifolium Lam. P 0 0 0 0 1
Salicaceae Casearia decandra Jacq. Si 1 4 0 0 0
Casearia gossypiosperma Briq. P 0 0 0 8 0
Casearia sylvestris Sw. C 2 2 3 15 50
Sapindaceae Allophylus edulis (A.St.-Hil. et al.) Hieron. ex
Niederl.
P 1 7 3 4 4
Cupania vernalis Cambess. Si 0 7 0 0 1
Diatenopteryx sorbifolia Radlk. Si 2 13 0 0 2
Matayba elaeagnoides Radlk. P 0 1 1 11 3
Sapotaceae Chrysophyllum gonocarpum (Mart. & Eichler
ex Miq.) Engl.
C 8 23 25 0 0
Chrysophyllum marginatum (Hook. & Arn.)
Radlk.
P 4 8 9 0 0
Solanaceae Cestrum bracteatum Link & Otto P 0 0 1 0 0
Solanum argenteum Dunal P 0 1 0 0 0
S. Indet 1 SC 0 1 0 0 0
Urticaceae Cecropia pachystachya Trécul P 3 5 6 50 4
Urticaceae Urera baccifera (L.) Gaudich. ex Wedd. P 0 1 6 0 0
Indet 1 Indet 1 SC 0 1 0 0 0
Indet 2 Indet 2 SC 0 1 0 0 0
Indet 3 Indet 3 SC 0 1 0 0 0
Indet 4 Indet 4 SC 0 1 0 0 0
Indet 5 Indet 5 SC 0 0 1 0 0
Indet 6 Indet 6 SC 0 0 1 0 0
Indet 7 Indet 7 SC 0 0 1 0 0
Indet 8 Indet 8 SC 0 0 0 1 0
* Espécies exóticas do Brasil
36 Tabela 2: Tamanho da área amostral (Área), circunferência a altura do peito utilizada como critério de inclusão
(CAP), valores de densidade (D), diversidade de Shannon-Wiener (H’) e equabilidade de Pielou (J’) para as
cinco áreas amostradas no Corredor de Biodiversidade Santa Maria, PR, bem como os valores obtidos em outros
trabalhos realizados em remanescentes de FES.
Presente trabalho
Local Área (ha) CAP (cm) D (ind/ha) H’ J’
Fazenda São José 0,36 15 950 3,65 0,87
RPPN Fazenda Santa Maria 0,36 15 1258 3,45 0,81
Faixa seca e Nascentes 0,36 15 1152 3,40 0,86
Itaipu 0,36 15 1352 2,90 0,73
ParNa Iguaçu 0,36 15 1297 2,72 0,67
Outros trabalhos realizados em FES
Local/Referência Área (ha) CAP (cm) D (ind/ha) H’ J’
Fazenda Santa Irene – Itatinga – SP (IVANAUSKAS
et al., 1999)
0,42 15
2271 3,77 0,82
Parque Estadual Mata dos Godoy – Londrina – PR
(BIANCHINI et al., 2003)
0,5 15 1824 3,44 -
Serra do Sudeste – Camaquã – RS (JURINITZ e
JARENKOV, 2003)
1 16 2236 3,2 0.76
Zona da Mata Mineira – Viçosa – MG (SILVA et al.,
2004)
0,5 15 2786 3,56 0,74
Estação Ecológica do Caiuá – Diamante do Norte – PR
(COSTA-FILHO et al., 2006)
2,25 1239 3,32 0,77
Estação Ecológica do Caiuá – Diamante do Norte – PR
(DEL QUIQUI et al., 2007)
4,35 16 - 3,56 -
Mata de Alcaparra – Nazaré da Mata – PE
(HOLANDA et al., 2010)
1 15 1238 3,29 -
Reserva Legal da Fazenda Irara – Uberlândia – MG
(PRADO-JÚNIOR et al., 2011)
1 15 - 3,47 0,81
Todas as espécies que ocorreram com maior frequência são nativas da área de estudo,
sendo elas: Syagrus romanzoffiana; Jacaranda micrantha; Inga marginata; Machaerium
stipitatum; Parapiptadenia rigida; Peltophorum dubium; Endlicheria paniculata; Ocotea
diospyrifolia; Cedrela fissilis; Casearia sylvestris; Allophylus edulis e Cecropia
pachystachya que ocorreram nas cinco áreas amostradas. E: Annona sylvatica;
Tabernaemontana fuchsiaefolia; Alchornea triplinervia; Enterolobium contortisiliquum;
Nectandra megapotamica; Ocotea silvestris; Campomanesia xanthocarpa e Matayba
elaeagnoidesque foram registradas em quatro áreas.
37 Classificação sucessional das áreas
Em relação à porcentagem de indivíduos em cada grupo sucessional (Tab. 3), pode-se
observar que as áreas RPPN Santa Maria e ParNa Iguaçu apresentaram a maior parte dos
indivíduos distribuídos entre as classes sucessionais mais elevadas (secundárias tardias e
clímax).
Já a Fazenda São José possui uma predominância de indivíduos pertencentes às classes
iniciais (pioneiras e secundárias iniciais), o que também ocorre nas áreas FN e Itaipu, que são
resultantes de reflorestamentos.
Tabela 3: Porcentagem de indivíduos de cada grupo sucessional para cada uma das cindo áreas de estudo do
Corredor de Biodiversidade Santa Maria. Pioneiras (P); Secundárias iniciais (Si); Secundárias tardias (St);
Clímax (C) e Sem Caracterização (SC). Parque Nacional do Iguaçu (ParNa); remanescente da Fazenda São José
(Fazenda São José); RPPN Fazenda Santa Maria (RPPN); Faixa Seca e Nascentes (FN) e borda do lago de Itaipu
(Itaipu). Os maiores valores obtidos para cada uma das áreas encontram-se negritados.
ParNa Fazenda São
José
RPPN FN Itaipu
P 5% 23% 16% 59% 13%
Si 10% 30% 13% 17% 25%
St 40% 22% 25% 8% 1%
C 39% 20% 45% 14% 15%
SC 6% 5% 1% 2% 46%
Similaridade florística
O dendrograma (Fig. 2) de similaridade florística entre as áreas do Corredor de
Biodiversidade Santa Maria evidencia a formação de dois grupos distintos, um que une o
ParNa Iguaçu, a RPPN e a Fazenda São José, e outro que une as áreas Itaipu e a FN.
Observa-se que a área mais similar ao ParNa Iguaçu é a RPPN (41 espécies em
comum), seguida da área da Fazenda São José (38 espécies em comum com o ParNa Iguaçu e
43 com a RPPN). Além disso, a distribuição do número de indivíduos entre as espécies
assemelha-se bastante entre as três áreas, principalmente entre a RPPN e o ParNa Iguaçu,
como pode ser constatado pelo abundância das espécies Guarea kunthiana e Euterpe edulis,
38 que são dominantes apenas nessas duas áreas. Enquanto as áreas reflorestadas, FN e Itaipu,
foram constatadas como muito diferentes do ParNa Iguaçu, uma vez que foram reflorestadas
com espécies pouco frequentes nos demais fragmentos estudados.
Figura 2: Dendrograma de similaridade florística das cinco áreas analisadas para o Corredor de Biodiversidade
Santa Maria. Parque Nacional do Iguaçu (ParNa Iguaçu), RPPN Fazenda Santa Maria (RPPN), remanescente da
Fazenda São José (Fazenda São José), Faixa Seca e Nascentes (FN) e borda do lago de Itaipu (Itaipu).
DISCUSSÃO
Diversidade e levantamento florístico
Observa-se que as todas as áreas apresentaram valores próximos para densidade, com
exceção da Fazenda São José que demonstrou a menor densidade dentre as áreas do Corredor.
Em outros trabalhos realizados em FES (Ivanauskas et al., 1999, Bianchini et al., 2003,
Jurinitz e Jarenkov, 2003, Silva et al., 2004, Costa-Filho et al., 2006; Holanda et al., 2010), os
valores variaram entre 1238 e 2786 ind./ha (Tab. 2). Todas as áreas estudadas apresentaram
valor de densidade coerente com os valores observadas nos outros trabalhos, excetuando-se a
Fazenda São José que foi representada por um valor abaixo dessa faixa apresentada.
39
Muitas das espécies encontradas apresentam baixa frequência na área de estudo. Das
150 espécies encontradas, 67 ou cerca de 45% destas ocorrem em apenas uma das cinco áreas.
Além disso, muitas espécies (27) com de baixa ocorrência foram encontradas apenas na Itaipu
e na Faixa Seca do Corredor. Estas áreas foram reflorestadas recentemente e estes resultados
sugerem que estas espécies não ocorrem naturalmente na região estudada.
Desta forma, excetuando Citrus X aurantium, que ocorre em quase todas as áreas
amostradas as demais espécies exóticas brasileiras encontram-se distribuídas entre as áreas
reflorestadas: Faixa Seca do Corredor (Casuarina equisetifolia), e Itaipu (Citrus deliciosa,
Citrus limonia, Eriobotrya japonica, Eucalyptus polyanthemos, Hovenia dulcis, Leucaena
leucocephala, Ligustrum japonicum, Mangifera indica, Persea americana e Psidium
guajava), com destaque para a Psidium guajava e a Hovenia dulcis que estão entre as mais
representativas e frequentes nessa área, com 127 e 57 indivíduos, respectivamente. Deve ser
considerado ainda que sete destas 10 espécies já foram relatadas com espécies exóticas
invasoras (Instituto Horus, 2012). Além disso, Handroanthus impetiginosus e Guazuma
ulmifolia foram introduzidas na região e ocorrem em elevado número de indivíduos na Faixa
Seca.
A ocorrência de espécies exóticas apenas nesse trecho do Corredor se deve à carência
de estudos florísticos e fitossociológico anteriores e norteadores aos projetos de
reflorestamento. A abundância de algumas destas espécies apontam a necessidade de manejo,
principalmente de espécies com potencial invasor (como Casuarina equisetifolia, Hovenia
dulcis, Leucaena leucocephala, Ligustrum japonicum e Psidium guajava) para que a
contaminação biológica em áreas preservadas seja evitada (Ziller, 2001; Rodolfo et al., 2008).
Quanto à diversidade (Tab. 2) os valores amostrados para a Fazenda São José, RPPN e
FN encontram-se dentro da faixa obtida para outros remanescentes de mesma formação
vegetacional (3,20 e 3,77), porém os valores obtidos para o ParNa Iguaçu e para a Itaipu estão
abaixo dos apresentados. Isso provavelmente se deve a dominância de Psidium guajava na
40 Itaipu e das espécies Euterpe edulis, Guarea kunthiana e Sorocea bonplandii no ParNa
Iguaçu. O mesmo ocorre para a equabilidade em relação ao ParNa Iguaçu, já que os valores
encontrados por outros autores em áreas de FES variaram entre 0,74 e 0,82. Por outro lado, as
áreas da Fazenda São José e FN apresentaram valores maiores que os encontrados na
literatura (Ivanauskas et al., 1999; Bianchini et al., 2003; Jurinitz e Jarenkov, 2003; Silva et
al., 2004; Costa-Filho et al., 2006; Del Quiqui et al., 2007; Holanda et al., 2010; Prado-Júnior
et al., 2011).
Sabe-se que a heterogeneidade ambiental é muito importante para a diversidade de
uma determinada área e segundo a Teoria do Distúrbio Intermediário proposta por Connell
(1978) uma maior diversidade de espécies é mantida por níveis intermediários de perturbação,
assim, distúrbios de intensidade moderada podem promover um aumento na heterogeneidade
ambiental, onde espécies colonizadoras (principalmente pioneiras) coexistiriam com espécies
de estádios mais avançados, aumentando a diversidade biológica. A RPPN e a Fazenda São
José apresentaram respectivamente 27 e 25 espécies que não foram encontradas no ParNa
Iguaçu, a maior parte dessas espécies (18 e 17) são pioneiras e secundárias iniciais, as quais
ocorrem em maior número em áreas de clareira ou de borda, evidenciando que essa maior
diversidade amostrada para essas duas áreas se deve a fragmentação das mesmas e a
conseqüente ampliação dos distúrbios sobre essas áreas com ventos e abertura de clareiras,
levando ao aumento do número de espécies pioneiras e secundárias iniciais.
Classificação sucessional da área
O ParNa Iguaçu e a RPPN foram às áreas mais preservadas do Corredor de
Biodiversidade Santa Maria, uma vez que apresentaram, respectivamente, 79 e 70 % dos
indivíduos entre as classes: secundária tardia e clímax, demonstrando que estas encontram-se
em elevado estádio sucessional.
41
A Fazenda São José encontra-se em estádio intermediário de sucessão, com 52 % de
seus indivíduos entre as classes sucessionais secundárias iniciais e tardias. Essa área
apresentou forte ação antrópica antes de sua preservação, o que pode ser comprovado pela
ausência de espécies como Euterpe edulis e Aspidosperma polyneuron. Assim, essa alta
porcentagem de indivíduos intermediários deve-se ao estado de regeneração em que a área se
encontra, após o inicio de sua preservação.
As outras duas áreas (FN e Itaipu) encontram-se em estádio inicial de sucessão. A FN
apresentou 59 % dos indivíduos pertencentes ao grupo das pioneiras e a Itaipu apresentou 38
% entre as classes: pioneiras e secundárias iniciais. Isso deve-se ao fato de que as espécies
utilizadas no reflorestamento pertencem a estes grupos sucessionais como estratégia para
aumentar a chance de sucesso do procedimento.
Similaridade florística
Sabe-se que diversos fatores abióticos afetam diretamente a distribuição e a dinâmica
das populações vegetais (Viana e Pinheiro, 1998), como o clima (Willians-Linera et al.,
1998), a qualidade do solo (Espírito-Santo et al., 2002), a ocorrência de distúrbios (Nunes et
al., 2003), além da proximidade de corpos d’água, da pluviometria e do grau de preservação
da área.
A similaridade entre os remanescentes (Fig. 2) evidenciou que o ParNa Iguaçu e a
RPPN são as áreas mais similares e estas são também as maiores e mais conservadas áreas do
Corredor. As duas compartilham um total de 41 espécies, sendo que quatro ocorreram
exclusivamente nessas áreas.
Observa-se que Euterpe edulis foi a espécie de maior abundância nas áreas da RPPN e
ParNa Iguaçu, sendo que a ocorrência da mesmo em elevado número é uma característica
natural da espécie (Lorenzi, 2002). Apesar de ocorrer em grande número em áreas de clareira
(Favreto, 2010), Euterpe edulis é uma espécie clímax, o que indica que as áreas em que ela
42 ocorre se encontram em elevado estádio sucessional. E esta agregação da mesma no ParNa e
na RPPN, assim como de Guarea kunthiana e Sorocea bonplandii também pode estar
relacionada a diminuição do número de dispersores decorrente da caça e da fragmentação das
florestas (Redford, 1992), já que sabe-se que estas áreas analisadas já sofreram intensa ação
antrópica. Outra espécie clímax que merece destaque é Aspidosperma polyneuron que é uma
árvore de ocorrência natural rara que por possui uma madeira de ótima qualidade é muito
procurada pela indústria moveleira. Dentre as cinco áreas amostradas, as únicas com
ocorrência de Euterpe edulis e Aspidosperma polyneuron foram a RPPN e o ParNa Iguaçu,
sendo essas, as duas áreas mais preservadas do Corredor de Biodiversidade Santa Maria.
Provavelmente o fato destas espécies não terem sido encontradas em nenhuma das outras três
áreas deve-se a sua extração clandestina, que ocorria e ainda ocorre em grande escala.
O remanescente da Fazenda São José apesar de possuir uma proximidade com o ParNa
Iguaçu, foi constatado como mais similar a RPPN, sendo que essas áreas compartilham 43
espécies, das quais 10 não ocorrem no ParNa Iguaçu. Provavelmente isso se deve ao fato de
serem fragmentos menores e possuírem uma mata em regeneração onde os efeitos de borda e
clareira são muito mais freqüentes.
Já a FN e a Itaipu foram consideradas muito diferentes do ParNa Iguaçu, isso porque
essas são extensões, que em sua maioria, foram reflorestadas através do plantio de espécies
em baixa diversidade, sendo muitas delas exóticas.
Apesar da dissimilaridade entre as áreas analisadas, a iniciativa da conexão entre o
ParNa Iguaçu e a Itaipu é valida para a preservação da flora existente e para permitir que o
fluxo gênico entre espécies consideradas raras nestes fragmentos possam se manter ou mesmo
se reestabelecer. Vale ressaltar ainda que as espécies exóticas encontradas em áreas do
Corredor ainda não foram encontradas nas áreas estudadas e, portanto o manejo das mesmas
deve ser incentivado como medida de preservação destes fragmentos florestais remanescentes.
43
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50 ANEXOS
CAPÍTULO 1: DIVERSIDADE DE ESPÉCIES ARBÓREAS NA RPPN FAZENDA
SANTA MARIA, SANTA TEREZINHA DE ITAIPU – PR
- Organizado de acordo com as normas da Revista Ciência Florestal
CAPÍTULO 2: FLORÍSTICA E SIMILARIDADE EM ÁREAS DE FLORESTA
ESTACIONAL SEMIDECIDUAL DO CORREDOR DE BIODIVERSIDADE SANTA
MARIA, PR
- Organizado de acordo com as normas da Revista Brazilian Journal of Biology
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