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1 UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO JOÃO DEL REI PRÓ-REITORIA DE ENSINO DE GRADUAÇÃO BACHARELADO INTERDISCIPLINAR EM BIOSSISTEMA DAYANE ESTER MORAES DE PAULA Modelo Baseado em Inteligência Artificial para a Predição Mensal de Chuva na Cidade de Sete Lagoas Sete Lagoas - MG 2017

DAYANE ESTER MORAES DE PAULA Modelo Baseado em ... bib... · O presente trabalho apresenta uma revisão bibliográfica relacionada ás Redes Neurais Artificiais (RNAs) e ... com as

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO JOÃO DEL REI

PRÓ-REITORIA DE ENSINO DE GRADUAÇÃO

BACHARELADO INTERDISCIPLINAR EM BIOSSISTEMA

DAYANE ESTER MORAES DE PAULA

Modelo Baseado em Inteligência Artificial para a Predição Mensal de Chuva na

Cidade de Sete Lagoas

Sete Lagoas - MG

2017

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO JOÃO DEL REI

PRÓ-REITORIA DE ENSINO DE GRADUAÇÃO

BACHARELADO INTERDISCIPLINAR EM BIOSSISTEMA

DAYANE ESTER MORAES DE PAULA

Modelo Baseado em Inteligência Artificial para a Predição Mensal de

Chuva na Cidade de Sete Lagoas

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado

ao curso de Bacharelado Interdisciplinar em

Biossistema da Universidade Federal de São

João Del Rei como requisito parcial para

obtenção do título de bacharel em Biossistema

Orientador: Dr. Leandro Mendes de Souza.

Sete Lagoas - MG

2017

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Universidade Federal de São João Del-Rei

Campus Sete Lagoas - CSL

Bacharelado Interdisciplinar em Biossistemas

DAYANE ESTER MORAES DE PAULA

Trabalho de Conclusão de Curso em Bacharelado Interdisciplinar em Biossistemas intitulado

Modelo Baseado em Inteligência Artificial para a Predição Mensal de Chuva na Cidade

de Sete Lagoas, aprovada pela banca examinadora constituída pelos seguintes professores:

Aprovada em 17/ 02 /2017

____________________________________________________

Kassílio José Guedes Membro Titular da Banca

____________________________________________________

Weler Walace dos Santos Membro Titular da Banca

___________________________________________________

Leandro Mendes de Souza Orientador

Sete Lagoas - MG

2017

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AGRADECIMENTOS

Quero agradecer primeiramente a Deus, pelo dom da vida por me abençoar, iluminar

meu caminho e minhas decisões. Obrigada senhor por me permitir chegar ate aqui. A minha

família que me fortalece e esta sempre ao meu lado. Meus pais, Elizabete e João Eudes pela

confiança, amor, paciência. Aos meus irmãos Eudes Rodolfo e Luís Gustavo, pela amizade e

carinho. Ao Herbert pelo carinho e companheirismo e a todos os meus familiares. Aos amigos

de longa data. As meninas da Republica, pela vivência, paciência e troca de experiência. As

novas amizades construídas, que fizeram essa trajetória se tornarem mais divertida, a todos o

meu muito obrigado. Agradeço em especial, ao Prof. Dr. Leandro Mendes de Souza, por sua

compreensão e atenção, pelos conhecimentos transferidos e orientação durante esse trabalho.

Sete Lagoas - MG

2017

5

RESUMO

O presente trabalho apresenta uma revisão bibliográfica relacionada ás Redes Neurais

Artificiais (RNAs) e trata também da importância de obter informações relativas à estimativa

de chuva na região de Sete Lagoas. Para elaborar tal estimativa, o trabalho utiliza RNAs

buscando obter informações a respeito do regime de chuvas da região, utilizando como

plataforma o software livre SCILAB versão 5.5.0. Com os dados históricos de precipitação na

cidade de Sete Lagoas, obtidos em estação meteorológica da EMBRAPA (Empresa Brasileira

de Pesquisa Agropecuária), referentes ao período de 1960 a 2011, foi obtido um modelo

baseado em Inteligência Artificial que consegue prever precipitações um mês à frente

apresentando erro médio de aproximadamente 65,62 mm mensais.

.

PALAVRA-CHAVE: Chuva, Predição, Redes Neurais Artificiais.

Sete Lagoas – MG

2017

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO........................................................................................................7

2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA....................................................................................9

3.MATERIAL E MÉTODOS.........................................................................................12

4. RESULTADO E DISCUSSÃO..........................................................................................14

5. CONCLUSÃO....................................................................................................................18

6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..............................................................................20

Sete Lagoas - MG

2017

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1. Introdução

A agricultura é uma atividade extremamente dependente do regime de chuvas na região de

cultivo. Quando ocorrem períodos longos com ausência de precipitação, surgem

consequências como a falta de água para consumo humano e para as criações, sendo essa uma

das principais causas da baixa qualidade de vida no meio rural. Causando impactos

socioeconômicos principalmente nas regiões áridas e semi-áridas, que correspondem a 13%

do território brasileiro (Silva, 1993).

O conhecimento de distribuição e das variações da chuva, tanto temporal quanto espacial,

é importante para subsidiar estudos hídricos e o seu planejamento, no ciclo hidrológico. A

precipitação representa a principal variável de entrada de água nos biossistemas, o que é

extremamente importante para estudos estratégicos associados ao planejamento do meio

ambiente, geração de energia, manejo da agricultura (Oliveira, 2011).

As chuvas naturais durante sua ocorrência têm distribuição irregular tanto temporalmente

quanto espacialmente, apresentando consideráveis alterações em termos de intensidade. As

precipitações pluviométricas de maior intensidade e com grande frequência podem elevar os

riscos, como a ocorrência da erosão do solo, inundações, perdas agrícolas, além de

problemas em reservatórios (Oliveira, 2011).

A ausência de água em certos períodos pode comprometer seriamente algumas atividades

agrícolas. Isso é bastante critico na fase de produção de sementes ou grãos. Um estresse

hídrico nessa fase provoca alta esterilidade, reduzindo muito a produção final, Em outras

atividades como, por exemplo, a fenação, é de suma importância que não haja chuvas durante

o processo. A ocorrência e a amplitude dos veranicos são aleatórias, porém o estudo em geral

com mais de 30 anos de dados, permite estabelecer períodos mais prováveis de ocorrência de

estiagem, dando maior segurança às atividades agrícolas. (Alcântara, 1999).

“As chuvas no Estado de Minas Gerais são oriundas de vários sistemas atmosféricos,

como as frentes frias de origem polar, caracterizadas pela ocorrência de chuvas de longa

duração e baixa intensidade; as frentes quentes e úmidas, vindas da região amazônica. A

precipitação anual no Estado de Minas Gerais varia entre cerca de 650 e 2100 mm, e o pico

das chuvas ocorre no mês de Janeiro” (Guimarães, 2009).

A cidade de Sete lagoas está situada no centro-oeste do estado de Minas Gerais e possui

uma população estimada em 2016 de 234.221 habitantes. A mesma possuía em 2010 uma

população de 214.152 habitantes, apresentando crescimento de mais de 20.000 habitantes em

6 anos. A área da unidade territorial em 2015 era de 3.536,644 km² e a densidade demográfica

8

em 2010 de 398,32 (hab/km²) segundo dados do IBGE. A cidade possui um sistema de

abastecimento público de água que é de responsabilidade do SAAE (Serviço Autônomo de

Água e Esgoto).

Para predição da chuva e o uso de modelos matemáticos é uma forma prática e

relativamente precisa para determinação do valor a ser aplicado em projetos, sendo útil para

localidades desprovidas de informações pluviométricas. Dessa forma, podemos transformar as

redes neurais em um modelo matemático, para determinar a predição.

As Redes Neurais Artificiais (RNAs) possuem diversas aplicações relacionadas com a

ciências da natureza, com as ciências humanas, aplicadas em diferentes áreas como, por

exemplo, mercado financeiro, composição musical, psicologia, medicina na área de

engenharia de alimentos e no sistema de predição de chuva.

“As Redes Neurais Artificiais são sistemas computacionais que procuram reproduzir o

modo de raciocínio do cérebro humano, seu modelo matemático baseia-se no conceito de

estrutura neural de seres inteligentes que adquirem conhecimento por meio de experiências

”(Minim,2013)

Os pesquisadores Mc-Cullock e Pitts (Ebe, 90) realizaram o primeiro trabalho com

Redes Neurais Artificiais no ano de 1943. As informações adquiridas desse trabalho foram

extremante importantes para as futuras pesquisas e a implantação de sistemas computacionais

e a criação modelos matemáticos (Schop,2007) descreve as Redes Neurais afirmando que

essas utilizam as adaptações do cérebro humano sendo considerado máquinas para modelar a

maneira como um cérebro ira aprender uma função ou tarefa interesse.

RNAs são técnicas computacionais que apresentam um modelo matemático inspirado

na estrutura neural de organismos inteligentes e que adquirem conhecimento através da

experiência, sendo sistemas inspirados nos neurônios biológicos e na estrutura massivamente

paralela do cérebro, com capacidade de adquirir, armazenar e utilizar conhecimento

experimental (Carvalho, 2006). O esquema de uma rede neural é apresentado na figura 1.

Redes Neurais Artificiais são geralmente utilizadas para detectar complexidades que

não são percebidas pelos seres humanos, sendo especialmente usadas para encontrar soluções

genéricas para os problemas. Dessa forma, o objetivo desse trabalho foi realizar simulações

no programa computacional SCILAB, para determinar de chuva.

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Figura 1– Esquema de uma Rede Neural – Fonte: http://www.cerebromente.org.br

2. Revisão de Literatura

Sabe-se que cerca de 70% do planeta Terra é coberto por água porem apenas 2% desse

valor corresponde a água doce, desses 2% cerca de 97% encontra-se no subsolo, formando

grandes reservatórios, denominados aquíferos ( Helbel, 2011)

A água proveniente das chuvas podem sofrer alterações climáticas. Podemos assim

entender a importância e a urgência de atitudes que possam prevenir a destruição do meio

ambiente. Alguns dos fatores é a poluição do ar, a chuva ácida, o efeito estufa, entre outros.

Alguns fatores são naturais como correntes marítimas, efeito estufa, efeitos climáticos e

outros causados pelo homem, como poluição do ar, chuva acida entre outros (Petrin, 2014).

Os agrotóxicos são geralmente usados na agricultura em busca de resultados mais rápidos

e expressivos e para sanar as pragas das lavouras. Esses agrotóxicos usados nas lavouras

ficam no solo e com as chuvas são levados aos lençóis freáticos prejudicando a qualidade das

águas e consequentemente dos seres vivos que dela dependem, podendo contaminar também

animais que serão consumidos (Silva, 1993).

Muitas vezes, a água desses lençóis freáticos contaminados é usada na agricultura,

contaminando as lavouras, água que é também usado no consumo humano. Serão utilizadas

Redes Neurais Artificiais para tentar prever o comportamento das chuvas na região de Sete

10

Lagoas. Tais redes fundamentam-se na estrutura de transmissão do impulso nervoso do

neurônio (Feneda,2006).

O neurônio é uma célula do cerebro humano composto pelo corpo, dendritos e axônio,

cuja principal função é colecionar, processar e disseminar sinais elétricos (Feneda 2006). Os

estímulos recebidos em um determinado período de tempo são captados pelos dendritos e em

seguida, são levados ao corpo do neurônio, sendo assim processados. Quando tais estímulos

atingem um determinado limite, o corpo da célula envia novo impulso que se propaga pelo

axônio e é transmitido às células vizinhas por meio de sinapses. Este processo pode se repetir

em várias camadas de neurônios.

As Redes Neurais Artificiais (RNA) possuem componentes físicos essenciais para a

sua formação, que são as conexões e elementos de processamento e não físicos padrões que

são dados de entrada da rede e funções que são modelos matemáticos utilizados no

treinamento e reconhecimentos de padrões (Cardon, 1994). Na figura 2 está presente o

esquema de uma rede neural.

Figura 2: Esquema de um neurônio artificial. Fonte: Edberto Ferneda (2006).

Na figura 2, “n” representa a quantidade de conexões de entrada, ligado por meio de

pesos “pi”a um somatório que, por sua vez, é conectado à função de ativação. Tal função tem

objetivo de definir se o impulso será ou não transmitido para os neurônios subsequentes.

As redes neurais artificiais na maioria das vezes, se diferenciam pela sua arquitetura e

pesos associados às conexões. A arquitetura das redes neurais restringe o tipo de problema no

qual a rede poderá ser utilizada (Ferneda, 2006).

11

Assim, de forma resumida, “Redes neurais é o nome dado a um conjunto de métodos

matemáticos e algoritmos computacionais especialmente projetados para simular o

processamento de informações e aquisição de conhecimento do cérebro humano”, segundo

(Cerqueira, et all,2001).

Segundo (Minim, 2013), as RNAs tem arquitetura de um parâmetro decisivo na sua

concepção, restringindo o tipo de problema que pode ser estudado. Sendo dividido pelo

número de camadas que pode haver e em relação às conexões.

“Independentemente do algoritmo usado para treinar RNAs, a atenção voltada para a

inicialização e ajuste de pesos é fundamental para a convergência, problemas que geralmente

acontece em padrões de treinamento. Algoritmos de aprendizagem são utilizados para ajustar

os valores de peso, backpropagation (BP) é o mais popular, com base no método gradiente

descendente, é eficiente para treinar RNAs. No entanto, este algoritmo é sensível a mínimos

locais e requer ajustes no coeficiente de aprendizagem” (Tissot, et all).

Segundo (Tissot, et all), o método backpropagation foi proposto em 1986 por

Rumelhart, Hinton e Willian, sendo um procedimento de aprendizagem para redes

feedforward de múltiplas camadas. Basicamente, o procedimento de aprendizagem utiliza

vetores que mapeiam um conjunto de entradas para um conjunto de saídas. O aprendizado é

realizado por ajuste iterativo dos pesos da rede, buscando minimizar as diferenças entre a

saída atual e a saída desejada.

Redes de camada única são aquelas que têm um nó entre qualquer entrada e qualquer

saída da rede. Nas redes de múltiplas camadas existe mais de um neurônio entre alguma

entrada e alguma saída da rede.

Para programar os algoritmos que utilizam RNAs para gerar os resultados desse

trabalho foi utilizado o software SCILAB. “O SCILAB é um software para computação

científica e visualização, gratuito, com códigos fontes aberto e interface para linguagem,

permitindo a solução de problemas numéricos” (Filho, 2010, apud, Minas gerais, 2015).

Segundo (Filho, 2010), o programa computacional SCILAB possui algoritmos baseados

em representações e estruturas específicas de dados, podendo ser a forma de vetores,

polinômios e matrizes. Sendo executados através de expressões aritméticas e esboçados

através de gráficos, bidimensional ou tridimensional. Foi desenvolvido um algoritmo para a

solucionar de problemas numéricos utilizando o SCILAB que é um programa gratuito sendo

disponível na internet.

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3. Material e Métodos

Os estudos foram realizados sobre a base de dados fornecidos pela EMBRAPA - Milho e

Sorgo, com informações de precipitação na cidade de Sete Lagoas, entre os períodos 1960 a

2011, considerando todos os anos, meses e dias. Na cidade de Sete Lagoas, a EMBRAPA

possui estações meteorológicas para extrair dados climáticos. Tais dados foram utilizados

nesse trabalho como padrões de entrada/saída da RNA.

Com os dados da precipitação de todos os anos do intervalo supracitado e com o auxilio

do algoritmo criado no software SCILAB, separou-se a precipitação em grupos de trinta (30)

dias, para representação de cada mês existente na série temporal. A precipitação mensal,

representada na figura 3, foi obtida a partir do somatório dos valores de precipitação dos 30

dias do mês. Esse procedimento foi realizado porque o objetivo do trabalho é obter valores

mensais de precipitação e não diários, uma vez que realizar a predição diária exige um maior

número de informações.

Figura 3: Precipitação por mês. Fonte: Dayane Ester (2016)

Em seguida, foi criado um algoritmo que transformasse o vetor de dados mensais de

precipitação em uma matriz que em seguida se tornaria vetores de a entrada das RNAs e outro

vetor deslocado temporalmente, que se tornaria a saída da RNA. No processo de

aprendizagem da RNA, cada coluna da matriz de entrada corresponderia a um elemento do

vetor de saída podendo ser representado pela figura 4.

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Figura 4: Esquema de vetores e matrizes , Fonte Dayane Ester (2017)

Dessa forma, foi criado um conjunto de padrões de dados de chuva. Esses padrões

foram utilizados para realizar diversos treinamentos com objetivo de testar empiricamente as

topologias da RNA que seriam mais adequadas para o problema. Para isso, também foi

necessário construir um algoritmo que constitui uma RNA. Tal algoritmo foi estabelecido de

forma flexível, permitindo que o número de entradas e de neurônios da camada escondida

pudessem ser alterados, permitindo assim o teste de diversas topologias de Redes Neurais

Artificiais. Entende-se por topologia, a constituição da RNA, ou seja, seu número de entradas,

de neurônios na camada escondida e número de saídas.

Com o algoritmo construído para a determinação da precipitação, foi montada uma

tabela na qual se alterava a quantidade de neurônios da camada escondida e número de

estradas da rede neural. Foram utilizados quinhentas épocas de treinamento (quantidade de

iterações pelas quais o algoritmo apresenta todos os padrões à RNA e ajusta os pesos para

cada padrão) para obter os dados. A taxa de aprendizagem utilizada na RNA foi de

0,0000001. Essa taxa corresponde os fatores que pondera o tamanho do passo dado pelo

método do gradiente descente, utilizado para ajustar os pesos. Na tabela 1 estão presentes os

valores do erro acumulado para tais variações, ou seja, para diversas topologias de Redes

Neurais Artificiais.

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Tabela 1: Valores de erros acumulados para cada topologia de RNA testada

Neurônio 3 5 7 9 11 13 15 17

Entrada

2 1.0x10

6 1.1 x10

6 2.9 x10

6 1.5 x10

6 1.2 x10

6 7456187.4 5.8 x10

6 2.9 x10

6

3 1.1 x106 1.5 x10

6 7.382x10

8 4.2 x10

6 2.6 x10

6 9.2 x10

6 1.4 x10

6 1.5 x10

6

4 7.2. x105 1.0 x10

6 1.3 x10

6 1.1 x10

6 1.7 x10

6 2.2 x10

6 1.3 x10

6 1.9 x10

6

5 2.2 x106 3.0 x10

6 2.2 x10

6 2.6 x10

6 1.13x10

8 8.3 x10

6 5.2 x10

6 2.0 x10

6

6 1.5 x106 1.2 x10

6 1.2 x10

6 1.1 x10

6 2.2 x10

6 1.5 x10

6 9.6 x10

6 ____

7 1.5 x106 2.1 x10

6 1.2 x10

6 3.23x10

8 1.1 x10

6 1.8 x10

6 4.3 x10

6

Sendo assim, o melhor resultado foi aquele com o número de entrada da rede igual a

quatro e com o número de neurônios da camada escondida igual a três, pois essa é a estrutura

de RNA que possui um menor erro encontrado na tabela 1. Vale ressaltar que a topologia com

7 entradas e 11 neurônios na camada escondida e a topologia com 6 entradas e 17 neurônios

na camada escondida não forneceram valores de erro porque tais estruturas não convergiram

para um mínimo durante o treinamento, apresentado erro que tende a infinito.

4. Resultado e Discussão

Observamos através da tabela 1 que algumas combinações de “entrada/quantidade de

neurônios” não tiveram resultado. Isso se da devido à falta de convergência do método

Gradiente Descendente para um ponto de mínimo, assim a sua tendência é atingir o infinito,

não sendo gerada nenhuma saída. Os melhores resultados foram obtidos com redes neurais

que possuem quatro entradas, sendo que cada entrada possui um mês a menos do valor de

precipitação, totalizando quatro meses de atraso, com os valores dos meses anteriores a rede

neural fornece o valor de precipitação de chuva no mês futuro. Por exemplo, se forem

utilizados os valores de precipitação de janeiro, fevereiro, março e abril, na entrada da RNA,

em sua saída teremos o valor de precipitação para o mês de maio, conforme a figura 4.

Dessa forma, é obtido o modelo para a precipitação utilizado de uma rede neural artificial,

ou seja, para a determinação da predição futura, usaram-se os valores dos meses anteriores

(somatório de 30 dias), para cada quatro valores de entrada, teremos uma saída , conseguindo

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então determinar o valor da predição no mês futuro, assim sucessivamente para todo o

conjunto de dados. Tal metodologia pode ser explicada pelo esquema da figura 5.

Figura 5: Esquema de funcionamento da RNA. Fonte: Dayane Ester ( 2017)

Com os valores de número da camada escondida igual a três e número de entradas da rede

igual a quatro, mantendo o número máximo de épocas (kmax) igual a 500, e alfa (taxa de

aprendizagem) igual a 0.000001 foram gerados gráficos de comparação e de erro acumulado.

O erro médio é dado pela média da diferença entre os valores calculados e reais. Sendo

calculado equação 1.

eq.1

Na equação temos:

EM: Erro médio;

Sc: Saída Calculada;

Sd:Saída desejada;

n: Número de padrões.

Os dados de precipitação acumulada foram divididos em dois conjuntos, sendo o

primeiro conjunto usado para o treinamento que consiste no ajuste dos pesos das redes

neurais. No processo de treinamento são apresentados à RNA o conjunto de padrões para

ajustar os pesos. O processo de ajuste é iterativo e cada coluna da matriz de entrada

corresponde a um elemento do vetor de saída. O passo a passo do treinamento é apresentado a

seguir:

1. Apresentar um padrão (coluna da matriz de entrada) à RNA;

2. Calcular a saída da RNA para esse padrão de entrada;

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3. Comparar o valor de saída calculado pela RNA, com o valor real (elemento do vetor

de saída);

4. Fazer a retropropagação do erro, ajustando os pesos da RNA por meio do método do

gradiente descendente (Backpropagation);

5. Realizar os passos de 1 a 4 para cada um dos padrões;

6. Repetir os passos de 1 a 5 até completar o número máximo de épocas de treinamento;

O segundo conjunto de dados foi utilizado para fazer a validação do modelo obtido.

No processo de validação são apresentados os valores de entrada para a RNA e as saídas da

RNA são calculadas. Para verificar se o treinamento foi eficiente ou não, os valores

calculados na validação são comparados com os valores reais. Sendo assim, caso o modelo

ajuste adequadamente a rede para os dados de validação sendo treinado com o conjunto de

treinamento, tal modelo é considerado valido. A figura 6 apresenta o ajuste do modelo aos

dados de treinamento e a figura 7 apresenta o ajuste do modelo aos dados de validação. Cujo

valor obtido para o conjunto de validação é de 65,62 mm de chuva por mês. Vale ressaltar

que nenhuma informação a respeito dos dados de validação é apresentada à RNA durante o

processo de treinamento, pois são conjuntos distintos.

Figura 6: Comparação entre precipitação real e calculada no treinamento. Fonte:

Dayane Ester (2016)

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Figura 7: Resultado de predição de chuva para dados de validação. Fonte: Dayane Ester

(2016)

No algoritmo desenvolvido para realizar a predição, foi também inserida a equação1 para

cálculo do erro médio do sistema. Para o teste no qual foi obtida a figura 6, o valor do erro

médio foi de 65,62mm de chuva por mês. Tais erros ocorrem no período de maior intensidade

de chuvas. No caso de Sete Lagoas de outubro a março. A média de chuvas nesses meses é de

aproximadamente 198,67 mm, conforme dados de Climate-Data. Considerando o valor do

erro médio mensal em torno de 65,62mm, temos uma precisão do modelo em torno de

33,02%. Esse valor pode ser considerado razoável para um modelo construído apenas com

dados históricos de chuva, sem considerar outros fatores. Existem modelos estatísticos, como

os avaliados em (Mello e Silva, 2008), que apresentam valores de erros superiores a 30% no

período chuvoso, mesmo utilizando outras variáveis para auxiliar na predição.

Para realizar a predição de chuva no longo prazo, pode-se utilizar uma metodologia na

qual os valores dos quatro meses conhecidos foram inseridos no modelo para determinar o

valor do mês futuro (quinto mês) cujos valores de precipitação não eram conhecidos. Esse

quinto mês torna-se parte dos padrões de entrada e auxilia na predição do sexto mês (também

inicialmente sem valores de precipitação conhecidos). E assim sucessivamente, por um longo

período, até que a rede desse um valor de erro muito grande que será desconsiderado. A figura

18

8 apresenta o esquema de predição para longo prazo. Nesse caso, ocorre a realimentação do

modelo com dados obtidos na saída do próprio modelo.

Figura 8 – Metodologia de realimentação. Fonte: Dayane Ester (2016)

5. Conclusão

Foi verificado que fatores climáticos podem alterar a taxa de precipitação. Tais alterações

dependem de diversos fatores, tais como, umidade, pressão, frentes frias, etc. Isso dificulta a

realização da predição de chuvas, pois aumenta o número de variáveis a serem consideradas.

O desafio desse trabalho foi realizar a predição utilizada somente os valores passados de

chuva na cidade de Sete Lagoas.

A metodologia de predição foi baseada em utilizar valores passados de precipitação

mensal para se determinar valores futuros. Com essa metodologia, foi encontrado um erro

médio para a série histórica de chuvas mensais, com predição de um mês a frente igual a

65,62mm. A vantagem dessa metodologia consiste em utilizar apenas informações referentes

a valores históricos de precipitação. Por outro lado, a predição poderia ser mais precisa se

considerasse também series históricas de umidade, velocidade de ventos, temperaturas, dentre

outros fatores que possam influenciar o regime de chuvas. Porém, a obtenção de séries

históricas desses outros dados nem sempre está disponível, sendo mais comum a

disponibilização de séries temporais de chuva.

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As redes neurais mostraram-se capazes de aprender a respeito do comportamento

dinâmico das precipitações na região, fornecendo indicações a respeito da intensidade das

chuvas. Sua grande vantagem consiste em sua habilidade de aprender automaticamente

apenas com uso de padrões de entrada e saída gerados com dados da série histórica, sem ser

necessário que o usuário compreenda as equações que regem o sistema como um todo.

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6. Referência Bibliográfica

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em 14 de fevereiro de 2017 às 17:20.

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