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De Volta para o Futuro: a percepção pública da clonagem reprodutiva, da clonagem terapêutica e das células-tronco Flavia Natércia da Silva Medeiros Laboratório de Estudos Avançados em Jornalismo (Labjor) – Unicamp O termo ‘clone’ tem uma longa evolução e curiosa história, que remete ao início do século XX. Em 1903, o botânico e melhorista Herbert Webber buscou na língua grega um termo adequado, klón, para designar plantas que se reproduzem vegetativamente. Cada uma delas, no lugar de representar um indivíduo, são “partes transplantadas de um mesmo indivíduo, e na hereditariedade e em todos os sentidos biológicos e fisiológicos tais plantas são o mesmo indivíduo” (Mittwoch, 2002). Nesse sentido, clones são comuns e não dependem da intervenção humana para surgir. Amebas se clonam ao se dividir; diversas das plantas que servem de alimento para humanos se clonam, reproduzindo-se por brotamento ou pela emissão de novas raízes: maçãs, batatas, bananas, cana-de-açúcar, abacaxis, aspargos, alho, dentre outras. Em mamíferos, a formação de gêmeos idênticos é considerada um tipo de clonagem (Di Berardino & McKinnell, 1997). Ao longo do século, o termo clone e seu derivado, clonagem, foram adquirindo novos e diferentes significados, que podem ser classificados em quatro categorias: 1) o original, isto é, um nome coletivo para indivíduos descendentes de um único organismo por reprodução assexuada; 2) culturas de células derivadas de uma única célula; 3) animais produzidos pela substituição do núcleo de um oócito pelo núcleo diplóide de uma célula somática e 4) a multiplicação de genes e outras seqüências de DNA (Mittwoch, 2002). No entanto, o significado adotado pela maioria das pessoas, tudo indica, retém o sentido original de cópia de xerox, que emergiu numa época em que, juntamente com as leis de Mendel, disseminou-se a noção de que um organismo se encontrava totalmente ‘contido’ no genótipo nuclear. 1

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De Volta para o Futuro: a percepção pública da clonagem

reprodutiva, da clonagem terapêutica e das células-tronco

Flavia Natércia da Silva Medeiros

Laboratório de Estudos Avançados em Jornalismo (Labjor) – Unicamp

O termo ‘clone’ tem uma longa evolução e curiosa história, que

remete ao início do século XX. Em 1903, o botânico e melhorista

Herbert Webber buscou na língua grega um termo adequado, klón, para

designar plantas que se reproduzem vegetativamente. Cada uma delas,

no lugar de representar um indivíduo, são “partes transplantadas de um

mesmo indivíduo, e na hereditariedade e em todos os sentidos

biológicos e fisiológicos tais plantas são o mesmo indivíduo” (Mittwoch,

2002). Nesse sentido, clones são comuns e não dependem da

intervenção humana para surgir. Amebas se clonam ao se dividir;

diversas das plantas que servem de alimento para humanos se clonam,

reproduzindo-se por brotamento ou pela emissão de novas raízes:

maçãs, batatas, bananas, cana-de-açúcar, abacaxis, aspargos, alho,

dentre outras. Em mamíferos, a formação de gêmeos idênticos é

considerada um tipo de clonagem (Di Berardino & McKinnell, 1997).

Ao longo do século, o termo clone e seu derivado, clonagem,

foram adquirindo novos e diferentes significados, que podem ser

classificados em quatro categorias: 1) o original, isto é, um nome

coletivo para indivíduos descendentes de um único organismo por

reprodução assexuada; 2) culturas de células derivadas de uma única

célula; 3) animais produzidos pela substituição do núcleo de um oócito

pelo núcleo diplóide de uma célula somática e 4) a multiplicação de

genes e outras seqüências de DNA (Mittwoch, 2002). No entanto, o

significado adotado pela maioria das pessoas, tudo indica, retém o

sentido original de cópia de xerox, que emergiu numa época em que,

juntamente com as leis de Mendel, disseminou-se a noção de que um

organismo se encontrava totalmente ‘contido’ no genótipo nuclear.

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Para “simplificar a mensagem” ou “aumentar o impacto sobre o

público” de diversos feitos biotecnológicos, os próprios cientistas

apresentam os seres resultantes da transferência nuclear como ‘clones’.

E clones são consideradas cópias, sentido que nutre tanto esperanças

quanto pesadelos: o de cópia (Mittwoch, 2002)1. A idéia de rebanhos

geneticamente idênticos foi reiterada na imprensa, embora os próprios

pesquisadores do Instituto Roslin tenham insistido em dizer que, para

multiplicação de ovelhas, não haveria nada melhor que o “velho e bom

sexo”. Afinal, a reprodução ‘natural’ é muito mais eficiente. Uma vez

que clones já fazem parte do imaginário popular, alimentado sobretudo

por livros e filmes de ficção científica — nos quais prevalecem visões

distópicas e clones degenerados—, o termo remete a imagens

conhecidas. Além disso, já se tornou parte da cultura, sendo usado para

designar operações, em geral fraudulentas, ilícitas, de cópia: clonagem

de cartões de crédito, placas de automóvel, telefones celulares. A

conotação do termo, portanto, que foi incorporada na cultura geral

também é negativa.

A sobreposição do termo clonagem com a expressão transferência

nuclear de célula somática se consumou definitivamente quando o

nascimento do primeiro mamífero “clonado” a partir de uma célula

adulta, a ovelha Dolly, foi anunciado ao mundo em 1997. A possibilidade

de seres humanos serem submetidos à técnica foi imediatamente

levantada, suscitando debate público, político, jurídico. O horror

1 Por exemplo, na matéria “Clonada ovelha com gene humano”, publicada na FSP em 25 jul. 1997 com base em informações veiculadas pelas agências internacionais, afirma: “Os cientistas que assombraram o mundo em fevereiro com a clonagem de Dolly anunciaram ontem ter gerado Polly, um clone de ovelha que possui genes humanos. O objetivo da nova técnica é obter rebanhos de animais capazes de produzir substâncias úteis em tratamentos médicos [...].” Primeiro, o reforço do assombro. Depois, a meta de gerar rebanhos, cuja matriz imaginária repousa na noção de fotocópia, que na própria matéria é desmentida posteriormente — e em diversas ocasiões, inclusive em livro, pelos pesquisadores envolvidos: “[...] a equipe diz que não vai produzir clones em massa . “Só vamos fazer alguns poucos. Vamos fazer reprodução natural para obter o número necessário, porque esse método é mais efetivo”, disse Ron James, diretor-executivo da PPL Therapeutics.”

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despertado pela idéia de humanos produzidos em série fez surgirem e

se espraiarem ondas de banimento à transferência nuclear.

No entanto, para os cientistas, a técnica tinha potencialidades

muito vastas. Poderia ser usada em conjunto com a engenharia genética

para criar animais capazes de produzir substâncias de interesse

farmacêutico. Poderia ser empregada na produção de órgãos para

transplante em animais como os porcos. Poderia ajudar na luta contra a

extinção de diversas espécies animais. Por isso, os pesquisadores logo

passaram a separar a clonagem animal, que seria útil, da clonagem

humana, considerada desnecessária e arriscada demais.

A aplicação mais promissora da transferência nuclear a seres

humanos, porém, está na produção de células-tronco embrionárias sob

medida para qualquer pessoa. Essas células podem ser induzidas a

formar diversos tecidos do organismo, e seriam utilizadas no

tratamento de doenças ou lesões a tecidos e órgãos. Para salvar a

possibilidade de produzir células-tronco embrionárias do banimento à

“clonagem”, em janeiro de 1998 foi introduzida no debate a expressão

‘clonagem terapêutica’, distinta da ‘clonagem reprodutiva’.

Mas a clonagem terapêutica não tardou a ser considerada

problemática. Mais que a expressão, a necessidade de destruição de

embriões para extração das células-tronco embrionárias se tornou

objeto de uma polêmica que se estende até os dias de hoje. Recebeu

pouca atenção por parte da mídia, em parte porque tardou a mostrar

resultados, e estes acabaram se revelando falsos. Em parte também foi

ofuscada pelos resultados obtidos com células-tronco embrionárias em

diversos modelos animais e células-tronco adultas em seres humanos.

As células-tronco têm recebido grande atenção da imprensa desde

1998, quando foram isoladas e cultivadas as primeiras linhagens

humanas. Não se encontram, porém, livres de controvérsia, devido à

necessidade de manipulação (instrumentalização?) de embriões.

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Em que medida essas distinções terão surtido efeito sobre a

percepção do público? No Reino Unido, Gaskell et al. (2003) afirmam

que: “Em 1999, constatamos que a clonagem de animais era

amplamente rejeitada. No entanto, quando a clonagem é empregada

numa aplicação considerada útil, as pessoas se mostram dispostas a

descontar os riscos e afirmar seu apoio”. Bauer (2005), por sua vez,

observou que os prestige papers cultivaram, ao longo da década de

1990, a distinção entre biotecnologias verdes (agrícolas e ambientais —

alimentos transgênicos, biocombustíveis, biofertilizantes,

biorremediação) e biotecnologias vermelhas, ligadas a aplicações

médicas e diagnósticas. Com o tempo, a distinção surtiu algum efeito,

angariando apoio às vermelhas, em oposição à resistência suscitada

pelas verdes, embora a cobertura da imprensa tenha mudado mais que

a percepção do público.

Na União Européia, o uso de técnicas de clonagem para produzir

embriões para pesquisa com células-tronco e futuras aplicações

médicas também se tornou objeto de controvérsia. “Antigos debates

éticos sobre o status do embrião e a moralidade dos cientistas

pesquisando nesse campo se reacenderam e foram sistematicamente

combatidos pelo argumento de que essa pesquisa poderia produzir

diversos benefícios médicos, incluindo o tratamento de doenças

neurológicas degenerativas” (Grabner et. al, 2001).

Nos Estados Unidos, de acordo com Nisbet (2005) a ênfase dada

às células-tronco embrionárias e suas promessas no noticiário a partir

de 1998 parecem ter contribuído para o aumento do apoio às pesquisas

com o passar dos anos. Mas o apoio do público varia de acordo com a

fonte de células-tronco (de embriões supranumerários a embriões

‘reconstruídos’ por transferência nuclear) mencionada numa pergunta

(Nisbet 2004).

No Brasil, apesar de diversos atores sociais virem se

confrontando em debates públicos e na arena midiática, a percepção

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pública sobre esses temas permanece em larga medida desconhecido,

exceção feita a enquetes de opinião realizadas por sites da Internet e

jornais. Este trabalho visa ao conhecimento, por meio de questionários,

da percepção do público geral da cidade de Campinas sobre a clonagem

reprodutiva, a clonagem terapêutica e as células-tronco.

Método

Para realizar uma primeira aproximação da percepção pública da

clonagem e das células-tronco que tem a população da cidade de

Campinas, procedeu-se à elaboração de um questionário. Inicialmente

formado por questões abertas, foi transformado num questionário

fechado, no qual o público seria apenas convidado a escolher entre

alternativas, formato mais adequado à proposta de abordar o público

em ‘itinerários diretos’ (Roqueplo, 1974).

Além de dados como idade, sexo, escolaridade e profissão, a

pesquisa buscou conhecer a religião das pessoas e a relação delas com

a religião na vida cotidiana. Nos Estados Unidos, Nisbet (2005)

observou uma grande influência do posicionamento ideológico e da

religião sobre as respostas do público norte-americano a questões sobre

células-tronco. Além disso, a Igreja, sobretudo a Católica, tem sido

chamada a se pronunciar no debate público sobre a pesquisa com

embriões e o início da vida. Assim, resolveu-se incluir a religião entre os

dados a serem levantados.

Trata-se de uma pesquisa de percepção de fluxo, que depende da

disposição em responder da população que transita por espaços

públicos. Não é necessário, para tanto, estabelecer porcentagens

determinadas para as variáveis demográficas (idade, sexo, profissão,

religião), garantindo que a amostra possa refletir a distribuição

demográfica nacional, regional ou local.

O questionário propriamente dito se divide em três blocos. O

primeiro é voltado à clonagem reprodutiva, o segundo às células-tronco

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e o terceiro à clonagem terapêutica. Depois de um teste feito no

terminal de Barão Geraldo, a opção ‘não sabe’ foi acrescentada como

possibilidade de resposta (v. anexo 1).

Ao longo dos meses de fevereiro e março de 2007, uma equipe de

5 pesquisadores interpelou com o questionário a população que transita

por quatro terminais: Barão Geraldo, Vida Nova, Padre Anchieta e

Central. As entrevistas foram feitas ao longo de todo o dia, sem horários

preferenciais. Por isto foram escolhidos como sítios de coleta de dados

os terminais de ônibus: os pesquisadores podiam aproveitar os

intervalos entre os ônibus para abordar as pessoas. A idade mínima dos

respondentes foi de 13 anos.

Resultados

Os questionários iniciais sobre clonagem e células-tronco foram

respondidos por 760 cidadãos. Predominaram as mulheres (53,03%);

homens representaram 46,97%. A faixa etária que se estende dos 16

aos 24 anos foi a mais freqüente (figura 1):

Figura 1. Distribuição dos respondentes por faixa etária.

Distribuição dos respondentes por faixa etá ria

3,16

37,63

16,8422,11

11,05

5,66 3,55

05

10152025303540

< 16 16-24anos

25-29anos

30-39anos

40-49anos

50-59anos

60 oumais

Faixas etá rias

Fre

qüência

rel

ativa

(%

)

6

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Quanto ao nível de instrução, foram mais freqüentes o ensino

médio/superior incompleto, o fundamental incompleto e o fundamental

(figura 2):

Figura 2. Nível de instrução dos respondentes.

Distribuição da população por nível de instrução

4,6111,97

23,82

47,76

11,050,39 0,39

0102030405060

analfabeto

/prim

ário

com

ple

to

prim

ário

com

ple

to/g

inásio

incom

ple

to

gin

ásio

incom

ple

to/c

ole

gia

l

incom

ple

to

cole

gia

l

com

ple

to/s

uperior

incom

ple

to

superior

com

ple

to

pós-g

raduação

não r

espondeu

Nível de instrução

Fre

qüência

rela

tiva (%

)

A religião predominante foi a católica, mas ateus e evangélicos

também alcançaram porcentagens expressivas (figura 3):

Figura 3. Distribuição dos respondentes por credo.

Distribuição dos respondentes por credo

Católica; 47,11

Evangélica; 18,94

não tem; 21,97

Espírita; 2,76

Outros; 9,22

Católica

Evangélica

não tem

Espírita

Outros

7

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A maioria disse freqüentar a Igreja regularmente (38,68%), mas

30,39% não vão e 17,37% vão à Igreja de vez em quando (figura 4):

Figura 4. Freqüência com que a população vai à Igreja.

Freqüência com que vai à Igreja

1,84

37,5

3,29

17,249,08

30,39

0,6605

10152025303540

diar

iamen

te

regu

larm

ente

men

salm

ente

de vez

em qua

ndo

raramen

te

não va

i

não re

spon

deu

Respostas

Fre

qüência

rela

tiva (%

)

Praticantes (47,89%) foram ligeiramente mais freqüentes que

não-praticantes de alguma das religiões (figura 5):

Figura 5. Freqüência de praticantes e não-praticantes das religiões.

Considera-se praticante?

47,89 45,13

4,87 2,11

0

10

20

30

40

50

60

sim não mais ou menos não respondeu

Respostas

Fre

qüência

rela

tiva (%

)

8

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Foi também alta a porcentagem de pessoas que disse seguir as

orientações da Igreja na vida; 33,82, porém, disseram não seguir e

14,6% apenas “mais ou menos” (figura 6):

Figura 6. Freqüência com que a população segue as orientações

religiosas na vida diária.

Segue orientações da Igreja na vida diá ria?

46,32

33,82

14,6

5,13

0

10

20

30

40

50

sim não mais ou menos não respondeu

Respostas

Fre

qüência

rela

tiva (%

)

Somente 16,45% dos respondentes disseram nunca ter ouvido

falar em clonagem reprodutiva (figura 7):

Figura 7. Freqüência com que a população ouviu falar em clonagem

reprodutiva.

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J á ouviu falar em clonagem reprodutiva?

82,63

16,45

0,920

102030405060708090

sim não não sabe

Respostas

Fre

qüência

rela

tiva (%

)

A maioria dos respondentes identificou a clonagem reprodutiva

como “uma técnica para fazer cópias genéticas de animais e pessoas”.

Parte do público disse não saber o que é, parte apontou outras

definições (figura 8):

Figura 8. Definição de clonagem reprodutiva.

Clonagem reprodutiva é

13,02 10,79

56,45

6,5813,16

0102030405060

técnica paraajudar a ter

filhos

técnica paradecifrar ocódigo

genético

técnica paracopiar

pessoas eanimais

nenhuma dasalternativas

não sabe

Respostas

Fre

qüência

rela

tiva (%

)

Quanto à identidade do clone em relação ao doador de núcleo na

transferência nuclear de célula somática, os respondentes ficaram,

10

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principalmente, divididos entre “parecido” e “totalmente igual”, e

pouco mais que 10% optaram por “diferente” (figura 9):

Figura 9. Identidade do clone em relação ao doador de núcleo na

transferência nuclear.

Identidade do clone em relação ao doador

37,541,84

10,13 6,971,58 1,98

05

1015202530354045

tota

lmente

igual

pare

cid

o

difere

nte

não s

abe

únic

o

nenhum

a

das

altern

ativas

Respostas

Fre

qüência

rela

tiva (%

)

O principal veículo citado como fonte de informações sobre a

clonagem reprodutiva foi a televisão sozinha (48,16%). Mas também

devem ser citados TV/jornal (7,63%), nenhum (6,45%) e jornal (5,66%).

Quanto à clonagem reprodutiva, 29,21% dos respondentes se

declararam contrários. Moderados, favoráveis e neutros alcançaram

proporções semelhantes. Menos de 10% deixaram de se posicionar ou

se disseram indiferentes (figura 10):

Figura 10. Posição dos respondentes em relação à clonagem

reprodutiva.

11

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Posição quanto à clonagem reprodutiva

29,21

9,87

16,0518,16 17,5

9,21

0

5

10

15

20

25

30

35

contrária indiferente Neutra moderada favorável não sabe

Respostas

Fre

qüência

rela

tiva (%

)

Para a maioria, as pesquisas com clonagem reprodutiva devem

ser controladas ou monitoradas. Liberação total e proibição/restrição

foram indicadas com menor freqüência (figura 11):

Figura 11. Posição dos respondentes quanto às pesquisas com

clonagem reprodutiva.

Pesquisas com clonagem reprodutiva devem ser

15,39

7,89

37,9

18,1615,13

5,53

05

10152025303540

proibida

s

restritas

controlada

s

mon

itora

das

liber

adas

não sa

be

Respostas

Fre

qüência

rela

tiva (%

)

Menos de 30% dos respondentes se disseram contrários à

clonagem reprodutiva, mas a perda de um ente querido não foi

considerada pela maior parte dos entrevistados como motivo suficiente

para clonar um ser humano ou um animal. Mas a rejeição não foi total:

12,5% fariam um clone “com certeza” e 11,84% optaram por

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“depende”. Dos que explicaram o “depende”, a maioria distinguiu entre

a clonagem animal e a humana (figura 12):

Figura 12. Freqüência com que os respondentes clonariam ou não um

ente querido.

Se perdesse um ente querido, faria um clone?

12,5

72,5

11,843,16

0

10

20

30

40

50

60

70

80

com certeza de jeito nenhum depende não sabe

Respostas

Fre

qüência

rela

tiva (%

)

Mais de 80% dos respondentes já tinham ouvido falar em células-

tronco (figura 13):

Figura 13. Freqüência com que a população disse ter ouvido falar em

células-tronco.

J á ouviu falar em células-tronco?

83,82

14,21

1,970

102030405060708090

sim não não sabe

Respostas

Fre

qüência

rela

tiva (%

)

As células-tronco são o assunto de que o público mais disse ter

ouvido falar e a maioria (51,32%) se disse favorável a elas. 66,71% dos

respondentes identificaram as células-tronco como “células que podem

13

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formar diversos tecidos do corpo”, mas 20,66% não souberam

responder (figura 14):

Figura 14. Definição de células-tronco:

O que são células-tronco?

7,631,18 0,79

66,71

3,03

20,66

01020304050607080

célulasanimais quecompõem o

tronco

células queparecemtroncos

célulasvegetaisque dãosuporte

células quepodemformar

diversostecidos do

corpo

nenhumadas

alternativas

não sabe

Respostas

Fre

qüência

rela

tiva (%

)

A televisão foi a fonte de informações sobre células-tronco mais

freqüentemente citada pelos respondentes. Mas a proporção dos que

citam a TV como fonte de informação sobre as células-tronco, 34,34%, é

menor do que a proporção obtida para a clonagem reprodutiva

(48,16%). Também merecem destaque os que não ouviram falar do

assunto em nenhum meio e os que citaram a escola ou a faculdade.

A maioria dos entrevistados se disse favorável às células-tronco,

mas 17,5% não souberam se posicionar e uma parcela expressiva se

declarou moderada (figura 15):

Figura 15. Posição quanto às células-tronco.

14

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Posição quanto às células-tronco

3,68 5,799,08

12,63

51,32

17,5

0

10

20

30

40

50

60

contrária indiferente neutra moderada favorável não sabe

Respostas

Fre

qüência

rela

tiva (%

)

Como aconteceu em relação às pesquisas com clonagem

reprodutiva, a maioria acha que as pesquisas com células-tronco devem

ser controladas. Somente 29,61% disseram que devem ser liberadas —

mesmo assim, foi o dobro da porcentagem obtida para a clonagem

reprodutiva (15,13%). Uma proporção ligeiramente maior acha que as

pesquisas devem ser controladas. E é também expressiva a opção pelo

monitoramento (figura 16):

Figura 16. Posição dos respondentes quanto à pesquisa com células-

tronco.

Pesquisas com células-tronco devem ser

3,55 3,29

30,26

17,5

29,61

15,79

05

101520253035

proibida

s

restritas

controladas

mon

itora

das

liber

adas

não sa

be

Respostas

Fre

qüência

rela

tiva (%

)

A clonagem terapêutica é desconhecida de 80,79% dos

entrevistados (figura 17):

Figura 17. Freqüência com que os respondentes ouviram falar em

clonagem terapêutica.

15

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J á ouviu falar de clonagem terapêutica?

12,63

80,79

6,58

0102030405060708090

sim não não sabe

Respostas

Freqüência

rela

tiva (%

)

Diferentemente das células-tronco e da clonagem reprodutiva, a

clonagem terapêutica é amplamente desconhecida. Pouco mais de 10%

dos respondentes a identificaram como “uma técnica para obter

células-tronco” e uma porcentagem semelhante resulta da soma dos

que escolheram outras alternativas (figura 18):

Figura 18. Definição de clonagem terapêutica.

Clonagem terapêutica é

4,74 4,6 1,7113,16

4,74

71,05

01020304050607080

técnica paraajudar a ter

filhos

técnica paradecifrar ocódigo

genético

técnica paracopiar deanimais epessoas

técnica paraobter células-

tronco

nenhuma dasalternativas

não sabe

Respostas

Fre

qüência

rela

tiva (%

)

A maior parte dos entrevistados não se informou sobre clonagem

terapêutica em nenhuma fonte. 9,34% escolheram a opção outros,

16

Page 17: De Volta para o Futuro: a percepção pública da clonagem ... fileDe Volta para o Futuro: a percepção pública da clonagem reprodutiva, da clonagem terapêutica e das células-tronco

dentre os quais a escola foi a mais freqüente. Apenas 6,18% citaram a

TV (figura 19):

Figura 19. Fontes de informação sobre clonagem terapêutica.

Onde se informou sobre clonagem terapêutica?

80,79

6,181,32 1,32 1,05

9,34

0102030405060708090

nenhum TV jornal TV/jornal Internet outros

Respostas

Freqüência

rela

tiva (%

)

Não tendo ouvido falar do tema e desconhecendo o que a

expressão representa, a maioria não soube se posicionar. Mais de 50%

se disseram favoráveis às células-tronco, mas apenas 14,21% são

favoráveis à clonagem terapêutica (figura 20):

Figura 20. Posição dos respondentes em relação à clonagem

terapêutica.

17

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Posição quanto à clonagem terapêutica

1,97 3,95 5,66 6,0514,21

68,16

0

10

20

30

40

50

60

70

80

contrária indiferente neutra moderada favorável não sabe

Respostas

Fre

qüência

rela

tiva (%

)

Em relação às pesquisas com clonagem terapêutica, da mesma

forma, a maioria não soube responder. A proporção dos que se dizem

favoráveis (14,21%) difere da fração para a qual as pesquisas devem

ser liberadas (apenas 9,08%). Prevalece no público a noção de que

devem ser controladas — e o monitoramento também foi indicado por

8,42%—; somados, controle e monitoramento representam pouco mais

de 20% das respostas (figura 21):

Figura 21. Posicionamento dos respondentes em relação às pesquisas

com clonagem terapêutica.

Pesquisas com clonagem terapêutica devem ser

1,97 1,9713,3

8,42 9,08

65,26

010203040506070

proibida

s

restritas

controladas

mon

itora

das

liber

adas

não sa

be

Respostas

Fre

qüência

rela

tiva (%

)

18

Page 19: De Volta para o Futuro: a percepção pública da clonagem ... fileDe Volta para o Futuro: a percepção pública da clonagem reprodutiva, da clonagem terapêutica e das células-tronco

Por último, em caso de doença incurável, 82,5% aceitariam tratar

com células-tronco obtidas por clonagem terapêutica. Os que

recusariam a possibilidade foram apenas 11,18%.

A investigação sobre a percepção da expressão clonagem

terapêutica foi complementada por uma pesquisa por associação livre.

À pergunta “o que lhe vem à cabeça quando escuta a expressão

‘clonagem terapêutica’?” foram dadas respostas das mais variadas: “—

Não sei.”. “— Nada”. “—Medo.” “— Bizarro!”“— Um clone, né? Assim,

acho que do ser humano”. “— Sei o que é clonagem, mas clonagem

terapêutica me confunde e eu não posso dar uma definição.” “—

Clonagem para fins medicinais, para cura, tal”. “Sei lá... Clonar células

para tratar alguém, era isso?” “— Para mim, o que vem é doação.” “—

Coração? Novos corações... Um rim novo, qualquer coisa assim.” “—

Clonagem de órgãos para transplantes e salvar vidas”.

Discussão

A maioria dos respondentes disse já ter ouvido falar sobre

clonagem reprodutiva e células-tronco, mas desconhece a expressão

clonagem terapêutica. Pessoas que disseram nunca ter ouvido falar na

clonagem reprodutiva não deixaram de responder a outras questões,

manifestando-se sobre sua definição, a identidade do clone,

necessidade de controle ou monitoramento das pesquisas. É

interessante notar que nem sempre o desconhecimento representa uma

barreira à manifestação do público.

A maioria identificou a clonagem reprodutiva como “uma técnica

para fazer cópias genéticas de animais e pessoas”, e as células-tronco

como “células que podem formar diversos tecidos do corpo”. No caso

da clonagem, predominaram atitudes contrárias; no das células-tronco,

predominou o apoio, com a maior parte dos respondentes se dizendo

favoráveis a elas. Apenas 13,16% dos 760 respondentes identificaram a

clonagem terapêutica como “uma técnica para obter células-tronco”.

19

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Esse desconhecimento, porém, não se traduziu em reivindicações de

proibição das pesquisas. Dentre os que se posicionaram em relação ao

tema — lembrando que 65,26% disseram não saber que posição tomar

—, a maioria se manifestou pelo controle (13,3%).

Mas a maioria desconhece o que seja ‘clonagem terapêutica’,

tema sobre o qual disse não saber como se posicionar. Nesse caso, o

desconhecimento impediu que as questões relacionadas fossem

respondidas. Muitos disseram durante as entrevistas que gostariam de

saber mais sobre o assunto. Esse desconhecimento impediu que as

pessoas se posicionassem, podendo surtir um efeito político: a exclusão

de uma parcela significativa da população do debate sobre essa

aplicação da técnica de transferência nuclear. Por isso, no âmbito do

projeto do qual esse trabalho faz parte, a próxima etapa consistirá em

distribuir pelos terminais informações sobre o tema.

Em relação às pesquisas, prevaleceu a opção pelo controle para

as três aplicações. Entre clonar e não clonar, os entrevistados optaram

preferencialmente pela segunda opção. A maioria não clonaria um ente

(animal ou pessoa) querido “de jeito nenhum”. Essa atitude não se

refletiu, porém, em reivindicação de proibição ou restrição às pesquisas

com esse tipo de clonagem. Prevaleceu no público a atitude de ‘confiar

desconfiando’: as pesquisas devem ser controladas ou monitoradas.

Mesmo quando confrontada com a possibilidade de tratar uma doença

incurável utilizando um método amplamente desconhecido, a maioria

aceitaria o tratamento, mas com restrições. Trata-se de uma atitude

que tem sido detectada no público em relação a diversas questões que

envolvem a ciência e a tecnologia. A confiança nos cientistas e na

ciência em si se mostra alta; o público desconfia apenas de algumas

aplicações (MCT, 20072; Vogt & Polino, 2003).

2 Os resultados foram divulgados recentemente, mas ainda não foram publicados, podendo ser encontrados apenas na página do Ministério de Ciência e Tecnologia, no endereço http://www.mct.gov.br/upd_blob/13511.pdf

20

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No que concerne à identidade do clone em relação ao doador do

núcleo, a percepção do público parece refletir a ambivalência presente

no discurso dos próprios cientistas, bem como no discurso jornalístico

sobre a ciência. A distinção do clone em relação ao original e a

influência do ambiente sobre o desenvolvimento foram usadas para

afastar o fantasma da clonagem reprodutiva humana, destinada à

frustração e à fabricação de aberrações (Neresini, 2000). No caso da

clonagem animal, foi explorada a imagem da cópia, do xerox: rebanhos

de ovelhas idênticas, gata Copy Cat.

Os resultados obtidos indicam que a população distingue entre as

aplicações da técnica de transferência nuclear, ainda que se baseie em

parte na avaliação que faz de uma para avaliar as outras. Mas,

aparentemente, a distinção que os cientistas procuraram cultivar entre

clonagem reprodutiva e clonagem terapêutica não surtiu o efeito

desejado. As células-tronco têm recebido grande atenção da mídia como

um todo, mas a clonagem terapêutica não, principalmente depois do

escândalo que envolveu o sul-coreano Woo-Suk Hwang. O fracasso,

porém, pode ser tornado em sucesso: os pesquisadores da área têm a

chance de se afastar da problemática clonagem de seres para se tornar

clonagem de células, ou mesmo de abandonar o termo completamente,

conforme têm sugerido muitos deles (Anonymous, 2007; Vogelstein,

Alberts & Shine, 2002).

Foi o que aconteceu na primeira audiência pública realizada pelo

Supremo Tribunal Federal, para decidir sobre a constitucionalidade da

Lei de Biossegurança, que permite o uso de embriões descartados em

clínicas de fertilização para obtenção de células-tronco embrionárias.

Os cientistas evitaram a expressão, e tudo indica que a mudança

retórica poderá ser bem-sucedida, uma vez que o público ainda não se

apropriou do assunto.

Nos Estados Unidos, Nisbet (2005) analisou os resultados de duas

enquetes nacionais, realizadas em 2001 e 2002, sobre as pesquisas com

21

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células-tronco. Observou que há uma forte influência da religião, da

orientação ideológica e dos valores dos cidadãos sobre sua percepção

da questão. Os dados obtidos quanto à religião nesta pesquisa não

confirmam essa tendência: se existe uma relação entre o credo

professado e as posições assumidas em relação à clonagem e às células-

tronco.

Por fim, a pesquisa por associação livre se mostrou um método

complementar valioso. Apesar de a clonagem terapêutica ser

amplamente desconhecida, mas o que a expressão evoca na mente das

pessoas? Os resultados confirmam os dados levantados pelos

questionários: a clonagem terapêutica, para muitos, não evoca

nenhuma imagem, sensação, pensamento ou definição. A maioria

respondeu “nada”, “não sei”, “sei lá”. Alguns simplesmente

decompuseram a expressão em seus dois termos, clonagem e

terapêutica, concluindo que se trata de uma clonagem para curar,

salvar vidas.

Referências bibliográficas

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Oct. 2006.

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Gaskell, George et al. Climate change for biotechnology? UK Public

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22

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http://www.agbioforum.missouri.edu/v6n12/v6n12a12-gaskell.htm.

Acesso em 10/05/2007.

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Gurdon, John B. The birth of cloning. The Sciences, p. 26-31, Sep./Oct.

1997.

Mittwoch, Ursula. “Clone”: the history of a euphonius scientific term.

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Neresini, Federico. And man descended from the sheep. Public

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Nisbet, Matthew. Trends: Public opinion about stem cell research and

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Vogelstein, B.; Alberts, B. & Shine, Kenneth. Please don’t call it cloning!

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Vogt, Carlos & Polino, Carmelo (orgs). Percepção pública da ciência ─

Resultados da Pesquisa na Argentina, Brasil, Espanha e Uruguai.

Editora da Unicamp/FAPESP, 2003, 187 p.

23

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Anexo 1: Questionário

Dados

Idade:

Sexo :

Escolaridade:

Profissão:

Religião:

Com que freqüência vai à igreja?

Considera-se praticante?

Segue as orientações da igreja na vida diária?

Perguntas

1. Você já ouviu falar da clonagem reprodutiva?

a) sim b) não c) não sabe

2. A clonagem reprodutiva é:

a) uma técnica para ajudar a ter filhos b) uma técnica para fazer cópias

genéticas de animais e pessoas c) uma técnica para decifrar o código

genético d) nenhuma das anteriores e) não sabe

3. Um clone de um animal ou de uma pessoa, em relação a esta pessoa

ou aquele animal é:

a) totalmente igual b) parecido c)diferente d) único e)

nenhuma das anteriores

f) não sabe

4. Você se informou sobre a clonagem reprodutiva em:

a) rádio b) TV c) Jornal d) Internet e) Revistas f) Outros

5. Em relação à clonagem reprodutiva, você se considera:

a) favorável b) contrário c) moderado d) neutro e) indiferente

f) não sabe

6. Você acha que as pesquisas com clonagem reprodutiva devem ser:

a) proibidas b) restritas c) controladas d) monitoradas e)

liberadas

24

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f) não sabe

7. Se você perdesse um animal de estimação ou pessoa querida,

tentaria cloná-lo(a)?

a) com certeza b) depende c) de jeito nenhum d) não sabe

8. Você já ouviu falar de células-tronco:

a) sim b) não c) não sabe

9. Células-tronco são:

a) células vegetais que dão suporte às plantas b) células que se

assemelham a troncos c) células animais que compõem o tronco do

corpo d) células que podem formar diversos tecidos do corpo e)

nenhuma das anteriores

f) não sabe

10. Você se informou sobre células-tronco em:

a)rádio b)TV c)Jornal d)Internet e)Revistas f)Outros

11. Em relação às células-tronco, você se considera:

a) favorável b) contrário c) moderado d) neutro e) indiferente f)

não sabe

12. As pesquisas com células-tronco devem ser:

a) proibidas b) restritas c) controladas d) monitoradas e) liberadas

f) não sabe

13. Já ouviu falar de clonagem terapêutica?

a) sim b) não c) não sabe

14. A clonagem terapêutica é:

a) uma técnica para ajudar a ter filhos b)uma técnica para decifrar o

código genético

c) uma técnica para obter células-tronco d) uma técnica para fazer

cópias de animais e pessoas e) nenhuma das anteriores f) não sabe

15. Você se informou sobre clonagem terapêutica em:

a) Rádio b) TV c) Jornal d) Internet e) Revista f) Outros

16. Em relação à clonagem terapêutica, você se considera:

25

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a) favorável b) contrário c) moderado d) neutro e) indiferente f)

não sabe

17. As pesquisas com clonagem terapêutica devem ser:

a) proibidas b) restritas c) controladas d) monitoradas e) liberadas

f) não sabe

18. Se você ou alguma pessoa querida tivesse uma doença incurável e

um médico lhe oferecesse a possibilidade de tratamento com células-

tronco produzidas por clonagem terapêutica, o que você faria?

a) aceitaria sem restrições b) aceitaria com restrições c) recusaria

d) não sabe

26