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Declaração de voto da Deputada Mihaela Webba sobre proposta de lei do registro eleitoral O objectivo desta Declaração é explicar aos cidadãos que represento, filiados ou não em partidos políticos, os fundamentos do meu voto discordante da maioria enquanto membro da Comissão dos Assuntos Constitucionais e Jurídicos da Assembleia Nacional. As Comissões de Trabalho Especializadas são órgãos colegiais internosda Assembleia Nacional, que têm um importante papel parlamentar. São elas que preparam, discutem, alteram e votam na especialidade as propostas de diplomas antes de serem aprovadas em plenário. Nos termos do artigo 68.o do Regimento da Assembleia Nacional, compete às Comissões de Trabalho Especializadasapreciar as propostas de lei, os projectos de lei, os projectos de resoluções, as propostas de alteração e os tratados submetidos à Assembleia Nacional, produzir os correspondentes relatórios e pareceres e, no fim, “votar, na especialidade”, os textos aprovados, na generalidade, pelo Plenário, nos termos e com os limites estabelecidos pelo seu Regimento. A democracia não consagra apenas o princípio da maioria. Consagra também o princípio da fundamentação do voto de vencido. Ela prevê que os membros do órgão colegial que ficam vencidos expressem na acta o seu voto de vencido e as razões que o justifiquem. Quando se trate de pareceres a dar a outros órgãos, as deliberações são sempre acompanhadas das declarações de voto apresentadas. O registo na acta e nos pareceres do voto vencido isenta o emissor deste da responsabilidade eventual resultante da deliberação tomada. Infelizmente, a maioria na Assembleia Nacional não entende isso e, por isso, não permite declarações de voto vencido em sede das comissões de trabalho especializadas.

Declaração de Voto Da Deputada Mihaela Webba Sobre Proposta de Lei Do Registro Eleitoral

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O objectivo desta Declaração é explicar aos cidadãos que represento, filiados ou não em partidos políticos, os fundamentos do meu voto discordante da maioria enquanto membro da Comissão dos Assuntos Constitucionais e Jurídicos da Assembleia Nacional.As Comissões de Trabalho Especializadas são órgãos colegiais internos da Assembleia Nacional, que têm um importante papel parlamentar. São elas que preparam, discutem, alteram e votam na especialidade as propostas de diplomas antes de serem aprovadas em plenário.

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Imagens VdeosDeclarao de voto da Deputada Mihaela Webba sobre proposta de lei do registro eleitoral

O objectivo desta Declarao explicar aos cidados que represento, filiados ou no em partidos polticos, os fundamentos do meu voto discordante da maioria enquanto membro da Comisso dos Assuntos Constitucionais e Jurdicos da Assembleia Nacional.As Comisses de Trabalho Especializadas so rgos colegiais internosda Assembleia Nacional, que tm um importante papel parlamentar. So elas que preparam, discutem, alteram e votam na especialidade as propostas de diplomas antes de serem aprovadas em plenrio.Nos termos do artigo 68.o do Regimento da Assembleia Nacional, compete s Comisses de Trabalho Especializadasapreciar as propostas de lei, os projectos de lei, os projectos de resolues, as propostas de alterao e os tratados submetidos Assembleia Nacional, produzir os correspondentes relatrios e pareceres e, no fim, votar, na especialidade, os textos aprovados, na generalidade, pelo Plenrio, nos termos e com os limites estabelecidos pelo seu Regimento.A democracia no consagra apenas o princpio da maioria. Consagra tambm o princpio da fundamentao do voto de vencido. Ela prev que os membros do rgo colegial que ficam vencidos expressem na acta o seu voto de vencido e as razes que o justifiquem. Quando se trate de pareceres a dar a outros rgos, as deliberaes so sempre acompanhadas das declaraes de voto apresentadas. O registo na acta e nos pareceres do voto vencido isenta o emissor deste da responsabilidade eventual resultante da deliberao tomada. Infelizmente, a maioria na Assembleia Nacional no entende isso e, por isso, no permite declaraes de voto vencido em sede das comisses de trabalho especializadas.Votei vencida porque:1) Por via desta lei, o Presidente Jos Eduardo dos Santos pretende atribuir a si prprio a competncia de realizar o registo eleitoral, que a Constituio jatribui a uma outra entidade, a Administrao eleitoral. O princpio da reserva da constituio, consagrado no art. 117.o, significa que nenhum outro diploma, seno a Constituio, pode atribuir competncias ao Presidente da Repblica. Os deputados no tm, por isso, mandato para aprovar uma lei ordinria que atribui competncias ao Presidente da Repblica. As competncias do Presidente da Repblica so as definidas pela presente Constituio (art. 117.o da CRA). E estas esto definidas nos artigos 118.o a 124.o da CRA. Em nenhum lugar a Constituio atribui ao PR a competncia de realizar o registo eleitoral. Seja como Chefe de Estado, Titular do poder executivo ou Comandante em Chefe das FAA. A nica competncia em matria eleitoral que a Constituio atribui ao Presidente da Repblica a de convocar as eleies. O Titular do poder executivo no tem nenhuma competncia em matria eleitoral.2) Todos os grupos parlamentares menos um partilham dessa opinio e manifestaram, durante os debates e a votao, a vontade patritica de cumprir e defender a Constituio.3) Os juristas que vieram ao Parlamento defender a pretenso do Senhor Presidente da Repblica, argumentam que a lei visa proceder conceptualizao do registo eleitoral e definio do seu regime jurdico, por fora do estabelecido no nmero 2 do artigo 107.o da CRA, que estabelece o seguinte:Artigo 107.o (Administrao eleitoral)1 Os processos eleitorais so organizados por rgos de administrao eleitoral independentes, cuja estrutura, funcionamento, composio e competncias so definidos por lei.2 O registo eleitoral oficioso, obrigatrio e permanente, nos termos da lei.4) Ou seja, defendem que a CRA estabelece que o registo eleitoral oficioso e, como tal, deve ser feito de maneira diferente por uma entidade diferente da Administrao eleitoral. Por esta razo, alteraram o ttulo da proposta de lei para Lei do Registo Eleitoral Oficioso.5) Argumentam tambm que o registo eleitoral no matria eleitoral. matria pr eleitoral que no cabe na esfera da administrao eleitoral, mas sim da Administrao Pblica.6) Todos os grupos parlamentares menos um entendem que no existe na Constituio registo eleitoral que pertena a uma fase pr eleitoral nem existem nas democracias processos pr eleitorais. O nico acto registal que o cidado faz antes do registo eleitoral o registo de nascimento, que nada tema ver com as eleies. A emisso do bilhete de identidade tambm nada tem a ver com o artigo 107o da CRA porque nada tem a ver com as eleies.7) Todos os grupos parlamentares menos um entendem que deve ser a Administrao eleitoral a realizar o registo eleitoral oficioso, porque se trata de uma matria eleitoral, que a Constituio coloca directa e expressamente sob a sua alada.8) Entendem que a questo no reside no carcter obrigatrio, permanente ou oficioso do registo. A questo no reside na adjectivao da coisa, mas na sua natureza, na sua substncia. Tratase de registo eleitoral. Sendo obrigatrio, oficioso, ou permanente, ele , PRIMEIRAMENTE, e ser sempre REGISTO ELEITORAL.9) At as crianas entendem facilmente que registo eleitoral matria eleitoral. Abarca a emisso do carto eleitoral, a identificao dos eleitores, a produo dos cadernos eleitorais, a criao da base de dados das eleies, a definio dos locais de voto, etc.10) Sendo o registo eleitoral matria eleitoral, os Deputados no tm mandato nem competncia para tratar matrias eleitorais de forma diversa daquela que prescrita pela Lei suprema da Repblica de Angola. No podem, portanto, atribuir ao Titular do poder executivo competncias em matrias eleitorais, sob pena de agredirem frontalmente o princpio da supremacia da Constituio consagrado no art. 6.o da CRA.11) O legislador ordinrio no pode conceptualizar o registo eleitoral atentando contra a Constituio. Nem pode definir o regime jurdico do registo eleitoral violando a Constituio. Tem de fazlo nos limites da Constituio. E estes limites so o artigo 6.o, o artigo 107.o e sua epgrafe e o artigo 117.o, todos da CRA. Quem deve realizar e actualizar o registo eleitoral a administrao eleitoral e no a Administrao Pblica, que dirigida pelo Titular do poder executivo.12)O Senhor Presidente da Repblica e os juristas que vieram ao Parlamento defender a sua pretenso, pensam que os angolanos no enxergam as suas reais intenes nem so capazes de distinguir a Administraopblica da Administrao eleitoral. Mas enganamse.13)A Constituio separa bem os poderes e as competncias das vrias administraes e define claramente quais so as administraes que so independentes e no subordinadas ao Presidente da Repblica.14) O Titulo IV, que estrutura a organizao do poder do Estado, estabelece, ao lado dos trs rgos de soberania, a administrao eleitoral, a quem incumbe realizar o registo eleitoral, que oficioso, obrigatrio e permanente (artigo 107o). O Ttulo Vdefine a estrutura e os princpios que regem a actividade da Administrao pblica, que inclui a Administrao local do Estado (artigos 198.o a 201.o). O Ttulo VI estabelece o poder local, que inclui a administrao local autnoma no quadro das autarquias locais (artigos 213o a 222o).15) A Administrao eleitoral independente do Presidente da Repblica e no est subordinada ao Titular do poder executivo nem ao poder legislativo. Por isso mesmo, os membros dos rgos da Administrao eleitoral so inelegveis ao cargo de Presidente da Repblica (artigo 110.o, no 2, al. f)) e ao cargo de Deputados (artigo 145.o, no 1, al. c)).16) Estas disposies salientam tambm que a designao administrao eleitoral referese a uma estrutura orgnica concreta e no a uma funo, como alguns pretendem fazer crer. Administrao eleitoral , pois, uma instituio distinta e separada de outros rgos do Estado, com competncias distintas da Administrao Pblica. Por esta razo, a Constituio estabelece que relativamente a outros rgos, compete Assembleia Nacional eleger membros dos rgos de administrao eleitoral... (artigo 163.o, alnea d).17)Nos termos da Lei Constitucional de 1992, o Governo e o Presidente da Repblica podiam envolverse em matrias eleitorais e organizar o registo eleitoral. Por isso organizaram o registo eleitoral no perodo de 2005 a 2007, nos termos da Lei no 3/05 (Lei do Registo Eleitoral), ora revogada. Mas nos termos da Constituio de 2010, nem o Titular do poder executivo (Governo), nem o Presidente da Repblica tm competncias para organizar o registo eleitoral, que oficioso, obrigatrio e permanente.18) Ao Presidente da Repblica, enquanto titular do Poder Executivo, compete, sim, dirigir a Administrao Pblica, dirigir os servios e a actividade da administrao directa do Estado, civil e militar, superintender a administrao indirecta e exercer a tutela sobre a administrao autnoma (artigo 120o, alnea d).19) O Presidente da Repblica no pode dirigir a administrao eleitoral, directa ou indirectamente, nem pode exercer competncias eleitorais, porque a administrao eleitoral o rgo que organiza o processo de eleio ou rejeio, pelo povo, do Presidente da Repblica em exerccio. H um inequvoco conflito de interesses.20) A insistncia do Titular do poder executivo em violar a Constituio e chamar a si uma competncia que a Constituio no lhe confere , no mnimo, muito suspeita.21)E quando nos recordamos que essa entidade a mesma que ainda no respondeu aos Deputados a carta que lhe foi remetida sobre quem so os beneficirios dos crditos mal parados concedidos pelo Banco Esprito Santo Angola (BESA) para os quais se prontificou a fornecer uma garantia do Estado no valor de cerca de cinco mil milhes de dlares, esta suspeita aumenta.22)A suspeita aumenta ainda mais porque se trata da mesma entidade que persiste em no explicar aos angolanos o destino que deu aos mais de cinquenta mil milhes de dlares do diferencial do preo do petrleo noperodo de 2010 a 2014, que ficaram sua guarda, nos termos da lei queaprovou os respectivos OGE s.23) O que a proposta de lei pretende fazer invalidar ou baralhar as bases dedados do registo eleitoral existentes e forar a Comisso Nacional Eleitoral a organizar eleies com base numa nova, a BDCM, que alimentada pelas Administraes municipais e geridas e mantidas pelo Titular do poder executivo. Tal BDCM no pode em caso algum ser fiscalizada por ningum. com base nela, e s com base nela, que o Executivo pretende que a CNE afecte milhes de pessoas aos respectivos locais de voto, produza cadernos eleitorais e organize a votao (art. 8.o, 9.o, 11.o, 13.o, 14.o, 15.o, 16.o, 58.o (3), 60.o (6)).24)Tal pretenso agride o princpio da transparncia e frusta o objectivo da proteco do eleitor pelo princpio da permanncia nas listas.25) Convm registar que o elemento mais crtico na organizao de eleies o estabelecimento, logo de incio, e de forma permanente,da correspondncia comprovada entre o local de residncia real e actual do eleitor e o seu local de voto. Devem ser o mesmo em todas as eleies. Esta correspondncia deve ser garantida no acto de registo eleitoral pela mesma entidade que mantm as bases de dados dos locais de votao. o que se designa por proteco do eleitor pelo princpio da permanncia nas listas.26)Esta correspondncia nunca foi assegurada pela entidade que manteve e mantm a custdia das bases de dados do registo eleitoral, o Titular do poder executivo. Pelo contrrio, as bases de dados foram manipuladas, o que fez com que em 2012 por exemploas pessoas residentes em Viana foram mandadas votar no Moxico, as do Lobito foram mandadas votar no Bi e as de Cabinda, foram mandadas votar em Malange.Estes erros ainda no foram corrigidos27) Durante os debates na especialidade, os representantes do Titular do poder executivo apresentaram vrias contradies e no conseguiram convencer os deputados da boaf da proposta de lei. Primeiro diziam que o FICRE no est na posse do Executivo porque foi entregue CNE para depois afirmarem que o FICRE ser incorporado na Base de dados do Executivo apesar de revogado pela presente lei....28)Tudo indica que quando chegar a altura de se produzirem os cadernos eleitorais e de os eleitores se dirigirem aos locais de voto, a proposta de lei em questo poder criar uma grande confuso, maior do que a confuso organizada em 2008 e em 2012.29) Alm disso, o Titular do poder executivo introduziu na presente proposta de lei uma relao subtil de dependncia entre o registo eleitoral e a emisso do bilhete de identidade. Todos os grupos parlamentares menos um rejeitaram tal relao, que se afigura desnecessria, propiciadora de fraudes e insustentvel.30)Defendo, tal como os demais deputados da UNITA, que a Administrao eleitoral pode utilizar, se desejar, as bases de dados do Bilhete de Identidadeproduzidas pelo Executivo, mas no deve depender delas, nem limitarse a elaspara produzir cadernos eleitorais correctos nem para controlar a integridade da identidade dos votantes no acto da votao.31) Defendo tambm que o Titular do poder executivo deve emitir bilhetes de identidade para todos os cidados.Alis, j o devia ter feito. Mas no deve, nos termos da Constituio, usurpar as competncias da Administrao eleitoral e realizar, atravs das suas administraes municipais partidarizadas, registos eleitorais. Nem deve impor que as eleies sejam organizadas apenas a partir das suas bases de dados de bilhete de identidade ou bases de dados de cidados maiores que pretende criar em 2015sem permitir que ningum fiscalize a sua integridade, universalidade e conformidade com a Constituio.32)Tal imposio, concretizandose, configura uma obstruo real e prtica ao cumprimento, pela CNE, do comando legal constante da alnea dd) do art. 144.o da Lei no 36/11, de 21 de Dezembro. Configura tambm uma sabotagem subtil aos intentos do legislador ordinrio quando, em Dezembro de 2011, ordenou a transferncia de competncias relativas actualizao do registo eleitoral para a CNE.33) De facto, o legislador ordinrio j criou, em 2011,as condies jurdicas para a Administrao eleitoral proceder ao registo eleitoral oficioso.Flo ao mandar transferir para a Administrao eleitoral a custdia e gesto dos programas informticos, ficheiros (incluindo o Ficheiro Informtico Central do Registo Eleitoral), bases de dados e demais elementos relativos ao registo eleitoral que estavam na posse da Administrao directa do Estado (MAT).34)E qual foi o objectivo desta ordem? Foi garantir a sua integridade e actualizao (al. cc) e dd) do artigo 144o da Lei no 36/11).35) Portanto, foi sempre entendimento da Assembleia Nacional, desde 2011, que a actualizao oficiosa do registo eleitoral para ser feita pela administrao eleitoral e no pelo Titular do poder executivo.36) Por fim, importa realar que ser o registo eleitoral oficioso no significa que tem de ser a Administrao directa, central do Estado a fazlo. Ser o registo eleitoral oficioso significa apenas que, independentemente da obrigatoriedade dos cidados com capacidade eleitoral activa e que ainda no o tenham feito de procederem ao seu prprio registo, incumbe ao Estado o dever de promover a inscrio dos mesmos, podendo e devendo para o efeito requisitar ou solicitar a entidades pblicas ou privadas os elementos de que caream.37)O rgo (administrativo) do Estado a quem a Constituio atribui a competncia de efectivar o registo oficioso a Administrao eleitoral, e no a Administrao Pblica. Nesta base, o Titular do Poder Executivo no pode, em boaf, invocar o carcter oficioso do registo eleitoral para atribuir a si prprio a competncia de realizlo. Oficioso ou presencial, obrigatrio ou voluntrio,permanente ou no permanente, ele e ser sempre registo eleitoral. E como tal, matria eleitoral que a Constituio coloca fora da alada do titular do Poder Executivo do Estado.38) Registese, a propsito, que a democracia no apenas o regime das maiorias sazonais. Ela encerra um conjunto de princpios e regras que, por via dos processos eleitorais, permitem que o povo o titular do poder poltico demita os governos e as minorias de hoje se tornem maiorias amanh. Algo vai mal numa democracia quando as regras eleitorais so permanentemente alteradas, mesmo violando a Lei Me, ou quando so aprovadas apenas pela maioria s para no permitir que as minorias de hoje se tornem a maioria de amanh.39) A democracia exige que, no decurso dos mandatos e enquanto se forma a vontade dos eleitores, as minorias tenham espaos de interveno pblica para apresentar ao povo os argumentos e consideraes opostos aos argumentos e consideraes que serviram de fundamento aos votos vencedores.40) As contribuies que oferecemos durante o debate para a substituio do texto proposto ou sua melhoria, no minimizam a possibilidade de se orquestrar a fraude eleitoral ou a gesto danosa dos dados eleitorais por via da proposta de lei ora votada. Mais importante ainda, no a transforma em acto vlido, porque as leis, os tratados e os demais actos do Estado, dos rgos do poder local e dos entes pblicos em geral s so vlidos se forem conformes Constituio (CRA, art. 6o, no 3).Luanda, 15 de Abril de 2015Mihaela Webba