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Decreto nº 12328 de 08 de outubro 1993 Cria a Área de Especial Interesse Ambiental da Orla da BAÍA de SEPETIBA. O PREFEITO DA CIDADE DO RIO DE JANEIRO, no uso de suas atribuições legais, tendo em vista o que consta do processo n.º 02/001.783/93, CONSIDERANDO que a Lei Orgânica do Município do Rio do Janeiro, em seu art. 461, incumbe ao Poder Público “proteger a flora e fauna silvestres, em especial as espécies em risco de extinção, as vulneráveis e raras, preservando e assegurando as condições para a sua reprodução, reprimindo a caça, a extração, a captura, ...”; “estimular e promover o reflorestamento ecológico em áreas degradadas, ... objetivando especialmente a proteção das bacias hidrográficas, dos estuários, das nascentes, ... dos manguezais ...; e, em seu art. 463, define como “obrigações de responsabilidade do Poder Público para preservar e controlar o meio ambiente: ... a manutenção e defesa das áreas de preservação permanente, ... destacando-se: os manguezais, as áreas estuarinas e as restingas, ... as nascentes e as faixas marginais de proteção de águas superficiais, ... as áreas que abriguem exemplares raros, ameaçados de extinção ou insuficientemente conhecidos da flora e da fauna, bem como aquelas que sirvam de local de pouso, abrigo ou reprodução de espécies; ... e as áreas ocupadas por instalações militares na orla marítima”; e, em seu art. 471, “são consideradas áreas de relevante interesse ecológico para fins de proteção, na forma desta Lei, visando a sua conservação ou recuperação, dentre outras, a Baía de Sepetiba; CONSIDERANDO que o Plnao Diretor da Cidade do Rio de Janeiro, instituído pela Lei Complementar n. 16, de 04 de julho de 1992, em seu art. 60, declara que “estarão sujeitas à proteção ambiental as áreas que necessitem da proteção legal e de manutenção, recuperação ou revitalização nas condições do meio ambiente natural ou construído”; em seu art. 72, declara que “integram o patrimônio paisagístico do Município, sujeitos à proteção ambiental, as seguintes áreas e bens localizados no território da Área de Planejamento 5: a orla marítima, desde a Ponta da Praia Funda até o Rio da Guarda, incluídas as faixas de areia, os manguezais, as formações rochosas e as ilhas; a Restinga da Marambaia; as ilhas da Pescaria, das Baleias, de Guaragi, da Guaratiba, de Bom Jardim, do Cavado, do Frade, do Tatu, do Urubu, Nova, Suruquai e Rasa; a Reserva Biológica e Arqueológica de Guaratiba; as encostas da Serra da Capoeira Grande; o Morro do Silvério; a área da Fazenda Modelo; a Igreja de Nossa Senhora do Desterro; a área do Sítio Burle Marx”; e, em seu art. 105, estabelece que as Áreas de Especial Interesse, permanentes ou transitórias, são espaços da cidade perfeitamente delimitados, sobrepostos em uma ou mais Zonas, que serão submetidos a regime urbanístico, relativo a formas de controle que prevalecerão sobre os controles definidos para a Zona ou Zonas que as contém; CONSIDERANDO a Lei n. 1.208/88, que declara Área de Proteção Ambiental a Baía de Sepetiba, e CONSIDERANDO que o desenvolvimento urbano do Rio de Janeiro, ao longo de sua história, deu-se, muitas vezes, em prejuízo de ecossistemas de mangues, restingas e de praias, DECRETA: Art. 1.º — Fica criada a Área de Especial Interesse Ambiental da Orla da Baía de Sepetiba, nas XIX e XXVI Regiões Administrativas, delimitadas no Anexo deste Decreto. Parágrafo único — A Área de Especial Interesse Ambiental referida no caput deste artigo abrange áreas frágeis de baixada e de encosta; as áreas de interesse agrícola, as formações florestais; restingas, mangues, e demais formas de cobertura vegetal nativa; as dunas e cordões arenosos; os locais que sejam utilizados para pouso, alimentação e reprodução da fauna nativa e migratória; os sítios arqueológicos; os corpos d'água naturais e artificiais integrados ao ecossistema natural; praias e costões rochosos e o fundo da Baía de Sepetiba. Art. 2.º — São objetivos da Área de Especial Interesse Ambiental da Orla da Baía de Sepetiba: I — garantir a integridade dos ecossistemas locais existentes;

Decreto 12328_93 (Orla Da Baia de Sepetiba)

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Decreto nº 12328 de 08 de outubro 1993

Cria a Área de Especial Interesse Ambiental da Orla da BAÍA de SEPETIBA.

O PREFEITO DA CIDADE DO RIO DE JANEIRO, no uso de suas atribuições legais, tendo em vista o que consta do processo n.º 02/001.783/93,

CONSIDERANDO que a Lei Orgânica do Município do Rio do Janeiro, em seu art. 461, incumbe ao Poder Público “proteger a flora e fauna silvestres, em especial as espécies em risco de extinção, as vulneráveis e raras, preservando e assegurando as condições para a sua reprodução, reprimindo a caça, a extração, a captura, ...”; “estimular e promover o reflorestamento ecológico em áreas degradadas, ... objetivando especialmente a proteção das bacias hidrográficas, dos estuários, das nascentes, ... dos manguezais ...; e, em seu art. 463, define como “obrigações de responsabilidade do Poder Público para preservar e controlar o meio ambiente: ... a manutenção e defesa das áreas de preservação permanente, ... destacando-se: os manguezais, as áreas estuarinas e as restingas, ... as nascentes e as faixas marginais de proteção de águas superficiais, ... as áreas que abriguem exemplares raros, ameaçados de extinção ou insuficientemente conhecidos da flora e da fauna, bem como aquelas que sirvam de local de pouso, abrigo ou reprodução de espécies; ... e as áreas ocupadas por instalações militares na orla marítima”; e, em seu art. 471, “são consideradas áreas de relevante interesse ecológico para fins de proteção, na forma desta Lei, visando a sua conservação ou recuperação, dentre outras, a Baía de Sepetiba;

CONSIDERANDO que o Plnao Diretor da Cidade do Rio de Janeiro, instituído pela Lei Complementar n. 16, de 04 de julho de 1992, em seu art. 60, declara que “estarão sujeitas à proteção ambiental as áreas que necessitem da proteção legal e de manutenção, recuperação ou revitalização nas condições do meio ambiente natural ou construído”; em seu art. 72, declara que “integram o patrimônio paisagístico do Município, sujeitos à proteção ambiental, as seguintes áreas e bens localizados no território da Área de Planejamento 5: a orla marítima, desde a Ponta da Praia Funda até o Rio da Guarda, incluídas as faixas de areia, os manguezais, as formações rochosas e as ilhas; a Restinga da Marambaia; as ilhas da Pescaria, das Baleias, de Guaragi, da Guaratiba, de Bom Jardim, do Cavado, do Frade, do Tatu, do Urubu, Nova, Suruquai e Rasa; a Reserva Biológica e Arqueológica de Guaratiba; as encostas da Serra da Capoeira Grande; o Morro do Silvério; a área da Fazenda Modelo; a Igreja de Nossa Senhora do Desterro; a área do Sítio Burle Marx”; e, em seu art. 105, estabelece que as Áreas de Especial Interesse, permanentes ou transitórias, são espaços da cidade perfeitamente delimitados, sobrepostos em uma ou mais Zonas, que serão submetidos a regime urbanístico, relativo a formas de controle que prevalecerão sobre os controles definidos para a Zona ou Zonas que as contém;

CONSIDERANDO a Lei n. 1.208/88, que declara Área de Proteção Ambiental a Baía de Sepetiba, e

CONSIDERANDO que o desenvolvimento urbano do Rio de Janeiro, ao longo de sua história, deu-se, muitas vezes, em prejuízo de ecossistemas de mangues, restingas e de praias,

DECRETA:

Art. 1.º — Fica criada a Área de Especial Interesse Ambiental da Orla da Baía de Sepetiba, nas XIX e XXVI Regiões Administrativas, delimitadas no Anexo deste Decreto.

Parágrafo único — A Área de Especial Interesse Ambiental referida no caput deste artigo abrange áreas frágeis de baixada e de encosta; as áreas de interesse agrícola, as formações florestais; restingas, mangues, e demais formas de cobertura vegetal nativa; as dunas e cordões arenosos; os locais que sejam utilizados para pouso, alimentação e reprodução da fauna nativa e migratória; os sítios arqueológicos; os corpos d'água naturais e artificiais integrados ao ecossistema natural; praias e costões rochosos e o fundo da Baía de Sepetiba.

Art. 2.º — São objetivos da Área de Especial Interesse Ambiental da Orla da Baía de Sepetiba:

I — garantir a integridade dos ecossistemas locais existentes;

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II — desenvolver estudos com vistas à avaliação dos recursos naturais da área e sua classificação em uma ou mais unidades de conservação ambiental;

III — definir diretrizes ambientais que subsidiem a compatibilização da ocupação urbana com a proteção e revitalização do meio ambiente;

IV — priorizar políticas e programas que visem à proteção, recuperação ou revitalização das condições ambientais, inclusive aqueles referentes à educação ambiental;

V — identificar as potencialidades da área com vistas ao desenvolvimento de atividades que valorizem os ecossistemas citados.

Art. 3.º — Caberão à Superintendência de Meio Ambiente a tutela e a gestão da Área de Especial Interesse Ambientai da Baía de Sepetiba, através:

I — da coordenação de estudos, projetos e ações com vistas a atender aos objetivos mencionados no artigo anterior;

II — da emissão de parecer técnico prévio em processos de licenciamento de obras; de projetos de construções, de edificações e de parcelamento, bem como para instalação de atividades consideradas modificadoras do meio ambiente.

Art 4.º — Este Decreto entrará em vigor na data de sua publicação, revogadas as disposições em contrário.

Rio de Janeiro, 08 de outubro de 1993 — 429.º da Fundação da Cidade

CESAR MAIA

DO RIO de 11/10/93

ANEXO

Área delimitada a partir do cruzamento da Estrada da Barra de Guaratiba com Av. das Américas; por esta, incluído apenas o lado ímpar, segue na direção sul, e depois por seu prolongamento até encontrar a orla marítima; pela orla, na direção oeste, incluindo as ilhas Rasa e Frade, até encontrar, na Restinga de Marambaia, até divisa com o Município de Itaguaí; por esta divisa, até encontrar a orla da Baía de Sepetiba; por esta na direção leste e noroeste, contornando a Baía de Sepetiba e incluindo as ilhas internas da Baía, até encontrar a divisa com o Município de Itaguai, na foz do Rio da Guarda; pelo braço esquerdo do Rio da Guarda, até encontrar o Canal de Santo Agostinho; por este, até encontrar o limite sudoeste do terreno da COSIGUA; por este limite até encontrar o Canal do São Francisco; por este incluído, na direção norte, até encontrar a Avenida João XXII; por esta, excluída, na direção sudeste, até encontrar o Canal do Itá; por este, na direção sudoeste, até encontrar a Vala da Goiaba; por esta, até encontrar o canal do Pau Flecha; por este, até encontrar a Estrada da Base Aérea de Santa Cruz; por esta excluída, até encontrar a Rua da Guarda; por esta, contornando o Morro da Sepetiba e por seu prolongamento até encontrar a Estrada de Sepetiba; por esta excluída até encontrar a Rua da Floesta; por esta, excluída, até a Rua late; por esta, excluída, até a Rua Aristides Gouveia; por esta, exlcuída, até a Rua Carlos Bertini; por esta, excluída, até a Rua 23 do PAA 8269; por esta, excluída, até a Rua Bom Nome; por esta, excluída, até encontrar a Rua Doutor Raul Boaventura; por esta, excluída, até encontrar a Estrada de São Tarciso; por esta, excluída, até encontra a Travessa José Florentino; por esta, excluída, até o seu final; deste ponto, por um segmento de reta, até encontrar a Rua Doutor João Machado; por esta, excluída, até encontrar a Rua Coronel Respício do Espírito Santo; por esta, incluída, até encontrar a Rua Major Soledade Neves; por esta, incluída, até encontrar a Rua Nunes; por esta, incluída, até encontrar a Rua Engenheiro Matuchelli; por esta, excluída, até encontrar a Praia do Cardo; por esta, inlcuída, até encontrar a Rua Abílio Teixeira de Aguiar; por esta, excluída, até encontrar a Estrada São Tarcísio; por esta, incluído apenas o lado par, até encontrar a Estrada do Piai; por esta, incluído apenas o lado ímpar, até encontrar a Estrada da Pedra; por esta, excluída, até encontrar a Estrada da Magarça; por esta, excluída, até encontrar a Estrada do Cachimbau; por esta, excluída, até encontrar a Estrada do Aterrado do Rio; por esta, excluída, até encontrar a Estrada General Pessoa Cavalcanti; por esta, excluída, até encontrar a Estrada do Mato Alto;

Page 3: Decreto 12328_93 (Orla Da Baia de Sepetiba)

por esta, excluída, na direção sul, até encontrar o limite nordeste da Fazenda Modelo; pelo limite do terreno da Fazenda Modelo, inlcuída, passando pela linha de cumeada do Morro do Cavado e do Morro do Saco, até o ponto de cruzamento deste limite com a Estrada da Matriz; por esta, na direção nordeste, incluído apenas o lado par, até a Estrada da Ilha; por esta, in-cluído apenas o lado par, até a Estrada da Barra da Guaratiba; por esta, incluído apenas o lado par, até o ponto de partida.

Delimitação feita a partir da base cadastral do Rio de Janeiro, escala 1/10.000 — vôo de 1976.