4
DIRECIONAMENTO DAS PERGUNTAS QUE SERÃO FEITAS Para a testemunha de defesa : - Sobre o estado dos réus ao saírem da caverna. - Sobre o tempo e as condições da sobrevivência sem alimentos. - Sobre os conselhos (ou a falta deles) quando os réus questionaram as autoridades. - Para a testemunha de acusação: - Por que ninguém no local, nenhuma autoridade, ou nem mesmo você, se estava presente, não apresentaram nenhuma solução para o caso e nem opinaram dizendo se era certo ou errado quando a proposta foi-lhes exposta? - Você já passou fome na vida? Se sim, quantos dias já passou no máximo sem se alimentar? - De qual outro jeito você acredita que eles teriam saído vivos daquele lugar? Isto é, se não tivessem se alimentado de carne humana, você acredita que eles sairiam vivos? - Você presenciou a morte de algum dos dez operários que morreram com a tentativa de retirar as pedras da entrada da caverna? - Por que mesmo depois de dez mortes tentando salvar a vida de cinco pessoas, os procedimentos para desobstruir a entrada da caverna continuaram? Para o réu: - Sobre a proposta do acordo. - Sobre o ato de jogar o dado. - Sobre a ausência de água. - Sobre o estado emocional na hora de praticar o ato. - Sobre o estado emocional atual. PAPEL QUE SERÁ EXERCIDO POR CADA INTEGRANTE Advogados de Defesa: Diórgenes e Renata Réu: Adelson Jurados: Cristianne, Jakeline, Júnio. O CASO DOS EXPLORADORES DE CAVERNA – PRÉVIA DA DEFESA Para introduzir a tese de defesa destes réus, gostaria de deixar claro que aqui não se trata apenas da análise da

Defesa - 1ª Defesa

Embed Size (px)

DESCRIPTION

Defesa da Simulaçao do Tribnao do Juri

Citation preview

Page 1: Defesa - 1ª Defesa

DIRECIONAMENTO DAS PERGUNTAS QUE SERÃO FEITAS

Para a testemunha de defesa: - Sobre o estado dos réus ao saírem da caverna. - Sobre o tempo e as condições da sobrevivência sem alimentos. - Sobre os conselhos (ou a falta deles) quando os réus questionaram as autoridades. -

Para a testemunha de acusação: - Por que ninguém no local, nenhuma autoridade, ou nem mesmo você, se estava presente, não apresentaram nenhuma solução para o caso e nem opinaram dizendo se era certo ou errado quando a proposta foi-lhes exposta? - Você já passou fome na vida? Se sim, quantos dias já passou no máximo sem se alimentar? - De qual outro jeito você acredita que eles teriam saído vivos daquele lugar? Isto é, se não tivessem se alimentado de carne humana, você acredita que eles sairiam vivos? - Você presenciou a morte de algum dos dez operários que morreram com a tentativa de retirar as pedras da entrada da caverna? - Por que mesmo depois de dez mortes tentando salvar a vida de cinco pessoas, os procedimentos para desobstruir a entrada da caverna continuaram?

Para o réu: - Sobre a proposta do acordo. - Sobre o ato de jogar o dado. - Sobre a ausência de água. - Sobre o estado emocional na hora de praticar o ato. - Sobre o estado emocional atual.

PAPEL QUE SERÁ EXERCIDO POR CADA INTEGRANTE

Advogados de Defesa: Diórgenes e Renata

Réu: Adelson

Jurados: Cristianne, Jakeline, Júnio.

O CASO DOS EXPLORADORES DE CAVERNA – PRÉVIA DA DEFESA

Para introduzir a tese de defesa destes réus, gostaria de deixar claro que aqui não se trata apenas da análise da lei de forma fria e seca, pois se assim o fizermos, com certeza estaremos próximo de cometer algum erro dos quais vidas inocentes pagarão.

A área do Direito por si só é um laço de entrelinhas, onde nada é soberano e cem por cento certos. Nem o legislador, quando fazia sua função, muitas vezes, não imaginou que poderia se deparar com tais fatos, que superam a própria imaginação humana. Com certeza, quando o legislador sentou e foi elaborar o Código Penal, dando a redação do seu artigo 121, o legislador não pensou que em uma determinada época 5 indivíduos iam adentrar uma caverna, tal caverna iria desmoronar eles iam se ver obrigados a

Page 2: Defesa - 1ª Defesa

tirar na sorte e um deles servir de alimento em prol da sobrevivência dos outros, não o legislador não pensou nessa situação.

Como é o que aconteceu no fato narrado aqui. É por isso mesmo que podemos, por diversas vezes, nos utilizarmos de outros aspectos, como a interpretação do sistema legal como um todo, a jurisprudência, a doutrina, e porque não aspectos sociais? Já que são membros da sociedade que tem nas mãos a tarefa de decidir sobre o caso ....

Quando aqueles cinco espeleólogos entraram naquela caverna, nenhum deles imaginava o que poderia vir a ocorrer. Então, como podemos acusa-los de homicídio doloso, quando o que ocorreu ali, o que se iniciou todo o desenrolar da situação foi um caso fortuito, e, portanto, eles não tiveram culpa, nem tampouco escolheram estar naquela situação. Como provaremos para os senhores hoje.

O Ministério Público acusa estes senhores de terem cometidos o crime tipificado no artigo 121, §2º, inciso III. Acontece que tal acusação não procede. O MP acusa os réus de terem praticado o ato com emprego de veneno, fogo, explosivo, asfixia, tortura ou outro meio insidioso ou cruel, ou de que possa resultar perigo comum. Ocorre que nos autos não há nenhuma prova de que o ato foi praticado como o MP alega. Pasmem senhores! O MP acusa estes réus sem prova alguma, apenas com preposições equivocadas. É claro para todos nós que na falta de elementos probatórios, deve o julgamento ser favorável aos acusados.

Como se não bastasse, o Ministério Público ainda afirma que houve premeditação. O que é sem dúvida uma falácia descabida. O próprio Roger foi quem propôs o acordo, não há que se falar em premeditação, no início, estes senhores nem queriam participar de tal acordo, sendo que foram convencidos pelo próprio Roger. Ademais, quando um destes réus lançou o dado na vez do Sr. Roger, o Sr. Roger não se opôs ao infeliz resultado. Ao não se opor ao resultado, tacitamente o Sr. Roger aceitou o fato de que a sorte não lhe assistiu naquele dia. Ele sabia que o acordo seria cumprido. Sendo assim, não há de se falar em premeditação.

O Crime no Direito é conceituado como um ato típico, ilícito e culpável. Sendo assim, para a conduta, seja ela omissão ou comissão, configurar um crime ela deve ter os 3 elementos cumulativamente. Se faltar um dos requisitos, a conduta não é mais crime. E foi justamente isso que aconteceu no caso em questão.

Claro é para todos nós que na situação em questão temos um pleno estado de necessidade. Os acusados, juntamente com o Roger se encontravam na caverna, presos, sem alimento, sem água, sem condições básicas e mínimas de sobrevivência. De acordo com o CP o estado de

Page 3: Defesa - 1ª Defesa

necessidade é uma excludente de ilicitude. Sendo assim, a conduta já deixa de ser crime. Estes senhores devem ser absolvidos.

Há também a inexigibilidade de conduta diversa, que se qualifica como excludente de culpabilidade. Os acusados, não tinham outra opção a não ser aquela da qual lançaram mão. Não é possível exigirmos desses indivíduos conduta diferente daquela que eles tomaram. Temos aqui outro requisito excluído. A conduta não configurou crime senhores. Não resta outra coisa a fazer a estes indivíduos, a não ser a absolvição.

Nessa linhagem, um fato que necessita ser típico, ilícito e culpável, é apenas típico. Pois perdeu sua ilicitude em razão do estado de necessidade, e perdeu sua culpabilidade em razão da inexigibilidade de conduta diversa. Ora, Senhores, como condenar estes homens por uma conduta que está apenas tipificada, mas não se caracteriza crime? Seria justo mandar para a cadeia esses quatro réus, que já sofreram tanto e estão longe de levar uma vida normal depois de tal tragédia? Depois das mortes e recursos gastos no resgate? Depois de tamanho trauma passado? E para que? Apenas para tirá-los da cadeia de pedras e mandá-los para a cadeia de grades, onde nós sabemos que só servirá para acabar com o restante de integridade e humanidade que esses pobres homens ainda possuem. Colocá-los junto com verdadeiros homicidas pelo fato de terem conseguido salvar suas vidas? Não há justiça nisso. Não cabe a esse Tribunal o direito de fazer vingança, cabe a ele o dever de fazer justiça.