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ILUSTRÍSSIMO SENHOR CAPITÃO xxxxxxxxxxxxxxxxxxx COMPAHIA DO BATALHÃO DE POLICIA AMBIENTAL DE xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx
Autos de Infração n° xxxxxxxxxxxxxxxxxxxx
xxxxxxxxxxxxx, brasileiro, casado, aposentado, portador do RG n° xxxxxxxxxSSP/SC
e CPF n° xxxxxxxcom endereço sito à Rua xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx, vem
respeitosamente perante Vossa Senhoria, vem com fulcro no artigo 71 e seguintes da
Lei Federal no 9.605/98, artigo 142 do decreto nº 6.514/08, e artigo 42 do decreto n°
99274/90, apresentar:
DEFESA ADMINISTRATIVA
Ao auto de infração em epígrafe, lavrado pela 4° Companhia do Batalhão de Policia
Militar Ambiental de Lages/SC, BPMA pelos fatos e motivos a seguir:
I - DOS FATOS CONTIDOS NO AUTO DE INFRAÇÃO
O Requerente foi autuado em 13 de Setembro de 2013 as 13:00 horas na
Rodovia BR 282 Km 224, Bairro Boqueirão, Lages/SC.
Conforme os fatos narrados no auto de infração o defendente transportava
espécime da Fauna Silvestre, 01 (um) pássaro nativo da espécie trinca-ferro em gaiola,
sem a devida licença da autoridade competente IBAMA.
E ainda, conforme relato do Boletim de Ocorrência, além de transportar o
pássaro, o defendente também levava consigo um aparelho de CD, contendo canto de
pássaro a fim de atrair fêmeas.
No referido auto de infração, também constou duas testemunhas, quais sejam:
xxxxxxxxxxxxxx e xxxxxxxxxxxxxx, ambos com endereço sito à Rua
xxxxxxxxxxxxxxxx/SC.
Portanto, segundo consta nos autos de infração, a presente autuação teve como
fundamentos que o defendente teria infringido o disposto nos artigos artigos 7° c/c 72,
II, IV,V da Lei Federal 9.605/98 e artigos 2° c/c 24,1°,3°, III, da Lei Federal 6.514/08 e
artigos 53, c/c 56/57,III da Lei Estadual 14.675/09.
Lei Federal 9.605/98
Art. 7º As penas restritivas de direitos são autônomas e substituem as privativas
de liberdade quando:
I - tratar-se de crime culposo ou for aplicada a pena privativa de liberdade
inferior a quatro anos;
II - a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e a personalidade do
condenado, bem como os motivos e as circunstâncias do crime indicarem que a
substituição seja suficiente para efeitos de reprovação e prevenção do crime.
Art 72. As infrações administrativas são punidas com as seguintes sanções,
observado o disposto no art. 6º:
I - advertência;
II - multa simples;
III - multa diária;
IV - apreensão dos animais, produtos e subprodutos da fauna e flora,
instrumentos, petrechos, equipamentos ou veículos de qualquer natureza utilizados
na infração;
V - destruição ou inutilização do produto;
Lei Federal 6.514/08
Art. 2o Considera-se infração administrativa ambiental, toda ação ou omissão que viole
as regras jurídicas de uso, gozo, promoção, proteção e recuperação do meio ambiente,
conforme o disposto na Seção III deste Capítulo.
Art. 24. Matar, perseguir, caçar, apanhar, coletar, utilizar espécimes da fauna silvestre,
nativos ou em rota migratória, sem a devida permissão, licença ou autorização da
autoridade competente, ou em desacordo com a obtida:
§ 1o As multas serão aplicadas em dobro se a infração for praticada com finalidade de
obter vantagem pecuniária.
§ 3o Incorre nas mesmas multas:
III - quem vende, expõe à venda, exporta ou adquire, guarda, tem em cativeiro ou
depósito, utiliza ou transporta ovos, larvas ou espécimes da fauna silvestre, nativa ou em
rota migratória, bem como produtos e objetos dela oriundos, provenientes de criadouros
não autorizados, sem a devida permissão, licença ou autorização da autoridade
ambiental competente ou em desacordo com a obtida.
Lei Estadual 14.675/09
Art. 53. Considera-se infração administrativa ambiental toda ação ou omissão que viole
as regras jurídicas de uso, gozo, promoção, proteção e recuperação do meio ambiente
Art. 56. As sanções administrativas constituem-se nas penalidades e medidas preventivas,
previstas na legislação federal e na presente Lei, sendo aplicadas em processo administrativo
infracional pela FATMA.
Art. 57. Nos casos de risco de dano ao meio ambiente e à saúde pública e de infração
continuada, pode o agente ambiental, por ocasião da lavratura do auto de infração, adotar
medidas preventivas, que prevalecem até a decisão final ou a revisão do ato pela autoridade
ambiental fiscalizadora, a seguir discriminadas:
I - suspensão ou interdição da atividade, de forma parcial ou total;
II - embargo; e
III - apreensão.
O defendente conta com mais de 60 anos, estudou muito pouco e portanto foi
criado com pouquíssima cultura, o que não lhe permitiu que tivesse ciência que possuir
consigo um pássaro da fauna silvestre, sem a devida autorização era crime.
Relata o mesmo, que este pássaro fora lhe dado de presente e que mantinha
consigo apenas por afeição.
II- DO DIREITO APLICADO PARA O CASO EM TELA
O procedimento administrativo de escolha da sanção entre as modalidades
possíveis, na forma do art. 95 do Decreto nº 6.514/98, deve-se orientar pelos princípios
discriminados no art. 2º da Lei 9.784/99, ou seja, pela legalidade, finalidade, motivação,
razoabilidade, proporcionalidade, moralidade, ampla defesa, contraditório, segurança
jurídica, interesse público e eficiência:
“Art. 95. O processo será orientado pelos princípios da legalidade, finalidade,
motivação, razoabilidade, proporcionalidade, moralidade, ampla defesa, contraditório,
segurança jurídica, interesse público e eficiência, bem como pelos critérios
mencionados no parágrafo único do art. 2o da Lei no 9.784, de 29 de janeiro de 1999.”
Evidente, pois, que a aplicação da multa simples em valor que compromete à
subsistência de cidadão desafortunado, quando adequada outra modalidade de sanção
que melhor atenda ao interesse público e a sua finalidade, qual seja, educação e proteção
ambiental, está no campo do vício de legalidade, cujo controle pelo Estado-Juiz não
encontra qualquer óbice jurisprudencial, doutrinário ou legal.
Para a imposição da sanção (penalidade administrativa), tanto o art. 4º do Decreto nº
6.514/2008 como o art. 6º da Lei nº 9.506/98 estabelecem que a escolha da punição
deverá observar:
“Art.4º O agente autuante, ao lavrar o auto de infração, indicará as sanções
estabelecidas neste Decreto, observando:
I - gravidade dos fatos, tendo em vista os motivos da infração e suas conseqüências
para a saúde pública e para o meio ambiente;
II - antecedentes do infrator, quanto ao cumprimento da legislação de interesse
ambiental;
III - situação econômica do infrator. (g.n)”
“Art. 6º Para imposição e gradação da penalidade, a autoridade competente observará:
I - a gravidade do fato, tendo em vista os motivos da infração e suas conseqüências
para a saúde pública e para o meio ambiente;
II - os antecedentes do infrator quanto ao cumprimento da legislação de interesse
ambiental;
III - a situação econômica do infrator, no caso de multa.(g.n)”
Ademais, na forma do art. 14 da Lei nº 9605/98, são circunstâncias que sempre
atenuam a pena:
“Art. 14. São circunstâncias que atenuam a pena:
I - baixo grau de instrução ou escolaridade do agente;
II - arrependimento do infrator, manifestado pela espontânea reparação do dano, ou
limitação significativa da degradação ambiental causada;
III - comunicação prévia pelo agente do perigo iminente de degradação ambiental;
IV - colaboração com os agentes encarregados da vigilância e do controle ambiental.
(g.n)”
É preciso salientar que trata-se de um senhor aposentado, com baixa
escolaridade, e que recebe apenas um salário mínimo de aposentadoria, conforme consta
em anexo.
Conforme nos incisos acima elencados, o defendente cumpre todos os requisitos
que ensejam a suspensão da pena, e se não for do entendimento de Vossa Senhoria, ao
manos sua atenuação, dado as circunstâncias dos fatos.
O defendente não pratica nenhum tipo de comércio ilegal com animais, tinha
consigo apenas um pássaro de estimação, pois como já fora dito o ganhou de presente
desconhecendo portanto que se tratava de um ato ilícito.
O defendente, apesar de ter incorrido nas infrações administrativas acima
transcritas, em nenhum momento negou-se a colaborar com os agentes ambientais, ao
contrário, aceitou tudo que lhe fora imposto, porém como já dito o mesmo não sabia que
tratava-se de uma infração ambiental.
Tamanha foi sua inocência que admitiu que em seu aparelho de CD continha
canto de pássaros, eis que mora em lugar muito distante da capital “Florianópolis” e
sempre conviveu com pessoas que tinham pássaros, sendo comum gravar o canto dos
mesmos para mostrar para os amigos.
O art.72, §3º, da Lei Federal nº 9.605/1998, não condiciona a aplicação da pena de
multa à comprovação de elemento subjetivo do agente infrator, limitando-se a dizer que
tal conseqüência sancionadora (multa) sempre deverá ser aplicada quando constatada a
reincidência no cometimento de infração ou no caso de embaraço à fiscalização, a serem
caracterizados por elemento subjetivo (dolo ou negligência). “Art.72. As infrações
administrativas são punidas com as seguintes sanções, observado o disposto no art. 6º:
I - advertência;
II - multa simples;
III - multa diária;(...)
§ 1º Se o infrator cometer, simultaneamente, duas ou mais infrações, ser-lhe-ão
aplicadas, cumulativamente, as sanções a elas cominadas.
§ 2º A advertência será aplicada pela inobservância das disposições desta Lei e da
legislação em vigor, ou de preceitos regulamentares, sem prejuízo das demais sanções
previstas neste artigo.
§3º A multa simples será aplicada sempre que o agente, por negligência ou dolo:
I - Advertido por irregularidades que tenham sido praticadas, deixar de saná-las, no
prazo assinalado por órgão ambiental competente do SISNAMA ou pela Capitania dos
Portos, do Ministério da Marinha;
II – opuser embaraço à fiscalização dos órgãos do SISNAMA ou da Capitania dos
Portos, do Ministério da Marinha.”
Essa é também a opinião de Nicolau Dino, extraída de sua obra Crimes e Infrações
Administrativas Ambientais:
“A defeituosa redação dada ao §3º pode ensejar interpretações equivocadas que em
muito dificultariam a imposição da sanção de multa – “pena administrativa por
excelência”, conforme ensinamento de Ruy Cirne Lima, referido por Vladimir Passos
de Freitas.
Por primeiro, poder-se-ia considerar que somente se caracterizados culpa ou dolo seria
possível a aplicação de multa; em segundo lugar, em face do inciso I, ter-se-ia como
imprescindível a prévia aplicação da pena de advertência – relativa ao mesmo fato –
para que fosse imposta a multa.
Assim sendo, conclui-se que a presença de culpa ou dolo por parte do infrator só é
exigível caso se cuide de embaraço à fiscalização ou de inobservância de prazo para
superar irregularidades sanáveis. Nesta última hipótese, a autoridade competente
somente poderá impor a pena de multa após o fluxo do prazo atribuído ao infrator e a
ele comunicado por escrito quando da notificação da imposição da pena de advertência.
Contudo, este iter não é necessário quando se trata de irregularidades insanáveis, caso
em que não há qualquer sentido em se conferir tal prazo ao infrator (nem a lei assim
expressamente determina).
No mesmo diapasão, em outros casos, que não os discriminados expressamente, será
possível a aplicação da pena de multa independentemente de caracterização de culpa por
parte do poluidor, de acordo com o que determinar cada tipo infracional específico –
conforme demonstrado anteriormente.” (2ª ed.rev.atual. Brasília : Brasília Jurídica,
2001, pgs. 400/401).
Depreende-se que a mens legis está a exigir da Administração Ambiental a aplicação de
penalidade mais severa sempre que se constatar situação de clara desídia ou má-fé no
atendimento às normas ambientais ou de embaraço aos órgãos fiscalizadores por parte
do infrator, não podendo o agente público manter a aplicação de penalidade branda
nesses casos. Contudo, não se conclui da norma que essas seriam as únicas situações a
merecerem a penalidade de multa simples, sob pena de claro prejuízo ao interesse
público de repressão a ilícitos ambientais.
Diante não existir possibilidade de Vossa Senhoria entender pela advertência, a lei Estadual
14.675/09 prevê em seu artigo.87 que a multa poderá ser suspensa quando o infrator,
adotar todas as medidas concernentes a corrigir ou cessar a degradação ambiental.
A referida multa poderá lhe ocasionar também sérios prejuízos, já que foi fixada no
valor de R$ 500,00 (quinhentos reais), abrangendo praticamente a renda mensal do
defendente. Portanto se pede pela suspensão da multa, eis que o ocorrido já foi
suficiente para o defendente compreender o ato ilícito que cometeu
Art. 87. As multas previstas neste Código podem ter a sua exigibilidade suspensa, quando o
infrator, por termo de compromisso aprovado pela autoridade competente, obrigar-se à
adoção de medidas específicas, para fazer cessar ou corrigir a degradação ambiental.
§ 1º A correção do dano de que trata este artigo será feita mediante a apresentação de
projeto técnico de reparação do dano.
§ 2º A autoridade competente pode dispensar o infrator de apresentação de projeto
técnico, na hipótese em que a reparação não o exigir.
§ 3º Cumpridas integralmente as obrigações assumidas pelo infrator, a multa será
reduzida em 90% (noventa por cento) do valor atualizado monetariamente.
§ 4º Na hipótese de interrupção do cumprimento das obrigações de cessar e corrigir a
degradação ambiental, quer seja por decisão da autoridade ambiental ou por culpa do
infrator, o valor da multa atualizado monetariamente será proporcional ao dano não
reparado.
§ 5º Os valores apurados nos §§ 3º e 4º serão recolhidos no prazo de 5 (cinco) dias do recebimento da notificação.
No caso em tela, o defendente possuía somente este pássaro e com a apreensão
do mesmo pela Policia Ambiental, não tem mais nenhum consigo.
A partir do momento em que o mesmo incorreu em tais infrações, teve ciência
absoluta que não poderia mais manter consigo animais da fauna silvestre sem a devida
autorização do órgão competente IBAMA e portanto cumprirá com as determinações
impostas pela Policia Ambiental.
Ademais o Decreto nº 6.514/08, trata também da conversão de multa
“Art. 142. O autuado poderá requerer a conversão de multa de que trata esta Seção por
ocasião da apresentação da defesa. (...)
Art. 145. Por ocasião do julgamento da defesa, a autoridade julgadora deverá, numa
única decisão, julgar o auto de infração e o pedido de conversão da multa.
§ 1o A decisão sobre o pedido de conversão é discricionária, podendo a administração,
em decisão motivada, deferir ou não o pedido formulado, observado o que dispõe o art.
141.
§ 2o Em caso de acatamento do pedido de conversão, deverá a autoridade julgadora
notificar o autuado para que compareça à sede da respectiva unidade administrativa para
a assinatura de termo de compromisso.
§ 3o O deferimento do pedido de conversão suspende o prazo para a interposição de
recurso durante o prazo definido pelo órgão ou entidade ambiental para a celebração do
termo de compromisso de que trata o art. 146.
Ainda neste contexto o Decreto n° 99274/90 aduz em seu artigo 42,
Art. 42. As multas poderão ter a sua exigibilidade suspensa quando o infrator, por
termo de compromisso aprovado pela autoridade ambiental que aplicou a
penalidade, se obrigar à adoção de medidas específicas para cessar e corrigir a
degradação ambiental.
Parágrafo único. Cumpridas as obrigações assumidas pelo infrator, a multa será
reduzida em até noventa por cento.
Portanto, é com todo respeito que se requer a suspensão da multa por todos os
motivos já expostos, mormente pelo grau de infração cometida pelo defendente.
E preciso salientar que o mesmo estava apenas a passeio na casa de parentes em
Lages e que em momento algum utilizou do animal para comércio ilegal, ao contrário
como já dito o mesmo carregava um único pássaro, que era de estimação e que por
conseguinte o tratava muito bem.
III - ENTENDIMENTO JUSRISPRUDENCIAL PARA O CASO EM TELA:
É pacifico o entendimento jusrisprudencial acerca do caso em tela, quanto a
exigibilidade da multa aplicada:
“ADMINISTRATIVO E PROCESSUAL CIVIL - ANTECIPAÇÃO DE
TUTELA SUSPENDENDO A EXIGIBILIDADE DE MULTA
ADMINISTRATIVA POR SUPOSTO CRIME AMBIENTAL
(MANTER EM CATIVEIRO PÁSSAROS DA FAUNA SILVESTRE
SEM AUTORIZAÇÃO).
1- Consoante Acordo de Cooperação Técnica firmado entre o IBAMA/MG e
a Defensoria Pública da União, pode-se converter multa ambiental (por
manutenção em cativeiro de 07 pássaros silvestres brasileiros) em medida de
cunho educativo (prestação de serviços de preservação, melhoria e
recuperação), a teor do art. 72, §4º, da Lei nº 9.605/98, não vicejando a mera
vontade do IBAMA em denunciar o aludido pacto, que, enquanto vigente,
assegura à autora a conversão aludida, que, ao que consta, ostenta a
necessária eficácia comum às sanções (reprimir e educar). 2 - Há previsão
legal para que o Juiz deixe de aplicar a pena (§2º do art. 29 da Lei nº
9.605/99 e art. 11, §2º, do Decreto nº 3.179/99) e, no caso, não há notícia de
que as aves, embora da fauna silvestre brasileira, estejam em risco de
extinção. 3 - Considera-se, também, o perfil sócio-econômico e a conduta da
agravada-autuada, pessoa semi-analfabeta e de poucos recursos, que, além de
desconhecer a infração cometida, fato comum na realidade brasileira
interiorana, demonstrou - no que mais importa - não infligir maus-tratos aos
pássaros, criados em ambiente doméstico, sem qualquer exposição de risco
ao meio ambiente ou à fauna silvestre; prova inconteste de tais fatos é que
permaneceram em seu poder, na condição de depositária, mesmo após a
autuação. 4 - Presentes os requisitos do art. 273 do CPC e adotando-se o
princípio da insignificância, a suspensão da exigibilidade da multa é medida
que se impõe. 5- Agravo não provido. 6 - Peças liberadas pelo Relator, em
23/10/2007, para publicação do Acórdão.
(Ag 2007.01.00.024393-6/Mg; Agravo de Instrumento, Desembargador
Federal Luciano Tolentino Amaral, Dj P.226 De 09/11/2007)”
“ADMINISTRATIVO. AUTO DE INFRAÇÃO. MANTER EM
CATIVEIRO ESPÉCIES DE PASSERIFORMES DA FAUNA
SILVESTRE BRASILEIRA SEM A DEVIDA AUTORIZAÇÃO DO
IBAMA. ADVERTÊNCIA NÃO APLICADA. MULTA. VALOR
EXCESSIVO EM RELAÇÃO À SITUAÇÃO DO EXECUTADO.
DISPENSA DA MULTA.
1. Na hipótese, não foi aplicada a pena de advertência, uma vez que os fiscais
do IBAMA, ao observarem que 01 espécime que o autor portava não obtinha
licença do órgão ambiental, aplicaram multa, sem, contudo, abrir
oportunidade para o mesmo sanar a irregularidade. 2. A multa no valor de R$
500,00 (quinhentos reais) imposta a quem é pintor e tem renda mensal de R$
572,00 (quinhentos e setenta e dois reais), aparenta manifesta desproporção,
infligindo sanção que destoa da realidade do apenado. 3. A multa deve ser
dispensada, tanto mais quando a própria Lei nº 9.605/98 prevê a aplicação de
penas alternativas mais adequadas ao caso, a teor do contido no § 4º do art.
72, ou ainda, se considerarmos a previsão contida no § 2º do art. 11 do
Decreto 3.179/99, que dispõe que em caso de guarda doméstica de espécime
silvestre não considerada ameaçada de extinção - na hipótese dos autos, tal
fato não restou comprovado - a multa pode ser dispensada. 4. Apelação do
autor provida. 5. Apelação do IBAMA prejudicada
(AC - APELAÇÃO CIVEL – 200938000060710, DESEMBARGADORA
FEDERAL SELENE MARIA DE ALMEIDA, TRF-1, 5ª Turma, e-DJF1
DATA:29/04/2011 PAGINA:204)”
IV- DOS REQUERIMENTOS
Pelo exposto, requer-se respeitosamente seja aplicado advertência ao
defendente, em detrimento da multa simples, haja vista todos os fatos e motivos já
expostos na exordial;
Se não for do entendimento de Vossa Senhoria, requer outrossim a suspensão
da multa pecuniária, pois o defendente, além dos motivos já elencados possui baixa
renda, conforme já demonstrado.
Nestes termos pede deferimento,
São José, 24/09/2013.
______________________________ xxxxxxxxxxxxxxxxxxx