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Exmo. Sr. Diretor do Departamento de Trânsito do Estado de Minas Gerais. Processo Administrativ: PCNET 2014-024-000035- 003-003191665-34 Portaria Punitiva nº 000081809-2015-PAP Defesa Contra Suspensão do Direito de Dirigir Nelson Antônio Gonçalves, titular da Carteira Nacional de Habilitação 014.545.902.30, Categoria B, expedida pela Detran/MG, residente e domiciliado à Rua Cel Lery Santos nº 178 Casa, Planalto, Belo Horizonte/MG, tendo sido notificado da instauração do Processo Administrativo nº PCNET 2014-024-000035-003-003191665-34, para Suspensão do Direito de Dirigir, nos termos da Portaria Punitiva acima citada, vem respeitosamente, a presença de V.Exa., dentro do prazo legal e, nos termos do art. 265 do CTB, da Res. 182/05 – CONTRAN apresentar sua DEFESA, pelos fatos e fundamentos que a seguir expõe e ao final requer. Dos Fatos O recorrente ficou surpreso ao ser notificado pelo Detran/MG, de que contra si havia sido instaurado um processo administrativo, que teve andamento sem o seu conhecimento e culminou com a Portaria Punitiva acima referida, lhe retirando direitos.

Defesa Direito Dirigir

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Recurso de multa contra suspensão do direito de dirigir.

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Page 1: Defesa Direito Dirigir

Exmo. Sr.

Diretor do Departamento de Trânsito do Estado de Minas Gerais. 

 Processo Administrativ: PCNET 2014-024-000035-003-003191665-34

Portaria Punitiva nº 000081809-2015-PAP

Defesa Contra Suspensão do Direito de Dirigir

 

Nelson Antônio Gonçalves,  titular da Carteira Nacional de Habilitação nº 014.545.902.30, Categoria B, expedida pela Detran/MG, residente e domiciliado à Rua Cel Lery Santos nº 178 Casa, Planalto, Belo Horizonte/MG, tendo sido notificado da instauração do Processo Administrativo nº PCNET 2014-024-000035-003-003191665-34,  para Suspensão do Direito de Dirigir, nos termos da Portaria Punitiva acima citada, vem respeitosamente, a presença de V.Exa., dentro do prazo legal e, nos termos do art. 265 do CTB, da Res. 182/05 – CONTRAN apresentar sua DEFESA, pelos fatos e fundamentos que a seguir expõe e ao final requer.

Dos Fatos

O recorrente ficou surpreso ao ser notificado pelo Detran/MG, de que contra si havia sido instaurado um processo administrativo, que teve andamento sem o seu conhecimento e culminou com a Portaria Punitiva acima referida, lhe retirando direitos.

Informa que reside há mais de 20 anos no mesmo endereço, que sua esposa não sai de casa, que a Empresa Correios e Telégrafos não entregou em sua residência, quaisquer notificações anteriores, qual seja, um documento que consta no processo, notificação-citação, devolvida a esse Departamento de Trânsito na data de 22.07.2014, com o crivo de proprietário ausente.

Que tanto é verdadeira esta informação, pois, em data de 10.02.2015, o próprio requerente recebeu em sua casa a notificação da penalidade isto já com a Portaria Punitiva. Que se tivesse tido conhecimento dos fatos que tramitavam neste Departamento, certamente, poderia acompanhá-los para evitar este indesejado fim.

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Que é pessoa trabalhadora, cumpridora de seus deveres, necessita veementemente de sua carteira de habilitação e nunca esteve envolvido em acidentes de grandes proporções ou coisas do gênero. Que sendo pessoa honrada, cumpriu com as suas obrigações efetuando o pagamento das infrações que lhe foram aplicadas, apesar de não concordar, pois três das referidas ocorreram no mesmo local na cidade de Contagem, onde existe um radar fixo e poucos metros adiante outro radar, na via expressa de Contagem nº 11.180 S. Betim, local esse alvo de várias reclamações por parte dos condutores que não são avisados do segundo radar. Que não ofereceu contestação para com as referidas infrações, haja vista não dispor condições para arcar com os custos de advogados.

O recorrente por ser pessoa simples e como a maioria dos brasileiros jamais imaginou de que a soma de pontos destas infrações poderia levá-lo a esse terrível desfecho, pois nunca efetuou soma de pontuações e acreditava que as penalidades se exauriam a cada decurso do ano civil, ainda mais quando são efetivamente pagas.

Que não pretende guerrear contra a lei, mas a citação por edital logo após uma única tentativa de localização do condutor (que conforme já dito, mantém seu endereço atualizado junto a esse Órgão) confere uma credibilidade arrasadora, ao funcionário dos correios e telégrafos, sem exigir que esse funcionário sequer comprove, ou melhor, deixe nas residências, um mínimo aviso, de que por lá passou com correspondência a ser entregue ao proprietário. Nesse caso, o ônus da prova se inverte.

Acresce que:

A Resolução do CONTRAN n. 181/2005, dispõe sobre uniformização do procedimento administrativo para imposição das penalidades de suspensão do direito de dirigir e de cassação da Carteira Nacional de Habilitação, estabelece em seu art. 10 que:

' 1º. A notificação será expedida ao infrator por remessa postal, por meio tecnológico hábil ou por os outros meios que assegurem a sua ciência;

2º. Esgotados todos os meios previstos para notificar do infrator, a notificação dar-se-á por edital, na forma da lei;'

A notificação do recorrente por Edital para ciência da instauração do Processo Administrativo de pontuação se deu logo após certificado que o condutor infrator não fora encontrado no endereço constante do CRV do veículo, ao arrepio da legislação vigente, pois a notificação por edital somente é possível após o esgotamento dos meios antes mencionados.

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A resolução supracitada determina que a notificação por edital poderá ser realizada após, o esgotamento das outras formas de notificação, o que, no caso em tela, não ocorreu. Logo, sem prova do esgotamento dessas vias, não é válida a notificação por edital.

Ao recorrente não foi assegurado o devido processo legal, que compreende o direito ao contraditório e à ampla defesa (CR, art. 5º, LV) senão vejamos:

” TJ-SC - Apelação Cível em Mandado de Segurança : MS 20120457220 SC 2012.045722-0 (Acórdão)

Relator: Des. Newton Trisotto

CONSTITUCIONAL. ADMINISTRATIVO. MANDADO DE SEGURANÇA. TRÂNSITO. SUSPENSAO DO DIREITO DE DIRIGIR. DIREITO AO CONTRADITÓRIO E À AMPLA DEFESA (CR, ART. 5º, LV). ORDEM CONCEDIDA. RECURSO DESPROVIDO. SENTENÇA EM REEXAME NECESSÁRIO CONFIRMADA.

"Constitui penalidade administrativa a suspensão do direito de dirigir veículo automotor (CTB, art. 268, II). Se ao infrator não foi assegurado o devido processo legal, que compreende o direito ao contraditório e à ampla defesa (CR, art. 5º, LV), é nula a decisão que impôs aquela penalidade " (RNMS n. , Des. Newton Trisotto) .

Vistos, relatados e discutidos estes autos de Apelação Cível em Mandado de Segurança n. , da Comarca de Caçador (2ª Vara Cível), em que é apelante Estado de Santa Catarina, e apelado Valmor Pereira Silveira:

A Primeira Câmara de Direito Público decidiu, por votação unânime, negar provimento ao recurso e confirmar a sentença em reexame necessário (Lei n. 12.069/2009, art. 14º, 1º). Custas na forma da lei.

O julgamento, realizado no dia 27 de agosto de 2013, foi presidido pelo Excelentíssimo Senhor Desembargador Gaspar Rubick, e dele participaram os Excelentíssimos Senhores Desembargadores Jorge Luiz de Borba e Paulo Henrique Moritz Martins da Silva.

Florianópolis, 2 de setembro de 2013 ”

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Dos Pedidos

1) Que seja acolhida a preliminar de nulidade da decisão que impôs a penalidade, pois não foi assegurado ao infrator o devido processo legal, ou seja, o direito ao contraditório e à ampla defesa (CR, art. 5º, LV, no que tange a não citação do condutor no prazo legal para defender-se no presente processo administrativo;

2) Que seja assegurada a manutenção de sua CNH até o deslinde do feito.

3) Que após o recebimento deste Recurso seja determinado sua juntada aos Autos do processo administrativo para ser analisado, julgado procedente por essa E. JARI, modificando-se assim a decisão da autoridade de transito para tornar sem efeito, nula, a penalidade aplicada por aquela e determinado o arquivamento do processo.

Nestes termos, pede e espera deferimento.

Belo Horizonte, 26 de março de 2015.

Nelson Antônio Gonçalves