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VI Seminrio Regional de Cidades Fortificadas e Primeiro Encontro Tcnico de Gestores de Fortificaes 31 de maro a 02 de abril de 2010 http://www.fortalezas.ufsc.br/6seminario/index.php Universidade Federal de Santa Catarina Campus da Trindade – Florianpolis – Santa Catarina - Brasil 1 Fortaleza de Santo Amaro (1584), mais expressivo conjunto arquitetnico -militar do Estado de So Paulo. Foto: Antonio Carlos Freddo, 02/10/2009 Tema: Abertura da Semana da Ptria, 2009 Iluminao da Fortaleza Bandeira Nacional DEFESA DO PORTO DE SANTOS Fortins, Fortes, Fortalezas ... Preservar é preciso Elcio Rogerio Secomandi Instituto Histórico e Geográfico de Santos [email protected] INTRODUÇÃO O aproveitamento do antigo sistema de defesa militar colonial do Porto de Santos como equipamento para o turismo histrico- cultural talvez se encaixe, grosso modo, na “Janela de Overton”, uma tese que aborda assuntos de interesse pblico com diferentes opes polticas. Segundo Joe Overton, dentro de um amplo espectro de posies possveis, a opinio pblica pode recusar algumas idias ou teses, por consider-las “radicais” para um dado momento histrico e aceit-las, num futuro prximo ou remoto, por deslocamento da “janela” de expectativas.

DEFESA DO PORTO DE SANTOS Fortins, Fortes ...fortalezas.org/midias/arquivos/1776.pdfO historiador cearense Gustavo Barroso assim o descreve, na introdu‡⁄o ao livro Fortificações

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Page 1: DEFESA DO PORTO DE SANTOS Fortins, Fortes ...fortalezas.org/midias/arquivos/1776.pdfO historiador cearense Gustavo Barroso assim o descreve, na introdu‡⁄o ao livro Fortificações

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Fortaleza de Santo Amaro (1584), mais expressivo conjunto arquitet�nico-militar do Estado de S�o Paulo.Foto: Antonio Carlos Freddo, 02/10/2009

Tema: Abertura da Semana da P�tria, 2009Ilumina��o da Fortaleza Bandeira Nacional

DEFESA DO PORTO DE SANTOSFortins, Fortes, Fortalezas ... Preservar é preciso

Elcio Rogerio SecomandiInstituto Histórico e Geográfico de Santos

[email protected]

INTRODUÇÃO

O aproveitamento do antigo sistema de defesa militar colonial do Porto de Santos como equipamento para o turismo hist�rico-cultural talvez se encaixe, grosso modo, na “Janela de Overton”, uma tese que aborda assuntos de interesse p�blico com diferentes op��es pol�ticas. Segundo Joe Overton, dentro de um amplo espectro de posi��es poss�veis, a opini�o p�blica pode recusar algumas id�ias ou teses, por consider�-las “radicais” para um dado momento hist�rico e aceit�-las, num futuro pr�ximo ou remoto, por deslocamento da “janela” de expectativas.

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S�o muitos os exemplos de proposi��es que vingam somente ap�s longo per�odo de amadurecimento: a ponte estaiada sobre o estu�rio da ba�a de Santos, o museu Pel� e o aeroporto regional da Baixada Santista podem estar neste contexto, em fase final de mudan�a de expectativas. Espera-se que o projeto sobre o Sistema Hidrovi�rio da Baixada Santista, lan�ado no dia 04/03/2010, na Associa��o Comercial de Santos, tenha a “janela” devidamente sintonizada, para tornar-se realidade no curto prazo. O mesmo espera-se que ocorra, num futuro pr�ximo, com o Circuito dos Fortes, uma iniciativa do governo do Estado (Resolu��o SCTED - 04, de 11 de fevereiro de 2004) que tem por finalidade resgatar a parte bandeirante do rico patrim�nio hist�rico-militar, representado por tr�s cortinas duplas de fortifica��es constru�das no per�odo colonial para defesa da “villa” e do nascente Porto de Santos.

As tr�s cortinas do per�odo colonial estavam dispostas como indica o mapa acima, protegendo os acessos mar�timos � “villa” de Santos, tendo: 1) ao Norte, o Forte S�o Jo�o (1551) e o Forte S�o Felipe (1557), substitu�do pelo Forte S�o Luis (1770), realizando a cobertura avan�ada do acesso mar�timo pelo canal de Bertioga; 2) ao Sul, ocupando um espor�o rochoso na embocadura do estu�rio que d� acesso � mesma “villa”, os espanh�is ergueram a Fortaleza de Santo Amaro (1584) e os portugueses, duas “sentinelas avan�adas”: o Forte Augusto (1734) e o Fortim do G�es (1765); e, 3) para a defesa aproximada foram constru�dos o Forte Nossa Senhora do Montserrat (1543) e a Fortaleza Vera Cruz do Itapema (1738). No per�odo republicano, estas fortifica��es foram substitu�das pela Fortaleza de Itaipu (1902) e Forte dos Andradas (1942).

Para prover o apoio log�stico ao sistema de defesa foi erguida a Casa do Trem B�lico (1734), recentemente restaurada em parceria IPHAN/Prefeitura Municipal de Santos com o prop�sito de transform�-la em museu de log�stica militar, suprindo as fortifica��es remanescentes com informa��es sobre o programa de turismo hist�rico-cultural e n�o mais com os “trens b�licos” do per�odo colonial.

A raz�o desta mudan�a de postura, do combate para o turismo, ocorre mundo afora por obsolesc�ncia da arquitetura militar de posi��o fixa, que alcan�ou sua �ltima configura��o no primeiro semestre do s�culo XX, como “cortina invis�vel” (linha Maginot, na Fran�a; Forte dos Andradas, em Guaruj�). Hoje, a artilharia lan�a seus m�sseis ou foguetes bal�sticos de posi��es fugazes, chamadas “cortinas virtuais”. As fortifica��es sobreviventes perderam a aptid�o paro o combate. Urge, portanto, que a sociedade civil da regi�o metropolitana da Baixada Santista se mobilize com o prop�sito de resgatar a parte bandeirante deste rico patrim�nio arquitet�nico-militar que se encontra na origem de uma longa hist�ria de povoamento e conquistas territoriais.

A proposta de resgate das fortifica��es coloniais – constru�das para proteger as �guas e as terras do Brasil – pela fun��o tur�stica fundamenta-se na forma��o da nacionalidade brasileira pelo vi�s militar das bandeiras, criadas por D. Sebasti�o em 1570, na antiga sede da Capitania de S�o Vicente. Os bandeirantes estiveram sempre presentes no avan�o para o oeste bravio, na ocupa��o e defesa do territ�rio, na demarca��o das nossas fronteiras e no embri�o de uma organiza��o militar capaz de conservar intacto o imenso patrim�nio territorial brasileiro. As bandeiras eram organiza��es paramilitares compostas por habitantes da terra repartidos em dez esquadras de 25 homens cada. Assim, consta no comp�ndio História do Exército Brasileiro: Perfil militar de um povo. EME/IBGE, Bras�lia, 1972.

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O aproveitamento da estrutura de defesa militar colonial da nossa regi�o pela fun��o tur�sticadepende

simplesmente de uma campanha de conscientiza��o sobre a import�ncia da utiliza��o deste formid�vel

aparato arquitet�nico-militar que Portugal nos deixou. Para tanto, sugere-se uma abordagem hist�rica

a ser empreendida pelos/as marinheiros/as das escunas e lanchas que j� operam o turismo n�utico entre o centro da cidade e a embocadura do estu�rio. Pode come�ar, por exemplo, com a distribui��o de um folder aos turistas destacando o fato de que est�o singrando a mesma rota mar�tima usada pelos piratas, cors�rios e colonizadores (vide destaque na ilustra��o de A TRIBUNA).

O folder poderia estimular um “pit stophist�rico” na Fortaleza de Santo Amaro, no Forte S�o Jo�o, no Museu de Pesca (Forte Augusto) e/ou, ainda, na Casa do Trem B�lico (2010/2011). Outro exemplo: os hot�is poderiam distribuir o folder e um voucher (passaporte) aos hospedes participantes dos cruzeiros mar�timos. Com certeza os/as guias daqueles monumentos est�o preparados para receber os turistas e contar esta fant�stica hist�ria que est� “cravada” na raiz da nossa nacionalidade.

Esta proposi��o inspira-se no modelo existente na Holanda, onde pequenas e confort�veis embarca��es percorrem os canais de acesso aos antigos moinhos de vento. Os moinhos s�o similares; portanto, basta visitar um, ouvir a história, ler o folder e contemplar os demais durante o percurso das embarca��es.

Por fim – e felizmente – pouco se ouviu o troar dos canh�es das fortifica��es coloniais que ainda resistem ao tempo, �s intemp�ries e, por vezes, ao terr�vel abandono. Infelizmente, suas r�sticas muralhas caiadas de branco e expostas ao sol do entardecer, aguardam ainda um novo dia, na “Janela de Overton”. Urge n�o perd�-las na poeira do tempo, embora tenham perdido a aptid�o para o combate.

Espera-se que esta proposi��o venha a ser edificada durante a temporada de cruzeiros mar�timos de 2010/2011. Espera-se, tamb�m, que surjam novas id�ias para serem incorporadas a esta tese acad�mica. Por ora o Circuito dos Fortes est� “adormecido na ferrugem e no p�”.

Ilustra��es deste texto introdut�rio: 1- Mapa do Circuito dos Fortes. Projeto gr�fico e editora��o: Andr� Santana Meireles / AGEM; 2- A TRIBUNA, 13/01/2007, A3, arte gr�fica; 3 – Selo dos Correios, 1999, Scanner HP; 4 – Bilhetes da Loteria Esportiva, Scanner HP

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Breves relatos de uma fantástica história

Portugal pode e deve orgulhar-se de haver possu�do um dos maiores conjuntos de fortifica��es do Mundo, que ainda se conserva, at� hoje, mesmo fora do actual Territ�rio Nacional, englobando cerca de trezentas fortifica��es constru�das com car�cter permanente, das quais mais de uma centena e meia est�o situadas no Brasil (MEDEIROS, p. 13).

Portugal pode e deve orgulhar-se de nos ter deixado grandes heran�as do per�odo colonial que marcaram profundamente a forma��o da nossa nacionalidade, dentre as quais, o idioma, a cultura, as igrejas e as fortifica��es militares pontilhando o litoral e a imensa fronteira terrestre que nos separa das na��es de origem espanhola e de antigos protetorados da Inglaterra, Fran�a e Holanda.

Fortins, fortes, fortalezas (...) redutos, baterias, pontos fortes, disseminados por todo e territ�rio nacional, materializam um rico patrim�nio hist�rico-cultural constru�do ao longo dos �ltimos cinco s�culos – na Col�nia, no Imp�rio e na Rep�blica – para proteger as �guas e as terras do Brasil continental. O historiador cearense Gustavo Barroso assim o descreve, na introdu��o ao livro Fortificações do Brasil:

Lembrando que havia nascido quase � sombra dos muros artilhados dum destes fortes, – o que deu o nome a minha terra natal –, procurei enumerar de mem�ria os principais que, desde as fronteiras do oeste ligando pela costa as do norte �s do sul, circundam com seus muros arruinados ou abandonados, seus canh�es adormecidos na ferrugem e no p�, o vast�ssimo per�metro na antiga Am�rica Portuguesa (BARRETO, p. 13).

Fig 1 – Cal�ada de Lorena. Desenho de Hercules Florense, 1825, abrangendo os atuais munic�pios de Cubat�o, Guaruj�, Santos, S�o Vicente e Praia Grande (da esquerda para a direita). Iphan/S�o Paulo

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As fortifica��es coloniais brasileiras foram constru�das por portugueses, espanh�is, franceses e holandeses1. Da mesma forma que as fortifica��es litor�neas, as que foram erguidas no oeste brasileiro serviram como marcos referenciais para instruir o Tratado de Madrid (1750) e o Tratado de Santo Idelfonso (1777) que definiram, praticamente, as nossas fronteiras atuais. Outras, mais modernas, foram erguidas no Imp�rio e no per�odo republicano. Muitas conservam suas caracter�sticas originais, desafiando o tempo e as intemp�ries; algumas foram desmontadas, outras devastadas, abandonadas, saqueadas e invadidas. Parte deste fant�stico acervo hist�rico-cultural abriga unidades do Ex�rcito Brasileiro e h� aqueles que s�o administrados por outros �rg�os p�blicos ou por institui��es privadas.

O primeiro quartel do s�culo XX marcou o fim da artilharia de posi��o fixa. O constante aprimoramento dos vetores bal�sticos, a maior pot�ncia dos canh�es e obuses, e o emprego da avia��o em combate obrigaram as fortifica��es a se enterrarem, tornando-as “invis�veis” (Linha Maginot, na Fran�a; Forte dos Andradas, no Porto de Santos). Hoje, as posi��es da artilharia s�o “virtuais” (foguetes e m�sseis bal�sticos lan�ados de posi��es fugazes).

A arquitetura militar de posi��o fixa chegou ao seu final e as fortifica��es sobreviventes perderam a aptid�o para o combate. Urge, portanto, que a sociedade civil se mobilize com o prop�sito de resgatar a mem�ria nacional pelo vi�s da defesa militar, fundamentada em longa hist�ria de povoamento e conquistas territoriais. � preciso viajar no tempo, antes tarde do que nunca, e enxergar, al�m das r�sticas obras da engenharia militar, as in�meras gera��es de soldados an�nimos que fincaram as ra�zes da nossa nacionalidade. � preciso olhar para os canh�es adormecidos na ferrugem e no p� e para as espessas muralhas erguidas em pontos estrat�gicos de defesa do vast�ssimo per�metro da

1 Segundo Carlos A. Cerqueira Lemos, citado por Victor Hugo Mori, as fortifica��es coloniais no Brasil surgiram em quatro etapas: a primeira vai at� ao ataque holand�s ao territ�rio brasileiro, englobando tamb�m o per�odo da uni�o das coroas ib�ricas (1580/1680). Neste per�odo houve concentra��o de fortifica��es nas ba�as de Todos os Santos, Guanabara e Santos, tr�s principais abrigos a leste da linha imaginaria de Tordesilhas. A segunda etapa corresponde basicamente ao per�odo “de perman�ncia dos holandeses no litoral pernambucano” (1630 a 1654). Na terceira etapa as constru��es foram concentradas na Bacia Amaz�nica (final do s�culo XVII e todo o s�culo XVIII). “A quarta etapa corresponde ao per�odo em que os espanh�is da Argentina procuraram ocupar o litoral sul de Canan�ia, j� que ainda eram nebulosas as divisas entre os dom�nios de Castela e Portugal antes do Tratado de Madrid, de 1750, e o Tratado de Santo Idelfonso, de 1777”. Para maiores detalhes sobre esta divis�o em quatro etapas, consulte o Cap. III do livro de Victor Hugo Mori, Arquitetura Militar, um panorama histórico a partir do Porto de Santos, editado pela Imprensa Oficial do Estado de S�o Paulo e Funda��o Cultural Ex�rcito Brasileiro, 2003.

Fig 3 - Fotomontagem sobre pintura de Debret com lan�ador de foguetes Astro II (MORI, p. 32)

Fig 2 - Influ�ncia do Tratado de Madri na forma��o territorial brasileira (EME, v. 1, p. 323)

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antiga Am�rica Portuguesa, como ressaltou o saudoso historiador militar, Gustavo Barroso.

Felizmente, pouco se ouviu o troar dos canh�es da extinta artilharia de posi��o fixa. Esperamos n�o v�-los adormecidos na ferrugem e no p�. � preciso, portanto, preservar a mem�ria nacional e a cultura brasileira, como ocorre no mundo inteiro.

Ocupação e defesa das baías litorâneas

A costa oriental da Am�rica, ao sul do Equador, tem poucas enseadas seguras para abrigar portos em seus recortes. As tr�s melhores ba�as a leste do meridiano de Tordesilhas – Todos os Santos, Guanabara e Santos – foram ocupadas pelos portugueses, nos prim�rdios da coloniza��o.

Esses acidentes geogr�ficos favor�veis ao estabelecimento de portos abrigados foram ocupados e defendidos por complexos sistemas de fortifica��es coloniais, resistentes aos fogos da artilharia naval de outras pot�ncias colonizadoras, dos cors�rios e dos piratas, e com rusticidade suficiente para durar s�culos.

A defesa mar�tima das ba�as a leste de Tordesilhas era complementada por um sistema defensivo terrestre que teve sua origem em dois fatos pol�ticos importantes ocorridos na Capitania de S�o Vicente: primeiro, o esbo�o do servi�o militar obrigat�rio, “por ‘Termo’ de 9 de setembro de 1542, que dava organiza��o a uma mil�cia formada pelos colonos e �ndios”, e, segundo, a sistematiza��o da defesa da terra, oriunda da “imposi��o do Regimento de 17 de dezembro de 1548, feita a todo colono habitante da terra de ‘possuir uma arma de fogo, p�lvora e chumbo, e aos propriet�rios de engenho de terem a p�lvora necess�ria para acionar dois falc�es [canh�es de pequeno calibre]’”(EME, 1972, p. 31).

Fig 4 - Representa��o das capitanias heredit�rias a leste de Tordesilhas (EME, v 1, p. 93)

Fig. 5 - Mapas antigos das ba�as de Todos os Santos (1712), Guanabara (1712), Santos (1572-1573)(MORI, p. 55 e 106)

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Com a ocupa��o e defesa litor�nea estruturada, os bandeirantes avan�aram pelo sert�o e alcan�aram o Brasil de terras baixas e interiores que abrigam os tr�s maiores ecossistemas do mundo: o cerrado, o pantanal e a Amaz�nia. Em 1570 D. Sebasti�o constituiu as bandeiras sob a forma de organiza��es paramilitares compostas por habitantes da terra repartidos por esquadras de 25 homens. Dez esquadras formavam uma companhia cujo sin�nimo era bandeira. Os bandeirantes estiveram sempre presentes no avan�o para o oeste bravio, na ocupa��o e defesa do territ�rio, na demarca��o das nossas fronteiras e no embri�o de uma organiza��o militar capaz de conservar intacto o imenso patrim�nio territorial brasileiro2 (EME, 1972, v. 1, p.217 a 234)

2 Consulte tamb�m O Exército na História do Brasil no site da institui��o militar brasileira para avaliar a contribui��o dos bandeirantes para a forma��o da nossa nacionalidade.

Fig. 7 – S�ntese gr�fica do papel representado pelas expedi��es bandeirantes (EME, v. 1, p. 225)

No extremo sul da linha imagin�ria de Tordesilhas e j� no s�culo XVIII, os portugueses constru�ram um sistema de defesa semelhante ao da Ba�a de Santos:

O sistema defensivo da Ilha de Santa Catarina foi constru�do quase integralmente durante o s�culo XVIII, com o objetivo de consolidar o dom�nio portugu�s nesta regi�o [extremo sul da linha imagin�ria de Tordesilhas], que se configurava como ponto estrat�gico fundamental para a navega��o e ocupa��o do sul do continente americano (TONERA, consulta, 12/01/2010).

Fig 6 – “Plano para servir de demonstra��o dos lugares fortificados da Ilha de Sta. Catarina (1786) (MORI, p. 77)

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O sistema colonial de defesa do Porto de Santos

Fortaleza de ItaipuSéculo XX (1902)

Forte dos AndradasSéculo XX (1942)

Fortaleza de Santo AmaroSéculo XVi (1584)

Forte AugustoSéculo XVIII (1734)

Fortaleza de ItapemaSéculo XXVII (1738)

Casa do Trem BélicoSéculo XXVII (1734)

Forte São JoãoSéculo XVI (1551)

Forte São LuisSéculo XVIII (1770)

A fant�stica hist�ria da forma��o da nossa nacionalidade pelo vi�s da arquitetura militar de prote��o aos acessos mar�timos da antiga sede da Capitania de S�o Vicente fundamenta-se num legado composto por nada menos que oito fortifica��es coloniais dispostas em tr�s cortinas de defesa, representadas no mapa acima (Fig 8)3: 1) ao Norte, o Forte S�o Jo�o (1551) e o Forte S�o Felipe (1557), substitu�do pelo Forte S�o Luis (1770), realizando a cobertura avan�ada do acesso mar�timo � “villa” de Santos pelo canal de Bertioga; 2) ao Sul, ocupando um espor�o rochoso na embocadura do estu�rio que d� acesso � mesma “villa”, os espanh�is ergueram a Fortaleza de Santo Amaro (1584) e os portugueses, duas “sentinelas avan�adas”: o Forte Augusto (1734) e o Fortim do G�es (1767); e, 3) para a defesa aproximada foram constru�dos o Forte Nossa Senhora do Montserrat (1543) e a Fortaleza Vera Cruz do Itapema (1738). Para prover o apoio log�stico militar �s fortifica��es foi erguida no centro da “cidade velha” de Santos a Casa do Trem B�lico (1734)4.

3 O Fortim do G�es n�o est� representado no mapa do roteiro, pois era apenas uma “sentinela avan�ada” da Fortaleza de Santo Amaro. O mesmo ocorre com o Forte Nossa Senhora de Montserrat e o Forte S�o Felipe por n�o deixarem vest�gios. Onde estava o Forte S�o Felipe, ocupado por Hans Staden, restam apenas ru�nas da Arma��o de Baleias. 4 A Casa do Trem B�lico tinha at� recentemente no seu portal tardo-maneirista a data de 1734, indicando o in�cio das obras, conclu�das em 1738. � �poca, os diversos materiais militares (armamento, muni��o, equipamento e suprimento) chamavam-se trens bélicos. Tinha fun��o semelhante a que hoje � exercida pelos batalh�es log�sticos do Ex�rcito Brasileiro.A Casa do Trem B�lico fica na Rua Tiro Onze no 11, pr�ximo ao Outeiro de Santa Catarina, centro da cidade.Sugest�o: consulte a tela in CD-ROM/ 2003 Benedito Calixto – 150 anos, Funda��o Pinacoteca Benedito Calixto, Santos, SP. http://www.novomilenio.inf.br/santos/calixtnm.htm,Tela 007 - Casa do Trem e Capela de Santa Catarina

Fig 8 - Mapa do Circuito dos Fortes / AGEM, Andr� Santana Meireles (SECOMANDI, 2005, p. 18)

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As fortifica��es coloniais mais expressivas permanecem de p� desafiando o tempo, as intemp�ries e, por vezes, o terr�vel abandono5. As duas mais antigas, S�o Jo�o e Santo Amaro, guardam suas caracter�sticas originais e est�o abertas � visita��o. A �rea ocupada pelo Forte Augusto hoje abriga o Museu de Pesca, tamb�m aberto � visita��o.

A Casa do Trem B�lico foi restaurada e aberta ao p�blico no dia 29/09/2009 e estar� brevemente funcionando como centro de informa��es tur�sticas e ponto inicial de visita��o a este formid�vel sistema de defesa territorial: patrimônio histórico nacional -patrimônio de todos nós. Esta nova fun��o ficar� mais pr�xima daquela original do monumento, suprindo as fortifica��es n�o mais com “trens b�licos”, mas sim, com informa��es sobre o programa hist�rico-cultural de visitas �s fortifica��es de defesa do Porto de Santos. Sua restaura��o apresenta-se, assim, como justa retribui��o da sociedade local ao longo per�odo de prote��o mar�tima colonial da “villa” de Santos. O IPHAN e a

Prefeitura de Santos – administradora do monumento hist�rico – nos brindam com uma verdadeira opera��o de resgate da mem�ria nacional pelo vi�s militar e, ao mesmo tempo, como um merecido tributo aos nossos antepassados, que tiveram participa��o ativa na defesa mar�tima e terrestre da antiga sede da Capitania de S�o Vicente, assim descrita no Plano de Defesa da Capitania de S�o Paulo, dez.18006:

Toda a gente da Villa [de Santos] capaz de pegar em Armas / excetuados os que devem laborar com a Artilharia do Forte [Santo Amaro], ou que s�o destacados para outra parte / marchar�o ao ponto que lhe for ordenado pelo commandante da mesma Villa, levando todas as sua armas.

Com a evolu��o da artilharia de costa, em resposta � evolu��o da artilharia naval, o sistema de defesa do porto passou a ocupar posi��es estrat�gicas mais avan�adas para realizar “fogos mais profundos”, com al�as e derivas apontadas para o mar aberto. No alvorecer do s�culo XX, a Fortaleza de Santo Amaro foi substitu�da pela Fortaleza de Itaipu (1902), ocupando cerca de tr�s milh�es de m2,no Parque Estadual do Xixov�-Japu�, em �rea da Mata Atl�ntica, totalmente preservada.

5 O Forte N S do Montserrat foi desmontado para amplia��o do porto; a Fortaleza de Itapema tem projeto de restauro elaborado pela Receita Federal do Brasil; o Forte S�o Luis recebe recursos do IPHAN para obras de preserva��o das ru�nas; o Fortim do G�es, invadido, encontra-se embargado pelo IPHAN; a “estacada” do Forte Augusto foi soterrada para dar lugar � avenida da praia e hoje a �rea remanescente � ocupada pelo Museu de Pesca de Santos. As fortifica��es coloniais n�o est�o sob a jurisdi��o do Ex�rcito Brasileiro. No per�odo republicano foram constru�das mais duas fortifica��es que abrigam unidades operacionais do Ex�rcito: A Fortaleza de Itaipu, 1902, e o Forte dos Andradas, 1942.6 Documentos interessantes para a Hist�ria de S�o Paulo. Plano de Defesa da Capitania de São Paulo, dez 1800. Archivo do Estado de S�o Paulo, VLII.

Fig 9 - Plano de Defesa de 1800. Arquivo Hist�rico do Ex�rcito

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O complexo Itaipu (Forte Duque de Caxias, Forte Jurubatuba, Forte R�go Barros e instala��es de apoio) est� assentado sobre uma pequena serra litor�nea que acompanha o cost�o sul da Ba�a de Santos. O cost�o norte, com as mesmas caracter�sticas e o mesmo grau de preserva��o ambiental, abriga o Forte dos Andradas (1942), constru�do para proteger o porto na imin�ncia da II Guerra Mundial.

O Circuito dos Fortes

Para resgatar a parte bandeirante desse rico patrim�nio nacional, o governo do Estado de S�o Paulo incentivou a cria��o do Circuito dos Fortes7, com fundamentos em uma longa hist�ria de povoamento e conquistas territoriais. Trata-se da implementa��o de um roteiro tur�stico, hist�rico-militar, de visitas a um sistema de prote��o de um porto mar�timo que se desenvolveu abrigado no estu�rio que des�gua a nordeste da Ba�a de Santos, porta de entrada para o sert�o, aberta pelos portugueses na antiga Capitania de S�o Vicente.

7- Forte São LuisGuarujá, 1770

4- Fortaleza de Santo AmaroGuaruja, 1584

3- Forte AugustoSantos, 1734

6- Fortaleza de ItapemaGuarujá,1738

1- Fortaleza de ItaipuP. Grande,1902 5- Forte dos Andradas

Guaruja, 1942

8- Forte São JoãoBertioga, 1551

2- Casa do Trem BélicoSantos, 1734

Fig. 10 - Sistema de Defesa do Porto de Santos. Mapa/AGEM, com destaque para o estu�rio. Fotos/Antonio Carlos Freddo

A Ba�a de Santos disp�e de um formid�vel complexo de fortifica��es erguido ao longo de quase 400 anos, com o mesmo padr�o de engenharia militar difundido pelo mundo inteiro. A regi�o da Costa da

7 Resolu��o SCTDET – 04, de 11 de fevereiro de 2004, elaborado pela AGEM – Agencia Metropolitana da Baixada Santista, com apoio DO SEBRAE/Santos e de diversas institui��es e empresas de turismo receptivo.

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Mata Atl�ntica na Baixada Santista preserva oito exemplares deste rico patrim�nio hist�rico-militar (Fig. 10), al�m das ru�nas do Fortim do G�es. Nos dias atuais, alguns desses monumentos est�o � disposi��o do p�blico, e seus administradores buscam – por meio de roteiros tur�sticos, hist�rico-culturais e ambientais – estabelecer um elo seguro entre um passado glorioso e um futuro que se anuncia promissor.

A implementa��o de um projeto de visita��o aos monumentos que j� est�o restaurados requer apenas um trabalho de conscientiza��o dos turistas sobre a import�ncia da utiliza��o deste formid�vel equipamento que nos foi legado pelos nossos antepassados. Basta promover pequenas modifica��es no comportamento das tripula��es e nos percursos das escunas e lanchas que j� operam entre o centro da cidade e a embocadura do estu�rio, percorrendo todo o Porto de Santos (destaque Fig 11), acrescentando um “pit stop hist�rico” na Casa do Trem B�lico e/ou na Fortaleza de Santo Amaro. Na Ba�a de Santos pode-se contemplar o Forte dos Andradas e a Fortaleza de Itaipu.

O projeto deve ser implementado durante a temporada de cruzeiros mar�timos de 2010/2011. Por ora est� “adormecido na ferrugem e no p�”.

Fig. 11 – A TRIBUNA, 13/01/2007, A-3As duas fortifica��es que protegem a entrada da Ba�a de Santos – Itaipu e Andradas – s�o do per�odo republicano

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A variante colonial do Circuito dos Fortes

Por justas raz�es de seguran�a e produtividade, n�o se pode abrir os terminais portu�rios aos turistas, exceto para os cruzeiros mar�timos. Nada impede, contudo, que eles sejam direcionados a um programa tur�stico pelas �guas tranq�ilas do estu�rio, singrando a mesma rota dos navios que aqui aportam, desde a funda��o da “Villa” de Santos8. O servi�o de turismo n�utico pelo estu�rio j� existe9, por�m, sem qualquer conota��o com a forma��o da nossa nacionalidade e/ou contribui��o dosbandeirantes que partiram da sede da Capitania de S�o Vicente para o oeste bravio a fim de conquistar e povoar novos territ�rios, alcan�ando o centro geod�sico da America do Sul. � preciso apenas, acrescentar uma história que possa dar ao turista a sensa��o de estar singrando a mesma rota mar�tima dos descobridores, piratas e cors�rios que aqui aportaram no per�odo colonial.

A proposta de uma vers�o colonial do Circuito dos Fortes, abrangendo apenas o estu�rio do Porto de Santos, inspira-se em modelo existente na Holanda, onde pequenas e confort�veis embarca��es

8 Santos foi fundada no dia 19 de junho de 1545, por Br�s Cubas, tendo o Outeiro de Santa Catarina, em eleva��o pr�xima a Casa do Trem B�lico, como marco inicial do povoamento da “Villa”, elevada � categoria de cidade em 26/01/1839. (IPHAN / S�o Paulo).9 Dois servi�os recomendados: as escunas que partem no Terminal de Turismo Mar�timo de Santos (Ponta da Praia, Ponte Edgard Perdig�o), e as lanchas r�pidas da empresa Fabiana Transportes (RODRIGUES, C-8 e REDA��O, A-7).

Fig. 12 - Mapa do Circuito dos Fortes / AGEM e mapa de S�o Vicente (1572/1573)“Roteiro de todos os sinais da costa do Brasil” / IPHAN, SPIlustra��o para proposta de uma variante “colonial”do Circuito dos Fortes, no estu�rio do Porto de Santos

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percorrem os canais de acesso aos antigos moinhos de vento. Os moinhos s�o similares, e, portanto, basta visitar um, ouvir sua história e contemplar os demais durante o percurso das embarca��es. Percursos n�uticos interiores (ba�as, estu�rios, rios) s�o explorados de forma semelhante em Barcelona,

Berlim, Londres, Nova York, Paris, Veneza, e outras cidades que n�o t�m visual diversificado como o nosso.

Salvador e Recife t�m programas semelhantes com “motes” na história da invas�o holandesa e contempla��o dos fortes coloniais. A Marinha do Brasil – mais um exemplo significativo – transformou o �nico navio remanescente da 1�. Guerra Mundial em museu tem�tico, ocupando o conv�s inferior. No tombadilho, abriu espa�o para uma empresa de turismo receptivo expor aos turistas a beleza e a natureza do Rio de Janeiro, alcan�ando a Ilha Fiscal e contemplando o Forte S�o Jo�o, a Fortaleza de Santa Cruz, o Forte Gragoat�, e o Forte da Laje que emerge quase no centro da embocadura da Ba�a da Guanabara.

Outro exemplo cujo sistema de defesa colonial se aproxima do existente no Porto de Santos �, sem duvida, o que protegia a “villa” de Nossa Senhora do Desterro (Florian�polis).

A Ilha de Santa Catarina no per�odo colonial abrigou, na sua costa oeste voltada para o continente, a Vila de Nossa Senhora do Desterro, atual centro de Florian�polis. A Ba�a Norte era protegida por um conjunto de tr�s fortalezas: Anhatomirim (1739), Ponta Grossa (1740) e, ao centro, Ratones (1740). No outro acesso mar�timo � cidade, pela Ba�a Sul, existe a Fortaleza Ara�atuba (1742). Al�m destas, havia tamb�m, como indicado na figura 14 ao lado, os fortes: 1- Santana, 2- Santa Barbara, 3- Naufragados (do per�odo republicano, 1909) e

4- S�o Caetano.

Fgi 13 - Esquema de defesa da Ba�a de Guanabara na segunda metade do s�culo XVIII (CASTRO, p. 283)

Fig. 14 – Imagem extra�da do CD-ROM Fortalezas multim�dia.(TONERA, 2001, CD-ROM), com destaque para o percurso das escunas

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Como se pode observar (Fig 12 e 14) os dois sistemas de defesa s�o semelhantes no que se refere a prote��o militar das “villas” que deram origem a Santos e Florian�polis. A principal semelhan�a refere-se aos acessos mar�timos: canal de Bertioga ao norte e estu�rio ao sul, para alcan�ar a “Villa” de Santos; e ba�as ao norte e ao sul para alcan�ar a vila Nossa Senhora do Desterro (Florian�polis). Os dois povoados coloniais nasceram protegidos do mar aberto pelas ilhas de Santo Amaro e de Santa Catarina, respectivamente, e acessos por canais de navega��o vigiados por fortifica��es robustas. Os dois sistemas de defesa foram implantados em meado do s�culo XVIII, sendo que em Santos existem exemplares do in�cio da coloniza��o, e ambos foram acrescidos de novas fortifica��es no per�odo republicano: Fortaleza de Itaipu (1902) e Forte dos Andradas (1942) para proteger a Ba�a de Santos e Forte dos Naufragados (1909), para proteger a Ba�a Sul de Florian�polis. H� tamb�m semelhan�as no que se refere a administra��o (gestores) das fortifica��es: Uni�o, estados, munic�pios e universidades: Universidade Cat�lica em Santos e Universidade Federal de Santa Catarina.

A proposta para aproveitamento do sistema de defesa colonial do Porto de Santos, � semelhan�a do que ocorre em outros portos em v�rias partes do mundo est� “amadurecida”10, e dispomos de um “mote” hist�rico-cultural muito forte para estimular passeios n�uticos nas �guas tranq�ilas do estu�rio. Pequenos acr�scimos aos trajetos das escunas e lanchas que j� realizam passeios pelo estu�rio de Santos podem nos aproximar do aproveitamento tur�stico hist�rico-cultural realizado na Ba�a Norte da Ilha de Santa Catarina. Para isso, basta simplesmente incluir uma visita � Fortaleza de Santo Amaro, no caso das escunas, aproveitando as embarca��es da linha regular que servem a Fortaleza e a Praia do G�es11 e que saem no mesmo atracadouro das escunas. Para as lanchas r�pidas sugere-se que venham a partir do terminal mar�timo em frente � Alf�ndega, pr�ximo � Casa do Trem B�lico, que dever� atuar como centro de informa��es tur�sticas e ponto de partida para a variante colonial do Circuito dos Fores.

Os exemplos das Ba�as da Guanabara e de Florian�polis, e at� mesmo o dos moinhos de vento, na Holanda, podem servir como modelos para as empresas de turismo receptivo, visando explorar a contribui��o da defesa militar para a forma��o da nossa nacionalidade. A Funda��o SETTAPORT de Responsabilidade Social – www.settaport.com.br – j� tem projeto-piloto que consiste na distribui��o deuma autoriza��o (voucher ou passaporte) para seus associados com o compromisso destes de se fazerem acompanhar de crian�as (filho, neto, amigo etc), responsabilizando-se por elas. Se o projeto-piloto se mostrar atrativo, a Funda��o SETTAPORT espera envolver seus associados e suas fam�lias neste projeto a ser conduzido por agentes cadastrados na EMBRATUR para operar com escunas, lanchas r�pidas e as catraias que alcan�am a Fortaleza de Santo Amaro.

O projeto-piloto visa acrescentar um “mote” hist�rico-cultural aos roteiros tur�sticos j� existentes e/ou que est�o sendo implementados sob a forma de minicruzeiros pelo Porto de Santos.

10 Diversas “expedi��es explorat�rias”do Circuito dos Fortes foram realizadas com escuna, catraia, lancha r�pida.11 Esta necessidade atual de “entrosamento” entre escunas e “catraias” que servem a Fortaleza se deve ao fato do atracadouro do monumento hist�rico n�o comportar embarca��es maiores (uma defici�ncia que pode ser corrigida no futuro).

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Preservar é preciso12

1 – Forte S�o Jo�o , 1551

1 – Forte S�o Luis, 1770

3 – Fza. de Santo Amaro, 1584

4 – Forte Augusto, 17345 – Fza. Itapema, 1738

6 – Fza. Itaipu , 1902

7 – Forte dos Andradas, 1942

8 – Casa do Trem B�lico, 1734

9 – Fortim do G�es, 1767

Fig 12 – Plano do Porto de Santos, 1879. AHEx. Fotos: Victor Hugo Mori

Preservar é preciso. Para alcan�ar este objetivo maior � preciso, antes de tudo, difundir a Hist�ria do Porto de Santos pelo vi�s da sua prote��o militar, com destaque para a Fortaleza de Santo Amaro, administrada pela Universidade Cat�lica de Santos e Prefeitura Municipal de Guaruj� e a Casa do Trem B�lico, administrada pela Prefeitura Municipal de Santos. O antigo Forte Augusto hoje abriga o Museu de Pesca de Santos, admin1istrado pelo Governo do Estado. O Forte S�o Jo�o, administrado pela

12 Situação das fortificações no alvorecer do ano de 2010As duas fortifica��es mais antigas, S�o Jo�o e Santo Amaro, e o antigo Forte Augusto, hoje museu de Pesca de Santos, est�o abertos � visita��o. A Casa do Trem B�lico, restaurada, aguarda a conclus�o do projeto de exposi��o de armas e demais “trens b�licos”. A Fortaleza de Itapema, administrada pela Alf�ndega de Santos/Receita Federal, tem projeto de restauro em andamento. O Fortim do G�es est� embargado pelo IPHAN e desenvolve projeto de reocupa��o da �rea invadida. As ru�nas do Forte S�o Luis t�m projeto em andamento pelo IPHAN que deseja transform�-lo em Parque Arqueol�gico S�o Luis.

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Prefeitura Municipal de Bertioga, prossegue como melhor modelo de utiliza��o de um patrim�nio hist�rico nacional – patrim�nio de todos n�s – para fins hist�rico-ambiental e tur�stico na regi�o metropolitana da Baixada Santista.

Aqueles que desejarem “ir mais longe” nas epop�ias que marcaram o longo per�odo de evolu��o da arquitetura militar fortificada em varias partes do mundo devem consultar o site www.fortalezas.orgpara alcan�ar um acervo de 857 fortifica��es (consulta em 01/02/2010)13.

Venha! Estou aqui desde 1551

Fonte: Mapa Rodoviário da DERSA

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7

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Fig 16 - Mapa Rodoviário da Dersa, com indicação numérica da localização das fortificações

13 Consulte tamb�m: 1 – o Portal da Justi�a Federal: http://vialegal.cjf.jus.br, programas anteriores, nr. 378, exibido em dezembro de 2009 nas Tvs: TV Justi�a, Rede Cultura e TV Brasil DF. Hist�ria preservada, jornalista TRF Erica Resende; produ��o Carolina Vallacreces.2 – http://www.amigosdomar.com.br/2009 06 27 1.htm3 – http://www.amigosdomar.com.br/2009 06 27 2.htm e especial Circuito dos Fortes, cobertura a�rea

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Fotos e fotomontagem: Victor Hugo Mori/IPHAN, 29/ 09/2009 e 03/02/2010Fortificação Administração

atualSituação atual, mar/abr 2010

1 – Forte S�o Jo�o (1551) Prefeitura de Bertioga

Aberto ao p�blico

2 – Forte S�o Luis (1770) IPHAN Projeto Parque Arqueol�gico3 – Fortaleza de Santo Amaro

(1584)Unisantos/Pref.

Guaruj�Aberta ao p�blico

4 – Forte Augusto (1734) Gov Est S�o Paulo Museu de Pesca, aberto ao p�blico

5 – Fortaleza de Itapema (1738) Alf�ndega de Santos Projeto de restauro6 – Fortaleza de Itaipu (1902) Ex�rcito Brasileiro Unidade de Artilharia7 – Forte dos Andradas (1942) Ex�rcito Brasileiro Comando de Artilharia8 – Casa do Trem B�lico (1734) Prefeitura de Santos Restauro conclu�do9 – Fortim do G�es (1767) IPHAN / S. Paulo Embargado

*** – Infelizmente, o Forte Nossa Senhora do Montserrat(1543) n�o deixou vest�gios

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Fig 17 - Planta do s�culo XVIII com detalhes da “Villa e Pra�a de Stos”. Biblioteca Nacional / Imagem cedida pelo IPHAN,S. Paulo. Destaques: Fortaleza de Itapema, Outeiro de Santa Catarina, Casa do Trem B�lico, Forte Nossa Senhora do Montserrat e

Ordem 3�. do Carmo.

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UFSC, 2001).

MAPAS HISTÓRICOS E ICONOGRAFIASAndr� Santana Meireles / AGEMArquivo Hist�rico do Ex�rcito, RJ. C�pia do IPHAN/SPArquivo Hist�rico Ultramarino, Lisboa, Portugal. C�pia do IPHAN/SPBiblioteca da Ajuda, Lisboa. C�pia do IPHAN/SPC�dice Quinhentista da Biblioteca da Ajuda. Lisboa. C�pia do IPHAN/SPCole��o Morgado de Mateus, Biblioteca Nacional, RJ. C�pia do IPHAN/SP�lcio Rog�rio Secomandi, Editora Leopoldianum, 2002Fotomontagem de Victor Hugo Mori, IPHAN/SPGuia do Circuito dos Fortes - AGEMPlano do Porto de Santos, Copiado pelo Cap Antonio Am�rico Pereira da Silva, 1879, AHExReprodu��o da gravura no livro “Capitanias Paulistas...” de BeneditoCalixto, colorido digitalmente por Victor Hugo Mori, IPHAN/SPTONERA, Roberto. CD-ROM Fortalezas Multimídia. Florian�polis: Projeto Fortalezas Multim�dia/Editora da

UFSC, 2001).Victor Hugo Mori - IPHAN/SP

SITEShttp://www.amigosdomar.com.br/2009 06 27 1.htmhttp://www.amigosdomar.com.br/2009 06 27 2.htm

http:/www.exercito.gov.br/01inst/historia/�ndex.htm (Consulta, 12/01/2010)www.fortalezas.orghttp://www.fortalezasmultimidia.com.br/santa_catarina (TONERA, Roberto, consulta, 12/01/2010). www.funceb.org.br/revistashttp://vialegal.cjf.jus.br (VILLACRECES, Carolina M. G. Programa nr 378, dez 2009)

Autorizações:Uso de fotos (cr�ditos nas pr�prias fotos):_ Antonio Carlos Freddo_ Victor Hugo MoriUso de mapas, iconografias, fotomontagens e imagensAHEx – Pesquisa nr 069/2003, 02/05/2003IPHAN/9� SR/SP – Oficio s/nr., de 29/07/2004Autoriza��es pessoais:_ Andr� Santana Meireles/AGEM, 02/05/2005_ Antonio Carlos Freddo, 13/09/2004 e e-mail de 09/02/2010, 11:20_ Roberto Tonera, 07/01/2010, e-mail 4:37 _ Victor Hugo Mori, 07/02/2010, e-mail 12:18Autoriza��o para uso das vers�es em ingl�s e espanhol_ Joselene Lacerda de Oliveira, 09/02/2010Autoriza��o para uso de filmes, v�deos, imagens e entrevistas do Programa Amigos do Mar _ N�vea Domingues Alves Francisco