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Degustação - Em família

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Sinopse: A Família é a célula responsável pela constituição dos laços emocionais e espirituais do ser. Em cada capítulo veremos que é na família que reatamos e fortalecemos os laços com aqueles que, na condição de “inimigos”, assumimos compromissos de reparar, proteger e amar. Marcelo Rios nos leva a grandes reflexões sobre o valor de um lar, como o lugar sublime a nós concedido por Deus para que tenhamos condições de construir os elos do amor, da paciência e do perdão. Na colônia Albergue Maria de Nazareth, todo o trabalho que chega advém dos núcleos familiares, e todos os trabalhos que desenvolvem caminham na direção da família.

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Comece pelo começo, estude Kardec!

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Marcelo Rios,psicografado por

Jairo Avellar

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EM FAMÍLIACopyright © 2009 by Jairo Avellar / Marcelo Rios2ª Edição | Março 2016

Coordenação e preparação de originaisMaria Luiza Torres TeixeiraProjeto gráfico e editoraçãoInstituto Editorial D’ EsperanceRevisãoMary Ferrarini

Editora Itapuã é um selo do Instituto Editorial D’ Esperance

Instituto D’ EsperanceRua Iporanga, 573 - Novo Progresso

Contagem | MG | BrasilCep: 32.110-060

Tel: (31) 3357-6550 - 3354-5281email: [email protected]

www.institutodesperance.com.br

C98g RIOS, MARCELO (Espírito)S15g

Em Família / Marcelo Rios (Espírito): psicografado por Jairo Avellar. Instituto D’ Esperance: Contagem, MG, 2016 264 p. ISBN 9788567800127

1. Romance espírita 2. Obra psicografada I. Avellar, Jairo. II.Título.

CDU 133.9

É proibida a reprodução total ou parcial, de qualquer forma ou por qualquer meio, salvo com autorização da Editora, nos termos da Lei 9.610/1998.

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Capítulo 1

Querido leitor, bom dia! Posso lhe confessar que eu já estava mesmo sentindo muita

saudade de você, desde aquele nosso primeiro encontro, por intermédio das páginas do livro Reencarnação, Divina Bênção. Confesso que jamais me canso de agradecer a Jesus pela oportunidade sublime que a mim foi concedida, a de poder fazer amigos pela escrita. Assim, por meio desta tarefa singela, tenho conseguido fazer grandes e maravilhosos amigos, como você.

Minhas amigas e meus amigos muito queridos, lhes confesso que jamais pensei ou poderia imaginar que como desencarnado eu faria e teria tantos amigos como agora. É mesmo muito interessante tudo isso acontecer somente após o desencarne. Após passar por tantas lutas no afã de emergir desse evento erroneamente chamado de morte e, depois de tudo isso, ainda ser agraciado com a maior das oportunidades, a de fazer amigos.

Posso lhes afirmar que a morte realmente não existe. Hoje tenho certeza de que ela deveria se chamar “verdadeira vida”.

Bom dia!

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Passa-se de uma “vida” para uma “verdadeira vida”, ainda mais pulsante, mais inteligente, mais bonita, mais dinâmica, mais ativa e extremamente gratificante. A nossa passagem não nos rouba o ser, deixamos o corpo material e inerte, a nossa vestimenta física, mas seguimos em frente, continuamos em essência, mais refinados, mais sutilizados e mais aptos a atender a dinâmica universal.

Assim entramos na “vida”, saímos da “vida” e entramos na “verdadeira vida”, e saímos da “verdadeira vida” e entramos na “vida”, e saímos da “vida” e até cumprirmos todos os objetivos diante das leis de progresso e houvermos completado vitoriosamente o nosso ciclo perante a evolução terrena, e ainda assim seguiremos adiante.

Olha, sinceramente, quando me for permitido novamente outra imersão no escafandro de carne, imediatamente tomarei um cuidado. Eu me prepararei melhor com vistas ao meu retorno, pensando já em minha volta à “verdadeira vida”, para que não haja perda de tempo e eu possa ser ainda mais feliz imediatamente.

Sem dúvida, vou procurar amar mais e exigir menos de todos os que comigo partilharem o caminho, e tentarei me dar por inteiro, sem me preocupar com as minhas horas ou os meus limites. Todos os dias, eu me levantarei sempre mais disposto a quebrar os meus próprios recordes e tentarei ir sempre além de meus limites nesse grande exercício do amor ao próximo.

Procurarei, também, ser bem mais leve comigo mesmo, me perdoar mais, gostar mais de mim e me amar de corpo e alma, mas terei também o firme objetivo de ser sempre uma pluma com os meus semelhantes. Tudo farei para que possa sempre estar presente uma leveza entre mim e meu próximo.

Por isso, procurarei exigir menos de todos, incentivar mais, agradecer sempre e reconhecer o valor de cada um, por mais ínfimo que alguém possa me parecer. Eu me doarei muito mais e o farei sem reservas, pensarei mais em mim e, por isso, me dedicarei mais às tarefas pessoais de autodesprendimento, desvencilhando-me

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o quanto possa das posses, o exclusivismo e, assim, privilegiarei sempre mais as iniciativas coletivas.

Exercitarei diariamente a vivência fraterna em família, e procurarei amar o meu lar com todas as forças de meu coração. E, amando, farei dele diariamente o altar onde celebrarei o meu culto pessoal à evolução e ao progresso de todos. E em todos os meus dias irei querer conversar em família, irei apertar ainda mais os laços com todos, trabalharei exaustivamente pela união, e assim eu me darei por inteiro até poder extrapolar em mim mesmo, fazendo de meus inimigos amigos e de cada amigo um irmão.

Em tudo e sobretudo procurarei, onde quer que estiver, levar comigo a bandeira bendita da Fraternidade Universal.

Assim, jamais pensarei na morte. Eu não terei tempo, porque em mim tempo e espaço se confundirão com o trabalho, até que somente haja o agora como o verdadeiro espaço da vida, totalmente devotado à produção de boas obras.

Viverei, farei viver, deixarei viver, permitirei viver, e em todos os instantes procurarei fazer de minha vida um hino de amor aos meus semelhantes. Onde estiver serei o arauto do respeito, a começar por mim, levarei o respeito ao meu próximo e, através do respeito, onde estiver, por certo a felicidade também estará. Assim, quando chegar o meu momento, o momento prestes de minha partida, de deixar a “vida” e de entrar na “verdadeira vida”, eu cantarei hinos de felicidade, pois me sentirei ainda mais feliz. E como última atitude, eu me entregarei devotadamente a uma sentida prece de agradecimento. Ela será de joelhos, em respeito a mim e em respeito a Deus, mas também em respeito a todos os que passaram ou estiveram comigo em jornada. Eu agradecerei a Deus por realmente ter vivido, realizado plenamente, no sentido amplo do que seja verdadeiramente existir.

E entenderei que, deixando a vida, eu simplesmente estarei retornando à “verdadeira vida”, e assim não mais me arrastarei como um réprobo sob as minhas próprias mazelas. Não mais me esconderei nas furnas de mim mesmo e nem chorarei o pranto dos

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desesperados, porque terei descoberto que a vida é uma dinâmica maravilhosa de aprendizado contínuo e trabalho ininterrupto, e que evoluir é uma consequência dos esforços empreendidos na direção do progresso.

(...)

Nós não nos reunimos aqui, em equipe, por tempos a fio, simplesmente para lhes trazer belas histórias, e muito menos para lhes trazer verdades novas. As novidades deixaram de existir desde 18 de abril de 1857, e luzes novas jorraram aos borbotões. Tomando estes significativos pontos, podemos concluir que o novo já ficou velho há muito tempo, e que não o fazemos simplesmente para marcar presença literária, pois isso não justificaria tantos esforços de um grupo.

Em primeiro lugar, há, por parte de todos nós, um objetivo, que é o de “consolar corações”. Este é o compromisso primeiro de toda a atividade inserida no amplo contexto da Doutrina dos Espíritos. O segundo é o de abrir nos corações amigos amplos caminhos para a reflexão. E o terceiro é o de falar da imortalidade da alma, em um esforço sempre constante de diminuir ainda mais a distância entre os mais diversos planos da vida.

Nossa intenção é provocar, dessa forma, uma cisão interior em cada coração que permeie estas páginas, que viaje em nossos pensa-mentos, ou que simplesmente pegue carona em algum conceito aqui explicitado e também possibilitar a vários corações o rompimento com velhos conceitos, arraigados nas deformidades de conceitos já caducos pelo tempo ou por simplesmente satisfazerem a interesses individuais ou de grupos, dando a estes corações um espaço digno para a apropriação de uma nova ordem, a ordem da sobrevivência da alma e da jornada sempre progressiva do espírito imortal.

(...)

A morte, desculpem-me a expressão, pois ainda é um vício muito materializado, não existe. A nossa passagem para outro plano

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da vida não nos subtrai o prazer de gostar, de participar, de desejar estar com as pessoas, estejam elas localizadas em qualquer plano.

Essa passagem não nos tira a alegria social. Ao contrário, ela nos impele a uma socialização cada vez mais rápida e mais profunda, na medida em que do lado em que nos posicionamos é que verdadeiramente sentimos como são importantes as ligações interativas das amizades, e como essa interação se faz necessária para um crescimento individualizado.

Daqui é que verdadeiramente percebemos como a família ganha novos e mais lindos contornos. É que começamos a entender verdadeiramente o que quer dizer “irmão”, e aí, sim, vamos nos apropriando, aos poucos, do sentido verdadeiro da fraternidade.

Ninguém é uma ilha! Vocês abrem para mim amplas oportunidades de socialização. E nós, os espíritos, não somos deuses inacessíveis a figurar no olimpo das impossibilidades, distantes e totalmente inalcançáveis ou inatingíveis. Ao contrário, ninguém avança fora das ondas da convivência fraterna e amiga, que produz uma socialização constante. Vocês são, para mim, grandes tesouros!

Nós, os espíritos, seres situados fora do mundo material, muito os amamos, na medida em que nos vemos como companheiros de uma lida comum, irmãos a caminho, viajores da evolução.

Para mim, vocês representam a oportunidade diária de me sentir amado, benquisto, útil, trabalhador, e de ser lembrado nas muitas preces. Por isso, eu já estava com saudade de todos vocês!

Como é bom nos sentirmos amados, queridos e lembrados. O quanto isso nos faz bem, na medida em que produz em nós responsabilidades renovadas e o ardente desejo de retribuir em amor todo o carinho que vocês nos transmitem. Amar e sentir-se amado é bom demais!

A vida se renova todos os dias e sempre conduz até nós um caudal de sublimes oportunidades. São renovações incontáveis a nos oferecer as mais amplas possibilidades para o nosso crescimento individualizado.

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Assim, a vida nos convida a todos, de instante a instante, a avançar para dentro dos perímetros desejáveis dos largos intercâmbios coletivos, a fim de nos aprimorar com extrema sutileza entre a vivência pessoal e a tão necessária convivência interpessoal.

A vida é experiência coletiva, dádiva bendita, que nos une a todos por meio de laços sutis de afetividade, a nos convidar para o grande “banquete das núpcias”. Isolados, somos peças insignificantes e fracas, mas juntos podemos fazer a diferença diante do grande imperativo, que são as leis de progresso.

Solitariamente, isolados, a sós, sozinhos, individualmente, separados, exclusos, distantes, à margem, não avançaremos na direção de lugar algum. O progresso é um desafio comum e uma experiência coletiva.

Por aqui tudo é coletivo, em conjunto, em comum, a muitas mãos. O “eu” é figura inexistente, porque tudo abre espaço para o “nós”, numa reunião abençoada de força e esforços.

Assim, todos os dias recebemos um grande afluxo de pessoas que se dirigem até nós. E, de nossa parte, dirigimo-nos também a outro grande número de companheiros. É nesse intercâmbio gigantesco de esforços que nos renovamos diariamente nas lutas ininterruptas a que somos chamados.

Infelizmente, muitas vezes, grande maioria dos companheiros passa a vida sob a hipnose das conquistas mais imediatas e não conseguem sequer registrar a importância de que se revestem as experiências coletivas, num insano somatório de esforços. Dessa forma, preferem continuar enfeixados no “em si”, perdendo, consecutivamente, oportunidades maravilhosas de crescimento na esteira grandiosa do amor.

Esses são os sonâmbulos da vida, companheiros adormecidos sob o impacto do materialismo, sedimentados brutalmente nos terrenos alagadiços dos falsos tesouros passageiros. E assim, muito comumente, não conseguem sequer perceber que é nesse amplo leque de sutilidades coletivas que a vida vai promovendo, pouco

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a pouco, as aproximações e as reaproximações, as vinculações e as desvinculações. Vai soldando almas com o esmero e a perfeição do ourives do tempo, e corrigindo as soldagens do grande ontem feitas sob a égide das conveniências menos dignas.

Infelizmente, não percebem que é nessa ampla teia social que se dão os maiores lances da evolução e do progresso. Não existe evolução solitária. Poderá haver os impactos providenciais da solidão, visto as necessidades incontestes para a construção de um ambiente de silêncio interior tão necessário em algumas circunstâncias, aquietando as intermináveis ruminações que se apresentam latentes. No entanto, os avanços reais que se movimentam na esteira das realizações somente acontecerão no grande lapidário das vivências sociais.

Dessa forma, vamos nos aproximando uns dos outros, agindo, interagindo e reagindo, burilando, pouco a pouco, o nosso campo intrapsíquico e captando de imediato os reflexos que ocorrem prontamente no mundo vibratório que nos envolve e nos cerca, e que provoca em nós profundas mudanças, tanto no nível individualizado como no coletivo.

Alimentamo-nos, assim, de nossas ligações psíquicas, consumindo aquilo que essa simbiose nos oferta. Nutrimo-nos conforme as nossas escolhas pessoais neste grande self-service da vida. E, assim, provocamos em nós as ressonâncias psicogástricas que elegemos, da mesma forma que somos também alimentação para todos aqueles que de nós se aproximam, ofertando-nos em forma de bolo mental, do qual poderão se servir ou não. Elegemos, dessa forma, profundas simpatias ou reagimos em grandes ondas de antipatias. Somos os responsáveis diretos por tudo aquilo que oferecemos a outrem, na mesma proporção que também somos responsáveis por tudo aquilo que aceitamos dos outros.

Na vida, jamais transferimos responsabilidades! As responsabilidades são pessoais e intransferíveis. É um material individualizado pelo qual responderemos mais dia, menos dia.

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Simpatia ou antipatia, agregações mentais ou antagonismos não são produtos de escolha pessoal, mas sim gerados por identidade ou divergência das ondas mentais, que interagem e reagem entre si e produzem instantaneamente um resultado específico, mutável. Mas as mudanças vão requerer tempo, paciência, perseverança, dedica-ção, aceitação, perdão e profundas mudanças de ambas as partes.

Esses são quadros que não se mudam sob o impacto do imediatismo ou das meras vontades, dos simples gostos ou das conveniências, ou ainda das fantasias, sob pena de navegarmos pelos mares procelosos da falsidade. Vibrações, emanações mentais, processos de mentação são questões muito sérias para serem vividas sob o impacto do acaso! As mudanças demandam tempo, paciência e vontade impactante!

Essas readequações vibratórias se operam no campo mental, cujos impactos variam de pessoa para pessoa e, por isso mesmo, estão a requerer mudanças profundas de todos os lados, esforços contínuos, vontade determinante e, principalmente, humildade para reconhecer que o companheiro que hoje se aproxima de nós, que se mantém na paralela de nossa marcha, de forma alguma é produto do acaso. Todos nós estamos colocados em razão das necessidades comuns para o crescimento coletivo!

Trabalhar essa reaproximação talvez ainda seja impossível em muitos quadros, até mesmo por ser matéria inserida no campo do livre-arbítrio e à qual devemos consagrar o mais amplo respeito.

Entretanto, a postura do outro, mais feliz ou infeliz, diante de nós, reflete tão somente o usufruto amplo da sua liberdade, e caracteriza com exatidão o momento de sua evolução, requerendo de nós muito respeito, extremada vigilância e ampla capacidade de amar e perdoar. Assim, a nossa atitude com relação ao outro são marcas indeléveis do nosso momento e da nossa formação cristã por ora em curso dentro de cada um de nós.

1Mt 13,43.

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No momento em que tomamos conhecimento da importância do coletivo na marcha ascensional das individualidades, cabe-nos também não nos esquecer de que, nos níveis de coletividade em que nos achamos inseridos, nenhuma outra célula se mostra tão importante para nós como aquela movimentada pela teia familiar. A família, sem a menor dúvida, é o ponto mais alto da estrutura social coletiva!

Por isso é que por aqui, sem perceber, nos tornamos membros de uma grande malha social. Tudo aqui nos conduz ao processo da socialização. Demandamos uns aos outros incessantemente, na mesma proporção em que somos demandados intensivamente.

(...)

Fim da Amostra

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