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Trabalho de Conclusão de Curso de Aluna Daiane Aparecida dos Santos - Pós-Graduação em Saúde Mental para Equipes Multiprofissionais - UNIP - São Paulo - Paraíso - Vida Mental Saúde Mental e Nutricional.
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UNIVERSIDADE PAULISTA
DAIANE APARECIDA DOS SANTOS
DELIRIUM NO PACIENTE IDOSO: CARACTERÍSTICAS DESCRITAS NA
LITERATURA BRASILEIRA
SÃO PAULO
2013
DAIANE APARECIDA DOS SANTOS
DELIRIUM NO PACIENTE IDOSO: CARACTERÍSTICAS DESCRITAS NA
LITERATURA BRASILEIRA
SÃO PAULO
2013
Trabalho de Conclusão de Curso para
obtenção do título de especialista em Saúde
Mentalpara Equipes Multiprofissionais
apresentado à UniversidadePaulista – UNIP.
Profº Coordenador do Curso: Hewdy Lobo
Ribeiro
Orientadora: Ana Carolina Schmidt de Oliveira
DAIANE APARECIDA DOS SANTOS
DELIRIUM NO PACIENTE IDOSO: CARACTERÍSTICAS DESCRITAS NA
LITERATURA BRASILEIRA
Aprovado em:
BANCA EXAMINADORA
_____________________________________/_______/__________
Prof. Hewdy Lobo
_____________________________________/_______/__________
Profª. Ana Carolina Schmidt de Oliveira
Trabalho de Conclusão de Curso para
obtenção do título de especialista em Saúde
Mentalpara Equipes Multiprofissionais
apresentado à UniversidadePaulista – UNIP.
Profº Coordenador do Curso: Hewdy Lobo
Ribeiro
Orientadora: Ana Carolina Schmidt de Oliveira
DEDICATÓRIA
À minha mãe, meu alicerce, uma pessoa incrível que me mostrou que a
honestidade e o respeito são essenciais a vida e que sempre devo lutar sem
medir esforços pelos meus sonhos. A ela devo a pessoa que me tornei, sou
exatamente feliz e tenho muito orgulho por chamá-la de mãe.
Especialmente ao meu Tio Sinval, que sempre foi um pai pra mim, pelo apoio,
incentivo e cooperação em todos os momentos. Pela credibilidade e confiança
em mim e por todo aprendizado de vida.
À minha Tia Lia principalmente pela amizade, pelo compartilhamento do
entusiasmo, pela motivação e pelo constante apoio.
À mim mesma, pelo meu esforço, perseverança e dedicação.
AGRADECIMENTOS
Primeiramente a Deus, que sempre foi meu porto seguro, meu melhor amigo e que
me iluminou durante toda minha vida. Com a grande ajuda Dele eu tive forças para
alcançar mais este sonho, me deu coragem e me capacitou para ir alem dos meus
limites.
À minha Mãe Marzelí e aos meus tios Sinval e Maria. Que são responsáveis por
cada sucesso obtido e cada degrau alcançado em minha vida. Em todos os
momentos vocês foram pra mim, um grande exemplo de força, coragem,
perseverança e energia infinita para nunca desistir diante do primeiro obstáculo
encontrado. Vocês são e sempre serão o meu maior porto seguro aqui na terra, meu
maior exemplo de vitoria, meus heróis e simplesmente aqueles que mais amo.
Obrigada por estarem sempre comigo me ajudando a construir alicerces de um
futuro.
À toda minha família, sem a qual eu nada seria. Obrigada pelo carinho e aconchego.
À orientadora Psicóloga Ana Carolina Schmidt pelo tempo e paciência a mim
dedicados e pelo espírito critico, o qual espero, ter adquirido.
Ao professor coordenador do curso Hewdy Lobo por conhecimento, dedicação,
credibilidade e entusiasmo.
À todos amigos de curso, pelo convívio durante nossa trajetória. Obrigada pela
amizade, carinho, pela força e todos os conselhos.
ÀUniversidade Paulista UNIP, que proporcionou o encontro com pessoas
importantes que tanto contribuíram para meu crescimento profissional.
Se cheguei longe, foi porque me apoiei em ombros gigantes.
Issac Newton
RESUMO
O estudo teve como objetivo identificar apartir da revisão da literatura brasileira os
principais aspectos relacionados ao delirium no paciente idoso. A metodologia
utilizada foi uma ampla busca na base de dados LILACS usando a palavra chave
delirium. Os resultados foram que o delirium trata-se de uma alteração multifatorial
com efeitos cumulativos, cada vez mais frequente na população idosa, até o
momento a prevenção é a estratégia mais eficaz para reduzir sua incidência. As
conclusões foram que para melhora da assistência e diminuição das altas taxas de
incidência de comorbidades e mortalidade por delirium é necessário treinamentos e
capacitação para identificação do delirium com toda equipe profissional da área de
saúde.
Palavras Chaves: idosos, delirium, revisão bibliográfica, prevenção.
ABSTRACT
The study had as objective identifyfrom the revision of Brazilian literature the main
aspects regarding delirium in elderly patient. The methodology used was a wide
search in the database LILACS using the keyword delirium. The results were that the
delirium is a multifactorial disorder with cumulative effects, increasingly frequent in
the elderly population. Until the moment prevention is the most effective strategy to
reduce its incidence. The conclusions were that for improves of assistance and
decrease the high rates of incidence of comorbidities and mortalities by delirium,
trainings and capacitation are necessaryfor professional team of the health area be
able to identify the delirium.
Key Words:elderly, delirium, revision of literature, prevention.
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO.........................................................................................09
2 OBJETIVO...............................................................................................11
3 METODOLOGIA......................................................................................12
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES..............................................................13
5 CONCLUSÕES.........................................................................................18
BIBLIOGRAFIA...........................................................................................19
9
1. INTRODUÇÃO
O envelhecimento populacional está sendo uma preocupação emergente na
agenda de muitos governantes. O Brasil tem aproximadamente onze milhões de
pessoas com mais de 60 anos e projeções indicam que será o sexto país em maior
número de idosos em 2020, atingindo aproximadamente trinta e dois milhões de
idosos (ANGELO; SILVA; LIMA, 2011).
O envelhecimento é um dos principais fatores de risco para delirium. Estudos
mostram que de 20 a 60% dos pacientes idosos admitidos nos serviços de
emergência clínica apresentam essa doença (WACKER et al., 2005). Apesar de ser
bem definido, em contrapartida, estudos também mostram que em até 70% dos
casos o delirium passa desapercebido ou é subdiagnosticado erroneamente sendo
muito confundido com depressão e demência (PRADO et al., 2006).
Delirium é uma desordem mental aguda de etiologia orgânica, caracterizada
por alteração global no nível de consciência e curso flutuante. Síndrome clínica
comum, porém grave e potencialmente evitável, sendo mais frequente em idosos.
(POVINELLI et al., 2008).Os sinais e sintomas dedelirium estão associados a
transtornos do sono e podem ser acompanhados por transtornospsicomotores,
transtornos afetivos e emocionais, alteração nível de consciência entre outros. Como
característica clínica destaca se aumento da mortalidade, morbidades, maior tempo
de hospitalização e estresse no paciente, familiares e equipe de saúde, entre outras
(Cosentino; Martins; Fumis, 2012).
O delirium é considerado multifatorial e sua incidência varia de acordo com a
idade; hábitos pessoais; presença de doença clínica com comprometimento do
estado geral de saúde; demência ou outros acometimentos do sistema nervoso
central; e terapia medicamentosa, principalmente se, entre os medicamentos em
uso, estão incluídos narcóticos, sedativos, drogas de ação anticolinérgica ou anti-
histamínica, que aferem um risco duas ou três vezes maior para desenvolvimento do
delirium (GOUVÊA; MASO, 2011).
De acordo com o Departamento de Saúde e de Serviços Humanos dos
Estados Unidos, a população de paciente com idade igual ou superior a 65 anos
10
merece destaque por ser a faixa etária de maior risco para o desenvolvimento da
doença, chegando a 2,5 milhões de pacientes afetados(GOUVÊA; MASO, 2011).
O manual Estatístico e Diagnóstico da Associação Psiquiátrica Americana
(DSM-IV) 2009, diz que o diagnóstico de delirium requer a presença de quatro
características fundamentais:
Distúrbios de consciência com redução da capacidade de atenção;
Alteração cognitiva (deficiência de memória, orientação ou linguagem)
ou alteração perceptiva que não poderia ser atribuída a quadro de demência;
A instalação do quadro se dá em curto espaço de tempo (geralmente
horas a dias) e tende a ter flutuações durante o dia;
Há evidências na história, exame físico ou exames laboratoriais de que
o distúrbio seja causado pelas consequências fisiológicas diretas de uma condição
clínica geral qualquer (APA-DSM IV, 2009).
Os critérios para diagnóstico de delirium são determinados pelo DSM IV, e
para facilitar o diagnóstico existem instrumentos de avaliação do estado mental,
como Mini Exame do Estado Mental (MEEM) e o ConfusionAssessmmentMethod
(CAM). Vale lembrar que o MEEM pode ficar muito prejudicado pelo déficit de
atenção característico do quadro. (POVINELLI et al., 2008).
Justifica-se a presente pesquisa uma vez que os estudos apresentados
mostram uma maior incidência de delirium em pacientes idosos, grande incidência
de falhas no diagnóstico e de morbidade. Saber identificar os principais aspectos
relacionados ao deliriumem paciente idoso possibilitará o seu diagnóstico e
promover melhora do prognóstico. A busca por embasamento teórico nacional
possibilita buscas por alternativas preventivas e interventivas de acordo com a
realidade brasileira.
11
2. OBJETIVO
O objetivo deste trabalho é identificar a partir da revisão da literatura brasileira
os principais aspectos relacionados ao delirium no paciente idoso.
.
12
3. METODOLOGIA
Trata se de uma pesquisa de revisão bibliográfica abrangendo artigos
científicos nacionais. O estudofoi realizadoa partir da busca da palavra chave
“delirium” na base de dados LILACS. Os filtros utilizados foram: textos completos;
idioma português; limite “idoso”. Para a seleção dos artigos encontrados, foi feito a
análise de títulos ou resumo.
13
4. RESULTADOS E DISCUSSÕES
Foram encontrados 22 estudos com o descritor “delirium”, com os filtros
descritos na metodologia, na base de dados LILACS. Destes foram excluídos 18
artigos por falta de conteúdo relativo com a pesquisa; ou por ser de antes de 2005.
Foram selecionados 04 artigos, que seguem resumidos na tabela 01:
Tabela 1 Sumário dos estudos incluídos na pesquisa.
Autores
Ano
Título Metodologia Resultados Conclusão
Barbosa
F.T.B
et al
2008.
Delirium pós-
operatório em
idosos
Revisão literatura. A incidência de
delirium pós-
operatório é maior
em pacientes
idosos.
A melhor estratégia
para reduzir sua
incidência é a da
prevenção.
Gorzoni M.
L.; Pires S.L.,
2006.
Idosos
asilados em
hospitais
gerais .
Revisão literatura. Asilados
necessitam de
mais atenção e
cuidados, inclusive
em relação ao
delirium, além do
tratamento da
doença
desencadeante da
hospitalização.
Recomenda-se cautela
permanente quanto
aos benefícios e riscos
envolvidos em
internação
hospitalares.
Lobô R.R. et
al, 2010.
Delirium. Revisão da literatura. Alteração
multifatorial cada
vez mais frequente
e constantemente
não diagnosticado.
Para adequado
manejo do delirium
devem ocorrer
mudanças como
treinamento e
capacitação da equipe
de atendimento de
todos os setores.
14
Os resultados deste estudo mostraram que, o delirium é uma alteraçãode
etiologia multifatorial com efeitos cumulativos, já sendo considerado um grave
problema de saúde cada vez mais freqüente na população idosa (WACKER;
NUNES; FORTALENZA, 2005) e constantemente não diagnosticado e dessa forma
não tratado adequadamente. Devido a variedade de doenças associadas ao delirium
é de suma importância que toda equipe de saúde, ou seja os funcionários de todos
os setores e especialidades sejam capacitados e treinados para o manejo e
identificação do delirium (LOBÔ et al., 2010).
Vale destacar também que o delirium pode apresentar-se com três subtipos:
1. Hiperativo: paciente hiperalerta, com atividade psicomotora aumentada,
agressivo, agitado com labilidade emocional, sendo mais comum a presença de
ilusões e alucinações.
2. Hipoativo: paciente hipoalerta, com destaque da letargia, redução da
atividade psicomotora, sedação e apatia.
3. Misto: alternação entre os períodos de hiperatividade e hipoatividade
durante o mesmo dia, com características de ambas as formas.
A forma hiperativa é mais fácil de ser reconhecida e, por isso, tratada mais
precocemente. Já a forma hipoativa, é a mais comum, ocorrendo em mais de dois
terços dos casos, porém é a menos reconhecida. Sendo confundida com depressão
em cerca de 40% dos casos (POVINELLI et al, 2008).
Para melhor manejo e tratamento é fundamental a identificação do fator
desencadeante do delirium, descritos na tabela 2. Quanto aos idosos asilados
apesarem de serem admitidos com queixas inespecíficas como sintomas de febre e
estado mental alterado, estão relacionados com diversos fatores desencadeantes
Wacker P.;
Nunes P.V.;
Fortalenza
O.V., 2005.
Delirium e
demência no
idoso: existem
fatores de
risco
comuns?
Revisão literatura. Associação
significativa entre
diagnostico prévio
de delirium e
desenvolvimento
posterior de
demência.
Pacientes com
episódios de delirium
tem incidência
aumentada na
evolução de demência.
15
como por exemplo polifarmacologia e iatrogenias. Devem também levar em
consideração os riscos e benefícios para uma hospitalização do paciente idoso,
dentre os risco destacam se declínios funcionais, piora do estado geral e da
qualidade de vida, úlceras por pressão riscos estes que poderão estar presente
durante e a após hospitalização. Por isso a análise periódica dos fatores de riscos e
desencadeantes do delirium e principais sinais e sintomas associados são
necessários para uma boa avaliação e manejo dos pacientes (GORZONI; PIRES,
2006). A tabela 3 mostra os principais sinais e sintomas associados ao delirium
encontrados nos estudos.
É imprescindível que as instituições de longa permanência para idosos
tenham todos os registros atualizados sobre as condições de saúde, grau de
dependência funcional e as deficiências físicas e cognitivas de todos os pacientes,
para que assim a equipe gerontológica possa monitorizar as alterações sobre estado
inicial, avaliar a eficácia terapêutica, identificar potencialidades, riscos e demandas
de cuidados, tendo assim um melhor planejamento da assistência (LENARDT;
MICHAEL; TALLMANN, 2009).
Tabela 2 -Principais fatores de risco e fatores desencadeantes para delirium.
Fontes: LÔBO et al., 2010;WACKER; NUNES; FORLENZA, 2005;CONSENTINO; MARINS; FUMIS, 2012; PRADO et al, 2006.
Fatores de risco/ Fatores
desencadeantes
Descrição
Características demográficas
Idade avançada.
Comorbidades Doenças clínicas, processos inflamatórios,
infecções, distúrbios metabólicos, distúrbios hidrolíticos, desidratação, desnutrição.
Drogas Polifarmacologia, tabagismo, etilismo, uso de
drogas psicoativas.
Capacidade cognitiva
Demência, déficit cognitivo.
Capacidade funcional
Imobilidade, baixo nível de atividade física, quedas.
16 Tabela 3 – Principais características clinicas/ Sinais e sintomas de delirium.
Características clínicas/
Sinais e Sintomas
Descrição
Início Agudo, dentro de horas ou dias.
Curso Flutuante, intervalos lúcidos presentes.
Reversibilidade Possível. As características individuais e resistência de cada organismo e tratamento precoce são fortes fatores
para a possível reversibilidade do quadro.
Mortalidade/ Morbidades Aumento da taxa de mortalidade e morbidades em idosos, pela falta e/ou demora no diagnostico e tratamento.
Institucionalização Aumento da taxa de institucionalização e maior tempo de hospitalização em decorrênciadas comorbidades e
prejuízos funcionais e cognitivos.
Transtornos do sono Usualmente o paciente faz uma inversão no ciclo sono-vigília.
Transtornos psicomotores Agitação psicomotora, hiperatividade, hipoatividade, prejuízo funcional.
Nível de consciência Alterado, geralmente oscilação entre vigil e sonolência, lucidez e confusão mental, pensamentos delirantes e
alucinações.
Transtornos emocionais e afetivos
Labilidade afetiva, flutuação humor.
Cognição
Prejuízo atenção e memória recente, desorientação, défcitsde linguagem e aprendizado, pensamento
desorganizado.
Fontes: LÔBO ET AL, 2010. WACKER; NUNES; FORLENZA, 2005.CONSENTINO; MARINS; FUMIS, 2012. PRADO ET AL, 2006.
O levantamento do diagnóstico de delirium é eminente clínico, deve ser
realizado através de uma delicada avaliação clínica e do histórico do paciente que
na maioria das vezes deverá ser colhido com um informante confiável. Por isso o
exame físico e psíquico deve ser detalhado, busca de déficits focais e sinais e
sintomas que indiquem quedas, traumas, infecções e afecções agudas, uso de
medicamentos e outras substâncias também deverá ser analisadas bem como
alterações recentes. Exames laboratoriais e a avaliação clínica do paciente deverá
17
ser individualizada a cada caso. A necessidade de exames de líquor, neuroimagem
e eletroencefalograma ainda é indeterminada, e não costuma fazer parte na maioria
dos casos de diagnóstico de delirium (LOBÔ et al., 2010).
Por se tratar de uma emergência médica é imprescindível a rapidez no
tratamento, com identificação e intervenção nas causas geradoras. O controle da
sintomatologia pode ser farmacológica e não farmacológica. A não farmacológica
consiste em intervenções para restaurar as condições fisiológicas e reorientar o
paciente. O tratamento farmacológico se faz necessário nos casos de delirium na
sua forma hiperativa, onde o paciente pode apresentar episódios alucinatórios e
pensamentos delirantes, agitação psicomotora e até agressividade, o que provoca
um intenso desgaste para paciente, familiar e para equipe de saúde. Dentre as
medicações utilizadas, os antipsicóticos são mais indicados. Exceto nos casos de
abstinência de álcool, os benzodiazepínicos são menos utilizados e devem ser
evitados, já que são fatores precipitantes para delirium (POVINELLIet al, 2008).
Segundo Barbosa et al. 2008, a prevenção do delirium é a estratégia mais
eficaz para reduzir sua incidência, já que o tratamento após o quadro já instalado,
nem sempre apresenta total sucesso. O autor WACKER et al., 2005, diz que de fato
a constatação de episódio de delirium aumenta a sensibilidade para diagnostico de
demência.
Barbosa et al. 2008, citam como princípios da profilaxia: avaliação e
tratamento de doenças clínicas, história e acompanhamento detalhado sobre uso de
medicamentos e outras drogas, manter equilíbrio eletrolítico e hidratação.
Prevenção do quadro de delirium consiste em identificar e diminuir os fatores
de risco como exemplo favorecer mobilização e evitar contenção; detectar e tratar
comprometimento cognitivo; favorecer sono tranquilo; reduzir e/ou evitar medicação
que possam precipitar o delirium; orientar paciente com calendários, relógios,
objetos familiares, novas informações. Estar atento e investigar qualquer alteração
no nível de consciência e cognição. Orientar paciente e familiar quanto aos
principais fatores de risco e sinais e sintomas (POVINELLI et al, 2008).
18
4. CONCLUSÕES
O presente estudo revela que o delirium é um problema comum entre
população idosa (WACKER et al., 2005), os autores Cosentino; Martins; Fumis, 2012
dizem que trata se uma condição grave acarretando um alto potencial de
complicações que levam a alta taxa de incidência de morbidades e mortalidades em
pacientes idosos.
O estudo mostra também que o delirium é secundário a uma doença física
desencadeante (GORZONI; PIRES, 2006). POVINELLI et al., 2008 diz que se
tratado a tempo e adequadamente pode ser reversível, porém em contra partida o
autor WACKER et al., 2005, diz que o diagnóstico de delirium em um paciente
saudável cognitivamente sinaliza maior vulnerabilidade para demência. Os autores
PRADO et al., 2006, relata que apesar de toda sua importância continua sendo
despercebido ou subdiagnosticado na maioria dos casos .
Como revelado nos estudos, para melhora da assistência e diminuição das
altas taxas de incidência de comorbidades e mortalidades por delirium é necessário
treinamentos e capacitação para identificação, tratamento e manejo do delirium com
toda equipe profissional da área da saúde (LOBÔ et al., 2010).
Barbosa et al. 2008, revelou que devem ser incluídas na rotina médica e da
equipe de enfermagem avaliações para um diagnostico precoce de delirium, como
também devem ser instauradas medidas preventivas para incidência deste quadro.
O conhecimento dos critérios de diagnósticos e fatores de riscos e predisponentes
para esta doença é de suma importância para toda equipe de saúde já que trata se
de um quadro comum e grave entre população idosa, e como revelou estudos de
ANGELO; SILVA; LIMA, 2011, população que aumenta cada vez mais.
Vale ressaltar a falta de estudos nacionais sobre a prevenção e manejo do
delirium além de revisões bibliográficas, sendo urgente a publicação de casos
clínicos, estudos de prevenção e epidemiologia nacional do delirium.
19
BIBLIOGRAFIA
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