Demolição nr 18.5 trabalho

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DEMOLIO NR 18.5

NR 18.5 Demolio 18.5.1 Antes de se iniciar a demolio, as linhas de fornecimento de energia eltrica, gua, inflamveis lquidos e gasosos liqefeitos, substncias txicas, canalizaes de esgoto e de escoamento de gua devem ser desligadas, retiradas, protegidas ou isoladas, respeitando-se as normas e determinaes em vigor. 18.5.2 As construes vizinhas obra de demolio devem ser examinadas, prvia e periodicamente, no sentido de ser preservada sua estabilidade e a integridade fsica de terceiros. 18.5.3 Toda demolio deve ser programada e dirigida por profissional legalmente habilitado. 18.5.4 - Antes de se iniciar a demolio, devem ser removidos os vidros, ripados, estuques e outros elementos frgeis. 18.5.5 Antes de se iniciar a demolio de um pavimento, devem ser fechadas todas as aberturas existentes no piso, salvo as que forem utilizadas para escoamento e materiais, ficando proibida a permanncia de pessoas nos pavimentos que possam ter a sua estabilidade comprometida no processo de demolio. 18.5.6 As escadas devem ser mantidas desimpedidas e livre para circulao de emergncia e somente sero demolidas medida que forem sendo retirados os materiais dos pavimentos superiores. 18.5.7 Objetos pesados ou volumosos devem ser removidos mediante o emprego de dispositivos mecnicos, ficando proibido o lanamento em queda livre de qualquer material. 18.5.8. - A remoo dos entulhos, por gravidade, deve ser feita em calhas fechadas de material resistente, com inclinao mxima de 45 graus , fixada edificao em todos os pavimentos. 18.5.9 No ponto de descarga da calha, deve existir dispositivos de fechamento. 18.5.10 Durante a execuo de servios de demolio, devem ser instaladas, no mximo, a 2 (dois) pavimentos abaixo do que ser demolido, plataformas de reteno de entulhos, com dimenso mnima de 2,50 ( dois metros e cinqenta centmetros) e inclinao de 45 graus, em todo o permetro da obra. 18.5.11 Os elementos da construo em demolio no devem ser abandonados em posio que torne possvel o seu desabamento. 18.5.12 Os materiais das edificaes, durante a demolio e remoo, devem ser previamente umedecidos. 18.5.13 - As paredes somente podem ser demolidas antes da estrutura, quando esta for metlica ou de concreto armado.

Demolio o ato de se destruir de forma deliberada alguma construo a fim de dar outro destino ao espao antes ocupado por ela. Existem diversas tcnicas de demolio entre as quais podemos citar: Com recurso a equipamento mecnico Atravs de processos trmicos Por uso controlado de explosivos (imploso ou exploso) Por abraso Processos eltricos Processos qumicos A demolio, para ser realizada, deve seguir normas tcnicas e de segurana a fim de evitar ocorrncia de fatos indesejados, como prejuzos ao patrimnio, sade ou vida das pessoas que nela trabalham ou venham a ter contato. Os meios urbanos expandem-se cada vez mais e as necessidades de uma populao crescente implicam melhores condies a todos os nveis. Cidades muito antigas apresentam na sua maioria plantas irregulares que congestionam o fluxo de pessoas e bens nestes territrios, bem como apresentam edifcios muitas vezes velhos e sem condies de segurana. As estruturas, aps um determinado perodo de tempo, vo se deteriorando. Quando elas chegam ao ponto de j no poderem ser utilizadas ou serem consideradas inseguras, acaba por vezes ser mais econmico demoli-las do que restaur-las. Demolir um edifcio velho e construir um moderno em seu lugar, ser mais seguro bem como ir favorecer o aspecto da zona em causa. Assim, a Demolio surge como um dos instrumentos capazes de manter o bom funcionamento das cidades contribuindo para um desenvolvimento sustentvel. O avano da tecnologia tem vindo a proporcionar o aparecimento de variados mtodos de demolio de edifcios com vista substituio de estruturas em ms condies por novas construes, integradas num contexto social fundamental para o desenvolvimento e progresso do mundo moderno. A indstria da demolio e reciclagem de materiais apresenta-se, assim, como um esforo constante de mudana e de adaptao das condies humanas ao meio ambiente envolvente. Aproveitamento de resduos: Referncia estado de So Paulo Demolir: deitar abaixo, desmantelar, destruir, derrubar ". o que diz o dicionrio Aurlio, mas no exatamente o que diz a prtica . Para os profissionais da atividade, quando se fala em demolio o primeiro pensamento no destruir, mas salvar. Salvar tudo, absolutamente tudo que for possvel, antes de "deitar abaixo". O aproveitamento dos materiais de uma construo constitui a principal fonte de uma demolidora, e no a demolio em si . Para demolir uma obra, a Demolidora adquire o direito de retirar o material para revenda. A retirada do material pode ser chamada, portanto, de mola-mestra, criada dentro do servio de demolio, mas esta atividade no envolve apenas tcnicas manuais, quase artesanais, voltadas para a pacincia e o cuidado. So tambm profissionais de demolio engenheiros especializados, dedicados a tcnicas mais rpidas de demolir, com objetivos que no o aproveitamento do material. Se nessa tica at a imploso, tecnologia altamente especializada, no mesmo fio longo do processo de demolir, mas em ponta diferente. Quando se diz "salvar absolutamente tudo" , no apenas fora de expresso .

O reaproveitamento passa no s pelos materiais de acabamento (portas, janelas, vitrs, peas de madeira, grades, metal sanitrio, azulejos), mas tambm por elementos da prpria estrutura, como tijolos, ferragens, madeira, sem falar das plantas, que conforme seu tamanho e qualidade so salvas tambm, geralmente enviadas para o setor de parques e jardins da prefeitura. A ordem no destruir o que pode dar lucro nos depsitos das demolidoras. Localizados, em geral, na periferia, esses depsitos revendem material mais comum - peas antigas, raras, de alta qualidade so vendidas na prpria obra por meio de anncio em jornais, ficando expostas enquanto durar a demolio . "Cliente certo para mercadoria certa", "Quem conhece compra, paga mais e no se importa". So proprietrios que vo pessoalmente ao depsito querendo descobrir coisas especiais que em lojas de construo no seriam encontradas. Tijolos antigos, maiores, telhas mais grossas, portas e janelas de ferro trabalhado, muito mais caras que as novas. So arquitetos interessados em projetar com base nesses materiais ou procurando atender s exparqueiros de seus clientes. Os demolidores costumam ter encomendas de casas inteiras com determinadas caractersticas. Logo que as encontram, telefonam ao cliente, que se encarregar de transportar os materiais ou at a casa completa para reconstitu-la idntica em outro local. Colecionadores e Parqueiros Colecionadores tambm so clientes constantes para os materiais retirados . Entre eles podem ser includos os prprios demolidores, que freqentemente guardam as peas encontradas. Mas a demolio no vive essencialmente de empresas e seus operrios. Existem trabalhadores subempreitados formando um grupo caracterstico, tradicional, denominados "parqueiros". Vindos na sua maioria da Bahia (origem alis responsvel por 99 % da mo-de-obra hoje utilizada na demolio), de cidades como Varginha, Boquira, Paramirim, todas ao sul da Bahia, esses operrios, parentes entre si, se cotizam para poder pagar por uma demolio e receber o direito de venda do material que retirarem. Nesse caso existem demolidoras que servem como intermedirias entre proprietrio, para quem pagaro pela demolio, e parqueiros, de quem recebero para ceder o servio. Equipamentos e proteo Ao contrrio do que possa parecer, a falta de equipamentos no causa acidentes na demolio. Os empresrios so unnimes em afirmar que esses operrios baianos fazem o servio com muito mais segurana do que outro operrio no especializado, com todos os equipamentos necessrios. Ren Franco, da Demolies Franco, testemunha disso : "Em meus 46 anos de atividade apenas um trabalhador morreu na obra, por falta de cuidado ao pisar em uma laje. No h nem como utilizar outra mo-de-obra que no essa do sul da Bahia, porque hoje no pais a nica especializada". E So Paulo o estado que mantm esses grupos (as demolies feitas em qualquer lugar do Brasil so servios de empresas paulistas). Numa demolio, eles precisam ter como encarregado algum de seu meio, que saiba desenvolver o trabalho, ou no dar certo."Voc pode contratar um mestre de obras ou engenheiro experimentado, de uma grande construtora, e garanto que ele no conseguir tocar a obra". Os prprios paqueiros - explicam - tm uma maneira toda especial de negociar com os donos da demolidoras, envolvendo acordos informais, que s muita experincia e anos de convvio podem

proporcionar . " preciso ter a sensibilidade deles, para conhecer as tcnicas e saber dos perigos, se o prdio est ou no para cair, ou dentro de um tnel saber se h estabilidade. Um engenheiro pode no saber, mas eles sabem". Mas se os empresrios da demolio utilizam os baianos hoje e sabem que so os nicos especializados, os mais antigos como Ren Franco, lembram que hove um tempo (at meados de 1960) em que os operrios vinham do pas inteiro e at do Exterior."Naquela poca haviam paulistas, mineiros, gachos, nordestinos, portugueses, espanhis, alemes e at um russo. Eram operrios mais qualificados do que os de hoje; mais esclarecidos, mais cultos, com outra mentalidade, de convivncia mais fcil com os empresrios". Demolio Mecanizada Os demolidores convencionais no costumam utilizar mquinas em sua atividade, por um fator primordial: onde existe esse equipamento no h aproveitamento de material. Os casos especiais em que se pode fugir regra so demolies com prazos urgentssimos, em que as demolidoras cobram das construtoras proprietrias, pois no tero a receita advinda do material. A utilizao de mquinas na demolio sempre tem um custo muito alto para o demolidor. Em geral utilizam-se equipamentos de terraplanagem, ps, escavadeiras e guindastes com peso na ponta, com custos altos de remoo de entulho, alm do aluguel e transporte das mquinas. Hoje alugar um equipamento de guindaste, colocar um peso e bater, prprio de pas rico, como EUA . Aqui, um dia de mquina j sob repudiaria o trabalho da demolio convencional, muito mais barato. Alm do mais, os fabricantes no dimensionaram as mquinas para dar pancadas. No existe mquina para isso , a no ser bate-estaca. Mquinas de iamento que fazem o trabalho, e nos Estados Unidos, quando colocam a bola porque o equipamento j ultrapassou 20 mil horas de uso. Aqui, uma mquina com esse tempo semi nova. "A operao nos Estados Unidos, colocar uma bola em cima de uma trelia condenada, numa rea j condenada, para demolir um prdio condenado. Quando se quebrar a trelia j condenada, retirase outra na sucata, pondo-a na mquina. No Brasil, quando quebra uma trelia no tem onde arranjar outra. No existe sucata desse equipamento. Mercado Como em todos os setores da construo, h crise. Nos anos passados, 90 obras por ms era o normal. Hoje a mdia gera em 40 obras por ms. As quatro maiores empresas detm mais ou menos 70 a 80% do mercado. No ano passado, muitas construtoras compraram casas para demolir e frequentemente com prazos muito curtos. As demolies eram feitas por mquinas, sem aproveitamento de material. Com a crise as construtoras grandes esto comprando terrenos de outras, cujos imveis j foram demolidos. Os maiores demolidores eram os bancos, principalmente em cidades do interior, onde agncias proliferaram. Hoje j no existe predominncia de nenhum setor. Temos atendido indstrias, bancos, construtoras e particulares na mesma proporo. A crise preocupa, mas se sabe que a demolio nunca vai parar.

"Qualquer construo precisa de uma demolio" - "O moderno tem prioridade sobre o antigo". um trabalho difcil, dizem os empresrios, mas no sabem classificar qual o tipo pior. Cinema um deles, pela altura. Outro exemplo so os galpes. Ren Franco, por exemplo, chama a ateno para demolio do telhado, em qualquer obra. "Sem ele a construo fica sem apoio e pode facilmente cair" . Conhecimentos e Valores Questionado quais os conhecimentos necessrios para um demolidor, Franco os resumiu em dois itens: aspecto comercial - saber fazer oramento, conhecer preos dos materiais, analisar uma obra com o mximo de segurana para evitar surpresas (mesmo assim a demolio orada com margem de 20% a menos ou a mais), e cita como exemplo um oramento mdio, numa demolio em que se retiraro 200 mil reais em material: a demolidora paga 50 mil construtora e gasta 40 mil com mode-obra e 70 mil na retirada de entulho. O total de despesas de 160 mil, com o lucro de 40 mil. A tcnica de demolio propriamente dita o outro item necessrio ao profissional. Exige conhecimento de concreto (consistncia), clculos da quantidade de ferro (mesmo estruturas no vistas podem ser calculadas com segurana), tipos de estrutura, avaliao correta da quantidade de materiais empregados e grau de dificuldades para demoli-los. Saber improvisar e decidir rapidamente quando houver surpresas ou dificuldades no esperadas, tambm um item importante para o profissional. Arte de Destruir "Ser demolidor agradvel", " uma lio de vida. Aprendi muito sobre as pessoas e sobre si mesmo fazendo demolies". O profissional de demolies, vive disso, no se nega a fazer seu trabalho, mas se sensibiliza com as coisas que encontra: "Atravs de uma casa se identificam os hbitos dos moradores. So construes feitas pelo proprietrio para sua moradia, e nela ele punha o melhor". A importao antigamente era muito fcil (os navios traziam materiais como lastro) e em cada detalhe de uma casa podia ser encontrado um material ou uma pea do exterior. Uma das maiores jias que um demolidor pode encontrar , (quando encontra, todo mundo fica sabendo) o pinho-de-riga, madeira originria da Rssia, de Riga (com corte hoje proibido). "A demolio assim. O que se ganha nem sempre proporcional ao que se gasta" - "Um sujeito trabalha anos para construir algo que em um ms demolido" Gerenciamento de resduos Resumo Empresas de construo civil geram grandes quantidades de resduos que poderiam ser reaproveitados, reciclados e/ou reutilizados. O Plano de Gerenciamento de Resduos Slidos em Obras de Construo Civil visa minimizar tais resduos, assim como reduzir gastos com seus tratamentos e disposio final, beneficiando, assim, as empresas, visto que esta economizar e melhorar sua produo. O presente trabalho visou abordar e implantar as tcnicas propostas no plano supracitado, bem como a discusso da aplicao da resoluo 307/2002 do CONAMA, que objeto dessa pesquisa na Construtora Consciente. Os dados obtidos na construtora mostraram que esta obteve melhoras na sua produo ao utilizar os

procedimentos propostos, minimizou a gerao de seus resduos, contou com o apoio de sua equipe tcnica e economizando materiais. 1. INTRODUO Atualmente, a reciclagem de materiais tem se fortalecido como um eficiente mecanismo para solucionar e/ou minimizar os problemas oriundos do no gerenciamento dos resduos gerados pelas atividades antrpicas. A reciclagem tambm ganha fora pela busca de novos materiais, como os da construo civil, que possam substituir as matrias-primas retiradas do meio ambiente. Os Resduos de Construo e Demolio - RCD, tambm denominados como entulho, tem se tornado um dos alvos do meio tcnico-cientfico, utilizando o mesmo como agregado para inmeros usos na construo civil e tambm na pavimentao rodoviria, entrando como substituto s matrias-primas hoje utilizadas nestes setores (CARNEIRO, 2001). Nas construes civis realizadas nos municpios brasileiros nota-se a gerao de uma grande quantidade de entulho, evidenciando um desperdcio irracional de material: desde a sua extrao, passando pelo seu transporte e chegando sua utilizao na obra. Outro ponto preocupante dessa questo a no realizao da segregao desses materiais que vo para descarte, o que gera a contaminao desses materiais que poderiam ser reciclados e novamente empregados nas obras de engenharia, por tintas, solventes, etc. O nus desta irracionalidade distribudo por toda a sociedade, no s pelo aumento do custo final das construes como tambm pelos custos de remoo e tratamento do entulho. Na maioria das vezes, esse resduo retirado da obra e disposto clandestinamente em locais como terrenos baldios, margens de rios e de ruas das periferias, gerando uma srie de problemas ambientais e sociais, como a contaminao do solo por gesso, tintas e solvente; a proliferao de insetos e outros vetores contribuindo para o agravamento de problemas de sade pblica (MENDES, 2004). Os elevados gastos por parte da Administrao Pblica na limpeza e remoo desses resduos de locais inadequados, bem como da construo de um local apropriado para receber os mesmos, hoje um dos grandes problemas enfrentados pelos governantes, o que acaba gerando um ciclo vicioso de disposio inadequada e remoo dos mesmos pelas companhias de limpeza pblica. Por meio de sua utilizao como matria-prima ou agregado, o entulho pode deixar de ser um problema, tornando-se uma sada para a escassez de materiais granulares capazes de serem utilizados para tal fim. O emprego desse resduo contribuiria igualmente de forma positiva para a diminuio do consumo de insumos da construo civil oriundo de processo de britagem de rochas, britas e areia artificial, sendo assim uma importante ferramenta no combate a degradao ambiental.

As problemticas ambientais envolvendo a grande gerao de resduos da construo civil so notrias, bem como as inmeras interferncias no meio ambiente devido ao acmulo e destinao inadequada para tal resduo. Mesmo diante desse quadro, percebe-se ainda uma tmida reao, tanto por parte do setor pblico como do setor privado, no sentido de buscar sadas eficazes transcritas em mecanismos de absoro desse resduo como agregado que possa ser incorporado ou mesmo substituir recursos naturais em linhas de produo, ou at mesmo no seu retorno para as fontes geradoras, como insumo. Aliada a tal reao desses setores tem-se a dificuldade por parte das empresas e governos municipais em criar mecanismos de gerenciamento eficazes, capazes de: i) nortear um uso mais inteligente dos materiais nas frentes de trabalho, visando com isso uma reduo no volume de material a ser descartado mais tarde; ii) contribuir com a segregao desses resduos in loco, de modo a facilitar o seu reuso posterior e iii) realizar e controlar a disposio do que no pode ser submetido a processos de reciclagem ou reuso direto em locais apropriados, diminuindo com isso o surgimento de reas clandestinas de bota-fora, que ocorrem em muitas vezes em reas de preservao ambiental (OLIVEIRA, 2005). Ciente de toda a dificuldade que envolve esse resduo, bem como da real necessidade e urgncia de se viabilizar mecanismos para o gerenciamento apropriado do mesmo, este trabalho visa servir como um mecanismo de pesquisa para colaborao nessa busca. Deste modo, o objetivo principal desse trabalho mostrar atravs de amplo estudo realizar as principais aplicaes do RCD em obras civis, bem como identificar as vantagens e dificuldades encontradas pelas empresas em trabalhar com este material, e observar as recomendaes da Resoluo 307 do Conselho Nacional do Meio Ambiente. 2. REVISO BIBLIOGRFICA Segundo a Resoluo 307 do Conselho Nacional do Meio Ambiente - CONAMA (2002), os resduos de construo civil so: "os provenientes de construes, reformas, reparos e demolies de obras de construo civil, e os resultantes da preparao e da escavao de terrenos, tais como: tijolos, blocos cermicos, concreto em geral, solos, rochas, metais, resinas, colas, tintas, madeiras e compensados, forros, argamassa, gesso, telhas, pavimento asfltico, vidros, plsticos, tubulaes, fiao eltrica etc., comumente chamados de entulhos de obras, calias ou metralha (CONAMA, 2002)." Na grande maioria dos municpios, a maior parte desse resduo depositada em bota-fora clandestino, nas margens de rios e crregos ou em terrenos baldios. A deposio irregular de entulho, segundo Mendes et al. (2004), ocasiona proliferao de vetores de doenas, entupimento de galerias e bueiros, assoreamento de crregos e rios, contaminao de

guas superficiais e poluio visual. Acrescentando, Angulo e John (2004) relatam que a ausncia ou ineficincia de polticas especficas para este resduo tem criado condies para que os mesmos apresentem atualmente efeitos ambientais significativos sobre a malha urbana, como o surgimento de aterros clandestinos e o esgotamento de aterros (inertes ou sanitrios). Os Resduos de Construo e Demolio (RCD) causam tantos problemas vida urbana e ao meio ambiente que a melhor soluo que o mesmo seja visto como fonte de materiais que podem ser reutilizados na construo civil e pavimentao. Guimares et al. (2005) afirmam ainda que, alm de atrair a deposio de outros resduos no local, tambm acarrete um ciclo vicioso de gastos pblicos com limpeza, uma vez que mais lixo ser depositado ali posteriormente. O grande desperdcio de materiais na construo civil brasileira real, e bem elevado. Carneiro et al. (2001 apud MOTTA e FERNANDES, 2003), relata que os resduos gerados nessa atividade possuem uma considervel heterogeneidade em termos da sua composio. Sua quantidade varia de 54% a 70% dos resduos slidos urbanos de cidades brasileiras como o Rio de Janeiro e Belo Horizonte, representando uma gerao per capita entre 0,4 e 0,76 t /hab./ano (MOTTA; FERNANDES, 2003). Com relao gerao de entulho, a situao da cidade de Goinia no diferente. Segundo a prefeitura, a gerao de entulho na capital de Gois gira em torno de 586.276 t/ano, sendo que desse total 60% entulho passvel de reutilizao (OLIVEIRA et al., 2005). O entulho constitudo de restos de praticamente todos os materiais de construo (argamassa, areia, cermicas, concretos, madeira, metais, papis, plsticos, pedras, tijolos, tintas, etc.). No entanto, Zordan (1997) afirma que a maior frao de sua massa formada por material no mineral (madeira, papel, plsticos, metais e matria orgnica). No Brasil, a destinao adequada, bem como a prtica de reciclagem de entulho, ainda pouco difundida. Alguns municpios, como Belo Horizonte, So Paulo, Londrina e Porto Alegre possuem usinas de reciclagem; essas, entretanto, absorvem menos de 10% dos resduos urbanos (John e Agopyan, 2003). Os mesmos autores ainda identificam algumas aes que direcionam para a reduo da gerao de menos resduo na construo civil: "mudanas de tecnologia para combater as perdas; aperfeioamento e flexibilidade de projeto; melhoria da qualidade de construo, de forma a reduzir a manuteno causada pela correo de defeitos;

seleo adequada de materiais, considerando, inclusive, o aumento da vida til dos diferentes componentes e da estrutura dos edifcios; capacitao de recursos humanos; utilizao de ferramentas adequadas; melhoria da condio de estoque e transporte; melhor gesto de processos; incentivo para que os proprietrios realizem modificaes nas

edificaes e no demolies; taxao sobre a gerao de resduos; medidas de controle de disposio; campanhas educativas." A forma mais simples de reciclagem do entulho a sua utilizao em pavimentao (base, sub-base ou revestimento primrio), na forma de brita corrida ou ainda em misturas do resduo com solo (ZORDAN, 1997). A eficincia desta prtica, j comprovada cientificamente, vem sendo confirmada pela utilizao da mesma por diversas administraes municipais. Segundo Oliveira et al. (2005), a utilizao do entulho reciclado em sub-base e base pavimentos j uma realidade no Brasil, inclusive em Goinia, onde, no final de 2003 uma pista experimental foi executada, com mistura de solo e entulho reciclado compondo as camadas de sub-base e base, visando avaliar seu comportamento estrutural. Contudo, para a aplicao do RCD no campo da engenharia, faz-se necessrio que um ponto seja observado. Este resduo, conforme Angulo e John (2004), no constitudo apenas por minerais no metlicos, adequados produo de agregados, mas possui outras fraes: metais ferrosos e no ferrosos, plsticos, madeira e at mesmo gesso de construo. Ainda, John e Agopyan (2001 apud SOUZA, 2006) destacam que, pela NBR 10.004 (ABNT, 1987), o resduo da construo e demolio civil pode ser enquadrado como resduo inerte, porm, nele podem existir elementos que o tornam no inerte ou perigoso. Atualmente, um mecanismo importante empregado nessa problemtica ambiental a implantao de programas de gesto desse resduo. Um mecanismo importante criado para tal finalidade foi a Resoluo 307 (CONAMA, 2002), a qual define, para a construo civil, quatro classes de resduos, que devero ter tratamentos distintos: Classe A - resduos reutilizveis ou reciclveis, como agregados, tijolos, blocos, telhas, placas de revestimento, argamassas, concretos, tubos, meio-fio, solos de terraplanagem, etc; Classe B - resduos reciclveis para outras destinaes, tais como

plsticos, papel/papelo, metais, madeiras, etc; Classe C - resduos ainda sem tecnologias ou aplicaes economicamente viveis para a sua reciclagem/recuperao, tais como os oriundos do gesso (tratamento pelo gerador); Classe D - perigosos, como tintas, solventes, leos e outros, ou aqueles contaminados (tratamento pelo fabricante). Alm dessa classificao dos resduos, que possibilita um manejo mais adequado, bem como o auxlio para o emprego dos mesmos como material alternativo (reciclado) em diversas reas da construo civil, esta resoluo estabelece ainda que os mesmos no possam ser dispostos em aterros de resduos slidos domiciliares ou em bota-fora. Tambm estabelece que a competncia para o gerenciamento dos mesmos fica sobre responsabilidade dos governos municipais (AZEVEDO; KIPERSTOK;MORAES, 2006). Como exemplo de aplicao dessa legislao pelos municpios, pode-se citar o caso de Salvador, Bahia, onde, conforme Azevedo, Kiperstok e Moraes (2006): "o projeto de gesto diferenciado de entulhos tem como suporte legal o Decreto n 12.133, de 08/10/1998 (Salvador, 1998), chamado Regulamento do Entulho, que estabelece a obrigao do proprietrio (seja pessoa fsica ou jurdica) ou ao responsvel legal ou tcnico por uma obra de construo civil ou movimento de terra, a obrigao de providenciar, s suas expensas, o transporte de entulho at os locais autorizados para sua recepo, bem como a aquisio dos recipientes adequados para acondicionamento no local da obra. Determina, tambm, a obrigatoriedade de cadastro de pessoas fsicas ou jurdicas que realizam o transporte de entulho no municpio (Carneiro, Braum e Cassa, 2001), as quais devem cumprir as normas de segurana e levar o material para os locais autorizados". Pucci (2006) faz, em seu estudo, uma caracterizao da cadeia logstica do RDC, dentro das exigncias estabelecidas pela CONAMA 307/02. O autor observou que a cadeia logstica desse resduo pode ser dividida em dois subsistemas distintos, e que os mesmos merecem tratamentos especficos, visto a existncia de diferentes participantes e etapas em cada um deles. Os subsistemas especificados pelo autor foram: SUBSISTEMA INTERNO OBRA: que trata do resduo gerado por uma tarefa especfica, sua segregao, seu acondicionamento no local da tarefa, seu transporte at o local de armazenamento da obra e armazenamento at sua retirada. SUBSISTEMA EXTERNO OBRA: compreendendo as etapas de armazenagem do resduo para retirada, o transporte do resduo e sua deposio final.

Equipe 1_________________________________________________________________________ 2_________________________________________________________________________ 3_________________________________________________________________________ 4_________________________________________________________________________ 5_________________________________________________________________________ 6_________________________________________________________________________