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Denotação e Conotação Estes dois conceitos são muito fáceis de entender. Vamos começar entendendo as duas partes de um signo linguístico (a palavra): 1. O Significante – Parte concreta da palavra é constituída de sons e da forma escrita. Cobra – O significante é a própria palavra. 2. O Significado – Parte que a gente entende, ou seja, o conceito. Cobra – O significado é aquilo que a palavra representa, nos remete a uma ideia mental ou uma imagem. Exemplo 1: A cobra picou o homem! (cobra = tipo de réptil peçonhento) Exemplo 2: Este homem é uma cobra! (cobra = pessoa falsa) Perceba que Um mesmo significante (parte concreta) pode ter vários significados (conceitos)! Podemos concluir que: a) Um signo linguístico (palavra) apresenta duas partes: significante e significado! b) O significado varia de acordo com o contexto! c) Um significante pode ter vários significados! Vamos agora entender os significados! Os significados apresentam duas formas: a) A forma primitiva e original – A cobra picou o homem. b) Uma forma secundária, uma alegoria – Este homem é uma cobra. A partir destas noções, podemos entender o que são Denotação e Conotação. DENOTAÇÃO: Usamos o significado primitivo e original, com o sentido do dicionário; usado de modo automatizado; linguagem comum. Ex: O cão está latindo! CONOTAÇÃO: Usamos o significado secundário, com o sentido amplo; usado de modo criativo, numa linguagem rica e expressiva. Ex: Esta menina é um cão! 1

Denotação e Conotação

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Denotação e Conotação

Estes dois conceitos são muito fáceis de entender.

Vamos começar entendendo as duas partes de um signo linguístico (a palavra):

1. O Significante – Parte concreta da palavra é constituída de sons e da forma escrita.

Cobra – O significante é a própria palavra.

2. O Significado – Parte que a gente entende, ou seja, o conceito.

Cobra – O significado é aquilo que a palavra representa, nos remete a uma ideia mental ou uma imagem.

Exemplo 1: A cobra picou o homem! (cobra = tipo de réptil peçonhento)Exemplo 2: Este homem é uma cobra! (cobra = pessoa falsa)

Perceba que Um mesmo significante (parte concreta) pode ter vários significados (conceitos)!

Podemos concluir que:

a) Um signo linguístico (palavra) apresenta duas partes: significante e significado!b) O significado varia de acordo com o contexto!c) Um significante pode ter vários significados!

Vamos agora entender os significados!

Os significados apresentam duas formas:

a) A forma primitiva e original – A cobra picou o homem.b) Uma forma secundária, uma alegoria – Este homem é uma cobra.

A partir destas noções, podemos entender o que são Denotação e Conotação.

DENOTAÇÃO: Usamos o significado primitivo e original, com o sentido do dicionário; usado de modo automatizado; linguagem comum. Ex: O cão está latindo!

CONOTAÇÃO: Usamos o significado secundário, com o sentido amplo; usado de modo criativo, numa linguagem rica e expressiva. Ex: Esta menina é um cão!

Vamos Revisar:

Denotação – sentido comum! (Macete: “D” de Dicionário – sentido do dicionário)Conotação – sentido figurado!Simples.

Observe o texto:

A autônoma Michele M. F, 20 anos, foi presa na tarde de quinta-feira, sob suspeita de ter assassinado o marido com um tiro na cabeça na Vila Maria, zona oeste de São Paulo.

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A Secretaria da Segurança informou que Michele permaneceu no local do crime e disse aos policiais que matou Joaquim de Moraes Barros, 40anos, seu marido porque ele mantinha um relacionamento extra-conjugal com uma adolescente.

O texto jornalístico traz as palavras com significados primitivos. O texto é denotativo.

Veja agora:

Michele descobriu que seu marido tinha uma amante, certamente uma franguinha bem mais nova que ela… Michele resolveu dar o troco e matou o marido de ciúmes, saindo toda noite com um antigo amigo de faculdade.

O texto é pessoal, apresenta palavras com significado secundário, portanto, trata-se de um texto conotativo.

b) (C)FIGURAS DE LINGUAGEM

Figuras de linguagem (Brasil) ou figuras de estilo / figuras de Retórica (Portugal) são estratégias que o escritor pode aplicar no texto para conseguir um efeito determinado na interpretação do leitor. São formas de expressão mais localizadas em comparação às funções da linguagem, que são características globais do texto. Podem relacionar-se com aspectos semânticos, fonológicos ou sintáticos das palavras afetadas. É muito usada no dia-a-dia das pessoas.

Alguns exemplos:

A vida é um palco iluminado. (metáfora) Já disse mais de um milhão de vezes! (hipérbole) As velas do Mucuripe / saíram para pescar. (sinédoque) O único sentido oculto das coisas é elas não terem sentido oculto nenhum. (paradoxo) Ouviram do Ipiranga as margens plácidas... (hipérbato)

Figuras de linguagem mais usadas

Comparação ou símile

É a aproximação de dois termos entre os quais existe alguma relação de semelhança, como na metáfora. A comparação, porém, é feita por meio de um conectivo (com, como, parecia, tal, que nem, etc) e busca realçar determinada qualidade do meio termo (como, tal qual, assim, quanto etc.)

"O mar canta como um canário". "A cidade, adormecida, parecia um cemitério sem fim". Ex.: O Amor queima como o fogo.

Metáfora

Consiste em empregar um termo com significado diferente do habitual, com base numa relação de similaridade entre o sentido próprio e o sentido figurado. A metáfora implica, pois, uma comparação em que o conectivo comparativo fica subentendido.

Sônia é uma flor. Eu sou um poço de dor e amargura. Sou um cachorro sem sentimentos. Seus olhos são dois oceanos.

Meu pensamento é um rio subterrâneo. (Fernando Pessoa)

Cada fruto desta árvore é um pingo de ouro.

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Hipérbole

É a figura de linguagem que consiste no exagero. Expressa de modo a definir de forma dramática aquilo que se quer falar, transmitindo uma idéia aumentada do autêntico.

"Um quarteirão de perucas para Clodovil Pereira †(2009)". (José Cândido Carvalho)

""Assim esperamos - disse a plateia, já agora morrendo de rir." (Caetano Veloso) "Eu chorei rios de lágrimas." "Você me faz morrer de rir." "Estou morrendo de fome!" Estou te esperando há um século.

Metonímia

É a figura de linguagem que consiste no emprego de um termo por outro, dada a relação de semelhança ou a possibilidade de associação entre eles. Alguns casos de metonímia:

Causa pelo efeito:

Sócrates tomou as mortes. (O efeito é a morte, a causa é o veneno).Sou alérgica a cigarro. (O cigarro é a causa: a fumaça, o efeito. Podemos ser alérgicos à fumaça, mas não ao cigarro).

Marca pelo produto:

O meu irmãozinho adora danone.(Danone é a marca de um iogurte; o menino gosta de iogurte)

Autor pela obra:

Lemos Machado de Assis por interesse. (Ninguém, na verdade, lê o autor, mas as obras dele em geral).

Contentor pelo conteúdo:

Bebeu um copo de água. (Ninguém "bebe" um copo, mas sim a bebida que está nele.)

Possuidor pelo possuído:

Ir ao barbeiro. (O barbeiro trabalha na barbearia, aonde se vai - de fato, ninguém vai a uma pessoa, mas ao local onde ela está).

Matéria pelo objeto:

Quem por ferro fere... (ferro substitui, aqui, espada, por exemplo)

O lugar pela coisa:

Uma garrafa de Porto. (Porto é o nome da cidade conotada com a bebida - não é a cidade que fica na garrafa, mas sim a bebida).

O abstrato pelo concreto:

A juventude é corajosa e nem sempre consequente. ( juventude pela palavra jovens).

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A coisa pela sua representação = (sinal pela coisa significada):

És a minha âncora. (em substituição de "segurança").

Instituição pelo que representa:

A igreja publicou seu novo livro (quem publica é uma editora ou alguém)

Causa primária pela secundária:

O engenheiro construiu mal o edifício (o engenheiro não constrói só planeja)

O inventor pelo invento:

Ele comprou um Ford (observe que estamos falando do criador não da marca)

O concreto pelo abstrato (e vice-versa):

A velhice deve ser respeitada (não é a velhice e sim os velhos)

Gênero pela espécie:

Os mortais são capazes de tudo

O singular pelo plural(vice-versa):

O brasileiro é um apaixonado pelo futebol (não é só um brasileiro e sim todos eles)

A matéria pelo objeto:

Tirem os cristais (não estamos nos referindo aos cristais e sim aos copos)

A forma pela matéria:

Ele cuida com carinho da redonda

Individuo pelas classes:

Odiava ser o Judas da sala

A parte pelo todo:

Ele nãot inha teto onde se abrigar.

Prosopopeia

É uma figura de estilo que consiste em atribuir a objetos inanimados sentimentos ou ações próprias dos seres humanos.

Ex.: "A Cadeira começou a gritar com a Mesa." " A lua beijava a face do lago adormecido. " "O fogo dançava com a chuva."

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Personificação

É uma figura de estilo que consiste em atribuir a seres irracionais sentimentos ou ações próprias dos seres humanos.

Ex.: "O Gato disse ao Pássaro que tinha uma asa partida." Meu cachorro me sorriu latindo. (Roberto Carlos)

Então, a raposa disse para o galo.

Perífrase ou antonomásia

é uma figura de linguagem caracterizada pela substituição de um nome por outro nome ou expressão que lembre uma qualidade, característica ou um fato que de alguma forma identifique-o. Por exemplo: quando se fala "o apóstolo dos gentios" no lugar de se escrever "São Paulo". Essa substituição resulta comumente do patrimônio pessoal ou da profissão do indivíduo em causa, em geral conhecidos, que devem ser, pelo menos, facilmente deduzíveis pelo receptor de modo que uma substituição seja compreendida e provoque o efeito desejado.

Cidade maravilhosa. (Rio de Janeiro) O país do futebol. (Brasil) A dama do teatro brasileiro. (Fernanda

Montenegro) Rei dos animais. (Leão)

Cidade-luz. (Paris) Poeta dos escravos. (Castro Alves) O Filho de Deus (Jesus Cristo) O Rei da guitarra (Jimi Hendrix)

Ironia

A ironia é um instrumento de literatura ou de retórica que consiste em dizer o contrário daquilo que se pensa, deixando entender uma distância intencional entre aquilo que dizemos e aquilo que realmente pensamos. Na Literatura, a ironia é a arte de gozar com alguém ou de alguma coisa, com vista a obter uma reação do leitor, ouvinte ou interlocutor.

Sugestão pela entonação e pelo contexto de algo contrário que pensamos, geralmente com intenção sarcástica.

Exemplo. : A excelente D. Inácia era mestra na arte de judiar de crianças. Ex.: Meu irmão é um santinho (malcriado). Que linda letra. (horrível).

Eufemismo

É uma figura de linguagem que emprega termos mais agradáveis para suavizar uma expressão.

Exemplos:

Você e desprovido de beleza. (Pra não falar que e feio) Você faltou com a verdade. (Em lugar de mentiu) Ele entregou a alma a Deus. (Em lugar de: Ele morreu) Nos fizeram varrer calçadas, limpar o que faz todo cão... (Em lugar de fezes) Ela é minha ajudante (Em lugar de empregada doméstica) "...Trata-se de um usurpador do bem alheio..." (Em lugar de ladrão).

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Antítese

Antítese consiste na exposição de palavras contrárias. Ocorre quando há uma aproximação de palavras ou expressões de sentidos opostos. Esse recurso foi especialmente utilizado pelos autores do período Barroco. O contraste que se estabelece serve, essencialmente, para dar uma ênfase aos conceitos envolvidos que não se conseguiria com a exposição isolada dos mesmos. É uma figura relacionada e muitas vezes confundida com o paradoxo. Várias antíteses podem ser feitas através de Amor e Ódio, Sol e Chuva, Paraíso e Inferno, Deus e Diabo.

Ele não odeia, ama. "Eu vi a cara da morte, e ela estava viva". (Cazuza)

"Já estou cheio de me sentir vazio, meu corpo é quente e estou sentindo frio." (Renato Russo)

Do riso se fez o pranto. (Vinícius de Moraes)

Viverei para sempre ou morrerei tentando (Spider Robinson)

Paradoxo

Paradoxo é a aproximação de ideias contrárias. As expressões assim formuladas tornam-se proposições falsas, à luz do senso comum, mas que podem encerrar verdades do ponto de vista psicológico/poético. (Simplificando,é uma afirmação ou opinião que à primeira vista parece ser contraditória, mas na realidade expressa uma verdade possível).

Em língua portuguesa, o paradoxo mais citado talvez seja o célebre soneto de Luís de Camões:

"Amor é fogo que arde sem se ver; É ferida que dói e não se sente; É um contentamento descontente; É dor que desatina sem doer;

É um não querer mais que bem querer; É solitário andar por entre a gente; É nunca contentar-se de contente; É cuidar que se ganha em se perder;

É querer estar preso por vontade; É servir a quem vence, o vencedor; É ter com quem nos mata lealdade.

Mas como causar pode seu favor Nos corações humanos amizade, se tão contrário a si é o mesmo Amor?"

Na explicação do professor Paulo Hernandes fica evidente a diferença entre estas duas figuras de linguagem frequentemente confundidas:

Antítese: "Eu sou velho, você é moço." Paradoxo: "Eu sou um velho moço."

Catacrese

É a figura de linguagem que consiste na utilização de uma palavra ou expressão que não descreve com exatidão o que se quer expressar, mas é adotada por não haver outra palavra apropriada - ou a palavra apropriada não ser de uso comum. São como gírias do dia-a-dia, expressões usadas para facilitar a comunicação. É o emprego de palavras fora do seu significado real; no entanto, devido ao uso contínuo, não mais se percebe que estão sendo empregadas no sentido figurado:

Exemplos comuns são: "os pés da mesa", "marmelada de laranja", "vinagre de maçã", "embarcar no avião", "cabeça do alfinete", "braço de rio", "dente de alho", “boca do túnel”; “boca da noite”, etc. Consiste assim em

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uma metáfora de uso comum, deixando de ser considerada como tal. Consiste também em dar à palavra uma significação que ela não tem, por falta de termo próprio.

O pé da mesa estava quebrado. Não deixe de colocar dois dentes de alho na

comida. Quando embarquei no avião, fui dominado

pelo o medo.

A cabeça do prego está torta. A asa da xícara quebrou-se. Sentou-se no braço da poltrona para

descansar. Montei a cavalo num burro brav

Sinestesia

Consiste na fusão de impressões sensoriais diferentes. ( os cinco sentidos). Trata-se de mesclar, numa expressão, sensações percebidas por diferentes órgãos do sentido.

Ex.: Aquela criança tem um olhar tão doce. (sensação visuale gustativa) Uma melodia azul tomou conta dá sala. (sensação auditiva e visual) A sua voz áspera intimidava a platéia. (sensação auditiva e tátil) Senti saudades amargas. (sentimento e sensação gustativa)

Esse perfume tem um cheiro doce. (sensação olfativa e gustativa)

Elipse

É a supressão de uma palavra facilmente subentendida. Consiste da omissão de um termo facilmente identificável pelo contexto ou por elementos gramaticais presentes na frase com a intenção de tornar o texto mais conciso e elegante.

João estava com pressa. Preferiu não entrar. (Ele, João, preferiu não entrar) "Na sala, apenas quatro ou cinco convidados" (havia) (Machado de Assis) Quanta maldade na Terra. (Quanta maldade há na Terra) "O colégio compareceu fardado; a diretoria, de casaca." (estava) (R. Pompéia) Risco de vida. (Risco de perder a vida)

Zeugma

É uma figura de estilo ou figura de linguagem que consiste na omissão de um ou mais elementos de uma oração, já expressos anteriormente. O zeugma é uma forma de elipse.

"Ela gosta de história; eu, de física." "Mas, ser planta, ser rosa, mão vistosa,/ De que importa, se aguardar sem defesa,/ Penha a mão, ferro a

planta, tarde a rosa?" (Gregório de Matos) Na terra dele só havia mato, na minha, só prédios. Meus primos conheciam todos. Eu, poucos. As quaresmas abriam a flor depois do carnaval, os ipês, em junho. Eu gosto de futebol; ele, de basquete. Em casa eu leio jornais; ela, revistas de moda.

Contudo, o zeugma é a omissão de um termo já citado anteriormente que não vai mudar o sentido da frase por conta da omissão.

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Aliteração

É uma figura de linguagem que consiste em repetir sons consonantais idênticos ou semelhantes em um verso ou em uma frase, especialmente as sílabas tônicas. A aliteração é largamente utilizada em poesias mas também pode ser empregada em prosas, especialmente em frases curtas.

Vozes veladas, veludosas vozes,Volúpias dos violões, vozes veladas,Vagam nos velhos vórtices velozesDos ventos, vivas, vãs, vulcanizadas. (Violões que choram - Cruz e Sousa)

Na messe que enlourece, estremece a quermesse...O Sol, o celestial girassol, esmorece...E as cantilenas dos serenos sons amenosFogem fluidas, fluindo à fina flor dos fenos... (Um Sonho - Eugênio de Castro)

Pleonasmo

Pode ser tanto uma figura de linguagem quanto um vício de linguagem. O pleonasmo é uma redundância (proposital ou não) em uma expressão, enfatizando-a.

Pleonasmo literário

Também denominado pleonasmo de reforço, estilístico ou semântico, trata-se do uso do pleonasmo como figura de linguagem para enfatizar algo em um texto. Grandes autores usam muito deste recurso. Nos seus textos os pleonasmos não são considerados vícios de linguagem, e sim pleonasmos literários.

"Iam vinte anos desde aquele diaQuando com os olhos eu quis ver de pertoQuanto em visão com os da saudade via."(Alberto de Oliveira)

"Morrerás morte vil na mão de um forte."(Gonçalves Dias)

"Ó mar salgado, quanto do teu salSão lágrimas de Portugal"(Fernando Pessoa)

"O cadáver de um defunto morto que já faleceu"(Roberto Gómez Bolaños)

"E rir meu riso"(Vinícius de Moraes)

Pleonasmo musical

"Vamos fugir para outro lugar"(Gilberto Gil)

"De jeito maneira, não quero dinheiro"(Tim Maia)

"Eu nasci há 10 mil anos atrás"(Raul Seixas)

Pleonasmo vicioso

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Trata-se da repetição inútil e desnecessária de algum termo ou idéia na frase. Essa não é uma figura de linguagem, e sim um vício de linguagem.São exemplos de pleonasmos viciosos:

"quero te ver com meus olhos...", "...e com os ouvidos te ouvir " "Amanhecer o dia." "Almirante da marinha." "Prefeitura municipal." "Goteira no teto." "Vereador da cidade." "Surpresa inesperada." "Encarar de frente." "anônimo desconhecido." "Anoitecer a noite."

"Entrar para dentro." "Cursar um curso." "Monopólio exclusivo." "Um plus a mais." "Descer pra baixo", "subir pra cima" "Fato real", "ficção irreal" "Sair para fora" "Hermeticamente fechado" “Estou organizando uma torcida

organizada”.

Observação:

Qualquer substantivo coletivo específico é um pleonasmo, quando se indica expressamente o objeto que faz parte do conjunto. É bom lembrar que há dois tipos de substantivos coletivos: o específico e o genérico.

Ex: cardume de peixes, enxame de abelhas, multidão de pessoas.

O correto seria cardume (substantivo coletivo de peixes), enxame (substantivo coletivo de abelhas), multidão (substantivo coletivo de pessoas).

Coletivo genérico – não especifica a classe. (bando, tribo, grupo, conjunto, equipe, etc.) Coletivo específico – especifica a classe. ( multidão, cardume, exército, elenco, alcatéia, esquadra, etc.)

Onomatopeia

É uma figura de linguagem na qual se reproduz um som com um fonema ou palavra. A forma adjetiva é onomatopaico. Ruídos, gritos, canto de animais, sons da natureza, barulho de máquinas, o timbre da voz humana fazem parte do universo das onomatopeias. Por exemplo, para os índios tupis tak e tatak significam dar estalo ou bater e tek é o som de algo quebrando. As onomatopeias, em geral, são de entendimento universal. Geralmente, as onomatopeias são usadas em histórias em quadrinhos, muitas dessas onomatopeias são derivadas de verbos da língua inglesa.

[ah! ah! ah!] [há! há!] = risada ou gargalhada. [ahhh!] [aaah!] = alívio.[arf!] = arfando, ofegante. [argh!] = nojo. [atchim] [ahchoo!] = espirro.

[bah!] = desagrado.

[blim-blém!] = sino tocando.[buuu!] [uuu!] = vaia. [clap! clap! clap!] = palmas. [fom! fom!] = buzina.[glub, glub!] [glug!] = líquido sendo bebido.

[gulp!] [glup!] = engasgo.

[hã!] = surpresa. [he! he! he!] [eh! eh!] [rê! rê!] = risinho. [hmmm!] [hum...] = reflexão. [huuum!] = dúvida.

[ic!]= soluço [Oops!] = espanto, surpresa. [puf!] = desaparecer de repente.

[rá-tá-tá!] [ratataaá-tá!] = metralhadora. [tic-tac] = relógio. [uai!] [uau!] = exclamação, admiração.

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