58
Universidade de Aveiro Ano 2019 Departamento de Educação e Psicologia JOÃO PEDRO JARDIM RODRIGUES AVALIAÇÃO DA EFICÁCIA DE UM PROGRAMA DE TREINO COGNITIVO EM IDOSOS SAUDÁVEIS ATRAVÉS DA PLATAFORMA ONLINE PRIMERCOG

Departamento de Educação e Psicologia Ano 2019

  • Upload
    others

  • View
    2

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: Departamento de Educação e Psicologia Ano 2019

Universidade de Aveiro

Ano 2019

Departamento de Educação e Psicologia

JOÃO PEDRO JARDIM RODRIGUES

AVALIAÇÃO DA EFICÁCIA DE UM PROGRAMA DE TREINO COGNITIVO EM IDOSOS SAUDÁVEIS ATRAVÉS DA PLATAFORMA ONLINE PRIMERCOG

Page 2: Departamento de Educação e Psicologia Ano 2019

Universidade de Aveiro

Ano 2019

Departamento de Educação e Psicologia

JOÃO PEDRO JARDIM RODRIGUES

AVALIAÇÃO DA EFICÁCIA DE UM PROGRAMA DE TREINO COGNITIVO EM IDOSOS SAUDÁVEIS ATRAVÉS DA PLATAFORMA ONLINE PRIMERCOG

Dissertação apresentada à Universidade de Aveiro para cumprimento dos requisitos necessários à obtenção do grau de Mestre em Psicologia da Saúde e Reabilitação Neuropsicológica, realizada sob a orientação científica da Prof. Doutora Isabel Maria Barbas dos Santos, Professora Auxiliar do Departamento de Educação e Psicologia da Universidade de Aveiro.

Page 3: Departamento de Educação e Psicologia Ano 2019

Dedico este trabalho aos meus pais por tudo o que fizeram por mim ao longo destes anos. Sem vocês nada disto seria possível.

“Para ser grande, sê inteiro: nada Teu exagera ou exclui. Tê todo em cada coisa. Põe quanto és No mínimo que fazes. Assim em cada lago a lua toda Brilha, porque alta vive” Ricardo Reis

Page 4: Departamento de Educação e Psicologia Ano 2019

o júri

presidente Professor Doutor Carlos Fernandes da Silva professor catedrático da Universidade de Aveiro

Prof. Doutora Carla Sofia Lucas do Nascimento professora auxiliar convidada da Universidade da Beira Interior

Prof. Doutora Isabel Maria Barbas dos Santos professora auxiliar da Universidade de Aveiro

Page 5: Departamento de Educação e Psicologia Ano 2019

agradecimentos

Terminando esta etapa e presente dissertação, gostaria de expressar o meu mais sincero agradecimento e apreço a todos que contribuíram para este projeto, fico extremamente feliz por vos ter conhecido e as palavras não são suficientes para descrever o apreço que tenho por todos vós. Em primeiro lugar, à Dr.ª Isabel Maria Barbas dos Santos, orientadora académica, por todos os seus ensinamentos e amizade durante esta caminhada académica. Obrigado pela simpatia, disponibilidade e confiança. Por todas as horas de reunião durante este percurso e por todas as palavras de ânimo e incentivo. Mas sobretudo pela sua compreensão e atenção. Todas estas variáveis permitiram que crescesse a nível académico, pessoal e profissional. Foi um privilégio ser orientado por si. À Drª. Margarida Rei, por todo o apoio e disponibilidade durante este ciclo, por toda a dedicação, amabilidade e simpatia. Muito grato, por toda a partilha de conhecimentos, palavras de incentivo e aconselhamento durante esta fase da minha vida. À Academia de Saberes, especialmente à Direção, por toda a disponibilidade, ajuda e carinho prestado durante este processo. À primerCOG, por todo o apoio e disponibilidade. A todos os meus amigos presentes nesta fase, ao Pedro Bárbola, Beatriz Seabra, André Cabral, João Diogo Gomes, Marc da Silva, João Cravo, João Freitas, Rui Silva, João Mendonça, João Sousa, João Barraca, Leonor Flores, João Pantaleão, Susana Resende, Laura Coelho, José Reis, Natacha Vieira, Amândio Luís, António Paulo Freitas, Guilherme Espírito Santo, Sidónio Câmara, as palavras não são suficientes para agradecer a vossa amizade. Ao Pedro Silva e Dani Marinho, por constantemente a olhar por nós! Finalmente, aos meus pais, Manuel Martinho Rodrigues e Idalina Maria Vieira Jardim Rodrigues. Por toda a presença, apesar da distância. Por todo o vosso apoio incondicional e fundamental, nesta fase e durante toda a minha formação pessoal. Mas sobretudo, por acreditarem, sempre, em mim, pela vossa educação e pela vida que tenho e sempre me proporcionaram. Muito obrigado por serem exigentes comigo, mas principalmente pela presença apesar da distância, outra vez. Muito obrigado, sem vocês nada disto seria possível.

Page 6: Departamento de Educação e Psicologia Ano 2019

palavras-chave

treino-cognitivo, funcionamento cognitivo, estimulação cognitiva, idosos saudáveis, primerCOG, envelhecimento, envelhecimento ativo

resumo

O aumento da proporção de idosos na população é hoje uma realidade que ocorre à escala mundial, e Portugal não é exceção à regra. Contribuindo para a necessidade de desenvolvimento e validação de métodos de intervenção e prevenção para esta população, nomeadamente a nível cognitivo, o presente estudo teve como objetivo contribuir para a avaliação da eficácia do programa de treino cognitivo primerCOG e de consequentes ganhos ao nível cognitivo, emocional e de qualidade de vida. As escalas utilizadas para a avaliação cognitiva foram: Auditory Verbal Learning Test (AVLT), Montreal Cognitive Assessment (MoCA), Sequência de Dígitos da Escala de Memória de Wechsler – Terceira Edição (WMS III), Stroop Color and Word Test (STROOP), Trail Making Test (TMT), Teste de Fluência Verbal e Fonética (TFVF), e Berg Card Sorting Test (BCST). Como indicador dos níveis de depressão utilizou-se a Geriatric Depression Scale 30 (GDS 30) e como indicador de qualidade vida, o WHOQOL-BREF. A amostra foi composta por 16 participantes sem défice cognitivo, divididos por dois grupos, cada grupo com 8 elementos. Ambos os grupos realizaram 12 sessões de treino cognitivo, manipulando-se a frequência das sessões. O Grupo Semanal (GS) realizou sessões de treino uma vez por semana, enquanto o Grupo Bissemanal (GBS) realizou as sessões numa modalidade bissemanal. Os grupos não diferiam nas variáveis sociodemográficas idade e escolaridade, e na pontuação no MoCA no início do estudo. Os resultados revelaram melhorias significativas, para ambos os grupos, em diversos dos indicadores cognitivos. No que diz respeito aos níveis de depressão e indicadores de qualidade de vida, as melhorias não foram significativas. Não se verificou um efeito diferenciado em termos da eficácia do programa associado à periodicidade das sessões para a maioria das funções avaliadas. Estes resultados proporcionam suporte para a utilização de programas de treino cognitivo em idosos e contribuíram para a validação da plataforma primerCOG no que diz respeito à sua eficácia. Os resultados sugerem ainda, no que diz respeito à periodicidade das sessões, que esta poderá ser ajustada à disponibilidade dos utilizadores, na medida em que tanto as sessões semanais como bissemanais conduziram a melhorias globalmente idênticas. No futuro, sugere-se a realização de um estudo com cariz longitudinal, com grupo de controlo, com avaliações de follow-up passados diversos períodos, bem como a realização de estudos com amostras mais alargadas e amostras com défice cognitivo ligeiro.

Page 7: Departamento de Educação e Psicologia Ano 2019

keywords

Cognitive training; mental stimulation; cognitive functioning; healthy older adults; cognitive stimulation programs, primerCOG; aging; active aging

abstract

The increase in the proportion of the elderly in the population is now a reality that occurs worldwide, and Portugal is no exception. Contributing to the need for development and validation of intervention and prevention methods for this population, namely cognitive level, the present study aimed to contribute to the evaluation of the effectiveness of the cognitive training program primerCOG and consequent gains at the cognitive, emotional level and quality of life. The scales used for cognitive assessment were: Auditory Verbal Learning Test (AVLT), Montreal Cognitive Assessment (MoCA), Wechsler Memory Scale Digit Sequence - Third Edition (WMS III), Stroop Color and Word Test (STROOP), Trail Making Test (TMT), Verbal and Phonetic Fluency Test (TFVF), and Berg Card Sorting Test (BCST). As an indicator of depression levels, the Geriatric Depression Scale 30 (GDS 30) was used as the indicator of quality of life, the WHOQOL-BREF. The sample consisted of 16 participants without cognitive deficit, divided by two groups, each group with 8 elements. Both groups performed 12 sessions of cognitive training, manipulating the frequency of sessions. The Weekly Group (GS) held training sessions once a week, while the Bi-Weekly Group (GBS) held the sessions in a bi-weekly mode. The groups did not differ in the sociodemographic variables age and schooling, and in the MoCA score at the beginning of the study. The results revealed significant improvements for both groups in several of the cognitive indicators. Regarding depression levels and quality of life indicators, the improvements were not significant. There was no differentiated effect in terms of the effectiveness of the program associated with the frequency of sessions for most of the functions evaluated. These results provide support for the use of cognitive training programs in the elderly and have contributed to the validation of the primerCOG platform with respect to its efficacy. The results also suggest, regarding the frequency of sessions, that this can be adjusted to the availability of the users, as both the weekly and biweekly sessions led to overall improvements identical. In the future, a longitudinal study with control group is suggested, with follow-up evaluations after several periods, as well as studies with larger samples and samples with mild cognitive deficit.

Page 8: Departamento de Educação e Psicologia Ano 2019

i

Índice Introdução ..................................................................................................................................... 1

Metodologia ................................................................................................................................ 10

Participantes .......................................................................................................................... 10

Materiais ................................................................................................................................ 11

Montreal Cognitive Assessment (MoCA) ..................................................................... 11

Stroop Color and Word Test (STROOP) ...................................................................... 12

Sequência de Dígitos da Escala de Memória de Wechsler – 3ª Edição (WMS III) ...... 13

Teste de Fluência Verbal e Fonética (TFVF) ................................................................ 14

Trail Making Test (TMT) .............................................................................................. 14

Auditory Verbal Learning Test (AVLT) ....................................................................... 15

Berg Card Sorting Test (BCST) .................................................................................... 15

Escala de Depressão Geriátrica (GDS-30) .................................................................... 16

World Health Organization Quality Of Life - BREF (WHOQOL-BREF) ................... 17

Plataforma online primerCOG (www.primercog.pt) .................................................... 17

Procedimento ......................................................................................................................... 19

Análise de Dados ................................................................................................................... 21

Resultados ................................................................................................................................... 21

Discussão..................................................................................................................................... 25

Referências Bibliográficas .......................................................................................................... 29

Anexos

Page 9: Departamento de Educação e Psicologia Ano 2019

ii

Lista de abreviaturas

AVLT – Auditory Verbal Learning Test

BBA – Big Brain Academy

BCST – Berg Card Sort Test

D1 – Domínio Físico

D2 – Domínio Psicológico

D3 – Domínio das Relações Sociais

D4 – Domínio do Meio Ambiente

DA - Doença Alzheimer

DCL - Déficit Cognitivo Ligeiro

GBS – Grupo Bissemanal

GDS-30 – Geriatric Depression Scale

GS – Grupo Semanal

MoCA – Montreal Cognitive Assessment Test

STROOP – Stroop Color and Word Test

TFVF – Teste de Fluência Verbal e Fonética

TMT – Trail Making Test

WHOQOL-BREF – World Health Organization Quality of Life - Bref.

WMS III – Sequência de Dígitos da Escala de Memória de Wechsler – 3ª Edição

Page 10: Departamento de Educação e Psicologia Ano 2019

1

Introdução

O aumento da proporção de idosos na população é hoje uma realidade, que ocorre

à escala mundial e Portugal não é exceção à regra. A esperança de vida das populações

aumentou de forma muito significativa, resultante do aumento da esperança média de vida

e da baixa taxa de natalidade (INE, 2002; Nazareth, 2009). O índice de envelhecimento

em Portugal passou de 27,5% em 1961 para 153% em 2017(Fundação Francisco Manuel

dos Santos [FFMS], 2018). Este aumento implica sérias mudanças na sociedade, coloca

pressão e exige respostas adaptativas nos seus sistemas político, económico, social, saúde

e educação (Vasconcelos & Carneiro 2005; Pocinho, 2014).

Em termos etimológicos, segundo Vieira (1994), a palavra envelhecimento deriva

do latim “veclus, vetulusm” – significa velho. O sufixo “mento”, por sua vez, caracteriza

a ação, neste contexto a ação de envelhecer. Contudo a noção de envelhecimento pode

assumir várias conceções, em função das considerações pessoais de cada autor.

A título de exemplo, Costa (1999), identifica o processo de envelhecimento como

uma característica, por agora inevitável, das formas de vida mais elevadas, sendo definido

como um processo de diminuição orgânica e funcional, não decorrente de acidente ou de

doença e que acontece inevitavelmente com o passar do tempo.

Paschoal (1999), caracteriza o processo de envelhecimento como pessoal, na

medida em que cada individuo, ao envelhecer, pode apresentar discrepâncias no

desenvolvimento em diferentes níveis e diferentes graus, sendo que determinadas funções

e capacidades declinam mais rapidamente que outras. Para suportar a sua teoria, apresenta

as seguintes dimensões/domínios:

• Biológico: o envelhecimento como um processo contínuo durante a vida;

• Social: o estatuto de “idoso” está dependente do quadro cultural, das perspetivas

geracionais, condições de vida e trabalho de cada um;

• Intelectual: Na velhice, o idoso é confrontado com alguns lapsos de memória,

dificuldade de aprendizagem e falhas nos processos atencionais, orientação e

concentração;

• Económico: Considera idoso quem deixa o mercado de trabalho e deixa de ser

economicamente ativo;

• Funcional: Caracterização do idoso em termos de deterioração da saúde física e

mental, resultado do passar dos anos e que culmina numa dependência de outros

para a satisfação de necessidades básicas ou de tarefas habituais;

Page 11: Departamento de Educação e Psicologia Ano 2019

2

• Cronológica: Idade a partir da qual os indivíduos são considerados idosos, sendo

que a maior parte da literatura aponta para uma idade superior a 65 anos.

A Organização Mundial de Saúde reporta que o envelhecimento individual é um

processo com mudanças complexas, condicionado por fatores biológicos, sociais,

económicos, culturais, ambientais e históricos, podendo ser definido como um processo

progressivo de mudança biopsicossocial da pessoa durante todo o ciclo de vida (World

Health Organization [WHO], 1999, 2015b). A nível biológico, estas mudanças ocorrem

nas células e moléculas que com o tempo potenciam perdas das capacidades fisiológicas,

havendo, portanto, uma diminuição das capacidades de um determinado indivíduo

(WHO, 2015a).

Este declínio progressivo das capacidades a nível físico e psíquico, derivado do

envelhecimento, tem impacto nos hábitos e atividades do dia-a-dia, sendo estas

substituídas por atividades que exigem menos atividade. Esse declínio na atividade pode

acabar mesmo em inatividade, o que acarreta consequências para as suas vidas diárias

(WHO, 2015a). Uma das consequências da inatividade é a falta de estimulação cognitiva,

que potencia a decadência cognitiva mesmo que não exista doença neurológica associada.

As alterações cognitivas típicas do envelhecimento são o resultado de inúmeras

alterações neurobiológicas, que alteram por sua vez o funcionamento global do cérebro

(Lima, 2006), afetando, entre outros, a consciência, perceção, memória e raciocínio. A

maior parte dos estudos populacionais sobre envelhecimento demonstram que uma

grande maioria de idosos tende a desenvolver, com o avançar da idade, problemas na

memória episódica, velocidade de processamento e funcionamento executivo, sendo estas

as primeiras funções cerebrais a serem afetadas (Backman, Jones, Berger, Laukka, &

Small, 2004; Petersen, 2005). Contudo em certos casos, é possível mitigar os efeitos

nefastos, proporcionando uma manutenção do funcionamento, readaptação e preservação

das aprendizagens adquiridas (Sequeira, 2010; Teixeira, Costa, Alecrim, Freitas, &

Santana, 2015; Teixeira, Alecrim, Freitas, Silva & Costa, 2017).

A distinção entre o envelhecimento dito normal e patológico por vezes torna-se

dúbia. A idade, determinante de saúde significativo, juntamente com o declínio cognitivo

natural resultante do envelhecimento, potencia o desenvolvimento de doenças

demenciais. Este declínio cognitivo expectável, resultante do envelhecimento, por vezes

leva famílias e profissionais de saúde a desvalorizar muitas das queixas manifestadas

pelos idosos (Spar & La Rue, 2005), o que dificulta um diagnóstico precoce, bem como

Page 12: Departamento de Educação e Psicologia Ano 2019

3

o desenvolvimento de intervenções personalizadas e adequadas às suas necessidades

estruturais.

Este estado transitório, que é caracterizado por alterações muito subtis das funções

cognitivas, é designado por défice cognitivo ligeiro (DCL) (Marques-Teixeira, 2011). O

Défice Cognitivo Ligeiro (DCL) é uma problemática que apenas nos últimos anos foi

constituída como uma patologia, despertando assim, o interesse de vários investigadores

(Postigo, Hernández-Viadel & Trives, 2010; Ribeiro, Mendonça & Guerreiro, 2006;

Santana, 2003; Stern, 2009, 2012, 2013). Esta patologia é considerada como um estádio

de transição entre as alterações cognitivas ditas “standard” do avançar da idade e a

manifestação de um estádio inicial de demência. Através da magnitude dessas alterações,

é possível traçar vários perfis cognitivos (Petersen, 2008; Portellano, 2005; Ribeiro et al.,

2006).

No que diz respeito aos critérios de diagnóstico, é crucial a avaliação das funções

cognitivas, para determinar a presença de défices cognitivos ligeiros e a sua posterior

evolução para estados de demência (Peterson, 2005). Estes critérios centram-se na

presença de défices nos processos atencionais, na linguagem (semântica), na velocidade

de processamento, perturbações de memória e no funcionamento executivo, de acordo

com a idade e escolaridade (Petersen, 2008; Ribeiro et al., 2006; Subirana, Bruna,

Puyuelo & Virgili, 2009; Teixeira et al., 2017; Teixeira et al., 2015). Importa referir que

o diagnóstico não deve somente limitar-se a um desempenho menor ao nível da memória,

de acordo com a idade (apesar de ser um importante fator), devendo basear-se numa

completa anamnese e exame estado mental. Um outro fator importante a realçar são as

queixas espontâneas, sobretudo aquelas que surgem pela primeira vez com a idade e que

levam a mudanças referidas pelo próprio e por familiares (Petersen, 2004). Neste contexto

de “análise”, devem ser excluídas queixas de memória relacionadas com sintomatologia

depressiva e ansiosa (Derouesné et al., 1999; Gagnon et al., 1994 citado por Ribeiro et

al., 2006). Com confirmação de um afastamento da normalidade relativamente à idade,

ausência de demência e manutenção da funcionalidade nas atividades de vida diária, a

decisão recai normalmente, na confirmação da presença de DCL (Petersen, 2004).

A deterioração cognitiva provoca alterações no cérebro a nível: morfológico,

anatómico e químico. De acordo com estudos efetuados em pessoas com mais de 65 anos,

estima-se uma prevalência na população geral entre 3% a 16% de DCL (DeCarli, 2003;

Mariani, Monastero & Mecocci, 2007; Petersen et al., 2010), com uma taxa de incidência

de novos casos, por ano, entre 9.9% e 21.5% (Mariani et al., 2007). Dados mais recentes

Page 13: Departamento de Educação e Psicologia Ano 2019

4

apontam para 6.4% (Roberts et al., 2012). Alguns fatores como: a saúde, a escolaridade,

o sexo, os fatores genéticos, a atividade física e cerebral, a personalidade e humor, o meio

social e cultural, o treino cognitivo e conhecimentos especializados, constituem-se como

mediadores da cognição, reduzindo assim algumas alterações cognitivas inerentes (Spar

& La Rue, 2005). Perante estas evidências é necessário desenvolver esforços para

identificar precocemente os défices cognitivos nos idosos, para que se possam

desenvolver intervenções terapêuticas em fases iniciais (Petersen, et al., 2008). Estes

procedimentos são úteis e cruciais para prevenir e mitigar maiores consequências, que

irão produzir por si só diminuição da qualidade de vida, autonomia e independência, e

maiores custos e problemas sociais.

Tendo em conta o que foi referido anteriormente, é fulcral que a população sénior

mantenha uma vida ativa, de maneira a mitigar as problemáticas associadas ao

envelhecimento. A palavra a destacar agora é, “ativo”, entre outras definições este refere-

se também à participação contínua na vida social, económica, cultural, espiritual… Por

outras palavras, este conceito vai muito além da condição física e de ser profissionalmente

ativo. O envelhecimento ativo é definido como o processo de otimização das

oportunidades para a saúde, participação social, segurança e para a melhoria da qualidade

de vida à medida que envelhecemos (WHO, 2002).

Este estudo foca-se sobre a problemática associada à degeneração cognitiva

resultante do processo de envelhecimento, e investiga o impacto de atividades de treino

cognitivo como estratégias que visam combater estes défices, numa intervenção

preventiva e ativa. Estudos sobre a eficácia da reabilitação neuropsicológica têm

apresentado dados inovadores e promissores, sugerindo contributos significativos na

prevenção de doenças neurodegenerativas (Sequeira, 2010; Teixeira et al., 2015; Teixeira

et al., 2017).

No desenvolvimento das intervenções neuropsicológicas, distinguem-se três

pilares: a reabilitação, a estimulação e o treino cognitivo (Clare & Woods, 2004, citado

por Fauconau, Boulai, Rotrou & Rigaud, 2010). Segundo a literatura, há uma necessidade

de definir e descrever estas três abordagens de maneira a esclarecer o foco dos seus

conceitos e pressupostos adjacentes à prática destes métodos distintos. Estas intervenções

podem assumir um formato individual ou em grupo, modalidade em papel e lápis ou

formato digital, através de suporte informático. Todas estas técnicas fomentam a inclusão

de aspetos motivacionais, sociais, físicos e psicológicos (Boccardi & Frisoni, 2006).

Page 14: Departamento de Educação e Psicologia Ano 2019

5

A reabilitação cognitiva é uma abordagem não medicamentosa, utilizada no

tratamento de doenças neurodegenerativas, que deu os primeiros passos na década de 60.

Os primeiros trabalhos baseavam-se na prática que se realizava até então no contexto dos

danos cerebrais (Moniz-Cook, 2006). Numa reflexão geral, a reabilitação cognitiva está

direcionada para a otimização do funcionamento físico e cognitivo, motivacional e social.

Com destaque para um modelo que auxilie o doente e a sua família a gerir a doença,

proporcionando estratégias de treino para recuperar e compensar défices cognitivos,

melhorando assim a atividade do doente em situações sociais (Cela & Herreras, 2005;

Fichman, Uehara & Santos, 2014; Teixeira et al., 2015). Esta forma de gestão terapêutica

deve ser conduzida dentro do contexto social do indivíduo, ajustada à natureza dos défices

e numa perspetiva de mudança ao longo do tempo, com o intuito de manter ou alcançar

um nível desejado de desempenho nas tarefas do seu quotidiano (Clare, Woods, Moniz

Cook, Orrel & Spector, 2003; Lima, 2006; Ribeiro et al., 2006; Teixeira et al., 2017).

A estimulação cognitiva é um dos métodos utilizados para promover um

envelhecimento saudável. Nos idosos com declínio cognitivo pode representar uma

potencial e promissora intervenção para a redução dos sintomas depressivos e

vulnerabilidade depressiva (Kinsella et al. 2009; Niu, Tan, Guan, Zhang & Wang, 2010;

Raes, Williams & Hermans, 2009). A estimulação cognitiva tem como principal objetivo

gerar melhoria no funcionamento cognitivo e social, à semelhança de outras técnicas de

reabilitação neuropsicológica (Clare & Woods, 2004; Lima, 2006).

Por fim, o treino cognitivo, como a própria palavra indica, consiste em treinar

individualmente cada domínio cognitivo. Por outras palavras, envolve uma prática

orientada e focada na estimulação de funções específicas, como por exemplo: a memória,

linguagem, atenção e funções executivas (Clare & Woods, 2004; Lima, 2006; Kinsella,

et al. 2009).

No que concerne à eficácia de programas com este tipo de método, ainda persistem

dúvidas. Contudo, muitos estudos reconhecem-na como uma prática essencial para

potenciar o envelhecimento ativo e saudável. O estudo realizado por Niu e colaboradores

(2010) avaliou a eficácia de um programa de estimulação cognitiva numa amostra de 32

doentes, em fase leve a moderada da doença de Alzheimer (DA), ao fim de dez semanas

de intervenção, o programa demonstrou ter impacto positivo na cognição, no

comportamento, nos sintomas neuropsiquiátricos e na qualidade de vida. Para avaliar a

eficácia destas metodologias, como refere e alerta a literatura, é essencial considerar todas

Page 15: Departamento de Educação e Psicologia Ano 2019

6

as variáveis associadas ao indivíduo. Dois dos fatores que podem influenciar os ganhos e

variar de paciente para paciente são: a reserva cognitiva e a plasticidade cerebral.

O conceito de reserva para alguns autores está relacionado com dois aspetos:

reserva cerebral e reserva cognitiva. Enquanto o primeiro está associado às características

morfológicas do individuo, por ex., o tamanho do cérebro ou o número de neurónios

(Cosentino & Stern, 2012), o segundo está diretamente associado com o uso mais eficaz

das redes neuronais e com a capacidade de adaptação ou utilização de circuitos

alternativos. Desta forma, podemos sugerir a reserva cognitiva como sendo a capacidade

de o cérebro tolerar uma lesão cerebral, até um determinado limiar sem o aparecimento

de disfunção cognitiva, esta capacidade varia de indivíduo para indivíduo (Stern, 2006,

2009, 2012, 2013). A reserva não é estável ao longo da vida. Os indivíduos, ao longo da

sua vida, experienciam desafios intelectuais que permitem o acumular de reserva,

contribuindo para que as suas competências cognitivas se mantenham até idades mais

tardias. O reforço da reserva, ao longo dos anos, depende de vários fatores: genéticos

(Lee, 2007), estado físico (Dik, Deeg, Visser, & Jonker, 2003; Larson et al., 2006), nível

socioeconómico (Bisckel & Cooper, 1994), escolaridade (Carnero-Pardo & Del Ser,

2007) ocupação laboral (Greene, 2013), atividades de lazer (Sobral & Paúl, 2013;

Consentino & Stern, 2012), estilo de vida (Balfour, Masaki, White, & Launer; 2001) e

compromisso social (Scarmeas & Stern, 2003).

A neuroplasticidade ou plasticidade cerebral pode ser definida como a capacidade

que o cérebro tem de modificar estruturas, conexões e funções intrínsecas, moldando-as

através da aprendizagem e fatores do meio ambiente (Lima, 2006; Meinzer et al., 2008).

A relação que o ser humano estabelece com o contexto onde está inserido produz grandes

modificações no seu cérebro, permitindo uma constante adaptação e aprendizagem ao

longo de toda a vida, tornando-o mais eficaz (Lima, 2006; Meinzer et al., 2008). A

plasticidade cerebral explica a premissa que “certas regiões do cérebro podem substituir

as funções afetadas por lesões cerebrais”. Neste sentido, uma função perdida pode ser

recuperada por uma outra área vizinha. Esta noção de compensação e modificação está

continuamente ativa, adaptando o cérebro e os seus mecanismos adjacentes, indicando

que ambos os sistemas cognitivos e comportamental se reorganizam funcionalmente de

maneira a minimizar as lesões e declínios adjacentes com o avançar da vida (Meinzer et

al., 2008; Stern, 2009, 2012, 2013). Esta evidência corrobora de forma positiva a

vantagem de realização de treino cognitivo. Mesmo numa idade avançada, o cérebro

Page 16: Departamento de Educação e Psicologia Ano 2019

7

adapta-se a atividades estimulantes e a novas aprendizagens que são benéficas para a

manutenção da neuroplasticidade (Vance; Roberson; McGuinness & Fazeli, 2010).

Atualmente, não existe nenhuma intervenção médica conhecida que consiga deter

ou prevenir totalmente o aparecimento da deterioração cognitiva associada à demência

(Boccardi, M. & Frisoni, G., 2006; Clare & Woods, 2004). Contudo o tratamento

farmacológico em combinação, com a intervenção psicológica produz efeitos benéficos

sobre o comportamento e atividade cognitiva dos doentes com DCL (Akhtar, Moulin, &

Bowie, 2006; Niu et al., 2010; Clare & Woods, 2004; Meinzer et al., 2008; Faucounau et

al., 2010; Teixeira et al., 2015). Os estudos sugerem que estes pacientes mantêm a sua

plasticidade cerebral, através da performance cognitiva. Esta performance pode ser

mantida ou até melhorada, apresentando níveis de aprendizagem positivos, mediante a

plasticidade e reserva cognitiva dos pacientes (Boccardi & Frisoni, 2006; Clare & Woods,

2004). Demonstra-se assim a importância da criação de programas de reabilitação

neuropsicológica, tanto com material computorizado, quer não computorizado, para dar

resposta a esta problemática do fórum cognitivo.

A evolução da tecnologia tem sido uma constante desde a década de 90 do séc.

XX. O uso de computador foi amplamente difundido junto da população dos países

industrializados. Esta evolução permitiu uma expansão desta tecnologia para a área da

saúde, neste caso em concreto para a reabilitação neuropsicológica (Marques-Costa,

Gonçalves & Simões, 2016). No sentido de responder à problemática do envelhecimento

neste contexto, foram concebidos programas de reabilitação neuropsicológica com

suporte informático, com o propósito de retardar e minimizar eventuais perdas associadas

ao declínio cognitivo. Este formato introduz um conjunto de novidades que não estão

contempladas em programas de treino cognitivo mais tradicionais. As novas tecnologias

têm vindo a demonstrar-se como um método eficaz para a redução do declínio cognitivo,

manutenção da saúde mental, aumentando desta forma a saúde e bem-estar social dos

idosos. Vários estudos apontam e demonstram resultados positivos na globalidade destas

intervenções (Amodeo, Netto & Fonseca, 2010; Clare & Woods, 2004; Lima, 2006;

Meinzer et al., 2008; Niu et al., 2010; Teixeira et al., 2015; Teixeira et al., 2017). Ao

longo das últimas décadas têm vindo a ser desenvolvidos inúmeros programas e

plataformas online, que visam contribuir de forma positiva para um melhor

envelhecimento ativo e saudável. De seguida, apresento alguns exemplos de programas

referidos na literatura.

Page 17: Departamento de Educação e Psicologia Ano 2019

8

O COGWEB é um programa de treino cognitivo, desenvolvido em Portugal, que

permite a aplicação de tarefas personalizadas online. Estas tarefas estão organizadas de

maneira a estimular uma determinada função cognitiva, como a atenção, funções

executivas, memória, linguagem, cálculo. Os níveis avançam de forma automática, com

aumento de dificuldade progressiva, dependo da performance do participante (“Cogweb

– Treino cognitivo online,” n.d.; Tedim Cruz et al., 2014).

O Cognifit é um programa online, com intuito de melhorar as competências

cognitivas (Korczyn, Peretz, Aharonson, & Giladi, 2007). O programa está traduzido para

português, e os utilizadores podem registar-se gratuitamente, embora o programa não seja

totalmente gratuito. Inicialmente é realizada uma avaliação, que demora cerca de 10

minutos, e automaticamente o software gera um programa de treino personalizado. A

passagem de nível é idêntica a outros programas de treino cognitivo, adaptando a seleção

das tarefas conforme a melhoria do desempenho do participante. A sua eficácia,

evidenciada na literatura, apresenta resultados positivos quando comparada com

estimulação feita por videojogos (Peretz et al., 2011). Apesar de traduzido para português,

não foi encontrado na literatura nenhum estudo de validação deste programa para a

população Portuguesa.

O Big Brain Academy (BBA), para a wiiTM NintendoTM, é um exemplo de um

software de treino cognitivo que tem sido utilizado com pessoas com DA numa fase

inicial (Fernandéz-Calvo, Rodríguez-Pérez, Contador, Rubio-Santorum, & Ramos,

2011). Não foi encontrada literatura que evidencie a validação deste software para a

população Portuguesa.

Existem muitos outros programas de treino cognitivo, em vários idiomas que

passamos a enumerar: PESCO (www.asistic.ugr.es/pesco), CogRehab

(www.cogrehab.com), Reeduca (www.psychotech.qc.ca), NEP_UM (www.ccg.pt),

Smartbrain (www.smartbrain.net), TVNeurones (Fonseca, 2016), Vienna Test System

(www.schuhfried.com), PROECO (Santos, 2015), Eldergames (Gamberini et al., 2008),

Posit Science (Rosen, Sugiura, Kramer, Whitfield-Gabrieli, & Gabrieli, 2011),

BrainTraining (Leikas & Lampila, 2008), Thinkable (Brett & Provenzo, 1995). Embora

existam muitas plataformas online que permitem fazer treino cognitivo, como foi referido

acima, a maioria não fornece evidência de validade, são muito dispendiosas, alguns são

videojogos e não estimulam todos os domínios, nem fornecem informação suficiente ao

técnico para avaliar o progresso do participante. Outras apenas possuem carácter

preventivo e necessitam de mais estudos para comprovar a sua eficácia e validade. Apesar

Page 18: Departamento de Educação e Psicologia Ano 2019

9

de muitas estarem traduzidas para português, não existem evidências de que estejam

científica e funcionalmente validadas para a nossa população. Regista-se assim uma

carência de programas e plataformas de estimulação cognitiva, adaptados e,

principalmente, validados para a nossa população.

A plataforma utilizada na realização deste trabalho de investigação, primerCOG,

surge desta necessidade e vem preencher algumas das lacunas presentes neste campo da

reabilitação neuropsicológica. A primerCOG, plataforma online de treino cognitivo

(www.primercog.pt), possui base científica e tecnológica sólidas. Serve de suporte aos

técnicos e especialistas clínicos, por ex., cuidadores sociais formais e profissionais de

saúde. A sua população alvo consiste em seniores cognitivamente saudáveis ou com

diagnóstico médico de doença neurodegenerativa, disponibilizando uma panóplia de

atividades direcionadas para estimulação, manutenção, monitorização e reabilitação

cognitiva que permitem o treino de múltiplos domínios cognitivos. Esta plataforma

permite acompanhar a evolução dos seniores, através das variáveis de desempenho e dos

resultados atingidos na execução das atividades de treino cognitivo. Fortemente

direcionada para a promoção da saúde mental e prevenção da deterioração associada ao

envelhecimento, pretende fomentar como principal objetivo um envelhecimento ativo,

com mais qualidade de vida e funcionalidade, aumentando a autonomia dos seniores

(Teixeira et al., 2015). As atividades presentes na primerCOG visam estimular a atenção,

as funções executivas, a linguagem, a memória (de trabalho e de longo prazo), a

orientação e a função visuoespacial. Na plataforma está contemplada uma área de acesso

à informação para monitorização contínua do desempenho dos utentes integrados nas

sessões de estimulação cognitiva. Permite ainda comparar resultados da execução das

várias atividades de treino cognitivo, fornecendo uma visão macro dos utentes, ao nível

do desempenho de cada um deles nas várias atividades disponíveis na plataforma.

O presente estudo teve como objetivo contribuir para a avaliação da eficácia do

programa de treino cognitivo online primerCOG, analisando os benefícios no domínio

cognitivo que o participante possa ter consequentes à sua utilização. Focou-se na

avaliação de adultos com mais de 55 anos de idade, numa amostra com perfil saudável

após 12 sessões estruturadas de treino cognitivo com recurso à plataforma online

primerCOG. Com a implementação deste programa pretende-se minimizar e retardar as

eventuais perdas cognitivas relacionadas com o processo de envelhecimento. Com a

finalidade de cada vez mais se apostar em estratégias não medicamentosas de intervenção,

baseadas na promoção da saúde e prevenção da doença, num contexto de proximidade,

Page 19: Departamento de Educação e Psicologia Ano 2019

10

conduzindo à manutenção da saúde mental da população sénior. Procura-se contribuir

desta forma para uma melhoria da qualidade dos cuidados de saúde prestados.

Metodologia

Participantes

A amostra, de conveniência, foi recolhida na Academia de Saberes, em Aveiro,

sendo formada inicialmente por 21 participantes. Todos os participantes passaram por um

processo de triagem, formulado na aplicação de um questionário sociodemográfico

composto pela história médica e psiquiátrica. Resultante desta triagem, foram eliminados

três participantes, dois por pontuarem abaixo do ponto de corte no MoCA, e o terceiro,

por a sua idade ser muito superior aos restantes participantes. Após o início do programa

de treino cognitivo, foram excluídas duas participantes por não terem concluído o plano

de treino cognitivo. A amostra final do estudo ficou composta por 16 participantes,

divididos em dois grupos: o Grupo Semanal (GS), realizava uma sessão por semana e o

Grupo Bissemanal (GBS), realizava duas sessões por semana.

Como fatores de inclusão neste estudo foram aplicados estes critérios: 1) idade

= 55 anos; 2) não apresentarem diagnóstico de doenças neurológicas ou psiquiátricas;

3) serem escolarizados; 4) obterem uma pontuação no Montreal Cognitive Assessment

(MoCA) entre [24 - 30], conforme o ponto de corte para a sua idade e escolaridade; Os

critérios de exclusão foram: 1) presença de perturbações mentais reportadas pelo

participante; 2) analfabetismo; 3) presença de défices auditivos não corrigidos; 4)

limitações motoras que comprometessem a realização das tarefas cognitivas; 5) obter

pontuação no MoCA inferior ao ponte de corte para a respetiva idade e escolaridade.

Os dados sociodemográficos da amostra estão apresentados na Tabela 1. Os

grupos não diferem significativamente nas variáveis sociodemográficas idade e

escolaridade, nem na pontuação no MoCA no início do estudo.

Page 20: Departamento de Educação e Psicologia Ano 2019

11

GS GBS

Min-Max M (DP) Min-Max M (DP)

Idade 56-76 65.38(7.17) 59-72 67.00 (4.38)

Escolaridade 4 - 23 11.50(6.70) 9 - 19 14.25 (4.06)

4 anos

9 anos

12 anos

19anos

23anos

2 (25%)

2 (25%)

2 (25%)

1 (12.5%)

1 (12.5%)

0 (0%)

1 (12.5%)

4 (50%)

0 (0%)

3 (37.5%)

Sexo

Feminino

Masculino

6 (75%)

2 (25%)

8 (100%)

0 (0%)

Tabela 1: Dados sociodemográficos dos participantes (GS = Grupo Semanal; GBS = Grupo Bissemanal)

Materiais

A avaliação cognitiva dos participantes deste estudo foi realizada com os

seguintes testes: Montreal Cognitive Assessment (MoCA), Stroop Color and Word Test

(STROOP), Sequência de Dígitos da Escala de Memória de Wechsler – Terceira Edição

(WMS III), Teste de Fluência Verbal e Fonética (TFVF), Trail Making Test (TMT),

Auditory Verbal Learning Test (AVLT), Berg Card Sort Test (BCST). Para a avaliação

dos níveis de depressão foi utilizado a Geriatric Depression Scale (GDS-30) e para

indicador de qualidade de vida foi utilizada a versão em Português de Portugal do

Instrumento Abreviado de Avaliação da Qualidade de Vida da Organização Mundial de

Saúde (WHOQOL-BREF). Os dados sociodemográficos dos participantes foram obtidos

através de um questionário (cf. Anexo 2). Para dinamizar as sessões de treino cognitivo,

foi utilizada a plataforma online primerCOG.

Montreal Cognitive Assessment (MoCA)

O MoCA (Versão Portuguesa: Freitas, Simões, Santana, Martins & Nasreddine,

2013) é um teste de avaliação cognitiva que tem como objetivo rastreio das formas mais

ligeiras de declínio cognitivo. Avalia os seguintes domínios por esta ordem: capacidades

visuoespaciais/executivas, nomeação, memória, atenção, linguagem, abstração e

orientação temporal e espacial (Nasreddine et al., 2005). O tempo de aplicação é de

aproximadamente 10 a 15 minutos, possuindo normas de cotação de acordo com a idade

Page 21: Departamento de Educação e Psicologia Ano 2019

12

e nível educacional para a população portuguesa (Freitas, Simões, Alves, & Santana,

2011; Simões, 2012). A consistência interna ( de Cronbach = 0.83), fiabilidade teste-

reteste (r= 0.92, p 0.001, 26 dias), sensibilidade na identificação de DCL (90%) e

especificidade (identificou 87% dos sujeitos de controlo) são consideradas muito boas

(Nasreddine et al., 2005). Em Portugal, o MoCA foi objeto de um programa sistemático

de investigações que incluem um estudo de adaptação (Freitas et al., 2010); estudos de

validação implementados em diferentes grupos clínicos, como é o caso da DCL e DA

(Freitas et al., 2012), entre outros. Os estudos de validação apresentam dados de natureza

psicométrica, para a nossa população, extremamente positivos para: estabilidade temporal

de 0.909, consistência interna de Cronbach, para DCL 0.723 e para DA 0.847, e acordo

entre avaliadores de 0.988 (Freitas et al., 2010; Duro et al., 2010, citado por Simões,

2012).

Stroop Color and Word Test (STROOP)

O Teste de Stroop de Cores e Palavras baseia-se nos estudos de John Ridley Stroop

no ano de 1935. Permite avaliar funções executivas, especificamente a atenção seletiva,

a capacidade de inibição, a resistência à interferência e a flexibilidade cognitiva associada

à rapidez. O desempenho é medido pelo tempo utilizado a ler todas as palavras de cada

ensaio, sendo os melhores resultados os que correspondem a menor tempo despendido.

A versão utilizada foi a de Fernandes (2013). Esta versão é composta por uma

página de registo de dados e cotação do teste, e três páginas que correspondem aos

estímulos a utilizar no teste. Cada uma destas três páginas contém 100 itens distribuídos

por 5 colunas, contendo cada coluna 20 itens. A primeira página, referente à velocidade

de processamento 1, encontra-se impressa a tinta preta, contendo as palavras “VERDE”,

“VERMELHO” e “AZUL”, dispostas de forma aleatória e de forma a que a mesma

palavra não apareça seguida na mesma coluna. Na segunda página, referente à velocidade

de processamento 2, encontram-se 100 elementos “XXXX” impressos nas cores verde,

vermelho e azul, sendo que a mesma cor não aparece seguida na mesma coluna. A pessoa

deve indicar a cor de cada elemento “XXXX” impresso. Não existe correspondência entre

as cores da primeira página e a ordem da segunda página. Por fim, na terceira página

referente à tarefa de atenção seletiva, encontram-se as palavras da primeira página

impressas com a cor da segunda página. Não existe correspondência entre a cor da tinta

e o significado da palavra. A pessoa deve indicar a cor a que as palavras estão impressas,

Page 22: Departamento de Educação e Psicologia Ano 2019

13

independentemente do seu significado (Fernandes, 2013). A folha de registo de dados e

cotação do teste apresenta diferentes campos que permitem a contagem do número de

palavras (P) lidas na primeira página, o número de cores (C) lidas na segunda página e o

número de cores nomeadas corretamente (PC) das palavras impressas em cor diferente

do seu significado que aparecem na terceira página. Estão representadas outras variáveis

como: PC´(PxC / P + C) – pontuação esperada ou estimada para PC; PC-PC´- pontuação

de interferência. Os resultados são obtidos através da contabilização do número de

palavras lidas na primeira folha e das cores enumeradas na segunda e terceira folha, num

período de 45 segundos (Fernandes, 2013). Esta medida neuropsicológica amplamente

utilizada tem revelado boa validade e fidelidade com de Cronbach de 0.663,

apresentando assim boa consistência interna (Fernandes, Rodríguez, & Silva, 2012;

Fernandes, 2013).

Sequência de Dígitos da Escala de Memória de Wechsler – 3ª Edição (WMS

III)

A Sequência de Dígitos da Escala de Memória de Wechsler é um sub-teste da

WAIS-III, que está dividida em duas partes. Requer que os participantes repitam várias

sequências de números de extensão crescente, logo após a apresentação oral do

examinador. A primeira parte consiste na repetição por ordem direta dos dígitos que

foram apresentados, contendo entre 2 a 9 dígitos. Na segunda parte, a repetição deve ser

efetuada por ordem inversa, exigindo que o participante, ao repetir, inverta a ordem em

que os dígitos foram apresentados, em sequências contendo entre 2 e 8 dígitos. Cada item

é constituído por 2 ensaios e a pontuação total da tarefa, é a soma do número de ensaios

corretamente efetuados, em ambas as partes do teste. Quanto maior a pontuação obtida,

melhor a memória de trabalho. Para este estudo foi utilizada a versão de Simões et al.

(2008). Esta tarefa envolve principalmente processos atencionais, na primeira tarefa

evocação em sentido direto, enquanto na segunda parte evocação em sentido inverso

envolve uma forte componente de memória de trabalho, pois requer armazenamento dos

dígitos, durante um curto período de tempo, para depois serem trabalhados e evocados no

sentido inverso. Quanto maior a pontuação, melhor a capacidade da memória de trabalho

do participante. As propriedades psicométricas de WMS-III, onde está inserido este teste,

em estudos portugueses sobre a sua fiabilidade, apresentou boa consistência interna e

estabilidade temporal adequada. Segundo Gonçalves et al., 2015, a amplitude dos

coeficientes de consistência interna varia entre .67 e .90 para as pontuações de resultados

Page 23: Departamento de Educação e Psicologia Ano 2019

14

principais. A média dos coeficientes de fidelidade dos índices principais varia entre .77 e

.93. Por último, os coeficientes de estabilidade variaram entre .46 e .84, também para os

índices principais.

Teste de Fluência Verbal e Fonética (TFVF)

O TFVF está organizado em duas partes: Fluência Verbal Semântica (FVS) e

Fluência Verbal Fonética (FVF). O TFVF é um instrumento breve com procedimento

simples de administrar e de cotar. A tarefa de FVS inclui as categorias: nomes de animais,

nomes de alimentos que é possível comprar num supermercado, e ações ou atividades que

as pessoas fazem. Neste trabalho de investigação, foi utilizada apenas a categoria animais,

que demonstrou uma boa sensibilidade, especificidade e previsão (Guerreiro, 2010). A

tarefa de FVF compreende as letras M-P-R, sendo necessário gerar palavras iniciadas por

essas letras. Este teste, na literatura está referenciado com boas propriedades

psicométricas, consistência interna de .89 para o alfa de Cronbach e coeficiente de

correlação de .89 (Cavaco et al., 2013), mas deixa uma indicação para a necessidade de

explorar outros aspetos como o “efeito da prática”.

Trail Making Test (TMT)

O TMT é um teste que avalia a atenção, memória de trabalho, função motora e

funções executivas, concretamente a flexibilidade cognitiva e a velocidade de

processamento (Cavaco et al., 2013). Esta prova está dividida em duas partes: Parte A e

Parte B. A parte A avalia atenção, exploração visual, coordenação olho-mão, velocidade

de processamento, sequenciação e flexibilidade cognitiva. A parte B avalia as mesmas

características medidas na parte A adicionando a capacidade de alternância (Cavaco et

al., 2008, 2013). A sua administração é simples, sendo cronometrado o tempo de

execução e o resultado é o número de segundos que o participante demorou para concluir

cada parte. Referente à parte A, é pedido ao participante que conecte sequencialmente,

por ordem crescente, os vinte e cinco círculos, que estão numerados de 1 a 25. A parte B

é semelhante, mas é necessário unir os círculos numerados de 1 a 12 alternando com letras

de A a L (ex., 1-A-2-B-3-C) (Cavaco et al., 2013). Os dados cronometrados que são

recolhidos fornecem 4 indicadores diretos e 5 indicadores derivados, sendo que os

indicadores diretos são o tempo e o número de erros cometidos. O estudo de Cavaco et

al. (2013), para a população portuguesa, apenas apresenta dados normativos para o tempo

de execução da prova dado que os erros se refletem no aumento do tempo de execução.

Page 24: Departamento de Educação e Psicologia Ano 2019

15

Nesta investigação foi utilizado a versão de Cavaco de 2013, sendo utilizado como

indicador somente o tempo de execução da prova. Esta prova apresenta várias medidas

psicométricas com boa descrição, ao longo da literatura, apresentando valores de

consistência interna entre os .6 e .9 (Cavaco et. al, 2013).

Auditory Verbal Learning Test (AVLT)

O AVLT avalia diferentes aspetos da aprendizagem e memória (Cavaco et al.,

2015). A versão portuguesa do teste consiste na leitura de uma lista de 15 palavras,

apresentada cinco vezes pelo investigador, intercalada pela evocação do sujeito. Após um

período de trinta minutos, é avaliada a capacidade de evocação do participante, sugerindo

para enumerar as palavras que se recordar da lista. Por último, procede-se à leitura de

uma lista composta por 30 palavras, das quais 15 pertencem à lista lida anteriormente e

15 são apresentadas pela primeira vez. Nesta tarefa o participante, deverá fazer o

reconhecimento das palavras que já lhe foram lidas anteriormente. Quanto mais palavras

corretas, maior a cotação obtida no instrumento. A pontuação máxima para o conjunto de

ensaios de evocação imediata é 75, para o ensaio de evocação tardia é 15 e para o ensaio

de reconhecimento é 30 (Cavaco et al., 2015). O presente teste apresenta excelentes

propriedades psicométricas, na fluência semântica e fonética, apresentando excelente

consistência interna, de Cronbach .89 (Cavaco et al., 2013).

Berg Card Sorting Test (BCST)

O BCST é uma versão do instrumento Wisconsin Card Sorting Test (WCST),

disponibilizado na plataforma Psychology Experiment Building Language (PEBL),

http://pebl.sourceforge.net/. A versão utilizada foi assim a da plataforma PEBL, sistema

gratuito, para programar e executar baterias de testes, em conformidade com os originais

e com recurso ao computador. Os artigos apresentados na literatura, demonstram que os

testes presentes na PEBL fornecem novas ferramentas de pesquisa válidas e versáteis para

medir e avaliar as funções executivas (Piper et al., 2011; Fox, Mueller, Gray, Raber &

Piper, 2013). A tarefa do BCST, consiste em combinar cartas, que vão sendo

disponibilizadas uma a uma por ensaio, com uma de quatro cartas alvo (um triangulo

vermelho, duas estrelas verdes, três cruzes amarelas e quatro círculos azuis), colocando a

carta que aparece em cada ensaio debaixo da carta alvo com a qual se quer emparelhar,

em função de uma regra abstrata que se vai alterando automaticamente ao longo da tarefa.

Page 25: Departamento de Educação e Psicologia Ano 2019

16

O desempenho na tarefa envolve planeamento estratégico, processamento visual

organizado, rapidez de processamento, capacidade de indução de regras bem como a sua

manutenção e alteração (Strauss et al., 2006), que lhe permite selecionar as características

relevantes dos estímulos. Desta forma, o instrumento avalia a flexibilidade cognitiva,

capacidade de desenvolver estratégias de resolução de problemas e o pensamento abstrato

(Lezak, Howieson & Loring, 2004). Os indicadores fornecidos pelo BCST correspondem

ao: Total de Respostas Corretas (TRC); Total de erros (ERR) – total de erros cometidos

pelo participante; Respostas perseverativas (RP) – total de acertos perseverativos; Erros

Perseverativos (EP) – total de erros perseverativos; Erros Não Perseverativos (ENP) –

total de erros não perseverativos; Número de categorias (CAT) – número de categorias

completadas; Falhas para manter o contexto cognitivo (FAL) – situação em que o sujeito

descobre o princípio de ordenação correto, mas revela dificuldades em manter 10

respostas corretas consecutivas (Piper et al., 2011).

BCST não apresenta medidas psicométricas para a população portuguesa.

Contudo, o Wisconsin Card Sorting Test, é um teste muito idêntico ao BSCT, que

apresenta boa consistência interna com alfa = .78, confiabilidade inter-observadores,

validade convergente e índices de fidelidade e validade (Dubois, et al., 2000).

Escala de Depressão Geriátrica (GDS-30)

A GDS-30 foi inicialmente construída por Yesavage et al. (1983). Desenvolvida

para o auxílio do diagnóstico de depressão na população idosa, a GDS contém 30 itens

que questionam sobre comportamentos e sentimentos referentes à última semana. O

sistema de resposta é dicotómico (Sim/Não), atribuindo-se 1 ponto por cada resposta

afirmativa nos itens 2-4, 6, 8, 10, 11, 12, 13, 14, 16-18, 20, 22, 23, 24, 25, 26, 27 e 28; e

1 ponto por cada resposta negativa nos itens 1, 5, 7, 9, 15, 19, 21, 27, 29, e 30. A pontuação

total pode variar entre 0 e 30. Um resultado entre 0 e 10 indica ausência de depressão;

entre 11 e 20, indica depressão ligeira; e entre 21 e 30, indica depressão grave (Barreto et

al., 2003). Nesta dissertação utilizei a versão de Pocinho (2009), esta revelou boas

características psicométricas, nomeadamente muito boa consistência interna, de

Cronbach = .906 e estabilidade temporal = .995.

Page 26: Departamento de Educação e Psicologia Ano 2019

17

World Health Organization Quality Of Life - BREF (WHOQOL-BREF)

O WHOQOL-BREF (Vaz-Serra, Canavarro, Simões, Pereira, Gameiro, Rijo,

Carona & Paredes, 2006) é um teste de aplicação e cotação simples, com tempo de

aplicação aproximadamente entre 10 e 15 minutos. Composto por 26 itens, está

organizado em quatro domínios da qualidade de vida. Cada domínio tem por objetivo

analisar, respetivamente: a capacidade física, o bem-estar psicológico, as relações sociais,

e o meio ambiente onde o participante está inserido. Além destes quatro domínios, possui

também um domínio que analisa a qualidade de vida global. Cada domínio é composto

por questões, cujas pontuações variam entre 1 e 5, numa escala de resposta de tipo Likert

de 5 pontos. O resultado final deverá ser transformado numa escala de 0 a 100,

correspondendo uma pontuação final mais elevada a uma melhor perceção de qualidade

de vida (Vaz Serra et al., 2006). A adaptação portuguesa de Vaz-Serra e colaboradores

apresenta bons índices de consistência interna, validade discriminante, validade de

construto e estabilidade teste-reteste, tornando-o um bom instrumento para avaliar

qualidade de vida em Portugal. Considerando o domínio de qualidade de vida geral, de

Cronbach = .79. Consistência Interna para: Domínio “Relações Sociais” de Cronbach

= .64; Domínio “Físico” de Cronbach = .87; Domínio “Psicológico” de Cronbach =

.84; Dominío “Ambiente” de Cronbach= .78 (Vaz Serra, A. et al., 2006).

Plataforma online primerCOG (www.primercog.pt)

A plataforma online, primerCOG, como referi anteriormente, trata-se de uma

plataforma de treino cognitivo online, que objetiva contribuir para um envelhecimento

saudável da população portuguesa, através da aplicação de atividades de estimulação

cognitiva. A plataforma está direcionada para dois tipos de perfil cognitivo: perfil

saudável (seniores cognitivamente saudáveis com idade superior a 55 anos) e perfil de

défice cognitivo ligeiro (pacientes com diagnóstico médico de défice cognitivo ligeiro).

A plataforma online primerCOG disponibiliza um conjunto diverso de atividades,

nomeadamente: “Cálculo”, “Classificar Cartões”, “Colecionar Botões”, “Descobrir as

Diferenças”, “Encontrar os Gémeos”, “Labirintos”, “Lista de Palavras”, “Na mesma

Ordem”, “Slot Machine”, “Torres” e “Vi ou Li Antes” (Teixeira, Alecrim, Freitas, Silva

& Costa, 2017). Na atividade “Cálculo”, são apresentados ao participante uma série de

cálculos matemáticos que têm que os realizar mentalmente, à medida que são

apresentados no ecrã. Permite estimular: os domínios da atenção e funções executivas.

Page 27: Departamento de Educação e Psicologia Ano 2019

18

Reforçando assim a capacidade de atenção e concentração, necessárias para efetuar os

cálculos. Adicionalmente, esta tarefa envolve outros níveis de funcionamento executivo,

tais como estratégias de planificação, monitorização, memória de trabalho e flexibilidade

cognitiva. Na atividade “Classificar Cartões”, o participante deve associar cada um dos

cartões apresentados a um dos quatro cartões de estímulo. Os cartões são classificados

tendo em conta um de três critérios: mesma cor, mesma forma de símbolo ou mesmo

número de símbolos. Nunca é divulgado ao participante o critério de semelhança, nem o

momento da sua alteração. Esta tarefa permite estimular os domínios da atenção e funções

executivas, mais especificamente, flexibilidade cognitiva, inibição de resposta,

antecipação mental e atenção sustentada. Na atividade “Colecionar Botões”, o

participante tem que clicar no centro de um botão verde que aparece no ecrã, o mais

rapidamente possível. O participante deve conseguir ignorar os outros estímulos visuais

distratores que vão aparecendo e provocando efeito de interferência. Durante a realização

desta atividade, são estimulados os domínios da atenção, função executiva e

visuoespacial. Esta tarefa requer um controlo e manutenção da atenção combinado com

inibição de resposta perante estímulo distrator. Na atividade, “Descobrir as Diferenças”,

são apresentadas ao participante duas figuras aparentemente idênticas, e este deve

identificar as diferenças existentes entre ambas. Nesta atividade predomina o domínio da

atenção, implicando uma flexibilidade entre a concentração, inibição da distração e a

capacidade para desviar a consciência de um foco para outro, por outras palavras, atenção

seletiva e sustentada. Na atividade “Encontrar os Gémeos”, são exibidos aos participantes

cartões contendo faces de pessoas. Este deve combinar os cartões por pares iguais, até

não faltar nenhum par. Na realização desta tarefa, estimulamos os domínios da atenção e

memória, mais especificamente, atenção sustentada e seletiva, e memória de trabalho. Na

atividade “Labirintos”, o participante tem como objetivo conduzir uma laranja desde o

ponto de partida até ao ponto de saída. Escolhendo sempre o caminho mais curto. Na

realização desta tarefa são estimuladas as funções executivas e visuoespacial,

nomeadamente, o controlo da atenção, planeamento e antecipação de estratégias de

resolução de problemas, necessárias para analisar e compreender o espaço e trajetos

possíveis dos labirintos. Na atividade “Lista de Palavras”, o participante deve memorizar

um conjunto de palavras que são apresentadas inicialmente. De seguida realizar uma

atividade distratora durante 3 minutos. De seguida, uma segunda lista é apresentada,

devendo o participante indicar as palavras que foram apresentadas anteriormente. Durante

a execução desta atividade, o domínio da memória e linguagem, nomeadamente a

Page 28: Departamento de Educação e Psicologia Ano 2019

19

memória de trabalho, visual e semântica, são estimulados. Na atividade “Na mesma

Ordem”, são apresentados ao participante queques que sequencialmente irão mudar de

cor. O participante deve memorizar a sequência correta apresentada e repeti-la

posteriormente de maneira a cumprir o objetivo da atividade. Durante a realização desta

tarefa estão estimulados a memória de trabalho, atenção seletiva e sustentada, perceção

visual dos estímulos e a relação espacial. Estimulam-se assim os domínios da atenção,

memória, funções executivas e visuoespacial. Na atividade “Slot Machine”, o participante

deve memorizar o trio de imagens que lhe é apresentado, com o objetivo de

posteriormente identificá-lo perante quatro opções apresentadas. A memória a curto prazo

e a memória visual são estimuladas predominantemente nesta atividade. Na atividade

“Torres”, é apresentado um modelo de uma torre que o participante deverá reproduzir,

respeitando: a ordem dos discos coloridos e dentro de um tempo limite. O objetivo desta

atividade é reconstruir a torre apresentada noutra localização, com o menor número de

movimentos possível e respeitando a ordem de posicionamento dos elementos. As

funções executivas, com foco no raciocínio lógico, flexibilidade cognitiva, planeamento

de estratégias e resolução de problemas, são estimulados nesta tarefa. Por fim, a atividade

“Vi ou Li Antes”. São apresentados um conjunto de estímulos, sob a forma de imagem

ou palavra escrita. Posteriormente, perante cada estímulo, o participante deve indicar se

se trata de um estímulo novo, ou se foi apresentado anteriormente. Deste modo, o

desempenho nesta tarefa envolve maioritariamente o domínio cognitivo da memória,

mais concretamente a memória de trabalho, visual e verbal. As atividades acima referidas,

têm níveis de dificuldade que aumentam progressivamente, à medida que o participante

completa o nível em que se encontra. Existem semelhanças entre as atividades destinadas

a cada tipo de perfil (saudável e ligeiro), diferenciando-se a dificuldade presente em cada

nível. Todos os participantes iniciam todas as atividades no nível 1, devendo executar

com sucesso um certo número de tentativas, de modo a desbloquear o nível seguinte e

assim sucessivamente nos restantes patamares. A plataforma primerCOG já se encontra

validada funcionalmente para adultos idosos com perfil cognitivo saudável (Teixeira et

al., 2015), confirmando a adequação do seu design e das suas atividades de treino

cognitivo junto do público-alvo.

Procedimento

Após a apresentação, descrição do estudo e ter-se clarificado todas as dúvidas, foi

entregue e recolhido o consentimento informado por escrito a todos os participantes (cf.

Page 29: Departamento de Educação e Psicologia Ano 2019

20

Anexo 1). Cada participante foi avaliado individualmente, no início e final da aplicação

do programa de treino cognitivo. O MoCA foi aplicado inicialmente, para realizar uma

triagem nos participantes que poderiam ou não participar no estudo. Posteriormente foi

marcado a 1ª sessão (Momento 1) para aplicar os restantes testes da fase pré-treino. Um

grupo realizou as atividades de treino cognitivo uma vez por semana, enquanto outro

realizou duas vezes, num total, em ambos os grupos, de 12 sessões de treino cognitivo.

As sessões foram definidas inicialmente, sendo que todos os participantes passaram pelas

mesmas atividades, nas mesmas sessões, o mesmo número de vezes, alterando apenas o

nível em que cada participante se encontrava. As sessões de treino tiveram uma duração

média de 1 hora cada. O acesso à plataforma era realizado pelo experimentador, antes dos

participantes chegarem à sala, para não intervir com a duração da sessão. O programa

teve duração total de dezassete sessões: doze sessões de treino cognitivo e cinco sessões

para avaliação pré e pós programa. A aplicação da bateria de avaliação total demorou

aproximadamente noventa minutos e os testes foram aplicados sempre na seguinte

sequência: MoCA, STROOP, WMS III, TFVF, TMT, AVLT, BCST, GDS-30 e

WHOQOL-BREF. No decorrer da primeira sessão, foi realizada uma entrevista clínica,

de modo a recolher os dados sociodemográficos e foi aplicado o MoCA para avaliar os

critérios de inclusão e de exclusão. Após a primeira avaliação, os participantes foram

divididos por dois grupos homogéneos tendo em conta variáveis como: o nível do MoCA,

idade e escolaridade. Nas duas sessões seguintes, foram aplicados os restantes testes da

bateria de avaliação neuropsicológica. Nas últimas duas sessões, os participantes

preencheram um questionário de avaliação funcional do programa e foi aplicada

novamente a bateria de avaliação neuropsicológica. A sala onde foram realizadas as

avaliações e as sessões de treino cognitivo, foi sempre a mesma. Esta providenciou uma

boa acústica num ambiente livre de estímulos visuais e auditivos que pudessem perturbar

as sessões. Os computadores utilizados para a realização das sessões foram: Lenovo

ideapad 310, Lenovo ideapad v330, Samsung SF510, Toshiba Satellite L755-S5166.

Antes de executar as atividades, o investigador mostrava um vídeo a exemplificar como

realizar a tarefa em questão. Os participantes observavam o vídeo exemplificativo, caso

suscitasse alguma dúvida era esclarecida antes de iniciarem a tarefa. Durante a realização

das tarefas o investigador, não intervinha na sua realização. O plano das sessões de treino

cognitivo dinamizadas e respetivos exercícios encontra-se em anexo (cf. Anexo 3).

Page 30: Departamento de Educação e Psicologia Ano 2019

21

Análise de Dados

O tratamento dos dados recolhidos durante este estudo foi realizado com recurso

ao software IBM Statistical Package for the Social Sciences (SPSS), versão 24. Foram

realizadas análises de estatística descritiva, para obter as medidas de tendência central e

medidas de dispersão (mediana, média, desvio padrão, mínimo e máximo). As análises

inferenciais realizadas tiveram como objetivo, verificar as diferenças de desempenho

entre o momento 1 (pré-programa de Treino Cognitivo) e o momento 2 (pós-programa de

Treino Cognitivo), para todas as variáveis incluídas no estudo, assim como comparar o

desempenho entre grupos. Dada a dimensão da amostra e o facto de algumas variáveis

violarem o pressuposto da normalidade, optou-se por utilizar somente testes não

paramétricos. Estes testes são considerados uma alternativa robusta aos testes

paramétricos quando as condições de normalidade e homogeneidade de variâncias entre

grupos não se verifica (Marôco, 2011). Assim, para a comparação do desempenho de cada

um dos grupos entre o Momento 1 e o Momento 2 (análise com amostras emparelhadas)

foi utilizado o teste de Wilcoxon. Para todas as análises efetuadas neste estudo, foi

considerado um nível de significância de p < 0.05 para aceitar resultados como

estatisticamente significativos. Como estimativa do tamanho do efeito, foi utilizado o

coeficiente 𝑟 = 𝑧

√𝑁 , em que N = nº de observações em cada grupo, e não o número de

participantes (i.e., N = 16, por serem 8 participantes em cada grupo, com duas

observações, momento 1 e momento 2) (Field, 2013).

Resultados

Foram calculadas as pontuações T para os testes: MoCA, STROOP, AVLT, TMT,

TFVF, WHOQBref. Para os restantes testes, WMS III e BCST, foram consideradas as

pontuações brutas para análise.

A estatística descritiva para os resultados obtidos no MoCA nos momentos 1 e 2

encontra-se no Anexo 4. Ambos os grupos revelaram um aumento estatisticamente

significativo entre o momento 1 e momento 2, GS, z= -2.521, p=.012, r= -.630; GBS, z=

-2.524, p=.012, r= -.631.

A estatística descritiva, para os resultados obtidos no desempenho no Teste de

STROOP, nos momentos 1 e 2, encontra-se no Anexo 5. No que diz respeito à medida da

velocidade de processamento 1, verificou-se uma melhoria no desempenho entre o

momento 1 e 2. No GS, esse aumento teve significância estatística, z= -2.379, p=.017, r=

Page 31: Departamento de Educação e Psicologia Ano 2019

22

-.594. O GBS também apresentou melhorias estatisticamente significativas, para o seu

desempenho, z= -2.371, p=.018, r= -.592. Relativamente à velocidade de processamento

2, o GS apresentou um aumento superior ao GBS, alcançando a significância estatística,

z= -2.201, p=.028, r= -.550. O GBS também demonstrou um aumento entre momentos de

avaliação, mas sem significância estatística z= -1.198, p=.231, r= -.299. No que concerne

à medida da atenção seletiva, ambos os grupos apresentaram melhorias significativas.

Contudo o GBS, apresentou um aumento no seu desempenho superior, z= -2.100, p=.036,

r= -.525, em relação ao que o GS obteve, z= -2.032, p=.042, r= -.508. Por último, na

medida de interferência (inibição de resposta) do teste de STROOP, o GS reportou um

ligeiro aumento, porém não significativo, z= -.631, p=.528, r= -.158. No GBS foi

verificado também o mesmo efeito e a ausência de significância estatística, z= -1.192,

p=.233, r= -.298.

A estatística descritiva, para os resultados obtidos no desempenho no teste

Sequência de Dígitos, nos momentos 1 e 2, encontra-se no Anexo 6. Relativamente à

tarefa de ordem direta, o GS mostrou uma melhoria entre os dois momentos, embora esta

não seja significativa, z= -1.511, p=.131, r= -.378. Ainda nesta tarefa, o GBS, demonstrou

melhoria superior ao GS, entre os momentos de avaliação, que quase atingiu significância

estatística z= -1.725, p=.084, r= -.431. Quanto à tarefa em ordem inversa, o GS, melhorou

o seu desempenho entre o momento 1 e momento 2 com significância estatística, z= -

2.07, p=.038, r= -.518. O GBS, melhorou o desempenho entre momentos e quase atingiu

significância estatística, z= -1.786, p=.074, r= -.447. Na prova global da sequência de

dígitos, ou seja, na medida para a pontuação total, o GS exibiu uma melhoria visível no

seu desempenho, que resultou num resultado estatisticamente significativo, z= -2.229,

p=.026, r= -.557. O GBS também revelou melhorias significativas entre momentos de

avaliação, z= -2.113, p=.035, r= -.528.

A estatística descritiva, para os resultados obtidos no desempenho do TFVF, nos

momentos 1 e 2, encontra-se no Anexo 7. Relativamente à pontuação obtida na Fluência

Semântica Animais, o GS exibiu uma melhoria marginalmente significativa do momento

1 para o momento 2, z= -1.951, p=.051, r= -.488. Contudo, o GBS obteve uma melhoria

de magnitude superior, z= -2.530, p=.011, r= -.632, apresentando um aumento

significativo na quantidade de palavras de animais produzida durante os ensaios. Na

medida “Fluência Fonética M”, o GS apresentou um aumento significativo entre os

momentos de avaliação, z= -2.201, p=.028, r= -.550. Porém o GBS, apresentou um efeito

superior ao GS, z= -2.521, p=.012, r= -.630. Relativo à pontuação obtida na “Fluência

Page 32: Departamento de Educação e Psicologia Ano 2019

23

Fonética P”, o GS apresentou uma melhoria superior e estatisticamente significativa, z=

-2.375, p=.018, r= -.594, em comparação com o GBS, z= -1.334, p=.182, r= -.333, cuja

alteração no desempenho não foi significativa. Na medida “Fluência Fonética R”,

verificou-se um aumento da pontuação do momento 1 para o momento 2 para ambos os

grupos, apresentando diferenças estatisticamente significativas. Para o GS, z= -2.380,

p=.017, r= -.595, enquanto para o GBS, z= -2.388, p=.017, r= -.597. Na medida de

pontuação total, “Fluência Fonética Total” o GS, apresentou uma melhoria

estatisticamente significativa, z= -2.524, p=.012, r= -.631. O GBS também apresentou

diferenças estatisticamente significativas, z= -2.524, p=.012, r= -.631.

A estatística descritiva, para os resultados obtidos no desempenho do TMT, nos

momentos 1 e 2, encontra-se no Anexo 8. No que concerne ao TMT A, de acordo com as

pontuações T obtidas, no GS, ocorreu um incremento na pontuação, com significância

estatística, z= -2.10, p=.036, r= -.525. O GBS demonstrou um efeito positivo, não

estatisticamente significativo, z= -1.680, p=.093, r= -.42. Relativamente ao TMT B, o GS

exibiu uma melhoria na pontuação obtida, contudo não apresenta resultados

estatisticamente significativos, z= -1.542, p=.123, r= -.386. No que concerne ao GBS,

este apresentou melhorias entre os momentos de avaliação com significância estatística,

z= -2.533, p=.011, r= -.633.

A estatística descritiva relativa ao desempenho no AVLT, nos momentos 1 e 2,

encontra-se apresentada no Anexo 9. Na pontuação Diferida, o GS demonstrou melhorias

estatisticamente significativas entre os momentos de avaliação, z= -2.533, p=.011, r= -

.895. O mesmo efeito foi verificado no GBS, com resultados significativos, z= -2.527,

p=.012, r= -.893. Referente à medida AVLT TL, esta medida indica o total de palavras

aprendidas ao longo dos ensaios. O GS nesta medida obteve melhoria significativa no seu

desempenho, do momento 1 para o momento 2, z= -2.527, p=.012, r= -.893. O GBS

também reportou melhorias estatisticamente significativo entre momentos, z= -2.524,

p=.012, r= -.892. Na pontuação AVLT LOT, que se refere à aprendizagem adquirida ao

longo dos ensaios, o GS melhorou o seu desempenho, todavia sem significância

estatística, z= -1.187, p=.235, r= -.420. Em relação ao GBS, ocorreu uma diminuição no

desempenho, embora sem significância estatística, z= -0.281, p=.779, r= -.070. Por

último, na medida de cotação AVLT LTPR, que se refere à percentagem de retenção a

longo prazo, o GS apresentou uma melhoria estatisticamente significativa, z= -2.240,

p=.025, r= -.56. No GBS observaram-se também melhorias, embora não significativas

estatisticamente, z= -1.690, p=.091, r= -.423.

Page 33: Departamento de Educação e Psicologia Ano 2019

24

A estatística descritiva, para os resultados obtidos no desempenho do BCST, nos

momentos 1 e 2, encontra-se no Anexo 10. Para a medida “Total de Respostas Corretas”,

o GS melhorou o desempenho entre os momentos, mas sem significância estatística, z= -

.772, p=.440, r= -.193. Já o desempenho do GBS revelou-se estatisticamente

significativo, z= -2.524, p=.012, r= -.631. Para a medida “Total de Erros”, o GS revelou

uma melhoria na quantidade de erros efetuados, porém o seu desempenho também não

foi estatisticamente significativo, z= -.772, p=.440, r= -.193. Em contraste, o GBS

apresentou uma melhoria estatisticamente significativa, z= -2.524, p=.012, r= -.631. Na

medida “Total de Respostas Perseverativas”, no GS houve uma melhoria no desempenho,

mas sem significância estatística, z= -1.542, p= .123, r= -.386. O GBS demonstrou

também melhoria nesta medida de avaliação e obteve diferenças estatisticamente

significativas, z= -2.103, p=.035, r= -.526. No “Total de Erros Perseverativos” o GS

melhorou o seu desempenho entre os momentos, contudo sem relevância estatística, z= -

1.260, p=.208, r= -.315. O GBS revelou um desempenho significativamente superior e

com relevância estatística, no momento 2 em relação ao momento 1, z= -2.521, p=.012,

r= -.630. No “Total de Erros Não Perseverativos”, o GS revelou melhoria no desempenho

entre os momentos de avaliação, todavia sem resultados significativos, z= -.840, p=.401,

r= -.21. Relativamente ao GBS o efeito revelou-se significativo, z= -2.240, p=.025, r= -

.56. No “Número de categorias completas”, o GS revelou melhorias entre os momentos

de avaliação, porém sem significância estatística, z= -0.862, p= .389, r= -.215. O GBS,

revelou melhorias significativas entre os momentos 1 e 2, z= -2.375, p=.018, r= -.594.

A estatística descritiva para os resultados obtidos no desempenho da GDS-30, nos

momentos 1 e 2, encontra-se no Anexo 11. Relativamente ao GS, podemos observar uma

diminuição da sintomatologia depressiva, porém não estatisticamente significativa, z= -

1.355, p=.176; r= -.339. No que concerne ao GBS, este também reportou uma diminuição

da sintomatologia, também não significativa, z= -.776, p=.438, r= -.194.

A estatística descritiva para os resultados obtidos no WHOQOL-BREF, nos

momentos 1 e 2, encontra-se no Anexo 12. Relativamente ao domínio físico (D1), o GS

demonstrou uma melhoria neste domínio, tendencialmente significativa, z= -1.725,

p=.084, r= -.431. O GBS também demonstrou uma melhoria neste domínio, contudo sem

significância estatística, z= -.345, p= .730, r= -.086. Referente ao domínio psicológico

(D2), verificou-se uma melhoria entre os momentos de avaliação 1 e 2, para o GS,

contudo sem relevância estatística, z= -.511, p=.610, r= -.128. O GBS reportou um

incremento superior ao GS, porém também não alcançou significância estatística, z= -

Page 34: Departamento de Educação e Psicologia Ano 2019

25

.681, p=.496, r= -.170. No domínio 3, referente à qualidade das relações sociais, o GS

exibiu uma melhoria entre momentos, porém não significativa, z= -0.272, p=.785, r= -

.068. No GBS, verificamos o mesmo resultado não significativo observado no GS, z= -

1.051, p=.293, r= -.263. Por último no domínio 4, referente ao meio ambiente onde o

participante está inserido, o GS apresentou melhorias, contudo não alcançou significância

estatística, z= -.542, p= .588, r= -.136. Relativamente ao GBS, podemos observar uma

maior melhoria, mas novamente não significativa, z= -.542, p=.588, r= -.136.

Discussão

O estudo apresentado tem como objetivo contribuir para a avaliação da eficácia

do programa de estimulação cognitiva primerCOG e consequentes ganhos ao nível

cognitivo, em idosos saudáveis. Para concretizar este objetivo, foram realizadas

avaliações às diversas funções cognitivas, pré e pós as doze sessões de treino cognitivo

com recurso à plataforma online primerCOG. Para além disso, manipulou-se a

periodicidade das sessões. Num dos grupos, as sessões realizavam-se uma vez por

semana, sendo que as doze sessões ocupavam doze semanas consecutivas. No outro

grupo, as sessões tinham uma periodicidade bissemanal, sendo que o programa completo

ocupava apenas seis semanas consecutivas.

A título de exemplo, Slegers, Boxtel & Jolles em 2009, realizaram um estudo com

objetivo avaliar o efeito na cognição do uso prolongado de treino cognitivo com

computador. A amostra era composta por dois grupos, um grupo experimental (GE) e

grupo de controlo, com idades a variar entre 64-75 anos. O GE realizou intervenção uma

vez a cada duas semanas, durante os primeiros quatro meses e de seguida uma vez por

mês durante oito meses. Foi realizado um follow-up passado 12 meses. Os resultados do

estudo apontam para efeitos positivos sobre o domínio da memória, mais concretamente

memória de trabalho, nas funções da atenção e velocidade de processamento e funções

executivas.

A plataforma online primerCOG, estimula diversos domínios cognitivos como a

atenção, a memória, as funções executivas e visuoespaciais, através da panóplia de

atividades que dispõe. Foram avaliadas diversas funções cognitivas, como a velocidade

de processamento, a atenção seletiva, a memória de trabalho e as funções executivas, para

analisar os benefícios no domínio cognitivo que o participante possa ter consequentes à

sua utilização. Foram avaliados potenciais benefícios ao nível emocional (depressão) e

Page 35: Departamento de Educação e Psicologia Ano 2019

26

qualidade de vida. Após o período de treino cognitivo, podemos observar que ambos os

grupos apresentaram melhorias significativas, entre os momentos de avaliação pré e pós

programa de treino, no que diz respeito às funções avaliadas, à exceção das funções

executivas avaliadas pelo BCST, que apenas revelaram melhorias no grupo bissemanal.

Os resultados apoiam assim a eficácia desta plataforma. Como referido, no que diz

respeito à periodicidade das sessões, ambos os grupos apresentaram resultados idênticos

na maioria das funções avaliadas. A eficácia apenas se distinguiu ao nível das funções

avaliadas pelo BCST (flexibilidade cognitiva, capacidade de desenvolver estratégias de

resolução de problemas e o pensamento abstrato), em que o GBS apresentou uma

melhoria significativa no desempenho entre os momentos de avaliação, o que não

aconteceu para o GS. Este resultado indica que, para estas funções, a modalidade

bissemanal parece ter sido mais eficaz que a modalidade semanal.

Fernandéz-Calvo e colaboradores (2011) realizaram um estudo cujo objetivo era

avaliar a eficácia de programa online, comparando três grupos distintos. Um grupo com

treino cognitivo com base no Big Brain Academy (BBA), o segundo grupo com um

programa de treino cognitivo tradicional (TCT) e um terceiro grupo de controlo (GC),

que não recebeu nenhum tratamento durante este período. Decorreu durante 12 semanas,

com um total de 36 sessões. Os resultados do estudo sugerem que o treino com base no

BBA tende a ser mais efetivo que um TCT. Nos participantes a quem foi aplicado o BBA,

verificaram-se resultados positivos ao nível da atenção, memória, linguagem e praxia, e

por isso uma redução significativa do declínio cognitivo, da sintomatologia depressiva e

dos sintomas psicológicos e comportamentais em relação ao TCT e GC (Fernandéz-Calvo

et al., 2011).

Através da utilização da plataforma primerCOG, a amostra na sua generalidade

apresentou melhorias significativas nas funções cognitivas globais, após terminar o

programa de treino. Os resultados sugerem, assim, uma apreciação global positiva da

eficácia desta plataforma. Estes resultados fomentam a aposta em estratégias não

medicamentosas de intervenção, baseadas na promoção da saúde num contexto de

proximidade, conduzindo à manutenção da saúde mental da população sénior. Não se

verificou, contudo, um efeito diferenciado em termos da eficácia do programa associado

à periodicidade das sessões na maioria das funções avaliadas (à exceção do BCST).

Assim, no que diz respeito a esta variável, os resultados sugerem que a periodicidade das

sessões poderá ser ajustada à disponibilidade dos utilizadores, na medida em que tanto as

sessões semanais como bissemanais conduziram, globalmente, a melhorias idênticas.

Page 36: Departamento de Educação e Psicologia Ano 2019

27

Referente aos resultados obtidos, nos níveis de depressão avaliados nesta

dissertação, podemos observar uma diminuição, não significativa, na sintomatologia entre

os momentos. Os indicadores de qualidade de vida avaliados, apontam para um padrão

de melhoria em todos os domínios avaliados, contudo sem mudanças significativas

registadas. Esta falta de significância, nos indicadores de qualidade de vida poderá estar

relacionado com a duração do programa de treino, no sentido que não foi suficientemente

extenso para que essas mudanças se consigam consolidar. Os resultados obtidos nesta

dissertação vão ao encontro da valorização e ganhos revelados na literatura, na sequência

de utilização de programas de treino cognitivo computorizados (Amodeo, Netto &

Fonseca, 2010; Teixeira et al., 2015; Niu et al., 2010; Clare & Woods, 2004; Teixeira et

al., 2017; Lima, 2006; Meinzer et al., 2008). Estes estudos revelam melhorias no

funcionamento cognitivo dos participantes com demência, com défices de memória e/ou

com DCL. Nos idosos, é de extrema importância estimular, tanto a nível cognitivo como

físico, para ocorrer melhorias nos diversos domínios. McCabe (2008) sugeriu que a

estimulação cognitiva, em conjunto com tratamentos farmacológicos, pode melhorar a

função cognitiva em estados precoces a moderados da doença e ainda reforçar a

preservação das capacidades que não estão alteradas, influenciando de forma positiva a

qualidade de vida dos pacientes. As condições de saúde são determinantes no

envelhecimento, mas a promoção destas não se restringe somente à promoção de

comportamentos saudáveis. É essencial considerar todas as variáveis associadas ao

indivíduo. Ao envelhecer, a capacidade de receber, processar e recordar informação tende

a piorar, por isso envelhecer de forma saudável e estimular as diversas componentes

cognitivas é logicamente um modo de mitigar esta situação (WHO, 2015b). Perante esta

realidade é necessário pensar em novas estratégias de intervenção que permitam

proporcionar aos idosos um envelhecimento ativo e saudável, oferecendo melhor saúde,

autonomia e qualidade de vida. Aumentar a capacidade funcional das pessoas idosas é

um ponto de referência para a formulação de um modelo orientador de intervenção,

definindo prioridades, parâmetros de monitorização e avaliação (Estratégia Nacional para

Envelhecimento ativo e saudável, 2017).

As principais limitações e sugestões de melhoria que se destacam neste estudo

estão relacionadas com o tamanho da amostra e a inexistência de grupo de controlo para

ter um termo de comparação com o GS e com o GBS. Para futuras investigações seria

interessante: 1) o estudo ter um cariz longitudinal, com grupo de controlo e com inserção

de follow-up passados cerca de 3 a 5 meses, como está previsto na literatura, 2) aumentar

Page 37: Departamento de Educação e Psicologia Ano 2019

28

o tamanho da amostra total, e 3) introduzir medidas que avaliem os possíveis impactos e

melhorias da funcionalidade nos idosos durante o seu quotidiano. Em relação ao número

de sessões deste estudo encontra-se dentro da média dos estudos apresentados na

literatura, mas seria pertinente adicionar mais 2 ou 4 sessões de treino cognitivo, para

observar as diferenças com um programa de treino mais longo. Ainda para estudos futuros

seria interessante recolher dados comportamentais e cognitivos compará-los com dados

de ressonância magnética funcional, pois este tipo de estudos permite obter uma melhor

visão sobre os mecanismos cerebrais subjacentes ao sucesso ou ao insucesso das

intervenções (Clare et al., 2009).

Os programas de treino cognitivo surgem como uma ferramenta de elevada

importância na promoção e manutenção do funcionamento cognitivo. As questões chaves

para estes programas de reabilitação neuropsicológica, independentemente das técnicas

utilizadas, reside no potencial de melhoria, na manutenção dos progressos e na sua

repercussão na vida quotidiana dos pacientes, mais concretamente ao nível da sua

funcionalidade. Perante programas de estimulação, monitorização e reabilitação cognitiva

que por vezes são extremamente complexos e dispendiosos, a primerCOG posiciona-se

como uma solução de excelência para o contexto clínico, disponibilizando atividades de

estimulação cognitiva, que podem ser integrados em planos de treino cognitivo, com

duração ajustável, que se ajusta às características e necessidades da população

portuguesa.

Page 38: Departamento de Educação e Psicologia Ano 2019

29

Referências Bibliográficas

Amodeo, M., Netto, T., & Fonseca, R. (2010). Desenvolvimento de programas de estimulação cognitiva

para adultos idosos: Modalidades da literatura e da neuropsicologia. Letras de Hoje, 45(3), 54-64.

Akhtar, S., Moulin C. J. A. &. Bowie P. C. W (2006). Are people with mild cognitive impairment aware of

the benefits of errorless learning? Neuropsychological Rehabilitation, 16(3), 329-346. doi:

10.1080/09602010500176674

Backman, L., Jones, S., Berger, A., Laukka, E. & Small, B. (2004). Multiple cognitive deficits during the

transition to Alzheimer´s disease. Journal of International Medicine, 256(3), 195-204.

Balfour, T.Y., Masaki, K., White, L., & Launer, L. J. (2001). The effect of social engagement and

productive activity or incident dementia: The honolulu asia aging study. Neurology, 56 (Suppl):

A239.

Bickel H, & Cooper B. (1994). Incidence and relative risk of dementia in an urban elderly population:

Findings of a prospective field study. Psychological Medicine, 24, 179-192.

Boccardi, M. & Frisoni, G. (2006). Cognitive rehabilitation for severe dementia: critical observations for

better use of existing knowledge. Mechanisms of ageing and development, 127, 166-172.

Brett, A., & Provenzo, E. F. (1995). Adaptive technology for special human needs. State University of New

York Press: Albany, NY

Cavaco, S., Gonçalves, A., Pinto, C., Almeida, E., Gomes, F., Moreira, I., & Teixeira-Pinto, A. (2013).

Semantic fluency and phonemic fluency: Regression-based norms for the portuguese population.

Archives of Clinical Neuropsychology, 28(3), 262-271.

Cavaco, S., Pinto, C., Gonçalves, A., Gomes, F., Pereira, A., & Malaquias, C. (2008). Trail making test:

Dados normativos dos 21 aos 65. Psychological, 49, 222-238.

Cavaco, S., Gonçalves, A., Pinto, C., Almeida, E., Gomes, F., Moreira, I., … Teixeira-Pinto, A. (2015).

Auditory Verbal Learning Test in a Large Nonclinical Portuguese Population. Applied

Neuropsychology. Adult, 22(5), 321–31. doi:10.1080/23279095.2014.927767

Carnero-Pardo, C., & Del Ser, T. (2007). La educación proporciona reserve cognitive en el deterioro

cognitive y la demencia. Neurologia, 22(2), 78-85.

Carneiro, R. (2012). O Envelhecimento da população: Dependência, Ativação e Qualidade – Relatório

Final. Lisboa: Centro de Estudos dos Povos e Culturas de Expressão Portuguesa/Faculdade de

Ciências Humanas, Universidade Católica Portuguesa.

Clare, L., Woods, B., Moniz Cook, E.D., Orrel, M., & Spector, A. (2003). Cognitive rehabilitation and

cognitive training for early-stage Alzheimer´s disease and vascular dementia. In L. Clare (Ed.),

Cochrane Database of Systematic Reviews (pp 30-32).Chichester, UK: John Wiley & Sons. Ltd.

Clare, W., Woods, R. (2004). Cognitive training and cognitive rehabilitation for people with early stage

Alzheimer`s disease: A review. Neuropsychological Rehabilitation, 14 (4), 385-401.

Cela, J. & Herreras, E. (2005). Rehabilitación Neuropsicológica. Papeles del psicólogo, 90, 1-8.

Cosentino, S., & Stern, Y. (2012). Consideration of cognitive reserve. In L. Ravdin & H. Katzen (eds),

Handbook on the Neuropsychology of Aging and Dementia (pp.11-23). New York: Springer.

Costa, M. A. M. (1999). Questões demográficas: Repercussões nos cuidados de saúde e na formação dos

enfermeiros. In, M. A. Costa, J. Agrega, J. Emida, M. Cordeiro, M. Almeida, D. Cabete, et al., O

Idoso: Problemas e realidades (pp.7-21). Coimbra: Editora Formasau.

Damásio, A. R. (2000). O erro de Descartes. Emoção, razão e cérebro humano. São Paulo: Companhia das

Letras.

Dik, M., Deeg, D.J., Visser, M., & Jonker, C. (2003). Early life physical activity and cognition at old age.

Journal of Clinical and Experimental Neuropsychology, 25(5), 643-653. doi:

10.1076/jcen.25.5.643.14583

DeCarli, C. (2003) Mild cognitive impairment: Prevelance, prognosis, aetiology, and treatment. The Lancet

Neurology, 2(1),15-21.

Page 39: Departamento de Educação e Psicologia Ano 2019

30

Dubois, B., Slachevsky, A., Litvan, I., & Pillon, B. (2000). The FAB: a frontal assessment battery at

bedside. Neurology, 55(11), 1621-1626. DOI: https://doi.org/10.1212/WNL.55.11.1621

Gonçalves, M. A., Simões M. R. & Castro-Caldas, A. (2015). A systematic review on WAIS-III’s research

with a special focus on clinical studies. Revista E-Psi, 5(2), 51-85.

Faucounau, Y.H., Boulai, M.; Rotrou, J.; Rigaud, A. (2010) Cognitive intervention programes on patients

affected by mild cognitive impairment: A promising intervention tool for MCI? The Journal of

Nutrition, Health & Aging, 14(1), 31-35.

Fernandes, S. (2013). Stroop- teste de cores e palavras- Adaptação portuguesa. Lisboa: CEGOCTEA, Lda.

Fernandéz-Calvo, B., Rodríguez-Pérez, R., Contador, I., Rubio-Santorum, A. & Ramos, F. (2011). Eficacia

del entrenamiento cognitivo baseado en nuevas tecnologias en pacientes com demencia tipo

Alzheimer. Psicothema, 23(1), 44-50.

Field, A. (2013). Discovering statistics using IBM SPSS Statistics (4th Ed.). London, UK: SAGE.

Fichman, H.C., Uehara, E., & Santos, C.F. (2014). New technologies in assessment and neuropsychological

rehabilitation. Trends in Psychology, 22(3), 539-553.

FFMS (2018). Indicadores de Envelhecimento. PORDATA. Retrieved from

https://www.pordata.pt/Portugal/Indicadores+de+envelhecimento-526

Fleck M., Louzada S., Xavier M., Chamovich E., Vieira G., Santos L. & Pinzon V. (2000). Aplicação da

versão em português do instrumento abreviado de avaliação da qualidade de vida “WHOQOL-

bref”. Revista de saúde pública, 34(2), 178-183.

Fonseca, L. M. (2016). Contributos para a validação de um software de treino cognitivo para pessoas idosas:

A perspetiva dos profissionais de saúde (Master’s thesis), Universidade de Aveiro, Aveiro.

Freitas, S., Simões, M., Alves, L. & Santana, I. (2011) Montreal Cognitive Assessment (MoCA): Normative

study for the Portuguese population. Journal of Clinical and Experimental Neuropsychology,

33(9), 989-996. doi: 10.1080/13803395.2011.589374

Freitas, S., Simões, M.R., Martins, C., Vilar, M., Santana, I. (2010). Estudos de adaptação do Montreal

Cognitive Assessment (MoCA) para a população portuguesa. Avaliação Psicológica, 9 (3), 345-

357.

Fox, C. J., Mueller, S. T., Gray, H. M., Raber, J., & Piper, B. J. (2013). Evaluation of a short-form of the

berg card sorting test. PLoS ONE, 8(5), e63885. doi:10.1371/journal.pone.0063885

Greene, D.R. (2013). Relationship between occupational complexity and dementia risk in late life: A

population study (Doctoral dissertation), Utah State University, Utah

Gonzaga, L., & Nunes, B. (2008). Memória, Funcionamento, Perturbações e Treino. Lisboa: Lidel.

Gorrman, M. (1999). Development and rights of older people. In, J. Randal, T. Germman & D. Ewing

(Eds), The aging and development report: Poverty, independence and the world´s older people

(pp. 3-21). London: Earthscan Publications Ltd.

Greenaway, M. C., Smith, G. E., Tangalos, E. G., Geda, Y. E., & Ivinik, R.J. (2009). Mayo older Americans

normative studies: Factor analysis of an expanded neuropsychological battery. The Clinical

Neuropsychologist, 23, 7-20.

Guerreiro, M. (2005). Terapia não farmacológica da demência. In A. Castro-Caldas & A. Mendonça (Eds.),

A doença de Alzheimer e outras demências em Portugal (pp. 121-148). Lisboa: Lidel

INE (2002). O Envelhecimento em Portugal: Situação demográfica e socio-económica recente das pessoas

idosas. Lisboa: INE. Retrieved from:

https://censos.ine.pt/xportal/xmain?xpid=CENSOS&xpgid=ine_censos_estudo_det&menuBOUI

=13707294&contexto=es&ESTUDOSest_boui=106370&ESTUDOSmodo=2&selTab=tab1

Kinsella, G.J., Mullaly, E., Rang, E., Ong, B., Burton, C., Price, S., Phillips, M. & Storey, E. (2009). Early

intervention for mild cognitive impairment: a randomised controlled trial. Journal of neurology,

neurosurgery, and psychiatry 80(7), 730-736.

Kongs, S. K. , Thompson, L.L., Iverson, G.L. and Heaton, R.K. (2000) Wisconsin card sorting test-64 card

version (WCST-64): Professional Manual. Odessa, FL: Psychological Assessment Resources.

Page 40: Departamento de Educação e Psicologia Ano 2019

31

Korczyn, A. & Peretz, C. & Aharonson, V. & Giladi, N. (2007). Computer based cognitive training with

CogniFit cognitive performance above the effect of classic computer games: Prospective,

randomized, double blind intervention study in the ederly. Alzheimer's & Dementia: The Journal

of the Alzheimer's Association, 3(3).

Larson, E.D., Wang, L., Bower, J.D., McCormick, W.C., Teri, L., Crane, P. & Kukull, W. (2006). Exercise

is associated with reduced risk for incident dementia among person 65 years of age and older.

Annals of Internal Medicine, 144, 73-81.

Lee, J.H. (2007). Understanding cognitive reserve through genetics and genetic epidemiology. In Y. Stern

(Ed.), Cognitive reserve: Theory and applications (pp.5-36). New York: Taylor & Francis.

Leikas, J., & Lampila, P. (2008). Aging citizens experiences of electronic brain games. Retrieved from

http://jornal.gerontechnology.org/archives/2008papers/003.pdf

Lezak, M. D., Howieson, D. B., & Loring, D. W. (2004). Neuropsychological assessment (4th ed.). New

York: Oxford University Press

Lima, J. (2006). Envelhecimento, demência e doença de Alzheimer: O que a psicologia tem a ver com isso?

Revista de Ciências Humanas, 40, 469-489.

Luciano, G., Fabregat, M., Spagnolli, A., Prontu, L., Seraglia, B., Alcaniz, M. & Gonzales, A. L. (2008).

Eldergames: Videogames for empowering, training and monitoring elderly cognitive capabilites.

Gerontechnology, 7 (2), 111. Retrieved from

http://journal.gerontechonology.org/archives/2008papers/182.pdf

Mariani, E., Monastero, R. & Mecocci, P. (2007) Mild cognitive impairment: a systematic review. Journal

of Alzheimer´s Disease,12(1), 23-35.

Marques-Costa, C., Gonçalves, M.M., & Simões, M.R. (2016). Testes computorizados na avaliação de

adultos idosos. In Horácio Firmino, Mário R. Simões, & Joaquim Cerejeira (Eds.), Saúde mental

das pessoas mais velhas (pp. 165-181). Lisboa: Lidel, Edições Técnicas.

Marques-Teixeira, J. (2011). Demência e outros défices cognitivos nos cuidados de saúde primários.

Lisboa: VVKA.

Meinzer M., Flaisch, T., Breitenstein, C., Wienbruch, C., Elbert, T. & Brigitte R. (2008). Functional re-

recruitment of dysfunctional brain areas predicts language recovery in chronic aphasia,

NeuroImage, 39(4), 2038-2046. doi: 10.1016/j.neuroimage.2007.10.008

Moniz-Cook. (2006). Cognitive stimulation and dementia. Aging & Mental Health, 10 (3), 207-210.

Nazareth, J. M. (2009). Demografia: A ciência da população. (3ª Ed.). Lisboa: Editorial Presença.

Nasreddine, Z.S., Phillips, N.A., Charbonneau,S., Whitehead, V., Collin, I., & Chertkow, H. (2005). The

Montreal cognitive assessment, MoCA: A brief screening tool for mild cognitive impairment.

Journal of the American Geriatrics Society, 53(4), 695-699.

Niu, Yi-Xuan., Tan, J.-P., Guan, J.-Q., Zhang, Z.-Q., & Wang, L.-N. (2010). Cognitive stimulation therapy

in the treatment of neuropsychiatric symptoms in Alzheimer’s disease: a randomized controlled

trial. Clinical Rehabilitation, 24(12), 1102-1111.

Paschoal, S. M. P. (1999). Epidemologia do envelhecimento. In, M. P. Netto, Gerontologia – a velhice e o

envelhecimento em visão globalizada (pp. 26-43). São Paulo: Editora Atheneu.

Petersen, R.C. (2004). Mild cognitive impairment as a diagnostic entity. Journal of Internal Medicine, 256,

183-194. doi:10.1111/j.1365-2796.2004.01388.x

Petersen, R.C. (2005). Diagnosis of alzheimer´s disease and mild cognitive impairment. Business Briefing:

US Neurology Review. Reference Section. 2005

Petersen, R.C. & Negash, S. (2008) Mild cognitive impairment: An overview. CNS Spectrum, 13(1), 45-

53. doi: 10.1017/S1092852900016151

Petersen, R. C., Roberts, R. O., Knopman, D. S., Geda, Y. E., Cha, R. H., Pankratz, V. S., … Rocca, W. A.

(2010). Prevalence of mild cognitive impairment is higher in men: The mayo clinic study of aging.

Neurology, 75(10), 889–897. doi:10.1212/WNL.0b013e3181f11d85

Peretz, C., Korczyn, A.D., Shatil, E., Aharonson, V., Birnboim, S., & Giladi, N. (2011). Computer-based,

personalized cognitive training versus classical computer games: a randomized double-blind

Page 41: Departamento de Educação e Psicologia Ano 2019

32

prospective trial of cognitive stimulation. Neuroepidemiology, 36(2), 91-99.

doi:10.1159/000323950

Piper, B. J., Li, V., Eiwaz, M. A., Kobel, Y. V., Benice, T. S., Chu, A. M., … Raber, J. (2012). Executive

function on the psychology experiment building language tests. Behavior research methods, 44(1),

110–123. doi:10.3758/s13428-011-0096-6

Pocinho, R. F. S. (2014). Mayores en contextos de aprendizaje: Caracterización y efectos psicológicos en

los alunos de las universidades de mayores en Portugal (Doctoral dissertation). Universitad de

Valencia, Valência.

Postigo, J., Hernández-Viadel, J. & Trives, J. (2010) Efficacy of a group memory training method for older

adults based on visualization and association techniques: a randomized, controlled trial with a

placebo group. Applied Cognitive Psycology, 24, 956-968.

Portellano, J. A. (2005). Introducción a la neuropsicologia. Madrid: McGraw-Hill.

Raes, F., Williams, J., Mark, D. (2009). Reducing cognitive vulnerability to depression: a preliminary

investigation of memory specificity training (MEST) in inpatients with depressive

symptomatology. Journal of Behavior Therapy and Experimental Psychiatry,40 (1), 24-38.

Reppold, C. T., Pedrom, A. C., & Tentini, C. M. (2010). Avaliação das funções executivas por meio do

Teste Wisconsin de Classificação de Cartas – versão computadorizada. In M. C. R. A. Joly, & C.

T. Reppold, (Orgs.). Estudos de testes informatizados para avaliação psicológica (pp. 45-62). São

Paulo. Capsi Livraria e Editora Ltda.

Ribeiro, F., Mendonça, A. & Guereiro, M. (2006). Mild cognitive impairment: Deficits in cognitive

domains other than memory. Demencia and Geriatric Cognitive Disorders, 21(5-6), 284-290. doi:

10.1159/000091435

Rosen, A. C., Sugiura, L., Kramer, J.H., Whitfield-Gabrieli, S., & Gabrieli, J.D. (2011). Cognitive training

changes hippocampal function in mild cognitive impairment: A pilot study terms of use cognitive

training changes hipocampal function in mild cognitive impairment: A study. Journal of

Alzheimer´s Disease, 26(3), 349-357. doi:10.3233/JAD-2011-0009

Santos, A. (2008). Qualidade de vida e solidão na terceira idade. (Unpublished Master’s Thesis).

Faculdade de Ciências Humanas e Sociais da Universidade Fernando Pessoa, Porto.

Santos, M. M. L. T. R. (2015). PROECO: Um programa de Estimulação Cognitiva para um

Envelhecimento Saudável. (Doctoral dissertation). Universidade Fernando Pessoa, Porto.

Santana, I. (2003). O Defeito Cognitivo Ligeiro: Entre o envelhecimento e a demência. Psychologica, 34,

99-115.

Scarmeas, N., Albert, S. M., Manly, J.J., & Stern, Y. (2003). Cognitive reserve and lifestyle. Journal of

Clinical and Experimental Neuropsychology, 25, 625-633.

Sequeira, C. (2007). Cuidar de Idosos Dependentes: Diagnóstico e Intervenção. 1ª Edição. Coimbra:

Quarteto Editora.

Sequeira, C. (2010). Cuidar de idosos com dependência física e mental. Lisboa-Porto: Lidel.

Silva, C. A., Fossatti, A.F., & Portella, M.R. (2007). Percepção do homem idoso em relação às

transformações decorrentes do processo de envelhecimento humano. Estudos Interdisciplinares

de Envelhecimento, 12, 111-126.

Simões, M. R. (2012). Instrumentos de avaliação psicológica de pessoas idosas: Investigação e estudos de

validação em Portugal. Revista Iberoamericana de Diagnóstico e Avaliação Psicológica, 34(1),

9-33.

Simões, M. R., Freitas, S., Santana, I., Firmino, H., Martins, C., Nasreddine, Z., & Vilar, M. (2008).

Montreal Cognitive Assessment (MoCA): Versão 1. Coimbra: Laboratório de Avaliação

Psicológica, Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade de Coimbra.

Simões, R., Sousa, B., Firmino, H., Andrade, S., Ramalho, E., Martins, M., Araújo, J., Noronha, J., Pinho,

S. & Vilar, M. (2010). Geratric Depression Scale (GDS30): Estudos de validação em grupos de

adultos idosos com Declínio Cognitivo Ligeiro e Demência. VII Simpósio Nacional de

Investigação em Psicologia e Universidade do Minho.

Page 42: Departamento de Educação e Psicologia Ano 2019

33

Slegers, K., van Boxtel, M. & Jolles, J., (2009). Effects of computer training and internet usage on cognitive

abilities in older adults: A randomized controlled study. Aging Clinical and Experimental

Research. 21, 43-54.

Spar, J.E. & La Rue, A. (2005). Guia Prático Climepsi de Psiquiatria Geriátrica. Lisboa: Climepsi

Editores.

Straus, E., Sherman, E. M. S., & Spreen, O. (2006). A compendium of neuropsychological tests:

Administration, norms, and commentary (3rd ed.). New York: Oxford University Press.

Stern, Y. (2002). What is cognitive reserve? Theory and research application of the reserve concept. Journal

of the International Neuropsychological Society, 8(3), 448-460. doi:

10.1017/S1355617702813248

Stern, Y. (2009). Cognitive reserve. Neuropsychologia, 47(10), 2015-2028. doi:

10.1016/j.neuropsychologia.2009.03.004

Stern, Y. (2012). Cognitive reserve in ageing and Alzheimer´s disease. Lancet Neurology, 11(11), 1006-

1012. doi: 10.1016/s1474-4422(12)70191-6

Stern Y. (2013). Cognitive reserve: implications for assessment and intervention. Folia phoniatrica et

logopaedica, 65(2), 49–54. doi:10.1159/000353443

Subirana, J., Bruna, O., Puyuelo, M. & Virgili, C. (2009). Lenguaje y funciones executivas en la valoración

inicial del deterioro cognitivo leve y la demência tipo Alzheimer. Revista de Logopedia Fonitaria

y Audiología, 29 (1), 13-20.

Tedim Cruz, V., Pais, J., Alves, I., Ruano, L., Mateus, C., Barreto, r., & Coutinho, P. (2014). Web-based

cognitive training: patient adherence and intensity of treatment in an outpatient memory clininc.

Journal of Medical Internet Research, 16(5), e122. Doi:10.2196/jmir.3377

Teixeira, J.C., Costa, V., Alecrim, P., Freitas, S., & Santana, I. (2015). Análise exploratória da utilização

da plataforma de treino cognitive online primerCOG por um grupo de seniors cognitivamente

saudáveis. Psicologia, Educação e Cultura, 19(1), 44-64.

Teixeira, J.C., Alecrim P., Freitas, S., Silva, C. & Costa, V. (2017). Influência das características

sociodemográficas e da ocupação dos tempos livres no desempenho na plataforma de treino

cognitive primerCOG. Millenium, 2(3), 13-23.

Teixeira, J.C., Freitas, S., Alecrim, P., Cardoso, V., Costa, J., Caridade, L., & Mano, T. (2013). Cognitive

stimulation maintenance and rehabilitation. Procedia Technology, 9, 1335-1343.

The WHOQOL Group (1995). The world health organization quality of life assessment (WHOQOL):

Position paper from the Health Organization. Social Science & Medicine, 41(10): 1403-1409.

Vance D. E., Roberson A.J., McGuinness T.M. & Fazeli P.L. (2010). How neuroplasticity and cognitive

reserve protect cognitive functioning. Journal of psychosocial nursing and mental health service

48(4), 23-30. doi: 10.3928/02793695-20100302-01

Vasconcelos, J., & Carneiro, A. (2005). As consultas de memória e de demência. In A. Castro-Caldas & A.

Mendonça (Eds.), A doença de Alzheimer e outras demências em Portugal (pp. 41-60), Lisboa:

Lidel.

Vieira, W. (1994). Enciclopédia da Conscienciologia. Rio de Janeiro: Instituto Internacional de

Projeciologia Editores.

WHO (2002). Active ageing: a policy framework. Geneva, Switzerland: World Health Organization.

WHO (1999). A life course perspective of maintaining independence in older age. Geneva: World Health

Organization

WHO (2015a). Relatório mundial de envelhecimento e saúde. Geneva, Switzerland: World Health

Organization. Retrieved from:

http://apps.who.int/iris/bitstream/10665/186468/6/WHO_FWC_ALC_15.01_por.pdf?ua=1

WHO (2015b). World report on ageing and health. Geneva, Switzerland: World Health Organization.

Page 43: Departamento de Educação e Psicologia Ano 2019

34

Anexo 1

Formulário de informação e consentimento informado ao participante

Page 44: Departamento de Educação e Psicologia Ano 2019

35

Page 45: Departamento de Educação e Psicologia Ano 2019

36

Anexo 2

Questionário de caracterização do participante

Page 46: Departamento de Educação e Psicologia Ano 2019

37

Page 47: Departamento de Educação e Psicologia Ano 2019

38

Page 48: Departamento de Educação e Psicologia Ano 2019

39

Anexo 3

Plano das sessões

Sessão 1

Cálculo

Descobrir as diferenças

Colecionar Botões

Na mesma ordem

Sessão 2

Classificar Cartões

Labirintos

Encontrar os Gémeos

Slot Machine

Sessão 3

Lista de Palavras

Vi ou li antes

Torres

Descobrir Diferenças

Sessão 4

Classificar Cartões

Vi ou li Antes

Cálculo

Torres

Sessão 5

Na mesma ordem

Labirintos

Encontrar os Gémeos

Slot Machine

Sessão 6

Lista de Palavras

Vi ou li Antes

Cálculo

Colecionar Botões

Sessão 7

Classificar Cartões

Labirintos

Slot Machine

Torres

Sessão 8

Lista de Palavras

Descobrir Diferenças

Na Mesma Ordem

Colecionar Botões

Sessão 9

Encontrar os Gémeos

Cálculo

Labirintos

Torres

Sessão 10

Descobrir as diferenças

Slot Machine

Vi ou Li Antes

Colecionar Botões

Sessão 11

Lista de Palavras

Na mesma ordem

Classificar Cartões

Torres

Sessão 12

Encontrar os Gémeos

Vi ou li Antes

Descobrir Diferenças

Cálculo

Page 49: Departamento de Educação e Psicologia Ano 2019

40

Anexo 4

Pontuações T no MoCA, para o Grupo Semanal (GS) e o Grupo Bissemanal (GBS), nos

dois momentos de avaliação.

Momento 1 Momento 2

Min-Max Med M (DP) Min-Max Med M (DP)

GS Pontuação do

MoCA 47.61-71.75 60.78 59.60 (7.57) 57.00 –78.74 67.91 67.45 (6.07)

GBS Pontuação do

MoCA 38.55 – 65.33 61.96 57.84 (9.76) 60.48 – 70.05 69.17 66.85 (4.07)

Nota: (GS = Grupo Semanal; GBS = Grupo Bissemanal)

Page 50: Departamento de Educação e Psicologia Ano 2019

41

Anexo 5

Pontuações T no Teste de Stroop, para o Grupo Semanal (GS) e o Grupo Bissemanal

(GBS), nos dois momentos de avaliação.

Momento 1 Momento 2

Min-Max Med M (DP) Min-Max Med M (DP)

GS

Velocidade de

Processamento 1 49.00-55.00 54.00 53.25(2.12) 51.00-60.00 56.00 55.63(2.45)

Velocidade de

Processamento 2 32.00-65.00 49.50 50.50(10.16) 48.00-64.00 60.00 58.13(6.06)

Atenção Seletiva 32.00-54.00 49.00 46.88(7.04) 44.00-65.00 59.00 56.50(7.65)

Valor da

Interferência 29.00-62.00 45.00 45.50(9.30) 44.00-51.00 47.00 47.25(2.43)

GBS

Velocidade de

Processamento 1 48.00-55.00 54.00 52.75(2.71) 53.00-61.00 55.50 55.63(2.62)

Velocidade de

Processamento 2 48.00-59.00 56.50 55.00(4.24) 51.00-71.00 55.50 57.25(6.41)

Atenção Seletiva 44.00-64.00 51.50 51.25(6.48) 45.00-74.00 56.50 57.65(8.53)

Valor da

Interferência 31.00-55.00 45.50 45.50(7.71) 36.00-61.00 48.50 48.88(7.51)

Nota: (GS = Grupo Semanal; GBS = Grupo Bissemanal)

Page 51: Departamento de Educação e Psicologia Ano 2019

42

Anexo 6

Pontuações Brutas na Sequência de Digítos da WMS III, para o Grupo Semanal (GS) e o

Grupo Bissemanal (GBS), nos dois momentos de avaliação.

Momento 1 Momento 2

Min-Max Med M (DP) Min-Max Med M (DP)

GS

Sequência de

Dígitos Ordem

Direta

9.00-14.00 13.00 12.50(1.60) 11.00-16.00 13.50 13.25(1.58)

Sequência de

Dígitos Ordem

Inversa

8.00-12.00 9.00 9.50(1.60) 8.00-14.00 10.50 10.50(2.00)

Pontuação Total da

Sequência de

Dígitos

18.00-26.00 22.00 22.00(2.27) 20.00-28.00 24.00 23.75(2.49)

GBS

Sequência de

Dígitos Ordem

Direta

11.00-14.00 12.50 12.50(1.41) 12.00-15.00 13.50 13.50(1.20)

Sequência de

Dígitos Ordem

Inversa

8.00-12.00 10.50 10.38(1.60) 10.00-12.00 12.00 11.63(0.74)

Pontuação Total da

Sequência de

Dígitos

19.00-26.00 23.50 22.88(2.42) 23.00-27.00 25.50 25.13(1.64)

Nota: (GS = Grupo Semanal; GBS = Grupo Bissemanal)

Page 52: Departamento de Educação e Psicologia Ano 2019

43

Anexo 7

Pontuações T no Teste de Fluência Verbal e Fonética, para o Grupo Semanal (GS) e o

Grupo Bissemanal (GBS), nos dois momentos de avaliação.

Momento 1 Momento 2

Min-Max Med M (DP) Min-Max Med M (DP)

GS

Pontuação da Fluência

Semântica - Animais -0.08-1.88 1.04 0.89(0.67) 0.46-2.61 0.27 1.44(0.66)

Pontuação da Fluência

Fonética M -0.43-2.92 0.20 0.51(1.05) -0.70-2.92 0.04 1.50(1.16)

Pontuação da Fluência

Fonética P -0.38-1.62 0.48 0.52(0.58) 0.44-3.40 0.35 1.60(1.03)

Pontuação da Fluência

Fonética R -0.51-2.41 0.79 0.77(0.92) 0.56-3.82 0.75 2.23(1.18)

Pontuação Total da

Fluência Fonética -0.46-2.38 0.55 0.73(0.88) 0.37-3.93 0.48 2.09(1.17)

GBS

Pontuação da Fluência

Semântica - Animais -1.29-2.24 1.46 0.25(1.07) 0.64-3.69 1.96 1.94(1.00)

Pontuação da Fluência

Fonética M -0.39-1.16 1.42 0.19(0.54) 0.06-3.67 2.23 2.14(1.42)

Pontuação da Fluência

Fonética P -1.26-1.87 1.30 0.39(1.18) 0.01-2.73 0.48 1.06(1.14)

Pontuação da Fluência

Fonética R -0.92-1.70 2.20 0.52(0.85) 0.18-3.81 1.03 1.63(1.24)

Pontuação Total da

Fluência Fonética -0.89-1.81 1.96 0.47(0.91) 0.43-3.87 1.67 1.89(1.33)

Nota: (GS = Grupo Semanal; GBS = Grupo Bissemanal)

Page 53: Departamento de Educação e Psicologia Ano 2019

44

Anexo 8

Pontuações T no Trail Making Test, para o Grupo Semanal (GS) e o Grupo Bissemanal

(GBS), nos dois momentos de avaliação.

Nota: (GS = Grupo Semanal; GBS = Grupo Bissemanal)

Momento 1 Momento 2

Min-Max Med M (DP) Min-Max Med M (DP)

GS

Pontuação do Trail

Making Test A -1.23-1.35 0.785 0.59(0.86) -0.63-2.48 1.450 1.26(0.93)

Pontuação do Trail

Making Test B -0.30-2.03 0.575 0.74(0.82) -0.08-2.37 1.015 1.14(0.91)

GBS

Pontuação do Trail

Making Test A 0.01-1.57 0.510 0.54(0.53) 0.15-2.26 1.085 1.06(0.66)

Pontuação do Trail

Making Test B -0.27-0.51 -0.045 0.03(0.30) 0.32-1.74 1.180 1.08(0.59)

Page 54: Departamento de Educação e Psicologia Ano 2019

45

Anexo 9

Pontuações T no Teste AVLT, para o Grupo Semanal (GS) e o Grupo Bissemanal

(GBS), nos dois momentos de avaliação.

Momento 1 Momento 2

Min-Max Med M (DP) Min-Max Med M (DP)

GS

Pontuação

AVLT 1 -0.24-1.65 0.51 0.63(0.72) -0.17-4.78 0.41 1.48(1.57)

Pontuação

AVLT 2 -1.75-1.73 0.65 0.24(1.33) 0.27-3.89 0.43 2.07(1.19)

Pontuação

AVLT 3 -0.80-1.54 0.48 0.45(0.90) -0.64-2.53 0.61 1.51(0.98)

Pontuação

AVLT 4 0.53-2.19 0.91 1.26(0.71) 1.41-2.41 0.99 2.06(0.30)

Pontuação

AVLT 5 -0.28-2.03 1.69 1.31(0.79) 1.14-2.05 0.97 1.76(0.28)

Pontuação

AVLT

Diferida

-1.62-0.34 -0.44 -0.46(0.70) 0.37-2.34 -0.15 1.54(0.70)

Pontuação

AVLT TL -0.25-2.08 1.050 1.00(0.93) 1.35-2.94 0.85 2.19(0.60)

Pontuação

AVLT LOT -0.78-1.38 0.525 0.42(0.61) -2.61-2.52 0.32 0.82(1.54)

Pontuação

AVLT

LTPR

-2.71- -0.18 -1.29 -1.30(0.84) -0.92-1.02 -0.38 0.19(0.72)

GBS

Pontuação

AVLT 1 -0.85-2.22 0.90 0.55(0.95) 0.21-4.67 2.08 1.93(1.46)

Pontuação

AVLT 2 -1.64-3.13 1.99 0.65(1.50) 0.21-3.88 1.31 1.86(1.42)

Pontuação

AVLT 3 -0.47-2.71 1.68 0.80(1.00) 0.78-3.12 2.16 1.98(0.87)

Pontuação

AVLT 4 0.29-2.30 2.15 1.11(0.83) 0.40-2.37 1.80 1.68(0.66)

Pontuação

AVLT 5 -0.51-1.90 1.84 0.86(0.93) 1.06-2.22 1.87 1.75(0.39)

Page 55: Departamento de Educação e Psicologia Ano 2019

46

Pontuação

AVLT

Diferida

-1.62-1.83 1.62 0.11(1.08) 1.34-2.63 2.10 2.00(0.49)

Pontuação

AVLT TL -0.02-2.79 2.15 1.00(1.02) 1.28-3.65 1.83 2.25(0.90)

Pontuação

AVLT LOT -0.51-1.90 1.07 0.51(0.88) -1.24-1.37 0.91 0.38(1.07)

Pontuação

AVLT

LTPR

-2.04-1.74 0.27 -0.41(1.31) -0.06-1.14 0.77 0.57(0.49)

Nota: AVLT TL= Total aprendido; AVLT LOT= Aprendizagem ao longo dos ensaios; AVLT

LTPR= Percentagem de retenção a longo-prazo (GS = Grupo Semanal; GBS = Grupo Bissemanal)

Page 56: Departamento de Educação e Psicologia Ano 2019

47

Anexo 10

Pontuações T no BCST, para o Grupo Semanal (GS) e o Grupo Bissemanal (GBS), nos

dois momentos de avaliação.

Nota: (GS = Grupo Semanal; GBS = Grupo Bissemanal)

Momento 1 Momento 2

Min-Max Med M (DP) Min-Max Med M (DP)

GS

Total de Resposta

Corretas 76.00-101 89.50 90.63(7.91) 66 - 103 95.50 93.00(11.59)

Total de Erros 27.00-52.00 38.50 37.38(7.91) 25.00-62.00 32.50 35.00(11.59)

Total Respostas

Perseverativas 37.00-61.00 44.50 46.25(7.98) 31.00-71.00 35.50 41.00(13.17)

Total Erros

Perseverativos 9.00-36.00 22.00 22.00(8.68) 11.00-45.00 14.50 18.13(11.14)

Total Erros Não

Perseverativos 1.00-21.00 13.00 12.13(6.13) 5.00-17.00 8.00 9.63(4.44)

Número de Categorias

completas 4.00-9.00 6.00 6.63(1.60) 3.00-9.00 9.00 7.50(2.33)

Total de Resposta para

completar 1ª Categoria 10.00-33.00 13.00 15.63(7.44) 10.00-17.00 11.50 12.25(2.25)

Falhas para manter o

contexto cognitivo 0-4.00 0.50 1.00(1.41) 0-3.00 0 0.50(1.07)

GBS

Total de Resposta

Correctas 72.00-97.00 88.50 87.13(7.32) 96.00-104.00 100.5 100.38(3.16)

Total de Erros 31.00-56.00 39.50 40.88(7.32) 24.00-32.00 27.50 27.63(3.16)

Total Respostas

Perseverativas 31.00-64.00 53.00 49.25(10.73) 29.00-46.00 36.50 37.00(5.50)

Total Erros

Perseverativos 15.00-39.00 23.00 25.38(8.53) 10.00-21.00 14.00 14.25(3.96)

Total Erros Não

Perseverativos 4.00-22.00 16.50 15.50(5.95) 4.00-12.00 7.50 7.88(2.70)

Número de Categorias 1.00-8.00 4.00 4.50(2.67) 8.00-9.00 9.00 8.63(0.52)

Total de Resposta para

Completar 1ª Categoria 10.00-61.00 15.50 21.13(17.26) 10.00-21.00 12.00 13.25(3.58)

Falhas para manter o

contexto cognitivo 0-7.00 2.00 2.25(2.05) 0-2.00 0 0.50(0.76)

Page 57: Departamento de Educação e Psicologia Ano 2019

48

Anexo 11

Pontuações Brutas no GDS-30, para o Grupo Semanal (GS) e o Grupo Bissemanal

(GBS), nos dois momentos de avaliação.

Momento 1 Momento 2

Min-Max Med M (DP) Min-Max Med M (DP)

GS Pontuação Total

da GDS-30 0 - 20.00 9.00 9.50(7.73) 0.00-23.00 5.00 7.25(8.24)

GBS Pontuação Total

da GDS-30 0 -16.00 7.50 7.00(6.61) 0.00-9.00 6.00 5.38(3.07)

Nota: (GS = Grupo Semanal; GBS = Grupo Bissemanal)

Page 58: Departamento de Educação e Psicologia Ano 2019

49

Anexo 12

Pontuações T no WHOQOL BREF, para o Grupo Semanal (GS) e o Grupo Bissemanal

(GBS), nos dois momentos de avaliação.

Momento 1 Momento 2

Min-Max Med M (DP) Min-Max Med M (DP)

GS

Pontuação

WHOQOL

BREF D1

44.00-88.00 81.00 75.13(14.54) 50.00-88.00 69.00 69.75(11.77)

Pontuação

WHOQOL

BREF D2

38.00-88.00 72.00 66.50(18.48) 44.00-94.00 63.00 67.38(18.87)

Pontuação

WHOQOL

BREF D3

44.00-75.00 62.50 61.75(11.80) 31.00-75.00 69.00 62.50(15.78)

Pontuação

WHOQOL

BREF D4

56.00-88.00 72.00 68.75(11.80) 56.00-81.00 75.00 71.00(10.01)

GBS

Pontuação

WHOQOL

BREF D1

56.00-81.00 78.00 74.13(9.03) 44.00-88.00 78.00 75.13(14.18)

Pontuação

WHOQOL

BREF D2

56.00-81.00 66.00 66.38(10.53) 50.00-88.00 69.00 69.63(12.35)

Pontuação

WHOQOL

BREF D3

56.00-75.00 69.00 66.38(8.94) 56.00-100.00 72.00 72.63(14.19)

Pontuação

WHOQOL

BREF D4

50.00-88.00 75.00 73.50(11.46) 69.00-88.00 75.00 76.75(8.08)

Nota: D1=domínio físico; D2=domínio psicológico; D3=domínio das relações sociais; D4=domínio do

meio ambiente (GS = Grupo Semanal; GBS = Grupo Bissemanal).