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DEPARTAMENTO DE TAQUIGRAFIA, REVISÃO E REDAÇÃO
SESSÃO: 089.4.54.O
DATA: 10/04/14
TURNO: Matutino
TIPO DA SESSÃO: Deliberativa
Extraordinária - CD
LOCAL: Plenário Principal - CD
INÍCIO: 10h
TÉRMINO: 13h47min DISCURSOS RETIRADOS PELO ORADOR PARA REVISÃO Hora Fase Orador
Obs.:
Ata da 89ª Sessão da Câmara dos Deputados, Delibera tiva Extraordinária,
Matutina, da 4ª Sessão Legislativa Ordinária, da 54 ª Legislatura, em 10 de
abril de 2014.
Presidência dos Srs.:
Henrique Eduardo Alves, Presidente.
Gonzaga Patriota, 1º Suplente de Secretário.
Inocêncio Oliveira, Onofre Santo Agostini,
Benedita da Silva, nos termos do § 2º do artigo
18 do Regimento Interno.
ÀS 10 HORAS COMPARECEM À CASA OS SRS.:
Henrique Eduardo Alves
Andre Vargas
Fábio Faria
Marcio Bittar
Simão Sessim
Maurício Quintella Lessa
Biffi
Gonzaga Patriota
Wolney Queiroz
Vitor Penido
Takayama
CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 089.4.54.O Tipo: Delib erativa Extraordinária - CD Data: 10/04/2014 Montagem: 4176
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I - ABERTURA DA SESSÃO
O SR. PRESIDENTE (Gonzaga Patriota) - A lista de presença registra na
Casa o comparecimento de 199 Senhoras Deputadas e Senhores Deputados.
Está aberta a sessão.
Sob a proteção de Deus e em nome do povo brasileiro iniciamos nossos
trabalhos.
A Sra. Secretária procederá à leitura da ata da sessão anterior.
II - LEITURA DA ATA
A SRA. BENEDITA DA SILVA , servindo como 2ª Secretária, procede à leitura
da ata da sessão antecedente, a qual é, sem observações, aprovada.
III - EXPEDIENTE
(Não há expediente a ser lido)
CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 089.4.54.O Tipo: Delib erativa Extraordinária - CD Data: 10/04/2014 Montagem: 4176
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O SR. PRESIDENTE (Gonzaga Patriota) - Passa-se às
IV - BREVES COMUNICAÇÕES
Vamos dar início aos trabalhos, cumprimentando os idosos que estão nas
galerias com justas reivindicações. Inclusive, no meu doutorado, a tese é “O Ancião
no Mundo”. Parabéns aos senhores por estarem firmes e fortes.
Com a palavra o eminente Deputado Celso Maldaner, do PMDB de Santa
Catarina.
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O SR. CELSO MALDANER (PMDB-SC. Sem revisão do orador.) - Sr.
Presidente, Sras. e Srs. Deputados, nós queríamos passar a Páscoa mais felizes,
mas infelizmente não conseguimos votar ontem à noite as modificações na Lei nº
12.619 sobre a jornada dos motoristas.
Hoje o setor está inviabilizado no País, com um aumento de praticamente
35%, 40%. Nós dependemos hoje da logística rodoviária. Então, queremos apelar
para os colegas Parlamentares para que possamos, ainda no dia de hoje, dar esse
presente de Páscoa aos nossos motoristas, votando a urgência, por acordo, desse
projeto. É muito importante, porque nós inviabilizamos, da maneira que está hoje, o
setor rodoviário no País. Então, vai beneficiar os motoristas e também os
transportadores autônomos.
Esse é o apelo que nós fazemos, para que se vote a urgência ainda no dia de
hoje.
Muito obrigado, Sr. Presidente.
O SR. PRESIDENTE (Gonzaga Patriota) - V.Exa. será atendido, nos termos
regimentais. Já estamos levantando aqui, exatamente para colocar em pauta esse
requerimento de urgência.
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O SR. PRESIDENTE (Gonzaga Patriota) - Concedo a palavra ao Deputado
Onofre Santo Agostini.
O SR. ONOFRE SANTO AGOSTINI (PSD-SC. Sem revisão do orador.) - Sr.
Presidente, eu gostaria de me somar a V.Exa. e reforçar os cumprimentos aos
nossos aposentados aqui presentes. Essas pessoas são as mais injustiçadas do
Brasil. São fruto da VARIG, da TRANSBRASIL e agora do Governo Federal, que
não paga a ação que eles ganharam na Justiça.
Ditadura, tão combatida, é isso aí também, que deixa nossos irmãos
padecendo por causa de um ponto de vista absurdo.
Por isso a nossa solidariedade às vítimas da VARIG e da TRANSBRASIL.
O SR. PRESIDENTE (Gonzaga Patriota) - A solidariedade de V.Exa. será
registrada nos Anais da Casa.
CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 089.4.54.O Tipo: Delib erativa Extraordinária - CD Data: 10/04/2014 Montagem: 4176
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O SR. PRESIDENTE (Gonzaga Patriota) - Com a palavra a Deputada
Benedita da Silva.
A SRA. BENEDITA DA SILVA (PT-RJ. Sem revisão da oradora.) - Sr.
Presidente, eu gostaria, nesta manhã, nesta sessão, de falar da importância de
votarmos aqui a regulamentação do trabalho doméstico. É um assunto que está
sendo esperado. Há 1 ano nós estamos aguardando essa regulamentação. Então,
estamos entrando com pedido de urgência para essa matéria, porque entendemos
que ela merecerá um quórum qualificado. E é importante que as lideranças que
estão interessadas nesse projeto possam deliberar sobre essa urgência, com
unanimidade, e nós aqui possamos votar essa regulamentação na próxima semana,
ou depois da Páscoa, conquanto que neste mês de abril possamos votá-la, já que o
dia 27 de abril será o Dia da Trabalhadora Doméstica.
Eu gostaria de fazer este apelo a esta Casa, Sr. Presidente.
Muito obrigada.
O SR. PRESIDENTE (Gonzaga Patriota) - V.Exa. será atendida nos termos
regimentais.
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O SR. PRESIDENTE (Gonzaga Patriota) - Concedo a palavra ao eminente
Deputado cearense e comunista Chico Lopes.
O SR. CHICO LOPES (PCdoB-CE. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente,
Sras. e Srs. Deputados, inicialmente, quero ser solidário com a Deputada Benedita
no caso da regulamentação do trabalho das domésticas.
Sr. Presidente, é com grande senso de urgência que retorno a esta tribuna
para tratar de um tema da mais grave importância para os consumidores cearenses
e brasileiros: um novo pedido de reajuste em tarifa de energia elétrica por parte de
uma concessionária desse serviço público essencial, que torna a solicitar à ANEEL
reajuste dos preços da energia.
E que reajuste! A Companhia Energética do Ceará — COELCE deseja
reajustar o preço que os consumidores cearenses pagam pela energia em nada
menos do que 13,83%. Isso mesmo, Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados: quase
14% de reajuste, mesmo em um País com economia estável e inflação sob controle.
De tão absurdo, o índice pleiteado pela COELCE à ANEEL foi considerado
inesperado até mesmo pelos que acompanham diariamente o mercado de energia,
que tem como referência para o reajuste médio das tarifas em todo o País, neste
ano de 2014, o percentual de 9,5%, ainda alto, é verdade, tendo em vista que a
inflação pelo IGPM, nos últimos 12 meses, foi de menos de 6%. Mas é um
percentual bem inferior aos quase 14% que a COELCE está pedindo à ANEEL, para
prejuízo do povo cearense.
Caso esse aumento elevadíssimo e injustificado venha a ser aprovado pela
Diretoria da ANEEL, agência que, assim como outras, parece sempre se empenhar
mais em defender as grandes empresas do que os consumidores que dependem
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dos serviços públicos, o consumidor já vai sentir os efeitos no bolso a partir do dia
22 deste mês. A decisão da Agência acontece no próximo dia 15, em reunião
pública ordinária, e a COELCE vai procurar defender sua proposta de aumento,
extremamente prejudicial aos consumidores e suficiente para colocar por terra todo
um trabalho de publicidade realizado pela empresa. A COELCE procura se colocar
perante os cearenses como uma empresa reconhecida pela qualidade de seus
serviços, pelos preços justos cobrados e pelas iniciativas de responsabilidade social.
Infelizmente, Sr. Presidente, esse quadro pintado pela Companhia Energética
do Ceará está bem distante da realidade. O que temos são consumidores
insatisfeitos com a interrupção do fornecimento de energia, o que ainda acontece
com frequência maior do que este início de século XXI faria supor, e, principalmente,
consumidores insatisfeitos com o alto preço da energia, agravado por mais esse
reajuste, em um momento em que todos os esforços do setor produtivo e do
Governo Federal são no movimento contrário, no sentido de reduzir os preços para
favorecer a produção, a economia popular, a maior geração de emprego e renda, a
movimentação econômica real, em vez da velha especulação financeira baseada no
triunfo do capital sobre o trabalho, na concentração de renda, no elitismo e na
exclusão.
Vale destacar, Sr. Presidente, que, assim como mostrou o jornal Diário do
Nordeste, do Ceará, nesta terça-feira, até mesmo o Conselho de Consumidores da
COELCE rejeita o abusivo percentual de reajuste que está sendo pedido pela
empresa. “O índice de reajuste pedido pela COELCE é alto. Se o IGP-M nos 12
meses que antecedem o aumento foi de 5,97%, o que a Coelce está pedindo
representa quase oito pontos percentuais a mais, o que não se justifica”, destacou
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Erildo Pontes, Presidente do Conselho de Consumidores, citando ainda que, mesmo
com maior uso das usinas termelétricas, como está acontecendo agora, a
expectativa era de um reajuste de preços bem mais baixo, diante do saldo de 300
milhões de reais que ficou desde a última revisão tarifária, em 2012, aplicada
somente em 2013 e que ficou para compensação no reajuste deste ano.
Questionamos esse reajuste, Sr. Presidente, em nome dos consumidores
cearenses e dos consumidores de todo o Brasil. Levaremos o caso à Comissão de
Defesa do Consumidor desta Casa, na qual, como membro titular, venho pautando
seguidamente o debate sobre o preço da energia elétrica, o impacto desse custo
para o consumidor, o peso que essa tarifa representa na economia — inclusive com
o efeito sobre a criação de possíveis novos empregos —, a necessidade de termos
agências reguladoras mais atuantes de acordo com os interesses do elo mais fraco
dessa cadeia: o consumidor.
Além da participação na audiência pública, a COELCE tem o dever de vir a
público esclarecer ao consumidor cearense o porquê desse pedido de reajuste
superior ao IGPM em quase oito pontos percentuais. Vamos questionar esse
reajuste de todas as formas possíveis. Se a média do reajuste de preços em toda a
economia, no último ano, foi de 6%, por que reajustar a energia elétrica em quase
14%? Como é que o trabalhador, que não teve 14% de reajuste salarial, vai poder
pagar essa conta? E as empresas cearenses? Perderão competitividade, ao ter de
lidar com um aumento tão expressivo, em um de seus principais insumos? Teremos
enfraquecimento da economia e fechamento de postos de trabalho, apenas para que
sejam mantidos os seguidos lucros da COELCE? São perguntas que todos os
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cearenses se fazem, neste momento, e que precisam ser respondidas, em benefício
do consumidor. Com a palavra a COELCE e a ANEEL.
Vale destacar, ainda, Sr. Presidente, que esta Casa se prepara para votar o
Projeto de Decreto Legislativo (PDC) nº 10, de 2011, que obriga as concessionárias
de energia elétrica a devolver cerca de R$8 bilhões cobrados indevidamente dos
consumidores de todo o País, nas contas de energia elétrica, entre 2002 e 2009.
Com requerimento de urgência aprovado em fevereiro, o projeto é o caminho mais
concreto para assegurar o ressarcimento aos consumidores.
Aproveitamos o ensejo para tornar a pedir a votação desse projeto, que
corrige uma injustiça clara e provada contra os consumidores brasileiros,
reconhecida pela ANEEL, que no entanto não obrigou as empresas a ressarcir o que
foi cobrado a mais. Fomos à ANEEL, ao Tribunal de Contas da União (TCU) e à
Justiça. O caminho que resta é a aprovação do PDC pela Câmara dos Deputados, o
que agora só depende da votação em plenário.
Independentemente da responsabilidade das concessionárias de energia
elétrica, o fato é que elas receberam valores de forma indevida e isso por si só é
motivo suficiente para efetuarem o ressarcimento, sob pena de enriquecimento sem
causa em detrimento do cidadão. A Câmara dos Deputados tem agora a grande
chance de desfazer essa injustiça e de garantir que os consumidores recebam, nas
próprias contas de luz, o ressarcimento do que pagaram indevidamente entre 2002 e
2009. O povo espera por esse ressarcimento há 5 anos. Precisamos de mobilização
para garantir a votação desse projeto e o benefício aos consumidores.
Sr. Presidente, gostaria que o meu discurso fosse publicado na imprensa da
Casa e no programa A Voz do Brasil.
Era o que tinha a dizer.
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O SR. PRESIDENTE (Gonzaga Patriota) - Concedo a palavra ao Deputado
Marçal Filho.
O SR. MARÇAL FILHO (PMDB-MS. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente,
V.Exa. faz parte da Mesa Diretora desta Casa, então gostaria de solicitar a V.Exa.
que leve aos demais membros da Mesa Diretora a informação de que, no lugar em
que ficam os pavilhões dos Estados brasileiros nesta Casa, a bandeira do meu
Estado, o Mato Grosso do Sul, está irreconhecível. Está irreconhecível a bandeira do
Mato Grosso do Sul. Tem que ser trocada urgentemente. Deve ser colocada ali uma
bandeira nova do Mato Grosso do Sul, porque aquela está totalmente irreconhecível.
Gostaria de solicitar isso a V.Exa.
O SR. PRESIDENTE (Gonzaga Patriota) - V.Exa. será atendido nos termos
regimentais. Vamos solicitar que seja substituída urgentemente a bandeira desse
jovem e progressista Estado.
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O SR. PRESIDENTE (Gonzaga Patriota) - Antes do pronunciamento do Líder
Rubens Bueno, concedo a palavra ao Deputado Mauro Benevides, que falará em
permuta com o eminente Deputado Paulo Feijó. S.Exa. dispõe de 1 minuto.
O SR. MAURO BENEVIDES (PMDB-CE. Sem revisão do orador.) - Sr.
Presidente, sou muito grato a V.Exa. e ao Líder Rubens Bueno pela deferência.
Ainda não foi ontem o dia em que a Comissão de Constituição, Justiça e
Cidadania do Senado aprovaria a Proposta de Emenda à Constituição nº 4, de 2014
— antiga PEC 247, na Câmara dos Deputados —, em face dos acirrados debates
travados em torno da Comissão Parlamentar de Inquérito da PETROBRAS, que se
prolongaram com sucessivas intervenções, ao fim das quais foi solicitada verificação
de quórum, constatando-se insuficiência de número para o prosseguimento dos
trabalhos conduzidos pelo Presidente Vital do Rego, do PMDB da Paraíba.
Somente na próxima semana, existindo número suficiente, a matéria voltará a
ser debatida, esperando-se que, em relação à chamada PEC das Comarcas, não se
registre qualquer obstáculo, pela incontestável justeza de que a mesma se acha
revestida, tanto assim que obteve 425 votos favoráveis deste Plenário soberano.
Há uma expectativa nacional de que não ocorram mais empecilhos, dando
lugar, logo em seguida, à promulgação da emenda pelas duas Mesas, sob o
comando de Renan Calheiros e Henrique Eduardo Alves, além dos demais
dirigentes congressuais.
Uma comissão de defensores públicos, tanto da União como dos Estados,
acompanhou as articulações, motivando, também, a minha ida à CCJ, a fim de
deixar patente a expectativa de que a importante proposição não sofra embargos em
sua plena aceitação.
CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 089.4.54.O Tipo: Delib erativa Extraordinária - CD Data: 10/04/2014 Montagem: 4176
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De todos os recantos do País tenho recebido manifestações de aplausos à
nossa proposição, endossada, também, pelos Deputados Alessandro Molon, André
Moura e Amauri Teixeira, além de mais de 200 subscritores que firmaram nos
primeiros momentos a importante iniciativa.
É muito provável, pois, que ainda no corrente mês se dê o encerramento do
trâmite em curso, transformando em realidade uma aspiração dos carentes e
necessitados de todo o País, que terão, assim, alguém para patronear os seus
direitos junto às instâncias competentes.
Continuaremos atentos a essa missão, a fim de vê-la concluída e posta em
prática, como exigência de uma postulação imposta pela imperiosa necessidade de
mais defensores públicos em todos os recantos do nosso território.
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O SR. PRESIDENTE (Gonzaga Patriota) - Concedo a palavra ao eminente
Deputado Rubens Bueno, para uma Comunicação de Liderança, pelo PPS.
S.Exa. disporá de 6 minutos.
O SR. RUBENS BUENO (PPS-PR. Como Líder. Sem revisão do orador.) - Sr.
Presidente, Sras. e Srs. Deputados, ao longo dos últimos 8 anos nós estamos vendo
o que o Governo tem feito com a aviação brasileira e especialmente com os
trabalhadores da aviação brasileira.
Há 8 anos a VARIG entrou em processo de liquidação extrajudicial. E, ao lado
disso, nós tivemos a total despreocupação do Governo com todos aqueles que
trabalharam e deram toda a vida, e a vida profissional, em defesa do País, em
defesa da imagem do País no exterior, fazendo com que nos orgulhássemos desses
profissionais, desses trabalhadores.
Ocorre que isso aconteceu há 8 anos — que vão se completar no próximo dia
12.
No dia 12 de março, o Supremo Tribunal Federal deu ganho de causa à
empresa e ao Instituto AERUS de Seguridade Social naquele processo que tratava
da defasagem tarifária. Imaginava-se que o Governo pudesse se sensibilizar com 20
mil trabalhadores da área, sendo 10 mil da ativa, 10 mil aposentados e pensionistas.
Somando isso aos seus familiares, esse número vai para mais de 60 mil, ou cerca
de 80 mil.
Resultado: desde então o Governo não se sensibilizou com aqueles que
dedicaram a sua vida, que se dedicaram profissionalmente, que tinham aplicado no
fundo o resultado de parte desse salário. E, neste momento, vemos mais uma vez
que o Governo não toma nenhuma providência: empurra com a barriga, manda um
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fazer, manda outro fazer, manda outro desfazer, manda outro desdizer. Ou seja, não
há autoridade no País. Não tem no País em quem se possa acreditar.
Em agosto do ano passado a Presidente da República disse que ia resolver o
problema. Agosto do ano passado! E até agora nada!
É importante destacar a presença de vários Deputados e Senadores que
estão ajudando nesta luta e nesta causa, especialmente o Presidente Henrique
Eduardo Alves, que tem se dedicado a ajudar a fazer com que esse movimento
tenha resposta, resposta à dignidade do trabalhador, resposta àqueles que lutaram
ao longo da vida e que precisam dar resposta a suas famílias, porque eles pagaram
ao longo do tempo para poder ter o fundo, se aposentar e ter o mínimo de dignidade.
E isso não está acontecendo!
Então, Sr. Presidente, eu venho aqui fazer esse protesto. Estão acampados
há 30 dias no Salão Verde, pedindo apoio para que o Governo dê ouvidos àqueles
que precisam. São pessoas que têm mais de 70 anos, e não há o mínimo de
respeito para com essas pessoas que pelo País fizeram muito, já que muitos nada
fazem pelo País a não ser assaltar os cofres públicos. É o que nós estamos vendo.
Esse caso é da maior gravidade. Nós fomos ao Rio: Benedita da Silva, Chico
Alencar, vários Parlamentares que participaram e ajudaram na construção desse
acordo, e esse acordo não sai. São 8 anos que estão se completando.
Ora, Sr. Presidente, é preciso dar um basta nisso, chamar a atenção do
Governo, pedir a base do Governo, o partido do Governo que ajude a buscar uma
resposta, para que essa resposta seja a resposta edificante de um Governo que
quer olhar para o ser humano e respeitar a sua dignidade.
Muito obrigado. (Palmas.)
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O SR. PRESIDENTE (Gonzaga Patriota) - V.Exa. será atendido nos termos
regimentais.
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O SR. PRESIDENTE (Gonzaga Patriota) - Com a palavra o eminente
Deputado piauiense do PT Jesus Rodrigues.
S.Exa. disporá de 1 minuto.
O SR. JESUS RODRIGUES (PT-PI. Sem revisão do orador.) - Sras. e Srs.
Deputados, ouvintes do nosso Piauí, da Rádio Câmara, da TV Câmara, quero dizer
que ontem estive na Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e
do Paranaíba — CODEVASF onde defendi a inclusão de um projeto que chamamos
de Artérias do Rio Paranaíba, que busca drenar, levar água através de adutoras
para o interior do Piauí, captadas no Rio Parnaíba.
Esse projeto já foi apresentado há algum tempo. A CODEVASF o analisou e o
considera pertinente e adequado. Com certeza ele será encaminhado para o rol de
projetos do PAC 3. Fico feliz por isso, até porque concluímos que um rio da
dimensão do Rio Parnaíba não pode apenas escorrer para salgar no mar. Nós
precisamos aproveitar melhor essa água.
O SR. PRESIDENTE (Gonzaga Patriota) - O pronunciamento de V.Exa. será
divulgado nos termos regimentais.
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O SR. PRESIDENTE (Gonzaga Patriota) - Concedo a palavra ao eminente
Deputado Luis Carlos Heinze, do Bloco Parlamentar PP/PROS do Rio Grande do
Sul.
O SR. LUIS CARLOS HEINZE (Bloco/PP-RS. Sem revisão do orador.) - Sr.
Presidente, colegas Parlamentares, faço coro com o Deputado Rubens Bueno, para
falar dessas pessoas ligadas à antiga VARIG que estão praticamente há 1 mês
acampados no Salão Verde da Câmara dos Deputados. Essa empresa era um
orgulho para nós gaúchos. Eu, como gaúcho, tenho orgulho da antiga VARIG e das
outras empresas também, como VASP, TRANSBRASIL e tantas que tiveram
problemas, mas principalmente aquelas ligadas ao Instituto AERUS de Seguridade
Social.
Vamos cobrar da Presidenta, a fim de que ela entenda essa situação e ajude
essas pessoas. Que todos os que puderem se somar a essa luta, a essa justa
reivindicação que eles fazendo aqui, que o façam. Os acordos devem ser cumpridos.
A decisão do Supremo Tribunal Federal tem que ser cumprida. O acordo fechado
em agosto do ano passado, como disse o Deputado Rubens Bueno, até hoje não
aconteceu.
Há dinheiro para tanta coisa! Estão aí os escândalos da PETROBRAS e
tantos outros. Como é que não há dinheiro para acertar com esse pessoal que faz
essa justa reivindicação neste momento? (Palmas nas galerias.)
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O SR. PRESIDENTE (Gonzaga Patriota) - Concedo a palavra ao eminente
Deputado Guilherme Campos.
O SR. GUILHERME CAMPOS (PSD-SP. Sem revisão do orador.) - Sr.
Presidente, bom dia.
Só para relembrar e alertar que nós já tivemos notícias de que o nosso
Governador Geraldo Alckmin se manifestou, na tarde de ontem, a respeito da
possibilidade de racionamento de água na cidade de São Paulo, nas cidades que
são abastecidas pelo Sistema Cantareira.
Nós estamos alertando já há um bom tempo sobre a ausência de chuvas e o
nível alarmante dos nossos reservatórios.
Pedimos ao Governador que assuma essa posição do racionamento, para
que a população possa se programar, possa se posicionar a respeito desse tema,
que é alarmante, preocupante e que vai deixar o Estado de São Paulo, pela
ausência de chuva, pela ausência de água, em colapso.
Então, que o Governador venha a público e assuma uma posição — que é o
que nós esperamos do grande homem que ele é —, dada a gravidade do momento
por que nós passamos.
Então, é essa a posição que nós cobramos do Governador, pedindo que seja
responsável neste momento.
O SR. PRESIDENTE (Gonzaga Patriota) - Nós registramos a preocupação de
V.Exa., eminente Deputado Guilherme.
CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 089.4.54.O Tipo: Delib erativa Extraordinária - CD Data: 10/04/2014 Montagem: 4176
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O SR. PRESIDENTE (Gonzaga Patriota) - Com a palavra o eminente
Deputado Glauber Braga, Presidente da Comissão de Educação.
O SR. GLAUBER BRAGA (PSB-RJ. Sem revisão do orador.) - Sr.
Presidente, Sras. e Srs. Deputados, queria registrar a votação realizada ontem nesta
Casa da Medida Provisória 631, de 2013, que traz mais elementos para a política de
redução de desastres no Brasil, com o tema prevenção. Entre outras coisas, no texto
de ontem, aprovamos a obrigatoriedade de as operadoras de telefonia celular
fazerem o encaminhamento de mensagens de alerta e alarme para todas aquelas
comunidades que possam ter essa necessidade por conta da vulnerabilidade.
Além disso, esta Casa teve a oportunidade de aprovar a obrigatoriedade da
execução dos recursos destinados pelo Governo Federal, no que diz respeito à
prevenção.
Esse é um avanço significativo e esperamos agora a sanção presidencial do
texto na íntegra.
Obrigado, Sr. Presidente.
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O SR. PRESIDENTE (Gonzaga Patriota) - Nós temos a honra de conceder a
palavra à eminente Deputada Fátima Bezerra, ao tempo em que convidamos o Líder
Inocêncio Oliveira, eterno Presidente desta Casa, para presidir à sessão.
Deputada Fátima, V.Exa. dispõe do tempo regimental.
A SRA. FÁTIMA BEZERRA (PT-RN. Sem revisão da oradora.) - Sr.
Presidente, eu peço que seja divulgado no programa A Voz do Brasil e nos órgãos
de comunicação da nossa Casa uma importante análise do momento vivido pela
PETROBRAS, feita pelo conceituado economista Jean-Paul Prates, em que ele
chama à reflexão que, além de se investigar, que se punam os eventuais culpados,
como deve ser em qualquer democracia civilizada. “É patente que o objetivo político
é atingir a fama de gestora rígida e competente da Presidenta Dilma e também da
Executiva-Chefe da empresa, Graças Foster”, afirma.
Por fim, eu quero dizer que a Frente Parlamentar em Defesa da
PETROBRAS, dia 23, nesta Casa, estará realizando importante ato em defesa da
estatal, cujo lema é Defender a PETROBRAS é defender o Brasil.
PRONUNCIAMENTO ENCAMINHADO PELA ORADORA
Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, faço questão de trazer à tribuna desta
Casa uma importante análise do momento vivido pela PETROBRAS, feita pelo
economista Jean-Paul Prates, Diretor-Geral do Centro de Estratégias em Recursos
Naturais e Energia — CERNE, publicada recentemente no jornal O Globo online.
Para ele:
“Mais do que nunca antes, a Petrobras está
na berlinda do jogo eleitoral.”
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E segue afirmando:
“Não se tratar bem de uma estreia, pois os
debates sobre a alegada intenção de privatizá-la
atormentaram campanhas presidenciais desde Getúlio até
os recentes embates de Serra e Alckmin versus Lula e
Dilma. Desta vez, põem-se à discussão pública atos
gerenciais de fundamentação duvidosa (a compra da
refinaria norte-americana de Pasadena) somada à
investigação de tráfico de influência, corrupção e lavagem
de dinheiro envolvendo um de seus diretores, atualmente
preso.”
Como todos nós, cidadãos e cidadãs, a responsabilidade de um dos mais
respeitados profissionais da área de energia, Jean-Paul, o faz defender que se
apurem crimes, falcatruas e picaretagens, e que se punam culpados investigados,
defendidos e julgados — como cabe em qualquer democracia civilizada.
Na avaliação dele — e de todos os cidadãos e cidadãs que se preocupam
verdadeiramente com o Brasil e com a PETROBRAS —, “é patente que o objetivo
político é atingir a fama de gestora rígida e competente da Presidente Dilma
Rousseff e também de sua Executiva-Chefe da empresa, Graça Foster”.
Jean-Paul esclarece ainda:
“Diferentemente de outros órgãos públicos em que
comissionados e funcionários ‘passam’ um mandato ou
outro, a PETROBRAS é um corpo com vida própria e que
sabe se defender. Além disso, individualmente, quem tem
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a carreira em jogo numa empresa como a PETROBRAS
não permite ser enxovalhado por político ou mídia
marrom. Graça Foster e a maioria das ‘pratas da casa’ na
PETROBRAS são desta cepa.”
E continua:
“É completamente equivocado, oportunista e até
uma atitude de má-fé afirmar-se que a empresa está
quebrada ou que foi o PT quem afundou a
PETROBRAS. Há que ser justo e reconhecer que a
empresa cresceu como nunca nos últimos 10 anos.
Oscilações e percalços são ossos do ofício para
uma empresa mista que tem que se equilibrar entre os
interesses do Estado brasileiro e os do mercado de
ações. O tradicional dilema entre preços internacionais
para os combustíveis no Brasil versus controle
inflacionário não é invenção ‘lulista’. O Brasil nunca teve
preços de combustíveis integralmente livres. Todo e
qualquer governo, de todo e qualquer partido, terá que
enfrentar algum tipo de antipatia em relação a este
dilema: só tem que escolher entre a população do Brasil
inteiro (inclusive as demais cadeias produtivas afetadas
pelos fretes rodoviários) e o restrito grupo de acionistas
da PETROBRAS.”
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Para Jean-Paul é justamente por ser uma estatal que muitos investidores —
desde pessoas físicas nacionais até fundos e conglomerados estrangeiros —
sempre compraram e continuam comprando ações da PETROBRAS. Além de
saberem que se trata de uma empresa especial, pelo corpo técnico e gerencial que
possui, pelas facilidades logísticas e operacionais dominantes em território brasileiro,
pela eficiência ao lidar com as idiossincrasias e trâmites nacionais. Eles querem ser
sócios do Governo brasileiro pela segurança que isso representa, mesmo
conscientes de que houve, há e sempre haverá algum grau de ingerência política e
social na sua atuação empresarial. Todos sabem que ser PETROBRAS tem um
bônus e também um ônus.
E continua Jean-Paul:
“O indigitado ‘aparelhamento’ só não pode premiar
incompetentes ou aproveitadores (neste caso, é má
gestão). Mas grupos políticos normalmente, em qualquer
país, quando ganham eleições legítimas, buscam indicar
pessoas de suas hostes e com identidade de pensamento
sobre as diretrizes a serem tomadas. Então quando PSDB
e DEM indicavam toda a diretoria e a maioria dos cargos
na sede da PETROBRAS não era aparelhamento? Quem
trabalhou há mais de 10 anos lá sabe como funcionava.
O partido que, por razões programáticas ou
ideológicas, não quiser mais que a PETROBRAS seja
‘empresa mista’, terá que vencer as eleições prometendo
claramente privatizá-la e terá que ter firmeza e apoio para
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executar isso. Mas enquanto a PETROBRAS for de
acionistas e do Governo brasileiro, continuará sujeita a
ingerências políticas, goste-se ou não.
Finalmente, como brasileiros, ao acompanhar a
atuação da empresa, temos que nos colocar sob três
pontos de observação: consumidor, eleitor e acionista.
Apesar de parecer ser fácil separar os três, não é. Se
fossemos vistos pela PETROBRAS apenas como
acionistas, nos veriam apenas insensíveis buscadores de
lucro a todo e qualquer preço, sem preocupação com
gerar emprego e renda no País e multiplicar os efeitos
disso pela cadeia produtiva da nossa indústria do petróleo
— tão promissora. Se, para a PETROBRAS, fôssemos
apenas eleitores, seríamos tratados por outra PDVSA,
socialmente engajada, mas politica e financeiramente
comprometida, demagógica e populista. Se apenas
consumidores, seríamos tratados apenas como um
oceano de mercado a ser conquistado e mantido a
qualquer preço e seríamos explorados por um monopólio
insaciável e sem controle.
A virtude, no caso da situação específica e quase
única da PETROBRAS, está no equilíbrio entre os três
status — igualmente relevantes para todos nós,
brasileiros. E nós cobramos dela nas três formas. Afinal,
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somos as três coisas também — querendo e gostando ou
não.”
Chamo a atenção, Srs. e Srs. Parlamentares, porque essas são palavras de
um estudioso, respeitado internacionalmente e que conhece o profissionalismo dos
que fizeram e continuam fazendo da PETROBRAS, a maior empresa brasileira.
Muito obrigada.
O Sr. Gonzaga Patriota, 1º Suplente de Secretário,
deixa a cadeira da Presidência, que é ocupada pelo Sr.
Inocêncio Oliveira, nos termos do § 2º do art. 18 do
Regimento Interno.
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O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira) - Concedo a palavra ao ilustre
Deputado Gonzaga Patriota, do PSB de Pernambuco.
O SR. GONZAGA PATRIOTA (PSB-PE. Sem revisão do orador.) - Sr.
Presidente, Inocêncio Oliveira, eminentes Srs. Deputados, nós temos aqui dois
pronunciamentos para os quais pedimos divulgação.
O primeiro é sobre a Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São
Francisco e do Parnaíba — CODEVASF, que vem firmando vários convênios em
Pernambuco, e, por último, fez convênio com 21 Municípios sobre ações
importantes, ações hídricas.
Eu quero parabenizar a CODEVASF, a Presidência e a Superintendência da
3ª Região, em razão desses trabalhos importantes lá em Pernambuco.
E também quero saudar o povo de Tuparetama por mais um aniversário
dessa cidade, amanhã, dia 11. Tuparetama é uma cidade importante do Sertão do
Pajeú. Recebemos informações sobre o assunto por intermédio do Sr. Prefeito, do
Vice-Prefeito, dos Vereadores e do Vereador meu primo, o Diógenes Patriota.
Estamos aqui fazendo uma saudação. E, em razão do tempo curto, Sr.
Presidente, pedimos a V.Exa. que autorize a divulgação destes dois
pronunciamentos nos meios de comunicação da Casa.
Muito obrigado.
PRONUNCIAMENTOS ENCAMINHADOS PELO ORADOR
Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, a Companhia de Desenvolvimento
dos Vales do São Francisco e do Parnaíba — CODEVASF firma convênio com 21
Municípios para levar ações de segurança hídrica a áreas rurais.
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Sistemas simplificados de abastecimento de água, limpeza e ampliação de
barreiros e perfuração de poços tubulares beneficiarão a zona rural de 21 Municípios
do sertão pernambucano inseridos na área de atuação da Companhia de
Desenvolvimento dos Vale do São Francisco e do Parnaíba — CODEVASF.
Os termos de compromisso para a execução das obras, com transferência de
encargos, e os convênios para a execução das ações foram assinados nesta terça-
feira (08/04) por gestores de todos os Municípios beneficiados, numa solenidade
realizada em Petrolina, que teve a presença do Superintendente Regional da
CODEVASF em Pernambuco, Sr. João Bosco Lacerda de Alencar.
Os sistemas coletivos de abastecimento de água estão avaliados em R$390
mil cada e serão implantados com recursos do programa Água para Todos, que é
coordenado pelo Ministério da Integração Nacional e executado pela CODEVASF
em sua área de atuação.
Os gestores dos Municípios também receberão conjuntos de equipamentos
agrícolas — avaliados em R$150 mil cada — compostos de patrol, caminhão-pipa,
caçamba e retroescavadeira. Os recursos são do Orçamento Geral da União e serão
aplicados nessas ações por meio de emenda parlamentar. O Município de
Verdejante também foi contemplado com um conjunto de máquina perfuratriz,
compressor de ar e caminhão, para transporte e perfuração de poços profundos.
“A CODEVASF é um órgão público federal e a orientação do Governo é
atender a todos os Municípios, indistintamente. Vamos trabalhar para atingir todos
os Municípios da nossa 3ª Superintendência”, frisou o Superintendente João Bosco
Lacerda, na ocasião.
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Para o Prefeito do Município de Santa Filomena, Pedro Gildevan Melo,
grande ganho para a população são as implantações dos sistemas de
abastecimento de água.
E assinalou:
“São projetos importantes que chegam para
beneficiar os moradores da zona rural, o nosso povo do
campo.”
O Prefeito de Dormentes, Roniere Reis, também comemorou a chegada dos
sistemas de abastecimento de água no município:
“Esses sistemas de abastecimento vão levar mais
dignidade para o nosso povo do interior”.
Já Luiz Carlos Gaudêncio, Prefeito de Custódia, destacou:
“São ações importantes para que possamos conviver
melhor com o fenômeno da estiagem. A CODEVASF tem
um papel fundamental no desenvolvimento dessas obras
de infraestrutura hídrica de poços, barragens, adutoras, e
com elas poderemos conviver com a seca com menos
traumas.”
O Prefeito de Serra Talhada, Luciano Duque, discursou em nome dos
Prefeitos presentes, e a Prefeita de Afrânio, Lúcia Mariano, assinou os termos de
compromisso em nome de todos os gestores.
Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, quero registrar a emancipação política
do Município de Tuparetama, no sertão de Pernambuco.
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Nessa sexta-feira, 11 de abril, comemora-se o aniversário de emancipação
política do Município de Tuparetama, no sertão de Pernambuco.
Administrativamente, o Município é composto pelos distritos-sede e Santa Rita. A
palavra “tuparetama” é de origem tupi-guarani e, significa a pátria de Deus, o céu.
De tupã: Deus; e retama: lugar natal, pátria.
A cidade se localiza no Alto Sertão do Pajeú. Começou chamando-se Tupã,
depois denominou-se Tuparetama. Segundo a tradição oral, o povoado foi
crescendo a partir da primeira feira livre, realizada em 1889. A capela dedicada a
Bom Jesus foi construída em 1910, que deu nome ao povoado. Em 1938, foi
elevada à categoria de vila, denominada Tupã, pertencente ao Município de Tabira.
Nesta época, era costume nomear cidades e povoados com nomes indígenas. Daí a
troca do nome Bom Jesus por Tupã, que era a entidade divina dos índios tupis.
Entretanto, em 1943, o nome foi alterado para Tuparetama (terra de Deus),
por haver uma cidade em São Paulo com o nome de Tupã. A emancipação do
Município veio em 31 de dezembro de 1958. A cidade é pacata e muito arborizada.
É apelidade de Princesinha do Pajeú. Localiza-se a uma latitude 07º36'08” sul e a
uma longitude 37º18'41” oeste, estando a uma altitude de 560 metros. Sua
população estimada é de quase 10 mil pessoas.
Possui uma área de 186 km², segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística. Existem grupos culturais que se destacam mais fora da cidade que
dentro dela e que são responsáveis por levar o nome Tuparetama para todo o Brasil.
Um exemplo é a Companhia de Danças Populares de Tuparetama, com o
espetáculo Dançando nas Alturas — um espetáculo de dança em pernas de pau
executada por jovens da cidade.
CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 089.4.54.O Tipo: Delib erativa Extraordinária - CD Data: 10/04/2014 Montagem: 4176
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A cidade também conta com uma enorme quantidade de músicos, devido a
existência da Banda Paulo Rocha. O nome é uma homenagem a um dos maiores
músicos da cidade. Tuparetama também tem grupos de forró, como o Vozes do
Campo e o Acorde Matuto e grupos de teatro, como Os Teóphilos. Tuparetama já foi
um centro de efervescência cultural, mas, devido à falta de investimentos nessa
área, passa por um período difícil.
A todo o povo de Tuparetama meus sinceros cumprimentos pela passagem
do aniversário de sua emancipação política.
CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 089.4.54.O Tipo: Delib erativa Extraordinária - CD Data: 10/04/2014 Montagem: 4176
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O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira) - Concedo a palavra ao ilustre
Deputado Eliene Lima, do PSD do Mato Grosso.
O SR. ELIENE LIMA (PSD-MT. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente,
quero registrar aqui uma indicação que fiz para que seja analisada a redução de
alíquotas do IPI sobre veículos movidos a eletricidade. Nós vivemos um crescente
processo de poluição do ar e sonora, e é importante o estímulo à tecnologia desses
veículos movidos a eletricidade.
Também tenho ouvido as ponderações e os lamentos constantes da
Federação das APAES do meu Estado. Tenho mantido contato com o Secretário de
Administração atual, Pedro Elias, o ex-Secretário Faiad e o Secretário-Adjunto,
Coronel Cordeiro.
Quero aqui também fazer um elogio a Carlos Linguiça, que é o nosso
Presidente da Federação das APAES do Estado de Mato Grosso, e buscar o apoio
do Governo Federal para a entidade.
Muito obrigado.
PRONUNCIAMENTO ENCAMINHADO PELO ORADOR
Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, tenho ouvido as ponderações e os
lamentos constantes da Federação das APAES do Estado de Mato Grosso —
FEAPAES-MT, na pessoa do seu Presidente, Joenete Carlos Pereira Silva, o Carlos
Linguiça, que resolveu formatar uma nova APAE para o Estado, que já conta com 67
APAES em pleno funcionamento e mais três sendo implantadas, isso em 141
Municípios que totalizam o Estado.
CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 089.4.54.O Tipo: Delib erativa Extraordinária - CD Data: 10/04/2014 Montagem: 4176
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Devemos lembrar do Centro Tecnológico de Iniciação Social — CATIS, fruto
de emendas de vários Deputados, com predominância para a APAE-MT.
Nesta nova fase, solicitei ajuda a vários setores da sociedade,
predominantemente do Governo do Estado — através da SAD, na pessoa do
Secretário, Pedro Elias Domingos de Mello, e do antecessor, Dr. Faiad, além do
Coronel Jesus Cordeiro, Secretário-Adjunto; das associações comerciais, onde a
Diretora da Associação Comercial do Distrito Federal, Meire Lúcia Name Gabriel, foi
incansável batalhadora na busca de fatores que se agregarão ao projeto, além de
várias outras autoridades.
Como mostra o sucesso da ação, recebeu a FEAPAES-MT duas áreas em
Mato Grosso, uma em Várzea Grande, no bairro Chapéu do Sol (que hoje é a nova
Várzea Grande), com uma área de 50.000 m², e outra em Rondonópolis, com área
superior a 55.000 m².
Estarei colocando no mesmo espaço: nossa casa APAE — destinada aos
pacientes idosos que já não contam com a ajuda familiar — e será nas duas
casas(VG e Roo), com 35 apartamentos; o Centro de Apoio Hospitalar e de
Recuperação — apoiado pelo Sarah Kubistchek, através dos treinamentos dos
profissionais envolvidos; a Casa de eventos diversos, com salas de aulas, palestras
e aprendizados, além de local para evento e exposições diversas, tais como
simpósios e eventos culturais. A metragem das construções em sua totalidade, em
cada unidade, ultrapassa a 12.000 m².
As unidades receberão vários projetos para a sua subsistência, tais como:
piscicultura, avicultura e hortas. As áreas destinadas às atividades de subsistências
CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 089.4.54.O Tipo: Delib erativa Extraordinária - CD Data: 10/04/2014 Montagem: 4176
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já estão em negociações com várias entidades ligadas à agricultura, em que se
destaca a presença marcante do Dr. Luiz Alécio, da SEDRAF.
Era o que tinha a dizer, Sr. Presidente.
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O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira) - Concedo a palavra ao nobre
Deputado Paulo Feijó, do Bloco PR/PTdoB/PRP do Rio de Janeiro.
O SR. PAULO FEIJÓ (Bloco/PR-RJ. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente
Inocêncio Oliveira, eu quero, neste pronunciamento, registrar o excelente
desempenho do agronegócio no Brasil.
No mês de março, foi alcançada a excelente marca de quase 8 bilhões em
exportação. Crescimento de quase 4% em relação a março do ano passado. As
importações: 1,4 bilhão; decréscimo de 7%. Então, o superávit da balança comercial
do agronegócio no mês de março foi de 6 bilhões e 550 milhões. Isso mostra a
importância desse segmento na balança comercial brasileira.
Portanto, ao mesmo tempo em que nós parabenizamos os segmentos
produtivos, nós pedimos ao Governo da Presidente Dilma que priorize sempre
políticas voltadas para esse importante setor.
Muito obrigado.
PRONUNCIAMENTO ENCAMINHADO PELO ORADOR
Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, senhoras e senhores aqui presentes,
crianças, jovens, senhoras senhores e pessoas com deficiência que me ouvem,
veem, e leem pela Rádio e TV Câmara, Internet, redes sociais e, inclusive pela
Língua Brasileira de Sinais — LIBRAS, e em particular os ilustres cidadãos do meu
Estado, o Rio de Janeiro, a quem tenho o orgulho de aqui representar.
Venho à tribuna desta honrada Casa de Leis para celebrar o bom
desempenho do agronegócio brasileiro, no mês de março, mostrando uma elevação
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significativa em relação ao volume de cargas exportadas no mesmo período em
relação ao ano de 2013.
As exportações do agronegócio brasileiro, colegas Deputados e Deputadas,
alcançaram a marca de US$7,97 bilhões em março, cravando um crescimento de
3,7%, em comparação ao mesmo mês em 2013.
As importações alcançaram US$1,42 bilhão, Sr. Presidente, registrando um
decréscimo de 7% em relação a março do ano passado. O superávit da balança
comercial do agronegócio no mês passado foi de US$6,55 bilhões.
Entre abril de 2013 e março de 2014, as vendas externas do agronegócio
brasileiro atingiram o montante de US$99,63 bilhões, ou mais 2,7%. As importações
alcançaram US$17,04 bilhões, aumento de 4,1%. O saldo da balança comercial
registrou o superávit de US$82,59 bilhões, o que corresponde a um incremento de
2,5%.
No primeiro trimestre de 2014, as exportações do agronegócio atingiram
US$20,23 bilhões e as importações, US$4,25 bilhões.
Entendemos que estes números, Sr. Presidente, corroboram o raciocínio de
que, não fora o vigor do campo, a economia brasileira apresentaria resultados ainda
mais pífios do que os vivenciados hoje em dia.
A balança comercial da produção rural em 2013 apresentou um superávit de
US$79,4 bilhões, enquanto que no mesmo período a indústria registrou déficit de
US$94,9 bilhões, com esta relação expondo que o agronegócio paga as contas
externas do País.
Entre os destaques, o complexo soja (grãos in natura, óleo e farelo) exportou
US$3,62 bilhões e embarcou mais de 7 milhões de toneladas no mês. O principal
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item comercializado nesse segmento foi a soja em grãos, com vendas externas de
US$3,15 bilhões e crescimento de 64,8% em relação ao mesmo período do ano
passado.
Em seguida, o item do setor melhor comercializado foi o farelo de soja, com a
cifra de US$363 milhões e aumento de 17,1% sobre o mesmo mês no ano passado.
Por fim, a exportação de óleo de soja gerou US$114 milhões, queda de 26,6% em
relação a março de 2013.
Entre os blocos econômicos ou regiões geográficas, o grande destaque foi a
Ásia. As exportações atingiram US$4,08 bilhões, aumento de 29,8% sobre o
resultado obtido no mesmo período de 2013. Esses números elevaram a
participação do bloco em mais de 10%, atingindo 51,2% do total exportado pelo
setor agropecuário no mês.
O principal destino dos produtos brasileiros é a China, que respondeu por
US$2,88 bilhões em março, crescimento de 65,5% sobre o mesmo mês do ano
passado.
No momento em que me aproximo da conclusão deste pronunciamento,
cumprimento aos produtores rurais brasileiros, por sua dedicação na busca do
enfrentamento permanente das dificuldades, e cobro medidas mais pragmáticas do
Governo Federal no esforço de levar o agronegócio do País ao patamar de respeito
que lhe é devido, com apoio incondicional e irrestrito.
Muito obrigado.
CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 089.4.54.O Tipo: Delib erativa Extraordinária - CD Data: 10/04/2014 Montagem: 4176
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O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira) - Concedo a palavra ao ilustre
Deputado Luiz Couto, do PT da Paraíba.
O SR. LUIZ COUTO (PT-PB. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, nesta
semana nós perdemos duas pessoas que partiram para a eternidade.
No dia 8, faleceu o Padre José Servat, que trabalhou aqui no Brasil também
como orientador da Pastoral Rural. Nós queremos manifestar nossas condolências,
através do Padre Antônio Maria Guerin, e enviar as condolências aos familiares do
sacerdote que serviu muito bem ao povo brasileiro como assistente da ACR — Ação
Católica Rural.
Lamentamos também a partida da nossa companheira do Partido dos
Trabalhadores Jemima Marques de Oliveira. Nossas condolências aos familiares,
aos companheiros do PT, e o registro de nota do diretório regional do partido sobre
seu falecimento.
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O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira) - Concedo a palavra ao ilustre
Deputado Márcio Macêdo, do PT de Sergipe.
O SR. MÁRCIO MACÊDO (PT-SE. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente,
Sras. e Srs. Deputados, eu quero registrar a forma eleitoreira com que a Oposição,
nesta Casa, tem tratado o episódio da PETROBRAS e a compra da refinaria de
Pasadena. É uma irresponsabilidade para com a maior empresa do País, e sétima
do mundo, e para com os brasileiros e as brasileiras.
Usam-se versões para se sobrepor ao fato com falácias, com mentiras,
dizendo que a refinaria custou mais de 1 bilhão de dólares, quando, na verdade, os
números estão aí, claros e objetivos: 486 milhões. Foi, naquele momento, um bom
negócio, isso está claro e evidente. É óbvio que, com a oscilação do mercado, com a
mudança de paradigma nos Estados Unidos na exploração do petróleo, passou a
não ser um bom negócio, e voltou a ser um bom negócio agora, o que é natural com
essa oscilação do mercado.
Portanto, quero repudiar a posição irresponsável da Oposição brasileira em
relação ao episódio da PETROBRAS e de Pasadena.
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O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira) - Concedo a palavra ao ilustre
Deputado Edinho Bez, do PMDB de Santa Catarina.
O SR. EDINHO BEZ (PMDB-SC. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente,
meus colegas Parlamentares, falo hoje de uma obra importantíssima, a obra da
Ponte Hercílio Luz, em Florianópolis, cartão postal da nossa capital e de Santa
Catarina.
É importante lembrar que os atrasos na obra de restauração da ponte são
naturais, dada sua complexidade. O Departamento Estadual de Infraestrutura —
DEINFRA evita falar sobre os prazos para o fim da restauração e a construtora
responsável enviou um documento ao órgão há mais de 1 mês justificando os
atrasos.
Em entrevista, por telefone, nesta terça-feira, Paulo Meller, Diretor-Geral e
Presidente do DEINFRA, desistiu de dar prazos concretos. Não sabe quando
termina a análise do cronograma de restauração da ponte Hercílio Luz
Fui Secretário de Estado e sei que não dá para se fixar prazo para
inauguração de obras neste País.
(O microfone é desligado.)
PRONUNCIAMENTO ENCAMINHADO PELO ORADOR
Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, na qualidade de Deputado Federal,
representante do Estado de Santa Catarina, ex-Secretário de Estado de
Infraestrutura do Governo Luiz Henrique da Silveira, tomo a palavra nesta
oportunidade para falar sobre os atrasos das obras de restauro da Ponte Hercílio
Luz, em Florianópolis, Santa Catarina.
CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 089.4.54.O Tipo: Delib erativa Extraordinária - CD Data: 10/04/2014 Montagem: 4176
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O Departamento Estadual de Infraestrutura — DEINFRA evita falar sobre
prazos para o fim do restauro e a construtora responsável enviou um documento ao
órgão há mais de um mês justificando os atrasos.
Em seis folhas, a construtora Espaço Aberto tentava provar, com dados
técnicos, que, apesar dos atrasos iniciais, era possível entregar o patrimônio até
dezembro, conforme a proposta inicial. Urgente, à época, a análise do documento,
até hoje não foi concluída pelo DEINFRA.
O Presidente do órgão, Paulo Meller, diz que a averiguação do cronograma
foi dividida em duas etapas devido à complexidade da obra de restauração. Apenas
uma teria sido levada até o Governador Raimundo Colombo. A segunda, ainda em
análise, não tem data para ser finalizada.
Em entrevista, por telefone, nesta terça-feira, Paulo Meller desistiu de dar
prazos concretos: não sabe quando termina a análise do cronograma nem garante
mais que as obras da ponte serão concluídas este ano.
A Ponte Hercílio Luz é um dos principais cartões postais de Florianópolis, a
capital de Santa Catarina. O atraso acontece porque a lei não é cumprida, porque
não há a devida fiscalização durante a execução da obra.
Em 25 de fevereiro, após o Governador Raimundo Colombo ameaçar
rescindir contrato com a empresa responsável pelo restauro da Ponte Hercílio Luz,
em decorrência do atraso nas obras, o Presidente da construtora responsável,
Espaço Aberto, Paulo Ney Almeida, garantiu que as obras não iriam atrasar e que a
empresa faria as adequações necessárias no cronograma de trabalho para isso.
A partir disso, o Governador Raimundo Colombo deu nova chance à Espaço
Aberto, estabelecendo prazos para a empreiteira apresentar o novo cronograma.
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Em 5 de março, engenheiros do consórcio protocolaram o novo cronograma
no DEINFRA, que iria verificar se o que estava no documento era realmente possível
de ser colocado em prática, a partir de uma análise que levaria entre uma e duas
semanas.
O Presidente do departamento, Paulo Meller, e o engenheiro Wenceslau
Diotallévy, fiscal que desde 2008 acompanha as obras na ponte, relacionaram os
nomes dos consultores que iriam ajudá-los a analisar a fundo os novos prazos
propostos pela empresa em uma força-tarefa.
O próximo passo era apresentar o cronograma ao Governador com uma
análise sobre se seria realmente possível entregar a obra até o final de 2014.
Durante a entrega, o engenheiro da empresa, Gleison Lemos, reafirmou que a obra
seria entregue em dezembro e que, se faltasse algum acabamento, este seria feito
com o tráfego liberado.
Voltarei a falar sobre este assunto que conheço muito bem.
Era o que tinha a dizer.
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O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira) - Concedo a palavra ao ilustre
Deputado Onofre Santo Agostini.
O SR. ONOFRE SANTO AGOSTINI (PSD-SC. Pela ordem. Sem revisão do
orador.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, quero parabenizar o Conselho
Federal de Odontologia que, na data de ontem, comemorou, em Brasília, o jubileu
de ouro. Na oportunidade, o Conselho concedeu Medalha de Honra ao Mérito
Odontológico Nacional a um catarinense, meu amigo pessoal, o Deputado Estadual
Dado Cherem, filho de Jamil Cherem, que também é odontólogo.
De modo especial, Sr. Presidente, se V.Exa. me permite, quero me dirigir,
mais uma vez, àqueles nossos irmãos que estão ali em cima, nas galerias. Refiro-
me aos ex-funcionários da VARIG e da TRANSBRASIL. Quero pedir desculpas a
eles, em nome deste Parlamento, porque nós não temos competência para ajudá-
los.
Infelizmente, a ditadura, que foi tão combatida no passado, também está
presente neste caso, porque não reconhece o direito que os senhores têm. É uma
vergonha para o Brasil os senhores estarem nessa situação. Por isso, nosso pedido
de perdão e nossas desculpas, porque este Parlamento...
(O microfone é desligado.)
PRONUNCIAMENTO ENCAMINHADO PELO ORADOR
Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, quero parabenizar o Conselho
Federal de Odontologia que, na data de ontem, comemorou, em Brasília, seu Jubileu
de Ouro. Na oportunidade, o Conselho concedeu Medalha de Honra ao Mérito
Odontológico Nacional, em reconhecimento às pessoas que contribuíram para o
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aperfeiçoamento e reconhecimento da profissão no Brasil. Entre elas estava o
Deputado catarinense Dado Cherem, que se sentiu gratificado e surpreso pela
indicação.
O Parlamentar do PSDB seguiu a mesma profissão do pai, Jamil Cherem.
Aproveito a oportunidade para parabenizar todos os dentistas do Brasil.
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O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira) - Concedo a palavra ao ilustre
Deputado Chico Alencar.
O SR. CHICO ALENCAR (PSOL-RJ. Sem revisão do orador.) - Sr.
Presidente, em geral a dor da rua não chega aqui e às vezes é preciso que quem
está sendo esbulhado e injustiçado neste País entre dentro desta Casa para fazer
valer os seus direitos.
Quero também, como outros colegas já fizeram, me referir aos trabalhadores
e trabalhadoras do AERUS, que contribuíram a vida inteira não só com o seu
trabalho, mas também com parte da sua remuneração para ter uma aposentadoria
digna, serena, minimamente equilibrada, austera, mas que estão sendo esbulhados
quanto a esse direito.
Ao trigésimo dia de acampamento aqui no Salão Verde, nada da promessa do
Governo de vir ao encontro deles para dar os passos para a realização do seu
compromisso — dele, Governo. O Ministro Mercadante não veio até agora. Mas nós
vamos insistir, persistir e não desistir.
Parabéns pelo exemplo de luta que vocês nos dão! (Palmas nas galerias.)
PRONUNCIAMENTO ENCAMINHADO PELO ORADOR
Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, e todo(a)s o(a)s que assistem a esta
sessão ou nela trabalham, registro nos Anais da Casa manifesto assinado por
juristas, profissionais, estudantes de Direito, membros da sociedade civil, instituições
e movimentos sociais, a favor de uma Defensoria Pública autônoma e participativa,
tendo em vista acontecimentos relativos à ingerência na independência funcional
do(a)s defensore(a)s do Núcleo de Terras e Habitação no processo da comunidade
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Vila Autódromo, localizada em Jacarepaguá, na zona oeste da cidade do Rio de
Janeiro.
Eis o manifesto:
Manifesto a favor de uma Defensoria Pública
Autônoma e Participativa
Nós, juristas, profissionais, estudantes de Direito e
membros da sociedade civil, abaixo assinados, vimos nos
manifestar a favor de uma Defensoria Pública autônoma e
participativa e, veementemente, contra a atuação do
Defensor Público Geral, em relação aos casos que
envolvem seus assistidos e suas assistidas no Município
ou no Estado do Rio de Janeiro, especialmente aqueles
que dizem respeito às comunidades que estão sob
ameaça de remoção.
Desde a posse do novo Defensor-Geral, em 2011,
temos observado uma série intervenções descabidas que
criam empecilhos para a autonomia funcional das/os
defensoras/es quando estas/es trabalham em casos em
que há algum conflito de interesses com o Poder
Executivo. Em 2011, a então equipe do Núcleo de Terras
e Habitação, que defendia comunidades ameaçadas de
remoção pela Prefeitura do Rio de Janeiro, foi
institucionalmente retirada daquele espaço, ocorrendo a
demissão de estagiárias/os e funcionárias/os, além da
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abertura de dois processos administrativos contra as/os
defensoras/es em atuação no momento. Meses antes, a
chefia institucional promovera um evento intitulado
‘Defensoria Pública e Prefeitura: juntos pela Copa e
Olimpíadas’, gerando indignação a muitas/os
assistidas/os, cujos processos tinham como parte
contrária o poder municipal e como objeto, fatos relativos
à preparação desses megaeventos.
A última atuação do Defensor-Geral, porém, supera
todos os limites. No processo da comunidade Vila
Autódromo, a chefia institucional, junto com o seu cargo
de confiança, o coordenador do Núcleo de Terras e
Habitação, requereu à relatora do agravo interposto na
Ação Civil Pública nº 0021769-11.2013.8.19.0000 a
suspensão da liminar que a própria Defensoria Pública
conseguira na sexta feira, 21 de março, por um pedido
ventilado há 1 ano. O teor da decisão consistia em
impedir a demolição de casas até que a Prefeitura do Rio
de Janeiro apresentasse a relação das/os moradoras/es
da comunidade e das famílias que aceitavam
voluntariamente o reassentamento no conjunto
habitacional Minha Casa, Minha Vida, em Curicica. Por
certo, se pretendia proteger as/os moradoras/s da
comunidade contra eventuais perigos e insalubridades
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que demolições e entulhos poderiam trazer à Vila
Autódromo.
Com efeito, a gestão atual interveio no trabalho
das/os defensoras/es titulares do Núcleo de Terras,
atentando contra a independência funcional dos agentes
públicos e impedindo a participação das/os assistidas/os.
A Vila Autódromo luta contra a sua remoção desde 1993,
sendo assistida pela Defensoria Pública em um processo
que corre há 20 anos. Nesse percurso, a liminar
representava mais uma vitória na garantia e transparência
processual tanto das/os moradoras/es que ficam, quanto
das/os moradoras/es que serão reassentadas/os. Apesar
de a Prefeitura ter confundido algumas famílias, fazendo-
as crer que não poderiam ser reassentadas por conta da
liminar, nessa segunda feira, dia 24 de março, as
defensoras públicas titulares do Núcleo conseguiram
esclarecer que não havia nenhum impedimento na
Justiça. Entretanto, a gestão atual vem divulgando que a
suspensão da liminar era condição necessária para obter
o reassentamento das famílias, reiterando a informação
enganosa divulgada por agentes do Município. Desse
modo, prejudicou a defesa jurídica das/os moradoras/es
que querem continuar na comunidade e confiaram seu
patrocínio à Defensoria, agindo de forma desleal.
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A este caso soma-se também a recente e
inoportuna pressão, à qual o atual coordenador do Núcleo
de Terras submeteu as/os moradoras/es da Providência,
ameaçadas/os de remoção pela Prefeitura, para
assinarem, no prazo exíguo de 48 horas, um acordo
rascunhado pela Chefia Institucional e pela Procuradoria
do Município. Ocorre que, pela situação processual
estável, sustentada por uma liminar que os protege contra
qualquer obra ou demolição até que seja apresentado o
projeto urbanístico da Prefeitura para o local, as/os
moradoras/es entenderam que aquele acordo não lhes
era favorável e solicitaram ao coordenador ou um prazo
maior ou a permanência da medida cautelar. A legítima
oposição e resistência das/os assistidas/os geraram
reações intempestivas do coordenador, que hoje
responde a uma representação administrativa requerida
pelos próprios defensores do Núcleo de Terras.
A Defensoria Pública tem como função primordial
assegurar o acesso à Justiça e o direito de todas e todos
a uma defesa jurídica integral, sendo expressão e
instrumento do Estado Democrático de Direito. Assim,
esta instituição tem como vocação a defesa dos direitos
humanos e representa para muitas/os alunas/os de Direito
uma grande escola jurídica e de formação profissional,
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não só pela prática processual, como também pelo
contato com as demandas da sociedade. Contudo, desde
sua posse, a atual gestão não respeita a autonomia, os
mecanismos participativos previstos legalmente e a
independência funcional dos defensores públicos titulares,
atuando, assim, de forma prejudicial aos interesses
das/os assistidas/os e gerando instabilidade e
insegurança institucional. Por isso, é do profundo
interesse de toda a comunidade jurídica e da população
atendida que a Defensoria Pública reencontre
urgentemente a sua trajetória de proteção das/os
necessitadas/os e dos direitos humanos, construindo sua
autonomia com participação social!”
Agradeço a atenção.
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O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira) - Com muita satisfação, passo a
palavra agora ao ilustre Deputado Pinto Itamaraty, do PSDB do Estado do
Maranhão.
O SR. PINTO ITAMARATY (PSDB-MA. Sem revisão do orador.) - Obrigado,
Sr. Presidente Inocêncio Oliveira, a quem eu quero abraçar nesta manhã e dizer,
mais uma vez, que esta Casa tem o compromisso, nos dias 13 e 14 de maio, de
colocar em debate o projeto dos agentes comunitários de saúde e agentes de
combate às endemias deste País.
São muitos profissionais que têm vindo a esta Casa em busca da aprovação
desse projeto, e agora com o compromisso assumido pelo Presidente de o pautar
com todas as lideranças. Esperamos que, exatamente, no próximo mês, nos dias 13
e 14, nós possamos aprovar o projeto e acabar, de uma vez por todas, com essa
polêmica que permeia essa matéria de interesse desses profissionais que tanto têm
ajudado a Nação brasileira no que diz respeito à saúde pública.
Da mesma forma, temos que trazer novamente ao debate a questão do fim do
fator previdenciário. Acho que é necessário esse debate, acima de tudo buscando
beneficiar todos os aposentados deste País.
Obrigado.
PRONUNCIAMENTOS ENCAMINHADOS PELO ORADOR
Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, quero abordar a questão do piso dos
agentes comunitários de saúde e dos agentes de combate a endemias.
Os agentes comunitários de saúde fazem o acompanhamento de gestantes,
incentivam o aleitamento materno, participam do controle de doenças e promovem
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ações de saneamento e melhoria do meio ambiente. Juntamente com os agentes
de endemia, eles conhecem os principais problemas da região e podem envolver a
população na busca da solução dessas questões.
É impossível melhorar a atenção básica do Sistema Único de Saúde — SUS
sem olhar para o profissional que atua na ponta. Por isso a votação do piso salarial
para essas categorias é tão importante. No Brasil eles são quase 400 mil, e o
Governo não pode mais desconsiderar essa categoria que atua na promoção da
saúde e na prevenção de doenças.
Uma proposta de emenda constitucional aprovada em dois turnos na Câmara
e no Senado proporcionou regime jurídico aos agentes comunitários de saúde. Falta
agora votar a lei complementar que define as normas de repasses do Governo
Federal para que os agentes tenham direito a um piso salarial à altura de suas
tarefas.
O projeto tramita na Casa desde 2006 e aumenta o piso salarial dos agentes
comunitários de saúde e dos agentes de endemias, além de estabelecer um plano
de carreira. Atualmente não há mínimo salarial para a categoria, mas o Governo
Federal repassa por meio de portaria R$1.114,00 por mês aos Municípios para cada
agente comunitário. Como não há piso, a grande maioria dos Municípios não paga
mais de um salário mínimo aos profissionais; apenas o salário mínimo. E utilizam o
restante dos recursos para outras finalidades. Há, no entanto, Municípios que
conseguem pagar o justo. É o caso do Município de Água Preta, em Pernambuco,
cidade da Zona da Mata, com pouco mais de 30 mil habitantes, que desde 2013 já
paga R$1.500,00 aos seus agentes de saúde. Infelizmente, isso é uma exceção.
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A categoria reivindica R$1.448,00 reajustados anualmente nos mesmos
moldes do salário mínimo. O Governo se opôs ao projeto porque não quer arcar com
os reajustes anuais do piso. Mas aplicar dinheiro na saúde é investimento e não um
gasto.
Temos que valorizar esses profissionais. Entrei semana passada com
requerimento de urgência para a inclusão na Ordem do Dia do Projeto de Lei nº
7.495/2006, pois sou favorável ao piso nacional e ao plano de carreira para os
agentes comunitários de saúde e de combate a endemias.
Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, queremos falar também sobre o fim
do fator previdenciário.
A queda do poder aquisitivo dos aposentados do INSS está cada vez mais
acentuada. É o que mostra uma pesquisa feita pela Associação Nacional dos
Servidores da Previdência e da Seguridade Social. Segundo os levantamentos, mais
de 21 milhões de aposentados e pensionistas, de um total de 31,5 milhões, estão
recebendo, atualmente, um salário mínimo (R$724).
O número equivale, segundo a associação, a 71,6% dos beneficiários. Em
2005, essa proporção era de 67,8%, com 16,3 milhões de segurados recebendo o
piso nacional. Os dados fazem parte de um levantamento solicitado pelas entidades
de aposentados do País, cujos líderes sindicais estão revoltados com o achatamento
dos benefícios nos últimos anos.
De acordo com a pesquisa, a redução do poder de compra é decorrente,
principalmente, da política de reajuste dos benefícios com valores acima do salário
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mínimo. O aumento desse grupo de segurados tem sido menor do que o do próprio
salário mínimo, pelo menos, desde 1998.
A Confederação dos Aposentados e Pensionistas do Brasil — COBAP projeta
que, até 2025, nove em cada dez aposentados do INSS estarão ganhando o piso.
Desde 1998, a perda acumulada de quem recebe acima do mínimo é de 77,6%, por
conta dos reajustes inferiores ao do piso. Um aposentado de 76 anos que recebia
cerca de três salários, em 2008, hoje, recebe o equivalente a um piso e meio.
Essa perda, muitas das vezes, o obriga a cortar o plano de saúde e voltar a
trabalhar. Sem aumento real em suas aposentadorias, os inativos do INSS estão
cada vez mais perdendo seu poder de compra e acabam se endividando ainda mais
quando são obrigados a recorrer aos empréstimos consignados.
Há uma série de propostas para beneficiar a população idosa do Brasil na
Câmara dos Deputados aguardando aprovação. Matérias que tratam do fim do fator
previdenciário, através do PL 3.299/08, além da criação de uma política salarial para
aposentados que ganham mais de um salário mínimo e da reposição das perdas
salariais dessa faixa da população, são aguardadas com muita expectativa por
trabalhadores e aposentados.
O abuso financeiro é uma das formas mais comuns de violência contra o
idoso. A contribuição previdenciária também é uma forma de violência. Por isso vou
me ater ao PL 3.299/08, que trata da extinção do fator previdenciário, mecanismo
que impõe ao recém-aposentado da iniciativa privada a perda de até 40% do valor
inicial dos seus benefícios.
Esse fator limitador à precocidade no Brasil deixa de atuar quando um
trabalhador (homem) completa 35 anos de contribuição e pouco mais de 62 anos de
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idade; ou ainda, quando superar 37 anos de contribuição e atingir 60 anos de idade.
Tais parâmetros são mais dilatados que os existentes nas chamadas economias de
bem-estar social (Europa Ocidental), e onde a expectativa de vida é oito a nove anos
superior à brasileira.
O fim do fator previdenciário já foi aprovado pelo Congresso em 2010.
Durante a votação da Medida Provisória 475/09, que reajustava as aposentadorias
(transformada na Lei 12.254/10), os Parlamentares aprovaram uma emenda que
acabava com o fator a partir de 1º de janeiro de 2011. O dispositivo, no entanto, foi
vetado pelo então Presidente Lula. Precisamos retomar com urgência essa luta.
Era o que tinha a dizer.
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O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira) - Concedo a palavra ao nobre
Deputado Domingos Sávio, para uma Comunicação de Liderança, pela Minoria.
O SR. DOMINGOS SÁVIO (PSDB-MG. Como Líder. Sem revisão do orador.)
- Sr. Presidente, Sras. e Srs. Parlamentares, quero me dirigir a todos para fazer aqui
uma justa homenagem ao Governador Antônio Anastasia. Mas antes, quero fazer
um breve comentário.
Acaba de se manifestar o Deputado Márcio Macêdo, que, de maneira dura,
disse que a Oposição tem feito um trabalho irresponsável com relação à
PETROBRAS. É surpreendente que o Deputado Márcio Macêdo, talvez, não esteja
acompanhando o que ocorre no Brasil inteiro, inclusive no seu Estado, em que não
apenas a oposição, mas todos os brasileiros, em absoluta maioria (pesquisas
indicam que mais de 75% da população), têm absoluta convicção de que há
corrupção na PETROBRAS. E olhem que a Oposição começou a levantar a questão
não especificamente sobre a corrupção, que, infelizmente, ao que tudo indica, é
mais uma das razões de essa empresa, que todos nós prezamos, estar indo mal. E
nós alertamos para a má gestão. Aliás, a própria Presidenta Dilma, do partido de
S.Exa., concordou, ao declarar que se fez um péssimo negócio, alegando que
recebeu informações incompletas do Sr. Nestor Cerveró, que, curiosamente, ela
promoveu, ao invés de demitir, após saber que ele não tinha feito as coisas como
deveria fazer.
O malfeito ali do Sr. Nestor Cerveró, em 2006, dando à Presidente do
Conselho, a Sra. Dilma Rousseff, à ocasião, um parecer falho e incompleto, rendeu-
lhe, pela própria Dilma, porque ela também continuou presidente, em 2008, ao saber
do malfeito, uma promoção para ele ir para a BR Distribuidora.
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Agora que o Brasil inteiro soube, ela o mandou embora. Ela tirou a sujeira de
debaixo do tapete, ou pelo menos uma parte.
É surpreendente — e acho que a imprensa do Brasil inteiro deveria procurar o
colega Márcio Macêdo, porque ele traz uma informação aqui extremamente
importante — que o Deputado Márcio Macêdo chegue aqui agora e diga à gente o
seguinte, pasmem os meus colegas Parlamentares e o Brasil: que Pasadena foi
comprada, pela PETROBRAS, por 460 milhões; não foi por 1 bilhão e 200 milhões;
foi por 460 milhões.
Então, é preciso que ele nos ajude a cobrar da PETROBRAS a explicação
para isto: de onde é que ela enfiou esses outros quase 800 bilhões. Ele disse que a
refinaria de Pasadena foi comprada como um todo. Ou ele quer passar uma ideia
enganosa?
Até então nós soubemos que houve uma primeira parcela de 50%, que,
primeiro, o Governo afirmou que era de 360 milhões, mas que depois admitiu que
era mais de 400, e outra de cerca de 800 milhões de dólares, a segunda parcela,
levando a empresa a comprar algo que, inicialmente, uma empresa belga comprou
por 42 milhões de dólares. E os competentes gestores do PT foram lá e compraram-
na por mais de 1 bilhão e 200 milhões de dólares. Algo próximo a 3 bilhões de reais!
E, agora, como para colocar panos quentes, depois que o Sr. Gabrielli veio
aqui e ficou em sala fechada com o grupo do PT, e também para treinarem uma
linha de argumentação, eles vêm aqui querer passar para o Brasil este engodo, que
a refinaria foi comprada por quatrocentos e poucos milhões de dólares. Ora, isto
está registrado nos Anais; ele acabou de dizer que foi por quatrocentos e poucos
milhões.
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Então, tem uma mentira de um lado ou de outro: ou da própria Presidenta da
PETROBRAS, que traz números de mais de 1 bilhão de dólares; ou de quem vem
aqui agora para defender o PT, nessa linha que foi criada há muito tempo atrás
pelas pessoas autoritárias, a de “comece a repetir essa mentira todo o dia, que vai
colar; comece a repetir a mentira de que foi um negócio bom, que o mercado é que
oscilou”.
Ora, ela foi comprada em dólares. E dólar é uma moeda estável. Dólar não
tem essas oscilações. Como algo que valia 40 milhões num dia, vale, pouco tempo
depois, 1 bilhão e 200 milhões de dólares?!
Portanto, infelizmente, a PETROBRAS tem prejuízo por incompetência e por
corrupção. E a Oposição, ao denunciar isso, presta um serviço ao País, para alertar,
para corrigir, para salvar a PETROBRAS. E, aí, vêm aqui dizer que a Oposição está
querendo piorar a imagem da PETROBRAS?! Não tem jeito de piorar mais, não! O
que tinha que piorar, piorou, como nas bolsas de valores, na credibilidade do Brasil
no exterior.
E quero, nestes últimos segundos, registrar o que assim merece ser
registrado com louvor: o belo trabalho do nosso Governador Anastasia. Quero
agradecer-lhe, eis que agora, nos últimos dias ainda de mandato, antes de se
licenciar, de se afastar e em seu lugar assumir o competente Governador Alberto
Pinto Coelho, em Minas Gerais, ele estadualizou a UEMG, a universidade do
Estado, no interior de Minas, as associadas em Divinópolis, em Abaeté, em Cláudio,
em Passos, em Ituiutaba. Já havia beneficiado Diamantina, que eu estarei visitando
na semana que vem, Campanha e Carangola. Uma conquista para o povo mineiro:
uma universidade do Estado em todo o interior de Minas, fortalecendo a educação!
CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 089.4.54.O Tipo: Delib erativa Extraordinária - CD Data: 10/04/2014 Montagem: 4176
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Muito obrigado, Governador Anastasia! O senhor fez um governo histórico, e
nós registraremos eternamente a gratidão pela estadualização das unidades
associadas à UEMG.
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O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira) - Concedo a palavra ao ilustre
Deputado Nelson Pellegrino. S.Exa. dispõe de 1 minuto.
O SR. NELSON PELLEGRINO (PT-BA. Sem revisão do orador.) - Sr.
Presidente, o Líder da Minoria acaba de usar a tribuna. Infelizmente, no Brasil as
coisas passaram a ser assim: as pessoas falam coisas como se tudo fosse verdade.
Primeiro, a Presidente Dilma nunca falou que o negócio de Pasadena foi um
mau negócio. Vêm colocando na boca da Presidente coisas que ela não disse. E,
segundo, a desinformação é o principal instrumento, infelizmente, que a Oposição
usa nesta Casa.
Nós acabamos de falar ao Deputado Domingos Sávio que a refinaria não
custou 486 milhões de dólares. Metade da refinaria custou 486 milhões de dólares, e
a outra metade custou mais 450 milhões de dólares. Inclusive, a PETROBRAS foi
obrigada, na Justiça, a comprar a outra parte, por cláusula contratual. Mas diga-se
de passagem que a PETROBRAS inclusive conseguiu algumas vitórias, como o
caso da carta que o Cerveró assinou e o problema da Cláusula Marlim.
Essa refinaria custou, na verdade, quase 900 milhões. Se custou 1 bilhão e
100 milhões foi porque o resto é devido a multas e processos judiciais na Justiça dos
Estados Unidos, o que não favoreceu, infelizmente, o Brasil, sob este aspecto.
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O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira) - Concedo a palavra ao ilustre
Deputado Severino Ninho, do PSB de Pernambuco.
O SR. SEVERINO NINHO (PSB-PE. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente,
quero dar conhecimento à Casa que apresentei, ontem, o Projeto de Lei nº 7391,
que obriga os supermercados, onde quer que seja, quando o preço da gôndola não
bater com o preço lá no caixa, a, gratuitamente, entregar aquele primeiro produto. E,
se a pessoa quiser comprar mais de um produto da mesma marca, aí ela pagaria o
preço menor.
Isso tem que ser corrigido no Brasil, porque é comum chegarmos ao
supermercado, ver um preço na gôndola e outro lá no caixa. Muitas pessoas nem
conferem esses preços dissonantes. De modo que esse projeto visa a punir as
empresas que não têm o cuidado de fixar preço igual na gôndola e no caixa.
Sr. Presidente, solicito a divulgação deste pronunciamento no programa A
Voz do Brasil.
Muito obrigado.
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O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira) - Concedo a palavra ao ilustre
Deputado Fernando Ferro, do PT de Pernambuco.
O SR. FERNANDO FERRO (PT-PE. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente,
Sras. e Srs. Parlamentares, nós participaremos, neste final de semana, na cidade de
Petrolina, de uma reunião com Vereadores do Partido dos Trabalhadores para
discutir uma série de ações de governo na política de convivência com o Semiárido.
Visitaremos a CODEVASF e levaremos informações sobre as iniciativas que
tomamos para destinar recursos para perfuração de poços e ações de convivência
com a seca.
A nossa região do Semiárido está tendo um período importante de chuvas,
mas nós sabemos que é exatamente neste momento em que devemos reestruturar
as ações, porque a água vai faltar mais adiante e, se não houver uma boa gestão
desses recursos, as dificuldades voltarão. Daí a nossa preocupação com a urgência
das ações por meio da CODEVASF: temos de atender agora aos Municípios do
Semiárido pernambucano.
Muito obrigado.
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O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira) - Concedo a palavra ao ilustre
Deputado Paulo Foletto.
O SR. PAULO FOLETTO (PSB-ES. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente,
gostaria de fazer o registro de um requerimento de indicação à Presidenta da
República Dilma Rousseff, para que promova a nomeação de todos os concursados
aprovados — posicionados, porém, acima do número original de vagas — que
constam do banco de dados, do cadastro reserva da Polícia Rodoviária Federal.
O nosso País cresceu muito, desenvolveu-se muito. O quantitativo de carros
aumentou muito e as rodovias federais estão muito congestionadas.
Além disso, a Polícia Rodoviária Federal está nos seguintes programas: Plano
Nacional de Redução de Acidentes, Plano Estratégico de Fronteiras, Plano
Integrado de Enfretamento ao Crack e outras Drogas, Plano Nacional para
Erradicação do Trabalho Escravo. É preciso gente para fazer tanto serviço! E a
Polícia Rodoviária Federal é um ícone no combate ao crime neste País.
DOCUMENTO A QUE SE REFERE O ORADOR
INDICAÇÃO Nº , DE 2014
(Do Deputado Paulo Foletto)
Sugere à Excelentíssima Senhora
Presidenta da República a assinatura de
Despacho Presidencial para nomeação
de todos os concursados aprovados fora
do número de vagas para a POLÍCIA
RODOVIÁRIA FEDERAL
Excelentíssima Senhora Presidenta da República,
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Nos últimos anos o Brasil tem se tornado um importante personagem no
cenário mundial pelo seu progresso na área econômica e social gerando um maior
desenvolvimento nacional.
Diversos programas contribuem decisivamente para a manutenção desse
cenário de aumento de renda, gerando aumento do turismo interno e externo,
aumento de veículos em circulação, aumento da malha viária, do transito das
pessoas em território nacional, sobretudo em rodovias federais.
Consoante o desenvolvimento econômico, para garantir um crescimento
social saudável e seguro, a Polícia Rodoviária Federal está ligada diretamente em
diversas ações e projetos instituídos pelo Governo Federal, especialmente no Plano
Nacional de Redução de Acidentes, no Plano Estratégico de Fronteiras (Decreto nº
7.496/2011), no Plano Integrado de Enfrentamento ao Crack em outras Drogas
(Decreto nº 7.719/2010), no Plano Nacional para a Erradicação do Trabalho
Escravo, também ao combate e a exploração sexual de crianças e adolescentes,
dentre outras ações.
Esses programas representam um novo marco para a segurança nacional no
que diz respeito à estrutura de combate a criminalidade e redução nas mortes nas
estradas.
Dentro deste cenário atual, a Policia Rodoviária Federal está incluída em
diversos contextos de reforço em sua atividade fim que é sobretudo, garantir a
segurança pública, especialmente no combate ao tráfico de armas, drogas e
pessoas e na fiscalização do transito nas rodovias federais, contribuindo de forma
decisiva para a redução dos acidentes de transito. Atua também nos grandes
eventos, promovendo a segurança de dignatários e resguardando a segurança dos
cidadãos, visto que o âmbito de sua competência institucional estabelecido no art.
144, da Constituição Brasileira, inclui no rol de suas competências o patrulhamento
integral de aproximadamente 70.000 quilômetros de rodovias e estradas federais
em todas as Unidades da federação.
Apesar dos grandes avanços já conquistados nessa área, ainda existem
alguns fatores a serem aprimorados. A Policia Rodoviária Federal vem sofrendo
exaustivamente com o baixo quantitativo de servidores em seu quadro funcional,
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que hoje é de cerca de 24 da quantidade prevista, e ao que pese pode chegar ao
fim de 2016 com mais de 30% de defasagem em seu quadro.
Tanto neste contexto quanto no cenário próximo, a fiscalização e o
atendimento ficam prejudicados, aumentando cada vez mais o número de
reclamações, implicando no desrespeito ao cidadão contribuinte e colocando em
risco a credibilidade da Instituição.
Recentemente está sendo realizado um concurso público para o
preenchimento de 1000 vagas para o cargo de Policial Rodoviário Federal. Além do
quantitativo inicial de vagas, existem 766 candidatos aprovados e aptos, constando
no cadastro de reserva deste mesmo certame.
De acordo com informações detalhadas oriundas do site do Ministério do
Planejamento, no horizonte temporal a partir da publicação da Portaria 100, de 8 de
abril de 2013, do Ministério do Planejamento, que autorizou o provimento de cargos,
mostrado no quadro abaixo, foi verificado que no lapso temporal de apenas 7
meses, já ocorreram 127 vacâncias no quadro de servidores:
MÊS ATIVO APOSENTADO PENSIONISTA VACÂNCIAS NO
PERÍODO
AUMENTO DE
APOSENTADORIAS
PERÍODO
AUMENTO DE
PENSIONISTAS
PERÍODO
abr/13 10.285 4.838 1.700 0 0 0
mai/13 10.249 4.864 1.704 36 26 04
jun/13 10.227 4.868 1.709 22 04 05
jul/13 10.203 4.874 1.714 24 06 05
ago/13 10.189 4.878 1.723 14 04 09
set/13 10.175 4.876 1.734 14 02 11
out/13 10.164 4.877 1.741 11 01 07
nov/13 10.158 4.874 1.745 6 -03 04
Total de vacâncias no período 127 40 45
Há de se considerar ainda que hoje o concurso está em andamento e que
ocorrerá a homologação em maio de 2014, após a formação da primeira turma com
os 1000 (mil) aprovados dentro do numero de vagas, considerando ainda que
existem hoje diversos concursos em andamento concorrentemente para as
carreiras de segurança pública da União e dos Estados entre outros, e segundo
dados extraídos do site www.cespe.unb.br/concursos e de outras organizadoras,
existem entre os candidatos aprovados, candidatos também aprovados em outros
concursos com salário de ingresso superior ao de PRF, sem contar as desistências
e reprovações que já estão ocorrendo, pois apenas 982 ESTÃO MATRICULADOS
HOJE NO CURSO DE FORMAÇÃO, assim, resta claro que a convocação dos
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constantes no cadastro de reserva se faz justa e necessária para a manutenção do
quadro, pois não restarão sequer 1000 candidatos aptos à nomeação e posse no
quadro.
Ainda considerando a tabela acima e o acompanhamento no Diário Oficial da
União até o fim do mês de fevereiro de 2014, podemos verificar que o quadro da
PRF de servidores era composto de 10.095 cargos efetivos ocupados, e de acordo
com a Lei 11.784/2008, existem 13.098 cargos de Policial Rodoviário Federal, logo
foi observado que considerando o aproveitamento de todos os candidatos
aprovados, ainda restará um déficit de no mínimo 2000 cargos vagos, número que
certamente será bem maior conforme já explanado e detalhado nos tópicos a
seguir.
A necessidade, economicidade, razoabilidade e a eficiência da nomeação
desses servidores podem ser demonstradas em 10 argumentos que se seguem:
1. Benefícios do fortalecimento institucional da PRF - Ao possibilitar o
aumento de servidores estaremos diante da realização de um trabalho mais efetivo
de fiscalização, no intuito de reduzir o cometimento de ilícitos nas rodovias federais,
tais como trafico de drogas, armas, crimes ambientais (extração ilegal de madeira,
trafico de animais silvestres, biopirataria), crimes contra os direitos humanos
(prostituição infantil, tráfico de pessoas, trabalho escravo) contrabando,
descaminho, fluxo de condenados/procurados pela justiça em rodovias, além de
atuação específica na área de transito, através das fiscalizações de alcoolemia, de
excesso de velocidade, entre outras, com a finalidade de reduzir o alarmante
número de mortos e feridos em acidentes rodoviários, ressaltando que em 2011 a
ONU (Organização das Nações Unidas) lançou a Década de Ação pelo Transito
Seguro 2011-2020, na qual governos de todo o mundo, inclusive o brasileiro, se
comprometeram a tomar novas medidas para prevenir os acidentes de trânsito, que
já mataram cerca de 1,3 milhão de pessoas, notoriamente aumentando gastos com
a saúde pública.
2. Organização de grandes eventos prestes a ocorrer - O Brasil, nos
próximos anos, passará a ser a vitrine do mundo, primeiro com a realização da
Copa do Mundo FIFA 2014 já este ano, Olimpíada 2016 e outros eventos. Segundo
o Ministério do Turismo, o número de turistas estrangeiros no Brasil deve aumentar
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de cinco milhões para dez milhões ao ano até 2016. Além disso, somente durante a
Copa estima-se que 600 mil turistas desembarcarão em solo nacional, citando
apenas como exemplo. Tais fatos irão demandar uma quantidade de servidores
policiais em vigilância nas fronteiras e nos locais de realização dos eventos na
mesma medida para enfrentar o aumento dos delitos que certamente ocorrerão
diante destes fatores. Os diversos eventos que ocorrerão paralelamente aos
grandes eventos, considerando ainda os recentes protestos, ainda demandarão
para que toda a estrutura de segurança esteja apta para zelar pelo bom andamento
destes mesmos eventos e na repressão ao tráfico de pessoas que certamente
estará aumentado nestes períodos críticos
3. Aumento de Arrecadação - Entre as principais atribuições de servidores
da carreira de Policial Rodoviário Federal, está a fiscalização das rodovias federais.
Segundo dados recentes, extraídos do Portal da Transparência do Governo Federal
somente com multas a veículos automotores em rodovias federais, foi arrecadado
em 2013, o montante de R$ 406.755.554,47 (quatrocentos e seis milhões,
setecentos e cinquenta e cinco mil, quinhentos e cinquenta e quatro reais e
quarenta e sete centavos), sem contar as outras formas de arrecadação, como
receitas oriundas de remoção de veículos, batedor de cargas superdimensionadas,
pátio de remoção, entre outros. Certamente com maior numero de policiais
atuantes, esses números tenderão a aumentar em virtude da maior fiscalização e
prestação de serviços já citadas acima.
4. Aumento da frota de veículos - No Brasil nos últimos anos teve sua frota
veicular crescida de forma exponencial, o que aumenta a demanda reprimida para o
Órgão, eis que, segundo dados do Ministério das Cidades, enquanto em 1996
tínhamos uma frota nacional de 27.747.815 veículos, hoje registra-se um total de
aproximadamente 80 milhões de veículos, aumento de quase 300% em pouco mais
de 15 anos sendo que o efetivo de servidores em 1996 era de 8.960 e em fevereiro
de 2014, apenas 10.118, considerando assim um incremento desproporcional ao
número de pessoal apto a fiscalização.
5. Combate à entrada de produtos oriundos de pirataria, contrabando e
descaminho - A indústria de produtos piratas movimenta uma economia subterrânea
de aproximadamente R$ 600 bilhões de reais. Aliando-se as mercadorias piratas à
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entrada de mercadorias contrabandeadas e fruto de descaminho, cria-se uma
concorrência desleal com a indústria nacional que acaba se enfraquecendo,
resultando na diminuição de seus investimentos e da contratação de novos
funcionários. Conforme o secretário executivo do Ministério da Justiça Luiz Paulo
Barreto, o fim da pirataria e da circulação de produtos contrabandeados no Brasil
poderia aumentar a arrecadação em 30 bilhões de reais por ano e gerar cerca de
dois milhões de empregos formais.
6. Cobertura da defasagem de servidores - No presente ano foram
aprovados apenas 1000 novos Policiais, ao passo que atualmente, segundo dados
do SIAPE, consultados pela própria PRF, de maio de 2013, até o ano de 2017,
1358 servidores alcançarão condições de se aposentarem, ou seja, além do já
considerado déficit, já existe uma previsão de vacâncias bem maiores que o número
de pessoas que constam no cadastro de reserva. Além disso, existe hoje diversos
servidores em abono de permanência. Convocar apenas os 1000 classificados
dentro das vagas, mal daria para suprir o efetivo que hoje é de 10.118 policiais,
chegando ao alarmante numero de apenas 9760 servidores policiais. Isso somente
considerando vacâncias por aposentadoria, mas sabemos que certamente no
período ocorreram diversas outras formas de vacância, aumentando ainda mais a
necessidade de servidores.
7. Otimização e redução dos gastos públicos desnecessários e tempo gasto
para a realização de novos concursos - A realização de novos concursos envolve
gasto de dinheiro público, licitações, mobilização de servidores para a organização
e elaboração de edital e leva certo tempo para ser concluído. O concurso público de
2013 vai levar mais de 1 (um) ano para realização, desde o momento de sua
autorização até o momento da nomeação dos aprovados dentro das vagas
disponibilizadas. Algo muito moroso nesse momento que a necessidade por novos
servidores é latente, visto que a validade do concurso ainda poderá e deverá ser
prorrogada até meados de junho de 2016, véspera de jogos olímpicos. A
convocação destes candidatos é a maneira mais rápida, econômica e eficiente para
essa demanda.
8. O aumento da malha viária das rodovias e estradas federais - Ao passo
agora considero que a malha viária policiada pela PRF em 1996 era de 38.046
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quilômetros, hoje está aumentada para 63.862 quilômetros, um aumento de 25.816
quilômetros e o numero de servidores pouco aumentou de 1996 para hoje, de 8.960
servidores para 10.118, ou seja, um aumento praticamente irrisório para patrulhar
24 horas ininterruptas toda sua extensão, considerando ainda que a população
brasileira também se elevou nos últimos 15 anos.
9. Demanda governamental: dos Planos Governamentais a serem atendidos
- A PRF hoje é fundamental para o cumprimento de diversos planos
governamentais. Entre eles, o Plano Nacional de Fronteiras exigirá um implemento
de 40% dos policiais nas fronteiras, o que implicará na necessidade de provimento
constante de cargos na PRF pelos próximos anos a fim de assegurar a prestação
de todos os serviços relatados, já o Plano de Combate ao Crack e outras drogas
também envolve incremento de policiamento tanto na fronteira quanto nas áreas
consumidoras, leia-se principalmente nas áreas do Sudeste, além do Plano
Nacional de Redução de Acidentes que exige um incremento da presença policial
em mais de 600 pontos críticos, inclusive este tendo esfera internacional devido ao
que determina a resolução da ONU que estabeleceu a “Década de Ações para
Segurança no Transito” onde certamente um incremento e mobilização dos agentes
públicos, visto que o documento recomenda os países membros a elaboração de
plano diretor tendo como meta reduzir em 50% os acidentes de transito.
10. Reconhecimento do mérito dos aprovados - Os aprovados nesse
certame foram selecionados dentre um rol de mais de 109.769 candidatos inscritos,
venceram além de uma prova objetiva e uma discursiva, com alto grau de
exigência, venceram também provas de capacidade física e psicotécnico,
realizaram diversos exames médicos específicos, diga-se de passagem, com alto
custo ao candidato, além da sindicância de vida pregressa, demonstrando que são
plenamente habilitados para assumir todas as tarefas e responsabilidades que o
cargo exige. Além do mais, certamente não é tão fácil assim para a Administração
Superior conseguir pessoas aptas a desempenhar a função com zelo e eficiência e
esses aprovados estão atualizados e dispostos para trabalhar em prol da
coletividade.
O esforço do nosso governo em ofertar serviços de qualidade ao maior
número de brasileiros é público e notório, mas para que isso se efetive, é preciso
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garantir pessoal qualificado para o cumprimento da demanda. Estes profissionais
estão prontos e esperando uma oportunidade para servir a nação. A contratação de
servidores na área de segurança e fiscalização de rodovias se traduz em diminuição
da criminalidade, das mortes, na diminuição dos gastos em saúde pública e no
aumento de arrecadação, além de combater as injustiças sociais e levar o Poder do
Estado em seus locais mais remotos.
De acordo com o art. 11. do Decreto 6.944/2009, “Durante o período de
validade do concurso público, o Ministério do Planejamento, Orçamento e
Gestão poderá autorizar, mediante motivação expressa, a nomeação de candidatos
aprovados e não convocados, podendo ultrapassar em até cinquenta por cento o
quantitativo original de vagas”.
Tendo em vista que o Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão só
pode autorizar a nomeação de 500 aprovados, que representam 50% (cinquenta
por cento) das vagas, assim como nomear as prováveis desistências ocorridas
dentro das vagas, e por todas as razões expostas acima, solicitamos que assine
autorização para nomeação de todos os 766 candidatos aprovados no concurso da
PRF em 2013.
Sala das Sessões, em 09 de abril de 2014.
Deputado Paulo Foletto
(PSB/ES)
REQUERIMENTO Nº /2014
(Do Deputado Paulo Foletto)
Requer o envio de Indicação a Excelentíssima
Senhora Presidenta da República sugerindo a
assinatura de Despacho Presidencial para
nomeação de todos os concursados aprovados
fora do número de vagas constando no banco
de dados do cadastro de reserva para
POLÍCIA RODOVIÁRIA FEDERAL.
Senhor Presidente,
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Nos termos do art. 113, inciso I e § 1º, do Regimento Interno da Câmara dos
Deputados, requeiro a Vossa Excelência que seja encaminhada ao Poder
Executivo, a indicação em anexo, a Excelentíssima Senhora Presidenta da
República sugerindo a assinatura de despacho para nomeação dos outros 766
concursados aprovados para Policial Rodoviário Federal fora do número de vagas.
Sala das Sessões, em 09 de abril de 2014.
Deputado Paulo Foletto
(PSB/ES)
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O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira) - Concedo a palavra ao ilustre
Deputado Fábio Trad, anteriormente chamado, por 1 minuto.
O SR. FÁBIO TRAD (PMDB-MS. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente,
Sras. e Srs. Deputados, na esteira do reforço legislativo proposto pelo Presidente
Henrique Alves ao Colégio de Líderes, para incrementar a pauta com proposições
genuinamente legislativas, venho aqui para comunicar à Casa e a todos os
brasileiros que o substitutivo que classifica como hediondos os crimes contra a
Administração Pública — corrupção, peculato e outros do mesmo gênero — já está
pronto, com penas elevadas e endurecimento do regime punitivo. Estão
contempladas as três dimensões — judiciária, executiva e legislativa — nas três
esferas administrativas: municipal, estadual e federal.
A esperança é de que, na próxima semana, possamos dar à sociedade a
resposta que anseia ouvir do Poder Legislativo: o basta à corrupção e aos malfeitos!
Muito obrigado, Sr. Presidente! (Palmas.)
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O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira) - Passaremos agora às breves
comunicações de 3 minutos.
Concedo a palavra, pela ordem, ao ilustre Deputado Paulo Feijó, do Bloco
PR/PTdoB/PRP do Rio de Janeiro
O SR. PAULO FEIJÓ (Bloco/PR-RJ. Pela ordem. Sem revisão do orador.) -
Sr. Presidente, é muito preocupante a situação do desabastecimento de águas, com
sério risco de racionamento no Estado de São Paulo, principalmente na Capital. É
preocupante demais!
Eu imagino não só a difícil situação do Governador Geraldo Alckmin, por
quem eu tenho o maior respeito e admiração, mas também o sofrimento da
população paulista abastecida por essas águas. Mas foi muito infeliz o Presidente
Alckmin, quando ofereceu como alternativa a transposição das águas do Rio
Paraíba do Sul para resolver, talvez até de maneira paliativa, esse tipo de problema.
O Rio Paraíba do Sul é o mais importante rio do Estado do Rio de Janeiro e
um dos mais importantes do Brasil. Ao longo de décadas, o Rio Paraíba do Sul vem
sofrendo um verdadeiro massacre pelos governantes e também pelas pessoas que
não têm essa conscientização acerca da importância da preservação dos nossos
rios e das nossas nascentes. O Rio Paraíba do Sul só sobrevive até hoje a todo
esse massacre porque é um rio muito poderoso, muito forte. O Rio Paraíba do Sul já
foi sangrado, há alguns anos, para abastecer a cidade do Rio de Janeiro e toda
aquela periferia. O Rio Paraíba do Sul perdeu forças. Hoje, ele se encontra muito
poluído. Por falta de políticas de saneamento, as cidades jogam nesse rio todos os
esgotos in natura produzidos. As indústrias também ignoram as leis ambientais e
jogam todos os seus resíduos químicos no Rio Paraíba do Sul. Na sua foz, em São
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João da Barra, no Estado do Rio de Janeiro, pela fraqueza do rio, o mar já está
avançando e aquele trecho já se encontra todo salinizado.
Sr. Presidente, o que falta a favor dos rios do nosso Brasil é uma política de
educação ambiental, para que a gente possa fazer com que a garotada de hoje
cresça com as noções de preservação ambiental.
Portanto, essa ideia infeliz do Presidente Alckmin não pode prosperar.
Obrigado.
CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 089.4.54.O Tipo: Delib erativa Extraordinária - CD Data: 10/04/2014 Montagem: 4176
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O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira) - Concedo a palavra, para uma
breve intervenção, ao Deputado Jânio Natal.
O SR. JÂNIO NATAL (Bloco/PRP-BA. Sem revisão do orador.) - Sr.
Presidente, demais colegas Deputados, eu quero neste momento clamar a toda a
sociedade brasileira, em especial a baiana, principalmente aos órgãos públicos do
Estado da Bahia, como também aos órgãos federais, que olhem para a situação por
que está passando Cabrália, no Estado da Bahia. Um Município bonito, rico, com
suas belezas naturais, que se encontra em estado de calamidade devido às fortes
chuvas que caíram nesse final de semana.
Eu clamo a toda a sociedade brasileira, inclusive aos nossos colegas
Deputados, para que haja uma sensibilidade de todos, a fim de ajudar aquela
sociedade de Cabrália
Muito obrigado.
CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 089.4.54.O Tipo: Delib erativa Extraordinária - CD Data: 10/04/2014 Montagem: 4176
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O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira) - Concedo a palavra ao ilustre
Deputado Junji Abe, do PSD de São Paulo. S.Exa. dispõe de 3 minutos na tribuna.
O SR. JUNJI ABE (PSD-SP. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, nobres
Parlamentares, o Brasil, país de dimensão continental, tem ainda na agropecuária
uma das atividades mais importantes. É do agronegócio que o Brasil se sustenta
economicamente, com reflexos extremamente positivos para as necessidades
sociais. Porém, nós ficamos extremamente preocupados com o êxodo rural que ao
longo de décadas vem assombrando Brasil.
O Censo de 2010 — e já se vão 4 anos — diz que, em média, a população
urbana do Brasil é 84% e a rural, 16%. No Estado de São Paulo, isso traz uma
preocupação maior ainda porque a população urbana chega a 95,88%, e a
população rural, a tão somente 4,12%. No Maranhão, a celeridade do êxodo rural
ainda não chegou, pois a população urbana atinge 63,07% e a rural, 36,93%.
Ora, dentro do Programa Minha Casa, Minha Vida, nós temos o Programa
Nacional de Habitação Rural, que integra exatamente aquilo que nós pretendemos:
que o Governo cuide com muito carinho que os investimentos sejam efetivamente
reais, para que, através de agrovilas, nós possamos ainda, de alguma forma, fixar o
homem no campo, seja ele da agricultura familiar, seja ele trabalhador rural.
Mas nós precisamos fazer com que os investimentos sejam maciços, Sr.
Presidente, caros colegas. Caso contrário, nós teremos nas pequenas cidades, já
passando, no passado, as grandes cidades, inclusive nas suas periferias, um cordão
de favelados, de miseráveis sem qualificação, enquanto que, na zona rural, nós
poderíamos abrigar essa imensidão, esse contingente que gera riquezas e
empregos ao Brasil.
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Portanto, eu gostaria de, na íntegra, pedir que o meu discurso seja registrado
nos Anais da Casa.
Muito obrigado.
PRONUNCIAMENTO ENCAMINHADO PELO ORADOR
Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, subo a esta tribuna, hoje, para
destacar um assunto de extrema importância, que merece toda a nossa atenção.
Falo do direito a uma moradia digna, com uma estrutura onde o cidadão possa criar
seus filhos e ali fortalecer os laços familiares. No entanto, não podemos esquecer
que a casa própria não se restringe apenas ao homem urbano. Este direito se
estende também àquele cidadão que tão arduamente labuta todos os dias no
campo, produzindo alimentos e abastecendo as grandes cidades.
Ocorre que, para que esses produtores rurais sejam assistidos e
contemplados com a tão sonhada casa própria, é vital o direcionamento de mais
recursos financeiros para a criação das chamadas agrovilas, porque o benefício
concedido pelo Governo Federal, por meio do PNHR — Programa Nacional de
Habitação Rural, que integra o Minha Casa, Minha Vida, é o único meio de garantir
aos trabalhadores rurais e aos pequenos produtores o acesso à casa própria.
O Programa é fundamental para proporcionar ao profissional do campo a
necessária dignidade e o desejo de permanecer na atividade. É de clareza solar, Sr.
Presidente, que, embora tardia, a efetivação dessa medida representa mais um fator
de fixação do homem ao campo, pois, sem a ajuda do Governo para ter onde viver
dignamente, os trabalhadores rurais e pequenos agricultores acabam seduzidos
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pelas falsas oportunidades oferecidas pelas cidades. Muitos se aventuram e acabam
sofrendo em bolsões urbanos de miséria.
O grande problema, nobres colegas, é que, ainda que o programa seja
destinado a contemplar trabalhadores rurais e agricultores, na prática o benefício
não chega ao campo em função de diversas exigências, tal como a necessidade de
aquisição de terras por parte dos profissionais das lavouras, que totalizam 16%
(29.852.986) de nossa população, de acordo com o Censo 2010. Assim, a criação
das agrovilas precisa ser incentivada, sem a obrigação do beneficiado de oferecer o
lote. Ora, esta injustiça deve ser corrigida, urgentemente, garantindo-se a quem vive
no campo as mesmas condições que os moradores de áreas urbanas (84%)
possuem quando pleiteiam sua casa própria.
Por esta razão, creio ser essencial a implantação de núcleos habitacionais de
casas térreas, com infraestrutura adequada, nas zonas rurais de todos os Estados
Brasileiros, dando-se preferência aos mais necessitados, como o Estado do
Maranhão, onde 36,93% (2.425,955) de sua população vive no campo.
Vale repetir que a moradia própria é sinônimo de dignidade humana e meio
de elevar a autoestima do agricultor e do trabalhador rural, sobretudo dos mini, dos
pequenos, pois são os que mais precisam desse benefício, em função das
dificuldades que enfrentam.
Nobres Deputados e Deputadas, não podemos esquecer que esses
produtores respondem por grande parte dos alimentos dispostos no mercado
interno. Boa parte dos alimentos na mesa de nossa casa é oriunda dos pequenos
agricultores, daqueles que vivem na zona rural (4,12% da população total de meu
Estado de São Paulo). Por isso é de suma importância que esses produtores
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tenham condições para continuar exercendo essa atividade tão necessária a nós
brasileiros, uma vez que a extinção da agricultura familiar agravará os problemas
sociais, trazendo mais desemprego, e diminuirá a oferta de alimentos, gerando,
consequentemente, aumento de preços.
Diante disso, deixo registrado aqui mais este apelo, com a esperança de que
todos se mobilizem em busca de subsídios e recursos suficientes para viabilizar
esse tão precioso benefício, que deve ser estendido para todos, de forma isonômica.
Muito obrigado.
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O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira) - Com a palavra a ilustre Deputada
Benedita da Silva, do PT do Rio de Janeiro. S.Exa. dispõe de 3 minutos na tribuna.
A SRA. BENEDITA DA SILVA (PT-RJ. Pela ordem. Sem revisão da oradora.)
- Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, nós sabemos que é notório que as eleições
foram antecipadas, principalmente pela Oposição nesta Casa, e temos visto que ela
precisa de uma bandeira para que possa se sustentar nessa disputa, em que
certamente obteremos a vitória.
É por isso que quero falar sobre a nossa PETROBRAS. Até as eleições e a
instalação da CPI eleitoral da PETROBRAS, nós estaremos fazendo o
enfrentamento e derrubando essas inverdades que estão sendo colocadas, porque
não querem fazer um debate político, um debate técnico das possibilidades e de
como foram feitas todas as compras e os negócios da PETROBRAS. Eu queria, Sr.
Presidente, dizer que eles esquecem que a refinaria de Pasadena foi sugerida e
aprovada pelo Conselho de Administração da PETROBRAS e que inclusive ela já
fazia parte do planejamento estratégico da companhia desde o Governo Fernando
Henrique Cardoso, Deputado Jorge Bittar, porque eles estavam prevendo um refino
no exterior para lucrar com a venda de derivados do petróleo, sobretudo no mercado
norte-americano.
Então, é evidente que essa CPI eleitoral vai nos trazer, neste momento, a
oportunidade para que possamos também colocar esta outra verdade, a de que não
querem debater, não querem discutir, porque isso é uma bandeira para disputar
palanque nas eleições.
Eu penso que este é o momento de colocarmos aqui o dedo na ferida, porque
não vamos deixar a PETROBRAS virar PETROBRAX! Nós vamos defender essa
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empresa. No dia 23, teremos aqui uma manifestação pela Frente Parlamentar em
Defesa da PETROBRAS, e nós esperamos que todos compareçam para que
possamos travar um bom diálogo.
Eu espero, e o Partido dos Trabalhadores também, que a história e a luta da
PETROBRAS não se finde aqui. Nós haveremos de continuar esse projeto, que é
um projeto vitorioso — e não vão desqualificá-lo de forma nenhuma! Nós temos os
nossos técnicos, mas também temos as nossas cabeças pensantes políticas, que
sabem o que está em jogo neste momento com relação a nossa PETROBRAS.
Eu peço, Sr. Presidente, que o meu pronunciamento seja divulgado na íntegra
nos meios de comunicação desta Casa e no programa A Voz do Brasil.
Obrigada.
PRONUNCIAMENTO ENCAMINHADO PELA ORADORA
Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, é notório que desde o segundo
semestre do ano passado as eleições foram antecipadas por alguns segmentos da
sociedade brasileira. Por conta disso, o Governo e o nosso Partido dos
Trabalhadores praticamente têm desprendido energia semanalmente no intuito de
desfazer e contrapor as inverdades que são lançadas contra o Governo da
Presidenta Dilma Rousseff.
Agora é contra a nossa PETROBRAS. Na busca de uma redenção política,
ela foi transformada em moeda eleitoral por parte da Oposição e daqueles que não
se conformam com o êxito do nosso Governo nestes últimos 12 anos.
Estamos falando da PETROBRAS, que hoje, de forma estranha e suspeita, é
defendida por aqueles que, no passado, quase a privatizaram, e que não se cansam
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de sonhar em vendê-la nos mesmos moldes em que o foram as empresas de
telecomunicações e a companhia Vale do Rio Doce.
Até a eleição, com a possibilidade de que se instale a CPI da PETROBRAS,
estaremos num enfrentamento sem trégua e atentos para esclarecer a sociedade
sobre os fatos da empresa. No afã de reconquistar o poder político, a Oposição
reduziu-se ao papel secundário de incorporar os editoriais de plantão e as denúncias
sensacionalistas e evasivas na sua plataforma eleitoral.
Nessa CPI, claramente revestida de conotação eleitoral, o palanque se
reduzirá à questão da refinaria de Pasadena, localizada nos Estados Unidos. Ao
contrário do que se noticia, ela custou ao Brasil 486 milhões de dólares e não 1,18
bilhão de dólares, como afirmam.
Penso que o caso CPI da PETROBRAS já é o principal folheto da plataforma
eleitoral da Oposição. Contudo, teremos a oportunidade de investigar
profundamente os fatos e trazer à tona que o nosso Governo acertou em adquiri-la.
É óbvio que, no final dos trabalhos, ficará provocado a falta de consistência
nas acusações. Provavelmente, o Partido dos Trabalhadores não terá direito de
resposta ou reparação por parte daqueles editoriais que nos acusam, dizendo que o
Brasil fez um mau negócio.
Aliás, deixamos bem claro que já percebemos que parte dos membros do
STF fez escola. A ideia dos opositores é adotar o argumento político e jurídico,
aplicando a mesma lógica processual da teoria do domínio dos fatos, no intuito de
adjetivar a Presidenta Dilma Rousseff como “chefe e mentora”, portanto, a única
responsável pelo negócio.
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No entanto, esquecem que a compra da refinaria de Pasadena foi sugerida e
aprovada pelo Conselho de Administração da PETROBRAS, e que inclusive fazia
parte do planejamento estratégico da companhia desde o Governo de Fernando
Henrique Cardoso, que previa investir em refino no exterior para lucrar com a venda
de derivados de petróleo, sobretudo no mercado norte-americano.
Vale lembrar que o Conselho de Administração da PETROBRAS é composto
de várias personalidades e que empresários membros da entidade foram favoráveis
à compra porque entenderam que o negócio era bom e o preço, justo.
A CPI eleitoral da PETROBRAS será um bom momento para nos
aprofundarmos sobre o bem-sucedido planejamento estratégico da empresa, que,
desde 1998, sinalizava a compra da refinaria.
Penso que será um bom momento colocar na agenda da CPI eleitoral da
PETROBRAS que, no fim do Governo de Fernando Henrique Cardoso, tentaram
mudar o nome da PETROBRAS para PETROBRAX, dizendo que a empresa teria
uma identidade mais global e atrativa aos investidores internacionais.
Estou certa de que teremos que dar voz aos membros que faziam parte do
Conselho de Administração da PETROBRAS. Certamente, terão a oportunidade de
reafirmar que o bom negócio da compra da refinaria de Pasadena se baseou em
avaliações técnicas de consultorias de excelência internacional, cujos pareceres
apontavam para a validade e a oportunidade.
Todos os membros do Conselho de Administração foram unânimes em
sugerir a compra. O então presidente da Editora Abril, na condição de membro do
Conselho da PETROBRAS em 2006, foi convicto em dizer: “A proposta de compra
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de Pasadena estava inteiramente alinhada com o plano estratégico vigente à
empresa e o valor da operação estava dentro dos parâmetros do mercado”.
Portanto, o Partido dos Trabalhadores está pronto para travar sua histórica
luta em defesa da empresa diante da CPI eleitoral da PETROBRAS. Já sabemos
que os opositores usarão esse palanque para desqualificá-la e, depois, legitimar o
discurso da privatização, a exemplo do que fizeram com antigas estatais que foram
privatizadas. Hoje, os lucros dessas empresas sequer ficam no País, não sendo
partilhados com o povo brasileiro.
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O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira) - Concedo a palavra ao ilustre
Deputado Nilmário Miranda, do PT de Minas Gerais.
O SR. NILMÁRIO MIRANDA (PT-MG. Sem revisão do orador.) - Sr.
Presidente, Sras. e Srs. Deputados, a Oposição quer a CPI da PETROBRAS, com
três objetivos: primeiro, eleitoreiro; segundo, para turvar a imagem da maior empresa
do País e daí abrir caminho para a privatização; e, terceiro, para atingir o PT e o
Governo.
Essa Oposição não gosta da PETROBRAS. No auge do período neoliberal,
no Governo FHC, não fosse a resistência do PT, do PCdoB, do PDT, do PSB, à
época como também, da CUT e dos sindicatos, principalmente dos petroleiros, dos
movimentos sociais, a PETROBRAS teria sido privatizada. Para aprovar a PEC que
derrubou o monopólio estatal, o Governo tucano tentou quebrar a coluna vertebral
do SINDIPETRO no País, tal como Thatcher fez com os mineiros para implantar o
Consenso de Washington.
Os petroleiros, liderados pela FUP, resistiram, e a privatização foi impedida,
com intensa participação da bancada da esquerda nacionalista.
A quem interessa fragilizar a PETROBRAS? Quem quer cercá-la de
suspeitas? Por que submeter a maior e mais querida empresa do Brasil, líder de
uma enorme cadeia produtiva, a uma devassa, senão para desmontar a imagem
positiva da empresa que orgulha a todos nós brasileiros?
A PETROBRAS, como qualquer empresa, deve ser fiscalizada, e eventuais
denúncias devem ser apuradas. Ante a divulgação de denúncias, a PETROBRAS
abriu duas comissões internas de apuração. A CGU, o TCU e a Polícia Federal
estão apurando.
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José Sérgio Gabrielli, ex-presidente da empresa, em depoimento no Senado,
mostrou, com dados incontestáveis, que a compra de Pasadena foi por 42 milhões
de dólares e que não é verdade que a Astra comprou a refinaria americana. Não é
verdade que a PETROBRAS pagou 1,12 bilhão de reais, e, sim, 486 milhões. Então,
para que CPI? Para uma oposição sem projeto atingir a imagem do Governo?
A PETROBRAS triplicou o número de empregados após o Governo FHC. Em
2002, a empresa valia 30 bilhões de dólares. Hoje vale 260 bilhões. No tempo dos
tucanos, a PETROBRAS tinha receita de 63 bilhões. Em 2012, ela atingiu 281
bilhões de dólares. Seu lucro foi de 8,1 para 19 bilhões, e o investimento foi de 21
para 84 bilhões de dólares.
A descoberta do pré-sal aponta para um futuro promissor para a
PETROBRAS e para nosso País. O regime de partilha possibilita um fundo social
que vai trazer recursos adicionais valiosos para a educação e a saúde nas próximas
décadas, e fortalece ainda mais a PETROBRAS.
Aliás, o candidato da aliança neoliberal, Aécio Neves, já anunciou que, se
eleito, desfará o regime de partilha e o Fundo Social do Pré-Sal.
Desqualificar, manchar a PETROBRAS com objetivos eleitoreiros é uma
prática perigosa e sabotadora.
Por isso, no dia 15 de abril, estarei junto com os petroleiros, a CUT, os
movimentos sociais, os partidos nacionalistas de esquerda, em ato público, em
defesa da PETROBRAS.
Obrigado, Sr. Presidente.
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O SR. ONOFRE SANTO AGOSTINI - Sr. Presidente, quero mais uma vez
levantar uma questão de ordem.
O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira) - Tem V.Exa. a palavra.
O SR. ONOFRE SANTO AGOSTINI (PSD-SC. Questão de ordem. Sem
revisão do orador.) - Nós já temos quórum; já temos quórum e temos matéria. Ou
iniciamos a Ordem do Dia ou...
É estranho, Sr. Presidente, pois convocaram sessão extraordinária às 10
horas e sessão dos Líderes às 11 horas. Quer dizer, fica esquisito. Esse período aí
vai ficar sem definição.
Então, eu quero pedir a V.Exa. que chame a Ordem do Dia.
O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira) - V.Exa. tem razão, mas o
Presidente convocou uma reunião com o Colégio de Líderes para agora, às 11
horas. Então vai demorar bastante.
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O SR. ESPERIDIÃO AMIN - Sr. Presidente, pelo menos peça que comecem a
reunião.
O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira) - Concedo a palavra ao Deputado
Esperidião Amin, do PP de Santa Catarina. S.Exa. dispõe de 3 minutos na tribuna.
O SR. ESPERIDIÃO AMIN (Bloco/PP-SC. Sem revisão do orador.) - Sr.
Presidente, eu não posso deixar de seguir a toada iniciada pelo Deputado Onofre
Santo Agostini, que sempre é o mais vigilante de todos nós, porque é o mais jovem.
Agora, isso não é coerente. Foi anunciado esforço concentrado, sessão
extraordinária deliberativa com 14 tópicos na pauta. E a reunião de Líderes começa
depois? Como diria o saudoso Leonel Brizola, algo há, e de errado.
Eu agora registro com satisfação, Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, a
notícia, já divulgada pelo Governador de Santa Catarina, de que caminha no Senado
o projeto sobre repactuação dos encargos financeiros que se abatem sobre os
Estados, sobre as unidades federadas do Brasil.
A União, o Governo Federal, Deputado Bittar, começa a ficar sensível diante
das contas. E as contas estão aí. Não há juros mais escorchantes para devedores
que pagam as suas dívidas! Não estou me referindo a cheque-ouro, a cheque
especial. Quem paga as suas dívidas coercitivamente são as unidades federadas.
Não há notícia de que alguma unidade federada, Estado ou Município, tenha
deixado de pagar à União pontualmente, até porque, se não pagar, é executada.
Agora, a União aplica aos Estados encargos financeiros escorchantes, para
usar uma expressão que já foi utilizada até por Presidente da República, pelo
Presidente Fernando Henrique Cardoso e também pelo Presidente Lula. Então, é
juro de agiota!
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Antes de falar sobre pacto federativo, sobre distribuição de renda, é preciso
saber quanto a União tem tomado dos Estados coercitivamente. Ano de eleição
também conta, viu, Deputado Onofre? Essa gente pensa em eleição. E eleição move
o mundo.
Eu acho que isso é muito importante. Vamos aplaudir, mas vamos continuar
vigiando, para que não se empurre com a barriga o ato final — o acordo com os
Estados e Municípios — para depois da eleição. Nesse caso, vai entrar em estado
de dormência, como estava até agora.
Muito obrigado.
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O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira) - Concedo a palavra, pela ordem, à
ilustre Deputada Fátima Bezerra, do PT do Rio Grande do Norte. S.Exa. dispõe de 3
minutos na tribuna.
A SRA. FÁTIMA BEZERRA (PT-RN. Pela ordem. Sem revisão da oradora.) -
Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, quero, em primeiro lugar, saudar a OAB —
Ordem dos Advogados do Brasil, Seção do Rio Grande do Norte, meu Estado, que
neste exato momento, junto com diversas outras instituições da sociedade civil,
realiza ato público em Natal, em frente à governadoria, referente ao lançamento do
Movimento Basta de Violência no Rio Grande do Norte.
O ato, Sr. Presidente, tem o objetivo de discutir a respeito da falta de
segurança no Estado e propor soluções para diminuir os índices de criminalidade.
Nosso mandato está participando do ato. Entendemos que é um movimento muito
importante, muito representativo, que cobra ações efetivas do Governo do Estado
quanto à diminuição dos índices de insegurança e violência no nosso Estado. Isso
passa pela contratação de policiais civis, policiais militares, passa pela
implementação do Brasil mais Seguro, pela reforma e construção de unidades
prisionais, pela reestruturação do ITEP, da FUNDAC.
Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, quero também dizer que, neste exato
momento, por iniciativa do Deputado Fernando Mineiro, ocorre, na Assembleia
Legislativa do nosso Estado, sessão solene em que vão ser homenageados
Deputados caçados no período da ditadura militar.
Eu saúdo o nosso companheiro Deputado Fernando Mineiro e digo que essa
homenagem tem importante significado quanto à condenação da atitude arbitrária
dos militares da época, que anularam decisões soberanas do povo. Representa a
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retomada simbólica, Sr. Presidente, do que foi usurpado pelo regime de força, que
perdurou por 21 anos.
A Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte, por meio da iniciativa do
companheiro Deputado Fernando Mineiro, faz hoje um ato de justiça aos ex-
Deputados Floriano Bezerra, Cesário Clementino e Luiz Maranhão, vítimas de um
trágico período da história do País, que não deve ser esquecido pelas presentes
nem pelas futuras gerações.
Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, quero ainda dizer que, no dia 23,
nesta Casa, frente parlamentar em defesa da PETROBRAS realizará um importante
ato em favor dessa companhia. Defender a PETROBRAS é defender o Brasil. Nós
esperamos aqui a presença dos partidos políticos, das centrais sindicais e dos
movimentos sociais em geral.
Obrigada, Sr. Presidente.
PRONUNCIAMENTOS ENCAMINHADOS PELA ORADORA
Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, o Movimento Basta de Violência no
RN realizou um ato público nesta quinta-feira, dia 10, em frente à Governadoria. O
movimento foi lançado no dia 2 deste mês, na sede da Ordem dos Advogados do
Brasil no Rio Grande do Norte, e conta com a participação de representantes de
entidades sociais, empresarias e religiosas.
O ato tem esta pauta de reivindicações: nomeação de policiais, agentes,
delegados e realização de concurso para bombeiro militar; criação da Divisão de
Homicídios na Capital; contrapartidas e execução de reforma e construção de
unidades prisionais; reestruturação do ITEP e da FUNDAC; fortalecimento da
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Defensoria Pública; observação da matriz de responsabilidade do programa Brasil
Mais Seguro; reativação do Programa Estadual de Proteção à Testemunha.
Segundo o Presidente da OAB-RN, Sérgio Freire, a Ordem dos Advogados do
Brasil está preocupada também com a situação das unidades prisionais, que se tem
agravado a cada dia. Estamos elaborando uma ação civil pública que deverá ser
subscrita pelos integrantes do movimento.
Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, nesta quinta-feira ocorreu sessão
solene para se devolverem simbolicamente os mandatos do Deputado Floriano
Bezerra e dos suplentes de Deputado Cesário Clementino e Luiz Maranhão,
cassados no período da ditadura militar. A homenagem é de iniciativa do Deputado
Fernando Mineiro, do PT, e foi realizada na Assembleia Legislativa do Rio Grande
do Norte.
Na ocasião, foi lançada revista produzida pelo mandato de Mineiro, com
documentos inéditos sobre a cassação dos mandatos dos Deputados. A publicação
contém, entre outros arquivos, as atas da Comissão de Justiça da Assembleia
Legislativa, os relatórios dos processos de cassação e as fichas do Departamento
de Ordem Política e Social — DOPS. Traz também textos sobre esse tema do
jornalista Mário Ivo Cavalcanti e do advogado Djamiro Acipreste, Presidente da
Comissão da Memória e Verdade da Seccional da OAB no Rio Grande do Norte.
Os três Parlamentares tiveram os mandatos cassados em 1964, com parecer
favorável à cassação aprovado pela Comissão de Justiça da Assembleia Legislativa
daquela época e por força do AI-1, o qual determinava que o Governo militar poderia
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cassar mandatos legislativos, suspender os direitos políticos, por 10 anos, ou afastar
do serviço público todo aquele que se opusesse ao regime.
Essa homenagem, segundo o Deputado Mineiro, é justa e busca reparar, ao
menos simbolicamente, a violência sofrida pelos Parlamentares potiguares que
foram declarados pelo regime de exceção como subversivos e que tiveram seus
mandatos usurpados pela força do poder ditatorial.
Muito obrigada.
Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, trago à tribuna desta Casa duas
importantes agendas de que participei no Rio Grande do Norte nessa segunda-feira,
dia 7. Quanto à primeira, na Assembleia Legislativa, por proposição do Deputado
Estadual Fernando Mineiro, do PT, estive no debate sobre a implantação do Veículo
Leve sobre Trilhos — VLT em Natal e Região Metropolitana.
Recentemente, a Presidenta Dilma Rousseff anunciou a liberação de
R$311,65 milhões, que serão destinados para a Companhia Brasileira de Trens
Urbanos — CBTU de Natal, a fim de que invista na modernização do sistema já
existente e na adequação da via permanente. Esses investimentos se somam aos
R$154 milhões que já foram liberados para aquisição dos 12 veículos (VLTs) para a
CBTU de Natal.
Desde o início do nosso primeiro mandato nesta Casa lutamos pela
implantação do VLT. Hoje o sonho virou realidade.
Na ocasião, ressaltei que a Região Metropolitana de Natal possui alta
densidade populacional e malha viária saturada. A população que usa diariamente o
que chamamos carinhosamente de “trem do grude” precisa de um transporte mais
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moderno. O VLT, integrado com outros modais de transporte, tais como o BRT —
Bus Rapid Transit, é o caminho para solucionar o problema de trânsito da cidade e
da região. Temos absoluta clareza de que essa é a solução duradoura, permanente
para o desafio da mobilidade urbana.
Participaram do debate também o Superintendente local da CBTU, João
Maria Cavalcanti, o Vereador George Câmara, do PCdoB, demais Vereadores,
gestores municipais de várias cidades de Natal e Região Metropolitana,
representantes da UFRN, OAB, sindicatos de trabalhadores rurais, Governo
Estadual, etc.
Em seguida, Sras. e Srs. Parlamentares, fui a Ceará-Mirim, onde participei da
solenidade de inauguração do Centro de Artes e Esportes Unificados — CEU,
importante equipamento, cujo investimento foi superior a R$2 milhões, que vai
possibilitar a integração social, de modo a promover a cidadania para a população,
para pessoas de todas as idades, que terão oportunidade de convívio, esporte, lazer
e capacitação.
Por fim, quero externar a minha felicidade em ter contribuído para que esses
dois sonhos do povo potiguar virassem realidade.
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O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira) - Concedo a palavra ao ilustre
Deputado Mendonça Filho, para uma Comunicação de Liderança, pelo DEM. S.Exa.
dispõe de 5 minutos na tribuna.
O SR. MENDONÇA FILHO (DEM-PE. Como Líder. Sem revisão do orador.) -
Sr. Presidente, Sra. Deputada Benedita da Silva, Sras. e Srs. Parlamentares, nesta
manhã ocupo esta tribuna, mais uma vez com tristeza, para comentar o noticiário
dos jornais nacionais.
Eu cito manchete da Folha de S.Paulo, Deputada Benedita. V.Exa. sempre foi
uma Parlamentar muito preocupada com o que acontece no dia a dia das famílias
brasileiras, das mães de família, sobretudo daquela que vai fazer compras, vai à
feira. Talvez V.Exa. se surpreenda com a notícia, mas eu não, porque essa política
econômica só poderia dar no que deu até agora. Esta é a manchete da Folha de
S.Paulo: “Alimento dispara e inflação chega a 6,15% em 12 meses”.
Menciono especificamente itens de despesa e alta dos preços: despesas
pessoais, 8,98%, quase 9% de inflação; educação, 8,72%, praticamente 9%
também; habitação, 7,35%; artigos de residência, 7,29%; alimentação, 7,14%. É a
alimentação de todo dia — café da manhã, almoço e jantar —, não é a alimentação
fora de casa, no restaurante, é a alimentação em casa, a que vem da feira. E o povo
está vendo essa disparada dos preços de hortifrutigranjeiros, de alimentos de
primeira necessidade, que mostra de forma clara que a Presidente Dilma perdeu o
controle da economia, infelizmente.
Está aí a inflação de 6,15%. Nos 3 anos de mandato da Presidente Dilma,
não houve ano em que ela cumpriu a meta de inflação. Sempre se ficou acima da
meta. Agora se margeia o teto da meta.
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Até junho, dizem os economistas e os principais estudiosos, deve ser
superado o teto da meta de 6,5%. É por isso que a inflação está incomodando o
povo. A insatisfação popular é latente, é enorme. O Brasil cresce pouco, está
praticamente estagnado, e a inflação corrói o poder de compra do trabalhador
brasileiro, da trabalhadora brasileira.
É um fato lamentável, por conta dessa política criativa no que diz respeito ao
orçamento público e a invencionices praticadas pelo Ministro Guido Mantega, que
largou o equilíbrio fiscal, adotou o controle do câmbio de forma artificial, com efeitos
deletérios, a administração das tarifas, o que vai gerar acúmulo de inflação para
2015.
A Presidente Dilma está segurando a questão com a barriga e represando os
aumentos da gasolina e da energia já contratados. Em relação à energia elétrica, já
se tem, com essa operação envolvendo a CDE, pelo menos 10%. Falava-se num
empréstimo de 8 bilhões de reais. O jornal hoje já traz um empréstimo para a CDE
de mais de 11 bilhões de reais, meu caro Deputado Bittar.
O descontrole, portanto, é completo, e infelizmente não vemos luz no fim do
túnel. A luz que se vê no fim do túnel talvez seja a de um trem vindo em direção
contrária, para atropelar o Governo. Talvez seja aquele trem que a Presidente Dilma
projetou para ligar Rio e São Paulo, que não saiu do canto, relativamente às obras
do PAC.
Nesta manhã, então, infelizmente, trago mais uma vez uma notícia negativa,
uma notícia triste para os brasileiros, que afeta a realidade de milhões de famílias. A
insatisfação é crescente, e tenderá a ser cada vez maior, porque lamentavelmente
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não temos cenário que coloque a economia no bom rumo. Pelo contrário, vemos a
economia descarrilhando, produzindo efeitos negativos.
Nesta semana foi divulgado informe do Fundo Monetário Internacional, que,
na primeira previsão, indicava o Brasil crescendo 4% ao ano. Neste ano, a última
previsão indica o Brasil crescendo 1,8% ao ano. O crescimento inexiste.
O Ministro vem justificar que o Brasil tem que ser comparado com os países
desenvolvidos. Como se diz na minha terra, é conversa para boi dormir, porque, na
prática, o Brasil é um país emergente, deve ser comparado com a Rússia, a África
do Sul, a China, a Índia, países que compõem o BRICS, ou com os demais países
consagrados como emergentes. Não deve ser comparado com países
desenvolvidos, onde tudo já está resolvido.
Infelizmente, o quadro é triste, é negro, está para lá de ruim. Ficamos
lamentando esta situação crítica, que está afetando milhões de brasileiros.
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O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira) - Concedo a palavra à ilustre
Deputada Luci Choinacki, do PT de Santa Catarina. S.Exa. dispõe de 3 minutos.
A SRA. LUCI CHOINACKI (PT-SC. Sem revisão da oradora.) - Sr.
Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, o Líder de partido da Oposição
desenhou um país que não é o nosso. É um país dele. O país do povo brasileiro é
diferente, nele existe emprego, praticamente pleno emprego. Nos Estados Unidos,
na Europa, sabe-se muito bem, há desemprego. É conhecida a encrenca que está
havendo lá.
O povo brasileiro, as famílias têm renda, têm, como nunca, muitos direitos
sociais. Menciono também o salário mínimo. Movimentos sociais e sindicais não vão
mais para a rua pedir aumento do salário mínimo, porque o salário mínimo é
aumentado no início do ano, e acima da inflação. Este é o país dos brasileiros. O
país da Oposição eu não sei onde está. Está na lua, no espaço.
Eles vêm todo dia, com desespero, em busca de um fato novo, mas nós
vamos reeleger a Presidente Dilma, e isso incomoda. Querem fazer a CPI da
PETROBRAS. Se fosse por eles, essa empresa não mais existiria. Eles já teriam
mudado o nome dela, teriam vendido essa companhia ou privatizado uma parte
dela. Estão com fome de pegar a PETROBRAS, o Banco do Brasil, a Caixa
Econômica e fazer os bons negócios que o DEM e o PSDB fizeram naqueles tempos
em que a inflação era de 80%, em que o desemprego era de 10% no Brasil. Essa é
a saudade deles. Ah, que saudade dos tempos em que o Brasil era uma fanfarra
para quem governava o País!
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Nós vamos defender a PETROBRAS, sim, como uma empresa pública, como
uma importante estatal do Brasil! Eles venderam uma parte dela, mas não
conseguiram acabar com a empresa.
Estão desesperados porque a PETROBRAS está dando lucro. A
PETROBRAS não dá prejuízo para o Brasil. Em 2002, a receita líquida da
PETROBRAS era de 69,2 bilhões; hoje, é de mais de 280 bilhões. Daí o desespero
deles. Imagine, Sr. Presidente, que “bolo quente” eles querem pegar. O investimento
era de 18,9 bilhões; hoje, é de 84,1 bilhões. Assim nós vamos vendo como a
PETROBRAS é importante para os brasileiros, como ela faz bem para o Brasil. E eu
nem citei os programas sociais que ela desenvolve.
Nós vamos defender a PETROBRAS como um importante instrumento de
riqueza e de renda para o Brasil. É uma estatal que cumpre uma função relevante.
O Brasil está em outro patamar. Nós não precisamos mais ir à rua e dizer
“fora, FMI!”, porque hoje nós temos o comando da nossa economia. O mundo está
em crise. Não somos uma ilha, temos ligações internacionais. Mas onde mais a
economia cresce? É na América Latina, na África, nos países que estão em
desenvolvimento. Quem quiser só fazer comparações com a China deve ir à China,
não ficar no Brasil, na América Latina.
Nós temos que nos orgulhar. Temos muito para fazer e vamos trabalhar para
vencer cada vez mais as demandas de tantos anos que ficaram para o povo
brasileiro.
O Brasil é outro. As mães não choram de fome, pois seus filhos têm o Bolsa
Família, têm escola, têm educação. Estamos olhando para o horizonte, vendo um
futuro feliz.
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O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira) - Concedo a palavra, pela ordem, ao
ilustre Deputado Luis Carlos Heinze. S.Exa. dispõe de 3 minutos na tribuna.
O SR. LUIS CARLOS HEINZE (Bloco/PP-RS. Pela ordem. Sem revisão do
orador.) - Sr. Presidente, colegas Parlamentares, nesta semana estive com o
Ministro da Agricultura, Neri Geller, e a representação dos produtores de trigo e de
arroz do Rio Grande do Sul.
Foi discutida a questão do trigo, com a presença da nossa FECOAGRO, da
OCERGS e também da FARSUL. Em primeiro lugar, nós fizemos uma crítica e um
pedido com relação à TEC. Nós ainda temos trigo do ano passado no Rio Grande do
Sul. O preço caiu muito, começa a se recuperar. Portanto, o pedido ao Governo é no
sentido de não aumente a TEC.
Foi apresentado também pleito com relação ao preço mínimo. O da tonelada
foi fixado em 550 reais, aproximadamente, para a variedade de pão tipo 1. Nós
queremos que fique em torno de 635 reais.
Esse trabalho está sendo feito neste instante pela FARSUL, pela FECOAGRO
e pela OCERGS, para que possamos voltar a conversar com o Ministro e apresentar
reivindicações.
Esse pleito também é defendido pelos produtores de trigo do Paraná, por
meio da OCEPAR e da FAEP. É o que estamos buscando para equilibrar o preço
dos produtores, uma vez que já estamos praticamente na época do plantio.
Com relação ao arroz, junto com a FEDERARROZ, com a própria FARSUL,
também com o IRGA, com o Ministério da Agricultura e com a CONAB, discutiu-se o
novo preço para a safra 2014-2015. Não é para a safra atual, que estamos
terminando de colher. É o preço mínimo para o ano que vem, para a próxima safra.
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Por isso, foi importante a reunião com o Henrique Dornelles, da
FEDERARROZ, o Batatinha, do IRGA, o Presidente da Câmara Setorial do Arroz,
nosso Vice-Presidente da FARSUL, o Chicão, que esteve conosco para discutir essa
questão do arroz.
Precisamos definir esse preço para dar tranquilidade aos nossos produtores.
Principalmente na questão do trigo, a grande preocupação neste momento é o preço
mínimo, porque estamos para plantar o trigo. Trata-se de regras que serão fixadas
para esta safra.
Falamos também com o Ministro da Agricultura a respeito do seguro. No caso
do produtor que quiser antecipar o custeio, o banco já o está obrigando a fazer o
seguro. Essa resolução entraria em vigor a partir de julho. Esse detalhe está sendo
discutido neste instante com o Ministério da Agricultura. E passaremos também a
falar com o Ministério.
A questão da obrigatoriedade do seguro diz respeito ao trigo, para quem
estiver contratando, e também às culturas de inverno. O Governo não tem condições
de bancar seguro para toda a agricultura. Portanto, não podemos obrigar o produtor
a pagar 17% de seguro. É extremamente alto.
Muito obrigado, Sr. Presidente.
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O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira) - A Presidência saúda os jovens
estudantes da Escola Le Petit Galois, de Brasília, a quem neste instante rende as
suas homenagens.
Esta é a Casa do Povo, a casa de todos vocês. (Palmas nas galerias.)
Futuramente alguns de vocês poderão estar aqui representando o povo brasileiro.
Muito obrigado. (Palmas.)
CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 089.4.54.O Tipo: Delib erativa Extraordinária - CD Data: 10/04/2014 Montagem: 4176
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O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira) - Concedo a palavra, pela ordem, ao
ilustre Deputado Amauri Teixeira, que fará uma breve intervenção.
O SR. AMAURI TEIXEIRA (PT-BA. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr.
Presidente, Sras. e Srs. Deputados, quero prestar minha homenagem a todos os
servidores do Hospital Geral do Estado — HGE da Bahia, que hoje faz aniversário.
Atualmente, é o hospital de trauma mais importante da Bahia.
Cumprimento o Diretor-Geral, André Luciano, o Dr. Márcio, o Dr. Pantico,
Zetti, Wagner e todos os funcionários do HGE, que tem prestado grande serviço à
Bahia.
Hoje, coincidentemente, a minha querida mãe, a D. Auristela Teixeira,
completa 80 anos. Quero, de público, fazer uma homenagem a ela, já que não
posso estar lá porque estou aqui cumprindo a minha obrigação.
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O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira) - Concedo a palavra ao ilustre
Deputado Luiz Couto, do PT da Paraíba. S.Exa. dispõe de 3 minutos na tribuna.
O SR. LUIZ COUTO (PT-PB. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr.
Presidente, em primeiro lugar, quero registrar a posse, no Município de São José
dos Cordeiros, do Suplente de Vereador pelo PT Dimas de Adauto. Agora o PT tem,
na Câmara de Vereadores daquele Município, dois Vereadores.
Queremos dizer que temos destinado emendas para aquele Município na
certeza de que a presença desses dois Vereadores será muito importante para o
desenvolvimento daquele Município na Paraíba.
Quero registrar também uma Nota de Repúdio da Associação Nacional de
História, Seção Regional da Paraíba, em que fazem uma análise da situação do
golpe de Estado, da Comissão Estadual da Verdade e da Preservação da Memória
do Estado da Paraíba, enfim, mostrando a importância de que isso possa ser trazido
à tona para a memória, a verdade e a realização da justiça.
Sr. Presidente, eu quero ainda também registrar um texto do Emir Sader. Em
7 de abril de 2014, ele aborda o dilema na democracia. “Dilemas da mídia na
democracia. O dilema, na democracia, não é entre uma imprensa calada ou essa
que temos. Uma imprensa monopolizada por algumas famílias, que atua como um
partido político”.
Então, é importante a leitura desse texto para mostrar efetivamente o que
muitas vezes acontece: parte da mídia se apresenta como partido e como dono da
verdade. Vamos ao jornal, que dá a notícia, há os comentários, mas, depois, vêm os
gurus, que vão dar a última palavra. Isso não pode acontecer no País. Liberdade de
imprensa, sim. Agora, o que não temos no Brasil, infelizmente, é liberdade de
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empresa. A empresa faz tudo, até impedir que o jornalista que faz a matéria possa
propagá-la, e têm ainda os cortes, uma censura para que matérias não venham a
ser registradas.
Então, nesse sentido é que gostaria também de registrar, nos Anais desta
Casa, esse texto do jornalista Emir Sader, publicado em 7 de abril de 2014. É um
texto muito importante para a democracia em nosso País.
Muito obrigado, Sr. Presidente.
DOCUMENTOS A QUE SE REFERE O ORADOR #
Nota de Repúdio
A dialética do lembrar e esquecer tem uma dimensão política que envolve o
campo da memória e da história. E como toda atividade humana, está sujeita a
manipulações, usos, abusos, esquecimentos e silêncios. Assim, inserida no campo
das batalhas, a memória se movimenta num campo de disputas políticas marcadas
a partir das leituras e escavações que as gerações do presente realizam sobre o
passado.
Daí porque, um filósofo engajado como Walter Benjamin, ao escrever as
famosas Teses sobre o conceito de História, em 1939, aludia a dimensão do
passado a ser lembrado como condição de “redenção” das gerações oprimidas.
Para ele, era preciso retirar o passado da condição de neutralidade, ao qual fora
alçado pela historiografia oficial, a fim de mostrar as relações de dominação de
classe e de impedimentos e derrotas dos projetos dos trabalhadores nele realizados.
Afinal de contas, a concepção de cultura e de História benjaminiana, perpassa pelo
ângulo dos sinais de dominação, da barbárie que se esconde sob a beleza estética
dos monumentos e das gotas de sangue que mancham os bens culturais.
Escovando ao contrário, podemos/devemos explicitar os fracassos e as irrealizações
dos projetos e das lutas dos excluídos da História, entender o processo dessas
dominações e resistências na espessura do tempo passado.
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Mais recentemente, outro filósofo, Paul Ricoeur, também se ocuparia de
escrever uma obra emblemática sobre a memória, a história e o esquecimento,
ressaltando a dimensão política e ética do ato de lembrar-esquecer. Diferentemente
de Benjamin, que escreveu no tempo dos fascismos, a escrita de Ricoeur estava
marcada pelo Apartheid sul-africano e pela experiência da Comissão Verdade e
Reconciliação. O filósofo francês retoma a noção de dívida transgeracional abordada
nas teses do alemão. E, na esteira de Freud, defende o trabalho de memória em
detrimento apenas do dever de memória. Muito mais do que o imperativo judaico do
“lembra-te”, que se presta às
manipulações do poder vigente expressas nos abusos de comemorações
oficiais, Ricoeur defende a política da “justa memória”, uma memória trabalhada a
partir da operação historiográfica cujas pesquisas devem estar a serviço de uma
outra memória e de um outro esquecimento, ou seja, que a historiografia, como uma
forma de memória social, ajude a lembrar a dor e a injustiça criando, assim,
possibilidades de novas formas de vida a partir do trabalho do luto e da lembrança
comprometido com um presente-futuro menos injusto e mais feliz.
Essas reflexões filosóficas são importantes para pensarmos no trabalho que a
ANPUH-PB vem fazendo com a memória dos vencidos de 1964. Instituída pelo
Decreto governamental nº 33.426, de 31 de outubro de 2012, a Comissão Estadual
da Verdade e da Preservação da Memória do Estado da Paraíba conta com dois
historiadores representando a seção paraibana da Associação Nacional de
Professores de História. Assim sendo, uma associação de profissionais de História
que viveu os tempos da ditadura civil-militar, não poderia faltar a esse momento
importante do revirar do baú nos quais se escondem rastros de uma memória ferida,
dolorosa, traumática. Os dois anpuhanos que representam a ANPUH-PB na
Comissão Estadual da Verdade e Preservação da Memória não apenas estão
prestando relevantes serviços à comunidade de historiadores, levantando
documentação que poderá render inúmeras pesquisas acadêmicas, mas, também,
prestando serviços de larga envergadura à sociedade paraibana de modo geral,
tentando pagar uma dívida, muitas vezes, mesmo que simbólica (mas nem por isso
menos importante), as gerações que sofreram na pele o peso da tortura e do
aparato militar montado para a repressão.
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E, mais uma vez, nossa associação não se furtará ao enfrentamento político
no campo da batalha de memórias. Como sabemos, no dia 19 de março de 1964,
ocorreu a Marcha da Família com Deus pela Liberdade, cuja manifestação
conservadora que procurava responder o Comício da Central, ajudava a
concretização do golpe civil-militar do 31 de março. 50 anos depois, eis que a
marcha é re-inventada pelos reacionários do presente que gritam por uma
intervenção militar no Brasil. Embora sejam poucos a gritarem, esse discurso é
bastante perigoso, uma vez que busca ressuscitar o fantasma da ditadura que
marcou negativamente a História do Brasil Contemporâneo, com a herança de suas
mazelas expressas nos profundos abismos socioeconômicos e na precária
cidadania que ainda marca e marcará nosso país, talvez por gerações. A ANPUH-
PB vem repudiar toda e qualquer manifestação de memória
que venha celebrar ditadores e torturadores, incluindo a já anunciada
presença de um torturador a ser homenageado na Câmara Federal. Nosso
compromisso é com o lembrar para não esquecer das vítimas e da opressão, com
um debate crítico que exponha as gerações do presente os traumatismos e feridas
da memória coletiva, pois como nos diz Paul Ricoeur: “A glória de uns foi
humilhação para outros”. As feridas simbólicas pedem cura e esta, certamente, não
se encontra no nível da memória manipulada pelos comemoradores da Ditadura,
mas no nível ético-político do qual nos fala o filósofo francês, o de fazer justiça pela
lembrança do Outro cuja memória fora alçada ao esquecimento e silêncio. E a
ANPUH-PB está desse lado.
João Pessoa, 22 de março de 2014.
ANPUH-PB
Dilemas da mídia na democracia
O dilema, na democracia, não é entre uma imprensa calada ou essa que
temos. Uma imprensa monopolizada por algumas famílias, que atua como um
partido político.
Por Emir Sader
A Presidente Dilma Rousseff costuma dizer que “prefere a imprensa
barulhenta que calada”. Só que esse dilema se colocava na ditadura, quando a
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imprensa podia ser calada pela ditadura e era preferível que, qualquer que fosse sua
orientação, permanecesse livre para expressá-la.
Na democracia as opções são outras. Ninguém quer calar a imprensa. Essa é
a versão que ela busca dar das propostas de democratização dos meios de
comunicação. Estas, ao contrário, não querem que ninguém deixe de falar, mas que
muito mais gente, oxalá todos, possam se expressar.
O dilema, na democracia, não é, então, entre uma imprensa calada ou essa
que temos. Uma imprensa monopolizada por algumas famílias, que define o que diz,
como, quando, que pretende ser o partido de oposição, que distorce e/ou esconde a
verdade. Uma imprensa financiada pelas agências de publicidade e, através destas,
pelas grandes empresas, que colocam publicidade e, por meio delas, condicionam o
funcionamento da imprensa.
Uma imprensa que escolhe quem vai escrever, como e quando, alinhando-se
abertamente — conforme confissão explicita disso — como partido politico da
oposição. Uma imprensa que, apenas dos índices econômicos revelarem o oposto: a
economia cresce, aumenta o nível de emprego, os salários sobem acima da
inflação, a inflação está controlada — cria um clima de incerteza, de preocupação,
de insegurança, que por sua vez, se reflete em pesquisas manipuladas. Essa a
imprensa que temos hoje, que condiciona as chamadas “agências de risco”, que
pressiona sistematicamente o governo pelo aumento da taxa de juros, que
representa não a população, mas o capital financeiro.
A alternativa a essa mídia antidemocrática não é calá-la. É democratizar a
formação da opinião publica, limitando o poder monopolista dos meios atuais,
abrindo canais alternativos da mídia — TV, rádio, jornais, internet. Ao não avançar
em nada nessa direção, o governo é vitima da monopolização antidemocrática da
mídia.
A mídia criou um clima de “terrorismo econômico”. E no marco de um modelo
hegemonizado pelo capital especulativo, sumamente volátil e sensível a movimentos
bruscos, esse clima tem efeito, aqui e lá fora. E o governo assiste impassível a
essas manobras que anulam as tentativas do governo de canalizar recursos para os
investimentos produtivos. O governo reage defensivamente, aumentando
sucessivamente a taxa de juros diante do fantasma artificialmente construído do
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risco inflacionário. Reage exatamente como os especuladores e seus ventríloquos
na mídia desejam — aumentando as tendências recessivas, pela atração dos
capitais para a especulação.
Os boatos, o pânico forjado, o terrorismo da inflação, ao não ter respostas
politicas, se tornam forças materiais e as auto profecias se cumprem, deixando o
governo em um circulo vicioso. Sem democratização dos meios de comunicação,
quebrando essa cadeia antidemocrática e especulativa, nem sequer a retomada do
crescimento econômico será possível e sustentável. O dilema da mídia na
democracia não é entre mídia monopolista ou silêncio, mas entre terrorismo
econômico da ditadura midiática ou democratização dos meios de comunicação.
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O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira) - Concedo a palavra, pela ordem, ao
ilustre Deputado Chico Alencar, do PSOL do Rio de Janeiro.
O SR. CHICO ALENCAR (PSOL-RJ. Pela ordem. Sem revisão do orador.) -
Sr. Presidente, ontem, trabalhadores, docentes, integrantes da administração,
servidores da Universidade do Estado do Rio de Janeiro — UERJ, da Universidade
Estadual do Norte Fluminense — UENF e do Centro Universitário Estadual da Zona
Oeste, instituições públicas estaduais de ensino superior, fizeram uma paralisação.
Há enorme defasagem salarial, as instalações têm enormes carências, a
comunidade acadêmica, os docentes, o corpo estudantil, reclamam atenção,
empenho, valorização desse importante estamento educacional no Rio de Janeiro.
Parece que o Governo Estadual tem outras prioridades, que não são aquelas
que consultam a perspectiva de futuro, de solidez, de justiça e de igualdade.
Fica o registro e a solidariedade a essa luta das universidades estaduais do
Rio.
PRONUNCIAMENTO ENCAMINHADO PELO ORADOR
Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, todos e todas que assistem a esta
sessão ou nela trabalham, ontem, as universidades estaduais do Rio de Janeiro
paralisaram suas atividades para realizar mobilização conjunta. Trabalhadores da
UERJ (Universidade do Estado do Rio de Janeiro), da UENF (Universidade Estadual
do Norte Fluminense) e da UEZO (Centro Universitário Estadual da Zona Oeste)
reivindicaram a recomposição salarial para os profissionais das instituições de
ensino superior do Estado.
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A situação dos trabalhadores decorre de longo descaso dos governos com as
universidades estaduais. Na UERJ, por exemplo, somam-se 83,3% de defasagem
nos salários dos docentes desde 2001, já descontados os ganhos com a
implantação do plano de carreira. Os mais prejudicados são os professores
aposentados, pois não progridem mais na carreira nem podem aderir ao regime de
trabalho de dedicação exclusiva. Dessa maneira, só têm aumento de salário com o
reajuste do vencimento básico.
A pauta salarial evidencia uma conjuntura de desastre. Há décadas as
universidades estaduais vivem uma situação de sucateamento e subfinanciamento.
A ausência de recursos corrói a autonomia universitária e gera graves problemas de
infraestrutura. A UEZO só agora teve as obras do seu campus iniciadas, e seus
docentes não têm regime de dedicação exclusiva, enquanto na UERJ um professor
recebe quase metade do que deveria ganhar — observada a inflação acumulada
desde 2001.
O contexto das universidades estaduais demonstra, assim como vários outros
exemplos, a inversão de prioridades dos diversos níveis da administração pública —
neste caso, o Governo Estadual. Enquanto assistimos à escalada da arbitrariedade
e da violência nas favelas e no asfalto, consubstanciada por um modelo de
segurança pública baseado no estado de exceção, e os absurdos cometidos por
causa da Copa e das Olímpiadas, repressão às manifestações e remoções como
políticas institucionais, o quadro de sucateamento e precarização da nossa
educação pública vai cada vez mais se tornando incontornável.
Por todo o exposto, manifestamos nosso apoio às manifestações dos
trabalhadores das universidades estaduais do Rio de Janeiro, que lutam por uma
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educação pública de qualidade e que respeite os direitos daquelas que nela
depositam suas vidas.
Agradeço a atenção.
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O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira) - Concedo a palavra ao ilustre
Deputado Bohn Gass. S.Exa. tem 1 minuto na tribuna.
O SR. BOHN GASS (PT-RS. Sem revisão do orador.) - Obrigado, Presidente.
Eu apenas quero aproveitar nossa sessão para registrar o que eu considero
muito importante para vários Estados do País e para as Prefeituras, mas
principalmente para o nosso Estado do Rio Grande do Sul.
Nós já votamos aqui na Câmara dos Deputados o novo indexador da dívida
do Estado frente à União. Essa dívida foi renegociada em condições que não foram
boas para o Estado, no tempo em que o Governador do Rio Grande do Sul era o
Britto. A alta dos juros à época dificultou o pagamento da renegociação dessa dívida
com o Estado, e nós precisávamos de outro indexador. Hoje nós estamos com os
juros menores, a economia mais estabilizada, e isso precisava ser alterado.
Nós já votamos a matéria aqui na Câmara, e, no Senado, onde ela estava por
ser votada, foi apreciada no dia de ontem, em sessão conjunta na CCJ e na
Comissão de Assuntos Econômicos. Então, com essa votação, o projeto está agora
apto a ir ao Plenário do Senado.
Estamos confiantes de que esta negociação possa ter um bom desfecho, para
que a gente tenha um novo indexador, o que vai ajudar os Estados e, de uma forma
muito especial, o nosso Estado do Rio Grande do Sul.
Obrigado, Presidente.
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O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira) - A Presidência saúda o grupo de
servidoras policiais que está presente nas galerias. (Manifestação nas galerias.)
Estão esperando a aprovação do Projeto de Lei Complementar nº 275-A, de
2001. (Manifestação nas galerias.)
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O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira) - Concedo a palavra, pela ordem, ao
ilustre Deputado Edinho Bez, do PMDB de Santa Catarina.
O SR. EDINHO BEZ (PMDB-SC. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr.
Presidente, colegas Parlamentares, sejam bem-vindas as mulheres!
Falarei agora exatamente sobre encontro de mulheres que aconteceu no
Estado de Santa Catarina.
Na qualidade de Deputado Federal e 1º Vice-Presidente Nacional da
Fundação Ulysses Guimarães, tomo a palavra nesta oportunidade para falar sobre o
grande evento do PMDB Mulher realizado no último dia 22 de março, no Hotel
Internacional de Gravatal — tem enorme potencial turístico e a segunda melhor água
termal do mundo —, denominado O Poder da Mulher.
Naquele sábado, 22 de março, Santa Catarina recebeu o primeiro Encontro
de Crescimento e Motivação: O Poder da Mulher. O evento reuniu palestrantes,
escritores, militantes e membros de inúmeras comunidades e Municípios,
oferecendo uma grande oportunidade de aprendizado e diálogo, constatado pelas
mais de 650 mulheres presentes ao evento.
Organizado pela Presidente do PMDB Mulher de Tubarão, Vitemária Bez de
Oliveira, e pela Presidente da Fundação Ulysses Guimarães de Tubarão, Edmar
Nunes, o encontro contou com três palestrantes, almoço, troca de ideias e entrega
de certificado de participação aos presentes no evento. Mais de 650 mulheres
compareceram ao Hotel Internacional de Termas do Gravatal, em Gravatal, Santa
Catarina, superando as expectativas da organização do encontro.
A Presidente do PMDB Mulher de Tubarão, Sra. Vitemária, também se
mostrou satisfeita com o resultado do encontro:
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“O evento foi um sucesso, o número de
participantes foi além do que esperávamos, e isso foi
muito gratificante. Quanto mais mulheres buscarem por
conhecimento e por seu espaço na sociedade e na
política, mais perto nós estaremos de alcançar um nível
de igualdade.”
Foram debatidos temas relacionados a manifestações públicas, redes sociais,
à mulher no terceiro milênio e à revolução silenciosa das mulheres. O evento
motivacional teve a participação também da Fundação Ulysses Guimarães.
Ocorreram as seguintes palestras: A mulher na atual conjuntura política, por
Elisiane da Silva, advogada, da Universidade do Rio dos Sinos, Rio Grande do Sul;
Manifestações e Redes Sociais, por Márcio Carvalho, historiador, pós-graduado em
História Antiga; A mulher no terceiro milênio — A revolução silenciosa das mulheres,
por Joel Maciel, pesquisador em Gestão de Pessoas, autor de 15 publicações.
Estiveram presentes ainda a Sra. Ericka Nogueira, de Brasília, Primeira
Tesoureira do PMDB Mulher Nacional, que ficou encantada com o evento; Edmar
Nunes, Presidente da Fundação Ulysses Guimarães de Tubarão; a Prefeita de
Santa Rosa de Lima, Santa Catarina, Dilcei Heidemann; a Secretária de
Administração de Garopaba, Santa Catarina, Micheline Aranha Luiz, que
representou a Deputada Ada Faraco De Luca; a Vereadora anfitriã Mariquinha, do
Município de Gravatal, todas representando as demais lideranças, entre outras
mulheres.
Lembro que estiveram presentes representantes de mais de 50 Municípios
catarinenses, em especial da região sul e serrana do nosso Estado.
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Encerro cumprimentando minha esposa, a Sra. Vitemária, Presidente do
PMDB Mulher do Município de Tubarão, idealizadora e anfitriã. O cumprimento é
extensivo a todos da organização e à equipe e, em especial, às mulheres que
entenderam a importância do evento. Parabéns!
Também quero parabenizar o Erasmo, o Silvinho, o Marcos, a Taís, a Kátia,
todas aquelas mulheres que ajudaram em relação aos convites, à organização.
Parabenizo ainda os palestrantes, que deram um verdadeiro show, o que fez com
que as mulheres perguntassem: “Quando acontecerá o próximo encontro?”
Obrigado, Sr. Presidente.
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O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira) - Com a palavra o Deputado Ságuas
Moraes, do PT de Mato Grosso. S.Exa. dispõe de 3 minutos na tribuna.
O SR. SÁGUAS MORAES (PT-MT. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente,
faço uso desta tribuna para dizer que na sexta-feira passada tivemos em Cuiabá,
Capital do Estado do Mato Grosso, a presença do Ministro Ricardo Berzoini — foi
uma das suas primeiras tarefas como Ministro de Estado —, juntamente com o
Governador Silval Barbosa e várias lideranças políticas e 108 Prefeitos.
Mato Grosso é um Estado com poucos Municípios — tem território imenso,
mas possui apenas 141 Municípios —, e lá estiveram presentes os Prefeitos de 108
Municípios para assinar o Plano Municipal de Saneamento Básico.
Todos nós sabemos que o problema de saneamento básico no Brasil é
bastante grave. O Governo do Estado de Mato Grosso, em parceria com o Governo
Federal e a Universidade Federal de Mato Grosso, vai trabalhar até o final deste ano
para elaborar o Plano Municipal de Saneamento Básico de 108 Municípios.
Portanto, a partir do próximo ano, todos os Municípios de Mato Grosso terão o
seu plano e, obviamente, terão a possibilidade de acessar recursos junto ao
Governo Federal para solucionar a questão do saneamento básico no Estado.
Sr. Presidente, na semana passada, na mesma sexta-feira, estive no
Município de Jauru. Lá foi realizada uma festa de lançamento do 8º Rally Turístico,
que dura 2 dias, passando por estradas bem ruins. O lançamento ocorreu na sexta-
feira, em parceria com o outro Município, Conquista d'Oeste.
A gente esteve na abertura do rali e depois eu estive visitando outros
Municípios, conversando com a liderança do meu partido, o Partido dos
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Trabalhadores, conversando com os Prefeitos e Vereadores daqueles Municípios:
Figueirópolis d'Oeste, Indiavaí, Araputanga e São José dos Quatro Marcos.
Então, Sr. Presidente, eu quero dizer que, nesses Municípios todos em que
estivemos, estávamos também discutindo e vendo a alegria dos Prefeitos com a
presença do Governo Federal nessa parceria para a elaboração do Plano Municipal
de Saneamento Básico, que é uma ação bastante significativa para todos os
Municípios, porque lida diretamente com a questão da saúde.
Nós sabemos que a questão do saneamento básico dialoga diretamente com
os problemas de saúde de cada Município. Se nós temos saneamento de boa
qualidade, com certeza temos a garantia de uma saúde preventiva de boa
qualidade.
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O SR. FÁBIO TRAD - Sr. Presidente, peço a palavra pela ordem.
O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira) - Tem V.Exa. a palavra.
O SR. FÁBIO TRAD (PMDB-MS. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr.
Presidente, Sras. e Srs. Deputados, conversando com este ilustre Parlamentar,
jurista de excelência, o Deputado Marcos Rogério, do PDT de Rondônia, ficamos
estarrecidos com o fato de que as policiais não têm o mesmo direito, quanto ao
tempo para aposentadoria, que têm todas as outras mulheres, de acordo com a
Constituição Federal.
Com uma perspectiva de lógica formal, eu pergunto ao Parlamento: “As
policiais são homens?” (Manifestação nas galerias.)
Não, elas são mulheres. Sendo mulheres — é claro, é óbvio, é lógico, é justo,
é equitativo —, têm direito a aposentadoria especial. Portanto, de acordo com a
vontade daqueles que querem cumprir a Constituição, elas têm esse direito. E não é
favor coisa nenhuma! (Palmas nas galerias.)
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O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira) - Concedo a palavra, pela ordem, ao
ilustre Deputado Onofre Santo Agostini, do PSD de Santa Catarina.
O SR. ONOFRE SANTO AGOSTINI (PSD-SC. Pela ordem. Sem revisão do
orador.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, estão aqui nossas queridas
policiais que, há vários dias, vêm insistindo para que projeto de seu interesse seja
votado.
Infelizmente, minhas caras policiais, hoje não vamos votá-lo, porque não
haverá quórum suficiente. Eu vou votar favoravelmente. O meu partido já chamou os
Deputados. Vamos votar “sim”. Como disse o ilustre Deputado Fábio Trad, vocês
têm toda a razão. Nós vamos votar favoravelmente porque vocês merecem. (Palmas
nas galerias.)
Infelizmente, hoje não vai haver quórum. Marcou-se sessão extraordinária
para hoje, mas, só com os Deputados aqui presentes, não vai ser atingido o quórum.
Todavia, como dizem alguns amigos, “esse Avaí faz coisa”. Pode acontecer de os
Deputados chegarem e nós votarmos ainda hoje o Projeto de Lei Complementar nº
275, de 2001.
Vocês têm toda a razão! Podem contar conosco! (Palmas nas galerias.)
Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, no dia 15 de abril, em Joaçaba, o
Grupo Aurora vai inaugurar mais um frigorífico, que terá capacidade para abater
1.500 suínos por dia. A partir de setembro, duplicará a produção. Já confirmaram
presença no evento 12 delegações de importantes países que consomem a carne
suína brasileira.
Nós viemos aqui fazer este registro e cumprimentar a direção do Grupo
Aurora em Santa Catarina, que vai inaugurar esse frigorífico, que emprega
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inicialmente, Deputado Jair Bolsonaro, 1.200 funcionários. Como eu disse, abaterá
1.500 suínos por dia. Trata-se de um frigorífico com extraordinária capacidade. Com
isso, ganha Santa Catarina e ganha o Brasil inteiro, porque a carne suína brasileira é
consumida lá fora.
Por estar livre da febre aftosa, a carne de Santa Catarina é reconhecida no
mundo inteiro. A carne suína de Santa Catarina é consumida em todo o mundo
porque é de primeiríssima qualidade e está livre da febre aftosa.
Parabéns a Santa Catarina! Parabéns ao Governador, que incentivou a
iniciativa! Parabéns a todos aqueles que trabalharam para que esse frigorífico do
Grupo Aurora se instalasse em Joaçaba, no Estado de Santa Catarina!
Obrigado, Sr. Presidente.
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O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira) - Concedo a palavra, pela ordem, ao
ilustre Deputado Chico Alencar, do PSOL do Rio de Janeiro. S.Exa. dispõe de 3
minutos na tribuna.
O SR. CHICO ALENCAR (PSOL-RJ. Pela ordem. Sem revisão do orador.) -
Sr. Presidente, Sras. e Srs. Parlamentares, trabalhadoras da Polícia, que merecem
dignidade, paridade e direitos, é importante seguir na linha para a qual nos alertou o
Deputado Onofre. Esse dito esforço concentrado, em que, desde segunda-feira,
votaríamos não só MPs, que lamentavelmente sempre travam a pauta, mas também
projetos de interesse da sociedade emanados do próprio Legislativo, foi um fiasco, já
acabou.
Nós temos agora, ao meio-dia — a cada hora é adiada um pouquinho —, a
reunião de Líderes, para constatar que não há mais possibilidade daquilo que é a
essência do Parlamento, que é o debate, o dissenso, a divergência e o voto nos
projetos A, B ou C. Isso não vai acontecer! Não podemos enganar a população.
Infelizmente o esforço concentrado foi dispersivo. Não conseguimos nos concentrar,
exceto na votação das medidas provisórias. É a nossa realidade.
Espero que a Semana Santa possa nos iluminar para que votemos matérias
importantes. Aqui estaremos. Queremos votar o Projeto de Lei Complementar nº
275, de 2001. O Governo tem que se manifestar com clareza sobre isso. (Palmas
nas galerias.)
Queremos votar outras matérias que estavam na pauta pactuada. É
impressionante, nós, no Colégio de Líderes, estabelecemos consensos, dizemos
que está tudo o.k., e, quando chegamos a este plenário, a situação se embaraça.
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A realidade do Plenário é totalmente distinta daquela da reunião de Líderes,
que, pelo visto, não lideram. Nós vivemos uma profunda crise de direção dentro do
próprio Parlamento.
Mas, Sr. Presidente, há fatos positivos. Ouvi hoje que o Deputado Eduardo
Cunha — pediria a confirmação dele —, num grande movimento de autocrítica,
reconheceu que a emenda que ele fez relativamente à Medida Provisória nº 627, de
2013, a qual facilita a vida dos planos de saúde, emenda que mereceu a posição
contrária de alguns poucos de nós aqui, isenta os planos de saúde e obviamente
não atende os interesses dos 50 milhões de segurados brasileiros, deve ser,
segundo ele próprio, o autor, vetada pela Presidente Dilma.
Acho mais prudente o próprio Senado já não a acolher. De qualquer forma,
ele fez uma emenda, e se arrependeu agora. Talvez a Semana Santa gere esse tipo
de consciência da misericórdia e da confissão do erro.
É alvissareiro também o que li hoje. O Senador Gim Argello, que sofre seis
investigações diferenciadas, é acusado de uma série de ilícitos, já tem condenação,
da época em que era Presidente da Câmara Legislativa do Distrito Federal,
pretendia ocupar uma função no Tribunal de Contas da União. É a típica cena do
vampiro tomando conta do banco de sangue. Ele desistiu desse pleito, evitando,
inclusive, o constrangimento de, em votação ainda secreta, termos de rejeitar o
nome dele.
Enfim, vamos, aos poucos, avançando, ainda que só no negativo. Espero que
o Parlamento reassuma a sua função proativa e afirmativa, no interesse da
sociedade brasileira.
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O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira) - Concedo a palavra ao ilustre
Deputado Jair Bolsonaro.
O SR. JAIR BOLSONARO (Bloco/PP-RJ. Sem revisão do orador.) - Sr.
Presidente, eu quero me dirigir às policiais femininas.
Vocês acabaram de aplaudir um Deputado que ocupou a tribuna, o Deputado
Chico Alencar, que ontem estava aqui brigando para aprovar o fim do auto de
resistência. Fez agora um discurso fácil em cima de vocês.
Com o fim do auto de resistência, que os policiais militares não conhecem
ainda, vocês, ao defenderem a sociedade, a sua própria vida ou a de terceiros e
vierem a ter que matar alguém, dificilmente vão responder em prisão preventiva. É
isso o que esse Deputado, aplaudido por vocês agora, queria ontem. Discurso fácil é
uma coisa, a realidade é outra.
Conseguimos adiar a votação e a urgência ontem. Daqui a algumas semanas,
talvez esse assunto volte à baila, mas os policiais militares do Brasil vão estar
cientes do que é esse projeto. Não é justo que vocês, ao terem que abater alguém,
respondam presos, por 2, 3 anos, até a decisão do Tribunal do Júri. Vocês querem a
redução do tempo de serviço. Legal! Mas a prisão, pelo lado de vocês, não é justa.
Obrigado, Sr. Presidente. (Palmas nas galerias.)
O SR. CHICO ALENCAR - Sr. Presidente, fui citado nominalmente. Assim
não vale. Não foi aparte, não foi dado como lido. Foi para citar nominalmente?
O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira) - Para uma breve intervenção,
concedo a palavra ao ilustre Deputado Gonzaga Patriota.
O SR. CHICO ALENCAR - Eu fui citado nominalmente, Sr. Presidente.
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O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira) - Não é possível. A Casa não
permite, nesse horário, que se faça pingue-pongue. Depois V.Exa. pede a palavra.
Mas não é possível isso, fora do microfone, sem autorização da Mesa. Como é que
pode?
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O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira) - Concedo a palavra ao ilustre
Deputado Gonzaga Patriota. S.Exa. tem a palavra.
O SR. GONZAGA PATRIOTA (PSB-PE. Pela ordem. Sem revisão do orador.)
- Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, quero cumprimentar as Policiais Federais,
Rodoviárias Federais e Civis do Distrito Federal.
Sr. Presidente, nós ontem conseguimos pautar mais uma vez o Projeto de Lei
Complementar nº 275, de 2001, e, para isso, convidamos as policiais do Brasil
inteiro, que ainda estão aqui, mas, lamentavelmente, não conseguimos votar,
mesmo tendo ficado aqui até tarde. Não dá mais para ficarmos fazendo aqui
registros, pautas, e não resolvermos nada, porque isso não é bom para o País.
Sabemos que se votou errado. Quando aprovamos aqui o problema do
“policial”, a culpa foi nossa, de não olhar que existem as mulheres policiais.
(Palmas.) Obviamente, em tudo, elas têm uma diminuição. A mulher policial, a
mulher trabalhadora, a mulher cidadã, a mulher brasileira, ela não é apenas a
professora na escola, ela é a professora em casa também.
Então, aqui eu quero fazer um apelo, e vamos nos reunir daqui a pouco para
que isso não ocorra mais e que possamos — eu não sei se na próxima semana ou
na outra — resolver de uma vez por todas as votações que estão pautadas, como a
da 275. Que resolvamos aqui o veto à criação de novos Municípios; que resolvamos
aqui também o problema de agentes comunitários de saúde. E aí não dá para
continuar dessa maneira.
Então eu usei esta tribuna, Presidente Inocêncio, para pedir desculpas às
mulheres policiais do Brasil (palmas), que estão organizadas. Estão aqui Polícia
Federal, Polícia Rodoviária Federal, Polícia Civil do Distrito Federal e muitas outras,
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milhares estão no Brasil inteiro trabalhando, olhando aqui o nosso trabalho e ao
mesmo tempo o nosso descuido de não resolver os problemas dessa proposta de
emenda à Constituição.
Vou logo mais à reunião de Líderes e quero deixar muito seguro, em nome do
meu partido, o PSB, que não dá mais para ficar pautando e não votando essas
propostas de emenda à Constituição, principalmente a das policiais. (Palmas.)
Obrigado.
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O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira) - De acordo com o art. 74, inciso VII,
por ter sido citado nominalmente, concedo a palavra ao ilustre Deputado Chico
Alencar, por 3 minutos.
O SR. CHICO ALENCAR (PSOL-RJ. Pela ordem. Sem revisão do orador.) -
Muito obrigado, Sr. Presidente. Eu estava aqui um pouco acima do meu tom normal,
até porque, como lembrou ontem o Deputado Miro Teixeira, o microfone foi
inventado para que não gritemos, mas aparte indevido e citação direta de
Parlamentar, sem que ele possa responder, também é algo inteiramente indevido.
Quero apenas dizer, reiterar que, como muitos Parlamentares — creio que a
maioria — suspeito de que o Governo é que esteja obstruindo para que não se vote.
Sou a favor do PLP 275 por uma questão de justiça (palmas), e dispenso até
os aplausos, porque há aqueles que têm cabeça de curral eleitoral — se são
policiais, não podem aplaudir um Parlamentar de esquerda, o que é uma visão
distorcida inclusive da evolução de diferentes categorias, do ponto de vista
democrático.
Por outro lado, a discussão que esta Casa tem que fazer em alto nível sobre
os autos de resistência tem que levar em conta uma realidade que muitos
Deputados conhecem no Rio de Janeiro e em todo o restante do Brasil. Muitas
vezes o auto de resistência é um instrumento para encobrir a ação de policiais
criminosos, porque eles existem. Existem policiais criminosos, como existem
também Parlamentares corruptos e criminosos com o dinheiro público, e é isso o
que se quer evitar.
No Rio de Janeiro, são sucessivos os autos de resistência forjados, e isso
levou à morte a Juíza Patrícia Acioli, aliás assassinada por policiais. É uma realidade
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que temos de enfrentar no plano da Justiça e no plano do arcabouço jurídico. Este é
o debate essencial que nós queremos fazer, e não impedir a matéria de vir à pauta.
É disso que se trata.
Muito obrigado, Sr. Presidente.
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O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira) - Para uma breve intervenção,
concedo a palavra ao ilustre Deputado Julio Lopes, por 1 minuto.
O SR. JULIO LOPES (Bloco/PP-RJ. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente,
uso a tribuna para saudar os colegas membros do Parlamento. Eu estou retornando
a esta Casa depois de 4 anos à frente da Secretaria de Transporte do Estado do Rio
de Janeiro, e espero que possamos aprofundar mais o debate sobre essa questão
tão importante sobre a mobilidade no Brasil.
Precisamos conquistar o apoio dos nossos colegas Parlamentares para
podermos ter uma maior participação da União no subsídio direto ao transporte do
trabalhador e nos mobilizarmos por uma melhor mobilidade pública. Necessitamos
de uma melhor compreensão deste tema tão complexo.
E aqui volto, com alegria, para debater com os meus pares este tema tão
importante para que possamos avançar.
Um abraço, Sr. Presidente.
Muito obrigado.
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O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira) - Para uma breve intervenção,
concedo a palavra ao Deputado Major Fábio. S.Exa. dispõe de 1 minuto na tribuna.
O SR. MAJOR FÁBIO (Bloco/PROS-PB. Sem revisão do orador.) - Sr.
Presidente, maus policiais não podem ser regra. É uma exceção, porque 99,999%
são bons policias. O Brasil ainda sobrevive porque nós temos, em sua grande
maioria, grandes policias. (Palmas nas galerias.)
É muito fácil chegar aqui, no ar condicionado, e fazer um discurso, quando as
mulheres policias do nosso Brasil, Deputado Bolsonaro, nem sequer têm um
fardamento adequado ao seu corpo como mulher. Ninguém está preocupado com
isso.
Ninguém está preocupado se o regulamento disciplinar dos policiais militares,
das policiais militares está adequado à Constituição de 1988. Ninguém está
preocupado. Ainda é adequado a 1940!
Ninguém está preocupado com o coronel que foi condenado na Paraíba.
Falhou o coronel, Deputado Bolsonaro. Ele falhou. Ele cometeu um crime. Ele
falhou. Ele precisa responder, mas ele foi condenado a 1.500 anos.
Imaginem se os Deputados corruptos fossem condenados a 1.500 anos. Todo
mundo estaria preocupado aqui. Mas o coronel foi condenado a 1.500 anos! É
ridículo, um auto de resistência.
Queremos aprovar uma lei contra os maus policiais. O policial precisa ter
segurança para ir para a rua! O bandido não saca arma para perguntar, para mandar
o policial levantar as mãos, não. Ele saca a arma para matar o policial!
CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 089.4.54.O Tipo: Delib erativa Extraordinária - CD Data: 10/04/2014 Montagem: 4176
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E quem tem que voltar para casa é o policial, Sr. Presidente! Não é o bandido
que tem que voltar para casa, não! É o policial que tem que voltar para casa.
Quando o bandido reage, o policial, infelizmente, tem que matar o bandido!
Muito obrigado.
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O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira) - Concedo a palavra, para uma
breve intervenção, ao ilustre Deputado Pedro Uczai. Em seguida falará o Deputado
Jorge Bittar.
O SR. JORGE BITTAR (PT-RJ. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, é
só uma breve intervenção. Eu apenas vou pedir a V.Exa., Presidente, que seja um
pouquinho mais rigoroso na observância da lista dos inscritos aqui para as breves
comunicações, porque eu entendo a importância do debate, mas também nós temos
que entender a situação daqueles que estão há muito tempo aqui aguardando para
poder se pronunciar. É o pedido que faço a V.Exa.
O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira) - Obrigado.
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O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira) - Com a palavra o ilustre Deputado
Pedro Uczai, do PT de Santa Catarina.
O SR. PEDRO UCZAI (PT-SC. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, o
bom e profissional policial não tem preocupação com auto de resistência. Só
aqueles que se misturam com a bandidagem e cometem crime com farda é que têm
que se preocupar com auto de resistência. Estranho que estejam querendo que
votemos um projeto quando se manifestam dessa forma.
Em segundo lugar, eu quero novamente agradecer à Presidenta Dilma, à
então Ministra Gleisi Hoffmann e a todo este Parlamento pela aprovação, ontem,
com redação final, do projeto que estabelece o novo prazo do Programa de Estímulo
à Reestruturação e ao Fortalecimento das Instituições de Ensino Superior (PROIES),
de forma a permitir a adesão de novas universidades e, com a adesão, que seja
pago o tributo 10% em moeda corrente e os 90% do passivo em bolsas de estudo
para os jovens brasileiros. Isso resolve em definitivo um problema histórico de Santa
Catarina, das nossas universidades, do Sistema ACAFE — Associação Catarinense
das Fundações Educacionais.
Obrigado, Sr. Presidente.
O SR. PRESIDENTE (Onofre Santo Agostini) - Parabéns pelo sucesso! Eu
também ajudei V.Exa., ajudei Santa Catarina.
Durante o discurso do Sr. Pedro Uczai, o Sr.
Inocêncio Oliveira, nos termos do § 2º do art. 18 do
Regimento Interno, deixa a cadeira da Presidência, que é
ocupada pelo Sr. Onofre Santo Agostini, nos termos do §
2º do art. 18 do Regimento Interno.
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O SR. PRESIDENTE (Onofre Santo Agostini) - Próximo orador — vamos
obedecer rigorosamente à ordem de inscrição, já que houve reclamação, com justiça
— Deputado Severino Ninho, que dispõe de 3 minutos.
Em seguida falarão os Deputados Paulão, Fábio Trad, Henrique Fontana e
Paulo Rubem Santiago.
Com a palavra o Deputado Severino Ninho.
O SR. SEVERINO NINHO (PSB-PE. Pela ordem. Sem revisão do orador.) -
Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, nós fomos convocados para um esforço
concentrado que começaria na segunda-feira e iria até a sexta-feira. Eu aqui estive
na segunda e só vou viajar hoje à noite, porque já sei que amanhã não há o que
fazer aqui, infelizmente.
Mas, Sr. Presidente, pelo menos uma coisa boa ocorreu nesta semana. O
Senador sem voto e sem povo, como dizia Alencar Furtado, Gim Argello, não vai
mais ser Ministro do Tribunal de Contas da União. Ele não aguentou a pressão,
graças a Deus, porque indicar um homem que tem seis inquéritos no Supremo para
fiscalizar os outros poderes é, como se diz popularmente, colocar uma raposa para
tomar conta do galinheiro. Houve uma coisa boa essa semana aqui em Brasília.
Concentrado, o esforço só ocorreu até votarmos as medidas provisórias.
Mas eu queria aproveitar para me colocar a favor do pleito das mulheres
policiais, porque foi um erro da Constituinte de 1988. Os Constituintes à época,
talvez por uma falha, talvez pela amplitude dos assuntos, não perceberam a
injustiça. É uma injustiça, porque, se o professor enfrenta estresse, imagine a mulher
policial! Então, contem com o PSB, com o nosso partido, para votar essa matéria.
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Mas eu queria aproveitar este tempo de 1 minuto e 20 segundos, Sr.
Presidente, para cobrar do DNIT que agilize a liberação da licitação do Arco
Metropolitano, porque senão a fábrica da FIAT, que está quase pronta lá em Goiana,
em Pernambuco, e que vai transportar por ano 200 mil veículos, não terá por onde
trafegar com suas carretas, com suas cegonhas. Enfim, vai faltar toda a logística
necessária para uma grande montadora de automóvel.
Eu queria também cobrar aqui da Agência Estadual de Meio Ambiente —
CPRH de Pernambuco que libere as obras da importante Estrada do Sossego, em
Itamaracá. Já tem dinheiro em caixa, o projeto está pronto, mas essa questão
ambiental, que eu respeito — eu sou muito ligado a isso —, não pode impedir as
obras de uma estrada que já existe. Ora, qual a diferença de ela ser hoje de terra
batida e passar a ser asfalto! Os veículos já passam por lá há anos e anos seguidos!
Então, Sr. Presidente, eram esses os apelos que eu gostaria de fazer, porque
o desenvolvimento da nossa região, do litoral norte de Pernambuco, depende muito
desse Arco Metropolitano.
Muito obrigado, Sr. Presidente.
O Sr. Onofre Santo Agostini, nos termos do § 2º do
art. 18 do Regimento Interno, deixa a cadeira da
Presidência, que é ocupada pela Sra. Benedita da Silva,
nos termos do § 2º do art. 18 do Regimento Interno.
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A SRA. PRESIDENTA (Benedita da Silva) - Com a palavra o Deputado Fábio
Trad, do PMDB de Mato Grosso do Sul. V.Exa. tem 3 minutos.
O SR. FÁBIO TRAD (PMDB-MS. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sra.
Presidenta Deputada Benedita da Silva, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, desde
2007 o Brasil já sabia que a Copa do Mundo iria se realizar em 2014. Passou 2008,
2009, 2010, 2011, 2012, 2013. Estamos em 2014, e as obras estão atrasadas. A
população pergunta: “Este atraso se deve a falta de planejamento, ou é, digamos,
proposital?” Estou vendo aqui no Twitter: “Olimpíadas. Diante das ameaças de
atraso, COI anuncia intervenção no Rio”.
Sra. Presidenta, na última terça-feira, confrontado com a vexatória realidade
de que também o Aeroporto de Confins, na Grande Belo Horizonte, não estará
pronto para a Copa do Mundo, o Presidente da INFRAERO, Gustavo do Vale,
proclamou, para constrangimento do Ministro Moreira Franco, da Aviação Civil, que
a saída será “tapear” as obras.
Flagrado em patético ato falho, que, como é sabido, costuma expor a nudez
da verdade dissimulada, Gustavo do Vale diria em nota que na verdade quis dizer
“etapear” as obras — e com isso acabava de inventar um remendo semântico para
nominar os tantos e vexatórios “puxadinhos” e tapumes que pretendem disfarçar ou
esconder de centenas de milhares de turistas estrangeiros a incompetência técnica
e a desídia gerencial do Brasil.
Desde 2007, o Governo brasileiro já dispunha de um “caderno de encargos”,
com a lista e o prazo de entrega das obras decisivas para receber a Copa de 2014.
Sete anos depois, e diante da vergonhosa barafunda de omissões, improvisos
e denúncias de superfaturamentos, constata-se que, no pior estilo do aluno relapso,
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o Brasil esqueceu o “caderno de deveres”, do qual agora risca dezenas de obras,
que de fundamentais passaram a “dispensáveis”, ou “supérfluas”, segundo uma
astuciosa categorização que tenta burlar a opinião pública e, em especial, o
contribuinte que paga a gastança.
Eu sou brasileiro, torço para que a Copa do Mundo dê certo em termos de
infraestrutura, mas não posso deixar de fazer algumas honestas críticas em relação
a estes atrasos, porque com eles também vêm denúncias de superfaturamento,
corrupção, peculato, concussão, uma série de crimes que precisam ser reprovados
por nós políticos que procuramos honrar o nosso mandato.
Eu quero que o Brasil seja hexacampeão, quero que o Brasil ganhe, que a
Copa seja exitosa, mas, diante de tudo isto, não há como não constatar um gol
contra, contra o Brasil.
PRONUNCIAMENTO ENCAMINHADO PELO ORADOR
Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, na última terça-feira, confrontado com
vexatória realidade de que, também o Aeroporto de Confins, na Grande Belo
Horizonte, não estará pronto para a Copa do Mundo, o Presidente da INFRAERO,
Gustavo do Vale, proclamou, para constrangimento do Ministro Moreira Franco, da
Aviação Civil, que a saída será “tapear” as obras.
Flagrado em patético ato falho, que, como é sabido, costuma expor a nudez
da verdade dissimulada, Gustavo do Vale diria em nota que na verdade quis dizer
“etapear” as obras — e com isso acabava de inventar um remendo semântico para
nominar os tantos e vexatórios “puxadinhos” e tapumes que pretendem disfarçar ou
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esconder de centenas de milhares de turistas estrangeiros a incompetência técnica
e a desídia gerencial do Brasil.
Em recente pronunciamento, citei o colega Deputado e ex-craque Romário,
para quem fora do campo o Brasil já perdeu a Copa. Um tiro indefensável, como nos
bons tempos do Baixinho Artilheiro.
Desde o longínquo ano de 2007, o Governo brasileiro já dispunha de um
Caderno de Encargos com a lista e o prazo de entrega das obras decisivas para
receber a Copa de 2014.
Sete anos depois, e diante da vergonhosa barafunda de omissões, improvisos
e denúncias de superfaturamentos, constata-se que, no pior estilo do aluno relapso,
o Brasil esqueceu o “caderno de deveres”, do qual agora risca dezenas de obras,
que de fundamentais passaram a “dispensáveis”, ou “supérfluas”, segundo uma
astuciosa categorização que tenta burlar a opinião pública e, em especial, o
contribuinte que paga a gastança.
Com os estádios prontos aos 45 minutos do segundo tempo, a custos
exorbitantes, em alguns casos dobrando o orçamento inicial, a intocável FIFA se dá
por satisfeita, pois estão prontos os palcos de onde extrairá lucro bilionário.
Já o cidadão brasileiro, este mesmo que paga a gigantesca conta, inclusive
dos estádios onde a falácia do Governo prometia não botar dinheiro público, este
cidadão vê agora que o tão decantado “legado da Copa” será, com algumas
ressalvas, o “legado do logro”, representado por um amontoado de obras
inacabadas, e aquelas que foram riscadas do tal Caderno.
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Porém, a conta a ser paga pela sociedade brasileira por esta “Copa de
insensatez e desperdício” vai muito além dos gastos perdulários inflados pela
corrupção.
Porta de entrada e de saída dos milhares de torcedores estrangeiros que, de
qualquer forma, virão para a Copa, os portos e aeroportos, vergonhosamente
degradados, com seus “puxadinhos” e tapumes para esconder a irresponsável
condescendência do Governo com empreiteiras, serão a péssima referência que
esses aficionados do futebol levarão do Brasil.
O reflexo disso para a indústria turística brasileira será trágico.
Para concluir, Sr. Presidente:
A Seleção Brasileira pode até sagrar-se hexacampeã do mundo. Aliás, tem o
dever de fazê-lo, segundo o técnico Felipão. Porém, repetindo Romário, fora do
campo o Brasil já perdeu a Copa, com um monumental gol contra, tramado por
jogadas escusas, incompetência e burocracia endêmica e insidiosa, que escancara
a defesa ao ataque da corrupção.
Muito obrigado.
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A SRA. PRESIDENTA (Benedita da Silva) - Concedo a palavra ao Deputado
Alfredo Sirkis. S.Exa. tem 3 minutos.
O SR. ALFREDO SIRKIS (PSB-RJ. Sem revisão do orador.) - Sra.
Presidente, em primeiro lugar, eu gostaria de dizer aos policiais que lamento
profundamente o que aconteceu aqui ontem e impediu a votação da lei que lhes
concede esse justo benefício. Mais dia, menos dia, a causa de vocês será vitoriosa.
Em segundo lugar, eu queria lamentar o nível do debate que está se abrindo
nesta Casa em torno do auto de resistência. Tenho ouvido discursos demagógicos
tanto da direita quanto da esquerda. De um lado, falam em genocídio dos negros e
pobres, como se houvesse genocídio no Brasil; de outro lado, dizem que quem se
preocupa com esse assunto quer basicamente favorecer os bandidos.
Nem tanto ao mar, nem tanto à terra. Nós estamos aqui diante de um
problema complexo, que precisa ser discutido com serenidade. Eu não tenho a
menor pena de bandido com armamento privativo das Forças Armadas que é
abatido em tiroteio pela Polícia e admiro os policiais que têm a coragem de enfrentá-
lo.
Em terceiro lugar, acho que é inadmissível que, uma vez rendido, o bandido
seja executado. Não há pena de morte no Brasil. Quando o bandido se rende, ele
tem que ser preso e submetido ao devido processo penal. Mas mais graves ainda
são situações de confusão, de incompetência policial, de precipitação, que resultam
em morte de inocentes que acabam sendo cobertas por autos de resistência: mortes
acidentais, e de repente aparece um revólver, um sacolé de cocaína, e aquilo vira
auto de resistência.
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Então nós temos que discutir serenamente esta questão, para chegar a uma
solução que garanta o policial na sua luta contra os bandidos, inclusive a capacidade
que ele tem de eventualmente resistir ou participar de uma operação em que seja
necessário matar o bandido. Ele não pode ser submetido, tendo agido com toda a
justiça, a situações motivadas por advogados, por esquemas jurídicos que esses
bandidos, com muita competência, muitas vezes movem. Ao mesmo tempo, temos
que impedir execução, temos que impedir a utilização dos autos de resistência como
forma de encobrir erros policiais crassos, como foi a morte de uma pobre mulher
numa favela carioca há menos de 1 mês.
Esta é uma discussão que tem que ser travada com serenidade. Nós temos
que parar de fazer demagogia aqui dentro, como a que nós assistimos por parte de
um Deputado de extrema-direita que costuma fazer esse tipo de pegadinha.
Eu acho que temos que chegar a uma situação que, por um lado, não
favoreça aos bandidos e, por outro lado, não favoreça alguns bandidos que existem
dentro das forças policiais e que têm de ser expurgados. Tem de haver equilíbrio,
serenidade, uma orientação que, ao mesmo tempo, garanta a segurança da
população, direitos civis e direitos humanos, e proteja o policial que quer
desempenhar o seu trabalho com dignidade.
A Sra. Benedita da Silva, nos termos do § 2º do art.
18 do Regimento Interno, deixa a cadeira da Presidência,
que é ocupada pelo Sr. Inocêncio Oliveira, nos termos do
§ 2º do art. 18 do Regimento Interno.
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O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira) - Concedo a palavra ao Deputado
Jorge Bittar, do PT do Rio de Janeiro. S.Exa. dispõe de 3 minutos na tribuna. Em
seguida terá a palavra o Deputado Jesus Rodrigues.
O SR. JORGE BITTAR (PT-RJ. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr.
Presidente, Sras. e Srs. Parlamentares, representantes da população que nos
acompanham, eu venho a esta tribuna hoje para fazer alguns comentários, que
inicialmente dirijo ao tema da PETROBRAS, já tão bem expresso aqui pela
Deputada Benedita da Silva e pelo Deputado Nilmário Miranda no sentido de
recolocar uma série de questões que é importante que a sociedade brasileira
conheça.
A PETROBRAS é uma empresa pujante. Nos 8 anos de Governo Lula e nos 3
anos de Governo da Presidenta Dilma, a PETROBRAS multiplicou por dez o seu
faturamento, elevou enormemente a sua lucratividade, incorporou tecnologia
brasileira, fomentou a indústria nacional, com a exigência de conteúdo brasileiro.
Efetivamente, é uma empresa que merece toda a nossa consideração.
As denúncias sobre a compra da Refinaria de Pasadena precisam ser
recolocadas. Aqui já foi explicado que os 42 milhões não são na verdade 42 milhões,
porque não se levam em consideração as dívidas que a empresa tinha quando o
grupo que a vendeu à PETROBRAS a comprou — teve que arcar com mais de 200
milhões de dólares. A empresa que comprou a refinaria por 42 milhões teve que
fazer investimentos de responsabilidade social para diminuir o teor de enxofre na
gasolina, além de tantas outras questões que já ficaram sobejamente demonstradas.
Se há problemas, eles têm que ser apurados — e estão sendo apurados
verdadeiramente — pela empresa e pelos órgãos de controle. Não vamos permitir
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que a PETROBRAS, a mais importante empresa brasileira, seja colocada no rol
comum das empresas de má qualidade, das empresas que não cumprem suas
obrigações em termos de desenvolvimento e melhoria da qualidade de vida do
nosso povo.
O segundo ponto que eu queria aqui citar diz respeito ao discurso do
Deputado Mendonça Filho, Líder do DEM. Ele se refere aos índices de inflação, que
estão mais elevados do que foram no passado, mas ainda dentro dos limites da
meta de inflação definida pelo Governo. É preciso que se identifiquem as causas
desta elevação momentânea da inflação. A principal delas é a elevação do preço
dos alimentos, causada pela maior crise de estiagem das últimas décadas, dos
últimos 50 ou 60 anos. Isso afeta a produção agrícola, sobretudo a produção dos
gêneros de primeira necessidade. Afeta, portanto, os preços dos produtos. Ou seja,
esta é uma crise sazonal, é uma crise momentânea de elevação de preços, e os
valores históricos deverão ser restabelecidos.
Sr. Presidente, registro que a economia brasileira segue numa trajetória
positiva. O último índice de desemprego publicado foi de apenas 5,1%, na verdade
um nível de pleno emprego na sociedade brasileira. A renda média do fator trabalho,
que é o que interessa, a renda dos salários, cresceu do ano passado para este ano
3,1% em valores reais. O crescimento industrial também está em níveis bastante
bons em nosso País, o que nos leva a entender que a economia segue uma
trajetória de crescimento compatível com a realidade da economia mundial, e além
disso ela cresce distribuindo renda, ao contrário do que ocorre nos Estados Unidos,
na Europa e em muitos outros países. Distribuir renda significa levar felicidade, levar
qualidade de vida para a população brasileira.
Nós nos orgulhamos muito do Governo da Presidente Dilma e da sua
condução da política econômica.
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O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira) - Concedo a palavra ao ilustre
Deputado Jesus Rodrigues, do PT do Piauí.
O SR. JESUS RODRIGUES (PT-PI. Pela ordem. Sem revisão do orador.) -
Obrigado, Sr. Presidente Inocêncio Oliveira.
Eu queria hoje fazer um breve comentário sobre os debates que têm ocorrido
nesta Casa a respeito da capitalização do Banco Nacional de Desenvolvimento
Econômico e Social. Foram feitas por vários Deputados da Oposição críticas à
situação do emprego no Brasil, sob a alegação de que este emprego era de baixos
salários e de que não há vantagens em manter um nível de emprego desta forma.
Eu queria retrucar essa colocação da Oposição. Na verdade, hoje, mesmo o
salário mínimo é mais de três vezes superior ao que pagava anteriormente o
Governo “demotucano”. Apenas em alguns momentos especiais, os governantes de
antes do Presidente Lula conseguiram pagar um salário mínimo de 100 dólares, e
hoje nós temos um salário de 330 dólares ou mais, e com elevada taxa de emprego.
Isso significa que nós temos melhorado a vida das pessoas: com uma renda melhor,
com melhores empregos e com empregos legalizados.
Mas os empregos poderiam ser ainda melhores, se os trabalhadores tivessem
recebido qualificação, se tivessem recebido educação adequada, preparação
técnica. Nós estamos conseguindo avançar no ensino técnico profissionalizante e no
ensino superior.
Para se ter uma ideia, em 2002 nós tínhamos 43 campi de universidades
federais. O Presidente Fernando Henrique Cardoso não conseguiu deixar nem 45,
que é o número do seu partido, deixou 43 porque não criou nenhuma universidade
federal. Nós hoje temos 230 universidades federais espalhadas pelo Brasil,
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principalmente no interior. Se acrescentarmos a esse número a quantidade de
institutos federais de educação tecnológica que estão sendo criados, podemos ter a
certeza de que teremos uma mão de obra muito mais bem qualificada. As pessoas
que ficaram no vazio da produção de profissionais técnicos capacitados durante a
gestão “demotucana” poderiam ter hoje melhores condições de emprego e de
salário. Essas pessoas foram sacrificadas por um Governo que não acreditou na
educação, embora comandado por um doutor de faculdade.
Este Governo, na sequência do Governo do Presidente Lula, o Governo da
Presidenta Dilma, quer com o fortalecimento da educação dar condições de que o
filho do pobre, o filho do pedreiro, da lavadeira, o filho da diarista possa fazer um
curso de Medicina numa das universidades federais instaladas Brasil afora.
Queremos deixar claro para a população que esta forma de governar sinaliza
que queremos um Brasil cada vez melhor. Nós temos um projeto de sociedade
melhor fundada na educação, no ensino técnico, através do PRONATEC, curso de
curta duração, no ensino profissionalizante, no ensino universitário. Isto significa
projetar uma sociedade em que a educação vai ser um dos pilares mais importantes,
diferentemente do que diz a Oposição desesperada, sem discurso, sem projeto de
sociedade, que quer criar uma CPI da PETROBRAS para montar palanque,
conchavada com a grande imprensa, que dá visibilidade totalmente desproporcional
ao assunto.
Quem tem projeto para um Brasil melhor, quem pode fazer mais pelo Brasil é
o Governo da Presidenta Dilma Rousseff, é este Governo e os partidos que o
compõem; não a Oposição que está aí ainda hoje a procurar um discurso.
Era isso, Sr. Presidente.
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O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira) - Concedo a palavra ao ilustre
Deputado Lincoln Portela, para uma Comunicação de Liderança, pelo Bloco
Parlamentar PR/PTdoB/PRP. S.Exa. dispõe de 6 minutos na tribuna.
O SR. LINCOLN PORTELA (Bloco/PR-MG. Como Líder. Sem revisão do
orador.) - Obrigado, Sr. Presidente. Espero não gastar todos esses minutos, pois já
está começando a reunião do Colégio de Líderes.
Nós tivemos, no dia 8, terça-feira, uma Comissão Geral sobre o Saúde+10,
capitaneada pela nossa Deputada Rose de Freitas, que está presente. Essa foi uma
Comissão de excelência. Pudemos discutir assuntos de alta relevância para a
sociedade brasileira, principalmente aquilo que concerne à saúde no Brasil.
Mas lamentamos profundamente que, por um equívoco, o Dr. José Carvalho
de Noronha, representante da FIOCRUZ, não tenha podido fazer uso da palavra.
Quando o procuramos, não o encontramos mais aqui. Já liguei para ele e deixei, em
nome da Casa, um pedido de desculpas.
Felicito o renomado médico Dr. José Carvalho de Noronha pelos bons
serviços prestados à saúde brasileira, reconhecendo os relevantes serviços
dispensados também pela FIOCRUZ — Fundação Oswaldo Cruz, que se diferencia
no campo da ciência e da tecnologia em saúde.
A FIOCRUZ tem definido ações estratégicas para a melhoria das condições
de vida e saúde da população, com ênfase na redução das desigualdades e
iniquidades, através do acesso aos serviços e às condições promotoras da saúde, o
que faz da Fundação um modelo de inovação e comprometimento. Parabenizo a
FIOCRUZ.
Sobre o currículo do Dr. José Carvalho de Noronha, tecerei breve comentário.
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O Dr. José Carvalho de Noronha possui graduação em Medicina pela
Universidade Federal do Rio de Janeiro (1970), mestrado em Medicina Social pela
Universidade do Estado do Rio de Janeiro (1978) e doutorado em Saúde Coletiva
pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (2001). Atualmente, é médico da
Fundação Oswaldo Cruz, onde coordena a iniciativa Prospecção Estratégica do
Sistema de Saúde Brasileiro nominada Brasil Saúde Amanhã. É membro do
Conselho Consultivo do Centro Brasileiro de Estudos de Saúde/CEBES e foi
Secretário de Saúde do Estado do Rio de Janeiro (1988-1990) e Secretário de
Atenção à Saúde do Ministério da Saúde (2007-2008). O Dr. Noronha tem vasta
experiência na área de Saúde Coletiva, com ênfase em Políticas, Planejamento e
Administração em Saúde.
Mas quero tratar aqui, especificamente, do trabalho publicado pelo Dr. José
Carvalho de Noronha intitulado A “crítica”, a História e o país que queremos:
comentários à margem do texto de Paim, publicado no Volume 29, nº 10, do
Caderno de Saúde Pública, em outubro de 2013, no Rio de Janeiro, que descreve,
com conhecimento de causa e com sutil sensatez, o desenvolvimento da saúde no
Brasil, fazendo uma análise histórica desde o Governo Vargas até a era Lula.
Segundo o Dr. Noronha:
“A persistência e agudeza da crítica deve ser
preservada para garantir os avanços sociais e políticos,
mas não conseguirá formar maiorias sólidas que
garantam solidez na democracia e avanços significativos
no cotidiano das vidas dos contingentes mais pobres das
populações.”
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E ainda:
“O estudioso Singer não nega a luta de classes,
mas a contextualiza no horizonte do real para fortalecer a
luta política e garantir avanços nas políticas
desenvolvimentistas e redistributivistas.”
“É preciso, como propôs Furtado, que ‘o principal
objetivo da ação social [deixe] de ser a reprodução dos
padrões de consumo das minorias abastadas para ser a
satisfação das necessidades fundamentais do conjunto da
população e a educação concebida como
desenvolvimento das potencialidades humanas nos
planos ético, estético e da ação solidária’.”
Assim, parabenizo o Dr. José Carvalho de Noronha pelo texto e pela análise
sensível e perspicaz do tema.
Fazendo coro com seu escrito, creio que a conquista de direitos sociais só se
concretizará efetivamente na luta diária, persistente e sistemática contra as barreiras
de acesso aos serviços de saúde universal.
Assim, entendo que a história que queremos se traduz na saúde que
almejamos para todos, sem distinção de características sociais, credo, cor, raça,
gênero ou qualquer outra diferença, que nos distancia muito mais do que nos
aproxima.
Era o que eu tinha a dizer.
Parabéns!
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O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira) - Concedo a palavra ao ilustre
Deputado Valmir Assunção, do PT da Bahia. S.Exa. dispõe de 3 minutos na tribuna.
O SR. VALMIR ASSUNÇÃO (PT-BA. Sem revisão do orador.) - Sr.
Presidente, Sras. e Srs. Deputados, eu quero trazer aqui alguns dados importantes
para esta disputa política que nós estamos vivendo neste momento.
A Federação dos Petroleiros mostrou que, em 2002, Deputada Benedita, a
PETROBRAS valia 30 bilhões, a sua receita era de 69 bilhões, o lucro líquido era de
8 bilhões e o investimento não passava de 18 bilhões. Esse era o retrato da
empresa em 2002. Em 2012, a PETROBRAS valia, no mercado, 260 bilhões, a
receita subiu para 281 bilhões, o lucro era de 21 bilhões e a capacidade de
investimento era de 84 bilhões.
Esta é a realidade da PETROBRAS, comparando o passado com hoje.
Hoje, muitas vezes, a Oposição quer tentar conduzir um discurso que tenta
colocar a PETROBRAS como uma empresa menor, como uma empresa que está
quebrada, como uma empresa que o Governo do PT destruiu. Mas, na realidade, no
passado ela queria privatizar a PETROBRAS. Não conseguiu fazer isso por causa
da luta do povo brasileiro. Hoje, a PETROBRAS cumpre um papel importante do
ponto de vista da sua responsabilidade social, da sua responsabilidade com um
projeto de país.
O que está acontecendo neste País? A Oposição não tem projeto político, não
tem como enfrentar uma disputa apresentando um projeto para a sociedade. Então,
é lógico, tem que ir justamente no varejo, na disputa menor.
Eu acho, é lógico, que a CPI que foi aprovada na CCJ do Senado tem que
investigar, tem que ampliar a investigação. Eu acho que é importante. Toda eleição
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é a mesma coisa. Então, se nós sabemos que o jogo é o mesmo, vamos enfrentar
esse jogo.
Por último, Sr. Presidente, quero dizer que achei que nós iríamos discutir
muitos assuntos no esforço concentrado, inclusive a PEC que trata das empregadas
domésticas. Acredito que nós teríamos que tê-la votado. Esse era um compromisso
nosso, como o feito em relação a tantos outros projetos. Infelizmente, acredito que
no esforço concentrado não será possível fazer isso, mas eu espero que a gente
possa aprovar aqui, o mais rápido possível, esse projeto complementar do Senado,
para igualar os direitos das empregadas domésticas aos direitos de todos os
trabalhadores. As empregadas domésticas têm que estar junto neste processo, Sr.
Presidente.
PRONUNCIAMENTO ENCAMINHADO PELO ORADOR
Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, os ataques da Oposição contra a
PETROBRAS, contra o ex-Presidente Sérgio Gabrielli, são motivados por interesses
mesquinhos, econômicos e eleitorais. Todo ano eleitoral a Oposição se utiliza da
mesma tática para tentar desgastar o Governo. Mas o que a Oposição quer, de
verdade, é atingir a PETROBRAS, muito mais do que o próprio Governo.
Gabrielli foi o Presidente que alçou a empresa a outro patamar na economia
internacional, que levou à descoberta do pré-sal. DEM e PSDB querem a empresa
para justificar um novo projeto de privatização do patrimônio público.
Mas, diante do nosso princípio da transparência, precisamos atuar com uma
CPI que investigue não só o caso da PETROBRAS, mas também os cartéis dos
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contratos do Metrô de São Paulo, as denúncias de irregularidades no Porto de
Suape, entre outros temas que se inserem na mesma denúncia.
No caso da PETROBRAS, é importante destacar todo o processo de compra
da refinaria em Pasadena, porque dados e números estão sendo utilizados de forma
errônea, justamente para confundir a população e atingir a empresa.
O processo de compra da refinaria de Pasadena da ASTRA, no Texas (EUA),
foi um negócio normal, com preços alinhados ao mercado. Sim, houve disputas
societárias que foram resolvidas na Justiça e, hoje, o ativo refina petróleo e
comercializa produtos para a PETROBRAS.
A compra se deu em uma conjuntura de estagnação no mercado interno de
combustíveis que vinha desde 1998. A produção pouco crescia e havia a expectativa
de aumento da participação do petróleo pesado na produção total. Esse petróleo
exigia a adequação de refinarias existentes. Nos EUA, desde 1995, no entanto, a
importação de petróleo pesado vinha aumentando e a rentabilidade das refinarias
estadunidenses também cresciam, principalmente com o aumento do preço dos
combustíveis. Dados mostram que, nos Estados Unidos, as margens das refinarias
de óleo pesado saltaram de 4,7% em 2000 para 14,4% em 2005; para as de óleo
leve, o salto foi de 0,6% para 4,3%, provocados pelo aumento de consumo.
Com a crise estadunidense, a partir de 2008, o valor das refinarias daquele
país sofreu uma queda considerável. A imprensa citou casos de queda de até 80%.
Foi nesse cenário que a PETROBRAS pagou para ter os primeiros 50% de
Pasadena. Foram US$ 190 milhões pela capacidade de refino de 50 mil barris/dia.
Isso equivale a US$ 3.800 por barril, menos da metade do valor de mercado. Os
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outros 50% foram adquiridos por US$ 296 milhões, devido à decisão de uma corte
arbitral.
Mas podia a Oposição perguntar o porquê da aquisição dessa refinaria.
Esquecem que a PETROBRAS atendia a alguns planos da própria empresa. O
primeiro se refere ao cumprimento do seu plano estratégico para o decênio 2000-
2010, elaborado ainda em 1999, durante o Governo tucano. Também é necessário
considerar que Pasadena está em uma posição estratégica no Golfo do México,
perto de gasodutos, oleodutos e do próprio mercado consumidor. Além disso,
tínhamos a possibilidade de produzir destilados médios e leves no mercado
americano, que estava em expansão, enquanto o mercado brasileiro estava
estagnado.
Outro aspecto que a Oposição omite para a população brasileira é em relação
ao valor total do negócio. É preciso explicar que os US$ 486 milhões da compra da
refinaria, obviamente, não incluem o valor dos estoques que estavam na refinaria e
da sua comercializadora, que foi de US$ 346 milhões.
O que a população precisa saber é que a compra não foi um mau negócio
para o Brasil, mas sim um investimento! Compramos a refinaria por US$ 486
milhões, e a sua comercializadora e estoques por US$ 340 milhões.
Além de precisarmos da refinaria, a conjuntura possibilitava uma compra
rentável. Ao longo destes anos, Pasadena teve um faturamento de US$ 16,1
bilhões, com sinais determinantes de aumento do faturamento.
Antes a PETROBRAS e a ASTRA TRANSCOR, empresa belga, formaram
uma joint venture com 50% das ações para cada lado. Hoje temos uma sociedade
desfeita simplesmente porque as empresas tinham interesses distintos: a
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PETROBRAS, como uma empresa integrada do setor de óleo e gás, queria
aumentar a capacidade de refino para o petróleo pesado que tirava da Bacia de
Campos, no Brasil. A empresa belga visava essencialmente lucrar com a atividade
de trading de derivados. O desentendimento que levou ao acionamento da cláusula
de opção de venda decorreu, principalmente, do não investimento por parte da
PETROBRAS para a transformação da refinaria em processadora de óleo pesado,
mas não mais de óleo leve, o que exigiria uma expansão; e da recusa da ASTRA em
ter gastos com segurança, meio ambiente e saúde.
Quanto aos processos judiciais e arbitrais decorrentes do fim da sociedade,
vamos aos fatos. Em 19 de junho de 2008, a empresa iniciou um processo arbitral
contra a ASTRA com o objetivo de retirá-la da participação da gestão da Pasadena
Refining System Inc (PRSI) e para a Trading Company LP (comercializadora), a
PRSI Trading, aportar recursos em tais sociedades.
Em 10 de abril 2009, o painel arbitral emitiu sua decisão final, reconhecendo a
validade do mecanismo contratual de opção de venda de ações (put option), mas
anulando e desconsiderando a carta de intenções, documento assinado pelo então
Diretor da área internacional da PETROBRAS, Nestor Cerveró, que tratava dos
valores que a PETROBRAS pagaria pela segunda metade da refinaria e que só se
tornou conhecido e rejeitado pelos demais Diretores da PETROBRAS e pelo seu
Conselho de Administração após a divergência entre os sócios. Além disso, a corte
arbitral e a Justiça estadunidense não reconheceram a chamada cláusula Marlim,
que garantiria retorno de 6,9% ao ano para a sócia belga, caso a PETROBRAS
tivesse levado adiante seu plano de transformar a refinaria de Pasadena em
processadora de óleo pesado, o que exigiria a compra de equipamentos mais caros.
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A Corte estadunidense fixou o valor dos 50% restantes da refinaria em US$
296 milhões, sem considerar cláusulas que podiam, em um cenário de crise
econômica como o de 2008, dar prejuízos à PETROBRAS. Somaram-se também os
custos das garantias bancárias, juros, honorários advocatícios, ou seja, mais US$
173 milhões.
O que aqui a Oposição demonstra é um desespero diante da falta de
argumentos e da falta de projetos para o Brasil. Isso faz com que procure outras
causas, ainda que desconexas, para justificar que o dinheiro público pague uma
investigação que requer viagens internacionais e coloca a PETROBRAS dentro de
um processo que pode enfraquecê-la diante do mercado internacional.
Por isso, cito a nota da Federação Única dos Petroleiros. Estamos lidando
com os mesmos PSDB e DEM, que, quando eram Governo, quebraram o monopólio
estatal da PETROBRAS, escancararam a terceirização, privatizaram alguns setores
e unidades da empresa, reduziram drasticamente os efetivos próprios, estagnaram
investimentos em exploração, produção e refino e ainda tentaram mudar o nome da
PETROBRAS para PETROBRAX. É a aliança que quer atacar uma gestão, como
bem disseram os petroleiros, que, desde 2003, iniciou o processo que fará da
PETROBRAS uma empresa verdadeiramente pública e voltada para os interesses
nacionais.
Dados da FUP — Federação Única dos Petroleiros mostram que, em 2002, a
PETROBRAS valia R$ 30 bilhões, sua receita era de R$ 69,2 bilhões, o lucro líquido
era de R$ 8,1 bilhões e os investimentos não passavam de R$ 18,9 bilhões. Em
2012, o valor de mercado da PETROBRAS passou a ser de R$ 260 bilhões, a
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receita subiu para R$ 281,3 bilhões, o lucro líquido foi para R$ 21,1 bilhão e os
investimentos foram multiplicados para R$ 84,1 bilhão.
No que se refere aos trabalhadores, antes de Lula, a empresa contava com
um efetivo de 46 mil trabalhadores próprios, produzia 1 bilhão e 500 mil barris de
petróleo por dia e tinha uma reserva provada de 11 bilhões de barris de óleo. Após o
Governo Lula, em 2012, a PETROBRAS quase que dobrou o seu efetivo para 85 mil
trabalhadores, passou a produzir 2 bilhões de barris de óleo por dia e aumentou a
reserva provada para 15,7 bilhões de barris de petróleo.
Obviamente que temos que cobrar transparência da PETROBRAS, como de
qualquer empresa pública e órgão público. Isso nunca será esvaziado pelo PT e por
aqueles que defendem o patrimônio brasileiro.
Sr. Presidente, gostaria que este pronunciamento fosse registrado nos meios
de comunicação da Casa e divulgado pelo programa A Voz do Brasil.
Muito obrigado.
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O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira) - Concedo a palavra à Deputada
Rose de Freitas, em permuta com a Deputada Professora Dorinha Seabra Rezende.
S.Exa. dispõe de 3 minutos na tribuna.
A SRA. ROSE DE FREITAS (PMDB-ES. Sem revisão da oradora.) - Sr.
Presidente, Sras. e Srs. Deputados, gostaria de dar um informe antes de adentrar no
assunto que me traz a esta tribuna: as obras do aeroporto do Espírito Santo.
Saí agora de uma reunião com o Ministro Carreiro, sempre diligente e atuante
como Ministro do Tribunal de Contas.
Sabe a população brasileira e muito de perto a população do Estado do
Espírito Santo que há 12 anos estamos brigando para ter um aeroporto decente em
nosso Estado. Vivemos tempos mais difíceis do que os de hoje: havia uma pista de
900 metros, Deputado Padre Luiz, em que corríamos risco de vida
permanentemente quando havia neblina e chuva torrencial. Nós sempre fomos
secundarizados nessa briga, quando não subestimados nas necessidades de
desenvolvimento do Estado do Espírito Santo.
A última notícia que trago para a população do meu Estado é exatamente
sobre isto: finalmente a INFRAERO concluiu aquilo que era seu dever concluir. Deu
respostas de maneira formal às demandas colocadas pelo Tribunal de Contas, até
por atendimento à própria LDO — Lei de Diretrizes Orçamentárias. As exigências
que o Tribunal fazia eram, até então, procrastinadas.
Hoje não é mais possível se falar em aeroporto no Espírito Santo. Quando se
fala, a população sequer acredita que a situação possa ser resolvida. Mas eu fiz
uma profissão de fé: todas as semanas estarei em reunião para acompanhar passo
a passo o que acontece no Aeroporto do Espírito Santo.
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Eu gostaria de dizer, Sr. Presidente, que lamentei muito o que aconteceu
nesta Casa ontem. Essa maneira de fingir que vai fazer o que não vai fazer deixa-
nos numa situação... Nós, Deputada Benedita, estamos aqui há tantos anos e pelo
olhar e pela condução do processo de votação já sabemos que não haverá votação.
Nós sabemos que um requerimento colocado sobre a mesa vai se transformar em
vários requerimentos. Quando se precede a urgência de uma matéria que sequer
está para ser votada, é sinal de que não haverá votação.
Incomoda-me, profundamente, ver as galerias lotadas de pessoas, como as
policiais militares, que estavam aqui tratando do assunto mais legítimo que têm: a
aposentadoria. Será que é preciso lembrar — não sei; talvez sim — que a vida da
mulher é diferente da vida do homem?
Diria que, no que se refere à carga de tarefa, de trabalho, é 100% diferente
mesmo. Há que se levar em consideração a reivindicação feita. Há uma diferença
constitucional do tempo de serviço prestado por um homem e por uma mulher nas
suas devidas profissões.
Nós temos aí o Deputado Inocêncio, que tem longa experiência nesta Casa.
Já tive oportunidade de recorrer a S.Exa., em muitas dificuldades, quando fui
Vice-Presidente desta Casa.
Eu queria muito ter feito esse apelo ontem. Gostaria de fazê-lo. Daqui para
frente, na próxima semana, que é considerada, infelizmente, uma semana morta —
da minha parte não será —, nós teremos que ter muito cuidado para não brincar
mais com os sentimentos das policiais, mulheres trabalhadoras que estão correndo
esta Casa, esperando que, finalmente, através de um voto, de um projeto que está
pautado, possamos resolver o problema de aposentadoria delas.
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O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira) - Com a palavra o Deputado
Gustavo Petta.
O SR. GUSTAVO PETTA (PCdoB-SP. Sem revisão do orador.) - Presidente,
só queria fazer um registro. Estamos recebendo a visita de diversos representantes
dos trabalhadores de transporte do País, que estão empenhados na construção de
um texto para aprimorar a legislação.
Estamos com o pedido de votação de urgência. Contamos com a
possibilidade de votar a lei dos motoristas. É uma lei muito importante. Esta Casa
está toda mobilizada. Vamos precisar da ajuda de V.Exa. e de todos os colegas para
que seja aprovado esse texto com o acordo que está sendo trabalhado por todos os
Deputados conjuntamente, respeitando os trabalhadores aqui presentes.
São diversas entidades de todo o País que estão aqui representando a
categoria e nos fazendo uma visita. Então, eu queria que V.Exa. fizesse este
registro, por favor.
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O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira) - Esta Presidência tem o prazer de
anunciar a presença, nas galerias, de estudantes de Direito da FKB, de Itapetininga,
em São Paulo, os quais saúda neste instante.
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O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira) - Concedo a palavra ao ilustre
Deputado Major Fábio. S.Exa. dispõe de 3 minutos na tribuna.
O SR. MAJOR FÁBIO (Bloco/PROS-PB. Pela ordem. Sem revisão do
orador.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, eu estou aqui como Deputado,
mas nós servimos à Polícia Militar do Estado da Paraíba durante quase 21 anos.
Nós conhecemos a dureza das ruas.
Neste momento, o policial fica preocupado com algumas tentativas de se
acabar com o auto de resistência, o policial fica preocupado com a tentativa de
legalizarem as drogas. É como se, no País, legalizando-se as drogas, um menino
chegasse para a mãe e dissesse: “Mãe, eu vou comprar 200 gramas de maconha ali
no mercadinho”. “Não, meu filho, você não vai comprar 200 gramas, porque ontem
você já comprou 200 gramas. Deixe para comprar depois de amanhã.” “Está certo,
mamãe, depois de amanhã eu vou comprar 200 gramas.” É como se as coisas
estivessem todas no seu devido lugar, mas nós estamos vivendo numa sociedade
que está em situação difícil.
Na Paraíba, Sr. Presidente, nesta semana, um professor estava dando aula,
dois assaltantes entraram e assaltaram o professor em plena sala de aula, durante a
aula. O número de agências bancárias implodidas na Paraíba e em todo o Brasil tem
batido recordes.
O Brasil vive uma guerra em que as drogas é um dos principais fatores que
levam as crianças, que levam os adolescentes a estarem armados. Hoje crianças e
adolescentes estão armados e estão no combate com os policiais.
Então, é muito fácil acreditar que o policial militar e o policial civil podem ir
para a rua e olhar para o bandido e dizer: “Mão na cabeça. Boa tarde, meu amigo!
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Você está querendo assaltar”. Não, não é assim. Vamos deixar de romantismo. Os
bandidos estão superarmados.
O que tem acontecido? Os bandidos têm invadido cidades, Sr. Presidente,
Sras. e Srs. Deputados. Eles chegam superarmados e os policias, muitas vezes, têm
que se esconder para não perderem a vida.
Então, temos que ter muito cuidado, porque uma coisa é estar aqui no
conforto, com ar-condicionado, e outra é estar nas ruas, como o policial militar, como
o policial civil, como o agente da Segurança Pública do nosso País.
Muito obrigado, Sr. Presidente.
O Sr. Inocêncio Oliveira, nos termos do § 2º do art.
18 do Regimento Interno, deixa a cadeira da Presidência,
que é ocupada pelo Sr. Henrique Eduardo Alves,
Presidente.
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O SR. PRESIDENTE (Henrique Eduardo Alves) - Com a palavra o Deputado
Mendonça Filho.
O SR. MENDONÇA FILHO (DEM-PE. Sem revisão do orador.) - Sr.
Presidente, peço a V.Exa. que inicie imediatamente a Ordem do Dia, já que há
número regimental.
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O SR. PRESIDENTE (Henrique Eduardo Alves) - Tem a palavra o Sr.
Deputado Paulão.
O SR. PAULÃO (PT-AL. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, agradeço.
Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, ontem participei, com muita
satisfação, da solenidade em comemoração aos 50 anos do Conselho Federal de
Odontologia. Fui um dos agraciados com a Comenda de Honra ao Mérito
Odontológico, criada pelo CFO, por meio da Resolução nº 196, de 1995, com a
finalidade de destacar anualmente cirurgiões-dentistas e autoridades pelos serviços
prestados à odontologia brasileira. Queria que fosse dado destaque porque foi uma
solenidade importante de um segmento que presta um grande serviço à saúde do
Brasil.
Por último, Sr. Presidente, ontem, nós integrantes da Comissão de Minas e
Energia tivemos oportunidade de fazer um grande debate sobre a PETROBRAS.
Para demonstrar a capacidade do Governo, do Partido dos Trabalhadores,
aprovamos um requerimento que convida o ex-Diretor da Área Internacional da
PETROBRAS, o Sr. Nestor Cerveró, porque a Oposição fica fazendo um discurso,
um processo udenista, de uma cantilena, tratando a PETROBRAS e principalmente
essa discussão em relação à compra da Refinaria de Pasadena como se tivesse a
marca da corrupção.
Foi de fundamental importância a presença do ex-Presidente Gabrielli, que
teve um papel destacado na bancada do Partido dos Trabalhadores, mostrando, pari
passu, o processo da compra, naquela conjuntura. Um detalhe importante, Sr.
Presidente, o Conselho de Administração — pelo qual tentam rotular a Presidenta
como responsável —, que aprovou a compra por unanimidade, tem um dos grandes
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empresários desse setor, que é respeitado, Dr. Gerdau, que aprovou essa compra.
Será que a competência dele está em jogo?
Outro destaque fundamental que a imprensa não publica: o Presidente do
Grupo Abril é integrante, Sr. Presidente, para concluir, do Conselho de
Administração da PETROBRAS. A grande imprensa não dá destaque a isso. Ele,
que é responsável pela revista Veja, é integrante do Conselho de Administração da
PETROBRAS e aprovou o processo de operação.
Lamento o desserviço que a Oposição está causando ao Brasil, fazendo
rebaixar nota, fazendo com que a empresa se inviabilize. É lamentável a postura da
Oposição em relação ao Congresso e ao prestar um desserviço ao Brasil.
Muito obrigado, Sr. Presidente.
PRONUNCIAMENTO ENCAMINHADO PELO ORADOR
Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, ontem à noite participei, com muita
satisfação, da solenidade em comemoração aos 50 anos do Conselho Federal de
Odontologia (CFO). Fui um dos agraciados com a Comenda de Honra ao Mérito
Odontológico, criada pelo CFO, por meio da Resolução nº 196, de 1995, com a
finalidade de destacar, anualmente, cirurgiões-dentistas e autoridades pelos serviços
prestados à odontologia brasileira.
O CFO trabalha junto aos Conselhos Regionais com os profissionais e a
sociedade, tendo como meta conhecer as necessidades do público e buscar
soluções específicas para a área. Segundo o Presidente da entidade, Ailton Diogo
Morilhas Rodrigues, as conquistas do cinquentenário estão relacionadas à
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importância de ações preventivas e sociais, visando ao bem-estar e à qualidade na
saúde bucal dos cidadãos.
Agradeço a todos os que fazem o Conselho Federal de Odontologia na figura
de seu Conselheiro Paulo Sérgio Moreira Soares, que presta relevantes serviços ao
País na sua área de atuação. Parabenizo todos os profissionais de odontologia
empenhados em sua missão e registro aqui também minhas felicitações pelo jubileu
do CFO.
Muito obrigado.
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O SR. PRESIDENTE (Henrique Eduardo Alves) - Com a palavra, pela ordem,
o Deputado Mendonça Filho.
O SR. MENDONÇA FILHO (DEM-PE. Pela ordem. Sem revisão do orador.) -
Sr. Presidente, uma proposta para a pauta de hoje.
Ao que parece, o Líder do PSOL, Deputado Chico Alencar, representante
nesta sessão, está argumentando contra a urgência da proposta que trata dos
caminhoneiros.
Eu quero propor a V.Exa., para não impedirmos o avanço da pauta, que
deixemos para a próxima terça-feira a votação da urgência dessa matéria.
O SR. PRESIDENTE (Henrique Eduardo Alves) - Isso. O.k.
O SR. MENDONÇA FILHO - V.Exa. não estará no plenário, mas terá o
Vice-Presidente cumprindo a missão.
O SR. PRESIDENTE (Henrique Eduardo Alves) - Lógico, lógico.
O SR. MENDONÇA FILHO - Se o Deputado Moreira concordar, seguimos a
pauta e terça-feira aprovamos a urgência do Projeto dos Caminhoneiros.
O SR. PRESIDENTE (Henrique Eduardo Alves) - Vamos aguardar. O.k.
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O SR. PRESIDENTE (Henrique Eduardo Alves) - Com a palavra o Deputado
Moreira Mendes.
O SR. MOREIRA MENDES (PSD-RO. Sem revisão do orador.) - Sr.
Presidente, nós ouvimos o Líder Chico Alencar. Realmente S.Exa. não tem como
hoje, nesta sessão, concordar com a urgência, mas vai discutir com o partido e acha
muito provável que, na terça-feira, consigamos votar a urgência.
O SR. PRESIDENTE (Henrique Eduardo Alves) - Está ótimo. O.k.
O SR. MOREIRA MENDES - Então, para não prejudicar todo o resto da
pauta, se houver possibilidade regimental de tirar a urgência do projeto chamado de
Lei dos Caminhoneiros...
O SR. PRESIDENTE (Henrique Eduardo Alves) - Já retiramos.
O SR. MOREIRA MENDES - ...nós vamos votar todo o resto.
O SR. PRESIDENTE (Henrique Eduardo Alves) - Agradeço a compreensão a
V.Exa.
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O SR. PRESIDENTE (Henrique Eduardo Alves) - Concedo a palavra ao
Deputado Chico Alencar.
O SR. CHICO ALENCAR (PSOL-RJ. Pela ordem. Sem revisão do orador.) -
Sr. Presidente, quero apenas esclarecer que o meu ânimo, obviamente, não é de
obstrução, nunca foi, é de racionalidade política. Eu sou Vice-Líder. O Deputado
Ivan Valente não pôde comparecer à reunião de Líderes. Eu estava numa
solenidade muito expressiva, no Hall da Taquigrafia, sobre os Deputados cassados
em 10 de abril de 1964, sob a coordenação da Deputada Luiza Erundina.
Quanto a esse projeto, que, na nossa leitura, não é apenas dos
caminhoneiros, pois afeta também os motoristas profissionais, rodoviários,
intermunicipais, interestaduais, ele amplia a jornada de trabalho e, na nossa visão,
suprime direitos. Isso merece um exame mais detido. A nossa assessoria já tem 11
páginas de estudos sobre a matéria. Portanto, nem a urgência é possível para nós
agora.
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O SR. PRESIDENTE (Henrique Eduardo Alves) - Com a palavra o Deputado
Evandro Milhomen.
O SR. EVANDRO MILHOMEN (PCdoB-AP. Pela ordem. Sem revisão do
orador.) - Sr. Presidente, quero só certificar que o PCdoB também tem
posicionamento contrário à urgência. Embora não fôssemos, também, obstruir,
entendemos que este é o melhor momento para a retirada, com bom senso, haja
vista que a Deputada Jô Moraes tem se debruçado sobre esse tema.
Alguns pontos, como o aumento da jornada de trabalho, têm interferido muito
para que o PCdoB não acompanhe a votação desse projeto, Sr. Presidente.
Muito obrigado.
O SR. PRESIDENTE (Henrique Eduardo Alves) - Obrigado, Deputado.
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O SR. PRESIDENTE (Henrique Eduardo Alves) - Com a palavra,
rapidamente, o Deputado Francisco Floriano.
O SR. FRANCISCO FLORIANO (Bloco/PR-RJ. Pronuncia o seguinte
discurso.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, o Brasil vive algumas tragédias
silenciosas. Uma delas está relacionada diretamente com algo que deveria salvar
vidas, a doação de órgãos. Pela falta de controle, corrupção, sistema ineficaz, além
da natureza maldosa do ser humano, muitas famílias têm a vida destruída pela
simples ganância do ser humano.
Essa semana, os médicos Celso Roberto Frasson Scafi e Cláudio Rogério
Carneiro Fernandes, condenados pela Justiça por envolvimento em tráfico de órgãos
e tecidos humanos, foram soltos da prisão. Estou falando do caso Paulinho. Eles
retiraram os órgãos do garoto enquanto ele ainda estava vivo. Eles tinham todo o
conhecimento da ilegalidade que estava sendo praticada e continuaram fazendo o
que fizeram.
Como assim um habeas corpus? Hoje estamos falando também sobre tráfico
internacional de órgãos. Fico sem entender essa decisão.
O Brasil é citado em várias publicações internacionais como fonte fácil para
obtenção de órgãos. Há um hospital em São Paulo onde se pode encontrar pessoas
com problemas renais e com certo poder econômico, vindas de países vizinhos
como Paraguai, Argentina, Peru e Colômbia, aguardando órgão para transplante. O
único lugar onde não se pode falar que o Brasil tem tráfico de órgãos é dentro do
próprio Brasil. Mas eu vou falar.
Espero, como cidadão brasileiro que sou e Deputado Federal que estou, que
o Brasil viva, em seu ordenamento jurídico, o Protocolo de Palermo e a Declaração
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de Istambul, a fim de impedir que os órgãos humanos sejam considerados mais uma
“mercadoria na prateleira do comércio global”, que as leis sejam aplicadas, as
doações fiscalizadas com severidade e que esse comércio doente seja freado.
Meus sentimentos à família de Paulinho Pavesi, neste momento de repúdio, e
a todas as famílias que viveram esse tipo de violência em nosso País.
Neste momento chamo toda a atenção dos órgãos da OMS, dos Conselhos
Federais e outros órgãos da Federação, Estados e Municípios, ligados à saúde.
Que Deus abençoe V.Exa., sua família e todo o povo brasileiro.
Muito obrigado, Sr. Presidente.
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O SR. PRESIDENTE (Henrique Eduardo Alves) - Deputado Afonso Florence,
com a palavra V.Exa.
O SR. AFONSO FLORENCE (PT-BA. Sem revisão do orador.) - Obrigado, Sr.
Presidente.
Muito rapidamente, quero registrar como lido discurso sobre a passagem da
data de emancipação do Município de Dário Meira e saudar todo o povo que está
comemorando esta data, bem como o Prefeito João Caetano e o Vice-Prefeito
Márcio Gabera.
Registro que o MDA reconheceu, por pleito de muitos, mas certamente por
pleito nosso — temos conhecimento disso —, que Dário Meira pode ser incluso no
PAC 2, para receber máquinas para estradas vicinais. É uma grande conquista do
povo de Dário Meira.
Muito obrigado, Sr. Presidente.
Quero solicitar a publicação deste pronunciamento nos Anais da Casa e a sua
divulgação no programa A Voz do Brasil.
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V - ORDEM DO DIA
PRESENTES OS SEGUINTES SRS. DEPUTADOS:
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O SR. PRESIDENTE (Henrique Eduardo Alves) - A lista de presença registra
o comparecimento de 359 Sras. Deputadas e Srs. Deputados.
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O SR. PRESIDENTE (Henrique Eduardo Alves) - Passa-se à apreciação da
matéria sobre a mesa e da constante da Ordem do Dia.
Item XI.
Requerimento para prorrogar o prazo de funcionamento da CPI de Exploração
Sexual de Crianças e Adolescentes, que venceria na próxima terça-feira. Para uma
segurança maior, a Deputada Kokay, Presidenta, pede prorrogação por 60 dias.
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O SR. PRESIDENTE (Henrique Eduardo Alves) - Os Parlamentares que
aprovam permaneçam como se encontram. (Pausa.)
APROVADO.
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O SR. PRESIDENTE (Henrique Eduardo Alves) - Item IX.
Requerimento de urgência para um projeto que atende às mulheres, da
bancada feminina desta Casa. São vários projetos. Concordaram e o Governo está
também de acordo.
Apenas este, hoje, é a urgência para apreciação do PL 6.295, de 2013, que
“dispõe sobre as condições para a promoção, proteção e recuperação da saúde, a
organização e o funcionamento dos serviços correspondentes e dá outras
providências”, para inserir, entre os princípios e diretrizes do Sistema Único de
Saúde — SUS o princípio da organização de serviços públicos específicos e
especializados para atendimento de mulheres e vítimas de violência doméstica em
geral.
Urgência.
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O SR. PRESIDENTE (Henrique Eduardo Alves) - Aqueles Parlamentares que
o aprovam permaneçam como se encontram. (Pausa.)
APROVADO.
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O SR. PRESIDENTE (Henrique Eduardo Alves) - Agora o Projeto de Lei nº
2.453, de 2007, também acordado com os Srs. Líderes, projeto que estabelece
novas regras para a investigação de acidentes aéreos. Já tramitando nesta Casa
desde 2007. Portanto, já está mais do que na hora de ser aprovado.
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O SR. PRESIDENTE (Henrique Eduardo Alves) - Item 1.
PROJETO DE LEI Nº 2.453-F, DE 2007
(DA CPI - CRISE DO SISTEMA DE TRÁFEGO AÉREO)
Discussão, em turno único, do Substitutivo do
Senado ao Projeto de Lei nº 2.453-B, de 2007, que dispõe
sobre a proteção às investigações do Sistema de
Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos —
SIPAER, o acesso aos destroços de aeronave; revoga
dispositivos da Lei n° 7.565, de 19 de dezembro de 1986
— Código Brasileiro de Aeronáutica e dá outras
providências; tendo parecer: da Comissão de Relações
Exteriores e Defesa Nacional, pela aprovação (Relator:
Deputado Nelson Marquezelli); da Comissão de Viação e
Transportes, pela aprovação (Relator: Deputado Jose
Stédile); e da Comissão de Constituição e Justiça e de
Cidadania, pela constitucionalidade, juridicidade e técnica
legislativa (Relator: Deputado Vicente Candido e Relator
substituto: Deputado Dr. Grilo). (Novas regras para a
investigação de acidentes aéreos).
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O SR. PRESIDENTE (Henrique Eduardo Alves) - Encerrada a discussão.
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185
O SR. PRESIDENTE (Henrique Eduardo Alves) - Em votação o substitutivo
do Senado Federal ao Projeto de Lei nº 2.453.
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186
O SR. PRESIDENTE (Henrique Eduardo Alves) - Os que forem pela
aprovação permaneçam como se acham.
APROVADO.
Vai à sanção matéria aprovada nesta Casa.
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O SR. PRESIDENTE (Henrique Eduardo Alves) - Há sobre a mesa e vou
submeter a votos a seguinte
REDAÇÃO FINAL:
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188
O SR. PRESIDENTE (Henrique Eduardo Alves) - Os Srs. Deputados que a
aprovam permaneçam como se encontram. (Pausa.)
APROVADA.
A matéria vai à sanção.
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189
O SR. PRESIDENTE (Henrique Eduardo Alves) - Item 4.
PROJETO DE LEI N.º 2.020-C, DE 2007
(DA SRA. ELCIONE BARBALHO)
Discussão, em turno único, do Projeto de Lei nº
2.020-C, de 2007, que dispõe sobre normas gerais de
segurança em casas de espetáculos e similares; tendo
pareceres: da Comissão de Segurança Pública e
Combate ao Crime Organizado, pela aprovação, com
emendas (Relator: Deputado Lincoln Portela); da
Comissão de Desenvolvimento Urbano, pela aprovação,
com substitutivo (Relator: Deputado Mário Heringer); e da
Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania, pela
constitucionalidade, juridicidade e técnica legislativa
deste, das emendas da Comissão de Segurança Pública
e Combate ao Crime Organizado, do Substitutivo da
Comissão de Desenvolvimento Urbano e da emenda
apresentada na Comissão de Constituição e Justiça e de
Cidadania (Relator: Deputado Arthur Oliveira Maia, e
Relator substituto: Deputado Fábio Trad).
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O SR. PRESIDENTE (Henrique Eduardo Alves) - Declaro encerrada a
discussão.
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O SR. PRESIDENTE (Henrique Eduardo Alves) - A matéria e o projeto foram
emendados.
Para oferecer parecer às emendas de Plenário, pela Comissão de Segurança
Pública e Combate ao Crime Organizado, concedo a palavra ao Deputado Lincoln
Portela.
Regras sobre casas de espetáculo.
Pela Comissão de Segurança, Deputado.
O SR. LINCOLN PORTELA (Bloco/PR-MG. Pela ordem. Sem revisão do
orador.) - Sr. Presidente, Deputado Henrique Eduardo Alves, acabamos de
conversar aqui sobre duas emendas para ver a possibilidade de já incluí-las no texto
onde couber.
Se V.Exa. nos der 2 minutos, complementaremos.
O SR. PRESIDENTE (Henrique Eduardo Alves) - Lógico, lógico.
O SR. LINCOLN PORTELA - Obrigado, Presidente.
A SRA. BENEDITA DA SILVA (PT-RJ. Pela ordem. Sem revisão da oradora.)
- Sr. Presidente, enquanto nós estamos aguardando os entendimentos, eu gostaria
de fazer um registro — já me pronunciei esta manhã — sobre a regulamentação do
trabalho doméstico.
Eu queria agradecer muito às Lideranças a compreensão e ao Presidente,
principalmente, que tem acompanhado e se comprometido conosco que a votação
da regulamentação das trabalhadoras domésticas fique para depois da Páscoa. Nós
agradecemos muitíssimo e já pedimos que essa votação seja feita, e que no dia 27
de abril, Dia Nacional das Trabalhadoras Domésticas, já tenhamos o resultado desta
Casa com uma votação altamente positiva.
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Também quero pedir aos que ainda têm emendas ao projeto que nos
procurem para que possamos fazer os ajustes.
Muito obrigada.
O SR. PRESIDENTE (Henrique Eduardo Alves) - É melhor chegar logo a esse
entendimento. Daqui a pouco vira desentendimento.
A SRA. ROSE DE FREITAS (PMDB-ES. Pela ordem. Sem revisão da
oradora.) - Sr. Presidente, enquanto eles promovem a discussão de entendimento,
eu queria parabenizar V.Exa. e agradecer. Esta Casa tem uma pauta positiva a favor
do Brasil e, sobretudo, um olhar mais atento na sua gestão sobre a questão das
mulheres.
Sabemos de todo o processo das discussões no Legislativo e fora dele para
alcançar os níveis razoáveis de atendimento à saúde da mulher e, sobretudo, ao
combate à violência.
Quem fala aqui é uma representante do Espírito Santo, o Estado onde mais
se agride a mulher, mais chacina a mulher no País. Nós temos índices que não
gostaríamos de registrar.
Agradeço a V.Exa. por colocar na pauta. Peço a V.Exa., sempre que tiver a
oportunidade, que chame as mulheres e insira mais matérias, para que a gente
possa avançar, o que nós começamos a fazer na Carta constitucional da qual V.Exa.
participou.
Obrigada.
O SR. PRESIDENTE (Henrique Eduardo Alves) - Obrigada, Deputada Rose.
O SR. PAULO PIMENTA - Sr. Presidente, V.Exa. me permite?
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O SR. PRESIDENTE (Henrique Eduardo Alves) - Pois não, Deputado Paulo
Pimenta.
O SR. PAULO PIMENTA (PT-RS. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr.
Presidente, eu quero registrar aqui a importância desse acordo do Colégio de
Líderes e da Mesa e da inciativa de V.Exa. que vai proporcionar a votação do
Projeto de Lei nº 2.020 nesta data. O projeto é de autoria da Deputada Elcione
Barbalho. Uma comissão de Parlamentares de todos os partidos trabalhou durante
meses. O Relator é o Deputado Lincoln Portela, no plenário. Construímos um
entendimento com todas as bancadas.
A aprovação desse projeto, Sr. Presidente, tem uma importância muito grande
não só para Santa Maria, para o Rio Grande do Sul, mas também para o Brasil.
Eu posso assegurar a V.Exa. que hoje no mundo inteiro existe uma
expectativa do que mudou na legislação brasileira, após a tragédia ocorrida na
Boate Kiss. A aprovação desse projeto é uma resposta. Com certeza, não resolve
todos os problemas, mas é o início de uma mudança, no meu ponto de vista, quase
que cultural.
Portanto, eu quero aqui fazer esse registro e um agradecimento a todos que
trabalharam e se envolveram na construção desse texto que irá à votação logo mais.
Muito obrigado, Presidente. No nome de V.Exa. eu agradeço a todos.
O SR. PRESIDENTE (Henrique Eduardo Alves) - Nós temos, Deputado, é que
pedir desculpas ao Brasil por termos demorado tanto tempo para aprovar esse
projeto, depois da tragédia de Santa Maria. Hoje vamos, afinal, cumprir o nosso
dever.
Chegaram a um entendimento, antes que vire desentendimento geral?
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O SR. ANTONIO BRITO - Sr. Presidente.
O SR. PRESIDENTE (Henrique Eduardo Alves) - Pois não, Deputado Antonio
Brito.
O SR. ANTONIO BRITO (PTB-BA. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr.
Presidente, eu gostaria de parabenizar V.Exa. por este esforço concentrado, que
pôde trazer matérias propositivas importantes para esta Casa.
Fruto, Sr. Presidente, do acordo firmado nesta Casa, a Medida Provisória nº
628, sobre as Santas Casas de Misericórdia — já foi regulamentado, no Diário
Oficial de ontem, o PROSUS. Muitas Santas Casas puderam, portanto, fazer
adesão, inclusive no Estado de V.Exa., o Rio Grande do Norte. O Hospital de
Câncer e várias entidades com dívidas puderam, portanto, regularizar-se.
Esse é um acordo importante que esta Casa produz e, com efeito prático,
resolve o problema de muitos hospitais e a saúde do Brasil.
Parabéns, Sr. Presidente. Parabéns a esta Casa.
O SR. PRESIDENTE (Henrique Eduardo Alves) - Parabéns, Deputado, pela
sua luta.
Depois de muitos meses, afinal, estamos com a pauta destrancada, para
agora votarmos matérias de interesse da sociedade.
O SR. MOREIRA MENDES - Presidente.
O SR. PRESIDENTE (Henrique Eduardo Alves) - Pois não.
Com a palavra o Deputado Moreira Mendes.
O SR. MOREIRA MENDES (PSD-RO. Pela ordem. Sem revisão do orador.) -
Sr. Presidente, eu quero fazer um registro aqui absolutamente justo pela forma como
V.Exa. tem conduzido os trabalhos desta Casa. Que luta! Olha, o que aconteceu
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ontem à noite aqui foi muito triste para todos nós, mas V.Exa. conseguiu conduzir a
coisa com grandeza. E vamos encerrar esta semana de esforço concentrado com
um saldo muito positivo. Eu quero destacar o que V.Exa. acabou de dizer: o
destrancamento da pauta. Já é um grande avanço.
Parabéns, portanto, Presidente, pela firmeza na condução dos trabalhos e no
seu compromisso com esta Casa e com o País.
O SR. PRESIDENTE (Henrique Eduardo Alves) - Muito obrigado, Deputado
Moreira Mendes, pelas generosas palavras.
Podemos votar? (Pausa.)
Deputado Eurico Júnior, podemos votar?
O SR. EURICO JÚNIOR (PV-RJ. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr.
Presidente, quero aproveitar a discussão do Projeto de Lei nº 2.020, de 2007, para
parabenizar o Deputado Paulo Pimenta, que foi o Presidente da Comissão que
analisou todos os fatos, e também a Deputada que fez o parecer, pelo brilhante
projeto, de consenso, que ora será votado nesta Casa. Eu não poderia deixar de
parabenizar a Relatora, Deputada Elcione Barbalho, mas principalmente a atuação
impecável deste grande Deputado Paulo Pimenta à frente dessa Comissão.
Foram diversas audiências públicas, diversos debates, o que culminou um
grande projeto para fazer frente àquele triste episódio da Boate Kiss, de Santa
Maria, no Rio Grande do Sul.
Hoje esta Casa dá uma mostra da preocupação para que nunca mais venham
a ocorrer no Brasil desastres como aquele que a gente viu da Boate Kiss.
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Então, está de parabéns a Comissão Especial, estão de parabéns o Deputado
Paulo Pimenta, a Deputada Elcione Barbalho e todos os Deputados que
participaram.
(O microfone é desligado.)
O SR. EURICO JÚNIOR - Só para contemplar: Deputados Jorge Bittar, Pedro
Uczai, Ronaldo Zulke, Nilda Gondim, Otavio Leite, Armando Vergílio, Danrlei,
Jerônimo, Junji Abe, Luiz Carlos, Augusto Coutinho, Roberto de Lucena e eu, que
representei o PV.
Muito obrigado, Sr. Presidente.
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O SR. PRESIDENTE (Henrique Eduardo Alves) - Com a palavra o Relator,
Deputado Lincoln Portela. Acordado o texto.
O SR. LINCOLN PORTELA (Bloco/PR-MG. Para emitir parecer. Sem revisão
do orador.) - Obrigado, Sr. Presidente, Deputado Henrique Eduardo Alves.
Sras. e Srs. Parlamentares, de acordo com a Subemenda Substitutiva Global
de Plenário nº 1 ao Projeto de Lei nº 2.020, de 2007, que estabelece “diretrizes
gerais sobre medidas de prevenção e combate a incêndio e a desastres de
estabelecimentos, edificações e áreas de reunião de público e dá outras
providências”, eu estou acolhendo, Sr. Presidente, duas emendas de Plenário: a nº 7
e a nº 9, frutos de acordo, e estou excluindo os §§ 5º e 7º do art. 4º na emenda
substitutiva global já de acordo feito com o Plenário e com a Casa Civil. Rejeito as
demais.
O SR. PRESIDENTE (Henrique Eduardo Alves) - Muito obrigado, Relator.
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O SR. SEVERINO NINHO (PSB-PE. Pela ordem. Sem revisão do orador.) -
Pelo PSB, Sr. Presidente.
Sr. Presidente, gostaria de registrar o esforço do nosso Líder Beto
Albuquerque e também agradecer a V.Exa. e aos Líderes a inclusão na pauta do
Projeto de Lei nº 2.020, que trata da questão da segurança nas casas de espetáculo.
Ao Líder Beto Albuquerque, não porque ele seja do Rio Grande do Sul, onde houve
a tragédia em Santa Maria, mas por ser um assunto com o qual ele se preocupa,
porque interessa ao Brasil.
Nós estamos chegando à Copa do Mundo, vêm as Olimpíadas, e temos que
ter segurança nos estádios, nas casas de espetáculo, enfim, em todo e qualquer
lugar onde o público vá se divertir para participar de algum evento.
Então, Sr. Presidente, parabéns a V.Exa., aos Líderes e também ao Líder do
PSB, Beto Albuquerque, pela luta que encampou no decorrer do último ano.
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O SR. PRESIDENTE (Henrique Eduardo Alves) - Com a palavra o Sr.
Deputado Moreira Mendes, para oferecer parecer às emendas de Plenário da Boate
Kiss, que agora foram acatadas pelo Relator, pela Comissão de Desenvolvimento
Urbano.
O SR. MOREIRA MENDES (PSD-RO. Para emitir parecer. Sem revisão do
orador.) - Sr. Presidente, diante do acordo já formulado, são acolhidas as Emendas
nºs 7 e 9. Portanto, o projeto está pronto para ser votado.
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O SR. PRESIDENTE (Henrique Eduardo Alves) - Para oferecer parecer às
emendas de Plenário, às emendas acatadas pelo Relator agora, Deputado Afonso
Florence, pela Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania.
O SR. AFONSO FLORENCE (PT-BA. Para emitir parecer. Sem revisão do
orador.) - Sr. Presidente, pela Comissão de Constituição e Justiça, acolhendo as
Emendas nºs 7 e 9, apresentadas pelo Relator Lincoln Portela, pela
constitucionalidade, juridicidade e boa técnica legislativa.
Pela aprovação.
Obrigado, Presidente.
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O SR. PRESIDENTE (Henrique Eduardo Alves) - Passa-se à votação.
O SR. EVANDRO MILHOMEN - Presidente.
O SR. PRESIDENTE (Henrique Eduardo Alves) - Pois não, Deputado.
O SR. EVANDRO MILHOMEN (PCdoB-AP. Pela ordem. Sem revisão do
orador.) - Sr. Presidente, só quero registrar que o PCdoB é favorável a este projeto.
Ele vem regulamentar, no Brasil, uma situação que é preocupante: são as casas de
espetáculos. As emendas que vieram aperfeiçoá-lo são importantes. Então, nós
defendemos a aprovação desse projeto.
Quero parabenizar a Deputada Elcione Barbalho pela grande iniciativa aqui
nesta Casa e dizer, Sr. Presidente, que leis como estas que nós estamos aprovando
hoje, neste esforço concentrado, são extremamente importantes para que
possamos, sossegadamente, ter os nossos filhos, os nossos parentes se divertindo
com segurança em casas de espetáculos que ofereçam segurança.
A SRA. ELCIONE BARBALHO - Sr. Presidente, pela ordem.
O SR. PRESIDENTE (Henrique Eduardo Alves) - Deputada Elcione,
parabenizando V.Exa., concedo-lhe a palavra nesta oportunidade.
A SRA. ELCIONE BARBALHO (PMDB-PA. Pela ordem. Sem revisão da
oradora.) - Muito obrigada, Sr. Presidente.
Sras. e Srs. Deputados, este é um momento importante, com certeza, para o
nosso País. É um momento em que estabelecemos um marco regulatório para a
prevenção e combate a incêndios e a desastres em estabelecimentos, edificações e
áreas de reuniões públicas. É o momento em que estabelecemos responsabilidades
para que tragédias absurdas não invadam mais nossos lares, não destruam mais
nossas famílias. Esta é a hora de o Brasil pôr um fim à impunidade.
CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 089.4.54.O Tipo: Delib erativa Extraordinária - CD Data: 10/04/2014 Montagem: 4176
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O projeto de lei de minha autoria, que tramita nesta Casa desde 2007 e
aperfeiçoado pela Comissão Externa durante estes últimos meses, estabelece as
diretrizes gerais sobre as normas de proteção e prevenção a incêndios, definindo
claramente as competências entre cada um dos participantes dessa longa cadeia de
responsabilidades, tornando impossível o inaceitável “jogo do empurra-empurra” ou
o “não é da minha competência”.
Quero agradecer o empenho a todos os integrantes da Comissão Externa que
ajudaram a elaborar esse texto final. Meu agradecimento especial ao Presidente da
Comissão, meu querido amigo e Deputado Paulo Pimenta e à minha companheira,
também do meu partido, Deputada Nilda Gondim. Meu carinho e agradecimento aos
Deputados Nelson Marchezan Júnior, Eurico Júnior e aos demais colegas
Deputados. Agradeço também o empenho a todos os servidores da Comissão nas
pessoas do Secretário Rosenildo Figueiredo e dos Consultores Suely Araújo e
Fernando Rocha.
Muito obrigada.
O SR. STEPAN NERCESSIAN - Sr. Presidente.
O SR. PRESIDENTE (Henrique Eduardo Alves) - Pois não.
O SR. STEPAN NERCESSIAN (PPS-RJ. Pela ordem. Sem revisão do
orador.) - Sr. Presidente, por obséquio, eu gostaria de um esclarecimento: a Mesa
distribuiu um texto que não é o mesmo sobre o qual o Relator Portela emitiu parecer.
O SR. PRESIDENTE (Henrique Eduardo Alves) - Foi tirar cópia. Estamos
aguardando por isso. Foi tirar cópia, após emendas acatadas. Por isso, estamos
aguardando.
O SR. STEPAN NERCESSIAN - Obrigado.
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O SR. MOREIRA MENDES - Sr. Presidente.
O SR. PRESIDENTE (Henrique Eduardo Alves) - Pois não, Deputado Moreira
Mendes.
O SR. MOREIRA MENDES (PSD-RO. Pela ordem. Sem revisão do orador.) -
Sr. Presidente, apenas para fazer aqui um registro. Nada, nada pode trazer de volta
a vida das 242 vítimas daquele trágico acidente ocorrido no Rio Grande do Sul.
Mas eu penso que esta é uma homenagem que a Câmara dos Deputados
pode fazer às famílias daquelas pessoas vitimadas e, mais do que isso, é a
demonstração concreta de que esta Casa tem uma preocupação com o futuro, para
que isso não ocorra em outros eventos.
Então, eu acho que nós estamos dando um grande passo aqui com a
aprovação dessa lei. E o PSD quer homenagear aqui todos os que direta ou
indiretamente trabalharam para que esse projeto chegasse a um final, como nós
estamos chegando aqui, vendo-o ser aprovado.
Esse é o registro e a homenagem que devemos fazer às famílias das 242
vítimas.
O SR. IZALCI (PSDB-DF. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr.
Presidente, eu só quero complementar a fala do nosso colega Moreira Mendes para
dizer que acabei de realizar, na Comissão de Educação, uma audiência pública
sobre regulamentação de profissões. E é muito importante que a gente preserve, de
fato, as profissões que possam causar qualquer dano à sociedade.
Então, não podemos desregulamentar tudo. Nós temos a questão social, a
questão institucional, mas a questão profissional que possa afetar a vida das
pessoas, o patrimônio das pessoas, tem que ser preservada.
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Daí a importância de mantermos técnicos profissionais para liberar alvarás,
para não deixar na mão de pessoas que não têm conhecimento técnico, causando o
que causou não só nesse episódio, mas também em vários episódios no Brasil, por
falta de precauções técnicas.
Mas o PSDB vota...
Quero parabenizar a iniciativa desta Casa. Acho que a Câmara está dando a
resposta correta que já deveria ter dado, Sr. Presidente.
Muito obrigado.
O SR. AMAURI TEIXEIRA (PT-BA. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr.
Presidente, eu quero, neste caso, além de reconhecer que é uma homenagem às
vítimas, elogiar os Parlamentares e o Parlamento. Nós fizemos, neste caso, um
processo que deveríamos repetir. Aqui, é comum acontecer uma tragédia e
oportunisticamente — oportunisticamente aí não tem um sentido pejorativo
necessário — aparece um projeto de lei. Nesse caso, não. Os Parlamentares
formaram uma Comissão, ouviram especialistas, aprofundaram o assunto.
Quero parabenizar os Deputados Paulo Pimenta e Elcione Barbalho e, em
nome deles, parabenizar toda a Comissão.
Essa conduta em relação a este projeto é uma conduta exemplar para nós. O
Parlamento não deve produzir leis, pura e simplesmente, às vezes não
aprofundadas, açodadas, soluções não amadurecidas. Este caso foi um processo de
profundo amadurecimento, de profunda discussão que resultou neste projeto de lei.
Está de parabéns toda a Comissão, está de parabéns V.Exa., como nosso
Presidente, e todo o Parlamento por ter adotado um critério e um processo que
resultou neste projeto de lei.
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O SR. PRESIDENTE (Henrique Eduardo Alves) - Muito obrigado, Deputado
Amauri.
O SR. LINCOLN PORTELA (Bloco/PR-MG. Sem revisão do orador.) - Sr.
Presidente, só uma palavra de esclarecimento.
A Emenda nº 7, como eu disse que acatei, será incluída onde couber.
Só para deixar esse esclarecimento.
O SR. PRESIDENTE (Henrique Eduardo Alves) - Isso. O que nós votaremos
é de acordo com a subemenda, excluídos os §§ 5º e 7º do art. 4º, e acolhendo as
Emendas nºs 7 e 9.
Vamos votar, daqui a pouco, a subemenda oferecida pelo Relator, excluindo
os §§ 5º e 7º do art. 4º e acolhendo a Emenda nº 7, onde couber, e a Emenda nº 9.
Esse é o texto que votaremos em minutos.
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O SR. PRESIDENTE (Henrique Eduardo Alves) - Em votação a Subemenda
Substitutiva Global de Plenário nº 1, que inclui as Emendas nºs 7 e 9, que o Relator
acolheu, e exclui os §§ 5º e 7º do art. 4º. Esta é a votação.
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O SR. PRESIDENTE (Henrique Eduardo Alves) - Aqueles que forem pela
aprovação permaneçam como se acham. (Pausa.)
APROVADO.
Estão prejudicadas a proposição inicial e as respectivas emendas ou
destaques. (Palmas.)
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208
O SR. PRESIDENTE (Henrique Eduardo Alves) - Há sobre a mesa e vou
submeter a votos a seguinte
REDAÇÃO FINAL:
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209
O SR. PRESIDENTE (Henrique Eduardo Alves) - Aqueles que forem pela
aprovação permaneçam como se acham. (Pausa.)
APROVADA.
A matéria vai ao Senado Federal.
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210
O SR. PRESIDENTE (Henrique Eduardo Alves) - Esta Casa tem que pedir
desculpas ao Brasil por ter demorado tanto tempo para aprovar este projeto. A
tragédia em Santa Maria aconteceu em janeiro de 2013, há mais de 1 ano, e só
agora, em abril, a gente consegue aprovar este projeto. Com as desculpas ao Brasil,
agora cumprimos nosso dever. (Palmas.)
O SR. LINCOLN PORTELA (Bloco/PR-MG. Pela ordem. Sem revisão do
orador.) - Parabéns a V.Exa., Deputada Elcione Barbalho, e a V.Exa., que com
afinco trabalhou em cima desta matéria.
Obrigado, Presidente.
O SR. SEVERINO NINHO (PSB-PE. Pela ordem. Sem revisão do orador.) -
Presidente, por sugestão do Líder Beto Albuquerque, gostaria de propor à Casa,
obviamente após a sanção, que esta lei seja batizada de Lei Santa Maria, em
homenagem às vítimas da tragédia que aconteceu na cidade.
Muito obrigado, Presidente.
O SR. PRESIDENTE (Henrique Eduardo Alves) - Boa ideia, Deputado.
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O SR. PRESIDENTE (Henrique Eduardo Alves) - Último item da pauta:
PROJETO DE LEI Nº 6.295, DE 2013
(DO SENADO FEDERAL)
Primeira sessão de discussão, em turno único, do
Projeto de Lei nº 6.295, de 2013, que altera o art. 7º da
Lei nº 8.080, de 19 de setembro de 1990, que “dispõe
sobre as condições para a promoção, proteção e
recuperação da saúde, a organização e o funcionamento
dos serviços correspondentes e dá outras providências”,
para inserir, entre os princípios e diretrizes do Sistema
Único de Saúde (SUS), o princípio da organização de
serviços públicos específicos e especializados para
atendimento de mulheres e vítimas de violência doméstica
em geral. (Inclui entre as diretrizes do SUS organização
de serviços especiais para o atendimento de mulheres e
vítimas de violência doméstica em geral).
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O SR. PRESIDENTE (Henrique Eduardo Alves) - Como foi aprovada a
urgência, agora é sessão de discussão única.
Temos uma preliminar da Deputada Jô Moraes:
“Sr. Presidente, requeiro, nos termos regimentais,
que o Projeto de Lei nº 6.295/2013, que “altera o art. 7º da
Lei nº 8.080, de 19 de setembro de 1990, que ‘dispõe
sobre as condições para a promoção, proteção e
recuperação da saúde, a organização e o funcionamento
dos serviços correspondentes e dá outras providências’,
para inserir, entre os princípios e diretrizes do Sistema
Único de Saúde (SUS), o princípio da organização de
serviços públicos específicos e especializados para
atendimento de mulheres e vítimas de violência doméstica
em geral” tramite pela Comissão de Seguridade Social e
Família e pela Comissão de Constituição e Justiça e de
Cidadania.”
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213
O SR. PRESIDENTE (Henrique Eduardo Alves) - Em votação.
O SR. EFRAIM FILHO - Sr. Presidente.
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214
O SR. PRESIDENTE (Henrique Eduardo Alves) - Os Srs. Parlamentares que
o aprovam permaneçam como se encontram. (Pausa.)
APROVADO.
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O SR. EFRAIM FILHO (DEM-PB. Questão de ordem. Sem revisão do orador.)
- Sr. Presidente, peço a palavra para uma questão de ordem quanto à questão do
Regimento, porque, por ter vindo do Senado — só para chamar a atenção da Mesa
quanto a essa questão —, o projeto precisaria ter tramitado em Comissão Mista.
O SR. PRESIDENTE (Henrique Eduardo Alves) - Foi por isso que aprovamos
agora o Requerimento da Deputada Jô Moraes quanto à redistribuição, porque viria
direto ao Plenário. Teria que haver esse requerimento para, de acordo com V.Exa.,
formalizar. O Senado adota o mesmo critério.
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216
O SR. PRESIDENTE (Henrique Eduardo Alves) - Para emitir parecer, pela
Comissão de Seguridade Social e Família, concedo a palavra à Relatora, Deputada
Iara Bernardi.
A SRA. IARA BERNARDI (PT-SP. Para emitir parecer. Sem revisão da
oradora.) - Boa tarde, Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados.
Este projeto de lei vem naquela relação de projetos sobre os quais se
acordou, em decorrência das apurações da CPMI da Violência contra a Mulher que
atuou neste País e fez um levantamento muito aprofundado da aplicação da Lei
Maria da Penha e dos casos de violência de gênero.
Este projeto de lei, de origem do Senado Federal, visa colocar — e o mesmo
pretende a emenda da Deputada Jô Moraes — no aparato jurídico do SUS que a
rede de saúde também esteja preparada para atender as mulheres vítimas de
violência de gênero, como coloca o texto: “organização de serviços públicos
específicos e especializados para atendimento de mulheres e vítimas de violência
doméstica em geral, que garantam, entre outros, atendimento, acompanhamento
psicológico e cirurgias plásticas reparadoras”, em conformidade com a Lei nº 12.845,
de 1º de agosto de 2013.
Então, insere, no Sistema Único de Saúde — SUS, atendimento específico às
vítimas de violência sexual, como o aparato jurídico, o aparato policial, todos eles,
em rede, no atendimento à mulher.
Meu parecer é favorável tanto ao projeto de lei que veio do Senado quanto à
emenda da Deputada Jô Moraes, que aperfeiçoa o projeto.
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O SR. PRESIDENTE (Henrique Eduardo Alves) - Para oferecer parecer pela
Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania, concedo a palavra à Deputada
Benedita da Silva.
A SRA. BENEDITA DA SILVA (PT-RJ. Para emitir parecer. Sem revisão da
oradora.) - Sr. Presidente, como complementação, nós sabemos que a emenda
colocada é importante e vai no sentido do atendimento e acompanhamento
psicológico e da realização de cirurgias plásticas reparadoras.
Por conta disso, meu parecer é pela constitucionalidade, juridicidade e boa
técnica legislativa, e, no mérito, pela aprovação da emenda.
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O SR. PRESIDENTE (Henrique Eduardo Alves) - Declaro encerrada a
discussão.
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O SR. ESPERIDIÃO AMIN (Bloco/PP-SC. Pela ordem. Sem revisão do
orador.) - Sr. Presidente, eu não posso deixar de dizer, como membro da CCJ, que
se eu tivesse alguma dúvida, o que a Deputada Benedita da Silva disse a teria
sanado completamente, porque eu sempre concordo com S.Exa.
O SR. EFRAIM FILHO (DEM-PB. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr.
Presidente, eu não vou ser empecilho para a votação. Quero só aproveitar...
O SR. CHICO ALENCAR - Exceto em projetos de quotas.
O SR. EFRAIM FILHO - ...para pedir que fique registrado, como questão de
ordem, na ata, que o Democratas aceitará esta votação, em virtude de ser o tema de
relevância social, mas que isso não configure precedente para o modelo e os
procedimentos a serem adotados com relação aos projetos que vêm do Senado
Federal.
Pelo Regimento Comum, a proposição deveria tramitar pela Comissão Mista
que já foi nomeada e que teria competência para analisa-lo, e não seguir para as
Comissões Temáticas, como foi feito aqui.
Em nome do esforço concentrado, da relevância social é que nós acataremos
a votação deste projeto, que é meritório e merece o nosso total e absoluto...
(O microfone é desligado.)
O SR. PRESIDENTE (Henrique Eduardo Alves) - A autoria do projeto é da
Comissão Mista, Deputado. Aliás, é de uma CPMI.
O SR. EFRAIM FILHO - Por isso mesmo, Sr. Presidente, é que, de acordo
com os arts. 142 e 143 do Regimento Comum, deveria ser dada à Comissão Mista a
possibilidade inclusive de promover emendas.
Nesse sentido...
CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 089.4.54.O Tipo: Delib erativa Extraordinária - CD Data: 10/04/2014 Montagem: 4176
220
O SR. PRESIDENTE (Henrique Eduardo Alves) - Mas a Comissão está
extinta já. Nem existe mais a Comissão. A CPMI não existe mais.
O SR. EFRAIM FILHO - Mas as emendas, Sr. Presidente...
O SR. PRESIDENTE (Henrique Eduardo Alves) - É o mesmo critério adotado
no Senado Federal.
O SR. EFRAIM FILHO - Exato. A Câmara dos Deputados teria o direito de
promover emendas ao texto, e a competência de analisar essas emendas seria da
Comissão Mista que foi originariamente colocada.
Esta é a posição do Democratas.
O SR. PRESIDENTE (Henrique Eduardo Alves) - Mas não existe mais a
Comissão Mista. Não existe mais a tal Comissão Mista. Por isso é que a palavra
passa para a Comissão.
O SR. EFRAIM FILHO - Tudo bem. O entendimento do Democratas é que
essa Comissão Mista... Inclusive, as duas sessões de discussão teriam de ser
observadas.
Mas que que a posição do Democratas acerca do precedente fique bem clara:
não vamos obstruir; somos favoráveis à matéria; agora, não estamos de acordo — e
aí é uma posição do Democratas — com o procedimento regimental e o rito
determinado pela Mesa da Câmara.
O SR. PRESIDENTE (Henrique Eduardo Alves) - Foi aprovada a urgência
também, o que dispensa a discussão.
O SR. AMAURI TEIXEIRA (PT-BA. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - A
141 não foi revogada, não, Sr. Presidente?
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221
O SR. PRESIDENTE (Henrique Eduardo Alves) - O projeto foi emendado. A
Deputada Iara já deu parecer favorável às emendas de Plenário, pela Comissão de
Seguridade Social e Família; pela Comissão de Constituição e Justiça, a Deputada
Benedita da Silva acabou de se pronunciar.
CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 089.4.54.O Tipo: Delib erativa Extraordinária - CD Data: 10/04/2014 Montagem: 4176
222
O SR. PRESIDENTE (Henrique Eduardo Alves) - Com a palavra a Deputada
Benedita da Silva, para emitir parecer em relação à emenda apresentada. Que seja
pela constitucionalidade, juridicidade e boa técnica legislativa, para o Deputado Amin
poder acompanhar V.Exa.
A SRA. BENEDITA DA SILVA (PT-RJ. Para emitir parecer. Sem revisão da
oradora.) - Pela constitucionalidade e boa técnica legislativa.
CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 089.4.54.O Tipo: Delib erativa Extraordinária - CD Data: 10/04/2014 Montagem: 4176
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O SR. ESPERIDIÃO AMIN (Bloco/PP-SC. Pela ordem. Sem revisão do
orador.) - Advinha se eu tenho alguma dúvida, Sr. Presidente?
O SR. PRESIDENTE (Henrique Eduardo Alves) - Faltava só a palavra de
S.Exa. para o Deputado Amin concordar.
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O SR. PRESIDENTE (Henrique Eduardo Alves) - Em votação a Emenda
Modificativa nº 1. Parecer favorável.
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O SR. PRESIDENTE (Henrique Eduardo Alves) - Aqueles Parlamentares que
a aprovam permaneçam como se acham. (Pausa.)
APROVADA.
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O SR. PRESIDENTE (Henrique Eduardo Alves) - Em votação agora o Projeto
de Lei nº 6.295/13.
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O SR. PRESIDENTE (Henrique Eduardo Alves) - Aqueles que forem pela
aprovação permaneçam como se acham. (Pausa.)
APROVADO.
A matéria vai ao Senado Federal.
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O SR. PRESIDENTE (Henrique Eduardo Alves) - Há sobre a mesa e vou
submeter a votos a seguinte
REDAÇÃO FINAL:
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O SR. PRESIDENTE (Henrique Eduardo Alves) - Os Srs. Deputados que a
aprovam permaneçam como se acham. (Pausa.)
APROVADA.
A matéria retorna ao Senado Federal.
CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 089.4.54.O Tipo: Delib erativa Extraordinária - CD Data: 10/04/2014 Montagem: 4176
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O SR. CHICO ALENCAR - Sr. Presidente, peço a V.Exa. dois
esclarecimentos.
O SR. PRESIDENTE (Henrique Eduardo Alves) - Pois não, Deputado.
O SR. CHICO ALENCAR (PSOL-RJ. Pela ordem. Sem revisão do orador.) -
Sr. Presidente, ontem, na reunião do Conselho de Ética, o Deputado Zé Geraldo
anunciou um recurso a V.Exa. da decisão tomada pelo Presidente do Conselho,
Deputado Ricardo Izar, sobre uma questão de ordem em que ele, Deputado Zé
Geraldo, se referiu, inclusive, elogiando, à nossa iniciativa pretérita junto à Mesa
Diretora em relação a uma investigação, pela Corregedoria, daquilo de que se acusa
o Deputado Andre Vargas.
Eu indago a V.Exa. se esse recurso já chegou até V.Exa. e se já há uma
definição quanto a esta questão.
Depois, eu tenho outra indagação a fazer, também de esclarecimento.
O SR. PRESIDENTE (Henrique Eduardo Alves) - Chegou, hoje pela manhã, o
recurso. Nós o examinamos com muito cuidado, com muita isenção, mas o
indeferimos. O Conselho de Ética tem caminho próprio, instrumento próprio. A
Corregedoria é outro caminho e outro instrumento. São matérias distintas, e,
portanto, indeferi o recurso apresentado.
O SR. CHICO ALENCAR - Parabéns, Presidente! É uma decisão, como
sempre — não é surpresa —, muito correta.
A outra indagação é de ordem mais geral. Eu li que a Mesa teria aprovado
uma série de licitações de empresas de publicidade, de comunicação, para
supostamente melhorar a imagem da Câmara — o que a melhora é nosso trabalho
aqui, essencialmente, e a gente ter nenhum dos nossos membros sob qualquer
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acusação que tenha algum indício de veracidade. Segundo o que li, haveria inclusive
a disponibilização de um montante de 10 milhões de reais para a iniciativa.
Como nós não lemos isso em nenhum documento oficial, pode ter falhado
nossa percepção. Mas indago a V.Exa. se há essa preocupação ou esse
procedimento.
Desde já, adianto que me parece uma desnecessidade esse tipo de
investimento da Casa.
O SR. PRESIDENTE (Henrique Eduardo Alves) - Eu quero esclarecer a
V.Exa. que foi uma proposta do 1º Secretário.
Eu, pessoalmente, até entenderia como viável para se divulgar, para qualificar
o nosso trabalho aqui, mas, como o resultado dessa medida só passaria a valer em
novembro, dezembro, então eu achei de bom alvitre, eticamente, deixar para o
futuro Presidente da Casa decidir essa questão. Adotada agora, praticamente
somente em novembro ou dezembro ela passaria a ter eficácia, para termos uma
agência que divulgasse os trabalhos desta Casa de forma correta e isenta, o que
muitas vezes não acontece. Mas, como será um compromisso e um trabalho para o
futuro Presidente, eu não vou fazer isso agora, para que, no futuro, quem se sentar
aqui possa decidir essa questão.
O SR. CHICO ALENCAR - Se fosse V.Exa. — e lamento que não venha a sê-
lo, ao que tudo indica —, nós iríamos fazer essa ponderação, caso estivéssemos
aqui.
O SR. PRESIDENTE (Henrique Eduardo Alves) - Olha que se eu voltar a ser,
vou querer seu voto, no futuro! (Riso.)
CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 089.4.54.O Tipo: Delib erativa Extraordinária - CD Data: 10/04/2014 Montagem: 4176
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Mas a matéria vai ficar para o futuro Presidente, já que a medida valeria a
partir do final deste mandato. Não seria justo deixar ao futuro Presidente, que pode
pensar diferente. Deixarei, portanto, para o futuro Presidente decidir esta matéria.
Oportuna a questão de V.Exa.
O SR. CHICO ALENCAR - De toda forma, temos que louvar o excelente
trabalho da TV Câmara, da Rádio Câmara, das plataformas de Internet e da
Secretaria de Comunicação da Casa, que mostram a nossa realidade e os fatores
positivos, que melhoram a imagem da Casa.
O SR. EFRAIM FILHO (DEM-PB. Pela ordem. Sem revisão do orador.) -
Presidente, mesmo sentado na cadeira de Governador do Rio Grande do Norte,
tenho certeza de que V.Exa. estará olhando com bons olhos por esta Casa.
O SR. PRESIDENTE (Henrique Eduardo Alves) - Longa caminhada, longa
caminhada!
O SR. ASSIS MELO (PCdoB-RS. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr.
Presidente, eu gostaria apenas de dizer, em nome da bancada do PCdoB, que no
esforço concentrado desta semana procuramos avançar em temas importantes na
Casa.
Eu queria também, neste mesmo caminho, Sr. Presidente, dizer que hoje pela
manhã, junto com o Presidente da Comissão de Constituição e Justiça e outros
Deputados, nós tivemos a preocupação de, levando em conta a grande marcha dos
trabalhadores e das centrais sindicais no dia de ontem, também procurar ter uma
agenda positiva no rumo dos interesses dos trabalhadores para o mês de maio.
Então, deixo aqui este pedido e peço a compreensão e o esforço dos demais
Líderes e de toda a Casa.
CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 089.4.54.O Tipo: Delib erativa Extraordinária - CD Data: 10/04/2014 Montagem: 4176
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Era isso, Sr. Presidente.
Parabenizo V.Exa. pelo esforço concentrado de segunda-feira a quinta-feira.
Esperamos que se possa avançar mais neste esforço. Parabéns!
O SR. PRESIDENTE (Henrique Eduardo Alves) - Muito obrigado.
Deputado Paulo Pimenta, como Líder.
O SR. EFRAIM FILHO (DEM-PB. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr.
Presidente, se V.Exa. pudesse declarar encerrada a Ordem do Dia,
regimentalmente, para que a gente pudesse ficar livre...
O SR. PRESIDENTE (Henrique Eduardo Alves) - Pois não.
Declaro encerrada a Ordem do Dia.
Com a palavra, como Líder, o Deputado Paulo Pimenta. Não está presente?
A SRA. JANETE ROCHA PIETÁ - Está sim! Está aqui, Sr. Presidente.
O SR. SANDRO ALEX - Sr. Presidente...
O SR. PRESIDENTE (Henrique Eduardo Alves) - S.Exa. acaba de chegar.
O SR. SANDRO ALEX (PPS-PR. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr.
Presidente, rapidamente, quero dizer que nós tínhamos o compromisso, nesta
semana, do esforço concentrado, da votação da lei dos motoristas. A alteração e...
O SR. PRESIDENTE (Henrique Eduardo Alves) - Dos caminhoneiros.
O SR. SANDRO ALEX - Dos caminhoneiros.
Nós queremos saber de V.Exa. se há o compromisso para que possamos
votar isso na terça-feira que vem. É o compromisso da Mesa?
O SR. PRESIDENTE (Henrique Eduardo Alves) - Não. Como eu não estarei
aqui na próxima semana — estarei em viagem oficial à China — e gostaria de
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participar desta votação, eu pediria a compreensão dos Srs. Líderes para, logo
depois da Semana Santa, nós pautarmos a urgência e o mérito da matéria.
O SR. SANDRO ALEX - Nós já estamos aguardando há algum tempo. O
Brasil todo aguarda a votação desta matéria importante.
O SR. PRESIDENTE (Henrique Eduardo Alves) - É verdade, é verdade.
O SR. SANDRO ALEX - Então, nós temos que deixar claro para a população
quando vamos votar este projeto.
O SR. PRESIDENTE (Henrique Eduardo Alves) - Mas, como há, ainda,
questionamentos nos partidos, será necessário haver uma costura melhor, e a
semana que vem é uma semana frágil, em termos de comparecimento a esta Casa,
V.Exa. sabe. Então, eu a deixaria, com segurança, com o quórum seguro, para
depois da Semana Santa.
O SR. SANDRO ALEX - Obrigado.
O SR. PRESIDENTE (Henrique Eduardo Alves) - Obrigado.
CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 089.4.54.O Tipo: Delib erativa Extraordinária - CD Data: 10/04/2014 Montagem: 4176
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O SR. PRESIDENTE (Henrique Eduardo Alves) - Tem a palavra o Deputado
Paulo Pimenta, para uma Comunicação de Liderança, pelo PT.
O SR. PAULO PIMENTA (PT-RS. Como Líder. Sem revisão do orador.) - Sr.
Presidente, Sras. e Srs. Deputados, eu quero, em primeiro lugar, fazer um registro
da importância da votação que nós fizemos hoje, em que aprovamos o substitutivo
apresentado pelo Deputado Lincoln Portela ao projeto original da Deputada Elcione
Barbalho, o Projeto de Lei nº 2.020.
Eu sou de Santa Maria, Sr. Presidente. Resido em Santa Maria, palco dessa
tragédia que vitimou 242 jovens numa boate. Boa parte desses jovens era estudante
da Universidade Federal de Santa Maria, cidade onde eu estudei. Conheço muito
familiares, amigos e conhecia muitas das pessoas que foram vítimas naquela
tragédia.
É verdade, Sr. Presidente, que a aprovação de uma lei como essa não faz
com que a vida das pessoas possa ser recuperada. Mas historicamente, Sr.
Presidente, as tragédias acabaram provocando mudanças legislativas e culturais
que impediram que fatos semelhantes se repetissem.
Foi assim no Brasil, no grande incêndio do Edifício Joelma, em São Paulo,
que provocou, por exemplo, a obrigatoriedade de existirem códigos de obras, que
até então não existiam. O Brasil não se preocupava com essas questões quando se
deparou com aquele grande incêndio na cidade de São Paulo.
A tragédia da TAM provocou mudanças nas normas de segurança da aviação
civil.
Infelizmente, Sr. Presidente, foram tragédias que ocorreram em Nova Iorque,
lá no início do século passado, em Rhode Island, em Buenos Aires, na Austrália que
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fizeram com que outros países aprovassem legislações de prevenção, aprovassem
medidas que, inclusive, fazem com que, nesses países, exista uma cultura distinta
da nossa no que diz respeito à prevenção de tragédias de toda natureza.
Eu chego a pensar, Sr. Presidente — e tenho dito isso —, que, pelo fato de
nós termos um país que nunca conviveu com grandes terremotos, com grandes
furacões, que nunca foi palco de uma guerra, nós não temos uma tradição, uma
cultura que boa parte dos países europeus, os Estados Unidos, o Japão têm, em
que as crianças, desde a escola, convivem com toda uma educação, que faz parte
da sua formação, de preocupação com a segurança, com a prevenção. Aprendem a
conviver com esta realidade. E nós, Sr. Presidente, como somos um País
abençoado, que, graças a Deus, nunca conviveu com grandes tragédias,
infelizmente, nunca desenvolvemos uma cultura nesta direção.
Mesmo nós, pais, sequer nos preocupamos, quando escolhemos uma escola
ou uma creche para um filho, em saber se ali há um plano de prevenção, uma rota
de fuga, uma saída de emergência, se os extintores estão em dia. Nós nunca nos
preocupamos com isso, com os estabelecimentos que os nossos filhos frequentam,
e assim por diante. Foi necessária uma tragédia dessas proporções para que nós
passássemos a olhar para coisas que até então não olhávamos.
Quando olhamos para a Boate Kiss, em Santa Maria, nós nos deparamos
com coisas que parecem tão óbvias: como uma boate podia funcionar com
superlotação sem ninguém fazer nada? Como era possível não haver uma saída de
emergência? Como era possível colocar um material inflamável para ser utilizado
como isolamento acústico? Como era possível uma boate funcionar sem ter um
plano de prevenção de incêndio em dia?
CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 089.4.54.O Tipo: Delib erativa Extraordinária - CD Data: 10/04/2014 Montagem: 4176
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Uma semana depois da tragédia, Sr. Presidente, mais de 600
estabelecimentos foram fechados no Brasil, porque, infelizmente, aquilo que
aconteceu na nossa cidade poderia ter acontecido em qualquer lugar. Aquela
fatalidade, aquela tragédia, poderia ter ocorrido em qualquer lugar, porque
historicamente nós nunca nos preocupamos com isso.
Como eu disse, Sr. Presidente, com certeza, esta lei não devolve a vida das
pessoas nem é a solução definitiva, mas inicia um processo de mudanças neste
País: mudança cultural, mudança de conduta por parte dos gestores. Ela define com
clareza o papel e as responsabilidades das Prefeituras, dos bombeiros, dos
profissionais técnicos que elaboram os projetos, dos proprietários de
estabelecimentos.
Veja, Sr. Presidente, que aqui no Brasil nós sempre tivemos as normas da
ABNT como referência, e sequer algumas normas fundamentais de segurança do
cidadão eram obrigatórias! Sequer havia na legislação que uma espuma utilizada
para isolamento acústico tivesse que ter uma certificação do INMETRO ou de algum
órgão de fiscalização! E, no caso de Santa Maria, a espuma era tóxica; no momento
que queimou produziu cianeto. Era uma espuma para colchão, e uma pessoa a tinha
comprado porque era mais barata. E ela foi colocada no teto da boate.
Não havia, até então, no Brasil, uma legislação que estabelecesse um
patamar mínimo para os Estados e Municípios na definição das regras para
concessão de alvarás. E essa legislação traz um conjunto de inovações, de
mudanças, que, do meu ponto de vista, cria as condições para que nós possamos
avançar no País, para que um episódio semelhante ao de Santa Maria jamais volte a
acontecer.
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Nós não podemos, Sr. Presidente, tratar de uma tragédia em que morreram
242 jovens como se fosse uma coisa qualquer. Não é possível! Eu, particularmente,
nunca entendi como é que nós poderíamos explicar para a sociedade brasileira que
até então não tínhamos conseguido aprovar nesta Casa uma proposta de legislação
que significasse o reconhecimento da necessidade de uma mudança substancial na
realidade brasileira no que diz respeito à segurança de casas de espetáculos ou
outros estabelecimentos similares a esse que foi palco dessa tragédia.
Sr. Presidente, quero agradecer aqui a todos os integrantes da Comissão,
que trabalharam de maneira incansável; aos servidores desta Casa; às entidades
que participaram do debate. Deputado Amauri Teixeira, V.Exa. tem razão: ouvimos
aqui bombeiros, engenheiros, proprietários de estabelecimentos, familiares das
vítimas e todos os segmentos — ABNT, CREA —, para que todos trouxessem as
suas contribuições. Reunimos dezenas de projetos que havia na Casa e produzimos
um substitutivo, que procura organizar a legislação e orientar a sociedade brasileira
sobre como proceder.
Vou dar um exemplo a V.Exa. Hoje, no Brasil, é muito comum que
estabelecimentos funcionem fora das regras, sem alvará. Aliás, é muito comum que
funcionem com liminar da Justiça para que, mesmo sem alvará, sem plano de
prevenção, possam funcionar. E as pessoas não sabem. Uma pequena medida
aprovada por nós, hoje, obrigará o proprietário de estabelecimento e a Prefeitura a
terem na Internet todas as informações sobre o estabelecimento: anotação, o
responsável técnico, a data da aprovação do plano de prevenção, se o alvará está
em dia. O pai e a mãe poderão, de casa, ter todas as informações sobre o
estabelecimento para decidir se o filho poderá ou não estar presente naquele local.
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Nós, com medidas simples, definimos com clareza que a responsabilidade de
concessão de alvará é do Prefeito.
Se nós identificarmos que um gestor está permitindo que um estabelecimento
funcione fora das regras básicas de segurança, de modo a colocar em risco a vida
das pessoas, ele poderá ser responsabilizado por crime de improbidade. Isso irá
alterar a conduta e a postura dos administradores, que muitas vezes facilitam o
funcionamento do estabelecimento sem medir as consequências que isso pode
provocar.
Então, Sr. Presidente, eu considero que este é um dia histórico. Infelizmente,
a partir de uma tragédia, nós vamos ter condições de mudar uma realidade. Que
aquelas 242 mortes, que aquelas vítimas, que aqueles jovens possam significar para
nós uma exigência, um imperativo moral de que alguma coisa seja feita, um legado
para as próximas gerações, para que nunca mais tenhamos que conviver com uma
realidade como aquela.
A dor daqueles familiares, daqueles amigos é a de até hoje buscar uma
explicação para tamanha tristeza que se abateu sobre a nossa cidade e a nossa
região, que, cotidianamente, revivem aquela realidade.
Que esta lei seja de alguma forma um conforto, uma homenagem, um
reconhecimento desta Casa e do Brasil de que alguma coisa precisava ser feita.
Muito obrigado, Sr. Presidente.
O Henrique Eduardo Alves, Presidente, deixa a
cadeira da Presidência, que é ocupada pelo Sr. Onofre
Santo Agostini, nos termos do § 2º do art. 18 do
Regimento Interno.
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O SR. PRESIDENTE (Onofre Santo Agostini) - O próximo orador inscrito, pela
Liderança, é o Deputado Marcos Rogério.
Antes, entretanto, eu quero, com a permissão de S.Exa., ouvir a Deputada
Janete Rocha Pietá, por 1 minuto, e também a Deputada Benedita da Silva, por 1
minuto.
Em respeito às mulheres, Deputado, com a tolerância de V.Exa., vamos ouvir
a Deputada Janete Rocha Pietá e a Deputada Benedita da Silva.
A SRA. JANETE ROCHA PIETÁ (PT-SP. Pela ordem. Sem revisão da
oradora.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, eu quero dizer que hoje é um dia
feliz para esta Casa — feliz porque, na verdade, é pedagógico dizer para você, que
nos está assistindo, que esta Casa trabalha —, porque a Lei nº 6.295, deste ano,
que nós aprovamos, é resultado de um projeto da bancada feminina de criação de
uma CPMI exatamente para diagnosticar o quadro de violência contra as mulheres
no Brasil.
Sr. Presidente, eu quero dizer a V.Exa. que essa lei agora obriga — é lei;
portanto o SUS tem que cumprir — à universalidade, à integralidade da assistência à
saúde e psicológica e também à descentralização, nos Municípios, do atendimento
às mulheres que sofrem violência doméstica.
Muito obrigada por este 1 minuto. E digo: a bancada feminina agradece, e
52% das mulheres também.
O SR. PRESIDENTE (Onofre Santo Agostini) - Parabéns a V.Exa., à
Deputada Benedita da Silva e a todas as mulheres que trabalharam com V.Exas. O
marido da Deputada Benedita é um grande vascaíno e o seu marido também. Por
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isso, eu fico muito contente. Embora V.Exa. seja flamenguista, o seu marido é
vascaíno, é gente boa.
A Deputada Benedita é botafoguense, está meio chateada, mas o marido é
vascaíno, e, por isso, eu vou conceder a palavra a S.Exa., com a permissão do
Deputado Marcos Rogério.
A SRA. BENEDITA DA SILVA (PT-RJ. Pela ordem. Sem revisão da oradora.)
- Sr. Presidente, por conta do esforço concentrado, eu não pude estar no
PARLASUL, em Montevidéu, para a XI Sessão Extraordinária, onde foi feita uma
homenagem a Nelson Mandela, que já foi agraciado por resolução das Nações
Unidas, que declara o dia 18 de julho, data do seu aniversário, como Dia
Internacional Nelson Mandela. Eu acredito que a homenagem feita pelo Parlamento
do MERCOSUL de oficializar na ONU o Dia da Consciência Negra e contra o
Racismo na Região em homenagem ao nosso grande líder Nelson Mandela também
é uma justa homenagem.
Sr. Presidente, peço registro e divulgação deste pronunciamento nos meios
de comunicação da Casa, inclusive no programa A Voz do Brasil.
Muito obrigada.
PRONUNCIAMENTO ENCAMINHADO PELA ORADORA
Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, faço um registro que considero de
muita importância. No dia 7 de abril, o Parlamento do MERCOSUL teve a iniciativa
de oficializar a data da ONU que institui o Dia da Consciência Negra e contra o
Racismo na Região em homenagem ao nosso grande e inesquecível líder Nelson
Mandela.
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Devido ao esforço concentrado iniciado esta semana, não pude ir a
Montevidéu para participar da XI Sessão Extraordinária, que prestou essa
homenagem.
É bom ressaltar que as Nações Unidas estabeleceram por meio da Resolução
nº 64, de 2013, aprovada em sua Assembleia Geral, o dia 18 de julho — data de
nascimento de Mandela — como o Dia Internacional Nelson Mandela.
Acredito que a homenagem é justa, pois este grande líder nos deixou um
grande legado. É uma figura extremamente simbólica, referência e inspiração para
que, na condição de membro do PARLASUL, possamos cada vez mais consolidar o
nosso MERCOSUL como forma de fortalecer o espírito continental de latinidade.
Em boa hora, o PARLASUL teve a iniciativa de instituir essa data. É uma
forma de conscientizar o racismo como um problema que se agrava e tem
provocado grande impacto negativo nas sociedades dos países do MERCOSUL.
O PARLASUL tem plena convicção de que a exclusão afrodescendente vem
se manifestando explicitamente dentro da realidade econômica, social e cultural do
bloco e coloca a população afro-latina em completa desigualdade de oportunidades,
numa situação de desrespeito a sua dignidade humana.
Os recentes acontecimentos contra jogadores afro-brasileiros em estádios de
futebol revelam que o problema do racismo vem atingindo vários países.
Diante disso, o PARLASUL demonstra grande preocupação com as inúmeras
vítimas desta insana violação e está a exigir uma resposta urgente e imediata por
parte dos países-membros: que tomem atitude firme contra todas as formas de
racismo que investem contra os afro-latinos.
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Esta sessão foi uma oportunidade de construirmos consensos dignos e justos
na política e na vida social do povo latino e de estimularmos valores como a
igualdade, a liberdade e a justiça, que acreditamos serem vitais para contrapor a
onda de racismo e preconceito que insiste em contaminar o nosso espírito de
latinidade.
Encerro neste momento, invocando o pensamento do nosso eterno Nelson
Mandela, para expressar o sentimento de latinidade que vai se consolidando entre
os países-membros do MERCOSUL e no PARLASUL:
“Sonho com o dia em que todos levantar-se-ão e
compreenderão que foram feitos para viverem como
irmãos.”
Muito obrigada.
O SR. PRESIDENTE (Onofre Santo Agostini) - Tem a palavra o Deputado
Amauri Teixeira.
O SR. AMAURI TEIXEIRA (PT-BA. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr.
Presidente, a Deputada Benedita da Silva não deixou de ir só a Montevidéu em
razão do esforço concentrado; ela, responsável como é, deixou também de ir a Nova
Iorque. Nós a escolhemos para representar a Comissão na conferência sobre
população e desenvolvimento em Nova Iorque, mas ela não foi, por causa da
agenda aqui.
Mas, Sr. Presidente, eu também quero parabenizar a bancada feminina. Nós,
junto com as Deputadas Benedita da Silva, Janete Rocha Pietá, Jô Moraes, com
todas as Deputadas, construímos uma pauta sobre as questões das mulheres na
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Comissão de Seguridade Social e Família. Eu, como Presidente, acolhi as
sugestões da bancada feminina.
Quero também ressaltar, Sr. Presidente, que nós estivemos hoje pela manhã
num ato de recuperação da memória e liberdade, uma homenagem aos 41
Deputados cassados pela ditadura. Hoje completam-se 50 anos do golpe militar. Eu
quero homenagear a todos em nome dos quatro baianos cassados: Fernando
Santana, Mário Lima, João Dória e Hélio Ramos.
Obrigado, Sr. Presidente.
O SR. PRESIDENTE (Onofre Santo Agostini) - Tem a palavra o Deputado
Marcos Rogério.
O SR. MARCOS ROGÉRIO (PDT-RO. Pela ordem. Sem revisão do orador.) -
Sr. Presidente, Sras. e Srs. Parlamentares, eu ocupo a tribuna neste momento para
registrar que ontem, na Comissão de Constituição e Justiça, nós derrubamos,
derrotamos um projeto que pretendia criar no Brasil a obrigatoriedade do uso de
simuladores para a formação de condutores. V.Exa. estava lá e também foi
importante no debate, Sr. Presidente.
Esse é um assunto que o Brasil está debatendo. As autoridades de trânsito
deste País não debateram o suficiente para implantar esse instrumento, o simulador,
sem que haja prova científica de sua eficácia. A pesquisa que embasou a
implantação do sistema no Brasil levou em consideração 19 amostras, num período
de aproximadamente 2 meses e meio de pesquisa, apesar dos estudos de uma
faculdade no Sul do País. Nos Estados Unidos, essa pesquisa foi feita com mais de
500 alunos, durante mais de 2 anos de pesquisas, de testes.
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No Brasil, Sr. Presidente, nós temos na aviação civil o simulador como
instrumento acessório. Não é obrigado o candidato a piloto a passar por simulador
de voo para ter o seu brevê, seja ele piloto comercial, seja ele piloto de carreira, seja
ele piloto particular. Não há necessidade de passar por um simulador de voo. Mas
no Brasil queriam, querem obrigar o candidato a motorista, o candidato a uma CNH,
a passar por uma máquina que simula condições de trânsito.
Como alertou ontem um Deputado da Comissão, o Deputado Ronaldo,
imagine V.Exa. o candidato a motorista fazer a simulação numa máquina que projeta
um asfalto maravilhoso e depois ir dirigir num asfalto desses que nós conhecemos
bem no interior do Brasil.
Não existe equipamento que possa substituir a realidade das ruas. A aula
teórico-prática é o melhor modelo. Ainda assim, sem prova científica, quiseram
implantar no Brasil esse instrumento.
Então, Sr. Presidente, quero fazer o registro de que nós ontem derrotamos
essa proposta na Comissão de Constituição e Justiça. Ainda vamos ter que
enfrentar o PDC do Deputado Marcelo Almeida, que está na Ordem do Dia e susta
os efeitos dessa resolução.
Acho que se trata aqui mais de um bom negócio do que de um bom
instrumento para aperfeiçoamento dos condutores deste País. Lamento dizer isto.
Nós temos, é verdade, mais de 40 mil mortes por ano no Brasil, o que representa
uma despesa de cerca de 30 bilhões de reais. É esse o custo dos acidentes no
Brasil, lamentavelmente. Agora, implantar como obrigação para as autoescolas um
instrumento cuja eficácia não tem prova científica, isso ofende a Constituição
Federal, sobretudo o princípio da razoabilidade, da proporcionalidade, da eficiência,
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aquele previsto no art. 37. O Estado, antes de fazer a exigência, precisa testar,
comprovar a eficácia do instrumento, sob pena de lesar o candidato à CNH, sob
pena de enganar esse candidato.
Então, ontem a CCJ prestou um grande serviço ao País ao derrotar a
proposta. Tenho certeza de que ganha o País e ganha o condutor. Nós precisamos
de motoristas mais bem treinados, mas sem esse tipo de imbróglio, que não
acrescenta nada, que só atrapalha, só aumenta o custo da habilitação no Brasil.
A V.Exa., Sr. Presidente, que esteve lá e foi um grande colaborador, as
nossas homenagens também, extensiva a todos que participaram desse debate.
O SR. PRESIDENTE (Onofre Santo Agostini) - Tem a palavra o Deputado
Eurico Júnior.
O SR. EURICO JÚNIOR (PV-RJ. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr.
Presidente, eu me inscrevi para falar porque, como membro da Comissão Externa
que analisou aquela tragédia na Boate Kiss, que vitimou 242 jovens em Santa Maria,
participei, por mais de 6 meses, de grandes audiências, de debates, de audiências
públicas.
Tivemos a participação muito importante do Deputado Federal do PT do Rio
Grande do Sul coordenador da Comissão Externa, o Deputado Paulo Pimenta, que
eu queria mais uma vez parabenizar, da Relatora e autora do projeto, a Deputada
Elcione Barbalho, que eu parabenizo pelo brilhante posicionamento, pela brilhante
postura durante todos os trabalhos da Comissão. Saúdo também a todos os
Deputados Federais que participaram intensamente daquela Comissão.
Mas eu queria, Sr. Presidente, agradecer principalmente ao Comando Geral
do Corpo de Bombeiros, na pessoa do Coronel Simões; ao Tenente-Coronel Polito,
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que hoje está nas Diversões Públicas; ao Capitão Lauro Botto, pela brilhante
participação nas nossas audiências públicas; ao Coronel Claucir, do Estado do Rio
de Janeiro. Enfim, eu queria agradecer a participação do Corpo de Bombeiros do
Rio Grande do Sul, de Santa Catarina, de São Paulo, de Brasília. Aqui de Brasília eu
destaco a Major Márcia, as Sargentos Mariana e Érica e a Subtenente Ana Cláudia,
que participaram intensamente desse debate, da elaboração desta importante lei
que nós aprovamos hoje.
Sr. Presidente, solicito que meu pronunciamento seja divulgado no programa
A Voz do Brasil.
Muito obrigado.
O SR. PRESIDENTE (Onofre Santo Agostini) - O pedido de V.Exa. será
atendido.
Tem agora a palavra o Deputado Professor Setimo, maranhense que realizou
um trabalho extraordinário em defesa da educação. Meus cumprimentos a V.Exa.
pelo trabalho extraordinário. V.Exa. participou de todas as Comissões que dizem
respeito à educação.
O SR. PROFESSOR SETIMO (PMDB-MA. Pela ordem. Sem revisão do
orador.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, quero fazer um registro de suma
importância, como membro da Comissão de Educação e da Comissão Especial que
está elaborando o Plano Nacional de Educação, no sentido de que nós temos a
parte mais importante do Plano Nacional de Educação. Todas as metas, todas as
diretrizes, todas as estratégias para o cumprimento do Plano Nacional de Educação
contemplam o princípio da inclusão. E quando falamos no princípio da inclusão,
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objetivo maior do Plano Nacional de Educação, nós falando na inclusão educacional
e na inclusão social.
Veja, Sr. Presidente, quando falamos de inclusão no Plano Nacional de
Educação, referimo-nos desde a origem, no ensino infantil, com a inclusão nas
creches, um programa de origem no Governo Lula e agora da Presidente Dilma. São
de suma importância as creches nas pequenas cidades, principalmente na periferia
dos Municípios. Com a creche, sim, nós podemos garantir a inclusão educacional e
social do ensino infantil e, em seguida, do ensino fundamental. E com a participação
da nossa juventude de 14 a 17 anos no ensino básico, aí incluído o ensino médio,
Sr. Presidente, nós temos a inclusão — veja a importância deste plano — de 9
milhões de jovens.
Mas vejam que, quando se fala em inclusão social, há que se pensar também
no trabalho, porque só através do trabalho é que nós poderemos fazer a inclusão
social, com a origem na inclusão educacional.
Veja como, Sr. Presidente. Com o ensino profissionalizante, nós estamos
garantindo no Plano Nacional de Educação que 30% dos alunos de 14 a 17 anos
que cursam o ensino básico sejam incluídos no ensino profissionalizante. Com o
ensino profissionalizante, sim, nós teremos a nossa juventude capaz de preencher a
lacuna do mercado de trabalho. Com o ensino profissionalizante, através dos IFETs
e dos CEFETs, nós podemos formar a nossa juventude e, aí sim, garantir que ela
seja inserida no mercado de trabalho. Então poderemos falar numa verdadeira
inclusão social da nossa mão de obra, que são os jovens brasileiros.
O Plano Nacional de Educação é a saída para a inclusão social e
educacional, e sua resultante final será qualidade de ensino para o povo brasileiro.
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Muito obrigado, Sr. Presidente.
O SR. PRESIDENTE (Onofre Santo Agostini) - Parabéns, Deputado Professor
Setimo.
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O SR. PRESIDENTE (Onofre Santo Agostini) - Antes de dar prosseguimento
à sessão, esta Mesa dá conhecimento ao Plenário do seguinte:
Ato da Presidência
Nos termos da alínea “m” do inciso I do art. 17,
combinado com o inciso II do art. 22, todos do Regimento
Interno, esta Presidência decide criar Comissão Especial
para propor legislação de garantias, segurança e de
condições de realização de manifestações populares.
A Comissão será composta de 23 (vinte e três)
membros titulares e de igual número de suplentes, mais
um titular e um suplente, atendendo ao rodízio entre as
bancadas não contempladas, designados de acordo com
os §§ 1º e 2º do art. 33 do Regimento Interno.
Brasília, 10 de abril de 2014
Henrique Eduardo Alves
Presidente da Câmara dos Deputados
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PRONUNCIAMENTOS ENCAMINHADOS À MESA PARA PUBLICAÇÃO
O SR. MAURO BENEVIDES (PMDB-CE. Pronunciamento encaminhado pelo
orador.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, várias vezes já me manifestei,
nesta tribuna, sobre a jornada de 30 horas semanais para os enfermeiros do nosso
País, postulação endossada por lideranças expressivas desta Casa. Decorrido
apreciável lapso de tempo, ainda não foi a matéria submetida à deliberação deste
Plenário soberano.
A categoria tem-se empenhado junto às Lideranças, sem que o Congresso
haja expressado o seu assentimento, embora sejam poucos os que se recusam a
admitir essa justa pretensão.
Por isso, entendi de meu dever voltar a essa temática, na convicção de que
alcancemos, sem mais tardança, a concretização de algo revestido de incontestável
justeza.
Daí a reiterada solicitação que retransmito às diversas bancadas, convicto de
que não se registrará qualquer discrepâncias em reivindicação de indiscutível
legitimidade.
É esse o meu reiterado apelo à Mesa e aos colegas que compõem esta Casa
Legislativa.
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A SRA. IRACEMA PORTELLA (Bloco/PP-PI. Pronunciamento encaminhado
pela oradora.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, todos conhecem, ou
deveriam conhecer, a importância da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária
— EMBRAPA para a agropecuária brasileira. Graças à EMBRAPA, o Cerrado, antes
tido como inútil para a agricultura, tornou-se o maior produtor de grãos do Brasil.
Mas não é só no Cerrado que a EMBRAPA trabalha: há unidades do órgão, e
pesquisadores, espalhados em todo o Brasil, e até no exterior.
Além da excelência acadêmica, a EMBRAPA também se destaca pela
excelência de sua gestão, de sua responsabilidade socioambiental, de sua ética, de
seu respeito à diversidade e à pluralidade, do seu comprometimento com o País e
da sua cooperação com outros centros de pesquisa.
Seria inviável, num Pequeno Expediente, rememorar a importância da
atuação da EMBRAPA, desde meados do século passado, na economia e na
sociedade brasileira. Concentro-me, hoje, apenas no triênio 2010, 2011 e 2012 e
somente nas ações da EMBRAPA Meio-Norte, ou seja, da EMBRAPA que cuida dos
Estados do Piauí e Maranhão.
O último relatório da instituição confirma seu compromisso com a
sustentabilidade econômica e ecológica da agropecuária daqueles dois Estados, que
além do Cerrado e da Caatinga têm também ecossistemas amazônicos e de matas
de babaçu. As pesquisas feitas no triênio tratam de métodos inovadores para lidar
com rebanhos ou plantações, respeitando os ecossistemas nativos, tendo por
resultado uma maior rentabilidade e o desenvolvimento positivo de pessoas e
regiões — não por um curto período, mas por um período indefinido, ou seja,
sustentável ao longo do tempo.
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Entre o início de 2010 e o final de 2012, foram aprovados pela EMBRAPA
Meio-Norte 19 projetos de pesquisa e transferência de tecnologia, inclusive em
técnicas agroflorestais, ou seja, que permitem a exploração agrícola sem a
derrubada da mata nativa.
Plantadores de feijão, cana-de-açúcar, algodão e melancia e criadores de
abelhas e cabras tiveram pesquisas dedicadas especificamente às suas atividades
econômicas. Mas há outras linhas de estudos mais genéricas, cujos benefícios são
dispersos pela sociedade como um todo. Por exemplo, os três estudos relacionados
às mudanças climáticas globais feitas nesse triênio, ou o estudo de alimentos
biofortificados, ou o estudo do desenvolvimento de comunidades familiares por meio
do plantio do gergelim orgânico. Ou seja, são pesquisas com resultados muito mais
expressivos do que simples tentativas de aumento de produtividade.
Além desses projetos de pesquisa e desenvolvimento, muitos outros planos
de ação e atividades com outras unidades da EMBRAPA foram aprovados.
Tecnologias foram transferidas e aproveitadas no Plano Brasil Sem Miséria, que, em
20013, apoiou mais de 1.800 famílias de pequenos agricultores em 39 Municípios do
Vale do Guaribas, no Piauí. O Projeto BIOFORT, do Governo Federal, contou com o
apoio de minha homenageada para transferir tecnologias que deixam com altos
teores de ferro, zinco e betacaroteno o feijão, a batata-doce, a macaxeira e o milho.
Administrativamente, o triênio 2010/2012 significou o massivo esforço de
recapacitação do já capacitado quadro de pessoal da entidade. Foram mais de 25
mil horas de treinamento para pesquisadores, analistas e assistentes.
Para a EMBRAPA, o maior capital é o conhecimento, e é no conhecimento
que o investimento mais maciço deve ser feito. No que depender da EMBRAPA
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Meio-Norte, seus rumos acadêmicos e gerenciais estão muito bem direcionados,
para a sorte do Maranhão e do Piauí e do Brasil como um todo, senhoras e
senhores.
Obrigada.
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O SR. ROGÉRIO CARVALHO (PT-SE. Pronunciamento encaminhado pelo
orador.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, as informações equivocadas sobre
a compra da Refinaria de Pasadena pela PETROBRAS: um pseudoargumento para
as oposições. Um descompromisso com o Brasil.
Venho tratar do atual imbróglio de informações sobre a compra, pela
PETROBRAS, da Refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos. Nas últimas
semanas, esse tema se tornou pauta da grande imprensa, mas servindo como pano
de fundo para que as oposições possam ter um mínimo de argumento nas próximas
eleições, muito embora esse argumento contrarie os interesses nacionais e não se
sustente em um exame mais profundo.
E chamo de imbróglio porque vou aqui usar, livremente, o artigo de Marcelo
Zero, que justamente assim designa todo esse assunto:
“Na realidade, a Petrobras sempre incomodou os
conservadores do país. Pudera. Nascida da histórica
campanha nacionalista ‘o Petróleo é nosso’, a Petrobras
se converteu naquilo que os neoliberais consideram
praticamente uma impossibilidade: uma empresa estatal
bem-sucedida e eficiente. Ela é um acabado
contraexemplo das teses antiestatais e
antidesenvolvimentistas que sustentavam o fracassado
paradigma privatizante e liberalizante que ruiu no início
deste século”.
Sr. Presidente, a compra da Refinaria de Pasadena pela PETROBRAS não foi
um negócio equivocado. Ela custou, ao todo, US$ 486 milhões e não US$ 1,18
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bilhão. Seu valor de aquisição, para a época, foi abaixo da média de uma refinaria
nos mesmos padrões. O negócio atendia ao planejamento estratégico da
companhia, definido ainda no Governo Fernando Henrique Cardoso e sua compra
foi aprovada pelo Conselho de Administração da PETROBRAS, que entre seus
membros contava com a participação de Fábio Barbosa, Presidente da Abril e ex-
Presidente da Federação Brasileira de Bancos (FEBRABAN), de Jorge Gerdau,
Presidente do Grupo Gerdau, e de Cláudio Haddad, Presidente-Acionista da
AMBEV.
Aliás, Sras. e Srs. Deputados, em reunião da bancada do PT com o ex-
Presidente da PETROBRAS, Sr. José Sérgio Gabrielli, de modo bastante seguro e
convincente, demonstrando a indignação dos injustiçados, ele especificou, passo a
passo, o cálculo que desmente que a empresa belga Astra Oil tenha comprado a
refinaria por US$ 42,5 milhões e tenha vendido para a PETROBRAS por US$ 1,18
bilhão. Na verdade, a Astra, quando comprou, pagou US$ 326,5 milhões, e a
companhia brasileira, quando adquiriu a refinaria, pagou US$ 486 milhões (190
milhões na primeira parcela e 296 milhões na segunda, sendo essa última parcela
arbitrada pela Justiça americana quando houve a separação da sociedade com a
empresa belga Astra Oil).
Vejam bem, senhoras e senhores, o preço real do negócio foi 40% do valor de
US$ 1,18 bilhão alegado pela Oposição e pela mídia. O preço pago revela um índice
de custo da refinaria de 4.860 dólares por barril de capacidade de
processamento/dia, quando a média, à época, era bem acima de 9.734 dólares por
barril, o que comprova que ela foi comprada abaixo do valor de mercado.
E disse ainda que a Cláusula Marlim foi considerada inválida pela Justiça dos
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Estados Unidos, na disputa judicial entre a PETROBRAS e a Astra. E mais: que a
cláusula do tipo Put Option também não prejudicou a estatal, uma vez que se trata
de um acordo de divórcio. Uma cláusula normal quando se refere a grandes
negócios.
Para esclarecer melhor, senhoras e senhores: a Cláusula Marlin estabelece
que a Refinaria de Pasadena teria que garantir 6,9% de rentabilidade mínima a um
dos sócios (o grupo Astra) independentemente dos resultados. Já a Cláusula Put
Option define regras para um acionista adquirir a parte do outro. Trata-se de
cláusula comum em processos de fusão e/ou incorporação com dois ou mais sócios
fortes. Consiste no seguinte: 1) o sócio A oferece sua parte ao sócio B por
determinado valor. 2) o sócio B não tem o direito de recusar. Mas tem a opção de
comprar a parte do sócio A pelo mesmo valor que lhe foi oferecido.
Portanto, senhoras e senhores, quem tomou a iniciativa de entrar na Justiça
em 2008 foi a PETROBRAS, que queria modernizar a refinaria. Em julho de 2008, o
Grupo Astra entrou contra a PETROBRAS alegando que tinha que ser aplicada a
Cláusula Marlin. Assim, em 2012, a Justiça americana concluiu que a Cláusula
Marlin não é válida e que o cálculo seria feito a partir da Put Option, considerando os
termos do contrato original, dentro das condições econômicas da época.
Sr. Presidente, o contexto que é desprezado pela Oposição e pela mídia foi
que o negócio foi afetado pelas mudanças no mercado decorrentes da crise
internacional de 2008 e do aproveitamento do gás de xisto pelo mercado
norte-americano. Realmente, a partir de 2007, tudo começou a mudar. No Brasil, há
as descobertas das enormes jazidas do pré-sal, a maioria constituída de óleo leve. O
consumo de petróleo nos Estados Unidos cai de um pico de 20,8 milhões de
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barris/dia, em 2005, para 18,6 milhões, em 2012. O preço do petróleo passa a
aumentar mais do que o de derivados. No golfo do México, as margens de refino
despencaram de 4,3%, em 2005, 3,9%, em 2006, e 4,1%, em 2007, para taxas
negativas entre 2008 e 2010.
Todos nós sabemos que a compra da refinaria está sendo investigada pela
Polícia Federal, pelo Tribunal de Contas da União e Ministério Público. O Congresso
Nacional tem toda possibilidade de também investigar a PETROBRAS. Basta que a
Oposição aceite investigar diversas outras situações, tais como o Porto de Suape e
o Metrô de São Paulo.
Se confirmados erros e irregularidades na gestão da PETROBRAS,
exigiremos que sejam devidamente apurados pelos órgãos de controle do Estado e
pela Justiça. No entanto, não permitiremos que sangrem a PETROBRAS em um
ringue de disputas políticas partidárias eleitorais, como querem os autoproclamados
defensores da CPI. Até porque são eles os mesmos que quando governaram o País
fizeram de tudo para privatizar a PETROBRAS.
Aliás, quando exercia o papel de governista (dos anos 90 até 2002), a
Oposição demo-tucana quebrou o monopólio estatal da PETROBRAS, escancarou a
terceirização, privatizou alguns setores e unidades da empresa, reduziu
drasticamente os efetivos próprios, estagnou investimentos em exploração,
produção e refino e ainda tentou mudar o nome da PETROBRAS para
PETROBRAX. Foi nessa época que a empresa protagonizou alguns dos maiores
acidentes ambientais do País e o afundamento da P-36.
São os mesmos neoliberais que insistem em atacar a gestão estatal que
desde 2003 iniciou o processo que faz da PETROBRAS uma empresa
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verdadeiramente pública e voltada para os interesses nacionais.
Vamos aos fatos, Sr. Presidente. Em 2002, a PETROBRAS valia R$ 30
bilhões, sua receita era de R$ 69,2 bilhões, o lucro líquido de R$ 8,1 bilhões e os
investimentos não passavam de R$ 18,9 bilhões. Uma década depois, em 2012, o
valor de mercado da PETROBRAS passou a ser de R$ 260 bilhões, a receita subiu
para R$ 281,3 bilhões, o lucro líquido para R$ 21,1 bilhões e os investimentos foram
multiplicados para R$ 84,1 bilhões.
Merece recordar, senhoras e senhores, que foi naquele Governo PSDB-DEM
que se promulgou a famosa Lei nº 9.478, de 1997. Essa norma produziu duas
grandes consequências. Em primeiro lugar, a PETROBRAS abriu seu capital social
para investidores estrangeiros. Assim, a estatal teve 36% de suas ações vendidas
na Bolsa de Nova Iorque. Com isso, a União reduziu a sua participação acionária de
cerca de 60% para 32,53% do capital social total. Ressalte-se que essa operação
não representou o ingresso de recursos para a PETROBRAS, mas proporcionou na
época o aumento na sua base acionária, principalmente no estrangeiro.
Com tal venda, a PETROBRAS teve ainda de cumprir, a partir de 2002, com a
lei americana Sarbanes-Oxley (SOX), uma norma bastante rigorosa, que obriga as
empresas que têm ações em bolsas norte-americanas a submeterem as suas
decisões de negócios e informações às autoridades supervisoras do mercado
bursátil dos EUA. Dessa maneira, os presidentes de PETROBRAS são obrigados a
ir a Nova Iorque para prestar contas das ações da empresa e submeter-se aos duros
questionamentos dos acionistas norte-americanos.
Interessante saber que muitos desses acionistas são associados às
companhias competidoras da PETROBRAS.
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Em segundo lugar, a Lei nº 9.478, de 1997, introduziu, no Brasil, o modelo de
exploração por concessão. Conforme tal modelo, o petróleo e o gás são de
propriedade da empresa privada que os explora. O petróleo, nesse caso, só
pertence à União enquanto não estiver sendo explorado. Assim que uma empresa
começa a explorar uma jazida, pelo modelo de concessão, o petróleo e o gás
passam a ser de sua propriedade. Com isso, o País perdeu o controle estratégico da
produção e comercialização de hidrocarbonetos, pois a empresa concessionária
podia fazer o que quiser com a sua jazida. Com isso, o petróleo deixou de ser nosso.
Na realidade, a citada lei já estava preparando o terreno para uma futura
privatização da PETROBRAS, que o PSDB-DEM chamou de PETROBAX.
Sras. e Srs. Deputados, com a recuperação da empresa e com a nova
realidade criada pelo pré-sal, os governos do PT resolveram criar um novo marco
regulatório para o setor, que enterrou o modelo de concessão criado pelo PSDB-
DEM. Para os campos do pré-sal, o que vale agora é o modelo de partilha. Nesse
novo modelo, o petróleo continua de propriedade da União, mesmo após a jazida ser
eventualmente explorada por uma empresa privada.
A empresa apenas recebe uma participação por seus serviços. Por
conseguinte, o novo marco regulatório assegurou que o petróleo do pré-sal seja
realmente nosso. Ademais, a nova norma também determinou que a PETROBRAS
seja a operadora privilegiada dos megacampos. O petróleo, agora abundante, voltou
a ser nosso. É isso que incomoda. E muito.
Se antes a PETROBRAS incomodava, hoje ela incomoda muito mais. As
empresas estrangeiras não podem mais se apossar das megajazidas, como podiam
na época do PSDB-DEM. E para explorá-las elas têm de se associar à
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PETROBRAS.
Portanto, na defesa do interesse nacional, público e republicano, precisamos
proteger a PETROBRAS, mas sem transmitir a ideia de que se esconde corrupção.
Esta não houve. Se, por acaso, ela ficar constatada, os órgãos de Estado estão
apurando e tomarão as medidas cabíveis.
Era o que tinha a dizer.
Muito obrigado.
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A SRA. PERPÉTUA ALMEIDA (PCdoB-AC. Pronunciamento encaminhado
pela oradora.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, a Federação de Sindicatos
de Trabalhadores Técnico-Administrativo em Instituições de Ensino Superior do
Brasil — FASUBRA está solicitando a abertura das “negociações”, com objetivo de
buscar melhorias necessárias para uma categoria tão desprezada, porém de suma
importância para as instituições pública de ensino superior.
Trata-se de pessoas qualificadas. São técnico-administrativos que pulsam o
funcionamento das instituições públicas de ensino superior e tão importantes quanto
os professores, alunos, reitores, diretores e toda comunidade envolvida.
Senhoras e senhores, nada mais justo que esta Casa acolha o eixo específico
das reivindicações, que são o aprimoramento da carreira; extensão do art. 30 da Lei
nº 12.772, de 2012; ascensão funcional; cumprimento integral do acordo de greve de
2012; reconhecimento dos cursos de mestrado e doutorado fora do país;
aproveitamento de disciplinas de pós-graduação para pleitear incentivo à
capacitação, entre outras.
Sr. Presidente, precisamos nos unir a esses trabalhadores, precisamos
encaminhar as indicações necessárias para que suas reivindicações não caiam no
esquecimento, precisamos melhorar a qualidade de trabalho nas instituições pública.
Desta forma, Sr. Presidente, com uma categoria satisfeita, colheremos os
benefícios na qualidade de ensino, nas aulas ministradas pelos magistérios e no
desempenho dos nossos estudantes. Não me restam dúvidas de que, com uma
categoria bem formada, bem nutrida de direitos e deveres — e este raciocínio serve
para as demais categorias do nosso País —, estaremos cumprindo nossa missão,
nosso dever neste Parlamento.
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Aqui fica meu apelo ao Ministro da Educação e ao Ministério do Planejamento
para que aceitem as negociações com a categoria.
Sei, Sr. Presidente, que, no que for possível, esta Casa estará pronta para
apoiar.
Muito obrigada.
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O SR. VALADARES FILHO (PSB-SE. Pronunciamento encaminhado pelo
orador.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, a recente divulgação dos números
da inflação voltou a causar preocupação em todos nós que temos compromisso com
a estabilidade econômica, que temos compromisso com nosso País.
Foi de 0,92% o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) da segunda
quinzena de março, e o da primeira quinzena tinha sido de 0,73%, o mais alto
registrado nos últimos 11 anos. Isso é muito superior aos valores anteriores, de
janeiro e fevereiro, o que causa preocupação. Esse índice, como todos sabem, é
monitorado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Esse valor de março
do IPCA levou o acumulado nos últimos 12 meses a 6,15%, um absurdo, ao
considerarmos que a meta inflacionária anual é de 4,5% (quatro inteiros e cinco
décimos por cento), com intervalo de tolerância de menos dois pontos percentuais e
de mais dois pontos percentuais. Lembremo-nos de que o IPCA 2013 havia fechado
em 5,91%.
Já outro termômetro, que é o Índice Geral de Preços-Mercado (IGP-M), da
Fundação Getúlio Vargas, trouxe um número não menos assustador: 1,67%, em
março, contra 0,38%, em fevereiro, e 0,48%, em janeiro passados. Entre outros
motivos, esse número preocupa porque é o que se utiliza para os reajustes dos
aluguéis. O acumulado dos últimos 12 meses somou 7,3%.
E esse número ameaça não apenas a estabilidade econômica, mas também
— ou, principalmente — a social. Não existe harmonia possível com o clima de terror
que a corrosão do dinheiro faz. Todos brigam e ninguém tem razão. Não é à toa que
esse fenômeno era representado como se fosse uma ciranda.
Era chamada de ciranda inflacionária: comerciantes e prestadores de serviço
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antecipavam a alta de seus produtos; industriais, num passo antes, já o teriam feito,
com a justificação de que os insumos já haviam subido, e assim por diante. E quem
perdia? A dona de casa, o trabalhador, o estudante, o beneficiário do Bolsa-Família,
o aposentado do INSS, o servidor público, enfim, os mais fragilizados nessa ciranda
da economia. Não queremos que essa ciranda volte, por nenhum motivo.
Por isso, é urgente sejam tomadas as medidas necessárias para retomar o
controle desse processo de volta da inflação. Todos sabemos do quanto é
imperativo preservar a renda da classe trabalhadora, pois sem ela não podemos
prosseguir com o processo de redistribuição de renda iniciado por toda a sociedade
brasileira. É sabido que, mesmo com inflação, os mais abastados, os que dispõem
de capital acumulado, incluindo as instituições financeiras conseguem proteger seu
patrimônio. Mas e os pobres? Como fazer para se proteger, tendo que administrar
um salário semanal ou mensal.
Há poucos dias, celebramos os 20 anos do início deste processo de
estabilidade econômica. Ou seja, os eleitores das próximas eleições — ainda bem
— não têm memória do que foi esse pesadelo para o País. A minha geração mesmo
pouco vivenciou isso. E não queremos um quadro inflacionário para as gerações
futuras, não queremos para os próximos 4 anos, não queremos para este ano, nem
para o próximo mês.
Aparentemente, o Banco Central já reagiu, com mais uma elevação da taxa
SELIC. Entretanto, pode ser que esse remédio dos juros possa vir a ser amargo
para outros setores da economia, pois a produção precisa de crédito acessível e
barato para gerar o verdadeiro motor do desenvolvimento e da segurança do País.
É preciso saber, Sr. Presidente, se o planejamento governamental está sendo
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coerente e congruente com a pujança de nossa economia. E sabemos que um
planejamento envolve muito mais do que o monitoramento dos juros, por um lado,
para arrefecer o consumo, ou a majoração de tributos, por outro, para poder fechar
as contas do Governo. Será que os investimentos em infraestrutura estão sendo
feitos nos valores reclamados pela grandiosidade do Brasil? Que rodovias, que
ferrovias, que portos, que aeroportos estão sendo construídos para movimentar a
produção? Que sistemas de geração e distribuição de energia estão sendo criados,
a médio e a longo prazo, para servirem de combustível ao nosso crescimento?
Esses são apenas alguns dos exemplos de infraestrutura de que precisamos.
Gostaria de relembrar aos Deputados que a inflação é uma responsabilidade
de todos e não apenas do Banco Central, que tem autonomia, ou do Ministério da
Fazenda, que depende da orientação do Palácio do Planalto. Por quê? Porque em
alguma medida, de algum modo, o Congresso Nacional é sempre chamado a
aprovar — ou a rejeitar, se assim entender — as medidas econômicas que são
propostas pelo Poder Executivo.
Que esses números nos sirvam de alerta, para que o País reaja enquanto é
tempo. Lembremo-nos de que as eleições são regulares, que os eleitos e os
eleitores podem se manifestar periodicamente. Mas a inflação é um combate
permanente, com este ou aquele partido liderando a coalizão. O que conquistamos
arduamente nos últimos 20 anos não pode ser desprezado.
Era o que tinha a dizer.
Muito obrigado.
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O SR. JEFFERSON CAMPOS (PSD-SP. Pronunciamento encaminhado pelo
orador.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, gostaria de utilizar este espaço
para, juntamente com todos os colegas, comemorar a aprovação do Projeto de Lei
nº 5.403, de 2001, ou seja, o Marco Civil da Internet, que se deu no dia 25 de março.
Bem sabemos que foi um ato simbólico, porém de grande significado para a
nossa Nação já que trata dos direitos e das proibições no que tange ao uso da
Internet, assim como define os casos em que a Justiça pode requerer os registros de
acesso à rede e a comunicações de usuários. A proposta seguirá agora para análise
no Senado antes de ir à sanção presidencial.
Com o intuito de regulamentar diretrizes sobre quais dados dos internautas
podem ser coletados, quem poderia coletá-los e de que forma devem ser
protegidos, o texto do projeto é resultado de sugestões da população enviadas pela
Internet, além de debates e audiências públicas feitas ao longo de 3 anos. O Marco
pode ser, assim, considerado como uma constituição para a Internet no Brasil.
Seu surgimento se deu em resposta a um projeto bastante rígido, que
pretendia armazenar dados de navegação e identificação dos usuários para
combater crimes digitais, conhecido como Lei Azeredo, e que era bastante restritivo
às liberdades dos usuários. A partir desse ponto ficou clara a necessidade de uma
proposta que, antes de mais nada, definisse os direitos básicos dos internautas
(privacidade, liberdade de expressão, entre outros). O Marco Civil foi proposto em
2009 e discutido em consulta pública em 2010. Mas foi em 2012 que sua equipe
conseguiu formular o primeiro texto que foi encaminhado para votação na Câmara.
Alguns pontos do texto geraram polêmica, como a neutralidade de rede, que,
após alguns ajustes, foi mantida. Segundo o texto original, a neutralidade deveria ser
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regulamentada por meio de decreto presidencial.
Num outro ponto, o Governo cedeu na questão do armazenamento de dados
no Brasil de usuários brasileiros, que obrigaria a instalação de data centers no País
de empresas de Internet, como Google e Facebook. Porém reforçou que empresas
internacionais precisam respeitar a legislação brasileira.
De minha parte considerei com mais afinco a questão do controle parental.
Juntamente com a bancada evangélica, coloquei meu parecer favorável ao controle.
Acho de extrema importância que os pais possam escolher e utilizar programas que
os permitam visualizar e mesmo coibir suas crianças e adolescentes de acessar
certos conteúdos inadequados para a idade em questão.
Sei que o texto ainda não é o ideal, mas enxergo o Marco Civil da Internet
como um grande passo vitorioso para toda a sociedade brasileira.
Solicito, Sr. Presidente, que meu pronunciamento seja divulgado nos meios
de comunicação da Casa e no programa A Voz do Brasil.
Muito obrigado.
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O SR. SABINO CASTELO BRANCO (PTB-AM. Pronunciamento
encaminhado pelo orador.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, a recente
divulgação do lucro registrado pelos bancos brasileiros no ano passado nos deixou
estarrecidos. Segundo levantamento feito com base em dados do Fundo Monetário
Internacional, a soma do lucro dos quatro maiores bancos do País — Banco do
Brasil, Itaú, Bradesco e Santander — foi maior do que o Produto Interno Bruto
estimado de 83 países no mesmo ano.
O lucro desses bancos, que há décadas não para de crescer, chegou, em
2013, a algo em torno de 20,5 bilhões de dólares, mais do que toda a riqueza
produzida pelos milhões de habitantes de cada uma dessas mais de 8 dezenas de
nações, países como Moçambique, Nepal, Honduras e Gabão. E, é bom frisar, a
estimativa leva em conta apenas quatro das 157 instituições que compõem o
sistema bancário nacional.
Ora, Sr. Presidente, nobres colegas, esse fato nos deixa ainda mais
indignados quando constatamos que essas empresas não têm o menor
comprometimento com a justiça social no nosso País. A tímida postura social dessas
instituições, quando existe, parece apenas camuflar um ânimo de elisão fiscal e não
a efetiva disposição de combater a pobreza atávica que afeta grande parcela da
população.
O valor extremamente elevado dos lucros auferidos pelo sistema bancário
nacional reflete uma política protecionista e generosa voltada a um setor que pouco
ou nada reverte para a área social. Salvo raras e honrosas exceções, tais
instituições mantêm uma atitude de absoluta indiferença em relação à população,
em relação aos brasileiros que contribuem com seu trabalho, dinheiro ou crédito
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para o sucesso econômico dessas empresas.
Foi com o intuito de mudar esse quadro, que apresentei o Projeto de Lei nº
812, de 2011. Minha proposta determina a destinação de 3% do lucro líquido anual
auferido pelas instituições bancárias e financeiras ao Fundo de Combate à Pobreza,
contribuição que não poderá ser utilizada para abatimento do Imposto de Renda
devido. O projeto prevê que bancos e instituições financeiras que mantenham ações
ou programas de atendimento social poderão destinar metade dessa porcentagem
para a manutenção de seus projetos sociais.
O Fundo de Combate à Pobreza, iniciativa que remonta a 2001, já se provou
eficiente instrumento e financiador das políticas públicas de ação social. Tanto que,
ao cabo do período de 10 anos previsto para sua existência, o Congresso Nacional
aprovou proposta de emenda constitucional tornando o fundo perene.
Essa medida foi uma inequívoca demonstração, ao povo brasileiro, da nossa
disposição de trabalhar para erradicar definitivamente a miséria e a pobreza que
impedem milhões de brasileiros de sonhar com um futuro melhor para si e para suas
famílias.
A despeito do muito que já foi feito neste sentido, graças ao Fundo de
Combate à Pobreza, está evidenciado que apenas as fontes de recursos que hoje o
compõem não têm sido suficientes para cobrir todo o escopo das ações que ele
deveria realizar.
Com minha proposta, pretendo fazer com que o setor bancário e financeiro
devolva à sociedade um pequeno percentual do muito que dela obtém, contribuindo,
assim, para que o Fundo de Combate à Pobreza cumpra plenamente com os
objetivos para o qual foi criado.
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Estou convencido de que essa medida é, mais do que oportuna, necessária
para resgatar da pobreza milhões de brasileiros que hoje sofrem com a absoluta
falta de recursos para viver com dignidade.
Peço, portanto, o apoio dos nobres colegas Deputados para a aprovação da
minha proposta.
Muito obrigado.
CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 089.4.54.O Tipo: Delib erativa Extraordinária - CD Data: 10/04/2014 Montagem: 4176
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VI - ENCERRAMENTO
O SR. PRESIDENTE (Onofre Santo Agostini) - Nada mais havendo a tratar,
vou encerrar a sessão.
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O SR. PRESIDENTE (Onofre Santo Agostini) - Encerro a sessão, lembrando
que foi convocada Sessão Não Deliberativa de Debates para hoje, quinta-feira, dia
10 de abril, às 14 horas.
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(Encerra-se a sessão às 13 horas e 47 minutos.)