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    Doenas Relacionadas com o Trabalho: Diagnstico e Condutas - Manual de Procedimentos para os Servios de SadeMinistrio da Sade OPS - Captulo 17

    Captulo 17

    DOENAS DA PELE E DO TECIDO SUBCUTNEO RELACIONADAS COM OTRABALHO

    17.1 Introduo

    As Dermatoses Ocupacionais compreendem as alteraes da pele, mucosas e anexos direta ouindiretamente causadas, mantidas ou agravadas pelo trabalho. So determinadas pela interao de dogrupos de fatores: predisponentes oucausas indiretas, como idade, sexo, etnia, antecedentes mrbidos e doenas

    concomitantes, fatores ambientais como o clima (temperatura, umidade), hbitos e facilidades dhigiene; e

    causas diretasconstitudas pelos agentes biolgicos, fsicos, qumicos ou mecnicos presentes notrabalho que atuariam diretamente sobre o tegumento produzindo ou agravando uma dermatose prexistente.

    Cerca de 80% das dermatoses ocupacionais so produzidas por agentes qumicos, substncias orgnicasinorgnicas, irritantes e sensibilizantes. A maioria de tipo irritativo e um menor nmero de tipsensibilizante (Ali, 1998). As dermatites de contato so as dermatoses ocupacionais mais freqenteEstima-se que juntas, as dermatites alrgicas de contato e as dermatites de contato por irritantesrespresentam cerca de 90% dos casos das dermatoses ocupacionais. Apesar de, na maioria dos casos, n produzirem quadros considerados graves so, com freqncia, responsveis por desconforto, pruridferimentos, traumas, alteraes estticas e funcionais que interferem na vida social e no trabalho.

    Para o diagnstico e o estabelecimento das condutas adequadas s dermatoses ocupacionaisconfirmadas ou suspeitas, importante considerar os seguintes aspectos: quadro clnico; histria de exposio ocupacional observando-se concordncia entre o incio do quadro e o inci

    da exposio, bem como a localizao das leses em reas de contato com os agentes suspeitos; melhora com o afastamento e piora com o retorno ao trabalho; e teste epicutneo positivo, nos casos de dermatites de contato por sensibilizao.

    Os testes epicutneos constituem uma ferramenta auxiliar para a investigao de processos alrgico porm, seus limites e regras para execuo devem ser estritamente observados. No devem seutilizados como critrio exclusivo para o diagnstico e podem apresentar algumas complicaes comiatrogenia e, ou agravamento do quadro. Consistem na re-exposio, de forma controlada, da pele d paciente ao contato com substncias qumicas, em concentraes no irritantes. Estas so colocadas, dmodo ordenado e identificadas, sobre uma tira de Micropore e fixadas na pele do dorso do pacientDepois de 48 horas retira-se a fita e decorridos 30 a 60min faz-se a primeira leitura. Novas leituradevero ser feitas em 24 a 48 horas aps a primeira. Os resultados devem ser classificados segundo ocritrios estabelecidos pelo International Contact Dermatitis Group.

    Outros recursos, como exames laboratoriais e histopatolgicos podem contribuir para o diagnsticdas dermatoses ocupacionais. Porm, nenhum desses recursos substitui uma histria bem colhida, exame fsico cuidadoso e o conhecimento por parte do profissional que atende o trabalhador, do

    principais produtos e alergnicos, potencialmente presentes no trabalho, capazes de provocadermatoses.

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    creme hidratantepaar ser usado nas mos, especialmente se necessrio lav-las com frequncia; roupas protetoras com a finalidade de bloquear o contato da substncia com a pele. Os uniformes

    aventais devem estar limpos e serem lavados e trocados diariamente. A roupa deve ser escolhida dacordo com o local da pele que necessita de proteo e com o tipo de substncia qumica envolvide incluem: luvas de diferentes comprimentos, sapatos e botas, aventais e macaces, de materiaidiversos: plstico, borracha natural ou sinttica, fibra de vidro, metal e combinao de materiaisCapacetes, bons, gorros, culos de segurana e proteo respiratria tambm podem senecessrios; e

    o vesturio contaminado deve ser lavado na prpria empresa, com os cuidados apropriados. Emcaso de contratao de empresa especializada para esta lavagem, devem ser tomadas medidas d proteo adequadas ao tipo de substncia tambm para esses trabalhadores.

    Sobre o uso de luvas, importante lembrar que as de borracha natural so impermeveis maioria dcompostos aquosos, porm, deterioram-se aps exposio a cidos e bases fortes. Os sais de nqu penetram na borracha, porm no em luvas de PVC (policloreto de vinila). As borrachas sintticas s

    mais resistentes a lcalis e solventes; algumas so alteradas por solventes hidrocarbonetos clorados. recomendvel utilizar luvas de algodo por dentro das luvas sintticas, para maior proteo pele damos.

    Ainda sobre a indicao e utilizao de Equipamentos de Proteo Individual (EPI) e os creme protetores ou de barreira, consultar as Normas Regulamentadoras e as Portarias MTb N. 06/83 e N26/94).

    Os cremes protetores ou cremes de barreira,em geral, oferecem menos proteo do que as roupas,incluindo uniformes, luvas, botas, mas podem ser teis nos casos em que, por motivos de segurana oacuidade das tarefas, no possvel o uso de luvas. Esses cremes devem ser aplicados na pele limpremovidos sempre que a pele ficar excessivamente suja, ou no final do turno, e ento reaplicados. Ouso apropriado desses cremes no s protege a pele como obriga o trabalhador a lavar-se, pelo menoduas vezes durante o turno de trabalho. necessrio lembrar que alguns constituintes desses cremecomo lanolina, propileno glicol e protetores solares. podem induzir dermatites de contato. No mercadesto disponveis quatro tipos de cremes protetores: vanishing creams: contm detergentes, que permanecem na pele e facilitam a remoo da sujeira

    quando lavados; repelentes de gua: deixam uma camada de substncia que repele gua, tal como lanolina,

    petrolatum ou silicone, que impede o contato direto da pele com substncias hidrossolveiirritantes, tais como cidos e lcalis;

    repelentes de solventes: repelem o contato direto de solventes com a superfcie da pele, atravs deuma fina camada de creme oleoso ou seco; e cremes especiais: incluem os bloqueadores solares ou absorventes de radiaes UVA e UVB, ou

    ambos os espectros de raios ultravioletas, e os cremes repelentes de insetos.

    Os critrios propostos pela Associao Mdica Americana (AMA), em seusGuides to the Evaluationof Permanent Impairment (4a. edio, 1995) para classificar as deficincias ou disfunes provocadas pelas dermatoses esto apresentados na Figura 16.1, em anexo.

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    Figura 17.1 -INDICADORES OU PARMETROS PARA ESTADIAMENTO DADEFICINCIA OU DISFUNO PROVOCADA POR DERMATOSES, PROPOSTOS PELA

    ASSOCIAO MDICA AMERICANA (AMA)

    ESTADIAMENTO INDICADORES E PARMETROS

    Grau ou Nvel 1

    Sinais e sintomas da doena de pele esto presentes, ou apenas presentesde forma intermitentee

    no existe limitao do desempenho ou apenas limitao paramuito poucasatividades da vida diria, embora a exposio a determinadassubstncias qumicas ou agentes fsicos possa aumentar a limitaotemporriae

    no requerido tratamento ou tratamento intermitente.

    Grau ou Nvel 2Sinais e sintomas da doena de pele esto presentes ou intermitentemente

    presenteseexiste limitao do desempenho paraalgumasatividades da vida diriaetratamento intermitente a constante pode ser requerido.

    Grau ou Nvel 3 Sinais e sintomas da doena de pele esto presentes ou intermitentemente presentese

    existe limitao do desempenho demuitasatividades da vida diriaetratamento intermitente a constante pode ser requerido.

    Grau ou Nvel 4

    Sinais e sintomas da doena de pele estoconstantementepresenteseexiste limitao do desempenho demuitasatividades da vida diria que

    podem incluir o confinamento intermitente dentro de casa ou de outrodomiclioe

    tratamento intermitente a constante pode ser requerido.

    Grau ou Nvel 5Sinais e sintomas da doena de pele estoconstantementepresenteseexiste limitao do desempenho damaioriadas atividades da vida diria

    que podem incluir o confinamento ocasional ou constante dentro de casae de outro domiclioe

    tratamento intermitente a constante pode ser requerido

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    17.2 Bibliografia consultada e leituras complementares recomendadas

    ADAMS, R.M. (Ed.) Occupational Skin Disease. 2nd. Ed. Philadelphia, Saunders, 1990. 706 p.

    ALI, S.A. - Dermatoses Ocupacionais. So Paulo, Fundacentro, 1994. 224 p.ALI, S.A - Dermatoses ocupacionais.In: MENDES, R. (Ed.) - Patologia do Trabalho. Rio de Janeiro,Atheneu, 1995. p.139-72.

    BUSCHINELLI, J. T. P. ; ROCHA, L.E. & RIGOTTO, R. M. (Orgs.) Isto Trabalho de GenteVida, Doena e Trabalho no Brasil . so Paulo. Vozes, 1993. FREEDBERG, I. M.et al (Eds) - FITZPATRICKS Dermatology in General Medicine, 5th ed. NewYork, McGraw-Hill, 1999.

    ILO - Encyclopaedia of Occupational Health and Safety.4th ed. Geneva, International Labour Office,1998. 4 v.

    LEVY, B.S.& WEGMAN, D.H. (Eds.) -Occupational Health Recognizing and Preventing Work- Related Disease.3rd ed. New York, Little, Brown and Co., 1995. 772 p.

    SAMPAIO, S.A.P. & RIVITTI, E.A. Dermatologia. So Paulo, Artes Mdicas, 1998.

    16.3 Lista de Doenas da Pele e Tecido Cutneo Relacionadas com o Trabalho segundo aPortaria MS/ N. 1.339/GM de 18 de novembro de 1999

    I. Dermatoses Ppulo-Pustulosas e suas Complicaes Infecciosas Relacionadas com o Trabalho(L08.9)

    II. Dermatites Alrgicas de Contato Relacionadas com o Trabalho (L23.-)III. Dermatites de Contato por Irritantes Relacionadas com o Trabalho (L24.-)IV. Urticria Relacionada com o Trabalho (L50.-)V. Queimadura Solar Relacionada com o Trabalho (L55.-)VI. Outras Alteraes Agudas da Pele devidas Radiao Ultravioleta Relacionadas com o

    Trabalho (L56.-): Dermatite por Fotocontato (L56.2); Urticria Solar (L56.3); OutrasAlteraes Especificadas (L56.8); Outras Alteraes No Especificadas (L56.9)

    VII. Alteraes da Pele devidas Exposio Crnica Radiao No-Ionizante, Relacionadas com

    o Trabalho (L57.-): Ceratose Actnica (L57.0); Dermatite Solar, Pele do Agricultor, Pele doMarinheiro (L57.8)VIII. Radiodermatite: Aguda, Crnica e No Especificada Relacionada com o Trabalho (L58.-)IX. Outras Formas de Acne Relacionadas com o Trabalho: Cloracne (L70.8)X. Outras Formas de Cistos Foliculares da Pele e do Tecido Subcutneo, Relacionadas com o

    Trabalho:Elaioconiose Folicular ou Dermatite Folicular (L72.8)XI. Outras Formas de Hiperpigmentao pela Melanina: Melanodermia Relacionada com o

    Trabalho (L81.4)XII. Leucodermia, No Classificada em Outra Parte, Relacionada com o Trabalho (inclui Vitiligo

    Ocupacional) (L81.5)XIII. Porfiria Cutnea Tardia Relacionada com o Trabalho (E.80.1/L81.8))

    XIV. Ceratose Adquirida (Ceratodermia) Palmar e Plantar Relacionadas com o Trabalho (L85.1)XV. lcera Crnica da Pele Relacionada com o Trabalho (L98.4)XVI. Geladuras ( Frostbite) Relacionadas com o Trabalho (T33-T35)

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    DERMATOSES PPULO-PUSTULOSAS E SUAS COMPLICAES INFECCIOSAS,RELACIONADAS COM O TRABALHO

    CDIGO CID-10: L08.9

    I - DEFINIO DA DOENA/DESCRIO

    Consideram-se Dermatoses ppulo-pustulosas e suas complicaes, relacionadas com o trabalho,afamlia das infeces secundrias que ocorrem a partir de pequenas laceraes ou abrases da pele, duso de solventes ou sabes redutores da barreira cutnea, de queimaduras, de dermatites de contato ofototxicas, de cloracne ou acne por leos e gorduras minerais. Geralmente, a doena primria ou primitiva e/ou as condies facilitadoras ou desencadeadoras da mesma que so relacionadas com trabalho. As infeces secundrias mais comuns so causadas principalmente por bactrias,Staphylococcus aureuse Streptococcus pyogenes, e fungos comoCandida albicans. Diferentemente das infeces primrias, asinfeces bacterianas secundrias freqentemente mostram, na cultura, uma mistura de organismos.

    II EPIDEMIOLOGIA/FATORES DE RISCO DE NATUREZAOCUPACIONAL CONHECIDOS

    As infeces secundrias so muito freqentes nas leses de pele e sua epidemiologia superpe-se daleses primitivas decorrentes da exposio aos fatores de risco de origem fsica ou qumica, que sermelhor analisados em outras sees.

    Em algumas ocupaes, as infeces secundrias destacam-se pela natureza do processo subjacente e/o pelo risco de transmisso a terceiros, como no caso detrabalhadores em cozinha, balconistas de bar , ostrabalhadores de lavanderias e saunas, situaes nas quais a doena tambm pode ter significadoepidemiolgico de interesse para a sade pblica.

    Trabalhadores emoficinas mecnicas,que manipulam graxas e leos minerais, desenvolvem,freqentemente, dermatite de contato por leos ou quadros de acne e foliculite, que servem de substratou favorecem o desenvolvimento de infeces secundrias. A limpeza com sabes abrasivos ou comsolventes fortes tambm pode facilitar a infeco secundria.

    Ms condies de higiene pessoal, traumatismos repetidos, ferimentos de origem ocupacional podemconstituir fatores desencadeantes ou agravantes. Entre os agentes patognicos e/ou fatores de risco dnatureza ocupacional relacionados na Portaria N . 1.339 de 18/11/99 esto: cromo e seus compostos txicos: as solues de cido crmico, cromo hexavalente (CrVI), usada

    nos processos de cromeao, nas galvanoplastias, so muito agressoras para a pele; hidrocarbonetos alifticos ou aromticos: o contato com solventes orgnicos, como

    hidrocarbonetos alifticos ou aromticos, halogenados, cetonas, teres, steres, lcoois, etc, emforma de misturas ou pura sempre irritante e pode levar a leso de pele;

    microorganismos e parasitas infecciosos vivos e seus produtos txicos; e outros agentes qumicos ou biolgicos que afetem a pele, no considerados em outras rubricas.

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    III QUADRO CLNICO DIAGNSTICO

    As dermatoses ppulo-pustulosas so caracterizadas pela presena de ppulas, que so elevaes slidade at 1cm, e pstulas, que so leses superficiais elevadas contendo pus, resultantes de infeco ou devoluo sero-purulenta de vesculas ou bolhas.

    A distribuio anatmica das leses segue a das leses primrias e est relacionada exposioocupacional. A aparncia das leses bacterianas e/ou micticas secundrias no caracterstica, aocontrrio das infeces primrias causadas por estes organismos, dependendo intrinsecamente danatureza da leso primitiva sobre a qual se instalou.

    Em geral as infeces bacterianas secundrias podem aparecer como ppulas crostosas (impetigo) ppulas perifoliculares e pstulas (foliculite) e leses profundas, com a forma de ndulos eritematosos o placas com ou sem raias linfangticas (linfangite). As leses secundrias por fungos aparecemgeralmente, como placas anulares com o centro claro e as bordas eritematosas, elevadas e escamosas.

    O diagnstico eminentemente clnico. Em alguns casos necessria a realizao de exames bacterioscpicos/micolgicos diretos ou culturas para a identificao do agente causal. A naturezocupacional estabelecida pela combinao de: anlise da profisso e do gesto profissional; histria da doena atual; presena e caractersticas da doena secundria (infeco secundria bacteriana e/ou mictica); e evidncias da presena de leses primitivas e/ou condies facilitadoras, de origem ocupacional.

    O diagnstico diferencialdeve ser feito com outras entidades que levem a quadros de leses ppulo- pustulosas, porm no relacionados ao trabalho, como o impetigo e foliculites.

    IV TRATAMENTO E OUTRAS CONDUTAS

    importante identificar e tratar a patologia primria. Podem ser utilizados agentes anti-infecciosostpicos ou sistmicos dependendo da extenso e gravidade da leso, limpeza e debridamento e medicasintomtica para alvio de sintomas como prurido, dor, queimao.

    V PREVENO

    Baseia-se nos procedimentos de Vigilncia da Sade descritos na Introduo deste Captulo, direcionad para a dermatose primria. Entre as facilidades para os cuidados de higiene pessoal a serem providas atrabalhadores esto: existncia e acesso fcil a gua corrente, quente e fria, em abundncia, com chuveiros, torneiras

    toalhas, e agentes de limpeza apropriados. Chuveiros de emergncia devem estar disponveis emambientes onde so utilizadas substncias qumicas corrosivas. Podem ser necessrios banhos pomais de uma vez por turno e troca do vesturio em caso de respingos e contato direto com essasubstncias;

    utilizao de sabes ou sabonetes neutros ou mais leves possveis; disponibilidade de limpadores/toalhas de mo para limpeza sem gua para leos, graxas e sujeira

    aderentes.No utilizar solventes, como querosene, gasolina,thinner , para limpeza da pele; uso de creme hidratante nas mos, especialmente se necessrio lav-las com freqncia;

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    VI OBSERVAES ADICIONAIS E LEITURAS RECOMENDADAS

    ADAMS, R.M. (Ed.) Occupational Skin Disease. 2nd. Ed. Philadelphia, Saunders, 1990. 706 p.

    ALI, S.A. Dermatoses Ocupacionais. So Paulo, Fundacentro, 1994. 224 p.ALI, S.A Dermatoses ocupacionais.In: MENDES, R. (Ed.) - Patologia do Trabalho. Rio de Janeiro,Atheneu, 1995. p.139-72.

    FREEDBERG, I. M.et al (Eds)- FITZPATRICKS Dermatology in General Medicine,5th ed. NewYork, McGraw-Hill, 1999-

    ILO - Encyclopaedia of Occupational Health and Safety.4th ed. Geneva, International Labour Office.1998. 4 v.

    LEVY, B.S.& WEGMAN, D.H. (Eds. Occupational Health Recognizing and Preventing Work- Related Disease. 4rd ed., New York, Little, Brown and Company, 2000..

    SAMPAIO, S.A.P. & RIVITTI, E.A. Dermatologia. So Paulo, Artes Mdicas, 1998. p. 435-52.

    THESTRUP-PEDERSEN, K. - Bacteria and the skin: clinical practice and therapy update. British Journal of Dermatology, 139(Supl.53):1-40, 1998.

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    DERMATITES ALRGICAS DE CONTATO RELACIONADAS COM O TRABALHO

    CDIGO CID-10: L23. -

    I - DEFINIO DA DOENA/DESCRIO

    Dermatites de contato,tambm conhecidas por eczema, so inflamaes agudas ou crnicas da pele,caracterizadas clinicamente por eritema, edema, vesiculao, na fase aguda, acompanhadas,freqentemente por prurido intenso, e nas formas crnicas, por espessamento da epiderme(liquenificao), com descamao e fissuras, produzidas por substncias qumicas que, em contatocom a pele, causam irritao ou reaes alrgicas. Quando causam alergia so denominadas Dermatites alrgicas de contato.

    II EPIDEMIOLOGIA/FATORES DE RISCO DE NATUREZAOCUPACIONAL CONHECIDOS

    As dermatites de contato so as dermatoses ocupacionais mais freqentes. Estima-se que juntas, adermatites alrgicas de contato e as dermatites de contato por irritantes, respondam por cerca de 90% docasos de dermatoses ocupacionais. A grande maioria dos agentes de origem ocupacional tem pouco podede sensibilizao, com exceo de algumas madeiras que podem provocar sensibilizao em altas porcentagens (70% a 80%) dos trabalhadores expostos.

    As dermatites alrgicas de contato relacionadas com o trabalhopodem ser enquadradas nosGrupos Iou III da Classificao de Schilling. O trabalho pode ser causa necessria, em trabalhadores no

    alrgicos ou atpicos(Grupo I), oudesencadeador ou agravante, em trabalhadores atpicos, alrgicos,hipersensveis ou previamente sensibilizados pelos mesmos alergenos e/ou por outros semelhante(Grupo III).

    O quadro apresentado a seguir mostra as principais dermatites alrgicas de contato e seus respectivoagentes.

    DOENA AGENTES

    Dermatite Alrgica de Contato Devida aMetais (L23.0) Cromo e seus compostos txicos, dicromato de potssio; Sulfato de nquel; Mercrio e seus compostos txicos

    Dermatite Alrgica de Contato Devida aAdesivos (L23.1

    Adesivos, em exposio ocupacional

    Dermatite Alrgica de Contato Devida aCosmticos Fabricao/ manipulao) (23.2) Fabricao/manipulao de CosmticosAgentes Qumicos, no especificados em outras rubricas, mas aqui sim, em exposio

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    ocupacionalManipulao de Plantas, em exposio ocupacionalFabricao/Manipulao deAlimentosDermatite Alrgica de Contato Devida a Alimentos em Contato com a Pele(Fabricao/Manipulao) (L23.23.6)Cromo e seus compostos txicosCorantes, em exposioocupacionalDermatite Alrgica de Contato Devida a Drogas em Contato com a Pele (L23.3)A dermatite alrgica de contato resulta de uma reao cutnea eczematosa, imunologicamente mediada por

    clulas-T, com resposta antgeno-especfica, tardia, a um antgeno hapteno em contato com a pele. Ao seafastar do contato com o alergeno pode haver remisso total do quadro, mas a hipersensibilidade latentepermanece e re-exposies voltam a desencade-lo.

    O perodo de incubao, aps a exposio inicial, pode variar de 5 a 21 dias. No trabalhador sensibilizado,re-exposto ao contato com um agente sensibilizante previsvel o aparecimento de uma dermatiteeczematosa no perodo de 1 a 3 dias, e seu desaparecimento em 2 a 3 semanas, cessada a exposio. Sobexposio intensa ou exposio a agentes sensibilizantes potentes, as leses podem aparecer maisrapidamente (dentro de 6 a 12 horas), e melhoram mais lentamente.

    A aparncia genrica das dermatites de contato alrgicas no muito diferente das dermatitesirritativas e, clinicamente, difcil disting-las. Tipicamente, o quadro se inicia com oaparecimento de eritema, seguido de ppulas e vesculas midas. Nas superfcies palmares eplantares e nas bordas dos dedos da mo e do p, o primeiro sinal pode ser a presena denumerosas vesculas agrupadas, acompanhadas de intenso prurido. Novas reas de dermatiteaparecem na vizinhana das leses originais, com coalescncia posterior e extensocomprometimento. Podem aparecer leses em locais distantes, no relacionados exposioocupacional, porm expostas, inadvertidamente, ao alergeno atravs das mos.

    Aps exposies macias a antgenos com alto poder de sensibilizao, trabalhadores podemmostrar reaes imediatas, tais como urticria e eritema multiforme. Posteriormente, toda a pelepode estar comprometida por um quadro dermatolgico de leses midas, crostosas e exfoliativas.

    Os quadros crnicos so caracterizados por pele espessada, com fissuras, e podem agudizar nas re-exposies ao antgeno ou contato com substncias irritantes.

    O diagnstico e a caracterizao como doena relacionada ao trabalho so feitos baseados nahistria clnica-ocupacional e no exame clnico. A identificao das substncias alergenas (para finsde diagnstico e para preveno de novos contatos e da re-exposio) pode ser auxiliada pelos testesepicutneos ou patch tests .

    O diagnstico diferencial deve ser feito com quadros de dermatites de contato irritativa, psorase,herpes simples e herpes zoster, reaes idiopticas vesiculares pela presena doTrichophyton nos

    ps (micides), eczema numular, reaes cutneas a drogas, entre outras doenas.III QUADRO CLNICO E DIAGNSTICODermatite Alrgica de Contato Devida a Outros Agentes (Causa Externa Especificada) (L23.8)Dermatite Alrgica de Contato Devida a Plantas (No inclui plantas usadas como alimentos) (L23.7)

    Fsforo ou seus produtos txicosIodoAlcatro, Breu, Betume, Hulha Mineral, Parafina ou resduos dessas substnciasBorrachaInseticidasPlsticos

    Dermatite Alrgica de Contato Devida a Outros Produtos Qumicos (L23.5)17.12

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    Dermatite Alrgica de Contato Devida a Corantes (L23.4)

    Drogas, em exposio ocupacional; medicamentos como neomicina, timerosolIV TRATAMENTO E OUTRAS CONDUTAS

    Baseia-se em cuidados higinicos locais para prevenir a infeco secundria e uso de anti-histamnicos sistmicos e cremes de corticides. Em casos mais extensos deve-se empregar acorticoidoterapia sistmica. O afastamento da exposio essencial.

    Nas formas agudas, sem infeco secundria pode-se utilizar compressas com soluo de Burrow 1:2ou 1:40; curativos fechados com cremes corticides associando-se corticide via oral. Quandoassociada infeco secundria, tratar com compressas ou banhos de Permanganato de potssio(KMnO4 ) 1:20 mil ou 1:40 mil;curativos fechados com cremes corticosterides e instituir antibioticoterapia.

    Nas formas crnicas, utilizar cremes ou pomadas de corticide na rea afetada, cuidando para que nhaja absoro demasiada do medicamento em decorrncia da aplicao em grandes extenses detegumento. Em reas liquenificadas, fazer curativo com pomadas ou cremes de corticide, ocludo por plstico, durante a noite. Se houver prurido, associar anti-histamnico por via oral. Orientar o paciente para evitar coaduras. Se houver infeco secundria, associar antibioticoterapia.

    Apesar do manejo difcil, os eczemas cronificados de origem ocupacional respondem bem teraputica apropriada. Se tal no ocorrer, deve-se verificar a ocorrncia de uma das seguintes possibilidades: trabalhador continua em contato com substncias irritantes e sensibilizantes;

    reas de tegumento se mantm eczematizadas em decorrncia de escoriaes produzidas pelo atode coar; e poder estar ocorrendo autolesionamento (dermatite artefacta) ou a contribuio importante de

    fatores emocionais na manuteno da dermatose.

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    V PREVENO

    Baseia-se na Vigilncia da Sade dos trabalhadores descritos na Introduo deste Captulo. Entre afacilidades para higiene pessoal a serem providas aos trabalhadores esto: existncia e acesso fcil a gua corrente, quente e fria, em abundncia, com chuveiros, torneiras

    toalhas, e agentes de limpeza apropriados. Chuveiros de emergncia devem estar disponveis emambientes onde so utilizadas substncias qumicas corrosivas. Podem ser necessrios banhos pomais de uma vez por turno e troca do vesturio em caso de respingos e contato direto com essassubstncias;

    utilizao de sabes ou sabonetes neutros ou mais leves possveis; disponibilidade de limpadores/toalhas de mo para limpeza sem gua para leos, graxas e sujeiras

    aderentes.No utilizar solventes, como querosene, gasolina,thinner , para limpeza da pele; uso de creme hidratante nas mos, especialmente se necessrio lav-las com freqncia; uso de roupas protetoras para bloquear o contato da substncia com a pele. Os uniformes e

    aventais devem estar limpos e serem lavados e trocados diariamente. A roupa deve ser escolhida dacordo com o local da pele que necessita de proteo e com o tipo de substncia qumica envolvide incluem: luvas de diferentes comprimentos, sapatos e botas, aventais e macaces, de materiaisdiversos: plstico, borracha natural ou sinttica, fibra de vidro, metal e combinao de materiaisCapacetes, bons, gorros, culos de segurana e proteo respiratria tambm podem sernecessrios; e

    o vesturio contaminado deve ser lavado na prpria empresa, com os cuidados apropriados. Emcaso de contratao de empresa especializada para esta lavagem, devem ser tomadas as medidas d proteo adequadas ao tipo de substncia tambm para esses trabalhadores.

    As medidas decontrole ambiental para a elimnao ou reduo da exposio aos fatores de risco denatureza ocupacional nos limites considerados seguros incluem: enclausuramento de processos e isolamento de setores de trabalho; uso de sistemas hermeticamente fechados, na indstria ou, dotar as mquinas e equipamentos de

    anteparos para evitar que respingos de leos de corte atinjam a pele dos trabalhadores; adoo de normas de higiene e segurana rigorosas com sistemas de ventilao exaustora adequado

    e eficientes; monitoramento ambiental sistemtico; mudanas na organizao do trabalho que permitam diminuir o nmero de trabalhadores expostos e

    tempo de exposio; fornecimento, pelo empregador, de equipamentos de proteo individual adequados, em bom estado

    de conservao, nos casos indicados, de modo complementar com as medidas de proteo coletiva.

    Recomenda-se a verificao do cumprimento, pelos empregadores, de medidas de controle dos fatorede riscos ocupacionais e acompanhamento da sade dos trabalhadores prescritas na legislaotrabalhista e nos regulamentos sanitrios e ambientais existentes nos estados e municpios. Os Limites dTolerncia para exposio a algumas substncias no ar ambiente, para jornadas de at 48 horas semanai podem ser consultados na Norma Regulamentadora N. 15 (Portaria MTb N 12/83). Para o cidcrmico (nvoa) de 0,04 mg/m3 e para o Mercrio inorgnico e seus compostros txicos de 0,04mg/m de ar. Esses limites devem ser comparados com aqueles adotados por outros pases e revisado periodicamente luz do conhecimento e evidncias atualizadas. Tem sido observado que mesmo

    quando estritamente obedecidos, no impedem o surgimento de danos para a sade.O exame mdico peridico visa a identificao de sinais e sintomas para a deteco precoce da

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    DERMATITES DE CONTATO POR IRRITANTES RELACIONADAS COM O TRABALHO

    CDIGO CID-10: L24. -

    I DEFINIO DA DOENA/DESCRIO

    Dermatites de contato,tambm conhecidas por eczema, so a inflamaes agudas ou crnicas da pele, caracterizadas clinicamente por eritema, edema, vesiculao, na fase aguda, acompanhadasfreqentemente por prurido intenso, e nas formas crnicas, por espessamento da epiderme(liquenificao), com descamao e fissuras, produzidas por substncias qumicas que, em contatocom a pele, causam irritao ou reaes alrgicas. Se o contato com a pele - nico ou repetido - produzir efeitos txicos imediatos ou tardios de irritao local, elas sero rotuladas Dermatites decontato por irritantes.

    Ao contrrio das dermatites de contato alrgicas,no necessria a sensibilizao prvia. Afisiopatologia das dermatites de contato por irritantes no requer a interveno de mecanismosimunolgicos. Assim, pode aparecer em todos os trabalhadores expostos ao contato com substnciairritantes, dependendo da sua concentrao e do tempo de exposio.

    II EPIDEMIOLOGIA/FATORES DE RISCO DE NATUREZAOCUPACIONAL CONHECIDOS

    As dermatites de contato so as dermatoses ocupacionais mais freqentes. Estima-se que juntas, adermatites alrgicas de contato e as dermatites de contato por irritantes, respondam por cerca de 90% do

    casos de dermatoses ocupacionais. As dermatites de contato por irritantes so mais freqentes que adermatites alrgicas. Estudos epidemiolgicos realizados em distintos pases mostram taxas de incidncientre 2 a 6 casos em cada dez mil trabalhadores/ano, o que significa que as dermatites de contatoirritativas so, provavelmente, as doenas profissionais mais freqentes.

    Entre os agentes causais destacam-se os cidos e lcalis fortes que, dependendo da concentrao e dotempo de exposio, tambm produzem queimaduras qumicas e sabes e detergentes.

    Asdermatites de contato por irritantes, relacionadas com o trabalho,devem ser enquadradas noGrupoI da Classificao de Schilling, sendo o trabalho considerado causa necessria.

    O quadro apresentado a seguir mostra as principais dermatites de contato por irritantes e seusrespectivos agentes.

    DOENA AGENTES

    Dermatite de Contato por Irritantes Devida aDetergentes (L24.0)

    Detergentes, em exposio ocupacional.

    Dermatite de Contato por Irritantes Devida aleos e Gorduras (L24.1)

    leos e gorduras, em exposio ocupacional.

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    Dermatite de Contato por Irritantes Devida aSolventes (L24.2)

    Benzeno Hidrocarbonetos aromticos ou alifticos ou seus

    derivados halogenados txicos Outros solventes ou misturas de solventes

    especificadosObs: todo contato com solventes orgnicos,hidrocarbonetos alifticos ou aromticos ouhalogenados, cetonas, teres, steres, lcoois, emforma de misturas ou pura agressivo para a pele.

    Dermatite de Contato por Irritantes Devida aCosmticos (L24.3)

    Cosmticos, em exposio ocupacional.

    Dermatite de Contato por Irritantes Devida aDrogas em Contato com a Pele (L24.4)

    Drogas, em exposio ocupacional.

    Dermatite de Contato por Irritantes Devida aOutros Produtos Qumicos (L24.5)

    Arsnio e seus compostos arsenicais Berlio e seus compostos txicos Bromo Cromo e seus compostos txicos Flor ou seus compostos txicos

    Fsforo

    Dermatite de Contato por Irritantes Devida aAlimentos em Contato com a Pele (L24.6)

    Alimentos, em exposio ocupacional.

    Dermatite de Contato por Irritantes Devida aPlantas, Exceto Alimentos (L24.7)

    Plantas, em exposio ocupacional.

    Dermatite de Contato por Irritantes Devida aOutros Agentes Qumicos (L24.8)

    Agentes qumicos, no especificados em outrasrubricas, mas aqui sim, em exposio ocupacional

    III QUADRO CLNICO E DIAGNSTICO

    O quadro clnico varia de acordo com o irritante, podendo aparecer sob a forma de dermatitesindistingveis das dermatites de contato alrgicas agudas, at ulceraes vermelhas profundas, naqueimaduras qumicas.

    A dermatite irritativa cumulativa mais freqente que a "aguda" ou "acidental". Agresses repetidas, poirritantes de baixo grau ocorrem ao longo do tempo. Nestes casos, a secura da pele e o aparecimento dfissuras so, freqentemente os primeiros sinais, que evoluem para eritema, descamao, ppulasvesculas e espessamento gradual da pele.

    As dermatites de contato irritativas podem ser facilmente diagnosticadas pela histria clnica-

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    e eficientes; monitoramento ambiental sistemtico; mudanas na organizao do trabalho que permitam diminuir o nmero de trabalhadores expostos e

    tempo de exposio; fornecimento, pelo empregador, de equipamentos de proteo individual adequados, em bom estado

    de conservao, nos casos indicados, de modo complementar com as medidas de proteo coletiva.

    Recomenda-se a verificao do cumprimento, pelos empregadores, de medidas de controle dos fatorede riscos ocupacionais e acompanhamento da sade dos trabalhadores prescritas na legislaotrabalhista e nos regulamentos sanitrios e ambientais existentes nos estados e municpios. Os Limites dTolerncia para exposio a algumas substncias potencialmente causadoras de dermatites de contatono ar ambiente, para jornadas de at 48 horas semanais, podem ser consultados na NormaRegulamentadora N. 15 (Portaria MTb N 12/83). Esses limites devem ser comparados com aqueleadotados por outros pases e revisados periodicamente luz do conhecimento e evidncias atualizadasobservando-se que mesmo quando estritamente obedecidos, no impedem o surgimento de danos para

    a sade.O exame mdico peridico visa a identificao de sinais e sintomas para a deteco precoce dadoena. Consta de avaliao clnica, que inclui exame dermatolgico cuidadoso e examescomplementares de acordo com a exposio ocupacional e a orientao do trabalhador.

    Feito o diagnstico e confirmada a relao da doena com o trabalho deve ser realizado: informao aos trabalhadores; exame dos expostos visando identificar outros casos; notificao do caso ao sistema de informao em sade; caso o trabalhador seja segurado pelo SAT da Previdncia Social, providenciar emisso da CAT

    conforme descrito no Captulo 5; e orientao ao empregador para que adote os recursos tcnicos e gerenciais adequados para

    eliminao ou controle dos fatores de risco.

    VI OBSERVAES ADICIONAIS E LEITURAS RECOMENDADAS

    ADAMS, R.M. (Ed.) Occupational Skin Disease. 2nd. ed. Philadelphia, Saunders, 1990. 706 p

    ALI, S.A. Dermatoses Ocupacionais. So Paulo, Fundacentro, 1994. 224 p

    ALI, S.A Dermatoses ocupacionais.In: MENDES, R. (Ed.) - Patologia do Trabalho. Rio de Janeiro,Atheneu, 1995. p.139-72.

    ILO - Encyclopaedia of Occupational Health and Safety.4th ed. Geneva, International Labour Office,1998. 4 v. LEVY, B.S.& WEGMAN, D.H. (Eds.) -Occupational Health Recognizing and Preventing Work- Related Disease.4rd ed. New York, Little, Brown and Co., 2000.

    SAMPAIO, S.A.P. & RIVITTI, E.A. - Dermatologia. So Paulo, Artes Mdicas, 1998. (Cap.16, p.133-65 - Erupes Eczematosas) e (Cap.95, p.991-8 - Dermatoses Ocupacionais).

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    URTICRIA RELACIONADA COM O TRABALHO

    CDIGO CID-10: L50. -

    I DEFINIO DA DOENA/DESCRIO

    Urticria a erupo caracterizada pelo aparecimento de urticas, que so ppulas edematosas, decontorno irregular, durao efmera e extremamente pruriginosas. As ppulas podem confluir formandextensas placas. A leso uma reao alrgica que ocorre em conseqncia da liberao de histamina domastcitos localizados em torno dos vasos da derme, em resposta presena de um agente qumico ofsico, como inalante ou por contato.

    Urticria de contato o termo utilizado genericamente para designar a dermatose causada por agentesno traumticos e que se desenvolve pelo contato direto destes com a pele ntegra, podendo ser alrgicou no. A urticria alrgica ou de contato um quadro de hipersensibilidade individual e sua prevalnc difcil de determinar. A urticria devida ao calor muito rara.

    II EPIDEMIOLOGIA/FATORES DE RISCO DE NATUREZAOCUPACIONAL CONHECIDOS

    A identificao do agente causal pode ser extremamente difcil, principalmente nos casos crnicos emque at 70% so de origem obscura, podendo ser devidos exposio ocupacional.

    A urticria relacionada com o trabalhopode ser enquadrada nosGrupos I ou III da Classificao de

    Schilling. O trabalho pode desempenhar o papel decausa necessria, em trabalhadores normais(Grupo I), ou atuar comodesencadeador ou agravante, em trabalhadores hipersensveis ou alrgicosaos mesmos agentes qumicos ou fsicos(Grupo III).

    O quadro apresentado a seguir mostra os principais tipos de urticria e seus respectivos agentes.

    DOENAS AGENTES

    Urticria Alrgica (L50.0) Exposio ocupacional a agrotxicos e outros produtos qumicos especificados

    Urticria Devida a Frio e a Calor (L50.2) Exposio ocupacional ao frio e ao calor

    Urticria de Contato (L50.6) Exposio ocupacional a agentes qumicos, fsicos e biolgicos, especificados, que afetam a pele

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    III QUADRO CLNICO E DIAGNSTICO

    As urticas podem variar de milmetros a centmetros ou formar placas extensas. Pode ocorrer umesmaecimento central nas leses e formao de contornos circulares, arcados ou serpiginosos. Existe umforma grave denominada edema angioneurtico ou edema de Quincke ou urticria gigante que acometmais freqentemente extremidades, plpebras, lbios, lngua e laringe, podendo ser letal se no tratad precocemente.

    A urticria devido ao calor e ao frio caracteriza-se por aparecimento de urticas alguns minutos aps aplicao direta de objeto quente ou aquecimento do ambiente ou por exposio ao frio.

    O aspecto papular, o prurido e a durao fulgaz das leses permitem facilmente definir odiagnsticodeurticria. Os casos de urticria devida ao calor e ao frio podem ser confirmados colocando-se um tubo densaio com gua aquecida (38-42 C) ou gelo, respectivamente, sobre pele, aparecendo as urticas emalguns minutos.

    IV TRATAMENTO E OUTRAS CONDUTAS

    A terapia depende da gravidade do quadro. Alguns casos podem ser controlados pelo uso de anti-histamnicos, em outros h necessidade de associar corticides. Nos casos graves que cursam comedema de laringe e da glote, broncoespasmo, nuseas, vmitos e hipotenso est indicada aadministrao de adrenalina por via subcutnea ou, mesmo intravenosa.

    V PREVENOA preveno Urticria relacionada com o trabalho baseia-se na vigilncia dos ambientes econdies de trabalho e da vigilncia dos efeitos ou danos sade , conforme descrito na Introduodeste captulo.

    O controle ambiental dos fatores de risco envolvidos na determinao da doena pode reduzir sua incidncia nos grupos ocupacionais de risco, atravs da eliminao ou reduo dexposio, ou controle, como nos casos secundrios exposio ao calor e ao frio. Para alguns grupode trabalhadores pode ser recomendvel a utilizao de cremes repelentes de insetos.

    A manipulao, preparo e aplicao de agrotxicos deve ser feita por pessoas treinadas, observando anormas de segurana, de cuidados especiais com os equipamentos de aplicao e o uso de roupas protetoras. Deve-se buscar substituir os produtos por outros com menor grau de toxicidade. A produo, transporte, uso, comrcio, aplicao, disposio de embalagens (lixo txico) de agrotxicodeve obedecer as normas estabelecidas na Lei Federal N 7.802/89 e os regulamentos especficos dosestados e municpios. Observar tambm o disposto nas Normas Regulamentadoras Rurais, PortariMTb N. 3.067/1988.

    Entre os cuidados e facilidades para higiene pessoal a serem garantidos aos trabalhadores esto: existncia e acesso fcil a gua corrente, quente e fria, em abundncia, com chuveiros, torneiras

    toalhas, e agentes de limpeza apropriados; chuveiros de emergncia devem estar disponveis em ambientes onde so utilizadas substnciasqumicas corrosivas. Podem ser necessrios banhos por mais de uma vez por turno e troca do

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    vesturio em caso de respingos e contato direto com essas substncias; utilizao de sabes ou sabonetes neutros ou mais leves possveis; disponibilidade de limpadores/toalhas de mo para limpeza sem gua para leos, graxas e sujeiras

    aderentes. No utilizar solventes, como querosene, gasolina,thinner , para limpeza da pele; uso de creme hidratante nas mos, especialmente se necessrio lav-las com freqncia; uso de roupas protetoras para bloquear o contato da substncia com a pele. Os uniformes e

    aventais devem estar limpos e serem lavados e trocados diariamente. A roupa deve ser escolhida dacordo com o local da pele que necessita de proteo e com o tipo de substncia qumica envolvide incluem: luvas de diferentes comprimentos, sapatos e botas, aventais e macaces, de materiaisdiversos: plstico, borracha natural ou sinttica, fibra de vidro, metal e combinao de materiaisCapacetes, bons, gorros, culos de segurana e proteo respiratria tambm podem sernecessrios; e

    o vesturio contaminado deve ser lavado na prpria empresa, com os cuidados apropriados. Emcaso de contratao de empresa especializada para esta lavagem, devem ser tomadas as medidas d proteo adequadas ao tipo de substncia tambm para esses trabalhadores.

    Recomenda-se a verificao do cumprimento, pelos empregadores, de medidas de controle dos fatorede riscos ocupacionais e acompanhamento da sade dos trabalhadores prescritas na legislaotrabalhista e nos regulamentos sanitrios e ambientais existentes nos estados e municpios. Os Limites dTolerncia para exposio a algumas substncias no ar ambiente, para jornadas de at 48 horas semanai podem ser consultados na Norma Regulamentadora N. 15 (Portaria MTb N 12/83). Entretanto, esselimites devem ser comparados com aqueles adotados por outros pases e revisados periodicamente luz do conhecimento e evidncias atualizadas, observando-se que mesmo quando estritamenteobedecidos, no impedem o surgimento de danos para a sade.

    O exame mdico peridico visa a identificao de sinais e sintomas para a deteco precoce dadoena. Consta de avaliao clnica, que inclui exame dermatolgico cuidadoso e examescomplementares de acordo com a exposio ocupacional e orientao do trabalhador.

    Feito o diagnstico e confirmada a relao da doena com o trabalho deve ser realizado: informao aos trabalhadores; exame dos expostos visando identificar outros casos; notificao do caso ao sistema de informao em sade; caso o trabalhador seja segurado pelo SAT da Previdncia Social, providenciar emisso da CAT

    conforme descrito no Captulo 5; e orientao ao empregador para que adote os recursos tcnicos e gerenciais adequados para

    eliminao ou controle dos fatores de risco.

    VI OBSERVAES ADICIONAIS E LEITURAS RECOMENDADAS

    ADAMS, R.M. (Ed.) -Occupational Skin Disease. 2nd. ed. Philadelphia, Saunders, 1990. 706 p.

    ALI, S.A. - Dermatoses Ocupacionais. So Paulo, Fundacentro, 1994. 224 p.

    ALI, S.A - Dermatoses ocupacionais.In: MENDES, R. (Ed.) - Patologia do Trabalho. Rio de Janeiro,Atheneu, 1995. p.139-72.

    ILO - Encyclopaedia of Occupational Health and Safety.4th ed. Geneva, International Labour Office,

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    1998. 4 v. LEVY, B.S.& WEGMAN, D.H. (Eds.) Occupational Health Recognizing and Preventing Work- Related Disease.4rd ed. New York, Little, Brown and Co., 2000.

    LEAL, C.H. S.& IGUTI, A.M. - Urticria: uma reviso dos aspectos clnicos e ocupacionais. Revista Brasileira de Sade Ocupacional, 25(95/96):77-100, 1999.

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    maior radiao solar.

    Recomenda-se a verificao do cumprimento, pelos empregadores, de medidas de controle dos fatorede riscos ocupacionais e acompanhamento da sade dos trabalhadores prescritas na legislaotrabalhista e nos regulamentos sanitrios e ambientais existentes nos estados e municpios

    O exame mdico peridico visa a identificao de sinais e sintomas para a deteco precoce dadoena. Consta de avaliao clnica, que inclui exame dermatolgico cuidadoso e examescomplementares de acordo com a exposio ocupacional e orientao do trabalhador.

    Feito o diagnstico e confirmada a relao da doena com o trabalho deve ser realizado: informao aos trabalhadores; exame dos expostos visando identificar outros casos; notificao do caso ao sistema de informao em sade; caso o trabalhador seja segurado pelo SAT da Previdncia Social, providenciar emisso da CAT

    conforme descrito no Captulo 5; e orientao ao empregador para que adote os recursos tcnicos e gerenciais adequados paraeliminao ou controle dos fatores de risco.

    VI OBSERVAES ADICIONAIS E LEITURAS RECOMENDADAS

    ADAMS, R.M. (Ed.) Occupational Skin Disease. 2nd. ed. Philadelphia, Saunders, 1990. 706 p.

    ALI, S.A. - Dermatoses Ocupacionais. So Paulo, Fundacentro, 1994. 224 p.

    ALI, S.A - Dermatoses ocupacionais.In: MENDES, R. (Ed.) - Patologia do Trabalho. Rio de Janeiro,Atheneu, 1995. p.139-72.

    ILO - Encyclopaedia of Occupational Health and Safety.4th ed. Geneva, International Labour Office,1998. 4 v. LEVY, B.S.& WEGMAN, D.H. (Eds.) -Occupational Health Recognizing and Preventing Work- Related Disease. 4rd ed. New York, Little, Brown and Co., 2000. .

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    exposies a drogas e medicamentos de natureza ocupacional ocorrem entre os trabalhadores que a produzem, manipulam ou aplicam.

    As fotodermatoses txicas ou alrgicas relacionadas com o trabalho devem ser enquadradas noGrupo I da Classificao de Schilling, sendo considerado o trabalho como causa necessria.

    III QUADRO CLNICO E DIAGNSTICO

    As reaes fototxicasmanifestam-se por uma sensao imediata de queimadura, eritema, edema eurticas. A sensao de queimadura mais pronunciada que aquelas observadas nas queimaduras solarecomuns, mas aliviada na sombra. Eritema retardado e edema podem aparecer aps algumas horas atum a dois dias depois da exposio. Nas reaes mais graves, podem aparecer bolhas. Umahiperpigmentao localizada pode ser notada depois da reao e, em alguns casos, pode ser a nicamanifestao. A intensidade da doena depender da quantidade da radiao, do tipo de pele, do local dexposio e da concentrao da substncia.

    As leses das reaes fototxicas so confinadas a reas da pele expostas luz, tipicamente em uma omais reas da face, ponta das orelhas, no "V" do decote no pescoo, regio da nuca, superfciesextensoras dos antebraos, e dorso das mos. A presena em outras reas depender da vestimenta dtrabalhador.

    As reaes fotoalrgicasso, usualmente, caracterizadas por leses eczematosas, ocorrendo eritema,edema, infiltrao, vesiculao e, nos casos mais intensos, bolhas. As leses podem estender-se para almdas reas expostas, recrudescendo nas reas previamente cobertas. Pode ser observada uma dermatitleve disseminada. Na medida em que a dermatite diminui, as alteraes pigmentares e o espessamento d

    pele podem tornar-se proeminentes. Alguns pacientes reagem a quantidades extraordinariament pequenas de energia luminosa. Os comprometimentos de onda responsveis pela fotoalergia situam-se nfaixa de ondas longas do ultravioleta (UVA).

    Uma complicao grave da fotoalergia o desenvolvimento de uma reao persistente luz. A doena caracterizada por uma extrema fotossensibilidade que persiste apesar da remoo de todo o contato com fotoalergeno. Pode ocorrer uma ampliao do espectro de ao da luz, que faz com que pequenasexposies a radiao ultravioleta desencadeiem a fotossensibilidade.

    A urticria solar, como j dito, caracterizada pelo aparecimento de urticas em reas expostas, apexposio luz solar (ver Urticria Relacionada ao Trabalho).

    As reaes fotoalrgicas(fotoalergia) distinguem-se das reaes fototxicas pela natureza imunolgicada resposta, que ocorre, unicamente, em indivduos que foram previamente sensibilizados por exposisimultnea a substncias fotossensibilizadoras e radiao adequada. A fotoalergia parece envolve processos biolgicos semelhantes a aqueles da dermatite de contato alrgica, exceto pela radiaultravioleta, na converso do hapteno em alergeno completo.

    O diagnstico das fotodermatoses , freqentemente, sugerido pela distribuio e pelo carter das leseda pele. Os quadros de fotoalergia requerem para confirmao uma investigao mais completa queinclua o photopatch test (fototeste), que deve ser executado por especialista (dermatologista)familiarizado com a tcnica.

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    IV TRATAMENTO E OUTRAS CONDUTAS

    A medida mais importante a proteo contra a exposio substncia desencadeante ousensibilizante e luz solar. Na fototoxicidade deve ser feita, na fase eritematosa, limpeza local eaplicao de cremes ou loes de corticide. Na fase de pigmentao a conduta expectante pois emduas a trs semanas ocorre descamao e habitualmente no h seqelas.

    Na fotoalergia, alm da proibio da exposio a qualquer tipo de radiao luminosa, est indicada corticoidoterapia sistmica. O no reconhecimento da fotoalergia pode tornar o trabalhador um reato persistente luz.

    Na urticria solar podem ser utilizados anti-histamnicos e corticides sistmicos, dependendo dagravidade.

    V PREVENO

    A preveno das fotodermatoses feita pela limitao da exposio s substncias qumicas indutorade fotodermatose (fototoxicidade ou fotoalergia) atravs de: medidas de controle ambiental; uso de equipamentos de proteo individual; e limitao da exposio ocupacional a luz solar ou a fontes artificiais de radiao ultravioleta; uso de fotoprotetores pode ser benfico.

    Devem ser observadas as medidas gerais de preveno descritas na Introduo deste Captulo. Para otrabalhadores fortemente expostos luz solar recomenda-se a utilizao de vesturio adequado, limpoarejado, de tecido apropriado s condies climticas (temperatura e umidade) primria, incluindochapus, de forma a proteger o rosto e a pele do corpo da exposio em ambientes externos.

    Recomenda-se averificao do cumprimento , pelos empregadores, de medidas de controle dos fatoresde riscos ocupacionais e acompanhamento da sadedos trabalhadores prescritas na legislaotrabalhista e nos regulamentos sanitrios e ambientais existentes nos estados e municpios.

    O exame mdico peridico visa a identificao de sinais e sintomas para a deteco precoce dadoena. Consta de avaliao clnica, que inclui exame dermatolgico cuidadoso e examescomplementares de acordo com a exposio ocupacional e orientao do trabalhador.

    Feito o diagnstico e confirmada a relao da doena com o trabalho deve ser realizado: informao aos trabalhadores; exame dos expostos visando identificar outros casos; notificao do caso ao sistema de informao em sade; caso o trabalhador seja segurado pelo SAT da Previdncia Social, providenciar emisso da CAT

    conforme descrito no Captulo 5; e orientao ao empregador para que adote os recursos tcnicos e gerenciais adequados para

    eliminao ou controle dos fatores de risco.

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    VI OBSERVAES ADICIONAIS E LEITURAS RECOMENDADAS

    ADAMS, R.M. (Ed.) Occupational Skin Disease. 2nd. ed. Philadelphia, Saunders, 1990. 706 p.

    ALI, S.A. - Dermatoses Ocupacionais. So Paulo, Fundacentro, 1994. 224 p.ALI, S.A Dermatoses ocupacionais.In: MENDES, R. (Ed.) - Patologia do Trabalho. Rio de Janeiro,Atheneu, 1995. p.139-72.

    EMMETT, E.A. - Evaluation of the photosensitive patient. Dermatologic Clinics, 4:195-202, 1986.

    ILO - Encyclopaedia of Occupational Health and Safety.4th ed. Geneva, International Labour Office,1998. 4 v. LEVY, B.S.& WEGMAN, D.H. (Eds.) -Occupational Health Recognizing and Preventing Work- Related Disease.4rd ed. New York, Little, Brown and Co., 2000.

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    ALTERAES DA PELE DEVIDAS A EXPOSIO CRNICA A RADIAO NO-IONIZANTE RELACIONADAS COM O TRABALHO

    CDIGO CID-10: L57. -

    CERATOSE ACTNICA (L57.0)DERMATITE SOLAR, PELE DO AGRICULTOR, PELE DO MARINHEIRO (L57.8)

    I - DEFINIO DA DOENA/DESCRIO

    Radiaes no-ionizantesenglobam as radiaes emitidas por raios infravermelho,laser , por microondase pela luz ultravioleta. No caso dos campos eletromagnticos de baixa ou muito baixa freqncia, no henergia suficiente para que determinem alteraes na pele.

    II EPIDEMIOLOGIA/FATORES DE RISCO DE NATUREZAOCUPACIONAL CONHECIDOS

    A exposio a longo prazo radiao ultravioleta - mais comumente a da luz solar - comum emtrabalhadores que exercem sua atividade ao ar livre, como os agricultores, na construo civilmarinheiros, pescadores, entre outros e apresentam um envelhecimento precoce da pele, estigmadestas profisses.

    As alteraes de pele decorrentes dessa exposio podem ser enquadradas noGrupo II da

    Classificao de Schilling, no qual as condies e ambientes de trabalho desempenham umpapeladitivo aos outros fatores de risco no ocupacionais (por exemplo, exposies solares noocupacionais). o caso, tambm, de soldadores a arco voltaico e outros profissionais expostosartificialmente luz ultravioleta.

    Aradiao infravermelhapode ser encontrada, com muita freqncia, em atividades onde existem fontesde calor radiante, como as fundies de metais, na siderurgia; fundies de vidro, caldeiras, fornos, entroutras.

    O laser, amplificao da luz por emisso de radiao estimulada, um feixe de luz composto de ondas deluz paralelas com cor, comprimento de onda e freqncia nicas, em contraste com a luz convencionaque uma mistura de cores com ondas de vrias freqncias. Olaser utilizado em mquinas para cortar metais e plsticos, para realizao de micro-soldas, em equipamentos de comunicao de alta tecnologiaem equipamentos de anlises qumicas, em aparatos mdico-cirrgicos, entre outros. Os trabalhadoreque manipulam estes equipamentos esto potencialmente expostos, se no protegidos adequadamente.

    Os efeitos agudos e crnicos da exposio ocupacional radiao infravermelha e aolaser, relacionadoscom o trabalho, podem ser enquadrados noGrupo I da Classificao de Schilling, sendo o trabalhoconsiderado causa necessria.

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    III QUADRO CLNICO E DIAGNSTICO

    Aradiao ultravioletatem sido relacionada com alteraescrnicasda pele, como cncer, ceratoseactnica, ceratoacantomas, enrugamentos, telangectasias e ceratoses, que ocorrem devido a alteraeda arquitetura, composio da matriz e atividade celular da epiderme e derme. Oinfravermelho, olaser e aluz ultravioletaemitem radiaes cuja exposio pode levar a alteraes da pele.

    O infravermelhono penetra abaixo das camadas superficiais da pele e seu principal efeito oaquecimento da pele e dos tecidos abaixo dela. As radiaes na faixa de 0,75m a 1,5m podem causar queimaduras agudas e podem tambm resultar em aumento da pigmentao no local de exposio.

    As leses de pele produzidas pelolaser dependem de cada tipo (laser de dixido de carbono, laser deargnio, etc.) e podem ser causadas por efeito trmico (fotocoagulao e fotovaporizao de clulas tecidos), efeito ionizante (fotoruptura de molculas) e efeito fotoqumico (fotoablao de tecidos) podendo produzir, por exposio inadvertida, queimaduras, edema e necrose.

    O risco da exposio ao laser depende do comprimento de onda, da intensidade e da durao daexposio. O poder de destruio do laser determinado pelo seu poder de radiao e varia de I a IV.

    O diagnsticobaseia-se na histria de exposio radiao no ionizante especfica e presena deleso de pele compatvel com a exposio.

    IV TRATAMENTO E OUTRAS CONDUTAS

    No htratamento especfico. essencial a proteo contra a exposio luz solar.e aos outros tipos deradiao. O uso de fotoprotetores deve ser estimulado.

    V PREVENO

    A preveno das Alteraes de pele devids exposio crnica radiao no ionizanterelacionada com o trabalhobaseia-se na vigilncia dos ambientes e condies de trabalho e davigilncia dos efeitos ou danos sade , conforme descrito na Introduo deste captulo.

    A medida preventiva mais importante a limitao da exposio luz ultravioleta (luz solar principalmente) e aos demais tipos de radiao, atravs:

    controle ambiental da fonte ou na trajetria da radiao no ionizante; uso de equipamentos de proteo individual; diminuio do tempo da exposio ou mudana nos horrios de exposio a luz solar ou a fontes

    artificiais de radiao ultravioleta, infra vermelho, laser; e uso de fotoprotetores .

    Os trabalhadores fortemente expostos luz solar devem usar vesturio adequado, limpo, arejado, dtecido apropriado s condies climticas (temperatura e umidade) primria, incluindo chapus, de forma proteger o rosto e a pele do corpo da exposio em ambientes externos.

    Recomenda-se averificao do cumprimento , pelos empregadores, de medidas de controle dos fatoresde riscos ocupacionais e acompanhamento da sadedos trabalhadores prescritas na legislao

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    trabalhista e nos regulamentos sanitrios e ambientais existentes nos estados e municpios

    O exame mdico peridico visa a identificao de sinais e sintomas para a deteco precoce dadoena. Consta de avaliao clnica, que inclui exame dermatolgico cuidadoso e examescomplementares de acordo com a exposio ocupacional e orientao do trabalhador.

    Feito o diagnstico e confirmada a relao da doena com o trabalho deve ser realizado: informao aos trabalhadores; exame dos expostos visando identificar outros casos; notificao do caso ao sistema de informao em sade; caso o trabalhador seja segurado pelo SAT da Previdncia Social, providenciar emisso da CAT

    conforme descrito no Captulo 5; e orientao ao empregador para que adote os recursos tcnicos e gerenciais adequados para

    eliminao ou controle dos fatores de risco.

    Os trabalhadores acometidos devem permanecer sob vigilncia devido ao risco aumentado deaparecimento do cncer de pele.

    VI OBSERVAES ADICIONAIS E LEITURAS RECOMENDADAS

    ALI, S.A. - Dermatoses Ocupacionais. So Paulo, Fundacentro, 1994. 224 p

    ALI, S.A - Dermatoses ocupacionais.In: MENDES, R. (Ed.) - Patologia do Trabalho. Rio de Janeiro,Atheneu, 1995. p.139-72.

    ILO - Encyclopaedia of Occupational Health and Safety.4th ed. Geneva, International Labour Office,1998. 4 v. LEVY, B.S.& WEGMAN, D.H. (Eds.) -Occupational Health Recognizing and Preventing Work- Related Disease.4rd ed. New York, Little, Brown and Co., 2000.

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    RADIODERMATITES RELACIONADAS COM O TRABALHO(AGUDA, CRNICA NO-ESPECIFICADA)

    CDIGO CID-10: L58. -

    I - DEFINIO DA DOENA/DESCRIO

    O conceito ampliado dasradiodermatitesinclui um espectro de reaes da pele a doses excessivas deradiaes ionizantes, que varia desde a produo de eritema transitrio at a produo deradiodermatitecrnica,tardia e irreversvel, passando pelaradiodermatite aguda.

    O conceito restrito de radiodermatite est baseado no quadro crnico da doena, caracterizado por atrofitelangiectasias, alteraes pigmentares ou ulcerao, com o antecedente de exposio macia a radiaeionizantes.

    So clssicas as descries das manifestaes cutneas das radiaes ionizantes em trabalhadores qulidam com raios X (radioterapeutas, radiologistas, tcnicos de raios X) e em pacientes submetidos radioterapia. Porm, outras situaes ocupacionais expem trabalhadores a radiaes ionizantes, em baixas dosagens, cumulativas, ou a exposies macias de natureza acidental.

    Outros quadros dermatolgicos como ocncer de clulas escamosasou epitelioma,e asleucemias (ver Captulo 7) e quadros sistmicos e hematopoticos integram a famlia de doenas descritas emexpostos crnicamente s radiaes ionizantes.

    II EPIDEMIOLOGIA/FATORES DE RISCO DE NATUREZAOCUPACIONAL CONHECIDOS

    Radiaes ionizantes de vrias naturezas podem causar leses. Do ponto de vista ocupacional os raiosX podem causar doena em trabalhadores que os manuseiem como tcnicos de Raio-X, radiologistase trabalhadores de Construo Civil ou Metalrgicos que utilizam gamagrafia.

    Em trabalhadores expostos aradiaes ionizantes, as radiodermatites devem ser reconhecidas comodoenas relacionadas com o trabalho, do Grupo I da Classificao de Schilling, considerado otrabalho como causa necessria.

    III QUADRO CLNICO E DIAGNSTICO

    De acordo com a dose de radiao e o tempo de exposio, as radiodermatites podem ser divididas em: eritema por radiao: a resposta mais comum irradiao da pele nas doses de 300-400 cGy.

    um quadro transitrio que dura cerca de 24 a 72 horas, raramente at uma semana. Pode seracompanhado de hiperpigmentao por produo excessiva de melanina. No traz desconfortosignificativo para o paciente;

    radiodermatite aguda:ocorre em exposies mais importantes, comuns na radioterapia do cncer ou em exposies ocupacionais acidentais. O eritema descrito anteriormente no regride, ao contrrio

    progride para reao inflamatria aguda com eritema e edema e evolui com formao de crostas dor. A cor vermelha pode tornar-se violcea. Com a reduo da inflamao e a melhoria do quadroagudo ao longo dos meses, formam-se cicatrizes hipopigmentadas. Pode ocorrer perda permanente d

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    pelos e de glndulas sudorparas na regio afetada; e radiodermatite crnica: uma forma de dermatite que desenvolve-se lentamente, meses ou anos

    aps a exposio a grandes doses de radiao, por aplicaes radioterpicas ou exposio profissionaacidental. A pele apresenta-se atrfica, aparecendo telangectasias e reas heterogneas de hipo ehiperpigmentao. A pele seca e facilmente lesada, com recuperao muito lenta. Pelos, cabelosglndulas sudorparas e glndulas sebceas esto ausentes nas reas afetadas.

    Nas reas afetadas por radiao podem surgir tumores, geralmente carcinomas baso ou espinocelulares eventualmente, fibrossarcomas e melanomas.

    A histria de exposio ocupacional repetida ou macia a radiao ionizante constitui um elementoessencial para o diagnstico das radiodermatites de natureza ocupacional. A profisso pode ser autoexplicativa, e os registros de exposio documentada atravs da dosimetria podem ser teis para oesclarecimento diagnstico.

    IV TRATAMENTO E OUTRAS CONDUTAS

    A radiodermatite aguda tratada com pasta dgua ou creme com corticide. Uma teraputica antiga aparentemente eficaz a aplicao da resina oleosa das folhas de plantas do gnero Aloe(babosa).

    Na radiodermatite crnica o tratamento expectante. A transformao carcinomatosa requer resseccirrgica.

    V PREVENO

    A prevenoda Radiodermatite relacionada com o trabalhotrabalho baseia-se na vigilncia dosambientes e condies de trabalho e da vigilncia dos efeitos ou danos sade , conforme descrito naIntroduo deste captulo. As medidas de controle ambiental incluem :

    a limitao no tempo e no espao da exposio s radiaes ionizantes; e o controle rigoroso das fontes de radiao, tanto em ambientes industriais como nos servios de

    sade; utilizao de Equipamentos de Proteo Individual, como aventais blindados e luvas.

    Devem ser observadas as Diretrizes Bsicas de Proteo Radiolgica em Radiodiagnstico Mdico

    Odontolgico, definidas pela Portaria MS N. 453/1998: os equipamentos devem ter dispositivos de segurana, anteparos de proteo e sofrer manuteno preventiva rigorosa;

    as salas e setores devem ser dotados de sinalizao, proteo e blindage; os procedimentos operacionais e de segurana devem estar bem definidos, incluindo situaes de

    acidentes e emergncias; o pessoal deve receber treinamento adequado e ser supervisionado; e os equipamentos e fontes devem ser posicionados maior distncia possvel dos trabalhadores,

    procurando-se diminuir o nmero de trabalhadores nesses setores e o tempo de exposio.

    Recomenda-se a verificao do cumprimento, pelos empregadores, de medidas de controle dos fatorede riscos ocupacionais e acompanhamento da sade dos trabalhadores prescritas na legislaotrabalhista e nos regulamentos sanitrios e ambientais existentes nos estados e municpios.

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    Aos trabalhadores expostos a radiaes ionizantes deve ser garantido omonitoramento contnuo,atravs de: dosimetria individual; e realizao de exames peridicos para deteco precoce de efeitos sobre a sade, incluindo

    hemograma completo e contagem de plaquetas, realizados no pr-admissional e semestralmente.

    Feito o diagnstico e confirmada a relao da doena com o trabalho deve ser realizado: informao aos trabalhadores; exame dos expostos visando identificar outros casos; notificao do caso ao sistema de informao em sade; caso o trabalhador seja segurado pelo SAT da Previdncia Social, providenciar emisso da CAT

    conforme descrito no Captulo 5; e orientao ao empregador para que adote os recursos tcnicos e gerenciais adequados para

    eliminao ou controle dos fatores de risco.

    VI OBSERVAES ADICIONAIS E LEITURAS RECOMENDADAS

    ADAMS, R.M. (Ed.) -Occupational Skin Disease. 2nd. ed. Philadelphia, Saunders, 1990. 706 p.

    ALI, S.A. - Dermatoses Ocupacionais. So Paulo, Fundacentro, 1994. 224 p

    ALI, S.A - Dermatoses ocupacionais.In: MENDES, R. (Ed.) - Patologia do Trabalho. Rio de Janeiro,Atheneu, 1995. p.139-72.

    ILO - Encyclopaedia of Occupational Health and Safety.4th ed. Geneva, International Labour Office,1998. 4 v.

    LEVY, B.S.& WEGMAN, D.H. (Eds.) -Occupational Health Recognizing and Preventing Work- Related Disease.4rd ed. New York, Little, Brown and Co., 2000.

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    OUTRAS FORMAS DE ACNE RELACIONADAS COM O TRABALHO: CLORACNE

    CDIGO CID-10: L70.8

    I - DEFINIO DA DOENA/DESCRIO

    Acloracneou acne clricapode ser definida como uma dermatose caracterizada por comedes e cistos. indicador sensvel de exposio excessiva a determinados hidrocarbonetos policromticos halogenado

    II EPIDEMIOLOGIA/FATORES DE RISCO DE NATUREZAOCUPACIONAL CONHECIDOS

    A cloracnefoi descrita pela primeira vez no final do sculo passado em trabalhadores da produo decido clordrico. Naquela poca, foi atribuda exposio ao gs cloro, porm mais tarde, a etiologia dcloracne passou a ser associada exposio aoshidrocarbonetos aromticos clorados.

    Acloroacnetem sido descrita como resultante da exposio a vrias substncias organocloradas, entreelas, as bifenilas policloradas (PCBs) e os naftalenos policlorados. Estes foram usados como misturaem leos de transformador ou capacitor e como trocadores de calor (no Brasil, conhecido como Askarel l ). Apesar de serem, hoje, proibidos em todo o mundo, ainda h equipamentos eltricos comesta carga.

    O grupo das dioxinas, tambm, provoca cloroacne. A mais perigosa delas a2,3,7,8 paradibenzodioxina(TCDD), que pode aparecer como contaminante na sntese de diversos produtos

    clorados, entre eles osherbicidas.Outros produtos clorados tm sido associados cloroacne, comoresultado do prprio produto em si ou pela presena de contaminantes dedioxinas ou naftalenos policlorados, entre eles os derivados halogenados do benzeno, como obromo benzeno, clorobenzeno,o monoclorobenzeno, di, tri, tetra e penta, e ainda ohexaclorobenzeno (HCB), fungicida muito usado,e derivados clorados do fenol como o pentaclorofenol (PCP ), usado como conservante de madeira,conhecido no Brasil como p da China.

    Em trabalhadores expostos aos produtos clorados acloracne deve ser reconhecida como doenarelacionada com o trabalho, do Grupo I da Classificao de Schilling, constituindo o trabalhocausa necessria.

    III QUADRO CLNICO E DIAGNSTICO

    A distribuio das leses de grande importncia na caracterizao do quadro clnico, sendo freqente nregio malar e atrs das orelhas. O nariz muito resistente e, geralmente, poupado, enquanto que oescroto e o pnis so freqentemente envolvidos. As axilas so mais comprometidas em pacientes quingeriram cloracngenos. As leses localizadas em reas de alta frico podem inflamar por ruptura docistos. As leses, tambm, podem aparecer em locais afastados da rea de contato indicando absorsistmica importante.

    As leses iniciais so caracterizadas por pequenos comedes abertos, na ausncia das leses pustulareou nodulares da acne vulgar. Com a progresso da doena, comeam a aparecer leses miliares (milia junto com cistos de incluso epidermide de cor palha, que alguns autores consideram patognomnicada cloracne. Nos casos mais graves as leses inflamatrias (grandes leses csticas ou abscessos) podem

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    se formar, localizados, preferencialmente, nos ombros e nas ndegas.

    Associada s leses clssicas da cloracne, a pele tem aparncia relativamente seca. Ocorre metaplasia depitlio sebceo, com subsequente atrofia de glndulas sebceas, levando a aparncia xertica da pele drosto, trax e ombros. Pode ocorrer ainda uma hiperpigmentao, usualmente restrita ao rosto, que nocasos mais graves pode ser generalizada.O aparecimento das leses ocorre duas a oito semanas aps exposio a um agente cloracnognico.

    Se a exposio recente descontinuada a leso regride aps um perodo de quatro a seis meses. Emexposies mais graves e persistentes, as leses podem permanecer ativas por perodos to longos quant15, 30 ou mais anos, apesar da interrupo da exposio.

    Entre oscritrios diagnsticosmais importantes citam-se: exposio a um cloracngeno; agravamento ou apario do quadro aps algumas semanas ou at 2 meses de exposio; predominncia de comedes abertos e cistos de cor palha; distribuio atpica de pelos, como por exemplo, na regio malar; histologia compatvel; e cistos inflamatrios e abscessos na face, atrs das orelhas, no pescoo, ndegas, no escroto e nas

    coxas.

    A cloracne distingue-se da acne vulgar pela distribuio das leses, pela idade de aparecimento e pelmorfologia.

    IV TRATAMENTO E OUTRAS CONDUTAS

    A principal medida teraputica a cessao da exposio ao cloracngeno. Podem ser utilizados atretinona tpica e, eventualmente, antibiticos (tetraciclina ou eritromicina).

    V PREVENO

    Aprevenoda Acne relacionada com o trabalhobaseia-se na vigilncia dos ambientes e condiesde trabalho e da vigilncia dos efeitos ou danos sade , conforme descrito na Introduo deste

    captulo.A limitao da exposio aos agentes cloracngenos e de outros fatores envolvidos na determinada doena inclui as seguintes de medidas de controle ambiental: substituio dos produtos clorados por outros menos txicos, especialmente daqueles utilizados

    como herbicidas e fungicidas, dado serem proibidos em outros pases e apresentarem evidnciasde carcinogenicidade. O mesmo se aplica queles que possuem dioxinas como contaminantes;

    enclausuramento de processos e isolamento de setores de trabalho; uso de sistemas hermeticamente fechados, na indstria; adoo de normas de higiene e segurana rigorosas com sistemas de ventilao exaustora adequado

    e eficientes; monitoramento ambiental sistemtico; mudanas na organizao do trabalho que permitam diminuir o nmero de trabalhadores expostos e

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    ILO - Encyclopaedia of Occupational Health and Safety.4th ed. Geneva, International Labour Office,1998. 4 v.

    LEVY, B.S.& WEGMAN, D.H. (Eds.) Occupational Health Recognizing and Preventing Work- Related Disease.4rd ed. New York, Little, Brown and Co., 2000.

    ZUGERMAN, C. Chloracne. Clinical manifestations and etiology. Dermatologic Clinics, 8:209-13,1990.

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    notificao do caso ao sistema de informao em sade; caso o trabalhador seja segurado pelo SAT da Previdncia Social, providenciar emisso da CAT

    conforme descrito no Captulo 5; e orientao ao empregador para que adote os recursos tcnicos e gerenciais adequados para

    eliminao ou controle dos fatores de risco.

    VI OBSERVAES ADICIONAIS E LEITURAS RECOMENDADAS

    ADAMS, R.M. (Ed.) -Occupational Skin Disease. 2nd. ed. Philadelphia, Saunders, 1990. 706 p.

    ALI, S.A. - Dermatoses Ocupacionais. So Paulo, Fundacentro, 1994. 224 p.

    ALI, S.A - Dermatoses ocupacionais.In: MENDES, R. (Ed.) - Patologia do Trabalho. Rio de Janeiro,Atheneu, 1995. p.139-72.

    ILO - Encyclopaedia of Occupational Health and Safety.4th ed. Geneva, International Labour Office,1998. 4 v.

    LEVY, B.S.& WEGMAN, D.H. (Eds.) Occupational Health Recognizing and Preventing Work- Related Disease.4rd ed. New York, Little, Brown and Co., 2000.

    SAMPAIO, S.A.P. & RIVITTI, E.A. - Dermatologia. So Paulo, Artes Mdicas, 1998. p.291-306.

    SAMPAIO, S.A.P. & RIVITTI, E.A. - Dermatologia. So Paulo, Artes Mdicas, 1998. p.991-8.

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    OUTRAS FORMAS DE HIPERPIGMENTAO PELA MELANINA RELACIONADA COMO TRABALHO: MELANODERMIA

    CDIGO CID-10: L81.4I - DEFINIO DA DOENA/DESCRIO

    Melanodermiaou melanose a hiperpigmentao da pele por aumento da melanina. Na Patologia doTrabalho destacam-se asmelanodermias adquiridas, causadas por exposio a agentes qumicos deorigem ocupacional.

    II EPIDEMIOLOGIA/FATORES DE RISCO DE NATUREZAOCUPACIONAL CONHECIDOS

    A melanodermiaou melanosede natureza ocupacional pode ser provocada por agentes fsicos, entreeles, trauma repetido, frico, queimaduras trmicas, luz ultravioleta artificial e natural decorrenteda exposio solar, e qumicos, como oshidrocarbonetos derivados do petrleo, como alcatro,hulha, asfalto, betume, parafina, piche, coaltar, creosoto, breu, leos de corte, antraceno edibenzoantraceno, entre outros. Poeiras de determinadasmadeiras tambm podem provocar melanodermia. importante lembrar que estes agentes tambm podem produzir outros efeitocutneos como fotodermatoses, foliculites, acnes e hiperplasia epitelial.

    Tambm oarsnio e seus compostos, clorobenzeno e diclorobenzeno, bismuto, citostticos, compostos

    nitrogenados, dinitrofenol, naftis adicionados a corantes, parafenilenodiamina e seus derivados,quinino e derivados, sais de ouro e de prata podem provocar melanose.

    O diagnstico demelanodermia relacionada com o trabalho, em trabalhadores expostos deve ser enquadrado noGrupo I da Classificao de Schilling, sendo o trabalho considerado causanecessria.

    III QUADRO CLNICO E DIAGNSTICO

    As leses melanodrmicas localizam-se, predominantemente, nas reas expostas a luz solar, revelandum componente fototxico. As reas mais comprometidas so a face e o pescoo e a menos acometidao tronco. Podem ser encontradas, com freqncia, leses no couro cabeludo, com eritema, prurido descamao.

    O quadro histolgico mostra aumento focal do pigmento melnico na camada basal da epiderme, cominfiltrado linfocitrio perianexial e perivascular discreto. Podem ser observados edema e cromatoforese.

    O diagnstico diferencialdeve ser feito com outras causas de melanodermia adquirida, com doenassistmicas endcrino-metablicas e infecciosas e com os melanomas, nos casos localizados.

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    IV TRATAMENTO E OUTRAS CONDUTAS

    O tratamento centrado na eliminao da exposio ao agente causador, havendo melhora doquadro. Em alguns casos ocorre extravasamento de melanina para a epiderme com incontinncia pigmentar, podendo haver hiperpigmentao permanente.

    V PREVENO

    A prevenodas Melanodermias baseia-se na vigilncia dos ambientes e condies de trabalho e davigilncia dos efeitos ou danos sade , conforme descrito na Introduo deste captulo.

    As medidas de controle ambiental devem estar direcionadas eliminao ou reduo da exposio substncias qumicas citadas no item II, atravs de: enclausuramento de processos e isolamento de setores de trabalho;

    uso de sistemas hermeticamente fechados, na indstria; adoo de normas de higiene e segurana rigorosas com sistemas de ventilao exaustoraadequados e eficientes;

    monitoramento ambiental sistemtico; umidificao dos processos em que haja produo de poeira, como a de madeira; mudanas na organizao do trabalho que permitam diminuir o nmero de trabalhadores expostos e

    tempo de exposio; limpeza dos locais de trabalho e garantia de facilidades para higiene pessoal dos trabalhadores; fornecimento, pelo empregador, de equipamentos de proteo individual adequados, em bom estado

    de conservao, nos casos indicados, de modo complementar s medidas de proteo coletiva.

    A exposio a radiao solar deve ser limitada. O trabalhadores fortemente expostos luz solar devemutilizar vesturio adequado, limpo, arejado, de tecido apropriado s condies climticas (temperatura umidade) primria, incluindo chapus, de forma a proteger o rosto e a pele do corpo da exposio emambientes externos.

    Recomenda-se a verificao do cumprimento, pelos empregadores, de medidas de controle dos fatorede riscos ocupacionais e acompanhamento da sade dos trabalhadores prescritas na legislaotrabalhista e nos regulamentos sanitrios e ambientais existentes nos estados e municpios. Os Limites dTolerncia para exposio a algumas substncias potencialmente causadoras de melanodermia, no aambiente, para jornadas de at 48 horas semanais, podem ser consultados na Norma Regulamentador N. 15 (Portaria MTb N 12/83). Esses limites devem ser comparados com aqueles adotados pooutros pases e revisados periodicamente luz do conhecimento e evidncias atualizadas, observandose que mesmo quando estritamente obedecidos, no impedem o surgimento de danos para a sade.

    O exame mdico peridico objetiva a identificao de sinais e sintomas para a deteco precoce dadoena. Consta de avaliao clnica, que inclui exame dermatolgico cuidadoso e examescomplementares de acordo com a exposio ocupacional e orientao dos trabalhadores.

    Feito o diagnstico e confirmada a relao da doena com o trabalho deve ser realizado: informao aos trabalhadores; exame dos expostos visando identificar outros casos; notificao do caso ao sistema de informao em sade; caso o trabalhador seja segurado pelo SAT da Previdncia Social, providenciar emisso da CAT

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    conforme descrito no Captulo 5; e orientao ao empregador para que adote os recursos tcnicos e gerenciais adequados para

    eliminao ou controle dos fatores de risco.

    VI OBSERVAES ADICIONAIS E LEITURAS RECOMENDADAS

    ADAMS, R.M. (Ed.) -Occupational Skin Disease. 2nd. ed. Philadelphia, Saunders, 1990. 706 p

    ALI, S.A. - Dermatoses Ocupacionais. So Paulo, Fundacentro, 1994. 224 p

    ALI, S.A - Dermatoses ocupacionais.In: MENDES, R. (Ed.) - Patologia do Trabalho. Rio de Janeiro,Atheneu, 1995. p.139-72.

    ILO - Encyclopaedia of Occupational Health and Safety.4th ed. Geneva, International Labour Office,1998. 4 v.

    LEVY, B.S.& WEGMAN, D.H. (Eds.) -Occupational Health Recognizing and Preventing Work- Related Disease.4rd ed. New York, Little, Brown and Co., 2000.

    SAMPAIO, S.A.P. & RIVITTI, E.A. - Dermatologia. So Paulo, Artes Mdicas, 1998. p.267-83.

    SAMPAIO, S.A.P. & RIVITTI, E.A. - Dermatologia. So Paulo, Artes Mdicas, 1998. p.991-8.

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    LEUCODERMIA, NO CLASSIFICADA EM OUTRA PARTE, RELACIONADA COM OTRABALHO (INCLUI VITILIGO OCUPACIONAL)

    CDIGO CID-10: L81.5

    I - DEFINIO DA DOENA/DESCRIO

    Leucodermiaou leucodermadesigna a hipopigmentao da pele.Vitiligo um termo imprprio e no seaplica ao quadro de despigmentao provocada em situao ocupacional, sendo reservado para a doen(leucodermia) idioptica ou adquirida, associada a distrbios auto-imunes ou endcrinos.

    II EPIDEMIOLOGIA/FATORES DE RISCO DE NATUREZAOCUPACIONAL CONHECIDOS

    A leucodermia ocupacional pode ser provocada por agentes fsicos e qumicos. Entre os agentes fsicosesto asqueimaduras trmicas, asradiaes ionizantes(radiodermite ou necrose induzida pelo raio-X) eo trauma repetido sobre a pele, que pode levar hipo ou despigmentao.

    Entre os agentes qumicos destacam-se osalquilfenis(fenis e catecis), que podem irritar oudespigmentar as reas da pele diretamente expostas, e omonobenzileter de hidroquinona(MBEH) antioxidante utilizado na indstria da borracha sinttica - e ahidroquinona(HQ) per se,utilizada naindstria de pinturas, plsticos e inseticidas. Tm sido descritos casos em trabalhadores expostos a outroalquilfenis, tais como o para-tercirio-butil fenol (TBP) e o para-tercirio-aminofenol (TBA) e aoarsnio e seus compostos. Os agentes causadores de dermatite de contato irritativa ou alrgica podem

    induzir uma leucodermia temporria ou de longa durao.O vitiligo afeta cerca de 1% da populao geral e em 30% dos casos h ocorrncia familiar. Casoscomprovados de leucodermia ocupacional so relativamente mais raros, mas podem ocorr